Você está na página 1de 25

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Departamento de Políticas Públicas


Curso de Gestão de Políticas Públicas
Ateliê de Gestão de Políticas Públicas e Extensão Aplicada II

Título do Diagnóstico

Diagnóstico Participativo sobre o reassentamento da Comunidade de Barra


de Santana atingida pela construção da Barragem de Oiticica

NATAL-RN
2021
Diagnóstico Participativo sobre o reassentamento da Comunidade de
Barra de Santana atingida pela construção da Barragem de Oiticica

Grupo Oiticica

Autores
Matrícula Nome
20190113182 Felix Guedes dos Santos
20200138898 Francisco Nildo de Carvalho
20180084891 Lívia Batista da Silva

Relatório Final apresentado à


Disciplina Ateliê de Gestão de
Políticas Públicas e Extensão
Aplicada II, ministrada pelas
docentes Dra. Joana Tereza Vaz
Moura e Dra. Zoraide Souza Pessoa,
como requisito parcial de avaliação.

NATAL-RN
2021
Lista de Ilustrações

Figura 1 (Mapa do RN/Jucurutu) ...................................................................7


Figura 2 (Área a ser alagada) .......................................................................8
Figura 3 (Barragem de Oiticica) ....................................................................9
Figura 4 (Comunidade protestando) .............................................................11
Figura 5(comunidade protestando) ...............................................................11
Figura 6 (Comunidade protestando) .............................................................12
Figura 7(Nova Barra de Santana) .................................................................13
Sumário

1. Apresentação .............................................................................................3
2. Objeto do Diagnóstico…………………………………………………………4
3. Objetivos do Diagnóstico……………………………………………………..5
4. Metodologia do Diagnóstico………………………………………………….5
5. Cronograma de Execução do Diagnóstico………………………………...6
6. Caracterização e Histórico do Conflito……………………………………..7
7. Resultados e Discussão: Diagnóstico Situacional Participativo do
Conflito…………………………………………………………………..…………...8
8. Conclusões e Recomendações do Diagnóstico…………...,...................14
9. Referências………………..………………………………………………….…14
10. Apêndice………………………………………………………………….…….16
11. Agradecimento ………………………………………………………………..19
1.APRESENTAÇÃO Comentado [1]: Apresentação é confuso e não
apresenta claramente a motivação de estudar esse
conflito e quando se originou. Também não apresenta
como o diagnóstico está organizado. Parece o texto
incompleto.
Existentes desde o período da Antiguidade, conflitos ambientais ocorrem Comentado [2]: o quê? existe?

principalmente devido a disputas por terras, por água, desmatamentos, queimadas e Comentado [3]: Mas, somente passaram a ser
identificados a partir dos anos de 1970, com a
o uso indiscriminado de agroquímicos. No Brasil, sua diversidade de ecossistemas, institucionalização da problemática ambiental global.

de geoambientes e sociocultural favorecem inúmeros conflitos socioambientais, pois,


em que está ligado a processos socioecológicos e políticos, tem como pano de fundo
a natureza. Tem-se então, que conflitos socioambientais são os que envolvem a
sociedade e a natureza.
Lima et al citando Acselrad (2004) afirma que os conflitos socioambientais são Comentado [4]: expressão estrangeira, sempre no
itálico.
“...aqueles envolvendo grupos sociais com modos diferenciados de apropriação, uso
e significação do território.” Segundo os autores (2018), o conflito está associado ao Comentado [5]:

potencial de ocorrência de impactos nos meios antrópico, biótico e abiótico. Comentado [6]:

“Problemas ambientais podem ser considerados conflitos, uma vez que estão Comentado [7]:
ligados a interesses dentro da relação homem e ambiente” (Lima et al APUD Brito,
2008), assim como, “a apropriação capitalista dos recursos naturais e a luta pela Comentado [8]: citação direta, devem colocar a
página.
manutenção dos modos tradicionais de vida de determinados grupos sociais” (Lima
et al APUD Leff, 2017).
Idealizada desde a década de 1950 pelo Governo Federal, através do
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, a Barragem de Oiticica tem por Comentado [9]: vejam comentários anteriores, colocar
a página.
objetivo perenizar o Rio Piranhas Açu, diminuindo os problemas ocasionados pelas onde fica, já pensaram se alguém pega o trabalho de

suas enchentes nas plantações do Vale do Açu e armazenar água para combater a
seca na região do Seridó, que sofre processo de desertificação. Comentado [10]: de vcs, não sabem que é no Rio

Dada a sua importância socioeconômica, tendo em vista o controle de


enchentes com atenuação de 32% das cheias, o aumento da demanda de água para
irrigação de até 10 mil hectares e incremento da piscicultura no lago formado, o
abastecimento de uma população da ordem de 2 milhões de habitantes, contribuindo
com a geração de energia elétrica de 3,52 MW e o desenvolvimento da recreação e
do lazer como elementos de incentivo ao turismo na região. Comentado [11]: não sabem que é no Rio Grande do
Norte.
A comunidade de Barra de Santana, trata-se da população a ser atingida pela E hoje?
Comentado [12]: hoje?
construção da Barragem no município de Jucurutu-RN, entende a necessidade da onde tiraram esses dados, citar a fonte.
obra, entretanto tem por objeção a falta de diálogo com o governo sobre as
desapropriações inerentes ao projeto. Comentado [13]: nte.
Reclamam um recadastramento das famílias a serem reassentadas e
atualização dos valores referentes a indenização, posto que foram realizadas Comentado [14]: e.

melhorias nas propriedades desde 2006, último ano em que foi feito cadastro, como
também querem ter participação na escolha da localidade de reassentamento,
chamada de Nova Barra de Santana.
Dado esse conflito entre a necessidade e benefícios trazidos pela construção
do Complexo da Barragem de Oiticica e a legitimidade da indenização e
reassentamento das famílias a serem desapropriadas de suas terras, entendeu-se a
importância de se investigar quando se deu a origem desse conflito, quem eram os
envolvidos e o que pensavam a respeito, bem como qual o território atingido.
Para tanto, foi considerado a realização de diagnóstico participativo, que de
acordo com o Guia do Diagnóstico Participativo “é um método utilizado para fazer
levantamento da realidade local. Este levantamento é feito com a participação das
lideranças locais, ou por qualquer outro integrante de um grupo definido, deve conter
os principais problemas da localidade em todas as áreas (social, econômica, cultural,
ambiental, físico-territorial e político-institucional).”
Assim posto, a pesquisa tem como estrutura, para além dessa apresentação,
o objeto do diagnóstico, seus objetivos, a metodologia utilizada para alcance de seus
objetivos, o cronograma de execução, seguidos pela caracterização e histórico do
conflito, continuado pelos resultados e discussão do diagnóstico situacional e
participativo, sendo finalizado com as conclusões e recomendações.
2.OBJETO DO DIAGNÓSTICO

A construção do reservatório de água Barragem de Oiticica no Rio Piranhas


Açu, para fins de uso múltiplos, impacta toda região do Seridó, que sofre
desertificação. No entanto, é necessário deslocar a comunidade Barra de Santana
para outro ponto, com isso surge o conflito sobre valores indenizatórios e localidade
de instalação da comunidade, ante esse contexto entendeu-se a necessidade de
realizar um diagnóstico participativo, através da opinião de diversos atores
envolvidos no processo de construção da barragem. Comentado [15]:
inserir no t

3.OBJETIVOS DO DIAGNÓSTICO Comentado [16]: nserir no t

Geral:
Realizar diagnóstico participativo do conflito que envolve a Barragem de
Oiticica, quanto à desapropriação de terra, indenização e reassentamento das
famílias atingidas pela área a ser alagada.

Específicos:
1) Detectar a origem do conflito sobre valores indenizatórios e reassentamento das
famílias atingidas pela construção da Barragem de Oiticica;

2) Identificar os atores envolvidos e os seus posicionamentos, quanto à


desapropriação de terra, indenização e reassentamento das famílias atingidas pela
área a ser alagada;

3) Mapear o território atingido pela obra da Barragem de Oiticica.

4.METODOLOGIA DO DIAGNÓSTICO
Para o alcance do objetivo proposto nesta pesquisa foram utilizadas algumas Comentado [17]: que momento esse que vcs falam.

técnicas metodológicas a partir da escolha de uma abordagem qualitativa-descritiva,


compreendendo que os resultados obtidos permite uma análise crítica, podendo
assim averiguar se o objeto de pesquisa estabelecido foi alcançado.
A respeito dos procedimentos metodológicos para a concretização da
pesquisa, necessário se fez o levantamento bibliográfico e documental sobre o tema
em questão, através da leitura de livros, teses, dissertações, artigos científicos,
matérias jornalísticas e endereços eletrônicos, visando a fundamentação teórica.
A etapa seguinte foi a parte empírica da pesquisa, que devido ao contexto
pandêmico atual, restringiu-se a realização de entrevistas semiestruturada aberta, Comentado [18]: to

com roteiro, para que o entrevistado tivesse um direcionamento sobre quais


assuntos seriam abordados, objetivando posterior análise e conclusão.
Por último foi realizado o tratamento dos dados obtidos, com o intuito de
diagnosticar a respeito do objeto de estudo da pesquisa.

5.CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO DIAGNÓSTICO

ETAPAS Julho Agosto Setembro

Estudo sistemático da problemática em questão e


detalhamento da proposta: aspectos conceituais e X X
metodológicos

Levantamento Bibliográfico X X

Fichamento de Textos X X

Coleta de Fontes X X

Análise de Fontes X X
Aplicação de Entrevistas X

X X
Análise de entrevistas, documentos e sistematização dos
dados e informações coletadas

X
Redação do trabalho

Entrega Parcial X

Revisão/redação final/entrega X X

Apresentação de trabalho final X

O Trabalho foi divido da seguinte forma: 1. Apresentação LÍVIA 2. Objeto do


Diagnóstico LÍVIA 3. Objetivos do Diagnóstico TODOS 4. Metodologia do
Diagnóstico TODOS 5. Cronograma de Execução do Diagnóstico FRANCISCO 6.
Caracterização e Histórico do Conflito FÉLIX/FRANCISCO 7. Resultados e
Discussão: Diagnóstico Situacional e Participativo do Conflito FRANCISCO/LÍVIA
8. Conclusões e Recomendações do Diagnóstico FÉLIX 9. Referências TODOS 10.
Apêndice TODOS. Comentado [19]: Cortou aqui o texto.
6.CARACTERIZAÇÃO E HISTÓRICO DO CONFLITO Comentado [20]: o que tiver de vermelho.

A 233 km da cidade de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, está


a cidade de Jucurutu, com pouco mais de 18 mil habitantes, e uma área de 933.730 Comentado [21]: que tiver de vermelho.

km² dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Em Jucurutu (Ver


Não fica claro qual é o objeto do diagnóstico, que é o
Figura 1) está sendo construída a barragem de Oiticica que promete se não resolver,
Comentado [22]: a claro qual é o objeto do
ao menos amenizar de forma significativa o problema de falta de água na região do diagnóstico, que é o conflito e quem envolvem.

Seridó, com isso há uma grande área a ser alagada, desapropriando terras e
moradias de comunidades de pequenos povoados e da comunidade Barra de
Santana.

Figura 1: Mapa Jucurutu RN/Barragem de Oiticica Comentado [23]: agnóstico, que é o conflito e quem

Fonte: Blog do Edson Silva

O conflito acontece acerca da construção da Barragem de Oiticica na região


Seridó do Rio Grande do Norte, localizada na bacia hidrográfica Piranhas-Açu.
Alcança os municípios de Jucurutu, Jardim de Piranhas e São Fernando. Em
Jucurutu está a comunidade de Barra de Santana que será totalmente coberta pelas
águas da Barragem que foi idealizada na década de 1950, com projeto elaborado
pelo DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) no Governo de
Getúlio Vargas.
A conclusão prevista pela SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento
do Nordeste) seria em 1971, mas o suicídio de Getúlio em 1954 e o adiantamento
de outra barragem próxima, a Armando Ribeiro Gonçalves, emperraram a
construção de Oiticica (MOREIRA, 2007 APUD FERREIRA, José Gomes).
Conforme o Mapa de Conflitos, a barragem foi incluída no PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, no projeto de
transposição do Rio São Francisco, mas foi em 2013 que a obra foi passada ao
Governo do estado, dando início a construção.
No dia 7 de janeiro de 2014, os agricultores ocuparam o canteiro de obras,
pedindo a presença da Governadora, que visitou o local e discutiu os temas
cobrados pelas comunidades (Tribuna do Norte APUD FERREIRA, José Gomes).
Em pesquisa feita com representante das comunidades, foi colocado que os
desentendimentos ocorreram desde o início da obra, já com as desapropriações das
terras atingidas. A barragem sempre foi almejada e esperada por todos, mas os
moradores questionavam a falta de transparência nos processos de
desapropriação, indenização e reassentamento das famílias.

Figura 2: Área a ser alagada pela construção da barragem de Oiticica

Fonte:tykkaosaofernando.blogspot.com Comentado [24]: nóstico, que é o conflito e quem


7. (RESULTADOS E DISCUSSÕES) DIAGNÓSTICO SITUACIONAL
PARTICIPATIVO DO CONFLITO Comentado [25]: stico, que é o conflito e quem

Em 1950 com a seca castigando o Nordeste, o Presidente Getúlio Vargas


nomeou José Américo de Almeida, Ministro da Aviação e Obras Públicas, que
interviu nas obras hídricas do Nordeste (MOREIRA, 2017 APUD FERREIRA, José Comentado [26]: flito e quem envolvem.

Gomes). O grupo poderia colocar melhor.


Muito bem.
Segundo o Mapa de Conflitos, o primeiro projeto da Barragem de Oiticica foi dos objetivos, colocaram vápor meio virtual.
NÃO CARACTERIZARAM O CONFLITO? Apenas
elaborado pelo DNOCS (Departamento Nacional de Obras de Combate a Seca) e Comentado [27]: CARACTERIZARAM O CONFLITO?
objetivava trazer segurança hídrica para a população de 17 municípios da região, Comentado [28]: CONFLITO? Apenas indicaram a
localização de Jucurutu e sequer indicaram no texto a
ajudando na agricultura familiar e diminuindo as cheias. Também previa que a
conclusão da obra seria em 1971, mas o projeto foi sendo adiado até acontecer a
primeira tentativa de execução em 1990, no governo de José Sarney a cargo da
empresa Norberto Odebrecht. Em 1993, por problemas de licitação e contratos,
foram paralisadas as obras pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Em 2010, a
Barragem de Oiticica foi incluída no projeto da transposição do Rio São Francisco
com uma nova empresa como responsável pela execução, o Consórcio
EIT/Encalso, e mais uma vez o TCU encontrou irregularidades no contrato que
necessitava de reajustes. Comentado [29]: am no texto a comunidade.

Figura 3: Barragem de Oiticica Comentado [30]: no texto a comunidade.

Fonte: Tribuna do Norte Comentado [31]: o texto a comunidade.


Depois de muita articulação entre o Governo Federal e o estadual, foi
garantido um orçamento da União para obra.
Em 2013, no Governo de Dilma Rousseff, a responsabilidade passou do
DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) para a SEMARH -
Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte.
A construção da Barragem de Oiticica, tão desejada, trouxe junto com ela o

conflito, que tem como atores, de um lado a comunidade de Santana, o Sindicato


de Agricultores de Jucurutu, o SEAPAC (Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos
Comunitários) e do outro lado o Governo do Estado, representado pela SEMARH
(Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos).
De acordo com o SEAPAC, a SEMARH RN, não tinha experiência em
grandes obras de barragens, o conhecimento deles era em obra de adutoras.
Mesmo assim, em agosto de 2013, foi dada a ordem para a construção da barragem,
sem nenhuma conversa prévia com as comunidades, que vendo as máquinas
chegando, as obras sendo executadas, se articularam com o Padre da paróquia e o
Sindicato Rural para buscar a Diocese de Caicó, que reuniu os Bispos do Rio
Grande do Norte, e em reunião, assumiram o apoio às comunidades, designando o
SEAPAC, que escolheu o Professor Procópio Lucena, para acompanhar e
assessorar as comunidades.
Em artigo, o site G1 diz que o Ministério Público do Estado está
acompanhando as desapropriações e abriu inquérito civil em 23 de agosto de 2013.
Nessa comunidade foi feito um cadastramento e recadastramento das
famílias a serem desapropriadas de suas terras o que totalizou 1003 famílias sendo
753 da zona rural e 250 no centro da comunidade de Barra de Santana (Tribuna do
Norte APUD Alves, Oliveira e Ferreira).
Nesse contexto temos como principais atividades socioeconômicas da
população a agricultura familiar com pequenos produtores da região, temos a
pecuária predominando na zona rural, e no centro da comunidade de Barra de
Santana temos a produção de queijo e pequenos comércios. Dessa forma, torna-se
grande os prejuízos físicos e sociais causados pela desapropriação das terras.

Figura 4: Comunidade protestando


Fonte: Seapac.blogspot

Figura 5: comunidade protestando visita governadora Rosalba 2014


Fonte: Rádio difusora
Figura 6: visita governadora Rosalba comunidade protestando 2014
Fonte: Rádio difusora

Partindo das situações das famílias atingidas, seja com seu meio de
produção ou com sua moradia, o governo do estado do Rio Grande do Norte através
da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH), a
construção da Nova Barra de Santana, no local denominado Alto do Paiol, através
do Decreto Estadual N° 30.401, DE 09 DE MARÇO DE 2021 garantindo a
construção da Nova Barra de Santana, zona urbana com as determinadas
especificações atendidas de acordo com a antiga, com a construção do centro
comercial, cemitério, rede de águas e esgotos pela Companhia de Águas e Esgotos
do Rio Grande do Norte (CAERN) e da rede de energia pela Companhia de Energia
do Rio Grande do Norte (COSERN), retornando cada construção de acordo com o
que foi acordado com cada pessoa física ou jurídica.
Figura 6: Nova Barra de Santana 2020

Fonte: Blog do Edson Silva

Segundo dados da Tribuna do Norte o Governo do estado do Rio Grande do


Norte através da SEMAHR realizou no dia 26 de novembro de 2020 o pagamento
de 1,3 milhões aos moradores da Barra de Santana e das Agrovilas em Jucurutu.
Assim como na zona rural tivemos a construção das agrovilas de Jucurutu,
mais especificamente na área intitulada Lagoinha, onde tem como função sanar as
desapropriações de terras da população que vive da agricultura familiar, e da
pecuária, ficando intitulado no Decreto Estadual Nº 29.916, DE 12 DE AGOSTO DE
2020 a responsabilidade do Estado e interesse social.
A partir desse ponto temos a abertura de licitações, tanto para a construção
das Agrovilas como para a construção da Nova Barra de Santana.
Durante o processo do diagnóstico foram realizadas entrevistas com alguns
atores envolvidos na construção do Complexo Barragem de Oiticica, que
forneceram seus pontos de vistas ao que diz respeito à desapropriação da terra,
indenização e o reassentamento das famílias atingidas pela área a ser alagada.
Todos os entrevistados tinham uma relação com a barragem, seja de forma
institucional ou através de movimentos sociais organizados, e entendiam que as
reivindicações apresentadas pelos moradores eram justas, legítimas e condizentes
com os impactos que a obra traria, buscando assim, a garantia de seus direitos,
esses, imprescindíveis para orientar as ações de planejamento do Estado.
Tendo em vista a importância da obra e o seu tempo de planejamento e
execução foi apontado que entre 95% e 98% das indenizações já foram pagas, seja
por servidão administrativa, permuta pura ou mista, e através da construção de
agrovilas, buscando atender trabalhadores rurais sem terra e reassentamento
urbano, procurando atender famílias que não possuíam casas próprias, com a
doação de 41 casas, através do Programa Moradia Cidadã.
Na perspectiva dos entrevistados, a construção da Nova Barra de Santana,
no Alto do Paiol, localidade escolhida pelos próprios moradores, conforme seus
interesses e conveniências, por meio de luta e mobilização social em desfavor de
interesses empresariais, traria muitas melhorias para a comunidade, posto que ela
teria uma melhor infraestrutura, com unidade básica de saúde, escola, saneamento
básico, água, luz, centro comercial, com 22 boxes e cemitério público.
Tendo o Estado pretendido considerar os anseios da população e saná-los
de modo justo, ainda que em situações semelhantes, os 100% de satisfação não
seja possível, houve um trabalho conjunto e dialogado entre Estado e comunidade,
para que todos que tinham como principal fonte de renda a agricultura familiar, a
pecuária, a piscicultura, o comércio, a indústria e os dependentes de programas
sociais fossem atendidos de maneira satisfatória.
Assim, pode-se depreender, pelo que exposto, que o conflito envolvendo a
construção do Complexo Barragem de Oiticica reitera os conceitos de conflitos
socioambientais apresentados, em que envolve disputa por terra, água, distinta
forma de entender a apropriação, uso e significação do território dado que, a
princípio, o planejamento restringiu-se a obra física, sem levar em consideração as
chamadas obras sociais, sem respeito à cultura, à população moradora tradicional,
decorrendo daí o conflito. Em que pese, o conflito está associado ao potencial de
ocorrência de impactos nos meios antrópico, biótico e abiótico.
Em consonância com Ferreira et al (2019) tem-se que o conflito deu-se por
lacunas no diagnóstico, sendo refletido no planejamento da obra e sua execução,
pondere-se que não foi previsto “a necessidade de realojar a comunidade de Barra
de Santana, incluindo o cemitério local e a existência de achados rupestres com
necessidade de catalogação com base na política brasileira.” Bem como, as lutas
pelo território e pelo controle de recursos naturais, mesmo o complexo sendo uma
política pública de resposta à seca na região do Seridó norte-riograndense, com
base no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A bacio hidrográfica Oiticica é considerada uma bem feitoria que trará
segurança hídrica e desenvolvimento ao estado.

8. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DO DIAGNÓSTICO

A partir dos dados levantados notou-se a complexidade do conflito que


envolve a Barragem de Oiticica, que apesar de já estar com o desfecho
encaminhado, passou por diversas etapas desde o indicativo da construção da
barragem, passando pela luta contra a desapropriação, e a chegada a um valor para
a indenização e a construção do reassentamento das famílias da zona urbana na
Nova Barra de Santana e das famílias da zona rural e nas Agrovilas de Jucurutu.
Foram diversos atores envolvidos, dentre eles, representantes de sindicatos,
movimentos sociais, órgãos públicos, secretarias e ministérios de governo e estado,
além das empresas envolvidas na construção, cada um com seu posicionamento.
Faz-se necessário compreender que apesar de quaisquer valores jamais
será o ideal, pois valor algum irá reparar a desapropriação e construção de uma
vida.

9. REFERÊNCIAS Comentado [32]: texto a comunidade.


.
BLOG DO EDSON SILVA. <http://www.edilsonsilva.com/jucurutu-barragem-
oiticica-ira-beneficiar-19-municipios-do-rio-grande-do-norte/>Acesso em essa descrição não é necessária.
13/08/2021;
que ano é esse dado

BLOG DO EDSON SILVA. <http://www.edilsonsilva.com/categoria/barra-de-


santana/> Acesso em 13/08/2021;

DIÁRIO OFICIAL DO RN. Decreto 29.916 de 12 de Agosto de 2020;

DIÁRIO OFICIAL DO RN. Decreto 30.401 de 09 de março de 2021;

FERREIRA, José Gomes; Alves, Maciane Nunes da Silva; Oliveira, Herbert


Emmanuel Lima de. Políticas Públicas e Conflito Ambiental no Processo de
Construção da Barragem de Oiticica. I Congresso Internacional de Meio
Ambiente e Sociedade e III Congresso Internacional da Diversidade do
Semiárido. CONIMAS. 2019.
FORBELONI, Jacimara Villar. Silva, Ana Sulamita Bezerra da. Os Impactos
Ambientais e Sociais da construção da Barragem de Oiticica –
Jucurutu/RN. XIV Encontro Nacional de Engenharia e Desenvolvimento Social
Movendo Outras Engrenagens Itajubá-MG, Brasil.
G1.COM. <https://www.g1.globo.com/google/amp/rn/rio-grande-do-
norte/noticia/2021/04/16/areas-em-jardim-de-piranhas-e-sao-fernando-sao-
desapropriadas-para-realocacao-de-familias-desalojadas-com-a-construcao-
da-barragem-oiticica.ghtml> acesso em 20/08/2021
GUIA DO DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO. Flacso Brasil.
IBGE. <https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/rn/jucurutu.html> Acaso em
31/08/2021
LIMA, Eduardo Rodrigues Viana; Soares, Ilton Araújo; Oliveira, Jorge Eduardo
Lins. Revista Brasileira de Geografia Física v11, n.02 (2018) 490-509
MAPA DE CONFLITOS ENVOLVENDO INJUSTIÇA AMBIENTAL E SAÚDE NO
BRASIL. Disponível em: <http://mapadeconflitos.ensp.fiocruz.br/conflito/rn-
agricultores-familiares-que-serao-atingidos-pela-barragem-do-oiticica-lutam-
por-indenizacoes-justas-e-por-local-escolhido-para-o-reassentamento/>
Acesso em: 14/06/2021
MP acompanhará desapropriações em obra de barragem no RN. G1, 2013.
Disponível em: <http://g1.globo.com/> Acesso em: 20/08/2021
OLIVEIRA, Cristiano Lessa de. Um apanhado teórico-conceitual sobre a
pesquisa qualitativa: tipos, técnicas e características. Travessias ed. 04 ISSN
1982-5935. Educação, Cultura, Linguagem e Arte. www.unicest.br/travessias.
RADIO DIFUSORA, jucurutu.
<http://difusorajucurutu.blogspot.com/2014/05/nosso-blog-esteve-no-sitio-
barra-de.html?m=1> Acesso em 08/09/2021
SEAPAC. <http://seapacrn.blogspot.com/2014/12/populacao-da-area-da-
barragem-oiticica.html?m=1> acesso 08/09/2021
TYKKAO Sao Fernando.
<http://tykkaosaofernando.blogspot.com/2014/05/localizacao-da-barragem-de-
oiticica.html?m=1> Acesso em 07/09/2021
TRIBUNA DO NORTE. <http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/governo-do-
rn-paga-r-1-3-milha-o-em-indenizaa-a-es-de-oiticica/496388> Acesso em
30/08/2021;
TRIBUNA DO NORTE. <http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/barragem-de-
oiticica-recebeu-r-130-milha-es-em-2020-e-esta-com-86-de-execua-a-
o/498742> Acesso 30/08/2021
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo.
Secretaria de Infraestrutura Hídrica, de Comunicações e de Mineração. TC n.
009.788/2019-0 Fiscalização n. 105/2019. Relator: Augusto Nardes.
10. APÊNDICE

APÊNDICE 1
Vídeo documentário (Cinema Minuto): Uma nova história, novas
memórias! Reproduzindo a origem da comunidade Barra de Santana, seu histórico
de luta envolvendo a construção do complexo Barragem de Oiticica e a esperança
de uma vida nova com a construção das agrovilas e a Nova Barra de Santana.

A devolutiva foi pensada para ser enviada através dos representantes dos
movimentos sociais, que tem um contato mais próximo com a comunidade, via
aplicativo de mensagens Whatsapp.
APÊNDICE 2
APÊNDICE 3
11. AGRADECIMENTO

Neste trabalho agradecemos a Universidade Federal do Rio Grande do Norte


que sempre incentiva a pesquisa e intervenção, a fim de trazer melhorias para
sociedade das mais variadas formas possíveis.
As professoras e o mestrando que ministraram a disciplina que sempre se
prontificaram a atender às dúvidas e encaminhar da melhor forma possível o
andamento desse trabalho e disseminação do conteúdo. Aos colegas de turma que
partilharam dúvidas, questionamentos, e partilharam conosco dessa disciplina.
Aos entrevistados que se dispuserem de tempo, para compartilhar um pouco
da sua visão do conflito, envolvendo o conflito objeto de estudo do grupo, e
acrescentaram na produção deste diagnóstico.
As nossas famílias que são nossos alicerces e nos apoiam em casa e nos
sustentam em diversos momentos e a Deus que sem Ele não estaríamos aqui.

Você também pode gostar