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UFPA-Teoria Politica II

Profª Maira da Graça Campagnolo


Atividades Kant (2021.4)

Estudo Dirigido
Fonte: Bobbio

1. Quais são as formas de interpretação do contrato originário no que


concerne aos direitos da natureza? Justifique com uma citação de Kant
contida no próprio texto.
R: Para os jusnaturalistas esse contrato era, ou pelo menos tendia a ser, um
fato histórico acontecido num certo momento da evolução dos homens.
Segundo Kant, ao invés, e aqui acontece a transavaliação racional, esse
contrato não é um fato histórico, mas uma idéia da razão, um princípio ideal
que deve servir para a justificação racional do Estado. Kant não acredita no
mito do contrato social efetivamente estipulado entre os homens para dar
origem ao Estado: o contrato originário é para ele pura e simplesmente um
ideal do qual se deve tirar a justificação da passagem do estado de natureza
para o estado civil . Segue um trecho oposto aos jusnaturalistas: “Mas esse
contrato (chamado contractus originarius ou pactum sociale), como união de
todas as vontades particulares e privadas de um povo numa vontade comum é
pública (para os fins de uma legislação simplesmente jurídica), não é
necessário pressupô-lo como um fato (como tal nem seria possível), como se,
para que nos considerássemos ligados a uma constituição já estabelecida,
fosse necessário primeiro ser demonstrado pela história que um povo ( cujos
direitos e cujas obrigações nós, como descendentes, teríamos herdado)
precisasse uma vez ter cumprido realmente um tal ato e precisasse ter deixado
para nós testemunho escrito e oral. Esse contrato é, pelo contrário, uma
simples idéia da razão, mas que tem sem dúvida a sua realidade (própria): ou
seja, a sua realidade consiste em obrigar cada legislador a fazer leis como se
estas precisassem derivar da vontade comum de todo um povo e em
considerar cada súdito, uma vez que quer ser cidadão, como se ele tivesse
dado o seu consenso para uma tal vontade”.

2. O texto sublinha que a natureza da relação entre o direito natural e o


direito estatal é de integração/ reforço. Explique levando em
consideração dois elementos citados no texto :

a. Direito Público/Direito Privado


b. Liberdade externa e interna
R: B) “O ato por meio do qual o próprio povo se constitui em Estado, ou melhor,
a simples idéia desse ato, que só ela já permite conceber a sua legitimidade, é
o contrato originário, segundo o qual todos ( omnes et singuli) do povo deixam
a liberdade externa para retomá-la novamente, já como membros de um corpo
comum, ou seja, como membros do povo enquanto Estado (universi). Ademais,
liberdade é entendido por Kant através da obediência à própria lei, isto é,
liberdade da teoria democrática. Então, Kant enuncia a definição de liberdade
da teoria democrática por autonomia com as seguintes palavras: “ Melhor e
definir a minha liberdade externa (ou seja, jurídica) como faculdade de não
obedecer a outras leis externas, a não ser àquelas a que pude dar o meu
consenso. Entretanto, há uma primeira definição que não necessariamente
anula a segunda, essa definição é: A liberdade como não-impedimento que
representa o momento de liberdade natural, isto é, o momento no qual o
homem é livre enquanto não é dominado por leis externas e coercitivas. A
segunda definição abordada no começo da resposta é a liberdade como
autonomia – que significa o momento de liberdade política - isto é, o momento
em que o homem torna-se cidadão e está, portanto, subordinado às leis do
Estado, conservando-se livre somente enquanto seja ele o próprio criador das
leis às quais deve obedecer.

3. O contrato originário tem um fundamento histórico?


R: Sim. Porque o contrato originário era para os jusnaturalistas, um fato
histórico acontecido num dado momento da evolução dos homens. Entretanto,
quando comparado ao estado de natureza, e se esse existiu historicamente, os
jusnaturalistas tinham outra visão, a de que não eram ingênuos ao ponto de
acreditar que o homem viveu de modo primitivo, porque se pararmos para
pensar chegaremos a conclusão que não devemos acreditar que o homem
viveu de acordo com o instinto, uma vez que isso é uma concepção puramente
imaginativa, isto é, uma hipótese, portanto, podemos também pensar que o
contrato originário foi, e é uma hipótese. Contudo, essa foi a minha
interpretação.

4. Por quê o Contrato originário é um Dever Moral?


R: Porque Kant afirma que qualquer Estado que se adapte ao ideal do
consenso, ou seja, qualquer Estado no qual emanam dos governantes somente
aquelas leis que estão em conformidade com o espírito público, é um Estado
que se inspira na idéia do contrato originário. Ademais, ainda nesse tema do
contrato originário, mas relacionando a moral ao poder, temos que a origem do
poder é ininvestigável, porque o que legitima o poder segundo Kant, não é
absolutamente o fato de derivar ou não de um contrato social estipulado entre
todos os cidadãos, mas de estar em conformidade com a idéia pura do contrato
originário.
5. Qual o fundamento de legitimidade do Poder derivado do Contrato
originário

6. Como se fundamenta a estrutura das formas de governo em Kant?


Como tal estrutura se distingue tanto das propostas da tradição grega
como das propostas de Maquiavel ?

7. Quais são os poderes existentes bo Estado republicano e como eles se


estruturam entre si?

8. O que legitima o fato do Legislativo ser concebido por Kant como o


poder soberano?
9. Fazer um resumo simples com palavras-chave e um fichamento das
páginas 254-264

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