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Teoria Social

Cognitiva de
Carreira
Uma abordagem para a
prática em Orientação
Profissional e de Carreira

andante
projetos de vida e de carreira

Rodolfo Ambiel
2021
Teoria Social Cognitiva de Carreira: Uma abordagem para a prática em Orientação Profissional e de Carreira

Apresentação

Uma boa teoria psicológica é aquela que explica


bem os fenômenos que se propõe a explicar,
baseando-se em pesquisas científicas sólidas que
dão base para tais explicações (e para eventuais
refutações) e, ainda, fornece ferramentas
adequadas para embasar as intervenções.

A Teoria Social Cognitiva de Carreira faz tudo


isso. Ela é (até agora) formada por cinco modelos
articulados que explicam o (1) desenvolvimento
dos interesses, (2) as escolhas profissionais e
acadêmicas, (3) o desempenho na área escolhida,
(4) a satisfação com o trabalho e o bem-estar
e (5) os comportamentos adaptativos para o
necessário autogerenciamento da carreira. Ainda,
1 fornece subsídios para se pensar a avaliação e a
intervenção para escolhas de carreira.

Nas próximas páginas, os conceitos básicos e as


ideias centrais dos modelos serão apresentados.
Este material é apenas uma breve introdução
ao tema e tem como objetivo aguçar a sua
curiosidade para estudar mais e melhorar sua
prática em Orientação Profissional e de Carreira.

Acredite: estudar a Teoria Social Cognitiva de


Carreira pode melhorar sua prática em OPC.
Teoria Social Cognitiva de Carreira: Uma abordagem para a prática em Orientação Profissional e de Carreira

A origem

A Teoria Social Cognitiva de Carreira (Lent &


Brown, 2006, 2008, 2013; Lent et al., 1994) nasceu
da Teoria Social Cognitiva, que foi proposta
por Albert Bandura, um psicólogo canadense
nascido em 1925 e falecido em 2021, professor
da Universidade de Stanford, nos Estados
Unidos. Bandura iniciou suas pesquisas com
estudos clínicos nos quais buscava verificar a
funcionalidade dos tratamentos de pessoas com
fobias severas. Nesses tratamentos, as pessoas
eram expostas aos estímulos geradores de fobia,
acompanhados por um terapeuta, e encorajadas
a agir sobre o ambiente a partir de suas próprias
capacidades e de acordo com um modelo.

Ao receber novamente os clientes alguns meses 2


depois para sessões de follow up, Bandura
percebeu que os efeitos daquela intervenção
foram muito além da extinção do medo, uma
vez que as pessoas também tinham alterado
suas crenças de capacidade de enfrentamento,
promovendo nas pessoas a percepção de
possibilidade de exercitar o controle sobre suas
ações em outras situações da vida. Para quem
quiser se aprofundar na Teoria Social Cognitiva, o
livro “Introdução à Teoria Social Cognitiva”, de Azzi
et al. (2021), é uma boa sugestão.
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Premissas da
Teoria Social Cognitiva

Para se pensar com a “cabeça” da Teoria Social


Cognitiva (TSC), é necessário entender duas
premissas básicas (Bandura, 1997).

Reciprocidade triádica

Na TSC, não há prevalência das cognições


ou do contexto sobre o comportamento. A
compreensão é de que comportamento expresso,
cognições (crenças) e ambiente físico são
mutuamente influenciáveis: a maneira como a
pessoa interpreta determinados estímulos, altera
seu próprio comportamento que, por sua vez,
altera o ambiente ao redor. Assim, o ambiente
3 modificado despertará novas cognições e afetos
na pessoa, que vai se constituindo segundo essas
experiências.

Capacidade agêntica

Assume que as pessoas são capazes


de, intencionalmente, influenciar seu
próprio funcionamento (crenças, afetos e
comportamentos) e as circunstâncias da vida, não
sendo mero produto das condições impostas pela
vida. Assim, Bandura (1997) informa que, a partir
dessa perspectiva as pessoas são:

•• Auto-organizadas: traçam estratégias de


ação intencionais e antecipatórias para
realizar os planos e metas;
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•• Proativas: estabelecem objetivos para si


mesmas e prevêem resultados prováveis
das ações e escolhas para guiar e
motivar seus comportamentos no futuro;

•• Autorreguladas: adotam padrões


pessoais para monitorar e regular suas
próprias ações;

•• Autorreflexivas: capacidade de olhar


para o próprio comportamento e
cognição, avaliá-los, julgá-los e, se
necessário, alterar suas rotas.

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Conceitos básicos

Em 1981 Betz e Hackett publicaram o estudo


pioneiro de aplicação da TSC para o contexto
da carreira. Desde então, vários estudos foram
realizados e possibilitaram a construção e teste
das hipóteses da teoria. Embora haja outros
conceitos importantes, são três os principais e
eles são centrais em todos os modelos.

Autoeficácia

A autoeficácia é o construto central da TSC e foi


proposta inicialmente por Bandura, em 1977, em
um artigo que propunha uma teoria completa
sobre a modificabilidade do comportamento
por meio de intervenções nas percepções

5 sobre as próprias capacidades das pessoas e os


meios pelos quais as mudanças podem ocorrer.
Bandura (1997) definiu o construto como crenças
de alguém em sua capacidade de organizar e
executar cursos de ação requeridos para produzir
certas realizações. Alguns aspectos importantes
que devem ser considerados são listados a seguir:

•• Domínio específico, portanto, não se


trata de um traço geral;

•• Maleável e passível de intervenção


intencional;

•• Principal fator de influência propulsora


do comportamento;

•• Impacta na escolha de atividades a


serem desempenhadas e de estratégias
para atingir os objetivos;
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•• Determina quanto de esforço, otimismo,


perseverança, resiliência, estresse e
depressão poderá ser experienciado em
caso de barreiras ou fracassos;

•• Influencia a qualidade do desempenho.


Expectativas de resultados

As expectativas de resultados são crenças


pessoais sobre prováveis desfechos (positivos,
negativos ou neutros) de atividades a se engajar
e, assim como a autoeficácia, também é de
domínio específico. Há três tipos de desfechos
antecipados:

•• Desfechos materiais (ex., financeiros);

•• Desfechos sociais (ex., aprovação de


pessoas importantes);

•• Desfechos autoavaliativos (ex., satisfação


6
consigo mesmo, com o desempenho,
etc.)
Metas pessoais

As metas estão relacionadas à determinação


para se engajar em atividades ou para efetivar
desfechos futuros, tendo um importante papel
na autorregulação do comportamento. Ao ajustar
as metas, as pessoas organizam e guiam seus
comportamentos, sustentam-nos por longos
períodos e aumentam a probabilidade de
conseguir os desfechos desejados.
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A importância do contexto

Na Teoria Social Cognitiva de Carreira, o contexto


tem um papel fundamental. Perceba que contexto
é diferente de ambiente, sendo que o ambiente
(físico, concreto, material) está inserido num
contexto maior. Além dos aspectos materiais
mais acessíveis, o contexto também é definido
pelas relações estabelecidas, regras que regem
as interações, cultura e crenças coletivas.
Assim, pode variar desde uma perspectiva
microcontextual (por exemplo, relações, regras,
cultura e crenças que uma família compartilha
dentro de uma casa) até uma perspectiva
macrocontextual (por exemplo, relações, regras,
cultura e crenças que as pessoas que vivem

7 em um país compartilham - ou até mesmo do


planeta).

Assim, embora o contexto não tenha uma


prevalência em termos de determinação de
crenças e comportamentos pessoais (vide
reciprocidade triádica), ele é o pano de fundo
para muitas ações e, muitas vezes, decisões
tomadas em um âmbito macrocontextual podem
ter influência direta nas relações estabelecidas
no âmbito microcontextual. Dessa forma, não
é possível controlar ou prever a maioria dos
acontecimentos contextuais (sobretudo no
aspecto macro), mas, via capacidade agêntica, é
possível regular as próprias cognições e ações
visando a uma melhor adaptação.
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Desenvolvimento de interesses,
escolhas profissionais e
acadêmicas e desempenho

Esses três aspectos estão presentes nos


artigos de Brown e Lent (2019) e Lent et al.
(1994). Embora sejam três modelos, eles são
intrinsecamente ligados e interdependentes. Uma
questão que vale a pena mencionar é que, na
Teoria Social Cognitiva de Carreira (TSCC), o termo
carreira é usado para designar tanto os interesses
e escolhas profissionais quanto os acadêmicos e
neste ebook a mesma definição será utilizada.

Assim, para a TSCC, os interesses de carreira


são formados a partir de experiências de
aprendizagem, formais e informais, que as 8
pessoas têm ao longo da vida, mas, sobretudo,
durante a infância e a adolescência. Dessa forma,
o contexto em que uma pessoa nasce e se
desenvolve, as preferências e cultura familiares, os
modelos observados, os recursos disponíveis no
contexto (micro e macro), acesso à escolarização,
além de características pessoais, tais como
sexo, gênero, raça, etnia e condição de saúde,
determinam em grande parte as experiências que
uma pessoa tem nas fases iniciais da vida.

Com base nessas experiências, as pessoas


aprendem que são boas para fazer algumas
coisas e nem tanto para outras (autoeficácia) e
que podem esperar resultados favoráveis de
certas ações e nem tão favoráveis de outras
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(expectativas de resultados). A partir daí, a pessoa


forma seus interesses (padrões de preferência),
considerando aquelas atividades ou tarefas
para as quais ela tem uma crença adequada de
capacidade e das quais ela espera desfechos
positivos.

A partir dos interesses, são estabelecidas


as metas de escolha e, por conseguinte, as
ações de escolha. Ou seja, os interesses
direcionam a definição das metas e energizam
o comportamento em direção à implementação
das metas. Contudo, o contexto (micro e macro)
em que a pessoa está inserida modera esse
caminho dos interesses até a implementação das
metas, atuando por meio de suportes e recursos,
que facilitam as escolhas, e barreiras, que as
dificultam. Após a implementação das metas de

9 escolha, a pessoa, enfim, alcança seu objetivo, ou


seja, se insere no curso ou na profissão escolhida.
Note que, durante seu desempenho na área,
a pessoa terá novas aprendizagens e, assim,
aprenderá que é capaz de executar bem novas
atividades, a esperar desfechos positivos dessas
atividades e, assim, novos interesses podem ser
desenvolvidos. A partir deles, novas metas de
escolha (por exemplo, cursos de especialização ou
transições de carreira) podem ser estabelecidas.
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Satisfação e
bem-estar subjetivo

Este modelo, publicado por Lent e Brown (2006,


2008), explica como se dá a satisfação no
trabalho/acadêmica e, a partir dela, a satisfação
geral com a vida ou o bem-estar subjetivo.
Novamente, autoeficácia, expectativas de
resultados e metas são centrais. Dessa forma, a
satisfação no trabalho/acadêmica é influenciada
sobretudo pela participação direta e percepção
de progresso em atividades direcionadas pelas
metas que, por sua vez, são definidas com base
nas crenças de autoeficácia e nos desfechos
esperados da atividade. Aspectos contextuais
também são relevantes aqui, já que a definição
das metas e o progresso em direção ao alcance
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são diretamente influenciados pelos suportes,
recursos e barreiras.

Neste modelo, o bem-estar subjetivo, mencionado


como a satisfação geral com a vida, aparece como
desfecho e como preditor da satisfação com o
trabalho/acadêmica e também influenciada pela
percepção de progresso em direção às metas.
Além disso, os autores indicam que tanto a
satisfação com o trabalho/acadêmica e o bem-
estar subjetivo apresentam um componente
disposicional, sendo que traços de personalidade
de alta extroversão (forte presença de afetos
positivos), baixo neuroticismo (forte presença
de afetos negativos) e alta conscienciosidade
também aparecem como preditores da satisfação.
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Autogerenciamento e
comportamento adaptativo

Este modelo (Lent & Brown, 2013) aborda


aspectos relacionados às transições e processos
de escolha e tomada de decisão, isto é, aborda
as maneiras dinâmicas pelas quais as pessoas se
adaptam tanto às tarefas de carreira rotineiras
e esperadas quanto àquelas inesperadas. Dois
aspectos centrais para este modelo são os
comportamentos exploratórios e decisionais, isto
é, a capacidade de explorar ativamente o mundo
e a si mesmo, e a capacidade de tomar decisões
com base no conhecimento proveniente dessa
exploração.

Os autores listam no artigo exemplos de


11 comportamentos adaptativos de carreira
necessários em diferentes etapas da vida. Por
exemplo, uma criança, ao desempenhar o
papel de estudante, desenvolve competências
(acadêmicas e extracurriculares) básicas, sua
autorregulação e aspirações profissionais iniciais
e, muitas vezes, fantasiosas. Já um adolescente, no
papel de estudante mas também, possivelmente,
de trabalhador, precisa desenvolver prontidão
para trabalhar, tomar algumas decisões
importantes sobre a vida e as aspirações
fantasiosas infantis dão lugar a planos e metas
de carreira mais específicas. Já quando adulto,
exercendo plenamente o papel de trabalhador,
a pessoa precisa desenvolver habilidades de
obter, manter e adaptar-se a um emprego,
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gerenciar conflitos trabalho-família e preparar-se


para situações ou necessidades de transições,
esperadas e inesperadas.

Segundo este modelo, a autoeficácia e as


expectativas de resultados para exploração
de carreira e tomada de decisão são indicados
como preditores da definição de metas e
das ações exploratórias e decisionais. Tais
ações, moderadas pelos suportes e barreiras
contextuais, são a base para explicar os níveis de
indecisão e de ansiedade decisional que podem
ser experimentados durante as transições. Vale
ressaltar que traços de personalidade também
ajudam a explicar esse desenvolvimento, sendo
considerados os traços de alta conscienciosidade,
alta abertura, alta extroversão e baixo
neuroticismo como preditores de metas e
comportamentos de exploração e tomada de
decisão, assim como para níveis reduzidos de
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indecisão.
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Um modelo de intervenção
para escolhas sustentáveis
de carreira

Em 2020, Lent e Brown publicaram um artigo


no qual propõem um modelo de intervenção
denominado de Modelo Conteúdo-Processo-
Contexto (CPC model), que se trata de uma
atualização e expansão no modelo de Parsons
(1909). No modelo original, Frank Parsons
propôs um modelo de três passos, que envolvia
a exploração e reflexão sobre si, exploração
de ocupações potencialmente compatíveis e a
comparação entre os dois aspectos, visando
o “match” entre características pessoais e das
ocupações. Lent e Brown afirmam que essa
13 perspectiva até hoje influencia a pesquisa
e a prática em orientação de carreira em
todo o mundo, mas não se mostra adaptada
às necessidades e demandas do mundo do
trabalho atual.

Dessa forma, eles adaptaram esse modelo de


três passos ao contexto atual e incluíram mais
duas etapas, que são a implementação da escolha
e a sustentabilidade da escolha ao longo do
tempo, caracterizada por competências relativas
à manutenção ou mudança de carreira. Para
tanto, os autores indicam que a avaliação tem um
papel central neste modelo e devem focar nos
aspectos que dão nome ao modelo: avaliação
de processo (identificação de dificuldades com
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o processo de tomada de decisão), avaliação de


conteúdo (levantamento de aspectos centrais
da personalidade como interesses e valores)
e avaliação de contexto (identificação de
recursos, suportes e barreiras que facilitam ou
dificultam a tomada de decisão e sua posterior
implementação).

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Conclusão

Este e-book tem a intenção de apresentar de


forma resumida e pontual os principais conceitos
e pressupostos da Teoria Social Cognitiva
de Carreira e mostrá-la como uma possível
abordagem para a compreensão e intervenção
nos processos de desenvolvimento de carreira.
Assim, não se pretendeu esgotar o assunto,
mas fornecer uma alternativa para que pessoas
interessadas possam ter uma ideia sobre o
assunto, uma vez que a escassez de materiais
em português sobre a Teoria Social Cognitiva de
Carreira é grande.

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Agradecimentos

Agradeço à cuidadosa revisão do texto feita


pelo time Ana Paula Salvador, Gustavo Henrique
Martins e Daisy Lima.

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Referências
Azzi, R. G., Costa Filho, R. A., Pedersen, S. A., & Maciel, A. C.
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andante
projetos de vida e de carreira

distribuição gratuita
www.andantecarreira.com.br

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