1. Quais são as formas de interpretação do contrato originário no que
concerne aos direitos da natureza? Justifique com uma citação de Kant contida no próprio texto. R: Para os jusnaturalistas esse contrato era, ou pelo menos tendia a ser, um fato histórico acontecido num certo momento da evolução dos homens. Segundo Kant, ao invés, e aqui acontece a transavaliação racional, esse contrato não é um fato histórico, mas uma idéia da razão, um princípio ideal que deve servir para a justificação racional do Estado. Kant não acredita no mito do contrato social efetivamente estipulado entre os homens para dar origem ao Estado: o contrato originário é para ele pura e simplesmente um ideal do qual se deve tirar a justificação da passagem do estado de natureza para o estado civil . Segue um trecho oposto aos jusnaturalistas: “Mas esse contrato (chamado contractus originarius ou pactum sociale), como união de todas as vontades particulares e privadas de um povo numa vontade comum é pública (para os fins de uma legislação simplesmente jurídica), não é necessário pressupô-lo como um fato (como tal nem seria possível), como se, para que nos considerássemos ligados a uma constituição já estabelecida, fosse necessário primeiro ser demonstrado pela história que um povo ( cujos direitos e cujas obrigações nós, como descendentes, teríamos herdado) precisasse uma vez ter cumprido realmente um tal ato e precisasse ter deixado para nós testemunho escrito e oral. Esse contrato é, pelo contrário, uma simples idéia da razão, mas que tem sem dúvida a sua realidade (própria): ou seja, a sua realidade consiste em obrigar cada legislador a fazer leis como se estas precisassem derivar da vontade comum de todo um povo e em considerar cada súdito, uma vez que quer ser cidadão, como se ele tivesse dado o seu consenso para uma tal vontade”.
2. O texto sublinha que a natureza da relação entre o direito natural e o
direito estatal é de integração/ reforço. Explique levando em consideração dois elementos citados no texto :
a. Direito Público/Direito Privado
b. Liberdade externa e interna R: B) “O ato por meio do qual o próprio povo se constitui em Estado, ou melhor, a simples idéia desse ato, que só ela já permite conceber a sua legitimidade, é o contrato originário, segundo o qual todos ( omnes et singuli) do povo deixam a liberdade externa para retomá-la novamente, já como membros de um corpo comum, ou seja, como membros do povo enquanto Estado (universi). Ademais, liberdade é entendido por Kant através da obediência à própria lei, isto é, liberdade da teoria democrática. Então, Kant enuncia a definição de liberdade da teoria democrática por autonomia com as seguintes palavras: “ Melhor e definir a minha liberdade externa (ou seja, jurídica) como faculdade de não obedecer a outras leis externas, a não ser àquelas a que pude dar o meu consenso. Entretanto, há uma primeira definição que não necessariamente anula a segunda, essa definição é: A liberdade como não-impedimento que representa o momento de liberdade natural, isto é, o momento no qual o homem é livre enquanto não é dominado por leis externas e coercitivas. A segunda definição abordada no começo da resposta é a liberdade como autonomia – que significa o momento de liberdade política - isto é, o momento em que o homem torna-se cidadão e está, portanto, subordinado às leis do Estado, conservando-se livre somente enquanto seja ele o próprio criador das leis às quais deve obedecer.
3. O contrato originário tem um fundamento histórico?
R: Sim. Porque o contrato originário era para os jusnaturalistas, um fato histórico acontecido num dado momento da evolução dos homens. Entretanto, quando comparado ao estado de natureza, e se esse existiu historicamente, os jusnaturalistas tinham outra visão, a de que não eram ingênuos ao ponto de acreditar que o homem viveu de modo primitivo, porque se pararmos para pensar chegaremos a conclusão que não devemos acreditar que o homem viveu de acordo com o instinto, uma vez que isso é uma concepção puramente imaginativa, isto é, uma hipótese, portanto, podemos também pensar que o contrato originário foi, e é uma hipótese. Contudo, essa foi a minha interpretação.
4. Por quê o Contrato originário é um Dever Moral?
R: Porque Kant afirma que qualquer Estado que se adapte ao ideal do consenso, ou seja, qualquer Estado no qual emanam dos governantes somente aquelas leis que estão em conformidade com o espírito público, é um Estado que se inspira na idéia do contrato originário. Ademais, ainda nesse tema do contrato originário, mas relacionando a moral ao poder, temos que a origem do poder é ininvestigável, porque o que legitima o poder segundo Kant, não é absolutamente o fato de derivar ou não de um contrato social estipulado entre todos os cidadãos, mas de estar em conformidade com a idéia pura do contrato originário. 5. Qual o fundamento de legitimidade do Poder derivado do Contrato originário
6. Como se fundamenta a estrutura das formas de governo em Kant?
Como tal estrutura se distingue tanto das propostas da tradição grega como das propostas de Maquiavel ?
7. Quais são os poderes existentes bo Estado republicano e como eles se
estruturam entre si?
8. O que legitima o fato do Legislativo ser concebido por Kant como o
poder soberano? 9. Fazer um resumo simples com palavras-chave e um fichamento das páginas 254-264