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Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil

Faculdade STBNB
Bacharelado em Teologia
Disciplina: Teologia Sistemática 1
Prof. (a) Ronaldo Robson
Aluno (a): Cláudio Henrique Caldas Mattos

FICHAMENTO 06
A INSPIRAÇÃO NAS ESCRITURAS

Inspiração e a influência do Espirito de Deus sobre as mentes dos escritores


da Bíblia que fizeram dos escritos o registro de uma revelação divina progressiva,
suficiente, quando tomada no seu conjunto e interpretada pelo mesmo Espirito que os
inspirou a dirigir cada inquiridor a Cristo e a salvação. Por isso, a inspiração deve ser
definida, não por seu método, mas por seu resultado. E um termo geral incluindo todos
estes tipos e graus de influência do Espirito Santo que operaram nas mentes dos
escritores da Bíblia a fim de garantir a postura na forma da verdade permanente e
escrita melhor adaptada as necessidades morais e religiosas do homem.
A inspiração pode frequentemente incluir a revelação, ou a comunicação direta
da verdade de Deus que o homem não poderia atingir por forças desauxiliadas. Pode
incluir a iluminação ou despertar as forças cognitivas do homem para entender a
verdade já revelada. A inspiração, contudo, não inclui necessariamente e sempre a
revelação e a iluminação. E simplesmente a influência divina que garante a
transmissão da verdade necessária ao futuro e segundo a natureza da verdade a ser
transmitida, pode apenas ser uma inspiração de superintendência, ou pode ser
também e ao mesmo tempo uma inspiração de iluminação ou revelação.
Não se nega, mas afirma-se, que a inspiração pode qualificar pronunciamento
oral da verdade, ou liderança sabia e atos ousados. Os homens podem ser inspirados
a prestar serviço exterior ao reino de Deus, como nos casos de Exale e Sansão;
apesar de que esse serviço e prestado involuntária ou inconscientemente como nos
casos de Balão e Ciro. Na verdade, toda a inteligência humana se deve a inspiração
do mesmo espirito que criou o homem no princípio. Preocupamo-nos agora com a
inspiração no sentido de autoria da Escritura.

DEFINIÇÃO DE INSPIRAÇÃO
PROVA DA INSPIRAÇÃO

Porque temos mostrado que Deus fez uma revelação de si mesmo ao homem,
com razão podemos presumir que ele não confiara esta revelação totalmente a
tradição e falsa interpretação humanas, mas também provera um registro dela
essencialmente fidedigno e suficiente; em outras palavras, que o mesmo Espirito que
originariamente comunicou a verdade presidira a sua publicação até onde for
necessário para cumprir seu proposito religioso.
Jesus, de quem já se provou não só ser testemunha digna de credito, mas um
mensageiro de Deus, garante a inspiração do Velho Testamento citando-o na formula:
“Está escrito”; declarando que nem um jota nem um til dele “se passara” e que a
“Escritura não pode ser quebrada”.
Jesus comissionou seus apóstolos como mestres e lhes deu promessas de um
auxilio sobrenatural do Espirito Santo em seu ensino, como a promessa feita aos
profetas do Velho Testamento. Os apóstolos reivindicam ter recebido este Espirito
prometido e falar sob a sua influência com autoridade divina, pondo seus escritos no
nível das Escrituras do Velho Testamento. Não temos só declarações diretas de que
tanto a matéria como a forma do seu ensino eram supervisionadas pelo Espirito Santo,
mas temos evidencia indireta de que este e o caso no tom da autoridade que permeia
os seus discursos e epistolas.
Os escritores apostólicos do Novo Testamento, diferentemente dos sábios e
poetas pagãos reconhecidamente inspirados, atestaram através de milagres ou da
profecia que eles eram inspirados por Deus e a razão para crer que as produções dos
que não eram apóstolos, tais como Marcos, Lucas, Hebreus, Tiago e Judas foram
recomendadas as igrejas como inspiradas, pela sanção e autoridade apostólicas.
Contudo, a principal prova da inspiração deve sempre ser encontrada nas
características internas das próprias Escrituras como as reveladas pelo Espirito Santo
ao sincero inquiridor. O testemunho do Espirito Santo combina com o ensino da Bíblia
de convencer o mais avido leitor de que este ensino esta como um todo em toda a
essência além do poder comunicador do homem e que, portanto, deve ter sido posto
por inspiração de Deus em forma permanente e escrita.

TEORIAS DA INSPIRAÇÃO
TEORIA DA INTUIÇÃO

Sustenta que a inspiração e apenas um desenvolvimento do insight


(discernimento) da verdade que todos homens possuem em certo grau; um modo de
inteligência em matéria de moral e religião que do surgimento aos livros sagrados,
como um modo correspondente de inteligência em matéria de verdade secular do
surgimento a grandes obras de filosofia ou arte. Tal modo de inteligência e
considerado como produto das próprias forças do homem, quer sem influencia divina
especial, quer só através da operação de um Deus impessoal.
Com relação a esta teoria assinalamos: Na verdade, o homem tem um certo
insight da verdade e admitimos que a inspiração o utiliza até onde pode e o faz um
instrumento na descoberta e registro de fatos da natureza ou da história. Em toda a
matéria de moral e religião, contudo, o insight da verdade da parte do homem e viciado
por sentimentos errôneos e, a não ser que uma sabedoria sobrenatural o oriente, ele
certamente errara e induzira outros ao erro.
A teoria em questão, sustentando como o faz que o insight natural e a única
fonte de verdade religiosa, envolve uma contradição; - se a teoria for verdadeira, então
o homem e inspirado a proferir o que um segundo e inspirado a pronunciar falso. Os
Vedas, o Alcorão e a Bíblia não podem ser inspirados por contradizerem-se um ao
outro.
Faz a verdade moral e religiosa ser uma coisa puramente subjetiva - matéria
de opinião particular - não tendo nenhuma realidade objetiva independentemente das
opiniões que o homem tem dela. Envolve logicamente a negação de um Deus pessoal
que é a verdade e revela a verdade e assim faz o homem ser a mais elevada
inteligência do universo. Isto deve explicar a inspiração através da negação da sua
existência; porque, se não há Deus pessoal, a inspiração e apenas uma figura de
linguagem de um fato puramente natural.

TEORIA DA ILUMINAÇÃO

Considera a inspiração simplesmente como uma intensificação e elevação das


percepções religiosas do cristão, o mesmo em gênero, apesar de que maior em grau,
com a iluminação de cada crente pelo Espirito Santo. Sustenta não que a Bíblia e,
mas contem a palavra de Deus e que não os escritos, mas os escritores são
inspirados. A iluminação dada pelo Espirito Santo, contudo, põe o escritor inspirado
só em plena posse dos seus poderes normais, mas não comunica a verdade objetiva
além da sua capacidade de descobrir ou entender.
Com relação a esta teoria, assinalamos: Inquestionavelmente Espírito Santo
ilumina a mente de cada um que crê e admitimos que pode ter havido exemplos em
que a influência do Espírito na inspiração acrescentava só a iluminação. Mas negamos
que este foi o método constante de inspiração ou que tal influência pode explicar a
revelação da nova verdade dos profetas e dos apóstolos. A iluminação do Espírito
Santo não dá nenhuma verdade nova, mas só uma apreensão da verdade já revelada.
Qualquer comunicação original da verdade deve ter requerido uma obra do Espírito
diferente não em grau, mas em gênero.
A simples iluminação não pode resguardar os escritores da Bíblia do frequente
e aflitivo erro. A percepção espiritual do cristão é considerada sempre, em certa
extensão, imperfeita e enganosa por conservar a depravação. Assim o elemento
subjetivo predomina nesta teoria para que não permaneça nenhuma certeza com
relação à fidedignidade das Escrituras como um todo. Esta teoria é logicamente
indefensável insinuando que a iluminação relativa à verdade pode ser concedida sem
conceder a própria verdade enquanto Deus deve primeiro fornecer a verdade objetiva
a ser percebida antes que ele possa iluminar a mente para perceber o sentido da
verdade.

TEORIA DO DITADO

Esta teoria sustenta que a inspiração consistiu em o Espírito Santo possuir as


mentes e corpos dos escritores da Bíblia, para que eles se tomem instrumentos
passivos ou amanuenses - a pena e não o calígrafo de Deus. Sobre este ponto de
vista assinalamos: Admitimos que há exemplos quando as comunicações de Deus
eram proferidas em voz audível ou tomavam forma definida de palavras e que isto, às
vezes, era acompanhado da ordem de escrevê-las. A teoria em questão, contudo,
apoia-se em uma indução parcial de fatos da Escritura, sem garantia, admitindo que
tais exemplos ocasionais de ditado direto revelam o método invariável das
comunicações da verdade de Deus aos escritores da Bíblia. Não pode explicar o
elemento manifestamente humano nas Escrituras.
Há peculiaridades de estilo que distinguem as produções de cada escritor das
de outro e há variações nos relatos do mesmo trecho que são inconsistentes com a
teoria de uma autoria exclusivamente divina. E inconsistente com uma sábia economia
de meios supor que os escritores da Bíblia teriam ditado a eles o que eles já sabiam
ou o de que eles podiam informar-se com a utilização de recursos naturais. Contradiz
o que sabemos da lei da operação de Deus na alma. Quanto mais elevadas e mais
nobres as comunicações de Deus, mais plenamente o homem está de posse e uso
das suas próprias faculdades. Não podemos supor que está mais elevada obra do
homem sob a influência do Espírito fosse puramente mecânica.

TEORIA DA DINÂMICA

Este ponto de vista verdadeiro, em oposição à primeira destas teorias, sustenta


que a inspiração não é simplesmente um fato natural, mas também sobrenatural e que
é obra imediata de um Deus pessoal na alma do homem. Em oposição à segunda,
sustenta que a inspiração pertence não só ao homem que escreveu a Bíblia, mas à
Bíblia que ele escreveu, de modo que, tomada em seu conjunto, constitui um registro
da revelação divina confiável e suficiente.
Em oposição à terceira teoria, sustenta que a Escritura contém um elemento
humano assim como um divino, de modo que, enquanto apresentam um conjunto de
verdades reveladas, estas são formadas em moldes humanos e adaptadas à
inteligência humana comum. Em resumo, a inspiração nem é caracteristicamente
natural, parcial, nem mecânica, mas sobrenatural, plena e dinâmica. Sob o tópico
União dos Elementos Divino e Humano na Inspiração, agrupar-se-ão mais explicações
na seção que se segue imediatamente.

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