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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

CURSO DE GEOGRAFIA

CHAMILA PEDRO ADRIANO

DEMÍDIO OTÍLIO GORDINHO

EDILSON JOÃO MAWISSA

FERNANDO ZIMBUCA

FIDEL CARLOR OMAR

JANUÁRIO JOÃO MACUPUIA

SISTEMAS AGRÁRIOS (MODERNOS E TRADICIONAIS)

Beira

2021
CHAMILA PEDRO ADRIANO

DEMÍDIO OTÍLIO GORDINHO

EDILSON JOÃO MAWISSA

FERNANDO ZIMBUCA

FIDEL CARLOR OMAR

JANUÁRIO JOÃO MACUPUIA

SISTEMAS AGRÁRIOS (MODERNOS E TRADICIONAIS)

Trabalho a ser presentado ao curso de Licenciatura


em ensino de geografia, Faculdade de ciências e
tecnologias como requisito parcial do 2º trabalho da
cadeira de Antropologia Cultural de Moçambique, 2º
ano, regime laboral.

Docente: Mestre Margarida Laura Gulane

Beira

2021
Índice

1. Introdução ................................................................................................................................ 3

2. Objectivos ................................................................................................................................ 4

2.1. Objectivo geral ................................................................................................................. 4

2.2. Objectivos específicos ...................................................................................................... 4

3. Sistemas agrários ..................................................................................................................... 5

3.1. Definição .......................................................................................................................... 5

3.2. Classificação dos sistemas agrários.................................................................................. 5

3.2.1. Os sistemas agrários tradicionais .............................................................................. 5

3.2.1.1. Características Gerais dos sistemas agrários tradicionais ..................................... 5

3.2.2. Os sistemas agrários modernos ................................................................................. 7

3.2.2.1. Origem e Localização da Agricultura Moderna .................................................... 7

3.2.2.2. Características do sistema agrário Moderno ......................................................... 7

4. Considerações finais ................................................................................................................ 9

5. Referências bibliográficas ..................................................................................................... 10


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1. Introdução

Ao longo da história da humanidade, as civilizações foram mudando a sua forma de se


correlacionar com a terra, tais mudanças estão ligadas ao incremento de novas técnicas e
tecnologias que são capazes de reestruturem todo o espaço agrário e a relação entre os seres
humanos e o meio ambiente. E é nesse sentido que existem os agro-sistemas ou também
conhecidos como sistemas agrários.

Neste trabalho, apresentaremos assuntos que circulam em torno daquilo que são esses
sistemas agrários, que são conjuntos de técnicas adoptadas para se aperfeiçoar a produção
agrícola (cultivo ou plantio).
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2. Objectivos

2.1. Objectivo geral

– Fazer um estudo sobre os sistemas agrários.

2.2. Objectivos específicos

– Definir sistema agrário;

– Classificar os sistemas agrários;

– Caracterizar os sistemas agrários tradicionais e modernos.


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3. Sistemas agrários

3.1. Definição

Os agro-sistemas ou sistemas agrários podem ser definidos como um conjunto de


técnicas adoptadas para se aperfeiçoar a produção agrícola (cultivo ou plantio), uma vez que, os
procedimentos vão mudando ao longo de toda história de relação dos seres com o meio
ambiente, mais especificamente a terra. Isso não quer dizer que eles seguem uma linha
cronológica, pois é possível ainda em diversas áreas encontrar sistemas mais primitivos em
tempos mais recentes.

Os sistemas agrários são o conjunto de técnicas ou modelos agro-pecuários de produção


responsável pela adopção dos procedimentos de plantio ou cultivo, em que são vistas as relações
entre a agricultura e o espaço, além dos resultados da aplicação desses diferentes modelos.

3.2. Classificação dos sistemas agrários

Os estudiosos dessa área, basicamente classificam os sistemas agrários em três modelos


que ora se distinguem e ora se complementam. Esses modelos são dotados de uma grande
complexidade social, cultural e tecnológico devido as técnicas empregadas. E são eles os agro-
sistemas tradicionais, modernos e orgânicos, mas neste trabalho falaremos somente dos
sistemas tradicionais e modernos.

3.2.1. Os sistemas agrários tradicionais

Os sistemas agrários tradicionais, como o próprio nome indica, compreendem as


técnicas mais antigas e simplificadas do processo produtivo no campo, e sem dúvida foi o
primeiro sistema de organização da economia agrícola.

3.2.1.1. Características Gerais dos sistemas agrários tradicionais

a) Esse sistema caracteriza-se pela maior utilização da mão-de-obra assalariada ou


associada e pela menor presença de aparatos científicos e tecnológicos. Utilizam
técnicas mais rústicas, por isso apresentam maior empregabilidade;
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b) Os seus objectivos consistem, essencialmente, em produzir o suficiente para garantir


a satisfação das necessidades alimentares do grupo que pode ser uma família, uma
tribo, uma aldeia ou uma comunidade;
c) A preocupação fundamental dos grupos é a de subsistir e não a de progredir;
d) Mas se o objecto principal é o sustento do grupo, ele não é o único. Isto porque os
grupos, principalmente os mais evoluídos, necessitam de meios para a obtenção de
produtos não agrícolas, como utensílios domésticos diversos, vestuário, etc. Para
isso, eles procuram produzir para além das necessidades básicas vitais, gerando
excedentes de produção que lançam no mercado, obtendo deste modo, os meios que
lhes permitem satisfazer necessidades não alimentares. Tais excedentes tornam-se
também necessários como precaução contra uma possível escassez da próxima
colheita ou para satisfazer certos deveres sociais impostos pela tradição como, por
exemplo, as ofertas inerentes a certas cerimónias;
e) De um modo geral, as técnicas agrícolas caracterizam-se pelo seu carácter
rudimentar. As máquinas são praticamente desconhecidas e os animais de tracção
pouco utilizados. O trabalho é, essencialmente, manual, pelo que o espaço
produzido é limitado pela capacidade física do homem;
f) A irrigação, salvo algumas excepções como nos oásis e na Ásia das Monções, é
quase desconhecida e a fertilização dos solos é insuficiente ou mesmo nula;
g) A ausência ou a fraca quantidade de fertilizantes utilizados conduz ao esgotamento
do solo e à necessidade, para minimizar tal efeito, de uma parte do solo ficar em
pousio durante um ou mais anos;
h) O sistema tradicional é muito condicionado pelos factores naturais.

Esses sistemas agrários (tradicionais) costumam ser mais amplamente empregados em


países subdesenvolvidos, bem como em parte dos emergentes. Como necessitam de uma grande
quantidade média de trabalhadores, tendem a conter a migração campo-cidade (êxodo rural).
Esse tipo de produção normalmente é voltado para a comercialização interna, por isso quase não
há exportação. O foco maior é para produtos da chamada ―cultura do pobre‖, tais como arroz,
feijão, entre outros.
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Alguns tipos de agro-sistemas tradicionais são a agricultura de plantação, a agricultura


itinerante, a mediterrânea e a de jardinagem. Com o avanço do processo de industrialização
do campo, esses sistemas agrários estão perdendo força e importância, factor que se intensifica
com a concentração de terras.

3.2.2. Os sistemas agrários modernos

3.2.2.1. Origem e Localização da Agricultura Moderna

Tal como os sistemas tradicionais estão presentes em todos os continentes, a agricultura


moderna também conheceu um enorme incremento a nível planetário, particularmente, a partir
do século XVIII onde se dão na Europa profundas transformações que, no século XIX e
princípios do século XX, se acentuam e difundem para muitas outras regiões do globo. A procura
de rendimentos mais elevados para cada cultura e duma maior produtividade em relação à mão-
de-obra utilizada estão na base do desencadeamento da Revolução Agrícola, ainda hoje em
curso. Actualmente, a agricultura moderna pratica-se em maior escala no hemisfério norte,
especialmente na América do Norte, na Europa e na África Central.

Nas regiões tropicais, as plantações, uma forma específica de agricultura moderna,


contrastam com a agricultura tradicional ainda predominante nestas áreas.

3.2.2.2. Características do sistema agrário Moderno

Se o sistema tradicional estava muito condicionada pelos factores naturais, o sistema


moderno, com as suas técnicas, consegue, em grande parte, delas libertar-se, e criar condições
adequadas ao melhor desenvolvimento das plantas e dos animais.

Os agro-sistemas modernos são aqueles em que há o emprego de uma tecnologia mais


avançada, com uma menor média de empregabilidade, haja vista que a maior parte da produção é
mecanizada, com instrumentos capazes de substituir dezenas ou até centenas de trabalhadores.
Esse tipo de agro-sistema popularizou-se a partir da década de 1960, com a inauguração da
chamada ―Revolução Verde‖, que se pautou na ampliação da produção através de técnicas
avançadas na área da biotecnologia e da produção de equipamentos.
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Em geral, os agro-sistemas modernos utilizam-se, além das técnicas acima


mencionadas, de ampla gama de fertilizantes, defensivos agrícolas, técnicas de correcção do solo
e, em alguns casos, de produtos modificados geneticamente, conhecidos como transgénicos.

Há sistemas produtivos que empregam uma avançada tecnologia, tanto na previsão de


oscilações meteorológicas ou climáticas quanto, até mesmo, na implantação de controlo sobre as
espécies com a utilização dos Sistemas de Informações Geográficas (SIGs).

A grande questão dos agro-sistemas modernos é o elevado custo de seus equipamentos e


o processo de concentração de terras deles resultantes. Afinal, são necessários amplos
investimentos para uma produção modernizada, que também elevam os lucros e diminuem a
quantidade de trabalhadores, que passam a residir nas cidades.

Outro factor é o ambiental, pois as áreas agricultáveis são ampliadas em detrimento da


conservação das vegetações naturais, além da poluição dos rios e dos solos pelos agro-tóxicos
que escoam superficialmente com a irrigação e também em tempos de chuva. Um exemplo dessa
dinâmica é o Cerrado brasileiro, que foi quase totalmente devastado em função da expansão do
agronegócio que, graças às novas técnicas, passou a produzir em larga escala onde antes não
havia solos propícios para tal.

O agricultor moderno trabalha cada vez mais para alimentar os mercados urbanos.

Em resumo, poder-se-á dizer que a agricultura moderna passou a fazer subordinar a


produção ao consumo, procurando obter o máximo lucro. O binómio oferta-procura passou a
determinar a escolha das culturas e a forma de criação de gados.

Na agricultura moderna passou a dominar a preocupação de produzir em massa e a baixos


preços. Para conseguir tais objectivos procura-se ocupar vastas zonas com uma ou poucas
culturas – regime monocultura – de acordo com as aptidões regionais. É a chamada
―especialização regional‖, de que são exemplos os ―belts‖ americanos e as regiões vinícolas do
Languedoc (sul da França). Mesmo no caso duma agricultura policultural, os seus componentes
(produtos) são susceptíveis de frequentes mudanças em função das condições dos mercados.
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4. Considerações finais

Actualmente, os dois tipos de agro-sistemas citados são amplamente empregados em todo


o mundo, mas os agro-sistemas modernos constituem a hegemonia. Suas técnicas são
preferencialmente utilizadas sob o argumento de que somente elas podem ser capazes de
abastecer toda a população mundial, muito embora outros factores contribuam para a existência
de problemas alimentares em várias partes do mundo.
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5. Referências bibliográficas

ABREU A. (2018). Agrossistemas. Extraído de https://www.portalsaofrancisco.com.br

IEDA. MÓDULO 6 de Geografia 2º ciclo. Agricultura e Pecuária

MANSO F. VICTOR R. (2010). Pré-universitario — Geografia 12. Logan Moçambique,


Maputo

PENA R. Agrossistemas. Sistemas agrários. Extraído de https://brasilescola-uol-com-


br.cdn.ampproject.org

Silva D. (2015). Agrossistemas. Extraído de https://estudopratico-com-


br.cdn.ampproject.org

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