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Universidade do Sul de Santa Catarina

Redes de Computadores I
Disciplina na modalidade a distância

Palhoça
UnisulVirtual
2010
Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina – Campus UnisulVirtual – Educação Superior a Distância
Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual

Reitor Unisul Phelipe Luiz Winter da Silva Secretaria de Ensino a Distância Maria Lina Moratelli Prado Gerência de Produção
Ailton Nazareno Soares Priscila da Silva Karine Augusta Zanoni Mayara de Oliveira Bastos Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)
Rodrigo Battistotti Pimpão (Secretária de Ensino) Patrícia de Souza Amorim Francini Ferreira Dias
Giane dos Passos Poliana Morgana Simão
Vice-Reitor Coordenação dos Cursos (Secretária Acadêmica) Priscila Machado Design Visual
Sebastião Salésio Heerdt Alessandro Alves da Silva Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.)
Auxiliares das coordenações Andréa Luci Mandira Adriana Ferreira dos Santos
Fabiana Lange Patricio Cristina Mara Shauffert Gerência de Desenho Alex Sandro Xavier
Chefe de Gabinete da Maria de Fátima Martins Djeime Sammer Bortolotti e Desenvolvimento de Alice Demaria Silva
Tânia Regina Goularte Waltemann Douglas Silveira Materiais Didáticos Anne Cristyne Pereira
Reitoria
Fabiano Silva Michels Márcia Loch (Gerente) Diogo Rafael da Silva
Willian Máximo Coordenadores Graduação Felipe Wronski Henrique Edison Rodrigo Valim
Adriana Santos Rammê Janaina Conceição Acessibilidade Frederico Trilha
Adriano Sérgio da Cunha Jean Martins Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Higor Ghisi Luciano
Pró-Reitora Acadêmica Aloísio José Rodrigues Luana Borges da Silva Bruna de Souza Rachadel Jordana Paula Schulka
Miriam de Fátima Bora Rosa Ana Luisa Mülbert Luana Tarsila Hellmann Letícia Regiane Da Silva Tobal Nelson Rosa
Ana Paula R. Pacheco Maria José Rossetti Patrícia Fragnani de Morais
Bernardino José da Silva Miguel Rodrigues da Silveira Junior Avaliação da aprendizagem
Pró-Reitor de Administração Carmen Maria C. Pandini Monique Tayse da Silva Lis Airê Fogolari (coord.) Multimídia
Fabian Martins de Castro Catia Melissa S. Rodrigues Patricia A. Pereira de Carvalho Gabriella Araújo Souza Esteves Sérgio Giron (Coord.)
Charles Cesconetto Patricia Nunes Martins Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro
Diva Marília Flemming Paulo Lisboa Cordeiro Desenho Educacional Dandara Lemos Reynaldo
Pró-Reitor de Ensino Eduardo Aquino Hübler Rafaela Fusieger Carmen Maria Cipriani Pandini Fernando Gustav Soares Lima
Mauri Luiz Heerdt Eliza B. D. Locks Rosângela Mara Siegel (Coord. Pós) Sérgio Freitas Flores
Fabiano Ceretta Silvana Henrique Silva Carolina Hoeller da S. Boeing
Horácio Dutra Mello Vanilda Liordina Heerdt (Coord. Ext/DAD) Portal
Campus Universitário de Itamar Pedro Bevilaqua Silvana Souza da Cruz (Coord. Grad.) Rafael Pessi (Coord.)
Tubarão Jairo Afonso Henkes Ana Cláudia Taú Luiz Felipe Buchmann Figueiredo
Diretora Janaína Baeta Neves Gerência Administrativa e Carmelita Schulze
Milene Pacheco Kindermann Jardel Mendes Vieira Financeira Cristina Klipp de Oliveira Comunicação
Joel Irineu Lohn Renato André Luz (Gerente) Eloisa Machado Seemann Marcelo Barcelos
Jorge Alexandre N. Cardoso Naiara Jeremias da Rocha Flávia Lumi Matuzawa Andreia Drewes
Campus Universitário da José Carlos N. Oliveira Valmir Venício Inácio Geovania Japiassu Martins Carla Fabiana Feltrin Raimundo
Grande Florianópolis José Gabriel da Silva Jaqueline Cardozo Polla
José Humberto D. Toledo Lygia Pereira Produção Industrial
Diretor Joseane Borges de Miranda Gerência de Ensino, Pesquisa Francisco Asp (Coord.)
Luiz Henrique Milani Queriquelli
Hércules Nunes de Araújo Luciana Manfroi e Extensão Marina Cabeda Egger Moellwald Ana Paula Pereira
Marciel Evangelista Catâneo Moacir Heerdt (Gerente) Marina Melhado Gomes da Silva Marcelo Bittencourt
Maria Cristina Veit Aracelli Araldi Melina de la Barrera Ayres
Campus Universitário Maria da Graça Poyer Michele Antunes Correa
UnisulVirtual Mauro Faccioni Filho Elaboração de Projeto e Nágila Cristina Hinckel Gerência Serviço de Atenção
Diretora Moacir Fogaça Reconhecimento de Curso Pâmella Rocha Flores da Silva Integral ao Acadêmico
Jucimara Roesler Myriam Riguetto Diane Dal Mago Rafael Araújo Saldanha James Marcel Silva Ribeiro (Gerente)
Nélio Herzmann Vanderlei Brasil Roberta de Fátima Martins
Onei Tadeu Dutra Sabrina Paula Soares Scaranto Atendimento
Equipe UnisulVirtual Raulino Jacó Brüning Extensão Viviane Bastos Maria Isabel Aragon (Coord.)
Rogério Santos da Costa Maria Cristina Veit (Coord.) Andiara Clara Ferreira
Rosa Beatriz M. Pinheiro André Luiz Portes
Diretora Adjunta Tatiana Lee Marques Pesquisa Gerência de Logística Bruno Ataide Martins
Patrícia Alberton Thiago Coelho Soares Daniela E. M. Will Jeferson Cassiano A. da Costa Holdrin Milet Brandao
Valnei Campos Denardin (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) (Gerente) Jenniffer Camargo
Roberto Iunskovski Mauro Faccioni Filho Andrei Rodrigues Maurício dos Santos Augusto
Secretaria Executiva e Cerimonial Rose Clér Beche (Coord. Nuvem) Maycon de Sousa Candido
Jackson Schuelter Wiggers (Coord.) Rodrigo Nunes Lunardelli Logística de Encontros Presenciais Sabrina Mari Kawano Gonçalves
Bruno Lucion Roso Pós-Graduação Graciele Marinês Lindenmayr (Coord.) Vanessa Trindade
Marcelo Fraiberg Machado Coordenadores Pós-Graduação Clarissa Carneiro Mussi (Coord.) Ana Paula de Andrade Orivaldo Carli da Silva Junior
Tenille Catarina Aloisio Rodrigues Cristilaine Santana Medeiros
Anelise Leal Vieira Cubas Biblioteca Daiana Cristina Bortolotti Estágio
Assessoria de Assuntos Bernardino José da Silva Soraya Arruda Waltrick (Coord.) Edesio Medeiros Martins Filho Jonatas Collaço de Souza (Coord.)
Internacionais Carmen Maria Cipriani Pandini Paula Sanhudo da Silva Fabiana Pereira Juliana Cardoso da Silva
Murilo Matos Mendonça Daniela Ernani Monteiro Will Renan Felipe Cascaes Fernando Oliveira Santos Micheli Maria Lino de Medeiros
Giovani de Paula Rodrigo Martins da Silva Fernando Steimbach Priscilla Geovana Pagani
Assessoria DAD - Disciplinas a Karla Leonora Nunes Marcelo Jair Ramos
Distância Luiz Otávio Botelho Lento Capacitação e Assessoria ao Prouni
Patrícia da Silva Meneghel (Coord.) Thiago Coelho Soares Docente Logística de Materiais Tatiane Crestani Trentin (Coord.)
Carlos Alberto Areias Vera Regina N. Schuhmacher Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Gisele Terezinha Cardoso Ferreira
Franciele Arruda Rampelotti Adriana Silveira Abraão do Nascimento Germano Scheila Cristina Martins
Luiz Fernando Meneghel Gerência Administração Alexandre Wagner da Rocha Fylippy Margino dos Santos Taize Muller
Acadêmica Cláudia Behr Valente Guilherme Lentz
Assessoria de Inovação e Angelita Marçal Flores (Gerente) Elaine Cristiane Surian Pablo Farela da Silveira
Qualidade da EaD Fernanda Farias Juliana Cardoso Esmeraldino Rubens Amorim
Dênia Falcão de Bittencourt (Coord.) Simone Perroni da Silva Zigunovas
Rafael Bavaresco Bongiolo Financeiro Acadêmico
Marlene Schauffer Monitoria e Suporte Gerência de Marketing
Assessoria de Relação com Poder Rafael Back Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Fabiano Ceretta (Gerente)
Público e Forças Armadas Vilmar Isaurino Vidal Anderson da Silveira Alex Fabiano Wehrle
Adenir Siqueira Viana Angélica Cristina Gollo Márcia Luz de Oliveira
Gestão Documental Bruno Augusto Zunino Sheyla Fabiana Batista Guerrer
Assessoria de Tecnologia Lamuniê Souza (Coord.) Claudia Noemi Nascimento Victor Henrique M. Ferreira (África)
Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) Clair Maria Cardoso Débora Cristina Silveira
Felipe Jacson de Freitas Janaina Stuart da Costa Ednéia Araujo Alberto  Relacionamento com o Mercado
Jefferson Amorin Oliveira Josiane Leal Francine Cardoso da Silva Eliza Bianchini Dallanhol Locks
José Olímpio Schmidt Marília Locks Fernandes Karla F. Wisniewski Desengrini Walter Félix Cardoso Júnior
Marcelo Neri da Silva Ricardo Mello Platt Maria Eugênia Ferreira Celeghin
Fernando Cerutti

Redes de Computadores I
Livro didático

Design instrucional
Melina de la Barrera Ayres

Palhoça
UnisulVirtual
2010
Copyright © UnisulVirtual 2010
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.

Edição – Livro Didático


Professor Conteudista
Fernando Cerutti

Design Instrucional
Melina de la Barrera Ayres

Projeto Gráfico e Capa


Equipe UnisulVirtual

Diagramação
Jordana Paula Schulka

Revisão
Amaline Boulos Issa Mussi

004.6
C39 Cerutti, Fernando
Redes de computadores I : livro didático / Fernando Cerutti ; design
instrucional Melina de la Barrera Ayres. – Palhoça : UnisulVirtual, 2010.
241 p. : il. ; 28 cm.

Inclui bibliografia.

1. Redes locais de computação. 2. Redes de computação. 3. OSI – Rede


de computador. I. Ayres, Melina de la Barrera. II. Título.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul


Sumário

Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Palavras do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

UNIDADE 1 - Introdução à comunicação de dados e redes de


computadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
UNIDADE 2 - Camada física - sinais, multiplexação e banda em um
canal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
UNIDADE 3 - Redes de comutação de circuitos e de comutação de
pacotes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
UNIDADE 4 - Classificações das Redes de Computadores . . . . . . . . . . . . . . 131
UNIDADE 5 - Dispositivos de redes. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177

Para concluir o estudo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215


Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217
Sobre o professor conteudista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223
Respostas e comentários das atividades de autoavaliação. . . . . . . . . . . . . . 225
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 227
Biblioteca Virtual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241
Apresentação

Este livro didático corresponde à disciplina Redes de


Computadores I.

O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma


e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados
à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática
e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância,
proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a
um aprendizado contextualizado e eficaz.

Lembre-se de que sua caminhada nesta disciplina será


acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema
Tutorial da UnisulVirtual. Neste sentido, a indicação “a
distância” apenas caracteriza a modalidade de ensino que você
optou para a sua formação, pois, na relação de aprendizagem,
professores e instituição estarão sempre conectados com você.

Então, sempre que sentir necessidade entre em contato. Você tem


à disposição diversas ferramentas e canais de acesso tais como:
telefone, e-mail e o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem,
que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e
recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade.
Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe
atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.

Bom estudo e sucesso!

Equipe UnisulVirtual.

7
Palavras do professor

Bem-vindo(a) à disciplina Redes de Computadores I.

Você iniciará uma viagem através de um mundo invisível,


imaginário, mas muito importante nos dias atuais. Essa viagem
é recheada de novidades intrigantes. Vamos perceber o que
acontece no percurso da informação, desde o seu computador,
no momento que você requisita uma página Web, através de
um clique do mouse (ou envia um e-mail), até o computador de
destino, responsável pelo recebimento dessa requisição.

Você sairá da sua confortável sala climatizada para percorrer


as tubulações e as portas de entrada e saída dos dispositivos e
tecnologias nas mais variadas constituições: cabos de par trançado,
fibras ópticas, servidores e clientes de rede, placas ethernet,
comutadores, pontes, modems, roteadores, filtros de pacotes.

Verá que cada tecnologia apresenta suas vantagens e seus


problemas, que nos é possível definir as tecnologias para
transportar nossa informação da mesma forma que escolhemos
a nossa empresa aérea, o ônibus, o condutor e a estrada pela
qual iremos trafegar.

Durante nosso estudo, podemos imaginar que a informação,


nossa estrela principal, foi encomendada por um cliente
distante, e precisa percorrer várias camadas de protocolos,
como se esses protocolos trabalhassem em andares diferentes
de um mesmo edifício. Essa divisão em andares e funções é
necessária para o entendimento desse universo amplo, onde as
peças separadas podem ser compreendidas mais facilmente.

Para facilitar a nossa viagem, no final do livro você encontra


um glossário com a tradução de todos os termos em inglês que
utilizaremos.

Agora, aperte o cinto, a viagem vai começar e a nossa rede é rápida!

Professor Dr. Fernando Antonio Cerutti


Plano de estudo

O plano de estudos visa a orientá-lo (a) no desenvolvimento da


Disciplina. Nele, você encontrará elementos que esclarecerão
o contexto da Disciplina e sugerirão formas de organizar o seu
tempo de estudos.

O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva


em conta instrumentos que se articulam e se complementam.
Assim, a construção de competências se dá sobre a articulação
de metodologias e por meio das diversas formas de ação/
mediação.

São elementos desse processo:

„„ o livro didático;

„„ o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);

„„ as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de


autoavaliação);

„„ o Sistema Tutorial.

Ementa
Conceito sobre sistemas de comunicação de dados. Transmissão
de sinais. Meios de transmissão. Sinais analógicos e sinais
digitais. Modulação e características de transmissão. Erros.
Técnicas de tratamento de erros. Comunicação de dados
e evolução de teleprocessamento, classificação das redes,
componentes e estrutura das redes. Sistemas centralizados e
sistemas distribuídos. Comutação. Software de comunicação,
protocolos e interfaces. Modelo OSI. Estudo de caso. Protocolo
X.25 e a rede nacional de pacotes. Conceitos de redes locais.
Arquitetura de anel e barramento, protocolos de acesso.
Universidade do Sul de Santa Catarina

Objetivos

Gerais:
Conhecer os conceitos fundamentais de comunicação de dados e
redes de computadores, com base na pilha de protocolos TCP/IP.

Específicos:
„„ Conhecer a área de comunicação de dados.

„„ Conhecer a história dos sistemas computacionais e


sua evolução até os conceitos atuais de computação em
nuvem, passando pelas comunicações cliente-servidor e
peer-to-peer.

„„ Estudar os principais organismos de padronização


envolvidos com as redes de computadores e sua
importância para o funcionamento adequado dos
equipamentos, independente da sua funcionalidade ou
fabricante.

„„ Conhecer a teoria básica dos sinais e a transmissão em


um meio físico.

„„ Identificar os componentes da camada física, os tipos


de sinalização, os meios de transmissão e os padrões de
cabeamento.

„„ Diferenciar os sistemas de comutação: por circuitos


(usado classicamente em telefonia) e por pacotes (redes de
dados).

„„ Conhecer as propostas de classificação das redes,


principalmente a classificação segundo a abrangência
e a topologia, bem como alguns conceitos novos, por
exemplo, as redes de armazenamento (SANs) que serão
apresentadas.

12
Redes de Computadores I

„„ Identificar os principais dispositivos envolvidos nas


comunicações entre as máquinas.

„„ Entender o conceito de virtualização de servidores e


os conceitos envolvidos nas relações entre hospedeiros
(hosts) e hóspedes (guests).

Carga Horária
A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula.

Conteúdo programático/objetivos
Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de
conhecimentos que você deverá deter para o desenvolvimento
de habilidades e competências necessárias à sua formação.
Neste sentido, veja a seguir o que você estuda nas unidades que
compõem o Livro Didático desta Disciplina.

Unidades de estudo: 5

Unidade 1 - Introdução à comunicação de dados e redes de


computadores
Nesta unidade, serão apresentados os conceitos básicos na área
de comunicação de dados, fundamentais, para que compreenda o
restante do conteúdo desta disciplina.

Você aprenderá a identificar os principais órgãos envolvidos na


padronização das redes; o conceito de rede e comunicação de
dados e protocolos. Conhecerá os componentes de uma rede de
computadores. Irá entender, também, a evolução dos modelos
de comunicação entre as máquinas, desde o batch job até a
computação em nuvem.

13
Universidade do Sul de Santa Catarina

Unidade 2 – Camada física - sinais, multiplexação e banda em um


canal
Nesta unidade você vai aprender os sinais e seu percurso no
meio físico. Vai entender as técnicas de criação de canais virtuais
(multiplexação), que possibilitam a economia de cabos e outros
componentes, aprender sobre os cabos e conectores, bem como
sobre as formas de transmissão “não cabeadas”, que incluem até
os satélites. Você vai navegar em uma página da NASA que
contém explicações muito interessantes sobre as órbitas desses
equipamentos. A unidade termina com um detalhamento dos
problemas que os sinais enfrentam, entre eles, os atrasos. Você
ficará apto a identificar os tipos de sinais, definir multiplexação
de um canal, entender o conceito de largura de banda, diferenciar
meios físicos de transmissão, compreender as causas dos
principais problemas dos sinais.

Unidade 3 – Redes de comutação de circuitos e de comutação de


pacotes
Nesta unidade, você vai estudar as diferenças entre os tipos
básicos de serviço na comunicação de dados: orientados a
conexão, semelhantes à telefonia, e os serviços sem conexão,
semelhantes ao serviço postal. Além disso, estudará também
as técnicas de comutação, que permitem o estabelecimento dos
caminhos entre os dispositivos que precisam se comunicar,
e, ainda, os principais tipos de atraso que os pacotes sofrem
nessas redes comutadas. A unidade finaliza com um estudo
dos principais cabeçalhos das unidades de dados. Ao concluir
esta unidade, você será capaz de descrever as características
fundamentais de um serviço de rede orientado a conexão e de
um serviço de rede sem conexão. Saberá diferenciar as redes
comutadas por circuitos e as redes comutadas por pacotes,
distinguir as diferenças entre os atrasos nas redes, e os fatores
que influenciam cada tipo, entender os conceitos de unidades de
dados e dos cabeçalhos.

14
Redes de Computadores I

Unidade 4 – Classificações das Redes de Computadores


Nesta unidade, você estudará as propostas de classificação
das redes e verá a variedade de conceitos que denotam uma
dificuldade de convergência sobre a temática. Algumas dificuldades
advêm da velocidade com que surgem as novas técnicas para
transmitir os sinais nos meios físicos. Fique atento(a) aos critérios
de classificação, pois você verá que eles são “carregados” de
subjetividade. Muitos dos parâmetros podem ser vistos com um
enfoque diferente, com o passar do tempo, como por exemplo,
“velocidade alta”, que diz respeito às taxas de transmissão das
interfaces. Sabe-se, entretanto, que as principais classificações ainda
são as mais clássicas, segundo a abrangência e a topologia. Alguns
conceitos novos, como o de redes de Armazenamento (SANs)
e o de redes pessoais (PANs), também serão apresentados. Ao
concluir esta unidade você será capaz de perceber as dificuldades de
identificar as redes LAN, MAN, WAN e SAN, saberá relacionar
as tecnologias com as classes de redes, entender o funcionamento
e a importância das redes ópticas na atualidade, compreender o
funcionamento e a influência das topologias nas redes.

Unidade 5 – Dispositivos de redes


Nesta unidade, você aprenderá os principais dispositivos envolvidos
nas comunicações entre as máquinas. São muitos tipos, nomes e
funções. Você verá que cada dispositivo pode ser associado a uma
camada dos modelos de referência. Verá também que o modismo
levou ao mau uso da denominação de switch. Devido a esse mau
uso, quase todos os dispositivos atuais são denominados switch,
embora sejam híbridos de bridges e routers, ou um superconjunto
desses dois tipos. Você vai perceber que a sequência lógica da
conectividade tem uma espécie de “simetria” quando analisamos o
caminho entre a origem e o destino da informação. Você aprenderá
a diferenciar os dispositivos de interconexão de redes, em relação
às características e funcionalidades. Entenderá as funções de
cada um dos dispositivos de rede e conhecerá a melhor utilização
de um tipo de dispositivo quando confrontado com problemas
de conectividade. Você vai entender os conceitos de domínios
de colisão e domínios de broadcast, assim como, os modernos
conceitos de virtualização, e como funcionam os hosts virtuais.

15
Universidade do Sul de Santa Catarina

Agenda de atividades/ Cronograma

„„ Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar


periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus
estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da
realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação
com os seus colegas e professor .

„„ Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço


a seguir as datas com base no cronograma da disciplina
disponibilizado no EVA.

„„ Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas


ao desenvolvimento da disciplina.

Atividades obrigatórias

Demais atividades (registro pessoal)

16
1
UNIDADE 1

Introdução à comunicação de
dados e redes de computadores

Objetivos de aprendizagem
„„ Identificar os principais órgãos envolvidos na
padronização das redes.

„„ Conceituar rede e comunicação de dados e protocolos.

„„ Conhecer os componentes de uma rede de


computadores.

Seções de estudo
Seção 1 A comunicação de dados

Seção 2 O que é uma rede de computadores?

Seção 3 Histórico e padrões das redes

Seção 4 Os componentes de uma rede

Seção 5 Os protocolos de rede


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Estudar redes e comunicação de dados pode ser algo muito
pesado, pois a quantidade de informação disponível é imensa (e
as siglas, um terror, são milhares!).

Quase todos têm uma opinião a respeito dos problemas. “A


Internet está fora, deve ser uma falha no provedor [...]”. Esta
situação é comum em muitas empresas. Assim, nesta disciplina,
pensamos em propiciar a você um entendimento a respeito
das tecnologias e os mecanismos que funcionam (ou tentam
funcionar), para que tenhamos uma rede operacional. Nesta
unidade, você estudará conceitos fundamentais a respeito das
redes e conhecerá os organismos responsáveis pela manutenção
das regras do jogo na área da comunicação entre os computadores.

Seção 1 – A comunicação de dados


A comunicação de dados trata da transmissão de sinais através
de um meio físico, de forma confiável e eficiente. Os tópicos mais
importantes são a transmissão de sinais, os meios de transmissão,
codificação dos sinais, multiplexação.

Por que necessitamos de um sistema de comunicação


de dados?

As pessoas precisam de um sistema de comunicação por dois


motivos:

„„ Aumentar o poder computacional

Na maioria dos casos, aumentar o tamanho


do computador disponível não é possível, ou
mesmo não resolveria o problema de capacidade
computacional.

18
Redes de Computadores I

„„ Compartilhar recursos

Todos precisam trocar informações, arquivos,


bancos de dados, estando em locais geograficamente
dispersos.

Qual o objetivo da comunicação?

Na Wikipedia, lemos a
O principal objetivo de um sistema de comunicação é trocar seguinte informação sobre
informação (dados) entre dois sistemas remotos. Podemos a CPU “A Central Processing
entender como remotos dois sistemas computacionais que não Unit (Unidade central
possuem compartilhamento de memória RAM (Randomic de processamento,
em português) ou o
Access Memory). Os sistemas com mais de uma CPU e a mesma
processador é a parte de um
memória RAM não precisam enviar informações um ao outro, sistema de computador que
uma vez que todas as CPUs têm acesso aos mesmos endereços da executa as instruções de um
memória. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Unidade_central_de_ programa de computador, e
processamento>. é o elemento primordial na
execução das funções de um
computador. Este termo tem
sido usado na indústria de
computadores pelo menos
Que componentes devem ter um sistema de desde o início dos anos
comunicação? 1960. A forma, desenho e
implementação de CPUs têm
mudado dramaticamente,
desde os primeiros exemplos,
Um sistema de comunicação de dados deve ter os seguintes mas o seu funcionamento
componentes básicos: fundamental permanece
o mesmo.” (Acesso em 21
jun.2010)
„„ Fonte
- Gera os dados que serão transmitidos (ex.:
computador).

„„ Transmissor
- Converte os dados em sinais possíveis de se
transmitirem (ex.: placa de rede ou modem).

Unidade 1 19
Universidade do Sul de Santa Catarina

Source System Destination System

Source Transmitter Transmission Receiver Destination


System

(a) General block diagram

Workstation Modem Public Telephone Network Modem Server

(b) Example

Para melhor compreensão, Figura 1.1 - (a) Modelo de comunicação; (b) Componentes de um sistema de comunicação de dados.
veja a tradução dos termos Fonte: STALLINGS, 2004.
em inglês no glossário

„„ Sistema de transmissão
- Transporta os dados (ex.: sistema telefônico).

„„ Receptor
- Converte os sinais recebidos em dados (ex.: modem ou
placa de rede).

„„ Destino
- Recebe os dados convertidos.

Todos esses componentes possuem complexidades adicionais.


Por exemplo, os sistemas de transmissão podem ser divididos em
outros componentes:

„„ sinal (analógico/digital);

„„ meio físico (fio de cobre, fibra óptica, ar);

„„ protocolos (PPP, ADSL); e

„„ dispositivos de rede (comutadores, roteadores).

20
Redes de Computadores I

Seção 2 – O que é uma rede de computadores?


A todo instante, você se depara com algum computador
ou terminal de rede. Nos caixas automáticos dos bancos,
nos terminais das lojas, na sua casa, nos órgãos públicos,
nas academias, nos clubes, bares... Parece que as redes de
computadores estão em todas as partes. Isso é verdade: talvez
a Internet venha a ser a 3ª maior rede do mundo em termos
de capilaridade, perdendo apenas para as redes elétricas e de
telefonia. Apesar de menor, a Internet cresce mais rapidamente
que muitas redes, ficando com uma taxa de crescimento menor
apenas que a rede de telefones móveis (os quais estão ficando cada
vez mais próximos de se tornarem computadores de fato).

The resurgence of mobile browsing Mobile


subscribers outnumber Internet users 2 to 1
3 000
2 800
3B mobile
Mobile phone subscriptions subscribers
2 600 globally millions in 2008’
2 400
2 200
2 000 2B mobile
1 800 subscribers
1 600
in 2005’
1 400
1 200
1 000 1B Internet
800
users in
2005’’
600
400
200
0
-92 -93 -94 -95 - 96 -97 -98 -99 -00 -01 -02 -03 -04 -05 -08e

Gráfico 1.1 - Crescimento da telefonia móvel.


Fonte: adaptado de NOKIA, 2006.

Unidade 1 21
Universidade do Sul de Santa Catarina

Bola Fora
Em 1977, o presidente da Digital (nessa época, a Digital
era a 2ª maior fabricante de computadores do planeta,
ficando atrás apenas da IBM) decretou: “Não existe
nenhum motivo para que um indivíduo possua um
computador em sua casa.” Em 1981, 4 anos após, a
IBM lançou no mercado o IBM-PC (personal computer).
O primeiro PC rodava com um microprocessador
Intel 8088, clock de 4.77 MHz, usando o MS-DOS da
Microsoft como sistema operacional e... Bom, o resto da
história você conhece!


Agora que você já conhece a ideia fundamental sobre
a comunicação de dados, fica mais fácil definir rede de
computadores. Acompanhe:

Uma rede é um conjunto de dispositivos


computacionais conectados através de uma estrutura
de comunicação de dados, com a finalidade de
compartilhar recursos.

Considerando a definição de rede acima destacada, podem restar


algumas perguntas, como:

Que dispositivos computacionais?

Os dispositivos incluem interfaces de redes, servidores, estações


de trabalho, impressoras (além dos dispositivos de comunicação,
como hubs, transceivers, repetidores, comutadores, pontes e
roteadores). Você conhecerá um pouco mais disso tudo na seção
4, e, mais tarde, com mais detalhes, na unidade 5.

22
Redes de Computadores I

O que é dispositivo conectado?

Dois dispositivos computacionais são ditos conectados quando


podem trocar algum tipo de informação entre eles, utilizando
para isso um protocolo.

Um protocolo de rede faz parte da estrutura de comunicação de


dados, e pode ser visto como uma norma de comunicação, a qual
deve ser utilizada pelos participantes, como as regras gramaticais
de um idioma (você verá mais sobre os protocolos na seção 5).

Quais recursos?

Uma rede trata basicamente da tecnologia e da arquitetura


utilizada para conectar os dispositivos de comunicação. Os
recursos que desejamos compartilhar são vários. Talvez os mais
comuns sejam mensagens, arquivos, discos rígidos, impressoras,
fax. Podemos desejar interatividade nessa comunicação, como nas
salas de bate-papo, telefonia e videoconferência.

Diversidade

Uma rede pode ser composta por vários sistemas operacionais


e por dispositivos de diferentes fabricantes. Pode ter vários
tamanhos e abrangências, bem como formatos físicos diferentes.
(Veja adiante, na unidade 4, uma classificação mais completa).

Componentes genéricos de uma rede de computadores

Basicamente, uma rede de computadores pode ser caracterizada


por um conjunto de hardwares e softwares, conforme você
observa na figura 1.2 a seguir.

Unidade 1 23
Universidade do Sul de Santa Catarina

Dispositivos

Protocolos
Rede Sistemas
Operacionais

Enlaces

Figura 1.2 - Componentes de uma rede.


Fonte: CERUTTI, 2007.

Os dispositivos e os protocolos serão descritos com mais detalhes


na seção 5 e ao longo das demais unidades deste livro didático.
Os enlaces (meios físicos por onde trafegam os sinais que
representam as informações) serão analisados na unidade 2.

Bom, agora que você já conhece os principais conceitos


relacionados com as transmissões de dados entre as máquinas,
iremos percorrer, na próxima seção, a linha do tempo que nos
trouxe até a situação atual, estudando o histórico das redes e as
instituições responsáveis pela padronização dos procedimentos,
os quais permitem uma evolução organizada.

Seção 3 – Histórico e padrões das redes

Histórico

Durante o século 20, a tecnologia chave foi Informação.


Geração, processamento e distribuição da Informação foram
cruciais para a humanidade. Entre os anos de 1900 e 2000,
desenvolveram-se os sistemas telefônicos, foram inventados o
rádio e a TV, os computadores e os satélites de comunicação.

24
Redes de Computadores I

Como consequência, essas áreas convergiram e as diferenças


entre a coleta, transporte, armazenamento e processamento das
informações foram rapidamente desaparecendo.

Você sabia?
A primeira conexão entre dois computadores foi
realizada em 1940. George Stibitz utilizou as linhas
de telégrafo para enviar arquivos entre Dartmouth
College, em New Hampshire, USA e os laboratórios Bell,
em New York.

Modelos de interação, processamento e comunicação


A interação entre os usuários e os computadores bem como o
processamento da informação e a comunicação entre as máquinas
passaram por diversos estágios até chegarem aos modelos atuais,
os quais, com certeza, não serão “tão atuais” em um intervalo de
tempo bem pequeno.

O telégrafo
O eletromagneto, inventado em 1825 pelo britânico William
Sturgeon, serviu de base para toda a evolução em larga escala
das comunicações eletrônicas. Tal evolução foi iniciada com a
invenção do telégrafo (figura 1.3), em 1835, por Samuel Morse.

Figura 1.3 - O telégrafo, primeiro dispositivo de comunicação eletrônico.


Fonte: United States Patent and Trademark Office, 2010.

Unidade 1 25
Universidade do Sul de Santa Catarina

Baseado no eletromagneto, Morse criou um código binário


Veja mais sobre para representar os diferentes caracteres alfanuméricos (figura
Morse e sua pequena 1.4). A primeira linha telegráfica ligou Washington a Baltimore
revolucionária invenção (aproximadamente 70 km), inaugurando as comunicações
em: <http://inventors.
eletrônicas de longa distância .
about.com/od/
tstartinventions/a/
telegraph.htm>.

Figura 1.4 - Código Morse, representando de forma binária todos os caracteres.


Fonte: DKImages.

Após a ampla aceitação do telégrafo, a comunicação por sinais


elétricos deu origem a grandes sistemas de comunicação, como
telefone, rádio e televisão.

Computadores baseados em sinais elétricos


Em 1946, projetado pelo Departamento de Material de
Guerra do Exército dos EUA, foi criado o ENIAC - Eletronic
Numerical Interpreter and Calculator (Computador e Integrador
Numérico Eletrônico, ver figura 1.5).

O ENIAC foi projetado por John W. Mauchly e J. Presper


Eckert, na Universidade de Pensilvânia, EUA. Foi o primeiro
computador digital eletrônico, com um comprimento de quase 30
metros, um peso de 30 toneladas e mais de 17.000 tubos. Hoje,
seu notebook pode armazenar milhões de vezes mais informação,
com uma velocidade, aproximadamente, 50.000 vezes maior.

26
Redes de Computadores I

Figura 1.5 - ENIAC - primeiro computador digital eletrônico.


Fonte: Computer History Museum, 2006.

Processamento em lote (batch)


Na década de 1950, o processamento das informações era
realizado sem nenhuma forma de interação direta entre os
usuários e a máquina: os usuários submetiam suas tarefas ( jobs),
utilizando leitoras de cartões ou fitas magnéticas.

O processamento era realizado em lote (batch) e seus resultados


eram gerados conforme a ordem de submissão dos jobs. Os
resultados de processamentos podiam ser armazenados em fitas
ou impressos.

Conceito de Job (tarefa):

Sequência de ativações (instâncias), cada uma composta por um


conjunto de instruções, que, na ausência de outras atividades, é
executada pela CPU sem interrupção.

Unidade 1 27
Universidade do Sul de Santa Catarina

Disparo das várias activações (jobs)


código da tarefa
n n+1 n+2
início

tempo
C (WCET)
terminação
Worst-Case Execution Time

Figura 1.6 - Execução de um Job.


Fonte: ALMEIDA, 2007.

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos Figura 1.7 - Algoritmo do processamento em lote (batch).
em inglês no glossário Fonte: MEAKIN, 1998.

28
Redes de Computadores I

Time Sharing (Compatilhamento de tempo)


O sistema operacional se encarregava do escalonamento. Os
usuários ficaram mais distantes, nas salas de terminais. Estas
salas poderiam, inclusive, situar-se a muitos quilômetros de
distância, conectadas ao computador através de linhas dedicadas
para transmissão.

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
em inglês no glossário
Figura 1.8 - Transmissão remota em lote. A transmissão de lotes de dados a partir de um terminal
remoto representa uma das primeiras comunicações em redes de longa distância.
Fonte: CLARK, 2003.

Este foi o caso da criação dos terminais remotos, solução


apresentada pela IBM em 1971, denominados IBM 3270 “Solução” é uma palavra
Information Display System, o qual foi projetado para estender muito utilizada no jargão
o poder de processamento do computador do Datacenter para de TI, e, como tal, deve
ser entendida. Pode-se
localidades remotas.
falar de “solução Microsoft
para servidores Web”. Na
verdade, seria uma solução
para uma necessidade, e
não para um problema.

Figura 1.9 - Sistema de processamento time sharing.


Fonte: Wiley InterScience, 1999-2010.

Unidade 1 29
Universidade do Sul de Santa Catarina

Processamento distribuído
O sistema de processamento de dados distribuído (ver figura 1.10)
é uma forma evolutiva do sistema de time-sharing. Quando um
sistema computacional possui recursos para processar seus dados
e conectar-se com outro sistema através de uma rede, a definição
de time-sharing deve ser revisada. O “Distributed Data Processing
System” pode ser definido como um sistema computacional
geograficamente disperso, conectado através de uma rede, de
forma que cada CPU execute suas tarefas independentemente, e
que possui a habilidade de relacioná-las com as tarefas e resultados
dos outros sistemas computacionais conectados a essa rede.

Figura 1.10 - Sistema de processamento distribuído.


Fonte: CLARK, 2003.

Nos sistemas distribuídos, as tarefas são fragmentadas em


funções que residem em diferentes processadores e memórias.

Sistemas de tempo real (Real Time Systems)


Sistema de tempo real é um sistema de processamento de dados
que requer volume de transações em velocidades suficientes
para controlar ou monitorar um processo físico. Isto porque os
requisitos das transações devem ser obtidos ao mesmo tempo,
como parte de um sistema global de controle.

30
Redes de Computadores I

Tempo Real é a propriedade que caracteriza a capacidade de


um sistema computacional de estabelecer correspondências
entre diferentes sistemas de medição e/ou contagem de tempo.
(MOTUS e RODD, 1994).

Os sistemas de tempo real possuem funcionalidades que devem


ser desempenhadas ou prestadas dentro de intervalos de tempo
finitos, impostos por um processo físico.

A técnica permite ao sistema enviar os dados a um computador


central, que os processa imediatamente após o recebimento
desses dados, e retorna os resultados ao remetente, assim que o
processamento termina.

Saiba mais

Tempo-real não significa rapidez, mas apenas um ritmo


de evolução próprio de certo processo físico.

Quando um sistema de controle ou monitoração


consegue acompanhar o estado de um dado processo
físico e, se necessário, atuar a tempo sobre ele, então se
trata de um sistema de tempo-real.

• Todos os seres vivos são sistemas de tempo-real


relativamente aos seus habitats naturais, os quais
determinam o respectivo tempo-real.

• Por outro lado, quando construímos máquinas


(programáveis) para interagir com processos físicos,
necessitamos utilizar técnicas de programação e
infraestruturas de SW que nos permitam ter confiança
na capacidade de atuação pontual. (ALMEIDA, 2007).

Cliente / servidor
Nesse tipo de comunicação, uma máquina solicita um serviço
(cliente, como um browser), e a máquina que presta o serviço (um
web server, por exemplo) envia uma resposta, que pode ser uma
página html.

Unidade 1 31
Universidade do Sul de Santa Catarina

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos Figura 1.11 - Cliente/servidor.
em inglês no glossário Fonte: TANEMBAUM, 2003.

Peer-to-peer
Neste modelo, não existe cliente ou servidor. Qualquer máquina
pode ser cliente e, simultaneamente, servir às requisições de
outras máquinas. Neste modelo, se encontram os principais
grupos de compartilhamento de arquivos, como o Kazaa, e-mule,
edonkey, imash.

Figura 1.12 - Modelo de comunicação peer-to-peer (P2P).


Fonte: TANEMBAUM, 2003.

3.1.9 Computação em nuvem (Cloud Computing)


No início do século XXI, um termo novo surgiu no cenário das
redes de dados e das aplicações - “Computação em nuvem” -
fazendo uma metáfora para “nuvem” como sendo a Internet. O
termo pode ser usado para definir um novo tipo de utilitário,
denominado “software como Serviço”, ou SaaS (Software as a
Service). Basicamente, um provedor de serviços disponibiliza

32
Redes de Computadores I

algum tipo de recurso computacional, normalmente uma


aplicação ou espaços para armazenamento, para que os usuários o
utilizem remotamente, através da Internet. Exemplos dessa nova
abordagem podem ser o Google Docs (HTTP://docs.google.com) onde
os usuários utilizam ferramentas de edição de texto sem precisar
instalar nenhum aplicativo em seus computadores. Outro provedor
bastante citado é o Salesforce.com, o qual vende licenças de acesso
à ferramenta de CRM (Customers Relationship Management).

Evolução das redes


A história das redes de dados e da Internet se confundem com o
Departamento de Defesa dos EUA (DoD), através da ARPA -
Advanced Research Projects Agency (www.arpa.mil), em conjunto com
o MIT - Massachusetts Institute of Technology (http://www.mit.edu).
Estes dois organismos mantiveram os principais pesquisadores
na área das ciências computacionais, no início da década de 1960.
A rede “ARPANet” não parou de crescer. Você pode observar
essa evolução na figura 1.13(a) – que remete a dezembro de 1969;
e, ainda, na figura 1.13(b) – que remete a julho de 1970; 1.13(c)
–que remete a março de 1971; 1.13(d) – que remete a abril de
1972; 1.13(e) – que remete a setembro de 1972.

Figura 1.13 - Crescimento da ARPANet.


Fonte: TANEMBAUM, 2003.

Unidade 1 33
Universidade do Sul de Santa Catarina

Em 1981, ocorreu o lançamento do IBM PC, o qual propiciou


acesso a recursos computacionais locais e manteve o acesso
remoto ao mainframe usando software emulador e interfaces de
comunicação através de cabos.

Com o advento do PC e, principalmente, após a criação da dupla


HTTP/HTML, em 1991, o crescimento da rede foi exponencial.
O site do Internet Software Consortium mantém um levantamento
anual do número de hosts na Internet (ver figura 1.14).

Para melhor compreensão, Figura 1.14 - Crescimento do número de hosts.


veja a tradução dos termos Fonte: Internet Systems Consortium, 2010.
em inglês no glossário

Figura 1.15 - Diagrama de exemplo de interconexões de redes (internets).


Fonte: STALLINGS, 2010.

34
Redes de Computadores I

Muitas pessoas participaram dos projetos iniciais da Internet.


Vint Cerf é considerado o “Pai da Internet”. Bob Metcalfe
inventou a tecnologia Ethernet, que domina as interfaces de rede
até hoje.

Outros pesquisadores foram muito importantes, principalmente


no desenvolvimento do TCP/IP, que impulsionou a rede. John
Postel é um deles. Postel participou da criação do IP, do TCP, do
SMTP (serviço de e-mail), entre outros protocolos, e da resolução
de nomes (DNS). Foi editor das RFCs durante 30 anos.

Saiba mais

Para visualizar os pioneiros da Internet, acesse


<http://www.ibiblio.org/pioneers/index.html>.

A página de Postel é um tributo a dedicação e criações


do pesquisador. Visite-a em <http://www.postel.org>.

Você pode acessar mais sobre a história da Internet


em Português, em: <http://simonevb.com/
hobbestimeline/>.

Outro site interessante sobre a história das


comunicações, inclusive a Internet é <http://www.
mediahistory.umn.edu> (em Inglês).

“Seja liberal naquilo que você aceita, e conservador


naquilo que você propaga.” J. Postel.

Padrões
Atualmente, vários organismos internacionais estão voltados para
a padronização das normas de funcionamento dos dispositivos
usados na troca de informações. Protocolos, componentes
de rede, interfaces e todas as tecnologias utilizadas precisam
de padrões para que consigam operar entre elas. A seguir,
você conhecerá os principais organismos da área de redes e
comunicação de dados.

Unidade 1 35
Universidade do Sul de Santa Catarina

Organização da Internet
O conjunto de protocolos, que é o motor da Internet e
denominado oficialmente de “TCP/IP Internet Protocol Suite”, não
possui proprietários, não pertence a um fornecedor específico.
Antes do TCP/IP, somente os órgãos de padronização (ITU-T,
por exemplo) e os fabricantes principais (IBM, Digital) possuíam
propostas para protocolos de rede.

Como não existe uma empresa ou entidade privada que


coordene e organize a Internet, quem é o responsável
pelo funcionamento da rede?

Quando a DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency)


resolveu, em 1979, expandir as pesquisas em torno da comutação
de pacotes, tecnologia que conectava algumas redes na metade
da década de 1970, surgiu um grupo denominado IRG - Internet
Research Group, destinado a desenvolver o embrião da pilha TCP/IP.

O grupo evoluiu, em 1983, para formar o IAB - Internet


Você pode encontrar um volume Architecture Board, responsável por conduzir o funcionamento e a
muito grande de informações evolução da Internet. Desde então, vários segmentos e organismos
sobre a pilha TCP/IP em:
<http://www.tcpipguide.com>
foram sendo criados para auxiliar nas tarefas de padronização e
condução das pesquisas em volta da pilha TCP/IP. Veja, a seguir,
os principais elementos desse corpo gestor da Internet.

Internet Architecture Board


O IAB é designado, tanto como um comitê do Internet
Engineering Task Force (IETF), quanto um corpo consultivo
Figura 1.16 - Internet da Internet Society (ISOC). Suas responsabilidades incluem a
Architecture Board. supervisão das atividades do IETF, supervisão dos processos de
Fonte: Disponível em: padronização da Internet (Internet Standards Process) e indicação
<http://www.iab.org>.
Acesso em: 03 jan.2010. dos editores dos documentos que padronizam a Internet (RFCs).
O IAB também é o responsável pela gerência dos registros de
parâmetros dos protocolos criados pelo IETF.

36
Redes de Computadores I

Internet Assigned Numbers Authority (IANA)


O IANA é o corpo responsável pela coordenação de alguns
elementos-chave que mantêm a Internet rodando corretamente. Figura 1.17 - Internet
Embora a Internet seja mundialmente vista como uma rede livre Assigned Numbers
de coordenação centralizada, existe a necessidade de coordenação Authority (IANA).
técnica em alguns segmentos centrais da rede. Essa coordenação Fonte: Disponível em:
<http://www.iana.
global é exercida pelo IANA. Especificamente, o IANA aloca org>. Acesso em: 03
e mantém a integridade e unicidade de códigos e sistemas de jan. 2010.
numeração que são utilizados nos padrões técnicos (protocolos),
os quais regem o funcionamento da Internet.

ISOC – Internet Society


Figura 1.18 - ISOC –
Mantém vários grupos responsáveis por funções centrais no Internet Society.
funcionamento e evolução da Internet. Entre elas, se destacam o Fonte: Disponível em:
<http://www.isoc.org>.
IETF, IANA, W3C. Acesso em: 03 jan.2010.

IETF – The Internet Engineering Task Force


O IETF é uma organização que reúne fabricantes, pesquisadores,
projetistas e operadores de redes. Essa comunidade está envolvida
Figura 1.19 - IETF – The
com a operação e a evolução da arquitetura da Internet. Sem Internet Engineering Task
dúvida, é a organização mais destacada em termos de normas e Force.
padrões para os protocolos e procedimentos relacionados com a Fonte: Disponível em:
<http://www.ietf.org>.
Internet, notadamente a arquitetura TCP/IP. Acesso em: 03 jan.2010.

O IETF mantém grupos de trabalho divididos por área, como


roteamento, segurança e outros. Possui uma metodologia
de padronização baseada em RFCs (Request for Comments),
documentos que normatizam o funcionamento da Internet.

Os protocolos padronizados estão citados na RFC 3600,


denominada “Internet Official Protocol Standards”, de 2003, que
pode ser visualizada no link <http://www.ietf.org/rfc/rfc3600.
txt>.

Unidade 1 37
Universidade do Sul de Santa Catarina

ITU - International Communications Union


Este organismo, como o nome está indicando, é responsável pela
padronização do setor de telecomunicações. Aqui, os padrões
também são pagos. Entre outras coisas, o ITU é responsável pelo
protocolo de comunicação de voz sobre IP H.323 e pelas normas
Figura 1.20 - ITU de comunicação do protocolo, ATM, entre as operadoras de
- International Telecomunicações – SIP – Session initiation protocol – rfc 3261 e 3262.
Communications Union.
Fonte: Disponível em:
<http://www.itu.int>.
Acesso em: 03 jan. 2010.
ANSI – American National Standards Institute
Responsável por alguns padrões importantes na área de redes
e comunicação de dados (por exemplo, as redes FDDI, que
funcionam a 100 Mbps em anéis de fibra óptica). O ANSI é uma
instituição privada norte-americana, destinada a promover os
padrões daquele país em nível internacional.

IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers, Inc


A IEEE é uma associação profissional que trabalha para pesquisa
Figura 1.21 - IEEE - e padronização nas áreas de engenharia e computação, com muitas
Institute of Electrical and
Electronics Engineers, Inc. publicações e conferências renomadas nesta área. Existem várias
Fonte: Disponível em: áreas de trabalho, e uma delas nos interessa particularmente - O
<http://www.ieee.org>. grupo 802 - que regulamenta as redes locais e metropolitanas,
Acesso em: 03 jan.2010.
entre elas, as tecnologias ethernet (IEEE 802.3) e token ring (IEEE
802.5), as duas líderes em redes locais. Os padrões podem ser
obtidos em: < http://standards.ieee.org/>.

TIA/EIA – Telecommunications Industry Association e Electronic Industries


Alliance
Normalmente associados aos cabeamentos, pinagens e conectores,
Figura 1.22 -
Telecommunications os padrões da Electronic Industries Alliance (EIA) participam
Industry Association. da elaboração de tecnologias de comunicação, bem como
Fonte: Disponível em: produtos e serviços. A aliança é responsável por vários grupos de
<http://www.tiaonline.
org>. Acesso em: 03 padronização, inclusive a Telecommunications Industry Association
jan.2010. (TIA).

38
Redes de Computadores I

Outras Instituições (Fóruns, Associações)


Algumas tecnologias possuem fóruns de discussão, os quais
tentam agilizar o estabelecimento dos padrões, antecipando-se
aos organismos oficiais. Tais fóruns são compostos por fabricantes
e pesquisadores interessados na tecnologia em questão.

Por exemplo, um fórum muito atuante é o das tecnologias


de banda larga, o Broadband Forum. Outra organização de
fabricantes é a Aliança gigabit ethernet. Temos ainda uma
associação para discutir os avanços e diretrizes das redes metro-
ethernet e para questões que envolvem fibre channel.

Para ampliar os seus conhecimentos sobre: Broadband

Forum acesse: <http://www.broadband-forum.org/>.


Aliança gigabit ethernet visite o site: <http://
www.10gea.org>.
Metro-etherne acesse: <http://www.
metroethernetforum.org>.
Fibre channel veja o site: <http://www.fibrechannel.
org/>.
Infiniband acesse: <http://www.infinibandta.org/
home>.
Padrão IEEE 802.16 (wimax) entre no forum disponível
em: <http://www.wimaxforum.org>.

Seção 4 - Os componentes de uma rede


Uma rede de comunicação de dados possui vários componentes,
o que pode fazer dela um sistema computacional bastante
complexo. Os componentes podem ser divididos em dois grupos
básicos: Hardware e Software.

Componentes de hardware:
Incluem todos os dispositivos físicos que fazem parte da
comunicação. Você verá mais sobre os componentes na unidade 5.

Unidade 1 39
Universidade do Sul de Santa Catarina

Componente Camada de atuação Foto

Enlaces Abaixo da física (lembre-se de que as


camadas constituem-se de softwares).

Hub Atua na camada 1, propagando o sinal


elétrico/óptico em todas as portas.

Repeater Faz o mesmo papel do hub, regenerando o


sinal e propagando para outra porta. Pode
ser considerado um hub de uma porta.

Placa de rede Faz a ligação do host com o enlace. Converte


/ interface as informações em bits, e os bits em
informações.

Bridge Faz a conexão entre duas redes através da


camada de enlace. Pode conectar redes
de tecnologias diferentes, como Ethernet
e Token Ring. A bridge deu origem aos
switches.

Switch Um switch reúne um grande número


de funções. Em conjunto, podem ser
considerados Bridges com várias portas.
Armazenam os pacotes, repassam para os
destinatários na porta de destino. Evitam
colisões.

Router Comutador de pacotes de camada 3


(datagramas). Possui outras denominações:
 Sistemas intermediários, Intermediate
system ou IS (usado pela ISO).
 Gateway (Muito usado pela comunidade
IP/Internet).
 Switch de camada 3.

40
Redes de Computadores I

Modem Modulador/Demodulador. Equipamento de


codificação. Converte sinais analógicos e
digitais.

Host Máquina do usuário. Possui outras


denominações:
 Host (Comunidade IP/Internet).
 Data terminal equipment, ou DTE
(usado pelo padrão X.25).
 End system, ou ES (usado pela ISO).
 Estação.

Gateway Máquina que comuta datagramas (camada LAN

3). Nome dado aos roteadores pela


comunidade IP/Internet. Cliente

Servidor proxy
& firewall Cliente

WLAN Controlador de pontos de acesso (Access


Controller Points). Possui a inteligência de uma rede
WLAN – Wireless LAN. Conecta todos os APs
de uma rede sem fio aos switches de acesso.

Access Points Pontos de acesso à rede sem fio (wireless).


Podem ser autônomos (possuem inteligência
para autenticar e dar privilégios) ou slaves,
os quais precisam de um controlador (WLAN
controller).

Transceivers São dispositivos que transformam os sinais


do mundo óptico para o elétrico e vice-versa.
Os transceivers mais comuns hoje em dia são
os SFPs (Small form-factor pluggable).
Veja mais sobre os SFPs em <ftp://ftp.
seagate.com/sff/INF-8074.PDF>.

Firewall, Dispositivos que têm a função de bloquear o


filtros de acesso indevido aos recursos em uma rede
conteúdo de computadores.

Unidade 1 41
Universidade do Sul de Santa Catarina

Componentes de Software
a) Os sistemas operacionais:

Responsáveis pelo controle do uso da CPU, memórias, discos e


periféricos, como a interface de rede. Alguns controlam ainda as
tabelas de endereços e de caminhos. Tais sistemas residem nos
switches e routers.

„„ Unix (HP-UX, Solaris, AIX)

„„ Linux (Red-Hat, Debian, Suse) -> Obs.: São muitas as


distribuições de Linux.

Veja uma lista quase completa em: <http://www.linux.org/dist/list.


html>.

Além disso, existem versões de Linux que se baseiam em


sistemas Unix derivados do BSD (Berkeley System Distribution).
Em contraste com as numerosas distribuições Linux, existem
apenas três BSDs de código livre.

Cada projeto BSD mantém sua própria árvore de código fonte


e seu próprio kernel. Na prática, as divergências entre o código,
ao tratarmos de usuário, parece ser ainda menor entre os projetos
BSD do que entre os vários Linux. Os projetos BSD mais
importantes atualmente são:

„„ O FreeBSD tem um projeto que visa alta performance


e facilidade de uso para usuários finais, e é o favorito
de provedores de conteúdo da rede mundial de
computadores. Ele pode ser usado em PCs e Compaqs
com processadores Alpha. O projeto FreeBSD possui
significativamente mais usuários do que os outros
projetos.

„„ O NetBSD tem foco na máxima portabilidade. Ele roda


em arquiteturas, desde palmtops até servidores de grande
porte (high end), e vem sendo usado até em missões
espaciais da NASA. Uma boa escolha para rodar em
equipamentos antigos que não sejam Intel.

42
Redes de Computadores I

„„ O OpenBSD tem um desenho voltado à segurança e


pureza de código: utiliza uma combinação dos conceitos
de código livre com rigorosas revisões para criar um
sistema correto e auditável, tornando-o a escolha de
organizações voltadas à importância da segurança da
informação, como bancos e departamentos do governo.
Roda em várias plataformas.

Existem ainda dois sistemas operacionais BSD adicionais que


não são de código livre:

„„ O BSD/OS é o mais antigo dos derivados do 4.4BSD.


Ele não tem código livre, mas as licenças de seu código
fonte são disponíveis a um preço relativamente baixo.

„„ O Mac OS X é a versão do sistema operacional da linha


Macintosh da Apple Computers Inc. Ao contrário do
resto do sistema operacional, o kernel é código livre.
Como parte desse desenvolvimento, desenvolvedores
chave da Apple têm acesso a modificações na árvore do
FreeBSD.

Além desses SOs, outros sistemas importantes podem ser citados:

„„ Novell Netware;

„„ Windows;

„„ Sistemas especializados em comutação e roteamento (ex.:


IOS, Junos).

b) Os protocolos:

„„ HTTP (páginas de hipertexto)

„„ SMTP (transporte de correio eletrônico)

„„ FTP (transferência de arquivos)

c) as aplicações (clientes, que solicitam o serviço, browser, por


exemplo, e servidores, que prestam os serviços, servidor web, por
exemplo).

Unidade 1 43
Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 5 - Os protocolos de rede

Um protocolo de rede é uma norma de comunicação


implementada através de software. Define a forma e
a ordem das mensagens e as ações realizadas para a
comunicação entre duas entidades.

Para reduzir a complexidade do projeto dos protocolos, eles são


divididos em camadas ou níveis, uma camada sobre a outra,
como os andares de um prédio. O número de camadas, o nome,
o conteúdo de cada uma e a função delas pode variar de modelo
para modelo. Em todos os modelos, porém, as camadas inferiores
prestam serviços para as camadas superiores, e as superiores
solicitam os serviços das inferiores. Os protocolos acessam os
serviços da camada inferior através dos SAP – Services Access
Points ou Pontos de Acesso aos Serviços.

Figura 1.23 - Os SAPs: Pontos de acesso aos serviços.


Fonte: HELD, 2001.

Note que cada camada possui funções especializadas e não


interfere nas funções das camadas acima e abaixo.

44
Redes de Computadores I

„„ A especificação formal de um serviço se dá por um


conjunto de primitivas (operações) disponíveis, para que
um usuário ou outra entidade possa acessá-lo.

„„ Estão divididas em quatro classes:

»» Request: Entidade quer que o serviço faça algo;

»» Indication: Entidade será informada sobre um evento;

»» Response: Entidade quer responder a um evento;

»» Confirm: A resposta a uma solicitação anterior


chegou.

Os modelos de protocolos de redes mais utilizados são 3:

1) OSI; 2) TCP/IP; 3) Modelo híbrido.

Modelo de referência OSI (RM-OSI ou Reference Model - Open


Systems Interconnections)
OSI (RM-OSI ou Reference Model - Open Systems
Interconnections) é o modelo de referência de protocolos de
comunicações mais utilizado, e serve de base para todos os
arquitetos de soluções de redes.

É constituído por sete camadas, numeradas de baixo para cima.

A camada 1 corresponde à camada física e a camada 7 é a camada


de aplicação, onde funcionam os softwares visíveis aos usuários
(email, browsers, web, etc).

Perceba na figura 1.24, a seguir, que o enlace físico (cabos, ar)


por onde os sinais trafegam fica abaixo da camada física, a qual
apenas determina as características da codificação (diferenças
de intensidade dos pulsos luminosos, diferenças de potencial
elétrico) e outras especificações de conectividade.

Unidade 1 45
Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 1.24 - As 7 camadas do modelo OSI.


Fonte: ALEGSA, 2010.

Tabela 1.1 - As funções das 7 camadas do modelo OSI.

CAMADA FUNÇÃO

APLICAÇÃO Funções especializadas (transferência de arquivos, terminal virtual, e-mail)

APRESENTAÇÃO Formatação de dados e conversão de caracteres e códigos

SESSÃO Negociação e estabelecimento de conexão com outro nó

TRANSPORTE Meios e métodos para a entrega de dados ponta-a-ponta

REDE Roteamento de pacotes através de uma ou várias redes

ENLACE Detecção e correção de erros introduzidos pelo meio de transmissão

FÍSICA Transmissão dos bits através do meio de transmissão

Fonte: PINHEIRO, 2010.

46
Redes de Computadores I

TCP/IP
A arquitetura TCP/IP foi aquela que impulsionou a Internet,
numa evolução da ARPA-Net. O TCP/IP foi escrito de forma
a simplificar a comunicação e possibilitar a interoperação de
dispositivos e tecnologias totalmente diferentes.

- A arquitetura do conjunto TCP/IP foi projetda com base no


modelo das camadas do OSI, porém com várias simplificações.

Figura 1.25 - Comparação entre as camadas OSI/TCP-IP.


Fonte: COMER, 2006.

Modelo híbrido
O modelo híbrido surgiu da necessidade didática de comunicação
entre os instrutores e os alunos. Analisando a figura 1.27, você
pode perceber como ficaria confuso referenciar um protocolo
como sendo de “camada 4” quando tínhamos o OSI (7 camadas)
e o TCP/IP (4 camadas). A camada 4 para o OSI é a de
transporte, e, para o TCP/IP, é a de aplicação.

Unidade 1 47
Universidade do Sul de Santa Catarina

O modelo híbrido passou a ser usado pelos principais autores da


área de redes (Comer, Kurose, Tanembaum, Peterson). No nosso
estudo, adotaremos o modelo híbrido como referência para as
camadas, exceto quando for explicitamente indicada outra pilha
de protocolos.

Considerações sobre os protocolos:

„„ Podem ser implementados em software ou em hardware.

„„ Geralmente, as camadas mais inferiores são


implementadas no próprio chip da placa de comunicação.

„„ Na implementação, definem-se pontos deixados em


aberto durante a especificação do protocolo:

»» Valores dos tempos de retransmissão;

»» Estratégias específicas de manipulação de buffers,


controle de fluxo.

Questões genéricas que devem ser tratadas nos projetos de


protocolos:

„„ Mecanismo para identificar emissores e receptores (e os


processos em cada extremidade).
»» Endereçamento.

„„ Forma como os dados devem ser transportados:

»» Simplex: Dados trafegam em apenas uma direção;

»» Half-duplex: Trafegam em ambas as direções, mas


não simultaneamente;

»» Full-duplex: Trafegam em ambas as direções,


simultaneamente.

„„ Circuitos físicos não perfeitos

»» Controle de erro (detecção e/ou correção).

48
Redes de Computadores I

Pilha de Protocolos
Modelo de Referência OSI

Camadas OSI
Aplicação Modelo Original,
7 (Browser) 4 camadas
Modelo PDU - Protocolo
6 Apresentação
Híbrido Dispositivos Data Unit Protocolos
Dados ou
5 Sessão TCP/IP 5 Aplicação Host (servidor/Cliente) 5 Segmentos Http, Pop3, Smtp, Ftp, Imap, Ssh, Telnet...

4 Transporte 4 Aplicação 4 Transporte Firewall 4 Segmento Tcp/ Uclp

Datagrama
3 Rede 3 Transporte 3 Rede Router 3 (Pacote) Ip, Egp, Icmp, Pim, Ospf, Bgp...
Frame
2 Enlace 2 Rede 2 Enlace Switch, placa de rede (NC), Bridge... 2 (Quadro) Arp, Mac...

Física Acesso 1 1
1 (Voltagem) 1 Rede
1 Física Hub Bit (1 PDU) Não possui

Cabeamento

Figura 1.26 - Modelos de camadas.


Fonte: CERRUTTI, 2010.

Um conjunto de protocolos e camadas é denominado de


Arquitetura de Rede.

A especificação de uma arquitetura deve ter todas as informações


para alguém implementar um programa ou construir um
dispositivo de hardware para uma ou mais camadas, obedecendo
às normas do protocolo.

Figura 1.27 - Modelo genérico para 5 camadas.


Fonte: TANEMBAUM, 2003.

Unidade 1 49
Universidade do Sul de Santa Catarina

Comunicações horizontais e verticais

Acontecem dentro de uma mesma camada para hosts diferentes


(comunicação horizontal), e camadas diferentes no mesmo host
(comunicação vertical).

Encapsulação

Ao adicionar informações de controle da rede, o processo


de encapsulamento aumenta a quantidade de informação a
Veja mais sobre encapsulamento ser transmitida, e exige mais recursos computacionais para
em uma animação shockwave a verificação destes cabeçalhos. Esse fato é conhecido como
no endereço: <http://www. “Overhead” ou sobrecarga. Quanto mais alta a camada a
humboldt.edu/~aeb3/telecom/
ser analisada, mais cabeçalhos devem ser verificados. Ao se
Encapsulation.html>.
analisarem as camadas superiores (aplicação, transporte),
necessariamente haverá redução de desempenho. Análises dos
cabeçalhos das camadas inferiores (enlace, rede) degradam
menos. Podemos imaginar o processo como a abertura de um
envelope contido dentro de outros envelopes. Os mais internos
corresponderiam às camadas superiores, e os externos às
primeiras camadas. Fica mais fácil verificar as informações de
controle dos envelopes externos.

Figura 1.28 - Os fluxos horizontais e verticais e o processo de encapsulação nas camadas de uma
arquitetura genérica. M= mensagem; H=cabeçalho; e T= Trailer.
Fonte: TANEMBAUM, 2003.

50
Redes de Computadores I

Síntese
Nesta unidade, estudamos um pouco da história da internet e
os principais conceitos de transmissão de dados. Analisamos os
principais organismos de padronização e os modelos de camadas
dos protocolos. Na próxima unidade, estudaremos os meios
físicos e as técnicas utilizadas para sinalização desses meios.
Estudaremos também os métodos usados para multiplexar os
canais, ou seja, criar mais de um canal lógico para transmissões
simultâneas, o que permite economizar cabeamento e aumenta a
capacidade de transmissão.

Atividades de autoavaliação
Marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.

1) As afirmações abaixo dizem respeito a alguns conceitos na


comunicação de dados.

a) ( ) A transmissão de sinais envolve o meio físico, mas não se


relaciona com confiabilidade, embora esteja presente o
conceito de eficiência.
b) ( ) Os motivos de se transmitirem sinais de dados são
basicamente aumentar o poder computacional e
compartilhar recursos.

c) ( ) Podemos considerar remotos dois sistemas que não


compartilhem a impressora.

d) ( ) Dentre os componentes de um sistema de comunicação


estão o transmissor e o armazenador.

e) ( ) O receptor é o responsável por converter os dados em


sinais.
f) ( ) Sinais, meios físicos, protocolos e dispositivos de redes
podem ser considerados componentes de um sistema de
comunicação de dados.

Unidade 1 51
Universidade do Sul de Santa Catarina

2) Quanto aos conceitos envolvidos nas redes, podemos afirmar que:

a) ( ) As redes de dados são as maiores do mundo.


b) ( ) Basicamente, uma rede existe para conectar e compartilhar.

c) ( ) Entre os dispositivos conectados estão impressoras,


roteadores e estações de trabalho.

d) ( ) Um protocolo de rede não faz parte da estrutura de


comunicação, pois é constituído por software.

e) ( ) A Internet pode ser considerada uma ligação entre várias


redes.
f) ( ) O modelo cliente/servidor envolve requisições e respostas.

3) Quanto aos órgãos de padronização envolvidos com a comunicação de


dados, podemos afirmar que:

a) ( ) O OSI é uma divisão do IETF.


b) ( ) O IETF é o responsável pelas RFCs.

c) ( ) O IEEE regulamenta, entre outras, as redes locais e


metropolitanas.
d) ( ) O ITU trata dos padrões elétricos nas redes.

e) ( ) O TIA/EIA especifica as normas de cabeamento.

4) Quanto aos componentes de uma rede, podemos afirmar que:

a) ( ) As redes têm componentes de Hardware e Software.

b) ( ) Os protocolos fazem parte do Hardware.

c) ( ) Os hubs corrigem erros.

d) ( ) Os switches são tipicamente de camada 2.

e) ( ) FTP é um exemplo de hardware de rede.

52
Redes de Computadores I

5) Quanto aos protocolos de redes e modelos de arquitetura, podemos


afirmar que:

a) ( ) Os protocolos são projetados em camadas, sendo a última


a de aplicação.

b) ( ) Os modelos TCP/IP e OSI possuem 5 camadas.

c) ( ) O UDP faz parte do modelo OSI.

d) ( ) O modelo híbrido não existe na prática.

e) ( ) A camada de enlace não existe no modelo TCP/IP.

f) ( ) As camadas inferiores prestam serviço para as superiores.


Saiba mais
„„ Na obra “Stallings 2010 Data and Computer
Communications, Ninth Edition Prentice Hall”, você
acompanha uma excelente discussão sobre os modelos de
camadas de protocolos.

„„ No livro “Data Communications Networking Devices


(Fourth Edition) 2001” de Gilbert Held , apresentam-se
os fundamentos dos funcionamentos dos dispositivos
de redes. Apesar de a obra ter sido editada em 2001, os
fundamentos permanecem atuais.

„„ Sobre métodos de multiplexação, você encontra uma


boa discussão na obra “Computer Networks: A Systems
Approach, Fourth Edition (The Morgan Kaufmann
Series in Networking)” de Larry L. Peterson e Bruce S.
Davie, 2007.

Unidade 1 53
2
UNIDADE 2

Camada física - sinais,


multiplexação e banda em um
canal

Objetivos de aprendizagem
„„ Identificar os tipos de sinais.

„„ Definir multiplexação de um canal.

„„ Entender o conceito de largura de banda.

„„ Diferenciar meios físicos de transmissão.

„„ Compreender as causas dos principais problemas dos


sinais.

Seções de estudo
Seção 1 Tipos de sinal

Seção 2 Largura de banda e atrasos

Seção 3 Multiplexação

Seção 4 Codificação

Seção 5 Os meios de transmissão e os problemas dos


sinais nos meios físicos
Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Nesta unidade, você estuda os componentes da camada física,
os tipos de sinalização e os meios de transmissão. Como viu, as
arquiteturas dos protocolos apresentam divisões em camadas.
Neste curso, adotamos o modelo híbrido de arquitetura, que
associa os modelos OSI e TCP/IP. A camada física, apesar de
não especificada no modelo TCP/IP, está presente nos modelos
OSI e híbrido. Ela é a camada mais inferior da pilha, sendo
responsável pela interface com os meios de transmissão. Tais
interfaces comunicam o host com a rede, determinando os
parâmetros mecânicos, elétricos e temporais.

Tabela 2.1 - OSI; TCP/IP.

OSI TCP/IP
7. Aplicação

6. Apresentação Aplicação
5. Sessão

4. Transporte Transporte
3. Rede Internet
2. Enlace
Sub-rede
1. Física

Fonte: COMER, 2006.

A camada física determina como os bits serão representados


(sinalização), detecta o início e o final das transmissões e as
direções dos fluxos. É difícil transpor algumas barreiras físicas,
pois existe uma imposição da natureza sobre as possibilidades e
limites de utilização de um canal para transmitir sinais. Assim, é
importante que você esteja atento(a) às leituras.

A camada física corresponde às vias de escoamento do tráfego.


Nelas, existem alguns controles básicos que encontramos também
nos protocolos: o tipo do veículo que pode trafegar em cada pista,
os sinais de trânsito, permitindo ou bloqueando a passagem. As

56
Redes de Computadores I

colisões, quando ocorrem. Os engarrafamentos, os estreitamentos


de pista, as larguras e velocidades máximas. Os diferentes meios
de transporte podem ser comparados aos meios de transmissão:
imagine uma estrada não pavimentada como sendo uma linha de
transmissão analógica, de grandes retardos, e taxas de erros como
um modem assíncrono de 56 Kbps. Uma estrada pavimentada
poderia ser, então, nossos pares trançados (esses azuis que
conectam o micro à tomada de rede). Uma fibra óptica poderia
ser o ar por onde trafegam os aviões, de qualquer velocidade.
Os satélites poderiam ser comparados aos navios, uma vez que
podem transportar muita informação, mas são relativamente
lentos devido a sua distância em relação à superfície do planeta.
Muitas informações, não é mesmo? Então, concentre-se e bons
estudos. Lembre que, sempre que surgirem dúvidas, você pode
contar com o(a) professor(a) tutor(a) no EVA da disciplina.

Seção 1 - Tipos de sinal


Para entender de Sinais e de Transmissão de dados, é
importante que você domine algumas definições importantes na
comunicação de dados. De acordo com Stallings (2004):

„„ Dados são entidades que contêm algum significado, ou


informações;
„„ Sinais são representações elétricas ou eletromagnéticas, ou
óptico dos dados;
„„ Sinalização é a propagação física do sinal através de um meio
físico adequado;
„„ Transmissão é a comunicação de dados pela propagação e
processamento dos sinais.


Agora observe as ilustrações na figura 2.1, a seguir.

Unidade 2 57
Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 2.1 – Tipos de sinal.


Fonte: STALLINGS, 2010.

A figura 2.1(a) representa um sinal analógico e a Figura 2.1(b)


representa um sinal digital.

Observando a figura, é possível que você esteja a se perguntar:

O que é mesmo um sinal?

Um sinal é um fenômeno físico, que representa um fluxo de


informações. Portanto um sinal pode transportar os dados em
um meio físico (fios de cobre, fibras ópticas, ar).

Basicamente, temos dois tipos de sinais de dados: os analógicos e


os digitais.

1. Analógicos - Nesse tipo, existe uma variação contínua da


intensidade em relação ao tempo. Não existe descontinuidade.
Dados analógicos possuem valores contínuos em um dado
intervalo. O exemplo mais comum pode ser dado pelo áudio,
percebido pelos humanos em forma de ondas acústicas (figura
2.2). A voz humana, tipicamente, contém frequências entre 100
Hz e 7 kHz. Outro exemplo de dados analógicos são os vídeos
em TVs convencionais.

58
Redes de Computadores I

Upper limit
of FM radio

Upper limit
of AM radio

Telephone channel

0
MUSIC
Power Ratio Decibels

-20
SPEECH Approximate
dynamic range
Approximate -30 dB of music
dynamic range
-40 of voice

Noise

-60

10 Hz 100Hz 1kHz 10kHz 100kHz


Frequency

Figura 2.2 – Frequências comuns de áudio - Sinais analógicos.


Fonte: STALLINGS, 2010.

Power Ratio in Decibéis: é a Razão de potência em Decibéis.


Medida da intensidade. No caso deste gráfico é a medida da
intensidade do sinal de áudio.
O decibel (dB) é uma unidade logarítmica de medida que
expressa a magnitude de uma quantidade física (geralmente
potência ou intensidade), em relação a um determinado
nível de referência. Uma vez que exprime uma relação entre
duas quantidades com a mesma unidade, é uma unidade
adimensional. Um decibel é um décimo de bel, uma unidade
raramente usada.
Aproximate dynamic range of voice: Faixa dinâmica
aproximada da voz. Mostra no gráfico a intensidade de áudio
alcançada pela voz humana em relação ao silêncio (0 dB).
Aproximate dynamic range of music:Faixa dinâmica
aproximada da música.
Mostra a variação possível na intensidade de áudio nas músicas.

2. Digitais

Nos sinais digitais, a intensidade se mantém em um nível constante


e, então, muda para outro nível de intensidade.

Unidade 2 59
Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 2.3 - Sinal Digital.


Fonte: HELD, 2001.

Um sinal digital é uma sequência de pulsos discretos,


descontínuos. Os sinais digitais têm uma amplitude fixa, mas a
largura do pulso e a frequência podem ser alteradas. Os sinais
digitais de fontes modernas podem ser aproximados a uma onda
quadrada que, aparentemente, tem transições instantâneas de
estados de baixa para alta voltagem, sem ondulação.

Cada pulso é um elemento do sinal. Nos casos mais simples,


existe uma correspondência 1 para 1 entre os bits transportados e
os elementos dos sinais.

Acompanhe na figura 2.4, a seguir, um exemplo de codificações


onde existe correspondência 1-1 (NRZI) e 2-1 (Manchester).

5 bits = 5μsec

1 1 1 1 1

NRZI

1 bit =
1 signal element =
1 μsec

Manchester

1 bit = 1 signal element =


1 μsec 0.5 μsec

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos Figura 2.4 - Elementos de sinal NRZI= 1 elemento=1 bit, Machester= 2 elementos=1 bit.
em inglês no glossário Fonte: STALLINGS, 2010.

60
Redes de Computadores I

Bauds
Um baud é o número de símbolos (elementos) do sinal usados
para representar um bit.

No caso da ilustração exemplificada na figura 2.4, 1 bit é


representado por 1 baud na codificação NRZI e 2 bauds na
Manchester. Durante um baud, um símbolo é enviado no canal.
Quando um canal digital é amostrado, o número de amostras por
segundo é medido em bauds.

Se você tem um modem com taxa de 2.400 bauds,


significa que seu modem pode amostrar 2.400
símbolos por segundo. Embora isso possa parecer
pouco, cada símbolo pode representar mais de um bit,
dependendo da modulação. Se o seu modem usa uma
técnica chamada QPSK (Quadrature Phase Shift Keying), dois
bits são representados a cada alteração de fase.

Tarefas de um sistema de comunicação


Seguindo Stallings (2005), podemos listar as seguintes tarefas
como sendo responsabilidade do sistema de comunicação:

„„ Interfaces: humano/máquina - máquina/humano;

„„ Geração do sinal;

„„ Sincronização;

„„ Detecção e correção de erros;

„„ Controle de fluxos;

„„ Endereçamento;

„„ Roteamento;

„„ Recuperação;

Unidade 2 61
Universidade do Sul de Santa Catarina

„„ Formatação das mensagens;

„„ Segurança;

„„ Gerência da rede.

Seção 2 - Largura de banda e atrasos


A largura de banda (bandwidth) e o atraso (tempo necessário para
que uma unidade de informação percorra a rede desde a origem
até o destino) são os dois conceitos considerados fundamentais
para analisarmos o desempenho de uma rede. A largura de banda
de um enlace pode ser definida de duas formas. Observe.

1. Fisicamente, pode-se dizer que “É a faixa de frequências que


pode passar pelo enlace com perdas mínimas”. Por exemplo, para
transmitir a um sinal de voz na linha telefônica, precisamos de
uma banda de 3000 Hz, pois a voz humana usa frequências de
300 a 3.300 Hz.

Sob essa óptica, uma interface fast ethernet (padrão IEEE 802.3u)
teria uma banda de 100 Mbps. Essa quantidade geralmente não
é alcançada na prática, devido aos problemas de implementação
das tecnologias. A palavra “throughput”, ou vazão, normalmente
é usada para definir o desempenho que um enlace fornece entre
duas interfaces. Por exemplo, um enlace de 10 Mbps poderia
fornecer uma vazão de 4 Mbps, devido às deficiências de
implementação.

Esse conceito de largura de banda provém da Física e gera


certa ambiguidade, quando transportado para o universo
computacional.

62
Redes de Computadores I

2. Em outra abordagem para o termo “largura de banda”, alguns


autores denominam “largura de banda digital” àquilo que seria
correto chamar-se “taxa de transmissão de bits” (bit rate). A taxa
de transmissão não se relaciona com o meio de transmissão, e sim
com a capacidade da interface de rede, por exemplo, 100 Mbps.

Em geral, qualquer forma de onda digital tem largura de banda


infinita. Quando tentamos transmitir essa onda como um sinal
através de qualquer meio físico, o sistema de transmissão irá
limitar a largura de banda que pode ser transmitida.

Existe uma relação direta entre a taxa de transmissão


e a largura de banda: quanto maior a taxa de dados
de um sinal, maior é a largura de banda necessária no
canal de transmissão.

Atraso
Atraso é o tempo necessário para que uma unidade de
informação deixe a origem e chegue ao destino.

O atraso pode ser decomposto em vários tipos, dependendo da


localização do trajeto que esteja sendo analisado. Basicamente,
existem 5 tipos de atraso nas redes de dados: Propagação,
Transmissão, Empacotamento, Enfileiramento e Processamento.

Eles serão analisados separadamente, na próxima unidade.


Quando somamos todos esses atrasos, obtemos o “atraso total fim
a fim”, que é o tempo despendido pela informação entre dois nós
da rede.

Quando analisamos o atraso total fim-a-fim, podemos imaginar


a informação percorrendo uma tubulação como a da figura 2.5.
A tubulação pode ser vista como um túnel por onde trafegam
os veículos em uma rodovia. O veículo transporta a unidade de
dados (motorista). O atraso nodal total seria o tempo necessário
para que o veículo deixasse a origem e chegasse ao destino.

Unidade 2 63
Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 2.5 - O enlace como uma tubulação.


Fonte: CERUTTI, 2007.

Em uma analogia, podemos imaginar a largura do túnel como a


banda disponível para a passagem da informação. Quanto mais
banda, mais furgões podem passar simultaneamente pelo túnel.
Note que aumentar a largura do túnel (mais banda) não significa
tornar os furgões mais rápidos. Significa, apenas, que mais
furgões podem trafegar simultaneamente.

Existe uma abstração importante para imaginarmos


o desempenho de um enlace. Se multiplicarmos a
banda pelo atraso, podemos ter a quantidade de bits
que estão no canal de comunicação em determinado
instante.

O produto BANDA x ATRASO indica quantos bits estão em


um canal, antes de serem recebidos na interface de destino.
Sendo assim, se a interface de destino detectar algum erro e
solicitar um cancelamento da transmissão, esses bits já estarão no
percurso entre as duas interfaces, o que pode gerar problemas em
redes de desempenho muito elevado.

Isso porque quanto maior o desempenho mais bits estarão nesse


trajeto.

Em um canal de 50 Mbps com um atraso de 40 ms


teremos:

50 X 106 bits/segundo X 40 X 10-3 segundos=


2.000.000 bits.

64
Redes de Computadores I

Seção 3 - Multiplexação
Multiplexar é transmitir sinais de várias sessões de comunicação
em um meio físico compartilhado. A técnica é muito útil para
reduzir o número de enlaces que, normalmente, possuem custos
elevados.

Figura 2.6 - Sessões em enlaces individuais.


Fonte: CERUTTI, 2006.

Quando poucas sessões forem necessárias, o número de enlaces


individuais não chega a ser um problema. Mas muitas sessões
significam muitos enlaces.

Enlaces = s(s-1)/2

Figura 2.7 - Multiplexação - Sessões compartilhando enlace único.


Fonte: Computer Networking, 5/e James F. Kurose & Keith W. Ross Pearson Education.

Unidade 2 65
Universidade do Sul de Santa Catarina

Os canais de comunicação podem ser multiplexados segundo 3


técnicas básicas: 1) Tempo (TDM ou Time Division Multiplexing);
2) Frequência (FDM ou Frequency Division Multiplexing);
e 3) Comprimento de onda (WDM ou Wavelength Divison
Multiplexing). Acompanhe a seguir.

1) Tempo (TDM ou Time Division Multiplexing)

Nesta técnica, o canal de comunicação é divido em vários “slots”


ou períodos de tempo. Cada estação pode transmitir em um
período, usando toda a frequência (banda) disponível. Ou seja,
limita-se o tempo de transmissão, libera-se a frequência plena do
canal.

Figura 2.8 - Time division multiplexing.


Fonte: HELD, 2001.

2) Frequência (FDM ou Frequency Division Multiplexing)

Nesta técnica, ocorre o inverso da anterior: limita-se uma faixa


de frequência para cada estação, que pode então transmitir por
períodos de tempo indefinidos. Um exemplo é a transmissão
de rádios em AM. Vários canais são alocados nas frequências
entre 500 e 1500 kHz. Cada estação de rádio usa uma faixa de
frequências, sem limite de tempo.

66
Redes de Computadores I

Figura 2.9 - Frequency Division Multiplexing.


Fonte: HELD, 2001.

3) Comprimento de onda (WDM ou Wavelength Divison


Multiplexing)

Nesta técnica, cada estação irá transmitir em comprimentos de


onda específicos, que são filtrados ao passar pelo comutador.

Figura 2.10 - Wavelenght Division Multiplexing.


Fonte: DIXIT, 2003.

Unidade 2 67
Universidade do Sul de Santa Catarina

Características da multiplexação por divisão do comprimento


da onda
„„ Flexibilidade de capacidade;

„„ Transparência a sinais transmitidos;

„„ Permissão de crescimento gradual da capacidade;

„„ Atendimento de demanda inesperada.

Existem várias derivações da multiplexação por divisão no


comprimento de onda, basicamente em função da quantidade de
canais virtuais disponibilizados. Quanto maior a densidade de
canais, maiores as taxas possíveis.

As técnicas de WDM (Wavelenght Division Multiplexing)


1. CWDM: Coarse WDM

„„ Multiplexação de até 16 comprimentos de onda entre


1310 e 1610;

„„ Baixa Densidade -20 nm entre canais;

„„ Custo acessível.

2. DWDM:Dense WDM

„„ Multiplexação de até 128 comprimentos de onda entre


1492.25 nm e 1611.79 nm;

„„ Alta densidade -0,8 nm (100GHz) entre canais;

„„ Aplicações ponto a ponto.

68
Redes de Computadores I

Figura 2.11 – CWDM grid, espaçamento entre 1310 a 1610 nm.


Disponível em: <http://www.gta.ufrj.br/grad/04_1/wdm/wdm.pdf>. Acesso em: mar. 2009.

3. WWDM -Wide WDM

„„ Multiplexação de até 4 comprimentos na janela óptica


de 1310 nm;

„„ Suporte para fibras multimodo e monomodo;

„„ Aplicações em LANs e protocolo 10 GE (10


GigabitEthernet);

„„ Especificação 10GBase-LX4/LW4;

„„ Utilização de duas fibras com WWDM;

„„ Espaço de 24.5 nm entre canais.

4. U-DWDM: Ultra – DWDM

„„ Multiplexação de até 256 comprimentos de onda;

„„ Taxa de transmissão pode chegar a 40 Gb/s para cada


canal;

„„ Espaçamento de 10 GHz (0,08 nm) entre canais.

5. WDMA -Wavelength Division Multiple Access

„„ Pertencente à subcamada MAC (Media Access


Control);

Unidade 2 69
Universidade do Sul de Santa Catarina

„„ Finalidade de alocação de canais de acesso múltiplo;

„„ Utilizado em LANs de fibra óptica.

»» O espectro do sinal é dividido em canais usando


WDM;

»» Atribuição de dois canais a cada estação de uma


LAN:

- Canal de controle;
- Canal de dados;

»» Canais divididos em grupos de slots de tempo.

As técnicas de multiplexação na camada óptica têm evoluído


muito rapidamente. Atualmente, podem-se polarizar os
comprimentos de onda, fazendo com que diferentes eixos
transmitam informações de fontes diversas, o que amplia
consideravelmente a capacidade de transmissão nas fibras ópticas
(figura 2.12).

Lento

Rápido
Lento
entrada
Eixo lento Port 3

Port 1
Lento + Rápido
Port 4

Port 2

entrada
Eixo rápido

Figura 2.12 - Polarização combinada com WDM.


Fonte: adaptado de NEC Corporation of America, 2006.

70
Redes de Computadores I

Sites de referência:

 WDM e suas Tecnologias


<http://www.gta.ufrj.br/grad/04_1/wdm/wdm.pdf>

 Fibras ópticas - uma realidade reconhecida e


aprovada: <http://www.rnp.br/newsgen/0203/fibras_
opticas.html>

 Sistema de Transporte DWDM:


<http://www.poncedaher.com.br/papers/dwdm/>

DWDM e CWDM - Tecnologias para Alta Capacidade:


<http://www.rnp.br/_arquivo/wrnp2/2003/cwdm_
dwdm.pdf>

Agora que você entendeu como um canal físico pode ser dividido
em vários canais lógicos, visando um melhor aproveitamento dos
recursos (imagine se, para cada canal da TV a cabo da sua casa,
chegasse um cabo diferente!), você vai estudar como os sinais são
codificados de forma a trafegarem nos canais virtuais, chegando
ao destino com um formato “legível” pelas interfaces de destino.

Seção 4 – Codificação
Os sinais se propagam através de um meio físico (enlaces, ou
links). Os dados binários que o nó de origem quer transmitir
precisam, então, ser codificados em sinais, de modo que os bits
possam percorrer a distância até o destino. No destino, os sinais
precisam ser decodificados novamente em dados binários. Os
sinais, na prática, correspondem a duas voltagens diferentes nos
fios de cobre ou potências com níveis diferentes, quando o meio
é a fibra óptica. Veja a seguir algumas técnicas para decodificar
caracteres.

Unidade 2 71
Universidade do Sul de Santa Catarina

- Técnica de Baudot

Em 1874, Jean-Maurice-Emile Baudot desenvolveu um conjunto


de códigos para representar os bits nos sistemas de telégrafos
ou nos sinais de rádio. Um teclado de 5 teclas foi desenvolvido
para a codificação. Em 1901, Donald Murray implementou
algumas modificações e tornou o código um padrão mundial,
o International Telegraph Alphabet 1 (ITA1), posteriormente
substituído pelo ITA2. Caracteres como o Line Feed (LF)
possuem um código de 5 bits igual a 00010.

Usar apenas 5 bits para representar os caracteres possui uma


limitação importante, pois só se pode representar 25 (32)
combinações (ou caracteres). Funciona bem para alfabetos
pequenos como o Inglês, mas não é o suficiente para inserção de
pontuações e caracteres de controle.

- Técnica Binary Coded Decimal (BCD)

O código BCD usa uma série de 4 bits, denominada nibble, para


representar um número decimal, conforme a tabela abaixo:

Decimal 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
BCD 0000 0001 0010 0011 0100 0101 0110 0111 1000 1001

Dessa forma, o número 1456 será representado pela sequência


0001 0100 0101 0110. Embora a técnica eletrônica para os
cálculos seja bastante complexa, fica fácil a conversão dos
números em displays numéricos, por exemplo. Você verá mais
sobre a aplicação do BCD nas codificações 4B5B e 8B10B a
seguir.

- Técnica American Standard Code for Information Interchange


(ASCII)

Originalmente publicado em 1963, ASCII baseia-se em 7 bits


para representar os caracteres do alfabeto Inglês. Após várias
revisões, o código ASCII suporta agora 95 caracteres possíveis de
imprimir e 33 caracteres de controle (um total de 27 = 128).

72
Redes de Computadores I

O código ASCII é, agora, a versão Norte-Americana da norma


ITU-T / ISO 646, conhecida como International Alphabet 5 (IA5).

Binary Coded Decimal Interchange Code (EBCDIC)- Técnica


Extended

Em 1964, a IBM criou o EBCDIC, sistema de códigos de 8 bits,


projetado para substituir o BCD nos sistemas computacionais.
Um byte EBCDIC é dividido em 2 nibbles. Os primeiros 4
bits são denominados “zona” e representam a categoria, ou
classe do character. Os 4 últimos bits são chamados de “dígito” e
identificam um character específico. Diferentes países adaptaram
o EBCDIC para seus alfabetos próprios. Os chineses, por
exemplo, usaram 16 bits no código, o que permitiu representar
os caracteres chineses (216 = 65.536 combinações, parece o
suficiente).

A IBM numerou os diferentes conjuntos de caracteres do mundo


inteiro com um identificador denominado Coded Character Set
Identifier (CCSID).

Unicode
O Unicode é uma iniciativa para prover meios de padronizar
os conjuntos de caracteres, de forma multilingual, para que os
processos computacionais possam operar de forma unificada.
Em 1991, o Unicode Consortium publicou a primeira versão do
Unicode (em 2006, a versão Unicode 5.0 foi lançada).

Exemplos de Unicode:

„„ UTF-7 - uma codificação de 7 bits considerada obsoleta.

„„ UTF-8 - codificação de 8 bits, com tamanho variável,


a qual maximiza a compatibilidade com a codificação
ASCII. É de uso comum e pode ser considerada, de fato,
um superconjunto da ASCII. O IETF usa a codificação
Unicode UTF-8 quando determina os padrões
suportados pelos protocolos de e-mail e outros tráfegos
na Internet.

Unidade 2 73
Universidade do Sul de Santa Catarina

„„ UTF-EBCDIC - uma codificação de 8 bits de tamanho


variável, a qual maximiza a compatibilidade com a
codificação EBCDIC.

„„ UTF-16 - codificação de 16 bits, de tamanho variável. A


UTF-16 é considerada de uso comum.

„„ UTF-32 - codificação de 32 bits, de tamanho fixo.

Sinalização dos canais


A responsabilidade de codificar o sinal e inseri-lo no meio físico
é das interfaces de rede. Cada interface tem uma tecnologia e
pode envolver uma série de protocolos. Existem vários tipos
de codificação. Por exemplo: para a tecnologia ethernet, uma
subcamada responsável pela sinalização irá gerar um código
do tipo Manchester nas taxas de 10Mbps em fios de cobre. A
sinalização irá mudar para NRZI em taxas de 100Mbps nas
fibras ópticas. Veja agora alguns detalhes a respeito das 6 das
principais técnicas de codificação e sinalização:

1. Codificação NRZ
O nome é obscuro: “Sem retorno ao zero”, ou “Non return to
zero”. É a forma mais simples de codificar sinais e, por isso, a
mais utilizada. O mapeamento é feito representando um bit um
para os sinais de nível mais alto e um bit zero para os sinais de
nível mais baixo (Figura 2.13).

Figura 2.13 - Codificação NRZ.


Fonte: <http://www.interfacebus.com/NRZ_Definition.html>. Acesso em: dez. 2009.

74
Redes de Computadores I

A utilização dessa codificação possibilita mensagens compactas,


com um mínimo de transições entre os pulsos, e uma resistência
alta aos distúrbios eletromagnéticos externos. As interfaces que
utilizam essa codificação possuem baixas taxas de transmissão de
bits por unidade de tempo. Os exemplos são as interfaces RS-232
(taxas de 20 kbps, especificada pela norma EIA/TIA-232) e a
CAN (Controller Area Network, especificada pelas normas ISO
11898/11519). A figura 2.14, a seguir, mostra a codificação NRZ
sendo utilizada para representar um byte na interface RS-232,
com um bit de start e um bit de stop.

Figura 2.14 - Um byte em interface RS-232 codificado com NRZ.


Fonte: <http://www.interfacebus.com/Design_Connector_RS232.html>. Acesso em: dez. 2009.

O problema com a NRZ é quando ocorre uma sequência longa


de bits zero ou um.

O sinal permanece alto ou baixo no enlace por um período muito


longo, o que leva a uma dessincronização das interfaces. Foram
criadas muitas variantes da NRZ para minimizar o problema das
longas sequências de bits iguais:

„„ NRZ-L: [Non-Return-to-Zero-Level];

„„ NRZ-M [Non-Return-to-Zero-Mark];

„„ NRZ-S [Non-Return-to-Zero-Space];

„„ NRZ-C [Non-Return-to-Zero-Change Encoding];

„„ NRZ-I [Non-Return-to-Zero-Inverted Encoding].

A variante mais utilizada é a NRZI, que veremos com mais


detalhes a seguir.

Unidade 2 75
Universidade do Sul de Santa Catarina

2. Codificação NRZI
Essa codificação é denominada “sem retorno ao zero inversão no
um” (non-return-to-zero, invert-on-one). Funciona assim:

„„ Os sinais 1 são alternadamente representados por um


sinal alto ou baixo
Lembre-se de que, nas fibras
ópticas, o que muda é a intensi- „„ Nenhuma alteração é feita no sinal, para representar um
dade do sinal para representar zero.
zeros e uns.

Figura 2.15 - Codificação NRZI.


Fonte: CHOWDHURY, 2000.

Com essa técnica, o problema de vários “uns” seguidos fica


eliminado, mas ainda existe com uma sequência de zeros. Usada
em interfaces FDDI (Fiber Distributed Data Interface - definida
pela norma ISO 9314-1/2/3) e USB (Universal Serial Bus - www.
usb.org).

3. Manchester
Esta codificação é usada normalmente para transmitir em fios de
cobre a taxas de 10 Mbps. Para cada 0 e 1 transmitido através do
meio físico, acontecem os seguintes passos:

„„ a representação do bit tem uma transição de voltagem no


meio da codificação;

„„ para um bit 0, a primeira metade é alta, e a segunda é


baixa;

„„ para um bit 1, a primeira metade é baixa e a segunda é


alta.

76
Redes de Computadores I

Exemplo: Transmissão de um byte 101111001.

1 1

Binary Logic
Level Data

Manchester
Encoded
Data
Para melhor compreensão,
Logic ‘1’ Logic ‘0’ veja a tradução dos termos
em inglês no glossário

Figura 2.16 - Codificação Manchester.


Disponível em: <http://www.elecfans.com/article/83/116/2009/2009012323164.html>.
Acesso em: dez. 2009.

A codificação Manchester sempre provoca uma alteração na


voltagem, evitando a perda de sincronismo mesmo em longas
sequências de zeros ou uns.

4. 4B5B
Usada nas tecnologias Fast Ethernet, FDDI, Token Ring. Para
cada conjunto de nibbles (4 bits do Binary Coded Decimal - BCD),
é inserido um 5º bit que evita longas sequências sem alteração do
sinal. O conjunto de 5 bits é denominado 4B/5B Code-Groups. As
opções de codificação foram feitas de forma que nenhum código
de 5-bits possui mais de 2 zeros consecutivos.

Saiba mais

Veja animação da codificação 4b5b associada à NRZI


em: <http://www.frontiernet.net/~prof_tcarr/4B-5B/
applet.html#APPLET>.

Unidade 2 77
Universidade do Sul de Santa Catarina

5. 8B10B
Na codificação 8B10B, os dados são analisados e convertidos para
grupos de códigos de 10 bits. O conjunto de 8 bits (octeto) de
dados está em dois conjuntos: o primeiro grupo contém os 3 bits
mais significativos; e o segundo grupo contém os 5 bits restantes.

A sequência máxima de 0 e 1 permitida pela técnica é de 5x0


& 5x1 ou 4x1 & 6x0 ou 6x1 &4x0, com o intuito de manter a
sincronização das interfaces.

O uso de 10 bits de transmissão para cada 8 bits de dados reduz


significativamente a taxa de transmissão dos dados no enlace. Por
exemplo: se você deseja transmitir os dados em uma taxa efetiva
de 1 Gbps, a taxa da interface deve ser pelo menos 10/8=1,25
Gbps.

6. MLT-3 Signals
Multi-Level 3 encoding (MLT-3) é uma técnica de sinalização
eficiente e foi introduzido pelo CDDI e adotado pelo 100BASE-
TX (IEEE 802.3u em par trançado UTP). Requer menos banda
que a sinalização NRZI usada pelo FDDI e 100BASE-FX. Isso
ajuda bastante, porque o UTP cat % possui menos banda que a
fibra óptica.

Como a NRZI, a técnica MLT-3 faz uma transição para cada bit
1 e permanece a mesma para os bits 0. Entretanto as transições
são feitas em 3 níveis de sinais. O sinal muda um nível por vez,
como segue:

1. Low to middle;

2. Middle to high;

3. High to middle;

4. Middle to low.

78
Redes de Computadores I

O resultado é que o número de transições entre os níveis alto e


baixo de voltagem fica reduzido. Isso se traduz em frequências
menores, tornando possível colocar 100Mbps em cabos de
categoria 5. A figura 2.17 mostra a codificação de um string
binário 11010001 pela MLT-3. Os níveis médio, alto e baixo
podem ser representados por [-, 0, +] ou [-1, 0, and 1].

Figura 2.17 - Codificação MLT3.


Fonte: CHOWDHURY, 2000.

A MLT-3 apresenta o mesmo problema da NRZI para longas


repetições de 0, o que pode gerar uma perda do tempo de bit
no lado do receptor. A solução encontrada foi a mesma: cada
4-bit nibble é convertido em 5-bit code-group usando a tradução
4B/5B. A combinação da 4B/5B e dos sinais MLT-3 possibilita
transmitir a 100 Mbps em enlaces com 31.25MHz de banda.

Modulação
Os sinais digitais devem ser modulados para transporte nos
meios analógicos.

A situação mais comum aqui é usar a linha de telefonia para


enviar dados através de um Modem (Modulador/Demodulador).
A modulação é a alteração do sinal para marcar a troca do bit. O
número de amostras do canal digital é medido em bauds.

Unidade 2 79
Universidade do Sul de Santa Catarina

Cada baud contém um símbolo. As técnicas mais frequentes são:

„„ Modulação de amplitude;

„„ Modulação de frequência;

„„ Modulação de fase.

Amplitude
Em ondas, é a maior das distâncias que uma onda atinge de sua
posição média. Quanto maior a energia da onda, maior a sua
amplitude.

QAM (Quadrature Amplitude Modulation)


Nesta forma de modulação, os símbolos são mapeados em um
diagrama de fase e quadratura, sendo que cada símbolo apresenta
uma distância específica da origem do diagrama que representa
a sua amplitude, diferentemente da modulação PSK, na qual
todos os símbolos estão a igual distância da origem. Isto significa
que as informações são inseridas nos parâmetros de amplitude e
quadratura da onda portadora.

A modulação FSK atribui frequências diferentes para a portadora


em função do bit que é transmitido. Portanto, quando um bit 0 é
transmitido, a portadora assume uma frequência correspondente
a um bit 0 durante o período de duração de um bit. Quando um
bit 1 é transmitido, a frequência da portadora é modificada para
um valor correspondente a um bit 1 e, analogamente, permanece
nesta frequência durante o período de duração de 1 bit, como
mostrado na figura 2.18, a seguir.

80
Redes de Computadores I

Figura 2.18 - Modulação por chaveamento de Fase (FSK).


Fonte: HELD, 2001.

Alternativamente, pode-se, por exemplo, utilizar 4 frequências de


transmissão diferentes, cada uma delas correspondendo a 2 bits.
Este modo é chamado de 4FSK.

Isto aumentaria a taxa de bits transmitidos, mas, em


contrapartida, aumenta também a banda de frequência de
transmissão utilizada.

A modulação FSK apresenta o inconveniente de ocupar uma


banda de frequência bastante alta devido a estas variações bruscas
de frequência, em função da transição de bits, além possibilitar
taxas de transmissão relativamente baixas.

Conceitos importantes
Vários conceitos importantes na transmissão dos dados ficam
confusos devido à grande quantidade de informações necessárias
ao entendimento do assunto. Você deve lembrar-se de alguns:
„„ Largura de banda (Bandwidth) - faixa de frequência possível
de transmitir em um enlace. É uma propriedade física do meio,
medida em Hz;
„„ Baud - quantidade de amostras por segundo. Cada amostra
envia um símbolo;
„„ Símbolo - como um bit pode ser representado (depende da
modulação). A modulação determina o número de bits por
símbolo;
„„ Taxa de bits - quantidade de bits possíveis de inserir em
um enlace, por unidade de tempo. Número de símbolos por
segundo vezes número de bits/símbolo.

Unidade 2 81
Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 5 – Os meios de transmissão e os problemas dos


sinais nos meios físicos
Nesta seção, você verá quais os principais meios usados para
transmitir os sinais e também os problemas que os pobres
bits enfrentam para percorrer as distâncias entre a fonte e o
destino. Na nossa analogia da rodovia, os meios físicos são
correspondentes às vias de transporte, por onde trafegam nossos
veículos (frames de camada 2).

Os meios físicos servem de substrato para a propagação dos bits,


convertidos em sinais eletromagnéticos ou pulsos ópticos. Os bits
se propagam entre uma interface de origem e uma de destino.
Numa interconexão de redes, como é a Internet, podemos ter
vários pares transmissor/receptor entre o ponto inicial (fonte) e
o final (destino). Entre cada par transmissor/receptor, os meios
físicos podem assumir diferentes formas.

Os meios físicos podem ser divididos em 2 grupos: Guiados e


Não guiados.

I. Guiados

a) Fios de cobre
1. UTP – Unshilded Twited Pair ou Par trançado não blindado.

Os fios são trançados em pares. Cada par consiste de um fio


usado para os sinais positivos e outro para os negativos. Qualquer
ruído que ocorra em um dos fios do par irá aparecer no outro
também. Como eles estão com polaridades contrárias, possuem
180 graus de deslocamento de fase, o que cancela o ruído na
extremidade receptora.

82
Redes de Computadores I

Jacket Twisted Pair Bare wire

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
Figura 2.19 – UTP.
em inglês no glossário
Fonte: CHOWDHURY, 2000.

2. STP - Shilded Twisted Pair - Par trançado blindado.

O grau de redução da interferência é determinado pelo número


de trançagens por unidade de comprimento. Para melhorar a
rejeição aos ruídos, uma malha recobre os pares de fios que estão
trançados.

Figura 2.20 - STP - Par Trançado Blindado.


Fonte: Cisco Systems, 2010.

O revestimento pode ser em pares individuais e em torno de


todos os pares, ou somente em torno de todos os pares em
conjunto (Screened Twisted Pair).

Unidade 2 83
Universidade do Sul de Santa Catarina

Para melhor compreensão, Figura 2.21 - ScTP: Screened Twisted Pair.


veja a tradução dos termos Fonte: Cisco Systems, 2010.
em inglês no glossário

3. Cabos Coaxiais

Consistem em um condutor cilíndrico externo oco, que circunda


um conjunto interno feito de dois elementos condutores. Um
condutor de cobre, no centro. Circundando-o, há uma camada de
isolamento flexível (insulator) (Figura 2.22). Sobre esse material
de isolamento, há uma malha de cobre ou uma folha metálica
(shield), que funciona como o segundo fio no circuito e como uma
blindagem para o condutor interno.

Essa segunda camada, ou blindagem, pode ajudar a reduzir a


quantidade de interferência externa. Cobrindo essa blindagem,
está o revestimento do cabo ( jacket).

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos Figura 2.22 – Cabo Coaxial.
em inglês no glossário Fonte: CHOWDHURY, 2000.

84
Redes de Computadores I

Tabela 2.2 – Características das transmissões dos meios guiados ponto a ponto
Faixa de Atenuação típica Atraso típico Espaçamento entre os
frequências repetidores

Par trançado 0-3.5kHz 0,2 dB/Km em 1kHz 50 µs/Km 2Km


(telefônico)

Par trançado 0-1MHz 0,7 dB/Km em 1kHz 5 µs/Km 2Km


(multíparas)

Cabo coaxial 0-500 MHz 7,2 dB/Km em 10MHz 4 µs/Km 1 a 9 Km

Fibra óptica 186-370 THz 0,2 a 0,5 dB/Km 5 µs/Km 500m a 400Km,
(1 THz=1000 MHz) dependendo da fonte e
do comprimento de onda

Fonte: FITZGERALD &, DENNIS, 2009.

b) Cabos de Fibras Ópticas


As fibras ópticas consistem de fibras de vidro ou polímeros de
carbono (mais atuais), que transportam sinais a altas frequências
em volta do espectro de luz visível.

O tubo de vidro central é denominado de Núcleo, tipicamente


com 62,5 microns (1 micron = 10-6 metros). Em volta do núcleo
há um envoltório (cladding) também de vidro, em camadas
concêntricas, para evitar a perda dos feixes luminosos. Esse
envoltório possui 125 microns de diâmetro. Uma fibra com essas
medidas núcleo/casca é denominada 62,5/125. Em volta da
casca existe um protetor de plástico. Nas fibras, a frequência das
ondas como medida de banda dá lugar ao comprimento de onda,
medido em nanômetros ou bilionésimos de metros.

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
em inglês no glossário

Figura 2.23 - Cabo de Fibra Óptica.


Fonte: CHOWDHURY, 2000.

Unidade 2 85
Universidade do Sul de Santa Catarina

Tipos de fibra

Pode-se listar dois tipos básicos de fibra: Multimode (MMF) e


Singlemode (SMF).

Características das fibras Multimdo: (Muitos feixes luminosos).

„„ Fonte luminosa: LED (Light Emitting Diode);

„„ Atenuação 3.5 dB/km (perde 3.5 dB de potência no sinal


por quilômetro);

„„ Comprimento de onda da fonte luminosa: 850 nM;

„„ Dimensões diâmetros núcleo/casca: 62.5/125.

Características das fibras Singlemode (Um feixe luminoso):

„„ Fonte luminosa: Laser;

„„ Atenuação 1 dB/km;

„„ Comprimento de onda da fonte luminosa 1170 nM;

„„ Dimensões diâmetros núcleo/casca: 9/50.

Tabela 2.3 - Comparação entre as fontes de luz para os cabos de fibra.

ITEM LED Laser


Taxa de dados Baixa Alta
Tipo de fibra Multimodo MMF ou SMF
Distancias Curtas Longas
Vida útil Longa Curta
Sensibilidade a temperatura Pequena Substancial
Custo Baixo Alto
Fonte: PANKO, 2008.

86
Redes de Computadores I

Vantagens dos cabos de fibra:

„„ Imunidade a interferências;

a) RFI - Radio Frequency Interference

b) EMI -Electromagnetic Interference

„„ Grande capacidade de banda;

„„ Imune a corrosão;

„„ Atenuação bem menor que o cobre;

„„ Ocupa menos espaço;

„„ Suporta taxas de transmissão maiores.

Desvantagens dos cabos de fibra:

„„ Curvas limitadas (pode quebrar facilmente);

„„ Preço (compensador em altas taxas);

„„ Dificuldade de emendar.

Para melhor compreensão,


Figura 2.24 - Tipos de fibra Single e Multimodo.
veja a tradução dos termos
Fonte: CHOWDHURY, 2000.
em inglês no glossário

Unidade 2 87
Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 2.25 - Tipos de conectores mais usados atualmente nos cabos de fibra óptica.
Disponível em: <http://www.chinapans.com/images/connectors.jpg>.
Acesso em: jun.2010.

„„ Meios físicos não guiados

Essas formas de transportar sinais não necessitam


conexão direta entre uma estação e outra. Os canais
de comunicação são criados usando as frequências do
espectro eletromagnético.

1. Radiofrequência

„„ Ondas terrestres – Propagam-se limitadas pela altura da


atmosfera, e seguem a curvatura do globo (Figura 2.26).
Ondas de rádio, possuem frequências menores (VLF,
LF, MF.). São omnidirecionais, ou seja, propagam-se em
todas as direções a partir da estação de transmissão.

88
Redes de Computadores I

Para melhor compreensão,


Figura 2.26 - Ondas terrestres. Baixas frequências. veja a tradução dos termos
em inglês no glossário
Fonte: HELD, 2001.

„„ Reflexão na Ionosfera
Possuem alcance maior, as frequências são elevadas
(HF, VHF, UHF...).

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
Figura 2.27 - Reflexão na Ionosfera - Frequências elevadas. em inglês no glossário
Fonte: HELD, 2001.

Unidade 2 89
Universidade do Sul de Santa Catarina

Tabela 2.4 - Frequências do espectro eletromagnético.

Nome Frequência (Hertz) Exemplos

Raios Gama 1019+


Raios X 1017
Luz Ultra-Violeta 7.5 x 1015
Luz visível t 4.3 x 1014
Luz Infravermelhad 3 x 1011
EHF - Extremely High 30 GHz (Giga = 109) Radar
Frequencies (Frequências
Extremamente Altas)
SHF - Super High Frequencies 3 GHz Satélite & Microondas
(Frequências Super Altas)

UHF - Ultra High Frequencies 300 MHz (Mega = 106) UHF TV (Canais. 14-83)
(Frequências Ultra Altas)

VHF - Very High Frequencies 30 MHz FM & TV (canais 2 a 13


(Frequências Muito Altas)

HF - High Frequencies 3 MHz2 Radio de ondas curtas


(Frequências Altas)

MF - Medium Frequencies 300 kHz (kilo = 103) AM Radio (535 a 1705 kHz)
(Frequências Medias)

LF - Low Frequencies 30 kHz Navegação


(Frequências Baixas)

VLF - Very Low Frequencies 3 kHz Comunicação Submarina


(Frequências Muito Baixas)

VF - Voice Frequencies 300 Hz Áudio


(Frequências de voz)

ELF - Extremely Low 30 Hz Transmissão de energia


Frequencies (Frequências elétrica
extremamente Baixas)

Radio Frequências – As frequências maiores (Very, Ultra,


Super, Extremely) receberam esses nomes porque
ninguém esperava que fossem descobertas frequências
maiores que 10Mhz (HF).

90
Redes de Computadores I

2. Micro-ondas

A transmissão por micro-ondas (Microwave transmission)


comporta-se de forma diferente da radiofrequência normal. A
transmissão é direcional e precisa de uma linha de visada (as
estações devem ser visíveis de uma para outra). Veja a Figura 2.28.

Atmosphere

Radio
Tower Home
50 km
Earth

Figura 2.28 - Propagação na linha de visada (máximo 50 quilômetros, devido à curvatura do globo).
Fonte: HELD, 2001.

Em casos onde não existe linha de visada, devem-se inserir


repetidores (Figura 2.29).

Repeater

Transmitter
Receiver

Figura 2.29 - Estações sem linha de visada usando repetidores.


Fonte: HELD, 2001.

As micro-ondas operam em frequências muito altas, entre 3 a


10 GHz. Isso permite que transportem grandes quantidades de
dados, pois a largura de banda é alta.

Unidade 2 91
Universidade do Sul de Santa Catarina

Vantagens:

a) Muita largura de banda;

b) Torres pequenas, ocupam pouca área no solo;

c) Frequência alta e baixo comprimento de onda requerem


antenas pequenas.

Desvantagens:

a) Atenuação por objetos sólidos: chuva, pássaros, neve,


fumaça;

b) Refletida em superfícies planas (água, metais);

c) Difração em volta de objetos sólidos;

d) Refração na atmosfera, causando projeção do sinal além


do receptor;

e) Regulamentação. É necessário adquirir licença de uso.

Existem acordos internacionais e nacionais para


prevenir o uso caótico do espectro. Como todos
querem mais banda, as frequências são cobiçadas.
Esses acordos determinam as faixas de frequência
das rádios (AM, FM), TVs e celulares. São regulados,
também, os usos das companhias telefônicas, polícias,
navegações, militares. O ITU-R é o responsável pelas
regulamentações internacionais, embora alguns
países possuam regras conflitantes. Equipamentos que
operam em um país podem ser barrados em outros.

92
Redes de Computadores I

Para melhor compreensão,


Figura 2.30 – Modos de propagação Wireless. veja a tradução dos termos
Fonte: STALLINGS, 2010. em inglês no glossário

Unidade 2 93
Universidade do Sul de Santa Catarina

3. Laser

O uso de laser para transportar dados está bem difundido,


pois possui grande banda, é unidirecional e não está na faixa
regulamentada. O laser não se propaga corretamente com chuva,
neve, névoa ou fumaça. Uma grande aplicação do laser é na
conexão de redes locais entre dois prédios. Relativamente barato e
fácil de instalar, apesar de ser difícil de focar o fotorreceptor, se as
distâncias forem grandes.

4. Infravermelho

A faixa do infravermelho é largamente usada para transmissão


de dados em curta distância. Os controles-remotos dos
equipamentos domésticos (TV, DVD, Players de toda espécie)
utilizam ondas na frequência do infravermelho. É um método
barato e relativamente unidirecional. Não ultrapassa paredes
sólidas, o que é uma vantagem.

Os vizinhos não podem trocar seu canal de futebol, ou baixar o volume


do seu MP3 player.

5. Satélite
Saiba mais sobre os
satélites acessando o
site: < http://ctd.lerc.
nasa.gov/rleonard/>.
Em geral, quando os comprimentos de onda ficam
menores, o comportamento das ondas se aproxima
mais da luz e se afasta do comportamento das ondas
de rádio.

Na sua concepção mais rudimentar, poderíamos ver um satélite


artificial como um repetidor de micro-ondas no céu. Vários
transponders ficam ouvindo uma faixa própria do espectro,
amplificam o sinal que está chegando (uplink) e retransmite
em outra frequência, para evitar interferência no sinal que está
chegando.

94
Redes de Computadores I

Transponders Satellite
36,000 Km Solar
Orbit Panel
Antenna

Downlink
Uplink Earth Stations Downlink
Footprint

Figura 2.31 – Transponders.


Fonte: HELD, 2001.

O sinal de descida (downlink) pode ser amplo, cobrindo uma


superfície ampla do planeta; ou estreito, cobrindo uma área de
apenas centenas de quilômetros de diâmetro.

A altitude do satélite determina uma série de fatores que


influenciam no desempenho da tecnologia. Existem três grandes
grupos em função dessa altitude: GEO, os MEO e os LEO.

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
em inglês no glossário
Figura 2.32 - Altitudes, atrasos e número de satélites necessários conforme o tipo.
Fonte: TANEMBAUM, 2003.

Unidade 2 95
Universidade do Sul de Santa Catarina

Geo - São os satélites colocados em órbita sobre a linha do


equador, em uma altitude de 35.800 km, a qual corresponde a
uma volta em torno da superfície do planeta a cada 24 horas,
permitindo que o satélite pareça estacionário quando observado
da Terra. Como cada equipamento precisa de 2 graus de distância
do outro para evitar interferências, temos apenas 360 0/2=180
vagas no espaço.

North
Pole

Equator

Satellite
36.000 km
orbit

Figura 2.33- Satélite geoestacionário/geossíncrono.


Fonte: HELD, 2001.

Os sistemas GPS usam os satélites MEO – a 17000 km, com 24


satélites.

MEO: Mediam Earth Orbit - são os satélites de órbita média,


situam-se entre 6.000 e 15.000 quilômetros de altitude. É nessa
classe que estão os satélites dos sistemas GPS, que identificam
o posicionamento de uma estação móvel na superfície do
planeta com uma precisão muito grande. Possuem uma latência
(atraso) de 35 a 85 ms, e são necessários 10 satélites para fazer a
Milisegundos: medida cobertura plena do globo.
padrão do atraso dos
pacotes de dados.
LEO: Low Earth Orbit - (Baixa órbita terrestre). Como se
movem muito rapidamente, são necessários muitos deles (50 ou
mais) para uma cobertura ampla. Por outro lado, como estão
próximos da superfície (até 5000 km), o retardo é baixo (1 a 7 ms).

96
Redes de Computadores I

Problemas dos bits nos meios físicos


São vários os problemas que os “miseráveis” sinais irão encontrar
nos meios físicos, que impõem barreiras ao funcionamento da
rede. Os principais são os atrasos, os ruídos, a atenuação e a
dispersão.

1. Atrasos

Nas redes de dados, podem existir muitos fatores de atraso na


chegada dos sinais. Kurose e Ross destacam 4 tipos principais de
atrasos: Propagação, Transmissão, Fila e Processamento. Pode-se
acrescentar ainda o atraso de “empacotamento”, o qual ocorre no
momento da amostragem dos sinais analógicos que serão então
digitalizados. Embora os atrasos sejam prejudiciais na maioria
das situações, as variações dos atrasos entre um pacote e outro
podem ser bem mais problemáticas. Tais variações dos atrasos são
denominadas “Jitter” no universo das telecomunicações; e “Packet
Delay Variation” (PDV, ou “variação do atraso dos pacotes”) no
prisma da transmissão de dados através da Internet.

2. Atenuação

Figura 2.34 – Atenuação do sinal óptico e faixas de lambadas mais usadas.


Fonte: TANEMBAUM, 2003.

Unidade 2 97
Universidade do Sul de Santa Catarina

3. Erro

Erros são introduzidos pelos demais problemas na transmissão


do sinal, como ruídos e dispersões. Normalmente são usadas
técnicas de detecção, mas não de correção. Como os dados para
detectar um erro são enviados em conjunto com as informações,
não se pode ter certeza que tais dados estejam totalmente
corretos no momento do recebimento. Por exemplo: o transmissor
envia uma sequência dados-verificação, representados por DV.
O receptor vai receber uma sequência D’V’. Perceba que o
parâmetro de verificação V’ pode ser diferente do V original.

4. Ruído

É uma adição não desejada aos sinais eletromagnéticos, ópticos e


de voltagem. Nenhum sinal elétrico é sem ruído. O importante é
manter a razão sinal-ruído (S/R) o mais alta possível.

sinal

ruído Pode ser


interpretado
  como 1

Figura 2.35 - Ruído e a conjunção com o sinal.


Fonte: Cisco Systems, 2010.

98
Redes de Computadores I

5. Dispersão

A dispersão acontece quando o sinal se espalha com o tempo.


É causada pelos tipos de meios envolvidos. Se acontecer com
alguma intensidade, um bit pode interferir no próximo bit e
confundi-lo com os bits anteriores e posteriores.

Figura 2.36 - Dispersão do sinal.


Fonte: PANKO, 2008.

6. Distorção

A distorção ocorre pelas influências diferenciadas do meio em


cada frequência do sinal sendo transmitido.

Figura 2.37 - Distorção do sinal em um canal de transmissão.


Fonte: PANKO, 2008.

A tabela a seguir representa uma tabela definindo a sensibilidade


de diversos tipos de aplicações às variáveis de QoS de uma rede.
Normalmente são medidas 3 variáveis para se determinar a
Qualidade de Serviço das redes: confiabilidade (medida como
taxa de erros ou perdas), a variação do atraso (PDV ou Jitter) e o
atraso propriamente dito.

Unidade 2 99
Universidade do Sul de Santa Catarina

Tabela 2.5 - Sensibilidade das aplicações em relação às variáveis de QoS (qualidade de serviço) de
uma rede de dados.

Aplicação Confiabilidade Atraso Jitter (variação Largura


do atraso) de banda

Correio Eletrônico Alta Baixa Baixa Baixa


Transferência de arquivo Alta Baixa Baixa Média
Acesso Web Alta Média Baixa Média
Login remoto Alta Média Media Baixa
Áudio por demanda Baixa Baixa Alta Média
Vídeo por demanda Baixa Baixa Alta Alta
Telefonia Baixa Alta Alta Baixa
Vídeo conferencia Baixa Alta Alta Alta

Fonte: Adaptado de TANEMBAUM, 2003.

Figura 2.38 - Jitter representado como proporção de pacotes com atrasos.


Fonte: TANEMBAUM, 2003.

O avanço das demandas geradas pelas aplicações cada vez


mais exigentes forçou uma evolução muito rápida nas taxas
de transmissão das interfaces as quais você pode acompanhar,
visualizando a figura 2.39, a seguir.

100
Redes de Computadores I

Figura 2.39 – Crescimento das taxas de transmissão de aplicações em redes.


Fonte: Disponível em: <http://www.siemon.com/br/whitepapers/10G-Assurance.asp>.
Acesso em: 2008.

Na próxima unidade, você verá que mais do que exigir qualidade


superior em sistemas que, inicialmente, foram projetados para
transmitir somente dados, as aplicações multimídia levaram a
uma quebra de paradigma nos sistemas de transmissão. As várias
técnicas de transmissão de sinal convergiram, privilegiando
aquelas que dão mais garantias de confiabilidade e vazão.

Síntese
Nesta unidade, você aprendeu sobre os sinais (elétricos, ópticos
e eletromagnéticos) e a trajetória destes sinais no meio físico.
Vimos, também, as técnicas de multiplexação, as quais permitem
a criação de vários canais lógicos em um único enlace físico (por
exemplo, os vários canais de TV da TV a cabo). Aprendemos,
com algum nível de detalhes, os tipos de cabos e os conectores
mais usados. Além disso, estudamos as redes sem fio, ou “não

Unidade 2 101
Universidade do Sul de Santa Catarina

cabeadas”, passando, inclusive, pelos satélites. Encerramos


com os problemas que podem atrapalhar o percurso dos sinais,
como a atenuação, os erros e os atrasos, sendo que estes últimos
prejudicam, sobremaneira, a percepção de qualidade para os
usuários das aplicações.

Atividades de autoavaliação
Chegou o momento de testar os conhecimentos adquiridos. Vamos lá,
evite dar respostas sem pensar. Marque V para as afirmações verdadeiras e
F para as falsas.

1) Quanto aos sinais, podemos afirmar que:


a) ( ) Um sinal é um fenômeno físico e, na transmissão de dados,
representa os bits.
b) ( ) Os sinais analógicos são descontínuos, discretos.
c) ( ) Nos sinais digitais, a intensidade é constante e não se altera.
d) ( ) Na codificação NRZI, um sinal corresponde a um bit.
e) ( ) Geração do sinal, detecção de erros e sincronização são tarefas do
sistema de comunicação.

2) Quanto à largura de banda, podemos afirmar que:


a) ( ) Largura de banda pode ser definida com quantidade de sinal
possível em um meio físico.
b) ( ) O atraso é uma medida da quantidade de bits no canal de
comunicação.
c) ( ) Quando multiplicamos a banda pelo atraso, obtemos a
quantidade de bits no canal de comunicação.
d) ( ) As vazões em um canal nem sempre correspondem à banda
disponível.
e) ( ) A taxa de transmissão de um interface (por exemplo, fast
ethernet, com 100 Mbps) não pode ser considerada largura de
banda.

102
Redes de Computadores I

3) Quanto à multiplexação dos canais, podemos afirmar que:


a) ( ) Multiplexar é aumentar a banda.
b) ( ) Uma divisão do canal em frequências diferentes limita o tempo
de transmissão das estações.
c) ( ) A técnica TDM consome mais tempo que a FDM.
d) ( ) As fibras ópticas podem ter vários canais virtuais, se usamos
técnicas WDM.
e) ( ) A técnica TDM limita o tempo de cada estação.

4) Quanto às técnicas de codificação dos sinais, podemos afirmar que:


a) ( ) A técnica NRZ apresenta problemas com longas sequências de
sinais repetidos.
b) ( ) A técnica NRZI evita os problemas com muitos zeros repetidos.
c) ( ) A técnica Manchester sempre inverte o sinal, mesmo dentro do
mesmo bit.
d) ( ) Nas fibras ópticas, a variação do tempo determina a codificação.
e) ( ) Nas interfaces ethernet, os códigos são NRZI a taxas de 100 Mbps
e Manchester nas taxas de 10 Mbps.

5) Quanto aos meios físicos e problemas dos sinais, podemos afirmar que:
a) ( ) As fibras são mais rápidas que os fios de cobre.
b) ( ) As fibras possuem mais banda que os fios de cobre.
c) ( ) Os fios de cobre atenuam mais que as fibras ópticas.
d) ( ) Os satélites possuem retardos elevados, mas grandes coberturas.
e) ( ) O infravermelho passa paredes de alvenaria, e as microondas não
passam.
f) ( ) A dispersão é um problema que pode sobrepor os sinais
representando bits diferentes.

Unidade 2 103
Universidade do Sul de Santa Catarina

Saiba mais
Para saber mais sobre o conteúdo estudado nesta unidade, leia as
seguintes obras:

„„ Cerutti, 2006 – Tese de Doutorado: Uma Abordagem


de Plano de Controle Para QoS Dinâmica em Fluxos
de Voz nas Redes IP Universidade Federal de Santa
Catarina.

„„ Computer Networking, 5/e James F. Kurose & Keith W.


Ross. ISBN: 0-13-607967- 2010 Pearson Education.

„„ High Speed LAN Technology Handbook Dhiman D.


Chowdhury, D. D 2000.

„„ Business Data Networks and Telecommunications (7th


Edition) Panko, R. R. (2008).

„„ Andrew S. Tanembaum Computer Networks (4th Ed.)


Prentice-Hall International Edition, 2003.

A seguir excelentes sites com tutoriais sobre a área de TI:

„„ <http://www.webtorials.com/content/index.html>.

„„ Revista sobre redes ópticas e Telecomunicações:


<http://www.lightreading.com>.

104
3
UNIDADE 3

Redes de comutação de
circuitos e de comutação de
pacotes

Objetivos de aprendizagem
„„ Descrever as características fundamentais de um
serviço de rede orientado a conexão e de um sem
conexão.

„„ Diferenciar as redes comutadas por circuitos das redes


comutadas por pacotes.

„„ Distinguir as diferenças entre os atrasos nas redes, e os


fatores que influenciam cada tipo.

„„ Entender os conceitos de unidades de dados e dos


cabeçalhos.

Seções de estudo
Seção 1 Serviços orientados a conexão e sem conexão

Seção 2 Chaveamento ou comutação

Seção 3 Atrasos nas redes comutadas

Seção 4 Os cabeçalhos das PDUs


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Esta unidade tem como propósito proporcionar subsídios para
que você perceba as diferenças básicas entre as técnicas de
comutação por circuitos (usada classicamente em telefonia) e
por pacotes (redes de dados). Neste estudo é importante você
entender os tipos de serviço (com e sem conexão), entender
os principais tipos de atraso nas transmissões dos pacotes
(propagação, transmissão, processamento, enfileiramento e
empacotamento) e as diferenças nas técnicas de comutação.
Você verá que, no início das técnicas de comutação, os serviços
eram basicamente de fluxos de voz (telefonia), os quais possuem
características bem definidas em termos de perfil de tráfego.
Com o surgimento das redes de dados, foi necessário atender
a demandas com características bastante diferentes, uma vez
que os dados trafegam em taxas variáveis, ao contrário da voz
(a qual possui taxas constantes). Veremos que a evolução se deu
no sentido da convergência das tecnologias em direção a uma
rede única, capaz de transportar dados, voz e vídeo. Você vai ver
que os diferentes tipos de atraso possuem impacto diferenciado
conforme a aplicação que está usando os serviços da rede.

Seção 1 – Serviços orientados a conexão e sem conexão


Você poderá associar um serviço sem conexão ao serviço postal
tradicional. Nessa analogia, você deve lembrar-se do sistema
telefônico como sendo um serviço com conexão. Basicamente,
conexão implica estabelecer um caminho prévio, um aceite do
destinatário, e, somente depois, iniciar a transmissão dos dados.

106
Redes de Computadores I

O sistema postal – serviços sem conexão ou connectionless


Nesse sistema, a origem da mensagem nunca terá plena certeza
de que o processo vai funcionar. Quando você enviava uma carta
fisicamente, precisava ter muita esperança que:

„„ o endereço de destino estivesse correto;

„„ a carta iria realmente chegar até lá;

„„ o destinatário existisse e estivesse apto a receber a


mensagem (no destino, disponível e com vontade de ler).

Se a pessoa estivesse a fim de responder ou só confirmar o


recebimento, ela teria que passar pela mesma expectativa, cruzar
os dedos e esperar.

Vantagens Desvantagens

Você pode enviar quantas mensagens quiser, O serviço não é confiável.


sem esperar pelo aceite do destino.

Mesmo que o destinatário não se encontre no Você não tem garantias de entrega.
endereço, basta que você consiga entregar
ao primeiro ponto de contato (o posto dos
correios), e ele se encarrega de remeter até o
próximo ponto.

Pela simplicidade, o serviço apresenta uma Mesmo que a mensagem seja entregue, você
eficiência razoável a um custo muito baixo. não pode ter certeza que o destino foi correto
(tanto o endereço como o destinatário podem
não ser os desejados).

O sistema telefônico – Serviços orientados a conexão


Nesse sistema, a origem da mensagem (você) digita o endereço
no terminal telefônico (celular, fixo, IP-Phone), e um sistema de
comutadores encontra o caminho até o destino. Uma vez que o
destino é encontrado, um alarme qualquer avisa ao destinatário
que alguém quer estabelecer uma conexão (se o terminal telefônico
de destino não estiver ocupado). O destinatário pode aceitar
ou não a conexão. Existe, portanto, uma troca de sinais iniciais
(conexão), antes de se remeter a mensagem (dados dos usuários).

Unidade 3 107
Universidade do Sul de Santa Catarina

Vantagens Desvantagens

O sistema apresenta um nível de Existe um custo de rede mais elevado,


confiabilidade alto. Você só começa a uma vez que é necessário trocar algumas
transmitir, se a conexão foi efetuada. informações antes de transmitir. Existe ainda
um retardo inicial no estabelecimento da
conexão.

Mais tarde, na disciplina de redes II, você vai estudar os dois


protocolos da pilha TCP/IP os quais estão relacionados com os
serviços orientados a conexão (TCP) e sem conexão (UDP).

Seção 2 – Chaveamento ou comutação


Os comutadores (switches) são dispositivos especializados, usados
para conectar duas ou mais linhas de transmissão. Quando os
dados chegam a uma linha de entrada, o elemento de comutação
deve escolher uma linha de saída para encaminhá-los. Pode-se
dizer que um switch é um dispositivo usado para conectar enlaces,
a fim de formar uma rede maior.

Um circuito pode ser definido como um caminho entre os pontos


finais de uma comunicação. Existem duas formas básicas (Figura
3.1) para troca de informações em uma rede constituída por
enlaces diferentes:

1. Comutação de circuitos;

2. Comutação de pacotes.

A comutação de pacotes, por sua vez, pode dar-se de duas


formas:

„„ Datagramas;

„„ Circuitos virtuais.

108
Redes de Computadores I

Figura 3.1 - Tipos de comutação.


Fonte: Computer Networks: A Systems Approach, 2007.

2.1 – Redes comutadas por circuitos – Circuit Switching


Em uma rede comutada por circuito, um circuito físico dedicado
é estabelecido entre os nós de origem e de destino, antes de
ocorrer a transmissão de dados. Portanto o serviço é orientado
a conexão, como visto na seção anterior. O circuito permanece
pela duração da transmissão. O sistema de telefonia pública
é um exemplo de rede comutada (chaveada) por circuito. Os
comutadores das operadoras estabelecem um caminho físico entre
as extremidades (sistemas finais) que desejam se comunicar. Isso
é necessário porque você não tem uma conexão direta com cada
telefone que você queira chamar.

Uma vez estabelecido, o circuito é dedicado exclusivamente à


transmissão atual. Completando a transmissão, esse circuito
dedicado é liberado e disponibilizado para outra transmissão.
Assim, a comutação por circuito promove o compartilhamento
de recursos, pois os mesmos circuitos podem ser usados para
diferentes transmissões, embora não simultaneamente (pelo
menos é isso que a operadora de telefonia espera: os usuários
de uma mesma central não devem usar ao mesmo tempo seus
equipamentos).

Unidade 3 109
Universidade do Sul de Santa Catarina

PBX

Central

PBX

Figura 3.2 - Comutação de Circuitos.


Fonte: adaptado de GOMES, 1995.

Tempo de Propagação
T
Estabelecimento
da Conexão

Tempo de
Transmissão
Mensagem
Transmissão
da Mensagem

Término
da Conexão

1 2 3 4

Figura 3.3 - Fases do estabelecimento de uma comutação de circuitos. Perceba que, após o
estabelecimento da conexão, os nós comutadores 1, 2, 3 e 4 não introduzem mais atrasos de tomadas
de decisão sobre os caminhos.
Fonte: adaptado de GOMES, 1995.

110
Redes de Computadores I

Na troca de informações que ocorre na comutação de circuitos,


existe certo atraso no estabelecimento da conexão, mas, após esse
momento, as mensagens podem trafegar nos dois sentidos, sem
tomadas de decisão nos nós comutadores.

Outro exemplo de rede comutada por circuitos são as Redes


Digitais de Serviços Integrados (RDSI, ou ISDN – Integrated
Services Digital Networks).

2.2 Redes comutadas por pacotes – Packet switched networks


As redes comutadas por pacotes também são tecnologias de
longa distância (WAN, ou Wide Area Network, conforme vimos
na unidade anterior, que tratou da classificação das redes), como
a comutação de circuitos. Um switch de pacotes é um dispositivo
com várias entradas e saídas, levando e trazendo os pacotes aos
hosts que o switch interconecta.

User data

Control information
(packet header)

Packet

Figura 3.4 - Dados inseridos em pacotes.


Fonte: adaptado de STALLINGS, 2010.

Unidade 3 111
Universidade do Sul de Santa Catarina

Para melhor compreensão, Figura 3.5 - As redes de comutação de pacotes podem ser comparadas ao serviço postal.
veja a tradução dos termos Fonte: CLARK, 2003.
em inglês no glossário

Os dados do usuário são divididos em pequenas porções


denominadas “pacotes”, aos quais são anexados cabeçalhos com
informações de controle (origem, destino, protocolo), conforme
ilustrado na figura 3.6.

1 Os pacotes podem ser intercalados


sem nenhuma ordem específica.

Equipamento da Equipamento da
operadora de 134 442213 21 4 2 2 3331 operadora de
3 telecomunicações telecomunicações

A voz analógica é digitalizada Os pacotes são re-ordenados no


e empacotada (inserida destino e entregues aos destinatários.
em um datagrama IP) A voz é convertida de digital para analógica.

Figura 3.6 - Comutação por pacotes.


Fonte: adaptado de <http://classes.maxwell.syr.edu/psc300_103/Circuit%20Packet%20Switching.
jpg>. Acesso em: 12 fev. 2010.

112
Redes de Computadores I

Nas redes comutadas por pacotes, a banda disponível é usada


ao máximo em um compartilhamento dos recursos da rede.
Em cada fluxo de dados de uma ponta a outra, a comunicação é
dividida em pacotes. Cada pacote usa a banda máxima do enlace.
Dessa forma, os recursos são usados conforme são necessários,
sob demanda. Essa técnica é denominada “multiplexação
estatística” dos recursos. Caso algum dos enlaces fique inoperante
(operadores de retroescavadeiras adoram romper cabos de fibra
óptica), um caminho alternativo é automaticamente escolhido e a
rede continua entregando os pacotes.

Store-and-forward
A chegar a um comutador (switch), o pacote vai esperar sua
vez de ser transmitido. Existem filas na entrada e na saída das
interfaces. Esse pacote só vai deixar a interface do switch quando
toda a informação que o compõe já chegou à interface de entrada.
Essa técnica também tem um nome: “Store-and-Forward” ou
“armazena e retransmite”.

Unidade 3 113
Universidade do Sul de Santa Catarina

Hub versus switch: Com


um hub, a banda disponível
é compartilhada entre todas
as estações. Quando um hub
é substituído por um switch,
cada par de remetente e
receptor podem transmitir
com toda taxa permitida
pelos equipamentos. Por
exemplo, um switch de
100 Mbps de 16 portas,
onde 8 máquinas estejam
transmitindo e recebendo
pacotes umas das outras, Hub versus switch: Com
todas podem funcionar com um hub, a banda disponível
800Mbps para transmitir e é compartilhada entre todas
800 Mbps para receber. as estações. Quando um hub
é substituído por um switch,
cada par de remetente e
receptor podem transmitir
com toda taxa permitida
pelos equipamentos. Por
exemplo, um switch de
100 Mbps de 16 portas,
onde 8 máquinas estejam
10/100 switch (10 BaseT
transmitindo e recebendo
e 100BaseT): os switches
pacotes umas das outras,
ethernet 10/100 suportam
todas podem funcionar com
taxas de 10 ou 100 Mbps.
800Mbps para transmitir e
Observação!: Atualmente,
800 Mbps para receber.
com o advento do gigabit
ethernet, os switches podem
suportar taxas de 10, 100 ou
1000 Mbps)

Figura 3.7 - Meios compartilhados.


Fonte: Computer Desktop Encyclopedia, 2004.

Ao contrário da comutação de circuitos, a comutação de pacotes


não aloca os recursos de forma dedicada para um fluxo de
comunicação. Isso possibilita que mais usuários usem o mesmo
recurso.

114
Redes de Computadores I

Cut-Througth
Nesta técnica, os comutadores começam a repassar os frames
tão logo o endereço de destino seja identificado. O atraso é
menor, porém os frames malformados ou com erros podem ser
repassados.

Tabela 3.1 - Cut -Through.

Método Vantagens Desvantages


Cut-throuhg Menor latência Repassa frames malforamados.
Todas as portas devem operar na
mesma velocidade.
Para melhor compreensão,
Store and Malformados são Maior latência veja a tradução dos termos
forward descartados em inglês no glossário

Fonte: CERUTTI, 2005.

Comutação e perfil de tráfego


A comutação de pacotes permite que mais usuários utilizem
a rede, devido às características dos tráfegos de dados. As
transmissões de dados tendem a ser mais variáveis que as de voz,
com momentos de pico e momentos de inatividade.

Esse perfil é denominado de “Taxa de bits variável”, ou VBR. Por


essa razão, não seria vantajoso deixar uma parte da banda alocada
para uma única comunicação, como na comutação de circuitos.
Por outro lado, a comunicação de voz exige uma alocação
constante do canal, em um perfil de tráfego denominado CBR,
ou “taxa constante de bits”. Esse perfil é mais adequado à
alocação de recursos propiciada pela comutação de circuitos.

Mas o que são esses pacotes?

Unidade 3 115
Universidade do Sul de Santa Catarina

Um pacote é uma unidade de transferência de dados (PDU


– Protocol Data Unit). Você pode imaginar uma unidade
dessas como sendo um “envelope digital”, onde os dados são
transportados. Na analogia com as estradas, os pacotes são os
motoristas, transportados pelos veículos, que representam os
frames de camada 2.

Figura 3.8 - Envelope Digital – PDU.


Fonte: DOYLE & CARROLL, 2005.

Cada camada do modelo de referência possui uma PDU com um


nome genérico.

Os pacotes são denominações genéricas para as PDUs de


camada 3. Alguns autores chamam de pacotes as PDUs de nível
2 e 3, indistintamente. No nosso curso, adotamos a seguinte
nomenclatura:

Tabela 3.2- PDUs e camada


Camada Nome da PDU
5– Aplicação Mensagem
4 –Transporte Segmento
3 – Rede Datagrama
2 – Enlace Frame
1 – Física bit

As diferentes tecnologias de cada camada possuem diferentes


formatos de “envelopes” digitais para armazenar os dados.
Exemplo: IpX e IP na camada 3; TCP e UDP na camada 4;

116
Redes de Computadores I

ethernet, token ring e FDDI na camada 2 (Figura 3.10). Perceba


que os formatos dos campos podem se alterar, mas algumas
informações sempre aparecem independentemente da tecnologia:
os endereços de origem e destino, e uma sequência de verificação
do frame.

Tabela 3.3 - Tipos de frames mais comuns em LANs.

Ethernet
PREAMBLE DESTINATION SOURCE TYPE DATA FRAME CHECK
ADDRESS ADDRESS SEQUENCE

IEEE 802.3
PREAMBLE DESTINATION SOURCE LENGTH DATA FRAME CHECK
ADDRESS ADDRESS SEQUENCE

IEEE 802.5/TOKEN RING


S A F DESTINATION SOURCE DATA FRAME CHECK E
D C C ADDRESS ADDRESS SEQUENCE D

FDDI
Para melhor compreensão,
PREAMBLE S F DESTINATION SOURCE DATA FRAME CHECK E F veja a tradução dos termos
D C ADDRESS ADDRESS SEQUENCE D S em inglês no glossário
SD = Start Delimiter
AC = Acesse Control
FC = Frame Control
ED = End Delimiter
FS = Frame status
Fonte: DOYLE & CARROLL, 2005.

Figura 3.9 - As alterações nos frames através dos enlaces.


Fonte: DOYLE & CARROLL, 2005.

Unidade 3 117
Universidade do Sul de Santa Catarina

Conforme os dados trafegam nos diferentes tipos de enlaces,


a tecnologia de camada 2 daquele enlace “encapsula” os dados
das camadas superiores, que permanecem dentro dos “envelopes
digitais” sem alteração, como pode ser observado na Figura 3.9.

2.2.1 – Circuitos virtuais

Outra forma de comutação de pacotes é através da criação de


circuitos virtuais.

Nesse caso também, não existem recursos dedicados a uma


transmissão, e os pacotes individuais de uma comunicação são
misturados com outros, de outras fontes.

A diferença dessa técnica para a comutação de pacotes pura é


que alguns pacotes iniciam um estabelecimento de chamada,
chegando ao destinatário e retornando antes de se iniciar a
transmissão dos dados. Existe, portanto, uma conexão. Mas, para
os usuários finais, é como se houvesse um canal permanente,
pois uma vez que o caminho esteja estabelecido, todos os pacotes
seguem pelo mesmo trajeto.

Figura 3.10 - Circuitos virtuais nas redes comutadas por pacotes.


Fonte: STALLINGS, 2010.

118
Redes de Computadores I

Seção 3 – Atrasos nas redes comutadas


Nesta seção, iremos estudar o atraso dito “Fim-a-Fim” (desde a
origem até o destinatário da informação). Para tanto, precisamos
entender os atrasos que ocorrem em diferentes etapas da
comunicação entre as máquinas. Dividimos o atraso em 5 tipos,
cada qual ocorrendo em uma etapa diferente dessa comunicação.

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
em inglês no glossário
Figura 3.11 - Atrasos em redes de comunicação de dados.
Fonte: KUROSE & ROSS, 2009.

Atraso de Propagação
É o tempo necessário para que um bit deixe a interface do
transmissor e chegue à interface do receptor.

Segundo Bergmann (1976), Einstein afirmou que “nada pode


viajar mais rápido que a velocidade da luz no vácuo (3,0 x 108
metros/segundo)”. Os sinais de rede sem fio trafegam a uma
velocidade um pouco menor do que a velocidade da luz no vácuo.
Os sinais de rede em meios de cobre trafegam a uma velocidade
no intervalo de 1,9 x 108 m/s a 2,4 x 108 m/s. Os sinais de rede
em fibra óptica trafegam a aproximadamente 2,0 x 108 m/s.
Genericamente, podemos dizer que os sinais percorrem os meios
com uma velocidade entre 2 e 3 x 108 m/s, independente do tipo
de sinal e do meio.

Unidade 3 119
Universidade do Sul de Santa Catarina

Atraso de Transmissão
É o tempo que uma interface demora para inserir um quadro no
meio físico (todos os bits da unidade de informação). Lembre-
se de que um quadro é também denominado frame, a PDU de
camada 2.

Tipicamente, o atraso de transmissão pode ser representado por:

A=C/T
Onde:
A=atraso de transmissão (seg)
C=Comprimento do frame (bits)
T=Taxa de transmissão da interface (bps)

O atraso de transmissão em uma interface IEEE 802.3u


(100 Mbps), para um frame típico de 1518 bytes pode
ser calculado como:

1518 bytes*8= 12144 bits


A=12144/100.000.000 bits/seg= 0,0012144 segundos ou
1,21 m/s.

Atraso de Enfileiramento
O atraso de fila é um dos mais complexos e, por isso, o mais
estudado. Ao contrário dos outros três, o atraso de fila pode
variar de um frame para outro. Por exemplo, se uma quantidade
de frames chega a uma interface inicialmente livre, o primeiro
frame não sofre atraso de fila, pois o primeiro a chegar,
normalmente é o primeiro a ser processado e repassado. Na
verdade existem vários tipos de tratamento para as filas. O tipo
referido denomina-se FIFO (First In, First Out). Os demais
frames somente serão processados após o processamento dos
antecessores. O tamanho da fila irá depender da taxa de chegada
dos frames λ, do tamanho de cada frame (no caso do ethernet,
1518 bytes) e da capacidade do processamento.

120
Redes de Computadores I

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
em inglês no glossário

Figura 3.12 - Atraso de enfileiramento.


Fonte: STALLINGS, 2010.

Quando a taxa de chegada dos frames for maior que a


capacidade de processamento, o tempo de espera tende a crescer
indefinidamente. Como os recursos para armazenar as filas
dos pacotes são finitos, os pacotes que excedem os recursos são
descartados.

Do ponto de vista dos sistemas finais, é como se o pacote tivesse


entrado na rede de um lado e não emergisse no outro.

Na analogia com as estradas, os veículos devem enfrentar as filas


também.

Imagine que o veículo de entrega chegue ao prédio de destino


e precise estacionar para receber uma senha e ser atendido. O
estacionamento tem um limite, que corresponde ao limite da
fila. Quando excedem a capacidade do estacionamento, são
descartados, sem comunicação. O destino, quando percebe que o
motorista não chegou, é quem se responsabiliza pelo aviso.

Processamento
É o tempo necessário para a análise do cabeçalho do pacote e
encaminhamento para a fila de saída. São verificados também
possíveis erros nos bits. O procedimento mais comum na presença
de erros é descartar o pacote.

Unidade 3 121
Universidade do Sul de Santa Catarina

Atraso de empacotamento
O atraso de empacotamento é aquele que se dá em função da
amostragem dos sinais analógicos e da transformação dessas
amostras em sinais digitais “empacotados”, o que irá possibilitar a
transmissão desses sinais em redes de pacotes, como é a Internet.

Fonte do Codificação Codificação


Empacotamento do canal Modulação
Sinal analógico da fonte

rede

Fonte do Decodificação Desempacotamento Decodificação


da fonte De-modulação
Sinal analógico do canal

Figura 3.13 - Diagrama de blocos para os sistemas de comunicação digitais.


Fonte: adaptado de CERUTTI, Tese de Doutorado, 2006.

Para transportar sinais analógicos, como voz e vídeo, sobre


as redes de pacotes baseadas em sistemas digitais, os sinais
analógicos devem passar pelos seguintes processos, nas
extremidades fonte e destino (CERUTTI, 2006):

„„ Codificação/ decodificação da fonte;

„„ Empacotamento/desempacotamento;

„„ Codificação/decodificação do canal;

„„ Modulação/demodulação do sinal.

122
Redes de Computadores I

Uma rede comutadora de pacotes transportando voz pode ser


representada como na figura 3.14.

Figura 3.14 - Rede de voz sobre IP.


Fonte: CAPUTO, 2000.

Codificação da fonte
A codificação do sinal analógico em sinais digitais é o passo
inicial para inserir os fluxos de voz em uma rede de dados. Este
processo de digitalização do sinal da fonte é conhecido como
“codificação da fonte”. No lado do destinatário, o processo
inverso deve ocorrer, ou seja, a “decodificação da fonte”, que
converte os sinais digitais nos correspondentes analógicos
(CERUTTI, 2006). O dispositivo que executa essas tarefas é
denominado CODEC (codificador-decodificador).

O tipo de codificação da fonte vem sendo extensivamente


pesquisado (conforme quadro a seguir), uma vez que influencia
diretamente na qualidade da voz transportada, na taxa mínima
do canal de voz e nos tempos de entrega do sinal (atrasos de
codificação e congestionamentos devido às exigências de vazão).

Unidade 3 123
Universidade do Sul de Santa Catarina

Tabela 3.4 - Tipos de codificação e padrões do ITU-T.

Codificação Padrão Taxa de MOS MIPS Tamanho do Atraso de


ITU-T bits, kbps quadro (ms) Codificação (ms)
PCM G.711 64 4.1 0.34 0.125 0.75
ADPCM G.726 32 3.35 14 0.125 1
LD-CELP G.728 16 3.61 33 0.525 3-5
CS-ACELP G.729 8 3.92 20 10 10
CS-ACELP G.729a 8 3.7 10.5 10 10
MP-MLQ G.723.1 6.3 3.9 16 30 30
ACELP G.723.1 5.3 3.65 16 30 30
Fonte: ITU-T, 2008.

Empacotamento/desempacotamento
Uma vez digitalizada, a voz é transformada em um fluxo de bits
e torna-se uma forma de dados que a rede IP precisa transportar.
Para isso, precisa ser empacotada.

Nas redes de voz tradicionais comutadas por circuitos, a rede


configura um circuito físico “fim-a-fim”, e transmite os sinais
codificados.

As redes IP não estabelecem estes circuitos, e as informações


precisam ser colocadas em unidades de dados (PDUs – Protocol
data units), que, no caso do IP, são denominados datagramas. O
datagrama deve ser considerado como a informação contida no
pacote IP. Como muitas vezes essa informação excede a MTU da
camada de enlace (normalmente ethernet, MTU=1500 bytes), os
datagramas devem ser fragmentados em pacotes.

Cada fragmento de datagrama é um pacote IP. Além disso,


os pacotes podem ser perdidos ou descartados. A informação
original continua contida no datagrama.

124
Redes de Computadores I

Seção 4 - Os cabeçalhos das PDUs


Os cabeçalhos constituem uma porção das unidades de dados,
responsáveis pelas informações necessárias ao funcionamento da
camada de protocolo. Pode-se dizer que constituem a parte de
sinalização da rede, servindo como orientação aos dispositivos
que recebem os pacotes. Você pode imaginar o cabeçalho como o
endereçamento de um envelope.

Tabela 3.5 - PDU do ethernet, com a definição dos campos.

Ethernet
PREAMBLE DESTINATION SOURCE TYPE DATA FRAME CHECK
ADDRESS ADDRESS SEQUENCE

IEEE 802.3
PREAMBLE DESTINATION SOURCE LENGTH DATA FRAME CHECK
ADDRESS ADDRESS SEQUENCE

IEEE 802.5/TOKEN RING


S A F DESTINATION SOURCE DATA FRAME CHECK E
D C C ADDRESS ADDRESS SEQUENCE D

FDDI
PREAMBLE S F DESTINATION SOURCE DATA FRAME CHECK E F
D C ADDRESS ADDRESS SEQUENCE D S

SD = Start Delimiter
AC = Acesse Control
FC = Frame Control
ED = End Delimiter
FS = Frame status
Fonte: DOYLE & CARROLL, 2005.

Perceba que os cabeçalhos não fazem parte do conteúdo no


qual o usuário está interessado. Eles devem ser transmitidos
em conjunto com os dados válidos para o usuário, mas só têm
validade para o controle da própria rede.

Unidade 3 125
Universidade do Sul de Santa Catarina

Fluxo das informações


A comunicação através dos protocolos dá-se dentro das mesmas
camadas de uma arquitetura. Pode-se dizer que os protocolos
possuem comunicações verticais (dentro de um mesmo host,
através dos pontos de acesso aos serviços – SAP ou service access
point) e comunicações horizontais (entre hosts diferentes, mas
camadas iguais) - figura 3.15.
Layer Name of unit
exchanged
Application protocol
7 Application Application APDU

Interface
Presentation protocol
6 Presentation Presentation PPDU

Para melhor compreensão, Figura 3.15 - Fluxos horizontais e verticais.


veja a tradução dos termos Fonte: TANEMBAUM, 2003.
em inglês no glossário

Bit: 0 4 8 14 16 19 31

Versão IHL DS ECN Tamanho total

Identificação Flags Deslocamento de fragmento


20 octetos

Tempo de vida Protocolo Soma de verificação de cabeçalho

Endereço de origem

Endereço de destino

Opções + preenchimento

(a) Cabeçalho IPv4

Bit: 0 4 10 12 16 24 31

Versão DS ECN Rótulo de fluxo

Tamanho do payload Cabeçalho seguinte Limite de salto

Endereço de origem
40 octetos

Endereço de destino

(b) Cabeçalho IPv6

Figura 3.16- Exemplos de cabeçalhos IP: a)V4 e b)V6.


Fonte: STALLINGS, 2010.

126
Redes de Computadores I

100.000.000
10 Gb/s
1 Gb/s
10.000.000 100 Mb/s

10 Mb/s
100 kp/s
1.000.000

100.000

10.000

1.000

100
100 200 500 1000 1500

Packet Rate Packet size (bytes)

Figura 3.17 - Relação entre a taxa de transmissão (PPS ou pacotes por segundo) e o tamanho dos pacotes.
Fonte: Cisco Systems.

Síntese
Ao terminar esta unidade, é importante que você tenha entendido
as transmissões orientadas a conexão e as não orientadas a conexão
(conectionless). Além disso, é necessário que você perceba as
principais diferenças entre as formas de comutação. Entenda
também a evolução dessas formas e a aplicabilidade de cada uma
em redes de dados, voz e vídeo. Nesta unidade, você estudou as
diferentes formas de comutação da informação e ficou sabendo
que as formas mais modernas são as transmissões de dados, voz
e vídeo, fazendo uso de circuitos virtuais. Analisamos, através
de uma tabela, as diferenças entre as técnicas de comutação de
circuitos, comutação de pacotes por datagramas e comutação de
pacotes através de circuitos virtuais, em termos de overheads,
responsabilidades pelas perdas, atrasos, estabelecimento dos
caminhos e interatividade. Você deve saber diferenciar o conceito
de pacote e datagrama, pois existe muita confusão na literatura
a esse respeito. Você deve ter também bem claros os diferentes

Unidade 3 127
Universidade do Sul de Santa Catarina

tipos de atrasos que os pacotes enfrentam nas redes comutadas,


e a melhor maneira de minimizá-los. Você viu também que os
atrasos dos pacotes possuem fontes diversas e bem conhecidas.
Aprendemos que não é possível encaminhar algum tipo de
informação através de uma rede sem que haja pelo menos uma
soma de diferentes tipos de atrasos. Vimos, ainda, como calcular
os atrasos de transmissão e de fila. Vimos alguns tipos de PDUs
da camada de enlace. Aprendemos a distinguir as formas de
repasse store-and-forward e CUT-Through, e os formatos de
algumas das principais PDUs da camada de enlace.

Na próxima unidade, estudaremos as classificações das redes,


quando você vai conhecer as diferentes topologias e técnicas de
acessar os meios físicos.

Atividades de autoavaliação

Marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.

1) Quanto aos serviços orientados a conexão e os connectionless (não


orientados a conexão), podemos afirmar que:
a) ( ) Os serviços com conexão tendem a ser mais confiáveis.
b) ( ) Os serviços com conexão exigem mais recursos da rede.
c) ( ) Os serviços sem conexão podem ser comparados ao sistema
telefônico.
d) ( ) Os serviços sem conexão tendem a ser mais rápidos.
e) ( ) Os serviços com conexão podem ser comparados ao serviço
postal.

128
Redes de Computadores I

2) Quanto à comutação e aos comutadores, podemos afirmar que:


a) ( ) Os comutadores ou switches são usados para conectar linhas de
transmissão.
b) ( ) A comutação permite a formação de redes de maior tamanho.
c) ( ) A comutação de circuitos se divide em 2 tipos: Datagramas e
Circuitos virtuais.
d) ( ) A comutação de pacotes não relaciona as unidade de dados
anteriores com as posteriores.
e) ( ) Os circuitos virtuais são mais antigos, e as vantagens que
possuíam não têm mais validade.
f) ( ) Uma PDU de nível 2 é denominada datagrama.

3) Quanto aos atrasos nas redes comutadas, podemos afirmar que:


a) ( ) O atraso de propagação pode ser evitado, trocando-se o meio
físico.
b) ( ) O atraso de transmissão depende da taxa da interface.
c) ( ) O atraso de transmissão influencia o atraso de propagação.
d) ( ) O atraso de processamento está relacionado aos cabeçalhos.
e) ( ) O atraso de enfileiramento nunca pode ser nulo.

4) Quanto aos cabeçalhos das PDUs, podemos afirmar que:


a) ( ) Os cabeçalhos possuem campos com informações de controle.
b) ( ) Os cabeçalhos fazem parte do conteúdo do usuário.
c) ( ) Os campos de endereços podem variar conforme a tecnologia.
d) ( ) Os cabeçalhos são facultativos, ficando a critério do usuário a sua
utilização.
e) ( ) Os cabeçalho mudam em cada camada do modelo TCP/IP.

Unidade 3 129
Universidade do Sul de Santa Catarina

Saiba mais
Para saber mais sobre o conteúdo estudado nesta unidade:

„„ Veja alguns Slides com aulas presenciais de comutação


de circuitos e pacotes disponíveis em: <http://inf.unisul.
br/~cerutti/disciplinas/redes1/comutacao.pdf>.

„„ Leia no livro de Kurose & Ross uma análise bastante


detalhada sobre os tipos de comutação: Computer
Networking, 5/e James F. Kurose & Keith W. Ross.
ISBN: 0-13-607967- 2010 Pearson Education.

130
4
UNIDADE 4

Classificações das Redes de


Computadores

Objetivos de aprendizagem
„„ Perceber as dificuldades de classificação, devido à
subjetividade dos parâmetros utilizados.

„„ Identificar as redes LAN, MAN, WAN e SAN.

„„ Relacionar as tecnologias com as classes de redes.

„„ Entender o funcionamento e a importância das redes


ópticas na atualidade.

„„ Compreender o funcionamento e a influência das


topologias nas redes.

Seções de estudo
Seção 1 Dificuldades na classificação

Seção 2 Classificação quanto à topologia

Seção 3 Classificação quanto à abrangência

Seção 4 Classificação quanto à velocidade

Seção 5 Classificação quanto à tecnologia


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Nesta unidade, você estuda as propostas de classificação das
redes, percebendo a variedade de conceitos que denotam
uma dificuldade de convergência sobre a temática. Algumas
dificuldades advêm da velocidade com que surgem novas
técnicas de se transmitirem os sinais nos meios físicos. Sabe-
se, entretanto, que as principais classificações ainda são as mais
clássicas, segundo a abrangência e a topologia. Alguns conceitos
novos, como o de redes de Armazenamento (SANs) e o de redes
pessoais (PANs) serão apresentados no estudo desta unidade.
Vamos adiante.

Seção 1 – Dificuldades na classificação


Leia o parágrafo em destaque e sinta-se desafiado(a) quanto à
tradução e interpretação:

Conforme as redes de computadores cresceram através


Just as computer networks have dos continentes e oceanos para interconectar as
grown across continents and potencialidades mais importantes da computação em
oceans to interconnect major todo o mundo, elas estão invadindo os corredores e entre
computing facilities around the as edificações, para interconectar minicomputadores nos
world, they are now growing escritórios e laboratórios. Robert M. Metcalfe and David
down corridors and between R. Boggs, Xerox Palo Alto Research Center, Ethernet:
buildings to interconnect Distributed Packet Switching for Local Computer Networks,
minicomputers in offices and Association for Computing Machinery, 1976.
laboratories

Talvez uma das maiores dificuldades de classificarmos uma


rede atualmente (em termos clássicos como abrangência, tipo de
acesso ao meio físico, topologia) seja, justamente, a convergência
de todos os serviços (camadas superiores, principalmente

132
Redes de Computadores I

aplicação) para funcionar sobre a camada de rede, onde o


Protocolo de Internet (IP) é o soberano. Paralelamente, todas
as tecnologias das camadas inferiores foram se adaptando para
“encapsular” o protocolo IP, dominante de todos os projetos de
comunicação de dados, voz e vídeo dos últimos tempos.

Na figura 4.1 a seguir, pode-se identificar toda a estruturação das


formas de comunicação em suas mais variadas formas, tipos e
classes para sustentar as demandas e as exigências dos usuários.

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
em inglês no glossário
Figura 4.1 - Forças básicas e estruturas de sustentação das formas de comunicação atuais.
Fonte: VELDE, 2007.

Na figura 4.2, você pode perceber o funil de aplicações que


foram, são e serão projetadas para funcionarem usando o IP na
camada de rede, bem como o sucesso que o IP consegue ao ser
transportado por muitas tecnologias da camada 2 (enlace) abaixo
dele.

Unidade 4 133
Universidade do Sul de Santa Catarina

Instant messaging
E-mail Voice-over-IP
Web browsing

RTP SIP DNS

TCP UDP

IP

ATM
PPP
Ethernet SDH

Radio Optical fibre


Optical wireless
Copper wire

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos Figura 4.2 - IP sobre tudo e tudo sobre IP.
em inglês no glossário Fonte: Adaptado de WISELY et al., 2002.

Observação: Esta é considerada a “Ampulheta” das pilhas de


protocolos.

A convergência de tecnologias bem como a evolução nas


capacidades de transmissão das interfaces, capacidades de
sinalização e melhoria dos meios físicos fragilizaram as clássicas
denominações de topologia e abrangência das redes. Você verá,
nas próximas seções, o quanto essas influências podem modificar
alguns conceitos mais antigos.

Seção 2 - Classificação quanto à topologia


A topologia de uma rede diz respeito a dois aspectos:

1. Desenho e distribuição espacial – topologia física;

2. Funcionamento e controles – topologia lógica.

134
Redes de Computadores I

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
em inglês no glossário

Figura 4.3 - Topologias Físicas.


Fonte: ATIS, 2010.

As redes podem ter um desenho em uma topologia e o


funcionamento em outra, ou seja, fisicamente têm uma
distribuição, mas, logicamente, funcionam como se tivessem
outra. Esse é o caso de uma rede ethernet com hub. O hub
permite uma distribuição espacial em estrela, enquanto
os mecanismos de controle do ethernet fazem com que o
funcionamento seja como um barramento.

Topologia totalmente conectada (full mesh)


Nessa topologia, todos os nós (computadores, switches ou routers)
possuem enlaces diretos com todos os demais componentes
da malha. Embora essa seja a situação teoricamente ideal
(todos os pacotes são entregues diretamente, sem passar por
intermediários), na prática a situação fica inviável, pois o número

Unidade 4 135
Universidade do Sul de Santa Catarina

de enlaces necessários cresce exponencialmente a cada novo nó


adicionado à topologia. O número de enlaces pode ser calculado
como:

Enlaces = [No. Nós * (No. Nós -1)] /2

Topologia em malha (Mesh)


A topologia em malha é a usada normalmente em redes de
longa distância (WANs). Neste desenho, os nós não possuem
conectividade total como na topologia full mesh, mas existem
algumas conexões adicionais entre os nós, as quais permitem
rotas alternativas em caso de congestionamento ou falha em
algum segmento da rede.

Topologia em árvore (Tree)


Nesta topologia, um nó está conectado a dois ou mais nós,
os quais, por sua vez, conectam-se a outros dois ou mais nós,
formando uma estrutura semelhante aos galhos e ramos de uma
árvore invertida.

Topologia híbrida
Essa estrutura é uma combinação de dois ou mais desenhos
como, por exemplo, uma estrela conectada a um barramento.

Topologia em Anel
O anel é um desenho lógico antigo, existindo em redes locais e
de longa distância. Essa topologia propicia um meio que não é
propriamente de difusão, mas um conjunto de enlaces ponto a
ponto, onde cada estação conecta-se a duas outras, formando um
círculo.

136
Redes de Computadores I

Figura 4.4 - Topologia em anel.


Fonte: ATIS, 2010.

Cada bit que chega em uma interface é copiado para um buffer


e, a seguir, devolvido ao anel. Enquanto estiver no buffer da
interface, o bit pode ser analisado e alterado, se for necessário.

Figura 4.5 - Funcionamento do anel.


Fonte: CISCO Systems, 2007.

Unidade 4 137
Universidade do Sul de Santa Catarina

Duas tecnologias classicamente usam a topologia em anel


Token ring: IEEE 802.5 e FDDI. Esta última possui um anel
duplo, que pode ser caracterizado como outro tipo de topologia,
conforme você pode observar ilustrado na figura 4.6.

Topologia de anel duplo


Nesta topologia, existem dois anéis, um deles sendo o anel
primário e outro o secundário. O anel secundário é acionado em
caso de falha em algum nó ou enlace do anel primário. O arranjo
permite que o ponto de falha fique isolado, enquanto o restante
da rede continua funcionando normalmente.

Para melhor compreensão, Figura 4.6 - Rede FDDI com topologia de duplo anel óptico.
veja a tradução dos termos Fonte: CLARK, 2003.
em inglês no glossário

138
Redes de Computadores I

Barra/ Barramento (BUS)


Neste tipo de desenho, todas as estações estão conectadas a um
mesmo cabo, formando um barramento ou BUS (veja figura 4.7).
Essa barra não forma uma conexão ponto a ponto. É bastante
semelhante ao conceito de arquitetura de barra em um sistema
de computador, onde todas as estações (nós) se ligam ao mesmo
meio de transmissão.

A topologia em barra é muito comum nas redes locais, sendo


representada pela tecnologia ethernet. Mesmo na presença dos
hubs (dispositivos centrais), a barra ocorre como topologia lógica,
com o hub sendo considerado uma “barra em uma caixa”.

A topologia em barra tem uma configuração multiponto.

Nas redes em barra comum, cada nó conectado à barra pode


ouvir todas as informações transmitidas, similar às transmissões
de radiodifusão.

Esta característica vai facilitar as aplicações com mensagens


do tipo difusão (mensagens globais) além de possibilitar
que algumas estações possam trabalhar com endereçamento
promíscuo ou modo espião.

Figura 4.7 - Topologia em barramento.


Fonte: STALLINGS, 2001.

Unidade 4 139
Universidade do Sul de Santa Catarina

Existe uma variedade de mecanismos para o controle de acesso


à barra, o qual pode ser centralizado ou descentralizado. Em
um controle centralizado, o direito de acesso é determinado
por uma estação especial da rede. Em um ambiente de controle
descentralizado, a responsabilidade de acesso é distribuída entre
todos os nós.

Ao contrário da topologia em anel, as topologias em barra podem


empregar interfaces passivas nas quais as falhas não causam a
parada total do sistema.

Topologia em Estrela
As redes com topologia em estrela se caracterizam pela existência
de um dispositivo central no qual os demais se conectam.
Classicamente as redes ATM funcionam com esse projeto,
conforme ilustra a figura 4.8.

Figura 4.8 - Topologia em estrela.


Fonte: http://fcit.usf.edu/network/chap5/chap5.htm. Acesso em: 20 jul. 2010

140
Redes de Computadores I

É possível que o dispositivo central seja transparente para as


interfaces que poderiam, dessa forma, utilizar mecanismos de
controle lógico, como se estivessem em um anel ou em barra.
Como os dispositivos centrais são peças críticas nesse desenho,
devem conter mecanismos de prevenção a falhas, como fontes
redundantes e capacidade de manutenção “a quente”, ou hot-swap.

Esses pontos críticos são denominados “SPOF” (Single


Point Of Failure), ou ponto único de falha. Os SPOFs
devem ser evitados porque representam um ponto o
qual, em evento de falha, prejudicam o desempenho
ou, até mesmo, interrompem o funcionamento de toda
estrutura a rede.

Topologia Linear
Neste tipo de conexão, cada nó está conectado a outros dois
nós, e a comunicação entre eles deve ser repassada ponto a
ponto até chegar ao destino. Caso algum nó fique inoperante, a
comunicação fica restrita aos 2 segmentos criados: o anterior ao
nó que falhou e o posterior ao nó que falhou.

Seção 3 – Classificação quanto à abrangência


A abrangência é a maneira mais comum de se classificarem as
redes. Tradicionalmente sempre existiram as redes Locais (Local
Area Network ou LAN), redes Metropolitanas (Metropolitan
Area Network ou MAN) e as Redes de Longa Distância (Wide

Unidade 4 141
Universidade do Sul de Santa Catarina

Area Network ou WAN). Com a evolução das tecnologias, novas


classes foram surgindo (Personal e Campus Area Networks, por
exemplo), e as características de umas foram sendo adquiridas
pelas outras, o que levou a uma região “nebulosa” onde outros
parâmetros precisaram ser utilizados para se definirem as redes.

Tabela 4.1 - Redes e abrangência (cobertura).

Distância entre nós Abrangência


até 10 m Sala
até 100 m Edifício LAN

até 1 km Campus MAN


até 10 km Cidade
até 100 km País WAN
até 1.000 km Continente
até 10.000 km Planeta

Fonte: TANEMBAUM, 2004.

Figura 4.9 - As redes e suas abrangências.


Fonte: VELDE, 2007.

142
Redes de Computadores I

LAN - local area network


Uma rede local (local area network - LAN) conecta um conjunto
de computadores de forma que eles possam comunicar-se
diretamente, ou seja, sem reencaminhamento dos pacotes (isto
significa: sem passar por um roteador).

Radia Perlman é uma autora consagrada


na área de redes. Suas contribuições
são inúmeras, mas podemos destacar a
criação do protocolo de Spanning-Tree
(Árvore de Profundidade), padronizado
depois pelo IEEE sob número 802.1d, que
evita formação de loops nas redes locais.
Autora do livro Interconnections: Bridges,
Routers, Switches and Internetworking
Protocols, e co-autora de Network
Security: Private Communication in a Public
World, dois dos top 10 Networking reference books, de acordo
com a Network Magazine, Perlman é vista como “a poetisa dos
protocolos”, pelas suas incursões na área. (Se bem que, se formos
analisar em detalhes, ela deveria mesmo ficar com sua porção de
cientista).
Veja em <http://www.dista.de/netstpint.htm>, uma entrevista
com a autora.

Segundo Radia Perlman, uma LAN é referenciada mais pelas


suas características do que pelo conceito. Veja a seguir algumas
das características:

„„ Muitos sistemas conectados a um mesmo meio físico.

„„ “Alta” largura de banda total (compartilhada por todas


as estações).

„„ A largura de banda é relativamente barata.

„„ “Baixo” atraso.

„„ “Baixa” taxa de erros.

Unidade 4 143
Universidade do Sul de Santa Catarina

„„ Capacidade de Broadcast (difusão, ou habilidade para


transmitir para todos os computadores da rede).

„„ “Limitada” geograficamente (muitos quilômetros).

„„ “Limitado” número de estações (centenas).

„„ Relação de parceria entre as estações. Essa relação é


oposta à relação mestre/escravo. Na relação peer, todas
as estações conectadas são equivalentes. Numa relação
mestre/escravo, uma estação especial, chamada mestre,
contata os escravos, dando a cada um a vez de transmitir.

„„ Está confinada a uma propriedade privada, e não se


sujeita à regulação das agências governamentais PTT
(uma sigla comum em muitos países, que significa Post,
Telegraph and Telephone).

Antigamente, o termo Local era pertinente, pois essas redes


realmente ocupavam espaços limitados, como uma sala ou um
andar de um prédio. Hoje, com os avanços nas tecnologias, elas
ocupam vários prédios, ou mesmo, incorporam locais a grandes
distâncias, embora não se expandam ilimitadamente.

Ainda, de acordo com Perlman (2000), existem basicamente três


problemas nas LANs:

1. Número limitado de estações;

2. Extensão limitada;

3. Volumes de tráfego limitados.

Devido a esse conjunto de problemas, muitas vezes uma


única rede local pode não ser suficiente para todo o tráfego de
informações de uma organização. As redes locais podem ser
interconectadas por dois tipos de dispositivos: as bridges, ou
switches, que passam os pacotes através da camada 2, ou os
routers, que podem se comunicar pela camada de rede.

144
Redes de Computadores I

Figura 4.10 - Componentes típicos de uma LAN corporativa.


Fonte: KASIM & al., 2007.

Observe nesta figura 4.10 que os cabos UTPs cat 5 foram


substituídos por cat 5e e, depois, pelos de cat 6.

IEEE – Comitê 802 – LANs


O IEEE -- Instituição de Padronização, (já visto na Unidade 1),
possui um comitê denominado 802, com o propósito de padronizar
as redes Locais e Metropolitanas.

Unidade 4 145
Universidade do Sul de Santa Catarina

O comitê foi subdividido e responsabilizou-se por padronizar


várias tecnologias de redes Locais. Na tabela 4.2, a seguir, estão
especificados os comitês do grupo 802.

Os mais importantes foram assinalados com * (asterisco). Os


marcados com ↓ estão inativos, e os marcados com † foram
desativados. Observe.

Tabela 4.2 - Comitês do grupo 802 do IEEE.

Number Topic
802.1 Overview and architecture of LANs
802.2 ↓ Logical link control
802.3  Ethernet
802.4 ↓ Token bus (was briefly used in manufacturing plants)
802.5 Token ring (IBM’s entry into the LAN world)
802.6 ↓ Dual queue dual bus (early metropolitan area network)
802.7 ↓ Technical advisory group on broadband technologies
802.8 ↑ Technical advisory group on fiber optic technologies
802.9 ↓ Isochronous LANs (for real-time applications)
802.10 ↓ Virtual LANs and security
802.11  Wireless LANs
802.12 ↓ Demand priority (Hewlett Packard’s AnyLAN)
802.13 Unlucky number. Nobody wanted it
802.14 ↓ Cable modems (defunct an industry consortium got there first)
802.15  Personal area networks (Bluetooth)
Para melhor compreensão,
veja a tradução dos termos 802.16  Broadband wireless
em inglês no glossário 802.17 Resilient packet ring

Fonte: TANEMBAUM, 2003.

É importante que você lembre!

Um Backbone é a parte central de uma rede, pela qual


passa o tráfego mais intenso. O Backbone percorre as
maiores distâncias de um segmento de rede e possui
redes menores conectadas a ele.

146
Redes de Computadores I

Projetos de redes locais com hierarquias modulares


Atualmente, devido ao grande nível de especialização dos
dispositivos de rede, torna-se necessária uma organização
funcional, que possui dois componentes:

1. Hierarquia; e

2. Modularidade.

Figura 4.11 - Backbone.


Fonte: Computer Desktop Encyclopedia, 2004.

A Hierarquia permite que as funções estejam distribuídas em


camadas diferentes.

A Modularidade permite que se utilizem blocos de conectividade


em torno de um núcleo. A figura 4.12 ilustra uma rede em
camadas de hierarquia.

Unidade 4 147
Universidade do Sul de Santa Catarina

Para melhor compreensão, Figura 4.12 - Topologia em 3 níveis.


veja a tradução dos termos Fonte: CISCO Systems, 2009.
em inglês no glossário

Para tornar as funcionalidades dos dispositivos organizadas


de forma hierárquica, alguns fabricantes utilizam 3 níveis de
conectividade:

1. Acesso: São os switches mais simples, de camada 2, nos quais


temos a conexão direta dos computadores (desktops, estações de
trabalho, notebooks). A maior parte das funcionalidades gira em
torno da coleta e condicionamento do tráfego dos usuários. São
tarefas da camada de acesso:

„„ Agrega todos os sistemas finais dos usuários;

„„ Provê condicionamento de tráfego dos usuários, como


marcações de prioridades e políticas de acesso;

„„ Provê serviços de rede inteligentes, como descobrimento


automático de telefones IP;

„„ Provê mecanismos de segurança como 802.1x e


segurança por portas;

„„ Provê links redundantes até a camada de distribuição.

148
Redes de Computadores I

2. Distribuição (ou Agregação): São switches mais complexos,


possuem protocolos de roteamento e nunca conectam
computadores. São utilizados para conexão dos switches de
acesso. Vários blocos modulares de switches de acesso conectados
a switches de distribuição podem ser conectados aos switches de
núcleo, permitindo um crescimento ordenado e evitando gargalos
de desempenho. A figura 4.13 mostra os módulos constituídos
pelas camadas de acesso e distribuição.

Uma das características mais marcantes da camada de


distribuição é que ela determina onde começam as funções de
camada 3 e onde terminam as funções de camada 2.

Essa camada roda protocolos de camada 2 e protocolos de


camada 3.

A camada de distribuição contém o maior nível de inteligência da


rede e, por isso, é a parte mais complexa dos projetos.

„„ Agrega os switches da camada de acesso.

„„ Faz a terminação das LAN Virtuais (VLANs) que são


definidas no domínio da camada 2.

„„ Provê o primeiro salto (gateway) para que todas as


estações finais alcancem outras redes.

„„ Provê condicionamento de tráfego como segurança,


Qualidade de Serviço (QoS) e enfileiramento.

„„ Provê enlaces redundantes até a camada de núcleo, se


necessário.

Unidade 4 149
Universidade do Sul de Santa Catarina

Para melhor compreensão, Figura 4.13 - Módulos da camada de acesso conectados à camada de distribuição.
veja a tradução dos termos FONTE: CISCO Systems, 2009.
em inglês no glossário

Observação: Tal projeto permite crescimento sob demanda sem


comprometer o desempenho.

3. Núcleo (Core): Camada na qual é elaborado o backbone da


rede, utilizado para interconectar os vários módulos de switches
de distribuição Devido ao foco na velocidade, a camada de
núcleo não provê services que poderiam afetar sua performance
(por exemplo, segurança, controle de acesso ou qualquer outra
atividade que necessite a inspeção individual dos pacotes).

150
Redes de Computadores I

Figura 4.14 - Camada de núcleo conectando os módulos de distribuição. Para melhor compreensão,
Fonte: BDCOM, 2009. veja a tradução dos termos
em inglês no glossário

Observação: Às vezes tais módulos são denominados “de


agregação”.

A camada de núcleo possui duas funções principais:

1. Interconectar os módulos da camada de distribuição; e

2. Repassar todo o tráfego o mais rápido possível.

Por constituir o backbone de toda a rede, o núcleo funciona de


forma bem diferente que as camadas de acesso e distribuição.
Entre suas principais características, pode-se destacar:

„„ agregar as camadas de distribuição de maneira a


interconectar a topologia complete da rede;

„„ prover transferência do tráfego entre as camadas de


distribuição em alta velocidade;

„„ prover serviço resiliente de roteamento IP.

Unidade 4 151
Universidade do Sul de Santa Catarina

MAN = Metropolitan Area Networks


As redes metropolitanas são otimizadas para áreas geográficas
maiores que uma LAN, variando desde muitos prédios até
uma cidade. Uma MAN pode ser propriedade de uma única
organização, que se encarrega também de operá-la, mas,
usualmente, é pública e utilizada por muitas organizações. Muitas
vezes, como você observa na figura 4.15, uma MAN serve de
meio para interligar várias LANsAs redes MAN são vistas como
uma solução para o crescimento das organizações que percebem
como inadequados os serviços ponto a ponto das WANs. Os
serviços de Frame relay e ATM, embora propiciem banda
adequada, confiabilidade e segurança, possuem custos elevados.
Os meios compartilhados de alta velocidade dos padrões das
LANs podem ser estendidos em áreas metropolitanas.

O mercado primário para as MANs são os clientes com


necessidades de alta capacidade em áreas metropolitanas. Uma
MAN é projetada para prover a capacidade requerida, a baixos
custos e com eficiência maior que os serviços equivalentes
oferecidos pelas provedoras de serviços de telefonia.

Figura 4.15 - MAN com ethernet a 10Gbit (metro Ethernet).


Fonte: CISCO Systems, 2009.

152
Redes de Computadores I

CAN - Campus Area Network


A sigla CAN – embora não muito utilizada – é citada por alguns
autores e significa Campus Area Network. Representa aquelas redes
com abrangência maior que um único prédio, mas não chegando
à área de uma cidade. Tipicamente, abrangem áreas semelhantes
a um Campus universitário e podem usar tecnologias como
Gigabit ethernet, ATM ou FDDI para conectar vários prédios e
departamentos.

WAN - Wide Area Network


Uma WAN opera na camada física e na camada de enlace do RM
- OSI. A função primordial de uma WAN é conectar redes locais -
LANs, que são normalmente separadas por grandes áreas geográficas.
As WANs promovem a comunicação entre as LANs pela troca de
pacotes de dados entre os roteadores (confira figura 4.16).

„„ Operam em amplas áreas geográficas (bem maiores que as


das LANs).

„„ Usam os serviços de empresas de Telecom.

„„ Usam conexões seriais de vários tipos.

„„ Conectam dispositivos que estão separados geograficamente:


roteadores, modems, bridges.

Figura 4.16 - Estrutura fundamental de uma WAN.


Fonte: CISCO Systems, 2009.

Unidade 4 153
Universidade do Sul de Santa Catarina

Os tipos de tecnologias (protocolos) mais comuns para encapsular


os dados na camada de enlace das WANs são:

„„ High-Level Data Link Control (HDLC) -- um


padrão IEEE; pode não ser compatível com os
diferentes fornecedores por causa da forma como
cada fornecedor escolheu implementá-lo. O HDLC
suporta configurações ponto a ponto e multiponto com
sobrecarga mínima.

„„ Frame Relay -- usa instalações digitais de alta qualidade;


usa enquadramento simplificado sem mecanismos de
correção de erros, o que significa que ele pode enviar
informações da camada 2 muito mais rapidamente que
outros protocolos da WAN.

„„ Point-to-Point Protocol (PPP) -- descrito pelo RFC


1661; dois padrões desenvolvidos pelo IETF; contém
um campo de protocolo para identificar o protocolo da
camada de rede.

„„ Serial Line Interface Protocol (SLIP) -- um protocolo de


enlace de dados da WAN extremamente popular por
transportar pacotes IP; está sendo substituído em muitas
aplicações pelo PPP mais versátil.

„„ Link Access Procedure Balanced (LAPB) -- um protocolo de


enlace de dados usado pelo X.25; tem extensos recursos
de verificação de erros.

„„ Link Access Procedure D-channel (LAPD) -- o protocolo


de enlace de dados da WAN usado para sinalizar e
configurar a chamada em um canal ISDN D.

As transmissões de dados acontecem nos canais ISDN B:

„„ ATM – Assinchronous Transfer Mode;

„„ SONET/SDH;

„„ Metro Ethernet.

154
Redes de Computadores I

Tabela 4.3 - Tecnologias de redes de longas distâncias.

Acrônico da WAN Nome da WAN Largura de banda máxima Comentários

POTS Plain Old Telephone 4 kHz analógicos O padrão de


Service confiabilidade

ISDN Integrated Service 128 kbps Dados e voz juntos


Digital Network
X.25 X.25 Um velho e confiável
burro de carga

Frame Relay Frame Relay até 44,736 Mbps Um novo e flexível burro
de carga, filho do ISDN

ATM Asynchronous Tranfer 622 Mbps Redes de alta potência


Mode
SMDS Switched Multimegabit 1,544 e 44,736 Mbps Variante MAN do ATM
Data Service
T1, T3 T1, T3 1,544 e 44,736 Mbps Telecomunicações
amplamente usadas

xDSL Digital Subscriber Line 384 kbps Nova tecnologia por


linhas telefônicas

Modem dial-up Modem 56 bps Tecnologia madura


usando linhas

Cable Modem Cable Modem 10 Mbps Nova tecnologia usando


TV a cabo

Terrestre Sem fio Sem fio 11 Mbps Microondas e links de


laser

Sem fio por Sem fio 2 Mbps Microondas e links de


satélite laser

SONET Synchronous Optical 9.992 Mbps Transmissão muito


Network rápida por fibra óptica

Fonte: CISCO Systems, 2009.

Os serviços T usados nos Estados Unidos são substituídos pelos


serviços E na hierarquia digital europeia, que também é adotada
no Brasil.

Unidade 4 155
Universidade do Sul de Santa Catarina

Serviços digitais dedicaos


T1, T3, E1, E3 -- a série de serviços T nos EUA e a série de
serviços E na Europa são tecnologias WAN extremamente
importantes; elas usam multiplexação de divisão de tempo para
“fatiar” e atribuir slots de tempo para a transmissão de dados; as
larguras de banda são:

T1 -- 1,544 Mbps

T3 -- 44,736 Mbps

E1 -- 2,048 Mbps

E3 -- 34,368 Mbps

Outras larguras de banda estão disponíveis. Os meios usados


geralmente são o fio de cobre de par trançado e a fibra óptica. O
uso é extremamente difundido; o custo é moderado.

Hierarquias digitais e protocolos de multiplexação óptica


Synchronous Optical Networking (SONET) e Synchronous
Digital Hierarchy (SDH): As grandes empresas de
telecomunicações interconectam seus backbones através de anéis
SDH (ou SONET pelo padrão americano). Os anéis SDH são
formados por canais ópticos ponto-a-ponto – com diferentes
comprimentos de onda ou lambdas – conectados através de
conectores de passagem digitais ou por multiplexadores. Esses
anéis utilizam o conceito de uma fibra em operação e outra em
espera (standby). Quando o circuito principal apresenta uma
falha, o outro entra em operação. O resultado é um circuito de
alta capacidade de transmissão que varia entre 155 Mbps (OC-3)
a 10 Gbps (OC-192).

156
Redes de Computadores I

Tabela 4.4 - Hierarquias digitais de multiplexação.

SONET Optical SONET Frame SDH level and Payload bandwidth Line Rate
Carrier Level Format Frame Format (kbps) (kbps)
OC -1 STS -1 STM -0 50,112 51,840
OC -3 STS -3 STM -1 150,336 155,520
OC -12 STS -12 STM -4 601,344 622,080
OC -24 STS -24 - 1,202,688 1,244,160
OC -48 STS -48 STM -16 2,405,376 2,488,320
OC -192 STS -192 STM -64 9,621,504 9,953,280
OC -768 STS -768 STM -256 38,488,016 39,813,120
OC -3072 STS -3072 STM -1024 153,944,064 159,252,480

Fonte: ITU-T, 2009.

O quadro ou frame, ou PDU básica do SDH é o STM-1


(Synchronous Transport Module level 1), o qual opera em
velocidade de 155,52 Mbps.

A multiplexação SONET refere-se a sua unidade básica como


STS-3c (synchronous transport signal - 3, concatenated), mas
suas funcionalidades de mais alto nível, tamanho dos frames e
taxas de bits são as mesmas do STM-1.

O padrão SONET oferece uma unidade básica de transmissão,


o STS-1 (synchronous transport signal - 1), operando à taxa de
51.84 Mbps – exatamente um terço de um STM-1/STS-3c. Isso
significa que, no padrão SONET, o sinal OC-3 associado será
composto por três STS-1s.

Considerações sobre as LANs, MANs e WANs

Você deve perceber que os termos alta, baixa e limitado


possuem significado relativo e podem mudar com o
tempo. As LANs estão se expandindo geograficamente,
ao mesmo tempo em que a largura de banda das
WANs tem aumentado significativamente, tornando
as diferenças entre elas cada vez menos claras. Nesse
caso, tentar enquadrar onde se situam as MANs
torna-se uma tarefa cada vez mais ingrata.

Unidade 4 157
Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 4 – Classificação quanto à velocidade


As redes de computadores podem ser classificadas também
quanto à taxa de transmissão de suas interfaces. Dessa
forma, existem dois grandes grupos: baixa e alta velocidade.
Arbitrariamente, determinou-se que o limite de 100 Mbps
definiria a qual grupo determinada rede pertence.

„„ Baixa (Low Speed networks)


Taxas inferiores a 100Mbps. Normalmente, as redes
WAN estão associadas a taxas mais baixas.

„„ Alta (High Speed Networks)


Taxas iguais ou superiores a 100Mbps. A primeira
tecnologia a atingir tal taxa foi o FDDI, em 1991.

100Mbits /sec

Evolução das redes locais


Ethernet 802.3
Token ring 802.5
FDDI, Fast Ethernet / FastToken ring 802.12

16Mbits /sec
10Mbits /sec

1982 1985 1992

Figura 4.17 - Evolução das velocidades nas redes locais.


Fonte: adaptado de CLARK, 2003.

158
Redes de Computadores I

High-speed

Area Network
Metropolitan
Local Area
Network
108
High-Speed

Multiprocessor
Wide-Area Network
Data rate (bits per second)

107 Traditional
Local Area
Network

106

Traditional
105 Wide-Area Network

104

10-1 100 101 102 103 104 105 106 107

Distance (meters)

Figura 4.18 - A intersecção das distâncias e velocidades nas redes atuais.


Fonte: adaptado de STALLINGS, 2001. 

Seção 5 - Classificação quanto à tecnologia


Nesta seção, veremos algumas tecnologias que caracterizam tipos
de redes em função da sua especificidade funcional. Assim, as
redes ópticas, as wireless-LANs e as Storage Area Networks
(SANs) merecem ser estudadas em uma seção própria.

„„ Redes ópticas;

„„ WLANs;

„„ SAN;

„„ Uso da banda (básica ou larga).

Unidade 4 159
Universidade do Sul de Santa Catarina

Redes ópticas são redes de telecomunicação de


grande capacidade, baseadas em componentes e
tecnologias ópticas, em um conjunto que provê
roteamento, transmissão e restauração no nível
de comprimento de onda bem como nos serviços
baseados nesses comprimentos de onda.

Redes ópticas
As comunicações ópticas iniciaram há cerca de 30 anos, a
partir do desenvolvimento dos diodos laser semicondutores e
as fibras baseadas em sílica, o que tornou possível, na prática,
o sinal e os meios de transmissão. Atualmente, a indústria de
telecomunicações trabalha com taxas de transmissão de megabits
por segundo (Mbps), gigabits por segundo (Gbps), terabits por
segundo (Tbps), e assim por diante.

Toda essa evolução ocorre devido aos avanços conjuntos nas


tecnologias dos elementos ópticos, roteamento, comutação,
radiofrequências e transporte sobre fibra. Enquanto o poder
computacional tem dobrado a cada 18 meses, aproximadamente,
segundo a lei de Moore*, (com o preço caindo pela metade) esses
limiares têm sido excedidos no universo óptico. A largura de
banda tem dobrado a cada ano. Atualmente, 40 comprimentos
de onda (wavelengths), cada um transmitindo em taxas OC-48
(2.5 Gbps), são comuns em um par de fibras. Muitos dos novos
sistemas são capazes de transmitir 160 canais de 10-Gbps (ou
seja, 1.6 Tbps) sobre um único par de fibras. Sistemas capazes
de transmitir 80 Gbps em cada canal já foram demonstrados em
laboratório. Com essa taxa, um sistema com 160 canais pode
chegar a 12.8 Tbps de capacidade, o que é muito mais que toda
banda usada pelas redes de voz no mundo inteiro, atualmente. A
taxa de crescimento da capacidade das fibras é gigantesca, com
sua plenitude ainda inatingida (o limite teórico é de cerca de 1015
bps ou 1 Pbps em condições físicas ideais).

Com a evolução crescente das tecnologias ópticas, o ITU definiu


uma nova camada de protocolos, a camada óptica, que fornece
os caminhos ópticos para as camadas superiores. Um caminho

160
Redes de Computadores I

óptico ou de luz (lightpath) é uma conexão fim a fim, estabelecida


ao longo de uma rede óptica.

Uma camada óptica deve definir um sistema de transporte pelo


uso de uma camada óptica (figura 4.19).

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
em inglês no glossário

Figura 4.19 - As três subcamadas definidas pelo ITU-T para a camada óptica
Fonte disponível: ITU-T, 2008.

A tendência atual é a redução do número de camadas de


protocolos, uma vez que essa abordagem permite um tratamento
mais rápido das informações necessárias para transportar os
pacotes. Assim, em um futuro próximo, é de se esperar que o
protocolo IP trafegue diretamente sobre a camada óptica (figura
4.20).

Application

IP
Frame Relay

ATM ? Longevity not certain

SONET/SDH/ SONET/SDH ?? Longevity not certain


PDH
COPPER

WDM
Physical time

Figura 4.20 - Redução do número de camadas e protocolos.


Fonte: adaptado de DIXIT, 2003.

Unidade 4 161
Universidade do Sul de Santa Catarina

Os projetos tradicionais de sistemas de transporte incluem


terminais, amplificadores e outros elementos de rede, desenhados
para trabalhar de forma conjunta, em um sistema fechado. Tais
sistemas precisam, em dado momento, ultrapassar as fronteiras
do domínio óptico para chegar ao domínio elétrico onde ocorre o
processamento dos sinais (figura 4.21).

Para melhor compreensão, Figura 4.21 - Os domínios ópticos e eletro-eletrônicos.


veja a tradução dos termos Fonte: ALCATEL-LUCENT, 2008.
em inglês no glossário

Os sinais ópticos têm origem no universo elétrico e devem,


portanto, ser transformados em sinais luminosos (figura 4.22).

Figura 4.22 - Transformação do sinal digital elétrico para o universo óptico.


Fonte: Fonte: ALCATEL-LUCENT, 2008.

162
Redes de Computadores I

Arquiteturas das redes ópticas


As pesquisas e os avanços tecnológicos dos componentes ópticos
(optical network element (ONE), figura 4.23), trouxeram as
maiores contribuições recentes na evolução das redes ópticas.

Figura 4.23 - Optical Network Elements (ONE).


Fonte: ALCATEL-LUCENT, 2008.

Por sua vez, essa evolução permitiu o aprovisionamento de


serviços com várias quebras de paradigmas na camada de rede
(figura 4.24).

Unidade 4 163
Universidade do Sul de Santa Catarina

Para melhor compreensão, Figura 4.24 - Evolução das redes ópticas e seus componentes.
veja a tradução dos termos Fonte: KASIM, & al., 2007.
em inglês no glossário

Como resultado, o mercado de componentes e dispositivos


DWDM tornou-se gigantesco, atingindo marcas multibilionárias
e tendo um crescimento elevadíssimo nos setores de redes
metropolitanas, redes regionais e redes de longa distância.

A tecnologia WDM rapidamente tomou o espaço legado dos


padrões SONET/SDH como a maior solução de redes de
transporte. Atualmente, os sistemas ONE oferecem uma vasta
gama de capacidades e estão tornando-se gradativamente mais
flexíveis e ágeis. Paralelamente, a intensa competição entre os
fabricantes tem deixado os preços cada vez mais acessíveis, com
reduções de cerca de 20% ao ano. Observe o Gráfico da figura
4.25.

164
Redes de Computadores I

Figura 4.25 - Crescimento do mercado de elementos de redes ópticas SOC: System on a Chip.
NPU: Network Processing Units.
Fonte: BCCRESEARCH, 2009.

Wireless Local Area Networks


As redes locais sem fio permitem conectividade plena através de
diversos dispositivos, como smartphones, notebooks, agendas
eletrônicas e outros, os quais acessam um backbone Internet que
pode ser também não cabeado (figura 4.26).

Figura 4.26 - Rede Local não Cabeada.


Fonte: 4ACE, 2009.

Unidade 4 165
Universidade do Sul de Santa Catarina

As WLANs podem ser definidas como redes de comunicação


que provêm conectividade a dispositivos não cabeados, dentro de
uma área geográfica limitada.

O padrão conhecido como Wi-Fi (IEEE 802.11 e suas variantes)


é o mais utilizado.

As Wireless LANs disseminaram-se de muitas formas, criando


um vasto conjunto de siglas, protocolos e tecnologias cada
vez mais específicas para determinadas aplicações. Podem-se
citar vários padrões desenvolvidos nos últimos anos (conforme
destacado a seguir), alguns mais difundidos como o Wi-Fi,
outros menos.

As redes WLAN serão estudadas com mais detalhes quando


abordarmos as redes wireless em geral, na disciplina Redes II.

Algumas siglas referentes aos protocolos:

„„ Wi-Fi: 802.11a, 802.11b, 802.11g, 802.11n.

„„ Bluetooth

„„ Wibree

„„ ZigBee

„„ Z-Wave

„„ Wireless USB

„„ UWB

„„ EnOcean

„„ 6loWPAN

„„ ONE-NET

166
Redes de Computadores I

Storage Area Network


As redes de storage, muitas vezes denominadas System Area
Networks, são redes usadas para conectar dispositivos de
armazenamento em massa. O ponto chave, segundo Stallings
(2000), é o montante de dados transferidos entre um número
limitado de dispositivos, em uma área muito pequena.
Confiabilidade alta geralmente também é um requisito nessas
redes. Outras características:

„„ altas taxas de dados;

„„ interfaces de alta velocidade (nomalmente fiber-channel);

„„ acesso distribuído;

„„ distância limitada;

„„ número de dispositivos limitado.

Com o crescimento sempre contínuo do conteúdo das redes, às


vezes com taxas explosivas, alguns especialistas apontam que
o armazenamento será responsável por 75% dos investimentos
em hardware computacional. Portanto tornou-se necessário
o desenvolvimento de estratégias projetadas para otimizar
essa infraestrutura de rede com soluções de armazenamento
que apresentem escalabilidade, confiabilidade, desempenho,
disponibilidade, gerenciamento facilitado.

Segundo Russ Klein, em uma pesquisa do Aberdeen


group realizada em 06/01/2010 – de 173 organizações,
99% delas indicaram que o crescimento do volume de
dados é impressionante, com uma taxa de 30% ao ano.

Esta explosão de demanda obriga os profissionais de TI a


considerar dois pontos chaves quando projetam soluções de
armazenamento para seus datacenters:

Unidade 4 167
Universidade do Sul de Santa Catarina

1. o impacto das tecnologias de redes na arquitetura


do armazenamento em si e na gerência do conteúdo
armazenado;

2. o impacto do processamento paralelo nos projetos dos


dispositivos de armazenamento.

Esses dois aspectos tecnológicos produziram três abordagens


diferentes, mas mutuamente coexistentes nos projetos conexão de
Storage com os demais sistemas computacionais:

I. Direct Attached Storage (DAS); 

II. Network Attached Storage (NAS);

III. Storage Area Networks (SAN).

As três abordagens podem ser visualizadas na figura 4.27.


Basicamente, a posição da rede é que determina uma ou outra
técnica. A seguir, veremos mais detalhes de cada tipo.

Direct Attached Network Attached Storage Area


Storage (DAS) Storage (NAS) Network (SAN)
Application Application
Application
Client
Application
File System Server
File System Network

Disk Storage Disk Storage


Network

Standalone Disk Storage Disk Storage


Computer RAID
Subsystem

NAS
Server

Para melhor compreensão,


Figura 4.27 - As três abordagens atuais para subsistemas de armazenamento: DAS, NAS e SAN.
veja a tradução dos termos
em inglês no glossário
Fonte: Storagesearch, 2010.

168
Redes de Computadores I

Atualmente, mais de 95% dos dispositivos de armazenamento


computacionais, como Hard Drives, disk arrays e sistemas RAID
estão conectados diretamente aos computadores clientes, através
de numerosos tipos de adaptadores e tecnologias com protocolos
padronizados, como SCSI, Fibre Channel, Infiniband e outros.

Esse tipo de Storage possui o nome alternativo de captive storage,


server attached storage ou direct attached storage (DAS), como
ilustrado na figura 4.28.

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
em inglês no glossário

Figura 4.28 - Storage de conexão direta (DAS).


Fonte: Storagesearch, 2010.

As comunidades que criaram essas tecnologias e protocolos


permitiram tanta flexibilidade nas implementações que acabaram
acontecendo muitas variações das tecnologias SCSI e FC para
os diferentes sistemas operacionais dos servidores (notadamente
Windows e UNIX). Por exemplo: existem mais de sete variantes do
protocolo SCSI, e muitos fabricantes implementam FC de maneira
diferente em cada UNIX. Isso também ocorreu porque o sistema
de armazenamento ‘DAS’ é local e específico para um conjunto de
hardware e software, o que levou os fabricantes a implementarem
soluções incompatíveis, padrões inconsistentes e orientados a
considerações dos componentes do conjunto HW/SW.

Unidade 4 169
Universidade do Sul de Santa Catarina

Network Attached Storage (NAS) 


Em contraste com os padrões enfraquecidos usados nos
dispositivos dos canais de conexão host local / storage DAS,
os padrões de redes são extremamente delimitados, inflexíveis
e orientados ao funcionamento dos sistemas, e não de
componentes. Dessa forma, um protocolo de acesso aos dados
funciona perfeitamente com qualquer implementação ou conjunto
SW/HW. Como resultado dessa abordagem, os dispositivos de
armazenamento conectados diretamente em uma rede de dados
(Network Attached Storage ou NAS) são de conectividade e
gerenciamento muito fácil e compatível com a grande maioria dos
sistemas computacionais. Veja o sistema na figura 4.29.

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
em inglês no glossário

Figura 4.29 - Storage de conexão pela rede LAN (NAS).


Fonte: Storagesearch, 2010.

Storage Area Network


Veja mais sobre as
Storage Area Networks A Storage Network Industry Association (SNIA) define as redes
em: <http://www. SAN como uma rede cujo propósito primário é a transferência
redbooks.ibm.com/ de dados entre um sistema computacional e os elementos de
redbooks/pdfs/ armazenamento. Uma SAN consiste de uma infraestrutura de
sg245470.pdf>.
comunicações a qual provê as conexões físicas, e uma camada de
gerência adicional, a qual permite que os subsistemas (conexões,
storage e sistemas computacionais) possuam um fluxo de
transferência de dados seguro e robusto.

170
Redes de Computadores I

As SANs normalmente possuem serviços de I/O em blocos,


e não em arquivos de acesso. Podem conter ainda sistemas de
controle que se comunicam com os demais componentes através
da rede.

Em termos mais simples, uma SAN é uma rede de alta


velocidade, especializada em conectar os servidores
aos sistemas de armazenamento.

As SANs eliminam a conexão dedicada tradicional entre os


servidores e o Storage, bem como o conceito de que o servidor
efetivamente se apropria dos sistemas de armazenamento e
os gerencia. Essas redes também eliminam as restrições de
quantidade de dados os quais os servidores podem acessar,
anteriormente limitada à quantidade de discos possíveis de
conectar nos servidores. Além disso, sem as tarefas de leitura e
gravação, os recursos dos servidores passaram a ter o foco nos
serviços, o que aumentou o desempenho. As SANs também
permitiram o afastamento dos servidores e seus sistemas de
discos, os quais agora podem estar conectados através de switches
e routers, inclusive em redes de longa distância (WANs).

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
em inglês no glossário

Figura 4.30 - Storage Area Network (SAN).


Fonte: Storagesearch, 2010.

Unidade 4 171
Universidade do Sul de Santa Catarina

As SANs realmente separam os dispositivos de armazenamento


(Storages e tapes libraries) dos demais componentes das redes,
colocando entre as LANs e esses dispositivos, os servidores, os
quais ficam conectados à LAN através de interfaces comuns
(normalmente Gigabit Ethernet) e também conectados aos
susbsistemas de armazenamento através de Interfaces (HBA)
Fiber Channel ou Infiniband.

Para melhor compreensão, Figura 4.31 - Parque de servidores com conexões as redes LAN e SAN.
veja a tradução dos termos Fonte: IBM Redbooks, 2010.
em inglês no glossário

Uso da banda (básica ou larga)


Os dois métodos de sinalização dos canais utilizados pelas LANs
são banda Larga (Broadband) e banda Básica (Baseband).

Na sinalização por Broadband, a largura de banda do meio físico


é subdividida em faixas de frequência (FDM) para criação de
dois ou mais canais com transmissões independentes.

A sinalização em banda básica permite apenas um sinal ocupando


o meio físico em dado momento, pois utiliza a multiplexação
TDM. Em comparação com a banda básica, a sinalização em
banda larga é mais complexa, pois requer sinalização de controle
transmitida através da modulação de uma portadora.

172
Redes de Computadores I

Com relação à capacidade dos canais (figura 4.32), o uso de cabos


UTP pode transmitir dados e voz, sendo os dados transmitidos
normalmente em banda básica. Um sistema que sinalize o canal
(cabo coaxial, por exemplo) com Broadband pode dividir os
subcanais para voz, dados, fax, vídeo, etc.

Figura 4.32- Sinalização Baseband e Broadband.


Fonte: Held, 2001.

Aqui termina nossa quarta unidade, onde você aprendeu


a classificar as redes de computadores segundo diversos
parâmetros. Na próxima unidade, vamos estudar, com um bom
nível de detalhamento, os dispositivos de redes, iniciando pelos
hubs e transceivers e terminando nos hosts virtuais, assunto
bastante frequente nas discussões sobre infraestrutura de redes.
Claro, vamos estudar também os switches, soberanos nas redes
locais, e os roteadores, os grandes responsáveis pela comunicação
entre as WANs. Então, esteja atento (a) e conte com seu
Professor Tutor, no EVA.

Unidade 4 173
Universidade do Sul de Santa Catarina

Síntese
Nesta unidade, estudamos várias formas de classificar as redes
de computadores. Iniciamos, analisando as dificuldades na
classificação, inerentes à constante evolução das tecnologias, as
quais quebram paradigmas com muita frequência. Logo após,
estudamos a forma mais tradicional de classificar as redes,
utilizando para isso as topologias lógicas e físicas, aonde vimos as
redes em anel, estrela, árvore, etc.

A abrangência, bastante controvertida pelos novos conceitos,


foi nosso parâmetro para classificar as redes em LANs, MANs
e WANs. Na seção 4, classificamos as redes quanto a sua
velocidade e, depois, quanto à tecnologia, na seção 5. Nesta
última seção, apresentamos tecnologias fundamentais e bem
atuais, como as redes ópticas e as redes de armazenamento
(SANs). Fechamos a unidade com um tópico pouco comentado
na literatura atual, mas relacionado com as técnicas de
multiplexação vistas na unidade 3 - a sinalização dos canais em
banda larga (FDM) ou banda básica (TDM).

Atividades de autoavaliação
1) Quanto à classificação das redes, podemos afirmar que:
a) ( ) As redes podem ser classificadas quanto aos bits, aos serviços e a
topologia.
b) ( ) As redes podem ser classificadas quanto à velocidade.
c) ( ) As redes de alta velocidade possuem taxas iguais ou maiores a 12
Mbps.
d) ( ) As topologias são de 2 tipos: barramento ou círculo.
e) ( ) As abrangências das redes estão relacionadas com as tecnologias.

174
Redes de Computadores I

2) Quanto às topologias, podemos afirmar que:


a) ( ) Podem existir redes com topologias físicas diferentes das lógicas.
b) ( ) Um hub representa uma topologia em anel.
c) ( ) Uma rede em anel pode ser vista como um conjunto de enlaces ponto a ponto.
d) ( ) O ATM é um exemplo de rede com topologia em estrela.
e) ( ) O ethernet é um exemplo de rede com topologia lógica em barramento.
f) ( ) O ethernet é um exemplo de rede com topologia física em estrela.

3) Quanto às abrangências, podemos afirmar que:


a) ( ) As redes dividem-se em locais (LANs), metropolitanas (MANs) e de longa
distância (WANs).
b) ( ) As WAN são redes limitadas geograficamente.
c) ( ) As MANs podem abranger uma cidade.
d) ( ) As WAN não são mais utilizadas.
e) ( ) As LANs podem abranger mais de um edifício.

4) Quanto às redes locais, podemos afirmar que:


a) ( ) possuem número limitado de estações.
b) ( ) Funcionam basicamente na camada de enlace.
c) ( ) Normalmente são compartilhadas entre várias instituições.
d) ( ) Normalmente possuem largura de banda reduzida.
e) ( ) O grupo 802.11 do IEEE é responsável pelas redes locais sem fio.

5) Quanto à tecnologia, podemos afirmar que:


a) ( ) As redes ópticas possuem limitação de largura de banda.
b) ( ) As WLAN são inseguras.
c) ( ) As soluções de armazenamento podem ser dividas em DAS, NAS e SAN.
d) ( ) O método mais comum para armazenamento é o DAS.
e) ( ) As SANs possuem a melhor arquitetura em termos de segurança e
desempenho, quando se trata de sistemas de armazenamento de dados.

Unidade 4 175
Universidade do Sul de Santa Catarina

Saiba mais
Para saber mais sobre o conteúdo que você estudou nesta
Unidade:

„„ Acesse o material sobre redes locais disponível em: <http://


inf.unisul.br/~cerutti/disciplinas/redes1/LAN.pdf>

„„ Procure as mais variadas informações sobre tecnologias


e dispositivos de redes no livro de Douglas Comer,
intitulado “Redes de Computadores e Internet”, da
editora Bookman Companhia Editora LTDA. É de
leitura agradável, abrangente e com capítulos breves.
Você vai gostar!

176
5
UNIDADE 5

Dispositivos de redes

Objetivos de aprendizagem
„„ Identificar os dispositivos de redes.

„„ Entender as funções de cada um dos dispositivos de


rede.

„„ Conhecer a melhor utilização de um tipo de


dispositivo quando confrontado com problemas de
conectividade.

Seções de estudo
Seção 1 Hubs, repetidores e transceivers

Seção 2 Modems

Seção 3 NICs - Network Interface Cards

Seção 4 Bridges e Switches

Seção 5 Roteadores

Seção 6 Hosts

Seção 7 Máquinas virtuais


Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo


Nesta unidade, você estuda os principais dispositivos envolvidos
nas comunicações entre as máquinas. São muitos tipos, nomes e
funções. Você verá que cada dispositivo pode ser associado a uma
camada dos modelos de referência. Verá também que o modismo
levou ao mau uso da denominação de switch. Devido a esse mau
uso, quase todos os dispositivos atuais são denominados switch,
embora sejam híbridos de bridges e routers, ou um superconjunto
desses dois tipos.

Observe a Figura 5.1. Ela ilustra como alguns desses dispositivos


ficam distribuídos em uma rede local básica. O switch está numa
disposição onde pode ser substituído por uma bridge, ou hub.
Perceba que a sequência lógica da conectividade tem uma espécie
de “simetria” quando analisamos o caminho entre a origem e
o destino da informação, ou seja, se o sistema operacional do
lado direito da figura está enviando informações para o sistema
operacional do lado esquerdo, essa informação, dividida em
pacotes, como estudado na unidade 3, passa pelo PC, pela
interface de rede, pelo cabo, até chegar ao switch. Desde o switch
começa o percurso inverso: cabo, placa de rede, PC e sistema de
destino.

Dessa forma, compreenda a relevância desse conhecimento


quando se lida com dispositivos. Vamos ao estudo da unidade?
Concentre-se!

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
em inglês no glossário

Figura 5.1 - Disposição dos componentes básicos de uma rede.


Fonte: Adaptado de HELD, 2001.

178
Redes de Computadores I

Seção 1 – Hubs, repetidores e transceivers


Hubs, repetidores e transceivers são dispositivos e podem ser
considerados os mais simples envolvidos na comunicação entre
as máquinas, uma vez que utilizam apenas os sinais elétricos ou
ópticos, sem controle dos dados, erros ou endereços.

São dispositivos que funcionam unicamente na camada física do


modelo de referência OSI.

A grande missão de um dispositivo desse tipo é propagar o sinal


recebido em uma porta para todas as demais. Obviamente, os
erros eventuais são propagados como sinais válidos.

Um Hub ou repetidor pode ser visto como um “cabo elétrico


dentro de uma caixa” (wire in a box), conforme ilustra a figura 5.2.

(To Backbone)

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
(Endstation Attachments)
em inglês no glossário

Figura 5.2 - Um hub, do ponto de vista físico.


Fonte: adaptado de CLARK, 2003.

Os hubs possibilitaram a instalação das redes na topologia em


estrela, sendo o dispositivo onde todas as estações da topologia
estão conectadas. Esta “centralização” reduziu muito a dor de
cabeça dos administradores de redes, que, antes disso, precisavam
percorrer todo o cabeamento em busca de algum conector com
problema. Os cabos coaxiais que constituíam a topologia em
barramento constituíam também múltiplos pontos de falhas.

Unidade 5 179
Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 5.3 - Um barramento usando cabos coaxiais.


Fonte: SOARES, 1995.

Nas conexões de computadores com hubs ou switches, são usados


cabos diretos, ou seja, utilizando a mesma ligação nas duas
pontas do cabo.

Tabela 5.1 - Conexão Computador com switch/bridge/hub.

Pinos  Pinos 
Fio
Conector A Conector B
1 Verde & branco 1
2 Verde 2
3 Laranja & branco 3
4 Azul 4
5 Azul & branco 5
6 Laranja 6
7 Marrom & branco 7
8 Marrom 8
Fonte: Adaptação a partir de CEFET/PB, 2010.

Os switches atuais possuem um mecanismo de auto-sense para


inverter a posição dos pinos sempre que necessário.

180
Redes de Computadores I

Tabela 5.2 - Conexão Hub & Hub ou  Computador & Computador: usar cabo Crossover.

Pinos  Pinos 
Fio
Conector A Conector B
1 Verde & branco 3
2 Verde 6
3 Laranja & branco 1
4 Azul 5
5 Azul & branco 4
6 Laranja 2
7 Marrom & branco 8
8 Marrom 7

Fonte: Adaptação a partir de CEFET/PB, 2010.

Externamente, um hub (Figura 5.4) é muito semelhante a um


switch de camada 2.

Figura 5.4 - Hub de 24 portas.


Fonte: 3Com.com. Acesso em 20 mar.2009.

Para conectar duas estações diretamente, sem passar por um


dispositivo intermediário, você deve fazer o cruzamento dos
pinos no próprio cabo que, com essa concepção, é denominado
Crossover.

Figura 5.5 - Um repetidor regenerando o sinal.


Fonte: CHOWDHURY, 2000.

Unidade 5 181
Universidade do Sul de Santa Catarina

Além de concentrar o cabeamento em um ponto, os hubs


regeneram o sinal que já sofreu distorção e atenuação. Nessa
função, desempenham o papel de repetidores, ou repeaters.

1.1 Domínio de colisão


Um domínio de colisão é um conjunto de interfaces (NICs) para a
qual o frame enviado por uma NIC pode resultar em uma colisão
com um frame enviado por outra NIC no domínio de colisão.

Em um switch (figura 5.6), cada porta cria um segmento único,


cada segmento é chamado de “domínio de colisão”, porque
frames enviados para qualquer dispositivo naquele segmento
podem colidir com outros frames do segmento.

Os Switches podem encaminhar broadcasts e multicasts em


todas as portas. Entretanto o impacto de colisões é reduzido,
porque dispositivos conectados a diferentes portas de um switch
pertencem a um segmento Ethernet, introduzindo o termo
de “domínio de broadcast”.

A diferença entre os conceitos de domínio de colisão e domínio


de broadcast é que somente roteadores (dispositivos de camada
3) param o fluxo de broadcast de uma rede. Switches e bridges
(dispositivos de camada 2) não interrompem o fluxo, enquanto
que, em um domínio de colisão, tanto switches, bridges e routers
isolam o fluxo de colisões no segmento.

Figura 5.6 - Exemplos de domínio de colisão.


Fonte: DOYLE & CARROLL, 2005.

182
Redes de Computadores I

1.2 Transceivers ou transceptores


Os transceivers possuem a função de conexão de um nó ao
meio físico, fornecendo uma interface elétrica, para permitir
comunicação do host com o meio. Atualmente, essa função está
acoplada às interfaces de rede (NICs, que você vai ver na próxima
seção).

A figura 5.7 mostra três tipos de transceivers para interfaces AUI,


com saídas RJ 45, BNC e conectores de fibra óptica modelo ST.

Para melhor compreensão,


veja a tradução dos termos
em inglês no glossário

Figura 5.7 - Transceivers de primeira geração.


Fonte: HELD, 1998.

1.3 Transceivers GBIC - Gigabit Ethernet Interface Carrier


A interface GBIC (Gigabit Ethernet interface carrier) representa
um grande salto tecnológico em relação às interfaces dos
dispositivos de redes. Um GBIC é um tipo de transceiver que
permite aos administradores de rede configurar cada uma das
portas do switch para lasers de ondas curtas e de ondas longas,
como também para as interfaces físicas de cobre (figura 5.8). Essa
configuração permite que os fornecedores de switches construam
um único switch físico ou módulo de switch físico, que o cliente
poderá configurar de acordo com a topologia de laser/fibra
necessária. Em contraste, os switches de Gigabit Ethernet sem
GBICs não são compatíveis com outros lasers, ou precisam ser
personalizados de acordo com os tipos de laser necessários.

Unidade 5 183
Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 5.8 - GBICs. Figura 5.9 - GBICs com conectores SP.


Fonte: ALCATEL-LUCENT, 2010. Fonte: CISCO Systems, 2010.

1.4 Transceivers SFP - Small Form-factor Pluggable


O SFP é um tipo de transceiver semelhante ao GBIC, porém
de tamanho menor. Por esse motivo, é chamado também de
“mini-gbic”. São transceivers compactos, que podem ser plugados
“a quente”, ou seja, com os dispositivos e módulos funcionando
Figura 5.10 - SFP para par trançado normalmente. Assim como os GBICs, os SFPs fazem a interface
(UTP) com conector RJ-45.
entre o enlace da rede (fibra ou par trançado) e a placa mãe do
Fonte: CISCO Systems, 2010.
dispositivo (normalmente um switch ou router).

Os SFPs são os transceivers mais populares na indústria de


dispositivos de conectividade de dados ou de telecomunicações.

São projetados para suportar tecnologias SONET, Gigabit


Ethernet, Fibre Channel, InfiniBand, e outros padrões de
comunicação. O padrão está caminhando para a especificação
SFP+, a qual suporta taxas de até 10 Gbps. Os módulos SFP+,
comparados com seus antecessores Xenpak, X2 ou XFP, possuem
menos circuitos, os quais devem ser implementados pela placa
mãe do dispositivo.

184
Redes de Computadores I

Figura 5.11 - Transceiver SFP – Visão Lateral. Figura 5.12 - Transceiver SFP - Visão frontal do conector.
Fonte: ALCATEL-LUCENT, 2010. Fonte: ALCATEL-LUCENT, 2010.

Atualmente, os transceivers fazem parte de um projeto


muito eficaz na elaboração dos comutadores e routers. Eles
são os responsáveis pela conversão do sinal elétrico gerado
no barramento dos switches e routers em sinais ópticos para
comunicação com outros dispositivos do backbone ou da camada
de distribuição.

Figura 5.13 - Inserção de um transceiver 10Gbps (X2) em um chassi modular.


Fonte: CISCO Systems, 2010.

Nomenclatura dos Transceiveirs SFPs:

 Short wavelength (1000BASE-SX);


 Long wavelength/long haul (1000BASE-LX/LH);
 Extended distance (1000BASE-ZX).

Fonte: ALCATEL-LUCENT, 2010.

Unidade 5 185
Universidade do Sul de Santa Catarina

Na tabela a seguir, apresentam-se alguns dos nomes dos


transceivers SFPs mais utilizados na atualidade, os SX
e LX, utilizados para comprimentos de onda menores e,
consequentemente, distância também menores (SX), e para
comprimentos de onda e distâncias maiores. Observe.

Tabela 5.3 - Especificações do Gigabit Ethernet em fibra.

GBIC Wavelength Fiber Core Modal Bandwidth Cable Distance


(nm) Type Size (micron) (MHz/km)

SX2 850 MMF 62.5 160 722 feet (220 m)


    62.5 200 902 feet (275 m)
      50.0 400 1640 feet (500 m)
      50.0 500 1804 feet (550 m)
LX/LH 1310 MMF 62.5 50 1804 feet (550 m)
  50.0 400 1804 feet (550 m)
      50.0 500 1804 feet (550 m)
    SMF 8.3/9/10 - 6.2 miles (10 km)
ZX 1550 SMF 8.3/9/10 - 43.5 miles (70 km)
    8 - 62.1 miles (100 km)

Fonte: CISCO Systems, 2010.

Por meio da tabela 5.1, demonstra-se a utilização de cada tipo


de transceiver óptico da atualidade com os comprimentos de
onda, o tipo de fibra SMF/MMF (estudados na unidade 2),
relacionando-os com as distâncias máximas atingidas pelos
dispositivos. Em TI, é importante que você tenha e detenha este
conhecimento.

Seção 2 - Modems
Os Modems (contração de MOdulador & DEModulador) são
responsáveis pela codificação dos sinais digitais de dados em linhas
de transmissão originalmente analógicas. Atualmente, existem
também modems digitais, como os utilizados nos enlaces ADSL.

186
Redes de Computadores I

2.1 Modems analógicos


A transmissão de dados através da rede telefônica de comutação
de circuitos analógicos (veja unidade 3 – redes comutadas) requer
o uso de modems.

Em sua forma mais simples, os modems são compostos de uma


unidade de alimentação, um transmissor e um receptor. A
unidade de força provê a voltagem necessária para a operação
do modem. O transmissor é composto por um modulador, um
amplificador e circuitos destinados a filtrar, formatar e controlar
os sinais, convertendo-os para tons elétricos analógicos.

O processo de conversão do sinal digital para o


analógico é chamado de Modulação, enquanto o
processo inverso é denominado Demodulação.

Para melhor compreensão,


Workstation Modem Public Telephone Network Modem Server veja a tradução dos termos
em inglês no glossário
Figura 5.14 - Conexão de dados em linhas analógicas. Com o uso de modems, os sinais digitais dos
computadores podem ser transmitidos nos circuitos físicos analógicos das redes telefônicas mais antigas.
Fonte: Adaptado de Stallings, 2010.

Na figura 5.14, você pode observar os modems como dispositivos


de conexão de uma rede de dados (sinais digitais) a uma rede de
telefonia convencional (analógica). A figura 5.15 demonstra os
“bastidores” do mesmo cenário, onde a fonte gera o sinal digital.
O sistema transmissor (estudado na unidade 1), representando as
funções do modem, transforma esse sinal em sinal digital, o qual
percorre o sistema de transmissão até o receptor (o modem de
destino), que novamente converte o sinal, agora de analógico para
digital, e entrega ao dispositivo computacional destinatário.

Unidade 5 187
Universidade do Sul de Santa Catarina

Digital bit Analog Analog Digital bit


stream signal signal stream
Text Text

Source Transmitter Transmission Receiver Destination


System

1 2 3 4 5 6
Input Input data Transmitted Receivel Output data Output information
information g (t) signal signal g’ (t) m’
m s (t) r (t)

Para melhor compreensão, Figura 5.15 - Tipos de sinais trocados entre os componentes.
veja a tradução dos termos Fonte: STALLINGS, 2010.
em inglês no glossário

Você sabia?

O primeiro modem surgiu em 1956 e foi inventado pela


AT&T Bell Laboratories.

Essas placas foram bastante


utilizadas para enlaces até
as operadoras de Telecom,
bem como nos primeiros
Figura 5.16 - Interface de modem analógico.
provedores de acesso de
Internet, os quais operavam Fonte: Disponível em <http://www.unilasalle.edu.br/canoas/assets/upload/labs_telecom/DT34M.JPG>.
com “linhas discadas”, Acesso em: 30 jan. 2010.
também chamadas de
“dial-up”.
As características de cada modem determinam as taxas efetivas
de transmissão nas redes analógicas. Tais características incluem o
tipo de modulação (veja unidade 2) e as taxas de transmissão (bps)
permitidas pela técnica de modulação utilizada. O uso de técnicas
de compressão de dados também pode melhorar significativamente

188
Redes de Computadores I

o desempenho de tais equipamentos. Por exemplo, um modem


analógico típico (tipo V.32) utilizava taxas de transmissão de
9600 bps. Quando incorporava a compressão tipo V.42, sua taxa
de transmissão poderia exceder 19.200 bps. Os algoritmos de
compressão mais usados na época eram o Microcom Networking
Protocol (MNP) class 5 (compressão de 1,5:1) e o ITU-T V.42
(compressão de 2:1).

2.2 Modems Digitais


Atualmente, os canais de comunicação entre as centrais
telefônicas são, em sua maioria, digitais. Os modems evoluíram,
atuando também como multiplexadores (veja unidade 2), com
a função de criarem canais virtuais separados para transmissão
de dados, voz e vídeo. Surgiram assim os cable modems (usados
pelas TVs por assinatura, as quais provêm também serviços
de dados e voz) e os modems de assinantes de linhas digitais
(Digital Subscriber Line, ou DSL).

Digital Subscriber Line (DSL)


Os DSLs utilizam a tecnologia dos modems (figura 5.17) para
aproveitar os pares trançados dos telefones de forma a transportar
dados em taxas elevadas, permitindo os serviços multimídia. O
termo xDSL é utilizado para refererir-se a um grande número de
tecnologias DSL similares, as quais competem entre si e incluem:
ADSL, SDSL, HDSL, HDSL-2, G.SHDL, IDSL, e VDSL.

O termo xDSL tem sido um ponto focal para os fabricantes,


provedores de serviço de Internet (ISPs, ou Internet Service
Providers) e implementadores, devido à possibilidade de
transmissão de dados em alta velocidade, mesmo em zonas
dispersas, com um investimento relativamente pequeno na
infraestrutura de telecomunicações.

Unidade 5 189
Universidade do Sul de Santa Catarina

Os serviços xDSL proveem linhas dedicadas e ponto a ponto.

A maior parte das implementações atuais são de ADSL, ou


Asymmetric Digital Subscriber Line. O assimétrico do nome da
tecnologia significa que as taxas de transmissão de upload (desde
o assinante até o provedor) são diferentes (normalmente menores)
Figura 5.17 – Modem ADSL. do que as taxas de download (desde o provedor até o assinante).
Fonte: Shanghai DareGlobal Pelo fato de estar sempre disponível (não precisa de discagem),
Technologies Co, Ltd. Disponível
em: <http://dareglobal. o ADSL atende a demanda do perfil de usuário doméstico, o
en.ec21.com/ADSL_Modem-- qual, normalmente, usa mais downloads na rede do que uploads.
530386_530507.html>.
Atualmente, existem variantes do próprio ADSL, como você
Acesso em: 20 fev. 2010.
pode observar na tabela 5.4.

Tabela 5.4 - Padrões de AD

Nome Nome Taxas  Taxas  Data da aprovação


padrão popular download Upload  do padrão 

ANSI T1.413-1998 - 2 ADSL 8 Mbit/s 1.0 Mbit/s 1998


ITU G.992.1 ADSL (G.DMT) 12 Mbit/s 1.3 Mbit/s 1999-07
ITU G.992.1 Annex A ADSL over POTS 12 Mbit/s 1.3 Mbit/s
ITU G.992.1 Annex B ADSL over ISDN 12 Mbit/s 1.8 Mbit/s
ITU G.992.2 ADSL Lite (G.Lite) 1.5 Mbit/s 0.5 Mbit/s 1999-07

ITU G.992.3 ADSL2 12 Mbit/s 1.0 Mbit/s 2002-07


ITU G.992.3 Annex J ADSL2 12 Mbit/s 3.5 Mbit/s
ITU G.992.3 Annex L RE-ADSL2 5 Mbit/s 0.8 Mbit/s
ITU G.992.4 splitterless ADSL2 1.5 Mbit/s 0.5 Mbit/s 2002-07

ITU G.992.5 ADSL2+ 24 Mbit/s 1.0 Mbit/s 2003-05


ITU G.992.5 Annex M ADSL2+M 24 Mbit/s 3.5 Mbit/s

Fonte: CISCO Systems, 2010.

190
Redes de Computadores I

Capacidades da tecnologia
Um circuito ADSL conecta um modem ADSL em cada
extremidade de um canal de telefonia de par trançado e multiplexa
esse canal em 3 frequências separadas: 1 canal de downstream de
alta velocidade, um de upstream de média velocidade e um canal
para voz, onde trafega o serviço de telefonia. A figura abaixo mostra
essa multiplexação FDM.

Frequency Division Multiplexing

Upstream Data Downstream Data


Amplitude

POTS

Para melhor compreensão,


Frequency
veja a tradução dos termos
Figura 5.18 - Multiplexação FDM no circuito de telefonia para criação dos canais virtuais do ADSL. em inglês no glossário
Fonte: Disponíve em <http://hw-server.com/web51/adsl.html>. Acesso em: 20 jul. 2010

Seção 3 – NICs – Network Interface Cards


Os NICs são dispositivos que possuem várias nomenclaturas:
adaptadores, placas de rede, cartão de rede, hardware de rede. Tão
variadas quanto os nomes, são as configurações e funcionalidades
de cada implementação. Obviamente, isso possibilita uma gama
de preços também muito variada. Esses dispositivos operam nas
camadas 1 e 2 do modelo OSI.

Normalmente é dito que um dispositivo opera em uma única


camada. Tal afirmação só é válida para os de camada 1. Para os
demais, como as NICs, a referência é feita para a camada de operação
mais alta. Sob esse prisma, os routers seriam de camada 3, embora
precisem comutar entre interfaces (função típica de camada 2).

Unidade 5 191
Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 5.19 – NIC


Fonte: Disponível em <http://www.simulationexams.com/tutorials/netplus/network-devices.htm>.
Acesso em: 20 jul. 2010

A figura 5.21 mostra uma interface de rede antiga, com suporte


a vários tipos de conectores. Atualmente, como os conectores
RJ 45 predominam em ampla escala, as NICs suportam só esse
tipo de conexão, embora algumas possam suportar conectores de
fibra (ST, SC), para os casos onde a tecnologia de rede exigir. A
interface de rede é a responsável pela codificação dos sinais. No
lado receptor da mensagem, a NIC decodifica os sinais.

Os adaptadores podem ser vistos como um dispositivo de duas


interfaces (Figura 5.20): uma cumpre as funções de comunicação
com o host (bus interface), e a outra cumpre as funções de
comunicação com o enlace de rede (link interface). Várias outras
funções estão a cargo desse dispositivo, como por exemplo:

„„ Endereço físico do nó da rede;

„„ Enquadramento (inserção da mensagem no frame);

„„ Detecção de erros;

„„ Controle do acesso ao enlace.

192
Redes de Computadores I

CPU

Network To net
Cache adaptor

I/O bus Para melhor compreensão,


Memory
veja a tradução dos termos
em inglês no glossário

Figura 5.20 - Posição da NIC em relação ao Hardware do Host.


Fonte: adaptado de KUROSE & ROSS, 2010.
Host I/O bus

Bus Link
Network
interface interface

Adaptor

Figura 5.21 - As duas interfaces do adaptador.


Fonte: adaptado de KUROSE & ROSS, 2010.

Todas essas funcionalidades são executadas de diferentes formas,


conforme a tecnologia utilizada na rede local onde a interface
está conectada. Existem adaptadores para todas as tecnologias de
redes locais: Ethernet (10, 100, 1000 Mbps), Token Ring, ATM,
FDDI. Ethernet e Token Ring são as mais utilizadas, com mais de
90% do mercado.

Unidade 5 193
Universidade do Sul de Santa Catarina

Protocolos de Rede (IP, IPX, DECnet, etc).

Interface de programação da aplicação.(API)


(NDIS,STREAM, etc.)
** Pela qual a aplicação pode transferir
informações a outras aplicações.

Software de “condução”do dispositivo


** Determina como um dispositivo em questão deve atuar em um
determinado conjunto de hardware e sistema operacional.

Cartão de interface de rede (Placa de Rede)

Figura 5.22 - Camadas de software acima da NIC.


Fonte: CHOWDHURY, 2000.

Seção 4 - Bridges e switches


Aqui começamos a entender um pouco mais sobre o relacionado
até agora. Muita confusão é feita em torno da palavra “switch”
(comutador).

Segundo Perlman (talvez a maior crítica desse termo), podemos


denominar de switch aos seguintes dispositivos:
Figura 5.23 - Um switch simples.
Fonte: http://www. „„ Repetidor Multiportas: switch de camada 1;
clipartsvetorizar.com/2007/08/
vetorizar.html.
„„ Bridge: Switch de camada 2;
Acesso em: 2 ago. 2010

194
Redes de Computadores I

Figura 5.24 - Arquitetura de um switch.


Fonte: ENTERASYS, 2010.

Router: Switch de camada 3


Obviamente, essa é uma visão um tanto radical, mas serve
para ilustrar a doce confusão da nomenclatura. Estendendo o
problema, alguns vendedores chamam alguns dispositivos de
switch-hub. O que seria isso?

Vamos considerar que, pela nomenclatura original, um Hub é


um dispositivo central. Portanto um switch hub é um dispositivo
central de comutação, ou, simplesmente, um comutador (switch).

No nosso curso, definimos um switch como um


dispositivo clássico, que trabalha na camada 2,
funcionando como bridge, portanto.

Unidade 5 195
Universidade do Sul de Santa Catarina

Bridges

A C

Figura 5.25 – Bridge.


Fonte: FITZGERALD & DENNIS, 2009.

Uma bridge, ou ponte (Figura 5.25), é um dispositivo capaz de


transportar os sinais de uma rede local (A) para outra (C).

A ponte também tem a propriedade de separar as redes em


grupos mais gerenciáveis. Ela mapeia os membros de cada
população e gerencia a comunicação entre as populações. Todos
os endereços físicos (das interfaces de rede) conectados em cada
porta das pontes são mapeados numa tabela (Figura 5.26).

MAC Address Interface


Computer 1 A
Computer 2 A
Computer 3 B Para melhor compreensão,
Computer 4 B veja a tradução dos termos
Computer 5 C em inglês no glossário

Computer 6 C

Figura 5.26 - As bridges mantêm tabelas das máquinas que podem ser alcançadas em cada porta.
Fonte: PANKO, 2008.

196
Redes de Computadores I

Cut-Through ou Store and Forward


Os fabricantes de switches normalmente utilizam como método
de repasse dos pacotes uma das duas tecnologias acima. Outros
podem usar um cut-through modificado.

Os dois métodos possuem vantagens e também pontos fracos.

O método cut-through repassa um quadro tão logo o switch


determine o endereço MAC de destino e a porta correta para
enviar o quadro. Normalmente, o reencaminhamento começa
após aproximadamente 14 bytes do cabeçalho terem sido
recebidos. Isso tende a reduzir o atraso porta a porta, que é bem
maior no método store-and-forward. Usando essa técnica, os
switches podem enfrentar dois problemas:

1. Endereçar os frames com erros ou malformados;

2. Forçar todas as portas a operarem na mesma velocidade.

Store and forward


Usando esta técnica, os switches evitam repassar frames
malformados ou errados.

Os switches, com essa técnica, armazenam o frame em memória.

Métodos de repasse dos fram

Método Vantagens Desvantagens

Cut-through Menor latência Repassa frames malformados.


Todas as portas devem operar
na mesma velocidade

Store and forward Malformados são descartados Maior latência

Unidade 5 197
Universidade do Sul de Santa Catarina

Domínio de Broadcast
Um domínio de Broadcast é um conjunto de NICs para as quais
um frame de Broadcast enviado por uma NIC será recebido por
todas as outras NICs naquele domínio de Broadcast.

Broadcast é a forma de endereçamento onde uma fonte de


informação transmite para todos os participantes do domínio
(rede) da fonte.

Um domínio de broadcast é um segmento lógico de uma rede


de computadores em que um computador ou qualquer outro
dispositivo conectado à rede é capaz de se comunicar com outro
sem a necessidade de utilizar um roteador ou gateway.

Figura 5.27 – Um roteador ou gateway separando dois domínios de broadcast .


Fonte: DOYLE & CARROLL, 2005.

Seção 5 - Roteadores
Um roteador possui a função de receber um pacote (PDU de
camada 3) em uma interface, verificar a existência de erros, e, se
tudo parecer correto, o endereço de destino deve ser comparado
com a tabela de roteamento. Tal tabela irá designar em qual
interface o pacote será encaminhado para atingir a rede de
destino.

198
Redes de Computadores I

Os roteadores receberam muitas denominações ao longo do


tempo: IMP (Interface Message Processor - na época da ARPANET,
foram os primeiros roteadores), Gateway (provavelmente devido
às funções dos protocolos IGP e EGP), IS (Intermediate System -
nomenclatura dada pelo modelo OSI).

Roteador é um dispositivo de conectividade de redes de


dados, cuja função é repassar datagramas entre redes
que não possam entregar diretamente seus frames.

„„ Mini-comp Honeywell
DDP-516, Interface Message Processor (1969).
„„ A primeira comunicação entre os IMPs foram as
3 primeiras letras da palavra “login”. A maquina
SRI travou depois do ‘g’.
„„ Os IMPs comutaram pacotes durante 20 anos
Leonard-Kleinrock e o IMP I na ARPANet.

RFÇ 1 Hot Software 7 April 1969

A. Before Link Establishment

terminal terminal

Request connection
UCLA --> over link 25
SRI

I OS I III III I OS I

HOST : UCLA HOST : SRI


/

Figura 5.28 - Modelo de comunicação do IMP – Interface message processor, descrito na RFC No. 1, o
primeiro roteador da ARPANet.
Fonte: adaptado de CERUTTI, 2008.

Unidade 5 199
Universidade do Sul de Santa Catarina

Todos os nomes que dados aos roteadores são descritivos de uma


função desempenhada por esse dispositivo.

Interface message processor: representa a função de comutar


os pacotes de uma rede para outra.
Gateway: representa a passagem dos dados de uma rede para
chegar a outra rede.
Intermediate System: mostra o papel de intermediário, elo entre
os sistemas finais.

Nas redes com mais de um caminho para o mesmo destino, os


roteadores têm a função de encontrar o melhor caminho. Nem
sempre o melhor caminho é o mais curto. A decisão precisa ser
baseada em métricas, como a taxa de perdas, o atraso e a banda
disponível.

Os procedimentos para encontrar esse caminho e compartilhar


essa informação com os demais roteadores são denominados
protocolos de roteamento.

Arquitetura do roteador
Basicamente, um roteador possui os mesmos componentes de um
computador comum:

CPU, Memória, interfaces de entrada/saída (I/O) e dispositivos


de armazenamento.

Você pode visualizar a estrutura interna de um roteador padrão


na figura 5.29, a seguir.

200
Redes de Computadores I

1 Ground screw 7 AIM module


2 Interface card slot 0 8 SODIMM socket
3 USB port 9 Power supply connection
4 CompactFlash memory card slot 10 System fan
5 Interface card slot 1 11 Power supply
6 Safety shields for WIC/HWIC slots and connectors

Figura 5.29 - Cisco 1805 Cable Router.


Fonte: CISCO Systems, 2010.

Pode-se diagramar os componentes de um roteador típico,


segundo ilustrado na figura 5.30, a seguir:
Componentes de um roteador

Mem Switch fabric Interfaces Sistema OP

RAM CPU
Comutação
NVRAM
LAN WAN
ROM
WEB, FTP,
Flash Configuração TFTP

AUX Console VTY’s

Figura 5.30 - Componentes de um roteador padrão de mercado.


Fonte: CERUTTI, 2008.

Unidade 5 201
Universidade do Sul de Santa Catarina

Tipos de memória
„„ RAM/DRAM - armazena tabelas de roteamento, cache
ARP, cache de comutação rápida, buffer de pacote (RAM
compartilhada) e filas de espera de pacotes. A RAM
também fornece memória temporária e/ou em execução
a um arquivo de configuração de roteador, enquanto ele
estiver acionado. O conteúdo da RAM é perdido durante
uma falta de energia ou reinicialização.

„„ NVRAM - a memória RAM armazena o arquivo de


configuração de backup/inicialização do roteador. O
conteúdo da NVRAM é retido durante uma falta de
energia ou reinicialização.

„„ Flash - ROM apagável e reprogramável, que retém a


imagem e o microcódigo do sistema operacional. A memória
Flash permite atualizações do software sem a remoção ou
substituição dos chips do processador; o conteúdo da Flash é
retido durante uma falta de energia ou reinicialização. Pode
armazenar várias versões do software IOS.

„„ ROM - contém diagnósticos iniciais, um programa


de bootstrap e um software de sistema operacional. As
atualizações do software na ROM exigem a remoção e
substituição de chips que podem ser conectados à CPU.

Modelo de memória do Router


Equivalente ao HD,
2501 armazena sistema
operacional IOS
Flash 8MBytes Armazena as
configurações
NVRAM 64Kbytes startup-config

ROM Armazena o
programa de Boot
RAM 4Bytes rom monitor

Memória de Trabalho,
IOS, Buffers e running-
config.

Figura 5.31 - Modelos de memórias para um roteador típico.


Fonte: CISCO Systems, 2010.

202
Redes de Computadores I

As interfaces
Conexões na placa-mãe ou em módulos de interface separados,
através dos quais os pacotes entram e saem de um roteador.

Podem-se distinguir dois grupos de interfaces: de configuração e


de comutação.

Figura 5.32 - Interfaces de configuração de um roteador.


Fonte: CISCO Systems, 2010.

Interfaces de configuração

„„ Console: Do terminal (um computador conectado ao


roteador através da porta do console);

„„ Auxiliar: Através do modem;

„„ Terminais virtuais: (VTY 0 a 4), depois de ter sido


instalado na rede, através de telnet ou SSH.

Outras formas de acesso para configuração

„„ Servidor de TFTP

„„ estação de gerência SNMP

„„ cliente HTTP

Unidade 5 203
Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 6 - Hosts
Um host deve ser considerado como um nó terminal de uma
rede. Vários nomes são usados, dependendo do contexto ou dos
padrões adotados:

„„ Host (usado pela comunidade IP);

„„ Data terminal equipment, ou DTE (usado pelo padrão


X.25);

„„ End system, ou ES (usado pela ISO);

„„ Station.

Do ponto de vista do host, a rede pode ser vista como uma grande
nuvem, à qual ele está conectado, possibilitando que ele se
comunique com outros hosts conectados à nuvem.

Figura 5.33 - Conexão do ponto de vista do Host.


Fonte: adaptado de CLARK, 2003.

Adicionalmente, o termo “nó” pode ser empregado para denotar


um host ou um router.

Os hosts possuem nomes que os identificam na Internet. A


nomenclatura é determinada através do “Sistema Hierárquico
DNS – Domain Name System”, ou sistema de nomes de domínio.

Um nome de host pode ser, por exemplo, <www.unisul.br>.

As interfaces dos hosts são endereçadas, ou seja, possuem


identificadores numéricos, em dois níveis: na camada 3
recebem um número de 32 bits (endereço IP), determinado

204
Redes de Computadores I

pelo administrador da rede local, e, na camada 2, recebem um


endereço físico, de 48 bits, determinado pelo fabricante da NIC.

Alguns protocolos, como o ARP, ajudam na tradução de um


endereço para o outro.

Tecnicamente, os hosts trabalham nas sete camadas do modelo de


referência OSI.

Nesses dispositivos é que temos instalados os serviços de rede,


como E-Mail (Postfix, Qmail, Sendmail), web server (Apache),
salas de bate-papo (IRQ , MSN). Na outra extremidade, estão os
clientes do modelo, com as aplicações que podem acessar esses
serviços: cliente de e-mail (Outlook, ThunderBird, Eudora) e
browsers (Firefox, Netscape, IE).

Virtual Machines (VM, ou máquinas virtuais)


O termo máquina virtual foi descrito na década de 1960 pela
IBM: uma abstração de software que enxerga um sistema físico
(máquina real). Ao invés de ser uma máquina real, isto é, um
computador real feito de hardware e executando um sistema
operacional específico.

Uma máquina virtual é um computador fictício criado por um


programa de virtualização. Sua memória, processador e outros
recursos são virtualizados.

A virtualização é a interposição do software (máquina virtual) em


várias camadas do sistema. É uma forma de dividir os recursos de
um computador em múltiplos ambientes de execução.

O termo “camada de virtualização”, genericamente referida como


“virtualização”, irá remeter para uma implementação genérica
de um sistema concebido, para particionamento de softwares em
um servidor físico. A figura 5.34, a seguir, representa de forma
simples um hardware com um sistema operacional base instalado
diretamente no hardware e seus aplicativos instalados.

Unidade 5 205
Universidade do Sul de Santa Catarina

Software Software Software


Applications Applications Applications

Operating System
(Linux, Solaris, Windows, etc.)

Physical Hardware
(CPU, Memory, Disks, Network, etc.)

Para melhor compreensão, Figura 5.34 - Arquitetura tradicional.


veja a tradução dos termos Fonte: Advanced Server Virtualization, 2006.
em inglês no glossário

A camada de virtualização consiste de componentes de software


usados para criar a abstração entre o hardware físico e ambientes
virtuais. Ao referir-se a uma determinada camada de uma
aplicação de virtualização, como o z/VM da IBM, o Microsoft
Virtual Server ou VMware ou o ESX Server, o conceito de
virtualização de plataforma é comumente usado. Embora a
maioria dos conceitos sobre a camada de virtualização sejam
comuns entre a maioria das plataformas de virtualização, existem
diferenças entre as plataformas disponíveis no mercado.

Motivação
A complexidade de TI está causando problemas de negócios e
aumento de custos às empresas:

„„ O custo com profissionais dobrou de 33% (1996) para


66%(2006) em relação ao custo total de TI;

„„ Os custos de software continuam a crescer linearmente


com a distribuição dos servidores;

„„ Os custos com energia estão subindo e isto se tornou


grande prioridade nas empresas;

„„ Preocupações com o aquecimento global.

206
Redes de Computadores I

O aumento da densidade da tecnologia trouxe maior demanda


por energia (figura 5.35).

A continuidade dessa proliferação é insustentável em razão


da quantidade de energia requerida, dos custos envolvidos
e da complexidade da infraestrutura que resulta na falta de
flexibilidade. As empresas estão focadas na consolidação de
servidores e em redução de custos.

Figura 5.35 - Oportunidades para eficiência energéticas em data-centers.


Fonte: IBM, 2009.

Consolidação
„„ 50% dos data centers têm projetos de consolidação
encaminhados, visualizando a redução de custos e
melhor controle dos sistemas.

„„ 29% das empresas entendem a consolidação do data


center como alta prioridade para os próximos anos.

Unidade 5 207
Universidade do Sul de Santa Catarina

„„ 35% das grandes empresas entendem a consolidação de


servidores em poucas plataformas como alta prioridade.

„„ 52% das empresas com System z têm planos


de consolidação; 45% planejam simplificar suas
infraestruturas.

„„ O “efeito consolidação” está diminuindo a venda mundial


de servidores.

„„ A virtualização está tendo e continuará a ter um impacto


negativo na venda mundial de servidores, pois projetos
de virtualização geralmente resultam em taxas de
consolidação acima de 10:16.

Redução de Custos
„„ 35% dos CIOs reportam ‘controle dos custos’ como a
maior prioridade no gerenciamento de IT7.

„„ 56% dos CEOs citam os benefícios da redução de


custos como o maior benefício nos modelos de negócios
inovadores.

Figura 5.36 - Refrigeração, Gerenciamento e Administração.


Fonte: IBM, 2009.

208
Redes de Computadores I

Hardware Partitioning

Apps Apps

OS OS

Adjustable
partitions
Partition
Controller

SMP Server

Server is subdivided into fractions


each of which can run an OS

Physical partitioning
S/370™ Si-to-PP and PP-to-SI,
Sun Domains, HP nPartitions
Logical partitioning
IBM eServer™ pSeries® LPAR, Para melhor compreensão,
HP vPartitions veja a tradução dos termos
em inglês no glossário

Figura 5.37 - Particionamentos lógicos e físicos.


Fonte: IBM, 2009.

Dependendo da plataforma de virtualização, a camada de


software pode ser instalada diretamente no servidor, no
hardware, ou pode ser instalado em um sistema operacional
existente já residente no hardware do servidor. Em cada
caso, a camada de virtualização é o principal componente
da Virtual Machine Monitor (VMM), na maioria das vezes
sendo referenciado como o Hypervisor. O VMM, abstraindo
da sua tarefa principal, é o verdadeiro computador recursos e
proporciona ambientes virtuais em que os sistemas operacionais
podem ser instalados. Estes ambientes são geralmente referidos
como máquinas virtuais.

Unidade 5 209
Universidade do Sul de Santa Catarina

Conforme podemos observar na figura 5.38, a representação em


camadas da instalação de um hypervisor está diretamente em cima
do hardware, de onde é abstraído o sistema operacional hospedeiro,
e onde se insere a camada de virtualização. Desta forma as
máquinas virtuais estão instaladas no hypervisor e este diretamente
em cima do hardware diminuindo assim uma camada.

Virtual Machine Virtual Machine

Software Software Software Software Software Software


Applications Applications Applications Applications Applications Applications

Operating System Operating System


(Linux, Solaris, Windows, etc.) (Linux, Solaris, Windows, etc.)

Virtual Hardware Virtual Hardware

Virtualization Layer
(Virtual Machine Monitor / Hypervisor)

Para melhor compreensão, Physical Hardware


veja a tradução dos termos (CPU, Memory, Disks, Network, etc.)
em inglês no glossário

Figura 5.38 - Virtualização tipo Bare. Metal Hypervisor.


Fonte: adaptado de Advanced Server Virtualization, 2006 e IBM.

Na virtualização tipo Bare, o Hypervisor fornece um “tempo


compartilhado” (timesharing), refinado para todos os recursos.
Nesse sistema, o Hypervisor roda diretamente no hardware físico.

System z LPAR and z/VM®.

POWER™ Hypervisor VMware ESX Server Xen Hypervisor


Microsoft® Hyper-V.

210
Redes de Computadores I

Uma máquina virtual é única, isolada em relação ao ambiente


que é criado através de software pela camada de virtualização, o
que parece ser exatamente como um computador x86 (ou outra
arquitetura que esteja sendo virtualizada) físico. Uma máquina
virtual também é referenciada como uma VM, ou servidor
virtual, que representa um único computador virtual.

A compatibilidade do sistema operacional e aplicativos podem


ser instalados em uma máquina virtual. Embora o VMM crie e
gerencie as máquinas virtuais, estas máquinas também exigem
recursos de um servidor físico.

Estes recursos são alocados através do VMM e da máquina


virtual, por não possuir qualquer conhecimento da existência do
servidor do host ou camada de virtualização. Ela simplesmente
“vê” o hardware virtual exposto pelo VMM como se fosse
real hardware. Alguns dos hardwares virtuais são emulados,
ou simulados pela camada de virtualização exposta através do
VMM em uma maneira muito controlada.

Virtual Machine Virtual Machine

Software Software Software Software Software Software


Applications Applications Applications Applications Applications Applications

Operating System Operating System


(Linux, Solaris, Windows, etc.) (Linux, Solaris, Windows, etc.)

Virtual Hardware Virtual Hardware

Virtualization Layer
(Virtual Machine Monitor / Hypervisor)

Operating System
(Linux, Solaris, Windows, etc.)

Physical Hardware Para melhor compreensão,


(CPU, Memory, Disks, Network, etc.) veja a tradução dos termos
em inglês no glossário

Figura 5.39 - Virtualização tipo Hosted Hypervisor.


Fonte: adaptado de Advanced Server Virtualization, 2006 e IBM.

Unidade 5 211
Universidade do Sul de Santa Catarina

Nessa abordagem, o software Hypervisor roda em um sistema


operacional hospedeiro, o qual é o responsável pelas interrupções
do hardware. Exemplos: VMware Server, HP Integrity VM,
User Mode Linux®.

Nesta seção, você estudou os Hosts, que são os dispositivos


finais interconectados pelo sistema de transmissão. Com isso,
terminamos a unidade 5, mas é importante que você prossiga
estudando. Estabeleça contato com seus colegas de Turma e com
o Professor Tutor por meio do EVA. Acesse os materiais sugeridos
como “saiba mais” e siga aprimorando seu conhecimento.

Síntese
Nesta unidade, estudamos os dispositivos que compõem um
sistema de comunicação de dados, ou seja, os equipamentos que
constituem as redes de computadores e são responsáveis também
pela interconexão dessas redes menores, formando a Internet. Você
estudou desde os componentes mais simples, como os Hubs e
repetidores, até os modems analógicos e os seus sucessores modems
digitais (responsáveis pelas conexões mais usadas atualmente
pelos usuários não corporativos, a tecnologia ADSL). Estudou
ainda os modernos transceivers SFPs, os quais possibilitam que,
em um único chassis, sejam conectadas interfaces variadas em
relação às taxas de transmissão e fibras ópticas de funcionalidades
diversas em relação aos comprimentos de onda e distâncias dos
enlaces. Você viu também como funcionam os switches e bridges
e aprendeu sobre domínios de colisão e broadcast, conceitos
importantes nas redes locais (LANs). Estudamos também os
roteadores, os dispositivos que conectam realmente a espinha
dorsal (backbone) da Internet. Associamos esses componentes
às camadas do modelo OSI, até chegarmos aos hosts, os quais
“entendem” todas as 7 camadas. Estudamos nesta última sessão,
também, os modernos conceitos de virtualização e hosts virtuais,
os quais contribuem sobremaneira para economia de espaço, de
energia (tanto para as máquinas quanto para a refrigeração dos data
centers). Economizam recursos computacionais, racionalizando
o uso da memória e da CPU. Economizam também no
gerenciamento, facilitando a manutenção dos serviços.

212
Redes de Computadores I

Atividades de autoavaliação

Marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas

1) Quanto aos Hubs, podemos afirmar que:


a) ( ) São os mais sofisticados entre os dispositivos de rede.
b) ( ) Trabalham na camada 1.
c) ( ) Entendem endereçamento.
d) ( ) Possibilitam que a topologia física seja em estrela.
e) ( ) Podem atuar como repetidores, regenerando o sinal.

2) Quanto aos switches e bridges, podemos afirmar que:


a) ( ) Transportam frames de um hub para outro hub, tornando a rede
mais lenta.
b) ( ) Roteiam datagramas de uma rede para outra.
c) ( ) Armazenam os mac adress de cada porta.
d) ( ) Os switches podem repassar os frames de duas formas: Cut-
through e store-and-forward.
e) ( ) As bridges permitem um aumento na extensão das redes.

3) Quanto aos roteadores, podemos afirmar que:


a) ( ) Os roteadores recebem datagramas (pacotes) e os transformam
em segmentos.
b) ( ) Os roteadores escolhem os melhores caminhos.
c) ( ) Os roteadores não verificam a existência de erros.
d) ( ) Os roteadores possuem vários tipos de memória.
e) ( ) Os roteadores possuem normalmente só duas interfaces.

Unidade 5 213
Universidade do Sul de Santa Catarina

4) Quanto às placas de redes (NICs), podemos afirmar que:


a) ( ) Uma NIC comunica o sistema operacional com a camada de
aplicação.
b) ( ) Uma NIC é a responsável pela codificação dos sinais.
c) ( ) As NICs comunicam os hosts com os enlaces.
d) ( ) Nas NICs estão instalados os serviços da camada de enlace.
e) ( ) Os hosts precisam das NICs para conexão aos meios físicos.

5) Quanto aos hosts, podemos afirmar que:


a) ( ) Um Host precisa do sistema operacional para ser funcional.
b) ( ) Um Host virtual não utiliza os recursos computacionais do
hospedeiro, por isso é vantajoso.
c) ( ) Os hospedeiros não precisam dos hosts virtuais para serem
funcionais.
d) ( ) Os hospedeiros não precisam dos Sistemas Operacionais para
serem funcionais.
e) ( ) Os hosts só entendem até a camada 4 do modelo OSI.
f) ( ) Os Hypervisors podem ser considerados como uma camada de
software adicional entre os hosts virtuais e o hardware físico.

Saiba mais
Procure, na biblioteca, o excelente livro (já traduzido para
o português) de Douglas Comer, intitulado “Redes de
Computadores e Internet”, da editora Bookman Companhia
Editora Ltda. com capítulos breves sobre tecnologias variadas,
incluindo dispositivos de redes.

214
Para concluir o estudo
Encerramos aqui a primeira parte da disciplina, que foi
dividida em 5 unidades.

Pode não ter sido fácil chegar até aqui, é verdade. Mas
acredito que tenha sido válido o esforço. Foram muitos
conceitos, ideias e pessoas, todos envolvidos nessa tarefa de
fazer chegar a informação até o outro lado, o destinatário.

Neste primeiro volume, você conheceu alguns


conceitos básicos de Comunicação de Dados, a
metáfora da pizzaria e, além disso, pôde compreender
o relacionamento dos andares com as camadas de
protocolos. Embora não a tenhamos usado com muita
frequência, a net-pizza vai estar mais presente nos
próximos estudos, onde começaremos a falar diretamente
nas camadas do modelo de referência.

Vimos também um modelo básico de transmissão de sinais


através dos meios físicos, que seriam correspondentes às
ruas de uma cidade, ou grandes rodovias que interligam
as cidades. Também vimos que pode estar ocorrendo uma
mudança do modelo cliente-servidor para o peer-to-peer.
Vimos um pouco de história da Internet e os principais
órgãos de padronização. Os modelos de camadas, que
acompanham sempre o estudante da área de redes, foram
detalhados também nessa unidade. Escolhemos o modelo
híbrido para nossa disciplina.

Você conheceu as principais técnicas de multiplexação,


importantes para a economia de uso dos enlaces (FDM,
TDM, WDM), e as principais técnicas de codificação
dos sinais e aqueles nomes estranhos NRZI, Manchester,
4B5B. No que se refere aos atrasos nas redes de pacotes,
você viu que os atrasos podem sofrer influências diversas,
como a distância, o tamanho das unidades de informação, a
velocidade das CPUs e as taxas propiciadas pelas interfaces.
Com isso, concluímos que o atraso total nunca será nulo.
Até aqui, podemos perceber que os critérios de classificação das
redes são altamente subjetivos e é necessário analisar o conjunto para
enquadrar uma tecnologia em uma ou outra classe.

Descobrimos o surgimento das redes de armazenamento, as SAN,


que estão tomando um espaço cada vez mais importante nos centros
computacionais, porque conseguem reduzir o trabalho dos servidores.

Vimos, também, que as redes podem ser classificadas quanto à


velocidade, sendo denominadas alta-velocidade (high speed) aquelas
redes com taxas iguais ou maiores que 100Mbps.

Comparamos, ainda, as funcionalidades dos vários dispositivos que


são necessários para conectarmos as máquinas em uma ou várias
redes, associando cada um deles aos protocolos de camadas específicas
do modelo OSI. Vimos que quanto mais “inteligência” é necessária
ao dispositivo, mais alta é a sua camada de atuação. E, neste sentido,
entendemos que os transceivers, hubs e repetidores possuem pouca
ou nenhuma quantidade de software, por atuarem na camada física,
a mais inferior de todas as sete camadas do modelo. Por outro lado,
os hosts possuem o maior número de funcionalidades possíveis, por
atuarem na última camada, a de aplicação. Entendemos também
os modernos conceitos de virtualização, quando um único servidor
físico pode hospedar vários servidores virtuais, gerando economia de
espaço, energia (inclusive para refrigeração), facilitando a gerência e
manutenção e obtendo um aproveitamento bem mais eficiente dos
recursos computacionais.

Bom, ainda resta uma boa etapa do percurso. Não desacelere, vem aí
a segunda parte, com o funcionamento das camadas. Você estudará
sobre a camada de enlace, uma das mais diversificadas do modelo,
pois varia de acordo com as tecnologias de redes.

Em seguida, conhecerá o centro de interligação das redes, a camada


de rede, o protocolo IP e seus auxiliares de roteamento. E tem ainda
as camadas de transporte e de aplicação, onde você irá conhecer
os principais sistemas que fazem a Internet “funcionar” no ponto
de vista do usuário: o DNS, o protocolo HTTP responsável pelo
transporte das páginas HTML, e o SMTP, para enviar e-mails.

A proposta será finalizar a disciplina com a unidade de segurança.


Até lá, então!

216
Referências

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WISELY, Dave et al. IP for 3G: Networking Technologies for Mobile
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221
Sobre o professor conteudista

O Professor Dr. Fernando Antonio Cerutti é graduado


em Oceanografia pela Universidade de Rio Grande
(FURG), em 1986. Em 1991, ingressou no curso de
Informática da Universidade Regional Integrada–RS,
onde, posteriormente, iniciou suas atividades como
docente em 1995, com linguagens de programação.

Em 1999, concluiu o mestrado em Ciências da


Computação na Universidade Federal de Santa Catarina.
Concluiu o doutorado em Engenharia pela Universidade
Federal de Santa Catarina em 2006, com a tese “Uma
Abordagem de Plano de Controle Para QoS Dinâmica
em Fluxos de Voz nas Redes IP” <http://inf.unisul.
br/~cerutti/tese-cerutti.pdf>. Na UFSC, trabalhou
desde 1995 até 2004 na configuração e manutenção dos
backbones e do Ponto de Presença da RNP em Santa
Catarina (PoP-SC). Em 2005 ingressou na empresa
de TI VH Soluções em TI, como administrador de
redes, tendo saído em julho de 2010 como Diretor de
TI. É docente da Unisul desde 1998, nas disciplinas
de Comunicação de Dados, Redes de Computadores
e Administração de Redes no curso de Sistemas de
Informação Redes de Telecomunicações I, II e III no
curso de Engenharia Elétrica/Telemática; Administração
de Redes, no curso de Ciência da Computação.

Em junho de 2010, assumiu a coordenação dos


cursos de Sistemas de Informação dos campii Pedra
Branca e Florianópolis Centro. É professor do curso
de pós-graduação em redes da Unisul, disciplinas de
Comunicação de dados, Qualidade de serviço em redes
multimídia e de Voz sobre IP. Autor de vários livros
para a Unisul Virtual, como Redes de computadores e
comunicação de dados e Segurança da Informação (para
curso de pós Graduação).
Respostas e comentários das
atividades de autoavaliação

Unidade 1
1) a) [ f ]; b) [ v ]; c) [ f ]; d) [ f ]; e) [ f ]; f) [ v ].
2) a) [ f ]; b) [ v ]; c) [ v ]; d) [ f ]; e) [ v ]; f) [ v ].
3) a) [ f ]; b) [ v ]; c) [ v ]; d) [ f ]; e) [ v ].
4) a) [ v ] ; b) [ f ]; c) [ f ]; d) [ v ]; e) [ f ].
5) a) [ v ]; b) [ f ]; c) [ f ]; d) [ v ]; e) [ v ]; f) [ v ].

Unidade 2
1) a) [ v ]; b) [ f ]; c) [ f ]; d) [ v ]; e) [ v ].
2) a) [ v ]; b) [ f ]; c) [ v ]; d) [ v ]; e) [ f ].
3) a) [ f ]; b) [ f ]; c) [ f ]; d) [ v ]; e) [ v ].
4) a) [ v ]; b) [ f ]; c) [ v ]; d) [ f ]; e) [ v ].
5) a) [ v ]; b) [ v ]; c) [ v ]; d) [ v ]; e) [ f ]; f) [ v ].

Unidade 3
1) a) [ v ]; b) [ v ]; c) [ f ]; d) [ v ]; e) [ f ].
2) a) [ v ]; b) [ v ]; c) [ f ]; d) [ v ]; e) [ f ]; f) [ f ].
3) a) [ f ]; b) [ v ]; c) [ f ]; d) [ v ]; e) [ f ].
4) a) [ v ]; b) [ f ]; c) [ v ]; d) [ f ]; e) [ v ].
Unidade 4
1) a) [ f ]; b) [ v ] ; c) [ f ]; d) [ f ]; e) [ v ].
2) a) [ v ]; b) [ f ]; c) [ v ] ; d) [ v ]; e) [ v ]; f) [ v ].
3) a) [ v ]; b) [ f ]; c) [ v ] ; d) [ f ]; e) [ v ] .
4) a) [ v ]; b) [ v ] ; c) [ f ] ; d) [ f ]; e) [ v ] .
5) a) [ v ] ; b) [ f ] ; c) [ v ]; d) [ v ] ; e) [ v ].

Unidade 5
1) a) [ f ]; b) [ v ]; c) [ f ]; d) [ v ]; e) [ v ].
2) a) [ f ]; b) [ f ]; c) [ v ]; d) [ v ]; e) [ v ].
3) a) [ f ]; b) [ v ]; c) [ f ]; d) [ v ]; e) [ f ].
4) a) [ f ]; b) [ v ]; c) [ v ]; d) [ v ]; e) [ v ].
5) a) [ v ]; b) [ f ]; c) [ f ]; d) [ f ]; e) [ f ]; f) [ v ].

226
Glossário

A
Access control: Controle de acesso. Na tecnologia Token ring
permite a transmissão de inçar o frame como “vazio”

Access layer: Camada de acesso

Addressing: Endereçamento

Adjustable partitions: Partições ajustáveis. São espaços bem


definidos nos discos rígidos, como c:/ ou d:/ no Windows

Aggregation layer: Camada de agregação. Mais conhecida como


camada de distribuição

AnyLAN: Tecnologia que funcionar em qualquer rede local.

Application: Aplicação

Application protocol: Protocolo de aplicação

Application server: Servidor de aplicação

Apps: Aplicações

Aproximate dynamic range of music: Faixa dinâmica aproximada


da música

Aproximate dynamic range of voice: Faixa dinâmica aproximada


da voz.

Arrivals: Chegadas.

Arrival rate: Taxa de chegada dos pacotes

Atmosphere: Atmosfera

Attachment Unit Interface (AUI): Interface entre um computador


do usuário e um dispositivo central de rede, como um switch.
Basicamente, o modo como uma estação Ethernet conecta um
transceptor a um antigo cabo coaxial grosso
B
Bare wire: Fios desencapados

Backbone: Espinha dorsal da rede

Baseband: Banda básica.

Batch Terminal: Terminal responsável pelo envio do trabalho (job)

Best effort: Melhor esforço. Forma de funcionamento da Internet desde seus


primórdios até a metade da década de 1990, quando surgiram aplicações de
hipertexto e multimídia.

Binary Logic Level Data: Dados no nível da lógica binária

Branches: Ligações

Bridge: Ponte. Dispositivo de camada de enlace que separa domínios de colisão

Broadband: Banda Larga

Broadband Wireless: Redes sem fio de banda larga.

Bus: Barramento

C
Cable Modems: Modems a cabo.

Cachê: Memória de acesso rápido. Contém os dados mais utilizados pelas


aplicações correntes na memória RAM

Celular, Mobile & Wireless: Celular, redes e dispositivos móveis e sem fio

Center conductor: O fio condutor central, o qual em conjunto com a malha


metálica é responsável pala transmissão dos sinais

Channel: Canal

Circuit switched: Comutação por circuitos

Cladding: Casca

Client machine: Máquina cliente

Client process: Processo rodando na máquina do cliente

Collision Damian: Domínio de colisão

Copper: Cobre

Copper Wires: Cabos de cobre

Core: Núcleo

Core Layer: Camada de núcleo

228
Cut-through: Tipo de comutação onde o comutador lê apenas o endereço
do destinatário e, após decidir a porta que usará para o repasse, começa a
re-transmissão para essa porta, sem analisar o restante do cabeçalho

Customer premise: Equipamento de responsabilidade do usuário (as


operadoras não prestam manutenção nem suporte)

D
Data: Dados do usuário. Esse campo é preenchido com a informação
“útil”para o usuário. Os demais são úteis para o controle da rede somente.

Database server: Servidor de banco de dados

Defunct: an industry consortium got there first

Defunto: um consórcio da indústria chegou aqui primeiro

Demand Priority (Helwlett-Packard’s AnyLAN): Prioridade sob demanda.


“Qualquer rede” da HP: um tipo de acesso da camada de enlace que priorizava
portas de dispositivos os quais conectavam servidores de aplicações de maior
prioridade no tráfego das redes locais

Demultiplexer/ fixed filter: Filtro fixo ou demultiplexador

Departures: Partidas

Destination: Destino ou destinatário

Destination machine: Máquina de destino

Device, connectivity & Service: Dispositivo, conectividade e serviços

Digital bit stream: Fluxo de bits digitais

Direct attached storage: Sub-sistema de armazenamento com conexão


direta (normalmente um servidor com controladoras e discos internos)

Disk storage: Subsistema de armazenamento em discos

Dispatching discipline: Política (disciplina) de despacho.

Distribution layer: Camada de distribuição

Double attached station: Estação de conexão dupla (nos anéis ópticos


primário e secundário)

Downstream: Fluxo desde o backbone da operadora até a unidade do usuário


(relativo a download)

Dual queue dual bus (early metropolitan area networks): Fila dupla,
barramento duplo (as redes metropolitanas em seu principio)

Dual Ring: Anel Duplo (exemplo: FDDI)

229
E

Earth: Terra (o planeta)

Ehernet switch: Comutador ethernet. Dispositivo de conexão usado nas redes


locais. Permite comunicação em broadcast

Eletronic domain: Domínio eletrônico

Error report: Relatório de erros

Ethernet: Tecnologia de interconexão para redes locais

Example: Exemplo

F
Failed link: Enlace interrompido
Failed link reconfigured as single logical loop: Link interrompido
reconfigurado como loop único
FDM (Frequency Division Multiplexing): Multiplexação por divisão de
freqüência
Fiber: Fibra óptica
Fiber-optic cable: Cabo de fibra óptica
Fiber spectrum: Espectro (de comprimentos de onda) utilizado pelo sinal
na fibra
File system: Sistema de arquivos
Fixed: Comunicação tradicional, através de dispositivo instalado em
endereço permanente
Forward: Repassar

Frame check sequence: Sequência de verificação do frame


Frame control: Controlador do frame
Frame status: Determina o estado do frame
Frequency Division Multiplexing: Multiplexação por divisão da
frequência.
Fully connected: Totalmente conectada

230
G
General Block Diagram: Diagrama genérico de blocos
Guaranted QoS: Qualidade de serviço garantida

H
Header: Cabeçalho
High level Standards: Padrões de camadas superiores
Home: Residência
Hybrid topology (example: combination of Star Topology and bus
topology): Topologia híbrida. Exemplo: combinação de topologia em
estrela com topologia em barramento

I
Input and validate data: Entrada e validação dos dados
Input Data collected on forms: Dados de entrada coletados em
formulários
Input digital signal: Sinal digital de entrada
Instant messaging: Mensagens instantâneas
Insulator: Isolante elétrico, composto por material inerte a
condutividade
Interface control information: Informações de controle da interface
Interface data unit: Unidade de dados de interface
I/O Bus: Barramento de entrada e saída. São os slots onde as placas de rede
se conectam na placa Mãe
Ionosphere: Ionosfera. Também designada por termosfera, é uma camada
da atmosfera, localizada entre a mesosfera e a exosfera, entre os 85 e os
400 km de altitude.
Isochronous LANs (for real time applications): Redes locais isócronas, o
tempo de atraso entre os pacotes não varia, (para aplicações de tempo real)
Internet service provider (ISP): Provedor de serviços de Internet
Itens resident in queuing system: Itens atravessando o sistema de fila
Itens waiting: Itens na fila de espera

231
J
Jacket: Capa protetora

L
Last/first mile access: Acesso de ultima/primeira milha. Corresponde a
porção terminal de uma rede, por exemplo, desde a rua por onde passa o
cabeamento da operadora até a casa do usuário
Latency: Latência ou atraso, em milissegundos
Layer: Camada. Representa uma das camadas do modelo de referencia
OSI
Layer entities Exchange n-PDUs in their layer n protocol: As entidades
da camada n trocam um numero n de unidades de dados (PDU) no seu
protocolo de camada n
Length: Tamanho do campo de dados
Light Rays: Feixes (raios) luminosos
Local Area Network: Rede de abrangência local, a qual não precisa de um
gateway para que suas máquinas comuniquem-se entre si
Location: Localização
Logical link control: Controle lógico do enlace
Longevity not certain: Duração incerta
Lower & upper Van Allen Belt: Cinturões de radiação de Van Allen.
Elipses de partículas carregadas (plasma) que se encontram em torno do
globo terrestre, mantidas pela gravidade do planeta. São dois cinturões, o
inferior (lower) e o superior (upper)

M
Mainframe: Computador de grande porte, com processadores
especializados em tarefas individualizadas, como a leitura e gravação dos
discos, processadores para as aplicações, processadores para o sistema
operacional, processadores especializados em canais de comunicação com
as redes
Manchester encoded data: Os mesmos dados após a codificação
Manchester ter sido aplicada

232
Master file: Arquivo principal (primário)
Means & appropriateness: Significados e adequação
Memory: Memória
Mesh: Malha
Metro área Network: Rede metropolitana
Móbile: Comunicação móvel
Modem: Sigla originada da contração de MOdulador-DEModulador
Multy party: Compartilhamento

N
Name of unit exchanged: Nome da unidade trocada entre as
camadas
Network: Rede responsável pela transmissão da comunicação
New master file: Novo arquivo principal (ou primário)
NIC card: Palca de rede
Nodal Procesing: Processamento no nó (dispositivo de comutação ou
roteamento)
Node: Dispositivo de conectividade (normalmente switch ou router)
Nodes: Pontos onde os dispositivos possuem alguma camada de software
(desde a camada de enlace até a de aplicação) Normalmente referem-se a
estações de trabalho
Noise: Ruído
Normal dual contra-rotating fibre rings: Anéis de fibra duplos, com
circulação do sinal em sentidos contrários
Number: Número

O
On demand triggered periodic: Situações periódicas disparadas sob
demanda
Operating System Software: Software de sistema operacional
Optical amplifier: Amplificador óptico

233
Optical channel: Canal óptico
Optical layer: Camada óptica
Optical multiples: Multiplexador óptico
Optical domain: Domínio óptico
Optical signal: Sinal óptico
Optical Wireless: Redes ópticas sem fio
Other service connections (e.g. to Internet Service Provider): Outros
serviços de conectividade (por exemplo, a um provedor de serviços de
internet).
OS: Sistema operacional
Output data: Dados de saída
Overview and architecture of LANs: Descrição genérica e arquitetura das
redes locais

P
Packet assembly,addressing: Montagem do pacote e endereçamento.
Também chamado de “encapsulação”, ocorre quando os pacotes recebem
sucessivos cabeçalhos a medida em que descendem nos protocolos das 7
camadas do modelo OSI.
Packet switched: Comutação por pacotes.
Personal Area Networks: Redes de área pessoal. Exemplo:Bluetooth
Partition controller: Controlador de partições
Physical: Físico
Physical medium: Meio físico. Exemplo: cabo de par trançado.
Point of presence (POP): Ponto de presença, onde o provedor de serviços
possui uma estrutura capaz de levar o sinal até o dispositivo do usuário
final (Customer Premise).
Point to point: Ponto a ponto
Power: Potência
Power ratio in decibéis: Razão de Potência em Decibéis
Preamble: Preâmbulo, uma sequência binária usada para sincronizar as
interfaces que estão transmitindo e recebendo os frames
Preparation: Preparação
Presence & avaliability: Presença e disponibilidade

234
Redes de Computadores I

Presentation protocol: Protocolo de apresentação


Print server: Servidor de impressão
Private: Privado.
Process file to produce new master file and outputs: Processamento do
arquivo para produzir novo arquivo principal (primário) e as saídas
Processing: Processamento
Propagation: Propagação
Protocol data unit: Unidade de dados de protocolo
Public: Público
Public Telephone Network: Rede de telefonia pública

Q
Queueing: Enfileiramento

R
Radio tower: Torre de rádio
RAM: Memória de acesso randômico (RAM). Mais lenta que a cachê,
contém o código das aplicações e as funções do sistema operacional em
uso.
Receipt and packet disassembly: São as funções executadas no
destino: recebimento do pacote e “desmontagem” do mesmo, com a
retirada dos cabeçalhos das camadas sucessivas. Também chamada de
“desencapsulação”
Receiver: Receptor
Reply: Resposta do servidor a requisição do cliente
Request: Requisição feita pela máquina do cliente
Residence time: Tempo de permanência nas filas
Resilient packet ring: Anel de pacotes que mantém suas funcionalidades
com condições bastante adversas
Retail: Varejo
Ring: Anel
Router: Roteador, dispositivo de camada 3 que repassa pacotes entre
redes locais diferentes

235
Universidade do Sul de Santa Catarina

S
Sats needed: Número de satélites necessários para uma cobertura em
todo o globo do planeta
Screened twisted pair: Par trançado recoberto com capa de blindagem
para todos os pares
Server: Servidor
Server machine: Máquina servidora, onde estão disponíveis serviços
como Web ou email
Server process: Processo rodando na máquina servidora, responsável
pelo atendimento da requisição do cliente.
Service Access point: Ponto de acesso ao serviço, onde as camadas
trocam requisições e resultados do processamento de cada uma dessas
requisições
Service data unit: Unidade de dados de Serviço
Service provider network: Rede do provedor de serviços
Service time: Tempo de serviço
Shield: Malha metálica, além de proteger contra interferência, também é
condutora de sinal
Signal element: Elemento de sinal
SMP Server (Symmetric multiprocessing): Servidor com mais de um
processador simétrico
Space switch: Comutador de espaço óptico
Spech: Fala humana
Specrum on the shared fiber: Espectro (de comprimentos de onda)
utilizado pelos sinais em uma fibra compartilhada
Sort: Ordena, classifica
Sort Transaction file using key Field: Ordenação do arquivo de
transações usando um campo chave
Sorted Transaction File: Arquivo de transações ordenado
Source: Origem ou fonte
Source machine: Máquina de origem
Standalone: Máquina isolada, a qual não compartilha recursos de
conectividade com nenhuma outra

236
Redes de Computadores I

Santdalone computer: Normalmente se usa para computadores que


cumprem suas tarefas sem precisar trocar informações com outro
Star: Estrela
Start delimiter: Delimitador de inicio
Station: Estação de trabalho de um usuário
Storage area network: Rede de conexão exclusiva para os subsistemas de
armazenamento
Store: Armazena
Store and forward: Tipo de comutação onde todo o frame de
informações é recebido, verificado para evitar a retransmissão de frames
que contenham erros
Submission: Submissão
Switch: Comutador
System: Sistema

T
Technical advisory group in broadband technologies: Grupo de
conselheiros técnicos para tecnologias de banda larga
Technical advisory group on fiber optic technologies: Grupo de
conselheiros técnicos para tecnologias de fibras ópticas
Telephone channel: Faixa de freqüências (canal) usado nas conversas
telefônicas
Text: Texto
Token bus (Was briefly used in manufacturing plants): Anel “de fichas”
(foi usado por pouco tempo em fábricas de manufaturas)
Token Ring (IBM’s entry into the LAN World): “Anel de fichas” (Entrada
da IBM no mundo das redes locais)
Topic: Tópico
Topology: Topologia
Transaction file: Arquivo de transações
Transmiter: Transmissor

237
Universidade do Sul de Santa Catarina

Transmission: Transmissão
Transmission line: Linha de transmissão
Transmission System: Sistema de transmissão
Transmitter: Transmissor
Tree: Árvore
Tunable filter: Filtro ajustável
Twisted pair: Par trançado
Type: Tipo. Se é de órbita baixa (LEO), média (MEO) ou alta (GEO).

U
Unlucky Number: Número de azar. Ninguém aceitou usá-lo
Upper limit of AM radio: Limite superior das frequências atingidas pelas
rádios AM
Upper limit of FM radio: Limite superior das freqüências atingidas pelas
rádios FM
Upstream: Fluxo de informações desde a unidade do usuário até o
backbone da operadora (relaciona-se com upload)
Utilization: Utilização

V
Virtual LANs and security: Redes virtuais e segurança
Virtualization layer: Camada de virtualização. Onde funciona o software
de gerenciamento e monitoração da máquina virtual
Virtual machine monitor/ Hypervisor: Supervisor/monitor de máquina
virtuais. Em última instancia, é o próprio software de virtualização como o
zVM-IBM, Hyper-V – Microsoft, Xen ou VMWare
Voice: Voz
Voice over ip: Voz sobre o protocolo de internet

238
W
Waiting line: Fila de espera
Waiting time: Tempo de espera
Wavelength converter: Conversor de comprimento de ondas

WDM optical amplifier: Amplificador óptico WDM
WDM Tx source: Fonte de transmissão WDM
Web browsing: Navegação na Internet usando Browsers (navegadores
como o Internet Explorer)
Wide area network: Rede de longa distância, interconecta duas ou mais
redes locais através do uso dos roteadores
Workstation: Estação de trabalho

239
240
Biblioteca Virtual

Veja a seguir os serviços oferecidos pela Biblioteca Virtual aos


alunos a distância:

„„ Pesquisa a publicações online


www.unisul.br/textocompleto
„„ Acesso a bases de dados assinadas
www. unisul.br/bdassinadas
„„ Acesso a bases de dados gratuitas selecionadas
www.unisul.br/bdgratuitas
„„ Acesso a jornais e revistas on-line
www. unisul.br/periodicos
„„ Empréstimo de livros
www. unisul.br/emprestimos
„„ Escaneamento de parte de obra*

Acesse a página da Biblioteca Virtual da Unisul, disponível no EVA


e explore seus recursos digitais.
Qualquer dúvida escreva para bv@unisul.br

* Se você optar por escaneamento de parte do livro, será lhe enviado o


sumário da obra para que você possa escolher quais capítulos deseja solicitar
a reprodução. Lembrando que para não ferir a Lei dos direitos autorais (Lei
9610/98) pode-se reproduzir até 10% do total de páginas do livro.

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