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MBA EM GESTÃO EMPRESARIAL

MÁRCIA KATSUE KUMAGAI ITOGA DUTRA

MARKETING POLÍTICO

CORRENTE – PI

2021
MARKETING POLÍTICO

MÁRCIA KATSUE KUMAGAI ITOGADUTRA

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso . Declaro também que o mesmo foi
por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim
realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e
assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais.
(Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO: Ao buscar o sucesso organizacional as organizações devem criar condições através de estratégias
para que possam estar sempre agregando valores e atraindo novos clientes, o mesmo acontece com as
pessoas, elas utilizam ferramentas que possam agregar valor aos serviços que prestam. Assim, este trabalho
tem por objetivo analisar as forças do marketing político, apresentando suas vantagens e desvantagens para as
organizações. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, exploratória, descritiva, com abordagem qualitativa,
utilizando-se de procedimentos técnicos como textos, documentos e levantamento participante. Assim, é
levado em consideração que tal trabalho pode demonstrar a importância, diante do cenário competitivo, de se
fazer uso do planejamento de marketing político em busca tanto da satisfação do cliente quanto do alcance dos
objetivos de cada um, frente ao mercado tão competitivo.

Palavras-chaves: Estratégias, Marketing Político, Planejamento de Marketing Político.

____________________

dutakatsue@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO

Com o decorrer dos anos a evolução das ferramentas empresariais passou a


proporcionar o seu uso também em outros campos, como é o caso do marketing político que
acaba por fazer com que campanhas e atuações de candidatos sejam regidas por intensos
planejamentos de marketing.

A ação do planejamento de marketing veio a proporcionar, principalmente nos


casos das organizações, grandes campanhas, promoções, relações públicas, forças de
vendas e marketing direto, sabendo-se da importância para as organizações de ferramentas
como estas na luta diária pelo sucesso, desempenhada um fator de grande importância no
comportamento do consumidor independente do segmento no qual está inserido.

Mattielo e Ribeiro (2006), Dias (2007) e Porto (2009) analisam que o planejamento
de marketing político é um capital de investimento para as pessoas atuantes em todos os
ramos e que o uso de suas ferramentas podem trazer benefícios inestimáveis.

Neste cenário de mudanças, o problema encontrado por esta pesquisa trata acerca
de: Como a utilização do marketing político pode influenciar no sucesso e no aumento da
produtividade das pessoas políticas?

Em resposta a este questionamento podemos afirmar que ao alinhar as estratégias


de marketing político juntamente com um bom planejamento pode ser um modo a utilizar de
forma eficiente as ferramentas em busca do sucesso pessoal que pode promover o sucesso
organizacional bem sucedido ao longo dos anos

Assim, este trabalho tem por objetivo analisar as forças do marketing político,
apresentando suas vantagens e desvantagens para as organizações. Como objetivos
específicos estão: conceituar o marketing, bem como o marketing no Brasil, num contexto
geral; identificar o marketing político; apresentar os benefícios da sua utilização; analisar as
estratégias do marketing político diante das adversidades do mercado competitivo.

A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho está orientada pela


pesquisa bibliográfica, exploratória e descritiva baseada nas premissas teóricas de autores
acerca do tema ao se tratar de um estudo qualitativo e interpretativo. Os procedimentos
técnicos utilizados são: análise de textos, documentos.

O interesse por esta pesquisa se deu pelo fato da contribuição perante as


mudanças pessoais e organizacionais originadas com o uso de técnicas de marketing
político como ferramenta de gestão, contribuindo de modo essencial, academicamente e
profissionalmente, a todos que possa interessar. Motivado por algumas reflexões e através
do convívio cotidiano por meio do exercício profissional, esta abordagem tornou-se um
desafio a ser conquistado diante da expectativa de mercado e da frequente competitividade
encontrada em um mundo globalizado.

2 MARKETING

2.1 Origem e Conceito

O marketing tem sido uma das ferramentas mais utilizadas e sua origem é
encontrada desde a época do início do processo produtivo, advindo com a Revolução
Industrial. Contudo, foi somente após esta fase que a área de vendas passou a ganhar
algum destaque, visto que havia muito mais oferta do que demanda, o que levou aos
estudiosos aprofundarem a busca em ferramentas de gestão que pudesse alavancar as
vendas dos bens produzidos.

Segundo Sousa (1999, p.18) marketing é uma atividade que administra fluxos: de
um lado o fluxo de informações gerado pela identificação de necessidades e problemas não
satisfeitos (inputs) e de outro, os fluxos de produtos/serviços (outputs) gerados pelas
organizações.

Na metade do século XIX as grandes indústrias preocuparam-se com a


necessidade de saber o que e quanto produzir, além de produzir com qualidade. Este foi o
ápice do Marketing, e de seu processo evolutivo onde o mesmo passou a ser centrado nas
necessidades básicas dos clientes. Apesar de ser encontrado em uma época distante o seu
estudo é bem recente.

A partir de 1930 foi que os americanos passaram a modificar a sua economia,


deixando de ser economia de produção e passando a ser economia de vendas, onde os
fabricantes iniciaram a preocupação com o consumidor e procurou atender a suas
necessidades.

Identificada como a área de desempenho das atividades de negócios que dirigem o


seu fluxo de bens e serviços da indústria ao consumidor, entretanto esta definição passou a
ser mais abrangente à medida que o marketing cresceu (VAZ, 2006, p.20). Seu objetivo é
identificar a necessidade do cliente, especificando os mercados-alvos em que deverão
atuar, bem como o produto ou serviço a ser oferecido, fazendo uma espécie de
gerenciamento de demanda.

Após a fase de surgimento e crescimento todas as definições do marketing


passaram a ser orientadas por um ponto comum, que é a necessidade do consumidor e a
sua satisfação por parte da empresa. É o processo de troca de favores, a troca de algo de
valor para o cliente por algo de valor para a empresa.

Para definir o sistema de marketing foi utilizado um sistema que define os 4Ps de
marketing, que são os seus elementos básicos, são eles:

 Produto – é o bem ou serviço oferecido pela empresa, incluindo sua embalagem, seu
rótulo e todas as qualidades oferecidos por ele;
 Praça – é o canal de distribuição no qual serão inseridas as ações para o bem ou
serviço, são as ações produzidas que possa atrair a atenção do público;
 Preço – é o valor do bem ou serviço, incluindo seus custos, e as condições e prazo
de pagamento é determinado pelo poder aquisitivo do público que se deseja
alcançar;
 Promoção – são as estratégias que serão utilizadas para fazer com que o bem ou
serviço seja comercializado, é a comunicação da organização com o seu público.

Segundo Kotler (2000, p.30) “além dos 4Ps ainda existem os 4As: análise,
adaptação, ativação e avaliação”. O primeiro busca avaliar as informações fundamentais
para identificar as oportunidades, ameaças e tendências de mercado. O segundo refere-se
ao ajuste da oferta da empresa e do mercado. O terceiro trata-se do conjunto de ações com
a finalidade de fazer com que o bem ou serviço conquiste o mercado desejado. E, por fim, o
quarto diz respeito aos controles a serem feitos para que obtenha-se resultados e análises
acerca do que foi planejado ajustando informações se necessário.

Um enorme desafio enfrentado pelos gestores é o chamado mix de marketing, ou


composto de marketing, que nada mais é do que a união das forças através dos 4Ps como
estratégia para o gerenciamento das atividades de marketing, considerando as variáveis
influenciadoras do processo. Analisar, planejar, programar e controlar o programa de
marketing é necessário para que se possam alcançar os objetivos organizacionais.

Sempre que houver o lançamento de um novo produto ou serviço, ou mesmo para


a manutenção de produto ou serviço o mix de marketing deverá ser utilizado, de modo a
identificar como o produto deverá ser embalado ou o serviço ser apresentado, quais será as
mídias utilizadas para a promoção do produto ou serviço, como será distribuído o produto e
se o preço estará condizente com o de seus concorrentes, detalhando as características das
regiões onde serão comercializados, buscando identificar todas as variáveis que poderão
atingir diretamente a venda do produto ou serviço.

O mix de marketing é a base nas quais as organizações deverão estar formuladas


para que as decisões sejam corretamente acertadas diante das possíveis situações. É por
meio do mix de marketing que poderá ser identificado o ramo de atuação que a empresa
estará defendendo, visto que são vários estes ramos de atuação do marketing, conforme
poderemos ver a seguir:

 Marketing das Marcas: trata da influência que as marcas causam no mercado


consumidor, cada empresa está sempre associada com a sua marca, associando o
produto ao seu produtor;

 Marketing Social: este tipo trata da atuação da organização perante aos seus
trabalhos sociais e de desenvolvimento sustentável;
 Marketing Promocional: este busca analisar todas as promoções efetuadas pela
organização em vias de promover o bem ou serviço, será visto mais adiante;
 Web marketing: atua de modo a envolver as ferramentas de internet na busca de seu
objetivo tais como sites, e-mail;
 Marketing de Relacionamento: está baseado no relacionamento com o cliente,
obtendo informações perante o mesmo e atuando através destas informações;
 Marketing Estratégico: está ligado diretamente com os altos níveis hierárquicos, são
através dele que identificamos a missão, os valores, os objetivos da organização.

É o marketing que leva as informações acerca dos produtos para os seus


consumidores, penetrando na mente do cliente e assim, consolidando uma marca. As
atividades de marketing que são realizadas geram satisfação tanto para a organização
quanto para os clientes, visto que o processo de troca existe somente porque sempre há
alguém interessado em adquirir o que os outros produziram, atendendo assim à
necessidade de ambos.

A troca é considerada o procedimento que envolve a compra ou a venda de um


bem ou serviço, na qual existe a oferta por parte do vendedor e a procura por parte do
comprador, é quando duas pessoas necessitam negociar através do interesse gerado para
com o bem ou serviço e para que exista deverá possuir as duas partes, os dois envolvidos,
efetuando o acordo, assim onde ambos ganharão a geração de valor.

Este processo poderá ocorrer em dois níveis gerenciais: o nível estratégico e o


nível operacional. No primeiro o marketing atua no planejamento da estrutura geral da
organização como um todo, visualizando resultados de longo prazo. No segundo o
marketing atua segundo o comportamento comercial, permitindo desenvolver decisões de
curto prazo.

É preciso que se leve em consideração às dimensões diferentes ligados às suas


funções, ao mercado no qual está inserido e os objetivos que se pretendem atingir com as
ações de marketing, orientando e coordenando as atividades de acordo com as
necessidades do público-alvo, diferenciando-se de seus concorrentes.

Neste caso o marketing deverá alinhar as estratégias originando uma concepção de


valor para os clientes efetuando a segmentação de mercado, isto é, subdividi-lo em
diferentes grupos através de suas necessidades, em busca de alcançar as necessidades
dos clientes, conforme estes desejam. O motivo de segmentar o mercado se dá pelo fato de
que os consumidores são diferentes, seus gostos são diferentes e, quando se conhece o
público que se deseja atingir torna-se mais fácil a venda.

Segmentar um mercado é o processo que identifica os possíveis clientes para as


organizações, identificando as suas preferências, seu poder de compra, suas atitudes e
hábitos diante do processo de compra de bens ou serviços. As vantagens de segmentação
estão nas possibilidades de se visualizar o mercado adequando as estratégias da empresa
ao produto que será ofertado, auxiliando na identificação de oportunidades, levando em
consideração as informações passadas pelos consumidores.

Adequando os caminhos a serem percorridos em busca dos objetivos de marketing


de médio e longo prazo, contribuindo, assim, para a satisfação dos clientes e para o alcance
dos objetivos organizacionais.

2.2 O Marketing no Brasil

De acordo com Costa e Vieira (2007, p.41) o estudo do marketing academicamente


teve sua origem com a criação da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getúlio
Vargas (FGV), que ofereceram os primeiros cursos de formação nesta área. Seu objetivo
era formar técnicos, criando profissionais capacitados e atuantes diante da realidade
brasileira.

Em 1954 a Escola de Administração de Empresas de São Paulo, entidade criada


pela USP, foram os pioneiros ao traduzir o conceito de Marketing, palavra esta que ganhou
o significado de mercadologia, termo de estudo da mecanização, e somente posteriormente
se destacou e voltou a utilizar a sua palavra original: Marketing.

Os primeiros acadêmicos que ganharam destaque na área de marketing vieram da


Escola de Administração do Estado de São Paulo (EAESP), departamento este criado pela
USP, os principais nomes são: Polia Hamburger, Affonso Cavalcanti, Bruno Guerreiro,
Gustavo de Sá, entre outros. Estes primórdios passaram a atuar dentro de organizações
multinacionais americanas localizadas no Brasil, introduzindo os conceitos de marketing e
fazendo com que as organizações nacionais também utilizassem tais técnicas.

Foi a partir de então que como conseqüência da utilização pelas multinacionais as


empresas nacionais iniciaram a busca pela inserção de estratégias de marketing
efetivamente. Modificando a cultura agro-industrial, através de planos de metas, controle
destes planos e outras.

Durante muito tempo as organizações entendiam erradamente que o marketing


estava extremamente ligado ao conceito de propaganda e que seus benefícios eram
limitados. Todavia, esta orientação alterou-se e passou-se a compreender que o programa
de marketing está muito aquém do que se esperava, passando de uma disciplina formal a
uma disciplina funcional, onde estratégias são estabelecidas originando uma maior
concepção de valor superior ao cliente.

Recentemente, foi possível observar algumas mudanças na prática de


comercialização, e a mais importante de todas elas foi a diferenciação do marketing de
massa para o marketing individual, o que acarretou na fragmentação dos mercados-alvos,
criando nichos de mercados mais específicos com características diferenciadas.

Cabe ressaltar que a utilização de ferramentas de marketing não atendem somente


ao mercado varejista, mais sim a todos os tipos de mercado, inclusive o de fornecedores,
revendedores, e até mesmo organizações sem fins lucrativos, tornando-se um diferencial na
forma de atingir ao público.

O marketing possui algumas ferramentas auxiliares que serão vistas a seguir:

 Propaganda: a propaganda é um dos mais importantes meios de comunicação do


composto promocional, mesmo sem receber o feedback dos clientes, é através dela
que é desenvolvida uma imagem duradoura acerca do produto ou serviço, afetando
os seus consumidores e diferenciando o seu produto dos da concorrência;
 Promoções de Venda: é a união de incentivos, planejadas para impulsionar a rapidez
nas compras, atraindo consumidores, gerando lucros e riquezas para as empresas.
As promoções são realizadas baseadas na oferta e demanda acerca do produto,
atendendo em diferentes épocas, tais como dia dos namorados, natal, dia das mães,
carnaval e outros;
 Merchandising: está acima da promoção de vendas, fazendo uso de suas técnicas,
entretanto é a ação de utilização de material promocional visando influenciar as
pessoas, motivando a sua compra, sua principal técnica é comumente conhecida
como exibi técnica, pois expõe o produto da melhor maneira possível;
 Relações públicas: é através desta ferramenta que a imagem da empresa é
preservada e cultivada de modo que os clientes tenham uma excelente visão acerca
da organização. As relações públicas são responsáveis por utilizar, de maneira
sensata, o ponto de vista do cliente, personalizando as suas ações;
 Venda Pessoal: a venda pessoal ocorre através do vendedor personalizando a
compra do cliente, atendendo de forma específica com o desejo do consumidor,
neste caso é necessário conhecer o cliente cada vez mais, visto que poderá efetuar
a venda através das informações que possui do mesmo;
 Marketing Direto: são ferramentas, como o tele-marketing, catálogos, e-mail, fax, e
outros que visam atrair os clientes, beneficiando os consumidores através de
conveniências;
 Comunicação Boca-a-Boca: esta ferramenta se destaca pelo baixo custo, pois é
realizada através de indicação, de comentários expressos pelos clientes sobre o bem
ou serviço adquirido;

O marketing deve estar alinhado com a segmentação de mercado e com a


diferenciação. O primeiro diz respeito à delimitação do mercado em que estará atuando,
buscando identificar os seus principais clientes e valorizar as suas preferências. O segundo
trata a respeito das estratégias que permitem ao cliente se sentir valorizado, é criar
estratégias que possam apresentar um produto ou serviço de qualidade voltado para a
especificação do cliente.

Ao longo de muito tempo o marketing era falsamente percebido como apenas uma
ferramenta da propaganda, limitando os seus benefícios para as organizações, todavia este
conceito passou a ser mais abrangente oferecendo a valorização das ações em virtude do
cliente. Assim, a propaganda não deve ser utilizada como o único meio de promoção de
marketing, visto que aliado as outras ferramentas podem proporcionar um maior banco de
dados com informações detalhadas dos clientes a fim de poder explorar o seu potencial
consumidor.

3 MARKETING POLÍTICO
Após as considerações iniciais acerca do marketing, Santos (2008, p.16) afirma que
as ferramentas acima apresentadas não servem apenas para produtos e serviços, mas sim
para as próprias pessoas, como no caso do marketing político. Seu surgimento é observado
há muito tempo, no entanto foi somente no final da década de 80 que a ênfase nesta
ferramenta passou a ganhar importância para os políticos que em 1989 concorriam à
presidência do Brasil. Todavia, é possível observar que o marketing político pode ou não ser
utilizado em grandes campanhas eleitorais ou simplesmente para continuar a manter a
pessoa envolvida na mídia.

De acordo com Almeida e Scaldaferri (2006, p.7) o marketing político é o uso de


ferramentas do marketing na atividade política, seja ela de governos, partidos, outras
instituições ou personalidades, estando em momento de campanha eleitoral ou não. É um
instrumental imprescindível na política contemporânea, mas a utilização de suas técnicas
não leva necessariamente à despolitização da política.

O termo marketing político – eleitoral tem sido usado para designar um conjunto de
técnicas e procedimentos que objetivam, através de pesquisas quantitativas e qualitativas,
avaliar a posição do eleitorado e do contexto social, político e econômico no qual ocorre a
eleição, para a formulação e a divulgação de um discurso e de uma imagem que consiga
envolver o eleitor, objetivando conseguir a sua adesão (voto).

Para Mattielo e Ribeiro (2006, p.2) “o marketing político é um esforço planejado


para se cultivar a atenção, o interesse e a preferência de um mercado de eleitores, é o
caminho seguro para o sucesso de quem deseja vencer na política”. É, o marketing político,
um instrumento de manutenção da popularidade do político envolvido, mantendo a
aproximação entre a pessoa pública juntamente com seus prováveis eleitores.

Neste sentido, o eleitor, para Bezerra e Silva (2004, p.4) assume um lugar de
consumidor de imagens que por meio da subjetividade seduzem, provocam, emocionam. O
discurso político segue a tendência do discurso publicitário impetrando o elo de identificação
com o eleitor através do apelo emocional. Entra em declínio a atividade política tradicional, o
engajamento direto através de partidos e entram em cena as “personalidades”, as “estrelas”
do show da política de imagem.

É importante ressaltar que, segundo Mattielo e Ribeiro (2006, p.4) o conceito de


marketing político difere do conceito de marketing eleitoral. O primeiro é utilizado na gestão
pública, garantindo a eficiência do uso das ferramentas adequadas para a comunicação com
a população, no que diz respeito à preservação da imagem do homem público e aprovação
popular das ações sociais implantadas pelos políticos.
O marketing político faz uso do composto mercadológico tradicional. Deste modo o
produto é o candidato que precisa vender sua imagem ao eleitor, buscando através das
pesquisas de mercado, moldar seu perfil ao escolhido por seu público-alvo. O preço é o que
o candidato são as suas propostas de governo. A praça é feita através dos meios de
comunicação como revistas, jornais, folhetos, televisão, internet, entre outros; e ainda
através de cabos eleitorais, para que a imagem do candidato e suas propostas cheguem
aos eleitores. Já a promoção se dá por meio das ações nas redes sociais, nos canais de
comunicação como rádio e televisão.

Além da cobertura feita pela programação televisiva, que torna visível a campanha
e que muitas vezes altera o ânimo dos eleitores ao estabelecer agendas e quadros
interpretativos da política, a propaganda eleitoral é apontada como motivadora do voto.
Tudo isso corrobora a centralidade dos profissionais de marketing e a disputa, muitas vezes,
antes de iniciar-se pelos candidatos é protagonizada pelos marqueteiros.

Para Figueiredo (2008), fazem parte do marketing político desde pesquisas de


opinião, media training, gestão de crises, horário eleitoral, passando pelos aspectos legais
das campanhas, o papel das agências de comunicação. Treinar o candidato para dar
entrevista e desenvolver suas habilidades para lidar com a imprensa é responsabilidade do
media training.

O aspecto estratégico do marketing é empregado na política por meio de duas


funções básicas. A primeira é de caráter social, com o objetivo de analisar todas as
necessidades da população e orientar o candidato a atendê-las; já a segunda, é de perfil
racional, visando o aumento da eficiência da campanha por meio de ferramentas e técnicas
específicas para operacionalizar os trabalhos (WERNER, 2009, p.5).

Especificamente sobre o marketing, o que está implícito nos mais diversos manuais
que ensinam o passo a passo do “fazer” eleitoral, e que pode ser considerado como
diferente da atividade política tradicional é que, ao contrário da campanha corpo a corpo, em
que o candidato tinha que lidar com o improviso, ao contrário da campanha guiada apenas
pela intuição, na qual os candidatos, dirigentes partidários e militantes traçavam as
estratégias baseando-se num feeling adquirido pela longa experiência em campanhas
eleitorais, a nova política se faz em grande medida através dos meios de comunicação, o
que a distancia tanto da retórica do palanque, quanto do corpo a corpo, por isso o político
tradicional precisa de auxílio para se postar nesse novo ambiente.

Uma vez associado às técnicas de comunicação social, de massa ou não, o


marketing político passa a ser interpretado como marketing eleitoral. Outro fator que
contribui para essa readequação é sua aplicação prática, ainda que com o suporte das
técnicas em questão, em um momento eleitoral e/ou com o objetivo de impulsionar a eleição
de uma candidatura. (MANHANELLI, 1988).

Embora distintos, marketing político e eleitoral está de certa forma relacionada. Em


síntese, é uma questão de interdependência, uma vez que se torna virtualmente impossível
viabilizar uma estratégia de marketing eleitoral sem o suporte do marketing político no longo
prazo. (TEIXEIRA, 2006)

A organização da campanha também ocorre de forma diferenciada. Ela se


assemelha à de uma empresa moderna, com papéis bem definidos e um rigoroso processo
de avaliação. E esta organização não é composta exclusivamente por profissionais que se
dedicam à atividade política, ao contrário, no topo estão consultores que trabalham também
com o marketing de produtos. De modo preciso, a campanha é pensada como um
empreendimento num mercado altamente competitivo (BEZERRA e SILVA, 2004).

Segundo Tomazeli (1988, p. 17), “a estratégia de marketing compreende análise,


planejamento e controle da ação mercadológica”. Já Ribeiro (2002, p. 127) argumenta que
“uma campanha eleitoral sem direcionamento, sem um eixo de referência, sem metas e
objetivos, é transformada em uma nau sem rumo, com ações feitas na base do improviso.”

Dentro desse quadro de rápidas transformações, este artigo visa fazer uma leitura
das mudanças introduzidas pelo uso das Novas Tecnologias de Informação e
Comunicações, em especial do espaço virtual da Internet, nas práticas do marketing político,
avaliando a partir de um duplo ponto de vista: das ações de comunicação política e da
participação cidadã (engajamento eleitoral). Ao final, busca-se inferir algumas perspectivas e
possibilidades para o desenvolvimento do marketing político dentro da rede mundial de
computadores e o uso das novas tecnologias digitais de comunicação.

Deste modo, destaca-se que existem dois importantes elementos para


compreender o desenvolvimento do e-marketing político: a formação de uma nova
visibilidade política pelos canais da Internet e uma nova estrutura de comunicação que
encontra no meio digital um espaço de convergência das novas tecnologias e formas de
comunicação interativa.

Utilizando os meios de comunicação como um dos fatores responsáveis pela


expansão do marketing político, podemos identificar três fases, sendo que a terceira se
divide em dois momentos.

Nesse contexto de constantes transformações, o e-marketing político vai se


configurando como uma nova prática dentro das campanhas eleitorais, despertando
diversas questões que estão sendo incorporadas, pouco a pouco, dentro da agenda de
pesquisas das ciências sociais, mais especificamente da ciência política.
O importante numa boa estratégia de marketing é conseguir, através das
pesquisas, construir uma proposta que responda aos anseios, desejos, necessidades do
eleitor, escolhendo a melhor forma e o melhor meio para divulgá-la.

4 CONCLUSÃO

Ao longo dos anos o marketing passou por intensas modificações, sendo utilizadas
pelas mais diversas áreas, que vão desde as grandes redes de varejo até aos grandes
políticos do país. Assim como o marketing pessoal, o marketing político é de extrema
importância, visto que atualmente, devido intensas denuncias de fraudes praticadas pelos
políticos fazem como que os eleitores passem a desacreditar-nos mesmos.

O Brasil vive uma realidade política em que os partidos, na sua maioria, estão longe
de ser um referencial de vontade geral. Primeiro porque, muitas vezes, são movidos por
interesses particulares; some-se a isso um comportamento ‘apartidário’ da população. É
nesse ambiente que acontecem as disputas eleitorais.

Assim, é possível utilizar técnicas cuidadosamente planejadas para cada ação a ser
praticada pelos políticos. Estar em constante busca do eleitor é estar utilizando estratégias
de marketing, sendo preciso ouvir seus anseios, suas necessidades, suas reivindicações e
demonstrando ações que valorizem as pequenas coisas que fazem a diferença para o
eleitorado.

Uma boa estratégia de marketing é assim definida como a forma de captar e


responder aos anseios, necessidades e desejos do eleitor. Portanto, se a campanha
acontece para um público politizado, ela adquire um formato político, ‘ideológico’. Do
contrário, não há como pretender a conscientização da população através do marketing
eleitoral, esse não é o seu fim.

Diante do exposto, o problema encontrado por este artigo tratou acerca de: Como a
utilização do marketing político pode influenciar no sucesso e no aumento da produtividade
das pessoas política? Em resposta a este questionamento é possível afirmar que ao alinhar
as estratégias de marketing político juntamente com um bom planejamento pode ser um
modo a utilizar de forma eficiente as ferramentas em busca do sucesso pessoal que pode
promover o sucesso pessoal ao longo dos anos
Assim, este trabalho apresentou por objetivo geral análise às forças do marketing
político, apresentando suas vantagens e desvantagens para as organizações. Como
objetivos específicos estão: conceituar o marketing, bem como o marketing no Brasil, num
contexto geral; identificar o marketing político; apresentar os benefícios da sua utilização;
analisar as estratégias do marketing político diante das adversidades do mercado
competitivo.

Portanto, pode se concluir que o sucesso de um político, na sociedade atual


depende da visibilidade pública e repercussão positiva de sua imagem no cenário em que
está inserido. Na prática do marketing político, toda e qualquer mensagem precisa ser
meticulosamente planejada, isso se estende também ao discurso desde as palavras
utilizadas, como a tonalidade destas, a gesticulação e expressão facial do candidato.

É certa que a política sofreu um redimensionamento, tornando a incorporação dos


marqueteiros uma condição importante para o êxito de um candidato nas urnas e,
posteriormente, para condução dos seus mandatos. Desse modo, a atividade desses
consultores profissionais seria mais um elemento a ser considerado nas análises sobre a
face da política contemporânea, uma vez que, partidos com práticas, estruturas simbólicas e
organizacionais distintas – cada um ao seu modo – lançam mão das técnicas e dos
profissionais de marketing no caminho que seguem em busca do eleitor.
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