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LEITURA DA CIDADE: ATUALIZAÇÃO DO MAPA URBANO DE SÃO

LUÍS – COBERTURA VEGETAL (2023)


Israel Bruno Guimarães da Silva¹; Patrícia Miria de Oliveira Prazeres²; Mariana Sousa Valporto³

1 - Universidade Ceuma, graduando do curso de Arquitetura e Urbanismo, São Luís,


Maranhão, Brasil.

2 – Universidade Ceuma, graduada do curso de Arquitetura e Urbanismo, SãoLuís, Maranhão, Brasil

3 - Universidade Ceuma, Professora Mestra do curso de Arquitetura e Urbanismo, São Luis,

Maranhão, Brasil email: guimaraesisrael_@outlook.com

Resumo

A leitura da paisagem de uma cidade voltada para seus aspectos geográficos é importante
por apresentar resultados significativos de mudanças em sua composição, seja ela natural
ou antrópica. Sabendo que a qualidade ambiental de uma cidade está diretamente
relacionada com a sua qualidade estruturante paisagística e seus impactos sociais e
ambientais, isto é, ruas arbóreas, clima ameno, prevenção de enchentes e de doenças, este
artigo tem como objetivo de uma leitura do mapa urbano do ano de 2006 (dois mil e seis) da
cidade de São Luís, capital do Maranhão, analisando possíveis mudanças estruturais do
contexto urbano, originando um novo mapa do ano de 2021 (dois mil e vinte e um) e a partir
de uma comparação entre mapas, transcrever as mudanças ocorridas na cobertura vegetal
e apontar os aspectos positivos e/ou negativos dessa transição, obtendo uma nova leitura
da capital e suas consequências estruturantes, climáticas e urbanas da cidade. Este artigo é
resultado de um projeto de extensão do curso de arquitetura e urbanismo da Universidade
Ceuma.

PALAVRAS-CHAVE: são luís; leitura da cidade; mapa urbano; impactos sociais; impactos
ambientais.

LANDSCAPE READING: URBAN MAP UPDATE OF SAINT LOUIS

Abstract

The reading of the landscape of a city focused on its geographical aspects is important
because it presents significant results of changes in its composition, whether natural or
anthropic. Knowing that the environmental quality of a city is directly related to its structuring
quality of the landscape and its social and environmental impacts, that is, tree-lined streets,
mild climate, prevention of floods and diseases, this article aims to read the map. of the year
2006 (two thousand and six) of the city of São Luís, capital of Maranhão, analyzing possible
structural changes in the urban context, creating a new map of the year 2021(two thousand
twenty-one) and, from a comparison between maps, transcribing the changes that occurred
in the vegetation cover and point out the positive and/or negative aspects of this transition,
obtaining a new reading of the capital and its structuring, climatic and urban consequences
of the city. This article is the result of an extension project of the architecture and urbanism
course at Ceuma University.

KEYWORDS: Saint Louis; city reading; urban map; social impacts; environmental impacts.
1 INTRODUÇÃO

A cobertura vegetal de um determinado espaço é compreendida não apenas como


um princípio determinante para o funcionamento da paisagem, mas engloba todo
processo de transformação, desenvolvimento e sucessão de determinado contexto
ambiental e social através da intervenção humana. Com o crescimento da expansão
urbana a massa vegetativa tem sofrido grandes mudanças desencadeando
desdobramentos significativos para a transformação do ecossistema. Diante disso, o
estudo da cobertura vegetal expressa um importante mecanismo para subsidiar o
planejamento de ações efetivas para a organização territorial, sobretudo, no que diz
respeito a conservação e preservação dos ambientes naturais remanescentes
(AB’SÁBER, 2012).

A cidade de São Luís, capital do estado do Maranhão, é uma ilha fundada por
Franceses desde 8 setembro de 1612, a qual seu fundador deu origem ao nome da
região, Luís XIII. São Luís está localizada no Golfão Maranhense que é uma área de
terras emersas, formado pelas baias de São Marcos e São José e inserido na área
de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses (APA) conforme o sistema
Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), sendo junto ao estado do Pará a
maior área de manguezais do mundo.

Além dos manguezais, há pequenas áreas de floresta amazônica e regiões de


dunas, o clima da região é o tropical-úmido e é influenciado pelo mar e zona de
convergência intertropical, por conta disso, a cidade tem 6 períodos chuvosos, de
janeiro a junho, e seis períodos de seca, julho a dezembro. Todavia, exposta sua
localização e particularidades, este trabalho tem como objetivo a leitura da cidade
citada e a atualização do mapa de cobertura vegetal.

A problemática se trata da transformação urbana com o desenvolvimento de São


Luís tendo como foco a análise da cobertura vegetal, neste salto de 15 anos. Foi
necessário a identificação de biomas transição, áreas de preservação, principais
pontos de impacto e através de pesquisa bibliográficas apontar as consequências
socioambientais. Ademais, realizou-se a produção do mapa urbano atualizado de
São Luís do ano em questão, 2021 (dois mil e vinte e um), conforme será
apresentado a comparação com o mapa de 2006 (dois mil e seis).
2 METODOLOGIA

Através de uma metodologia de observação, comparativa e qualitativa, isto é o


desenvolvimento do estudo dessa pesquisa depende de um corte espacial definindo
o campo e a dimensão em que será analisado e mapeado. Dessa maneira, visa
analisar os aspectos variados correlacionando fatos e fenômenos ocorridos, sem
manipula-los.

Utilizou-se do mapa urbano de cobertura vegetal de 2006 (dois mil e seis) produzido
pelo Instituto de Pesquisa e Planificação da Cidade da Prefeitura de São Luís em
2006, que faz parte de um levantamento realizado pelo Instituto da Cidade para a
elaboração do Plano Diretor de São Luís daquele ano para estudo e análise da
mudança da massa vegetativa ao longo dos últimos anos e assim originou-se um
mapa atualizado do ano de 2021 (dois mil e vinte e um). por meio de softwares de
sistemas de informações geográficas como Qgis, MapsBiomas, Google Maps,
Google Earth, e softwares de representação gráfica Ilustrator, Photoshop, autocad,
Paint 3D, além do método de observação in loco em áreas de difícil identificação por
meio digital.

3 MAPA DO ANO DE 2006

São Luís está inserida nas áreas de proteção ambiental das Reentrâncias
Maranhenses por possuir a maior área de mangueais do mundo aliada com o estado
do Pará. Com as transformações urbanas através do desenvolvimento da cidade,
incluindo áreas verdes urbanas sofrem impactos que refletem na qualidade de vida
dos habitantes ao longo dos anos. Pontos a serem considerados são a degradação
dos manguezais, falta de saneamento, atividades industriais, expansão desordenada
do crescimento urbano, erosão, assoreamento, poluição e diminuição da
biodiversidade. Portanto, estudou-se o mapa de cobertura vegetal de 2006 (dois mil
e seis) ilustrado na figura 1, abrangendo suas bacias e vegetações existentes
servindo de base para um novo mapa originado em 2021 (dois mil e vinte e um).
Figura 1: Mapa de 2006, São Luís.

Fonte: Prefeitura de São Luís, 2006.

O mapa em questão ilustra as ocupações de solo da cidade em prol da cobertura


vegetal, as quais são: cordão arenoso, também chamado de cordão litorâneo que
corresponde a um acidente que ocorre junto à costa resultante de seu desgaste
causado pelo curso da água que deságuam no litoral, composto por areia e seixos;
áreas de dunas, que correspondem à pequenas elevações de areia formadas pelo
vento marítimo que se estabilizam numa vegetação pioneira; áreas com
predominância de solo exposto, que são áreas desocupadas e possui o solo
exposto, sendo o principal receptor de água da pluvial; áreas de mangues, sendo
considerado um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes marinho e
terrestre, sendo sujeito ao regime de marés; áreas com baixa densidade de
vegetação arbórea vegetativa, a qual corresponde escassez às árvores de grande
porte; áreas com cobertura vegetal com predominância de vegetação arbórea
significativa, se predomina as vegetações de grande porte.
A cobertura vegetal de São Luís se desenvolve a partir das características do relevo
e por isso é tão variada, por conta do curso d’água e o grau de alteração antrópica
existente em alguns trechos, ocasiona a predominância de determinadas feições e
espécies. Assim, para uma melhor análise da vegetação do local foram divididas em
três grupos: Formações pioneiras, matas secundárias e vegetação frutífera.

4 MAPA ATUALIZADO DE 2021

O mapa de 2021 foi elaborado utilizando os softwares mapsbiomas, o qual


identificou-se os biomas existentes na região, o mapa de 2006 (dois mil e seis) e
google maps e google Earth para comparar as informações para chegar a um
resultado preciso. Neste novo mapa, será abordado o que se manteve presente,
ausente e/ou houve crescimento ou diminuição no decorrer dos 15 (quinze) anos
que se passaram exposto na figura 2.

Como pontos de impacto têm-se as regiões onde houve um aumento de


urbanização como nas regiões em direção ao Olho D’água, assim como a redução
de área de mangue nos bairros Vila Nova e Vila Embratel, neste último é perceptível
o aumento de solo exposto junto à área de mangue, com redução da vegetação
densa. Entre os bairros Bequimão e Vila Palmeira observa-se situação semelhante
em relação ao aparecimento de áreas de solo exposto, onde antes existia mangue.
Na localidade da Cidade Operária onde existia vegetação densa hoje predomina
solo exposto. A partir dessas observações é possível analisarmos que a cidade com
a demanda populacional que cresce em direção ao interior da ilha houve
naturalmente redução de áreas de vegetação e crescente poluição das bacias
constituintes da região de São Luís, porém ainda existem pontos de vegetação
preservados, assim como as regiões de mangue.
Figura 2: Mapa de 2021, São Luís.

Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.

Neste novo mapa, foi levantado os mesmos tópicos do mapa de 2006 (dois mil e
seis), tópicos estes que fazem parte dos elementos estruturantes da cidade, para no
próximo capítulo fazer a comparação correta da mudança de composição de São
Luís.

5 ANÁLISE E COMPARAÇÃO DOS MAPAS 2006 - 2021

Nos mapas, a ilha foi dividida em um eixo originando o trecho Norte e o trecho Sul
para uma melhor leitura e intepretação nas localidades de maiores mudanças na
cobertura vegetal neste intervalo de 15 anos como ilustrado na figura 3.
Figura 3: Comparação dos mapas 2006-2021
.

Trecho Norte

Trecho Sul

Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.

5.1 Trecho Norte

Como mostra a figura 4, nota-se a redução do cordão arenoso, na região do São


Francisco. Há também a redução das dunas, na região do Calhau assim como a
redução da cobertura vegetal e aumento de zonas urbanizadas com construção de
condomínios.

Na área de Preservação Permanente da Lagoa da Jansen, área turística da cidade,


é possível ver que houve um aumento na vegetação dentro da região citada. As
áreas de proteção ambiental (APA) tais como: Estação Ecológica Sítio do Rangedor
e Reserva Florestal do Santa Eulália também tiverem sua extensão reduzida, pois
receberam intervenções para parques ecológicos e a construção da via expressa,
respectivamente. No dia 7 de setembro de 2019, o novo parque do Rangedor foi
inaugurado, o que trouxe uma melhor qualidade vegetativa para a cidade. O
Rangedor possui 3 km de ciclovias e pista de caminhada ao longo do parque,
academia ao ar livre, área de lazer, trilhas ecológicas, além das demais áreas que
foram preservadas. Já a Reserva Florestal do Santa Eulália obteve intervenções
para a construção da Via Expressa como meio de melhorias no trânsito afim de
reduzir os engarrafamentos da Avenida Jerônimo de Albuquerque, com extensão
total de 8,17 quilômetros interligando as principais avenidas da cidade de São Luís,
em pista dupla com canteiro central, passeios laterais, ciclovias e iluminação.

Em regiões como Calhau, Olho D’Água, Cohama e Turú apontam similaridade em


suas transformações, pois destacou-se a redução de solo exposto e cobertura
vegetal sendo substituídas por áreas construídas, edificações entre casas e
condomínios.

Figura 4: Comparativo de mapas 2006 e 2021, respectivamente - Trecho Norte

Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.

5.2 Trecho Sul

No trecho Sul da cidade houve também diminuição do solo exposto, com acréscimo
de área vegetada de forma natural. Na região da Vila Embratel, as áreas vegetadas
passaram a ser solo exposto, além da diminuição da área de mangue. Essa
transformação deu espaço para áreas urbanizadas. No Parque Estadual do Bacanga
houve diminuição do solo exposto dando lugar ao desenvolvimento da vegetação
densa, consideração que essa região é uma área de proteção ambiental, a reserva
estadual do Bacanga.

Nesse trecho, há a presença de corpos d’água, onde houve diminuição da


vegetação e de mata ciliar, dando espaço para áreas urbanizadas e solo exposto.
No bairro Cidade Operária, há escassez de áreas vegetadas contribuindo para o alto
nível da sensação térmica da região.

Figura 5: Comparativo de mapas 2006 e 2021, respectivamente - Trecho Sul

Fonte: Elaborado pelos autores, 2021.


6 CONSEQUÊNCIAS SIGNIFICATIVAS NA MUDANÇA DA COMPOSIÇÃO
AMBIENTAL DE SÃO LUÍS

Mediante a essa análise sobre as principais mudanças que ocorreram durante o


recorte desses 15 anos da cobertura vegetal da cidade de São Luís, é possível
enfatizar o crescimento e aumento de diversas consequências ocasionadas pela
interferência significativa do homem na natureza e solo urbano. Onde antes se
observava uma densa massa vegetal em diversas áreas espalhadas pela cidade,
hoje foram substituídas por zonas residenciais, solo exposto e vazios urbanos.

Devido a essa expansão urbanística que São Luís sofreu durante esses anos
percebemos que essa massa vegetal em geral tem sido devastada gradativamente
sem a preocupação em preservar e cuidar do meio ambiente.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, reunida em


Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972, e, atenta à necessidade de um critério e de
princípios comuns que ofereçam aos povos do mundo inspiração e guia para
preservar e melhorar o meio ambiente humano.

Os recursos naturais da Terra, incluídos o ar, a água, o solo, a flora e a


fauna e, especialmente, parcelas representativas dos ecossistemas
naturais, devem ser preservados em benefícios das gerações atuais e
futuras, mediante um cuidadoso planejamento ou administração adequados.
(UNEP, 1972, p. 01).
O planejamento racional constitui um instrumento indispensável para
conciliar as diferenças que possam surgir entre as exigências do
desenvolvimento e a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente.
(op. cit., 1972, p. 03).

Consequentemente, ao planificar o desenvolvimento econômico, deve-se atribuir a


preocupação com a massa vegetativa existente e as consequências resultantes que
ocorrerão com tal interferência. A vegetação exerce um grande papel de influência
sobre o resultado da qualidade ambiental de um local. Isso significa que a mudança
da cobertura vegetal em um determinado local também contribui para a mudança
climática. O desenvolvimento de vegetais possui a função de absorver grande parte
da energia transmitida pelo sol que reflete sobre a terra. Desse modo, quanto maior
o grau de reflexão o impacto do efeito estufa tende a ser maior. Assim, locais com
uma quantidade menor de vegetação tem a capacidade de absorver mais calor da
superfície, assim, acarretando o aumento da temperatura.
Em decorrência da diminuição da massa vegetativa e, consequentemente, a
escassez de áreas permeáveis, ilustrado nos mapas neste artigo, a capital do
Maranhão vem sofrendo com alagamentos.

Durante a urbanização, os espaços permeáveis, inclusive áreas vegetadas


e bosques, são convertidos para usos, que, geralmente, provocam aumento
das áreas com superfície impermeável, resultando no aumento de volume
do escoamento superficial e a carga de poluentes [...] o escoamento
superficial em terras desprotegidas leva à erosão. As maiores taxas de
erosão são produzidas em áreas urbanas[...] (ARAUJO, ALMEIDA E
GERRA, 2012)

Uma das alterações de flora, e talvez a mais significativa, é a redução do


manguezal, principalmente no bairro do Jaracaty, Ponta d’areia, Renascença e São
Francisco exemplificados na figura 4. Visto que os mangues são matas ciliares, ou
seja, vegetações próximas a corpos d’águas, e sua importância é dada a contribuir
para a quantidade e qualidade da água, retém sedimentos evitando poluição das
águas. Dito isto, sabendo que São Luís tem um índice pluviométrico alto,
proveniente dos 6 meses de chuva, a Lagoa da Jansen aumenta sua quantidade de
água e, como não há mais barreira vegetal natural, escorre para suas proximidades.
Junto a isso, a falta de canais de drenagem que comporte a quantidade de água e
as áreas permeáveis vegetativas, há enchentes e alagamentos por todas as vias
desses bairros.
Figura 6: Região de Mangues degradados comparativos 2006 - 2021

2006 2021
Fonte: MapBiomas/Qgis, grifo autoral. 2021
Na figura 4, trecho Norte percebe-se a diminuição do cordão arenoso e das dunas
que ficam na parte litorânea de São Luís para a extensão da avenida Litorânea, o
que ocasiona impactos socioambientais à cidade. O cordão arenoso, como já dito,
são estreitos depósitos arenosos em contato direto com a faixa de praia, sendo o
depósito continental mais próximo do mar, enquanto as dunas são formações de
areia geradas pelo vento, podendo ser coberta de vegetação ou não, os dois itens
ambientais citados são importantes para proteger a deságua do mar funcionando
como barreiras naturais, além de abster a difusão com o lençol freático, formando a
costa litoral. A consequência dessa diminuição no litoral de São Luís, é a alteração
da pureza da água doce da cidade que serve para abastecer a população, bem
como, servir de hidratação para as vegetações. Além disso, a retirada ou
remodelação das Dunas interfere no ecossistema local visto que servem de habitat
natural para diversas espécies animais e desequilíbrio ambiental oriundo da erosão.

Todo processo de acelerado desenvolvimento traz consigo a multiplicação


de obras de infraestrutura e a ocupação de extensas áreas por instalações
industriais e construções imobiliárias que não apenas alteram, mas
deformam por completo a paisagem, apagando as marcas e expressões do
passado, testemunhos de uma tradição histórica de inestimável valor. (op.
cit., 1967, p. 03).

Não é exagerado afirmar que o potencial de riqueza destruída com esses


atos irresponsáveis de vandalismo urbanístico em numerosas cidades do
continente excede em muito os benefícios advindos para a economia
nacional através das instalações e melhorias de infraestrutura com que se
pretendem justificar. (UNEP, 1967, p. 03).

Portanto a expansão urbanística e desenvolvimento econômico de maneira


exacerbada e sem controle algum não devem ser palco ou justificativa para o
desmatamento urbano principalmente nas áreas ambientais protegidas e
preservadas por lei, visto que as consequências mesmo que a longo prazo é um
dano fatal insanável que a cidade sofrerá. É necessário a expansão da cidade de
maneira adequada ao uso do solo, controlada e fiscalizada a fim de causar o menor
impacto possível sobre a natureza e proporcione qualidade ambiental para os
habitantes.

Medidas homologadas em um contexto federativo como o Código Florestal lei que


institui as regras gerais sobre onde e de que forma a vegetação nativa do território
brasileiro pode ser explorada. Ele determina as áreas que devem ser preservadas e
quais regiões são autorizadas a receber os diferentes tipos de produção rural,
incentiva a preservação e recuperação do meio ambiente. Apesar de existirem
diversos aparatos para o controle do uso da massa vegetativa como exemplo da
cidade de São luís o que se observa é a exploração e diminuição da mesma.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das informações expostas neste artigo, conclui-se que a composição da


cobertura vegetal de São Luís mudou negativamente, visto que diminuiu a área
composta por manguezais, vegetação arbóreas e região de dunas costeiras,
ocasionando enchentes, alagamentos como consequência e alteração no
ecossistema local, e aumento da temperatura me pontos das cidades. A
proveniência desta alteração foi causada pela expansão urbana visando o impacto
causado no meio ambiente e na infraestrutura da cidade. É fato que a continuidade
do desmatamento e a não fiscalização das áreas vegetativas protegidas acarretará
em problemáticas para a cidade de São Luís e, consequentemente, para a
população.

Este estudo possibilita outras pesquisas sobre avaliação da qualidade ambiental nas
cidades, como a avalição da condição térmica em bairros com ausência de áreas de
verdes, a falta de drenagem e os impactos imediatos, a extinção da fauna e da flora
urbana entre outros.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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