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AULA 03
GRACIANO ROCHA
Anote aí, que isso é importante: essa é a forma como o setor privado lida
com a receita, seguindo o enfoque patrimonial (considerando-se a receita
como resultado de qualquer variação positiva do patrimônio, sem se dar
atenção ao aspecto financeiro).
Outra definição, também trazida pela STN, é de que receitas públicas são
“todas e quaisquer entradas de fundos nos cofres do Estado,
independentemente de sua origem ou fim”. Nesse caso, utiliza-se o simples
critério de afetação do caixa, sem julgar se a entrada financeira aumenta
efetivamente o patrimônio público. A doutrina utiliza os termos “entrada” e
“ingresso” para se referir a quaisquer recursos que adentram os cofres
públicos.
Para pensar nisso, vamos elaborar uma situação hipotética, para pensar no
dinheiro que efetivamente entra no caixa público.
Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei, serão
classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as
receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda
que não previstas no Orçamento.
Para bem entender isso, considere que o caixa também recebe recursos que
não pertencem ao ente público, de sorte que não podem ser utilizados para
custear despesas orçamentárias. São recursos que deverão, de alguma forma,
ser devolvidos posteriormente – razão pela qual se chamam, tecnicamente, de
entradas compensatórias. O ente público age, nessas ocasiões, apenas
como depositário dos valores.
Por isso, a ARO não constitui recursos orçamentários, mas uma operação
substituta deles; ela representa uma entrada no ativo financeiro
(dinheiro) e no passivo financeiro (recurso a restituir), ou seja,
exatamente o conceito de receita extraorçamentária.
receitas orçamentárias são definidas “por exclusão”: aquelas que não forem
extraorçamentárias são orçamentárias.
Quando o Estado, numa relação jurídica, encontra-se “de igual para igual” com
o particular, estabelece-se, no caso, uma configuração de direito privado.
Assim, o fato de uma das partes ser o Estado não muda muito a história; seria
o mesmo se o substituíssemos por outro particular.
Assim ocorre, por exemplo, quando o ente público presta serviços ao mercado,
auferindo renda com isso – é o caso de uma universidade pública cuja livraria
comercializa livros e periódicos. Ou então quando um órgão público aluga um
imóvel de sua propriedade para outrem.
Por outro lado, quando as rendas são obtidas a partir das atribuições
coercitivas do Estado, que obrigam os particulares, estão caracterizadas as
receitas derivadas. As receitas públicas, nesse âmbito, derivam do esforço
alheio: atividades de particulares.
Vou pedir atenção especial a esse tópico da aula. Os próximos comentários são
fortíssimos candidatos a questões da prova, já que esta classificação da receita
é talvez a mais importante e frequente em concursos.
Essa lei, por tratar de normas gerais de direito financeiro, obriga todos os
entes federados – União, Estados, DF e Municípios – a adotar essa mesma
classificação e sua codificação contábil. Como resultado, torna-se possível
avaliar os efeitos econômicos da participação do setor público nacional
na economia, a partir, por exemplo, da contabilização da arrecadação
tributária de todos os entes, ou da aplicação de recursos de todos os entes em
investimentos públicos.
• categoria econômica;
• origem;
• espécie;
• rubrica;
• alínea;
• subalínea.
Isso impede que, quando a União for fechar seus balanços, contabilize
receitas e despesas que não existiram fora da Conta Única, evitando a
duplicidade de registros.
Mnemônico:
TRICÔ-PAÍS-TRANSOU
A alienação de bem público envolve uma receita não efetiva, já que a entrada
financeira tem seus efeitos compensados pelo registro da saída do bem do
patrimônio. A questão 27 está CERTA.
Receita Tributária
• imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte;
Receita de contribuições
Para não ficarem de fora, vamos falar da quinta espécie tributária existente no
Brasil, os empréstimos compulsórios. Eles também não são classificados
como receita tributária, mas como operações de crédito (receita de capital).
Os empréstimos compulsórios são a única espécie tributária com previsão de
devolução ao contribuinte; isso é o que justifica a denominação
“empréstimos”.
Receita Patrimonial
Transferências Correntes
Operações de Crédito
Alienação de Bens
Amortização de Empréstimos
Transferências de Capital
Pessoal, vocês podem perceber, pela longa listagem, que não dá pra
esperar um “aprendizado exemplar” dessas origens de receitas. O
Vamos falar rapidamente dessa classificação das receitas, que tem uma
aproximação com a classificação econômica.
A Lei 4.320/64 determina que o SOC seja classificado como receita de capital
(art. 11, § 2º), embora não deva constituir item da receita orçamentária
(art. 11, § 3º).
ESTÁGIOS DA RECEITA
Previsão
Conforme o MCASP,
Art. 12, § 1º. Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será
admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.
Lançamento
Assim, para lançar uma receita, conforme o Código Tributário Nacional, deve-
se identificar o fato gerador da obrigação, calcular o montante devido,
identificar o devedor e, se for o caso, propor a penalidade cabível. E esses
passos não são aplicáveis a diversos tipos de receita. Veja-se, por exemplo, o
caso das transferências, ou das operações de crédito: não há “devedor” em
sentido tributário, não há crédito fiscal a se lançar, penalidade aplicável etc.
Arrecadação
Recolhimento
DESTINAÇÃO DA RECEITA
9 Recursos Condicionados
O MCASP afirma também que cada ente da Federação deverá criar sua
tabela de especificações (ou fontes) de recursos, adaptada às necessidades
locais e à legislação aplicável.
DÍVIDA ATIVA
Inicialmente, para tratar desse tema, vamos pensar numa situação ilustrativa:
Entretanto, a dívida ativa também pode ser não tributária: nesse caso, o não
pagamento relaciona-se a obrigações não tributárias (atraso de pagamento de
concessão de uso de bem público, de aluguel de imóvel público, custas
processuais etc.), que não foram cumpridas pelos respectivos devedores.
Vale ressaltar que a dívida ativa abrange valores adicionais, como atualização
monetária e juros. Vou deixar a Lei 4.320/64 responder por mim:
Assim, dizer que a dívida ativa é uma “exceção ao princípio de caixa” não
corresponde muito bem à realidade. Mas, volta e meia, as provas trazem esse
entendimento, e não nos cabe brigar com as bancas.
Para fechar, vamos deixar bem assentado que essa receita orçamentária
proveniente do pagamento da dívida ativa envolve a baixa do direito a
receber – ou seja, temos aí uma receita não efetiva (sem aumento no
patrimônio).
A questão 59 está CERTA. Como o ressarcimento devido pelo gestor não tem
origem tributária, mas de sua responsabilidade como administrador (veja que
ele não era responsável pelo pagamento de taxas, mas por sua cobrança junto
aos contribuintes), a dívida ativa decorrente do não pagamento será
classificada como não tributária.
Bons estudos!
GRACIANO ROCHA
RESUMO DA AULA
10. Via de regra, as receitas correntes são receitas efetivas; elas aumentam o
patrimônio público. Ora são resultado da atividade arrecadatória do
Estado, ora da atividade empresarial/comercial pública.
11. As receitas de capital, também via de regra, são receitas por mutação,
não efetivas, e, por isso, não afetam o patrimônio. Envolvem registros
contábeis que se anulam.
22. A dívida ativa constitui um direito a receber por parte do ente público, e
pode ser classificada como tributária ou não tributária, a depender do tipo
de obrigação que lhe deu origem.
QUESTÕES ADICIONAIS
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C C E E E E C E E E
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C E E E E C E E E E
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E E E C E C C C D C
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
C C E C E C C E C E
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
E E C E C C E E E C
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
C C E C E C E C C C
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
E E E C E E E C E E
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
C E C C E E C E E C
81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
C E E C C C E E C C
91 92 93 94 95 96 97 98 99 100
E E C C C C C E C C
101 102 103 104 105 106 107 108 109 110
B E E C C E C E C E
111 112 113 114 115 116 117 118 119 120
C C E E E E C C C C