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CURSOS ON-LINE – AFO – CURSO REGULAR

PROFESSOR DEUSVALDO CARVALHO

AULA 04: CRÉDITOS ADICIONAIS

Caros colegas concursandos!


Espero que todos estejam conseguindo um bom aproveitamento em
nossas aulas e que tenham paz e tranqüilidade para enfrentar essa
jornada de estudos.

Uma dica! Aproveite a oportunidade de não existir nenhum edital de


concurso para estudar com calma e aprender o conteúdo Administração
Financeira e Orçamentária.

O motivo de não ter edital prestes a sair ou já publicado ajuda bastante,


posto que você poderá estudar sem ansiedade e tirar proveito dessa
situação.

Não se esqueça! Curso regular é para quem quer “andar na frente” dos
outros candidatos. Portanto, aproveite para aprender as matérias como
se estivesse trabalhando, ocupando o cargo desejado.

Os assuntos que estamos abordando são os mais exigidos em concursos


para o TCU, CGU, STN, MPOG, Tribunais (TRT, TRE, TRF, MPU) Tribunais
de Contas Estaduais etc. Portanto, se você pretende ocupar um cargo
nesses órgãos e está estudando, realizando este curso, será um forte
candidato à conquista de uma vaga.
Lembre-se de que o edital do concurso é apenas um prêmio para quem
já está estudando com antecedência.

Geralmente o candidato aprovado num grande concurso é aquele que


conhece o conteúdo a ponto de discutir detalhes e ainda ensinar.

O conteúdo a ser abordado nesta aula é importante, posto que é um dos


tópicos de AFO mais exigidos em concursos na área de finanças
públicas.

Vamos à nossa aula de hoje!

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Boa aula!

1. INTRODUÇÃO:

Durante a execução do orçamento (LOA), ao longo do exercício


financeiro podem ocorrer diversos fatores que refletem direta ou
indiretamente na arrecadação das receitas ou na execução das despesas
públicas.

Entre outras, podemos citar algumas distorções orçamentárias que


podem ser constatadas e que podem comprometer a execução
orçamentária:
◊ Planejamento mal formulado;
◊ Variação de preço dos bens e serviços;
◊ Fatos imprevisíveis e urgentes, tais como, calamidade pública,
comoção interna, guerra, etc.;
◊ Ineficiência na administração tributária (arrecadação de receitas e
recuperação de créditos);
◊ Inflação desordenada ou estagnação econômica;
◊ Subestimação ou superestimação das receitas;
◊ Não inclusão de programas de trabalho ou de algumas despesas na
LOA.

Para corrigir ou ajustar as distorções orçamentárias existem alguns


mecanismos ou procedimentos legais que podem ser colocadas em
prática.

Em virtude das distorções orçamentárias, a LOA pode ser alterada


durante a execução do orçamento (exercício financeiro). Devemos
entender que a Lei Orçamentária não é uma peça “imexível! (plagiando
o ex-ministro Magri).

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O orçamento público é um processo contínuo, dinâmico e pode ser


alterado, dentro de certos limites ou parâmetros previstos legalmente,
objetivando evitar que o orçamento aprovado pelo Congresso Nacional
seja completamente desconfigurado.

Assim sendo, para corrigir ou ajustar as distorções orçamentárias a LOA


pode ser modificada ou alterada ao longo do exercício financeiro.

As alterações ou modificações do orçamento são possíveis através da


abertura de créditos adicionais e das reestimativas das receitas.

Atenção! As alterações ou modificações do orçamento só podem ocorrer


mediante autorização do Congresso Nacional. As autorizações podem
ser na própria lei orçamentária ou através de lei especial.

Exemplo de autorização na LOA: Quando o Legislativo aprova a lei


orçamentária e insere artigo que autoriza o Poder executivo a abrir
créditos adicionais suplementares até determinado valor. Essa
autorização é denominada de genérica.
Exemplo de autorização em lei especial: Quando, durante o
exercício financeiro, o Executivo solicita ao Legislativo, mediante projeto
de lei ou Medida Provisória, a abertura de créditos adicionais. Essa é a
denominada autorização específica.

Medida Provisória é somente para a abertura de créditos


extraordinários. Em caso de despesas urgentes e imprevisíveis, a CF
permite que o Chefe do Poder Executivo possa realizar despesas, de
imediato, até que o Legislativo aprove a MP.

A autorização na própria LOA para a abertura de créditos adicionais


suplementares é para que o Executivo tenha mais agilidade na execução
do orçamento.

Exemplo: Suponhamos que exista um programa de trabalho na LOA


que prevê a construção de um centro de pesquisa de uma universidade
federal no valor de $ 10 milhões. Ao realizar a construção, a obra ficou
quase acabada e foi gasto todo o valor fixado ($ 10 milhões). Verificou-

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se que para concluir a obra precisaria de mais $ 500 mil. Diante dessa
situação o governo realizou a abertura de um crédito adicional
suplementar com esse valor ($ 500 mil). Esse crédito suplementar já
estava genericamente autorizado na lei orçamentária.

Assim sendo, em situações como essa, o executivo possui mais


agilidade na execução orçamentária. Se assim não fosse, a obra iria
ficar parada esperando os trâmites legais para que o Executivo
conseguisse autorização do Legislativo, através de lei especial para a
suplementação dos $ 500 mil.

Porém, a utilização “desenfreada” da técnica (abertura de créditos


adicionais) pode desconfigurar o orçamento e com isso fugir ao controle
do Legislativo.

Entendemos que a utilização imoderada dos créditos adicionais pode


ocasionar diversos sub-orçamentos dentro da LOA e ao término do
exercício financeiro verificar que foi executado um orçamento
completamente diferente do aprovado pelo Poder Legislativo.

2. Espécies de créditos adicionais

O que são créditos adicionais?

Atenção! Às vezes é cobrado em concurso apenas o conceito de créditos


adicionais, tentando confundir o candidato com as suas espécies.

O art. 40 da Lei 4.320/64 conceitua créditos adicionais da seguinte


forma:

“Art.40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não


computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento”.

Portanto, os créditos adicionais são autorizações para a realização de


despesa que não foram incluídas na LOA ou que foram incluídas, porém,
de forma insuficiente.

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Importante! Não confundir o conceito do gênero (créditos adicionais)


com quaisquer uns de suas espécies (suplementares, especiais e
extraordinários).

Doutrinariamente podemos considerar que os créditos adicionais são


instrumentos de ajustes orçamentários, que visam a correção de falhas
da Lei Orçamentária.

Recentemente vivemos esse momento! A operação “tapa buracos”


(despesas para manutenção da malha rodoviária) foi utilizada pelo atual
Governo Federal como um exemplo de situação imprevisível e urgente.
A imprevisibilidade foi justificada pelo fato de ter iniciado o exercício
financeiro de 2006 e a LOA ainda não havia sido aprovada. Neste ano de
2006 a LOA foi publicada somente em 16 de maio.
Esse Parlamento brasileiro! Não merecemos! (rs...).

A urgência foi justificada pelas condições quase intrafegáveis de muitas


rodovias federais e estaduais. Como não somos tão bobos assim,
sabemos também que essa operação teve cunho eleitoreiro.

Sabe-se que o governo federal já havia transferido, em anos anteriores,


muitos recursos a alguns estados para manutenção de rodovias
estaduais ou federais. Sabe o que aconteceu? O dinheiro sumiu e
ninguém viu!

Quem acompanhou as notícias pode perceber que as rodovias ficaram


em péssimo estado de conservação por falta ou inadequado
planejamento de manutenção. Assim sendo, o governo realiza despesas
à medida que vão surgindo ou que causam repercussão nacional,
principalmente através da mídia.

Diante de situações como essa o governo realiza a abertura de créditos


adicionais para realizar gastos, muitos deles nem mesmo estavam
previstos na LOA.

Continuando o foco de nosso estudo...


Os créditos adicionais são classificados em três tipos:

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√ Suplementares;
√ Especiais;
√ Extraordinários.

Portanto, poderíamos dizer que crédito adicional é o gênero e as


espécies são os suplementares, especiais e extraordinários, conforme
demonstrado abaixo:

Gênero

Créditos adicionais

Espécies

Suplementares Especiais Extraordinários

Conceito de crédito: Em linguagem técnica de orçamento o termo


“crédito” significa uma autorização para realizar gastos ou despesas
públicas e não se confunde com recursos financeiros.

O crédito, quando disponível no Sistema Integrado de Administração


Financeira para uma unidade orçamentária qualquer, significa que os
procedimentos para a realização das despesas já podem ser iniciados.

No Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal –


SIAFI, dentre os diversos documentos existentes, há um documento
denominado Nota de Crédito – NC, destinado à transferência de crédito
para as Unidades Orçamentárias e um outro denominado de Ordem
Bancária – OB, cuja finalidade é transferir recursos entre as unidades
integrantes do sistema.

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Portanto, quando uma unidade orçamentária recebe uma nota de crédito


no SIAFI, a partir daí iniciam-se os procedimentos para realização das
despesas, ou seja, se não for o caso de dispensa ou inexigibilidade de
licitação, instaura-se o procedimento licitatório.
Concluído o procedimento licitatório, os próximos passos são empenhar
e liquidar as despesas. A partir da liquidação, a despesa entra em
compasso de espera, aguardando a ordem bancária (recurso financeiro)
para que seja realizado o pagamento ao credor.

Após essas poucas considerações acerca dos créditos adicionais


passaremos a bordar cada uma de suas espécies.

2.1. Primeira espécie de crédito adicional:

Créditos adicionais suplementares: São os créditos destinados a


reforço de dotação orçamentária (art. 41, I, da Lei nº 4.320/64).
Esses créditos possuem relação direta com o orçamento, já que
suplementam dotações existentes na lei orçamentária anual.

Nunca é demais lembrar! Conforme visto em aulas anteriores, o Poder


Legislativo pode autorizar a abertura de crédito adicional suplementar
na própria LOA, até determinado valor.

Exemplo: na LOA para 2006, Lei nº 11.306, de 16 de maio de 2006, os


artigos 4º e 5º estabelecem as formas, procedimentos e percentuais
para o Chefe do Poder Executivo realizar abertura de créditos adicionais
suplementares. Os percentuais variam de acordo com o tipo de gasto.

Essa autorização está prevista na Constituição Federal/88 e constitui


exceção ao princípio da exclusividade, onde, “em tese”, a LOA não pode
tratar de dispositivos estranhos à previsão de receita e à fixação de
despesa (art. 165, § 8º, da CF).

Portanto, a abertura de crédito adicional suplementar somente poderá


ser realizada quando a despesa estava fixada na lei orçamentária,
porém, a receita não foi suficiente para cobrir o total do gasto.

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Exemplo:
Em um programa de trabalho (construção de uma sala de aula) de uma
unidade orçamentária “X” do Poder Executivo foram fixados os seguintes
gastos:
Material de construção 10.000,00
Material elétrico 5.000,00
Material hidráulico 4.000,00
Janelas e persianas 3.000,00
Ar-condicionado 10.000,00
Kit audiovisual 30.000,00
Total 62.000,00

Durante o exercício financeiro, ao executar o projeto (obra) verificou-se


que o valor de $ 62.000,00 foi insuficiente e havia necessidade de mais
$ 3.000,00. Assim sendo, para concluir a obra o gestor solicitou ao
Poder Executivo um crédito suplementar de $ 3.000,00.

É importante observar que, caso não existisse a possibilidade do


Legislativo autorizar a abertura de crédito suplementar na própria LAO,
numa situação semelhante à apresentada, o Poder Executivo teria que
pedir autorização ao Legislativo, através de projeto de lei para
suplementar os $ 3.000,00 da obra. Veja que seria muita “burocracia”.

Pode-se observar que a técnica de autorização para abertura de crédito


suplementar na lei orçamentária torna bem mais ágil e dinâmica a
gestão dos recursos públicos.

Como o próprio nome indica, créditos suplementares suplementam


(acrescentam) recursos aos programas de trabalho (despesas) previstos
na LOA que ficaram quase concluídos.

O que ocorre quando o Executivo esgota o limite dos créditos


suplementares previstos na LOA?

Depois de esgotados os créditos suplementares autorizados na LOA, aí


sim, toda vez que for necessário suplementar uma obra ou serviço o

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Executivo terá que pedir autorização ao Legislativo através de projeto


de lei, posto que é este Poder que tem competência para dispor sobre
orçamento, ou seja, autorizar despesas.

O crédito suplementar é autorizado por lei e aberto por decreto do Poder


Executivo. A sua abertura depende da existência de recursos disponíveis
para ocorrer à despesa e será precedida de exposição fundamentada ou
justificada.

Portanto, existem duas formas ou possibilidades do Executivo abrir


créditos suplementares:

◊ através de autorização na própria LOA – autorização genérica;


◊ através de lei especial – autorização específica.

Importante!
Cada projeto de lei de crédito adicional deverá restringir-se a uma única
espécie de crédito adicional.

Por exemplo:
O Governo Federal não pode enviar um projeto de lei solicitando
autorização para abertura de $ 15 milhões de créditos adicionais, sendo
$ 10 milhões de créditos suplementares e $ 5 milhões de créditos
especiais. Deverá encaminhar um projeto de lei para cada espécie de
crédito adicional.

Os créditos adicionais aprovados pelo Congresso Nacional serão


considerados automaticamente abertos com a sanção e publicação da
respectiva lei (art. 65, § 8º, do Projeto de Lei – LDO 2006).

Portanto, conforme a LDO, os créditos adicionais aprovados pelo


Congresso Nacional serão considerados automaticamente abertos com a
sanção e publicação da respectiva lei especial.

O art. 73 da LDO/06 repete as normas da LDO/05, estabelecendo que a


reabertura dos créditos especiais e extraordinários, conforme disposto
no art. 167, § 2o, da Constituição será efetivada, quando necessária,

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mediante decreto do Presidente da República, até trinta dias após a


publicação da Lei Orçamentária.

Atenção! Mais um princípio orçamentário inserido no Projeto de Lei da


LDO/06. A ESAF e o CESPE gostam de novidades!

Princípio da impessoalidade orçamentária: Esse princípio estabelece que


a execução da Lei Orçamentária e de seus créditos adicionais obedecerá
ao princípio constitucional da impessoalidade na Administração Pública,
não podendo ser utilizada para influir na apreciação de proposições
legislativas em tramitação no Congresso Nacional (art. 81).

Ficou constatado em diversas Comissões Parlamentares de Inquérito


que era muito comum a liberação de recursos, inclusive através de
créditos adicionais, para as emendas parlamentares com o intuito de
influir nos anseios do Executivo e, em conseqüência, conseguir
aprovação de polêmicos projetos de lei.

Para coibir essa prática está sendo inserido artigo na LDO vedando a
execução orçamentária direcionada, ou seja, para beneficiar aliados ou
para influir nas proposições legislativas.

Resumindo, atualmente a abertura dos créditos adicionais ocorrerá da


seguinte forma:
Créditos adicionais suplementares Serão abertos por decreto do
autorizados na própria LOA. executivo.
Reabertura de créditos especiais ou Serão reabertos, no ano seguinte,
extraordinários (somente para os por decreto do executivo em até 30
abertos nos últimos 4 meses do dias após a publicação da Lei
exercício financeiro e que ainda Orçamentária.
existem saldos)
Abertura de créditos suplementares Serão abertos automaticamente
(após esgotados os limites da LOA) com a sanção e publicação da
ou especiais respectiva lei especial.

Repetindo uma questão da aula 03 que foi cobrada no concurso do


TCU/2004:

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Considere a seguinte situação hipotética. Um prefeito municipal


encaminhou projeto de lei orçamentária à Câmara Municipal. No projeto,
consta dispositivo que autoriza o Poder Executivo a abrir créditos
adicionais até o correspondente a 20% da despesa total autorizada.
Nessa situação, a solicitação do prefeito municipal tem amparo legal,
podendo a Câmara Municipal, entretanto, autorizar outro percentual ou
mesmo rejeitar o dispositivo.

Comentários:
Dentre os créditos adicionais (suplementares, especiais e
extraordinários), a CF permite que o Poder Legislativo autorize somente
a abertura de créditos suplementares (art. 165, § 8º).
Assim sendo, a questão está incorreta.

Importante! O crédito adicional suplementar tem sempre vigência


dentro do exercício financeiro, portanto, não pode passar saldo para o
ano subseqüente.

Características dos créditos suplementares:


◊ A despesa deverá estar prevista no orçamento, porém, o crédito não
foi suficiente;
◊ A abertura do crédito depende de indicação prévia da fonte de
recursos para suportar a despesa;
◊ Os previstos na LOA são abertos por Decreto do Executivo, após
esgotados, serão automaticamente abertos com a sanção e publicação
da lei especial;
◊ Não podem ser reabertos no exercício financeiro seguinte. Sua
vigência está adstrita ao ano de sua abertura;
◊ Para os Estados, Distrito Federal e Municípios, os procedimentos para
realização são os mesmo da União.

2.2. Segunda espécie de crédito adicional:

Créditos adicionais especiais: são destinados a atender despesas


para as quais não haja dotação ou categoria de programação
orçamentária específica na LOA (art. 41, inciso II, da Lei nº 4.320/64).

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Visam a atender despesas novas, não previstas na lei orçamentária


anual, mas que surgiram durante a execução do orçamento. Essa
situação ocorre em função de erros de planejamento (não inclusão da
despesa na LOA) ou de novas despesas surgidas durante a execução
orçamentária.

Portanto, o crédito especial cria novo item de despesa e se destina a


atender um objetivo não previsto quando da elaboração da proposta
orçamentária.
Exemplo: Uma ponte foi destruída na BR 153 em virtude das chuvas
torrenciais. Para a construção de uma nova ponte o governo deverá
abrir crédito especial, haja vista que esta despesa não estava prevista
na LOA.

A abertura de crédito especial não pode ser autorizada na LOA, mas


sim, em lei especial. O crédito especial é autorizado por lei e aberto
automaticamente com a sanção e publicação da lei especial.

Em princípio, os créditos especiais terão vigência dentro do exercício


financeiro em que foram abertos, salvo se o ato de autorização for
promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que,
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento
do exercício financeiro subseqüente (art. 167, § 3º, da CF).

Importante! Se a lei de autorização do crédito especial for promulgada


nos últimos quatro meses do exercício financeiro e ainda existir saldo
não utilizado, em 31 de dezembro, este valor será reaberto no exercício
subseqüente e incorporado ao orçamento.
Atenção! Essa reabertura gera um saldo financeiro e, em conseqüência,
aumenta o superávit ou diminui o déficit financeiro. Portanto, essa
receita incorporada ao orçamento subseqüente é extra-orçamentária.

Exemplo 1: Suponha-se que o governo solicitou abertura de um crédito


especial de $ 2 milhões para a construção de um centro de controle de
zoonozes não previsto na LOA. A lei de autorização foi sancionada e
publicada em 20 de setembro de 2005. Os procedimentos de gastos
foram realizados e em 31 de dezembro deste mesmo ano ainda não
havia sido totalmente construída a obra e restava um saldo de $ 500
mil.

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Supondo que houve superávit financeiro no exercício de 2005, esse


saldo de $ 500 mil fez aumentar as disponibilidades financeiras em
31/12. Assim sendo, em 2006, até 30 dias após a publicação da LOA, o
governo irá reabrir o saldo remanescente (não utilizado em 2005) de $
500 mil. O valor supracitado é uma receita extra-orçamentária, haja
vista que no exercício anterior “entrou” como receita orçamentária.

Exemplo 2: Em 30 de novembro de 2004 foi promulgada uma lei


especial autorizando a Presidência da República a abrir um crédito
especial no valor de $ 250.000.000. Em 31 de dezembro de 2004 ainda
restava um saldo de $ 50.000.000
No ano de 2004, em 30/12 foi apurado um superávit financeiro de $
850.000.000 sem o cômputo dos $ 50.000.000. Em 31/12, em função
do saldo do crédito especial não utilizado, o superávit financeiro apurado
foi de $ 900.000.000.
O valor de $ 50.000.000 poderá ser reaberto em até 30 dias após a
publicação da LOA, ou seja, em 2005.

Atenção! A reabertura dos créditos especiais não é obrigatória, exceto


quando a obra pela qual surgiu a despesa não foi concluída.
Caso não tenha sido concluída a obra, a reabertura do crédito especial é
obrigatória e a despesa deverá ser empregada no mesmo projeto de
gasto.

O crédito especial aberto no exercício financeiro altera a despesa


prevista na LOA porque é uma dotação que não estava prevista no
orçamento.

Características dos créditos especiais:


◊ A despesa não está prevista no orçamento;
◊ A abertura do crédito depende da indicação prévia da fonte de
recursos para a realização da despesa;
◊ São abertos automaticamente com a sanção e publicação da lei de
autorização;
◊ Os saldos remanescentes dos créditos abertos nos últimos 4 meses do
exercício financeiro deverão ser reabertos por Decreto do Executivo,
caso a obra não tenha sido concluída, em até 30 dias após a publicação
da lei orçamentária;

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◊ Os saldos remanescentes dos créditos abertos nos últimos 4 meses do


exercício financeiro poderão ser reabertos por Decreto do Executivo,
caso a obra tenha sido concluída, em até 30 dias após a publicação da
lei orçamentária.

2.3. Terceira espécie de crédito adicional:

Créditos adicionais extraordinários: desatinam-se a atender


somente despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de
guerra, comoção interna ou calamidade pública (art. 167, § 3º da CF e
art. 41, inciso III, da Lei nº 4.320/64).

Atenção! O termo “como as decorrentes de guerra, comoção interna ou


calamidade pública” significa que esses fatos imprevisíveis são apenas
exemplificativos, ou seja, admite-se outros fatos não previstos na CF.

Importante! Os créditos extraordinários, como o próprio nome indica,


pela urgência que os motiva não necessitam de autorização legislativa
prévia para a sua abertura.

Os créditos extraordinários são abertos por medida provisória e


submetidos imediatamente ao Poder Legislativo (art. 167, § 3º, c/c art.
62 da CF).

Esse procedimento é inverso aos realizados para a abertura dos créditos


suplementares e especiais. Isto é, no caso de despesas imprevisíveis e
urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou
calamidade pública, o Presidente da República realiza a abertura de
créditos extraordinários por Medida Provisória e enquanto ainda não
apreciada pelo CN, o governo inicia a realização dos gastos necessários.

No caso dos créditos suplementares e especiais, primeiro existe a


autorização do Congresso Nacional, em seguida, o governo realiza a
abertura dos respectivos créditos.

Em princípio, os créditos extraordinários terão vigência dentro do


exercício financeiro em que foram abertos, salvo se o ato de autorização
for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em

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que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao


orçamento do exercício financeiro subseqüente (art. 167, § 2º, da CF).

Portanto:
Créditos suplementares: terão vigência sempre dentro do exercício
financeiro;
Créditos especiais e extraordinários: em princípio, terão vigência
dentro do exercício financeiro, caso o ato de autorização seja publicado
nos últimos 4 meses do exercício financeiro, poderão ser reabertos pelos
seus saldos no exercício subseqüente.

Características dos créditos extraordinários:


◊ Imprevisibilidade do fato, que requer ação urgente do poder público;
◊ A despesa não está prevista no orçamento;
◊ A abertura do crédito independe da indicação prévia da fonte de
recursos para correr a despesa;
◊ Abertos por Medida Provisória na União e nos Estados onde existe
previsão de edição de MP em suas constituições. Nos Municípios e nos
Estados onde não existe previsão de edição de MP, a abertura será por
Decreto do Poder Executivo;
◊ Se o ato de autorização for publicado nos últimos 4 meses do
exercício financeiro, os saldos remanescentes em 31 de dezembro
podem ser reabertos (transferidos) para o exercício seguinte.

Importante! Não há necessidade de que o Governo indique a fonte de


recursos para a abertura dos créditos extraordinários. Essa é uma
faculdade do chefe do Poder Executivo, mas não há vedação para que
ele indique, ou seja, se quiser indicar, pode.

Tenho observado que o Governo Federal indica a fonte de recursos.

Caso o governo não indique a fonte de recursos para a abertura dos


créditos extraordinários, quando for abrir créditos suplementares ou
especiais indicando como fonte de recursos o excesso de arrecadação,
terá que deduzir importância dos créditos extraordinários abertos no
exercício (art. 43, § 4°, da Lei nº 4.320/64).

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Exemplo:
Suponha-se que em setembro e outubro de 2005 a Prefeitura Municipal
de Guarapari realizou abertura de créditos extraordinários totalizando
$10.000,00 e não indicou a fonte de recursos. Em dezembro do mesmo
ano resolveu abrir um crédito especial no valor de $ 40.000,00 e indicou
como fonte de recursos o excesso de arrecadação apurado no valor de $
60.000,00.

Na situação apresentada, qual o valor que essa prefeitura poderá utilizar


para abrir crédito suplementar ou especial?

Cálculo:
Excesso de arrecadação apurado 60.000,00
(-) Valor utilizado na abertura de créditos extraordinários (10.000,00)
= Saldo do excesso de arrecadação 50.000,00
(-) Crédito especial aberto em dezembro (40.000,00)
= Saldo disponível para abertura de crédito
10.000,00
suplementar ou especial

Caiu no concurso do TCU/2004!


Considere a seguinte situação hipotética. Para atender despesas
urgentes, que decorreram de situação de calamidade pública, um
prefeito municipal editou decreto abrindo crédito extraordinário, sem, no
entanto, indicar os recursos compensatórios. Nessa situação, a solução
adotada tem amparo legal, havendo a obrigatoriedade, entretanto, de
que o valor do crédito extraordinário seja compensado quando da
utilização de recursos provenientes de excesso de arrecadação para a
abertura de créditos adicionais.

Comentários:
1. O instrumento normativo para a abertura de créditos extraordinários
que tem sido utilizado pelas prefeituras é o Decreto.
Importante! Apesar de não constar de forma explicita na Constituição
Federal, há entendimento doutrinário de que Estados e Municípios
podem editar medidas provisórias. Existem constituições estaduais com
essa previsão, a exemplo das dos Estados do Tocantins, Santa Catarina,

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Piauí etc. Entretanto, no caso dos municípios, há que existir a previsão


na constituição estadual e na lei orgânica municipal (in Direito
Constitucional, 16ª edição, p. 580).

Porém, Para fins de concurso tem sido considerada correta a afirmação


de que prefeitos e governadores abrem créditos extraordinários por
meio de decreto.
2. Conforme demonstrado no quadro acima, o Prefeito deverá
compensar o valor dos créditos extraordinários abertos, caso tenha
realizado.
3. Acho que essa parte final é do conhecimento de poucos. Um alerta!
Nunca se descuide de dar uma lida nos artigos da Lei nº 4.320/64,
principalmente dos tópicos mais solicitados em concurso (princípios
gerais, orçamento, receita, despesa, balanços públicos, etc).

Portanto, existe a obrigatoriedade de que o valor do crédito


extraordinário seja compensado quando da utilização de recursos
provenientes de excesso de arrecadação para a abertura de créditos
adicionais. Não se esqueça! Essa compensação só existe quando a fonte
de recursos indicada for o excesso de arrecadação.
Pelo exposto, a opção está corretíssima!

Nunca é demais repetir!


Se a lei de autorização do crédito extraordinário for promulgada nos
últimos quatro meses do exercício financeiro, esses créditos poderão ser
reabertos no exercício subseqüente, pelos saldos remanescentes.

Atenção! A reabertura dos créditos extraordinários será efetivada,


quando necessária, mediante decreto do Presidente da República, até
trinta dias após a publicação da lei orçamentária.

É muita informação? Está cansado(a)? A nota de aula está chata? Vai ter
que agüentar se quiser ganhar bem! Ainda estamos no meio da nota de
aula!
Olha os mais de R$ 10.000,00 iniciais! Por favor, vá tomar um copo de
água ou um cafezinho porque o próximo tópico terá que aprender na
“marra”! (rs).

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3. Fontes de recursos para a abertura de créditos adicionais

Importantíssimo! Quais são as fontes de recursos possíveis para a


abertura de créditos adicionais?

A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da


existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será
precedida de exposição justificativa (art. 43, da Lei nº 4.320/64).

A Constituição Federal veda a abertura de crédito suplementar ou


especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos
correspondentes (art. 167, V).

Portanto, a abertura dos créditos suplementares e especiais deverá ser


justificada e indicar as fontes de recursos, conforme estabelecidos na
Constituição Federal, na Lei nº 4.320/64, LOA e na LRF.
Fontes de recursos:
Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício
anterior, encerrado em 31/12 (art. 43, § 1º, inciso I, da Lei nº
4.320/64).
Os provenientes de excesso de arrecadação (art. 43, § 1º, inciso II,
da Lei nº 4.320/64).
Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias
ou de créditos adicionais, autorizados em Lei (art. 43, § 1º, inciso III,
da Lei nº 4.320/64);
O produto de operações de credito autorizadas, em forma que
juridicamente possibilite ao poder executivo realizá-las (art. 43, § 1º,
inciso IV, da Lei nº 4.320/64).
Os resultantes da reserva para contingências, estabelecido na LOA
(art. 5º, inciso III, alínea b, da LRF).
Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do
projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas
correspondentes, desde que haja prévia e específica autorização
legislativa (art. 166, § 8º, da CF).

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Demonstraremos os conceitos e como deverão ser indicadas as fontes


de recursos para a abertura de créditos adicionais.

3.1. Superávit financeiro:

O que é superávit financeiro?

O superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o


passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos
adicionais transferidos e as operações de credito a eles vinculadas.

Exemplo:
BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/2006 – ÓRGÃO X
ATIVO PASSIVO
Ativo financeiro Passivo financeiro
Caixa 3.000 Restos a pagar 5.000
Bancos 10.000 Depósitos 2.000
Aplicações financeiras 7.000 Impostos a recolher 3.000
Ativo Permanente Passivo permanente
Imóveis 10.000 Dívida fundada 15.000
Saldo patrimonial 5.000
Total do ativo 30.000 Total do passivo 30.000

Cálculo do superávit financeiro:


Total do Ativo financeiro 20.000
(-) Total do passivo financeiro (10.000)
= Superávit financeiro em 31/12/2006 10.000

Comentários:
1. O superávit ou déficit financeiro é apurado no Balanço Patrimonial.

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Cuidado nº 1! As bancas de concursos tentam “pegar” os candidatos


desavisados ou “afoitos”, informando que esse superávit ou o déficit é
apurado no balanço financeiro.

2. Esse superávit é considerado uma fonte de recursos para a abertura


créditos suplementares e especiais.
Cuidado nº 2! O superávit considerado como fonte de recursos é o
apurado no balanço patrimonial de encerramento do exercício anterior,
em 31/12.

3. superávit financeiro evidencia a liquidez financeira ou a sobra de


caixa apurada no exercício anterior, geralmente essa sobra é
proveniente das despesas não pagas e que foram inscritas em restos a
pagar ou dos créditos especiais ou extraordinários abertos nos últimos 4
meses do exercício financeiro que não foram totalmente utilizados.

3.2. Excesso de arrecadação:

O que é excesso de arrecadação?

Excesso de arrecadação é o saldo positivo das diferenças acumuladas


mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se,
ainda, a tendência do exercício.

Exemplo:
ORÇAMENTO PARA 2006 – ÓRGÃO X
RECEITA PREVISTA DESPESA FIXADA
Receitas Correntes Despesas correntes
Tributária 3.000 Pessoal e Encargos Sociais 5.000
De serviços 10.000 Serviços de terceiros 2.000
Patrimonial 7.000 Material de consumo 3.000
Receitas de capital Despesas de Capital
Operações de crédito 10.000 Investimentos 15.000
Inversões financeiras 5.000
Total das receitas 30.000 Total das despesas 30.000

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Vamos supor que no exercício financeiro, de janeiro a junho de 2006,


houve apenas abertura de um crédito extraordinário de $ 2.000.

Excesso de arrecadação até junho de 2005:


Receita Receita
Receita prevista
Mês arrecadada em arrecadada em
para 2006
2006 2005
Janeiro 2.500 3.000 2.000
Fevereiro 2.500 3.000 3.000
Março 2.500 3.000 2.500
Abril 2.500 4.000 3.000
Maio 2.500 4.000 2.500
Junho 2.500 3.000 20.000 2.000 15.000
Julho 2.500 1.000
Agosto 2.500 1.000
Setembro 2.500 2.000
Outubro 2.500 3.000
Novembro 2.500 2.000
Dezembro 2.500 3.000 12.000
Total 30.000 27.000

Cálculo do excesso de arrecadação:


Taxa de incremento: Considerando que
1º período de 2006/1º período de 2005 = não houve inflação
no período.
20.000/15.000 = 1,3333, ou seja, 33,33%
12.000 X 33,33% = 4.000, donde 12.000 + 4.000 = 16.000.

Demonstrativo do excesso de arrecadação:


Situação em 2006:
Receitas arrecadadas de 01/01 a 30/06 20.000
(+) Previsão de arrecadação de 01/06 a 31/12 16.000
(-) Crédito extraordinário aberto (2.000)

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(-) Receitas previstas para o ano (30.000)


= Excesso de arrecadação projetado 4.000

Comentários:
1. Com base nos cálculos apresentados o Executivo poderia
fundamentar o pedido de abertura de crédito adicional suplementar ou
especial, justificando e indicando como fonte de recursos o excesso de
arrecadação ocorrido no primeiro semestre e mais a tendência para o
segundo semestre, conforme demonstrado acima.

2. Deve ser descontado do cálculo os créditos extraordinários abertos no


período.

3. Na situação apresentada o governo ainda teria $ 4.000 de saldo para


justificar a abertura de crédito adicional, indicando como fonte de
recursos o excesso de arrecadação.

4. A abertura de crédito adicional com base no excesso de arrecadação


altera o orçamento porque há aumento de receitas.

3.3. Recursos resultantes de anulação parcial ou total de


dotações orçamentárias:

O que significa anulação parcial ou total de dotações orçamentárias?

São fatos meramente permutativos, onde se anulam total ou


parcialmente determinadas dotações orçamentárias e remaneja os
recursos para outra categoria de programação, desde que tais
remanejamentos sejam permitidos na LDO ou que haja autorização
legislativa.

A CF veda a transposição, o remanejamento ou a transferência de


recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão
para outro, sem prévia autorização legislativa. Portanto, só se realiza
remanejamento de recursos quando autorizado pelo Legislativo.

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Exemplo:
ORÇAMENTO PARA 2006 – ÓRGÃO X
RECEITA PREVISTA DESPESA FIXADA
Receitas Correntes Despesas correntes
Tributária 3.000 Pessoal e Encargos Sociais 5.000
De serviços 10.000 Serviços de terceiros 2.000
Patrimonial 7.000 Material de consumo 3.000
Receitas de capital Despesas de Capital
Operações de crédito 10.000 Investimentos 15.000
Inversões financeiras 5.000
Total das receitas 30.000 Total das despesas 30.000

Anulação parcial ou total de dotações orçamentárias:


Dotação inicial da despesa Necessidade real Dotação
de gasto atualizada
Pessoal e Enc. Sociais 5.000 +1.000 6.000
Serviços de terceiros 2.000 -1.000 1.000
Material de consumo 3.000 -1.000 2.000
Investimentos 15.000 +6.000 21.000
Inversões financeiras 5.000 -5.000 0,00
Total 30.000 0,00 30.000

Comentários:
1. Pode-se verificar que a abertura de créditos adicionais através de
anulações parciais ou totais de despesas não há alteração na Lei
Orçamentária.
2. Como demonstrado acima, pode-se verificar que houve um crédito
adicional para realizar mais despesas com investimentos, no total de $
6.000, ou seja, a dotação inicial para investimentos que era de $
15.000, depois do remanejamento a dotação atualizada passou para $
21.000.
3. Para o remanejamento de recursos foi realizada anulação total de
inversões financeiras ($ 5.000) e parcial de e material de consumo ($
1.000) para adicionar aos investimentos. Pode-se verificar que esse fato
não altera a LOA, o total de recursos permanece o mesmo.
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4. Consideramos também a anulação de $ 1.000 de despesa com


serviços de terceiros e aberto um crédito adicional suplementar de $
1.000 para Pessoal e Encargos Sociais.
5. Observa-se que todos os créditos adicionais abertos, conforme
demonstrado, são suplementares, tendo em vista que as dotações
orçamentárias constavam na LOA.
6. O valor total do orçamento permaneceu em $ 30.000.

3.4. Operações de crédito autorizadas:

O que são operações de crédito?


O conceito de operação de crédito é bastante amplo e está inserido na
LRF da seguinte forma:

“operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de


mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição
financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da
venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras
operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros”
(art. 29, III).

Geralmente são receitas obtidas através de empréstimos internos ou


externos com prazo para resgate superior a doze meses (longo prazo).
Esses empréstimos compõem a dívida fundada ou consolidada do ente.

A Lei nº 4.320/64 estabelece ainda que são operações de crédito com


possibilidade jurídica de serem realizadas (art. 43, IV).

Exemplo:
ORÇAMENTO PARA 2006 – ÓRGÃO X
RECEITA PREVISTA DESPESA FIXADA
Receitas Correntes Despesas correntes
Tributária 3.000 Pessoal e Enc. Sociais 5.000
De serviços 10.000 Serviços de terceiros 2.000
Patrimonial 7.000 Material de consumo 3.000
Receitas de capital Despesas de Capital

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Operações de crédito 10.000 Investimentos 15.000


Inversões financeiras 5.000
Total das receitas 30.000 Total das despesas 30.000

Vamos supor que na aprovação da LOA foi autorizado o Executivo a


realizar empréstimo (operações de crédito) de $ 10.000 para fins de
suplementar as despesas com pessoal.
Vamos considerar ainda que durante a execução do orçamento o
Executivo foi autorizado pelo CN a realizar mais $ 5.000 de operações
de crédito e que essa foi a única alteração realizada no orçamento
durante o exercício financeiro.

BALANÇO ORÇAMENTÁRIO – 31/12/2006 – ÓRGÃO X


RECEITA PREVISTA DESPESA FIXADA
Receitas Correntes Despesas correntes
Tributária 3.000 Pessoal e Encargos 10.000
Sociais (2)
De serviços 10.000 Serviços de terceiros 2.000
Patrimonial 7.000 Material de consumo 3.000
Receitas de capital Despesas de Capital
Operações de crédito 15.000 Investimentos 15.000
(1)
Inversões financeiras 5.000
Total das receitas 35.000 Total das despesas 35.000

Comentários:
(1). Observando o lado das receitas verifica-se que as receitas de
capital aumentaram em mais $5.000 em função do empréstimo
realizado.

(2). Do lado das despesas, a dotação para Pessoal e Encargos Sociais


aumentou para $ 10.000, ou seja, mais $ 5.000, em função do crédito
adicional suplementar com a fonte de recursos – operações de créditos
autorizdas.

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3. Verifica-se que as receitas previstas e as despesas fixadas


totalizavam $ 30.000. Entretanto, no balanço orçamentário em
31/12/06, a receita e despesa atualizada foi alterado para $ 35.000.
Assim sendo, podemos comprovar que a abertura de crédito adicional
suplementar, através da fonte de recurso operações de crédito, altera o
orçamento.

3.5. Recursos resultantes da reserva para contingências:

A abertura de créditos adicionais utilizando como fonte de recursos a


reserva para contingências tem procedimento igual ao da anulação
parcial ou total de dotações orçamentárias. Portanto, os procedimentos
são os mesmos, fatos meramente permutativos que não alteram o
orçamento, haja vista que a reserva para contingências deve constar na
LOA como uma dotação global.

O que é a reserva para contingências?


A reserva para contingência é uma dotação orçamentária não
especificada e não destinada a órgão, fundo ou despesa. Deverá estar
prevista na LOA e sua forma de utilização e montante serão definidos
com base na receita corrente líquida.

Atenção! A forma de utilização e montante deverá ser estabelecida na


LDO e será destinada ao atendimento de passivos contingentes e outros
riscos e eventos fiscais imprevistos.
Os riscos fiscais são classificados em dois grupos:
◊ Riscos orçamentários;
◊ E os riscos da dívida.
Portanto, os riscos fiscais são divididos em riscos orçamentários e da
dívida.

Os riscos orçamentários referem-se à possibilidade de as receitas


previstas não se realizarem ou a necessidade de execução de despesas
inicialmente não fixadas ou orçadas a menor durante a execução do
Orçamento.

Resumindo:

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Possibilidade de algumas receitas previstas na


LOA não se realizarem;
Riscos orçamentários
Necessidade de execução de despesas não
fixadas na LOA ou orçadas a menor.

Exemplo de riscos orçamentários:


◊ Arrecadação de tributos menor do que o previsto na lei orçamentária
– frustração na arrecadação, devido a fatos ocorridos posterior à
elaboração da LOA ou restituição de determinado tributo não previsto.
◊ Restituição de tributos maior que o prevista nas deduções da receita
orçamentária.
◊ Ocorrência de epidemias, enchentes, abalos sísmicos e outras
situações de calamidade pública que demandem do estado ações
emergenciais.

Os riscos da dívida referem-se a possíveis ocorrências, externas à


administração, caso sejam efetivadas resultarão em aumento do serviço
da dívida pública no ano de referência.
Ocorrem, geralmente, a partir de dois tipos de eventos.
O primeiro deles está relacionado com a gestão da dívida, ou seja,
decorrem de fatos como a variação das taxas de juros e de câmbio em
títulos vincendos.

O segundo tipo são os passivos contingentes que representam dívidas


cuja existência depende de fatores imprevisíveis, tais como resultados
dos julgamentos de processos judiciais.

Resumindo:
◊ Variação relevante das taxas de juros e de câmbio
em títulos vincendos. Cuidado! Não são títulos
vencidos.
Riscos da dívida ◊ Passivos contingentes que representam dívidas
cuja existência depende de fatores imprevisíveis, a
exemplo dos resultados de julgamentos de
processos judiciais.

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Atenção! Importante! Os precatórios judiciais não se enquadram no


conceito de risco fiscal porque se trata de passivos alocados no
orçamento. Os precatórios judiciais são previsíveis e deverão constar na
LOA.

3.6. Recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição


do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas
correspondentes, desde que haja prévia e específica autorização
legislativa:

A situação acima está prevista no § 8º do artigo 166 da constituição


Federal.

Vejamos um exemplo:

Suponha a seguinte situação hipotética:

O Projeto de Lei da LOA foi encaminhado ao CN da seguinte forma:


Receitas previstas 100
Tributária 50
De contribuições 30
Operações de crédito 20
Despesa fixada 100
Pessoal e encargos sociais 50
Obras públicas 20
Inversões financeiras 20
Pagamento de dívidas 10

Vamos supor que o projeto de lei foi alterado, sendo rejeitado o


pagamento de dívidas de $ 10 e aprovado assim:

Assim, a LOA foi aprovada e encaminhada para o Presidente da


República seguinte forma:
Receitas previstas 100
Tributária 50
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De contribuições 30
Operações de crédito 20
Despesa fixada 90
Pessoal e encargos sociais 50
Obras públicas 20
Inversões financeiras 20

Nessa situação, a receita ficou maior, ou seja, existe uma sobra de


recursos de $ 10. Conforme o art. 166, § 8º da CF, esse valor poderá
ser utilizado como fonte de recursos para a abertura de créditos
especiais ou suplementares, com prévia e específica aprovação
legislativa.

Se o governo resolver utilizar essa fonte de recursos para utilização em


obras públicas e supondo que não houve nenhuma outra alteração na
LOA, no momento da abertura, o orçamento ficaria assim:

Receitas previstas 100


Tributária 50
De contribuições 30
Operações de crédito 20
Despesa fixada (dotação atualizada) 100
Pessoal e encargos sociais 50
Obras públicas 30
Inversões financeiras 20

Observem que a dotação para obras públicas era de $ 20, com a


abertura do crédito adicional suplementar dos $ 10 que ficaram sem
despesas, essa dotação passou para $ 30.

Atenção! O termo “com prévia e específica aprovação legislativa”


significa que o Executivo deverá obter do legislativo específica
autorização para utilizar essa sobra de recursos, ou seja, na autorização
deverá ser especificado onde o governo deverá realizar o gasto.

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Essa fonte de recursos altera o orçamento?


O assunto é polêmico! Entretanto entendo que não há alteração da LOA,
mas apenas recomposição da situação anterior (projeto de lei).

Pode-se verificar que com a alteração da LOA no CN, o orçamento ficou


desequilibrado. Também, o governo não está obrigado a utilizar essa
fonte de recurso.

Entendo que para fins de concurso dificilmente será cobrado um


questionamento não pacífico na doutrina.

Faça seu julgamento!

Recordando!
A abertura de crédito adicional através das fontes de recursos abaixo
enumeradas não altera o orçamento, haja vista que são fatos
permutativos, ou seja, retira recurso de uma fonte e acrescenta em
outra.

Fontes de recursos que não alteram o orçamento:


Anulação parcial ou total de dotações orçamentárias;
Os resultantes da reserva para contingências;
Recursos que em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto
de lei orçamentária anual ficarem sem despesas correspondentes.

4. Classificação da despesa na abertura de crédito adicional:

O ato normativo que abrir crédito adicional indicará a importância, a


espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível.

O art. 6º da Portaria STN nº 163/01 determina que na lei orçamentária,


a discriminação da despesa, quanto à sua natureza, far-se-á, no
mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e
modalidade de aplicação.

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O quadro seguinte sintetiza as principais características das três


espécies de crédito adicional:

Características dos créditos adicionais:


Espécie de
crédito Suplementar Especial Extraordinário

Reforço de dotação Atender à categoria Atender a despesas


orçamentária existente de programação não imprevisíveis e
Finalidade
na LOA. contemplada na urgentes.
LOA.

Prévia, podendo ser Prévia, em lei Sem necessidade


Autorização incluída na própria LOA especial. prévia.
ou em lei especial.

Decreto do PE, para as Automaticamente Por meio de Medida


autorizações na LOA, após a sanção e Provisória (União)
até o limite publicação da ou Decreto (Estados
Forma de
estabelecido em lei. autorização e Municípios).
Abertura
Legislativa, até o
limite estabelecido
em lei.

Independe de
Indicação
Recursos Indicação obrigatória indicação, ou seja, é
obrigatória
facultativa.

Obrigatório, indicado Obrigatório, Obrigatório,


na lei de autorização e indicado na lei de indicado na medida
no decreto de abertura. autorização. provisória (União)
Valor/Limite
ou no Decreto
(Estados e
Municípios).

Sempre no exercício Em princípio, no Em princípio, no


Vigência financeiro em que foi exercício financeiro exercício financeiro
aberto. em que foi aberto. em que foi aberto.

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Quando autorizado Quando autorizado


nos últimos 4 meses nos últimos 4 meses
Prorrogação Não permitida.
do exercício do exercício
financeiro. financeiro.
PE = Poder Executivo. LOA = Lei Orçamentária Anual.

Síntese pertinente aos créditos adicionais:

CLASSIFICAÇÃO:
suplementares

Créditos especiais
adicionais

extraordinários

Créditos suplementares Reforço de


finalidade dotação
Créditos especiais e
extraordinários finalidade
Dotações novas

Fontes de recursos que Fontes de recursos que não


alteram o orçamento alteram o orçamento

Reserva de
Superávit contingência
financeiro Fonte de
recursos
Anulação parcial
Excesso de ou total de
arrecadação despesa
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Recursos que
Operações de ficaram sem
crédito despesas

5. Exercícios e questões de concursos públicos:

1. (CESPE – MJ/Perito Criminal Federal/2004) Os créditos adicionais


distinguem-se dos orçamentários propriamente ditos por alterarem a lei
orçamentária anual. Tanto os créditos suplementares e especiais como
os extraordinários requerem a existência de recursos e a indicação de
sua fonte. Nesse último caso — dos créditos extraordinários —, embora
o presidente da República possa abri-los sem autorização prévia do
Congresso Nacional, sua utilização está condicionada à existência prévia
de recursos especificamente identificados.

2. (CESPE – 2004 – Contador – TERRACAP - adaptada) No exercício de


2003, uma entidade da administração pública recebeu dotação
orçamentária para a execução de um programa de combate a uma
doença que ataca a agricultura cafeeira. A dotação previa dispêndio com
despesas correntes para diversas ações e de capital para a aquisição de
um prédio. Com referência à situação hipotética acima descrita, julgue
os itens a seguir.
No caso de se verificar, durante a execução do orçamento, que a
dotação foi insuficiente para o combate à doença, deverá ser feito, para
aumentar a dotação inicial, um crédito adicional classificado como
crédito especial.

3. Em relação aos créditos adicionais é correto afirmar:


(A) A abertura de crédito especial independente da existência de
recursos disponíveis para ocorrer a despesa, porém será precedida de
exposição justificada.
(B) Os créditos extraordinários são destinados a despesas para as quais
não haja dotação orçamentária específica, sendo aberto por lei
específica.

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(C) São classificados como suplementares quando destinados a reforço


de dotação orçamentária e especiais quando destinados a atender
despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra e calamidade
pública.
(D) Os créditos extraordinários serão autorizados por lei e abertos por
decreto, destinando-se às despesas urgentes e imprevistas em caso de
guerra e comoção intestina.
(E) Somente os créditos suplementares e especiais dependem da
existência de recursos disponíveis para a ocorrência de despesa pública.

4. (FCC – TRT 2ª Região – Analista Judiciário – Contabilidade – 2006)


Créditos adicionais são autorizações de despesas não-computadas ou
insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária Anual. Créditos
adicionais especiais, extraordinários e suplementares, respectivamente,
são autorizações para:
(A) Despesas não consideradas na Lei Orçamentárias; atender a
despesas imprevisíveis e urgentes; reforço de dotações orçamentárias
que se acrescem aos valores das dotações orçamentárias que se
acrescem aos valores das dotações constantes da Lei Orçamentária.
(B) Atender a despesas imprevisíveis e urgentes; reforço de dotações
orçamentárias que se acrescem aos valores das dotações constantes da
Lei Orçamentária; cobertura de despesas eventuais não consideradas na
Lei Orçamentária.
(C) Cobertura de despesas eventuais não consideradas na Lei
Orçamentária; reforço de dotações orçamentária que se acrescem aos
valores das dotações constantes da Lei Orçamentária; atender a
despesas imprevisíveis e urgentes.
(D) Reforço de dotações orçamentárias que se acrescem aos valores
das dotações constantes da Lei Orçamentária; atender a despesas
imprevisíveis e urgentes; despesas eventuais não consideradas na Lei
Orçamentária.
(E) Reforço de dotações orçamentárias que se acrescem aos valores
das dotações constantes da Lei Orçamentária; cobertura de despesas
eventuais não consideradas na Lei Orçamentária; atender a despesas
imprevisíveis e urgentes.

5. (FCC – TRT 2ª Região – Analista Judiciário – Contabilidade – 2006)


Não são considerados recursos para cobertura e créditos adicionais os
provenientes de:

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(A) Operação de crédito realizada para atender insuficiência de caixa,


possuindo natureza extra-orçamentária.
(B) Anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos
autorizados em lei.
(C) Superávit financeiro do exercício anterior apurado em balanço
patrimonial.
(D) Excesso de arrecadação.
(E) Empréstimos e financiamentos de natureza orçamentária.

6. (FCC – TRT 11ª Região – Analista Judiciário – Contabilidade 2005)


Não é recurso hábil para abertura de créditos adicionais:
(A) A anulação de crédito extraordinário.
(B) Os provenientes do excesso de arrecadação.
(C) Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações
orçamentárias.
(D) O produto de operações de crédito autorizadas em lei.
(E) O superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do
exercício anterior.

7. (ESAF ACE – TCU/2006) De acordo com os tipos de créditos


orçamentários, assinale a única opção falsa.
a) O crédito suplementar é destinado ao reforço de dotação já existente
no orçamento em vigor.
b) O crédito especial destina-se à despesa para o qual não haja previsão
orçamentária específica.
c) O crédito extraordinário é autorizado por lei e aberto por decreto do
Poder Executivo.
d) Os créditos adicionais são autorizações de despesa não computadas
ou insuficientemente dotadas na lei de orçamento.
e) A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da
existência de recursos disponíveis para acorrer à despesa e será
precedida de exposição justificada.

8. (CESPE – 2004 – Contador - Agência de Defesa Agropecuária do


Estado do Pará adaptada) Os créditos suplementares configuram uma

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das modalidades de créditos adicionais, mecanismos de retificação do


orçamento durante sua execução.

9. A reserva para contingência é uma dotação orçamentária não


especificada e não destinada a órgão, fundo ou despesa. Deverá estar
prevista na LOA e sua forma de utilização e montante serão definidos
com base na receita corrente líquida. È uma das fontes de recursos
utilizadas para a abertura de créditos adicionais.

10. Os créditos especiais são abertos automaticamente com a sanção e


publicação da lei de autorização.

11. O superávit financeiro é uma das fontes de recursos para a abertura


de créditos adicionais. O superávit financeiro é apurado no balanço
financeiro de encerramento do exercício anterior, em 31/12.

12. Os créditos especiais possuem relação direta com o orçamento, já


que acrescentam dotações não existentes na lei orçamentária anual.

Resolução:

1. Opção incorreta. Não há necessidade de indicação da fonte de


recursos para a abertura de créditos extraordinários. Pode ser indicada,
fica a critério de cada Governo. No Governo Federal é costume a
indicação. Os créditos adicionais alteram a lei orçamentária, mesmo que
a fonte de recursos seja por anulação ou da reserva para contingências.
O termo alteração da lei orçamentária está sendo utilizado em sentido
amplo, ou seja, toda e quaisquer alteração de elementos de gasto.

2. Opção incorreta. Como já havia dotação orçamentária específica, o


crédito adicional a ser aberto é o suplementar. Seria o caso de crédito
adicional se não houvesse dotação orçamentária para o programa de
trabalho e tivesse ocorrido uma epidemia que atacasse a agricultura
cafeeira. Nessa situação, o Executivo deveria abrir crédito especial.

3. Em relação aos créditos adicionais é correto afirmar:

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(A) Incorreta. A abertura de crédito especial dependente da existência


de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de
exposição justificada.
(B) Incorreta. A primeira parte está correta, porém, a segunda está
errada porque os créditos extraordinários são abertos por Medida
Provisória ou por Decreto do Poder Executivo.
(C) Incorreta. Os créditos suplementares são destinados a reforço de
dotação orçamentária e os especiais são destinados a atender despesas
para as quais não haja dotação específica na leio orçamentária.

(D) Incorreta. Os créditos extraordinários são abertos por Medida


Provisória ou Decreto e são destinados às despesas urgentes e
imprevistas em caso de guerra e comoção intestina.

(E) Correta. Os créditos suplementares e especiais dependem da


existência de recursos disponíveis para a ocorrência de despesa pública.

4. (FCC – TRT 2ª Região – Analista Judiciário – Contabilidade – 2006)


Créditos adicionais são autorizações de despesas não-computadas ou
insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária Anual. Créditos
adicionais especiais, extraordinários e suplementares, respectivamente,
são autorizações para:

(A) Correta. Na parte inicial está o conceito literal do gênero crédito


adicional. Os créditos especiais são abertos para despesas não
consideradas na Lei Orçamentária; os extraordinários, para atender
despesas imprevisíveis e urgentes e os suplementares, são destinados a
reforço de dotações orçamentárias. Portanto, somente essa opção
apresenta a seqüência solicitada no comando da questão.

5. (FCC – TRT 2ª Região – Analista Judiciário – Contabilidade – 2006)


Não são considerados recursos para cobertura e créditos adicionais os
provenientes de:

(A) Correta. Todas as opções apresentam as fontes de recursos que


podem ser utilizadas para a abertura de créditos adicionais
suplementares e especiais. Para os créditos extraordinários não há
necessidade de indicação de fonte de recursos. Operação de crédito
realizada para atender insuficiência de caixa possui natureza extra-

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orçamentária e não é fonte de recursos para a abertura de créditos


adicionais.
Operação de crédito realizada para atender insuficiência de caixa são as
AROs (antecipações de receitas orçamentárias), faz parte da dívida
flutuante e são denominadas de débitos de tesouraria.

Na opção “E” é utilizada a frase “Empréstimos e financiamentos de


natureza orçamentária” é sinônimo de produto de operações de credito
autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo
realizá-las (art. 43, IV, da Lei nº 4.320/64).

Em realidade, o termo foi sintetizado, haja vista que o produto de


operações de credito autorizadas são empréstimos e financiamentos de
natureza orçamentária.

6. (FCC – TRT 11ª Região – Analista Judiciário – Contabilidade 2005)


Não é recurso hábil para abertura de créditos adicionais:

(A) Correta. A anulação de crédito extraordinário não é recurso hábil


para a abertura de créditos adicionais.
Esse fato, “anulação de crédito extraordinário” significa que foi aberto
um crédito extraordinário e posteriormente verificou-se que não havia
necessidade ou que não era o caso. Assim sendo, pode ser anulado o
crédito aberto.

Todas as outras opções apresentam recursos que podem ser utilizados


para a abertura de créditos adicionais suplementares e especiais.

7. (ESAF ACE – TCU/2006) De acordo com os tipos de créditos


orçamentários, assinale a única opção falsa.
O comando da questão pede a opção falsa em relação aos tipos de
créditos orçamentários.
a) Essa opção é verdadeira porque os créditos suplementares são
destinados ao reforço de dotação já existente no orçamento em vigor.
b) Essa opção é verdadeira porque os créditos especiais destinam-se à
despesas para os quais não haja previsão orçamentária específica.

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c) Essa opção é falsa porque os créditos extraordinários são abertos por


Medida Provisória na União e também nos Estados/DF que possuem
esse instrumento normativo previsto em suas constituições. Nos
Municípios são abertos por Decreto.
Após a abertura é que será feita a solicitação ao Poder Legislativo.
d) Essa opção é verdadeira porque os créditos adicionais são
autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas
na lei de orçamento. Quando a despesa for insuficientemente dotada é o
caso de solicitação de crédito adicional suplementar, se for o caso
despesas não computadas, o crédito adicional a ser solicitado é o
especial ou extraordinário.
e) Essa opção é verdadeira porque com exceção dos créditos
extraordinários, a abertura dos créditos (suplementares e especiais)
depende da existência de recursos disponíveis para acorrer à despesa e
será precedida de exposição justificada.

8. Correta. Os créditos suplementares configuram uma das modalidades


ou espécie de créditos adicionais e constituem mecanismos de
retificação ou ajuste do orçamento durante sua execução. Isso ocorre
porque essa espécie de crédito apenas suplementa as dotações
orçamentárias existentes.

9. Correta. A reserva de contingência é uma das fontes de recursos que


pode ser utilizada para a abertura de créditos adicionais e não altera o
valor total do orçamento, haja vista que é um fato permutativo. É uma
dotação orçamentária não especificada e não destinada a órgão, fundo
ou despesa. Deverá estar prevista na LOA e sua forma de utilização e
montante serão definidos com base na receita corrente líquida.

10. Correto. Os créditos especiais são abertos automaticamente com a


sanção e publicação da lei de autorização. Porém, quando abertos nos
últimos 4 meses do exercício financeiro e havendo saldo não utilizado
em 31/12, o valor remanescente poderá ser reaberto, por Decreto, em
até 30 dias após a publicação da LOA.

11. Incorreta. O superávit financeiro é uma das fontes de recursos para


a abertura de créditos adicionais. Porém, ele será apurado no balanço
patrimonial de encerramento do exercício anterior, em 31/12.

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12. Incorreta. Os créditos especiais não possuem relação direta com o


orçamento. Quem possui relação direta com o orçamento são os
créditos suplementares, posto que suplementam dotações existentes na
lei orçamentária anual.

Por enquanto é só!

Espero que tenha conseguido uma excelente assimilação do conteúdo.

Se acertou mais de 80% dos questionamentos é um bom sinal de


aprendizado.

Um forte abraço

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