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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR

WUELISON LELIS DE OLIVEIRA

EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE PARA COBERTURA VACINAL DA


POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

PORTO VELHO/RO 2021


1. INTRODUÇÃO
1.1 Formulação do Problema

Educar é uma difícil tarefa social capaz de transformar a humanidade. A educação


em saúde possibilita transmitir informações a determinado público afim de orientar,
garantir dignidade e promoção da saúde, objetivado a manutenção das necessidades
humanas básicas (OLIVEIRA e SANTOS., 2011).
A Política Nacional de Promoção da Saúde dispõe de promover a qualidade de
vida, reduzir a situação de vulnerabilidade e os riscos à saúde relacionados a
determinantes e condicionantes de doenças e agravos a saúde, tais como moradia, modos
de viver, lazer, saúde, cultura e condições dignas de trabalho (BRASIL, 2010).
Desse modo, a população vivendo em situação de rua vivencia condições precárias
e de vulnerabilidade, configurando um problema de saúde pública desenfreado pelo
crescimento de doenças entre esses indivíduos. De acordo com uma cartilha do Ministério
da Saúde referente à saúde da População em Situação de Rua (PSR), a incidência de
tuberculose apresenta-se 67 vezes maior que na população geral, sendo mais vulneráveis
que os indígenas, pessoas privadas de liberdade e pessoas vivendo com HIV/AIDS
(BRASIL, 2013).
Nesse contexto, as ações de vacinação são de extrema importância na redução,
controle e erradicação de diversas doenças. Criado em 1973, o Programa Nacional de
Imunização (PNI) é responsável pela distribuição gratuita dos imunizantes em todo
território nacional. Atualmente, são ofertadas 15 vacinas no calendário vacinal em
aproximadamente 34 mil salas de vacinas pelo país (LIMA e PINTO., 2017).

2. OBJETIVOS
2.1 GERAL
Discutir sob a perspectiva da Atenção Primária à Saúde (APS) a importância da
educação popular em saúde como percursora na cobertura vacinal da População em
Situação de Rua.
2.2 ESPECÍFICOS
(I) Descrever a importância da educação popular em saúde como estratégia na
cobertura vacinal;
(II) Identificar as barreiras que afastam a PSR das salas de vacinas;
(III) Evidenciar a incidência de doenças imunopreveníveis relacionadas ao abandono
de vacinas;
3. JUSTIFICATIVA

As condições de vida da População em Situação de Rua contrapõem um cenário


desafiador as políticas públicas já implementadas no que se refere a estratégias voltadas
as necessidades de saúde dessa população, visto que estão inseridas em um cenário de
completa desigualdade social (SANTOS, 2013).
Apesar do avanço nas ultima décadas na cobertura vacinal, as secretárias
municipais ainda encontram barreiras que dificultam o acesso igualitário aos imunizantes.
A principal dificuldade nas médias e grandes cidades é a desigualdade social em saúde, o
que caracteriza o usuário de acordo com sua necessidade, características demográficas,
socioculturais e econômicas, assim, entende-se que o fator determinante na cobertura
vacinal da PSR está determinado à fatores como políticas de acesso e grau de estrutura
que aproxime da realidade das condições de vida (MORAES, 2008).
Desta forma, este estudo justifica-se pela importância da educação popular em
saúde como estratégia na cobertura vacinal da População em Situação de Rua em uma
capital da região Norte do país, onde os indicadores sociais e de saúde são desfavoráveis
se comparados ao restante do país. Ressalta-se ainda, a escassez de estudos que
analisassem a situação da PSR em relação à cobertura vacinal e a incidência de doenças
imunopreveníveis.

4. REVISÃO DE LITERATURA

O contexto histórico da vacinação no Brasil ocorreu em meados do século XIX,


momento em que a população enfrentava o crescimento desenfreado do vírus da febre
amarela, da varíola e de outras doenças. Posteriormente, esse movimento ganhou forças
em decorrência de graves problemas sanitários, o que consequentemente trouxe as
vacinas como forma de prevenção e irradicação de doenças, além de amenizar o impacto
dessas nas condições de saúde da população (SOARES, 2017).
A idealização de propostas para levar o cuidado a população em situação de rua
(PSR) no Brasil surgiram por volta da década de 1970 1980, quando a Pastoral do Povo
da Rua, da 8 Igreja Católica inicia em São Paulo e Belo Horizonte um movimento de
organização centrada as pessoas em situação de rua. Essas ações foram as responsáveis
por introduzir locais de assistência aos então moradores de rua, onde pudessem organizar
movimentos de representação popular, se empoderarem em relação as atividades
comerciais tais como a coleta de materiais recicláveis (BASTOS, 2003; CANDIDO,
2006).
Diante significativas relevâncias no que se refere à saúde da PSR, é necessário
que haja transformações sociais no uso da educação em saúde através de orientações,
coleta de informações e implementações de políticas públicas voltadas ao a assistência da
população em situação de rua (SILVA et al., 2009).
A Atenção Primária à Saúde (APS), principal porta de entrada e rede ordenadora
do cuidado desempenha papel fundamental na educação popular e promoção de saúde na
população em geral, diante a disseminação de conhecimento associado à autonomia da
assistência em saúde podendo intervir positivamente na realidade de um grupo ou
comunidade (BARATA, 2015).
Baseado na Política Nacional de Promoção da Saúde, fundamenta-se a
necessidade de atingir o coletivo, levando ações preventivas e promocionais capazes de
atender a demanda diversificada dos usuários dos serviços de saúde, reconhecendo os
problemas locais e individuais dos mesmos (BRASIL, 2013).

5. METODOLOGIA
5.1 TIPO DE PESQUISA

Será realizada uma pesquisa de campo com caráter descritivo, no qual tem por
objetivo avaliação das condições de saúde da população pesquisada, bem como, oferecer
uma base para planejamento e interpretação dos dados. A pesquisa descritiva possibilita
a avaliação das tendências no estado de saúde e comparar as variáveis entre indivíduos,
oferecer uma base para planejamento, provisão e avaliação dos serviços de saúde,
identificar problemas a serem estudados através de métodos analíticos e sugerir áreas de
interesse para investigação, (transversal, pois este estudo analisará o estado dos
indivíduos nele contidos em relação a presença ou ausência da exposição, causa e doença
em um único momento ( GIL, 2008).

5.2 UNIVERSO DA PESQUISA


A Atenção Básica de Saúde do município de Porto Velho, conta atualmente com
38 Unidades de Saúde, destas, 19 (50%) na zona urbana e 19 (50%) na zona rural, sendo
distribuídas em diferentes zonas geográficas: Zona Central, Zona Sul, Zona Leste, Zona
Norte e Zona Rural ( Unidade Fluvial e Terrestre), além destas, a rede de saúde conta
ainda com uma Unidade Móvel Fluvial, destinada a população ribeirinha.

5.3 CRITÉRIOS DE AMOSTRAGEM

A presente pesquisa será realizada no município de Porto Velho, capital do estado


de Rondônia, localizado na região norte do Brasil, com população estimada de 539.354
mil habitantes segunda a última estimativa do IBGE (2020). A população do estudo será
composta por pessoas em condições de rua, de todas as faixas etárias e ambos os sexos.
A amostra será do tipo não probabilística, onde os participantes do estudo serão
selecionados intencionalmente.

5.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETAS DE DADOS

A estratégia utilizada na coleta de dados será dividida em quatro etapas: (I)


Estabelecer junto da Secretária Municipal de Saúde os principais pontos de concentração
e áreas de abrangência da PSR; (II) Delimitar previamente o quantitativo aproximado
dessa população; (III) Organizar-se junto dos profissionais de saúde da APS para
abordagem dos moradores, verificando a ausência de documentos, principalmente o
cartão vacinal; (IIII) Intervir de acordo com a necessidade vacinal em cada zona
geográfica, objetivando a cobertura vacinal dos mesmos.

5.5 PROCEDIMENTOS PARA TABULAÇÃO DE DADOS

A estatística utilizada será descritiva, após a coleta dos dados, os mesmos serão
digitalizados e analisados através dos programas Microsoft Office Word e Excel, para
isso será utilizado frequência relativa e frequência absoluta. Os resultados serão
apresentados através de gráficos e tabelas

5.6 PROCEDIMENTOS PARA INTERPRETAÇÃO E ANALISE DOS DADOS


Os dados após coletados, serão interpretados através de tabelas e gráficos
utilizando o programa do Microsoft Office Word e Excel 2016, e serão interpretados e
analisados de maneira descritiva.

6. CRONOGRAMA

Atividades 2022 2023


M M J S N M J M J J
M
M M J S N J M M J S N J
M
A J A O D F A J A O D F
Submissão do projeto de pesquisa ao CEP X
X D A
X
Revisão de literatura X X
X X
X X
Coleta de Dados X X X X
X X
X X X X
Análise de Dados X X
X X
X X
Interpretação dos Dados X
X X X
X
Redação do Trabalho de Curso de Residência X X
X X
Divulgação dos Resultados X
X

7. ORÇAMENTO

VALOR VALOR
ITEM ESPECIFICAÇÃO UNIDADE QUANTIDADE UNITÁRIO TOTAL
(R$) (R$)
1 Caneta esferográfica 03 03 2,00 6,00
2 Folha sulfite A4 500 1 resma 0,5 25,00
3 Tinta para impressora 1 1 65,00 65,00
4 Encadernação 2 2 7,50 15,00
5 Prancheta 1 1 16,00 16,00
6 Luvas de procedimento 100 2 caixas 55,00 110,00
237,00
8. REFERÊNCIAS

1. CANDIDO, N. A. Ação pastoral da Igreja Católica Apostólica Romana face ao


direito à inserção social de pessoas em situação de rua. São Bernardo do Campo:
UMESP. 2006.
2. BARATA, Rita Barradas et al. Desigualdade social em saúde na população em
situação de rua na cidade de São Paulo. Saúde e Sociedade, v. 24, p. 219-232,
2015.
3. BASTOS, C.M. et al. Pastoral do povo de rua: vida e missão. São Paulo: Loyola,
2003.
4. BRASIL, Ministério da Saúde. Cartilha saúde da população em situação de rua:
Uma questão de equidade, DF, 2013.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde, DF,
2010
6. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
7. LIMA, Adeânio Almeida; DOS SANTOS PINTO, Edenise. O contexto histórico
da implantação do Programa Nacional de Imunização (PNI) e sua importância
para o Sistema Único de Saúde (SUS). Scire Salutis, v. 7, n. 1, p. 53-62, 2017.
8. MORAES, José Cassio de; RIBEIRO, Manoel Carlos Sampaio de Almeida.
Desigualdades sociais e cobertura vacinal: uso de inquéritos domiciliares. Revista
Brasileira de Epidemiologia, v. 11, p. 113-124, 2008.
9. SANTOS, Carla Félix dos. Os processos do cuidado na saúde da população em
situação de rua: um olhar para além das políticas públicas. 2013.
10. SILVA, Kênia Lara da et al. Educação em enfermagem e os desafios para a
promoção de saúde. Revista Brasileira de enfermagem, v. 62, n. 1, p. 86-91, 2009
11. SOARES, Maria Anita Pinto. Ensino de Ciências e temas transversais: discutindo
sobre a abordagem histórica e filosófica das vacinas em livros didáticos de
Ciências. 2017.

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