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GOVERNANÇA TERRITORIAL COM INFRAESTRUTURA DE DADOS

GEOESPACIAIS: UMA ANÁLISE DAS AÇÕES ANTRÓPICAS E


IMPACTO FLORESTAL EM AURELINO LEAL (BAHIA, BRASIL)
Ian Felipe Nascimento 1
Fábio dos Santos Massena 2
1
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ- UESC
BOLSISTA (ICB/UESC)
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS, ILHÉUS - BA
IFNASCIMENTO.BGE@UESC.BR

2
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA- UESC
PROFESSOR DR. ADJUNTO/DCAA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS, ILHÉUS - BA
FSMASSENA@UESC.BR

O complexo dinâmico nas cidades e utilização das infraestruturas de dados vem acarretando
benefícios para governança territorial e recursos gerenciados, observa-se a necessidade de
uma boa gestão e governança territorial com o uso das geotecnologias. Nessa perspectiva,
essas ferramentas geográficas são utilizadas em diversos estudos de impactos ambientais,
climáticos e monitoramento das ações antrópicas. Dessa forma, o estudo procura investigar a
evolução das ações antrópicas no município de Aurelino Leal-BA, bem como as contribuições e
impactos destas intervenções nas mudanças climáticas. O que significa geotecnologias? São
conjuntos de técnicas e métodos científicos aplicados à análise, à exploração, ao estudo e à
conservação dos recursos naturais, considerando diferentes escalas e a informação espacial
(localização geográfica), somando-se em contribuições as mais diversas formações. As
geotecnologias também são usadas para estudar a paisagem (topografia, hidrografia, geologia
e geomorfologia) e variáveis ambientais (temperatura, pluviosidade e radiação solar), analisar
e auxiliar na prevenção de desastres naturais (enchentes, terremotos e erupções vulcânicas),
além de gerenciar e de monitorar a atividade humana (infraestrutura, agropecuária e dados
socioeconômicos). As múltiplas interações de técnicas são integradas a hardware satélites,
câmeras, GPS, computadores (GOMES et al., 2014). O que é o sistema de informação
geográfica os SIGs podem conter arquivos digitais no formato raster (imagens de satélite e
fotos aéreas) ou vetorial (pontos, linhas ou polígonos). A análise das informações contidas num
SIG permite que se elaborem mapas, gráficos, tabelas e relatórios que representam,
digitalmente, a realidade do mundo real. Uma das vantagens de se usar um SIG é que ele pode
trabalhar com imensas bases de dados e transformá-las em mapas, que serão analisados,
individualmente, ou combinados com outros mapas e informações para gerar conhecimento
estratégico (SILVA, et al., 2021)e (GOMES et al., 2014). As etapas metodológicas para
construção do trabalho foram divididas em três seções: revisão bibliográfica da literatura
específica e análise quantitativa dos dados disponíveis na plataforma do Mapbiomas e
plataforma do Google Earth, para investigação temporal de como ocorreu a evolução das
ações antrópicas na zona urbana municipal de Aurelino Leal-BA, entre 1985 a 2020 e, através
da plataforma do Banco de Dados Ambientais (BDIAS), foi possível gerar mapa pedológico e
gráfico da cobertura vegetal e outras áreas. O estudo evidenciou a relevância das
geotecnologias para o monitoramento das ações antrópicas em função de contribuir no
planejamento urbano e legislação ambiental municipal. Foi possível evidenciar até o presente
momento, o histórico das ações antrópicas entre os anos 1985 a 2020, o que possibilitou
verificar para o município em destaque, que em 1985 possuía extensão de 21.988 ha. Dessa
forma, com o crescimento das ações antrópicas, a redução da cobertura vegetal vem
influenciando negativamente nas mudanças do ambiente, verificando-se os impactos diretos e
confirmados por meio das técnicas de fotointerpretação. Ressalta-se que sem aterro sanitário
e tratamento de esgoto, além de o município não possuir gestão ambiental adequada, tem-se
despejado muito de seus resíduos sólidos em locais inapropriados, gerando lixão a céu aberto
em fragmentos florestais nativos e, por conseguinte, poluem afluentes do Rio de Contas, a
principal bacia hidrográfica que banha a cidade. Desse modo, as alterações resultantes das
intervenções humanas, vêm ocasionando efeitos danosos na área florestal inserida na Mata
Atlântica, e os impactos causados entre 1985 a 2020, resultaram na redução da cobertura
vegetal de aproximadamente vinte e dois mil (ha), para 18.450 ha em 2020; até o momento
em 2022 segue-se a soma de impactos nestas regiões. A pesquisa em síntese relata a
importância das geotecnologias para análises geoespacias e as múltiplas interações de técnicas
que são integradas, tais como hardware (satélites, câmeras, GPS, computadores) e software
capaz de armazenar, manipular informações geográficas e processar imagens digitais. No
(gráfico 1) em relação à cobertura vegetal e outras áreas, Aurelino Leal-BA possui uma grande
área de pastagem territorial, quantificando-se cerca de 52,25%; em relação à vegetação
secundária, 47,08%; influência urbana, 0,18%; e corpo de água continental, 0,48%,
constatando-se grande perca da vegetação primária. A plataforma do Mapbiomas foi
fundamental para observar temporalmente o mapa de evolução das ações antrópicas e
desmatamento em matas preservadas. Constatou-se que em relação à geologia de Aurelino
Leal-BA, originalmente dos granulitos do cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá; a denominação de
complexo Ibicaraí aparece pela primeira vez no mapa geológico do estado da Bahia. Esta faixa
é interpretada como resultado da fusão de crosta oceânica toleiítica (BDIAS, 2021). Em relação
aos tipos de solos predominantes no município visualizados na (figura 1): Constatou-se,
argissolo vermelho-amarelo do latim argilla, conotando solos com processo de acumulação de
argila, grupamento de solos com horizonte B textural, com argila de atividade baixa, ou
atividade alta desde que conjugada com saturação por bases baixa ou caráter alumínico. Solos
de cor vermelho-amarela, chernossolo argilúvico do russo chern, negro; conotativo de solos
ricos em matéria orgânica, com coloração escura, grupamento de solos com horizonte A
chernozêmico, com argila de atividade alta e saturação por bases alta, com ou sem
acumulação de carbonato de cálcio. Solos com horizonte B textural ou caráter argilúvico,
luvissolo crômico do latim luere, lavar; conotativo de acumulação de argila, grupamento de
solos com horizonte B textural, com argila de atividade alta e saturação por bases alta. Solos
de caráter crômico, luvissolo háplico do latim luere, lavar; conotativo de acumulação de argila,
grupamento de solos com horizonte B textural, com argila de atividade alta e saturação por
bases alta. Solos não distinguidos nas classes precedentes. Espera-se que as geotecnologias
possam auxiliar em políticas públicas municipais eficientes, estimulando uma consciência
ecológica ativista da sociedade, visando metodologias como pilar da sustentação no
compartilhar de conhecimentos geográficos e cartográficos, em prol da conservação e
preservação do meio ambiente natural. O estudo possibilita auxiliar em análises sistêmicas,
pesquisas no âmbito das geotecnologias e cartografia como ciência amplificada, em prol de
contribuir na relação sociedade-natureza, visando um planeta mais harmônico.
Figura 1. Mapa da plataforma BDIAS dos tipos de Solos em Aurelino Leal-BA

Fonte: Bdias, 2021.

Tabela 1. Gráfico da cobertura vegetal e outras áreas de Aurelino Leal-BA

Fonte: Bdias, 2021.

REFERÊNCIAS
GOMES. R. L. et al. Geotecnologias e Geoinformação, Brasilia-DF, Embrapa, v. 4, p 34-35.
Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/107363/1/500P-
Geotecnologias-e-geoinformacao-ed01-2014.pdf.

IBGE. Banco de informações ambientais. 2021. Disponível em:


https://bdiaweb.ibge.gov.br/#/home .

MapBiomas, 2020. Disponível em: https://mapbiomas.org/.


NASCIMENTO, I.F; MASSENA. A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO
DE AURELINO LEAL-BA. ANAIS.....III SIMPÓSIO INTERDISCIPLINAR DE CIÊNCIA AMBIENTAL .1
(ed), p. 95-105, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.6084/m9.figshare.16733752.
SILVA, O. V.; ZUCHERATO. B.; PEIXOTO, B. W. D. A IMPORTÂNCIA DAS GEOTECNOLOGIAS PARA
A EDUCAÇÃO BÁSICA. Revista Geoaraguaia, p.202- 226, v.11. no Especial Geotecnologias,
2021. Disponível em:
https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/geo/article/view/12766.

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