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Um segundo
poesias
admirativas
de mirações
casuais
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Revisão:
Raphael Stein
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Guilherme Pupo Falconni
Um segundo
poesias
admirativas
de mirações
casuais
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Aos meus amados filhos
Flora, Lucas e Arthur,
aos meus amados pais
e a minha esposa
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“Quero não o que está feito,
mas o que tortuosamente ainda se faz.
Minhas desequilibradas
palavras são o luxo de meu silêncio.”
Clarice Lispector – Água Viva
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PREFÁCIO
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Com esse gato, figura recorrente ao longo do livro, e com
os Pombos, o poeta parece recitar ou sugerir a pergunta: “Que
grilo é esse? O que é que te aflige?”
E a resposta talvez possa surgir pela angústia de saber de si
– como em CAL VIRGEM.
Já “O Livro dos Pombos” parecem arrulhar: - de quanta
obsessão se faz um poeta, e de quanta dor se faz um homem?
O tempo é refletido neste livro como implacável, já que é
pensado pela metade historiador deste autor, nosso
contemporâneo.
A poética de Falconni, sem dúvida, revela um brincar com
palavras que perfeitamente se encaixa na contemporaneidade
poética do sec. XXI, que eu ousaria dizer, porque não, marcada
pela neopoesia, (pseudo)neopalavra, pós-desconstrução do
verso – TEMPORAMA; PENSAMOMENTO; TEMPOMIMA;
METATEMPO são exemplos disso.
Nessa linha da neopoesia chega mesmo a brincar com a
possibilidade semiótica do verso-palavra com sua Caligrafia
Viva. Vivíssima! E estabelece, sob um certo aspecto, em LÁPIS E
PAPEL e SÓLIDO, uma metalinguística da poética e do
existencial.
Apraze-me constatar e poder dizer que Falconni é um
revolucionário, em verso, palavra e em ações. A revolução como
tema aparece neste livro, ainda que seja de forma ensimesmada.
Os grandes fazem remissão aos grandes. Falconni deixa
transparecer muitas vezes, mesmo que não intencional, outros
grandes poetas, como Chico Buarque, João Cabral de Melo Neto e
também Pessoa.
Sempre é poético e às vezes melancólico. Explora a dor
como tema de um “fingi – dor” - “a lá Pessoa”. Alerta – viver é
bom, mas dói!
Explora também a beleza das imagens poéticas, como no
verso “Esse é o rio que em mim aldeia”.
Músico que é, explora a riqueza do som, chegando mesmo
a fazer trocadilhos poéticos-musicais (OUTRO SOM)
O rebuscamento de palavras que às vezes se apresenta
(roca, amplexo, AXIOMAS…) não detrai a beleza da simplicidade
de sua poética. Antes, revela uma simplicidade sem ser simplista.
Uma simplicidade sofisticada que pode se dar ao luxo de
rebuscar, em alguns momentos.
Há também uma maxi valorização dos questionamentos.
Às vezes ele contesta, com arte, o capitalismo consumista e a arte
como produto de consumo, apenas (PROMOÇÃO). Contesta
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também se há a possibilidade de uma esquerda no mundo atual.
Contesta a própria contestação e deixa-nos a impressão de
ter passado pela Escola de Frankfurt.
Mas afirma o sentimento cosmopolita e antifascista e isso
basta.
O autor enudece o ser humano e a sociedade, com seus
versos. Enaltece as mirações casuais e o delirium tremens – como
pássaro maluco – dos solitários. Mas não fala de solidão como
um sentimento ruim – e isso alenta e dá prazer à leitura. Não é
um “choramingo” nem reclamação. É constatação que faz refletir.
A solidão neste livro chega mesmo a extrapolar a questão
meramente estética e temática, se apresentando ora como gosto,
ora como estilo de vida, sempre olhando o seu lado bom “como se
tratasse de um autor-sábio-toaísta ou zen”. E vê o belo mesmo
nas Perdas, pois perdas também propiciam poesia. E a poesia
surge como uma opção de terapia (ou medicalização) para o
homem.
E no pessimismo realista refletido em alguns versos, a vida
se equilibra. Sua mensagem parece ser – nas dificuldades da vida
nos mantemos. E (r)existimos.
A Posologia da vida alucina. Alucina com estresse, com um
coração dilacerado ou numa convenção social só por aparências,
como um casamento que continua apenas pró-forma
E apesar da impermanência, este poeta afirma a beleza da
vida.
Diante da revolta e da rebeldia, às vezes expõe sua
indignação foucaultiana frente a impossibilidade de se dizer o que
se pensa sem repetir o que alguém já disse. Contesta com seu
VERNÁCULO a “ordem do discurso” e cria, como quase todo
“bom” poeta, um paradoxo. Inverso daquilo que pensa, faz
inevitavelmente rememorar Leminski e seu “Invernáculo”. Aliás,
como já se disse, Falconni tangencia os grandes, por ser um. E
tangencia Leminski não apenas em VERNÁCULO, mas em
diversos jogos de palavras que se apresentam em todo o
desenrolar do livro.
Às vezes aflora seu lado cósmico – POEMA IRREAL parece
evidenciar a impossibilidade de se dizer o todo, O UNO.
Através de seus AXIOMAS, o autor parece querer
questionar – qual a verdadeira importância das pessoas e das
coisas?
Ao se aproximar do clímax, o livro fica ainda mais ácido e
com seu “Bestiário e Heresia”, o poeta contesta e desafia o
“status quo social”, teológico, ideológico e filosófico.
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Dialogia de Alice das Maravilhas, no mínimo nos remete
a um mundo suprarreal, só para nos fazer deparar com nós
mesmos e nossas angústias, mais uma vez – a finitude do tempo
humano, diante da infinitude do tempo supra-humano e
universal.
Finalizando o livro, o poeta deixa uma Saída poética. O
poeta, o poema e o livro se despedem, como a alma que se
desprende.
Falconni é para quem tem coragem e não tem preconceito.
Delicia-se com a poética pós-moderna e está disposto a muita
reflexão.
Deliciem-se!
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LETRA MORTA
A quem importa
se a letra é parente da minhoca,
se a poesia se escondeu atrás da porta?
Se este determinismo é fatal?
O dia de hoje?
A quem importa,
essa letra torta,
essa letra morta?
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CHUVARADA
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MADRUGADA
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GATO
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TEMPORAMA
Se o tempo entortar,
quem vai desentortar o tempo?
O tempo nunca fracassa, o tempo passa,
e o sentido é qualquer coisa assim.
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GEOMÉTRICO IMPOSSÍVEL
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INCOMUM
PENSAMOMENTO
Pensar momento.
Pensa pensar.
Momento pensamento.
Pensapensamento…
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EM OBRAS
Amplexo estreito,
abraço em meu peito…
em construção.
– ESCUTA! Escuta, escuta…
É um coração…
PROMOÇÃO
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CONCRETO
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A AVE
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TEMPOMIMA
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MENTÍCULO
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VENTRÍCULO
Ventrículo pulsante,
mentículo pensante.
Escuta essa respiração…
pulsa mente,
repulsa coração…
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PROPOSTA
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BRILHO
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DÓI
Calor,
suor,
dor,
frio,
peso nos olhos.
É como se a cabeça
pedisse, pudesse, quisesse explodir.
Um castigo, um flagelo,
como numa punição.
Só e vazio
é duro quando se sente
que não vai mais ser feliz.
Dói demais quando ainda dói.
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DELUSÃO
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NOTAS MENTAIS DE ANO NOVO
Um imbecil,
entre suas inúmeras qualidades,
é arrogante,
preguiçoso,
escuta pouco e fala demais.
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CHUVARADA
– Vai chover!
Gritam as nuvens….
Finalmente,
dentro da gente,
caem chuvas.
Chove em minha vila,
uma tristeza
corre em minha veia,
um rio que corre ébrio.
Esse é o rio que em mim aldeia.
Seu curso arrasta tudo,
postes, ruas, pontes e o espaço.
Serpenteia….
Arrasta caminhos e os passos.
Junto às trilhas que não trilhei,
apaga as boas pessoas
com as quais nunca conversei….
e poeira.
O tédio engole até a lama na minha aldeia.
E passa….
na rua onde toda gente mora.
Bem na minha porta devora,
a lama….
O lodo da cabeça….
Arrasta os pensamentos.
Leva e engole momentos.
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E quando vem o sol,
não há mais tristeza, na vila,
na veia,
qualquer pensâme,
pensamentos empilhados até o teto….
só resta asfalto e concreto
e o coração de gente,
puro
concreto….
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VERNÁCULO
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MANIFESTO DE AMOR
É preciso amar
para continuar vivendo.
Mesmo que amar seja apenas
um truque para viver melhor.
Mesmo que se ame
para não ser igual.
É preciso amar com medo.
Amar negando a existência do amor.
Amar como se amou
quando se acreditava no amor.
Amar, amando como se acredita ser o amor.
E fazer poesia,
tocar músicas,
fazer teatro,
inventando alegria.
É preciso amar….
É preciso amar,
um pouco mais
a cada dia.
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FIO DA NAVALHA
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POUCA COISA
Pouca coisa.
Primeiro uma parte,
depois outra,
então inteiro.
Mesmo assim,
pouca coisa,
para não falar:
solidão.
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METATEMPO
O tempo tiquetaqueia
lá no relógio da cozinha
e não tem tempo de parar.
Lá vem ele sempre passando,
no mesmo lugar.
Sem nunca esquecer de
tiquetaquear.
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A COLUNA ERETA
A coluna ereta
à calúnia errata.
A cabeça obesa de pensar.
Na cardíaca bomba
pulsa
engodo e chiste,
engano e farsa.
Rota a face,
decrépita ruga.
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VERSINHO ESQUISITO
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OLHADELA
Olhei,
não percebi,
era muito mais
do que devia saber.
Mas agora sei
o quanto é só.
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PÁSSARO MALUCO
VIDA OCA
Pele em ossos,
não mais que num varal
para esta carne seca,
este couro fino, curtido.
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FLERTE
Esguia,
sinuosa,
clara.
Passou por mim
bailando
como se flutuasse.
Menos mansamente,
como surgiu,
desapareceu.
Se desfez no ar,
sem fitar,
nem esperar.
Era só
fumaça
de
incenso….
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MADRUGADAS
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OUTRO SOM
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PROPRIEDADE PARTICULAR
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CALIGRAFIA VIVA
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CASINHA
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RAIKAI INFELIZ
Faz tempo
e o tempo já não sabe mais,
já foi o dia de ser feliz….
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BARULHO
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GATO NO TELHADO
Olha lá
o gato no telhado.
Olha lá o gato,
duas orelhas quatro patas
e um rabo.
Lá vem o miado do gato.
Lá vai o gato inteiro.
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COISINHA
Coisa,
coisinha futurosa
que nunca vem.
Por você espero saudoso.
Por você espero saudosa
coisa que
nunca vem.
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COISINHA OUTRA
Coisinha típica,
muito corriqueira.
Se não me perguntarem de esgueio,
meio às esquerdas.
Qual esquerda?
A de quem entra
ou a da direita.
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PESSOA
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MENININHA
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FOTOGRAFIA
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POEMA IRREAL
É tudo limite.
Até o irreal é limitado,
creio que sei algo,
mas estou enganado,
roto,
obtuso,
errado.
É só.
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PORRADA
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PESSOAS ESTRANHAS
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POEMA ROTO
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POSOLOGIA
Às vezes,
algo tão banal
quanto o ar
causa um tipo terrível de alergia;
alguns dias, não seguida a correta posologia,
o ar alucina.
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AMOR
Quero amor
por quem quer que seja,
onde quer que esteja.
Quero amar
tão profundamente
quanto minha alma “poça”.
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NÁUFRAGOS
Esperanças na vida...
Vão-se últimas caravelas,
uma após outra se afastando,
infinitamente náufragas,
solitariamente, naufragando.
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AXIOMAS
apotegmas
prolóquios
rifões
Par
é não ficar sozinho.
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DIÁRIA
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SAUDADES
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MINTO
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PERDAS
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APOTEGMA
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LÁPIS E PAPEL
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MADRUGADA PASSA
Na madrugada,
corre a caneta pelo papel,
carro na avenida,
sangue da vítima desprevenida,
dinheiro no bordel.
Corre o véu do tempo
e logo na manhãzinha corre aquele vento
que vira o céu.
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COCHICHO
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CIVILIZAÇÃO
Civilização.
Civiliza ação.
Civiliza cão.
Civiliza mão.
Civiliza nada.
Civiliza não!
Moralização.
Moraliza ação.
Moraliza cão.
Moraliza mão.
Moraliza nada.
Moraliza não!
Virilização.
Viriliza ação.
Viriliza cão.
Viriliza mão.
Viriliza nada.
Viriliza não!
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SEMIPÁTRIA PATRIÓTICA
pátria Pedra
pátria Podre
pátria Puta.
Nacionalismo
Nasce o fascismo
Nasceu na bosta.
E é a mim agora a quem se volta.
E é a mim agora aquém se volta.
Pátria idi
Pátria ego
Patriota
Idi pátria
Idi ego
Ide.
Idiota.......
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LAVOURA
Fertilização.
Fertiliza são.
Fertiliza ação.
Fertiliza terra.
Fertiliza
o chão.
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N’'ALMA
O frio n’alma
à flor da pele
a realidade aflige.
(a ferida fere)
a dor d'alma
ao frio da pele
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ORÁCULO E PUTREFAÇÃO
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BILHETE NA MESA DO CAFÉ, FRIO
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VIVO
Caminho rápido,
Corro lento.
Ofego,
quase percebo;
estou vivo…
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SÓLIDO
Ser parede.
Ser porta.
Ser mão reta,
ser mão torta.
Ser a cara,
depois das costas.
Ser verso
ou ser
prosa?
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CRÔNICA
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CAL VIRGEM
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CARNE VIVA
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LIVRO DOS POMBOS
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POMBOS E OUTRAS AVES
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DE HOMENS E POMBOS
Os homens e os pombos
não voam melhor que os beija-flores.
O homem sofre,
os pombos têm histoplasmose
ou tuberculose, não sei,
só sei que tem, o quê tem.
O homem não tem asas, nem voa.
Não tem pés de pombo, nem bico.
Mas podem matar.
O homem é um pombo que não sabe voar.
Mas mesmo assim caça o pombo e come.
Assa a galinha e mata sua fome.
Mas nem a galinha ou o pombo assam o homem.
Quem assa o homem é o sol
e a terra come.
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CONTINUAM OS POMBOS
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BESTIÁRIO E HERESIA
ou
Versos detestáveis
“E pur si mouve
si mouve!!!”*
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BRASA DO PRESENTE
A brasa do presente
consome o futuro,
sem filtro e sem fumo,
faz fumaça do passado,
do vivido,
do deixado.
Eterno é o diabo,
pobre e coitado.
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MAIS SÓ QUE O DIABO
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AINDA MAIS SÓ
Só é o diabo.
As eternidades são iguais
aos olhares dos retratos,
fitam,
aflitam.
Ser eterno e ser estático,
sisudo,
burocrático.
E ainda:
certo,
imutável,
pleno, estanque,
irredutível, irrefutável.
Então nulo, desprezível, dispensável.
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UMA DAS ÚLTIMAS HERESIAS
Ave, diabo,
pobre coitado,
escapou da eternidade,
umbral dos danados,
donos da verdade.
Como é sabido,
entre tudo que é eterno
nunca se ouviu dizer
que constasse o inferno.
Triste, triste mesmo, é o santíssimo.
Tudo ouve,
assiste
e conhece
ad aeternum.
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CALÚNIA, PECADO E DANAÇÃO!
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POEMA MALVADO
Belzebu,
Cão,
Capeta,
Demônio,
Diabo, Diacho,
Mefisto,
Mefistófeles,
Satanás,
Tinhoso,
Tantos nomes para o mal,
para a culpa e para o medo,
quando os verdadeiros
são todos os “homens”
Antônio,
João,
Ana,
Guilherme,
Augusta,
Fulano, Alfredo…
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DIALOGIA DE ALICE DAS MARAVILHAS
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DIÁLOGO PRIMEIRO
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DIÁLOGO SEGUNDO
Acordar alvorada…
Alice (a do país das maravilhas) em suas conversas com o
chapeleiro louco e a lebre:
– Que dia é hoje? Que dia realmente é hoje?
– Se não é sexta-feira,
será que não é realmente sexta-feira?
– Em todo o universo?…
– Que dia é naquela estrela? Naquele planeta?
– E qual é o dia da nojeira? Que dia é no vazio?
– Será o mesmo dia em todo espaço vazio?
– Não sei! Não sabe! Ninguém sabe…
Acho que só Deus sabe o dia.
Pois, afinal, descansou no sétimo.
Vai ver, ele só sabia o sétimo e nenhum outro.
Mas o sétimo, de quais dias?
Ou não descansou?
Não descansou porque é deus,
porque não é fiel,
ou porque é ateu,
então, não guarda o sétimo dia.
Talvez, os melhores dias venham depois do sétimo
e Deus guardou-os para si,
restando-nos só os primeiros.
Por isso, sabe qual é o sétimo e todos os outros.
– Mas afinal, qual dia é Hoje?
Mas, qual dia, realmente, é hoje?
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DIÁLOGO TERCEIRO
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EPILOGAIS
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HAIKAIZINHO
Sai,
vai,
cai
e vêm o fim.
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CASA CAIADA
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HISTORINHA
História típica
de pouca retórica.
Tudo aquilo que não vale ser dito
ou sequer repetido
em qualquer roda de amigos
em qualquer hora…
102
AO FIM
Que vá.
Tudo bem.
Tudo para bem longe,
para bem de mim.
Para não ver
e para ver o fim.
103
SAÍDA
104
105
SUMÁRIO
Prefácio 9
Letra Morta 14
Chuvarada 15
Madrugada 16
Gato 17
Temporama 18
Geométrico Impossível 19
Incomum 20
Pensamomento 20
Em obras 21
Promoção 21
Concreto 22
A ave 23
Tempomima 24
Mentículo 25
Ventrículo 26
Proposta 27
Brilho 28
Dói 29
Delusão 30
Notas mentais de ano novo 31
Chuvarada 32
Vernáculo 34
Manifesto de amor 35
Fio da navalha 36
Pouca coisa 37
Metatempo 38
A coluna ereta 39
Versinho esquisito 40
Olhadela 41
Pássaro maluco 42
Vida oca 43Flerte 44
Madrugadas 45
Outro som 46
Propriedade particular 47
Caligrafia viva 48
Casinha 49
Raikai infeliz 50
Barulho 51
Gato no telhado 52
Coisinha 53
Coisinha outra 54
Pessoa 55
Menininha 56
Fotografia 57
Poema irreal 58
106
Porrada 59
Pessoas estranhas 60
Poema roto 61
Posologia 62
Amor 63
Náufragos 64
Diária 66
Saudades 67
Minto 68
Perdas 69
Apotegma 70
Lápis e papel 71
Madrugada passa 72
Cochicho 73
Civilização 74
Semipátria patriótica 75
Lavoura 76
N’alma 77
Oráculo e putrefação 78
Bilhete na mesa do café, frio 79
Vivo 80Sólido 81
Crônica 82
Cal virgem 83
Carne viva 84
LIVRO DOS POMBOS 85
Pombos e outras aves 86
De homens e pombos 87
Continuam os pombos 88
BESTIÁRIO E HERESIA 89
Brasa do presente 90
Mais só que o Diabo 91
Ainda mais só 92
Uma das últimas heresias 93
Calúnia, pecado e danação! 94
Poema malvado 95
DIALOGIA DE ALICE DAS MARAVILHAS 97
Diálogo primeiro 98
Diálogo segundo 99
Diálogo terceiro 100
EPILOGAIS 101
Haikaizinho 102
Casa caiAda 103
Historinha 104
Ao fim 105
Saída 106
107