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Perspectiva Econômica, 14(1):47-58, janeiro-junho 2018

2018 Unisinos – doi: 10.4013/pe.2018.141.04

A relação entre a taxa de juros e o investimento


imobiliário na cidade de Porto Alegre: uma verificação
empírica da modelagem de vetor autorregressivo
The relationship between the interest rate and real estate investments in the
city of Porto Alegre: an empirical verification vector modeling autorregressive

Flavia Maria Morais Lazzaretti*


UFV, Brasil
flaviamlazzaretti@gmail.com

Andreas Dittmar Weise**


hs21, Alemanha
mail@adweise.de

Resumo. O mercado imobiliário, nos últimos anos, se Abstract. The real estate market in recent years,
apresentou como uma das formas mais seguras de se introduced himself as one of the safest ways to invest,
investir, devido um número significativo de vendas, because a significant number of sales, financing,
financiamentos, locações, entre outros. Contudo, não leasing, among others. However, it is not free of risks,
está livre de riscos, um deles é a taxas de juros. O one of them is the interest rates. This article aims to
presente artigo tem como objetivo verificar se a taxa de determine if the interest rate has a negative effect on the
juros provoca um efeito negativo no mercado housing market during the period of January 1996 to
imobiliário durante o período janeiro 1996 a dezembro December 2014 in Porto Alegre - RS. To determine
2014, na cidade de Porto Alegre (RS). Para verificar se whether that was used econometrics modeling of
isso ocorre foi utilizado à modelagem econometria de Vector Autoregressive (VAR) with their verification
vetor autoregressivo (VAR) com seus respectivos testes tests, variance decomposition and impulse response
de verificação, decomposição de variância e função function. The results were that in a significance level of
impulso resposta. Os resultados obtidos foram que em 5%, the 1% increase in interest rates causes reduced the
um nível de significância 5%, o aumento de sale of properties around 0.022% per month. By
1 % na taxa de juros faz com que a venda de imóveis decomposition of the variance series presented ranged
reduza em torno 0,022% ao mês. Por decomposição de around 1.52% and 3.54% of the error will give it to the
variância as séries apresentadas variaram em torno de ninth month. In the function impulse response
1,52% e 3,54% do erro a partir do nono período. Na variables, interest rate and selling properties showed
função impulso resposta as variáveis, taxa de juros e that occur shocks will leave the month of March 1996,
venda imóveis mostraram que ocorrem os choques a losing in importance over the period.
partir do mês de março de 1996, perdendo a
importância no longo do período.

Palavras chaves: Mercado imobiliário. Taxa de juros. Keywords: Real estate market. Interest rate. Vector
Vetor autorregressivo. autoregressive.

* Universidade Federal de Viçosa. Avenida Peter Henry Rolfs, s/n, Campus Universitário, Centro, 36570-900, Viçosa, MG, Brasil.
**University 21, Harburger Str. 6, 21614, Buxtehude, Alemanha.

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adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados.

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A relação entre a taxa de juros e o investimento imobiliário na cidade de Porto Alegre

Introdução consumo, investimento e o fluxo de recursos


externos.
Na microeconômica ortodoxa, De acordo com Mendonça (2013), uma
tradicionalmente, o indivíduo busca contração na política monetária produz um
satisfazer suas necessidades através do efeito negativo sobre todas as variáveis
consumo de forma racional, e transformar envolvidas ao setor imobiliário. O efeito
esse consumo em bens materiais, contudo a negativo ocorre na demanda por crédito
maior preocupação dos indivíduos é o risco imobiliário, no preço dos imóveis e no
em adquirir esses bens (Pindyck, 2010). produto da construção civil, bem como na
Atualmente, os indivíduos buscam a inadimplência dos indivíduos. Posto isto,
seguridade articulada ao investimento em haverá forte indício de que um aumento na
imóveis para o curto, médio e longo prazo taxa de juros provocará uma forte retração
(ADVFN, 2006). no mercado imobiliário no Brasil.
Cabe ressaltar que uma das O objetivo geral da presente pesquisa é
características da habitação é o alto preço de analisar o efeito taxa de juros sobre o
oferta, ou seja, uma residência normalmente investimento em imóveis na cidade de Porto
custa várias vezes a renda média anual das Alegre (RS) nos anos de 1996 a 2014 através
famílias e não é anormal ser a habitação o da modelagem econometria VAR.
bem de maior valor que uma família A pesquisa está estruturada, além desta
adquire. Isto implica que as famílias introdução, uma descrição do referencial
precisam fazer uma poupança por diversos teórico constituído por uma análise
anos antes de conseguir a quantia necessária financeira local sobre o investimento e a taxa
para a aquisição do imóvel. Um dos aspectos de juros, na sequencia as principais
para amenizar isto é a possibilidade de características do mercado de imóveis e dos
emprestar todo ou parte desta quantia no financiamentos habitacionais. Após, faz-se
mercado financeiro, o que permite às uma análise utilizando a metodologia de
famílias anteciparem a compra do seu vetor autoregressivo (VAR) para séries
imóvel próprio (Geist, 2008). históricas de venda de imóveis e da taxa de
A partir de 2005, que o investimento em juros e seus respectivos testes de verificação,
imóveis floresceu pelos aspectos favoráveis decomposição de variância e função
de seguridade, volatilidade, rentabilidade e impulso resposta, e, por fim, as
diversificação (ADVFN, 2006). Em Porto considerações finais.
Alegre, na capital do Rio Grande do Sul, o
número de vendas cresceu em torno de Aspectos entre investimentos e
9,67% ao mês, principalmente na venda de efeito da taxa de juros
imóveis para empreendimentos. Todavia, a
demanda por imóveis torna-se vulnerável Keynes (1982) ressalta que um montante
em consequência das incertezas futuras, de investimento corrente dependerá do
dentre as incertezas, estão as oscilações na incentivo a investir, este dependerá da
taxa de juros (CBIC, 2014). relação entre a escala de eficiência marginal
A taxa de juros básica no Brasil (SELIC) do capital e do complexo da taxa de juros
tem forte interferência na economia incisos sobre os prazos e demais riscos. A
brasileira, pois é através dela que ocorre a eficiência marginal do capital interliga-se ao
tomada de decisão por parte dos agentes. A volume corrente de investimentos. A taxa de
taxa de juros, definida por Samuelson e juros influenciará na eficiência marginal do
Nordhaus (1985) é o preço pago para se capital a partir de novos fluxos de
tomar dinheiro emprestado por investimentos. Para Keynes (1982) e Jesus
determinado período de tempo, a taxa de (2012,) a taxa de juros representa um limite
juros é uma das variáveis mais ao investimento produtivo, apenas por ser
acompanhadas pela economia já que o seu um trade-off do investidor, quando aplica seu
comportamento afeta as decisões de capital em uma ampla carteira de ativos,

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entre o investimento (capital produtivo) e a Mercado imobiliário e sua evolução


liquidez (capital monetário). em Porto Alegre
Conforme Blanchard (2007), os
investimentos desmembram-se em
produção e taxa de juros. A produção
Mercado imobiliário em âmbito local
depende do nível de vendas. Quando maior
O mercado imobiliário caracteriza-se
o número de vendas, maior será o
como um capital não humano, ou seja,
investimento interno nas empresas. A taxa
ilíquido. Os investidores em imóveis
de juros amortiza com o investimento, isto
motivam-se pelas grandes possibilidades de
porque os indivíduos para adquirir novos
movimento de preços positivos que
equipamentos necessitam de financiamento,
carregam menor risco de negligência, ou
e, se por hipótese, a taxa de juros for elevada
seja, o mercado imobiliário é considerado
o empréstimo será menor. Posto isto, a
um investimento de baixo risco e alto
compra de novos equipamentos torna-se
retorno. Entretanto, o que deixa o mercado
tendenciosa, pois estes investimentos
imobiliário vulnerável é o financiamento
futuros não afiançam os pagamentos dos
desses bens, pois este é a principal fonte de
juros financiados.
endividamento dos investidores (Cotter e
A questão do financiamento em
Roll, 2011; Costa e Peixoto, 2007).
investimento ocorre em distintas dimensões.
O mercado imobiliário, conforme
Uma delas é a disponibilidade de recursos
Schrippe et al. (2013 apud Kuhn, Pereira e
financeiros que são acessados pelas
Nerbas, 2009), em decorrência das
empresas. Os recursos disponíveis poderão
características dos seus produtos, é um dos
ser absorvidos em outros canais que não seja
campos mais complexo da economia, isto
o investimento produtivo. Em alguns casos,
porque essas características são muito
pode ser que existam recursos, mas as
divergentes quando comparadas aos demais
instituições financeiras prefiram retê-los
bens de consumo. Os imóveis, entre suas
consigo, como em situações, quando a
peculiaridades, são formados por diferentes
preferência pela liquidez (retenção de meios
produtos, tais como: sistemas, materiais,
de pagamento) sobe drasticamente. Em
dentre outros. Ademais, ocorrem as
outros casos, quando os recursos possam ser
atividades que os envolvem, do
acessados pelas empresas como planos de
planejamento, passando pela construção, até
investimento, todavia os custos em termos
a comercialização.
de taxas de juros ou de exigências de
Corroborando com esta perspectiva,
garantias que inviabilizem a aplicação
Almeida (2007) ressalta que a habitação
(Carvalho, 2003a).
passou a ter grande relevância no cenário
Chick (1994) argumenta que o viés
urbano e floresceram distintas especulações
deflacionário predito na teoria
sobre a cidade, onde os projetos das
macroeconômica tradicional, oriundo de
unidades de habitação foram
uma preferência pela liquidez e as reduções
desmembrados como solução padrão. Com
de taxas de juros, foi demasiado pela
a visualização das deficiências e
administração do passivo. Os bancos
necessidades nas cidades, surgiram
tornaram-se atraentes para os investidores
propostas e formulações para modificar seu
não apenas na recessão, mas também em
quadro higiênico e solucionar o problema de
tempos melhores, a qualquer nível geral de
falta de moradia para os trabalhadores,
taxas de juros. Consequentemente, ocorreu
resultando em diversas concepções de
gradualmente um amento em sua
“cidade ideal”. Essa formulação trouxe uma
capacidade para emprestar em todas as fases
estratégia de planejamento regional para
dos ciclos econômicos, gerando um viés
conter o fluxo migratório para as grandes
inflacionário consistente no sistema
cidades, propondo núcleos auto-
econômico. Existe, também, sem dúvida,
organizados com comércio, indústria e
forças inflacionárias "reais", mas seria
cinturões agrícolas, interligados por
equivocado ignorar a existência simultânea
transporte público eficiente.
de causas financeiras.
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A relação entre a taxa de juros e o investimento imobiliário na cidade de Porto Alegre

Na cidade de Porto Alegre, o mercado enquanto no ano anterior demonstrou-se


imobiliário foi relevante, a partir da criação negativa de 34,65%, segundo dados da
Sistema Financeiro de Habitação (SFH) em Secretaria Municipal de Planejamento da
1964 priorizando a venda do lote com a Prefeitura de Porto Alegre. Os principais
unidade habitacional. Isto por sua vez, fatores que explicaram o desempenho
facilitou a criação de linhas de recente do mercado imobiliário porto-
financiamento (Carrion, 1989). alegrense são: o crescimento da economia
Para Cardoso (2007), a região de Porto brasileira; o aumento de disponibilidade de
Alegre caracteriza-se como um território de recursos aliado à taxa de juros mais baixa
significativas transformações econômicas, para os financiamentos imobiliários;
políticas e institucionais, a exemplo de melhoria do nível de emprego; queda da
outras regiões metropolitanas brasileiras. taxa de juros básica; e inflação controlada
Correlacionada ao impacto da (SECOVI/RS, 2007).
reestruturação produtiva, há um processo Conforme Silva (2014), no ano de 2010 foi
de relocalização de atividades o ano do aquecimento do mercado com o
(principalmente industriais), modificações Programa Minha Casa Minha Vida, que
na estrutura do mercado de trabalho e novas apresentou a maior média nas vendas de
configurações socioespaciais. Desde o início imóveis na cidade gaúcha, em torno de 44,66
dos anos 1990, vêm se multiplicando no comparado ao ano anterior. Após esse
estado as iniciativas no sentido de efetivar a elevado crescimento nos anos sucessivos
participação da sociedade (em diferentes apresentou-se uma ligeira queda, mas
níveis e formas) na formulação, retornando a crescer em 2013, em torno de
implementação e acompanhamento de 5,1% relacionado aos anos anteriores.
políticas públicas, incluídas no sistema de Conforme o autor aludido, essas oscilações
habitação social. anuais ocorreram por distintos aspectos
Da evolução temporal aos relatos dentre eles: políticas governamentais,
recentes na cidade de Porto Alegre, o fatores socioeconômicos como a expansão
aumento da moradia em casas foi de renda, queda na taxa de juros e
significativo nas faixas de renda baixa e estabilidade econômica.
média, envolvendo desde os que ganhavam
entre meio e um salário mínimo até os que Financiamentos habitacionais
estavam no intervalo de renda entre cinco e
dez salários mínimos. A expansão Conforme Minli e Wenpo (2012), o
habitacional caracteriza-se pela de moradia investimento em imóveis é o capital do
irregular e pela crescente escolha por investidor no mercado imobiliário, seguido
condomínios fechados pelas camadas de uma incerteza sobre ganhos futuros, ou
médias. O crescimento de moradia por seja, o seu poder aquisitivo para investir no
aquisições de apartamento ocorreu na faixa desenvolvimento, na gestão imobiliária e em
de renda mais alta, acompanhando o serviços de intermediação. Para Minli e
processo de verticalização em curso em Wenpo (2012), o investimento imobiliário é
bairros ricos da cidade, como Moinhos de uma atividade que custa fundos de uma só
Vento e Bela Vista, e em outros emergentes vez para a acumulação maciça do capital, e
para camadas mais abastadas, como Três um período muito longo comparado a outro
Figueiras e Chácara das Pedras (Barcellos, investimento, e assim resultando em mais
2004). incerteza. Essas incertezas são cabíveis aos
Recentemente os dados apontados para a riscos de investimentos imobiliários que
cidade gaúcha apresentaram-se que ocorrem em função da taxa de juros.
produção de imóveis novos, considerando- Os maiores volumes de investimento
se o total de áreas vistoriadas acusou, em imobiliário são caracterizados como
2007 (janeiro a novembro), aumento de investimento de longo prazo, especialmente
0,08%, comparando-se à igual período de quando se carecem de empréstimos
2006. As áreas residenciais representaram bancários. Consequentemente, as altas taxas
uma variação positiva de 7,43% em 2007,
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de juros podem sofrer alterações, de acordo imobiliário. A redução das taxas de juros e
com os dos imóveis, permitindo que os uma política de incentivo ao crédito
subsídios implícitos na sistemática fossem imobiliário elevaram a capacidade de
tão mais significativos quanto menor for o compra dos pequenos investidores e
custo da unidade residencial a ser adquirida tornaram o investimento em imóveis mais
(Köhler, 2005; Minli e Wenpo, 2012). atraentes para quem deseja aumentar seu
Nguyen (2013) e Ryding (1990) ressaltam patrimônio financeiro. Em paralelo, a
as restrições sobre a garantia de habitação redução do desemprego e a estabilidade da
afetam a dinâmica do investimento em economia reduziram os riscos para a compra
habitação. As famílias estão impacientes por de imóveis e outros investimentos de longo
causa de restrições ao crédito. A restrição de prazo.
garantia habitação cria uma ligação entre os Cabe ressaltar que durante os ciclos
mercados de habitação e capacidade de econômicos os agentes vão adotando
endividamento, um link que amplifica a diferentes posturas. Essa mudança de
resposta de habitação demanda a choques. comportamento está ligada ao momento de
Intuitivamente, nos bons tempos, quando liquidez que a economia está passando. É
um choque positivo atinge a economia, as relevante deixar claro que em um mesmo
famílias investem mais em habitação, não só ponto do tempo, agentes diferentes possuem
porque a habitação é um bem normal posturas diferentes, bem como, ao longo do
consumo duráveis, mas também porque eles tempo, o mesmo agente modifica suas
obter os benefícios de relaxar restrições ao posturas financeiras. A destreza dos bancos,
crédito com mais recursos habitacionais. No que passam a avaliar que o risco de iliquidez
caso de um choque negativo ocorre quando reduziu, pois amplia a liquidez, e a mudança
as famílias perdem o interesse nos imóveis de postura dos investidores, que também
quando as taxas de juros estão elevadas. passam a achar que o risco de iliquidez caiu,
Com a inflação controlada, a economia os leva a aumentar o endividamento. Este
pode sentir os efeitos benéficos da duplo movimento amplia a fragilidade
estabilização. A queda da taxa de juros financeira, resultado de uma queda na
diminuirá o custo do financiamento, fator percepção do risco (Pinto, 2016).
fundamental neste mercado, pois isso
aumentará o valor do investimento Vetor autorregressivo
imobiliário na medida em que o
investimento em imóveis pode ser visto Para Gujarati (2006) e Hill e Griffiths
como uma continuidade. Isto amplia (1999), o Vetor Autorregressivo (VAR)
parcialmente este tipo de investimento na pressupõe que algumas variáveis são
composição do portfólio dos agentes endógenas e outras exógenas ou
(Mendonça, 2013). predeterminadas (exógenas, mas endógenas
A transação imobiliária envolve o defasadas). Antes da estimação de um
financiamento de longo prazo, a modelo é preciso ter veracidade que as
estabilidade econômica permite maior equações no sistema são identificadas.
segurança na predição do fluxo de caixa dos Conforme Bueno (2011), o VAR expressa
projetos. Ademais, a queda da taxa de juros os modelos econômicos completos e a estima
conduzirá ao aumento do saldo na caderneta os parâmetros desse modelo. O VAR define
de poupança disponibilizando mais as restrições entre as equações do modelo.
recursos para o setor imobiliário tendo em Essas restrições servem para identificar os
vista que a rentabilidade da poupança é parâmetros estruturais. O modelo estrutural
negativamente correlacionada ao nível da VAR com n variáveis endógenas, Xt,
Selic (Mendonça, 2013). conectadas entre si na matriz A representa-
Conforme a ADVFN (2015), nos últimos se da seguinte forma (Equação 1):
anos, o desenvolvimento e a estruturação da
economia nacional, assim como a redução 𝐴𝑋𝑖𝑡 = Ψ0 + ΨiXt−1 + … Ψit−i + Ψεt (1)
das taxas de juros, facilitam o acesso de uma
grande parcela da população ao crédito
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A relação entre a taxa de juros e o investimento imobiliário na cidade de Porto Alegre

Em que A é a matriz n x n, Xi é o vetor das considerando que a série temporal é


variáveis endógenas (taxa de juros e venda estacionaria. Ou seja, um gráfico com os k
de imóveis), Ψ0 é um vetor de constantes de primeiros coeficientes de autocorrelação
ordem nx1, Ψi é são as matrizes n x n., Ψ é como função de k é chamado de
ma matriz diagonal n x n de desvios padrões correlograma e podendo assim ser uma
e εt é um vetor de dimensão nx1 não são ferramenta poderosa para identificar
correlacionados entre si temporalmente (εt ~ características da série temporal. Logo após
i. i. d (0, ter)). utiliza-se os testes básicos BIC, AIC e HQ
As variáveis do modelo serão: Vi venda para analisar a ordem de defasagens de
de imóveis e R taxa de juros. A modelagem VAR(m).
reduzida será expressa da seguinte forma: Em seguida, verifica-se se os resíduos
estimados são processos ruídos brancos,
lnVi1996,1 = Β0 + ΒilnVit−1 + εt (2) através na utilização das estatísticas do teste
R1996,1 = Θ0 + ΘR t−1 + εt (3) Ljung-Box (teste Q) para as séries lnVi e Rt e
analisando se os erros são ou não
A Equação 2 representa a venda de autorocorelacionados (Equação 4). E ainda o
imóveis em Logaritmo Neperiano no teste Breusch-Godfrey (LM) para analisar se
período t (lnVit), em relação a venda de há heterocedasticidade nos resíduos
imóveis no mês anterior (lnVit-1), e também (Equação 5). O problema da
em Logaritmo Neperiano, a ordem de heterocedasticidade é que as estimativas
defasagem desse modelo será apresentada apesar de não tendenciosas e consistentes,
no decorrer dos resultados. deixam de ter variância mínima, ou seja,
A Equação 3 representa a série da taxa de deixam de ser eficientes.
juros básica no tempo (Rt), em relação a taxa
de juros básica do seu valor passado (Rt-1), ρ2 k
Teste Q: n(n + 2) ∑m
k=1 [ ] : χ² (4)
n−k
sendo que ordem de defasagem desse
Teste LM= T[n − tr(∑~u ∑~−1
u )] →χ 2
hn² (5)
modelo será apresentada na estimação dos
resultados. O εt é o termo de erro do modelo
Se a partir desses testes preliminares os
(ruído branco).
valores estirem de acordo se estima o
Para a estimação do modelo é necessário
modelo. Analisa-se a decomposição da
que a série temporal seja estacionária. A
variância que se refere à porcentagem do
série estacionária ocorre quando sua média
erro de previsão decorrente do choque das
e variância são constantes ao longo do
variáveis endógenas ao longo do tempo. E a
tempo e quando o valor da covariância entre
identificação da responsabilidade de cada
os dois períodos de tempo depende da
uma das variáveis na explicação da
distância, do intervalo ou da defasagem
variância de todas as variáveis do sistema,
entre os dois períodos de tempo. Neste caso,
após um choque, servindo como
foi utilizado o teste de raiz unitária ADF
classificação da importância relativa de cada
(1979) e Correlograma (Bueno, 2011).
variável na determinação dela mesma e das
O teste Dickey Fuller Aumentado (ADF)
demais (Vartanian, 2010; Bueno, 2011).
é considerado uma forma de corrigir o
Verifica-se ainda, graficamente como ocorre
desvio do valor correto da estatística, ou
à função impulso resposta que causa o
seja, intuitivamente trata-se de deslocar os
choque da variável taxa de juros sobre as
desvios de Yt em relação a sua média, para
vendas de imóveis no decorrer dos períodos.
deslocar a distribuição α em direção a zero
caso a hipótese nula seja verdadeira. Neste
caso H0: Yt ~I(1) contra a hipótese Descrição da base de dados
alternativa H1:Yt ~I(0).
Para Gujarati (2006) e Ehlers (2009), o A metodologia é de natureza empírica, o
correlograma pode ser observado pela instrumento metodológico utilizado decorre
análise gráfica pelo qual se examina se no modelo econométrico de vetor
ocorre o ruído branco, ou seja, se a autorregressivo. Os dados analisados para o
autocorrelação está próxima à zero referente modelo foram a taxa de juros real
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Flavia Maria Morais Lazzaretti e Andreas Dittmar Weise

pelo do site do Banco Central do Brasil decomposição da variância e função


(2009). Foi utilizada a taxa de juros básica do impulso resposta.
período de janeiro de 1996 a outubro de 2014
como o site apresentava diferentes taxas de Resultados e sínteses da
financiamento de imóveis de cada banco foi modelagem de testes VAR
utilizada a taxa básica para melhores
resultados. Já ressaltando que a série
apresentada para a taxa de juros apresentou
Testes Iniciais
vários meses valores sem alterações no
Inicialmente, foram realizados os testes
longo do período apresentado. Os anos são
de raiz unitária com a finalidade de verificar
justificados por serem os últimos dados
se as variáveis (venda de imóveis (lnVi) e
apresentados pelo site referido. A cidade de
taxa de juros(R) são estacionárias. Para
Porto Alegre foi escolhida em consequência
compatibilizar as informações e organizar os
do pouco destaque alocado ao entendimento
testes, foram utilizados o teste ADF e o
das proposições do mercado imobiliário
correlograma. Conforme a Tabela 1, o teste
para essa localidade.
ADF, justifica - se que as variáveis lnVi e R
Para a venda de imóveis da cidade de
não são estacionarias em nível I(0), os
Porto Alegre foi utilizado a fonte da Câmera
valores estatísticos do teste são superiores
Brasileira da Indústria de Construção
aos valores críticos, não rejeitando a
(CBIC) no período de janeiro de 1996 a
hipótese nula. Em consequência, deste
dezembro de 2014.
resultado acrescentou-se as primeiras
A modelagem para a estimação dos
diferenças I(1) nas variáveis. A série lnVi e R
resultados é através do programa Gretl
são estacionárias de primeira diferença, pois
(Programa livre). Através deste, serão
os valores estatísticos são números
verificados através do modelo VAR, os
inferiores aos valores críticos em um nível
testes de estacionariedade, números de
de significância 5% e com uma amostra de
defasagens do modelo, testes de
229 observações, rejeitando a hipótese nula.
autocorrelação e heterocedasticidade,

Tabela 1. Teste ADF de raiz unitária.


Table 1. Test ADF of unit root.
Série em nível, I(0) Série em primeiras diferenças
Variáveis Estatística do teste; Estatística do teste;
Valores críticos 5% Valores críticos 5%
p- valor. p-valor.
-1,533
LnVi -2,88 -13,9767(4,85e-032) -2,88
(0,5168)
R -1,410 (0,579) -2,88 -11,8773(2,623e-025) -2,88
Fonte: Elaborado pelos autores.

Na Figura 1, observa-se graficamente que juros através da Função de Autocorrelação


o teste de raiz unitária apresentado pelo (FAC) e Função de Autocorrelação Parcial
correlograma e identifica-se que a série é (FACP) são estacionárias em primeira
estacionaria em primeira diferença. A diferença devido as “truncagens” de
autocorrelação apresenta-se próxima a zero autocorrelação estarem adjuntas a zero.
em várias defasagens. Para tanto, nota-se
que as variáveis venda de imóveis e taxa de

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A relação entre a taxa de juros e o investimento imobiliário na cidade de Porto Alegre

Figura 1. Correlogramas da venda de imóveis e taxa juros.


Figure 1. Correlogram the sale of real estate and interest rate.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Na sequência, como pressuposto do temos VAR(3), pois os resultados mostram


modelo, delimita-se a ordem de Var que é significativo na terceira defasagem.
definindo Pmax é igual a 5 e nota-se que Pelos critérios AIC, BIC E HQC (Tabela 2).

Tabela 2. Ordem de lags.


Table 2. Order lags.
defas. log.L p(LR) AIC BIC HQC
1 -604,71467 5,501934 5,593898 5,539063
2 -591,98172 0,00004 5,423259 5,576533 5,485141
3 -576,05997 0,00000 5,315856* 5,530439* 5,402491*
4 -576,05997 0,29873 5,329863 5,605755 5,441251
5 -570,30964 0,15798 5,336123 5,673325 5,472264
Fonte: Elaborado pelos autores.
Nota: * ordem de VAR.

Outros fatores relevantes são os testes de pois o p-valor é superior a 0,05, conforme na
especificação do modelo, o teste Ljung- Tabela 3.
Box(Q) que tem como objetivo de testar se Verifica-se, ainda na Tabela 3, com o teste
existe autocorrelação dos resíduos e o teste de LM para a Heterocedasticidade
Breusch- Godfrey (LM) para testar se os Condicional do Modelo (ARCH) a estatística
resíduos são heterocedásticos. Nestes casos p-valor é elevada, mostrando que não se
utilizam-se três defasagens para as rejeitou a hipótese nula de que o efeito
variáveis. ARCH não está presente no modelo, ou seja,
Nota-se que no teste Q, na variável lnVi, os valores reportados mostram que os
os erros não estão autocorrelacionados, pois resíduos das séries, lnVi e R, são,
não se rejeita-se a hipótese nula (ruído respectivamente, significativos e são
branco) decorrente da estatística p - valor ser homoscedásticos.
superior ao valor 0,05. O mesmo raciocínio Com os resultados estatísticos Q e LM da
ocorre com R, não se rejeitou a hipótese nula, Tabela 3, conclui-se que o modelo VAR (3)
para essa série é o modelo mais correto.
Tabela 3. Teste Q e LM.
Table 3. Test Q and LM.
Lunjug–BOX* Teste ARCH-LM **
Variáveis
Estat. Q' 𝑝 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟; 𝜒 2> Q Estat.LM 𝑃 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟
lnVi(t-3) 3,36171 0,339 0,454851 0,928692
R(t-3) 0,0618199 0,996 3,17092 0,366017
Fonte: Elaborada pelos autores.

Perspectiva Econômica, vol. 14, n. 1, p. 47-58, janeiro-junho 2018

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Flavia Maria Morais Lazzaretti e Andreas Dittmar Weise

Interpretações dos resultados de a venda de imóveis reduza em torno 0,022%


VAR (3) para vendas de imóveis e ao mês. A taxa de juros também se apresenta
significativa no decorrer dos períodos. Nota-
taxa de juros se que nem todos os parâmetros são
significativos até porque algumas variáveis
Observa-se que na estimação modelo de
são normalmente colineares. Entretanto,
VAR (3), seguindo a Tabela 4, que por um
devem-se impor restrições aos coeficientes,
nível de significância 5% a variável venda de
pois podem ser perdidas informações
imóveis é explicada por ela mesma. E um
relevantes. Após essa interpretação verifica-
aumento de 1% na taxa de juros faz com que
se a análise de variância.

Tabela 4. Resultados VAR (3).


Table 4. Results VAR(3).
Vi (t,p) R (t,p)
Vi(-1) −0,404 (−6,210) (2,66e-09)* 0,5667 (1,566) (0,1188)
Vi(-2) −0,2712 (−3,992) (8,98e-05)* 0,3130 (0,8302) ( 0,4073)
Vi(-3) −0,3360) (−5,189) (4,84e-07)* −0,286 (−0,7974) (0,4261)
R(-1) −0,0024 (−0,1990) (0,8424) 0,3436 (5,059) ( 8,98e-07)*
R(-2) 0,0030 (0,2443) (0,8073) −0,2409 (−3,457) (0,0007)*
R(-3) −0,0225 (−1,863) (0,0638*) −0,0976 (−1,452) ( 0,1479 )
Constante 0,0116 (0,4550) (0,6496) −0,08016 (−0,5620) (0,5747)
d- Durbim Watson 2,046902 2,007579
R² 0,215044 0,170317
Fonte: Elaborado pelos autores.

A análise de decomposição da variância, Tabela 6. Decomposição da variância para


a variância da venda de imóveis nos R.
primeiros meses é quase totalmente Table 6. Decomposition of variance for R.
explicada por ela mesma ao longo dos meses Erro
Per d_l_vi d_R
padrão
e a venda de imóveis é explicada pela taxa
1 2,09577 2,8995 97,1005
de juros básica. O erro de previsão para a 2 2,21456 2,7671 97,2329
venda de imóveis está em torno de 1,52% á 3 2,23436 3,1655 96,8345
partir do décimo mês. A taxa de juros 4 2,28387 3,2856 96,7144
também é explicada quase totalmente por 5 2,29324 3,4081 96,5919
6 2,29407 3,4171 96,5829
ela mesma e seu erro de previsão com 7 2,29923 3,5257 96,4743
horizonte de previsão varia em torno de 8 2,30012 3,5235 96,4765
3,54%, como apresentado nas Tabelas 5 e 6. 9 2,30041 3,5418 96,4582
10 2,30098 3,5492 96,4508
Fonte: Elaborada pelos autores
Tabela 5. Decomposição da variância para
lnVi.
Conforme citado anteriormente, somente
Table 5. Decomposition of variance for lnVi.
Per Erro padrão d_l_vi d_R ao longo dos meses um aumento na taxa de
1 0,377622 100,0000 0,0000 juros reduzirá a venda de imóveis no
2 0,407114 99,9847 0,0153 período de janeiro de 1996 a outubro de
3 0,409345 99,9586 0,0414 2014. Todavia, isto é parcial, pois por
4 0,416267 98,7830 1,2170
5 0,425016 98,8292 1,1708
decomposição de variância somente 2% a
6 0,425311 98,7247 1,2753 taxa de juros explica as vendas de imóveis.
7 0,425722 98,5375 1,4625 A função impulso resposta representa os
8 0,426583 98,5081 1,4919 choques da taxa de juros na venda dos
9 0,426818 98,4791 1,5209
10 0,426835 98,4715 1,5285
imóveis. A análise gráfica (Figura 2), por
Fonte: Elaborado pelos autores. função impulso resposta, denota que
primeiros meses de 1996 ocorrem um
choque entre a taxa de juros e o mercado
imobiliário.

Perspectiva Econômica, vol. 14, n. 1, p. 47-58, janeiro-junho 2018

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A relação entre a taxa de juros e o investimento imobiliário na cidade de Porto Alegre

Figura 2. Choques nas variáveis Vi e R. quebra estrutural no segundo mês


Figure 2. Impacts on variables Vi and R. verificados pelos critérios AIC, BIC e HQ.
O modelo também apresentou que os
erros não são autocorrelacionados no
modelo, ou seja, ocorre ruído branco.
Tampouco, ocorre o problema de
heterocedasticidade do modelo. Pelo qual o
modelo VAR (3) ser o mais indicado nessa
série.
Fonte: Elaborada pelos autores. Portanto, as variáveis, taxa de juros e
mercado imobiliário são explicadas por elas
A Figura 2 representa os resultados das mesmas e são significativas no primeiro
funções de resposta - impulsos da venda de modelo e no segundo modelo. Verificou-se
imóveis para as inovações (impulsos) de um que o aumento de 1% na taxa de juros faz
desvio-padrão sobre a taxa de juros e vice- com que a venda de imóveis reduza em
versa. Sendo que a linha contínua em cada torno 0,022% ao mês. Entre os
gráfico representa os pontos estimados da complementos aos relatos, por
função resposta ao impulso equivalente a decomposição de variância nota-se que as
uma unidade de desvio-padrão. Se a faixa variáveis são quase e totalmente explicadas
entre as linhas pontilhadas inclui o eixo por ela mesma e o erro de previsão das
horizontal (nível zero), o efeito é mesmas foi de 1,53% e 3,55% no décimo
considerado insignificante. Para tanto, a período. Todavia, nota-se que há pouco
curva mostra que já nos primeiros meses do efeito em relação à venda de imóveis e a taxa
ano de 1996 ocorre o choque entre as de juros.
variáveis e após isso o efeito se torna A função impulso resposta delimitou que
insignificante nas variáveis o efeito impulso inovações (impulsos) de um desvio-padrão
resposta. das variáveis lnVi e R ocorreram no mês de
março de 1996 e acabam perdendo a
Considerações finais importância no longo do período, ou seja, no
curto prazo ocorreu o efeito negativo na taxa
Teoricamente, as elevações da taxa de de juros no mercado imobiliário em Porto
juros nos anos de 1996 a 2014, na cidade de Alegre e subsequentemente nos próximos
Porto Alegre, contraíram a venda de períodos. Em 1997 foi criado o sistema de
imóveis. Posto isso, a modelagem VAR é financiamento nacional logo nos primeiros
congruente com a teoria local apresentada, e meses pode ser notado que a taxa de juros
expressa as relações dessas variáveis, causa uma retração no mercado de imóveis.
observou-se cada variável e seu
comportamento com a outra, e ainda o erro Referências
ocorrido numa variável transmitirá este
mesmo erro para os valores subsequentes. ADVANCED FINANCIAL NETWORK.
Tal resultado foi acompanhado dos testes de ADVFN. 2006. As vantagens do
verificação, decomposição de variância e investimento imobiliário. Disponível
função impulso resposta a seguir em:
ressaltados. <http://br.advfn.com/educacional/imove
No modelo de vetor autorregressivo is/as-vantagens>. Acesso em: 18 jan. 2015.
apresentado percebe-se que a série temporal ALMEIDA, C. C. O. 2007. Habitação social:
das variáveis taxa de juros e mercado origens e produção. Natal (1889-1964).
imobiliário é estacionaria de ordem 1, I(1), Dissertação (Mestrado) - USP, São
conforme o teste ADF e a análise gráfica do Carlos.
correlograma. A ordem do vetor BANCO CENTRAL DO BRASIL. 2015. Taxa
autorregressivo é de ordem 3, VAR (3), ou Selic. Disponível em:
seja, os valores defasados do modelo sofrem <http://www3.bcb.gov.br/selic/consulta/

Perspectiva Econômica, vol. 14, n. 1, p. 47-58, janeiro-junho 2018

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Flavia Maria Morais Lazzaretti e Andreas Dittmar Weise

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A relação entre a taxa de juros e o investimento imobiliário na cidade de Porto Alegre

1964 a 2013, norteada pelo arcabouço


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<https://www.secovirsagademi.com.br/l
ocacao/80>. Acesso em: 23 nov 2017.

Submetido: 15/08/2016
Aceito: 07/12/2017

Os Editores agradecem a Henrique Bidarte


Massuquetti pelo apoio editorial.

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