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DE MARKETING
Anya Révillion
Aplicação do marketing
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
O conceito de marketing é amplo e abrange três dimensões: filosófica,
funcional e gerencial. A partir dessas dimensões, podemos distinguir
diferentes tipos, como marketing de serviços, de relacionamento, digital,
de eventos e institucional. Além disso, existem cinco orientações que a
gestão de marketing pode adotar em relação ao mercado: produção,
produto, vendas, marketing e marketing societal.
Assim, neste capítulo, você vai ver uma discussão sobre a ampla abran-
gência e aplicabilidade do marketing, conhecendo as características de
seus diferentes tipos e os dilemas éticos relacionados a essa área.
Por sua vez, Jorge, Veloso e Toledo(2017) propõem três dimensões para
o conceito de marketing: dimensão filosófica (orientação empresarial como
filosofia de suporte para a ação administrativa); dimensão funcional (objeto e
objetivo do marketing) e dimensão gerencial (o processo administrativo e as
atividades gerenciais de marketing, ou seja, a prática do marketing).
A dimensão filosófica diz respeito à orientação adotada pela empresa, a
qual servirá de base para a ação administrativa. O tipo de orientação será o
direcionador do processo administrativo de marketing, ou seja, da sua prática.
Kotler (2012) apresenta cinco orientações distintas sob as quais as empresas
podem conduzir suas atividades de marketing: produção, produto, vendas,
marketing e marketing societal, conforme demonstrado na Figura 1.
O foco excessivo no produto foi descrito por Theodore Levitt como um tipo de miopia
em marketing. Levitt definiu a miopia em marketing como uma visão limitada da
empresa, ou seja, quando a empresa define seu negócio a partir dos produtos que
vende, e não das expectativas de seus clientes. Um caso de miopia que pode ser
citado como exemplo são as produtoras de cinema de Hollywood, que, por pouco,
não fecharam suas portas com a popularização da televisão nos anos 1970 e 1980.
Hollywood julgava estar no setor de cinema, quando, na realidade, seu negócio era
o entretenimento.
Marketing de serviços
O crescimento e a importância do setor de serviços na economia brasileira e
mundial são cada vez mais significativos. Assim, é preciso gerar constante-
mente diferenciais competitivos que sejam percebidos como relevantes pelo
consumidor, pois um ótimo produto com preço adequado já não é suficiente.
Para Zeithaml, Bitner e Gremler (2003), serviço é qualquer ato que uma parte
possa oferecer a outra que seja essencialmente intangível e que não resulte na
propriedade de nada. Sua produção pode, ou não, estar atrelada a um produto
físico. Por exemplo, a prestação de serviços em um restaurante depende, em
parte, de aspectos intangíveis, como a rapidez e a cortesia e, em parte, de
aspectos tangíveis, como a qualidade da comida.
Marketing de serviços é uma abordagem que se destina a mostrar ao cliente
o valor de uma empresa da área de prestação de serviços, posicionando-se
como uma provedora de soluções às suas necessidades. É uma atividade ou
um processo cujo valor principal é gerado nas interações entre comprador e
vendedor. As principais características dos serviços, segundo Kotler (2012),
são as seguintes.
Praça
Produto Promoção Preço
(distribuição)
Marketing de relacionamento
É uma combinação de ações estratégicas que tem como objetivo a manutenção
do bom relacionamento da empresa com seus clientes. Para McKenna (2005),
marketing de relacionamento significa construir e sustentar a infraestrutura dos
relacionamentos com os clientes. É a integração dos clientes com a empresa,
desde o projeto até o desenvolvimento de processos gerenciais e de vendas.
O foco está nos clientes já existentes, e não na angariação de novos clientes.
Para que uma empresa possa apostar no marketing de relacionamento e
conseguir fidelizar os seus clientes, deverá atender aos seguintes pontos: co-
nhecer bem o cliente, saber escutar as suas necessidades e desejos e reconhecer
a sua fidelidade. As principais características de uma empresa que utiliza o
marketing de relacionamento são as listadas a seguir.
Marketing digital
Marketing digital é um conjunto de ações de divulgação e comunicação que
uma empresa utiliza por meio da internet e dos meios digitais. Para Turchi
(2012, p. 68), o marketing digital não é um substituto do marketing conven-
cional, mas devemos ter em mente como planejar o marketing hoje “devido
às alterações advindas do universo digital”. O marketing digital difere do
marketing tradicional pela utilização de várias ações e métodos nos canais
on-line, que permitem a análise de resultados em tempo real.
Segundo Gabriel (2010, p. 107), “[...] no ambiente digital de marketing,
podemos enumerar diversas tecnologias e plataformas digitais que podem
originar estratégias digitais de marketing”. Muitas vezes, porém, verificamos
que existe uma confusão entre plataformas e estratégias. Por exemplo, as redes
sociais são apenas plataformas, ou seja, ferramentas que podem ser usadas
no planejamento de marketing digital. O modo como essa rede social será
usada é que configura uma estratégia. Da mesma forma, o celular é apenas
um dispositivo de tecnologia mobile, e a maneira com que essa tecnologia
será usada descreve a estratégia mobile. A autora nos apresenta as principais
plataformas e tecnologias digitais disponíveis atualmente (GABRIEL, 2010,
p. 107), listadas a seguir.
Marketing de eventos
Segundo Hall (2001, p. 136), o marketing para eventos pode ser considerado
como: “a função da gestão de eventos que pode manter contato com os parti-
cipantes do evento (consumidores), descobrir suas necessidades e motivações,
desenvolver produtos que satisfaçam suas necessidades e construir um programa
de comunicação adequado que expresse os objetivos propostos pelo evento”.
Nesse sentido o marketing para eventos apresenta-se como uma ferramenta
indispensável para a implementação de qualquer tipo de evento, seja ele de
pequeno, médio ou grande porte. Para Allen et al. (2008), o sucesso do marketing
de eventos é resultado da junção de fatores que não podem ser isolados, como a
compreensão completa de quem são os consumidores, onde vivem e quais são
as suas necessidades de entretenimento. Com base nessas respostas, é possível
o planejamento de estratégias que constroem o produto chamado evento.
Marketing institucional
Segundo Rabaça e Barbosa (2014), o marketing institucional é uma modalidade
que engloba o marketing social, cultural e ecológico (ambiental ou verde).
Seu objetivo é a criação de atitudes favoráveis nos diversos segmentos do
público em relação à empresa e à fixação da marca e da imagem corporativa.
Uma das empresas brasileiras que mais se destaca como exemplo de utilização do
marketing verde no Brasil é a Natura, empresa de cosméticos que é uma das cinco citadas
como pioneiras do marketing verde no mundo. A Natura se destacou com a linha de
produtos EKOS, que utiliza matérias-primas vegetais, extraídas sem prejudicar o meio
ambiente. As fórmulas são totalmente biodegradáveis, decompondo-se em até 28 dias.
Aplicação do marketing 11
[...] não por acaso inúmeros códigos de ética procuram fornecer diretrizes a
quem atua na área; alguns dos mais conhecidos são os da Associação Ame-
ricana de Marketing (AMA), instituição que congrega profissionais e aca-
dêmicos de marketing de todo o mundo, e, no Brasil, o do Conar (Conselho
Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária), que congrega anunciantes
e profissionais de propaganda. Como característica principal, esses códigos
apresentam diretrizes de comportamentos adequados às atividades de ma-
rketing, normatizando tais atividades e conscientizando seus profissionais
acerca de seu papel social.
(Continuação)
Leituras recomendadas
BEZERRA, P. 11 ações de marketing que deram um show à parte no SXSW. 2016. Disponível
em: https://exame.abril.com.br/marketing/11-acoes-de-marketing-que-deram-um-
-show-a-parte-no-sxsw/. Acesso em: 13 jun. 2019.
CHURCHILL JÚNIOR, G. A.; PETER, J. P. Marketing: criando valor para os clientes. São
Paulo: Saraiva, 2000.MARVEL INSIDER. 2019. Disponível em: https://www.marvel.com/
insider?_cts_=17k29Css. Acesso em: 13 jun. 2019.
ENGLERT, N. F. et al. Redução do escopo ou ampliação da prática? As perspectivas do
marketing na visão de seus acadêmicos. Revista Eletrônica de Administração (Porto Alegre),
v. 24, n. 2, p. 167-188, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-23112018000200167&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 13 jun. 2019.
MINUZZI, G.; LARENTIS, F. Marketing: definições, aplicações, tendências e desafios
do profissional. Revista de Administração IMED, v. 4, n. 1, p. 80-97, 2014. Disponível em:
https://seer.imed.edu.br/index.php/raimed/article/view/429. Acesso em: 13 jun. 2019
REZ, R. Marketing de conteúdo: a moeda do século XXI. São Paulo: DVS, 2016.
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAE. Marketing
de serviços: uma visão baseada nos 8 Ps. Brasília, DF, 2015. Disponível em: http://www.
sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/marketing-de-servicos-uma-visao-baseada-
-nos-8-ps,a799a442d2e5a410VgnVCM1000003b74010Arcrd. Acesso em: 14 jun. 2019.