19 - Porque as obras da carne são manifestas, as quais são:
adultério, prostituição, impureza, lascívia, 20 - Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, 21 - Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus. 22 - Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. (Domínio Próprio) 23 - Contra estas coisas não há lei. INTRODUÇÃO
No interior de cada crente é travado um grande
conflito: o Espírito contra a carne. “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gl 5.17). Até o dia da nossa conversão, a "carne" ou a natureza pecaminosa reinava sozinha. Nascemos de novo e o Espírito Santo veio habitar em nós com o objetivo de controlar e mudar toda a nossa vida. O conflito é inevitável, mas se desejamos uma vida cristã vitoriosa, devemos entregar o controle e a direção da nossa vida ao Espírito Santo. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito (Gl 5.25).
O Espírito Santo reinando em nós produzirá o caráter
cristão. Ele produzirá em nós as virtudes do caráter de Jesus Cristo. O apóstolo Paulo chama estas virtudes de o "Fruto do Espírito Santo". O QUE E O FRUTO?
A metáfora do "fruto" aparece várias vezes no
Novo Testamento, designando sempre algum "resultado" (Mt 3.8; 7.16; Rm 1.13; Ef 5.9; Hb 13.15). O fruto do Espírito são qualidades morais divinamente implantadas. São resultados da ação do Espírito em nosso caráter. Primeiro, a sua origem é sobrenatural: "do Espírito" (genitivo grego que indica fonte ou causa). Enquanto as "obras da carne" são atos que-praticamos naturalmente, o "fruto do Espírito" é de responsabilidade do próprio Espírito. Precisamos ter humildade, pois não podemos produzir este fruto. Segundo, o seu crescimento é natural. O "fruto" faz parte da "lei da semeadura e da colheita": "aquilo o que o homem semear, isso também ceifará" (Gl 6.7). O nosso interior é como um campo onde estamos semeando diariamente. Aquilo que você semear você irá colher. "Semeie um pensamento, e você colherá uma ação; semeie uma ação, e você colherá um hábito; semeie um hábito e você colherá um caráter; semeie um caráter e você colherá um destino". Se você deseja que o Espírito Santo produza o fruto em você, forneça-lhe os meios: oração e leitura bíblica. "A graça nos confere os meios para colhermos abundante safra espiritual".
Terceiro, a sua maturidade é gradual. Antes de ser
um fruto maduro, há etapas que precisam ser cumpridas. Isto demanda tempo: primeiro a flor, depois o embrião e por fim, o fruto (Mc 4.28). O Espírito Santo não tem pressa e um caráter cristão maduro é resultado de uma vida inteira. 2. O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO
Lemos em Gálatas 5.22-23: “Mas o fruto do Espírito é:
amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas cousas não há lei.”
Há uma classificação comum destas virtudes: amor,
alegria e paz (meu relacionamento com Deus); longanimidade, benignidade e bondade (meu relacionamento com os outros); fidelidade, mansidão e domínio próprio (relacionamento comigo). FRUTO
O Fruto do Espírito, também se divide em 03 grupos
1) Para com Deus a)Amor; b)Alegria; c)Paz. 2) Para com o Próximo a)Longanimidade; b)Benignidade; c)Bondade. 3) Para com Nós Mesmos a)Fidelidade; b)Mansidão; c)Domínio Próprio. As características ou aspectos dos demais “Frutos” do Espírito, se baseiam na maior das virtudes que é o “Amor” 2.1. Amor:
Na língua grega "amor" (ágape) é uma palavra distinta
usada para descrever a natureza do amor de Deus (Jo 3.16). Ele nos amou sem que oferecêssemos motivos para que Ele nos amasse. E é esse amor que o Espírito derrama em nosso coração (Rm 5.5), para que possamos obedecer ao mandamento de Jesus: O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei (Jo 15.12). 2.1. Amor:
No "Hino ao Amor" (1 Co 13), Paulo apresenta quinze
características do amor: é sofredor, benigno, não é invejoso, não se ufana, não é soberbo, não é indecoroso, não é interesseiro, não se irrita, não se ressente do mal, não se alegra com a injustiça, alegra-se com a verdade, tudo aguenta, tudo acredita, tudo espera e tudo suporta.
O amor expressa o conteúdo total da fé cristã. O amor é a
essência do caráter divino: Deus é amor (1 Jo 4.8). 2.2. Alegria:
A alegria (no grego "charis") é o gozo da graça, é um
bem-estar espiritual, resultado de uma correta relação com Deus. A fonte desta alegria é o Senhor (Fp 3.1; 4.4,10; Rm 12.12). É a chamada "alegria da fé" (Rm 15.13; Fp 1.25) e a "alegria no Espírito Santo" (Rm 14.17; 1 Ts 1.6). Esta alegria independe das circunstâncias externas e pode ser desfrutada em meio às tristezas e aflições desta vida. 2.3. Paz: Paz (Shalom, no hebraico – Jz 6.24) inclui tudo quanto Deus tem dado em todas as áreas da vida. A paz é uma dádiva de Deus (SI 4.8; 29.10-11; 119.165) e pode ser desfrutada somente na presença de Deus (Nm 6.24). No contexto do Novo Testamento, Jesus é a nossa paz ("eirenê", no grego). Confira em Ef 2.14-18. Nele encontramos sossego, mesmo em meio às tribulações. A paz de Cristo não significa ausência de guerra, mas é uma tranquilidade interior. Ela é uma dádiva sobrenatural e indestrutível (Jo 14.27; 16.33). Em Cristo temos paz com Deus (Rm 5.1) e a paz de Deus (Fp 4.7). "A paz é o primeiro fruto que se observa após o perdão de pecados" (Adam Clarke). 2.4. Longanimidade:
Longanimidade ("makrothumia", no grego) significa
literalmente "fôlego comprido" ou "lento à ira". É a paciência para suportar injúrias de outras pessoas. E um atributo de Deus, que tolera pacientemente todas as fraquezas humanas, não se deixando tomar por explosões de ira ou furor (Nm 14.18; SI 86.15; Rm 2.4; 1 Pe 3.20).
O Espírito Santo nos capacita à longanimidade, isto é,
sermos tolerantes com as pessoas cuja conduta visa provocar-nos à ira (Mt 18.21-35). 2.5. Benignidade:
Benignidade (no grego, "chrestotes")
significa uma disposição gentil e graciosa para com os outros. Também significa "excelência de caráter" e "honestidade". É um atributo divino (Mt 11.30; Tt 3.4). Jesus Cristo é o nosso modelo de gentileza, pois sempre se mostrou gentil para com os seus semelhantes. No caso da mulher flagrada em adultério (Jo 8.1-11), enquanto os homens se mostraram inflexíveis e exigentes, Jesus revelou a sua benignidade. 2.7. Fé: Fé (no grego, "pistis") pode significar tanto "confiança" quanto "fidelidade". Para Paulo, "fé" significa o recebimento da mensagem da salvação e a conduta baseada no Evangelho (Rm 1.8; 1 Co 2.5; 15.3, 14, 17). O cristão vive pela fé, e de fé em fé (Hb 11.1-6).
John Stott diz: "Fé é a confiabilidade que
convida outras pessoas a confiarem em nós. É a fidelidade provada, a dignidade sólida de alguém que sempre cumpre as suas promessas e termina o que começa". 2.8. Mansidão: Mansidão (no grego, "prautes") possui três significados principais: submissão a Deus (Mt 5.5; 11.29); dócil ou não soberbo (Tg 1.21); consideração (1 Co 4.21; 2 Co 10.1; Ef 4.2). O termo era aplicado também para coisas, palavras, remédios, ações e sentimentos que acalmam e suavizam.
A mansidão é o resultado da verdadeira
humildade, que reconhece o valor do outro e se recusa a se considerar superior. É a virtude daqueles que herdarão a terra (Mt 5.5). Jesus Cristo é o modelo perfeito de mansidão. 2.9. Domínio Próprio:
Domínio próprio (no grego, "egkrateia")
significa "autocontrole", o domínio dos próprios desejos e apetites. É o senhorio sobre a língua, os pensamentos, os apetites e as paixões sexuais (Pv 16.32; 1 Co 7.9; 9.25).
A vitória mais difícil é a vitória sobre o próprio
eu ou sobre as próprias paixões. Somente com o poder do Espírito Santo é possível o domínio próprio. DOMÍNIO PRÓPRIO O objetivo a) Nos Moldar; b) Nos Corrigir; c) Nos Disciplinar; d) Nos Domesticar. O Fruto do Domínio Próprio produz no Crente 1) PERDÃO – Remir, Fazer, Esquecer a) A FALTA de seu irmão; Mt 5:44 e 46 b) OFENSA de seu irmão; Rm 12:14 e 19 c) A CULPA de seu irmão: 2) SANTIFICAÇÃO a) Nos separamos do mal; Rm 6:19, b) Nos separamos do pecado; Hb 12:14 c) Nós, nos consagramos. 3) PERSEVERANÇA a) Firmeza; I Co 15:58 b) Constância; I Jo 2:17 c) Determinação. 4) RESIGNAÇÃO a) Saber Sofrer; I Pd 4:12-15 b) Saber ser Provado; Tg 1:12 c) Ser Conformado. Jo 1:22 5) PACIÊNCIA a) Suportar uns aos outros; b) Tranqüilidade com as provas; Hb 10:36 c) Servo calmo com as lutas. I Ts 1:4 6) ESPERANÇA a) Força p/ conseguir nosso desejo; II Co 4:18 b) Confiança em prosseguir; Rm 8:24, 25 c) Ânimo p/ se obter as promessas. II Co 5:1,2 e 7,8 7) VIGIAR a) Nos ensina a observar atentamente; Mt 26:41 b) A termos o devido cuidado contra o mal; I Pd 5:8 c) E acautelarmos contra o pecado. CONCLUSÃO
1) O Domínio Próprio é a conquista de si mesmo;
2) O Domínio Próprio é coragem que dá liberdade, diz- nos um pensamento: “Nenhum homem é livre que não se pode dominar”; 3) Aquele que é dominado por suas paixões é homem fraco. Ex Sansão: Estrangulou um Leão, massacrou a 3 homens em Asquelão, queimou a lavoura dos Filisteu com 300 raposas, matou a 1.000 (mil) homens com uma queixada de jumento, porém não foi capaz de dominar o seu “EU”. O Domínio próprio é uma conquista diária em que as pequenas vitórias de hoje, preparam as GRANDES vitórias de amanhã