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189049 - Amanda Bigaton

MASC – Soledade / nível II

A JUSTIÇA RESTAURATIVA E A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Violência doméstica contra a mulher é qualquer ato ou omissão com base no


gênero que causou morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral
ou de propriedade, conforme definido no Artigo 5 Lei Maria da Penha nº. 11.340 / 2006.
Essa violência geralmente não deixa testemunhas, acontece geralmente por muitos
anos, em silêncio e na presença de crianças, causando danos corporais.
A partir desse cenário caótico que encontramos no país vemos a importância de
termos medidas que ajam no combate desse mal. Nesse ponto, entra a justiça
restaurativa que tem o intuito de possibilitar o diálogo e aproximação entre as partes
afetadas tanto diretamente ou indiretamente em decorrência da violência empregada no
ambiente doméstico contra a mulher. É visado a reintegração da vivência perdida.
Ao mesmo tempo, a justiça restaurativa utiliza a escuta não violenta e os
seminários de diálogo para propor caminhos para a resolução dos conflitos, criando um
espaço psicológico, reflexivo e afetivo, que produzirá naturalmente uma mediação entre
as partes sem pressão. Com o apoio da Lei Maria da Penha, o tribunal de violência
doméstica contra a mulher é, sem dúvida, um avanço incrível em nossa história porque
representa um avanço positivo nos direitos das mulheres. No entanto, ainda enfrenta
alguns desafios, porque a violência doméstica ainda é um assunto delicado na solução
de conflito.
Um ponto importante a ser destacado, é que muitas vezes as mulheres são
intimidadas pela sociedade com questionamentos do tipo “por que ela permanece em
uma relação violenta?”. E sabemos que em vários casos, a mulher é coagida pelo
agressor para que não tome nenhuma atitude, não reaja, geralmente essa coação é por
ameaças de morte, ameaças a retirada dos filhos, chantagens emocionais, e o mais
comum, agressões físicas.
Sendo assim, a justiça restaurativa serve pra suprir a valha do sistema penal na
reparação psicológica da mulher. Já que o sistema atual prioriza prender o agressor e
esquece da saúde mental da mulher e todo transtorno que foi lhe causado. Por tanto,
através da JR é possível reverter a violência contra a mulher.
Por outro lado, a justiça restaurativa também leva o agressor a pensar em seus
atos e pensar no mal que fez a vítima. E a terceira pessoa que participará dessa
“conversa” será imparcial e ajudará as partes a encontrarem uma solução para o caso.
Levando em conta tudo o que já foi exposto, a justiça restaurativa é um meio
extrajudicial, que tem como objetivo principal alcançar a estabilidade social. E trata-se
de outra forma de resolver disputas entre o agressor e a vítima. É um método
complementar por se tratar de uma medida preventiva, eficaz em muitas situações, em
comparação com um procedimento penal com sistema de punição. A justiça restaurativa
traz a possibilidade de colocar o agressor e a vítima frente a frente, dialogar e encontrar
soluções que satisfaçam os interesses de ambas as partes.
BIBLIOGRAFIA

AQUINO, Quelen Brondani. Justiça Restaurativa nas Relações de Gênero: Recurso


Adicional na Mediação de Conflitos envolvendo Mulheres em Situação de Violência
Doméstica, 2008. 17 p. Artigo (graduação em Direito) – Universidade de Santa Cruz do Sul –
UNISC, 2008. Disponível em: < http://justica21.web1119.kinghost.net/arquivos/bib_322.pdf
>. Acesso em: 28 de agosto de 2021.

DIAS, Maria Berenice. A Lei Maria da Penha na Justiça: a efetividade da Lei


11.340/2006 de combate a violência doméstica e familiar contra a mulher. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2007.

SICA, Leonardo. Justiça Restaurativa e Mediação Penal. O Novo Modelo de Justiça


Criminal e de Gestão do Crime. Rio de Janeiro. Editora Lumen Juris, 2007.

BRASIL. Resolução Nº 125, De 29 de Novembro de 2010. Disponível em:


<https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/156>. Acesso em: 28 de agosto de 2021.

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