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HORIZONTAIS EM TERESINA-PI
ABSTRATC
This article aimed to make a diagnostic survey about the relationship of occupation of gated
communities in areas of susceptibility to vulnerability associated with urban drainage in Teresina-PI.
The research is constituted as qualitative and exploratory, bibliographic and field, with cartographic
production. In this matter, it was found that the city is prone to the accumulation of rainwater due to its
relief, the presence of lagoons, hydrographic basins, river plains of the rivers Parnaíba and Poti. It was
also verified the presence of gated communities in areas possibly susceptible to flooding. Therefore, it
is affirmed that there is an urgent need to rethink the territorial planning of Teresina, aiming to reduce
the risks of disasters and the socio-environmental impacts associated with these constructions.
1 Introdução
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Acadêmica do programa de pós-graduação em Geografia da Universidade Federal do Piauí. E-mail
de contato: edileia-reis@hotmail.com
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Docente do programa de pós-graduação em Geografia da Universidade Federal do Piauí. E-mail de
contato: bartira.araujo@ufpi.edu.br
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A vulnerabilidade ambiental pode ser conceituada como um sistema natural
que “[..] é suscetível ou incapaz de lidar com os efeitos das interações externas.
Pode ser decorrente de características ambientais naturais ou de pressão causada
por atividade antrópica; ou ainda de sistemas frágeis de baixa resiliência[..]”
(AQUINO; PALETTA; ALMEIDA, 2017, p.15).
Neste contexto, a vulnerabilidade ambiental é um fenômeno gerado por
causas naturais, estando associada aos recursos hídricos (áreas de inundação de
rios e lagoas), a geologia, ao clima, à vegetação, ao solo, entre outros fatores. Como
também são produzidos pela ação antrópica como o desmatamento, a
impermeabilização do solo e a urbanização, dentre as quais se destaca no referido
estudo as formas de uso e ocupação do solo urbano, a exemplo dos
empreendimentos privados como os condomínios horizontais fechados que estão
fixados em áreas que apresentam um potencial de fragilidade ambiental.
Os objetos deste estudo, os condomínios horizontais fechados, são “[..]
conjuntos de edificações, de um ou mais pavimentos, construídos sob a forma de
unidades isoladas entre si, destinadas a fins residenciais ou não-residenciais [..]”
(BRASIL,1964, S.p). Os condomínios horizontais são residenciais privados
delimitados por muros, sendo que devido ao seu formato horizontal, causam
inúmeros impactos socioespaciais e ambientais.
Estes foram criados na Inglaterra no final XVIII ao XIX como cidades-jardins.
Mas, logo foram adaptados pelos Estados Unidos na década 1970 e se
transformaram gated communities adotando padrões urbanísticos de unidades
coletivas e isoladas. Os condomínios horizontais se transformaram em produtos
vendáveis e, assim, por meio do fenômeno da globalização, se disseminaram por
várias partes do mundo (RAPOUSO, 2012).
Especificamente, no Brasil os condomínios horizontais fechados iniciam suas
atividades pelo grupo Alphaville na década 1970, enquanto na região Nordeste os
condomínios horizontais fechados começam a se popularizar na década de 1990
como empreendimento Green Village, criado em 1995 na cidade Natal-RN. No Piauí
os primeiros empreendimentos surgem na capital Teresina, sendo o pioneiro o
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loteamento Mansão dos Morros em 1991. Os loteamentos urbanos são subdivisões
de área em lotes (BRASIL, 1967). E, posteriormente com a construção em formato
de condomínio, surge o Jardim de Fátima em 1997 na região Leste da cidade
(SILVA, 2015).
Diante de tais fatos, ressalta-se que existe eminente prospectiva que a
instalação de condomínios horizontais fechados venha a causar impactos
socioambientais ao criarem áreas de vulnerabilidade ambiental ou intensificarem tal
processo. Neste contexto, há uma necessidade de se discutir o gerenciamento
ambiental e urbano, haja vista que esse tipo empreendimento é fruto de ações dos
agentes produtores do espaço urbano que criam áreas estratégicas com a finalidade
segregação socioespacial.
2 Metodologia
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Figura 1 - Mapa de Localização de Teresina e Condomínios Horizontais.
Fonte: Silva (2015). Adaptado e Organizado por: Edileia Barbosa Reis (2019), Geoprocessamento:
Wellington de Araújo Sousa (2019).
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de Meio Ambiente e Recurso Hídricos (SEMAM). Para a confecção dos mapas usou-
se o software QGIS versão 2.18 (FLORENZANO, 2011).
A análise ambiental ocorreu através do monitoramento utilizando-se a
ferramenta do Google Earth com a adoção do Sistema de Informações Geográficas
(SIG). As bases de dados utilizados foram do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Secretária de
Planejamento e Coordenação (SEMPLAN, 2015).
O levantamento foi direcionado a localização dos condomínios horizontais na
cidade, tendo por intuito identificar os pontos estratégicos a suscetibilidade à
vulnerabilidade ambiental sendo atrelada a drenagem urbana (FREITAS; CUNHA,
2013). Os níveis de suscetibilidade foram categorizados por meio da classificação de
Lima (2016) das sub-bacias utilizando 4 tipologias associadas ao risco de inundação
e ao formato da bacia: Baixo/Retangular, Baixo/Triangular, Moderado/Triangular,
Alto/Circular. Nos estudos sobre esta temática é possível associar as inundações à
fatores como a impermeabilização do solo urbano, a retirada da cobertura vegetal e
aos períodos chuvosos época que ocorre o transbordamento das lagoas e rios
(GUERRA; CUNHA, 2006).
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dinâmica da cidade em seu processo de urbanização intervém diretamente na
condição ambiental.
À medida que a cidade se expande, frequentemente, ocorrem impactos com
o aumento da produção de sedimentos pelas alterações ambientais nas
superfícies e produção de resíduos sólidos; deterioração da qualidade da
água [...] e lançamento de lixo, esgoto e águas pluviais nos rios (MUCELIN;
BELLINI, 2010, p. 20).
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No entanto, a aplicação do licenciamento ambiental não isenta o aspecto
negativo resultado do descontrole quanto ao uso e a ocupação do espaço urbano,
assim como a instalação de condomínios horizontais em áreas susceptíveis a
vulnerabilidade ambiental, pois este tipo de empreendimento interfere no equilíbrio
das diferentes paisagens em sua “interação complexa entre os diversos
geocomponentes” (RODRIGUEZ, 2017, p. 66).
Entre danos causados a paisagem destaca-se entre os diferentes cenários, os
vazios e as franjas urbanas que passam a ser alvo de interesse especulação
imobiliária que vê nestas áreas benefício que vão além de localização como
consumo do meio ambiente urbano por consequências pode trazer danos
irreversíveis (MENDONÇA, 2004). Também geram incertezas sobre os riscos
socioambientais que permeiam, assim como sobre o futuro das paisagens naturais
no contexto da cidade (MENDONÇA, 2010).
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Nesta conjuntura, é suma importância se pensar no ordenamento territorial
sob uma perspectiva futura diante da possibilidade do surgimento de novas áreas de
vulnerabilidade ambiental evitando possíveis desastres. Deve-se destacar que a
vulnerabilidade é dividida em três classes: os riscos ambientais; a vulnerabilidade
suscetibilidade de eventos, assim como os desastres e danos ambientais (CIDADE,
2013). Cumpre enfatizar que na cidade as ocupações irregulares e o mau uso dos
recursos ambientais são considerados os principais causadores da vulnerabilidade
ambiental.
A vulnerabilidade pode ainda ser atribuída à duas situações: a primeira
relativa à persistência “[..] que é a medida do quanto um sistema, quando
perturbado, se afasta do seu equilíbrio ou estabilidade [...]” (SANTOS, 2007,p. 18). E
a segunda refere-se a “[..] resiliência, ou seja, a capacidade de um sistema retornar
a seu estado de equilíbrio, após sofrer um distúrbio [...]” (SANTOS, 2007, p. 18).
É notório ressaltar que as cidades brasileiras enfrentam uma série de
desastres ambientais provocados pela vulnerabilidade ambiental. Estes são casos
noticiados de nos mais diferentes contextos, que levam inclusive a morte de
pessoas. Porém, prescrever tais eventos exige um rigor técnico de avaliação sobre
os impactos socioambientais com o reconhecimento dos fatores correlacionados à
vulnerabilidade ambiental que abrangem desde os processos erosivos, o
desmatamento, o deslocamento de massas, entre outros (SANTOS, 2007).
Em Teresina um dos casos mais recorrentes de vulnerabilidade ambiental
trata-se dos problemas oriundos da drenagem urbana entre principais causas estão
as “[...] inundações naturais que ocorrem no leito maior dos rios por causa da
variabilidade temporal e espacial da precipitação [...] urbanização efeito da
impermeabilização do solo” (TUCCI, 2008, p.105). Estes gerados pela dificuldade de
escoamentos das águas durante o período chuvoso entre meses de maio a
dezembro (CHAVES; TAVARES; ANDRADE, 2017).
Para inibir os efeitos da problemática drenagem urbana o município de
Teresina propôs a lei de drenagem urbana a Lei nº 4.724/2015 que atua em conjunto
com o Plano Diretor Drenagem Urbana e a Agenda 2030, porém pouco tem
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influenciado em ações preventivas (TERESINA, 2015). Este impõe que as
construções que venham afetar a drenagem urbana sejam submetidas à avaliação
da Secretária Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEMDUH),
também devendo estar de acordo com Código Florestal, a Lei 12. 651/2012
(BRASIL, 2012).
Neste contexto, em Teresina existem várias áreas com risco a inundação,
entre elas as 70 sub-bacias distribuídas entre rio Parnaíba e Poti (TERESINA, 2017).
Segundo Lima, A. (2016), em Teresina existem diferentes níveis de suscetibilidade
ao acúmulo de água acarretando, em maior ou menor dificuldade, o escoamento da
drenagem urbana. Para classificação nível suscetibilidade segundo Lima (2016) que
divide a área de estudo em quatro principais tipos de bacias que possuem diferentes
formatos que incidem sobre o potencial de escoamento superficial como pode ser
observado no Quadro 1. Na Figura 2 é possível observar alguns desses pontos.
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Figura 2 - Localização de áreas susceptíveis à inundação e os condomínios horizontais
Fonte: Lima (2016); Silva (2015); Fonte: Silva (2015). Adaptado e Organizado por: Edileia
Barbosa Reis (2019), Geoprocessamento: Wellington de Araújo Sousa (2019).
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A- Condomínio Mirante do Lago região Leste ficava situado área de lagoa aterrada; B – Enchente
2019 em frente ao Condomínio Mirante do Lago; Portal G notícias; C- Condomínio Vila Vitória
região Sul da cidade área de inundação rio Parnaíba; D- Condomínio Kennedy Park; Condomínio
Mansão dos Morros está localizado próximo à lagoa do Parque Zoobotânico.
Figura 3 - Condomínios Horizontais Fechados em áreas de vulnerabilidade ambiental - 2019.
Fonte: Google Earth, 16/07/2018.
5 Conclusão
6 Referências
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