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Finanças
Análise: BC perde controle sobre as expectativas
de longo prazo
Boletim Focus já mostra sinais de desancoragem das expectativas de inflação em
relação às metas até 2025
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22/11/2021 15:23 Análise: BC perde controle sobre as expectativas de longo prazo | Finanças | Valor Econômico
até 2025. Não se trata mais de um surto inflacionário, mas de um processo de alta
sustentada de preços na economia.
Leia mais:
· Governo corta projeções de alta do PIB para 5,1% em 2021 e 2,1% em 2022
As revisões atingem os dois anos seguintes. Para 2022, o mercado antecipa uma
inflação de 4,96%, ante 4,79% projetados uma semana antes. Está bem acima do
centro da meta definida para o ano, de 3,5%.
Nesse percentual, a previsão dos especialistas está bem próxima de romper o teto
da meta do ano que vem, de 5%. Assim, aos olhos do mercado, crescem os riscos de
o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ter que escrever duas cartas
seguidas explicando o estouro da meta. Neste ano, as chances de isso ocorrer já são
estimadas pelo BC em mais de 99%.
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22/11/2021 15:23 Análise: BC perde controle sobre as expectativas de longo prazo | Finanças | Valor Econômico
A inflação projetada pelo mercado para 2023 subiu de 3,32% para 3,42% em uma
semana. Assim, vai se distanciando do centro da meta do ano, de 3,25%. Há pelo
menos um sinal de que o processo terá continuidade: a média das projeções já
estava em 3,46% na última sexta-feira.
A inflação projetada para 2024 subiu de 3,09% para 3,10%, acima da meta do ano,
de 3%. O incremento parece milimétrico, mas pode vir mais nas próximas semanas,
já que a média das projeções está em 3,22%.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) ainda nem definiu a meta para 2025, mas já
há um incipiente movimento de desancoragem em curso. A mediana das projeções
segue em 3%, provável meta, mas a média das projeções para o ano já subiu a
3,18%.
O conjunto das projeções do mercado para a inflação, para a atividade e para o juro
parece não fazer muito sentido. Os analistas esperam mais aperto monetário (agora,
veem juro em 11,25% ao ano ao fim de 2022) e crescimento cada vez menor (a
previsão para 2022 caiu de 0,93% para 0,7%).
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