Pedro Luiz Scarpa Sousa

Teorias e Técnicas Psicoterápicas (Psicologia Analítica)

Professores: Luísa de Oliveira
Avaliação 1 – 17/05/2021

1. O curso de TTP Analítica abordou os temas:

 O surgimento da psicoterapia no contexto da ciência moderna

 Princípios básicos da psicoterapia na visão de C. G. Jung
 Elaboração simbólica e processo de individuação
 A imagem arquetípica do curador-ferido no vínculo transferencial
 O trabalho com sonhos no processo analítico
 O uso de técnicas expressivas no processo analítico

Selecione três temas abordados durante as aulas e disserte sobre eles,

desenvolvendo-os em suas relações com o processo psicoterápico na visão
da psicologia analítica. É importante que a reflexão elaborada esteja
sustentada pelas leituras realizadas e pelas aulas assistidas.

2. Redija uma avaliação do curso (sugestões, críticas etc.) e uma

autoavaliação (como viu sua dedicação e aprendizado).

Bom trabalho para vocês!!!

1)
 A psicologia foi consolidada como uma ciência no século 18, e recebe o
apadrinhamento de Wilhelm Wundt como seu criador, a partir da instituição do
laboratório de psicologia experimental de Leipzig na Alemanha, em 1879.
Nesse contexto histórico é possível ver uma predominância teórica de natureza
positivista, conforme as ciências da natureza ganhavam espaço e se
consolidava mais firmemente o “método científico”. Nesse sentido, muitos
teóricos da psicologia tentaram se apropriar da epistemologia positivista, mas,
todavia, o objeto de estudo da psicologia nunca foi bem definido, e está
constantemente sendo questionado. Pode-se constatar durante a curta vida da
ciência psicológica até os dias de hoje, que conceituações e definições sobre
seu objeto de estudo sofreram diversas mudanças. Seria então a mente? O
inconsciente? O pensamento? Ou até mesmo a pessoa em sua
multifatoriedade de atravessamentos este objeto de estudo?
Portanto, com a inconstância de seu objeto de estudo, a psicologia não
conseguiu atender os requisitos das ciências positivistas, visto que seus
resultados não podem ser replicados através de experimentos, já que as
 Pedro Luiz Scarpa Sousa

particularidades de cada indivíduo tornam a previsibilidade de resultados, uma

inconstância. Portanto, começam a surgir novas epistemologias para
fundamentar os conhecimentos psicológicos e suas práticas.

 O processo de individuação é um dos pilares principais da psicologia

Junguiana. É o momento que ocorre a integração da sombra e a realização do
si mesmo, chamado de Self. É um processo principalmente de integração de
opostos, mediados para obtenção desse resultado.
Eventualmente acontece em idade mais tardia, na meia-idade, e envolve um
longo processo de reconhecimento e assimilação da sombra e da elaboração
simbólica, e por isso remete a um processo de construção da totalidade do ser.
Esse caráter de integração trata-se de uma integração do qual elementos da
personalidade, componentes de uma psique imatura e as experiências de vida
se integram em um longo processo que tende a totalidade do ser, chamado de
Self, resultando na autorrealização do si mesmo.
Deste modo, através da análise que busca produzir elaborações simbólicas,
este processo pode ser parcialmente mediado e direcionado pela figura do
analista, que suscita conteúdos e ajuda o paciente a mediar estes opostos que
o atravessam e rumar para a elaboração definitiva que tem como resultado o
Self.

 A análise do sonho busca compreender os símbolos que são

apresentados ao sonhador, e se divide em três instâncias: a objetiva (que diz
respeito ao conteúdo do sonho), a Subjetiva (que busca compreender o
simbólico individual), e a Coletiva (que busca relacionar aos arquétipos do
inconsciente coletivo). Diferentemente da psicanálise que busca interpretar o
sonho, o objetivo da psicologia analítica é analisar, visto que a interpretação
reduz o sonho, e a análise o amplia, agregando novos símbolos que podem
ajudar o sonhador a integrar melhor o conteúdo do sonho. Função
compensatória ou complementar com vista a vazão da libido acumulada do
sonhador, portanto também é trabalho do analista entender a origem desta
libido e ajudar o analisado a também se apropriar dessa energia.

2) Devido ao contexto atípico da pandemia mundial, estivemos a muito tempo

tentando nos adaptar ao ensino remoto, mas, sinto que o curso de psicologia
exige um tato humano inclusive na hora de se apropriar dos conteúdos e das
trocas realizadas em sala de aula. O curso foi muito bom e esclarecedor, mas
as dificuldades derivadas do ensino remoto, prejudicaram a experiência. No
geral, os conteúdos foram bem apresentados e trabalhados, e foi um ótimo
semestre.