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CONCLUSÃO
Portanto, tem-se, de um lado, uma proposta
extremamente instigante e chamativa de Kant — um
convite a aprender a pensar —, mostrando que a for-
mação é uma autoformação, e, de outro, a perspectiva
hegeliana que diz que se deve aprender pensamentos
por meio do ensino de conteúdos filosóficos, em que
o professor tem um papel bem definido: ele represen-
ta a cultura, o espírito de seu tempo. Enquanto Hegel
olhava mais para a formação do indivíduo com con-
teúdos, visando a uma educação voltada à cidadania,
ao contexto sócio-histórico maior, Kant visava mais à
realização da autonomia individual — uma espécie de
emancipação do indivíduo — de crescimento pessoal.
No início do primeiro livro da Política, Aristó- ticidade do homem algo específico e sempre ligado à
teles afirma que “o homem é um animal político mais sua potência linguística e racional.
que todos os outros, abelhas ou animais gregários.”1
Conformemente a tal sentença, encontra-se em História
dos Animais a seguinte afirmação: “[Animais] políticos Na Poética, nota-se
são todos os que possuem alguma obra comum: e isso um processo semelhante:
nem todo o [animal] gregário faz. Tais [animais polí- ali, Aristóteles afirma que o
ticos] são o homem, a abelha, a vespa, a formiga e o homem é, de todos, o mais
grou.”2 Como se vê, nesse último contexto, o filósofo imitador, e que nisso difere
diferencia os animais simplesmente gregários dos po- dos outros viventes4. Ou seja:
líticos pelo fato de que os primeiros apenas vivem em paralelamente ao que ocorre
grupos e os segundos, além disso, trabalham em vista na Política, o argumento da
de uma obra comum. Esses dois contextos dão a enten- Poética em parte indica uma
der que existe uma certa continuidade entre os outros continuidade (quando su-
animais e os seres humanos, na medida em que estes gere que o homem seja ape-
são mais políticos do que os outros, ou seja: a variação nas o mais imitador), mas
entre as espécies, no que tange à politicidade, seria, se- culmina na ruptura de uma
gundo esses dois contextos, apenas quantitativa. diferença específica (já que
Todavia, logo em seguida à supracitada passa- no imitar os homens diferem, diaphérousi, dos outros
gem da Política, Aristóteles introduz o seguinte argu- animais). Essa diferença é logo em seguida esclarecida
mento: pela seguinte sentença: “Efetivamente, tal é o motivo
por que se deleitam perante as imagens: olhando-as,
Como nós dissemos, com efeito, a natureza nada faz em aprendem e discorrem sobre o que seja cada uma de-
vão; ora, dentre os animais, somente o homem possui las”5. Consequentemente, o mimetismo humano acaba
logos. Sem dúvida, os sons da voz exprimem a dor e o por ser transformado em um mimetismo especial, ou
prazer; ela também se acha nos animais em geral: sua na-
de outra ordem, pelo fato de que os homens são capa-
tureza lhes permite somente sentir a dor e o prazer e se
manifestar entre si. Mas o logos é feito para exprimir o
zes de aprender e raciocinar com o auxílio da mímesis,
útil e o desagradável e, por conseguinte, também o justo ou ainda, dos produtos miméticos. Como ocorrera na
e o injusto. Este é, com efeito, o caráter distintivo do ho- Política, em cujo contexto o logos faz da politicidade
mem em face de todos os outros animais: só ele percebe humana algo, de certa forma, único, na Poética a apren-
o bem e o mal, o justo e o injusto e os outros valores; ora, dizagem faz do mimetismo humano um mimetismo
é a possessão comum desses valores que faz a família e mais pleno e com mais consequências. Logo, uma di-
a cidade3. ferença inicialmente quantitativa torna-se claramente
uma diferença qualitativa. Como afirma S. Klimsis em
Esse acréscimo estabelece evidentemente uma artigo sobre o prazer derivado do reconhecimento se-
descontinuidade entre a voz dos animais em geral e o gundo a Poética (Klimsis, 2002, p. 469),
logos - isto é, a linguagem e a razão humanas - influen-
ciando retrospectivamente a continuidade sugerida se o humano é o vivente que mais representa (imita), isso
pela afirmação anterior, na medida em que o raciocínio supõe que outros animais também podem produzir uma
posteriormente apresentado termina com a afirmação mímesis. Ora, o superlativo é apresentado como vindo
de que é a possessão comum dos valores engendrados manifestar uma diferenciação (diapherousi). Mais precisa-
mente, ele indica uma passagem ao limite: a atualização
pela capacidade racional e linguística que faz a família
8 e a cidade. Por conseguinte, a introdução da observa-
humana da mímesis realiza o aperfeiçoamento último de
uma potencialidade animal, pois ela pode ser mobilizada
ção de que somente o homem possui logos - seguida da em vista de uma aprendizagem, isto é, da busca de um
afirmação de que este (o logos) seria o “próprio” (idíon) saber. Desde então, há um desprendimento em relação à
do homem, ou seja, a peculiaridade humana face aos escala do vivente: pertence à natureza do humano, e do
outros animais - é claramente da ordem da ruptura. humano somente, procurar compreender o mundo que o
Ainda que o caráter político seja compartilhado, por envolve. Essa continuidade é então paradoxal, já que ela
exemplo, pelas abelhas e formigas, o logos faz da poli- se verifica ser da ordem de uma ruptura.
Noel Rosa era chamado de “filósofo do sam- valer da descrição propositadamente radical e reducio-
ba”. Essa qualificação brinca com o significado da filo- nista – seguindo uma das formulações retóricas de Ri-
sofia no Brasil, da canção popular em nossa cultura e chard Rorty (1999) – que distingue duas visões da “fi-
da “ociosa” malandragem do compositor. Se a palavra losofia”: uma de orientação platônica, que se escreve
“filosofia” etimologicamente significa “amor à sabe- com letras maiúsculas e se orienta para o imutável, a
doria”, é certo que o tipo de saber que Noel cultivava outra – que se escreve com minúsculas – volta-se para
com seu samba não é o mesmo que teria valor dentro uma valorização da contingência e procura realizar a
das Academias. O que poderia significar chamar Noel tarefa hegeliana de traduzir seu tempo em pensamen-
Rosa de “filósofo do samba”? É comum que se subli- to.
nhe a distância entre o sentido da atividade filosófica Noel Rosa compôs a canção “Filosofia” em
praticada na direção da ciência, investigando os fun- 1933. Mas ela só alcançou sucesso quando foi regra-
damentos do conhecimento, da ética, da política, da vada por Chico Buarque, em seu álbum Sinal Fechado,
estética etc.; do uso vulgar e trivial da palavra filosofia, de 1974. Na época, Chico tinha suas composições su-
como quando um técnico de futebol fala em “filosofia mariamente censuradas pela Ditadura, por isso, além
de jogo”, ou uma empresa fala de sua “filosofia de tra- de assinar suas composições com outros nomes, gra-
balho” etc. Entretanto, ao preservar a distância entre o vou um disco com composições de outros autores. Por
uso técnico da palavra “filosofia” e a sua utilização na meio deste expediente, driblou a censura, já que esco-
linguagem ordinária, como se tratasse de uma separa- lheu canções que sinalizavam claramente sua oposição
ção radical entre realidade e aparência, a atividade filo- à Ditadura.
sófica não perde sua vinculação com o cotidiano? Tal- “Filosofia” começa justamente situando a po-
vez seja em parte devido a essa distância que, quando sição do “eu-lírico” no mundo e como ele (não) é reco-
alguém diz que o outro está “filosofando”, geralmente nhecido:
faz isso com um sentido pejorativo, como se estivesse
fugindo da tentativa de solucionar um problema, dire- O mundo me condena
cionando-se para abstrações sem valor prático. Aliás, E ninguém tem pena
é um clichê ouvir quem tenta explicar “o que é Filoso- Falando sempre mal
fia” afirmar que esta não “serve para nada” e que nesta do meu nome
inutilidade reside seu valor. Não é este o caminho que Deixando de saber
vou tomar. Se eu vou morrer de sede
É claro que é preciso Ou se vou morrer de fome.
diferenciar o significado de
um termo de acordo com
seu contexto, assim muito Ele recebe o julgamento social, é condenado,
daquilo que é visto como tal como Sócrates. Porém, seu destino brasileiro não é
um uso errado pode ser o de beber um veneno, mas sofrer ante o desinteresse
compreendido com uma daqueles que o caluniam e não se importam com o seu
dose maior de caridade fim. A ameaça de morte por falta de alimento é sinto-
interpretativa. Neste traba- ma da desigualdade cínica de uma sociedade viciada
lho, proponho a tentativa em práticas clientelistas, em que os mais pobres são es-
de entender o que seria a timulados a esperar o favor dos ricos. O remédio para
12 “filosofia do samba” de
Noel Rosa analisando sua
essa situação aparece na segunda parte da canção:
Positivismo
Noel Rosa
16
Ele se coloca contra a vivência subjetiva, que constitui Filosofia da USP e, com sua tese sobre a história das
o fulcro da fenomenologia e do existencialismo. Com ideias no Brasil, posteriormente publicada sob a forma
base nessas ideias, Guéroult nega a diacronia, em bene- de livro, afirma que somos herdeiros dos lusitanos, um
fício da sincronia. Ele pensa que a história da filosofia povo pragmático, voltado para a ação, e que, em ter-
não é um sistema e que não existe “a” filosofia, e sim mos filosóficos, nada mais fizemos do que modificar
“filosofias”. Daí o seu interesse por cursos monográfi- selvagemente as filosofias estrangeiras, na tentativa de
cos, em oposição aos cursos panorâmicos. O cerne do adaptá-las aos nossos próprios problemas. Somos auto-
método gueroultiano está em separar o sistema filosó- didatas imaturos, amantes da novidade e estabanados
… não é enquanto está ‘no meio’ de meu mundo que o outro me olha, mas é enquanto
ele vem em direção ao mundo e a mim com toda sua transcendência, é enquanto ele
18 não está separado de mim por distância alguma, por objeto algum do mundo, nem
real, nem ideal, por nenhum corpo do mundo, mas pela sua única natureza de outrem
(SARTRE, J.-P. L’être et le néant. Paris: Gallimard, 2003, p. 309).
As relações entre a filosofia e a literatura confi- Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres e, mais tarde,
guram uma espécie de labirinto em que vários pontos vislumbrei uma temática comum à obra como um todo
de vista podem ser encontrados. Neste texto, parto da que poderia ser o germe para uma pesquisa de douto-
ideia de que a filosofia, ao abordar a obra literária, deve rado – projeto que não realizei, mas cuja semente de
trazer à explicitação filosófica aquilo que na literatura pensamento ainda me instiga. Tal temática seria uma
está implícito. Maria Helena Varela, em seu O hetero- quase antropologia filosófica, em que o ser humano é
logos da língua portuguesa1, usa a noção de filosofema visto como um ser que só se realiza em confronto com
para indicar núcleos de pensamento filosófico implíci- a alteridade, ou seja, um ser que é a partir do que não
tos na obra literária. A análise filosófica, portanto, tem, é. Podemos ver em toda a obra da Clarice um sem fim
diante da obra literária, um vasto campo de trabalho a de personagens às voltas com animais, objetos, vege-
partir dos filosofemas. Se em filosofia nada deve ficar tais, além dos confrontos com o outro humano e com o
implícito, tratemos de explicitar o que há de filosófico Deus. Todo este conjunto de seres forçam os persona-
no campo literário e, assim, trazer ao terreno da filoso- gens centrais a se confrontarem consigo mesmos; são
fia propriamente dita aquilo que lhe pertence: ideias figuras da alteridade com as quais os personagens se
e pensamentos sobre o mundo e a vida. É, portanto, defrontam em busca de si mesmos.
movido pelo velho desejo de conhecer que o filósofo se O conto que temos aqui em mãos nesta peque-
debruça sobre a obra literária – conhecer, mais do que na reflexão é exemplar desta hipótese mais ampla de
a obra estudada, pois este seria o trabalho já realizado compreensão da obra da Clarice. A personagem cen-
pelo crítico literário, o próprio mundo, ou seja, conhe- tral, não nomeada, vai ao jardim zoológico em busca
cer melhor o mundo a partir das ideias extraídas da de algo preciso: que algum animal a ensine a odiar, ou
obra. antes, a ajude a encontrar o ódio em si mesma. Ela es-
pera que o outro animal a faça encontrar algo dentro de
si, forjando, de forma intencional, a dinâmica do reco-
nhecimento de si a partir do outro. 21
Vejamos de perto o conto2.
A primeira frase já nos dá uma indicação do
tom da estória: “Mas era primavera” (126). A adversa-
tiva indica que a primavera não está de acordo com o
que se busca; está-se à procura de uma antítese da pri-
mavera, algo que não se coaduna com flores, nascimen-
to, cores, alegria, enfim, com todo o campo semântico
que normalmente se associa à primavera. Mais abaixo,
ainda no primeiro parágrafo, esta busca se explicita: “...
revoltou-se a mulher tentando encontrar-se com o pró-
prio ódio mas era primavera ...” (126); e somente ao fim
da segunda página, a explicação para a busca de ódio:
queria odiar “um homem cujo crime único era o de não
amá-la” (127).
Com esta primeira entrada no conto, temos a
configuração da cena: uma mulher, rejeitada pelo ho-
mem que ama, quer encontrar o ódio, mas era prima-
vera e esta busca se revela difícil. Para fechar a com-
preensão do que ela procura, temos, na página 131, a
Neste texto me dedico ao conto “O búfalo”, explicação final da busca do ódio: “onde aprender a
de Clarice Lispector, autora frequentemente visitada odiar para não morrer de amor?” Ou seja, o ódio seria
por pesquisadores da filosofia, atraídos pela enorme uma salvação, a libertação do amor que poderia levá-
riqueza de pensamento de sua obra. Eu própria escre- -la à morte. Podemos ver aqui a insinuação da ideia de
vi minha dissertação de mestrado sobre seu romance que o ódio faria uma abertura para o amor de si que
A viagem que Johann Wolfgang von Goethe A composição amena do quadro supracitado,
(1749-1832) empreendeu pela Itália, entre setembro de junto à placidez reinante, atesta incontestavelmente
1786 e maio de 1788, rendeu incontáveis benefícios e os clichês árcades da época, em nada remetendo ao
contribuições à cultura universal. Além de seus diários duo Tempestade e Ímpeto da obra dos próprios Goethe
de viagem riquíssimos em anotações de cunho subjeti- e Schiller, e nem à emotividade que o romantismo
vo, altamente estilizadas, esta jornada possibilitou ain- traria à tona, em parte como herança da obra escrita
da que Goethe procedesse à publicação de sua famosa por esses alemães no fim do século XVIII. Somando-se
obra Viagem à Itália anos mais tarde. a isso, podemos ainda notar – ou melhor, sentir – na
pintura clássica de Hackert, certo ar do idealismo fi-
losófico aperfeiçoado no decorrer da Era da Razão e
muito presente na filosofia alemã do século posterior.
A colocação central dos sujeitos retratados na pintura,
apontando para as ruínas na paisagem distante e ligei-
ramente imprecisa, pode dar a entender – se forçarmos
um pouco – a posição de que a realidade como conhe-
cida é essencialmente um produto da interpretação de
nossas consciências, não se podendo manifestar de for-
ma concreta e objetiva ao ser pensante. Assim propõe
Immanuel Kant, em sua Crítica da Razão Pura:
Ágora mostra a cidade de Alexandria na pas- filme mais oneroso do cinema espanhol – custou cerca
sagem do século IV d.C. para o século V d.C., onde a de 50 milhões de euros – e de ser reconhecido como
última aristocracia pagã convive com o novo poder um filme de alta qualida-
religioso cristão, representado por Cirilo e os parabo- de artística. Acontece que
lanos1, além de uma importante comunidade judai- Ágora transformou-se no
ca, que de lá será expulsa. A figura central de Ágora centro de uma polêmi-
é Hipácia de Alexandria, filósofa de estirpe platônica, ca em torno da religião.
matemática e astrônoma. Segundo as poucas fontes Para citar poucos exem-
antigas disponíveis, Hipácia foi professora admirada plos, o “Observatorio
por seus alunos e uma mulher de grande beleza. Filha Antidifamación religio-
do matemático Theon, com quem colaborava, no filme sa” alegou que o filme
morre esquartejada pelos parabolanos, aos 45 anos, em promovia o ódio aos cris-
415. Mas a intriga não é somente de cunho religioso, tãos, reforçando falsos
envolvendo pagãos e cristãos: Hipácia se vê em meio a tópicos sobre a Igreja Ca-
uma complexa trama política. Nas palavras do diretor tólica3. Os muçulmanos
Alejandro Amenábar: “Investigando sobre Hipácia e o fundamentalistas foram
período em que viveu, descobrimos que havia muitís- identificados com os pa-
simas conexões com nosso mundo atual, e nos pareceu rabolanos. Nas palavras
duplamente interessante. Alexandria era o símbolo de de Umberto Eco, os parabolanos eram “talibãs cristãos
uma civilização que estava se extinguindo nas mãos da época, milícia pessoal do Bispo Cirilo”4. Os parabo-
de distintas facções (...). Ágora é, em muitos sentidos, lanos de Amenábar vestem-se de preto, em oposição ao
uma história do passado sobre o que está acontecendo branco da elite pagã e da ordem católica à qual perten-
agora, um espelho para que o público olhe e observe ce Sinésio de Cirene. Eles são homens barbudos, deci-
com a distância do tempo e do espaço, e descubra, sur- didos a limpar a cidade de Alexandria não somente do
preendentemente, que o mundo não mudou tanto”2. paganismo, mas também do judaísmo. Andam arma-
Podem-se, deste modo, destacar alguns aspectos da dos com instrumentos cortantes e pedras, e sua fé é vi-
trama que são, sem dúvida, de interesse para a reflexão sivelmente ingênua. Há várias passagens do filme que
filosófica atual. Não podemos evidentemente eclipsar mostram este aspecto da religiosidade dos parabola-
o problema dos fundamentalismos religiosos, exposto nos, a qual anda de par com o seu fanatismo religioso.
no filme. Além disso, é bastante atual a representação Na interpretação oferecida por Amenábar, isso conflui
da mulher posta em cena por meio da figura de Hipá- para a morte de Hipácia. Incapazes de compreender a
cia. E uma nota mais sutil do filme, mas que me pare- fundo os textos bíblicos, os parabolanos, por exemplo,
ce a mais instigante do ponto de vista da filosofia, é aceitam a leitura literal, para não dizer tendenciosa, de
a opção pelo modo de vida filosófico, que, em última certo trecho de uma carta de Paulo5, que lhes oferece
instância, justifica a morte de Hipácia. Cirilo, em uma jogada política contra Orestes, o prefei-
O filme de Amenábar, lançado em outubro de to de Alexandria, na qual, para atingir Orestes, Cirilo
2009, na Espanha, foi censurado no Egito por insultar a alveja Hipácia. À antiga mestra, Orestes devota seu
religião. Teve dificuldades de distribuição nos Estados amor e amizade, além de se aconselhar com ela sobre
Unidos, aonde chegaram apenas duas cópias, em maio os assuntos do Estado. Este episódio marca o declínio
de 2010. E na Itália só entrou no circuito dos cinemas político de Orestes. E Hipácia, que até então gozava do
após a petição on-line para que o filme fosse distribuído respeito da elite alexandrina, passa a correr perigo.
naquele país. No Brasil, qual não foi minha frustração Esta mesma cena da leitura da epístola pauli-
ao constatar que em vão esperava pela distribuição co- na situa Hipácia em relação ao papel que as mulheres
28 mercial do filme. Ele não foi distribuído nos cinemas
comerciais, nem se encontra nas locadoras... Não ten-
cristãs devem desempenhar. Hipácia jamais se subme-
teu a um marido, apoiada por seu pai, que, em uma
ciono aqui lançar brasas no debate sobre a distribuição cena anterior do filme, declara que sua filha necessi-
de filmes em nosso país. Meu escopo é apontar algu- ta preservar sua liberdade para ensinar e estudar. Ela
mas questões importantes suscitadas por este filme. era livre, ao contrário das regras que prega Cirilo: as
Uma delas, evidentemente, concerne ao moti- mulheres deverão obedecer aos homens, vestindo-se
vo pelo qual este filme não obteve fácil distribuição, a com modéstia e portando-se de maneira submissa. À
despeito de ter recebido sete prêmios Goya, de ser o mulher também é interdito ensinar. Hipácia, em algu-
30 Notas
1. Os parabolanos eram jovens a serviço da Igreja de Alexan-
dria, que recolhiam os doentes e os pobres e os levavam para
a Igreja ou casas de beneficência. Também eram uma espécie
de guarda do patriarca de Alexandria. A maior parte deles
era ignorante e desprovida de instrução, mas obedecia a seus
dirigentes eclesiásticos. Nas palavras de Dzielska, “exaltados
e fáceis de manobrar e provocar, reagiam com atos de vio-
lência aos estados de espírito populares de Alexandria (...)”
O Programa de Educação Tutorial em Filosofia logia, a Psicologia, a Linguística, entre outras. Este ano
está inscrito na proposta de aprimoramento discente o tema escolhido é Interseções entre os saberes acadê-
elaborada em 1979 na Coordenadoria de Aperfeiçoa- micos e a cidade.
mento de Pessoal de Nível Ensino Superior – CAPEs.
Gerido desde 2009 pela Secretaria de Educação Supe- No âmbito estritamente acadêmico, o desta-
rior (SESu), o Programa tem como objetivo desenvol- que fica por conta do Encontro de Pesquisa3, cuja dé-
ver atividades de ensino, pesquisa e extensão no inten- cima edição foi realizada em setembro. Este evento se
to de fomentar a produção acadêmica de excelência, a configura como um espaço para jovens pesquisadores
permuta contínua de saberes acadêmicos e comunitá- trocarem experiência e exporem suas pesquisas, dialo-
rios, e a formação dos membros discentes através de garem com seus pares. Além disso, o Encontro oferece
metodologias avançadas de ensino, sempre orientadas minicursos e palestras com professores especialistas
por um professor tutor. São objetivos primários do pro- em diversos temas da tradição filosófica, possibilitan-
grama: do o contato com pesquisas muitas vezes à parte da
• Contribuir para a elevação da qualidade da formação grade curricular de suas respectivas universidades.
acadêmica dos alunos de graduação. Ainda nesse âmbito, são realizadas pesquisas indivi-
• Estimular a formação de profissionais e docentes de duais similares à iniciação científica. O egresso tem a
elevada qualificação técnica, científica, tecnológica e oportunidade de desenvolver uma ou mais pesquisas
acadêmica. em áreas de seu interesse. As normas que regulamen-
• Formular novas estratégias de desenvolvimento e tam o funcionamento do PET orientam cada membro
modernização do ensino superior no país. a apresentar os resultados intermediários de seu tra-
• Estimular o espírito crítico, bem como a atuação pro- balho em encontros nacionais, além de uma exposição
fissional pautada pela ética, pela cidadania e pela fun- semestral aberta à comunidade local. A exposição dos
ção social da educação superior. resultados propicia ao petiano uma prática de pesqui-
• Desenvolver atividades acadêmicas em padrões de sa diferenciada, pois acrescenta ao seu trabalho de bi-
qualidade de excelência, mediante grupos de aprendi- blioteca o exercício constante de suas destrezas para a 31
zagem tutorial de natureza coletiva e interdisciplinar.1 exposição, contribuindo para a eloquência ao falar de
seu trabalho, o que nem sempre é possível na iniciação
Atualmente a UFMG mantém treze PETs2, científica na qual não há a mesma exigência da exposi-
dentre os quais o PET FILOSOFIA. Este foi criado em ção da pesquisa ao público, mas apenas através de um
1996 e teve como primeiro tutor o professor José Hen- relatório final.
rique Santos. Hoje o grupo é composto por 12 bolsistas
e um colaborador voluntário, além do professor Eduar- Do tripé pesquisa-ensino-extensão, a progra-
do Soares Neves Silva como tutor. As atividades de ca- mática extensionista é a que mais equaciona a forma-
ráter extracurricular desenvolvidas pelo PET Filosofia ção diferenciada, pois, além dos produtos nos quais
têm por prioridade propiciar a vivência de experiên- resulta, a extensão coaduna as três dimensões do tripé.
cias acadêmicas não presentes na grade curricular que Entretanto, a especificidade da filosofia, no mais das
complementam a formação acadêmica e cultural dos vezes, dificulta a atividade extensionista, visto que o
egressos. Essas atividades também se estendem a todo senso comum consolidou a prática filosófica como de
o corpo discente. Ao longo do ano são executadas doze caráter estritamente acadêmico. Nesse momento, em
atividades com esta finalidade. À guisa de apresenta- que a filosofia retornou aos currículos escolares, inves-
ção, faremos uma breve exposição daquelas atividades tir em projetos que se firmem como espaços formado-
que podem ser consideradas como sendo as de maior res é demanda de urgência. Reconhecendo esta urgên-
abrangência. cia, foi criado, em 2009, o Curso Pré-Vestibular. Esse
projeto aproveita a ideia seminal do projeto realizado
É realizado anualmente o projeto Interseções. pelo Coletivo Uirapuru, do qual participaram alguns
Estruturado no formato de palestras, o projeto promo- ex-membros do PET FILOSOFIA. Executado sempre
ve debates entre pesquisadores das mais diversas áre- em meados de dezembro, o curso tem como objetivo
as do saber e professores de filosofia sobre problemas oferecer aos vestibulandos aulas, ministradas pelos
teóricos e práticos abordados pela pesquisa em áreas bolsistas, em preparação para a prova específica de Fi-
como a Arte, a Economia, a Literatura, a Política, a Teo-
REVISTA PENSE | Nº 02 | Novembro/2012
losofia do Vestibular da UFMG. Nas duas primeiras ex- mais das vezes, os alunos de graduação, principalmen-
periências, convidamos responsáveis por ministrarem te os calouros, carecem de auxílio quanto à prática de
aulas introdutórias à parte sistemática do edital (Intro- pesquisa. Houve momentos em que alguns chegaram
dução, Ética e Lógica), ficando a cargo dos petianos as a interpelar os petianos em busca de informações sobre
aulas referentes as textos indicados. Diga-se de passa- referências bibliográficas, possíveis orientadores, como
gem, na atual gestão do PET, contam-se três bolsistas conseguir recursos para apresentar pesquisas em en-
que foram alunos do projeto, tanto na fase em que era contros realizados fora de Belo Horizonte, entre outras
realizado pelo Uirapuru, como no período em que o orientações básicas referentes à graduação. O “Con-
programa assumiu a execução dele. versas PET” foi criado na intenção de se replicar aos
colegas graduandos um pouco da tutoria existente no
A fim de atribuir uma organicidade aos proje- interior do projeto e, com isso, contribuir para elevar a
tos desenvolvidos, o Grupo de Estudos, espaço criado qualidade da graduação.
para oferecer aos egressos a oportunidade de discutir
temas da tradição filosófica não inclusos na grade cur-
ricular, tornou-se também um espaço de preparação
para o pré-vestibular. Semestralmente o tema é esco-
lhido pelo grupo e especialistas são convidados a apre-
sentar e a debater algumas posições sobre a questão.
Decidiu-se que, a partir de 2011, o segundo semestre
seria dedicado ao estudo das obras indicadas pela CO-
PEVE para o programa de filosofia do vestibular. As- Destacamos aqui as principais atividades de-
sim, a conjunção de duas atividades criou espaços que, senvolvidas pelo PET FILOSOFIA à guisa de apre-
concomitantemente, atendem a extensão, o ensino e a sentação do projeto à comunidade filosófica da região
pesquisa, em função de oferecer à comunidade extra- metropolitana de Belo Horizonte. O leitor interessado
-acadêmica um curso minimamente qualificado, e ao em adquirir maiores informações pode acessar o site
mesmo tempo exige o estudo prévio de obras, às vezes http//:fafich.ufmg.br/petfilosofia ou entrar em con-
não estudadas em sala, possibilitando a capacitação de tato pelo e-mail petfilufmg@gmail.com. Há ainda a
futuros professores. possibilidade de conhecer pessoalmente o projeto si-
tuado no quarto andar da FAFICH, sala 4131, com ex-
Há ainda duas atividades que aglutinam esfe- pediente de segunda a sexta-feira. Durante o semestre,
ras distintas do tripé acadêmico, quais sejam: o progra- as informações referentes ao plantão “Conversas PET”,
ma “Logofonia” e a revista Contextura. Desenvolvido bem como as respectivas áreas de interesses dos bolsis-
em parceria com a Rádio UFMG Educativa, o “Logofo- tas, serão disponibilizadas no mural situado ao lado da
nia” realiza entrevistas com pesquisadores de filosofia sala do PET e no site do programa.
e áreas conexas, exibidas semestralmente pela rádio. A
temporada anual do programa vai ao ar no segundo
semestre, sempre às terças, a partir das 22 horas, com Notas
reprise aos sábados às 7 da manhã. Cabe lembrar ainda 1. Os princípios que regem o programa estão disponí-
que todo o material produzido nas temporadas ante- veis no site do MEC: http://portal.mec.gov.br/index.
riores está disponível para download na página virtu- php?option=com_content&view=article&id=12223 ; Consul-
tado no dia 08 de maio de 2011;
al do programa4. A revista Contextura inicialmente foi
2. Para obter maiores informações sobre os PETs da UFMG, cf
idealizada e publicada por um grupo de alunos, com o blog: http//: petufmg.wordpress.com.
o apoio do Centro Acadêmico de Filosofia (CAFCA) e 3. Para maiores informações sobre o IX Encontro de Pes-
assumida pelo PET em 2009. Anualmente são publica- quisa em Filosofia da UFMG, acesse o blog do evento
dos textos resultantes de pesquisas de graduandos e http//:epfufmg.blogspot.com
pós-graduandos de todo o Brasil. A revista é distribuí- 4. http//:fafich.ufmg.br/petfilosofia/logofonia
da gratuitamente tão logo é publicada. Os interessados
podem se informar a respeito no e-mail: revistacontex- * Eric Renan Ramalho é graduando em Filosofia pela
turaufmg@gmail.com ou na sala 4131, no quarto andar UFMG.
da FAFICH. A julgar pelo caráter introdutório e pela
qualidade dos produtos que esses dois projetos geram,
eles se convertem em ótimos instrumentos para auxi- P
liar professores e alunos do ensino médio, ou mesmo o
32 estudo amador de ouvintes que, por diversas razões,
ainda não tiveram a oportunidade de frequentar a gra-
duação em filosofia, mas que nutrem interesses pela
área.
A experiência de ensinar filosofia na UFMT Nesse sentido, entendemos desde o início que
Este texto se baseia em nossa recente experiên- as disciplinas Filosofia e Educação e Seminário de Prá-
cia de ensino na graduação como docentes formadores tica de Ensino – intercaladas por Didática para o Ensino
de professores no curso de Filosofia no Departamento da Filosofia – formam um único eixo a desembocar na
de Filosofia da Universidade Federal de Mato Grosso/ experiência teórico-prática do Estágio Supervisionado.
UFMT. Refletimos aqui sobre o ensino de filosofia, de Todas elas são ministradas por professores com forma-
uma maneira geral, e especificamente sobre atividades ção filosófica e em vários momentos, em prolongadas
de ensino, tomando como referências as disciplinas Fi- reuniões, nos esforçamos por sintonizar os planos de
losofia e Educação e Seminário de Prática de Ensino, ensino com vistas a atender concepções, perspectivas
ambas ministradas no segundo semestre de 2011. e objetivos comuns. Ou seja, preparar/formar profes-
sores competentes no trato dos conteúdos, mas tam-
bém munidos de recursos didáticos e metodológicos
de cunho filosófico. Não se trata, contudo, como adian-
tamos acima, de irresponsavelmente doutrinar ou di-
vulgar esta ou aquela ideologia, mas de, respeitando
as idiossincrasias de cada estudante ou de cada futuro
professor, e, levando em consideração seu contexto de
inserção social, bem como sua própria ideia do que seja
filosofia, fazê-los aproximarem-se o mais possível da
reflexão filosófica.
Mas, se é possível partir da ideia mais ou me-
nos comum de que o ‘ensino’ deve ser alçado à altu-
ra de um problema filosófico, sabemos, também, que 33
as concepções de filosofia podem variar; o que não se
deve admitir é a incoerência. A rigor, a filosofia poderia
ser entendida tanto como juízo sobre o conhecimento,
O ensino como um problema filosófico como tentativa de compreensão da realidade de modo
A tarefa de ‘ensinar a ensinar filosofia’ no cur- geral, como indagação sobre a existência humana em
so de licenciatura em filosofia, em nosso caso, passa particular, como o exercício de perguntar-se sobre ra-
pelas seguintes antevisões: por um lado, a ideia de que zões e pressupostos que engendram o sentido das
a pesquisa e a prática pedagógica nunca devem ser to- coisas ou ainda como reflexão, ou seja, o perguntar-se
madas como instâncias separadas; por outro, a noção sobre esse perguntar, etc.. Seja como for, nunca deveria
de que o ensino de filosofia deve ser compreendido ser tomada simplesmente como um produto resultante
como problema filosófico. disso ou daquilo nem dessa ou daquela atividade. A
Tal perspectiva não careceria de justificativas. filosofia é a própria atividade se realizando; é o proces-
Está ancorada na autoridade da própria história da fi- sar-se da compreensão, da pergunta e da reflexão. Des-
losofia e em representantes como Platão, Kant e Hegel, se modo, não se pode falar do ensino da filosofia senão
cujas obras não deixam dúvidas a respeito de suas pre- como uma atividade inserida num processo, qual seja,
ocupações e da importância que davam à educação e o perguntar e o agir filosóficos. Em outras palavras, o
ao ensino. Considerada, pois, dessa forma, a atividade filosofar. Isto não quer dizer que quem ensina pode se
de ensinar – no caso, ensinar filosofia – não deve ig- dar o direito de ignorar a história da filosofia ou des-
norar nem se distanciar de uma concepção própria de prezar o texto filosófico. Pelo contrário, pois a história
filosofia, a qual deve ser assumida com responsabili- da filosofia é a “história do filosofar”, e o texto o mo-
dade pelo professor. Esta, a nosso ver, seria a maneira mento privilegiado desse processo no qual o professor
mais simples e objetiva de não só postular, mas tam- e o aluno devem se inserir. Dessa maneira, não se cai
bém de exigir que o professor, que ora nos esforçamos no ativismo rasteiro e vazio. Por conseguinte, ante a
por formar, seja, em alguma medida, filósofo. tarefa de ‘ensinar a ensinar filosofia’, nunca foi possível
Atividade proposta:
Com base na afirmação “não se ensina filoso-
fia, apenas a filosofar”, realizar as seguintes tarefas:
Questão 01 Questão 02
(UFRJ – 2008) A disputa entre racionalismo e empiris- (UFMG-2003) Observe este quadro:
mo se dá no ramo da filosofia destinado ao estudo da
natureza, das fontes e dos limites do conhecimento.
Essa disputa diz respeito à questão sobre se e em que
medida somos dependentes da experiência sensível
para alcançar o conhecimento. Os racionalistas afir-
mam que nossos conhecimentos têm sua origem inde-
pendentemente da experiência sensível, isto é, inde-
pendentemente de qualquer acesso imediato a coisas
externas a nós. Os empiristas, por sua vez, consideram
que a experiência sensível é a fonte de todos os nossos
conhecimentos. Em relação ao tema, considere a se-
guinte afirmativa:
36
Com base no que foi exposto acerca da opo-
sição entre racionalismo e empirismo, responda: a
frase de Descartes é mais representativa da posição
racionalista ou da posição empirista? Justifique
sua resposta, indicando o(s) elemento(s) da frase que a
sustenta(m).
40
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. São Paulo: 04) Leia o trecho a seguir:
Martins Fontes, 1999.
ECO, Umberto. História da beleza. Tradução Eliana Aguiar. O mesmo Homero que encantava Atenas e Roma dois mil
Rio de Janeiro: Record, 2004. anos atrás ainda é admirado em Paris e Londres. Todas as
HUISMAN, Denis. Dicionário dos filósofos. São Paulo: Martins diferenças de clima, governo, religião e linguagem não
Fontes, 2001. foram capazes de obscurecer a sua glória. A autoridade e
HUME, David. Ensaios morais, políticos e literários. Tradução: o preconceito podem dar prestígio temporário a um mau
Luciano Trigo. Rio de Janeiro: Topbooks Editora, 2004. poeta ou orador; mas a sua reputação nunca será dura-
HUME, David. Hume. Trad. João Paulo Gomes Monteiro e doura nem geral. Quando as suas obras forem examina-
al. São Paulo: Editora Abril, 1980. P. 319-329: Do padrão do das pela posteridade ou por estrangeiros, seu encanto
gosto. (Os pensadores). será dissipado, e suas deficiências aparecerão com suas
KULENKAMPFF, Jens. “David Hume – Uma nova ciência da cores verdadeiras. Ao contrário, no caso de um verda-
natureza humana”, in KREIMENDAHL, Lothar (org.), Filó- deiro gênio, quanto mais tempo durarem as suas obras,
sofos do século XVIII. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2000. maior será o seu reconhecimento, e mais sincera a admi-
PHILÓSOPHOS 10 (1): 111-115, jan./jun. 2005. Cláudio Edu- ração que ele desperta (Hume, EMPL, p. 376).
ardo Rodrigues. Universidade do Estado de Minas Gerais.
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