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DCET – Departamento de Ciências Exatas e da Terra Universidade Regional Integrada do

Alto Uruguai e das Missões – Campus Santo Ângelo

Curso de Engenharia Química


Disciplina: Química Analítica Instrumental

“Determinação da Cafeína”

Aluno: Adriano Castanho da Silva

Professor: Juliane Froncheti de Moura

Santo Ângelo, 04 de novembro de 2021.


1 – OBJETIVO
Determinação da concentração da cafeína no café comercial por método
espectométrico e realizar análise de comparação do valor obtido com o valor teórico.

2 – INTRODUÇÃO
As bebidas energéticas são muito consumidas pela população. Dentre os
principais componentes encontrados nas bebidas energéticas, além de açucares e
extratos de plantas, são taurina, cafeína, guaraná, entre outras. Essas bebidas são
caracterizadas por conter altos níveis de cafeína, sendo esta substância a responsável
por manter a sensação de energia.

Figura 1: Estrutura química da cafeína.


A cafeína (1,3,5-trimetilxantina), que pertence ao grupo das xantinas que são
bases nitrogenadas da classe dos alcaloides, incluindo a atropina, cocaína, morfina,
nicotina e outras várias substâncias. A cafeína pode ser encontrada em grande
quantidade em sementes de café ou em folhas de chá-verde. A cafeína também pode ser
encontrada em outros produtos de origem vegetal, como o cacau, guaraná e erva mate.
Conforme citado por Eberle et. Al. (2020), uma xicara de café pode conter 100 mg de
cafeína.
A cafeína auxilia no aumento do estado de alerta e na melhora da concentração.
a cafeína ainda possui ação estimulante reduzindo a fadiga, melhorando a atenção e
concentração, bem como a capacidade de pensamento mais clara e o desempenho de
atividades motoras.0
A cafeína ingerida oralmente é rapidamente absorvida e alcança seu pico
plasmático entre 30 e 75 minutos após ingestão e possui meia vida de 4 a 5 horas. A
cafeína pode ser analisada e quantificada por meio de alguns métodos que já se
mostraram eficientes, como a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e a
espectrofotometria.
3 – PARTE EXPERIMENTAL
3.1 – Materiais:
 Espectrofotômetro UV/Vis;
 Cubeta de quartzo de 10 mm;
 Pipetas volumétrica 1, 2, 3, 4, 5, 10 e 20 mL;
 Becker de 100 mL;
 Algodão hidrófilo;
 Suporte universal e garras;
 Balança analítica;
 Funil de separação de 250 mL;
 Proveta de 50 mL;
 Balões volumétrico de 50 e 100 mL;

3.2 – Reagentes:
 Cafeína com pureza mínima de 99%;
 Clorofórmio;
 Sulfito de sódio;
 Tiocianato de potássio;
 Água;
 Hidróxido de sódio a 25%;
 Permanganato de potássio 1,5%;
 Ácido fosfórico;

3.3 – Procedimento experimental:


Inicialmente foi preparada a solução redutora pesando 5g de sulfito de sódio e 5g
de tiocianato de potássio, dissolvidos e diluído em água em balão volumétrico de 10mL.
Posteriormente foi preparada a solução de acido fosfórico, onde foram diluídos 15 mL de
ácido fosfórico em 85 mL de água.
Em seguida foi preparada a solução padrão de cafeína, onde foi pesado 100 mg
de cafeína e diluído em clorofórmio, em um balão volumétrico de 100 mL. Dessa solução
padrão foi pipetado 10 mL e diluído em 100 mL de clorofórmio em um balão volumétrico
de 100 mL, ontendo uma concentração de 1mg por mL de solução estoque.
Posteriormente foi dissolvida três colheres de chá de café em água fervente. Em
seguida foi pipetado de 50 mL da amostra descarbonatada para um funil de separação.
Foi adicionado 10 mL da solução de permanganato de potássio 1,5% e agitado
manualmente e com cuidado (de forma lenta). Após 5 minutos, foi adicionado 20 mL da
solução redutora e continuou-se com agitação contínua. Em seguida foi adicionado 2 mL
da solução de ácido fosfórico e agitado. Posteriormente foi adicionado 2 mL hidróxido de
sódio 25% e agitado.
Para extrair a cafeína, a amostra foi lavada com 3 porções da 30 mL de
clorofórmico, adicionados ao funil de separação. Após a separação, foi retirado do funil de
separação a camada inferior e filtrado com sulfato de sódio e algodão. As soluções
filtradas foram colocadas em um mesmo balão volumétrico de 100 mL. Foi lavado a haste
do funil de separação e o filtro com porções de 2 mL de clorofórmio.
Para a curva de calibração foi utilizada a solução padrão cafeína para preparo de
cinco concentrações diferentes: 0,2; 0,4; 0,6; 0,8 e 1,2 mg/100 mL de cafeína. Para a
curva de calibração foi preparada as soluções diluindo os volumes em 50 mL de
clorofórmio em balões volumétricos de 50 mL. Segue abaixo a Quadro 1 com os volumes
da solução padrão usados e as concentrações da solução preparada.
Quadro 1: Volume e concentrações para a realização da curva de calibração.
Volume da solução
Concentração (mg L-1)
padrão (mL)
2 1
4 2
6 3
8 4
12 6

O espectrofotômetro foi ajustado para o comprimento de onda de 276 nm e


zerado com um branco (clorofórmio). A curva de calibração e a amostra foram medidos e
registrados os valores de absorbância para construção da curva de calibração e
quantificação de cafeína na amostra. Para a amostra com a concentração de cafeína
acima da concentração máxima da curva de calibração foi realizado uma diluição,
pipetando uma alíquota de 10 mL para balão volumétrico de 50 mL, completado o volume
com clorofórmio e feito a leitura novamente.
4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para a determinação de cafeína foi construída uma curva de calibração, a partir
das concentrações dos padrões versus a absorbância, seguindo as concentrações dos
padrões conforme a Tabela 1 para a primeira coleta.

Tabela 1: Concentrações dos padrões com suas respectivas absorbâncias


Concentração (mg/L) Absorbância
2 0,221
4 0,300
6 0,394
8 0,485
12 0,694

A partir desde dados foi construída a curva de calibração para posteriormente


determinar a quantidade de cafeína presente na amostra do café comercial, a curva de
calibração esta demonstrada na Figura 1 abaixo.

Figura 1: Curva de calibração para determinação da quantidade de cafeína.

Chart Title
0.8

0.7
f(x) = 0.05 x + 0.11
0.6 R² = 1

0.5

0.4

0.3

0.2

0.1

0
0 2 4 6 8 10 12 14

Com a curva de calibração foi possível verificar uma faixa linear da análise, e um
coeficiente de correlação de 0,9973. Através da equação da reta e com os demais dados
obtidos foi possível determinar a quantidade de cafeína presente na amostra, sendo de
10,48 mg L-1, no entanto como foi realizado uma diluição de 1:10, é necessário multiplicar
o valor obtido por 10, dessa forma apresentando uma quantidade de 104,88 mg L -1.
Considerando que foram utilizados 50 mL da solução de café preparados com uma
quantidade de café desconhecida, ou seja, uma quantidade de café o suficiente para
preparar uma xícara de café a ser consumida pelo analista, dessa a amostra de café de
50 mL continha 5,24 mg de cafeína. Um ponto a ser observado é que a amostra não foi
preparada em duplicata ou triplicata, para produzir a reprodutibilidade da análise, e obter
resultados mais confiáveis.
Outro fator que pode ter interferido no resultado obtido foi um erro realizado
durante o preparo da amostra para a análise, onde não foi adicionado os 2 mL de
hidróxido de sódio 25%, antes de realizar a separação das fazer orgânicas e aquosa, na
etapa de extração da cafeína.

5 – CONCLUSÃO
Considerando que a quantidade de cafeína identificada e o erro realizado no
preparo da amostra, o resultado obtido não é confiável, sendo necessário realizar
novamente a análise, com preparo da amostra em duplicata ou triplicata, e assim ter
maior confiabilidade nos resultados obtidos. Outro ponto a ser considerado na reanálise é
realizar a pesagem de café utilizado, para poder realizar o comparativo com a literatura.

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

EBERLE, Maria Eduarda Lopes; et. Al. Estudo comparativo de metodologias


diferenciadas aplicadas na extração de cafeína em bebidas energéticas. Braz. J. of
Develop., Curitiba, v. 6, n. 2, p. 8592-8608, fev. 2020.
TUNNICLIFFE, J M ERDMAN, K A REIMER, R A LUN, V SHEARER, J.
Consumption of dietary caffeine and coffee in physically active populations physiological
interactions Appl Physiol Nut Metab v. 33 p. 1301-1310, 2008.

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