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Nara Nubia Alencar
PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS

Prevenção e Controle de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis

Proposta nas primeiras décadas do século XX, a teoria da transição demográfica foi formulada à luz
da relação entre o crescimento populacional e o desenvolvimento socioeconômico. Segundo essa te-
oria, o desenvolvimento econômico e o processo de modernização das sociedades estariam na ori-
gem das mudanças nas taxas de natalidade e de mortalidade verificadas em países europeus, com
consequentes mudanças nos ritmos de crescimento populacional.

A passagem de uma sociedade rural e tradicional com altas taxas de natalidade e mortalidade para
uma sociedade urbana e moderna com baixas taxas de natalidade e mortalidade constituiria o es-
quema da transição. Durante essa passagem, as sociedades vivenciariam fases de desequilíbriow
demográfico, com um descompasso entre as taxas de mortalidade e de natalidade. A redução pre-
coce das taxas de mortalidade vis-à-vis às de natalidade promoveria ritmos acelerados de cresci-
mento populacional. O equilíbrio seria retomado com a redução, em momento posterior, das taxas de
natalidade e, consequentemente, redução do ritmo de crescimento da população.

O debate sobre se o modelo teórico proposto poderia ser aplicado a todas as sociedades, ou seja, se
o processo experimentado pelos países europeus repetir-se-ia em outros países e diferentes níveis
de desenvolvimento socioeconômico foi intenso em meados do século XX. A tese de que o desenvol-
vimento econômico seria condição necessária para a redução das taxas de mortalidade e de natali-
dade nos diferentes países foi questionada e rejeitada. Ao longo do século passado, as diferentes ex-
periências de evolução da natalidade e mortalidade evidenciaram que a transição demográfica não
ocorre da mesma forma entre as diversas sociedades. As mudanças nas taxas de mortalidade e de
natalidade têm múltiplos fatores explicativos, o tempo de transição entre os dois momentos de equilí-
brio demográfico pode variar entre mais de um século e apenas algumas décadas, e ademais, dife-
rentes fases da transição podem ser observadas simultaneamente em uma mesma sociedade. 4,5

Além da questão teórica sobre a relação entre desenvolvimento e crescimento populacional, a passa-
gem de elevadas para reduzidas taxas de natalidade e mortalidade trouxe ao debate da transição de-
mográfica as importantes mudanças nas estruturas populacionais. No período pré-transição, quando
as sociedades experimentam taxas de natalidade elevadas e quase estáveis e taxas de mortalidade
elevadas e flutuantes, o crescimento vegetativo da população é baixo e sua estrutura etária é jovem.
Na primeira fase da transição, os níveis de mortalidade caem e os de natalidade mantêm-se eleva-
dos; como consequência, o ritmo de crescimento é acelerado e a estrutura etária da população torna-
se ainda mais jovem.

Na segunda fase da transição, inicia-se a redução dos níveis de natalidade e persiste a queda dos
níveis de mortalidade. As taxas de crescimento da população diminuem, e a estrutura etária começa
sua grande transformação: inicia-se o processo de envelhecimento. Observa-se nesta fase, um au-
mento substantivo da população em idade ativa, reflexo dos níveis de natalidade elevados do pas-
sado. Por fim, os baixos níveis de natalidade e mortalidade aproximam-se e observa-se uma estagna-
ção das taxas de crescimento. Diminui o peso da população em idade ativa e nota-se um envelheci-
mento significativo da estrutura etária.

O presente estudo tem como objetivo descrever o processo de transição demográfica no Brasil e
suas macrorregiões, mostrando a evolução das taxas de mortalidade, natalidade e fecundidade no
período de 1950 a 2010.

Métodos

Trata-se de um estudo descritivo sobre a evolução da natalidade, fecundidade e mortalidade no Brasil


e seus impactos na estrutura etária, o que caracteriza o processo de transição demográfica.

Foram utilizados dados populacionais oriundos dos Censos Demográficos brasileiros de 1950 a 2010,
levantados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo sexo e
idade no Brasil; e dados colhidos pelos Censos de 1970 a 2010, para as grandes Regiões.

Com o propósito de caracterizar os diferentes momentos da transição demográfica, foram considera-


dos os seguintes indicadores de estrutura etária, natalidade, fecundidade e mortalidade:

- Idade mediana

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- Distribuição relativa da população, segundo três grupos etários: menor de 15 anos, 15 a 59 e 60 e


mais anos.

- Índice de envelhecimento: número de pessoas de 60 e mais anos de idade, para cada 100 pessoas
menores de 15 anos.

- Razão de Dependência (RD): razão entre o segmento etário da população definido como economi-
camente dependente (menores de 15 e pessoas de 60 e mais anos de idade) e o segmento etário po-
tencialmente produtivo (entre 15 e 59 anos de idade).

- Taxa de Fecundidade Total (TFT): número médio de filhos nascidos vivos, tidos por uma mulher ao
final do seu período reprodutivo.

- Taxa de Mortalidade Infantil (TMI): número de óbitos de menores de um ano de idade, por 1000 nas-
cidos vivos.

- Esperança de vida ao nascer (e0): número médio de anos de vida esperados para um recém-nas-
cido, mantido o padrão de mortalidade existente na população analisada em determinado ano. (trata-
se de um indicador sintético da mortalidade que não é influenciado pelos efeitos de distintas estrutu-
ras etárias)

- Taxa Bruta de Natalidade (TBN): número de nascidos vivos, por mil habitantes.

- Taxa Bruta de Mortalidade (TBM): número total de óbitos, por mil habitantes.

- Taxa de crescimento anual: percentual de incremento médio anual da população no período consi-
derado.

Os indicadores de estrutura etária e as taxas médias de crescimento anual foram calculados a partir
dos dados censitários. Os indicadores de natalidade, fecundidade e mortalidade foram extraídos de
publicações do IBGE e da publicação 'Indicadores e Dados Básicos - IDB', produzida pela Rede Inte-
ragencial de Informações para a Saúde - RIPSA.

O presente estudo foi realizado exclusivamente com dados secundários, de acesso público, sem
identificação dos sujeitos, estando de acordo com as condutas éticas na pesquisa envolvendo seres
humanos (Resolução CNS no196, de 10 de outubro de1996, do Conselho Nacional de Saúde/Ministé-
rio da Saúde).

Resultados

A partir da segunda metade do século XX, a população brasileira sofreu diversas transformações. As
primeiras mudanças referem-se ao descenso dos níveis de mortalidade, com a queda das taxas de
mortalidade infantil e o aumento da esperança de vida ao nascer (Tabela 1). Nas décadas de 1950 e
1960, o descenso da mortalidade combinado com a manutenção de níveis elevados de natalidade e
de fecundidade, acima de 40 nascimentos por mil habitantes e mais de 6 filhos por mulher ao final da
vida reprodutiva, resultaram nas taxas de crescimento populacional mais elevadas na história do país:
3,1 e 2,9% ao ano, respectivamente.

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Nesta primeira fase da transição demográfica, observou-se pouco impacto na estrutura etária: a po-
pulação era muito jovem, com idade mediana de apenas 18 anos. A razão de dependência era ele-
vada, sendo que em 1960 ela alcançou seu valor máximo (90,0%). O peso da dependência era so-
bretudo juvenil (81,0%) e a proporção de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) ainda era muito pe-
quena (4,0 a 5,0%).

A segunda fase da transição demográfica iniciou-se timidamente, em meados da década de 1960, e


em 1970 os indicadores de natalidade e fecundidade detectaram essas mudanças, ainda que os ní-
veis fossem muito elevados: 37,7 nascimentos por mil habitantes e 5,8 filhos por mulher (Tabela 1).
Os níveis de mortalidade continuaram em queda e observou-se o início do processo de envelheci-
mento populacional: a idade mediana aumentou para 19 anos, a razão de dependência iniciou sua
trajetória de descenso, com menor peso do componente juvenil, e a proporção de idosos superou
5,0%.

É a partir de 1970 que o Brasil experimenta uma verdadeira revolução demográfica. Os indicadores
de natalidade, fecundidade e mortalidade para 1980 revelaram essas grandes mudanças: todos eles
tiveram seus níveis drasticamente reduzidos. A taxa de mortalidade infantil declinou para 83 óbitos
por cada 1000 nascidos vivos e a esperança de vida ultrapassou o limite de 60 anos de idade. O nú-
mero de filhos por mulher reduziu-se para 4,4 e a taxa bruta de natalidade para 31,7 nascidos vivos
por mil habitantes.

Em 1980, o número de habitantes alcançou os 120 milhões. Em 30 anos, a população mais que do-
brou de tamanho; porém, a taxa de crescimento anual começou a reduzir (2,5% entre 1970 e 1980).
A estrutura etária da população foi impactada por essas mudanças nas taxas de natalidade, fecundi-
dade e mortalidade: a idade mediana se elevou a 20 anos, a razão de dependência reduziu-se para
79,5%, sendo que o peso do componente juvenil caiu para 68,6%, e a proporção de idosos aumentou
para 6,1%.

Na década de 1980, as tendências de queda da natalidade e da mortalidade foram ainda mais acen-
tuadas que na década anterior. Em 1991, a taxa bruta de natalidade caiu para apenas 23,7 nascimen-
tos por mil habitantes e o número médio de filhos por mulher para 2,9. Nesse período, a queda da
taxa de mortalidade infantil foi ainda mais importante: caiu praticamente pela metade, para 45,2 óbi-
tos de menores de um ano por cada 1000 nascidos vivos. A esperança de vida ao nascer do brasi-
leiro aumentou ainda mais, alcançando 65,8 anos.

Em 1991, mais uma vez, a população brasileira dobrou de tamanho em apenas 30 anos, chegando a
147 milhões de habitantes. O ritmo de crescimento na década, no entanto, foi muito menor que no
passado: 1,9% entre 1980 e 1991.

Confirmando as tendências da mortalidade e sobretudo da natalidade observadas na década anterior,


a estrutura etária continuou seu processo de envelhecimento, conforme mostrou o Censo de 1991: a
idade mediana aumentou para 22 anos, a razão de dependência caiu para 72,5% e o índice de enve-
lhecimento alcançou 20,9%, duas vezes maior do que o valor observado em 1950.

Nas duas décadas seguintes, entre 1991 e 2010, os níveis de mortalidade e natalidade reduziram-se
ainda mais. A taxa de mortalidade infantil caiu para 16,2 óbitos de menores de um ano por 1000 nas-
cidos vivos e a esperança de vida ao nascer ultrapassou 70 anos, chegando a 73,5 anos em 2010. A
taxa bruta de natalidade caiu para 16 nascimentos por mil habitantes e a taxa de fecundidade total
para apenas 1,9 filho por mulher, valor abaixo do nível de reposição de 2,1.

Como consequência da desaceleração do ritmo de crescimento demográfico (de 2,5% entre 1970 e
1980 para 1,2% entre 2000 e 2010), o tempo para a duplicação do tamanho da população aumentou
para 40 anos: 190 milhões em 2010 representam pouco mais que o dobro da população em 1970.

Todas essas mudanças foram refletidas na estrutura etária da população, que envelheceu ainda
mais. Em 2010, a idade mediana aumentou para 27 anos, apenas 1 em cada 4 habitantes tinham
idade inferior a 15 anos e 10,8% tinham 60 anos ou mais de idade. O índice de envelhecimento au-
mentou para 44,8%: para cada 100 jovens, havia 45 idosos. A razão de dependência caiu para
53,6%, o componente juvenil caiu para apenas 37,0% e o de idosos aumentou para 16,6%.

As pirâmides etárias representadas na Figura 1 descrevem e resumem o processo de transição de-


mográfica no Brasil entre 1950 e 2010. De uma estrutura etária extremamente jovem em 1950 e

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1960, a população brasileira iniciou seu processo de envelhecimento com o estreitamento na base da
pirâmide em 1970. As sucessivas quedas da natalidade fizeram com que a base da pirâmide se es-
treitasse cada vez mais e a estrutura piramidal se aproximasse de um perfil retangular, com o au-
mento relativo da população em idades ativas (15 a 59 anos) e idosos (60 e mais anos), em 2010.

As transformações na população brasileira não ocorreram simultaneamente em todas as Regiões do


país. Os indicadores de mortalidade e fecundidade entre 1970 e 2010 mostraram as diferenças regio-
nais desse processo (Tabela 2).

Em 1970, os indicadores de mortalidade e natalidade para as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste


evidenciavam um processo de transição demográfica já iniciado, enquanto nas regiões Norte e Nor-
deste, os elevados níveis de mortalidade infantil e de número médio de filhos por mulher (8,15 e 7,53,
respectivamente) caracterizavam um momento de pré-transição.

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Na década de 1970, todas as Regiões encontravam-se em processo de transição. A queda dos níveis
de mortalidade, especialmente da mortalidade infantil, e o consequente aumento da esperança de
vida eram generalizados. Todas as Regiões, à exceção do Nordeste, alcançavam ou superavam os
60 anos de vida média, que apenas a região Sul havia atingido na década anterior.

Observa-se também a queda nos níveis de fecundidade, persistindo, no entanto, as grandes diferen-
ças regionais. No Norte e Nordeste, apesar da queda, os níveis de fecundidade, superiores a 6 filhos
por mulher, ainda eram bastante elevados. Já no Sudeste e Sul, os níveis de fecundidade em pata-
mares intermediários (em torno de 3,5 filhos por mulher) impactavam fortemente a estrutura etária da
população (Figura 2).

Entre 1980 e 2010, as quedas dos níveis de mortalidade e fecundidade foram acentuadas, em todas
a Regiões. Nas regiões Norte, Sul e Centro-Oeste, a queda da taxa de mortalidade infantil foi mais
expressiva entre os anos de 1980 e 1991, enquanto no Sudeste, a queda foi igualmente importante
em todo o período de 1980 a 2000. Já o Nordeste teve a maior redução entre os anos de 1991 e
2010 (Tabela 2). Ainda que tenham sido observados ritmos diferenciados de queda da taxa de morta-
lidade infantil nas diferentes regiões, a redução nesse indicador foi espetacular em todas elas: mais
de 70,0% de queda, entre 1980 e 2010.

O aumento da esperança de vida também pôde ser observado em todas as regiões, com valores mai-
ores que 70 anos em 2010.

Paralelamente à redução dos níveis de mortalidade, verificou-se uma drástica queda dos níveis de
fecundidade. Em 2000, somente a região Norte apresentava número médio de filhos por mulher supe-
rior a 3,0; em 2010, todas as demais regiões viram seus níveis de fecundidade reduzidos abaixo do
nível de reposição de 2,1 filhos por mulher.

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As pirâmides etárias e os indicadores de estrutura etária mostram os diferentes momentos da transi-


ção demográfica nas regiões brasileiras (Figura 2 e Tabela 2). As regiões Sudeste e Sul iniciaram
esse processo de transição, que se espalhou por todas as regiões do país, apresentando em 2010,
estruturas etárias envelhecidas ou em processo acelerado de envelhecimento. As diferenças regio-
nais são ainda relevantes e devem ser destacadas: (i) dez anos de diferença entre idades medianas
separam as regiões Sudeste e Sul, as populações mais envelhecidas, da região Norte, esta de popu-
lação mais jovem (22 anos de idade mediana); (ii) a razão de dependência alcança valores mínimos,
em torno de 50,0%, nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste; (iii) o componente juvenil dessa razão
é superior a 40,0% nas regiões Norte e Nordeste, e em torno de 33,0% nas regiões Sudeste e Sul;
(iv) o índice de envelhecimento é superior a 50,0% nas regiões Sul e Sudeste, o dobro do índice para
a região Norte.

Discussão

A evolução das taxas de mortalidade, natalidade e fecundidade a partir de 1950 caracteriza o pro-
cesso de transição demográfica no Brasil. De uma população predominante jovem em um passado
nem tão distante, observa-se, nos dias atuais, um contingente, cada vez mais importante, de pessoas
com 60 anos ou mais de idade.7

Ainda que o presente estudo tenha encontrado limitações inerentes à utilização dos dados secundá-
rios provenientes dos Censos Demográficos realizados pelo IBGE, os erros decorrentes da declara-
ção de idade e as diferenças de cobertura dos levantamentos censitários não afetaram os resultados
apresentados quanto à mudança do perfil etário da população brasileira.

Pode-se concluir, portanto, que o país teve seu perfil demográfico totalmente transformado: de uma
sociedade majoritariamente rural e tradicional, com famílias numerosas e risco de morte na infância
elevado, passa-se a uma sociedade predominantemente urbana, com arranjos familiares diver-
sos4,8,9 (famílias com filhos, sem filhos, unipessoais, homoafetivas, entre outras categorias) e risco de
morte na infância reduzido.

Nesse processo de transição, destacam-se a redução da mortalidade por doenças infecciosas e para-
sitárias e o aumento da importância de doenças crônico-degenerativas, muitas delas tendo como fa-
tores de risco aqueles associados às condições de vida em grandes áreas urbanas, como sedenta-
rismo e estresse.10 Maior acesso da população a redes gerais de água e esgotamento sanitário,
maior acesso à atenção à saúde, campanhas de vacinação, entre outras ações da Saúde Pública,
contribuíram decisivamente na redução dos níveis de mortalidade no país e, consequentemente, no
aumento da esperança de vida da população brasileira.

No que se refere à fecundidade, a escolarização das mulheres e a inserção no mercado de trabalho,


especialmente na área urbana, são fatores associados a sua rápida redução. 9

Se por um lado, para o conjunto do Brasil, as transições de mortalidade e fecundidade já estão bem
adiantadas, por outro, as regiões brasileiras vivem momentos diferentes dessas transições. As varia-
ções nas tendências de crescimento dos segmentos da população jovem, adulta e idosa, em resposta
aos diferentes níveis e ritmos de queda dos indicadores de mortalidade e fecundidade, corroboram
que a transição demográfica não têm ocorrido de maneira simultânea, tampouco homogênea, ao
longo do território brasileiro.11

As diferenças sociais e econômicas entre as macrorregiões brasileiras, intrinsecamente vinculadas ao


processo histórico de desenvolvimento, industrialização e urbanização de cada região, explicam es-
sas variações.

Tendo em vista essa grande variabilidade de situações, pode-se afirmar que o país todavia não al-
cançou o equilíbrio demográfico, com baixos níveis de mortalidade e natalidade. Ainda que os níveis
de fecundidade tenham caído abaixo do nível de reposição na maior parte do país, diferenças se-
gundo a idade da mulher, seu local da residência e condições socioeconômicas persistem.

Da mesma forma, os níveis de mortalidade, sobretudo da mortalidade infantil, encontram-se em pata-


mares elevados quando comparados aos de outros países em semelhante nível de desenvolvimento
socioeconômico, e apresentam enormes desigualdades regionais e segundo características socioeco-
nômicas.13,14 Se por um lado, as doenças infecciosas deixaram de ser a principal causa de morte na
infância, por outro, a prematuridade e outras afecções perinatais revelam o muito que o Brasil ainda

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tem a avançar para melhorar a qualidade do atendimento prestado pelos serviços de saúde no perí-
odo pré-natal e no parto.14

O momento atual da transição demográfica proporciona ao país condições muito favoráveis. É o cha-
mado 'bônus demográfico'.15 Esse momento especial, que toda sociedade experimentou, experimenta
ou deverá experimentar, caracteriza-se pela redução da razão de dependência e sua relação com a
proporção de população em idade ativa (15 a 59 anos).

O impacto da redução do componente juvenil da razão de dependência ainda não foi superado pelo
aumento do componente idoso. O país encontra-se em transição, em rápido processo de envelheci-
mento, e novos desafios se apresentam, como ampliar e aprimorar a atenção à saúde dos idosos. É
fundamental que na elaboração de políticas públicas para as áreas sociais - especialmente para a
área da Saúde -, seja levado em consideração o processo de transição demográfica no país com
suas diferenças regionais.

Introdução

O impacto do trabalho sobre a saúde tem sido investigado com regularidade em diversas categorias
profissionais. Com o crescimento mundial do setor de serviços, os trabalhadores de saúde tornaram-
se um dos maiores contingentes da força de trabalho. Essencial para a vida humana, o trabalho em
saúde insere-se na esfera da produção imaterial, que se completa no ato de sua realização. Ele é co-
letivo, contando com a participação de diversos trabalhadores e envolve características tanto em sua
forma assalariada e fragmentada, quanto artesanal.

Estudos sobre o trabalho em saúde devem considerar a complexidade das demandas em saúde, as
relações entre as equipes e a articulação dos diferentes trabalhos em uma equipe de saúde, determi-
nando possibilidades e limites de respostas às necessidades de saúde das pessoas 5,6. O desgaste
profissional, a satisfação no trabalho e a morbidade psíquica entre médicos de atenção primária vêm
sendo estudados por diversos autores, tendo sido detectadas elevadas prevalências de síndrome
de burnout (de 25% a 70%).

No âmbito do Programa Saúde da Família (PSF) sabe-se que atividades concernentes à gerência das
unidades básicas de saúde e (UBS) representam acúmulo de trabalho. Vínculos de trabalho precários
geram insegurança, dificuldade no gozo dos direitos trabalhistas e reivindicações quanto ao reconhe-
cimento profissional.

Embora os trabalhadores da atenção básica constituam um enorme contingente de força de trabalho,


no contexto do SUS e do país, pouco se sabe sobre suas condições de trabalho e saúde. Acredita-se
que esses profissionais são a base do sistema de saúde e, portanto, protagonistas do desenvolvi-
mento e melhoria deste sistema. Seu processo de trabalho é bastante peculiar, no qual interagem ha-
bilidades técnicas e relações interpessoais, além do compromisso implícito e para muitos desconhe-
cido, com o entender coletivo do processo saúde-doença, recaindo sobre eles grandes e crescentes
responsabilidades.

O Projeto de Expansão e Consolidação do Saúde da Família (PROESF) é uma iniciativa do Ministério


da Saúde, dirigida ao fortalecimento da Atenção Básica à Saúde, particularmente em municípios com
mais de 100 mil habitantes 12.

A avaliação dos perfis profissionais, das condições de trabalho e desgaste ocupacional pode subsi-
diar programas de readequação de processos de trabalho, com o objetivo de melhorar o atendimento
da população.

O objetivo deste estudo é avaliar o perfil das equipes de saúde da rede básica em 41 municípios com
mais de 100 mil habitantes de sete estados das Regiões Sul e Nordeste, de acordo com característi-
cas demográficas, da formação profissional, do trabalho e da situação de saúde física e psíquica.

Métodos

O universo do estudo foi constituído por 41 municípios com mais de 100 mil habitantes, assim distri-
buídos: 17 do Rio Grande do Sul e quatro de Santa Catarina (Lote 2 Sul); dois em Alagoas, três na
Paraíba, dez em Pernambuco, dois no Piauí e três no Rio Grande do Norte (Lote 2 Nordeste) 12. Os
trabalhadores foram incluídos a partir da amostra das UBS segundo o modelo de atenção (PSF ou

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tradicional) e proporcionalmente ao total de UBS nos municípios 13,14,15. Por meio dos Projetos de
Adesão ao PROESF, foram identificadas 855 UBS no Nordeste e 655 UBS no Sul. Em cada lote fo-
ram sorteadas aleatoriamente 120 UBS. No Sul, a amostra foi composta por 69 UBS do PSF e 51 tra-
dicionais, enquanto no Nordeste 79 eram do PSF e 41 tradicionais. Todos os trabalhadores das 240
UBS foram convidados a participar do estudo, incluindo médicos, enfermeiros, nutricionistas, odontó-
logos, psicólogos, técnicos e auxiliares de enfermagem, recepcionistas e agentes comunitários de sa-
úde.

A coleta de dados ocorreu entre os meses de março e agosto de 2005, com uma equipe de 15 auxili-
ares de pesquisa (entrevistadores) vinculados ao Estudo de Linha de Base de Avaliação do PRO-
ESF 16. Após consentimento, os trabalhadores responderam a um questionário auto-aplicado constitu-
ído de informações demográficas, sócio-econômicas, características do trabalho e de situação de sa-
úde. A avaliação de condições estressoras no ambiente de trabalho 17 incluiu aspectos do ambiente
físico, fatores próprios das tarefas, aspectos institucionais e pessoais. A aferição dos transtornos
mentais comuns foi realizada usando-se o Self-Report Questionnaire-20 (SRQ-20) 18. Digitados no
programa Epi Info 6.04b (Centers for Disease Control and Prevention, Atlanta, Estados Unidos), os
bancos de dados foram exportados através do aplicativo Stat Transfer 5.0 (Circle Systems, Seattle,
Estados Unidos; para o pacote estatístico SPSS 10.0 (SPSS Inc., Chicago, Estados Unidos). Inicial-
mente, procedeu-se às análises descritivas, verificando a distribuição dos casos em cada variável. A
análise bivariada examinou o comportamento das variáveis segundo o modelo de atenção (PSF e tra-
dicional) e a região (Sul e Nordeste).

Para as variáveis dependentes qualitativas as associações foram testadas por meio da comparação
entre proporções, utilizando-se o teste do qui-quadrado. No caso de variáveis dependentes do tipo
quantitativas, as associações foram testadas usando-se a comparação entre médias, utilizando-se o
teste F (ANOVA). Para ambos, foram consideradas significativas as diferenças com valor de p inferior
a 0,05.

O estudo foi apreciado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Pelotas, tendo obedecido
todos os requisitos para sua aprovação.

Resultados

Foram estudados 4.749 trabalhadores de saúde, 1.730 no Sul e 3.019 no Nordeste. A Figura 1 apre-
senta a distribuição da amostra de acordo com a função desempenhada no serviço de saúde, a re-
gião e o modelo de atenção. Chama atenção a maior proporção de médicos em UBS tradicionais no
Sul e a expressiva presença de agentes comunitários de saúde no Nordeste, tanto no PSF quanto na
atenção tradicional.

A renda bruta mensal referida pelos trabalhadores, de acordo com a sua formação ou nível de escola-
ridade, foi relacionada com o emprego na UBS. Comparando-se os dois lotes, as médias salariais
para os médicos (p < 0,001), os demais profissionais de níveis superior (p < 0,001) e médio (p = 0,03)

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e os auxiliares de enfermagem (p < 0,001) foram significativamente maiores no Sul do que no Nor-
deste, não diferindo para os enfermeiros (p = 0,24) e agentes comunitários de saúde (p = 0,90). Ob-
servou-se ainda que a média salarial foi superior nas UBS do PSF, exceto para os demais trabalha-
dores de nível médio do Sul (p = 0,28) e do Nordeste (p = 0,30) e os agentes comunitários de saúde
do Nordeste (p = 0,45) (Tabela 1).

A amostra foi formada por 3.790 (81%) trabalhadores do sexo feminino e 885 (19%) do masculino. A
média de idade dos trabalhadores foi de 37 anos (DP = 10,4) no Sul e de 38 (DP = 10,3) no Nordeste.
A maior proporção de trabalhadores se concentrou no grupo etário de 31 a 45 anos de idade para os
dois modelos de atenção. A proporção de trabalhadores concentrados na categoria de idade até trinta
anos foi maior para o PSF, enquanto na categoria de 46 anos e mais a situação se inverteu, ou seja,
os trabalhadores do PSF são significativamente mais jovens (p < 0,001) do que os vinculados ao mo-
delo tradicional, em ambos os lotes (Tabela 2).

Pouco menos de 20% dos profissionais entrevistados no Sul e cerca 30% no Nordeste fizeram refe-
rência ao trabalho atual como primeiro emprego, sendo significativa esta diferença entre os lotes (p <
0,001). A proporção média de trabalhadores com único emprego foi semelhante entre os lotes, sendo
significativamente maior entre aqueles vinculados ao PSF em ambos os lotes (Tabela 2).

O ingresso por concurso público alcançou pouco mais de 40% dos trabalhadores da rede básica,
sendo maior no modelo de atenção tradicional do que no PSF tanto no Sul quanto no Nordeste (Ta-
bela 2).

O vínculo de trabalho tipicamente precário (sem garantias trabalhistas) alcançou aproximadamente


38% dos trabalhadores da atenção básica e foi significativamente maior entre os entrevistados no
Nordeste (42%) em relação aos estudados no Sul (30%). A precarização do trabalho no Lote Sul foi
independente do modelo de atenção, enquanto no Nordeste foi superior para os profissionais das
UBS do PSF (48%) em relação ao modelo tradicional (33%) (Tabela 2). Aproximadamente dois terços
dos profissionais estavam satisfeitos com o vínculo de trabalho, significativamente (p < 0,001) mais
no Sul (69%) do que no Nordeste (58%). Em ambas as regiões, os profissionais das UBS tradicionais
estavam mais satisfeitos com o vínculo de trabalho do que seus colegas do PSF.

A maioria dos trabalhadores (48%) estava vinculada à UBS há mais de dois anos, e esta proporção
foi superior no Nordeste (55%) quando comparada com o Sul (37%). Independente do lote, o tempo
de trabalho na UBS foi em média maior nas UBS tradicionais do que nas do PSF.

O contrato de trabalho de quarenta horas semanais incluiu mais de dois terços dos trabalhadores do
PSF, enquanto no modelo tradicional esta proporção alcançou menos da metade dos trabalhadores,
nas duas regiões.

Entre os profissionais de nível superior, somente 37% tinham especialização, sem diferença significa-
tiva entre os lotes (Sul = 35% e Nordeste = 39%). Entretanto, em ambos os lotes os profissionais do
PSF informaram possuir especialização na área em proporções que alcançaram o dobro daquela in-
formada por profissionais do modelo tradicional.

Menos de 70% dos trabalhadores referiram receber supervisão no desempenho de suas atividades, a
ocorrência de supervisão semanal foi informada por um terço destes, com diferença significativa entre
os lotes, sendo de 35% no Sul e de 27% no Nordeste (p < 0,001). É interessante a constatação de
que a proporção de supervisão semanal foi maior nas UBS do PSF no Sul e nas UBS tradicionais do
Nordeste (Tabela 2). Independente da região e do modelo, o conteúdo de supervisão mais citado foi o
monitoramento da produtividade (33%) e das rotinas diárias (13% no Sul e 20% no Nordeste), se-
guido de orientações gerais (10% no Sul e 13% no Nordeste).

Quase metade dos trabalhadores considerou o ambiente físico das UBS inadequado (46%), sendo
43% no Sul e 48% no Nordeste (p = 0,001). Os trabalhadores mais insatisfeitos com o ambiente físico
foram aqueles das UBS tradicionais do Nordeste. A avaliação de inadequação das tarefas foi regis-
trada para 43% da amostra, sendo significativamente diferente entre os lotes: 36% no Sul e 47% no
Nordeste (p < 0,001). Em ambas as regiões a insatisfação em relação à adequação de tarefas foi
maior entre trabalhadores vinculados ao PSF. Mais de 30% dos entrevistados referiram inadequação
das relações institucionais, marcadamente (p < 0,001) menos no Nordeste (17%) do que no Sul
(56%), embora nos dois lotes esta proporção tenha sido significativamente superior entre os trabalha-

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PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS

dores do PSF. O último item da avaliação das condições de trabalho, que considera as relações pes-
soais, foi julgado inadequado por mais de um terço da amostra no Lote Sul, sem diferença entre mo-
delos de atenção. No Lote Sul, mais de 90% da amostra acusaram inadequação das relações pesso-
ais, sendo ainda significativamente maior esta proporção entre os trabalhadores do PSF do Nordeste
(95%).

Um terço dos trabalhadores declarou-se um pouco ou muito insatisfeito com sua saúde, significativa-
mente mais no Sul (37%) do que no Nordeste (31%). O Sul também apresentou diferenças importan-
tes de acordo com o modelo de atenção: 39% entre profissionais do PSF e 32% do modelo tradicio-
nal.

Problemas de saúde foram referidos por 42% dos trabalhadores, sendo menor a prevalência (p <
0,001) no Sul (38%) do que no Nordeste (45%). De acordo com os capítulos da Classificação Interna-
cional de Doenças 10ªRevisão (CID-10), os principais problemas entre os trabalhadores foram as do-
enças do aparelho circulatório (25% no Sul e 26% no Nordeste), as do sistema osteomuscular e do
tecido conjuntivo (13% no Sul e Nordeste) e as doenças do aparelho digestivo (11% no Sul e 15% no
Nordeste).

O uso regular de medicamentos foi informado por um quarto (26%) da amostra de trabalhadores, que
representa 67% dos profissionais que referiram algum problema de saúde, e esta informação não re-
velou diferenças significativas entre os lotes.

A automedicação foi referida por 20% de todos os trabalhadores, um pouco mais no Sul (21%) do que
no Nordeste (19%), no limiar da significância (p = 0,058). Em relação ao modelo de atenção, maiores
prevalências foram registradas na amostra das UBS tradicionais, tanto do Sul (28%) quanto no Nor-
deste (23%) (p < 0,001).

Transtornos mentais comuns, aferidos pelo SRQ-20, estiveram presentes em 16% dos trabalhadores,
sendo a prevalência semelhante entre os lotes e os modelos de atenção.

O hábito de fumar foi referido por 12% dos entrevistados, 17% no Sul e 10% no Nordeste (p < 0,001),
onde foi mais freqüente entre os trabalhadores das UBS tradicionais do Nordeste (11%; p = 0,02).

Mais de metade da amostra (52%) consultou nos noventa dias anteriores à entrevista, sendo esta
proporção maior no Nordeste (56%) do que no Sul (45%) (p < 0,001).

Discussão

O estudo contribuiu de forma importante para o conhecimento das condições de trabalho e saúde de
profissionais da Atenção Básica à Saúde em nosso país, considerando sua abrangência, sua estratifi-
cação por modelo assistencial e por região geopolítica.

A amostra por categoria profissional foi confrontada com o registro dos trabalhadores lotados na UBS,
obtido no instrumento de avaliação da estrutura dos serviços 16. A menor cobertura foi observada
para médicos da Região Nordeste (73%). Para os demais profissionais dessa região, a média foi de
90%, e no Sul foi de 93%. Além disso, em favor da representatividade da amostra, os resultados des-
critos para profissionais do PSF estão de acordo com o perfil nacional revelado em 2002 19.

Mesmo considerando que as atribuições e a carga horária impliquem diferenciais entre os modelos de
atenção, no Sul a maioria dos trabalhadores é mais bem remunerada do que no Nordeste, o que está
de acordo com o perfil nacional para o PSF 19.

Os trabalhadores da atenção básica de saúde são em sua maioria mulheres entre 31 e 45 anos de
idade. Esta realidade apresenta nuances diferentes quando analisada a partir do modelo de atenção,
sendo a proporção de mulheres e dos mais jovens ainda maior no PSF.

Na composição da força de trabalho na atenção básica, a grande diferença entre os modelos reside
na inclusão do agente comunitário da saúde na equipe do PSF. No entanto, no Nordeste, o início e a
grande expansão do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) tornaram a presença
deste trabalhador bastante freqüente também na atenção tradicional.

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PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS

Menos da metade dos trabalhadores ingressou por concurso público e um terço ou mais possuía vín-
culo precário. Em recente avaliação de tendências em recursos humanos 20, a Rede Observatório de
Recursos Humanos em Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde destaca o entendimento
dos profissionais de que formas diretas de vinculação trabalhista devam ser priorizadas.

Os resultados revelam que o trabalho precário foi ampliado a partir da expansão do PSF, de forma
mais acentuada no Nordeste, onde a estratégia foi adotada mais precocemente e de maneira mais
intensa. Ainda assim, aproximadamente dois terços dos profissionais estão satisfeitos com o vínculo
de trabalho.

Embora dois terços tenham esse trabalho como único emprego, pouco mais de um terço tinha especi-
alização na área, situação já destacada por Gil 21 para médicos e enfermeiros vinculados ao PSF. A
formação de recursos humanos para a atenção básica tem sido objeto de preocupação, tanto na es-
fera da gestão, quanto da produção científica que, reconhecendo a importância do mercado de traba-
lho em saúde, destaca a necessidade de qualificação dos profissionais e de sua adequação aos no-
vos modelos assistenciais.

A supervisão semanal do trabalho foi a realidade para apenas um terço desses trabalhadores, com
conteúdos focalizados principalmente na produtividade. Os achados em relação ao conteúdo das su-
pervisões está de acordo com a situação já problematizada em alguns estudos 28,29 de que o foco da
supervisão em atenção básica ainda são os procedimentos e não os cuidados de saúde.

A metade dos trabalhadores entrevistados considera o ambiente físico do trabalho inadequado e


quase dois terços têm opinião semelhante em relação às tarefas que desempenham e às relações
institucionais. As relações pessoais foram consideradas insatisfatórias para um terço da amostra no
Sul, enquanto no Nordeste esta proporção atinge 90% da amostra. Tais níveis são preocupantes,
pois o trabalho é uma das fontes de satisfação de diversas necessidades humanas, como "auto-reali-
zação, manutenção das relações interpessoais e sobrevivência" 30 (p. 39). Em Pelotas, em 2004,
cerca de um terço dos trabalhadores da rede básica avaliou suas condições de trabalho como inade-
quadas 31. No caso dos serviços de saúde esse grau de insatisfação com as relações interpessoais
pode ser um fator de comprometimento da qualidade do cuidado, afetando negativamente seu im-
pacto na saúde da população.

A insatisfação com sua saúde e a referência feita a problemas na saúde foi a realidade para mais de
um terço da amostra de trabalhadores. Os problemas cardio-circulatórios, osteomusculares e do te-
cido conjuntivo, bem como as doenças do aparelho digestivo e transtornos mentais comuns, aferidos
pelo SRQ-20, foram os mais prevalentes nessa amostra de trabalhadores.

Apesar da possibilidade desses resultados sobre a situação de saúde terem sido subestimados pelo
"efeito do trabalhador sadio", estão de acordo com estudos que têm verificado o impacto do trabalho
na saúde. Em relação aos transtornos mentais comuns, a prevalência encontrada de 16% foi inferior
à observada em outros estudos com profissionais e estudantes da área da saúde, em estudos de
base populacional e em outras categorias profissionais.

As principais diferenças entre os modelos de atenção dizem respeito à constituição das equipes,
sendo o PSF caracterizado por mais agentes comunitários de saúde, mais mulheres, profissionais
mais jovens, menos ingresso por concurso, mais trabalhadores com um único emprego, maior preca-
rização nos vínculos trabalhistas, menor satisfação com este vínculo, menor tempo de trabalho, maior
carga horária, maior especialização na área e melhor remuneração.

Também deve-se destacar o aparente conflito entre o pior desempenho do PSF em algumas variá-
veis, dadas as peculiaridades do processo de trabalho sob a ótica da saúde da família, em que o tra-
balho em equipe demanda maior articulação entre seus membros, com mais supervisão e maiores
níveis de cobrança.

Em relação às condições de saúde, diferenças importantes foram observadas na auto-avaliação da


sua saúde e consultas médicas nos últimos três meses, ambos com piores desempenhos para os tra-
balhadores do PSF.

De modo geral, pode-se concluir que a realidade dos trabalhadores da atenção básica, desta amos-
tra, independente do modelo de atenção ou da região, sugere uma grande lacuna a ser preenchida

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PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS

rumo ao alcance do que é preconizado, sendo ainda menos adequado na Região Nordeste e no mo-
delo do PSF. Essa constatação é mais preocupante se for considerado que o PSF vem se afirmando
como modelo substitutivo.

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Questões Comentadas
PREVENÇÕES DE DOENÇAS

QUESTÕES COMENTADAS
Prevenção de Doenças

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PREVENÇÕES DE DOENÇAS

Tema: Prevenção de Doenças e Acidentes

Banca: FCC

Ano: 2012

Órgão: TST

Cargo: Técnico Judiciário - Segurança Judiciária

1) Os motoristas devem manter os extintores de seus veículos carregados e com a pressão adequada, deixando-os
prontos para o uso emergencial. É necessário trocar a carga sempre que o ponteiro do medidor de pressão estiver na
área

a) verde.

b) preta.

c) vermelha.

d) cinza.

e) branca.

ANOTAÇÕES:
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PREVENÇÕES DE DOENÇAS

Tema: Saúde Pública, Epidemiologia e Saúde Coletiva

Banca: GUALIMP

Ano: 2019

Órgão: Prefeitura de Porciúncula RJ

Cargo: Médico

2) As notificações voluntárias e espontâneas que ocorrem na rotina do serviço de saúde são denominadas de:

a) Vigilância ativa.

b) Vigilância passiva.

c) Vigilância sindrômica.

d) Vigilância sentinela.

ANOTAÇÕES:
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PREVENÇÕES DE DOENÇAS

Tema: Saúde Pública, Epidemiologia e Saúde Coletiva

Banca: Instituto UniFil

Ano: 2020

Órgão: Prefeitura de Sertaneja PR

Cargo: Médico Clinico Geral

3) Assinale a alternativa que apresenta apenas exemplos de agravos que devem ser notificados em estratégia de
vigilância em unidades sentinelas.

a) Dermatoses ocupacionais e acidente por animal peçonhento.

b) Hanseníase e doença pneumocócica invasiva.

c) Síndrome do corrimento uretral masculino e toxoplasmose congênita.

d) Doença hemolítica urêmica e perda auditiva induzida pelo ruído.

ANOTAÇÕES:
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PREVENÇÕES DE DOENÇAS

Tema: Epidemiologia e Saúde Coletiva

Banca: INSTITUTO AOCP

Ano: 2019

Órgão: Prefeitura de Vitória ES

Cargo: Agente Comunitário de Saúde

4) A expressão “vigilância epidemiológica” está mais relacionada ao/à

a) controle de doenças transmissíveis.

b) monitoramento de gastos públicos.

c) controle social no SUS.

d) gestão plena do SUS.

ANOTAÇÕES:
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PREVENÇÕES DE DOENÇAS

Tema: Epidemiologia e Saúde Coletiva

Banca: AOCP

Ano: 2020

Órgão: Prefeitura de Recife PE

Cargo: Assistente Social 20H

5) Sobre a atenção primária, atenção secundária e atenção terciária no Sistema Único de Saúde, assinale a alterna-
tiva correta.

a) A Atenção Terciária é constituída pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

b) A Atenção Primária é constituída pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

c) O SAMU (Serviço de Atendimento Móvel às Urgência) pertence à Atenção Primária.

d) A Atenção Secundária é constituída pelos hospitais.

e) A Equipe de Saúde da Família (ESF) pertence à Atenção Secundária.

ANOTAÇÕES:
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PREVENÇÕES DE DOENÇAS

Tema: Epidemiologia e Saúde Coletiva

Banca: VUNESP

Ano: 2019

Órgão: Semae de Piracicaba SP

Cargo: Médico do Trabalho

6) Os indicadores de saúde refletem o estado de saúde da população de uma comunidade. A proporção de óbitos
entre os casos de uma determinada doença indica sua gravidade, e é expressa

a) no coeficiente de mortalidade.

b) no coeficiente de letalidade.

c) na mortalidade proporcional por causas de morte.

d) no coeficiente de incidência de mortalidade.

e) no coeficiente geral de mortalidade.

ANOTAÇÕES:
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PREVENÇÕES DE DOENÇAS

Tema: Epidemiologia e Saúde Coletiva

Banca: FEPESE

Ano: 2018

Órgão: UFSC

Cargo: Serviço Social

7) A Portaria n° 1.378/2013, que regulamenta as responsabilidades e define diretrizes para execução e financiamento
das ações de Vigilância em Saúde, regulamenta aspectos relacionados a:

1. Prevenção e controle das doenças transmissíveis e crônicas não transmissíveis, acidentes e violências.

2. Populações expostas a riscos ambientais em saúde e saúde do trabalhador.

3. Riscos decorrentes da produção e do uso de produtos, serviços e tecnologias de interesse para a saúde.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.

a) É correta apenas a afirmativa 1.

b) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2.

c) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3.

d) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.

e) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3.

ANOTAÇÕES:
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PREVENÇÕES DE DOENÇAS

GABARITO e JUSTIFICATIVA
Prevenções de Doenças

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PREVENÇÕES DE DOENÇAS

Gabarito
1 2 3 4 5 6 7
C B D A B B E

Justificativa
1) C.

A questão fala do manômetro (reloginho) presente em alguns (não todos) extintores. Tecnicamente só possuem 2
cores que indicam a escala de pressão.

A faixa vermelha indica que é hora de recarregar e a verde indica que o extintor está com pressão de trabalho inte-
gral. Existe uma faixa branca ou amarela em alguns manômetros, mas é meramente para registro do fabricante e não
servem de indicativo para o usuário final.

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2) B.

Estratégias utilizadas para detecção de casos:

a) Vigilância passiva: Notificações voluntárias e espontâneas que ocorrem na rotina do serviço de saúde.

b) Vigilância ativa: Utilizada na rotina das atividades de investigação epidemiológica quando da busca ativa de casos
secundários de doenças de notificação compulsória e outros agravos inusitados, caso primário ou índice, casos co-
primários, na busca ativa de faltosos, por exemplo.Também utilizada em situações alarmantes ou em programas de
erradicação e/ou controle prioritários. Ex.: HIV/aids; rubéola; dengue; erradicação da poliomielite; eliminação do sa-
rampo.

c) Vigilância sindrômica: Vigilância de um grupo de doenças que apresentam sinais, sintomas e fisiopatologia comuns
a etiologias diversas. Essa estratégia apresenta definições de casos simples e de fácil notificação, possibilita a cap-
tura de grande volume de dados e facilita a análise e redução da sobrecarga dos serviços de saúde. Ex.: síndrome
diarréica aguda; síndrome ictérica aguda; síndrome febril icterohemorrágica aguda; síndrome respiratória aguda; sín-
drome neurológica aguda; síndrome da Insuficiência renal aguda; e outras. A vigilância sindrômica pode ser aplicada,
com êxito, utilizando um sistema sensível de vigilância epidemiológica que permita intervenções rápidas, para evitar a
ocorrência de surtos/epidemias.

d) Fonte sentinela: Seleção de um ou mais estabelecimentos de saúde, onde se concentram os esforços para a ob-
tenção das informações epidemiológicas desejadas; estratégia indicada para situações que exigem preocupação es-
pecial ou, simplesmente, para complementar o sistema rotineiro de informações. A fonte sentinela pode ser constitu-
ída de profissionais de saúde, em lugar de estabelecimentos. Assim, os profissionais que lidam, de forma direta, com
as doenças notificáveis são convidados a registrá-las, regularmente, e enviá-las, periodicamente, às autoridades sa-
nitárias. Ex: HIV; doenças sexualmente transmissíveis; doenças ocupacionais.

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3) D.

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PREVENÇÕES DE DOENÇAS

Define a lista nacional de doenças e agravos, na forma do anexo, a serem monitorados por meio da estratégia de
vigilância em unidades sentinelas e suas diretrizes.

Considerando que o objetivo da estratégia de vigilância sentinela é monitorar indicadores chaves em unidades de
saúde selecionadas, "unidades sentinelas", que sirvam como alerta precoce para o sistema de vigilância;

Art. 2º Para efeito desta Portaria considera-se vigilância sentinela o modelo de vigilância realizada a partir de estabe-
lecimento de saúde estratégico para a vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para
a saúde pública, com participação facultativa, segundo norma técnica específica estabelecida pela Secretaria de Vigi-
lância em Saúde (SVS/MS).

Lista Nacional de Doenças e Agravos a serem monitorados pela Estratégia de Vigilância Sentinela

I. Vigilância em Saúde do Trabalhador:

1 Câncer relacionado ao trabalho 2 Dermatoses ocupacionais 3 Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteo-
musculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT) 4 Perda Auditiva Induzida por Ruído - PAIR relacionada ao tra-
balho 5 Pneumoconioses relacionadas ao trabalho 6 Transtornos mentais relacionados ao trabalho

II. Vigilância de doenças de transmissão respiratória :

1 Doença pneumocócica invasiva 2 Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) 3 Síndrome Gripal (SG)

III. Vigilância de doenças de transmissão hídrica e/ou alimentar:

1 Rotavírus 2 Doença Diarreica Aguda 3 Síndrome Hemolítica Urêmica

IV. Vigilância de doenças sexualmente transmissíveis: 1 Síndrome do Corrimento Uretral Masculino

V. Síndrome neurológica pós infecção febril exantemática

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4) A.

Lei 8080/90, Art.6º, § 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o co-
nhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde
individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou
agravos.

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5) B.

A atenção primária é constituída pelas unidades básicas de saúde (UBS) e Equipes de Atenção Básica, enquanto o
nível intermediário de atenção fica a encargo do SAMU 192 (Serviço de Atendimento Móvel as Urgência), das Unida-
des de Pronto Atendimento (UPA), e o atendimento de média e alta complexidade é feito nos hospitais.

Atenção Primária:

Unidades Básicas de Saúde (UBS)

Agentes Comunitários de Saúde (ACS)

Equipe de Saúde da Família (ESF)

Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF)

Nível intermediário de atenção:

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PREVENÇÕES DE DOENÇAS

SAMU 192 (Serviço de Atendimento Móvel as Urgência)

Unidades de Pronto Atendimento (UPA)

Atendimento de média e alta complexidade feito nos hospitais

A Atenção Secundária (média complexidade):

Serviços especializados em nível ambulatorial e hospitalar, com densidade tecnológica intermediária entre a atenção
primária e a terciária

Serviços médicos especializados, de apoio diagnóstico e terapêutico e atendimento de urgência e emergência.

Atenção Terciária (alta complexidade)

Conjunto de terapias e procedimentos de elevada especialização.

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6) B.

A Mortalidade abrange os indicadores de Letalidade e de Taxa de Mortalidade Geral, sendo a primeira a razão entre
o total de mortos pela população doente/exposta, e a segunda, a razão de mortos entre a população total.

A questão diz respeito à Letalidade, letra B.

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7) E.

Todos itens corretos segundo a Portaria n° 1.378/2013:

→ Art. 4º As ações de Vigilância em Saúde abrangem toda a população brasileira e envolvem práticas e processos
de trabalho voltados para:

I - a vigilância da situação de saúde da população, com a produção de análises que subsidiem o planejamento, esta-
belecimento de prioridades e estratégias, monitoramento e avaliação das ações de saúde pública;

II - a detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a resposta às emergências de saúde pública;

III - a vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis;

IV - a vigilância das doenças crônicas não transmissíveis, dos acidentes e violências;

V - a vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde;

VI - a vigilância da saúde do trabalhador;

VII - vigilância sanitária dos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos, serviços e tecnologias de interesse
a saúde; e

VIII - outras ações de vigilância que, de maneira rotineira e sistemática, podem ser desenvolvidas em serviços de
saúde públicos e privados nos vários níveis de atenção, laboratórios, ambientes de estudo e trabalho e na própria
comunidade.

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DOMINA CONCURSOS - 2020

REFERÊNCIAS

Os links citados abaixo servem apenas como referência. Nos termos da lei
brasileira (lei nº 9.610/98, art. 8º), não possuem proteção de direitos de autor: As
ideias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos
matemáticos como tais; Os esquemas, planos ou regras para realizar atos
mentais, jogos ou negócios; Os formulários em branco para serem preenchidos
por qualquer tipo de informação, científica ou não, e suas instruções; Os textos
de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões judiciais e
demais atos oficiais; As informações de uso comum tais como calendários,
agendas, cadastros ou legendas; Os nomes e títulos isolados; O aproveitamento
industrial ou comercial das ideias contidas nas obras.
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