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All content following this page was uploaded by João Paulo Novelletto Pisa on 07 December 2020.
RESUMO
A presente revisão de literatura tem como objetivo a caracterização dos constituintes
bioquímicos de plantas medicinais que podem ser utilizadas para promover a saúde
mental dos equinos, principalmente por ajudarem na ansiedade e estresse, servindo
como calmantes, assim promovem o bem-estar animal. As plantas escolhidas foram
Erva de São João, Maracujá, Valeriana, Camomila, Melissa e Lavanda (aromaterapia).
Os principais fitoquímicos que contribuem para a saúde mental são os flavonoides
(fenólicos) que atuam no sistema nervoso central, pois possuem uma atividade protetora
neste sistema, porém cada planta tem diversos outros componentes advindos do seu
metabolismo secundário, servindo para diversos tratamentos de saúde. Espera-se que
este trabalho sirva de incentivo para mais pesquisas de plantas, suas doses e forma de
manipulação para ajudar numa maior qualidade de vida dos equinos.
Palavras-Chaves: Aromaterapia, Bioquímica Vegetal, Fitoterapia, Problemas
comportamentais, Zoopsiquiatria
ABSTRAT
This literature review aims to characterize the biochemical constituents of medicinal
plants that can be used to promote the mental health of horses, mainly because they
help in anxiety and stress, serving as Soothing, thus promoting animal welfare. The
plants chosen were the herb of St. John, Passion fruit, valerian, chamomile, Melissa and
lavender (aromatherapy). The main phytochemicals that contribute to mental health are
the flavonoids (phenolic) that act in the central nervous system, because they have a
protective activity in this system, but each plant has several other components derived
from its metabolism Secondary, serving for various health treatments. It is hoped that
this work would serve as an incentive for more plant research, its doses and form of
manipulation to help in a higher quality of life of horses.
Key words: Aromatherapy, plant biochemistry, phytotherapy, behavioral problems,
Zoopsiquiatry
1.0 INTRODUÇÃO
Saúde, segundo a OMS, não é um estado em que não ocorre doença apenas,
todavia, é também um estado de homeostasia e bem-estar, sejam nos âmbitos físicos,
mentais e sociais (BRUNING, 1985). Saúde mental seria um conceito que engloba as
patologias, seus tratamentos e a prevenção (FILHO et al. 1999). São diversos distúrbios
comportamentais que os equinos podem apresentar, como a aerofagia, lambedura
excessiva, depressão, relacionados ao movimento, agressividade, aversões e outros
(BROOM e FRASER, 2010; STEINER et al. 2013; GRIGOR’YAN E GULYAEVA, 2016,
FUREIX et al. 2012, HABRAN e DERLON, 2005, KONIECZNIAK et al. 2014; MILLS e
NANKERVIS, 2005) Os fatores que as desencadeiam podem ser neurológicos,
problemas da tireoide, falta de interação social e manejo que proporciona um ambiente
enriquecido e um espaço adequado, gerando uma frustração e ansiedade (BROOM e
FRASER 2010; MOREIRA, 2011; MILLS e NANKERVIS, 2005; REID et al. 2017). Uma
boa saúde mental é essencial para o bem-estar animal, pois está ligado com as 5
liberdades e a presença são indicativos de uma má qualidade de vida e manejo
(MOLENTO, 2006, NOVO, 2005).
Como é um dever ético e moral dos seres humanos proteger a dignidade e a
saúde integral dos animais, de acordo com a DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DOS
ANIMAIS de 1978 (CFMV), se faz necessário a prevenção, como é feito pelo governo
federal com sua política nacional de promoção da saúde (BRASIL, 2010) e o tratamento
desses problemas, que podem ser de diversas modalidades como a alopatia (SOUZA,
2004, KING et al. 2000), cirurgia (NICOLETTI et al. 1996; STEINER, 2013), Homeopatia
(DIAS, 2000; BENEZ et al. 2004; LOBÃO, 1996), Acupuntura (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2006; (PAIVA, 2011; CASTRO, 2011; SIVIEIRO, 2011), florais de BACH (GRAHAM E
VLAMIS, 2001; De-SOUZA et al. 2006), enriquecimento ambiental (LEIRA et al. 2017;
BROOM e FRASER, 2010) e a terapia comportamental (TRUKSA, 2016; SOARES et
al. 2016; LINHARES et al. 2018).
Porém, o intuito deste artigo de revisão as plantas medicinais para este fim em
medicina veterinária, onde foi encontrado dois trabalhos de revisão de literatura que as
utilizam para a medicina veterinária estão as Valeriana, Mentrasto, Fumária, Lúpulo,
Maracujá e Ginseng (BATISTA et al. 2017; OZAKI et al. 2006) e em duas pesquisas que
avaliaram os efeitos de plantas medicinais para comportamento de codornas, não foi
visualizado eficácia com a Valeriana e Camomila (MARQUES et al. 2010, MARQUES
et al. 2009). Na clínica de pequenos animais as plantas Passiflora incarnata, Ageratum
conyzoides e Valeriana officinalis são as que têm mais importância (BARBOSA, 2011).
Foi visto que existem efeitos ansiolíticos em ratos utilizando a Valeriana e a Passiflora
(RIZZI et al, 2017).
Em seres humanos há muitas plantas utilizadas para estes fins e são
conhecidas a algum tempo, sendo muito comum encontrar nas casas das pessoas livros
sobre plantas medicinais. Como o de Bruning (1985), que coloca o tratamento para
histeria indicando açafrão, arruda, malva, maracujá, margarida e outros, já Biazzi (1996)
recomenda algumas receitas, as plantas mais usadas são melissa, maracujá, laranjeira,
tília, valeriana, menta e gatiaria. Em outro livro da mesma autora (1999), há uma fórmula
com anis-estralado, tília, valeriana, alecrim, salvia e mel e chás de com pulsatila, tília,
alfazema e outro com valeriana, tília e gatiaria. Alguns dão exemplos de plantas e suas
indicações (SELEÇÔES, 2009a) e dicas em que vão além das plantas (SELEÇÔES,
2009b), com uma visão mais holística da promoção da saúde mental e integral.
Também estão nos saberes populares, sendo vistas pela ciência através de
estudos etnofarmacológicos (RODRIGUES E CARLINI, 2002), como em povos
indígenas tendo exemplo o povo Krakô em que Rodrigues e Carlini (2006) viram plantas
com efeitos psicoativos que fazem o uso, porém, não publicaram os nomes das plantas,
mas elas tem efeitos alucinógenos, ansiolíticos, para insônia, antidepressivos e doenças
da cabeça em um outro exemplo, tem-se uma comunidade de agricultores familiares no
Rio Grande do Sul que utilizam as seguintes plantas com efeitos nas sua saúde mental:
Eucaliptos sp, Cymbopogon citratus, Cunila microcephala Benth, Citrus sinensis (L.)
Osbeck., Aristolochia cymbifera, Aloysia Triphylla Royle, Aloysia gratissima (CEOLIN et
al. 2009) e os que serão vistos nesta revisão, já na serra catarinense, na cidade de
Urupema, foi visto o uso popular de capim-limão, cidrão e as plantas desta revisão para
o tratamento de ansiedade (PAGANI e SILVA, 2016). O ministério da saúde contribui
para que tenha mais uso no sistema de saúde público, para isto fez os projetos de A
FITOTERAPIA NO SUS e o PROGRAMA DE PESQUISAS DE PLANTAS MEDICINAIS
DA CENTRAL DE MEDICAMENTOS (2006) e a POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS
INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SUS (2010).
Em medicina veterinária as plantas medicinais e fitoterápicos são utilizados na
clínica de pequenos animais, de equinos e de animais de produção, principalmente
àqueles que tem como função a sustentabilidade e a criação agroecológica dos animais.
Nem todas as plantas que são utilizadas para seres humanos podem ser utilizadas para
os animais, como por exemplo a erva de São João (Hypericum Perforatum), que é
utilizado para depressão e outros problemas psicológicos mas pode causar
fotossensibilização em equinos e ruminantes (PIMENTAL et al. 2007), porém pode ter
efeito de cicatrizante em equinos (ARGENTINO et al, 2007; BARROS, 2016).
Em uma pesquisa na área de etnoveterinária na região de Trindade e Tobago
e na Columbia Britânica, Canadá foi visto que as principais plantas usadas para
ansiedade em equinos foram a Magnolia acuminata, Passiflora incarnata e Lavanda spp,
para o nervosismo se destacoram a Matricaria recutitam e Matricaria chamonilla e em
situações de estresse foi utilizada a Valeriana Oficcinalis, também um composto com
esta planta, o lúpulo e Scutellaria lateriflora. Para Estresse tem a Stachys oficcinalis,
Humulus lupulus, Althea oficcinalis, Glycyrrihiza glabra, Ulmus vulva, Matricaria recutita,
Rubus ursinus e Cichorium intybus. Como tônico para o pós-prova, as plantas citadas
foram Salvia oficcinalis, Astragalus membranaceous e Lavandula augustifolia (LANS et
al. 2006). Haussler (2011), destaca de forma crítica a necessidade de conhecer mais
sobre as terapias integrativas, como as plantas medicinais e fitoterápicos, para o bem-
estar destes animais, como o mecanismo de ação, princípios ativos atividade biológica,
toxicidade uso de acordo com o caso, em pesquisas com rigor e controle experimental.
Assim, não somente usar de forma cega seja pelo uso popular em humanos para os
equinos de forma tradicional, como visto anteriormente.
O objetivo deste artigo de revisão é conhecer a fitoquimica e a indicações
clínicas para a saúde mental dos animais de algumas plantas que são comumente
utilizadas para humanos e uma planta utilizada na aromaterapia. As plantas escolhidas
são as seguintes: Erva-de-São João, Camomila, Melissa, Valeriana, Maracujá e para a
aromaterapia foi escolhida a lavanda. A justificativa deste trabalho está além de
conhecer mais sobre o assunto principal, mas a estimulação de mais pesquisas nesta
área, principalmente nas plantas e doses que podem ser utilizadas para animais, um
conhecimento mais profundo sobre as plantas e seus constituintes bioativos, já que eles
são responsáveis pelos efeitos. Assim pode-se contribuir para (promoção) (d)o bem-
estar equino e a zoopsiquiatria.
2.0 INDICAÇÔES PARA SAÚDE MENTAL DAS PLANTA ESCOLHIDAS
Para esta sessão será apresentado um quadro com as plantas aonde será visto as
indicações e partes usadas das plantas escolhidas:
Espécie Parte utilizada Utilidade Medicinal
CAMOMILA (Matricaria Flores Efeitos sedativos,
recuita) calmante, tônico amargo,
cólicas, estimulante de
apetite e facilitar,
eliminação de gases e dar
sabor aos alimentos e
bebidas.
HYPERICUM (Hypericum Extremidades florais. Efeito ansiolítico e
perforatum) antidepressivo,
adstringente, antisséptica,
analgésica, reduz
inflamações e promove a
cicatrização.
MELISSA (Melissa Folhas e inflorescências Efeito Sedativo, humor,
Officinales) ansiedade e depressão,
aromatizante de alimentos,
insônia, cefaleias, dor de
cabeça e normaliza
funções gastrointestinais.
PASSIFLORA (Passiflora folhas, frutos ou toda a Efeito calmante,
incarnata e Passiflora planta. ansiolítico, relaxantes,
alata) cães que podem ter
convulsões,
antiespasmódico, tônico
dos nervos e dor de
cabeça.
VALERIANA (Valeriana Raiz Efeito relaxante, sedativo,
Officinalis) ansiedade, estresse
mental, indução de sono
Lavanda (Lavandula Óleo essencial. Calmante, ajuda no humor,
officinalis) relaxante muscular,
indutor de sono, diminui
ansiedade e depressão, o
óleo ainda é antisséptico e
antibiótico
Quadro 1- Indicações medicinais das plantas Camomila, Hypericum, Melissa,
Passiflora, Valeriana e Lavanda. Fonte: SELEÇÕES, 2009b; OZAKI et al. 2006;
BATISTA et al. 2017; LORENZI, 2000.
3.1 Geral
As plantas selecionadas para a revisão têm efeito em problemas de ansiedade
e depressão (Sistema Nervoso Central), principalmente, em seres humanos há o DSM-
V (2014, que é um manual utilizado para o diagnóstico dos transtornos psiquiátricos,
nele existem diversos transtornos de ansiedade e este sintoma está em outros distúrbios
e também os transtornos depressivos, muitas vezes os animais são modelos de estudo
para o desenvolvimento farmacológico e para percepção do comportamento nesses
estados (FUREIX, 2012), porém muito se há estudado para compreender mais estes
problemas e relacionar com o bem-estar animal (BROOM e FRASER, 2010).
Em um artigo de revisão Dovichi e Lajolo (2011) mostram que os flavonoides que
são pertencentes ao fenólicos (NONES e NONES, 2010) são os principais compostos
para os problemas do sistema nervoso central, pois eles tem uma atividade protetora
deste sistema, para atuar no SNC, eles precisam passar pela barreira hemato-encefálica
(BHE), que peneira as moléculas que vão para o SNC, então, eles agem como
substratatos que contribuem para os sistemas transportadores desta barreira, além de
outras pesquisas que concluíram que eles são substâncias neuroativos. Um ponto
importante da revisão foi mostrar como a nutrição adequada pode ser uma aliada para
a saúde mental. Uma dessas autoras fez sua tese com o objetivo de buscar no quiabo
compostos flavonoides para trabalhar com ansiedade em camundongos Dovichi (2009),
já este grupo é o que mais está relacionado com ervas medicinais para este fim. Pode-
se concluir que a administração o flavonoide rutina, presente no quiabo, de forma de
suplementação alimentar causou a redução deste problema nos animais. Eles ainda
podem apresentar atividades antivirais, antitumoral, anti-inflamatória, antioxidante e
hormonal (SANTOS e RODRIGUES, 2017). Os fatores que podem estar relacionados
com a presença ou não e quantidade em alimentos estão relacionados com condições
climáticas, solo, período da vida da planta, como é preparado, como são estocados e
processados (HUBER e RODRIGUEZ-AMAYA, 2008), de forma geral, além delas
podem mudar os metabolitos segundários o ciclo circadiano, o desenvolvimento,
disponibilidade de água, radiação UV, nutrição da planta, altitude e até a poluição
atmosférica e doenças que podem ocorrer nas plantas (GOBBO-NETO e LOPES, 2007).
Em medicina veterinária Cavalcanti (1997) também mostra que os flavonoides servem
para o tratamento de estresse em animais.
Porém, existem outros princípios bioativos que se relacionam com doenças do
sistema nervoso, como no estudo realizado por Peña et al (2009) observou que em
extratos secos de Passiflora incarnata L., Matricaria recutita L. e Morinda citrifolia L.
foram encontrados os sequintes metabolitos secundários: flavonoides, aminas e
aminoácidos, açucares e oligossacarídeos em todas essas plantas, terpenos e
compostos antraquinónicos em M. citrifolia e em P. incarnata as coumarinas. Em
nenhuma foi visualizada a presença alcaloides e glicosídeos terpenoides.
Eles são os metabólicos secundários das plantas, para elas, tem como objetivo
de defesa, seja de predadores ou microorganismos que causam doenças à ela, como
também dos raios ultravioleta, ajudam para atrair polinizadores ou para animais que
servem para dispersar as sementes, mas o principal interesse para a pesquisa é para
busca de novas moléculas para contribuir na saúde humana e animal (SIMÕES et al.
1999).
Essas plantas foram escolhidas conforme a importância e popularidade na
medicina popular de humanos, mas que também foram vistas no trabalho de Lans et al.
(2006). Em resumo, tem-se a seguir o quadro que mostra as espécies presentes neste
trabalho, sua família, nomes populares e os principais metabólitos secundários que dão
as propriedades medicinais dessas plantas em fontes oficiais:
Espécie Família Nome popular metabólitos
secundários
Hypericum Hypericaceae Erva-de-são-joão, Antraquinonas e
perforatum L. hipérico flavonoides
Matricaria Asteraceae Camomila, Flavonoides
chamomilla L. matricária, (apigenina,
maçanilha luteolina).
Cumarina
(umbeliferona).
Óleo essencial
(farneseno, alfa-
bisabolol,óxidos de
alfa-bisabolol, alfa-
camazuleno,
espiroéteres).
Passiflora Passifloraceae Maracujá, flor da fitosteróis,
incarnata L. Juss. ex Roussel paixão, maracujá heterosídeos
doce cianogênicos,
alcaloides indólicos
(menos de 0,03%),
flavonoides (di-C-
heterosídeos de
flavonas até 2,5%,
vitexina e
apigenina) e
cumarinas
Melissa officinalis Lamiaceae Anafa, cidreira, Óleos essenciais
L. erva-cidreira, (linalol, geraniol,
citronela-menor, nerol, citral,
capim cheiroso, citronelal, etc),
capim-cidreira, flavonóides
jacapé, melissa (luteolol,
(Itália), melisa apigenina), ácidos
(Argentina), toronjil, (rosmarínico,
lemon balm (Ingl.), cafeico,
mélisse (França) clorogênico,
ursólico,
rosmarínico e
oleânico), taninos,
glicosídeos e
resinas
Valeriana officinalis Caprifoliaceae Valeriana Monoterpenos,
L. sesquiterpenos,
epóxi-iridóides e
valepotriatos
Lavandula Lamiaceae Alfazema e lavanda linalol, geraniol,
officinalis; L. spica cineol, limoneno,
L; L. vera DC e L. alfa e beta-pineno,
angustifolia Miller beta-cariofileno,
cumarina, taninos,
aldeídos, cetonas,
ácido ursólico,
fitosteróis e
flavonóides
(luteolina)
Quadro 2- Família, nomes populares e principais substâncias bioativas das plantas
discutidas nesta revisão. Fonte: Anvisa (2016), ANVISA (2018), Secretária Municipal de
Saúde de Londrina-PR.
3.2 Camomila
A camomila tem 4 raças químicas (A, B, C e D), a primeira (A)é do tipo europeu
em que se concentra mais o oxidobisabolol A, a segunda (B) é do tipo argentino, que
tem mais o oxidobisabolol B, a terceira (C) é do tipo espanhol e tem a predominância do
bisabolol, já a última é do tipo brasileiro (D), contendo o bisabolol e oxidobisabolóis em
quantidades equivalentes (SILVA JR, 2003a).
Óleo essencial azul é sua concentração é de 0,3% e pode chegar a 2% em
relação ao peso seco, nele há presença de abisabolol que serve para cicatrização da
pele, inflamação das gengivas e antivirotico para herpes, camazuleno e camaviolino,
polissacarídeos (imunoestimulante), éteres bicíclicos (atividade espamolitica,
semelhante a papaverina), flavonoides de ação bacteriotstica e trocomonicidas,
apigenina (ansiolítica e sedativa), Lactona sesquiterpenica antecotulídeo e na raça
química brasileira contém camazuleno, oxidobisabolol A, oxidobisabolol B e alfa-
bisabolol (SIMÕES et al. 1999; LORENZI, 2000; SILVA Jr, 2003a).
Marques et al. 2012 utilizam o extrato etanólico da Matricaria recutita extraído
pelo equipamento soxhlet e para verificar os metabolitos secundários fizeram uso da
cromatografia em camada delgada (CCD), que evidenciou compostos flavonoides e
taninos e que estes podem ser úteis para vários tratamentos, cosmética, aromatizante
e ornamental. Em um estudo físico-químico do óleo essencial de camomila (Chamomilla
recutita) foram vistas as presenças de alfa-bisabolol (e derivados), seus óxidos A e B,
camazuleno e hidrocarbonetos terpênicos, sendo que no óleo essencial recuperado não
possui o camazuleno, para chegar a este resultado foi utilizado o aparelho do tipo
Clevenger no método de hidrodestilação e a determização foi graças a cromatografia
gasosa acoplada a espectrometria de massa (BORSATO et al., 2008).
Murti et al. (2012) esquematizou em uma revisão de literatura da Matricaria
recuita e o efeito e o metabolito secundário responsável por ele, como Apigenina e
bisabol (no óleo essencial) como antiespasmódicos, bisabol e alfa-bisabol para úlceras,
bisabol como anti-inflamatório, alfa-bisabol como antimicrobiano e efeito antifúngico tem
camazuleno e flavonoides, ainda, especificaram as propriedades bioativas da camomila
alemã e romana, sendo que a primeira contém como terpenos o bisabol, alfa-bisabol,
óxido A e B, camazuleno, sesquiterpenos, os flavonoides são as apigenina, luteolina,
ácido quercetina, ainda tem cholino, taninos e polissacarídeos, já a segunda possui o
camazuleno e bisabol, apigenina, luteolina, quercetina, como coumarínico tem o
Scopoletino-7-glucosídeo e ainda ácidos esteres, graxos e fenólicos, cholino e ácido
antémico.
No óleo essencial de camomila (Matricaria recutita) se notou a presença de α-
Pineno, camazuleno, óxido de bisabolona, alfa-bisabobol, óxido bisabolol A e B,
cariofileno e Artemísia cetona, um dos fatores para mudança de concentração foi a
idade da planta na colheita. O óleo foi obtido através de hidrodestilação com o aparelho
tipo Clevenger e os componentes foram identificados com um cromatógrafo gasoso
Varian, modelo CP- 3800, com detector FID (CG/FID), sendo a idade de colheita em
dias das plantas foram 85, 92, 99, 106 e 113 dias de idade (AMARAL et al., 2014).
Segundo a pesquisa de Borsato et al. (2005) o método de extração do óleo de
camomila do modelo destilador é de uma qualidade menor que pela hidrodestilação,
neste estudo foram encontrados os seguintes componentes bioativos: Camazuleno,
Óxido de Bisabolol A, Óxido de Bisaboleno, Alfa-Bisabolol, Óxido de Bisabolol B, Alfa-
Farneseno, Óxido de Cariofileno, Cariofileno, Alfa-Pineno, Artemísia cetona, 3-Careno,
Azuleno e outros, que foram identificados com cromatografia gasosa.
Na questão dos flavonoides, se destacam a apigenina, apigenina-7-(6``-o-
acetilato) glicosídeo, apiína, apigetrina, crisoplenol, eupaletina, isso-ramnetina,
jaceidina, campferol, luteolina, 6-metoxi-campferol, tetrametil, quercetina, rutina,
quercetrina e espinacetina, também há outros compostos, como aminoácidos, ácido
ascórbico, n-butanol, éster camomila I, éster camomila II, ácido clorogênico, colina,
ácido vanílico, epicatecol, isopentil, ácido málico, tanino, niacina, 7-glicosídeo
escopoletina, oxicumarina, arabinose, ácido D-galacturônico, ácido salicílico entre
outros (SILVA Jr, 2003a).
3.3 Hypericum
No início dos anos 2000, eram conhecidos os componentes Hipericina, uma
naftodiantrona, flavonoides hiperosídio, rutina amentoflavona, um bioflavonoide,
hiperforina, acído clorogênico e procianidina. Oléo essencial contem mono e
sesquitepernos, cetona e álcoois alifáticos e ação para a saúde do indivíduo, como o
efeito antidepressivo pode estar relacionado com a hipericina, que tem a função de inibir
a MAO, como também acilfloroglucinol hiperforina e podem ser potencializadas pela
ação da procianidinas em preparações aquosas por causa da solubilidade aumentada.
A hiperforina mostrou-se inibidora da de serotonina, noradrenalina, dopamina e GABA,
então ela tem efeito nos neurotransmissores. Este fitoquímico está presente em
concentrações de 2% em Flores e 5% em frutos (SIMÕES et al. 1999; LOREZENI,
2000).
Hipercina é uma diantrona de cor vermelha, causa uma fotosensibilização em
animais albinos e que herbívoros, ainda pode levar a morte (hiperismo). As matérias
corantes isoladas dos penicílios (peniciliopsina) tem relação com ela, pois, através da
ação oxidativa da emodina-antrona, a peniciliopsina se transforma em proto-hipericina
que sofre radiação e dá origem a hipericina (COSTA, 1994). Um estudo do efeito do
tóxico extrato bioativo para células hepáticas (por causa do 1A2 ´´CYP1A2`` e 2D6
´´CYP2D6`` mostrou que que hipericina induz a CYP1A2 nas células tipo HepG2 e
consegue inibir ela nas células do tipo HepaRG, enquanto isso, a hiperforina tem como
função de induzir a CYP2D6 em nas células HepG2 e impedem nas células hepaRG e
WRL-68 (SILVA et al. 2016).
A erva de São João tem componentes bioativos que servem como
neuroprotetores, pois tem como função ser antioxidantes e antipoptose no sistema
nervoso central, entre eles estão Quercetina, hiperosídeo, quercetrina, rutina, hipericina,
kaempferol, biapeginina e hiperforina, com isto percebe-se a importância dos
flavonoides na saúde mental (OLIVEIRA et al. 2016)
Na essência da planta, foi encontrado n-nonano, metil-2-octano, n-undecano,
metl-2-decano, mirceno, limoneno, alfa e beta pinenos, cineol, octanal, decanal,
cadineno, humuleno, beta-cariofileno, gurjuneno, aromadendreno e ésteres do ácido
isovalérico. Já glicerídeos dos ácidos esteárico, palmítico, mirístico, láurico, um
fitosterol, álcool cerílico e hidrocarbonetos parafínicos foram o óleo da planta. Também
tem na sua constituição os glúcidos (frutose, glucose e pectina) e as resinas, tanino,
pirocatéquico, cinzas, vitamina C, saponina, colina, ácidos cafeico, clorogénico,
nicotínico, beta-sitosterol, octasano, triacontano e outros hidrocarbonetos parafínicos e
álcoois saturados. Carotenos, flavonoides e a hipericina como corantes da planta. Os
flavonolósidos conhecidos são hiperósido, rutósido, quercitrósido e o quercetol.
(COSTA, 1994).
Sakamoto (2015) investigou o efeito do hiperosídeo em camundongos como
modelo de paciente doente e depressivo, conclui-se que pode ser dado como preventivo
do comportamento de doente, principalmente quando oferecido juntamente com o LPS,
ainda foi confirmado seu efeito antidepressivo através do teste de suspenção da causa.
Coleta (2008) concluiu que ela possui efeito sedativo em doses altas (> 25 mg/kg) e
ansiolítico em doses baixas (5 mg/kg), estes efeitos não são causados pela hiperforina,
mas pelos outros de seus constituintes fitoquímicos, que ele identificou em sua pesquisa
a presença de ácido clorogénico, rutina, hiperósido, quercitrina, isoquercitrina,
quercetina, I3, II8-biapigenina, amentoflavona, hipericina, pseudohipericina e
hiperforina.
Em uma pesquisa para averiguar os componentes fenólicos desta planta, foram
encontradas 23 compostos, entre eles estão os seguintes: Ácido 3-O-(E)-
CAFFEOYLQUINIC, Ácido 3,4-Dihidroxybenzoico, Ácido 3-O-(Z)-p-Coumaroylquinico,
Ácido 3-O-(E)-p-Coumaroylquinico, 2beta-Glucosil-1.3.6.7-Tratahidroxynanthone,
6beta-Glucosilluteolin, hiperosideo, Quercetin-3-O-beta-d-Glucrusideo, quercetin-3-0-
beta-d-glucuronideo, 2R,3R-Dihidroquercetin-3-O-alfa-L-Rhamnoideo, quercetin-3-0-
alfa-L-arabinopyronosideo, quercetin-3-O-alfa-L-Rhamnosídeo, quercetin-3-0-(2´´-
acetil)-beta-d-galactosídeo , Quercetino, Biapigenin, Amentoflavone, éter Pinocembrin-
7-metil, Pseudohipericina, hiperforina e hipericina (JURGENLIEMK; NAHRSTEDT,
2002).
Em um estudo relacionando Hypericum perforatum e Hypericum maculatum na
Estônia foi encontrado basicamente a mesma fitoquímica nas duas espécies, porem em
proporções diferentes. H. maculatum (parte área) teve menos concentrações de
fenólicos e traços de rutina e hiperforina, porém, a quantidade de hipericina foram
semelhantes nas duas espécies. Em geral, os componentes estudos foram um derivado
ácido quínico, glucosídeo de ácido cafeíco, glucosideo o ácido vanílico, ácido
neochlorogenico, ácido clorogênico, catequina, epicatequina, glucosideo de miricetina,
hiperosideo, isoquercitrina, rutina, pentosideo uqercetina, quercitrina, kaempferol,
glucosídeo kaempferol, rutinosideo, quercetina, hiperforina, adhiperforina,
protopeseidohipericina, pseudohipericina e hipericina (RUSALEPP et al. 2017).
Bridi et al (2018) revisou os principais artigos envolvendo espécies de Hypericum
sobre o composto phloroglucinol e seus derivados, com isto, foi visto que há estudos
que isolaram prenylateda phloroglucinols, chromanos and chromenos, dimerica
acylphloroglucinols, polycyclica polyprenylateda acylphloroglucinols, simples
benzophenonos e phloroglucinol-terpenos adductos. Suas principais funções
farmacológicas são de antimicrobianos, antidepressivos, antinocicepetivo e efeito
citotóxico.
Mas os teores dos metabólitos secundários podem mudar. Um dos motivos seria
à secagem, ao congelamento e a estocagem a baixas temperaturas, Diniz et al (2007)
mostrou que o processo de secagem já reduziu a quantidade de rutina e quercetrina
livres, assim como os flavonoides do extrato hidrolisado, tendo o seu ápice de redução
aos 25oC. Não teve diferença no congelamento nos flavonoides, mas sim na
concentração de hipericina. Na estocagem em baixa temperatura tanto os teores de
flavonoides (livres e glicosilados), como de hipericina tiveram diminuição em relação aos
teores da planta fresca. A problemática disso é a preparação de medicamentos
fitoterápicos, em que se preconiza a padronização dos componentes. A plantação
também pode afetar, como visto num estudo de Amarante, Souza, Ernani (2007) viram
que com a calagem e adição de suplementação de fósforo, houve o aumento de Ca,
Mg, K, N e P encontrados na parte área da planta, porém, não mediram os teores dos
metabólitos secundários.
Também há na forma de óleo essencial, que contém alfa-pineno, miraceno,
gurjuneno, cariofilileno, alfa-terpineol, aromandreno, geraniol, limoneno, beta-pineno,
metil-2-octano, ésteres do ácido isovaleriânico, cadineno e 1,8-cineol. Na cidade de
Itajaí,SC se fazem o uso do método de hidrodestilação de Claevenger (3horas de
destilação), neste caso os teores são de 0,06% (folhas frescas), 0,09%(inverno) e 0,16%
(primavera e verão), no geral se tem o conhecimento de uma variação de 0,1% até
0,35% nos teores do óleo desta planta (SILVA Jr, 2003).
3.4 Melissa
3.5 Passiflora
Na planta estão presentes o Alcaloide harmano (passiflorina), glicosídios
cianogenicos: cianocardina, tetrafilina e ginocandina. Flavonoide crisina em p. caerulela
l. ligabte dos receptores benzodiazepínicos. Incarnata cotem 2,5% de flavonoides, C-
Glicosil-flavonas derivadas da isso-vitexina, schafotosina, isso-orientina, vicentina e
lucenina. Ação neuro pelo conjunto dos componentes (LORENIZ, 2000). A passiflorina
(harmana) é a um alcaloide indólico (COSTA, 1994), além de. Ácidos fenólicos,
cumarinas, fitosteróis e hterosídeos cianogênicos, maltol (2-metil-3-hidróxi-pirona,
alcalódes indolicos (harmana, harmol, harmina e seus derivados di-hidrogenados),
flavonoides di-C-heterosídeos de flavonas (SIMÕES et al. 1999).
Em uma pesquisa realizada no munícipio de Campos do Goytazes-RJ para ver
a composição química do maracujá amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa) foi visto
que em folhas mais jovens foi percebido maior concentração de rutina, vixetina,
flavoinóides totais, N, P, K e Zn, já nas folhas mais velhas os maiores teores foram de
Ca, Mg, B, Cl e Mn, os elementos S e Fe não fazem diferença conforme a idade da folha
(FREITAS et al, 2007). Em Passiflora coccinea foram encontrados 3 tipos de
flavonoides, a vitexina, isovitexina e 2-0-beta-D-glucopiranosil-vitexina, presentes em
extratos metanólicos e glicólicos da planta (SILVA, 2012). Em um estudo com a
Passiflora alata para a detecção de alcaloides e flavonoides em extrato com os métodos
CLAE e UV foi encontrado isovitexina (MULLER, 2006), o efeito deles é no sistema
nervoso central (PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO, 2010).
Passiflora edulis Sims possui um efeito ansiolítico, a sua fração de flavonoides
totais extraído de infusão pode ser relaxante muscular também (COLETA, 2008). Com
o suco do Maracujá-amarelo (Passiflora edulis forma flavicarpa Degener), foi visto os
principais constituintes fenólicos totais, beta-caronteno e ácido ascórbico (efeito
antioxidante), suas concentrações não tiveram influência da temperatura, mas para os
fenólicos totais e beta-caroteno foi influente o tempo de armazenamento para as suas
quantidades, assim como a atividade antioxidante (ROTILI et al. 2013). Em Passiflora
trintae (Maracujá cobra) foram descritos o ácido ascórbico, taninos, flavonoides,
catequinas, epicatequina e epigalocatequina, que são compostos fenólicos, detectados
através da oxidação, aonde eles sofrem esta reação e se convertem em fenolatos em
meio alcalino por meio do de Folin Ciocateau e a leitura foi feita com espectrofotômetro
com comprimento de onda de 760 nm (MIRANDA, 2015).
Passiflora cincinnata é popularmente conhecida como Maracujá-do-mato, Siebra
et al. (2014) realizaram um estudo para conhecer sua fitoquímica e atividade
antimicrobiana, a partir de seu extrato hidroalcoólico feitos com as folhas, cascas,
hastes, polpas e sementes e para identificar os metabolitos secundários foi utilizada a
técnica de mudança de cor e formação de precipitados a partir de reagentes específicos,
com isto, foi vista e existência de Taninos condensados, Alcaloides, Catequinas,
Leucoantocianidinas, Flavanonas, Auronas, Chalconas, Flobacênicos, Flavonas,
Flavonois, Flavononois e Xantonas, porém, nem todos foram vistos em todos os
extratos, alcaloides só estiveram presentes na semente, catequinas não estavam nas
hastes, assim como as Leucoantocianidinas e em nenhum foi evidenciado a presença
de Fenóis, Taninos hidrolisáveis, Antocianinas e Antocianidinas. Foi identificado
atividade antimicrobiana.
Chabariberi et al. (2009) encontraram pelo método de cromatografia líquida de
alta eficiência (CLAE) e a cromatografia de camada delgada de alta eficiência (CCDAE)
para detectar os teores de flavonoides totais de duas espécies de passiflora, a P. edulis
e a P. alata, na primeira encontrou uma média de 11,05mg/g e a segunda com 11,25
mg/g, estes, expressos em rutina como substância padrão. Já Wohlmuth et al. (2010)
utilizando a técnica Espectro UV viu os flavonoides derivados de apigenina e luteolina,
pelo método HPLC foi visto o C-glicosil flavona da espécie P. incarnata. Assim como
Chababiberi et al. (2009), Viera (2013) utilizou a técnica CLAE para verificar os
compostos fenólicos e de plantas passiflora spp. em que os flavonoides detectados
foram homoorientina, orientina, isovitexina e 4-vitexina, também foi visto
protoantociadinas e os alcaloides harmana foi o mais visto.
Em uma revisão de literatura feita por Patel, Verma e Gauthaman (2009) foram
descritos como os principais constituintes da Passiflora Incarnata L os flavonoides
(apigenina e luteolina, isovitexina, vitexina, isoorientina, orientina e saponarina
schaftosido, isoschaftosido, isovitexina-2"-O-β-glicosídeo e isoorientina-2"-O-β-
glicosídeo, vicenina-2 e lucenin-2, isovitexina e isoorientina), alcaloides (harmana,
harmol, harmino, harmalol and harmalino) e outros (γ-benzo-pyrono, derivado do maltol,
raffinoso, sucroso, D-glicose e D-fructose), já o óleo essencial contém hexanol, benzyl
álcool, linalool, 2-phenylethyl álcool, 2-hydroxy benzoico ácido methyl ester, carvono,
trans-anethol, eugenol, isoeugenol, βionono, α-bergamotol e phytol, limoneno, cumeno,
α-pineno, prezizaeno, zizaeno e zizaneno, mais 21 aminoácidos e cianogenico
glicosídeo ginocardina.
3.6 Valeriana
A fitoquimica da Valeriana é constituída por flavonoides e lignanas, em suas raízes
e rizomas há os grupos dos óleos voláteis sesquiterpenos e valepotriatos, além dos
flavonoides, lignanas e alcaloides (Nandhini et al., 2018). Murti et al (2011) descreve os
componentes são encontrados alcaloides, óleos essenciais voláteis que são
responsáveis pelos efeitos sedativos, iridoíde valepotriato e lignanas, as partes da
planta usadas para fins terapêuticos são as raízes e os rizomasA valerina é um alcaloide
de núcleo tropano (COSTA, 1994). A valerianina é um isopreno da classe dos
monoterpênicos (SIMÕES et al. 1999).
Existem aproximadamente mais de 150 óleos essências encontrados na planta, o
que a concentração varia de acordo com o clima, crescimento, fertilidade do solo e
altitude, sabe-se que em altas altitudes, solos férteis e arenosos se têm em mais
quantidade. Alguns exemplos estão careno, canfora, limoneno, borneol, sabineno,
sabinol, nerolidol, elemeno, ledol, guaiol, valerone, acetato bornil, 𝛼-Thujene, 6-
Isopropyl-1-methylbicycles [3,1,0] hexano, p-Cymeno, L-Myrtanol, 𝛼-Terpineol, 𝛽-
Caryophylleno, 𝛽-Gurjuneno, nerolidol, valeranal, ácido valeranico, ácido Valerenólico,
ácido acetoxyvalerinico e alguns ainda não foram definidos (CHEN et al. 2015). Em
uma pesquisa feita no Irã, os óleos encontrados foram dos componentes
monoterpenicos, hidrocarbonetos, borneol, acetato bornil e valerenal (MORTEZA;
JOORABLOO, 2012). Gränicher, Kapetanidis e ChristenIlias (1995) acharam no óleo
essencial a acetato bornil, valerenal, álcool kessil, acetato kessil nas raízes de Valeriana
officinalis var. sambucifolia.
São conhecidos 130 iridoídes no gênero Valeriana spp. como a valepotriato
(V.wallichii), dihydrovalepotriato, acetyl-valepotriato (V. jatamansi Jones,V.officinalis
L.,andV.officinalis L.var.latifolia Miq), isovalepotriato, acetoxyvalepotriato, e
isovalemxyhydroxy-dihydrovatrato, este grupo ainda pode ser divido em diethenoides
(Valtrato, Isovaltrato, 7-Epi-deacetylisovaltrato, Homovaltrato 1 e Homovaltrato 2,
Diavaltrato, Homoacevaltrato, Hydroxyvaltrato, Isohomovaltrato, Valeriandoide F,
Valeriandoides A, Valeriandoides B e outros), monoethenoides (Didrovaltrato,
Isovaleroxyhydroxydihydrovaltrato, AHD-valtrato, Homodidrovaltrato, Valeriotriato B,
Didrovaltrateacetoxyhydrina) e outros a partir de sua estrutura (CHEN et al. 2015).
Outros exemplos de iridóides são monovalerianester A e outro diester, (1R,2S,6S,9S)-
5-Acetiloximetil-9-metil-3-oxabiciclo [4.3.0] non-4-em-2-il-isovalerato (NANDHINI et al.,
2017). Em Valeriana jatamansi foram encontrados 5 iridoídes que foram dominados
chlorovaltrate P-T e mais 6 substancias consideradas análogas, que são as seguintes:
8-methoxy-3-methoxy-10-methyleno-2,9-dioxatricyclo[4.3.1.03,7]decan-4-ol,
chlorovaltrato A, (1R,3R,5R,7S,8R,9S)-3,8-epoxy-1-O-ethyl-5-hydroxyvalechlorino, 8-
methoxy-4-acetoxy-3-chlormethyl-10-methylena-2,9-dioxa-tricyclo[4.3.1.03,7]decana,
(1S,3R,5R,7S,8R,9S)-3,8-epoxy-1-O-ethyl-5-hydroxyvalechlorino,
(1R,3R,5R,7S,8R,9S)-3,8-epoxy-1-O-methyl-5-hydroxyvalechlorino, que demonstram
efeitos neuroprotetivos moderados (WANG et al., 2017)
Outros componentes são os alcaloides (chatinino, nordelporphino, norphoebine,
thaliperphino, nantenino, phenanthreno, phoebino, dehydroaphino, valerino, Valeriano e
oxoaporphino), flanonoides (acacetina, apigenina, diosmetina, luteolina, quercetina,
kaempferof, linarina e luteolina), os lignanoides (7,9-monoepoxylignina, pinoresinol-4-O-
D-glucosideo, 8-hydro-xypinoresinol, 7,9-monoepoxylignanas, 8-hydroxy-pinoresinol-4-
O-D-glucoside, fraxireslnol-4-O-D-glucopyranosideo e prinse-piol-4-O-D-glucopy-
ranoside) e aminoácidos (𝛾-amino ácido butirica, tyrosino, glutamina, ácido cafeíco e
sitosterol) (CHEN et al., 2015).
O ácido 2-propilpentanóico é um componente do extrato de valeriana e pode servir
para o tratamento do câncer, ele é transformado no fígado por 3 vias principais:
glucuronidação por UDP-glucuronil transferase (UPGT), hidroxilação por citocromo
P450 (CYP450) e β-oxidação em mitocôndrias por acetil-CoA deshidrogenase
(HAMAIDIA et al. 2016).
Outra espécie deste gênero é a Valeriana turkestanica, foi comparada com a
Valeriana Officinales na Polônia e Cazaquistão, nela foi visto que há compostos
semelhantes da espécie mais utilizada: Valerena-4,7(11)-diene, UI 222[M]+, 110(100),
147( 62), (Z)-α-Bisabolene, (E)-α-Bisabolene, Pacifigorgiol, Elemol, Guaia-6,9-dien-4β-
ol, Ledol, α-Eudesmol, Valeranone, Valerenal, Valerenol, (E)-Valerenyl acetate, (Z)-
Valerenyl acetate, Valerenic acid, Palmitic acid, Valeric acid, 2,6-dimethylnon-1-en-3-
yn5-yl ester, (E)-Valerenyl isovalerate e Acetoxyvalerenic acid, para chegar a isto
utilizou-se a técnica de GC-MS, Cromatografia gasosa espectrometria de massas. Isto
significa que pode ocorrer a substituição, pois, os princípios bioativos que tem ação no
sistema nervoso central (ácido valerónico e derivados) estão presentes nesta espécie
também (SERMUKHAMEDOVA et al., 2017). Já numa variedade de Valeriana
officinalis, a latifolia, foi encontrado fenólicos (olivil, pinoresinol, 8-hidroxipinoresinol,
pinorespiol, 8-hidroxi-7epipinoresinol, ácido trans-p-hidroxifenil-propenoico, ácido cis-p-
hidroxifenil-propenoico, ácido isoferúlico e isovanilina) e uma neolignana benzofurânica,
isovalerato de 9-di-hidrodesidrodiconiferila (WANG et al., 2013).
Foi descoberto nesta década um novo fitoquímico presente nesta planta, o
Volvalerenono A, que é um mononorsesquiterpenóide, sendo obtida por cristalografia
de raios X espectroscópicos e de cristal único. Sua função é de inibição fraca na
esterase da acetilcolina (WANG et al., 2010). Um estudo tentou descobrir as vias do
Drimenol (álcool sesquiterpeno), sendo sugerido o VoTPS3, pois sem ele os
FARNESOL e difosfato de drimenyl não conseguiram ser transformar neste composto,
para síntese, a probabilidade é feita através mecanismo de pronotação e ionização
(Kwon et al., 2014).
Wills e Shohet (2009) pesquisaram sobre a influência da temperatura na
concentração de ácido valerênico extraído da raiz da planta em forma de pó e
armazenado em temperaturas de 5, 14 e 30oC, viram que o teor deste composto
diminuiu com o tempo e a temperatura de 30oC e baixa umidade, assim como ácido
acetoxivalerênico, porém o ácido hidroxivalerênico não teve diminuição pelos mesmos
motivos. Mostraram ainda, que o melhor armazenamento seria em menos de 14oC, para
ter maior concentração de ácidos valerênicos. Há diferenças nos teores em uma mostra
comercial e outra cultivada em modo hidropônica. O ácido valerênico tem 59,76% na
comercial e 6,20% na hidropônica, porém, ela tem 91,31% de ácido acetoxi-valerênico,
contra 35,72% na comercial e em ácido hidroxi-valerênico, a primeira amostra tem
4,52% e a segunda 2,49% (SILVA Jr, 2003b)
4.0 CONCLUSÃO
A saúde mental está relacionada com o bem-estar animal, sabe-se que alguns
equinos vivem estabulados, isso afeta a sua qualidade de vida e expõe eles a patologias
comportamentais e emocionais, por isso sempre há a necessidade de haver a
prevenção para que elas não ocorram, fazendo um manejo e modo de treinamento que
proporcionem conforto, menos estresse e emoções negativas (MAPA, 2017; REZENDE
et al. 2006; MILLS e NANKERVIS, 2005). Porém, nem sempre isto é possível e deve-
se buscar tratamentos para ajudar a melhorar a qualidade de vida, um dos modos de
fazer isto é com a utilização de plantas medicinais, fitoterápicos e aromaterapia, sendo
que as plantas escolhidas para esta revisão tem efeito de sedação, ansiolítico,
depressão, estresse e relaxamento, tudo isso graças aos princípios ativos que contém
nas plantas, que fazem parte de seus metabolismo secundário, por isso a importância
de conhece-los bem e nem sempre há esta oportunidade durante a graduação de
medicina veterinária, como por exemplo em um estudo de currículos de cursos de
medicina veterinária no estado de Santa Catarina com o objetivo de verificar como é
inserido o tema de agroecologia, foi visto que de 23 instituições de ensino, apenas 5
tinham em seu componente disciplinas (todas optativas) que abrangem o tema de
homeopatia, fitoterapia e acupuntura (PISA , LEME e JANSEN, 2018).
Muitas vezes a utilização das plantas medicinais é utilizado de forma empírica,
provindo do conhecimento popular, como visto anteriormente, porém nem sempre há
possibilidade de utilizar a mesma planta para os animais, como no caso da Erva de São
João, que é antidepressivo em seres humanos, mas em equinos pode causar a
fotossenbilização, porém pode ser usado como cicatrizante (SELEÇÕES, 2009b;
COSTA, 1994; PIMENTAL et al. 2007; ARGENTINO et al, 2007; BARROS, 2016). Além
do conhecimento popular há o comércio, como para o tratamento de aromaterapia, que
há diversas marcas no mercado e que são usados por pessoas e tem sua indicação por
aromaterapeutas, mas de uma forma geral também não este aprendizado na formação
do médico veterinário, assim como a medicina veterinária complementar como um todo.
Com o intuito de estimular a pesquisa e a utilização das plantas medicinais para
melhorar a saúde mental dos equinos esta revisão foi idealizada para comtemplar o
conhecimento sobre o uso das plantas, seus metabolitos secundários responsáveis
pelos efeitos medicinais, algo de métodos de extração e identificação das substâncias
e possíveis outros usos medicinais além do objetivo proposto. Espere-se ainda, que
também seja mais divulgado e estimulado a busca por mais saberes em zoopsiquiatria
e o bem-estar equino, para buscar sempre uma criação de forma ética para estes
animais.
5.0 REFERÊNCIAS
SILVA, Sara M. et al. Effects of Hypericum perforatum extract and its main bioactive
compounds on the cytotoxicity and expression of CYP1A2 and CYP2D6 in hepatic cells.
Life Sciences, [s.l.], v. 144, p.30-36, jan. 2016. Elsevier BV.
http://dx.doi.org/10.1016/j.lfs.2015.11.004.
WANG, Ru-jing et al. Iridoids from the roots of Valeriana jatamansi Jones.
Phytochemistry, [s.l.], v. 141, p.156-161, set. 2017. Elsevier BV.
http://dx.doi.org/10.1016/j.phytochem.2017.05.010.
YALCIN, H. et al. The effect of harvest time on the bioactive properties and volatile
components of lavender (Lavandula officinalis). Quality Assurance And Safety Of
Crops & Foods, [s.l.], v. 9, n. 3, p.275-283, 14 ago. 2017. Wageningen Academic
Publishers. http://dx.doi.org/10.3920/qas2015.0763.