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O Agronegócio

O agronegócio, um dos segmentos menos afetados pela pandemia do


Coronavírus (que paralisou o mundo e impactou a economia de consumo em
2020), não parou de produzir e ainda foi beneficiado pelo aumento da demanda
doméstica e internacional por alimentos.
O resultado foi um crescimento disparado de 9% no PIB do ano passado, e a
projeção para 2021, embora menor, ainda é positiva. Segundo a Confederação
de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), espera-se que o setor mantenha
níveis firmes de produção e exportação durante o ano que se inicia, com PIB
previsto para crescer 3% até dezembro.
De acordo com as projeções da CNA, o Valor Bruto da Produção (VBP)
agropecuária em 2021 deve atingir R$ 941 bilhões, crescimento de 4,2%
quando comparado a 2020. A agricultura deverá ter leve retração de 1,1%, com
faturamento esperado de R$ 575 bilhões, enquanto a pecuária deve apresentar
crescimento de 13% alcançando o faturamento de R$ 365 bilhões. O momento
é de boas expectativas e oportunidades para investimentos e modernização do
campo.
Safra recorde de grãos na agricultura em 2021
Mesmo com ameaça de efeitos climáticos, os produtores de grãos estão
esperando uma safra recorde: a estimativa é de 278,7 milhões de toneladas de
grãos como arroz, milho e soja, um número antes aguardado apenas para o
final da década.
 Para manter a expectativa e atingir os números previstos, os produtores estão
investindo em tecnologias que minimizem os as possibilidades de estragos
causados pelo El Niña, fenômeno que ocorre naturalmente e causa um
resfriamento em grande escala na temperatura da superfície do oceano,
comprometendo o desenvolvimento da agricultura. A previsão é de que o El
Niña dure até o final do primeiro trimestre de 2021.
Salto na agropecuária em cadeias mais sustentáveis
De acordo com as estimativas do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA),
o Brasil encabeça o ranking de países que baterão recordes de produção
pecuária. Juntando suínos e aves, o país tem potencial para chegar ao final da
próxima década produzindo 34,9 milhões de toneladas de carnes, um aumento
de 23,8%.

O diferencial para este ano é o componente adicional da sustentabilidade com


a adoção de práticas cada vez mais ecológicas, que tenham menor impacto
ambiental, como criação em uma menor área de pastos, em sistemas
integrados com outras atividades, como a agricultura e o cultivo de florestas.
Equilíbrio de preços de grãos
 Em meio à pandemia e à disparada do dólar, os valores dos principais
produtos agrícolas atingiram recordes. A partir de 2021, porém, espera-se uma
menor alta nos preços, com um equilíbrio da oferta e da demanda mesmo com
a expectativa de produção maior para grande parte dos alimentos, segundo a
CNA.

Para a confederação, os produtores de soja, milho e algodão que têm mais


mecanismos para travar os custos com vendas antecipadas deverão sofrer
menos com questões relacionadas aos preços dos insumos, que tendem a ser
impactados ainda pelo câmbio.

 O ano de 2020 começou a todo vapor! Janeiro e fevereiro bombaram.


Coronavírus, aquecimento das vendas e alta de quase todos os insumos na
reta final do ano. O ano de 2020 foi de fortes emoções, mas o que será que
podemos esperar da construção civil em 2021?

Pedimos para o Cristiano Schneider, CEO da Thórus, nos contar o que ele
espera para a construção civil em 2021, considerando sua experiência de mais
de 15 anos na construção civil e o que tem acompanhado do movimento de
diversos clientes e parceiros.

Abundância de dinheiro

Um dos grandes responsáveis pelo aquecimento da construção civil esse ano


foi a disponibilidade de recursos para investir. A taxa Selic à 2% e os juros da
renda fixa pagando menos de 5% ao ano fazem com que os investidores
busquem o mercado real para colocar o dinheiro, facilitando a captação de
recursos.

A tendência é de que os juros continuem baixos no próximo ano, e também nos


seguintes, mesmo com a aceleração da inflação. Isso manterá a entrada de
recursos de investidores na construção civil em 2021.

Inflação dos insumos

O aço dobrou, cimento aumento 50%, tijolos 30%. Esse final do ano pressionou
bastante o custo da construção. O aumento de demanda, aumento do dólar, no
meio de várias restrições na cadeia de produção e entrega por causa do Covid
19, fizeram os preços subirem bastante.

Em 2021 teremos dois desses fatores com tendência de queda:


Queda do dólar em relação ao real

Temos algumas forças neste sentido. Real foi a moeda que mais se
desvalorizou em 2020 e devemos ter uma correção natural. A vitória do Biden
promete imprimir ainda mais dinheiro, aumentando a base econômica do FED,
diminuindo a força do dólar no mundo

Ainda temos uma tendência de estabilidade política no Brasil no primeiro


semestre do 2021, principalmente por não ser um período eleitoral.

Quebra na cadeia de produção

Praticamente todos os fornecedores da construção civil já voltaram a


capacidade de produção e entrega de antes da crise. Ainda com alguns
movimentos de importação de insumos pelas construtoras devem equilibrar em
parte a oferta dos recursos.

Porém temos uma grande força que manterá os preços altos, o aumento da
demanda por recursos.

O número de obras em 2021 deve aumentar consideravelmente, a maior parte


das construtoras têm metas muito agressivas para 2021.

As obras de infraestrutura planejadas para 2020 ficaram para 2021. A Lei de


2016, que permite investimentos públicos privados em obras de infraestrutura,
deve fazer grande efeito em 2021. Isso, somado ao apetite de investidores
externos pelos países emergentes, deve trazer grandes recursos para o Brasil
e aumentar ainda mais a demanda por aço e cimento.
Ainda temos o aumento de demanda de comodities de países como a China,
aumentando o preço do minério de ferro, que provavelmente será repassado
para o aço.

Consumidor final

Acredito que esse seja o grande desafio da construção civil em 2021. Os juros
nos menores patamares da história facilitam a aquisição de imóveis pelas
pessoas, o que deve manter as vendas em patamares altos em 2021. Porém, o
desemprego em alta e os setores de serviço e varejo que espalham o dinheiro
pela economia em baixa, são pressões que fazem com o número de pessoas
que possam comprar um imóvel não cresça

Se isso não for resolvido, será um fator que dificultará o crescimento das
vendas de imóveis nos próximos anos.

O crescimento do varejo e serviços deve retornar forte após a vacinação, que


tudo indica que deve ser resolvida em boa parte da população no primeiro
semestre.

Resumindo, devemos ter um cenário positivo em 2021 para captação de


recursos e vendas, com o desafio da inflação dos insumos, principalmente
concreto e aço, o que pode dificultar para as construtoras de produtos que tem
teto de valor venda para se encaixar nos programas do governo de
financiamento.

Outro ponto que as construtoras já vêm enfrentando é a inflação na compra


dos terrenos, que deve se manter alta, com players de outros setores vindo
investir no mercado imobiliário.

Aumento no preço de insumos para construção civil preocupa o setor

Publicado em 22/02/2021 - 15:06 Por Pedro Peduzzi - Repórter da


Agência Brasil - Brasília

O interesse do brasileiro pela compra de imóveis continua alto, em parte pelo


fato de a pandemia ter influenciado as pessoas a buscarem melhor qualidade
de vida por meio da aquisição desse tipo de bem. No entanto, os Indicadores
Imobiliários Nacionais do quarto trimestre de 2020 mostram que o aumento dos
preços do material de construção e as ameaças de desabastecimento podem
prejudicar o setor, em especial os empreendimentos dos imóveis ligados ao
programa Casa Verde e Amarela voltados para famílias com renda mensal
entre R$ 2.500 e R$ 4.500.

Os indicadores foram divulgados nesta segunda-feira (22) pela Câmara


Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Segundo a CBIC, a faixa com renda mensal de R$ 2.500 a R$ 4.500 é a que


corre mais risco por ser a que representa menor margem de lucro para as
empresas contratadas. De acordo com a entidade, isso pode diminuir o “apetite
das empresas” pela fatia de mercado voltada ao programa de habitação do
governo federal.

A sondagem da CBIC, que ouviu 1.200 consumidores, aponta aumento de


9,8% na compra de imóveis novos (apartamentos) e queda de 17,8% no
número de lançamentos em 2020 na comparação com o ano anterior. No país,
as vendas tiveram aumento de 3,9% no quarto trimestre de 2020, na
comparação com o trimestre anterior. Na comparação entre o quarto trimestre
de 2020 e o mesmo período de 2019, as vendas subiram 6,7%.

A CBIC ressalta que o principal problema enfrentado por empresários do setor


no quarto trimestre de 2020 foi a falta ou o alto custo de matéria-prima, com
50,8% das assinalações. “O aumento no preço de insumos gera insegurança,
em especial para as vendas já contatadas”, afirmou hoje o presidente da CBIC,
José Carlos Martins, em entrevista coletiva online.

Martins disse que “estaria tudo tranquilo”, não fosse o aumento no preço de
insumos associado à falta de abastecimento de muitos dos materiais, algo que
considera “extremamente preocupante”. “As obras contratadas em 2020
usavam previsões que tinham por base outros valores. Dessa forma, aquilo que
seria um resultado [positivo] da empresa torna-se prejuízo. Isso dá medo às
empresas na hora de fazer levantamentos, principalmente no caso do
Programa Casa Verde Amarela, que é o antigo Minha Casa Minha Vida”,
acrescentou, ao afirmar que a situação pode colocar o setor em risco.

Citando dados da Fundação Getulio Vargas, Martins informou que os preços do


material de construção subiram 19,60% no ano passado. D acordo com a
entidade, alguns insumos tiveram aumentos acima de 50% no mesmo período.
Segundo a CBIC, trata-se da “maior alta” registrada em todo o período pós
Plano Real”. Entre os insumos que mais têm pressionado as empresas, a CBIC
destaca aço, cimento, PVC, cabeamentos de cobre e blocos de cerâmica.

“O impacto já foi sentido em números do programa Casa Verde e Amarela,


segmento mais afetado pelos aumentos, em função de suas margens, que são
menores, e por possuir teto para contratação. A representatividade do
programa sobre o total de lançamentos no quarto trimestre de 2020 foi de
47,1%. Sobre o total de vendas, a participação foi de 48,6%. No terceiro
trimestre de 2020, a representatividade foi de 54,7% e 53,0%,
respectivamente”, complementa a CBIC.

A CBIC acrescenta que, apesar de os financiamentos imobiliários terem


atingido recorde histórico em 2020 (R$ 177 bilhões), com recursos da
poupança crescendo 58%, os financiamentos pelo Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS) caíram 5% no mesmo período. “Nossa preocupação
é que seguidamente há saques no FGTS. E isso acabará prejudicando as
famílias que querem ter acesso à sua moradia”, argumentou Martins.

Diante de tal quadro, a CBIC diz que pretende “sensibilizar governo e


Congresso” para buscar, de forma conjunta, alternativas. “Queremos mostrar o
risco que isso pode trazer para a economia e o impacto que pode causar em
outros setores.

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