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Consultoria organizacionalt
ORGANIZACIONAL ORGANIZACIONAL
ORGANIZADOR KARINA MATHEUS DOS SANTOS
ORGANIZADOR KARINA MATHEUS DOS SANTOS
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A obra detalha ainda as etapas do trabalho de consultoria, desde o diag-
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nóstico organizacional, passando pelo contexto onde esse diagnóstico
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acontece, até os conceitos, os tipos de consultoria existem na área e as
CY metodologias utilizadas nesta atividade.
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Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos, Tiago da Rocha
Consultoria organizacional / Karina Matheus dos Santos. – São Paulo: Cengage, 2020.
Bibliografia.
ISBN: 9786555580082
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Janguiê Diniz
Autoria
Karina Matheus dos Santos
Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina e mestre em
Administração pela Universidade Estadual de Santa Catarina. Atua na área de Gestão de
Pessoas há 10 anos, em todos os subssistemas da área. Atuou como Consultora Empresarial
por 3 anos.
SUMÁRIO
Prefácio..........................................................................................................................................8
UNIDADE 1.....................................................................................................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1. O que é a consultoria......................................................................................................................... 11
2. História da consultoria....................................................................................................................... 13
3. Desafios atuais................................................................................................................................... 16
4. Carreira de consultor......................................................................................................................... 19
5. Desenvolvimento de carreira............................................................................................................. 20
PARA RESUMIR...............................................................................................................................27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................28
UNIDADE 2.....................................................................................................................................31
Introdução.............................................................................................................................................32
1 . Atividades da consultoria.................................................................................................................. 33
2. Perfil do consultor.............................................................................................................................. 35
2. Tipos de consultoria........................................................................................................................... 37
PARA RESUMIR...............................................................................................................................48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................49
UNIDADE 3.....................................................................................................................................51
Introdução.............................................................................................................................................52
3. Tipos de diagnósticos......................................................................................................................... 60
5. Metodologias..................................................................................................................................... 65
PARA RESUMIR...............................................................................................................................69
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................70
UNIDADE 4.....................................................................................................................................71
Introdução.............................................................................................................................................72
1. O que é um relatório.......................................................................................................................... 73
2. Relatórios da consultoria................................................................................................................... 74
PARA RESUMIR...............................................................................................................................88
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................89
PREFÁCIO
Uma vez escolhida essa área de atuação, você vai precisar entender quais as
responsabilidades do consultor e qual o perfil, no que se refere ao comportamento
e conhecimento técnico, ele deverá ter. Vamos abordar aqui nesta segunda unidade
as modalidades de consultorias existentes e os perfis de profissionais que mais se
adequam a cada uma delas.
Todas as informações que o leitor precisa ter para entender sobre a consultoria
organizacional estão aqui neste livro, que é fundamental para aqueles que querem
ingressar na área ou para os profissionais que querem aperfeiçoar seus conhecimentos.
UNIDADE 1
Introdução à consultoria
empresarial
Introdução
Você está na unidade Introdução à Consultoria Empresarial. Conheça aqui a história
da Consultoria no mundo e no Brasil, entendendo a origem do termo. Você também vai se
aprofundar nas principais definições de o que é uma consultoria e quais são as principais
atividades de um consultor.
Além disso, você vai compreender como é o perfil de um consultor e como ingressar
no mercado de trabalho, entendendo quais as principais questões que você deve saber
responder, ao iniciar sua carreira nesta área.
Bons estudos!
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1. O QUE É A CONSULTORIA
Neste tópico vamos nos aprofundar no estudo da definição de consultoria, entendendo como os principais
autores definem este termo e qual o papel que o consultor desempenha.
Assista aí
Segundo Weinberg (1990, p. 21, apud JACINTHO, 2004), a consultoria é “a arte de influenciar
as pessoas que nos pedem para fazê-lo”. Esta definição é interessante por destacar o processo
criativo de um consultor, ao colocar a consultoria em um status de arte. Além disso, a definição
é ampla e genérica, demonstrando que o trabalho de consultoria pode ser bastante abrangente.
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Orlickas (1999) traz que a consultoria se refere à prestação de um serviço, cuja remuneração
é definida por hora ou por projeto, por um profissional especializado e qualificado da área, para
um cliente.
O consultor é indicado como agente de mudanças externo. Oliveira (2019) considera que
ele deve estar fora do sistema que irá analisar, não estando no controle direto da situação. Isto
confere ao consultor maior capacidade e autonomia de análise. O consultor serve de apoio aos
executores (estes sim estão inseridos no sistema analisado), fornecendo metodologias, técnicas e
processos para embasar as decisões e ações a serem tomadas.
Objetivos da consultoria
Segundo Jachinto (2004, pp. 41-42), os objetivos da consultoria são: “prover informações; dar
a solução de um problema; fornecer diagnóstico capaz de redefinir a problemática; recomendar ou
prescrever; acompanhar a implementação”. E, como objetivos adicionais: “criar acordo, suporte,
consenso, compromisso; facilitar a aprendizagem; melhorar a eficácia” (JACINTHO, 2004, p. 42).
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O que é a consultoria
Lins (1999, p. 30) diz que a consultoria é “um serviço profissional e que procura prover
habilidades relevantes para problemas organizacionais na prática”. A autora ainda destaca que
é um trabalho “difícil, sistemático e disciplinado”, que deve se basear na análise imparcial dos
dados e na busca por soluções que sejam possíveis de serem executadas na prática.
Quem é o consultor
Assim, podemos entender que o consultor é um especialista em sua área, que presta serviços para
um cliente, realizando análises, aconselhando e apresentando soluções, de forma imparcial e ética.
As atividades da consultoria são diversas, mas podem ser agrupadas de forma geral em:
Diagnóstico
Análise do problema ao qual foi contratado para atuar, levando em conta as demandas declaradas,
não declaradas, barreiras e forças para a solução do problema e contexto geral da empresa.
Proposta de solução
2. HISTÓRIA DA CONSULTORIA
Para entendermos melhor o trabalho de um consultor e o que é uma consultoria, é importante
estudarmos a origem histórica da consultoria no Brasil e no mundo. O estudo da história deste
serviço nos ajudará a entender o cenário atual e as atuações possíveis de um consultor.
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Hoje consideramos como consultoria um certo tipo de atividade que analisa processos
ou empresas e gera um planejamento da solução. Oliveira (2019) considera que os serviços
de consultoria, de forma mais estruturada, voltada para processos empresariais, e similar aos
moldes atuais, iniciaram em 1880, pelo engenheiro Henry Varnum, cujo trabalho era melhorar a
produtividade na construção de ferrovias, como pode ser visto na figura “Produção de ferro na
fundição de Las Houilles, França”.
#PraCegoVer: A imagem mostra uma linha de produção de ferro, com três homens trabalhando
na fundição de ferro diretamente e três homens observando. A fábrica possui um grande e antigo
maquinário, composto por roldanas e rolos de fundição maiores que os homens.
O desafio
O desafio neste período era controlar e padronizar a produção. Porém, a busca intensa
por produzir mais gerava conflitos entre trabalhadores e empresas. Estas necessidades,
junto ao desenvolvimento das ciências administrativas, fizeram com que fosse necessário
buscar um interlocutor externo, tanto para estudar seus processos de produção, quanto
para atuar junto aos funcionários (IVANCEVICH, 2008; CHIAVENATO, 2002).
Crescimento da área
A área contábil, por exemplo, busca melhorar o resultado financeiro da empresa, analisando
as entradas e saídas de valores, os tipos de impostos a serem pagos, entre outros, para que
a empresa melhore seu rendimento e/ou lucratividade. Não é uma atividade-fim, mas tem
grande impacto no resultado final da empresa. Da mesma forma, a área jurídica é chamada para
mitigar riscos e resolver conflitos de forma geral, com clientes, fornecedores e funcionários. Uma
consultoria nesta área pode indicar caminhos para a empresa lidar melhor com os desafios atuais
e se preparar para o futuro.
FIQUE DE OLHO
O desenvolvimento da atividade de consultoria está intimamente ligado ao desenvolvimento
da área de Recursos Humanos nas empresas. Os recursos materiais são mais facilmente medidos
e ajustados, mas é na gestão de pessoas que as consultorias mais contribuem para uma empresa,
auxiliando no engajamento e desenvolvimento dos colaboradores. O mercado mudou sua
percepção em relação à importância do recurso que as pessoas representam.
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3. DESAFIOS ATUAIS
Segundo Girardi (2006) e Oliveira (2019), a consultoria empresarial é um dos serviços que
mais tem crescido no mundo, exatamente por se apresentar como uma ótima alternativa para
as empresas, que conseguem ter profissionais altamente especializados, sem onerar além do
necessário seus custos, como também para os consultores, que podem desenvolver seu trabalho
de forma mais autônoma e com possibilidade de evolução acelerada.
ocorrem com a sua força de trabalho: novos hábitos, novas leis, empresas que estabelecem novos
tipos de vínculos com seus trabalhadores, e etc. Como Jacintho (2004, p. 15) indica:
Para manter a atividade e agregar novos conhecimentos necessários, pode o empresário optar por
vários caminhos, sendo que cada um tem seu tempo de maturação, suas vantagens e desvantagens.
No entanto, indiferente do caminho a ser seguido, suas opções são: encontrar a solução para os novos
desafios internamente, ou buscar apoio externo, para que agregando à cultura organizacional os
conhecimentos de um consultor externo, melhore as condições de competitividade da empresa.
O autor ainda ressalta que manter profissionais altamente especializados na empresa pode
ser oneroso, pois a empresa provavelmente não teria demanda para trabalho em tempo integral
para este tipo de profissional; e limitante, já que a consultoria permite contato com um maior
número de profissionais (JACINTHO, 2004).
Girardi (2006) destaca que o trabalho com consultoria confere mais dinamismo e otimização
da solução de problemas, com melhora dos resultados globais, pelo desenvolvimento de novas
estratégias e análises proporcionadas pelo consultor.
Lins (1999) analisou que o Brasil é um país altamente centralizado, com políticas incertas e
mudanças constantes. Essa conjuntura, junto a crises econômicas, gera um “campo fértil para
um relacionamento proveitoso entre consultoria e a empresa” (LINS, 1999, p.29). Isto torna
necessário empresários mais proativos e arrojados, que buscam soluções mais assertivas.
Ainda que a análise de Lins fosse de um cenário de 20 anos atrás, suas descobertas são atuais,
pois temos um cenário político de pós-crise financeira, com o país ainda em recuperação e um
campo fértil para o trabalho de consultores. Conforme Gomes; Capellari; Silva; Matarossi Filho;
Bueno; Peres (2017), nosso país passou um uma crise política e econômica em 2015 e o cenário
voltou a ser altamente instável, o que provocou um aumento de serviços de governança e gestão
de risco, abrindo novos nichos de mercado.
Em uma análise do cenário atual, é possível perceber que novas empresas surgem todo o
tempo: no segundo semestre de 2019, abriram 30% mais de empresas que no mesmo período do
ano anterior. O principal setor de abertura de empresa é na área de serviços: 26% das empresas
abertas (ANBA, 2019). Ao mesmo tempo, a taxa de empresas que encerram as atividades também
é alta: 24,4% das empresas fecham em menos de dois anos e 50% em quatro anos (EXAME, 2019).
Estes números refletem a crise econômica e política entre 2014 e 2016, em que diversas
empresas fecharam, o desemprego no Brasil aumentou e as pessoas começaram a empreender
como forma de superar a crise. Por isso tivemos um aumento significativo de empresas pequenas
e médias surgindo. Com novas empresas no mercado, tanto as organizações já estabelecidas,
quanto as novas, precisam desenvolver diferencial competitivo e o consultor tem nesse cenário
excelentes oportunidades de atuação.
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Segundo Azevedo (2001), um bom consultor tem uma escuta especializada, habilidades de
negociador, ética, capacidade de identificar problemas e causas, além de uma boa capacidade de
apresentar soluções.
Oliveira (2019) acrescenta que o produto do consultor deve sempre representar uma
vantagem competitiva para seu cliente. Com um mercado em constante mudança, com novas
tecnologias e estudos surgindo e modificando a maneira de atuar em todas as áreas, é necessário
que o consultor se mantenha atualizado, com seu conhecimento sempre na ponta do que está
sendo feito em sua área, para manter seu valor agregado.
Também é necessário que o consultor busque entender do negócio do seu cliente. Mesmo
que sua atuação seja em uma parte específica, o consultor deve ter uma visão sistêmica, pois
é responsabilidade dele analisar como seu trabalho se relacionará com o resultado total da
empresa (GIRARDI, 2006).
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4. CARREIRA DE CONSULTOR
A carreira de consultor representa uma excelente alternativa para os profissionais de qualquer
área. Ela representa a possibilidade de um negócio próprio, que permite criatividade e liberdade
profissional (GIRARDI, 2006). É uma possibilidade tanto para jovens em início de carreira, quanto
para profissionais com mais tempo de mercado. De forma geral melhora a empregabilidade do
consultor, já que este pode atuar em diversas empresas em um curto período de tempo e ainda
exercer em paralelo com sua profissão atual, se desejar. Vamos entender um pouco melhor sobre
a carreira e o perfil de um consultor.
Em relação a áreas em que se pode atuar em uma consultoria, é importante sabermos que a
atividade de consultor não é uma profissão por si mesma, é na verdade uma forma de exercer
sua profissão (HOLZ, 1997). Quase qualquer profissional pode atuar como consultor, exercendo um
papel de especialista que busca analisar o problema de um cliente e fornecer a solução. Para tal, o
profissional deve ter um diferencial em sua forma de fazer a análise, que contribui a outras empresas.
FIQUE DE OLHO
Em momentos de crise ou de instabilidade surgem diversas oportunidades para os consultores
atuarem, já que nestes momentos as empresas não podem errar em suas decisões. O consultor
precisa entender o cenário atual e quais de seus serviços atendem melhor as necessidades que
surgem. Um ótimo exemplo consta na análise do prof. Adans Alberto Rocha, da Ceo Estratégia,
sobre o cenário de 2018 e a importância da consultoria empresarial naquele momento.
A atividade pode ser realizada em qualquer período de sua carreira. É uma alternativa para
quem está iniciando sua atividade profissional, sendo uma excelente opção para aumentar seu
networking e acelerar seu desenvolvimento, já que permite a atuação em diversas empresas em
um curto período de tempo. É claro que a atuação de um consultor em seu início de carreira pode
ser um pouco mais limitada, assim o consultor pode oferecer trabalhos de menor amplitude ou
mesmo procurar um nicho específico em que tenha maior conhecimento (GIRARDI, 2006).
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Também é uma oportunidade para quem já tem experiência, já que este profissional pode
aplicar de forma plena seus conhecimentos em novas empresas e em desafios diversos. Também
é interessante para aqueles que necessitam de recolocação profissional (GIRARDI, 2006).
Girardi (2006, p. 06) faz uma análise das características principais de um consultor e indica:
O perfil generalista com visão especialista é fundamental ao consultor, uma vez que o que se
espera dele é que tenha uma visão abrangente do mercado, concorrentes, clientes, sistemas de gestão
organizacional e comportamental, tecnologia e processos, pois suas propostas são, naturalmente,
interagentes com outras atividades da empresa-cliente e; elevado conhecimento a respeito de
tecnologias e técnicas inerentes ao foco de sua consultoria, o que o habilita a compreender o conjunto,
fazer o diagnóstico e oferecer soluções específicas. A atividade de consultoria exige 70% de estratégia
e 30% de técnica.
Esta atuação focada em estratégia tem relação maior com competências de análise e
resolução de problemas do que com conhecimento técnico. Por isso que ser um bom consultor
não está relacionado apenas com tempo de experiência ou tipo de atuação.
5. DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA
O processo de desenvolvimento de uma consultoria é complexo e seu crescimento inicial é
mais lento, pois o consultor precisa desenvolver uma carteira de clientes e aprender sobre seu
público (qual o melhor meio de apresentar seu produto e alcançar potenciais clientes). Em geral,
os primeiros contratos requerem resiliência, comunicação e capacidade de negociação por parte
do consultor. Mas o potencial de crescimento de uma consultoria é alto (OLIVEIRA, 2019).
Para alcançar este patamar, é preciso entender bem do seu negócio. Segundo Girardi (2006,
p. 06), um consultor se depara com três questões básicas: “como escolher o nicho de mercado,
como divulgar e quanto e como cobrar pelo seu serviço”.
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Escolher seu nicho de mercado é, na verdade, definir qual é o produto (ou serviço) da sua
consultoria. Segundo Oliveira (2019), este é o principal ponto que o consultor deve se preocupar
ao iniciar seu trabalho.
Para que este produto tenha relevância, você deve apresentar uma análise mais completa
do que o cliente conseguiria internamente, tanto pela técnica de diagnóstico, quanto por seu
conhecimento na área.
Pense em qual vantagem competitiva o cliente-empresa terá se contratar o seu serviço. Qual
conhecimento que você detém que ajudará seu cliente a alcançar os resultados esperados?
Porque a sua consultoria se difere das demais?
Este diferencial pode ser uma técnica diferente de análise, mas também pode ser a aplicação
do conhecimento específico que o consultor tem, ou mesmo uma boa rede de contatos para
trabalhos conjuntos, como, por exemplo, especialidades de administração e direito em conjunto.
Atividade-fim ou atividade-meio
Referência no mercado
Perguntas importantes
Outras perguntas importantes de você avaliar ao definir o nicho de seu negócio: você
deseja desenvolver projetos de longo ou curto prazo? Quer trabalhar para diferentes
nichos ou se especializar em um? Seu trabalho será local ou em outras áreas do país
(onde seus clientes estão)? Você precisará de um escritório físico? (OLIVEIRA, 2019).
Talvez, ao iniciar como consultor, você não tenha todas as respostas para estas perguntas. O
essencial é você saber com o que vai atuar e estar atento aos resultados que está tendo com seus
clientes. Ao analisar como foi seu trabalho, que tipo de cliente se interessa por suas atividades e
como você avalia suas entregas e sua satisfação, você irá conseguir responder às demais perguntas.
• Publicar sobre assuntos que se é especialista: estas publicações podem ser em jornais
e revistas (online ou offline) específicas, mas também podem ser artigos publicados em
redes socais, e-books e outros materiais que atraiam seu público;
• Indicações por parte de clientes: a indicação ainda é a forma mais eficiente de conseguir
novos contatos;
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• Desenvolver sua marca como consultor: o consultor precisa ser reconhecido por seu
conhecimento na área em que atua, mas também pelo seu jeito de fazer que é diferente
dos demais;
• Atividades docentes;
• Encontros informais.
Jachinto (2004) destaca que o consultor deve estar preparado não apenas em relação à técnica
de seu trabalho, mas também em sua rede de relacionamentos. Por isso é importante buscar
alternativas para ampliar sua rede de contatos. Hoje em dia existem diversas oportunidades,
mesmo para quem está começando, de estar em contato com uma rede de possíveis clientes
e de estar desenvolvendo sua marca pessoal. A possibilidade de utilizar redes sociais para
publicações de artigos escritos, vídeos e produção de diversos materiais, para ir demonstrando
seus conhecimentos e capacidades.
Também é cada vez mais comum as reuniões gratuitas ou de baixo custo, para um pequeno
grupo de pessoas, sobre assuntos bastante específicos, normalmente com momentos separados
especificamente para networking (como happy hours ou coffee breaks). Os anúncios sobre
estes encontros estão em grupos de redes sociais da sua região e costumam ser excelentes
oportunidades para se apresentar e conhecer pessoas que estejam interessadas em seu trabalho,
como mostra a figura “Encontros informais”.
Se você já tem uma boa rede de contatos, é hora de apresentar seu produto para seus
conhecidos. Lembre-se que a indicação ainda é a melhor fonte de novos trabalhos, por isso, não
hesite em falar sobre seu trabalho como consultor.
Para que o plano de marketing tenha sucesso, o consultor deve pensar em si mesmo como
uma marca e procurar desenvolvê-la. Os seguintes elementos devem ser levados em conta
para definir o posicionamento da consultoria: importância do serviço prestado; diferencial da
consultoria; capacidade de expressar os resultados de forma simples e efetiva; a originalidade
do serviço; e o aumento da lucratividade da empresa-cliente, ao adotar a indicação do consultor
(OLIVEIRA, 2019).
Assista aí
Nem sempre existem pesquisas específicas de remuneração para consultores em todas as áreas,
mas é possível encontrar pesquisas de remuneração para profissionais em regime de contrato de
trabalho normal. Então, uma sugestão, é buscar quanto ganha um profissional contratado da
empresa, chegando a um valor/hora. É importante nesta conta acrescer os benefícios que estão
agregados em um trabalho CLT: INSS, férias, 13º salário, vales mensais, entre outros.
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É importante também uma boa análise dos gastos que o consultor precisa ter para exercer
sua atividade. Alguns dos quais ele não pagaria se fosse contratado de uma empresa. São eles:
gastos de telefone, transporte, alimentação, viagens, internet, aluguel de escritório, viagens,
hospedagens e materiais necessários de forma geral (MARTINS, 2012).
Estes valores servem como referência, mas de forma geral, os consultores apresentam um
trabalho especializado, que difere de um profissional contratado. Portanto, seu valor agregado,
ao longo do tempo, subirá. O preço final deve levar em conta, principalmente, o valor da sua
entrega para o cliente. Um profissional não cobra apenas pelas horas utilizadas no projeto, mas
todo o seu conhecimento adquirido ao longo dos anos de atuação.
Outra dica importante é a pesquisa em órgãos reguladores das atividades prestadas, tanto
de consultores, quanto de sua área de formação, como os conselhos de profissão. Estes órgãos
costumam ter uma tabela de precificação por serviço, incluindo orientações de valores mínimos a
serem pagos. O conselho de arquitetura, por exemplo, indica o valor mínimo e máximo que deve ser
cobrado por metro cúbico de um projeto, levando em conta o nível de detalhamento exigido (CAU/
BR, 2013). Da mesma forma, outros conselhos de profissões podem apresentar tabelas orientadoras.
A cobrança poderá ser por um valor fixo pré-determinado no início do projeto, este valor
poderá ser pelo projeto inteiro ou por tarefas (OLIVEIRA, 2019). É uma forma de facilitar a
negociação, mas requer que o consultor determine muito bem o escopo do projeto, para que não
ocorra inclusões por parte do cliente posteriormente, sem que haja uma renegociação de valores.
É um bom tipo de cobrança para quando o consultor já tem bem delineado um produto
padrão, que ele analisa que será aplicável sem customizações. Outra situação é quando o
consultor está iniciando seu trabalho e precisa testar sua estimativa de horas, podendo cobrar um
valor fechado do cliente e avaliar, posteriormente, se o projeto coube no planejamento original.
Outra forma é a cobrança de um valor variável, em que o consultor determina seu valor de
hora e relata quanto tempo precisou para atender a cada demanda. Neste cenário, o consultor
precisa ser capaz de demonstrar de forma confiável e clara o uso que fez das horas, pois o cliente
poderá questionar o gasto destas horas por atividade.
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Este valor pode ser totalmente cobrado a posteriore (após o relato de horas gastas) ou a
empresa paga um valor mensal de disponibilidade de horas. Neste segundo caso, o consultor
deve separar uma quantidade de horas fixas para atender ao cliente e receberá este valor
mínimo, mesmo que o cliente não use as horas. Caso sejam necessárias horas a mais, cobra-se o
valor excessivo (OLIVEIRA, 2019).
Este modelo funciona melhor com consultorias que trabalham mais em atividades de
aconselhamentos/dúvidas, como consultorias jurídicas ou contábeis, pois o cliente saberá quanto
tempo o consultor dedicou para responder seus questionamentos. No sistema de disponibilidade
de horas, o valor de horas mínimas costuma ser menor que o cobrado no sistema variável, pois o
consultor tem um contratado garantido de recorrência.
O consultor ainda pode ser remunerado pelo resultado alcançado através de sua consultoria,
como uma porcentagem do aumento de lucratividade posterior a consultoria. Neste caso é
necessário um indicador claro para remuneração. A empresa pode ainda ofertar participações
nas ações da empresa, ou mesmo permuta de serviços/visibilidade.
Assista aí
27
PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
GOMES, L. F.; CAPELLARI, C. P.; SILVA, V. A.; MATAROSSI FILHO, O.; BUENO, T.; PERES,
M. A. Consultoria empresarial: um serviço necessário e à disposição para as micros e
pequenas empresas. Revista Fatec Sebrae em debate: gestão, tecnologias e negócios,
v. 4, n. 06. 2017. Disponível em: revista.fatecsebrae.edu.br/index.php/em-debate/arti-
cle/view/76. Acesso em: 23 fev. 2020.
IVANCEVICH, J. M. Gestão de Recursos Humanos. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.
MARTINS, C. Como cobrar uma consultoria? Catho, 28 mar. 2012. Disponível em: ca-
tho.com.br/carreira- sucesso/carreira/como-cobrar-uma-consultoria/. Acesso em: 29
jan. 2020.
Você está na unidade Papel do Consultor. Conheça aqui quais são as incumbências
de um consultor, quais seus papéis dentro de uma organização. Ainda, é fundamental
compreendermos que o consultor precisa ter um perfil comportamental e técnico.
Bons estudos!
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1 . ATIVIDADES DA CONSULTORIA
Desde de o início dos estudos da administração, o trabalho dos consultores é essencial para
a melhoria dos resultados das empresas. Em um mundo cada vez mais globalizado e competitivo,
o consultor pode ser a peça chave para que a empresa tenha um diferencial que a destaque no
mundo dos negócios.
Para que o processo de consultoria ocorra de forma plena, a consultoria deve ser colaborativa,
independente, imparcial, profissional, ter caráter investigativo e orientador (JACHINTO, 2004;
OLIVEIRA, 2019).
Em primeiro lugar é analisada a demanda levantada pelo cliente: qual o problema que o
consultor veio resolver? Mas o trabalho de diagnóstico não deve se limitar ao que foi explicitado
pela empresa em um primeiro momento. É parte do diagnóstico do consultor entender todas as
causas do problema, de forma investigativa (OLIVEIRA, 2019).
Também devem ser levantados os recursos que a empresa possui, suas competências, suas
dificuldades, o perfil das pessoas envolvidas na decisão e todos os outros pontos-chaves que vão
influir no processo (KURB, 1986, apud JACINTHO, 2004).
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A participação do consultor na execução das atividades por ele planejadas pode gerar dúvidas
quanto ao papel de consultor.
De fato, sua análise como alguém não participante do sistema e, por isso mesmo, com uma
visão única e diferente de qualquer um de dentro da organização, fica prejudicada.
Porém, em muitas situações, o consultor é chamado por seu cliente para vivenciar este duplo
papel (consultor e executor).
As empresas têm buscado profissionais que assumam certas demandas específicas de forma
completa, muitas vezes sobre um assunto complementar a uma área da empresa.
Oliveira (2019) traz que a terceirização de serviços deve ocorrer em atividades que são de
menor valor agregado, especialmente se estas aumentarem o custo fixo da empresa.
especializada em atendimento terá total foco neste tipo de profissional. A gestão das equipes
de atendimento é especializada neste serviço, sendo mais assertivo no desenvolvimento dos
profissionais. Para alcançar o mesmo resultado é preciso investir muitos recursos, que talvez não
sejam utilizados em sua plenitude. A empresa terceirizada compartilha estes recursos para todos os
seus atendimentos e entrega um resultado da mais alta qualidade por ser especialista no assunto.
Nestes casos, para que a terceirização funcione, a consultoria deve se tornar um parceiro
da empresa-cliente, agindo mais como sócio do que como um funcionário. Em caso de sucesso,
a empresa-cliente consegue direcionar melhor seus investimentos e esforços para atividades
essenciais; divide o risco de sua operação com um parceiro; reduz custos e encargos trabalhistas;
aumenta a qualidade de seus serviços e simplifica sua operação (OLIVEIRA, 2019).
FIQUE DE OLHO
É importante entendermos o valor que o trabalho de um consultor tem e também como
demonstrar isso para os clientes. Marcelo Reis, fundador da MR 16 e consultor empresarial, fez
uma inteligente analogia com o trabalho de personal trainer. Confira a matéria.
Assim é possível que o consultor assuma mais de um papel no dia a dia com seu cliente,
mas é importante entender a diferença entre eles. Para algumas situações e clientes pode ser
necessário que o consultor não aceite assumir ambos os papéis. Em geral, em uma empresa que
há atrito em entre gestão e empregados, pode ser necessário um olhar de fora do sistema para
apontar os problemas, que provavelmente serão de ordem pessoal (dos indivíduos).
2. PERFIL DO CONSULTOR
A consultoria é uma forma de exercer sua profissão, buscando ajudar outras empresas a se
desenvolverem, através das práticas que o consultor apresenta para seus clientes (HOLZ, 1997).
Sendo uma forma de exercer sua profissão, os mais diversos profissionais, com diferentes
perfis, se tornam consultores. Será que há entre eles um perfil comum? Qual é o perfil do
consultor?
Em primeiro lugar, o profissional que opta por ser um consultor deve ser ético. Ele deve ter
clareza de seus valores e realizar seu trabalho através da ética e da empatia.
36
Oliveira (2019) indica que a integridade é a base do trabalho do consultor. E ser íntegro, para
este autor, passa por entregar um trabalho de valor para o cliente e que faça sentido para o
consultor, pois este deve procurar a felicidade e a realização pessoal nas atividades que exerce.
Ele também deve apresentar uma alta capacidade analítica, já que o diagnóstico é sua
atividade-chave. Oliveira (2019) fala em uma atitude racional e conectada com o mundo atual,
sendo capaz de olhar para as situações contextualizadas no momento em que vivemos.
Aspecto fundamental
O consultor deve ter uma boa habilidade de comunicação, sendo capaz de se expressar
de forma assertiva e clara. A comunicação assertiva pressupõe uma energia na
quantidade certa, sem ser duro demais ou menos energético do que se deveria.
Relacionamentos
O consultor deve apresentar uma boa capacidade de se relacionar com seus parceiros
de trabalhos e clientes, além de ser empático. A empatia é uma ferramenta de análise
que permite entender as pessoas e como elas influenciam na empresa. Ela também é a
principal responsável por gerar um clima de confiança entre a empresa e o consultor e,
ainda, entre o consultor e todos os colaboradores da empresa-cliente que ele tiver contato.
Atitude
Oliveira (2019) traz a atitude interativa como uma característica importante. O consultor
não deve ficar inativo diante das situações, mas também não deve ser simplesmente
proativo. Na maior parte das vezes, seu trabalho é se posicionar e auxiliar que outro
tome a frente de uma situação. Por isso a atitude interativa é a mais adequada.
Planejamento
Oliveira (2019) sugere que o consultor desenvolva seus conhecimentos nas áreas
administrativas, pois isso permite uma análise mais ampla da organização.
2. TIPOS DE CONSULTORIA
A consultoria pode ser prestada de várias formas, para diversos propósitos. É preciso entender as
diferenças entre eles para entender como eles podem ser exercidos. Oliveira (2019) sugere que podemos
diferenciá-las por tipo de contrato, estrutura e amplitude do serviço. Esta classificação é uma referência
nos estudos brasileiros e é uma boa forma de estruturarmos o trabalho de uma consultoria.
Assista aí
38
O consultor externo não faz parte do quadro de funcionários da empresa. Ele normalmente é
contratado por projetos ou por horas. Este profissional pode ser contratado de forma autônoma
ou pode ser parte de uma empresa de consultoria especializada (GIRARDI, 2006).
O consultor interno é um funcionário da empresa. Ele tem como papel ser um facilitador
de determinado assunto, no qual é especialista. Segundo Girardi (2009, p. 64), ele “atua
como orientador da organização, em um processo de responsabilidade compartilhada e de
desenvolvimento coletivo.” Este tipo de consultor é comum em áreas como recursos humanos ou
área jurídica, em que este profissional auxilia as demais áreas a tomar suas decisões.
Pereira (2019) analisa estes dois tipos de consultoria e indica vantagens e desvantagens de
cada tipo. O consultor externo geralmente possui mais experiências, já que atua em diversas
empresas, por vezes de ramos e tamanhos diferentes, tendo mais referências ao analisar uma
situação. Ele também tem maior aceitação por parte da alta diretoria da empresa, por se
apresentar como um agente externo, especializado no assunto. Suas análises costumam ser mais
imparciais, pois não está envolvido no cotidiano da empresa, além de ele poder correr maiores
riscos ao apresentar sua análise, já que não é um empregado da empresa.
Já como desvantagens deste modelo, o consultor externo tem menos acesso aos funcionários
e aos aspectos informais da cultura e comunicação; não possui poder formal e geralmente não
conhece o dia a dia, já que não está presente na empresa (OLIVEIRA, 2019).
FIQUE DE OLHO
O trabalho do consultor interno é bastante importante e tem destaque na área de RH, em que
é cada vez mais comum ver serviços assim. No artigo de Lima e FIscher (2016), podemos ver uma
comparação entre empresas que tinham RH e consultoria interna. O estudo é bem interessante
para analisarmos o potencial do trabalho como consultor interno.
O mercado de consultorias tem mudado e é cada vez mais comum que hajam consultores
externos que trabalhem dentro da empresa, com carga horária semanal ou diária. Nestas situações,
o consultor pode ser externo quanto ao seu contrato, mas atua similar a um consultor interno
(prestando apoio para diversas áreas). Apesar desta mistura de atuações, é preciso avaliar sempre
se o consultor está atuando de fato dentro de seu papel, pois se o consultor passa a executar
atividades, sua análise fica comprometida e seu papel passa a ser de executor (JACHINTO, 2004).
Este papel duplo, entretanto, tem sido cada vez mais solicitado pelas empresas. Um dos
fenômenos que impulsiona esta necessidade é o surgimento de empresas menores, como
startups, com necessidade de profissionais especializados que trabalhem de forma contínua na
empresa, mas que não precisam de um profissional full-time (40 horas por semana), ou mesmo
não podem pagar por ele. Neste sentido é vantajoso para a empresa pagar por um especialista
que fique parte do tempo na empresa, atuando na estratégia e, muitas vezes, na execução das
ações. Aí cabe a discussão se este trabalho ainda é uma consultoria, ou já passa a ser a assessoria
de um especialista.
O autor indica que este tipo de consultoria gera alta resistência, pois propõe muitas
mudanças em curto prazo, sem muito aderência às diferenças entre empresas. Como vantagens,
este modelo costuma ter uma aplicação mais rápida, pois requer menos análises preliminares;
menor custo e possibilidade de gerar mudanças de alto impacto. É comum que o contrato deste
40
tipo de consultoria seja realizado com a liderança média da empresa, o que também gera maior
resistência na aplicação do projeto (OLIVEIRA, 2019).
Consultoria de pacotes
Consultoria artesanal
Este tipo de trabalho apresenta baixa resistência, pois o consultor analisou todo o cenário
e entendeu as forças, fraquezas, barreiras e potenciais de seu cliente, entregando um resultado
adequado a este cenário. Em geral, o período de análise deste tipo de serviço é grande, pois
olha para um cenário amplo e leva diversos itens em conta. As demais etapas costumam ocorrer
rapidamente, pois haverá poucas barreiras. Consultores que trabalham desta forma costumam
estar bastante conectados com a prática do trabalho, treinando melhor as pessoas da empresa
para colocarem em prática o que foi planejado. Por estes itens, o resultado costuma ter uma alta
qualidade, com mudanças perceptíveis e que impactam no resultado final da empresa.
A consultoria especializada é uma boa opção para resolver problemas de menor amplitude,
envolvendo um sistema ou área da empresa. Geralmente, a qualidade do serviço é alta, pois o
profissional que oferece este serviço é altamente especializado no assunto e com experiência em
outras empresas. O profissional também costuma conhecer diversas metodologias (ainda que
não seja por ele escolhida) e ter experiência em customizar seu serviço para cada necessidade
de seus clientes.
Mas isto não significa que o consultor não conhece de outras áreas ou subsistemas, na
verdade. Um bom consultor especialista costuma entender bem quais outros sistemas são
envolvidos e afetados por seu trabalho. Assim, como resultado, a interação entre áreas melhora
na empresa como um todo.
Por ser mais específica é possível que o trabalho seja realizado mais rapidamente, com custos
globais menores. Esta consultoria costuma ser contratada pelas lideranças médias, já que estas
são responsáveis pelas áreas da empresa. E é comum que o consultor treine os colaboradores
em tempo real, durante a execução das tarefas, já que esta experiência com as tarefas está
bem focada em um processo específico. Para funcionar, esta consultoria deve ter seu foco bem
delineado, além de ser algo que realmente deve ser resolvido neste momento pela empresa.
Já a consultoria total tem seu foco em todas as atividades da empresa. Oliveira (2019)
destaca que muitas consultorias totais tratam os assuntos de diversas áreas sem conectá-los,
sem foco em estratégia e “apagando incêndios”. Porém existem consultorias (que ele nomeia de
total integrada) que “atua de forma integrada e interativa, em praticamente todas as atividades
da empresa-cliente” (OLIVEIRA, 2019, p. 105). Esta sim busca integrar as metodologias de todas
as áreas, criando sinergia.
Como resultado, o trabalho possui maior abrangência, com potencial para consolidar
metodologias mais ágeis (uma tendência entre as empresas) e pensar os processos da empresa
como um todo. Ao pensarmos em uma necessidade de mudança global na empresa, uma
consultoria assim pode representar investimentos menores do que a contratação de diversas
consultorias especializadas, para tratar de cada sistema ou área. É comum que este tipo de
consultoria seja dado por empresas ou consultores associados, com especialistas em diversos
assuntos. A contratação deste tipo de consultoria é dada pela alta gestão da empresa.
42
A consultoria global tem sua amplitude definida por sua atuação geográfica e auxilia a empresa
em processos de internacionalização. O consultor deve ser especializado em adaptar os processos
para diversos países do mundo, entendendo do mercado (como os clientes consomem aquele
produto, como são os concorrentes, entre outras questões), leis locais e outras características que
influenciarão no resultado da empresa em um novo país.
Assista aí
Figura 1 - Mudança
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2020.
Em algumas situações, a mudança pode ocorrer em um setor (e não na empresa inteira). Por
exemplo: um novo processo é implementado em uma área de atendimento ao cliente e o nível
de satisfação sobe. Esta é uma mudança organizacional, porque mesmo que a ação seja em um
setor, com certeza terá impacto na maneira como a empresa como um todo é vista por seu cliente
e também mudará as relações entre setores da empresa.
A necessidade de uma mudança organizacional surge quando a maneira como as coisas são
feitas na organização, já não leva ao resultado esperado. O consultor geralmente é chamado para
auxiliar no entendimento do que precisa ser mudado e em qual direção. Em geral, a organização
já buscou desenvolver essa mudança interna e não conseguiu.
Segundo Basil e Cook (1974, apud SILVA JUNIOR; VASCONCELOS; SILVA, 2010), a empresa-
cliente pode identificar esta necessidade de forma reativa (ao acontecer uma crise, busca-se
uma mudança) ou proativa (antes da crise ocorrer, na identificação de uma mudança que vai
ocorrer). Os principais elementos que podem levar a necessidade de mudança são: tecnologia,
comportamento social, instituições e estruturas.
Chiavenato (2002) traz as etapas do processo de mudança, que é um modelo estudado por
diversos autores. São eles: descongelamento, mudança e recongelamento.
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Descongelamento
Comunicação no descongelamento
Mudança
Recongelamento
A mudança organizacional pode referir-se a diversos itens da organização, por isso a atuação
dos consultores pode ser bastante diversa também. Entretanto, em última instância, todo
o trabalho passa por uma mudança nas pessoas. Isto porque são as pessoas que operam as
máquinas realizam os processos e alcançam os resultados da empresa. Qualquer trabalho que
ignore o fator humano do processo, não alcançará o resultado esperado.
Muitas vezes, o consultor é chamado e precisa dar voz a problemas que até são conhecidos,
mas nunca foram tratados de frente. É preciso pensar sempre que se o problema fosse simples
de resolver pelo sistema organizacional existente (pessoas e processos), o consultor não seria
necessário. Portanto é para tratar de situações difíceis e delicadas que somos chamados.
Entretanto, esta abordagem deve ser empática e sensível com a empresa como um todo.
Pois este é o único modo de ser verdadeiramente ético e auxiliar no processo de mudança real
da organização.
47
Assista aí
Segundo Oliveira (2019), o consultor conseguirá, através desta atuação: desenvolver competências
pessoais, mudar valores, melhorar a sinergia entre equipes, gerar informações pertinentes sobre a
empresa como um todo, desenvolver a receptividade e confiança da empresa para mudanças, integrar
as necessidades da empresa e das pessoas, diminuir atritos, tensões e manipulações, melhorar o
desenvolvimento e aplicação da estratégia da empresa e aperfeiçoar sistemas e processos.
Como Oliveira (2019) traz em seu livro: o papel do consultor não é executar, mas isso não o
isenta de responsabilidades sobre a execução de seu plano. Na verdade, o consultor é responsável
por analisar bem o sistema que será alterado e apresentar uma solução que seja aplicável (com
as barreiras já existentes).
Todos estes elementos podem constituir sérias barreiras para que o plano se conclua corretamente.
Portanto devem fazer parte do diagnóstico. A equipe que faz o processo pode, por exemplo, não
entender a necessidade de automatização, ou mesmo ter medo de ser substituídos por um software.
São situações que devem ser previstas e incluídas ações para mitigar estes problemas.
48
PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
DINO. Quais facilidades o trabalho de um consultor traz para a empresa? Portal Terra,
30 jan. 2020. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/dino/quais-facilida-
des-o-trabalho-de-um-consultor-traz-para-a- empresa,e23202073fe22564c806541d4a-
c4906adq9kh33d.html. Acesso em: 08 fev. 2020.
LIMA, L. C.; FISCHER, A. L. Estudo preliminar sobre a atuação da área de recursos hu-
manos como consultoria interna e sua capacidade de inovação das práticas de gestão.
Revista de Administração da UFSM, Santa Maria, v. 9, n. 3, pp. 391-407, 2016. Disponível
em: https://periodicos.ufsm.br/reaufsm/article/view/6703/pdf. Acesso em: 20 fev. 2020.
Bons estudos!
53
Neste momento, o consultor apresenta o seu trabalho, o que já realizou e que tipo de ações
pode realizar no cliente. O consultor também avalia a demanda inicial do cliente e indica se o seu
trabalho poderia atender ao que está sendo solicitado.
1.2 Pré-diagnóstico
A segunda etapa é uma avaliação, por parte do consultor, das demandas do cliente-empresa,
buscando entender não apenas a demanda inicial, mas um panorama geral, com o objetivo de
projetar como funcionará a consultoria e apresentar um orçamento (SANTOS, 2010).
Qual o principal indicador que precisa ser melhorado? Quem está envolvido na atividade
que precisa ser mudada?
Quais demandas não declaradas que a empresa tem? Como é o clima na empresa?
Entretanto, o consultor deve ter uma boa avaliação do tamanho da demanda para poder
montar a proposta técnica-financeira do projeto. Neste momento é importante decidir se o
projeto será pago em um valor fechado, ou cobrado por horas. Uma boa dica é quanta informação
já foi levantada, pois quanto mais variáveis já estiverem previstas, mais fácil é de apresentar
uma proposta justa e cobrar pelo projeto. Se o projeto estiver aberto, ou a demanda não estar
totalmente clara, será importante uma proposta financeira que comporte possíveis alterações:
como um contrato por hora.
É importante também conhecer o clima e os valores da empresa, pois o trabalho será baseado
na confiança e na empatia. Por isso não é possível realizá-lo sem que o consultor concorde com
o posicionamento da empresa- cliente (OLIVEIRA, 2019).
É importante uma boa descrição das demandas e expectativas, objetivos do projeto, bem
como do escopo total das atividades a serem realizadas. Deve-se descrever as demandas
apontadas pelos clientes, bem como as levantadas pelo consultor. Se forem muitas, é importante
uma descrição de priorização.
A descrição completa destes itens pode ajudar o cliente, ao ler a proposta, a confirmar se
a demanda foi corretamente delimitada. Assim, qualquer problema neste sentido pode ser
corrigido antes do trabalho iniciar.
Caso o cliente-empresa tiver perguntas que ele deseja que a consultoria investigue, elas
devem constar nesta descrição. Exemplo: uma empresa deseja saber se seus líderes estão
55
engajados com a empresa. Esta é uma pergunta que a consultoria precisará realizar pesquisas
para encontrar a resposta.
Quanto mais descritivo o projeto estiver, menor o risco de precisar absorver uma atividade
não mapeada inicialmente. Por isso, após os objetivos, é importante descrever o que será feito,
em quais etapas e com uma previsão de calendário. É importante associar as etapas ao resultado
esperado e aos objetivos já descritos, de forma que o cliente-empresa saiba exatamente o que
esperar de cada atividade realizada pela consultoria. Verifique se o cliente tem dúvidas quanto às
etapas, pois é comum que estas dúvidas apareçam apenas durante a aplicação delas. É comum
que o cliente não saiba quanto cada etapa consome de tempo, por isso, o calendário é importante
para validação.
Após a entrega da proposta, o cliente deverá indicar se deseja realizar as atividades. Em geral
ocorre uma fase de negociação dos valores, atividades e prazos, o que facilitará na assinatura do
contrato, pode ser visto na figura “ Contrato assinado”.
#PraCegoVer: na foto aparecem duas pessoas, uma de cada lado da mesa, dando um aperto
de mãos. Sobre a mesa está um contrato com uma caneta em cima.
56
É importante que o consultor tenha ciência de todos os seus custos, para que não negocie de
forma errônea. Também não se deve abrir mão das atividades essenciais de um projeto. Por isso
é importante a descrição dos objetivos.
Para realizar o diagnóstico organizacional deve-se primeiro levantar todos os dados que
são necessários para o correto diagnóstico da organização. Similar ao pré-diagnóstico, deve-se
imaginar todos os dados que são necessários ter para entender de forma completa e sistêmica as
demandas. Bem como as barreiras e forças para que ocorra a mudança (OLIVEIRA, 2019).
É provável que nem todos os dados estejam disponíveis. Podem ser necessárias intervenções
e pesquisas para levantar estas informações. Podem ser entrevistas, dinâmicas, aplicações de
metodologias de diagnósticos, focus grupo, entre outros. Aqui é importante conhecer todos os
sistemas e pessoas envolvidos no processo de mudança. Neste momento, também pode ocorrer
um refinamento das demandas, pois é provável que novas necessidades surjam ou alguma
demanda fique mais bem delineada.
Nesta etapa, o consultor irá analisar os dados levantados até aqui. Ele poderá cruzar diversas
informações para melhor entender o cenário atual. A partir destas informações, e das demandas
solicitadas pela empresa, o consultor deve apresentar o seu diagnóstico organizacional e qual a
prescrição dele para a solução dos problemas organizacionais.
Resultado
O resultado será um relatório completo e descritivo de quais ações devem ser tomadas
para a solução criada. É importante que em seu relatório sejam apresentados os dados
e as análises de cada item, antes da prescrição desenvolvida pelo consultor.
57
Solução
Objetivos
Uma consultoria pode ser chamada para melhorar a comunicação entre colaboradores
e empresas como objetivo principal e indicar como um dos objetivos secundários, o
desenvolvimento de padrões de email para facilitar a comunicação. Neste exemplo, pode ser que
durante o levantamento de dados se descubra que os colaboradores não gostam de emails e que
a formalidade desta comunicação é uma das barreiras para a comunicação atual. Este objetivo
secundário será, então, deixado de lado em prol de uma melhor resolução do objetivo principal.
Assista aí
Neste tipo de situação há duas coisas que ajudam a mudança a ocorrer. O consultor deve ser
bastante cuidadoso ao analisar as barreiras para a mudança. Ao apresentar para a empresa o seu
plano, deve deixar explicitado quais são estas barreiras e as ações cruciais para que estas não
influenciem no resultado final.
O objetivo da consultoria empresarial não é apenas vender um produto para seu cliente, mas
promover a mudança real para o qual é contratado. Portanto, apesar da entrega final do consultor
ser o seu relatório, ele deve considerar que o trabalho se encerra quando a mudança ocorre.
Oliveira (2019) destaca que não é porque o consultor não é o executor do plano, que ele não tem
responsabilidades sobre o resultado final.
Assim, as organizações são ambientes complexos, compostos por pessoas que pensam
diferente entre si e com objetivos próprios. Em geral, quando falamos de consultoria
organizacional, falamos de organizações que são empresas, em que o objetivo é decidido pelos
donos e pessoas são contratadas para cumprir estes objetivos.
59
Com o aumento da complexidade da vida atual, as organizações precisam responder cada vez
mais rápido as mudanças.
Naves, Mafra, Gomes, Amâncio (2000, p. 54) nos trazem a necessária reflexão da importância
e a dificuldade da mudança.
FIQUE DE OLHO
A necessidade de estar sempre em desenvolvimento pode ser traduzido pelo conceito do
beta- contínuo, ou seja, estar em um modo que ainda não está pronto (modo beta), mas em
desenvolvimento. O conceito é emprestado do desenvolvimento de software.
É neste contexto que o trabalho do consultor é necessário, ele será o profissional que auxiliará
no desenvolvimento desta análise, através do diagnóstico organizacional.
É possível aplicar o diagnóstico na organização como um todo, ou para resolver questões mais
específicas e setorizadas. Entretanto, mesmo quando a atuação é limitada, a análise deve ser
global. Exatamente para que se tenha sucesso em seu resultado. O diagnóstico pode ser realizado
em organizações de qualquer tamanho e de qualquer campo de atuação. Gomes, Capellari, Silva,
Matarossi Filho, Bueno, Peres (2007) ressaltam que todo o diagnóstico é único, pois estuda um
conjunto específico de variável, em um determinado contexto espaço- temporal.
3. TIPOS DE DIAGNÓSTICOS
Os diagnósticos podem ser de diversos tipos. Vamos conhecer os principais e qual o enfoque
de cada um para compreender melhor a atuação da consultoria organizacional.
FIQUE DE OLHO
Uma técnica de análise global é a análise dos três P’s: pessoas, processos e produtos. Esta
técnica foi desenvolvida pelo empresário Marcus Lemonis, em que ele analisa estes três itens
antes de se tornar sócio de uma nova empresa. Leminis é mais conhecido por apresentar um
reality show nos EUA, chamado “O sócio”, que explora este conceito.
O resultado final é um plano de ação para toda a organização, que visa melhorar os principais
resultados da organização. O plano geralmente engloba toda a organização e ocorrem mudanças
por etapas.
Assista aí
62
Deve-se olhar com atenção ao determinar quais destes itens são barreiras ou mesmo a
causa dos problemas da organização. Pois é importante avaliar se o que se está tratando são os
sintomas, ou a causa do problema. Segundo Oliveira (2019), quando solucionamos sintomas, o
problema voltará a se manifestar de outras formas e há uma possibilidade de se agravar.
Um bom exemplo é quando analisamos um processo que não está correndo como deveria,
dentro da organização. A causa principal pode ser o método em si, ou os colaboradores que
estão atuando. Caso ocorra uma avaliação errada da causa, a nova proposta irá falhar. Aqui vale
ressaltar que, como um sistema complexo, em geral não há apenas uma causa. É possível que
neste exemplo ambos os itens fossem a causa e a resolução deve abarcar pessoas e processos.
Assista aí
64
Para garantir que a consultoria tenha real sucesso, Oliveira (2019) indica observar efeitos
colaterais sobre os sujeitos que a mudança organizacional pode ter: econômicos (salários,
benefícios, bônus, entre outros), organizacionais (mudanças no poder, autonomia, atividades e
responsabilidades) e sociais (relacionamentos entre pares, com os gestores e com demais colegas).
Segundo o autor, tanto as mudanças de fato, quanto a expectativa das pessoas (imaginar o
que pode ocorrer), podem gerar barreiras grandes para a mudança organizacional.
É normal e esperado que mudanças tragam inseguranças. Afinal, as coisas estão sendo
alteradas e não é possível prever com 100% de certeza qual será o resultado final dessas
mudanças. Geralmente, as pessoas mais incomodadas com a situação atual reagem bem com a
mudança se confiam em quem está à frente do processo.
Entretanto, se (1) as pessoas não entendem a necessidade da mudança, ou (2) não conhecem
como está sendo feito o processo de mudança, ou (3) não confiam no projeto (nas pessoas ou nos
processos), elas irão agir com desconfiança e será difícil levar o projeto para frente.
O consultor deve ser capaz de prever onde e quem o seu projeto afetará, levantando como o
sistema será afetado. Por isso é importante que ele entenda por quais mudanças a organização já
passou e como foi o comportamento das pessoas e da empresa. Entender o perfil comportamental
dos principais decisores também é importante.
Por isso é muito importante elucidar como é o projeto, o que está sendo construído e de que
forma. Segundo Oliveira (2019, p. 144):
É preciso ficar atento e aberto às dúvidas que surgirem, promovendo uma comunicação
aberta e transparente. É preciso ter ciência que as organizações são sistemas humanos bastante
complexos. Quando uma ação afeta um sujeito, os efeitos reverberam em todas as demais
pessoas envolvidas. Nem sempre é possível prever todas as interações que ocorreram, mas é
possível ter uma comunicação clara e ética, de forma que as pessoas confiem no consultor e nas
lideranças, tendo assim maior receptividade ao novo projeto.
65
5. METODOLOGIAS
Ao iniciar o diagnóstico organizacional, o consultor deve ter em mente a demanda ao qual foi
chamado e entender quais são as perguntas que ele precisa responder para entregar uma solução
assertiva. Cada pergunta levará a um tipo de ação para se encontrar uma resposta.
São utilizados diversos métodos para realizar o diagnóstico organizacional. Nesta seção,
vamos explorar os métodos mais comuns, como funcionam e qual sua finalidade principal.
É possível realizar esta atividade a partir dos documentos existentes na empresa, como seu
planejamento estratégico, dados dos colaboradores, entre outros (MARCONI; LAKATOS, 2003).
Entretanto, por vezes, a organização não tem todos estes dados organizados ou já definidos.
O consultor deve então realizar atividades em busca destas informações. Atividades como Canva,
Análise SWOT ou análise BSC são ótimos exemplos de dinâmicas que podem ser aplicadas para
reunir estas informações. Elas podem ser realizadas entre as lideranças ou com toda a empresa.
Uma organização pode, por exemplo, ter excelentes resultados produtivos (produz bem seus
produtos, com qualidade e sem atrasos), mas o resultado financeiro está ruim. Provavelmente há
um erro de definição de preços ou problemas nas vendas.
66
Entrevistas
Entrevistas abertas
Entrevistas fechadas
5.3 Observação
Este método é bem importante, principalmente quando falamos de analisar a produção ou
um processo. O consultor deve buscar, sempre que possível, observar as pessoas realizando
o processo em questão, verificando todos os elementos que interferem nos resultados. A
observação pode ser direta (em quanto ocorre o comportamento) ou indireta, individual ou em
grupo (MEZA; GONZÁLEZ, 2009; MARCONI; LAKATOS, 2003).
Este método é importante, porque, às vezes, quem realiza o processo não percebe a
importância de um elemento. Ao observar um colaborador desempenhando sua atividade, pode-
se notar que a tecnologia que ele usa está atrapalhando seu desempenho, ou o ambiente, entre
outros elementos.
5.4 Questionários
Para levantar elementos junto às pessoas ligadas à organização, podem ser realizadas
pesquisas, através de questionários. Estas são perguntas estruturadas, muitas vezes de múltipla-
escolha, e que nos dão um resultado concreto da percepção das pessoas. Podem ser realizadas
sem a interferência do consultor (MARCONI; LAKATOS, 2003).
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Apesar de poder ser aplicada ao vivo, ela se difere da entrevista, pois suas perguntas são
muito mais estruturadas. Algumas das pesquisas mais comuns de serem aplicadas são: pesquisa
de satisfação, NPS, clima, valores e desempenho.
O focus grupo também pode ser utilizado para realizar um brainstorm a respeito de um tema
ou problema, como pode ser visto na figura “Brainstorm”.
Figura 2 - Brainstorm
Fonte: baranq, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: A imagem mostra dois homens, em frente a um vidro com post-its, parecem
estar discutindo uma ideia.
5.6 Dinâmicas
As dinâmicas são atividades em grupo em que o consultor propõe uma atividade para
analisar certos aspectos daquelas pessoas. Geralmente são utilizadas como forma de observar o
funcionamento do grupo (como aquelas pessoas juntas agem) ou para observar elementos mais
intangíveis (como observar os valores pessoais não declarados).
5.7 Testes
Similar à pesquisa, podem ser aplicados testes que busquem medir um item em específico.
Estes testes podem ser avaliações individuais ou da organização. Podem ser aplicados em todos
os colaboradores ou em alguns (para melhor entendimento do grupo). A diferença é que os
testes são instrumentos já prontos, que medem alguns elementos. É importante que qualquer
teste utilizado seja com base científica. Estes são alguns métodos para se realizar um diagnóstico
organizacional, mas o consultor pode desenvolver ou aplicar outros.
69
PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
GOMES, L. F.; CAPELLARI, C. P.; SILVA, V. A.; MATAROSSI FILHO, O.; BUENO, T.; PERES,
M. A. Consultoria empresarial: um serviço necessário e à disposição para as micros e
pequenas empresas. Revista Fatec Sebrae em debate: Gestão, Tecnologias e Negócios,
v. 4, n. 06. 2007.
GOULART JÚNIOR, E.; CINTRA, A. B.; TOZZI, K. F.; RIGO, I. V.; CAMPOS, D. C.; FEIJÓ, M.
R.; CAMARGO, M. L. O Diagnóstico Organizacional como uma ação estratégica de ges-
tão de pessoas. Caderno de Administração, v. 22, n. 01. 2014.
SATURNINO, L. “É preciso estar em modo beta contínuo”, diz Silvio Meira durante o
encontro Locaweb no Recife. Mundo Bit, 04 abr. 2013. Disponível em: https://blogs.
ne10.uol.com.br/mundobit/2013/04/04/e-preciso-estar- em-modo-beta-continuo-diz-
-silvio-meira-durante-o-encontro-locaweb-no-recife/. Acesso em: 15 fev. 2020.
UNIDADE 4
Resultados da consultoria
Introdução
Você está na Unidade Resultados da Consultoria.
Bons estudos!
73
1. O QUE É UM RELATÓRIO
O relatório é a entrega final do consultor em seu trabalho. Sua forma pode ser variada, desde
um relatório por escrito, quanto um resumo em gráficos ou mesmo uma apresentação de slides.
A essência deste documento é a apresentação dos dados pelo consultor levantados. Por isso,
vamos entender um pouco sobre o conceito de um relatório e sobre a forma mais formal de
relatórios, para dela abstrair uma forma melhor de apresentação para os clientes-empresas.
Este tipo de relatório possui uma estrutura pré-determinada pela regra ABNT (SENAC, 2014).
Pode ser utilizado por qualquer área, mas foi desenvolvido para ser uma comunicação oficial
dentro do meio acadêmico.
O consultor pode fazer bom uso das práticas deste tipo de relatório.
2. RELATÓRIOS DA CONSULTORIA
O trabalho principal de um consultor é o diagnóstico organizacional. Ao terminar seu
diagnóstico, o consultor deve apresentar um documento com suas análise e recomendações.
Este documento é um relatório do trabalho até ali realizado. O documento do relatório é um dos
mais importantes que o consultor deve produzir.
Utiliza-se este relatório quando precisamos demonstrar alguns dados para o cliente, que ele
ainda não tem conhecimento, antes de construir a solução. Se for na fase do pré-diagnóstico,
antes de assinar o contrato de trabalho, este relatório servirá como base para a proposta que será
apresentada. O consultor opta por entregar um relatório, neste caso, se sua análise apresenta um
dado que é novo para o cliente. Se não for este o caso, o relato do que foi levantado irá junto
com a proposta de trabalho, de forma descritiva, para que o cliente confirme que o trabalho está
alinhado corretamente.
Já se este relatório for posterior ao diagnóstico organizacional, o consultor opta por apresentar
a análise do cenário atual da empresa como forma de alinhar com seu cliente o que será feito para
frente. É uma boa opção quando a análise concluir coisas diferentes da expectativa do cliente, ou
quando surgirem demandas diferentes das iniciais, para reorganização das prioridades e do foco
da solução que será apresentada.
Assista aí
Entretanto sugere-se a construção com alguns itens, para facilitar o entendimento do cliente-
empresa. O objetivo do relatório é apresentar todos os dados, análise e resultados de forma clara. O
cliente deve conseguir entender o caminho percorrido pelo consultor e avaliar a proposta de solução
a partir do relatório entregue. Ele deve ser uma ferramenta de insights e proposta de mudança.
Planejamento da solução
Questão ética
Além de uma importante questão ética: o consultor é contratado por sua capacidade de
analisar o problema e, a partir daí, indicar uma solução. Ou seja, parte do trabalho do
consultor é entregar esta análise.
Descrição
Relatório
O relatório por escrito deve ser complementar a esta apresentação, mas é sempre
interessante entregá-lo, pois é uma ferramenta de consulta para o cliente que sempre poderá
avaliar estes itens novamente. Além disso, é possível fazer entregas parciais e incrementais.
Ou seja, a cada etapa entregar uma nova parte do relatório. O relatório é também uma
maneira de demonstrar para o cliente todo o trabalho envolvido, pois indicamos cada etapa do
trabalho e cada análise realizada. Muitas vezes, os consultores pecam por apresentar apenas o
trabalho final, desvalorizando todo o processo realizado, além de gerar desconfianças no cliente
se o tempo investido foi o correto para o trabalho apresentado.
Neste tópico vamos falar dos itens principais de um relatório, auxiliando a organização das
informações para a entrega para o cliente.
Nesta fase, os dados levantados são mais superficiais, mas devem ser suficientes para o consultor
indicar como será seu trabalho. Desta forma, ele precisa definir os objetivos principais de seu trabalho.
Qual é a mudança organizacional necessária neste momento? (OLIVEIRA, 2019; SANTOS; 2010)
77
Delineamento
Relatório
Consultoria
É possível que durante o diagnóstico organizacional algum objetivo tenha sido alterado ou
despriorizado. Se for o caso, pode constar nesta parte do trabalho esta mudança. Lembrando que
qualquer alteração de objetivo do trabalho deve ser reacordada com o cliente.
Sugere-se então uma apresentação conjunta. Cada dado é apresentado junto a informação
de qual método foi utilizado para levantá-lo. Ainda se sugere que análises diretas desses dados
sejam apresentadas junto a eles.
Esta sessão do relatório começaria dos dados mais gerais da organização. Se o assunto da
consultoria for lideranças, pode-se começar pelos dados demográficos dos líderes. O consultor
então indica como captou os dados, apresenta as principais informações e pode apresentar uma
breve análise. Vejamos um exemplo:
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Foram levantados os dados dos líderes da organização, com base no relatório de funcionários
do mês de janeiro de 2020. Segundo estas informações, o grupo de líderes é formado por 19
pessoas. Destes, 14 são homens e 5 são mulheres. A respeito da distribuição de cargos, temos 3
sócios, 9 gerentes e 7 coordenadores, como pode ser visto na figura “Exemplo de gráficos”
#PraCegoVer: a imagem mostra dois gráficos de pizza, onde apresentam-se os mesmos dados
acima descritos. O primeiro mostra a distribuição de líderes por gênero: 5 mulheres (26,3%) e 14
homens (73,7%) de homens. O segundo apresenta a distribuição por cargos: 3 sócios (15,8%), 9
gerentes (47,4%) e 7 coordenadores (36,8%).
Os dados são complementados por gráficos que apresentam visualmente a distribuição dos
grupos de líderes. Neste caso é importante sugerir que, quando estamos falando de um número
de casos menor que 100, sempre deve ser apresentado o número bruto. A sugestão é que se
apresente ambos os dados para comparação.
O segundo parágrafo apresenta uma rápida análise destes dados, já fazendo um apontamento
importante de um possível problema que estes dados demonstram: uma das equipes parece ter
um número alto de coordenador versus colaboradores.
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No caso deste exemplo seria interessante apresentar a seguir uma proporção de líderes e
coordenadores de cada equipe, para melhor exemplificar essa discrepância.
O consultor deve optar por investigar melhor estas questões, caso este seja um objetivo de
seu trabalho. Neste exemplo podemos imaginar que o cliente tenha indicado que a equipe do
administrativo tem lideranças demais e solicitado a avaliação se seriam necessários coordenadores
nesta equipe. O consultor poderia se aprofundar nas atividades e processos dessa área, para
investigar melhor esta questão, nos tópicos para frente.
Outro dado interessante que notamos é proporção entre homens e mulheres. Caso fosse
um objetivo do trabalho do consultor, por exemplo, o desenvolvimento de lideranças femininas,
este dado inicial poderia ser comparado com a média de toda a empresa para analisar o quadro
de forma mais geral.
Assim sugere-se que os dados sempre sejam apresentados dos mais gerais para os mais
específicos, demonstrando como eles foram levantados e a análise a partir deles. É interessante
ir indicando qual objetivo aqueles dados buscam responder.
Assista aí
a) Cruzamento de dados
Ao longo da apresentação dos dados pode ser importante cruzar dados para investigar
melhor a relação entre os itens. É importante que primeiro sejam apresentados os dados de
forma isolada e depois o cruzamento entre eles.
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3.3 Análises
O tópico de análises trata de um aprofundamento dos dados levantados. Se o consultor
já apresentou sua análise junto aos dados, como sugerido no tópico sobre dados, aqui ficarão
análises mais gerais. O que estes dados em conjunto nos permitem entender da organização?
Quais interpretações que podemos fazer a partir deles?
3.4 Conclusões
Por fim, o relatório deve retomar os objetivos iniciais e indicar o que as análises nos apontam,
quais as conclusões até aqui. A conclusão que as análises levam. Se algum objetivo foi alterado,
ele deve estar indicado aqui. Este tópico irá embasar as soluções que serão apresentadas.
Aqui o consultor apresenta sua proposta de solução. Ele optará por apresentar as soluções
para cada objetivo ou organizar por cronograma. Isso dependerá de quais são os objetivos. Caso
cada objetivo tenha um conjunto de ação isolados, o melhor é apresentar por objetivo. Assim, o
cliente perceberá que o total de suas necessidades está sendo contemplado.
Caso os objetivos tenham ações mistas, ou seja: ações que desenvolvam mais de um objetivo,
é melhor apresentar a solução como um todo, organizando-as por etapas.
As ações devem ser descritas com as informações de: o que é, quando ocorre, quem participa,
como funcionará, sugestões gerais de aplicação e desenvolvimento e de que forma se sabe que a
ação funcionou (indicador).
É importante organizar um cronograma mais simples, apenas com o nome da ação, indicando
a ordem e o tempo de cada uma. Aqui pode ser interessante indicar quais objetivos cada uma
trabalha. Fazer esta conexão entre objetivos e ações é uma das formas de demonstrar para o
cliente que nada foi esquecido e todo o planejamento é assertivo para o que foi combinado.
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Apesar de, geralmente, o relatório vir ao final do projeto, devemos pensar que há uma ideia
a ser vendida: o consultor precisa vender que a sua solução é a melhor para aquela situação, caso
contrário seu planejamento não será realizado em plenitude.
FIQUE DE OLHO
Existem diversos modelos de resumo executivo que você pode utilizar, cada modelo com um
objetivo próprio. Vale uma pesquisa para ver diferentes ideias e se inspirar para produzir um
resumo atrativo e interessante para seu cliente.
Ele deverá ser produzido ao final do relatório, pois precisará das informações de todo o
plano. Nele deve constar os principais resultados da consultoria e o essencial do planejamento
apresentado. Ele deve ter 1 ou 2 páginas e pode ser composto de gráficos, tabelas, fluxogramas
etc. Quanto mais visual ele for, melhor.
O consultor pode, inclusive, levar ele impresso. É uma alternativa interessante para clientes
que você não irá entregar o relatório completo impresso (uma tendência cada vez maior entre as
empresas-clientes).
Este documento deve ser produzido com cuidado e atenção, pois ele deve conter informações
que não dependam de uma extensão apresentação. O ideal é que ele seja autocontido: todas as
informações que o leitor precisa para entender seus resultados, está ali.
Além destes itens, é importante medir a satisfação do cliente com o trabalho e a qualidade da
entrega. Estes itens são, em geral, mais subjetivos, e devem ser metrificados de forma sistêmica.
FIQUE DE OLHO
Indicadores é um tema extremamente importante de o consultor aprender. Além dos
indicadores que o próprio consultor estabelece, é fundamental conhecer os que são mais
utilizados de forma geral, mesmo que não tenham relação direta com o trabalho do consultor.
Isso para que o consultor entenda os indicadores importantes para o seu cliente.
Segundo Ferreira et. al. (2008), um sistema de gestão baseado em indicadores de desempenho
é essencial para as organizações prosperarem, ajudando a medir os resultados atuais e planejar os
cenários futuros. Estes indicadores devem explorar mais do que apenas os resultados financeiros.
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Vamos analisar o seguinte exemplo: uma empresa percebe que seus colaboradores não são
engajados com o processo seletivo e no programa de indicação da empresa. Engajamento é algo
altamente difícil de ser medido, portanto é preciso entender o que a organização espera que seus
colaboradores façam a partir do momento que eles estejam engajados (qual é a situação atual e
qual é a situação ideal).
Digamos que a empresa espera que os colaboradores sejam mais ativos em suas redes sociais,
colocando as vagas em suas redes, ou que eles indiquem mais possíveis colaboradores para a
organização. O trabalho do consultor será entender os motivos desta falta de engajamento, mas
ele precisará de um indicador pré-acordado para medir antes e depois.
Neste caso pode-se criar uma hastag para o anúncio de vagas, ficando simples de medir
os anúncios feitos pelos funcionários. O programa de indicação pode ser medido ao longo dos
meses, para efeitos comparativos. Então temos dois indicadores: um deles, o programa de
indicação, já possui dados para comparar; mas a hastag é algo que precisa ser aplicado para
futura comparação.
Assista aí
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Mas é possível realizar feedbacks parciais do trabalho do consultor. É interessante que, após
marcos importantes de entrega (atividades macros), o consultor busque um feedback de como
foi o trabalho até ali, questionando o cliente se ele está satisfeito com as atividades realizadas, os
resultados obtidos até ali e se o projeto está alinhado com o que ele espera. Pode-se perguntar
ao vivo, ao apresentar uma parcial dos resultados, ou aplicar um formulário.
Perguntas sobre satisfação e qualidade devem ter uma avaliação numérica (uma nota ou uma
escala) e uma questão aberta em que se solicita uma breve explicação da nota. Isto facilita um
entendimento completo da posição do cliente.
Também é importante deixar um espaço para o cliente colocar informações que não foram
perguntadas, qualquer sugestão, crítica ou elogio que ele queira espontaneamente ofertar.
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5.1 Assessoria
A assessoria é uma atividade ofertada por um especialista no assunto em questão, geralmente
terceirizado da empresa-cliente. Por essas características, pode se confundir com a consultoria
facilmente.
Podemos dizer que a principal diferença entre estas atividades é que a assessoria presta
suporte em processos já existentes. Um exemplo das diferenças é um serviço de consultoria
e assessoria jurídica. Se o cliente precisa de auxílio em uma situação nova e específica, pode
contratar um consultor para auxiliar nestas decisões. Agora, se ele precisa de um apoio em
atividades do dia a dia (revisar contratos constantemente, por exemplo) esta tarefa já não é parte
da atuação de um consultor.
Vamos imaginar um consultor que trabalha com lideranças. Ele pode ter desenvolvido um
produto de treinamento para este público. Em alguns casos, ele será chamado para prestar
uma consultoria e parte da sua atuação será dar este treinamento. Entretanto, alguns clientes
solicitarão especificamente a aplicação do treinamento em sua empresa.
Um bom consultor fará uma análise inicial das demandas de treinamento, similar a consultoria,
mas se o seu trabalho é resumido a adaptar sua técnica e aplicá-la, ele está, neste caso, atuando
como um profissional de treinamento, como mostra a figura “Treinamento”.
Figura 2 - Treinamento
Fonte: Africa Studio, Shutterstock, 2020.
A palestra, da mesma forma, é uma atividade fechada, que, em geral, necessita de menos
análise inicial de demandas (já que a palestra é um modelo mais fechado de passagem de
conhecimento). Ela pode ser parte integrante de uma consultoria, mas por si mesma não é um
serviço de consultoria.
Para o consultor, pode ser bastante interessante atuar com ambos. Ter um treinamento como
um produto que pode ser adaptado ao cliente, mas que a venda é mais simples e rápida de ser
aplicada, pode ser uma porta de entrada para uma consultoria mais completa.
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5.3 Coaching
O coaching é uma atividade individual de aconselhamento e desenvolvimento pessoal (OLIVEIRA,
2019). Muitas vezes, durante o trabalho de consultoria, fica evidente que algumas questões pessoais
precisam ser desenvolvidas para que a empresa consiga realizar as mudanças planejadas.
Nestes casos, caso o consultor tenha formação adequada, ele pode realizar o coaching.
Entretanto, esta atividade é totalmente diferente da consultoria e sugere-se que não seja incluída
no mesmo projeto. Se possível, é interessante que o consultor indique outra pessoa para realizar
o coaching.
Em algumas situações, pode ser necessário que o mesmo profissional realize ambas as
atividades, especialmente quando o consultor for chamado para desenvolver pessoas da
organização. Se for ofertar ambas, realize contratos separados.
Isto porque o coaching busca desenvolver uma pessoa individualmente. Ainda que os
objetivos iniciais possam ser estabelecidos em conjunto com a empresa, o compromisso do coach
(quem presta o serviço) é com aquele que ele está mentorando.
Durante o processo de coaching é possível que a pessoa descubra que seus objetivos não são
congruentes com a organização. Dessa forma poderá ocorrer um conflito de interesses entre os
dois objetivos (da consultoria e do coaching). É claro que o reconhecimento desta diferença fará
bem para ambos os lados, e ajudará a médio e longo prazo a empresa a se reorganizar.
5.4 Auditoria
A auditoria é uma análise específica de processos e relatórios, geralmente de natureza contábil
e processual (OLIVEIRA, 2019). A auditoria deve ser aplicada por um especialista, mas ela não
envolve o desenvolvimento de nada novo. Ao contrário: devem ser aplicados os procedimentos
esperados e já desenvolvidos para verificar se todas as informações estão corretas. Sugere-se que
o trabalho de auditoria não seja realizado pelo consultor da organização.
Da mesma forma, qualquer método da consultoria, quando aplicado de forma isolada, sem
o trabalho de diagnóstico completa, é uma atividade que difere do trabalho do consultor. O
consultor pode ser convidado a conduzir uma pesquisa específica, mas apenas a condução da
pesquisa é a aplicação de um instrumento, não um trabalho de consultoria completo. Assim,
similar ao treinamento e a palestra, o consultor pode realizar a aplicação destes instrumentos até
como forma de iniciar um trabalho com o cliente.
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PARA RESUMIR
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
FERREIRA, M. P.; ABREU, A. F.; ABREU, P. F.; TRZECIAKLL, D. S.; APOLINÁRIO, L. G.;
CUNHA, A. D’A. Gestão por indicadores de desempenho: resultados na incubadora
empresarial tecnológica. Produção, v. 18, n. 2, São Paulo, 2008.