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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - UNIVALE

CURSO DE AGRONOMIA

ALUNO: GUSTHAVO GUEDES BARBOSA RODRIGUES


HELEN CRISTINA LAGES SILVA
MARCELO LUZ NEVES DA ROCHA

FAMÍLIA SOLANACEAE

GOVERNADOR VALADARES, 13 DE AAGOSTO DE 2021


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................03
2 FAMÍLIA SOLANACEAE.......................................................................................04
3 SOLANUM TUBEROSUM L (BATATA)................................................................08
4 REFERÊNCIAS......................................................................................................13
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1 INTRODUÇÃO

No geral, uma pesquisa é a ação de investigar ou conhecer algo, a fim de


resolver um problema e/ou um questionamento e adquirir conhecimentos a partir de
dados reais. Tal interesse em um determinado assunto é provocado por situações
cotidianas, percepção em relação à vivência e às experiências profissionais. Na
agronomia as pesquisas científicas são a base fundamental para melhoramentos na
qualidade e produtividade de alimentos, a partir de novas descobertas e diversos
avanços, entre eles estão os biológicos, tecnológicos e químicos.
Partindo desse pressuposto, vale destacar a botânica como uma das áreas
mais ricas e distintas, com vários ramos de pesquisas. Peixoto; Morim (2003)
complementa que, a taxonomia biológica é a ciência que mais diretamente lida com
a biodiversidade, especialmente nos níveis de espécies, e também com a
diversidade genética, assim possibilitando à exploração da rica fauna brasileira.
Segundo o mesmo, o Brasil é considerado o país de maior diversidade biológica,
abrigando cerca de 14% da diversidade de plantas do mundo, com cerca de 15,3 mil
a 49,5 mil espécies de plantas descritas.
Mediante a variedade de famílias botânicas, o presente estudo traz como
proposta abordar as características e espécies da família Solanaceae, tendo como
destaque principal o gênero Solanum.
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2 FAMÍLIA SOLANACEAE

As Solanaceaes pertencem à divisão das Magnoliophytas e distribuem-se em


três subfamílias reconhecidas por: Solanoideae, Nolanoideae e Cestroideae. Com
aproximadamente 150 gêneros e 3.000 espécies, a família Solanaceae está entre as
mais diversificadas entre as angiospermas eudicotiledôneas, podendo ser
encontradas em várias regiões do mundo, sendo a América do Sul considerada o
maior centro de diversidade da família.
Estudos revelam a existência de 28 a 32 gêneros, com cerca de 450
espécies, dentre elas algumas hortaliças-fruto se destacam por sua importância
econômica mundial, dentre elas, destacam-se o tomate (Solanum lycopersicum), o
pimentão (Capsicum annum) e a berinjela (Solanum melongena).
Dentre as características gerais das Solanaceaes podemos citar: São ervas
anuais, bianuais ou perenes, indo de arbustos a árvores de pequeno porte; Suas
folhas são isentas de espículas e com margem inteira; Constituídas por uma única
flor. As flores distinguem-se por ser actinomorfas, sendo menos frequente a
zigomorfas, vistosas e bissexuadas, diclamídeas com cálice pentâmero,
gamossépalo, prefloração valvar ou imbricada, corola gamopétala, cinco estames,
disco nectarífero geralmente presente, ovário súpero e bicarpelar. Seus frutos são
bagas ou em forma de cápsulas (SOUZA; LORENZI, 2005).
Por ter semelhanças morfológicas, mesmo tendo varias especeis
pertencentes à família das Solanaceaes torna-se fácil o reconhecimento da mesma.
Baseado no trabalho de Salviati (1993) e Carvalho; Bovini (2006) pode-se citar
algumas dessas estruturas. A estatura de algumas plantas observadas pode ser
classificada como herbáceas, são plantas erguidas, geralmente até 1 metro de
altura, excepcionalmente podendo atingir a altura de um arbusto, com o caule
completamente herbáceo; arbustivas, sendo plantas com altura de cinco ou 6
metros, caule em geral subdividido junto ao nível do solo, resistente ao menos
parcialmente; arbóreas, Plantas com altura normalmente acima de cinco ou 6
metros, caule autoportante, único na base, repartindo-se acima do nível do solo;
escandentes ou semi-hepífitas.
Varias espécies possuem  tubérculos subterrâneos. Não
apresentam estruturas secretoras, nem látex ou seiva com coloração acentuada.
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Frequentemente, são plantas sem cheiro, mas, em alguns casos são aromáticas ou
fétidas, particularmente as folhas. Suas raízes são diarcas, com quatro raízes
laterais enfileiradas. As folhas são geralmente alternas ou alternadas a opostas (ou
seja, alternas na base da planta e opostas nas proximidades da inflorescência).
As flores são em geral hermafroditas, variando de 1 a 20 cm de comprimento.
A polinização é assegurada pelos insetos. As flores podem ser únicas, aos pares, ou
estar agregadas em inflorescências cimosas, terminais ou axilares por vezes
reduzidas a uma única  flor, tendo tamanho intermédio, fétidas ou inodoras. As
irregularidades na simetria podem dever-se ao androceu, ao perianto ou a ambas
estas estruturas.
As flores na grande maioria dos casos apresentam cinco sépalas e cinco
pétalas, respectivamente, um androceu com cinco estames e dois carpelos unidos,
formando um gineceu com ovário súpero, pelo que são em geral classificadas como
gamossépalas pentâmeras e tetracíclicas, com prefloração  valvar ou imbricada.
Alguns géneros possuem cálice inflado quando persiste no fruto.
A corola usualmente apresenta cinco pétalas que também se encontram unida entre
si formando um tubo. A corola pode ser campanulada, rotada, infundibuliforme ou
tubular, actinomorfa ou levemente  zigomorfa,  gamopétala, tubulosa,  geralmente
pentâmera  e  plicada, com  prefloração  valvar convoluta  ou imbricada. Um disco
nectarífero está geralmente presente na base das pétalas.

Partes da flor
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Seus frutos são geralmente dotados de dois carpelos, com uma cápsula 


septícida, em forma de baga (como no caso de Solanum), de drupa ou de cápsula.
As cápsulas são normalmente septícidas ou, raramente, loculicidas ou valvares. Em 
diversos géneros  de  Solanaceae, o número de sementes pode atingir até vinte
por fruto, mas em alguns géneros pode atingir 100 sementes, ou até mais, por fruto.
As sementes são usualmente dotadas de endosperma, oleosas sem tricomas
vistos com facilidade. A forma varia  de  linear, aplanada, discoide, globosa,
oblonga,  elipsoide, reniforme  até poliédrica. Sementes aladas com projeções
lineares distais ou circulares ocorrem em algumas espécies.

Para o sucesso no cultivo das hortaliças dessa família, é necessário um


manejo correto e controle de patógenos e de pragas que podem reduzir a
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produtividade e a qualidade pós-colheita. Portanto, o conhecimento dos fatores


fisiológicos, de suas interações, das influências climáticas e a identificação, a
caracterização, o comportamento e o controle dos patógenos são considerados de
grande importância para o progresso dessas culturas.
A família da Solanaceae destaca-se pela sua grande importância comercial e
econômica. São diversas espécies utilizadas como produtos alimentícios, medicinais
e ornamentais. O gênero Solanum é um dos mais ricos entre as angiospermas, com
cerca de 1.400 espécies (Bohs 2005) e 5.000 epítetos descritos (Nee 1999). No
Brasil, sabe-se que 61 espécies são nativas do Rio Grande do Sul e dentre as
espécies algumas se destacam pela sua importância econômica, destacamos aqui a
batata (Solanum tuberosum L.).
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3 SOLANUM TUBEROSUM L (BATATA)

Nativa da América do Sul, mais especificamente da Cordilheira dos Andes, a


batata (Solanum tuberosum L.), foi consumida por populações nativas em tempos
remotos há mais de 8.000 anos, estando adaptada aos dias curtos da região. A
mesma foi introduzida à alimentação na Europa, por volta do ano de 1570, fez com
que a espécie fosse selecionada para tuberização em dias longos. Em meados de
1620, foi levada da Europa para a América do Norte, por isso se tornou “batata
inglesa”, tornando-se alimento popular. A partir de então, espalhou-se para muitos
outros países.
Existem contestações sobre a origem da batata, porém, há fortes evidências
que sejam nativas de duas áreas da América do Sul, onde biótipos silvestres ainda
existem: uma que envolve as terras altas da Cordilheira dos Andes, que vão do Peru
ao Norte da Argentina, e outra que envolve as terras baixas do Centro-sul do Chile.
No Brasil a mesma começou a ser cultivada por volta do ano 1700.
A hipótese de que a batata "europeia" tivesse origem de diferentes espécies
silvestres andinas ou do "complexo" Solanum brevicaule, um grupo de genótipos
tuberíferos morfologicamente similares distribuídos desde a região Central do Peru
ao Norte da Argentina, perdurou por muitos anos. Apesar da hipótese levantada,
estudos recentes envolvendo marcadores moleculares em varias de espécies
silvestres e cultivares indicaram que todas as cultivares antigas se originaram de um
único ancestral do componente "Norte" do complexo de S. brevicaule proveniente do
Peru. Por outro lado, estudos feitas com amostra de plantas secas e conservadas,
indicaram que todas as cultivares modernas de batata se originaram de variedades
chilenas, e não de genótipos peruanos. De inicio, a hipótese levantada indicava que
os genótipos andinos predominaram nos anos 1700 e 1800 até que fossem
eliminados pela epidemia da doença requeima (Phytophthora infestans), na Europa,
na metade do século XIX. Os mesmo estudos indicaram que a batata andina
sobressaiu nos anos 1700 até 1892, muitos anos após a epidemia de requeima,
enquanto a batata chilena apareceu inicialmente em 1822 e passou a predominar
antes mesmo da referida epidemia.
A batata pertence ao gênero Solanum, sendo uma dicotiledônea com mais de
2000 espécies registradas, destas cerca de 160 produzem tubérculos. Das varias
espécies existente, somente cerca de 20 são cultivadas, pois muitas são silvestres.
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A posição sistemática da batateira cultivada é a seguinte:


Divisão: Angiospermae;
Classe: Dicotyledonae;
Ordem: Gentianalis;
Família: Solanaceae;
Gênero: Solanum Lineais;
Subgênero: Solanum;
Seção: Petota;
Série: tuberosa.
A batata é uma espécie herbácea, de produção anual. Seus tubérculos são
porções de caule subterrâneos transformados.

docplayer.com.br/9671029-Raizes-e-caules-de-importancia-economica.html

A flor da batata possui aproximadamente de 3 a 4 cm de diâmetro e cinco


pétalas em forma de estrela e a corola soldadas, ou seja, unidas entre si. A
coloração varia de branca a rosa, vermelha, azul e roxa. Normalmente, ocorrem
cinco anteras com 7mm a 9 mm de comprimento circundando o pistilo. Normalmente
as inflorescências apresentam mais de 10 flores. O gineceu é formado por dois
carpelos fechados e seu amadurecimento acontece junto ao androceu o que facilita
a autofecundação, que ocorre na maioria das cultivares. Em algumas espécies há
florescimento, enquanto em outras os botões de flores caem antes da polinização,
porém, o seu pólen estéril não permite a autofecundação.
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Floração
Os frutos são divididos em duas lojas ou cavidades sendo do tipo baga, com
cor variando entre verde e amarelo medindo entre 2 cm a 3 cm de diâmetro,
contendo de 40 a 240 sementes por fruto.
Embora muitas espécies floresçam e produzam sementes, a batata cultivada
é reproduzida através de tuberculos (clones). Esse tipo de reprodução clonal
proporciona aumento do vigor ou da fertilidade dos híbridos, diferente das linhagens
cruzadas.
Seu caule aéreo normalmente tem a parte superior oca, com secção circular,
quadrangular ou triangular, que podem apresentar ou não, asas lisas ou onduladas.
O tubérculo que cresce direto do tubérculo-mãe é chamado de rama. Em relação às
folhas, são compostas formadas por um pecíolo com folíolo terminal, por folíolos
laterais e, às vezes, por folíolos secundários e terciários. Dependendo da espécie,
as folhas têm tamanho, pilosidade e tonalidade de verde diferentes.
A planta possui um sistema radicular superficial, com a quase todas as raízes
permanecendo a uma profundidade máxima de 40-50 cm. Porém, solos sem
obstrução, férteis e argilosos podem facilitar o enraizamento mais profundo
chegando a alcançar até 1,0 m de profundidade. No plantio feito com semente,
crescem raízes com origem a partir do caule facilmente visíveis nas brotações dos
tubérculos.
Os tubérculos são caules adaptados para reserva de alimentos e também
para reprodução, formando o engrossamento da extremidade dos estolões, que são
caules modificados, subterrâneos, semelhantes a raízes. Na superfície dos
tubérculos, as estruturas mais evidentes são os olhos, cada um contendo mais de
uma gema, e os órgãos de arejamento.
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Cortando o tubérculo longitudinalmente, podemos observar a periderme


(película), o córtex, o anel vascular, a medula externa e a medula interna, esta mais
clara, que tem comunicação com os olhos (gemas). A pele ou película da batata,
formada de cinco a 15 camadas de células, é praticamente impermeável a líquidos e
gases, protegendo o tecido contra o ataque de pragas e doenças. Quando o
tuberculo é colhido imaturo, sua película se solta com facilidade, aumentando a
chance de deterioração pela entrada de patógenos e perda de umidade.
As lenticelas (órgãos de arejamento), são pequenos sistemas de
comunicação entre a parte interna do tubérculo e o exterior, são estruturas
importantes para a respiração. Tubérculos produzidos em solos muito úmidos
apresentam a lenticelose, que consiste em lenticelas abertas e de tamanho
aumentado, provocado por uma reação dos tecidos para compensar a baixa
disponibilidade de oxigênio. A lenticelose favorece a entrada de micro-organismos
fitopatogênicos nos tubérculos.
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A - Planta completa; B - Inflorescência; C - Tubérculo; D - Tubérculo cortado


longitudinalmente.
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4 REFERÊNCIAS

Bohs, L. 2005. Major clades in Solanum based on ndhF sequences. Pp. 27-49. In:
R.C. Keating; V.C. Hollowell & T.B. Croat (eds.). A festschrift for William G.
D'Arcy: the legacy of a taxonomist Monographs in Systematic Botany from the
Missouri Botanical Garden, v. 104. St. Louis, Missouri Botanical Garden Press.

books.scielo.org/id/bv3jx/pdf/brandao-9786586383010-04.pdf

CARVALHO, L.A.F.; BOVINI, M.G. Solanaceae of the rio das pedras reserve,
Mangaratiba, Rio de Janeiro-Brasil. Rodriguésia, v.57, n.1, p.75-98, 2006.

Nee, M. 1999. Synopsis of Solanum in the New World. Pp. 285-333. In: M. Nee; D.E.
Symon; R.N. Lester & J.P. Jessop (eds.). Solanaceae IV: Advances in Biology and
Utilization Kew, Royal Botanic Gardens.

periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/biodiversidade/article/view/10823/7390#:~:
text=Taxonomia%20geral%3A%20Solanaceae,constitu%C3%ADdas%20por
%20uma%20%C3%BAnica%20flor.

revista.urcamp.tche.br/index.php/congregaanaismic/article/view/2483

SALVIATÍ, E.J. Tipos vegetais aplicados ao paisagismo. Paisagem e Ambiente,


n.5, p.9-45, 1993.

SOUZA, V.C.; LORENZI, H. Botânica Sistemática: guia ilustrado para


identificação das famílias de angiospermas da flora brasileira, baseado em
APG II. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2005. 639p.

www.anatomiavegetal.ib.ufu.br

www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1084697

www.embrapa.br/en/hortalicas/batata/origem-e-botanica

https://searchenginereports.net/pt/article-rewriter

https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?
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