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3. Aspectos Legais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4. Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
INTRODUÇÃO
Alguns alunos podem ser vítimas de acidentes ou violência, de doenças crônicas ou outras
moléstias que vão exigir internação para intervenções cirúrgicas, procedimentos médicos intensivos
ou períodos de repouso com duração variável. Essas situações acarretam a ruptura do processo
escolar formal ocasionando, muitas vezes, a evasão escolar. O que pode ser feito?
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1. COMO ATUAR NO CONTEXTO HOSPITALAR
Esta aula trata da especificidade e relevância do atendimento pedagógico-educacional em
instituições hospitalares e congêneres. Apresenta um breve histórico, a legislação federal, os conceitos,
os objetivos e finalidades do atendimento educacional em instituições de saúde e do atendimento
domiciliar, enfocando o papel do psicopedagogo.
Pimentas são frutinhas coloridas que têm o poder para provocar incêndios na boca.
Pois há ideias que se assemelham às pimentas: elas podem provocar incêndios nos
pensamentos. Mas, para se provocar um incêndio, não é preciso fogo. Basta uma
única brasa. Um único pensamento-pimenta... (RUBEM ALVES, 2012).
Fonte: Freepik/Freepik
1.1 Sobre a psicopedagogia
Segundo a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPP),
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Ela é ainda uma práxis, ou seja, uma prática fundamentada em referenciais teóricos.
SAIBA MAIS!
Com o intuito de esclarecimento a respeito desse campo de atuação, assista aos vídeos com a Dra.
Nádia Bossa:
A Psicopedagogia - http://www.youtube.com/watch?v=WiLUKGDXy0A&feature=endscreen&NR=1
Quando o trabalho é realizado dentro de um espaço físico fixo para tratar problemas já instalados,
costumamos denominá-lo “trabalho clínico”. O trabalho clínico é realizado em Centros de Atendimento
Especializados ou de Reabilitação, Clínicas Multidisciplinares ou Psicopedagógicas, e as atividades
ocorrem, geralmente, de forma individualizada.
No campo institucional, ele pode atuar em três áreas: empresarial, escolar e hospitalar.
O psicopedagogo institucional que atua na área escolar pode ajudar no trabalho do gestor,
do psicólogo escolar ou do coordenador pedagógico, bem como no dos docentes em relação ao
planejamento e às estratégias para desenvolvimento das aulas, de maneira a obter melhores resultados.
Nesse caso, a sua função é preventiva, responsável por orientar e esclarecer os outros profissionais
sobre assuntos ligados aos processos de ensino e/ou de aprendizagem, de forma a evitar ou detectar
precocemente possíveis dificuldades de aprendizagem. Pode também atuar com grupo de alunos
(não necessariamente da mesma série) com o objetivo de desenvolver habilidades e competências
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para facilitar a apreensão de conteúdos, além de ajudar com os alunos que apresentam problemas
de aprendizagem.
Na área hospitalar, ele pode colaborar no trabalho da equipe multidisciplinar dessa instituição,
tal como psicólogos, assistentes sociais, terapeutas, enfermeiros e médicos, além dos professores,
necessariamente profissionais com formação em pedagogia. Também pode auxiliar no apoio às
famílias e atuar com crianças, jovens e adultos, ajudando-os a minimizar possíveis dificuldades que
possam surgir no desenvolvimento de seu processo de aprendizagem, com o intuito de diminuir
as defasagens escolares. Além disso, trabalhar junto aos professores das classes hospitalares (na
função preventiva e na função de intervenção nos problemas já instalados) ou atuar organizando e/
ou desenvolvendo as atividades recreativas nas brinquedotecas hospitalares.
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fim de assegurar o cumprimento de seus direitos, responder às necessidades biopsicossociais,
desenvolver seu potencial e melhorar a qualidade de vida.
1.3 Registros Históricos
Você sabe quando começou o atendimento educacional em hospitais?
A classe hospitalar na Europa tem seu início em 1935, quando Henri Sellier (Ministro da Saúde da
França) inaugura a primeira escola para crianças inadaptadas nos arredores da cidade de Paris. Em
seguida, na Alemanha, por toda a Europa e nos Estados Unidos, são criados espaços educacionais para
diminuir as dificuldades escolares de crianças com tuberculose, uma moléstia fatal e grandemente
contagiosa naquela época. Ainda na França, em 1939, instala-se o CNEFEI (Centro Nacional de
Estudos e de Formação para a Infância Inadaptada de Suresnes), com o intuito de formar professores
para exercer a Pedagogia Hospitalar. Nesse mesmo ano, é criado o cargo de professor hospitalar
junto ao Ministério de Educação (VASCONCELOS, 2005). Até hoje, esse centro promove estágios,
em regime de internato, dirigidos aos professores e diretores (gestores) de escolas, aos médicos de
saúde escolar e às assistentes sociais.
Na sequência, devido aos problemas decorrentes da Segunda Guerra Mundial, ainda na Europa,
são criadas as escolas nos hospitais. O grande número de crianças e adolescentes atingidos pela
guerra, mutilados e impossibilitados de ir à escola propicia um engajamento especialmente dos
médicos, que hoje são defensores do trabalho escolar dentro dos hospitais e outras instituições de
saúde.
Aqui no Brasil, segundo Marcos Mazzotta (1996, p. 38-39) há registros – nos relatórios anuais
da Santa Casa de Misericórdia da cidade de São Paulo – que indicam o atendimento pedagógico
especializado a deficientes físicos, desde 1931, no Pavilhão Fernandinho, na gestão do Secretário de
Educação Professor Lourenço Filho. As crianças atendidas estavam internadas por apresentarem
problemas ortopédicos, por isso essas classes eram criadas como atendimento a deficientes físicos.
As criações de classes que se seguiram (1932, 1948, 1950 e 1969) também foram denominadas
classes hospitalares ou configuravam-se como ensino hospitalar.
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Atualmente, ainda há classes hospitalares, vinculadas à rede estadual de ensino de São Paulo,
funcionando no Pavilhão Fernandinho para os problemas de ortopedia e traumatologia, como: hérnia,
malformação congênita, fratura, osteocondrose e no pavilhão denominado Condessa Penteado para
diversas moléstias, como: lúpus, leucemia, cardiopatias, desenvolvendo atendimento pedagógico-
educacional a crianças e jovens.
Fonte: http://www.inclusive.org.br/wp-content/uploads/2010/12/educacao-hospitalar.jpg
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Figura 4 – Professora faz atendimento pedagógico
a uma menina que está acamada
Fonte: http://www.hgb.rj.saude.gov.br/cac/classe_hospitalar.jpg
Fonte: http://profdf.blogspot.com/2011/02/fotos-do-evento.html
SAIBA MAIS!
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funcionamento situam-se na região Sudeste, nas cidades de São Paulo (Santa Casa de Misericórdia de
São Paulo) e do Rio de Janeiro (Hospital Municipal Jesus). Naquela época, alguns Estados brasileiros
ainda não possuíam esse tipo de atendimento dentro dos hospitais.
No ano de 2015, por meio do recurso de telefonia móvel denominado “WhatsApp”, um grupo
liderado pelas professoras Tyara Carvalho Oliveira (RJ), Mirta Cristina Pereira Pacheco (PR) e Fabiana
Oliveira (SC), dentre outras ações, elaborou um levantamento do atendimento pedagógico ao escolar
hospitalizado. A quantidade de locais que possuíam atendimento pedagógico ao escolar em tratamento
de saúde foi publicada na dissertação de Mestrado defendida na Pontifícia Universidade Católica do
Paraná pela Profa. Mirta Cristina Pereira Pacheco em 2017:
Norte Acre 8
Amapá 1
Pará 10
Roraima 1
Tocantins 1
Total parcial 21
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Nordeste Bahia 22
Ceará 4
Maranhão 2
Pernambuco 1
Rio Grande do Norte 9
Sergipe 3
Total parcial: 41
Sul Paraná 22
São Catarina 15
Rio Grande do Sul 4
Total parcial 41
Ao observarmos esse quadro, notamos que até o ano de 2016 (quando terminou o levantamento) os
Estados Alagoas, Paraíba, Rondônia, Amazonas e Piauí não possuíam esse atendimento pedagógico.
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2. ATENDIMENTOS À PESSOA EM TRATAMENTO DE SAÚDE
Neste capítulo abordaremos os tópicos Conceituação, Objetivos e Características da Classe
Hospitalar.
2.1 Conceituação
Você sabe o que é classe hospitalar?
Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/2847/ensino-nas-horas-dificeis
A classe hospitalar, de acordo com o documento elaborado com o intuito de estruturar ações
políticas de organização do sistema educacional em ambientes hospitalares e também domiciliares,
está assim definida:
SAIBA MAIS!
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Nesse ponto, é importante lembrar que os alunos internados, além da enfermidade, podem
apresentar necessidades educacionais especiais decorrentes de:
Fonte: Freepik/Freepik
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Algumas doenças, crônicas ou não, levam a condições que limitam a capacidade física das
pessoas e supõem períodos de internação hospitalar ou de repouso, com duração variável. Essa
situação acarreta a interrupção do processo escolar formal, ocasionando, muitas vezes, a evasão
escolar pela dificuldade que os alunos possam apresentar quando do retorno para a sala de aula ou
mesmo pela estigmatização resultante de sequelas de acidentes e/ou enfermidades que possam
levar à deficiência.
Vale a pena destacar que, por consequência da própria moléstia, em muitos casos, o processo
educacional formal inicia-se no ambiente hospitalar ou na residência.
2.2 Objetivos
E quais são os principais objetivos desse atendimento?
SAIBA MAIS!
Para conhecer o atendimento em um Hospital de Curitiba (PR), assista ao vídeo Escolarização Hospitalar.
Acesse: <http://www.youtube.com/watch?v=CVu5G40H4MA&feature=related>
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Figura 8 - Sala de Apoio Pedagógico no Centro
Infantil Boldrini, na cidade de Campinas (SP).
Fonte: http://www.boldrini.org.br/site2013/sala-de-apoio-pedagogico.php
A resposta é bem conhecida de todos nós que trabalhamos no campo da educação: a exclusão,
o fracasso escolar e o abandono da escola, porque impedem a apropriação do saber ordenado,
dos instrumentos que permitem a atuação e a transformação da sociedade e das condições para a
elaboração de novos conhecimentos. Não é verdade?
Fica claro, então, que a classe hospitalar ou o ensino em hospitais é um serviço educacional
de grande valor, principalmente por reconhecer e garantir o direito de acesso, de manutenção e de
continuidade da escolarização aos alunos que estão hospitalizados, evitando a evasão e o fracasso
escolar.
A Profa. Rejane Fontes (2004) ressalta que a “atuação do pedagogo em hospital deve ultrapassar
a experiência escolar e atingir níveis diferenciados de educação.” A mesma autora também diz:
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2.3 Características
Como acontece o atendimento pedagógico-educacional em instituições hospitalares?
Em primeiro lugar, precisamos considerar esse atendimento como um serviço especializado que
nasce da inter-relação de duas importantes áreas – educação e saúde –, que devem atuar de forma
cooperativa com a finalidade de promover o desenvolvimento integral do aluno/paciente.
Para que isso aconteça, a instituição de saúde deve oferecer espaço físico adequado para o
funcionamento de uma sala de aula com as devidas adaptações, e o órgão da educação, disponibilizar
o(s) docente(s).
Essa sala deve ser instalada perto da enfermaria ou dos quartos para atendimento de pequenos
grupos, ser regida por professor devidamente capacitado, e, quando o aluno não puder se locomover,
deve ser atendido no próprio leito. Essas são as considerações mínimas para o funcionamento.
Ortiz e Freitas (2005, p. 60) alertam: “Infelizmente, poucos hospitais possuem um local exclusivo
para a escolarização, longe do barulho e interrupções da enfermaria, com estimulação para a livre
circulação do ensino”.
2.4 Atendimento no leito
Figura 9 – Aluno desenhando no leito
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Figura 10 – Criança lendo com ajuda da professora
Fonte: didaticafundamental.blogspot.com.
O atendimento pedagógico educacional no leito também pode ocorrer se o aluno estiver internado
na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ou no isolamento, desde que autorizado pela equipe médica.
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Figura 12 - Classe no Hospital do Seridó, em Caicó (RN), fundada em 2004.
Fonte: classesulivanmedeiros.blogspot.com
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A respeito de algumas diferenças entre a classe que funciona em escola regular e a que funciona
em hospital, observe o quadro a seguir, apresentado pelas psicopedagogas Neide de Aquino Noffs
e Vivian C. B. Rachman (2007).
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Sendo assim, é indispensável que o professor esteja preparado para atuar num ambiente muito
diferente da sala de aula de uma escola regular e tornar-se um educador capaz de concretizar uma
prática educacional sociointerativa que realmente responda às necessidades dos alunos/pacientes.
2.6 Outros atendimentos
E como acontece a educação lúdica?
SAIBA MAIS!
Você pode assistir a uma das formas lúdicas, acessando o vídeo: Contação de História e Recursos
Didáticos para Ambiente Hospitalar <https://www.youtube.com/watch?v=4NP9A_fST5M. >
Muitas pessoas confundem brinquedoteca hospitalar com classe hospitalar. E você, sabe a
diferença?
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O pediatra Viegas considera a brinquedoteca hospitalar um dos recursos mais importantes para
a efetiva humanização nos hospitais, proporcionando uma interação saudável entre os pacientes,
seus familiares e os profissionais de várias áreas de atuação, inclusive o psicopedagogo.
Fonte: brinquedotecahss.blogspot.com.
As atividades lúdicas fazem parte da vida do ser humano, especialmente da criança. Entretanto:
Infelizmente, a criança quando passa para o ambiente hospitalar, muitas vezes, fica
impossibilitada de brincar. Isto porque o processo de hospitalização rompe com
sua rotina, com seus brinquedos, com seus amigos, com sua alegria e a expõe a
procedimentos hospitalares que são invasivos e dolorosos (HAUSER, 2009, p. 5).
Nesse sentido reside a importância da brinquedoteca hospitalar, pois ela simboliza “[...] o direito
da criança, do adolescente ou do adulto ao reconhecimento de suas necessidades lúdicas e afetivas”
(CUNHA, 2007 apud VIEGAS, 2007, p. 74). Logo, a proposta é que cada pessoa, a despeito de quaisquer
características e/ou de suas condições de saúde, possa ser protagonista no contexto da brincadeira.
SAIBA MAIS!
Aproveite este momento para conhecer um vídeo sobre a Brinquedoteca do Hospital Universitário de
Maringá (PR), acessando: <https://www.youtube.com/watch?v=U2CdWi4Qqlo>
SAIBA MAIS!
Na capital paulista, o Hospital Infantil Darcy Vargas, em parceria com o Instituto Maurício de Sousa, dá
uma atenção mais humanizada às crianças em tratamento. Quer conhecer?
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A seguir, fotos de brinquedotecas hospitalares.
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Figura 16 - Projeto Brilhar- Ponta Grossa (PR).
Fonte: http://brinquedotecahospitalar.blogspot.com.br/.
SAIBA MAIS!
Assista também ao vídeo Brinquedoteca Servas (Serviço Voluntário de Assistência Social - MG): <http://
www.youtube.com/watch?v=ViDVWaGaMbY>
Aprendemos com Heymeyer e Ganem (2004) que é durante as brincadeiras que a criança adquire
a consciência de si e do outro; o brincar dá a ela a oportunidade de interagir com outras pessoas
e de desenvolver sentimentos de autoconfiança e competência. É por isso que o brincar deve ser
divertido, espontâneo, voluntário e feito pelo prazer de fazer. Essas autoras alertam-nos: “Um fator
importantíssimo é possibilitar a interação da criança com o meio ambiente de maneira que ela
provoque transformações no ambiente e nas suas estruturas mentais, motoras e sensoriais” (2004,
p. 20).
Tanto a classe hospitalar como a brinquedoteca preocupam-se com o atendimento mais humano
à pessoa hospitalizada e a seus familiares, fortalecem interações pessoais e minimizam os impactos
causados pelo contexto da enfermidade. Entretanto, é preciso saber que a classe hospitalar objetiva
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necessárias de participação nas atividades para crianças e jovens que estejam com problemas de
saúde, que poderão ser temporários ou permanentes.
SAIBA MAIS!
Para ter maior conhecimento sobre a importância de um trabalho que proporciona divertimento, assista
ao vídeo Doutores da Alegria - Um Resumo, acessando: <http://www.youtube.com/watch?v=UKdukF8CGyc&NR=1&featur
e=endscreen>
Equipe composta por palhaços (atores profissionais) que atuam em hospitais públicos de quatro
cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte. Desde 1991, o grupo interage com os
doentes e os profissionais das instituições hospitalares, por meio de um método que adapta técnicas
teatrais para o cenário hospitalar.
Fonte: www.ojornalonline.com.br
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Por um lado, é necessário deixar claro que:
Por outro lado, não podemos nos esquecer de que a classe hospitalar pode e deve se valer de
projetos lúdicos e atividades recreativas como ferramentas para provocar o desenvolvimento e a
aprendizagem; no entanto, seu ponto central é a prática educativa. Ela está vinculada ao sistema de
ensino como um atendimento educacional especializado e ao sistema de saúde como um programa
de atenção integral aos educandos em tratamento nas instituições hospitalares e congêneres.
A classe hospitalar constitui-se num serviço que é direito das pessoas com enfermidades:
Este é um lócus social e político, onde muitas crianças poderão usufruir de seu direito
à saúde à educação, em igual condição. Nesse local há espaço tanto para professores
como psicopedagogos [grifo meu], ambos com papéis distintos, porém complementares.
(NASCIMENTO; FREITAS apud MATOS; TORRES, 2010, p. 155).
SAIBA MAIS!
Fonte: www.araucaria.pr.gov.br.
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Há situações em que o aluno oriundo da classe hospitalar, mesmo em condição de pós-alta,
ainda não se encontra apto a frequentar a escola regular. Para atender às necessidades de alunos
em convalescença, como também de outros educandos acometidos por doenças e impossibilitados
de ir à escola, existe a possibilidade de atendimento pedagógico a ser realizado em domicílio.
Fonte: smedaraucaria.blogspot.com.
SAIBA MAIS!
Para conhecer um pouco do atendimento domiciliar realizado na cidade de Sorocaba (SP), assista ao
vídeo, acessando: <https://www.youtube.com/watch?v=FtrjjKt3U9M>
Esse atendimento também é utilizado para beneficiar crianças e jovens que apresentam dificuldades
de comportamento e/ou orgânicas persistentes e de elevada gravidade que possam tornar inviável
o desenvolvimento da escolaridade no contexto da escola regular.
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SAIBA MAIS!
Para conhecer um caso desses, assista ao vídeo Ensino Especial - Atendimento pedagógico domiciliar
feito no Estado do Acre, acessando: <https://www.youtube.com/watch?v=rfMjpN-7nVk>
2.7 Papel do Psicopedagogo
E como é o atendimento psicopedagógico no contexto hospitalar? Qual o papel do psicopedagogo?
Primeiramente, o psicopedagogo que vai atuar no hospital precisa estar ciente de que:
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Figura 20 - Classe Hospitalar na Casa Durval Paiva de Apoio à Criança
com Câncer, fundada em 1995 em Natal (RN).
Fonte: www.caccdurvalpaiva.org.br.
Agora, vamos aos pontos essenciais para uma eficiente atuação do psicopedagogo:
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• Observar que avaliação psicopedagógica do aluno com enfermidade, deve ser realizada com
muita cautela, tendo em vista que esse aluno apresenta oscilações de sentimentos, está sofrendo
dor e mal-estar e sendo privado de diversos aspectos sociais e familiares.
• Contribuir com estratégias diversificadas para o trabalho do professor da classe hospitalar,
assumindo seu papel de participante na formação integral dos alunos enfermos.
• Ajudar na busca de diferentes formas de expressão do conhecimento para o desenvolvimento
das ações pedagógicas e da avaliação do processo de ensino e de aprendizagem.
• Cooperar no processo de reintegração do aluno/paciente no ambiente familiar, escolar e social
quando do processo da alta hospitalar.
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3. ASPECTOS LEGAIS
Figura 21 – Menina sorrindo diante de sua atividade escrita
Fonte: deficienciatransitoria.blogspot.com
É importante salientar que a política educacional brasileira, com base em preceitos constitucionais,
assegura a todas as pessoas o direito de acesso e permanência na escola (artigo 3º, inciso I da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96), promovendo uma sociedade com
escolas abertas a todos. Também no inciso XIII desse mesmo artigo assegura a garantia do direito
à educação e à aprendizagem ao longo da vida.
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• Expressa-se no art. 23, que a educação básica poderá organizar-se de diferentes formas, “sempre
que o interesse do processo do processo de aprendizagem assim o recomendar”.
• Define-se que o atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados,
sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração
nas classes comuns de ensino regular. (capítulo V, § 2º art. 58).
Assim sendo, nos casos em que o processo educacional em escolas regulares deva ser interrompido
por problemas de saúde, há possibilidade de atendimento educacional em instituições hospitalares
ou congêneres e, também, em domicílio, nas situações em que se justifiquem tais providências.
Além dos dispositivos já expressos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB
9394/96), para assegurar o direito à educação escolar para crianças e adolescentes enfermos,
a legislação federal garante o atendimento educacional especializado, que deve responder às
peculiaridades e interesses dessa população, em parceria com a área da saúde. São elas:
• Decreto-Lei nº 1.044, de 24/10/1969, que dispõe sobre tratamento excepcional para alunos
portadores de afecções.
• Lei nº 7.853 de 24/10/1989, artigo 2º, inciso I, alínea d, que trata da obrigatoriedade de programas
de Educação Especial em unidades hospitalares.
• Lei nº 8.069, de 13/07/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), que trata dos direitos das
crianças e dos adolescentes.
• Resolução nº 41 de 13/10/1995, que expressa os direitos da criança e do adolescente hospitalizados.
• Decreto nº 3.298 de 20/12/1999, art. 24, inciso V, que dispõe sobre a obrigatoriedade de serviços
de educação especial em unidades hospitalares e congêneres.
• Resolução CNE/CEB nº 2, de 11/09/2001 - que institui Diretrizes Nacionais para a Educação
Especial -, em seu artigo 13, §§ 1º e 2º, assegura, em ação conjunta com os sistemas de saúde, a
organização do atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar
aulas nas escolas em razão de tratamento de saúde.
• Resolução CNE/CNB nº 4, de 2/10/2009 – que institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento
Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial –, em seu
artigo 6º, resolve que, em casos de AEE em ambiente hospitalar ou domiciliar, será ofertada
aos alunos, pelo respectivo sistema de ensino, a educação especial de forma complementar
ou suplementar.
Após o conhecimento da legislação em âmbito federal, podemos observar que desde a década
de 1960 há dispositivos legais que norteiam o atendimento educacional em ambientes hospitalares,
porém a intensificação desse atendimento é observada a partir da década de 1990.
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As unidades federadas (os Estados brasileiros) possuem legislação própria para a criação
e manutenção do atendimento pedagógico às pessoas com enfermidades, por meio de classes
hospitalares, escola hospitalar e atendimento domiciliar. O conhecimento dessa legislação, vocês
poderão obter por intermédio do Conselho Estadual de Educação de cada Estado ou mesmo pelas
Secretarias de Educação.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Figura 22 - Classe hospitalar do Rio de Janeiro.
Fonte: www.rio.rj.gov.br.
Pense na situação da pessoa internada no hospital: ela se vê num ambiente estranho, ressente-se
da falta de familiares e amigos, sente-se fragilizada ou mesmo culpada pela doença, muitas vezes
sentindo dores e com medo de morrer, o que a deixa confusa e desamparada. Então, no atendimento
hospitalar, além dos cuidados que a ciência médica oferece para controlar ou sanar os problemas
de saúde, é de suma importância diminuir os sofrimentos e traumas psicológicos resultantes da
internação, das cirurgias ou dos tratamentos prolongados e invasivos.
Diante dessa realidade, é necessário implementar uma atitude de humanização nos hospitais,
começando por ter um real interesse e respeito pela pessoa enferma e seus familiares e culminando
com procedimentos mais solidários que propiciem conforto e qualidade de vida.
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não favorecem a inclusão social/escolar dos alunos/pacientes.
-- O professor sem apoio e uma adequada preparação pode não atender às necessidades tanto
dos familiares como dos alunos enfermos e gerar relações conflituosas com as pessoas que
compõem a equipe da saúde.
-- O currículo deve ser flexível e multicultural, para possibilitar o atendimento aos percursos
individuais dos alunos/pacientes e eles se sentirem agentes do processo educacional e do
seu tratamento, podendo transformar a realidade.
-- Os professores não podem ficar solitários em seu trabalho docente; precisam encontrar
mais tempo, espaço e disponibilidade interna para compartilharem suas experiências e
dúvidas, refletirem sobre suas práticas pedagógicas e procurarem, conjuntamente, melhores
respostas para agir e produzir mudanças.
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sobre os diferentes tipos de doença, os cuidados, os medicamentos, enfim, o contexto
da rotina hospitalar – e, primordialmente, orientada para a construção de um trabalho de
parcerias (trabalho conjunto, colaborativo) mais humanizado, que possibilite encontrar
caminhos para a reconstrução, dando sentido à vida das pessoas que adoeceram
(ASSIS, 2009, p. 161).
SAIBA MAIS!
http://www.escolahospitalar.uerj.br.
http://www.accamargo.org.br/centrodeensino.
www.boldrini.org.br.
https://www.facebook.com/tuccainstitucional/photos/a.../2106963399395739/?type=3
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GLOSSÁRIO
Lúpus - é uma doença autoimune rara, mais frequente nas mulheres do que nos homens, provocada
por um desequilíbrio do sistema imunológico. Fonte: Dr. Drauzio Varella <http://drauziovarella.com.
br/wiki-saude/lupus/> acesso em 6.mar.2013).
Biopsicossociais - Que está relacionado com variantes biológicas, psicológicas e sociais. Fonte:
<https://www.dicio.com.br/biopsicossocial/>
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALONSO GARCÍA, M.A. et al. Unidades escolares de apoyo en instituciones hospitalarias de la
comunidad de Madrid. Madrid: Comunidad de Madrid/Consejeria de Educación, [2000]. 62 p. (El
botiquín de plástica, v. 1).
ASSIS, Walkíria. Classe hospitalar: um olhar pedagógico singular. São Paulo: Phorte, 2009. 184 p.
BAUMEL, R. C. R. C.; RIBEIRO, M. L. S. (org.) Educação especial: do querer ao fazer. São Paulo:
AVERCAMP, 2003.
BOMTEMPO, E.; ANTUNHA, E. G.; OLIVEIRA, V. B. (org.). Brincando na escola, no hospital, na rua...
Rio de Janeiro: Wak, 2006.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Imprensa
Oficial, 1988.
BRASIL. Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro de 1969. Dispõe sobre tratamento excepcional para
alunos portadores das afecções que indica. Diário Oficial da União, 22.out.1969.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília, DF:
Imprensa Oficial, 1995.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Diário Oficial da União, 23.dez.1996.(atualizada)
BRASIL. Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. Dispõe sobre o direito das pessoas portadoras de
deficiência e dá outras providências. Diário Oficial da União, 25.out.1989.
Pág. 38 de 42
BRASIL. Ministério da Educação. Direito à educação: subsídios para a gestão dos sistemas
educacionais: orientações e marcos legais. Org. e coord. Marlene de Oliveira Gotti et. al. Brasília,
DF: MEC; SEESP, 2004.
BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes nacionais para a educação especial na educação
básica. Brasília: MEC; SEESP, 2ª ed., 2002b. 79 p.
CARVALHO, Rosita Edler. A nova LDB e a educação especial. Rio de Janeiro: WVA, 1997, 142 p.
CECCIM, R. B.; CARVALHO, P. R. A. Criança hospitalizada: atenção integral como escuta à vida. Porto
Alegre: Editora da UFGRS, 1997.
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