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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TÉCNOLOGIA

LICEU JOAQUIM KAPANGO

HUAMBO

TRABALHO DE INFORMÁTICA

TEMA:

PRINCIPAIS REINOS DE ANGOLA COMO PATRIMONIO CULTURAL,


MATERIAL E ESPIRITUAIS DOS POVOS QUE AS CONSTITUEM

O DOCENTE
____________________
Osvaldo Jila

HUAMBO, 2021
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TÉCNOLOGIA
LICEU JOAQUIM KAPANGO
HUAMBO

TRABALHO DE INFORMÁTICA
TEMA: USO DA INFORMÁTICA NA CIÊNCIA

Integrantes do Grupo nº1

Turma: 10.5
Classe: 10ª
Período: Manhã
Disciplina: Informática
O DOCENTE
________________________
Osvaldo Jila

HUAMBO, 2021

ÍNDIC
E

Introdução................................................................................................................................2
Reino do Congo......................................................................................................................2
Reino do Dongo......................................................................................................................3
Reino da Matamba.................................................................................................................5
O Reino Bailundo...................................................................................................................6
Conclusão................................................................................................................................7
Referencias Bibliografia.......................................................................................................8
Introdução
A cultura molda as experiências e influencia o desenvolvimento das
crianças. Esse tema propõe entender a relação que existe entre o
desenvolvimento das crianças e a cultura, como essas influências
se manifestam e o efeito das diferenças culturais sobre os filhos de
famílias imigrantes.
A cultura angolana é por um lado tributária das etnias que se
constituíram no país há séculos - principalmente os Ovimbundos,
ambundos, congos, chócues e Ovambos. Por outro lado, Portugal
esteve presente na região de Luanda e mais tarde também em
Benguela a partir do séculos XVI, ocupando o território
correspondente à Angola de hoje durante o século XIX e mantendo
o controle da região até 1975. Esta presença redundou em fortes
influências culturais, a começar pela introdução da língua
portuguesa e do cristianismo. Esta influência nota-se
particularmente nas cidades onde hoje vive mais de metade da
população. No lento processo de formação uma sociedade
abrangente e coesa em Angola, que continua até hoje, regista-se
por tudo isto "ingredientes" culturais muito diversos, em
constelações que variam de região para região.
Reino do Congo
A história oral da cidade de M'Babza Congo é muito mais antiga do
que a chegada dos portugueses, e mesmo da conquista do
poderoso reino do Congo, que fez dela a morada e capital da
dinastia reinante.

Segundo a tradição oral, no ano de 690 os congos chegaram na


região constituída entre os rios Cuanza e Cuango, sob a liderança
de uma autoridade religiosa de nome. Na-Culunsi. As autoridades
religiosas congolesas chamaram essa região Timansi-Timancosi, ou
"coração do leão"
Em 691 as autoridades ordenaram que se construísse numa zona
planáltica, próximo a uma montanha de nome Congo-dia-Tôtila,
uma cidade, com trabalhos sob supervisão de um habilidoso
artífice, de nome Masema-Toco. Sob coordenação do mesmo
artífice abrem-se os Anzila Congo, as sete estradas que ligariam a
nova cidade (que a princípio conservou o nome Tôtila) a todos os
territórios dos congos, ao sul do rio Congo.
Segundo a tradição oral, o primeiro grande governante de Tôtila foi
Muabi Maiidi, em 698, sendo sucedido por Zananga Moua e Mabala
Luqueni, e; somente muito depois o reino receberia o nome de
Muene Cabunga e a cidade de Tôtila passaria a chamar-se Mongo-
dia-Congo, possivelmente no século XII.
Uma das principais manifestações culturais-religiosas da cidade, e
por consequência dos pais, são as festividades de São Salvador, o
padroeiro da cidade, e a procissão em alusão ao martírio de
Quimpa Vita. Quem as promove é a Diocese de M'Banza Congo.
Outras manifestações culturais de grande relevo são o Carnaval e o
FestiCongo; a segunda é uma festa multicultural que reúne os
povos e países que integravam o antigo Reino do Congo.

Reino do Dongo
Reino do Dongo, Andongo (em quimbundo: Ndongo) ou Angola
(Ngola) foi o Estado pré-colonial africano na atual Angola, criado
pelos ambundos, e cujo nome inspirou o nome do atual país. Estava
ao sul do Reino do Congo, entre os rios Dande e Cuanza, a leste de
Matamba e Lunda, ao norte de Quissama e a oeste do oceano
Atlântico. Foi liderado por um rei, cujo título era Angola quiluanje
(ngola a kiluanje). Pouco se sabe sobre o reino no início do século
XVI. "Angola" foi listada entre os títulos dos reis do Congo em 1535,
pelo que é provável que estivesse subordinada ao Congo. As suas
próprias tradições orais, recolhidas no final do século XVI,
nomeadamente pelo jesuíta Baltasar Barreira, descreviam o
fundador do reino, Angola Quiluanji, também conhecido por Angola
Inene, como um migrante do Congo, chefe de um grupo étnico de
língua Quimbundo.
O grupo étnico que habitava maoiritariamente o reino do Ndongo
era composto pelos ambundos. Originariamente, o povo mbundo
veio da área descrita como Matamba.
O rei do Dongo e os líderes das várias províncias governavam com
um conselho de nobres poderosos, os macota, e tinham uma
administração chefiada pelo tendala, uma figura judicial, e o
ngolambole, um líder militar. No próprio Ndongo, o governante tinha
um grupo ainda maior de burocratas, incluindo um contramestre
chamado quilunda e outro oficial semelhante chamado mwene
kudya.
A estrutura social estava ancorada nos ana murinda (filhos da
murinda) ou plebeus livres. Além dos plebeus, havia dois grupos
servis - os ijiko (sing., Kijiko), plebeus não-livres que estavam
permanentemente ligados à terra como servos e os abika (sing.,
Mubika) ou escravos vendáveis.
A figura do Ngola (topônimo de Angola) não era somente a principal
posição política do Ndongo, mas para a população representava “o
senhor do sol e da chuva”, sendo responsável pela fertilidade da
terra e pelo bem-estar coletivo. Segundo Heintze, o prestígio do
Ngola era tamanho, que o povo Mbundu “o venerava como um
Deus”10, sendo legitimado pelos ancestrais como intermediador
entre os dois mundos (vivos e mortos). A principal atividade
econômica era a agricultura. Destacava-se o cultivo de: cereais,
laranja, limão, batata-doce, inhame e banana, assim como o óleo de
palma extraído das palmeiras, indispensável para o comércio
africano. Além do cultivo desses produtos, também criavam animais
domésticos, como ovelhas, galinhas, cabras, cães, porcos e, em
algumas sociedades, o gado.
As principais atividades econômicas do povo do Ndongo envolviam
o comércio de sal, metais, tecidos e produtos de origem animal. A
prática deste desenvolvido comércio era feita por meio do escambo
(trocas) ou com a adoção do nzimbu, um tipo de concha encontrada
exclusivamente na região de Luanda.

Reino da Matamba
Reino da Matamba foi um reino pré-colonial africano localizado nas
terras da atual Malanje, Angola. O reino localizava-se ao leste do
Reino do Congo e da Angola Portuguesa, sendo fundado pela
rainha Ginga Ambande e resistindo com sucesso a colonização
portuguesa.
Matamba, sem dúvida, tinha relações mais estreitas com seu
vizinho do sudeste, Ndongo, então um reino poderoso, bem como
com o Congo.
Em meados do século XVI, Matamba era governada pela rainha
Ginga, que recebia missionários do Congo, na época já como reino
cristão, despachados pelo rei Diogo I (1545–1561). Embora essa
rainha tenha recebido os missionários e talvez tenha permitido que
pregassem, não há indicação de que o reino se converteu ao
cristianismo.
A chegada dos colonos portugueses sob o comando de Paulo Dias
de Novais a Luanda em 1575 alterou a situação política, visto que
os portugueses se envolveram imediatamente nos assuntos do
Ndongo e estourou a guerra com o reino em 1579. Embora
Matamba tenha desempenhado um pequeno papel nas primeiras
guerras, a ameaça de uma vitória portuguesa incitou o governante
de Matamaba (provavelmente um rei chamado Kambolo Matamba)
a intervir. Ele enviou um exército para ajudar o Ndongo contra os
portugueses e, com essas forças, os exércitos combinados foram
capazes de derrotar e derrotar as forças portuguesas na Batalha de
Lukala em 1590.

O Reino Bailundo
O Reino Bailundo ou Reino Mbalundu, foi um Estado nacional
africano, localizado no Planalto Central de Angola, que tinha como
capital a cidade de Halã-Vala (depois Bimbe-Katapi), que
atualmente chama-se Bailundo.
Em seu auge, seu território compreendia boa parte das províncias
do Huambo, Benguela, Bié, além de uma pequena porção da Huíla,
sendo a maior das entidades nacionais dos ovimbundos.
Sua formação como entidade nacional se deu por volta de 1700,
sob a égide do Soma Inene (Rei) Katyavala Bwila I, sendo que só
foi finalmente subjugado pelo Império Colonial Português em 1903.
Suas tradições, no entanto, permanecem na monarquia subnacional
bailunda que assenta-se na cidade de Bailundo.
O reino inicialmente tinha o nome de "Halavala", em alusão ao
monte homônimo, principal referencial geográfico da região. A
mudança para o nome "Mbalundo" se deu em consequência de um
costume local de uso de um adorno corporal que se chamava
"ombalundo".
Mbalundo pode significar também uma "toupeira com uma listra
branca na testa"
Xxxx
Em 1700 Katyavala Bwila I, fugido de conflitos com sua tribo, deixa
a região do Humbe, rumo ao Planalto Central de Angola, chegando
ao monte Halavala.

Sob seus auspícios, cinco ombalas (cidades) da região, Halã-Vala,


Quiaca, Calique, Andulo e Vilé, uniram-se sob sua figura, fazendo-o
seu grande Soma Inene, o grande monarca dos bailundos,
assentando-se na ombala de Halã-Vala (depois Bimbe-Katapi)
O reino sobreviveu tranquilamente até que os anseios coloniais
portugueses alcançaram definitivamente a região, marcado pelo
envio de um juiz em 1771, e; de um capitão-mor em 1785.
Sob o reinado de Chingui I (1774-1776), o reino quase foi
dissolvido, além de entrar em colapso econômico pois, ao
empreender a primeira guerra contra o poder colonial — onde
principalmente a segunda batalha tendo causado um efeito
terrivelmente nefasto aos bailundos —, o reino perdeu duas de suas
cinco cidades ao final da mesma, já sob o reinado de Chiliva
Bambangulu Chingui II (1776-1778).
O reino permaneceu fragilizado devido à presença colonial
portuguesa, até que Chivukuvuku Chama Chongonga assumiu
como 12º Soma Inene dos bailundos, em 1818. Este revolveu tomar
como política primordial a defesa das fronteiras de Bailundo,
organizando uma tropa regular com oficiais, ante o avanço dos
colonos portugueses. Seu reinado foi curtíssimo (terminou em
1818), mas sua política influenciou definitivamente para a viragem
de rumo do reino.

O ápice do reino Bailundo viria ocorrer sob o reinado do Soma


Inene Jolomba Chissende Ekuikui II (1876-1890), considerado um
diplomata exímio e político muito hábil. Evitou o conflito militar com
Portugal, dando-lhes certos privilégios, além de incentivar a
produção agrícola, fazendo do seu reino um celeiro para abastecer
a África Ocidental Portuguesa. Durante seu reinado, por meio de
muitas alianças, o território Bailundo cresceu, atingindo o ápice,
comportando 50 ombalas, 300 aldeias e 450 mil habitantes. Os
poucos conflitos em seu território não afetaram a estabilidade de
Bailundo.
Com a subida do Soma Inene Numa II (1890-1892), e a
interferência do capitão português Justino Teixeira da Silva,[5] o
reino entrou em rota de colisão com Portugal, levando à segunda
guerra (1891-1903).
O conflito tomou proporções muito grandes, com diversos crimes de
guerra cometidos pelo lado português, tais como saques, estupros
em massa, massacres e escravidão de prisioneiros civis. Embora o
reino Bailundo resistisse, o combate mostrava-se mais decisivo
pelas topas lusitanas, que avançavam a cada batalha.
Essa situação só alterou-se momentaneamente com a subida ao
poder do Soma Inene Mutu-ya-Kevela (1902-1903), que desde o
reinado de Kalandula (1900-1902) tinha o comando das tropas do
Reino Bailundo. Este reorganizou a força militar bailunda, que lhe
rendeu algumas vitórias, além de constituir uma aliança estratégica
com o rei Samakaka, monarca do reino do Huambo, que lhe deu
ainda mais poder de fogo.
Porém, em 1903, um duro golpe foi dado na até então vitoriosa
estratégia de Mutu-ya-Kevela: O padre Gueep da Missão Católica
do Hanga, sob a justificativa de uma missão diplomática em favor
dos bailundos, entregou as posições militares do reino aos
portugueses, sob comando de Massano de Amorim. Assim, em
1903, caía definitivamente a autonomia do Reino Bailundo.

Após a queda, Teixeira da Silva ergue, em 16 de julho de 1903, o


Posto do Bimbe-Katapi, na então capital do reino. Esta
posteriormente viria a ser denominada de Vila Teixeira da Silva.
Conclusão

Pudemos observar assim que os povos que habitam Angola foram


ao longo dos tempos considerados «tribos», «etnias», «grupos
étnicos», mas os levantamentos produzidos não testemunham
correctamente a realidade, já que na sua grande maioria as
informações reproduzidas na «Carta étnica de Angola» constituem
uma autêntica ilusão. Encontramos «bosquímanos» ou
«bochimanes», «hotentotes», grupos «não negro», grupos «não
banto», «grupo étnico vátua ou pré-bantu», enfim, uma série de
designativos que não correspondem a realidade, por um lado
porque não respeitarem as atribuições que são dadas pelos
próprios povos (isto é, a sua autoconsciência étnica), por outro
porque estão registados na maior parte dos casos designativos que
são dados por povos vizinhos, atribuições essas que são, na maior
parte das vezes, indicativos de escárnio, desconhecimento, troça ou
todo o tipo de menosprezo criados especificamente pelas entidades
coloniais para designar tais povos.
Referencias Bibliografia

1. https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_de_Angola
2. https://journals.openedition.org/mulemba/473
3. https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Bailundo

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