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CURSO ONLINE – AFO PARA ANALISTA DO TCDF

PROF. GRACIANO ROCHA

AULA 03

Saudações, caro aluno!

Daremos início ao terceiro encontro de nosso curso. Veremos hoje as vertentes


mais cobradas em concursos sobre “receita pública”.

Além do perfil orçamentário da matéria, em alguns pontos, conhecimentos


relativos a Direito Tributário serão apresentados. Além disso, é pertinente
tratar do tema “dívida ativa”, correlacionado à receita, ao final da aula.

O principal foco das bancas ao tratar de receita pública é a lista de


classificações aplicáveis a ela. Mas também é necessário considerar algumas
novidades sobre o tema, a partir da evolução recente da Contabilidade Pública,
como trataremos logo de início.

Muito bem, vamos começar. Boa aula!

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CONCEITOS DE RECEITA PÚBLICA

Receita – enfoque patrimonial

Comecemos por comentários bem introdutórios.

A palavra “receita”, para leigos, ou mesmo para estudiosos pegos num


momento de distração, pode remeter imediatamente à ideia de “dinheiro”.

No entanto, para a ciência da Contabilidade, o registro de receita significa um


aumento na situação patrimonial de uma entidade, devido a um
incremento do Ativo (grupo contábil composto de bens e direitos) ou a uma
diminuição do Passivo (grupo contábil composto por obrigações). Esse
aumento da situação patrimonial pode, ou não, envolver o recebimento de
dinheiro.

Por exemplo, se uma empresa presta determinado serviço a um consumidor, o


registro contábil da receita decorrente da operação corresponde ao momento
da entrega do serviço, ainda que o consumidor só venha a efetuar o
pagamento tempos depois.

Além dessa “entrada” de receita, ao mesmo tempo, registra-se, no Ativo, um


direito a receber. Com isso, o patrimônio da empresa sofre um aumento,
correspondente ao valor da operação comercial.

Posteriormente, com o consumidor pagando o serviço prestado, o dinheiro


apenas substituirá esse direito a receber. Assim, essa entrada financeira não
leva a um aumento patrimonial.

Outra situação, ainda mais desafiadora para o estereótipo da receita como


dinheiro: na fazenda de uma empresa agropecuária, nascem 100 bezerros
num mês. A empresa fica mais rica com esse fato. Como registrar o
correspondente aumento de riqueza?

Não tenha dúvida: o valor de avaliação comercial dos bezerros será


registrado como receita (aumento do Ativo), embora não tenha havido nem
sombra de movimentação financeira.

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Resumindo, para a Contabilidade, o registro de receita e a entrada de recursos


em caixa podem ser fatos desvinculados. Pode haver receita sem entrada
financeira, ou com o respectivo ingresso de recursos em momento bem
posterior.

Anote aí, que isso é importante: essa é a forma como o setor privado lida
com a receita, seguindo o enfoque patrimonial (considerando-se a receita
como resultado de qualquer variação positiva do patrimônio, sem se dar
atenção ao aspecto financeiro).

ENFOQUE PATRIMONIAL => REGIME DE COMPETÊNCIA

Assim, pensando no enfoque patrimonial, adota-se o regime de


competência, que implica fazer registros contábeis a partir dos fatos
geradores. Em nossos exemplos, os fatos geradores de receita foram a
prestação do serviço e o nascimento dos bezerros.

Só para adiantar um pouco o assunto, o regime de competência se aplica


também à despesa, mas de forma inversa: despesa consiste na diminuição
da situação patrimonial da entidade, contabilizada a partir de seu fato
gerador, com ou sem saída financeira.

Receita – enfoque orçamentário

Agora, vamos a um raciocínio em sentido oposto.

Já ficamos a par de que a receita, no entender da Ciência Contábil, é apurada


sob o enfoque patrimonial e segundo o regime de competência. Isso
representa atenção especial sobre a afetação do patrimônio, no momento do
fato gerador, e não, sobre a movimentação do caixa.

Por outro lado, na Contabilidade Pública, historicamente, adotou-se o


regime de caixa para considerar a realização da receita (ao contrário da
despesa pública, que, como na esfera privada, é contabilizada sob o regime
de competência). A partir desse entendimento, as movimentações
financeiras que aumentam a disponibilidade do caixa público é que levam ao
registro da receita.

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Assim está configurado o enfoque orçamentário, tendo a movimentação de


recursos como requisito para o registro de receita. Portanto, falando-se de
receitas orçamentárias, no setor público, pensaremos normalmente em
ingressos financeiros – entrada de dinheiro (com ou sem aumento
patrimonial).

ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO => REGIME DE CAIXA

Atenção para a novidade!

Ultimamente, tem havido um rearranjo na Contabilidade Pública


brasileira, liderado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), com o fim
de harmonizar os procedimentos contábeis nacionais com as melhores
práticas internacionais.

Essas “melhores práticas internacionais” têm a ver com os


procedimentos da Contabilidade Comercial, ou seja, isso significa que o
regime patrimonial, além do orçamentário, também é considerado
atualmente no registro da receita, na Contabilidade Pública.

Nesse contexto, o fato gerador é tomado como referência para o registro


da receita. Isso demonstra uma aproximação da Contabilidade Pública
com a Contabilidade aplicada ao setor privado.

Nos últimos exercícios, isso ainda se dava de forma facultativa, mas, a


partir de 2013, todos os entes federados (União, Estados e DF, desde
2012) deverão estar ajustados às novas normas.

Assim, concluindo, os entes públicos registrarão receitas sob o regime de


caixa, olhando os ingressos no caixa, como sempre fizeram; mas
efetuarão também registros contábeis de receita sob o regime de
competência, a fim de se controlar continuamente a posição patrimonial
dos órgãos, entidades, fundos etc.

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Veja só o que diz a Portaria Conjunta STN/SOF nº 02/2009:

Art. 7º As variações patrimoniais serão reconhecidas pelo regime de


competência patrimonial, visando garantir o reconhecimento de todos os ativos
e passivos das entidades que integram o setor público, conduzir a contabilidade
do setor público brasileiro aos padrões internacionais e ampliar a
transparência sobre as contas públicas.

Parágrafo único. São mantidos os procedimentos usuais de


reconhecimento e registro da receita e da despesa orçamentárias, de tal forma
que a apropriação patrimonial:

I - não modifique os procedimentos legais estabelecidos para o registro


das receitas e das despesas orçamentárias;

Portanto, temos uma novidade a considerar para os próximos concursos.


Era comum aceitar simplesmente que, para a receita pública, aplicava-se
o regime de caixa, e, para a despesa pública, o de competência. Esse
entendimento tradicional deve ser flexibilizado, como vimos.

Como isso cai na prova?

1. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2012) Dado o princípio da competência, que se


aplica plenamente ao setor público, as receitas e despesas públicas devem
ser contabilmente registradas independentemente de seu pagamento ou
recebimento.

2. (CESPE/ANALISTA/PREVIC/2011) De acordo com o regime em vigor na


contabilidade pública, uma receita deve ser considerada realizada pela
geração natural de novos ativos, independentemente da intervenção de
terceiros.

3. (CESPE/AUDITOR/TCU/2011) O regime contábil da contabilidade pública


no Brasil adota a competência para as receitas e o regime de caixa para
despesas.

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4. (CESPE/CONTADOR/AL-ES/2011) Para o reconhecimento da receita e da


despesa públicas, deve-se utilizar o mesmo procedimento tanto no
enfoque patrimonial como no enfoque orçamentário.

5. (CESPE/ANALISTA/ANP/2013) De acordo com a Lei n.º 4.320/1964,


referente ao regime orçamentário, é correto afirmar que pertence ao
exercício financeiro de 2011 a receita prevista e lançada em 2011, porém
arrecadada e recolhida em 2012.

A questão 1 é uma das recentes que adotam o novo posicionamento da STN.


Além do regime de caixa, também são feitos registros contábeis sob o regime
de competência quanto à receita pública. Questão CERTA.

A questão 2 também está CERTA. Segundo o enfoque patrimonial, a receita é


considerada realizada no momento do fato gerador que aumenta o patrimônio,
mesmo que isso não represente fluxo financeiro imediato.

A questão 3 está ERRADA: o regime contábil público brasileiro adota o princípio


da competência tanto para a receita quanto para a despesa, além dos registros
orçamentários da receita sob a ótica de caixa.

O enfoque patrimonial e o orçamentário são totalmente distintos, em virtude


da adoção do princípio da competência no primeiro e não no segundo. A
questão 4 está ERRADA.

A questão 5 exige cuidado, já que aborda claramente o regime orçamentário, e


não o patrimonial, como vimos nas outras questões. Segundo o regime
orçamentário, as receitas são contabilizadas no exercício de sua arrecadação.
No caso, a arrecadação em 2012 torna a receita orçamentária pertencente a
esse exercício. Questão ERRADA.

Conceitos de receita pública: strictu sensu e lato sensu

Como acabamos de ver, estudando receita pública, pensaremos, via de regra,


em movimentação financeira: no enfoque orçamentário, receitas são

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contabilizadas sob o princípio de caixa. Assim, no setor público, o registro da


receita corresponde, normalmente, ao recebimento de recursos.

Esse é um “ordenamento geral”, mas, partindo dele, há desdobramentos a


considerar.

Segundo uma das definições apresentadas pela STN, “receita pública é a


entrada que, integrando-se ao patrimônio público sem quaisquer reservas,
condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto como
elemento novo e positivo”.

Essa é uma visão compartilhada por um grande teórico brasileiro do direito


tributário e financeiro, chamado Aliomar Baleeiro. Para ele, receita pública é
qualquer recebimento de recursos que aumenta efetivamente o
patrimônio público, sem expectativa de devolução posterior. Por isso, ele
empregou a bonita expressão “elemento novo e positivo”.

Receita pública strictu sensu: ingresso financeiro que afeta


positivamente o patrimônio público.

Outra definição, também trazida pela STN, é de que receitas públicas são
“todas e quaisquer entradas de fundos nos cofres do Estado,
independentemente de sua origem ou fim”. Nesse caso, utiliza-se o simples
critério de afetação do caixa, sem julgar se a entrada financeira aumenta
efetivamente o patrimônio público. A doutrina utiliza os termos “entrada” e
“ingresso” para se referir a quaisquer recursos que adentram os cofres
públicos.

Receita pública lato sensu: qualquer ingresso financeiro que adentra os


cofres públicos.

Como discriminado nos destaques, essas duas posições representam,


respectivamente, as classificações da receita strictu sensu e lato sensu. Na
primeira, encara-se receita de forma semelhante aos parâmetros da ciência
contábil: temos um ingresso financeiro que aumenta o patrimônio
líquido da entidade. Na segunda, a visão é bem generalista: se ingressam

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recursos no caixa do ente público, eles são considerados receitas, não


importando as condições envolvidas.

A adoção desse critério lato sensu envolve a possibilidade de serem


considerados “receita” até mesmo recursos que não pertencem ao ente
público, mas que são depositados na conta do Tesouro, como veremos
posteriormente. Além disso, o critério lato sensu permite classificar receitas
orçamentárias como efetivas e não efetivas.

Um comentário a mais sobre isso.

Efetivas são as receitas que impactam positivamente o patrimônio, razão pela


qual são tratadas como fatos contábeis modificativos aumentativos. As
receitas não efetivas são as que não implicam aumento patrimonial, o que
permite correlacioná-las a fatos contábeis permutativos (ou por mutação).

Como isso cai na prova?

6. (CESPE/ESPECIALISTA/FNDE/2012) Define-se receita pública como a


entrada que se integra ao patrimônio público com reservas, condições ou
correspondência no passivo, acrescendo-se o seu volume como elemento
novo e positivo.

7. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Do ponto de vista patrimonial, uma receita


pública só pode ser considerada efetiva quando contribui para o aumento
do patrimônio líquido da entidade onde ocorreu.

8. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) A receita pública não efetiva provém dos


serviços prestados indiretamente pelo governo.

A questão 6 está ERRADA. A receita pública integra-se ao patrimônio SEM


reservas, condições ou correspondência no passivo.

A questão 7 está CERTA. Receitas são consideradas efetivas apenas quando


aumentam quantitativamente o patrimônio líquido.

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A questão 8 está ERRADA. A receita obtida pela prestação de serviços não


envolve perdas patrimoniais, classificando-se, portanto, como efetiva.

RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS E EXTRAORÇAMENTÁRIAS

Um questionamento que se pode fazer aqui – e que as provas sempre fazem –


é o seguinte: “receitas orçamentárias” significam “aquelas previstas no
orçamento”?

Para pensar nisso, vamos elaborar uma situação hipotética, para pensar no
dinheiro que efetivamente entra no caixa público.

Suponha que um observador curioso dedicasse todo seu ano de 2011 a


verificar a arrecadação das receitas federais. Considerando todos os depósitos
na conta única do Tesouro, ele poderia chegar ao fim do exercício financeiro e
constatar um volume de entradas até mesmo superior ao previsto na LOA.

A partir disso, poderia concluir que os recursos previstos na Lei Orçamentária,


e arrecadados durante o exercício, são receita orçamentária, e os que
entraram “por fora” do orçamento, acima da estimativa, seriam receita
extraorçamentária. Parece bem lógico, né?

Sim, parece lógico, e esse é o perigo explorado por bancas de concursos. O


critério para classificação de receitas públicas como orçamentárias ou
extraorçamentárias não é o fato de constarem do Orçamento.

No art. 57 da Lei 4.320/64, temos a seguinte redação:

Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei, serão
classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, todas as
receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações de crédito, ainda
que não previstas no Orçamento.

Portanto, o critério legal é bem abrangente: até mesmo receitas não


previstas no Orçamento, se arrecadadas, serão consideradas orçamentárias,
e, dessa forma, poderão ser utilizadas para aplicação em ações
governamentais.

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RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS SÃO AQUELAS QUE PODEM SER UTILIZADAS


PELO ENTE PÚBLICO PARA COBRIR DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS.

Observação: a Lei 4.320/64 traz no art. 57 uma afronta ao conceito de


receita sob o enfoque patrimonial, como vimos no começo da aula. Sob o
enfoque orçamentário, até os recursos provenientes de operações de
crédito – empréstimos – serão classificados como receita orçamentária.

Na contabilidade privada, empréstimos não seriam considerados receita,


em vista da não afetação do patrimônio (ao mesmo tempo em que
ingressam os recursos no caixa – ativo –, registra-se, em contrapartida,
uma obrigação a pagar – passivo).

Preste atenção à observação feita pelo art. 57 da Lei 4.320/64, que


reproduzimos agora há pouco: “Ressalvado o disposto no parágrafo único do
artigo 3º desta lei”.

Vejamos o que há nesse dispositivo ressalvado:

Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de


operações de crédito autorizadas em lei.

Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de


credito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras
entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros.

Aqui, temos o seguinte: mesmo tendo expectativa do recebimento de certos


recursos durante o exercício, a LOA não faz a previsão deles. É como se o
orçamento “desprezasse” alguns recursos que entrarão no caixa.

Para bem entender isso, considere que o caixa também recebe recursos que
não pertencem ao ente público, de sorte que não podem ser utilizados para
custear despesas orçamentárias. São recursos que deverão, de alguma forma,
ser devolvidos posteriormente – razão pela qual se chamam, tecnicamente, de
entradas compensatórias. O ente público age, nessas ocasiões, apenas
como depositário dos valores.

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Receitas extraorçamentárias são entradas compensatórias no ativo e no


passivo financeiros, que não precisam de autorização legislativa para
sua arrecadação, e não são utilizadas para cobrir despesas
orçamentárias.

A Secretaria do Tesouro Nacional prefere a utilização do termo “ingressos


extraorçamentários”, ao invés de receitas extraorçamentárias, para deixar
bem claro que essas operações não afetam em nada o patrimônio público.
Como as provas podem utilizar ambas as expressões, vamos nos familiarizar
com elas.

Outros exemplos de entradas compensatórias estão lá no parágrafo único do


art. 3º da Lei 4.320/64: operações de crédito por antecipação da receita (as já
conhecidas ARO) e emissões de papel-moeda. Mas há outras hipóteses além
dessas: recebimento de depósitos judiciais, recebimento de cauções de
licitantes para participação em licitações...

Para relembrar o conceito, operações de crédito por Antecipação da


Receita Orçamentária, ou, abreviadamente, ARO, são empréstimos
tomados pelos entes públicos para suprir insuficiências momentâneas de
caixa. Isso significa que a LOA previu certas receitas para atender a
algumas despesas, mas, durante a execução do orçamento, a
arrecadação não se realizou como previsto.

Diante disso, para custear as obrigações assumidas, sem esperar pela


arrecadação atrasada, o ente público pode contratar esse tipo de
empréstimo, se houver autorização na LOA para tanto, custeando
imediatamente a despesa orçamentária.

Quando a receita atrasada for finalmente arrecadada, não atenderá


mais à despesa para a qual foi prevista; ela servirá para honrar a
operação do tipo ARO, que a substituiu.

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Por isso, a ARO não constitui recursos orçamentários, mas uma operação
substituta deles; ela representa uma entrada no ativo financeiro
(dinheiro) e no passivo financeiro (recurso a restituir), ou seja,
exatamente o conceito de receita extraorçamentária.

Como isso cai na prova?

9. (CESPE/ESPECIALISTA/SESA-ES/2011) A receita pública somente pode


ser considerada orçamentária se estiver incluída na lei orçamentária
anual.

10. (CESPE/ASSISTENTE/CNPQ/2011) Fazem parte da receita orçamentária os


depósitos em caução, as fianças, as operações de crédito por antecipação
de receita orçamentária e a emissão de moeda e outras entradas
compensatórias no ativo e no passivo financeiro.

11. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) A receita orçamentária, sob as rubricas


próprias, engloba todas as receitas arrecadadas e que não possuem
caráter devolutivo, inclusive as provenientes de operações de crédito. Por
sua vez, os ingressos extraorçamentários são aqueles pertencentes a
terceiros, arrecadados pelo ente público, exclusivamente para fazer face
às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução.

12. (CESPE/ANALISTA/ANATEL/2006) As entradas e saídas de dinheiro com


efeito apenas transitório, em razão de o ente público ser mero depositário
ou depositante desses valores, não são reconhecidas como receitas e
despesas, por sua natureza extra-orçamentária.

13. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) Por não ser possível prever no orçamento


todos os casos em que o órgão público fará a alienação de algum bem do
seu patrimônio, a receita proveniente das alienações pode ser classificada
como orçamentária ou extraorçamentária.

A questão 9 está ERRADA. Como vimos, receitas orçamentárias não são


apenas aquelas previstas no orçamento. Na verdade, pode-se dizer que

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receitas orçamentárias são definidas “por exclusão”: aquelas que não forem
extraorçamentárias são orçamentárias.

A questão 10 está ERRADA: todos os exemplos citados são de receitas


extraorçamentárias.

A questão 11 se constitui num bom resumo para distinguir receitas


orçamentárias e extraorçamentárias, repetindo as diferenças que demarcamos.
Questão CERTA.

A questão 12 está ERRADA. Apesar do efeito transitório, e de não pertencerem


ao ente público, os ingressos extraorçamentários são classificados como
receitas: receitas extraorçamentárias.

A questão 13 está ERRADA. A receita obtida com a alienação de ativos públicos


é sempre orçamentária, pelo fato de não constituir recursos devolutivos.

CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA QUANTO À COERCITIVIDADE: RECEITAS


ORIGINÁRIAS E DERIVADAS

A diferenciação que faremos aqui diz respeito à relação jurídica entre o


Estado e o particular (ou o mercado), nas operações que resultam em receitas
públicas.

Quando o Estado, numa relação jurídica, encontra-se “de igual para igual” com
o particular, estabelece-se, no caso, uma configuração de direito privado.
Assim, o fato de uma das partes ser o Estado não muda muito a história; seria
o mesmo se o substituíssemos por outro particular.

Assim ocorre, por exemplo, quando o ente público presta serviços ao mercado,
auferindo renda com isso – é o caso de uma universidade pública cuja livraria
comercializa livros e periódicos. Ou então quando um órgão público aluga um
imóvel de sua propriedade para outrem.

Assim, receitas de direito privado são receitas originárias: os recursos são


provenientes de “esforços próprios” dos entes públicos, em suas atividades
comerciais, empresariais, etc.

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Por outro lado, quando as rendas são obtidas a partir das atribuições
coercitivas do Estado, que obrigam os particulares, estão caracterizadas as
receitas derivadas. As receitas públicas, nesse âmbito, derivam do esforço
alheio: atividades de particulares.

As relações jurídicas aí são de direito público, ou seja, o Estado tem


prerrogativa sobre as vontades dos agentes privados. A arrecadação de
tributos, dos quais não podemos fugir, é exemplo típico dessa classificação.

Para realizar a classificação quanto à coercitividade, devemos notar sempre se


o Estado age “no mesmo nível” do particular envolvido ou com poder de
império.

Como isso cai na prova?

14. (CESPE/TÉCNICO/FNDE/2012) Para fins orçamentários, as receitas


públicas classificam-se em originárias e derivadas. As originárias são
aquelas arrecadadas por meio da exploração de atividades econômicas
exercidas pelo Estado.

15. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Se determinado município, após construir


uma praça, decidir cobrar contribuição de melhoria sobre os imóveis
localizados em torno do local, o produto da arrecadação dessa
contribuição constituirá receita originária.

16. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) As receitas auferidas nas situações em que


o Estado atua em condição de igualdade com os particulares, sem o uso
do poder de império, são consideradas receitas originárias, como é o caso
da receita de serviços.

17. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) Quando um cidadão paga


o imposto sobre a renda em atraso, a parcela correspondente ao imposto
é dita receita originária, enquanto a multa de mora e os juros sobre o
atraso são considerados receita derivada.

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18. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) Os valores cobrados dos cidadãos pelo


serviço de abastecimento de água constituem exemplo de receita
derivada.

19. (CESPE/PROCURADOR/AL-ES/2011) Tributo é receita originária instituída


pelas entidades de direito público, compreendendo impostos, taxas e
contribuições, nos termos da CF e das leis vigentes em matéria financeira.

A questão 14 está ERRADA. A classificação das receitas como originárias e


derivadas não é utilizada para fins orçamentários, tendo apenas caráter
teórico.

A questão 15 também está ERRADA: a contribuição de melhoria, por ser um


tributo, de pagamento obrigatório, é classificada como receita derivada.

A questão 16 reproduz acertadamente as características das receitas


originárias. Questão CERTA.

A questão 17 está ERRADA. O pagamento do imposto de renda é obrigatório,


constituindo receita derivada. Do mesmo modo, o contribuinte é obrigado a
pagar a multa tributária mais os juros, que, por isso, também se classificam
como receita derivada.

No caso do pagamento pelo consumo de água fornecida por entes públicos,


trata-se de uma receita obtida numa relação negocial, sem preponderância do
poder público. A tarifa de água corresponde a uma receita originária. A
questão 18 está ERRADA.

A questão 19 está ERRADA. Na classificação quanto à coercitividade, os


tributos são receitas derivadas.

CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA DA RECEITA (OU POR NATUREZA DA


RECEITA ORÇAMENTÁRIA)

Vou pedir atenção especial a esse tópico da aula. Os próximos comentários são
fortíssimos candidatos a questões da prova, já que esta classificação da receita
é talvez a mais importante e frequente em concursos.

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A classificação por natureza da receita (também aplicada à despesa, como


veremos na próxima aula) está normatizada na Lei 4.320/64.

Essa lei, por tratar de normas gerais de direito financeiro, obriga todos os
entes federados – União, Estados, DF e Municípios – a adotar essa mesma
classificação e sua codificação contábil. Como resultado, torna-se possível
avaliar os efeitos econômicos da participação do setor público nacional
na economia, a partir, por exemplo, da contabilização da arrecadação
tributária de todos os entes, ou da aplicação de recursos de todos os entes em
investimentos públicos.

Volto a ressaltar que essa classificação é aplicável apenas a receitas


orçamentárias. Os ingressos extraorçamentários, por não constituírem
receitas próprias do Estado, ficam de fora da classificação por categorias
econômicas.

A classificação econômica da receita traz os seguintes níveis:

• categoria econômica;

• origem;

• espécie;

• rubrica;

• alínea;

• subalínea.

Um mnemônico que se pode usar para guardar essa informação é


“CORES RUBRAS”, a partir das iniciais dessa série: Categoria – ORigem –
ESpécie – RUBRica – Alínea – Subalínea.

Assim, quanto à natureza da receita, o primeiro nível da codificação diz


respeito às “categorias econômicas”, que permitem dividir as receitas em
receitas correntes e receitas de capital.

As receitas correntes são, tipicamente, receitas de custeio: servem para


suportar a manutenção e o funcionamento de atividades administrativas.

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Talvez você já tenha visto na mídia a expressão “custeio da máquina pública”,


referindo-se à aplicação de recursos em atividades e serviços próprios das
atribuições do ente público.

Por sua vez, receitas de capital servem à aquisição ou formação de bens de


capital. Bens de capital, segundo a teoria econômica, seriam aqueles capazes
de gerar novos bens ou serviços, produzindo riqueza.

Cabe registrar, também, a identidade dessa classificação com a afetação


patrimonial. Lembra do Aliomar Baleeiro, mais no início da aula? Pois então,
dizíamos que ele era partidário do conceito strictu sensu de receita pública:
esta seria sempre um “elemento novo e positivo”, que ingressaria no
patrimônio público, aumentando-o, sem reservas ou condições.

Via de regra, as receitas correntes são receitas efetivas; elas aumentam o


patrimônio público. Ora são resultado da atividade arrecadatória do Estado,
ora da atividade empresarial/comercial pública. Seu registro corresponde a
fatos contábeis modificativos aumentativos da situação patrimonial.

Já as receitas de capital, também via de regra, são receitas por mutação,


não efetivas, e, por isso, não afetam o patrimônio. Envolvem registros
contábeis que se compensam mutuamente.

Observação importante: uma novidade que vem sendo cobrada em


concursos é a classificação das receitas em receitas correntes
intraorçamentárias e receitas de capital intraorçamentárias. Isso foi
instituído pela Portaria Interministerial STN/SOF nº 338/2006, a qual
destacou que essas classificações “não constituem novas categorias
econômicas de receita, mas especificações das categorias econômicas
corrente e capital”. A função das receitas intraorçamentárias é a mesma
das categorias econômicas (receitas correntes e de capital).

As receitas intraorçamentárias estão relacionadas à realização de


despesas dentro da mesma esfera de governo. Assim, operações entre
“órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes

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e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade


social”, relacionadas à aquisição de materiais, bens e serviços,
pagamento de impostos, taxas e contribuições terão registro de receita
intraorçamentária no órgão/entidade que receber os recursos.

Por exemplo, pense num eventual contrato entre um ministério qualquer


e a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) para esta última
implementar um curso de aperfeiçoamento para servidores daquele
primeiro. Nesse caso, como o ministério e a ENAP fazem parte do
orçamento fiscal e da seguridade social, o pagamento feito à Escola é
apenas uma “circulação interna” de recursos, que não saem do caixa do
Tesouro Nacional. Portanto, a ENAP registraria o pagamento como
receita intraorçamentária, e o ministério, uma despesa
intraorçamentária.

Isso impede que, quando a União for fechar seus balanços, contabilize
receitas e despesas que não existiram fora da Conta Única, evitando a
duplicidade de registros.

Para detalhar a classificação econômica da receita, vamos utilizar o seguinte


diagrama:

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RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL

Receita Tributária Operações de Crédito

Receita de Contribuições Alienação de Bens

Receita Patrimonial Amortização de Empréstimos

Receita Agropecuária Transferências de Capital

Receita Industrial Outras Receitas de Capital

Receita de Serviços Mnemônico:

Transferências Correntes OPERA-ALI-AMOR-TRANSOU

Outras Receitas Correntes

Mnemônico:
TRICÔ-PAÍS-TRANSOU

Esse diagrama, adaptado da Lei 4.320/64 (art. 11, § 4º) é importantíssimo, de


forma que merece ser decorado. Utilize os mnemônicos que anotei; tentar
“aprender” qual receita é corrente e qual é de capital pela “essência” de cada
uma nos fará perder tempo.

Essas subdivisões das receitas correntes e de capital, como vimos nos


comentários iniciais, chamam-se origens. Elas classificam as receitas
tipicamente segundo seu fato gerador. Assim, a partir da origem da receita,
verifica-se se ela foi obtida em razão das atribuições de arrecadação coercitiva
do Estado, ou pela ação do Estado como um agente econômico comum, ou
pela obtenção de transferências de outros agentes etc.

Como isso cai na prova?

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20. (CESPE/TÉCNICO/TRE-ES/2011) As receitas correntes e de capital têm em


comum o efeito positivo sobre o patrimônio líquido e se diferenciam em
razão do efeito financeiro que provocam no patrimônio.

21. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) A classificação de receitas por categoria


econômica visa permitir a identificação dos recursos em função do seu
fato gerador, sendo sempre classificadas como receitas de capital as
receitas financeiras provenientes de outras pessoas de direito público ou
privado.

22. (CESPE/TÉCNICO/TCU/2012) As receitas orçamentárias na esfera


econômica serão classificadas em receitas correntes e receitas de capital.
Receitas correntes são aquelas provenientes de recursos financeiros
oriundos de constituição de dívidas, ao passo que as de capital originam-
se dos tributos arrecadados pelo Estado.

23. (CESPE/CONTADOR/UNIPAMPA/2009) As receitas são classificadas em


dois segmentos: receitas correntes e receitas de capital. Essa divisão
obedece a um critério econômico, dentro da idéia de demonstrar a origem
das diversas fontes. As receitas de capital derivam do exercício de poder,
próprio do Estado, de tributar as pessoas e agentes econômicos ou do
exercício da atividade econômica.

24. (CESPE/ESPECIALISTA/SESA-ES/2011) Ingressos intraorçamentários são


constituídos por receitas de operações entre órgãos, fundos, autarquias,
fundações públicas, empresas estatais dependentes e outras entidades
integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social.

25. (CESPE/ANALISTA/TRE-MA/2009) Receitas que decorrem de um fato


permutativo são denominadas receitas correntes.

26. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2008) O 1.º nível da codificação da natureza da


receita é utilizado para mensurar o impacto das decisões do governo na
economia nacional.

27. (CESPE/AGENTE/DPF/2012) A alienação de bem da administração pública


não é classificada como receita efetiva.

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28. (CESPE/ESPECIALISTA/FNDE/2012) Entre as receitas definidas na


categoria econômica de receitas correntes incluem-se as receitas
tributárias, patrimoniais, agropecuárias, industriais, de contribuição e de
serviços.

29. (CESPE/ANALISTA/TJ-RO/2012) A classificação da receita de acordo com a


sua natureza possibilita uma melhor identificação da origem do recurso
conforme seu fato gerador. O código identificador da natureza da receita é
desmembrado em seis níveis, entre os quais

A a alínea é a subdivisão das categorias econômicas.

B a espécie é a subdivisão da categoria econômica.

C a origem é o detalhamento das espécies de receita.

D a subalínea constitui o nível mais analítico da receita.

E a rubrica é o detalhamento da alínea.

A redação da questão 20 é estranha, até paradoxal. As receitas correntes e de


capital se diferenciam quanto ao efeito sobre o patrimônio, visto que, em
regra, as primeiras são efetivas e as últimas são não efetivas. Questão
ERRADA.

A questão 21 também está ERRADA: receitas provenientes de outras pessoas


podem ser classificadas como correntes, desde que sua aplicação esteja
destinada a custear despesas correntes.

Na questão 22, o enunciado inverteu as características das receitas correntes e


de capital. Questão ERRADA.

A questão 23 está ERRADA. A metade inicial estava certa, mas, ao final,


misturou-se a classificação econômica com a classificação quanto à
coercitividade.

Receitas intraorçamentárias (correntes e de capital) são iguais às


orçamentárias (correntes e de capital), exceto pelo fato de ocorrerem entre

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órgãos e entidades compreendidas no orçamento fiscal e da seguridade social.


A questão 24 está CERTA.

A questão 25 também está ERRADA. Receitas decorrentes de fatos


permutativos são simplesmente receitas não efetivas. O critério para classificar
as receitas como “correntes” não é este.

A questão 26 está CERTA. O primeiro nível de classificação por natureza da


receita (correntes e de capital) indica o perfil de participação do Estado na
economia – mais custeio ou mais investimento.

A alienação de bem público envolve uma receita não efetiva, já que a entrada
financeira tem seus efeitos compensados pelo registro da saída do bem do
patrimônio. A questão 27 está CERTA.

A questão 28 listou corretamente exemplos de origens de receitas correntes.


Questão CERTA.

Na questão 29, utilizando nosso mnemônico CORES RUBRAS, verificamos que


a subalínea é o nível mais analítico (mais detalhado) da classificação
econômica da receita. Gabarito: D.

Veremos a seguir os detalhes de algumas das origens mais cobradas em


provas, a partir das observações feitas no Manual de Contabilidade
Aplicada ao Setor Público.

Receita Tributária

Corresponde a ingressos provenientes da arrecadação de impostos, taxas e


contribuições de melhoria. Trata-se de um conjunto de receitas coercitivas,
derivadas, as quais os contribuintes devem recolher ao erário público.

As definições do Código Tributário Nacional para essas figuras são:

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• imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte;

• as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou


pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como
fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e
divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição;

• a contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo


Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas
de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da
obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Exemplos: imposto de renda, imposto sobre produtos industrializados, taxas


de custas judiciais, taxa de fiscalização de serviços de energia elétrica etc.

Distinção: taxa X preço público

Vamos traçar um comparativo entre as taxas e o preço público, também


conhecido como tarifa.

Para início de conversa, enquanto taxas são espécies tributárias, preços


públicos não são tributos. Assim, características como a obrigatoriedade
de pagamento, a utilização apenas potencial dos serviços taxados, os
próprios princípios tributários (legalidade, anterioridade, capacidade de
pagamento), não se aplicarão aos preços públicos.

Ambas as figuras aqui tratadas podem ser utilizadas para custear


serviços públicos divisíveis e de consumo mensurável. Entretanto, se a
remuneração dos serviços se der mediante taxa, haverá o
estabelecimento de uma alíquota válida para todos os contribuintes (a
taxa da coleta de lixo, por exemplo, é invariável, não importa a

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quantidade de lixo produzido). Caso seja adotada a tarifa como forma de


remuneração dos serviços, a cobrança será proporcional ao uso (contas
de telefone, água, luz...).

Por fim, uma característica exclusiva dos preços públicos, ou tarifas, é a


possibilidade de sua exigência por pessoas jurídicas de direito privado –
como as empresas concessionárias de serviços públicos. As taxas, em
sentido contrário, só podem ser cobradas e administradas por pessoas de
direito público.

O Manual Técnico de Orçamento traz alguns comentários sobre essa


questão, principalmente quanto à confusão entre as figuras aqui
comentadas, que valem a pena ser examinados:

Há casos em que não é simples estabelecer se um serviço é remunerado por


taxa ou por preço público. Como exemplo, podemos citar o caso do
fornecimento de energia elétrica. Em localidades onde estes serviços forem
colocados à disposição do usuário, pelo Estado, mas cuja utilização seja de uso
obrigatório, compulsório (por exemplo, a lei não permite que se coloque um
gerador de energia elétrica), a remuneração destes serviços é feita mediante
taxa e sofrerá as limitações impostas pelos princípios gerais de tributação
(legalidade, anterioridade,...). Por outro lado, se a lei permite o uso de gerador
próprio para obtenção de energia elétrica, o serviço estatal oferecido pelo ente
público, ou por seus delegados, não teria natureza obrigatória, seria facultativo
e, portanto, seria remunerado mediante preço público.

Receita de contribuições

Ingressos provenientes de contribuições sociais, de intervenção no


domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou
econômicas. Também são receitas derivadas (coercitivas). Essas
contribuições são definidas da seguinte forma:

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• contribuições sociais – destinadas ao custeio da seguridade social, que


compreende a previdência social, a saúde e a assistência social;

• contribuições de intervenção no domínio econômico – derivam da


contraprestação à atuação estatal exercida em favor de determinado
grupo ou coletividade.

• contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas –


destinadas ao fornecimento de recursos aos órgãos representativos de
categorias profissionais legalmente regulamentadas ou a órgãos de
defesa de interesse dos empregadores ou empregados.

Apesar de as contribuições constituírem uma espécie de tributo, nessa


classificação da receita haverá uma separação entre eles.

Como vimos, na origem “receita tributária”, encontram-se os tributos que o


CTN previu em 1966: impostos, taxas e contribuições de melhoria. As
contribuições representam uma origem à parte.

As bancas gostam de “brincar” com esse aspecto da classificação econômica.


Às vezes, misturam-se as contribuições de melhoria (que são receita
tributária) com as contribuições, somente. Ou, como nesse caso, tenta-se
“forçar a barra”, empurrando o candidato para que ele classifique, também
nesse âmbito, as contribuições como tributos.

Para não ficarem de fora, vamos falar da quinta espécie tributária existente no
Brasil, os empréstimos compulsórios. Eles também não são classificados
como receita tributária, mas como operações de crédito (receita de capital).
Os empréstimos compulsórios são a única espécie tributária com previsão de
devolução ao contribuinte; isso é o que justifica a denominação
“empréstimos”.

Exemplos de receita de contribuições: Contribuição Social sobre o Lucro


Líquido (CSLL), Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
(Cofins), Contribuição sobre a Receita de Loterias.

Receita Patrimonial

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Corresponde a ingressos provenientes do aproveitamento do patrimônio


público pelo Estado, pela exploração de bens imobiliários ou mobiliários, e
dos recebimentos de recursos por participação societária em entidades de
direito privado. São receitas originárias, já que não advêm do exercício do
poder coercitivo do Estado.

Exemplos: aluguéis, arrendamentos, taxa de ocupação de terrenos da União,


receita de concessões e permissões.

Transferências Correntes

Ingressos provenientes de outros entes/entidades, efetivados mediante


condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o
objetivo seja a aplicação em despesas correntes.

Exemplos: transferências dos Estados, transferências dos Municípios,


transferências do exterior.

Outras receitas correntes

São os ingressos correntes provenientes de outras origens, não classificáveis


nas anteriores. Nesse grupo, encontram-se as Multas e Juros de Mora,
Indenizações e Restituições, Receita da Dívida Ativa e Receitas Diversas.

Operações de Crédito

Ingressos provenientes da venda de títulos públicos no mercado ou da


contratação de empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades
estatais ou privadas. Também são exemplos de receitas originárias.

Exemplos: venda de títulos do Tesouro Nacional, operações de crédito


internas, empréstimos compulsórios.

Alienação de Bens

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Ingressos provenientes da alienação de componentes do ativo imobilizado ou


intangível. Novamente, trata-se de receitas originárias, agindo o Estado sem
estatura de entidade de direito público.

Exemplos: alienação de estoques, alienação de veículos, alienação de imóveis


urbanos.

Amortização de Empréstimos

É o ingresso proveniente do recebimento de parcelas de empréstimos ou


financiamentos concedidos em títulos ou contratos. Classifica-se como receita
originária.

Transferências de Capital

Ingressos provenientes de outros entes/entidades, efetivado mediante


condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o
objetivo seja a aplicação em despesas de capital.

Exemplos: transferências dos Estados, transferências dos Municípios,


transferências do exterior.

Outras receitas de capital

Constituem-se dos ingressos de capital provenientes de outras origens, não


classificáveis nas anteriores. Como desdobramento desse título encontram-se
as receitas provenientes de Integralização do Capital Social, Resultado do
Banco Central do Brasil, as Remunerações do Tesouro Nacional, os Saldos de
Exercícios Anteriores e Outras Receitas.

Pessoal, vocês podem perceber, pela longa listagem, que não dá pra
esperar um “aprendizado exemplar” dessas origens de receitas. O

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negócio é decoreba mesmo. Aprenda os mnemônicos que postei abaixo


da tabelinha e preste atenção nas observações que fui pontuando.

Como isso cai na prova?

30. (CESPE/ASSISTENTE/CNPQ/2011) Um dos níveis de classificação das


receitas é o vinculado à origem da receita, chamado espécie de receita, o
qual permite qualificar com maior detalhe o fato gerador das receitas.
Considerando-se a origem receita tributária, são espécies os impostos, as
taxas e as contribuições de melhoria.

31. (CESPE/ANALISTA/PREVIC/2011) Os impostos cobrados pela União, pelos


estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, no âmbito de suas
respectivas competências, são tributos cuja obrigação tem por fato
gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica relativa ao contribuinte. Portanto, o Estado não fica vinculado a
nenhuma contraprestação para o contribuinte que pagou o referido
imposto.

32. (CESPE/TÉCNICO/FNDE/2012) As receitas recebidas por ente público,


originárias de outras pessoas de direito público ou privado, são
classificadas como correntes ou de capital, de acordo com a categoria
econômica da despesa que visam atender.

33. (CESPE/ANALISTA/TRE-BA/2010) Considere que a arrecadação da


Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) tenha
aumentado durante o último exercício financeiro da União. Nesse caso, é
correto afirmar que houve aumento do montante da receita tributária da
União no último ano.

34. (CESPE/TÉCNICO/BASA/2012) Deve-se classificar como ‘outras receitas


de capital’ a receita da remuneração das disponibilidades do Tesouro
Nacional, dadas suas características, que não permitem seu
enquadramento nas demais classificações da receita de capital.

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35. (CESPE/ANALISTA/AL-CE/2011) As contribuições de interesse de


categorias profissionais ou econômicas e as contribuições de seguridade
social constituem receitas de um mesmo e único orçamento, na medida
em que, juntamente com as contribuições de intervenção no domínio
econômico, são espécies do gênero contribuição social.

36. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) As transferências da União para os


estados, municípios e Distrito Federal decorrentes da repartição das
receitas tributárias constituem, obrigatoriamente, receitas correntes.

37. (CESPE/ANALISTA/TRE-RJ/2012) Amortização de empréstimos é a receita


proveniente do ingresso de recursos referentes ao recebimento de
empréstimos ou financiamentos concedidos e classificada como receita de
capital.

A questão 30 detalha corretamente as espécies da receita tributária. Questão


CERTA.

A questão 31 está CERTA também: o conceito de imposto foi reproduzido no


enunciado.

Como já vimos, as receitas de transferências recebidas de outros entes


públicos são classificadas como correntes ou de capital conforme a despesa a
que se destinam. A questão 32 está CERTA.

A questão 33 está ERRADA. A COFINS é uma contribuição social, portanto,


classificada na origem “receita de contribuições”, não na “receita tributária”.

A questão 34 está CERTA: os rendimentos provenientes das aplicações


financeiras dos recursos do Tesouro são classificados como outras receitas de
capital, destacando-se sua semelhança com a amortização de empréstimos
(também receita de capital).

A questão 35 está ERRADA. As receitas de contribuições abrangem as sociais,


as de intervenção no domínio econômico e as de interesse de categorias.
Assim, as contribuições sociais não abrangem essas outras espécies.

As receitas recebidas pelos entes subnacionais em virtude da repartição de


receitas tributárias são, para esses entes, também classificadas como receitas

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tributárias. Desse modo, devem ser consideradas entre as receitas correntes


dos estados e municípios. A questão 36 está CERTA.

A questão 37 também está CERTA, reproduzindo o conceito da espécie de


receita “amortização de empréstimos”.

Receitas primárias e não primárias

Vamos falar rapidamente dessa classificação das receitas, que tem uma
aproximação com a classificação econômica.

O que diferencia receitas primárias de não primárias é sua correlação (ou


não) com operações de dívida, empréstimos, rolagem etc. As receitas
primárias não têm envolvimento com essa vertente financeira.

Assim, há receitas primárias principalmente entre as origens da receita


corrente (por exemplo, recebimento de tributos), mas também nas da
receita de capital (como o recebimento de transferências de capital). Da
mesma forma, há receitas não primárias, ou financeiras, nas receitas
correntes (por exemplo, recebimento de juros) e nas de capital
(operações de crédito).

Superávit do orçamento corrente

O superávit do orçamento corrente (SOC) representa uma previsão, na LOA,


da diferença positiva a se obter entre o total da arrecadação de receitas
correntes e o total da execução das despesas correntes em um exercício.
Significa que o governo espera contar com recursos de custeio mais que
suficientes para sustentar sua máquina administrativa, seus serviços, seu
custo de operação.

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A Lei 4.320/64 determina que o SOC seja classificado como receita de capital
(art. 11, § 2º), embora não deva constituir item da receita orçamentária
(art. 11, § 3º).

Isso não é muito intuitivo, vamos dizer assim, né?

Esse tema é controverso em razão da nomenclatura. O SOC, apesar do nome,


não é resultante de receitas e despesas já incorridas.

Peço atenção ao art. 11, § 3º, da Lei 4.320/64:

"(...) superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais


das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que se refere o
Anexo nº 1 (...)

Esse anexo 1 da Lei é o “demonstrativo da receita e da despesa segundo as


categorias econômicas”, previsto no art. 2º, § 1º, inc. II.

Portanto, trata-se de um demonstrativo que integra a LOA, e não um


demonstrativo de arrecadação realizada. Isso nos demonstra que o SOC é um
"superávit a se realizar", caso as receitas e despesas sejam efetivadas
conforme a previsão/fixação.

Grosso modo, suponhamos que o governo planeje o seguinte: "vou arrecadar $


100 de receitas correntes e $ 50 de receitas de capital, e vou gastar $ 90 com
despesas correntes e $ 60 com despesas de capital". Nessa situação, o SOC
demonstrado na LOA seria de $ 10 – o que levaria, portanto, a uma
"recontabilização" das receitas orçamentárias ($ 90 de correntes e $ 60 de
capital).

Perceba, assim, que o SOC SERÁ receita orçamentária, confirmada a


arrecadação, mas não é um item de receita orçamentária – ou seja, um
item a ser agregado à previsão da LOA. Ele já está embutido. E, quanto a sua
utilização, será “transferido” das receitas correntes para as receitas de capital,
para financiar, em tese, despesas de capital.

Como isso cai na prova?

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38. (CESPE/ANALISTA/TRE-RJ/2012) Supondo que o governo tenha verificado


ao final de um exercício financeiro que houve superávit no balanceamento
entre receitas e despesas correntes, então a diferença apurada poderá ser
utilizada para o pagamento da folha de salários do exercício seguinte.

39. (CESPE/CONTADOR/TJ-AC/2012) O superávit do orçamento corrente,


apesar de ser resultante do balanceamento dos totais das receitas e
despesas correntes, não constitui item de receita orçamentária.

40. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) Não existe nem deve


existir perfeita correspondência entre as respectivas categorias de receitas
e de despesas. No entanto, é recomendável que exista um saldo positivo
entre receitas de capital e despesas de capital, para a formação de
poupança que financie os novos investimentos.

A questão 38 está ERRADA: o SOC, tendo em vista sua classificação como


receita de capital, destina-se à aplicação em despesas de capital, o que não é
o caso da folha de salários (despesa corrente, como veremos).

A questão 39 está CERTA. O enunciado tratou das características do SOC


trazidas pela Lei 4.320/64.

Quanto à questão 40, a poupança do governo, para financiar investimentos, ou


para pagar dívida, se dá pela manutenção de um saldo positivo entre receitas
correntes e despesas correntes (ou seja, o SOC). Questão ERRADA.

ESTÁGIOS DA RECEITA

Previsão

A previsão da receita orçamentária é a estimativa para a arrecadação


durante o exercício, que tomará forma nos valores consignados pela LOA. O
Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público relaciona esse estágio a
uma fase de planejamento executado pela área técnica do governo, com
base na “Metodologia de Projeção das Receitas Orçamentárias”.

Conforme o MCASP,

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”Esta metodologia busca traduzir matematicamente o comportamento da


arrecadação de uma determinada receita ao longo dos meses e anos anteriores
e refleti-la para os meses ou anos seguintes, utilizando-se de modelos
matemáticos”.

A importância do estágio da previsão para o orçamento está em sua influência


sobre a fixação da despesa, cujo montante não poderá, em princípio,
superar a arrecadação estimada (princípio do equilíbrio formal). Assim, é
esperado que a previsão da receita obedeça a rigorosos modelos de projeção,
já que dela dependerá a definição do volume do orçamento seguinte.

Essa característica técnica que deve permear a previsão orçamentária


impede, por exemplo, que se façam alterações na estimativa de arrecadação a
partir de critérios políticos ou circunstanciais, conforme indica o seguinte
dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal:

Art. 12, § 1º. Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será
admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

Portanto, os cálculos feitos pelos técnicos do Executivo não poderão ser


suplantados por opiniões sem perfil “científico” e objetivo, digamos assim.

Como isso cai na prova?

41. (CESPE/TÉCNICO/STM/2011) A previsão é o estágio da receita no qual se


faz a estimativa de com quanto determinada pessoa, física ou jurídica,
deverá contribuir financeiramente com o Estado.

42. (CESPE/ANALISTA/EBC/2011) Aumentos da inflação e da taxa de


crescimento econômico não alteram as receitas tributárias previstas, visto
que a metodologia de estimação dessas receitas, no âmbito do processo
orçamentário, leva em conta apenas os impactos das alterações na
legislação.

43. (CESPE/ANALISTA/STF/2008) A estimativa de arrecadação da receita é


resultante da metodologia de projeção das receitas orçamentárias.

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44. (CESPE/ANALISTA/TRE-ES/2011) A reestimativa de receita por parte do


Poder Legislativo só será admitida quando houver despesas não
computadas ou insuficientemente dotadas na lei de orçamento.

A questão 41 está ERRADA. Na previsão, não se faz identificação de


contribuintes e do total a ser pago por cada um deles. A estimativa da receita
é feita de forma mais abrangente, sem levar em conta circunstâncias
individuais.

A questão 42 também está ERRADA: fatores econômicos como inflação e


crescimento são considerados na previsão da receita.

A questão 23 está CERTA. Como vimos, há uma metodologia estabelecida no


âmbito do governo para se implementar a previsão da receita.

A questão 44 está ERRADA: a reestimativa de receita pelo Legislativo é


condicionada à constatação de erro ou omissão na estimativa feita pelo
Executivo, não se relacionando a verificações no conjunto das despesas.

Lançamento

Como dissemos, o MCASP correlaciona o supracitado estágio da previsão a


uma fase de planejamento das receitas, e considera os próximos três estágios
abrangidos pela fase de execução da receita orçamentária.

Assim, o lançamento da receita já faz parte de sua execução. Segundo o art.


53 da Lei 4.320/64, “O lançamento da receita é o ato da repartição
competente que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é
devedora e inscreve o débito desta”.

É importante registrar que nem todas as receitas percorrem o estágio do


lançamento. A Lei 4.320/64 firma o seguinte:

Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras


rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.

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Assim, para lançar uma receita, conforme o Código Tributário Nacional, deve-
se identificar o fato gerador da obrigação, calcular o montante devido,
identificar o devedor e, se for o caso, propor a penalidade cabível. E esses
passos não são aplicáveis a diversos tipos de receita. Veja-se, por exemplo, o
caso das transferências, ou das operações de crédito: não há “devedor” em
sentido tributário, não há crédito fiscal a se lançar, penalidade aplicável etc.

Como isso cai na prova?

45. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Os estágios da receita orçamentária são


previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento. Entretanto, o
lançamento, que tem origem fiscal, não se aplica a todas as receitas
orçamentárias, mas basicamente às receitas tributárias, conforme dispõe
o Código Tributário Nacional.

46. (CESPE/ANALISTA/STF/2008) No lançamento da receita, é verificada a


procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora.

47. (CESPE/TÉCNICO/FNDE/2012) Toda receita orçamentária passará,


necessariamente, por pelo menos uma das seguintes etapas: previsão e
lançamento.

A questão 45 está CERTA. Foram indicados todos os estágios da receita, e


destacou-se a informação de que o lançamento está vinculado a um “perfil” de
receitas, não se aplicando a todas.

A questão 46 está CERTA, sem maiores complicações. São discriminados os


procedimentos pertencentes ao estágio do lançamento.

Na questão 47, novamente, há uma abordagem em sentido oposto àquilo que


acabamos de estudar. Vários tipos de receita, por sua própria natureza, não
podem ser objeto de lançamento, nem de previsão. Questão ERRADA.

Arrecadação

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A arrecadação envolve a entrega dos recursos devidos pelos contribuintes aos


agentes arrecadadores ou às instituições financeiras autorizadas pelo
ente recebedor, ainda sem chegada à conta do Tesouro.

Segundo a Lei 4.320/64, a arrecadação é o estágio em que se registra o


pertencimento da receita ao exercício financeiro. Nos dizeres do art. 35, inc. I,
“Pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas”. Isso quer
dizer que a receita arrecadada em 2010 será contabilizada como receita de
2010, para todos os fins.

Portanto, a arrecadação não corresponde ainda à disponibilização dos


recursos financeiros para uso do ente público. Pode haver um período em
que esses recursos estejam em processamento na rede bancária, ou sob a
posse de agentes arrecadadores. De qualquer modo, a disponibilidade
financeira só se efetivará no próximo estágio, como se verá a seguir.

Como isso cai na prova?

48. (CESPE/TÉCNICO/IBAMA/2012) O estágio da receita denominado


arrecadação encerra a etapa de execução e deve obedecer ao princípio da
unidade de caixa.

49. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) O estágio do recolhimento de uma receita


pública corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro, efetuada
pelos contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou
instituições financeiras autorizadas pelo ente.

A questão 48 está ERRADA: a etapa de execução da receita é finalizada com o


recolhimento, em que se observa o princípio da unidade de caixa.

A questão 49 faz uma troca entre os nomes dos estágios. As características


acima pertencem ao estágio da arrecadação, e não ao do recolhimento.
Questão ERRADA.

Recolhimento

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O estágio do recolhimento consiste na entrega, pelos agentes arrecadadores e


pela rede bancária autorizada, do produto da arrecadação ao caixa do Tesouro,
correspondendo à efetiva disponibilização de recursos ao ente público.

Segundo o MCASP, nesse estágio, deve ser observado o Princípio da


Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos
arrecadados.

Assim se manifesta a Lei 4.320/64 sobre esse estágio:

Art. 56. O recolhimento de tôdas as receitas far-se-á em estrita observância ao


princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para
criação de caixas especiais.

Como isso cai na prova?

50. (CESPE/TÉCNICO/FNDE/2012) Denomina-se recolhimento a transferência


dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro Nacional.

51. (CESPE/ANALISTA/MMA/2011) A realização da receita e da despesa da


União deve ser feita por via bancária, em estrita observância ao princípio
da unidade de caixa; o produto da arrecadação de todas as receitas da
União deve ser, obrigatoriamente, recolhido à Conta Única do Tesouro
Nacional, no Banco do Brasil.

52. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Todas as receitas devem ser recolhidas em


estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer
fragmentação para criação de caixas especiais.

A questão 50 está CERTA, tendo em vista a conceituação adequada do estágio


do recolhimento.

A questão 51 também está CERTA, reproduzindo o teor dos dispositivos legais


aplicáveis ao recolhimento.

A questão 52 praticamente reproduz o teor do art. 56 da Lei 4.320/64, sem


alteração de sentido. Questão CERTA.

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DESTINAÇÃO DA RECEITA

Apesar de esse assunto interessar também à despesa orçamentária, já


faremos os comentários cabíveis nesta aula.

Na Contabilidade Aplicada ao Setor Público, utiliza-se um mecanismo contábil


para garantir a aplicação dos recursos nas despesas para as quais eles
foram reservados, por força de lei, ato normativo ou contratual. Denomina-
se esse mecanismo de “destinação de recursos” ou “fonte de recursos”.

Por meio desse artifício, assegura-se a vinculação entre a receita e sua


aplicação, ainda que essa aplicação só venha a ocorrer tempos depois do
recolhimento dos recursos. Isso está firmado na Lei de Responsabilidade
Fiscal:

Art. 8º, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade


específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua
vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

Desde a previsão da receita, procede-se a codificações contábeis para


classificar os recursos no momento em que forem recolhidos ao caixa.

Assim, quando a receita ingressa na conta única, recebe uma classificação


contábil que “amarra” sua origem (tributos, contribuições, transferências) a
sua aplicação legal ou contratual, de modo a impedir a execução da receita em
favor de despesas outras (destinação vinculada).

Entretanto, há recursos sem vinculação estabelecida, que poderão ser


utilizados livremente; é o que ocorre com a chamada “destinação ordinária”
de recursos.

Nos dizeres do Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público,

”no momento do recolhimento/recebimento dos valores, é feita a classificação


por natureza de receita e destinação de recursos, sendo possível determinar a
disponibilidade para alocação discricionária pelo gestor público, e aquela
reservada para finalidades específicas, conforme vinculações estabelecidas”.

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Outro trecho importante do MCASP a respeito do assunto é o seguinte:

A criação de vinculações para as receitas deve ser pautada em mandamentos


legais que regulamentam a aplicação de recursos, seja para funções essenciais,
seja para entes, órgãos, entidades e fundos. Outro tipo de vinculação é aquela
derivada de convênios e contratos de empréstimos e financiamentos, cujos
recursos são obtidos com finalidade específica.

Portanto, a vinculação da receita pode dar-se por força de atos normativos


ou por razões contratuais.

Como dissemos, o mecanismo de destinação da receita se dá por meio da


atribuição de uma codificação contábil aos recursos que vão sendo
arrecadados, conforme sua vinculação legal/contratual.

O código de fonte de recursos é formado por três dígitos. O primeiro


corresponde ao “grupo de fonte de recursos”, e os dois seguintes, à fonte
propriamente dita (G.FF). O grupo de fonte traz duas informações:

• indicação sobre a gestão dos recursos (centralizada no Tesouro ou


descentralizada pelas entidades públicas);

• indicação sobre o exercício de origem dos recursos (se arrecadados no


exercício corrente ou em outros já encerrados).

Segue a tabela referente aos códigos dos grupos de fonte de recursos:

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GRUPOS DE FONTE (OU DESTINAÇÃO) DE RECURSOS

1 Recursos do Tesouro – Exercício Corrente

2 Recursos de Outras Fontes – Exercício Corrente

3 Recursos do Tesouro – Exercícios Anteriores

6 Recursos de Outras Fontes – Exercícios Anteriores

9 Recursos Condicionados

A respeito da fonte de recursos em si, o MCASP afirma que

“Sua apresentação segrega as destinações em dois grupos: destinações


primárias e não primárias. As destinações primárias são aquelas não
financeiras. As destinações não primárias, também chamadas financeiras, são
representadas de forma geral por operações de crédito, amortizações de
empréstimos e alienação de ativos”.

A lista de fontes de recursos é mais extensa, e, como não é tratada como


objeto de prova, não nos preocuparemos com ela.

O MCASP afirma também que cada ente da Federação deverá criar sua
tabela de especificações (ou fontes) de recursos, adaptada às necessidades
locais e à legislação aplicável.

Como isso cai na prova?

53. (CESPE/ESPECIALISTA/SESA-ES/2011) O objetivo do código de fontes de


recursos é discriminar as dotações que serão utilizadas diretamente pelo
governo federal daquelas que serão transferidas a outros entes da
Federação.

54. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) As receitas vinculadas,


mesmo que não utilizadas durante o exercício, não poderão destinar-se a

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outra finalidade que não o objeto de sua vinculação, mesmo que


continuem sem destinação nos exercícios subseqüentes.

55. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) A classificação por fontes de recursos é um


procedimento que consiste em agrupar os recursos extraorçamentários,
não sendo aplicado aos recursos orçamentários.

56. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2009) Na execução orçamentária, a codificação


da destinação da receita indica a vinculação, evidenciando-se, a partir do
ingresso, as destinações dos valores. Ao se realizar despesa, deve-se
demonstrar a sua fonte de financiamento (fonte de recursos),
estabelecendo-se, desse modo, a interligação entre receita e despesa.

A questão 53 está ERRADA: essa diferenciação diz respeito à classificação da


despesa, que conta com uma informação chamada “modalidade de aplicação”
para distinguir despesas a serem executadas diretamente pelo ente público
daquelas a serem transferidas a outros.

A questão 54 está CERTA. É praticamente a reprodução do art. 8º, parágrafo


único, da LRF, que estudamos há pouco.

A questão 55 faz uma inversão: a classificação por fonte de recursos (bem


como as outras que estamos estudando) se aplica às receitas orçamentárias.
As receitas extraorçamentárias, por não estarem envolvidas na gestão dos
recursos públicos, não são submetidas a esses critérios. Questão ERRADA.

A questão 56 está CERTA: desde o ingresso, os recursos são “marcados” por


sua vinculação legal, até sua atribuição às despesas correspondentes.

DÍVIDA ATIVA

Inicialmente, para tratar desse tema, vamos pensar numa situação ilustrativa:

Um servidor federal, no ano de 2013, após preencher sua declaração de


imposto de renda, verifica, pelo sistema da Receita Federal, que deverá
ainda pagar R$ 500,00 referentes a esse imposto ao Fisco, além daquilo

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que foi abatido na fonte de seus pagamentos durante todo o ano de


2012.

Entretanto, por razões quaisquer, deixa de recolher os R$ 500,00 junto à


Receita, ultrapassando-se o prazo de pagamento.

A Receita Federal havia registrado os R$ 500,00 como estimativa de


receita. Porém, diante do não pagamento por parte do servidor
contribuinte, ao invés de a contabilidade acusar recebimento de receita
tributária, fará um registro de um “direito não recebido a receber” –
afinal de contas, o referido servidor deverá pagar esse “resto” de
imposto, mais cedo ou mais tarde.

Essa historinha nos apresenta uma hipótese de registro de dívida ativa. A


dívida ativa constitui um direito a receber por parte do ente público. Ela
representa a possibilidade de ocorrência de fluxos de receita em momento
futuro, quando as obrigações dos devedores forem cumpridas. Por isso, é
contabilizada no ativo do ente.

No exemplo que vimos, ela é tributária, porque o pagamento não realizado


tem essa natureza (imposto de renda não recolhido). Portanto, impostos,
taxas, contribuições de melhoria, além dos adicionais, juros e multas
incidentes sobre essas figuras, podem dar ensejo ao registro de dívida ativa
tributária, caso não seja feito o correspondente pagamento.

Entretanto, a dívida ativa também pode ser não tributária: nesse caso, o não
pagamento relaciona-se a obrigações não tributárias (atraso de pagamento de
concessão de uso de bem público, de aluguel de imóvel público, custas
processuais etc.), que não foram cumpridas pelos respectivos devedores.

Vale ressaltar que a dívida ativa abrange valores adicionais, como atualização
monetária e juros. Vou deixar a Lei 4.320/64 responder por mim:

Art. 39, § 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos


parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva
atualização monetária, à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o

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art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-


lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978.

Assim, a dívida ativa compreende o principal e os acessórios que incidem


sobre ele.

Dívida ativa segundo o MCASP

A partir de agora, vamos falar da dívida ativa conforme as orientações do


Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público.

Para começar, é preciso registrarmos que, nesse tema, pensaremos no


regime de competência aplicado à receita pública. Isso porque, antes de
qualquer entrada de recursos (representada pelo pagamento da dívida ativa,
por parte do credor), haverá registros contábeis que previam o direito a
receber original.

Portanto, considere que, antes do registro da dívida ativa, houve o registro


de um crédito anterior. O ente público faz estimativas de arrecadação
tributária e de recebimento de receitas próprias, e lança essas estimativas
como créditos a receber. Vamos chamá-los de “créditos iniciais”.

Isso está de acordo com a Lei 4.320/64, como segue:

Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não


tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem
arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias.

Assim, se os devedores pagarem em dia suas obrigações, esses “créditos


iniciais” são extintos, registra-se a receita orçamentária, e acabou-se a
história. Porém, se os devedores atrasarem o pagamento, o crédito inicial é
convertido em dívida ativa – um direito a receber.

Outro detalhe curioso é que, por força da legislação (“Lei de Execução


Fiscal” – Lei 6.830/80), as unidades responsáveis pelo crédito inicial e
pela administração da dívida ativa correspondente devem ser distintas.
Por exemplo, na esfera federal, a Receita Federal do Brasil é a principal

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responsável pela arrecadação dos impostos; mas a responsabilidade pela


execução da dívida ativa (exigência do pagamento dos impostos) é da
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, unidade integrante da
Advocacia-Geral da União.

Assim, se o devedor atrasar seu pagamento, dando ensejo ao registro da


dívida ativa, ocorre uma “transferência de créditos” entre as unidades
envolvidas: a responsável pelo crédito inicial dá baixa no crédito inicial, e a
responsável pela dívida ativa registra uma entrada de crédito, no valor
correspondente.

Assim, no “nascimento” da dívida ativa, a unidade responsável por ela registra


um direito a receber junto ao devedor, em razão de sua inadimplência, e a
unidade originária, responsável pelo crédito inicial, registra uma baixa em seu
Ativo.

Considere que, pensando de forma agregada, essa transferência de


créditos não altera o patrimônio público. Um movimento compensa o
outro.

O registro de dívida ativa afeta positivamente o patrimônio da unidade


responsável pela cobrança, embora não tenha efeitos sobre o caixa. Por isso,
em alguns concursos, já se falou que o registro da dívida ativa é exceção ao
princípio de caixa.

Entretanto, é temerário entender dessa forma; o que afeta positivamente o


patrimônio, nesse caso, não é “receita”, já que não há ingresso de recursos.
Na contabilidade pública, tecnicamente, classifica-se esse fato como uma
“variação ativa”.

Assim, dizer que a dívida ativa é uma “exceção ao princípio de caixa” não
corresponde muito bem à realidade. Mas, volta e meia, as provas trazem esse
entendimento, e não nos cabe brigar com as bancas.

Prosseguindo com o raciocínio, ao ser quitada, a dívida ativa é convertida em


receita orçamentária pertencente ao exercício do pagamento, sob a
classificação econômica “outras receitas correntes”.

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Para fechar, vamos deixar bem assentado que essa receita orçamentária
proveniente do pagamento da dívida ativa envolve a baixa do direito a
receber – ou seja, temos aí uma receita não efetiva (sem aumento no
patrimônio).

Colocando a sequência da dívida ativa num quadro, e usando o exemplo do


imposto de renda não pago, temos o seguinte:

Como isso cai na prova?

57. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA/2012) Os créditos de natureza não tributária


devem ser escriturados como receita do exercício em que forem
arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. Em relação aos
créditos de natureza tributária, por sua vez, deve-se aguardar parecer da
procuradoria da fazenda, para se efetuarem esses registros.

58. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA/2012) Após apurada a sua liquidez e certeza,


os créditos da fazenda pública exigíveis pelo transcurso do prazo para
pagamento devem ser inscritos em registro próprio como dívida ativa.

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59. (CESPE/ANALISTA/TRE-RJ/2012) Considerando que determinado gestor


público tenha sido julgado em alcance pelo Tribunal de Contas da União,
por não ter arrecadado as taxas atribuídas pela legislação ao órgão que
ele dirigia, o montante definido para ressarcimento ao erário, se não for
pago até o vencimento fixado, constituirá dívida ativa não tributária.

60. (CESPE/CONTADOR/SEDUC-AM/2011) Uma das formas de recebimento de


dívida ativa é a incorporação de bens, tanto por adjudicação quanto por
dação em pagamento. A receita relativa à dívida ativa tem caráter
orçamentário e pertence ao exercício em que for realizada.

61. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) A inscrição na dívida ativa, que


representa fato permutativo resultante do não recebimento de um valor
no prazo estabelecido, não inclui o registro de juros e atualização
monetária aplicados sobre o valor inscrito, que serão posteriormente
definidos pela justiça.

62. (CESPE/ANALISTA/TRT-10/2012 – ANULADA) As receitas da dívida ativa


são decorrentes de créditos da Fazenda Pública, exigíveis em virtude do
transcurso do prazo para pagamento, e classificadas como outras receitas
de capital.

63. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) Incluem-se tanto na natureza tributária


da dívida ativa quanto na não tributária os créditos da fazenda pública
provenientes de obrigações legais relativas a tributos e respectivas
multas.

64. (CESPE/ANALISTA/MPE-PI/2012) A inscrição de créditos na dívida ativa


representa contabilmente um fato modificativo que tem como resultado
um acréscimo patrimonial no órgão ou unidade competente para inscrição
em dívida ativa e um decréscimo patrimonial no órgão ou entidade
originadora do crédito.

65. (CESPE/PROCURADOR/AL-ES/2011) A dívida ativa contém as obrigações


financeiras da fazenda pública e classifica-se, quanto à origem, em interna
ou externa e, quanto à duração, em flutuante ou fundada.

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A questão 57 está ERRADA: não há exigência legal para a emissão de


pareceres de procuradorias de fazenda que autorizem o registro da dívida
ativa.

A questão 58 está CERTA: o registro da dívida ativa depende da apuração da


liquidez e certeza de sua cobrança.

A questão 59 está CERTA. Como o ressarcimento devido pelo gestor não tem
origem tributária, mas de sua responsabilidade como administrador (veja que
ele não era responsável pelo pagamento de taxas, mas por sua cobrança junto
aos contribuintes), a dívida ativa decorrente do não pagamento será
classificada como não tributária.

A questão 60 também está CERTA: a quitação da dívida ativa pode dar-se


mediante a obtenção de bens junto ao devedor, no processo de execução
fiscal. Além disso, como dito, a receita do recebimento da dívida ativa é
classificada como orçamentária, pertencente (segundo o regime orçamentário)
ao exercício da arrecadação.

A questão 61 está ERRADA. Já vimos que os adicionais cobrados sobre o valor


principal da dívida ativa passam a integrar o débito.

Por fim, a questão 62 também está ERRADA. A receita decorrente do


recebimento da dívida ativa é classificada na origem “outras receitas
correntes”.

A questão 63 está ERRADA. As obrigações relativas a tributos e respectivas


multas dão origem à dívida ativa tributária, somente.

A questão 64 está CERTA, com a indicação correta do mecanismo de créditos


verificado entre as unidades envolvidas no registro da dívida ativa.

A questão 65 está ERRADA: a dívida ativa corresponde a um direito a receber


por parte dos entes públicos, e não a uma obrigação deles.

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Bom, caro aluno, finalizamos aqui nossa aula de hoje.

Espero você na semana que vem, para tratarmos da despesa pública, e a


qualquer momento, no fórum de dúvidas.

Bons estudos!

GRACIANO ROCHA

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RESUMO DA AULA

1. Para a ciência da Contabilidade, o registro de receita significa um aumento


na situação patrimonial de uma entidade, devido a um incremento do
Ativo ou a uma diminuição do Passivo. Esse aumento da situação
patrimonial pode, ou não, envolver o recebimento de dinheiro.

2. Mesmo receitas não previstas no Orçamento, se arrecadadas, serão


consideradas orçamentárias, e, dessa forma, poderão ser utilizadas para
aplicação em ações governamentais.

3. Receitas extraorçamentárias são entradas compensatórias no ativo e no


passivo financeiros, que não precisam de autorização legislativa para seu
ingresso no caixa.

4. Segundo o critério strictu sensu, “receita pública é a entrada que,


integrando-se ao patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou
correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto como elemento
novo e positivo”.

5. Segundo o critério lato sensu, receitas públicas são “todas e quaisquer


entradas de fundos nos cofres do Estado, independentemente de sua
origem ou fim”.

6. O critério lato sensu permite classificar receitas orçamentárias como


efetivas e não efetivas (sob o critério strictu sensu, receitas sempre serão
efetivas).

7. Receitas de direito privado são receitas originárias: os recursos são


provenientes de “esforços próprios” dos entes públicos, em suas
atividades comerciais, empresariais, etc. Por outro lado, quando as rendas
são obtidas a partir das atribuições coercitivas do Estado, que obrigam os
particulares, estão caracterizadas as receitas derivadas.

8. A classificação econômica da receita traz os seguintes níveis: categoria


econômica; origem; espécie; rubrica; alínea; subalínea.

9. As receitas correntes são, tipicamente, receitas de custeio: servem para


suportar a manutenção e o funcionamento de atividades administrativas.

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Por sua vez, receitas de capital servem à aquisição ou formação de bens


de capital. Bens de capital, segundo a teoria econômica, seriam aqueles
capazes de gerar novos bens ou serviços, produzindo riqueza.

10. Via de regra, as receitas correntes são receitas efetivas; elas aumentam o
patrimônio público. Ora são resultado da atividade arrecadatória do
Estado, ora da atividade empresarial/comercial pública.

11. As receitas de capital, também via de regra, são receitas por mutação,
não efetivas, e, por isso, não afetam o patrimônio. Envolvem registros
contábeis que se anulam.

12. Receitas primárias representam todas as receitas orçamentárias que não


têm interface financeira (obtenção de empréstimos, venda de títulos,
recebimento de operações de crédito etc.). Ou seja, são receitas sem
relação com o endividamento público.

13. As transferências de recursos intergovernamentais podem constituir


receitas correntes ou receitas de capital.

14. O superávit do orçamento corrente representa a diferença positiva entre o


total da arrecadação de receitas correntes e o total da execução das
despesas correntes em um exercício. Significa que o governo teve
recursos de custeio mais que suficientes para sustentar sua máquina
administrativa. Essa sobra financeira deverá ser aplicada em favor do
patrimônio duradouro do Estado, para gerar mais riqueza.

15. As receitas intraorçamentárias estão relacionadas à realização de


despesas dentro da mesma esfera de governo. Nesse caso, ocorre apenas
uma “circulação interna” de recursos, que não saem do caixa do Tesouro
Nacional.

16. A Lei 4.320/64 estabelece três estágios percorridos pela receita


orçamentária em sua execução, mas a doutrina e as provas entendem
existir mais um, que antecede todos eles: a previsão, que se caracteriza
como um estágio de planejamento.

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17. Segundo o art. 53 da Lei 4.320/64, “O lançamento da receita é o ato da


repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal e a
pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta”. Nem todas as
receitas percorrem o estágio do lançamento.

18. A arrecadação envolve a entrega dos recursos devidos pelos contribuintes


aos agentes arrecadadores ou às instituições financeiras autorizadas pelo
ente recebedor, ainda sem chegada à conta do Tesouro. Segundo a Lei
4.320/64, a arrecadação é o estágio em que se registra o pertencimento
da receita ao exercício financeiro.

19. O estágio do recolhimento consiste na entrega, pelos agentes


arrecadadores e pela rede bancária autorizada, do produto da arrecadação
ao caixa do Tesouro, correspondendo à efetiva disponibilização de
recursos ao ente público.

20. Na Contabilidade Aplicada ao Setor Público, utiliza-se um mecanismo


contábil para garantir a aplicação dos recursos nas despesas para as quais
eles foram reservados, por força de lei, ato normativo ou contratual.
Denomina-se esse mecanismo de “destinação de recursos” ou “fonte de
recursos”.

21. Por meio do mecanismo da destinação de recursos, assegura-se a


vinculação entre a receita e sua aplicação, ainda que essa aplicação só
venha a ocorrer tempos depois do recolhimento.

22. A dívida ativa constitui um direito a receber por parte do ente público, e
pode ser classificada como tributária ou não tributária, a depender do tipo
de obrigação que lhe deu origem.

23. A dívida ativa abrange a obrigação principal e os valores correspondentes


à respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora.

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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2012) Dado o princípio da competência, que se


aplica plenamente ao setor público, as receitas e despesas públicas devem
ser contabilmente registradas independentemente de seu pagamento ou
recebimento.

2. (CESPE/ANALISTA/PREVIC/2011) De acordo com o regime em vigor na


contabilidade pública, uma receita deve ser considerada realizada pela
geração natural de novos ativos, independentemente da intervenção de
terceiros.

3. (CESPE/AUDITOR/TCU/2011) O regime contábil da contabilidade pública


no Brasil adota a competência para as receitas e o regime de caixa para
despesas.

4. (CESPE/CONTADOR/AL-ES/2011) Para o reconhecimento da receita e da


despesa públicas, deve-se utilizar o mesmo procedimento tanto no
enfoque patrimonial como no enfoque orçamentário.

5. (CESPE/ANALISTA/ANP/2013) De acordo com a Lei n.º 4.320/1964,


referente ao regime orçamentário, é correto afirmar que pertence ao
exercício financeiro de 2011 a receita prevista e lançada em 2011, porém
arrecadada e recolhida em 2012.

6. (CESPE/ESPECIALISTA/FNDE/2012) Define-se receita pública como a


entrada que se integra ao patrimônio público com reservas, condições ou
correspondência no passivo, acrescendo-se o seu volume como elemento
novo e positivo.

7. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Do ponto de vista patrimonial, uma receita


pública só pode ser considerada efetiva quando contribui para o aumento
do patrimônio líquido da entidade onde ocorreu.

8. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) A receita pública não efetiva provém dos


serviços prestados indiretamente pelo governo.

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9. (CESPE/ESPECIALISTA/SESA-ES/2011) A receita pública somente pode


ser considerada orçamentária se estiver incluída na lei orçamentária
anual.

10. (CESPE/ASSISTENTE/CNPQ/2011) Fazem parte da receita orçamentária os


depósitos em caução, as fianças, as operações de crédito por antecipação
de receita orçamentária e a emissão de moeda e outras entradas
compensatórias no ativo e no passivo financeiro.

11. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) A receita orçamentária, sob as rubricas


próprias, engloba todas as receitas arrecadadas e que não possuem
caráter devolutivo, inclusive as provenientes de operações de crédito. Por
sua vez, os ingressos extraorçamentários são aqueles pertencentes a
terceiros, arrecadados pelo ente público, exclusivamente para fazer face
às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução.

12. (CESPE/ANALISTA/ANATEL/2006) As entradas e saídas de dinheiro com


efeito apenas transitório, em razão de o ente público ser mero depositário
ou depositante desses valores, não são reconhecidas como receitas e
despesas, por sua natureza extra-orçamentária.

13. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) Por não ser possível prever no orçamento


todos os casos em que o órgão público fará a alienação de algum bem do
seu patrimônio, a receita proveniente das alienações pode ser classificada
como orçamentária ou extraorçamentária.

14. (CESPE/TÉCNICO/FNDE/2012) Para fins orçamentários, as receitas


públicas classificam-se em originárias e derivadas. As originárias são
aquelas arrecadadas por meio da exploração de atividades econômicas
exercidas pelo Estado.

15. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Se determinado município, após construir


uma praça, decidir cobrar contribuição de melhoria sobre os imóveis
localizados em torno do local, o produto da arrecadação dessa
contribuição constituirá receita originária.

16. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) As receitas auferidas nas situações em que


o Estado atua em condição de igualdade com os particulares, sem o uso

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do poder de império, são consideradas receitas originárias, como é o caso


da receita de serviços.

17. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) Quando um cidadão paga


o imposto sobre a renda em atraso, a parcela correspondente ao imposto
é dita receita originária, enquanto a multa de mora e os juros sobre o
atraso são considerados receita derivada.

18. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) Os valores cobrados dos cidadãos pelo


serviço de abastecimento de água constituem exemplo de receita
derivada.

19. (CESPE/PROCURADOR/AL-ES/2011) Tributo é receita originária instituída


pelas entidades de direito público, compreendendo impostos, taxas e
contribuições, nos termos da CF e das leis vigentes em matéria financeira.

20. (CESPE/TÉCNICO/TRE-ES/2011) As receitas correntes e de capital têm em


comum o efeito positivo sobre o patrimônio líquido e se diferenciam em
razão do efeito financeiro que provocam no patrimônio.

21. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) A classificação de receitas por categoria


econômica visa permitir a identificação dos recursos em função do seu
fato gerador, sendo sempre classificadas como receitas de capital as
receitas financeiras provenientes de outras pessoas de direito público ou
privado.

22. (CESPE/TÉCNICO/TCU/2012) As receitas orçamentárias na esfera


econômica serão classificadas em receitas correntes e receitas de capital.
Receitas correntes são aquelas provenientes de recursos financeiros
oriundos de constituição de dívidas, ao passo que as de capital originam-
se dos tributos arrecadados pelo Estado.

23. (CESPE/CONTADOR/UNIPAMPA/2009) As receitas são classificadas em


dois segmentos: receitas correntes e receitas de capital. Essa divisão
obedece a um critério econômico, dentro da idéia de demonstrar a origem
das diversas fontes. As receitas de capital derivam do exercício de poder,
próprio do Estado, de tributar as pessoas e agentes econômicos ou do
exercício da atividade econômica.

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24. (CESPE/ESPECIALISTA/SESA-ES/2011) Ingressos intraorçamentários são


constituídos por receitas de operações entre órgãos, fundos, autarquias,
fundações públicas, empresas estatais dependentes e outras entidades
integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social.

25. (CESPE/ANALISTA/TRE-MA/2009) Receitas que decorrem de um fato


permutativo são denominadas receitas correntes.

26. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2008) O 1.º nível da codificação da natureza da


receita é utilizado para mensurar o impacto das decisões do governo na
economia nacional.

27. (CESPE/AGENTE/DPF/2012) A alienação de bem da administração pública


não é classificada como receita efetiva.

28. (CESPE/ESPECIALISTA/FNDE/2012) Entre as receitas definidas na


categoria econômica de receitas correntes incluem-se as receitas
tributárias, patrimoniais, agropecuárias, industriais, de contribuição e de
serviços.

29. (CESPE/ANALISTA/TJ-RO/2012) A classificação da receita de acordo com a


sua natureza possibilita uma melhor identificação da origem do recurso
conforme seu fato gerador. O código identificador da natureza da receita é
desmembrado em seis níveis, entre os quais

A a alínea é a subdivisão das categorias econômicas.

B a espécie é a subdivisão da categoria econômica.

C a origem é o detalhamento das espécies de receita.

D a subalínea constitui o nível mais analítico da receita.

E a rubrica é o detalhamento da alínea.

30. (CESPE/ASSISTENTE/CNPQ/2011) Um dos níveis de classificação das


receitas é o vinculado à origem da receita, chamado espécie de receita, o
qual permite qualificar com maior detalhe o fato gerador das receitas.
Considerando-se a origem receita tributária, são espécies os impostos, as
taxas e as contribuições de melhoria.

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31. (CESPE/ANALISTA/PREVIC/2011) Os impostos cobrados pela União, pelos


estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, no âmbito de suas
respectivas competências, são tributos cuja obrigação tem por fato
gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica relativa ao contribuinte. Portanto, o Estado não fica vinculado a
nenhuma contraprestação para o contribuinte que pagou o referido
imposto.

32. (CESPE/TÉCNICO/FNDE/2012) As receitas recebidas por ente público,


originárias de outras pessoas de direito público ou privado, são
classificadas como correntes ou de capital, de acordo com a categoria
econômica da despesa que visam atender.

33. (CESPE/ANALISTA/TRE-BA/2010) Considere que a arrecadação da


Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) tenha
aumentado durante o último exercício financeiro da União. Nesse caso, é
correto afirmar que houve aumento do montante da receita tributária da
União no último ano.

34. (CESPE/TÉCNICO/BASA/2012) Deve-se classificar como ‘outras receitas


de capital’ a receita da remuneração das disponibilidades do Tesouro
Nacional, dadas suas características, que não permitem seu
enquadramento nas demais classificações da receita de capital.

35. (CESPE/ANALISTA/AL-CE/2011) As contribuições de interesse de


categorias profissionais ou econômicas e as contribuições de seguridade
social constituem receitas de um mesmo e único orçamento, na medida
em que, juntamente com as contribuições de intervenção no domínio
econômico, são espécies do gênero contribuição social.

36. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) As transferências da União para os


estados, municípios e Distrito Federal decorrentes da repartição das
receitas tributárias constituem, obrigatoriamente, receitas correntes.

37. (CESPE/ANALISTA/TRE-RJ/2012) Amortização de empréstimos é a receita


proveniente do ingresso de recursos referentes ao recebimento de

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empréstimos ou financiamentos concedidos e classificada como receita de


capital.

38. (CESPE/ANALISTA/TRE-RJ/2012) Supondo que o governo tenha verificado


ao final de um exercício financeiro que houve superávit no balanceamento
entre receitas e despesas correntes, então a diferença apurada poderá ser
utilizada para o pagamento da folha de salários do exercício seguinte.

39. (CESPE/CONTADOR/TJ-AC/2012) O superávit do orçamento corrente,


apesar de ser resultante do balanceamento dos totais das receitas e
despesas correntes, não constitui item de receita orçamentária.

40. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) Não existe nem deve


existir perfeita correspondência entre as respectivas categorias de receitas
e de despesas. No entanto, é recomendável que exista um saldo positivo
entre receitas de capital e despesas de capital, para a formação de
poupança que financie os novos investimentos.

41. (CESPE/TÉCNICO/STM/2011) A previsão é o estágio da receita no qual se


faz a estimativa de com quanto determinada pessoa, física ou jurídica,
deverá contribuir financeiramente com o Estado.

42. (CESPE/ANALISTA/EBC/2011) Aumentos da inflação e da taxa de


crescimento econômico não alteram as receitas tributárias previstas, visto
que a metodologia de estimação dessas receitas, no âmbito do processo
orçamentário, leva em conta apenas os impactos das alterações na
legislação.

43. (CESPE/ANALISTA/STF/2008) A estimativa de arrecadação da receita é


resultante da metodologia de projeção das receitas orçamentárias.

44. (CESPE/ANALISTA/TRE-ES/2011) A reestimativa de receita por parte do


Poder Legislativo só será admitida quando houver despesas não
computadas ou insuficientemente dotadas na lei de orçamento.

45. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Os estágios da receita orçamentária são


previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento. Entretanto, o
lançamento, que tem origem fiscal, não se aplica a todas as receitas

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orçamentárias, mas basicamente às receitas tributárias, conforme dispõe


o Código Tributário Nacional.

46. (CESPE/ANALISTA/STF/2008) No lançamento da receita, é verificada a


procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora.

47. (CESPE/TÉCNICO/FNDE/2012) Toda receita orçamentária passará,


necessariamente, por pelo menos uma das seguintes etapas: previsão e
lançamento.

48. (CESPE/TÉCNICO/IBAMA/2012) O estágio da receita denominado


arrecadação encerra a etapa de execução e deve obedecer ao princípio da
unidade de caixa.

49. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) O estágio do recolhimento de uma receita


pública corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro, efetuada
pelos contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou
instituições financeiras autorizadas pelo ente.

50. (CESPE/TÉCNICO/FNDE/2012) Denomina-se recolhimento a transferência


dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro Nacional.

51. (CESPE/ANALISTA/MMA/2011) A realização da receita e da despesa da


União deve ser feita por via bancária, em estrita observância ao princípio
da unidade de caixa; o produto da arrecadação de todas as receitas da
União deve ser, obrigatoriamente, recolhido à Conta Única do Tesouro
Nacional, no Banco do Brasil.

52. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Todas as receitas devem ser recolhidas em


estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer
fragmentação para criação de caixas especiais.

53. (CESPE/ESPECIALISTA/SESA-ES/2011) O objetivo do código de fontes de


recursos é discriminar as dotações que serão utilizadas diretamente pelo
governo federal daquelas que serão transferidas a outros entes da
Federação.

54. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) As receitas vinculadas,


mesmo que não utilizadas durante o exercício, não poderão destinar-se a

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outra finalidade que não o objeto de sua vinculação, mesmo que


continuem sem destinação nos exercícios subseqüentes.

55. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) A classificação por fontes de recursos é um


procedimento que consiste em agrupar os recursos extraorçamentários,
não sendo aplicado aos recursos orçamentários.

56. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2009) Na execução orçamentária, a codificação


da destinação da receita indica a vinculação, evidenciando-se, a partir do
ingresso, as destinações dos valores. Ao se realizar despesa, deve-se
demonstrar a sua fonte de financiamento (fonte de recursos),
estabelecendo-se, desse modo, a interligação entre receita e despesa.

57. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA/2012) Os créditos de natureza não tributária


devem ser escriturados como receita do exercício em que forem
arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. Em relação aos
créditos de natureza tributária, por sua vez, deve-se aguardar parecer da
procuradoria da fazenda, para se efetuarem esses registros.

58. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA/2012) Após apurada a sua liquidez e certeza,


os créditos da fazenda pública exigíveis pelo transcurso do prazo para
pagamento devem ser inscritos em registro próprio como dívida ativa.

59. (CESPE/ANALISTA/TRE-RJ/2012) Considerando que determinado gestor


público tenha sido julgado em alcance pelo Tribunal de Contas da União,
por não ter arrecadado as taxas atribuídas pela legislação ao órgão que
ele dirigia, o montante definido para ressarcimento ao erário, se não for
pago até o vencimento fixado, constituirá dívida ativa não tributária.

60. (CESPE/CONTADOR/SEDUC-AM/2011) Uma das formas de recebimento de


dívida ativa é a incorporação de bens, tanto por adjudicação quanto por
dação em pagamento. A receita relativa à dívida ativa tem caráter
orçamentário e pertence ao exercício em que for realizada.

61. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) A inscrição na dívida ativa, que


representa fato permutativo resultante do não recebimento de um valor
no prazo estabelecido, não inclui o registro de juros e atualização

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monetária aplicados sobre o valor inscrito, que serão posteriormente


definidos pela justiça.

62. (CESPE/ANALISTA/TRT-10/2012 – ANULADA) As receitas da dívida ativa


são decorrentes de créditos da Fazenda Pública, exigíveis em virtude do
transcurso do prazo para pagamento, e classificadas como outras receitas
de capital.

63. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) Incluem-se tanto na natureza tributária


da dívida ativa quanto na não tributária os créditos da fazenda pública
provenientes de obrigações legais relativas a tributos e respectivas
multas.

64. (CESPE/ANALISTA/MPE-PI/2012) A inscrição de créditos na dívida ativa


representa contabilmente um fato modificativo que tem como resultado
um acréscimo patrimonial no órgão ou unidade competente para inscrição
em dívida ativa e um decréscimo patrimonial no órgão ou entidade
originadora do crédito.

65. (CESPE/PROCURADOR/AL-ES/2011) A dívida ativa contém as obrigações


financeiras da fazenda pública e classifica-se, quanto à origem, em interna
ou externa e, quanto à duração, em flutuante ou fundada.

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QUESTÕES ADICIONAIS

66. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) O imposto sobre a renda devido por um


contribuinte que auferiu rendimentos em dezembro de determinado ano
constitui receita da União para o mesmo exercício financeiro dos
rendimentos.

67. (CESPE/ANALISTA/TRE-ES/2011) Os atos e fatos que afetem o patrimônio


público devem ser contabilizados pelo regime misto, e os seus efeitos
devem ser evidenciados nas demonstrações contábeis, observando-se o
princípio da anualidade, complementarmente ao registro patrimonial das
receitas e das despesas públicas.

68. (CESPE/ANALISTA/TRT-10/2012 – ANULADA) As operações de crédito


devem ser classificadas como ingressos extraorçamentários quando
corresponderem a antecipação de receita orçamentária.

69. (CESPE/ANALISTA/TRE-MA/2009) Só podem ser consideradas receitas


orçamentárias aquelas que já estejam formalmente incluídas na LOA.

70. (CESPE/TÉCNICO/STM/2011) A amortização de um empréstimo constitui


uma despesa orçamentária, enquanto sua contratação constitui uma
receita extraorçamentária.

71. (CESPE/CONTADOR/CORREIOS/2011) No caso de insuficiência de caixa da


União para o pagamento de despesas, poderão ser realizadas operações
de crédito por antecipação de receita orçamentária, mediante autorização
contida na lei orçamentária anual (LOA), devendo a obrigação decorrente
dessas operações constar no passivo financeiro.

72. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) As receitas públicas originárias decorrem


do poder de império do Estado e da exploração de seu patrimônio e
compreendem os preços públicos ou tarifas, as compensações financeiras
e os ingressos comerciais.

73. (CESPE/ASSISTENTE/CNPQ/2011) As operações intraorçamentárias não


representam novas entradas de recursos nos cofres públicos, mas apenas
remanejamento de receitas entre eles.

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74. (CESPE/ANALISTA/ANATEL/2009) As receitas intraorçamentárias se


contrapõem às despesas intraorçamentárias e se referem a operações
entre órgãos e entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da
seguridade social da mesma esfera governamental.

75. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) A contribuição de melhoria,


cobrada pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos
municípios, no âmbito de suas respectivas competências, tem como fato
gerador a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público posto à
disposição do contribuinte.

76. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Uma das modalidades de receita pública é


o imposto, que constitui contraprestação específica do Estado ao cidadão.

77. (CESPE/ANALISTA/ANP/2013) Segundo as categorias econômicas, as


receitas podem ser classificadas em receitas correntes ou receitas de
capital.

78. (CESPE/CONTADOR/TJ-RR/2012) A operação de crédito por antecipação


de receita orçamentária (ARO) é uma receita orçamentária de capital.

79. (CESPE/ANALISTA/PREVIC/2011) As receitas correntes do orçamento


público incluem, entre outros, a receita tributária, que corresponde à
oriunda de tributos, conforme o estabelecido na legislação tributária, e os
recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas.

80. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2012) As receitas públicas classificam-se quanto


à categoria econômica em receitas de capital e receitas correntes, sendo o
laudêmio um exemplo de receita corrente.

81. (CESPE/ANALISTA/EBC/2011) A receita de serviços de publicidade legal


decorrentes das atividades de agenciamento de publicidade é classificada
como receita corrente.

82. (CESPE/ANALISTA/ANATEL/2012) As receitas correntes destinadas ao


pagamento das despesas correntes do governo incluem as receitas
tributárias, que englobam os impostos, as taxas, as contribuições de
melhorias, as contribuições sociais e de intervenção econômica.

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83. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) Os recursos recebidos de outras


pessoas de direito público ou privado são considerados transferências
correntes, desde que haja contraprestação direta em bens e serviços.

84. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) As contribuições no interesse de


categorias profissionais ou econômicas, conhecidas também por
contribuições corporativas, incluem as contribuições sindicais e as
contribuições para os conselhos de fiscalização profissional.

85. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Considere que o governo isente


equipamentos de informática do imposto sobre produtos industrializados
(IPI). Nessa situação, haverá perda de receitas correntes no orçamento
público.

86. (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) A amortização de empréstimos é


receita de capital, sendo considerado o retorno de valores emprestados
anteriormente a outras entidades de direito público.

87. (CESPE/TÉCNICO/MIN. SAÚDE/2009) O superavit do orçamento corrente,


definido como a diferença positiva entre receitas e despesas correntes,
constitui item da receita orçamentária.

88. (CESPE/CONTADOR/FUB/2011) A diferença positiva entre as receitas e as


despesas correntes, denominada superavit do orçamento corrente,
destina-se ao financiamento das despesas correntes.

89. (CESPE/CONTADOR/TJ-RR/2012) Apesar de não constituir item de receita


orçamentária, o superávit do orçamento corrente deve ser considerado no
cômputo da receita de capital.

90. (CESPE/ANALISTA/TJ-RR/2012) Classificam-se como receitas correntes as


receitas patrimoniais obtidas com os rendimentos sobre investimentos do
ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de
mercado e de outros rendimentos oriundos de renda de ativos
permanentes.

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91. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2010) As receitas tributárias, de contribuições,


agropecuárias, patrimoniais e o superavit do orçamento corrente são
considerados receitas correntes.

92. (CESPE/ANALISTA/MMA/2011) A taxa de controle e fiscalização ambiental


cobrada pelo IBAMA corresponde a receita não tributária, classificada como
preço público, que deve ser recolhida compulsoriamente por empresas com
atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais.

93. (CESPE/CONTADOR/TJ-AC/2012) As receitas provenientes da exploração


do patrimônio público, do poder de tributar emanado do Estado e das
atividades de prestação de serviços constituem receitas correntes.

94. (CESPE/TÉCNICO/ANCINE/2012) O produto da arrecadação de multas


resultantes das atividades exercidas pela ANCINE integra a receita corrente
dessa agência.

95. (CESPE/ANALISTA/AL-CE/2011) Os rendimentos dos saldos disponíveis na


conta única do Tesouro Nacional são classificados como receitas de capital.

96. (CESPE/ESPECIALISTA/SESA-ES/2011) O produto estimado da alienação


de bem imóvel somente deve ser incluído na receita quando essa alienação
for especificamente autorizada em forma que juridicamente possibilite ao
Poder Executivo realizá-la no exercício.

97. (CESPE/ESPECIALISTA/SESA-ES/2011) Se a União utilizar parte de suas


receitas correntes para transferir a determinado município recursos
destinados a construir um posto de saúde, essa operação deverá ser
classificada, na contabilidade do município beneficiado, como transferência
de capital.

98. (CESPE/ANALISTA/AL-CE/2011) A transferência de capital deve ser


classificada como receita corrente, visto que resulta do ingresso de capital
proveniente de outro ente governamental.

99. (CESPE/ANALISTA/PREVIC/2011) A receita que for adquirida por meio da


venda de bens ou direitos públicos deverá ser obrigatoriamente
considerada receita de capital.

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100. (CESPE/ANALISTA/ANP/2013) As receitas dos royalties são originadas pela


exploração do patrimônio do Estado, que é constituído por recursos
minerais, hídricos e florestais. Essas receitas são classificadas como
patrimoniais, dentro da categoria econômica receitas correntes.

101. (CESPE/ANALISTA/TJ-RO/2012) Com relação à receita pública, assinale a


opção correta.

A Considerando que algumas receitas são arrecadas para atender normas,


regulamentos ou contratos, a entidade pública torna-se apenas um
depositário desse valor que deve ser reconhecido na lei orçamentária anual
para fins de controle no sistema de compensação.

B As receitas correntes financiam as despesas correntes e também as de


capital.

C A adoção do regime de caixa para a receita orçamentária objetiva dar


mais celeridade à administração pública, uma vez que o gestor não terá
que se preocupar com receitas a realizar.

D As demonstrações das receitas orçamentárias e extraorçamentárias


constantes do relatório resumido da execução orçamentária serão por
classificação funcional programática.

E As receitas de capital são recursos recebidos de outras pessoas de direito


público ou privado, destinados a atender despesas correntes e de capital e,
ainda, o superávit do orçamento corrente.

102. (CESPE/CONTADOR/AL-ES/2011) Assinale a opção que apresenta, na


respectiva ordem, a classificação das receitas com relação à natureza,
categoria econômica, afetação patrimonial e coercitividade.

A Tributária, orçamentária, transferências e derivada.

B Orçamentária, tributária, transferências e efetiva.

C Extra-orçamentária, originária, efetiva e derivada.

D Tributária, patrimonial, efetiva e por mutação patrimonial.

E Orçamentária, patrimonial, por mutação patrimonial e derivada.

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103. (CESPE/ANALISTA/TCE-AC/2009) A previsão da receita visa identificar o


devedor dos tributos e os respectivos valores e espécies.

104. (CESPE/ANALISTA/TCE-AC/2009) Os impostos diretos e outras receitas


com vencimento determinado em leis especiais, regulamentos ou contratos
são objeto de lançamento.

105. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) Na elaboração da previsão da receita,


estágio da etapa de planejamento, devem ser considerados os efeitos da
variação do índice de preços e do crescimento econômico.

106. (CESPE/TÉCNICO/BASA/2012) O lançamento, como estágio da receita


orçamentária, é resultado de uma projeção realizada com base no índice de
preços, na quantidade e nas alterações na legislação tributária.

107. (CESPE/ASSISTENTE/CNPQ/2011) O recolhimento, por parte do Estado, do


imposto de renda de pessoa física (IRPF) é caracterizado como receita
corrente.

108. (CESPE/ANALISTA/SEGER-ES/2009) O estágio de recolhimento da receita


caracteriza-se pela liquidação, junto aos agentes arrecadadores, dos
compromissos do contribuinte com o Tesouro.

109. (CESPE/CONTADOR/CORREIOS/2011) O cancelamento da dívida ativa


provoca alteração na situação líquida, com o registro de uma variação
passiva, decorrente da redução de um ativo.

110. (CESPE/PROCURADOR/AL-ES/2011) Os créditos da fazenda pública, de


natureza tributária ou não tributária, serão escriturados nas respectivas
rubricas orçamentárias como receita do exercício em que forem inscritos.

111. (CESPE/ANALISTA/PREVIC/2011) A dívida ativa da União é composta pelos


créditos da fazenda pública, tributários ou não, que, não pagos nos
vencimentos, são inscritos em registro próprio, após apurada sua liquidez e
certeza.

112. (CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) A dívida ativa inscrita goza de presunção de


certeza e liquidez e tem equivalência de prova pré-constituída contra o
devedor. A presunção de certeza e liquidez, no entanto, é relativa, pois pode

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ser derrogada por prova inequívoca, cuja apresentação cabe ao sujeito


passivo.

113. (CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) É atribuída à Procuradoria Geral da Fazenda


Nacional (PGFN) a competência para gestão administrativa e judicial da
dívida ativa da União e das demais esferas governamentais.

114. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) As receitas decorrentes de dívida ativa


tributária ou não tributária devem ser classificadas como outras receitas de
capital.

115. (CESPE/ANALISTA/MPE-PI/2012) Receita tributária vencida não registrada


no ativo do órgão deve ser encaminhada, mediante formalização de processo
administrativo, para inscrição imediata na dívida ativa.

116. (CESPE/ESPECIALISTA/FNDE/2012) No caso da dívida ativa, aplica-se o


regime de competência, ou seja, os créditos públicos devem ser registrados
como receita orçamentária no exercício de sua arrecadação.

117. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA/2012) A cobrança de atualização monetária,


multa e juros de mora deve ser considerada no valor da receita da
respectiva dívida ativa.

118. (CESPE/ANALISTA/ANAC/2012) A dívida ativa constitui-se dos créditos não


financeiros oriundos de tributos lançados e não arrecadados em um
exercício, bem como dos autos de infração não contestados.

119. (CESPE/AUDITOR/TCE-ES/2012) Quando determinado órgão público


inscreve uma obrigação legal relativa a tributos na dívida ativa, todos os
respectivos adicionais e multas correspondentes a essa obrigação integram o
conceito de dívida ativa tributária.

120. (CESPE/MPS-SIMPLIFICADO/2010) A contabilização referente à inscrição do


crédito da dívida ativa ocorre tanto no órgão ou unidade competente para
inscrição em dívida ativa como no órgão ou unidade originária do crédito.

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GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
C C E E E E C E E E
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C E E E E C E E E E
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
E E E C E C C C D C
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
C C E C E C C E C E
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
E E C E C C E E E C
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
C C E C E C E C C C
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
E E E C E E E C E E
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
C E C C E E C E E C
81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
C E E C C C E E C C
91 92 93 94 95 96 97 98 99 100
E E C C C C C E C C
101 102 103 104 105 106 107 108 109 110
B E E C C E C E C E
111 112 113 114 115 116 117 118 119 120
C C E E E E C C C C

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