Você está na página 1de 2

Nome: Julia Lindner – Disciplina: Teoria da Comunicação – Professor: Carlos Locatelli

Codificação e decodificação – Por Stuart Hall

Logo no início do texto de Stuart Hall, já é possível perceber que, para o autor, a ideia de
circularidade apontada por ele vem do próprio sistema da sociedade, que se propaga de
maneira circular, e não linear como muitos acreditavam. O sistema em questão é o
capitalismo, pressupondo assim circulação e não apenas transmissão. A partir desse
pensamento, Hall esboça um modelo de codificação e decodificação, onde ele desconstrói o
modelo linear de comunicação.

Antes se acreditava que o processo se dava com o emissor enviando mensagens ao receptor,
sem se levar em conta diversos fatores externos, a mensagem era, então, considerada fixa e o
papel do receptor era praticamente desprezado, sem possuir se quer o poder de assimilar ou
interpretar ideias. A comunicação, portanto, era vista apenas como um modelo unidirecional.
O fato é que a linearidade até pode ser percebida em alguns fenômenos isolados da mídia,
mas o sistema como um todo não funciona dessa maneira. Com a proposta de Hall, o
significado da mensagem passa a ter diferentes formas de leitura.

Nesse ponto de vista, a mensagem passa a ser um bem simbólico que circula como qualquer
mercadoria, partindo do princípio de cinco etapas que podem ser codificadas e decodificadas:
produção, circulação, distribuição, consumo e reprodução. O nível de bagagem social e cultural
de cada um dos receptores faz com que toda mensagem tenha um significado único, variando
de pessoa para pessoa, de cultura para cultura e de sociedade para sociedade. Os meios de
comunicação pegam esse bem simbólico e transformam em uma narrativa, que possui um
valor abstrato. O que determina a codificação é a produção simbólica e o que circula
socialmente é a narrativa sobre os fatos.

A comunicação é vista como uma prática a mais do capitalismo, onde há a necessidade de


transformar essas mensagens em lucro. Para Hall, o que circula não é sempre o que representa
o cotidiano social do objeto, distinguindo o que é um evento significado nos meios de
comunicação e o que ele é essencialmente. As mensagens só conseguem gerar efeitos se
forem transformadas em práticas sociais, ou seja, se o público que a recebe conseguir absorver
o que ela propõe.

Segundo Stuart, existem três tipos de codificação da mensagem: de dominância, negociação e


oposição. Na de dominância, o receptor recebe e interpreta a mensagem pelo modo que o
veículo de comunicação quis transmitir, o produtor cria um conceito e ele é acatado pelo
receptor. Na codificação de negociação, que acontece na maioria das vezes, o indivíduo não
possui nenhuma posição forte de aceitar ou recusar prontamente a ideia transmitida (apesar
de que, para o autor, sempre há uma situação de dominância entre elas). E por fim, na
codificação de oposição é quando a mensagem não é aceita pelo receptor, que se opõe ao
significado atribuído pelo produtor.
Hoje o receptor está muito mais preparado para questionar seu emissor, deixando de ser
aquele indivíduo passivo aos meios de comunicação.

Você também pode gostar