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John S. Feinberg
[Editor e organizador]
hagnos
Copyright © 1988 by John S.
Feinberg Published by Crossway
Books a publishing ministry of
Good News Publishers
Wheaton, Illinois 60187, U.S.A.
This edition published by
arrangement with Good News
Publishers. All rights reserved.
Portuguese edition © 2013 by
Editora Hagnos Ltda
Tradução
Onofre Muniz
Revisão
Simone Granconato
Josemar de Souza Pinto
Capa
Souto Crescimento de Marca
Diagramação
Catia Soderi
Editor
Juan Carlos Martinez
Consultor acadêmico
Luiz Sayão Todos os direitos desta edição reservados para:
Editora Hagnos
Coordenador de produção
Mauro W. Terrengui Av. Jacinto Júlio, 27
04815-160 - São Paulo - SP - Tel. (11) 5668-5668
Impressão e acabamento
Imprensa da Fé hagnos@hagnos.com.br - www.hagnos.com.br
12-14607 CDD-220.6
Prefácio............................................................................................. 5
Epílogo
John S. F ein b erg............................................................................. 373
Notas..............................................................................................389
Sobre os autores............................................................................ 493
Prefácio
S
Lewis Johnson Jr. nasceu em 13 de setembro de 1915 em
Birmingham, Alabama. Tive o privilégio de trabalhar nos
■últimos anos com o dr. Johnson na faculdade da Trinity
Evangelical Divinity School, mas a ligação da minha família com a del
remonta há muitos anos, aos seus dias de estudante no Seminário de
Dallas. Ele foi aluno de meu pai e depois, seu colega na faculdade
r
6
Prefácio
7
C ontinuidade e descontinuidade
8
P refácio
9
Parte I
Perspectiva histórica
1
Continuidade e
descontinuidade: o debate ao
longo da história da igrej a
Rodney Petersen
E muito mais do que isso, mas temos de com eçar aqui. A Escritura
registra Jesus tratando a tradição apontando para si mesmo (Jo
5.39). Ele e sua missão se ocuparam do cumprimento de conceitos
fundamentais das Escrituras hebraicas. A lém disso, não somente
algo se cumprira nele, com o um novo p eríod o da história havia
com eçado (Lc 4.16-21). Finalmente, Jesus traçou uma distinção
entre a vontade de Deus, em nome da qual e le pareceu falar dire-
tamente, e o que havia sido autorizado pela tradição (p. ex., Mc
10.2-12).Todavia, quase paradoxalmente, Jesus manteve um ponto
de vista rigoroso; toda a lei devia ser cumprida. Sua vigên cia
continuou (Mt 5.18; Lc 16.17), mas foi humanizada e aprofundada
p ela lealdade a e le .2
Esses três temas são encontrados nos Evangelhos. Eles
aparecem na primeira pregação cristã em Atos. Entretanto,
pode-se argumentar que a prim eira consideração m etodológica
dada a eles, quando abordam nossa questão, veio do apóstolo
Paulo. A resolução da revelação em duas dispensações, cada uma
com sua própria “ le i” relacionada a Cristo, vem prim eiro como um
dom de Deus (2Co 4.3,4). Isso foi sugerido por Jesus (Mc 4.9-12). É
um princípio seguido pela igreja, especialm ente em discernir os
significados mais profundos do texto à m edida que eles provêm da
inter-relação dos Testamentos. Em segundo lugar, Paulo argumenta
explicitamente em Gálatas e em Romanos que toda a Escritura
aponta para Cristo. Deus é seu autor formal; Cristo, a mensagem
material. Finalmente, a natureza do relacionamento entre a antiga
e a nova dispensações, frequentemente entendida como tipo ou
alegoria, é apresentada claramente por Paulo em referência aos
filhos de Abraão, Ismael e Isaque, nascidos de Hagar e Sara (G1
4.21-31).3
O argumento de Paulo em Gálatas, ampliado mais livremente
pelo autor do livro de Hebreus, traz duas considerações relevantes
em relação aos Testamentos. Em primeiro lugar, ele oferece uma
hermenêutica ou m etodologia para a interpretação da Escritura. Em
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C ontinuidade e descontinuidade: o debate ao longo da história da igreja
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C ontinuidade e descontinuidade
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C ontinuidade e descontinuidade: o debate ao longo da história da igreja
O S TEÓLOGOS
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C ontinuidade e descontinuidade
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C ontinuidade e descontinuidade: o debate ao longo da história da igreja
O S DOUTORES DA IGREJA
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C ontinuidade e descontinuidade
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C ontinuidade e descontinuidade: o debate ao longo da história da igreja
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C ontinuidade e descontinuidade
A I dade M é d ia
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C ontinuidade e descontinuidade: o debate ao longo da história da igreja
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C ontinuidade e descontinuidade
A R enascença e a R efo rm a
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C ontinuidade e descontinuidade: o debate ao longo da história da igreia
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C ontinuidade e descontinuidade
U ma era de c o n f l it o
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C ontinuidade e desconttnuidade: o debate ao longo da história da igreia
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C ontinuidade e descontinuidade
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C ontinuidade e descontinuidade: o debate ao longo da história da igreja
O SÉCULO XIX
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C ontinuidade e descontinuidade
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C ontinuidade e descontinuidade: o debate ao longo da história da igreja
0 SÉCULO XX
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C ontinuidade e descontinuidade
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C ontinuidade e descontinuidade: o debate ao longo da história da igreja
C o nclu são
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C ontinuidade e descontinuidade
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Parte II
Os sistemas teológicos
e os Testamentos
2
Sistemas de continuidade
Willem VanGemeren
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S istemas de continuidade
• A p r e s e n t e r e le v â n c ia d a s p r o m e s s a s d a a n tig a (II.ix .3 );
• A p le n it u d e d a s p r o m e s s a s é g a r a n t id a e m Jesus C risto ,
p r e d it a s n a a n tig a e c u m p r id a s n a n o v a , “ o e v a n g e lh o a p o n ta
c o m o d e d o o q u e a le i p r e n u n c io u c o m f ig u r a s ” (II.ix .3 );
• O p o v o d e D e u s é s e m p r e s a lv o p o r um m e d ia d o r , Jesus C ris to
(I I . x . l ). O S e n h o r n a d a e s p e r o u a n ã o s e r “f é ” n e le , i n d e p e n
d e n t e m e n t e d a s d ific u ld a d e s d a v i d a (I I .x .l 1,12);
• O p o v o d e D e u s a n tes d e C ris to fo i “ a d o t a d o n a e s p e r a n ç a
d a im o r t a lid a d e ” e tev e p le n a c e r t e z a d e s u a s a lv a ç ã o (II.x .2 ),
p o r q u e a g r a ç a d e D e u s e a e s p e r a n ç a d e le s e s ta v a m e m
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C ontinuidade e descontinuidade
C r is t o , “ o M e d ia d o r , p o r m e io d e q u e m e le s fo r a m u n id o s a
D e u s e v ie r a m a c o m p a r t ilh a r d e s u a s p r o m e s s a s ” (II.x .2 );
• O s sa n to s s o b a a n tig a a lia n ç a a g u a rd a v a m a n s io s a m e n te a
v i d a e t e r n a e o c u m p rim e n t o d a s p r o m e s s a s (I I . x . 3 , 7 , 8 , 13-17);
• A a lia n ç a , p r o m e s s a s e b ê n ç ã o s fo r a m o u t o r g a d a s s o b a
a n tig a a lia n ç a “p e l a liv r e m is e r ic ó r d ia d e D e u s ” e c o n fir m a d a s
“p e l a in t e r c e s s ã o d e C r is t o ” (II.x .4 ); o S e n h o r fo i b o m p a r a o
s e u p o v o (II.x .9) e o d e v o to r e s p o n d e u à s u a g r a ç a p r o c u r a n d o
p e l a C i d a d e d e D e u s (II.x .1 0 );
• A f é é a r e s p o s t a e x t e r io r à g r a ç a d e D e u s , s u p o r t a n d o d ifi
c u ld a d e e aflição. E sta p e r s e v e r a n ç a m a r c o u o s p a t r ia r c a s e o
d e v o to s o b a a n tig a a lia n ç a , c o m o s e e le s o lh a s s e m a lé m d a s
c a la m id a d e s p r e s e n t e s p a r a o futuro, d a s q u a is o S e n h o r h a v ia
fa la d o (II.x. 11-22);
• E x is te m d if e r e n ç a s d istin ta s e n tre a a n t ig a e a n o v a , m a s tu d o
d e v e s e r v isto d a p e r s p e c t i v a d a s o b e r a n ia d e D e u s (II.x i. 14):
- Portanto, a p o s iç ã o d e p o v o d e D e u s s o b a an tiga p o d e s e r
c o m p a r a d a à “e s c r a v id ã o ” e a d a nova, à “l ib e r d a d e ” (II.xi.9).
Isto n ã o e x c lu i q u e o s santos s o b a an tiga c o m p a rtilh a ra m
d a m e s m a aliança, d e sfru ta ra m d o s m e s m o s b e n e fíc io s d a
alia n ç a p o r Cristo, o único m e d ia d o r, e p a rtic ip a m d a “n o v a
a lia n ç a ” q u e existe d e s d e q u e o m u n d o c o m e ç o u ! (II.xi.10);
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S istemas de continuidade
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C ontinuidade e descontinuidade
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S istemas de continuidade
ANTIGA: NOVA:
P erd ão Id e m
V id a ete rn a Id e m
Fé Id e m
O b e d iê n c ia Id e m
B ê n ç ã o s t e m p o r a is B ê n ç ã o s g e r a is
A d o r a ç ã o c e r im o n ia l A d o r a ç ã o e s p iritu a l
R e g im e m o s a ic o S e m c o m e n t á r io
G r a ç a d a d a n a e x p e c t a t iv a G ra ç a d a d a p o r causa
d a v in d a d o M e s s ia s d o M e s s ia s
M u ito s s a c ra m e n to s D o is s a c ra m e n to s :
b a t is m o e c e ia d o S e n h o r
T ip o s e s o m b r a s C u m p r im e n t o
O b s c u rid a d e P le n a c o m p r e e n s ã o
D e r r a m a m e n t o lim ita d o P le n o d e r r a m a m e n t o
d o E sp írito d o E s p írito Santo
D u r a ç ã o lim ita d a P a ra s e m p r e
S u b m is s ã o a to d a s a s le is S u b m is s ã o a p e n a s à le i m o ra l
L im ita d a a Is ra e l A b e r t a a to d a s a s n a ç õ e s 16
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C ontinuidade e descontinuidade
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S istemas de continuidade
... o d e s e n v o lv im e n t o d a t e o lo g ia d a a lia n ç a n ã o fo i u m r a c io
cín io le n to e m e r a m e n t e a c a d ê m ic o c o n s tru íd o d e n tro d a
t e o lo g ia r e fo r m a d a , n e m u m d e s v io e s p e c u la tiv o , m a s sim u m a
ta re fa á r d u a e p rá tic a , o p r o d u t o d e m u ito s fa to re s [...] fo i o
d e s d o b r a m e n t o , e m d e ta lh e s , d o p r in c íp io r e fo r m a d o b á s ic o :
a g ló r i a d e D e u s n a s a lv a ç ã o d o s p e c a d o r e s . 28
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C ontinuidade e descontinuidade
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S istemas de continuidade
TURRETIN, O ESCOLASTICISMO
E O PRESBITERIANISMO DA ESCOLA ANTIGA
• A in t e r p r e ta ç ã o d e u m texto e n v o lv e o c o n te x to “ to ta l” d e
t o d a a B íb lia , c o m o c o n c lu i E b r a r d ,
(C o c e io ) e s t a b e le c e u o p r in c íp io e x e g é t ic o de que to d a
p a s s a g e m d e v e s e r in t e r p r e t a d a d e a c o r d o c o m s e u co n te x to ,
e te m s o m e n te o s e n tid o a o q u a l o c o n te x to c o n d u z . E le e x tra iu
s u a t e o lo g ia d ire ta m e n te d a B íb lia , e d e la s o m e n te ; e a s s im s e
c o lo c o u e m o p o s iç ã o a o s e s c o lá s t ic o s e a o s c a r t e s ia n o s .49
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C ontinuidade e descontinuidade
C o c e i o n ã o d e v e s e r c o m p r e e n d id o r e je it a n d o a a u t o r id a d e
d o s c r e d o s [...]. T o d a v ia , o c a te c is m o e a c o n fis s ã o d e v e m s e r
in t e r p r e t a d o s à lu z d a B íb lia , n ã o o in v e rs o .50
• O S e n h o r d a C r ia ç ã o fa la ao h o m e m n a li n g u a g e m d o h o m e m ;
• A B íb lia c o m o liv ro d e D e u s e d o h o m e m r e v e la o r e la c io n a
m e n to d iv in o -h u m a n o n a m e t á fo ra d e “ a lia n ç a ” ;
• A E sc ritu ra r e v e la u m h a r m o n io s o p la n o d e D e u s , e o te m a d a
a lia n ç a s e r v e c o m o u m p r in c íp io o r g a n iz a d o r , e m b o r a le v e e m
c o n ta d ife r e n ç a s :
U n id a d e e c o n s is tê n c ia p e r c o r r e m s e u s v á r io s e s t á g io s , a in d a
q u e s e ja n o ta v e lm e n te distin ta q u a n d o a p lic a d a a d ife r e n t e s
c irc u n s tâ n c ia s .51
• A a lia n ç a é u m a e x p r e s s ã o g r a c io s a d o c o m p r o m is s o d e D e u s
c o m o h o m e m e c o m a r e v e la ç ã o d o p la n o d e s a lv a ç ã o , e d e
s e u g o v e r n o “ c o m o u m b o m e fie l m o n a r c a ” .52
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R um o a u m a n o v a s ín t e s e
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C ontinuidade e descontinuidade
• A r e v e la ç ã o de D eus na c o n t in u id a d e h is tó ric a r e v e la
p r o g r e s s o c o m e le m e n t o s d e c o n t in u id a d e e d e s c o n t in u id a d e ;
• A r e v e la ç ã o d e D e u s é m u ltifo r m e e v a r ia d a , e n q u a n to as
fo rm a s le g a l, histórica, profética, p o é tic a , e v a n g é lic a c o n trib u e m
p a r a e s s a m u ltifo rm id a d e. A m u ltifo rm id a d e au m en ta e n ão
d e p r e c ia “ o q u e P au lo c h a m a m u ltiform e s a b e d o r ia d e D e u s ” ;70
• A “ e stru tu ra ” d a t e o lo g ia b í b li c a (r e v e la ç ã o r e d e n t o r a ) e s tá
cen tra d a e m C r is to e le m b r a “u m p r o c e s s o q u e s e d e s e n v o lv e
o rg a n ic a m e n t e , p r ó p r i o d e u m o r g a n is m o q u e a m a d u r e c e ” .71
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S istemas de continuidade
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C ontinuidade e descontinuidade
S e r u m c i d a d ã o d o re in o , p o rta n to , s ig n ific a q u e d e v e m o s v e r
tu d o n a v i d a e t o d a a r e a l i d a d e à lu z d o o b je t iv o d a r e d e n ç ã o
d o u n iv e rs o . Is s o n o s le v a a c o n c lu ir, c o m o d is s e A b r a h a m
K u y p e r c e r t a v e z , q u e n ã o e x is t e n a d a n o u n iv e rs o , m esm o
q u e s e ja d o ta m a n h o d e u m a p o l e g a d a , q u e C r is t o n ã o d ig a :
“ é m e u ” . A s s im , t e m o s u m a filo s o fia c ris tã d a h is t ó r ia [...]
d a c u ltu ra [...] d a v o c a ç ã o : t o d a s a s o c u p a ç õ e s p r o v ê m d e
D e u s , e tu d o o q u e fa z e m o s n a v i d a d iá r ia d e v e s e r fe ito p a r a
o lo u v o r d e D e u s , s e ja e s tu d o , e n s in o , p r e g a ç ã o , n e g ó c io ,
in d ú s t r ia o u t r a b a lh o d o m é s t ic o .80
... m e u r e c o n h e c im e n t o a A b r a h a m K u y p e r [...] é e v id e n t e e m
c a d a p á g i n a [...]. E le e v ito u a in c ip ie n te b ib lio la t r ia p r e s e n t e
no fu n d a m e n ta lis m o ao se recu sar a sep arar E sc ritu ra
d e r e d e n ç ã o e Jesus C ris to ; e e le e v ito u a d e p r e c ia ç ã o d a
r e v e la ç ã o c o m o c o n h e c im e n to , c o m o e n c o n t r a d a n a n e o -o r t o -
d o x ia , a o e n fa tiz a r q u e a r e v e la ç ã o é tanto c o n h e c im e n t o c o m o
e x p e r iê n c ia d o D e u s v iv o .83
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S istemas de continuidade
PERSPECTIVAS DA CONTINUIDADE
Q u a n d o o lh a m o s p a r a t o d o s e s s e s c a t e c is m o s à luz d o e n s in o
p r e d o m in a n t e d a S an ta E sc ritu ra , s o m o s f o r ç a d o s a a p r e s e n
tar a lg u m a s c rític a s r a d ic a is [...] m a s a d o u t rin a c ris tã n ã o
p o d e s e r a b s t r a íd a d e t o d o o c u r s o d a in t e r v e n ç ã o d e D e u s
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C ontinuidade e descontinuidade
e m Is ra e l, e d e to d o o c u rs o d a v i d a e d a o b r a d e C risto , s e m
a lte r a ç ã o e e q u ív o c o . S e e m s u a infinita t o le r â n c ia e p a c iê n c ia
D e u s to m o u tal c u id a d o e t e m p o p a r a s e r e v e la r p o r m e io d e
Is r a e l e m p r e p a r a ç ã o p a r a a e n c a r n a ç ã o , a in s tru ç ã o c a t e q u é -
tica n ã o p o d e s e p e r m it ir to m a r u m d e s v io à “ e s c o la d e I s r a e l”
s e fo r p a r a c u m p r ir s u a fu n ç ã o d e m a n e ir a a d e q u a d a . 90
Continuidade e interpretação
O estudo da Bíblia e da teologia está sempre “ na sombra da
eternidade” (sub specie aeternitas). Isso diferencia a atividade do
homem da de Deus. Deus é eterno e autoexistente. O homem é tem
poralmente condicionado e dependente da revelação de Deus, dada
no tempo. A mensagem temporalmente condicionada não afeta a
veracidade ou autoridade da palavra de Deus, mas tem de fato uma
influência em nosso entendimento. Portanto, o m odelo exegético de
Calvino é uma correção ao racionalismo, à sistematização, à harmo
nização ou a qualquer outra abordagem holística da Escritura. Para
ele, a Bíblia é a palavra escrita, testemunhando a Palavra encarnada.
r
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S istemas de continuidade
P o rq u e q u e m [...] n ã o c o m p r e e n d e q u e D e u s b a lb u c ia co n o sco ,
assim c o m o as p a je n s estão a c o stu m a d a s a fa la r c o m o s b e b ê s ? [. ..]
(E le ) a c o m o d a o s e u c o n h e c im e n to à n o s s a estreita c a p a c id a d e ;
p a r a atingir e s s e p ro p ó sito , a E scritura p r e c is a n e c e s s a ria m e n te
d e s c e r m uito a b a ix o d o n ív e l d e su a m a je s ta d e .94
55
C ontinuidade e descontinuidade
( E l e ) s e r e v e la a o h o m e m n a e x is t ê n c ia c r i a d a , n a q u a l e l e
c o n d e s c e n d e e m s e a c o m o d a r à c r ia t u r a p o r m e io d e fo r m a s
h u m a n a s , m o s t r a n d o -lh e c o m o s in a is e in s t r u m e n t o s d e s u a
a u t o r r e v e la ç ã o , d is fa rç a n d o sua v erd ad e em fo rm a s de
m o d o s im p ló r i o a d a p t a d a s à c o m p r e e n s ã o h u m a n a . C o m o
C a l v i n o c o s t u m a v a d iz e r , D e u s s e e m b r u l h a v a e m s í m b o l o s
e r e p r e s e n t a ç õ e s t e r r e n o s c o m o m e io s p e l o s q u a is e m s u a
m i s e r i c ó r d i a e d e l i c a d e z a e l e s e a p r o x im a v a d o s h o m e n s ,
r e v e la v a sua p re s e n ç a e a d a p ta v a os h o m en s p a ra r e c e b e r
s u a v e r d a d e . 100
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S istemas de continuidade
C o n c o r d a m o s c o m e s s e a p e lo p o r e q u ilíb r io e p o r u m a le itu ra
d o A T n o texto d o NT. T ira r “ c o n c lu s õ e s p r e c ip it a d a s ” d o N T
d e n tro d o A T é u m a “ e x e g e s e ” t e n d e n c io s a e m e r e c e a p e n a s a
n o s s a r e je iç ã o , n ã o im p o r t a q u ã o n o b r e s e ja o s e u o b je t iv o .108
É a u n id a d e d e u m o r g a n is m o c a d a v e z m a io r q u e a lc a n ç a s u a
r e a liz a ç ã o n o N T e n a a lia n ç a e t e r n a r a tific a d a e s e la d a p e l o
s a n g u e d e C r is t o .109
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C ontinuidade e descontinuidade
... o p r in c ip a l q u e s e d e v e v e r e m C a lv in o é o p r in c íp io b í b li c o
p o s to e m p r á t ic a c o m d e c is iv a p e r s is t ê n c ia .113
E stá c la ro q u e o fo c o d a p r e o c u p a ç ã o d e C a lv in o c o m a estrutura
in telectu al d o c o n h e c im e n to de D eus era que os hom ens
p e n s a s s e m b ib lic a m e n t e a r e s p e ito d e C risto e d a g r a ç a .114
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S istemas de continuidade
T ir e -o s [o s c o m e n t á r io s d e C a lv in o ], e fic a m o s n ã o a p e n a s
c o m u m C a lv in o m a is p o b r e e m a is fraco , m a s c o m a lg o q u e ,
d e n e n h u m a m a n e ira , é C a lv in o . P o d e m o s s e r m a is a tre v id o s e
d iz e r q u e C a lv in o s e viu , p r in c ip a lm e n t e , n ã o c o m o u m t e ó lo g o
sistem ático, m a s c o m o u m t e ó lo g o b í b l i c o . 117
c o m u n h ã o e r e la ç ã o r e s p o n s á v e l c o m o p r ó p r i o D e u s [...].
A s s im , a a lia n ç a e s t a b e le c e , c o n firm a e p r e s e r v a a n a tu re z a
d i a ló g ic a d a t e o lo g ia , e é d e fato a fo r m a in te rio r n a q u a l a
c o n v e r s a e n tre D e u s e o s e u p o v o a c o n t e c e .120
A a lia n ç a a b r a n g e n ã o s o m e n te o h o m e m , m a s to d a a c ria ç ã o ,
p a r a q u e to d o o u n iv e rs o d a e x is t ê n c ia h u m a n a , v is ív e l e
in v isív e l, s e ja in tro d u z id o à r e la ç ã o c o m D e u s . 121
A a lia n ç a a b r a n g e n ã o s o m e n te o h o m e m , m a s to d a a c ria ç ã o ,
p o r q u e D e u s fe z o m u n d o to d o c o m o u m a e s f e r a n a q u a l e le
59
C ontinuidade e descontinuidade
p o s s a te r c o m u n h ã o c o m o h o m e m , e e s te p o s s a c o m p a r t ilh a r
d e s u a g r a ç a e re fle tir s u a g l ó r i a . 123
... O e s q u e m a f e d e r a l in v e rte u a o r d e m b í b l i c a d a g r a ç a e d a
le i [...] M a s c o m m u ita fr e q u ê n c ia [...] n o c a lv in is m o e s c o lá s -
tico, v e m o s a in v e r s ã o d e s s a o r d e m - a d e c la r a ç ã o d a p r i o r i
d a d e d a le i s o b r e o e v a n g e lh o , a p r i o r i d a d e d a n a tu re z a s o b r e
é
C a lv in o n o s le v a d e C ris to às p r o m e s s a s d e D e u s n o AT. A s s im ,
s o m o s le v a d o s a o Pai. A p r o m e s s a m a is im p o rta n te é , d e
q u a lq u e r m a n e ir a , a p r o m e s s a d e a c o r d o c o m a q u a l D e u s n o s
a d o t a c o m o filh o s .126
Continuidade e cristologia
O significativo lugar de Jesus Cristo na história da redenção
não tem sua devida relevância nas formulações escolásticas sobre
a aliança, sobre a soberania divina e sobre os decretos de Deus. A
abstração da aliança como um princípio na teologia federal estimulou
60
S istemas de continuidade
N o s s a p r e o c u p a ç ã o c o m e la a q u i é s im p le s m e n t e n o ta r q u e
n e la a id e ia f e d e r a l v e io a s e r p o s ic io n a d a c o m o u m im p e r io s o
p r in c íp io siste m á tic o da fo r m a errad a, p o rq u e fo rn e c e u
o e s q u e m a fix o p o r m e io d o q u a l o e n s in o c ris tã o n a I g r e ja
R e fo r m a d a v e io a s e r c a t e g o r iz a d o e s is te m a tiz a d o p o r m a is
de d o is s é c u lo s [...]. M a s no “ c a lv in is m o ” h istó ric o , [...] a
p e s s o a d e C ris to fr e q u e n t e m e n t e s e in c lin o u a s e r s u p e r o b s -
c u r e c id a p e l a id e ia d a a lia n ç a .127
61
C ontinuidade e descontinuidade
... a id e ia fe d e r a l fo i p o s ic io n a d a c o m o u m im p e r io s o p r in c íp io
siste m á tic o d e fo r m a e r r a d a , p o r q u e e la f o r n e c e u u m e s q u e m a
r í g i d o p o r m e io d o q u a l o e n s in o c ris tã o n a I g r e ja R e fo r m a d a
fo i c a t e g o r iz a d o e sis te m a tiz a d o p o r m a is d e d o is s é c u lo s .132
62
S istemas de continuidade
humildade e amor, uma vez que quem os propõe são pessoas que
andam no Espírito Santo.
Continuidade e escatologia
A teologia da aliança está, exatamente por sua definição, preo
cupada com a escatologia. Com muita frequência o tema da aliança
está associado com o locus da soteriologia ou eclesiologia, mas,
como já vimos, seu foco é a cristologia, e não existe cristologia sem
uma escatologia. Os escritos de João Calvino tornam essa ênfase
na esperança futura muito clara, especialmente em seu comentário
sobre Hebreus.141
Essa preocupação é o que Torrance chama de meditado vitae
futurae ( “ meditação sobre a vida futura” ). 142 Ansiar pelo futuro
glorioso dá perspectiva sobre o presente e o passado. É obra do
Espírito Santo renovar o regenerado à imagem de Cristo e, exata
mente no processo de renovação, ele eleva a mente do devoto ao
que Deus preparou para os seus em Jesus Cristo. A vida cristã é
escatológica por causa da obra do Espírito Santo e por causa da
nossa união com Cristo.143A completa essência da fé é escatológica.
Como escreveu Calvino:
Onde e x is te fé v e r d a d e i r a d e v e h a v e r e s p e r a n ç a d a v id a
e t e r n a c o m o s u a in s e p a r á v e l s e m e lh a n ç a , o u é p r e f e r ív e l q u e
d e si m e s m o g e r e e m a n ife s te e s p e r a n ç a .144
63
C ontinuidade e descontinuidade
... a e stru tu ra o u m o ld u r a h is t ó r ic o -r e d e n t o r a e s t a b e le c i d a
p e l a p r ó p r i a E sc ritu ra é o fa to r c o n te x tu a l q u e te m a m a is
a m p la in flu ê n c ia s o b r e d a d o te x to .146
Material e espiritual
Tempo e eternidade
Lei e evangelho
Símbolo e realidade
Promessa e realização
Antigo e novo
Israel e a igreja
Este mundo e o mundo vindouro.
64
S istemas de continuidade
A t e o lo g ia d e v e s e e n v o lv e r e m e s t u d o s h is tó ric o s e x a ta m e n te
p o r c a u s a d e s e u d i á lo g o h is tó ric o c o m D e u s [...]. É s o m e n te
n e s s a c o m b in a ç ã o d e t e o lo g ia h is tó ric a e e x e g e s e q u e a I g r e ja
p o d e s e r li b e r t a d a d e p r e g a r su a s p r ó p r ia s c o n c e p ç õ e s p a r t i
c u la r e s e p e r s is t ir n o o b je t iv o d a d is c ip lin a d a a u to c rític a q u e
e x i g e a s in c e r a e o b e d i e n t e c o n v e r s a c o m D e u s . 149
N a b a s e d e u m a r í g i d a in s is tê n c ia n a p le n a c o i g u a ld a d e d a s
trê s p e s s o a s d a T r in d a d e [...] C a lv in o m o stra a s a lv a ç ã o d o
p e c a d o r c o m o u m a ú n ic a e c o m p le x a o b r a d iv in a n a q u a l p a r
tic ip a m to d a s a s três p e s s o a s : o Pai, e s c o lh e n d o h o m e n s p a r a
sa lv a r, o F ilh o p a r a s a lv á -lo s , o F ilh o fa z e n d o a v o n t a d e d o
P a i e m r e d im i-lo s , o E s p írito e x e c u t a n d o a v o n t a d e d o P a i e m
r e d im i-lo s , e o E sp írito r e n o v a n d o -o s , fa z e n d o a ssim , tanto a
v o n t a d e d o P a i q u a n to a d o F ilh o .150
65
C ontinuidade e descontinuidade
E s s e d i á lo g o d e D e u s c o m Is ra e l p e r c o r r e t o d a a h is tó ria
d a q u e le p o v o até s e u c u m p rim e n to em C ris to que, com o
a P a la v r a d e D e u s fe ita c a r n e , é tanto a p e r s o n ific a ç ã o d a
P a la v r a d e D e u s a o h o m e m c o m o a p e r s o n ific a ç ã o o b e d i e n t e
d o h o m e m à P a la v r a d e D e u s . 160
66
S istemas de continuidade
C o nclusõ es
67
C ontinuidade e descontinuidade
68
3
Sistemas de descontinuidade
John S. Feinberg
70
S istemas de descontinuidade
P e s q u is a de s is t e m a s
71
C ontinuidade e descontinuidade
72
S istemas de descontinuidade
... e m p r im e ir o lu g a r d e v e m o s d e s p r e n d e r p o r c o m p le t o o AT,
isto é, c o m p r e e n d ê - lo e m s e u e n te n d im e n to p r ó p r io , c o m p le
ta m e n te s e p a r a d o d o N o v o T e sta m e n to e d e n e n h u m a fo r m a
“ju s t ific a d o ” a tra v é s d o e v a n g e lh o ! - p a r a r e c u p e r á -lo t o d o .16
73
C ontinuidade e descontinuidade
74
S istemas de descontinuidade
F undam entos do d is p e n s a c io n a l is m o
75
C ontinuidade e descontinuidade
76
S istemas de descontinuidade
77
C ontinuidade e descontinuidade
O p r o p ó s i t o b e m p o d e s e r q u e D e u s e s t e ja t e n t a n d o r e a liz a r
v á r i a s c o is a s p o r m e io d e s e u p l a n o p a r a a s é p o c a s . P r im e ir o ,
e l e q u e r p r o v a r a o u n iv e r s o [ d e c r ia t u r a s r a c i o n a i s ] q u e as
c r ia t u r a s s e m p r e f r a c a s s a r ã o e c a u s a m o m a l [n ã o o b e m ]
e m si m e s m a s q u a n d o d e s o b e d e c e m a o s m a n d a m e n t o s d e
D e u s . E m s e g u n d o lu g a r , e a o c o n t r á r io , D e u s q u e r p r o v a r
q u e é s e m p re ce rto o b e d e c e r a se u s m an d a m en to s, p o rq u e ,
q u a n d o o s in d iv íd u o s o fa z e m , p r o d u z e m o b e m e b ê n ç ã o
s o b r e si m e s m o s . D e s s a f o r m a o c é u p o d e f ic a r c h e io d e
c r ia t u r a s liv r e s e c o r r e t a m e n t e d e s c a r t a r q u a l q u e r r e b e l i ã o
n o v a m e n t e .39
78
S istemas de descontinuidade
79
C ontinuidade e descontinuidade
que o crente está sob a lei de Cristo como descrita no NT. Como
no caso do código mosaico, a lei de Cristo personifica os princípios
morais de Deus eternamente verdadeiros, os quais são exemplifica
dos em ambos os códigos. Mas, como um código separado, a lei de
Cristo exclui os aspectos cerimoniais e civis do código mosaico. O
dispensacionalismo não é nem antinomista nem o obriga.42
Se nenhum desses conceitos está na essência do dispensa
cionalismo, o que está? Existem seis itens diferentes que parecem
ser tanto característicos ao dispensacionalismo quanto estão em
seu núcleo. Além disso, qualquer sistema que se incline na direção
de um sistema de descontinuidade tende nessa direção, e qualquer
sistema de continuidade se afasta desses pontos.
80
S istemas de descontinuidade
81
C ontinuidade e descontinuidade
HERMENÊUTICA
82
S istemas de descontinuidade
O o b je t iv o p r in c ip a l te m s id o m o s tra r q u e o d is p e n s a c io n a
lism o te m s u a o r i g e m n u m lite ra lis m o n ã o b í b li c o e e r r ô n e o
q u e , n o im p o rta n te c a m p o d a p r o fe c ia , ig n o r a o c a r á t e r típ ico
e p r e p a r a t ó r io d a d is p e n s a ç ã o d o A n t ig o T e sta m e n to .53
83
C ontinuidade e descontinuidade
84
S istemas de descontinuidade
A q u i e s tá o d iv is o r d e á g u a s b á s ic o e n tre u m a t e o lo g ia d is p e n
s a c io n a lis ta e u m a n ã o d is p e n s a c io n a lis t a . O d is p e n s a c io n a -
lism o fo r m a s u a e s c a t o lo g ia p o r u m a in t e r p r e ta ç ã o lite ra l d o
A n t ig o T e sta m e n to e e n tã o aju sta o N o v o T e sta m e n to d e n tro
d e la . A e s c a t o lo g ia n ã o d is p e n s a c io n a lis t a fo r m a s u a t e o lo g ia
d o e n s in o e x p líc ito d o N o v o T e sta m e n to .63
85
C ontinuidade e descontinuidade
86
S istemas de descontinuidade
algo uma vez (no AT), por que ele deve repeti-lo no NT para que seja
verdade e permaneça em vigor? Desde que o NT explícita ou impli
citamente não rejeita o ensino do AT, por que assumir que o AT está
cancelado apenas porque o NT não o repete? Argumentar que o AT
está cancelado por não estar repetido é um caso clássico do argumento
do silêncio. Por outro lado, não é argumentar de acordo com o silêncio
para alegar que o AT ainda está em vigor, apesar do silêncio do NT,
porque Deus já quebrou no AT o silêncio e nos deu seu pensamento.
Alguns podem responder que a palavra chave aqui é “ im plí
cito” . Embora Deus possa não negar explicitamente no NT as
promessas do AT a Israel, ele certamente o faz implicitamente
aplicando-as à igreja. Minha resposta é que as promessas não
podem ser canceladas mesmo implicitamente, se forem feitas
in con dicion alm en te!
Resumindo, a falta de repetição no NT não faz com que um
ensino do AT se torne sem efeito durante a era do NT, desde que
nada o cancele implícita ou explicitamente. A incondicionalidade
das promessas a Israel garante que o NT não as remove de Israel
nem mesmo implicitamente. As leis civis e cerimoniais e as institui
ções do AT são sombras e são explicitamente removidas no NT. Mas
as promessas incondicionais não são sombras, nem o são os povos a
quem elas são dadas.
Apesar do precedente, os não dispensacionalistas podem
alegar que estão apenas seguindo o padrão do NT (p. ex., J1 2.28/
At 2.16,17; Am 9.11,12/At 15.16-18; Os 11.1/Mt 2.15) de lidar com
o AT.71 Portanto, a reinterpretação explícita das promessas do AT a
Israel indica claramente o seu cancelamento àquele povo.
Inicialmente, pode-se dizer que os sistemas de continuidade
tendem a apelar a esse padrão de tratamento do AT como funda
mento para pensar que o significado do NT torna-se o significado
do AT, ou que o significado da passagem do AT em seu contexto
não é importante, ou ambos. Os sistemas que tendem à descontinui
dade normalmente alegam que esse padrão não exige uma substi
tuição do significado do NT pelo do AT; o significado de ambas as
passagens em seus contextos deve ser mantido.72
Mas, e quanto à opinião dos não dispensacionalistas? Essa
prática fornece o padrão e/ou a prescrição para lidar com as
profecias (especialmente as relacionadas ao futuro de Israel)? Isso
nega ou minimiza a importância do significado das passagens do AT
87
C ontinuidade e descontinuidade
88
S istemas de descontinuidade
E s o m e n te e m re t r o s p e c t o q u e u m even to , p e s s o a o u institui
ç ã o p o d e m s e r v isto s c o m o s im b ó lic o s . A e x is t ê n c ia d e tip o s
c a r e c e d a e x is t ê n c ia d e o u tro s e v e n to s, p e s s o a s o u in stitu içõ es
(a n t e r io r o u p o s t e r io r ) d o s q u a is e le s s ã o típ ic o s .80
89
C ontinuidade e descontinuidade
90
S istemas de descontinuidade
91
C ontinuidade e descontinuidade
92
S istemas de descontinuidade
93
C ontinuidade e descontinuidade
94
S istemas de descontinuidade
95
C ontinuidade e descontinuidade
perdeu o reino para sem pre.103 Além disso, Paulo parece esclare
cer o assunto em Romanos 11.25-29. Não apenas ele prediz a futura
salvação de Israel como nação, mas conclui toda a sua discussão
sobre a posição de Israel ao dizer que os dons e a vocação de Deus
são irrevogáveis (Rm 11.29). O que isso significa, a não ser que Deus
cumprirá o que prometeu a Israel? E o AT esclarece as promessas.
Finalmente, um futuro distinto é o resultado lógico da eleição
de Israel por Deus. Berkouwer, um não dispensacionalista, acertada-
mente pergunta com relação a esse assunto:
P o d e u m p a s s a d o q u e fo i q u a lific a d o p e l a e le i ç ã o d a r e m
n a d a ? P o d e a “ e l e i ç ã o d e D e u s ” , c o m o n o r m a lm e n t e a e n t e n
d e m o s , t r a n s fo r m a r -s e e m “ r e j e i ç ã o ” ? P o d e a i g r e j a h e r d a r
o l u g a r d o p o v o e s c o lh id o d e Is ra e l, d e fo r m a q u e a e le i ç ã o
passe p ara a ig r e ja ? Não c o n s id e r a m o s n o r m a lm e n t e a
e le i ç ã o d e D e u s c o m o ir r e v o g á v e l, d e fin itiv a e o n ip o t e n te ; e
é c o n s e q u e n t e m e n t e s e m s e n t id o p r e s u m ir q u e a e l e i ç ã o d e
Is r a e l p o s s a s e r n e g a d a p e l a r e a ç ã o h u m a n a , até m e s m o p e l a
d e s c r e n ç a ? 104
96
S istemas de descontinuidade
FILOSOFIA DA HISTÓRIA
97
C ontinuidade e descontinuidade
R esum o e co nclusão
98
S istemas de descontinuidade
99
Parte III
A hermenêutica e os
Testamentos
4
Hermenêutica da
continuidade
O. Palmer Robertson
A im p o rt â n c ia o r ig in a l d a p a s s a g e m n o A T
A s u b s e q u e n t e in t e r p r e ta ç ã o p e l a a p lic a ç ã o n o N T
104
H ermenêutica da continuidade
105
C ontinuidade e descontinuidade
106
H ermenêutica da continuidade
107
C ontinuidade e descontinuidade
RESUMO
O CONTEXTO EM ATOS
108
H ermenêutica da continuidade
109
C ontinuidade e descontinuidade
Kal a y o iK o 8 o p r)a a )
tt |1' (JKr|iT|y A a u i ô
"mt rDOTix t t \v TreTTTCüKuiay T T )y OKr|yT]y A a u l 8
nbsan T r ] T TTETTTüJKLliay,
K al àv o iK O Ô o p rjao j
'mi n - 1 *
rà ttêtttüjkota aÚ T fjç Kal t ò KaT€aKappéya
a u T r]ç
vrionm ay o iK o S o p riato
T
àv aoT T ]0(x)
Kal dyop0tóao3 a u T q y ,
K a l àyoLK O Ô ofiT^aa)
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T Ka0(í)C a l rip d p ai toü 01 KaT aXO L TT OL
12 ôttcoç éK Cr|T7Ía(oaiy
12 K al T ídyT a t ò I0yr|
OL KaTCtXOLTTOL
y / -v / € Ò ’ O U Ç GT TL K6 KX riT at T O
T a jy ayBpwTTajy
jr-ix srn K õyopa pou
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18 'y y u K r r à a u ’ a i a i y o c .
06ÒC
rnn^cw ó TToiáiy T a i ) T a .
:nK-T r i v v
110
H ermenêutica da continuidade
111
C ontinuidade e descontinuidade
112
H ermenêutica da continuidade
INTERPRETAÇÃO DISPENSACIONALISTA
113
C ontinuidade e descontinuidade
114
H ermenêutica da continuidade
P o r m a is e s tra n h o q u e p o s s a p a r e c e r a o s q u e n ã o têm fa m i
li a r i d a d e c o m a lín g u a h e b r a ic a , o texto h e b r a ic o p o d e s e r
tra d u z id o d e s t a fo rm a , c o m p o u c o m a is d o q u e a m u d a n ç a d e
u m a letra. A a lte r a ç ã o d e s t a le tra d e v e ter o c o r r id o d e p o is
d o t e m p o d o s a p ó s to lo s , p o r q u e T ia g o citou d e s s a fo r m a o
v e r s íc u lo n o C o n c ilio d e J e ru sa lé m , e b a s e o u n e le s u a d e c is ã o
(A t 15.14-17). H a v ia h o m e n s in s tru íd o s p r e s e n t e s , a lg u n s d e le s
h o stis a o s e u p o n t o d e vista, q u e c e r ta m e n t e o te ria m c a la d o
a o s b e r r o s s e e l e tiv e s s e b a s e a d o s u a d e c is ã o n u m a in te r
p r e t a ç ã o d ife r e n t e d a q u e e x is tia n o s m a n u s c rito s h e b r a ic o s
c o n h e c id o s n a é p o c a . 15
115
C ontinuidade e descontinuidade
116
H ermenêutica da continuidade
117
C ontinuidade e descontinuidade
118
H ermenêutica da continuidade
119
C ontinuidade e descontinuidade
26.18,19, o Senhor escolheu Israel para que lhe fosse o seu povo, um
tesouro pessoal para estar sobre todas as nações.
Esse conceito da extensão do princípio da eleição de Deus
para formar um povo dentre as nações torna-se especial no NT. De
acordo com o AT hebraico, o termo para “ p ovo” (cu) descreve tanto
“ Israel” como “ outras nações” em Deuteronômio 7.6 e 14.2. Mas
a versão grega do AT faz uma distinção entre essas duas catego
rias de pessoas. Consequentemente, ela fala do “ p ovo” (Xaóç) que
Deus escolheu dentre as “ nações” (êGucòv).
r ___
120
H ermenêutica da continuidade
121
C ontinuidade e descontinuidade
122
H ermenêutica da continuidade
123
C ontinuidade e descontinuidade
C o nclu são
124
H ermenêutica da continuidade
125
5
Hermenêutica da
descontinuidade
Paul D. Feinberg
O PROBLEMA
128
H ermenêutica da descontinuidade
P r e d i ç ã o / p r o m e s s a / p r o f e c i a E CUMPRIMENTO
129
C ontinuidade e descontinuidade
130
H ermenêutica da descontinuidade
0 SIGNIFICADO DO TEXTO
131
C ontinuidade e descontinuidade
132
H ermenêutica da descontinuidade
133
C ontinuidade e descontinuidade
O CUMPRIMENTO DO TEXTO
134
H ermenêutica da descontinuidade
135
C ontinuidade e descontinuidade
O ato a n t e r io r d e c o m p r e e n s ã o é c o n t r o la d o p e l o c o n ju n to d e
s ím b o lo s lin g u ís tic o s d o texto, e é fixo , ú n ic o e im u tá v e l. M a s
e s s e ato p r e c is a s e r s e g u i d o p e l o ato d e r e la c io n a r e s s e s i g
n ific a d o a o in té rp re te o u a u m c a s o p a r t ic u la r o u a o c o n ju n to
d e c a s o s p a r a in d ic a r a r e le v â n c ia o u a p a r t ic u la r id a d e d o
c o n c e ito o u p r in c íp io u n iv e r s a l d e s c o b e r t o .27
136
H ermenêutica da descontinuidade
137
C ontinuidade e descontinuidade
138
H ermenêutica da descontinuidade
139
C ontinuidade e descontinuidade
140
H ermenêutica da descontinuidade
T ip o s do AT e a n t ít ip o s do NT
141
C ontinuidade e descontinuidade
N ã o s e p o d e fa z e r u m a e q u ip a r a ç ã o d ire ta e n tre o s o r á c u lo s
p re d itiv o s d o s p r o fe t a s e a n a tu re z a p r o s p e c t iv a d o s tip os.
O s tip o s e r a m m a is lig a d o s a o u so q u e o s p r o fe t a s fa z ia m d e
a ç õ e s s im b ó lic a s , n ã o a o s s e u s o r á c u lo s a r e s p e it o d o futuro.
N o entanto, q u a n d o D e u s e s p e c ia lm e n t e d e s i g n o u e v e n to s,
in stitu içõ es e p e s s o a s , e le o fe z p o r q u e e r a n e c e s s á r io q u e
e le s a p o n t a s s e m a lé m d o te m p o d e le s , p a r a outro t e m p o e
g e r a ç ã o futura. E m b o r a s u a futura r e a liz a ç ã o e x c e d e s s e o q u e
os d e s i g n a d o s h a v ia m e x p e r im e n t a d o , m uito a in d a s e r ia c o m
p a r t ilh a d o p o r g e r a ç õ e s p o s t e r io r e s , p a r a s a b e r q u e a situ a ç ã o
142
H ermenêutica da descontinuidade
r e p e t id a , o o fíc io o u o ritu a l r e p e t id o , o u a in d a o p r in c íp io
r e it e r a d o fo r a m o s m e s m o s .50
ANALOGIAS PRESENTES NO NT
ENTRE A VIDA DE JESUS E EVENTOS DO AT
143
C ontinuidade e descontinuidade
144
H ermenêutica da descontinuidade
145
C ontinuidade e descontinuidade
146
H ermenêutica da descontinuidade
Um c a s o - teste
147
C ontinuidade e descontinuidade
148
H ermenêutica da descontinuidade
149
C ontinuidade e descontinuidade
HERMENÊUTICA DA DESCONTINUIDADE
150
H ermenêutica da descontinuidade
151
Paxte IV
A salvação e os Testamentos
6
Fred H. Klooster
Um c a m in h o de s a l v a ç ã o
156
0 MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃOUM CASO PARA CONTINUIDADE
base para essa acusação. Ryrie sugere que “ sem dúvida, a principal
razão para a persistência da acusação está na existência de declara
ções descuidadas, feitas pelos dispensacionalistas, que, se tivessem
sido feitas à luz do debate de hoje, seriam verbalizadas de forma
mais cuidadosa” .4 Feinberg também admite que “ declarações
feitas por certos dispensacionalistas no passado pareceram ensinar
múltiplos caminhos de salvação” .5 Ele acrescenta, no entanto, que
“ tais declarações descuidadas não refletem o pensamento inteiro
dos teólogos” e lamenta que isso “ pareça ter escapado a muitas
críticos do dispensacionalismo” .6
Uma dessas declarações embaraçosas veio da própria Bíblia
de Referência Scofield em seu comentário sobre João 1.17:
C o m o u m a d is p e n s a ç ã o , a g r a ç a c o m e ç a c o m a m o rte e a r e s
s u r r e iç ã o d e C r is t o (R m 3 .24-26; 4.24, 2 5 ). O b e d e c e r à s le is
n ã o é m a is a c o n d iç ã o p a r a a s a lv a ç ã o , m a s s im a a c e it a ç ã o o u
a r e je iç ã o d e C risto , e a v is ã o d a s b o a s o b r a s c o m o u m fru to
d a s a lv a ç ã o .7
E m s u a p le n it u d e , a g r a ç a c o m e ç o u c o m o m in is té rio d e C r is t o
e n v o lv e n d o s u a m o r t e e r e s s u r r e iç ã o , p o r q u e e l e v e io m o r r e r
p e lo s p e c a d o r e s . S o b a a n tig a d is p e n s a ç ã o , a le i d e m o n s tro u
s e r im p o te n te p a r a a s s e g u r a r ju s tific a ç ã o e v i d a p a r a u m a
157
C ontinuidade e descontinuidade
r a ç a p e c a d o r a . A n t e s d a cru z, a s a lv a ç ã o d o h o m e m e r a p e l a
fé, s e n d o fu n d a m e n t a d a n a e x p ia ç ã o d o s a c rifíc io d e C ris to
visto a n t e c ip a d a m e n t e por D eus; ago ra e stá c la ra m e n te
r e v e la d o q u e a s a lv a ç ã o e a ju s tific a ç ã o s ã o r e c e b i d a s p e l a fé
n o S a lv a d o r c r u c ific a d o e re s s u rre to , c o m s a n t id a d e d e v i d a e
b o a s o b r a s c o m o fruto d a s a lv a ç ã o .10
H is t ó r ia d a s a lv a ç ã o
158
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO: UM CASO PARA CONTINUIDADE
159
C ontinuidade e descontinuidade
160
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO I UM CASO PARA CONTINUIDADE
No p r in c íp io , p a r e c e r ia c ru c ia lm e n te im p o rta n te en ten d er
q u e e m b o r a D e u s s e m p r e u s e o m e s m o m é t o d o d e s a lv a ç ã o
d o s h o m e n s (o p o n to q u e p r e s e r v a a u n id a d e d a r e d e n ç ã o e
d o r e d im id o ), o q u e e l e r e v e la s o b r e o m é t o d o é p r o g r e s s i
v a m e n t e a m p lia d o e n e c e s s it a d e m u d a n ç a s n a fo r m a d e o
c re n te e x p r e s s a r o fato d e q u e e le s e a p r o p r io u d o m é t o d o d e
D e u s d e s a lv a ç ã o (o p o n t o q u e p e r m it e a d iv e r s id a d e e x i g i d a
p e l a r e v e la ç ã o p r o g r e s s i v a ).38
161
C ontinuidade e descontinuidade
162
O MÉTODO BÍBLiCO DE SALVAÇÃO! UM CASO PARA CONTINUIDADE
U ma p e s q u is a b íb l ic o - t e o l ó g ic a s o b r e o ú n ic o c a m in h o
163
C ontinuidade e descontinuidade
T E O L O G IA D A A L IA N Ç A D IS P E N S A C IO N A L IS M O
A . U n iv e r s a lis m o étn ic o
1 .0 re in o d e D e u s a n te s d a 1. In o c ê n c ia ( L i b e r d a d e )
queda G n 1 .2 8 -3 .6
G n 1 .1 -2 .2 5 A lia n ç a e d ê n ic a
2. A q u e d a e os d o is re in o s 2. C o n s c iê n c ia
G n 3 .1 -5 .3 2 (R e s p o n s a b i li d a d e m o r a l)
P r o m e s s a p r im o r d ia l G n 3.15 G n 3 .7 -8 .1 4
A lia n ç a a d â m ic a
3. O d ilú v io e B a b e l 3. G o v e r n o h u m a n o
G n 6 .1 -1 1 .3 2 G n 8 .1 5 -1 1 .3 2
B. P a rtic u la ris m o é tn ic o
4. A b r a ã o e o s p a t r ia r c a s 4. P r o m e s s a (G o v e r n o
G n 1 2 .1 -5 0 .2 6 p a t r ia r c a l)
A lia n ç a a b r a â m ic a G n 1 2 -Ê x 18.27
A lia n ç a a b r a â m ic a
164
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃOUM CASO PARA CONTINUIDADE
5. R e in o te o c rá tic o d e Is r a e l 5. L e i
a. L id e r a n ç a d e M o is é s
A
E x o d o -D e u t e r o n ô m io
A lia n ç a c o m F in e ia s
b . L id e r a n ç a d e Josué A lia n ç a p a le s t in a
c. P e r ío d o d o s ju iz e s Dt 30.3
d . M o n a r q u ia u n id a
A lia n ç a d a v íd ic a A lia n ç a d a v íd ic a
e. R e in o d iv id id o
R e in o d o N o r t e até 722 a .C .
N o v a a lia n ç a p r o m e t id a , N o v a A lia n ç a
J erem ias 31
P e r í o d o in te r te s ta m e n tá r io
6. In íc io d o r e in o m e s s iâ n ic o
a. N a s c im e n t o d e Jesus até a
c r u c ific a ç ã o
b. R e s s u r r e iç ã o e a s c e n s ã o
C . M is s ã o m u n d ia l d o r e in o m e s s iâ n ic o
7. P e n te c o s te até o fim d o N T 6. A ig r e ja , g r a ç a
(P a r ê n t e s is d o m is té rio )
A t 2 . 1 - A p 19.20
(F im d o N T até a s e g u n d a
v in d a d e C r is t o - P r o g r a m a d o 7. O re in o (m ilê n io )
r e in o m ile n a r d e C r is t o )
A p 20.4
8. A s e g u n d a v in d a d e Jesus
C r is t o e a c o n s u m a ç ã o d o
r e in o
165
C ontinuidade e descontinuidade
166
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO! UM CASO PARA CONTINUIDADE
167
C ontinuidade e descontinuidade
168
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO! UM CASO PARA CONTINUIDADE
O c e r to é q u e o R e d e n t o r é o m e s m o e m t o d a s a s d is p e n s a ç õ e s .
A q u e l e d e q u e m s e p r o fe t iz o u s e r o d e s c e n d e n t e d a m u lh e r,
a d e s c e n d ê n c i a d e A b r a ã o , o F ilh o d e D a v i, o R en o v o , o S e r v o
d o S e n h o r, o P r ín c ip e d a P az, é o n o s s o S e n h o r, Jesus C risto , o
F ilh o d e D e u s , D e u s m a n ife s t a d o e m c a r n e . E le , en tão , d e s d e
o p r in c íp io te m s id o m o s tra d o c o m o a e s p e r a n ç a d o m u n d o , o
S A L V A T O R H O M I N U M .54
169
C ontinuidade e descontinuidade
S e H o d g e q u e r d iz e r n a d a m a is q u e a o b r a d e C ris to é a b a s e
d a r e d e n ç ã o p a r a t o d a s as é p o c a s , n ã o te n h o p r o b le m a s . Se,
p o r ou tro la d o , a d e c la r a ç ã o s ig n ific a q u e Jesus C ris to te m s id o
lite ra lm e n te o c o n t e ú d o r e v e la d o a p r e s e n t a d o a o s h o m e n s
d e s d e o p r in c íp io , ten h o e n o r m e s p r o b le m a s . N a a p r e s e n t a ç ã o
d o e v a n g e lh o n o A n t ig o T estam en to , é d e fin itiv a m e n te d is c u
tível q u a n to d e c o m p r e e n s ã o h o u v e d o p le n o s ig n ific a d o d a s
p r o fe c ia s a r e s p e it o d o M e s s ia s o u q u a n to d e e n te n d im e n to
e x istiu a c e r c a d a v e r d a d e s o b r e a v in d a e a o b r a r e d e n t o r a d e
C risto . O q u e n ã o p a r e c e s e r o c a s o é q u e o s h o m e n s c r e r a m
c o n s c ie n t e m e n t e e m J esu s C risto , p o r q u e n ã o e n c o n tra m o s ,
até o N o v o T e stam e n to , a r e v e la ç ã o e x p lic it a m e n t e d e c la r a d a
d e q u e Jesus d e N a z a r é é o C ris to lo n g a m e n t e e s p e r a d o . 55
Q u a n d o a m e s m a p r o m e s s a fo i fe ita a o s q u e v iv e r a m a n te s d o
a d v e n to q u e a g o r a n o s c h e g a a tra v é s d o e v a n g e lh o , q u a n d o
o m e s m o R e d e n t o r fo i-lh e s r e v e la d o , e q u e n o s é a p r e s e n
ta d o c o m o o o b je t o d a fé, n e c e s s a r ia m e n t e s e c o n c lu i q u e a
c o n d iç ã o , o u te rm o s d a s a lv a ç ã o , fo i a m e s m a q u e é a g o ra .
N ã o fo i a s im p le s fé o u c o n fia n ç a e m D e u s , o u s im p le s m e n t e
p i e d a d e , q u e s e r e q u e r e u , m a s fé n o R e d e n t o r p r o m e t id o , o u fé
n a p r o m e s s a d e r e d e n ç ã o p o r m e io d o M e s s ia s .56
Feinberg responde:
E m b o ra eu não q u e ir a n e g a r que D e u s r e v e lo u l o g o em
G ê n e s is 3.15 q u e v ir ia a q u e le q u e c u id a r ia d o p r o b l e m a d o
p e c a d o , a c h o d ifíc il a c e ita r a i d e i a d e q u e a p r o m e s s a d e
r e d e n ç ã o p o r m e io d e Jesus C ris to fo i tão c la r a m e n t e c o m
p r e e n d i d a o u m a n tid a d e fo r m a tão e x c lu s iv a p a r a s e r o ú n ic o
c o n te ú d o r e v e la d o d o m é t o d o d e D e u s tratar o p e c a d o , c o m o
H o d g e p a r e c e p e n s a r .57
170
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO I UM CASO PARA CONTINUIDADE
171
C ontinuidade e descontinuidade
O san to e v a n g e lh o m e diz.
D e u s m e s m o c o m e ç o u a r e v e la r o e v a n g e lh o já n o P a ra ís o ;
d e p o is , e le o p r o c la m o u p e l o s sa n to s p a t r ia r c a s e p r o fe t a s , e o
c a r a c te r iz o u p e l o s s a c rifíc io s e o u tra s c e r im ô n ia s d a le i; fin a l
m e n te , e le o c u m p r iu p o r m e io d o s e u p r ó p r i o a m a d o F ilh o .60
OS DOIS DESCENDENTES
172
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO.' UM CASO PARA CONTINUIDADE
O DILÚVIO E BABEL
173
C ontinuidade e descontinuidade
174
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO! UM CASO PARA CONTINUIDADE
175
C ontinuidade e descontinuidade
ABRAAO E OS PATRIARCAS
176
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO! UM CASO PARA CONTINUIDADE
177
C ontinuidade e descontinuidade
178
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO: UM CASO PARA CONTINUIDADE
179
C ontinuidade e descontinuidade
180
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO: UM CASO PARA CONTINUIDADE
foi escrita pela segunda vez. O livro de Exodo termina com a cons
trução do tabernáculo, onde Deus ficou com seu povo como havia
bondosamente prometido (Êx 29.43-45; 40.34-38).
O livro de Levítico explica como o Israel da aliança deveria
adorar a Deus. Deus prescreveu os sacrifícios, as responsabilidades
dos sacerdotes, as festas religiosas. Israel deveria ser uma nação
santa; toda a vida deveria transcorrer na presença do Deus santo, seu
181
C ontinuidade e descontinuidade
grande rei. Deus proveu diretrizes para uma vida pessoal e comuni
tária, social, econômica, política. As leis civis, cerimoniais e morais64
regulavam todas as facetas da vida, chamando Israel à santidade, à
obediência da aliança ao serviço do grande rei.
O livro de Números relata as peregrinações de Israel no
deserto. Esse foi também um tempo de infidelidade pactuai de
Israel, de julgamento e perdão de Deus e de renovação da aliança.
No contexto da idolatria de Israel, quando eles foram seduzidos por
Moabe, Deus bondosamente recompensou o zelo de Fineias, neto
de Arão, com uma aliança especial. Deus disse: Eis que lhe dou a
minha aliança de paz. E ele e a sua descendência depois dele terão a
aliança do sacerdócio perpétuo; porquanto teve zelo p elo seu Deus e
fez expiação pelos filhos de Israel (Nm 25.12,13).6S
A aliança foi novamente renovada em Moabe, quando Israel
estava finalmente pronto para entrar na terra da promessa e Moisés
estava prestes a morrer. Então, Moisés, o grande profeta com quem
Deus falava face a face, aquele por intermédio de quem Deus deu
todas as leis a Israel, fez seu discurso de despedida. Nesse discurso
ele apresentou a compreensão adequada de toda a aliança sinaítica.
Ele realçou o contraste entre o caminho de “ vida e prosperidade” e o
caminho de “ morte e destruição” nestas palavras: Vê que proponho,
hoje, a vida e o bem, a m orte e o mal;se guardares o mandamento que
hoje te ordeno, que ames o Senhor, teu Deus, andes nos seus caminhos,
e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos,
então, viverás e te multiplicarás, e o Senhor, teu Deus, te abençoará
na terra à qual passas a possuí-la. Porém, se o teu coração se desviar,
e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido, e te inclinares a outros
deuses, e os servires, então, [...] perecerás [...] escolhe, pois a vida,
para que vivas, tu e a tua descendência, amando o Senhor, teu Deus,
dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele, pois disto depende a
tua vida e a tua longevidade; para que habites na terra que o Senhor,
sob juramento, prometeu dar a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó (Dt
30.15-20).66
Essas palavras de Moisés vêm do capítulo no qual a Bíblia
Scofield faz referência à aliança palestina como uma nova aliança.
Entretanto, em seu contexto, essa não é uma nova aliança, e sim
uma renovação da sinaítica no momento de transição da liderança
de Moisés para Josué, perto da entrada na terra prometida. Moisés
certamente compreendeu os requisitos teocráticos da aliança de
Deus melhor do que qualquer um de seus contemporâneos; seus
182
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO: UM CASO PARA CONTINUIDADE
E s s e re la to d e r e s g a t e d a e s c r a v id ã o q u e le v a à c o n s a g r a ç ã o
n a a lia n ç a e a o e s t a b e le c im e n t o d a te n d a r e a l d e D e u s n a te rra
[o t a b e r n á c u l o ], tu d o a tra v é s d o m in is té rio d e u m m e d i a d o r
e s c o lh id o [ M o i s é s ] , r e v e la o p r o p ó s it o d e D e u s n a h is tó ria - o
p r o p ó s it o q u e e le c u m p r ir ia p o r m e io d e Is r a e l e fin a lm e n te
a tra v é s d e Jesus C risto , o s u p r e m o M e d i a d o r .67
183
C ontinuidade e descontinuidade
184
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO! UM CASO PARA CONTINUIDADE
185
C ontinuidade e descontinuidade
186
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO'. UM CASO PARA CONTINUIDADE
187
C ontinuidade e descontinuidade
vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional (Rm 12.1).
A vida agradecida deve ser padronizada pela norma de gratidão,
os Dez Mandamentos em seu terceiro uso como interpretado por
Jesus no Sermão do Monte (Mt 5.17-48). Este breve, mas abrangente
resumo deve bastar aqui para que eu possa me concentrar nas inter-
relações entre aliança, igreja e o reino.
A vinda de Jesus foi claramente relacionada às alianças
davídica e abraâmica. O anjo anunciou que ...Deus, o Senhor, lhe
dará o trono de Davi, seu pai, ele reinará para sempre sobre a casa de
Jacó, e o seu reinado não terá fim (Lc 1.32,33). O pai de João Batista,
Zacarias, reconheceu que o Deus de Israel [...] nos suscitou plena e
poderosa salvação na casa de Davi, seu servo [...] para usar de mise
ricórdia com os nossos pais e lembrar-se da sua santa aliança e do
juramento que fez a Abraão o nosso pai (Lc 1.68-73).
As exigências da aliança sinaítica permaneceram em vigor
durante o tempo de vida de Jesus. Ele foi circuncidado ao oitavo dia,
e José e Maria fizeram tudo o que estava prescrito na lei do Senhor
(Lc 2.23). Em toda a sua vida Jesus cumpriu a lei, foi obediente a
seu Pai e cumpriu a Escritura. Na noite de sua traição ele celebrou
a última Páscoa com seus discípulos e introduziu a ceia do Senhor
como sacramento da nova aliança em seu sangue (Mt 26.26-29). Ele
foi crucificado e morreu; naquele momento o véu do santuário se
rasgou em duas partes de alto a baixo (Mt 27.51). A cortina separava o
Lugar Santo do Lugar Santíssimo; a cortina rasgada indicou que Cristo
abriu o caminho para que os crentes do NT pudessem ir diretamente
à presença de Deus (cf. Hb 9.1-14; 10.14-22). A importância de um
tabernáculo ou templo terreno terminou. A oferta definitiva do único
sacrifício feita pelo eterno sacerdote também cumpriu a aliança
levítica (Fineias) e tornou “ obsoleta” a aliança sinaítica (Hb 8.13).
Após a vitória de sua ressurreição, Jesus anunciou: Toda auto
ridade me foi dada no céu e na terra (Mt 28.18). Ele comissionou
os apóstolos a discipular as nações e as batizar em nome do Deus
triúno (28.19,20). Os dois sacramentos da nova aliança recordam a
obra completa de Jesus Cristo, cumprindo assim as promessas do
AT. Assim como Deus prometeu a Abraão, sua aliança deveria ser
agora uma bênção a todas as nações.
A aliança que o NT chama de “ antiga” ou “ prim eira” e contrasta
com a “ nova” não é a abraâmica; a “ antiga” aliança que se tornou
“ obsoleta” foi a sinaítica (Hb 7-10). A “ nova” e “ melhor” aliança é a
188
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO’. UM CASO PARA CONTINUIDADE
189
C ontinuidade e descontinuidade
190
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO: UM CASO PARA CONTINUIDADE
nas escolas cristãs, na igreja e onde quer que a vida seja vivida em
obediência ao rei, onde quer que se busque primeiro o seu reino e a
sua justiça (Mt 6.33). A vida toda, a sociedade como um todo, social,
econômica e política, deve ser considerada e redimida em nome de
Cristo, o rei. Esta é a nossa responsabilidade cristã e real, quando
olhamos para a volta de Cristo, para aperfeiçoar e finalizar seu reino.
Embora a vitória decisiva tenha sido garantida, a plena mani
festação aguarda a volta de Cristo em glória. Porque convém que ele
reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés (1 Co 15.25);
quando houver destruído todo principado, bem com o toda potestade
e pod er (15.24), virá o fim e Cristo entregará o reino a Deus, o Pai.
Então, o p róp rio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas
lhe sujeitou,para que Deus seja tudo em todos (15.28b).
Portanto, todas as promessas de Deus, desde a criação e da
queda em diante, serão completamente cumpridas. Haverá apenas
um reino, o reino de Deus, restaurado, consumado. Deus será seu rei
por meio da vitória do seu Filho. Um novo céu e uma nova terra será
seu domínio. E todos os redimidos pelo sangue de Cristo serão seus
cidadãos. Todos eles percorreram o caminho da salvação do paraíso
perdido ao paraíso recuperado e comerão da árvore da vida (Ap
22.14). A aliança e a igreja terão executado sua função instrumental
e terão atingido seu objetivo. Até as diferenças evangélicas relativas
ao milênio serão resolvidas, e somente a verdade prevalecerá. Deus
será tudo em todos. Soli Deo Gloria!
191
7
Allen P. Ross
I ntrodução
... D e u s c o lo c o u p e r a n t e o h o m e m o s te rm o s d o a c o r d o d e
r e d e n ç ã o p e l o q u a l e le é in t e r m e d iá r io - o s m e u s esta tu tos e
o s m e u s ju íz o s g u a r d a r e is ; c u m p r i n d o -o s . o h o m e m v iv e r á p o r
e l e s (L v 18.5; cf. I C o 6 .9 ,1 0 ). E ste s te rm o s , a lé m d isso , e stã o
r e s u m id o s n o “ te s ta m e n to ” , o in stru m e n to l e g a l fir m a d o p o r
D e u s , p e l o q u a l o s h o m e n s p o d e m s e r le v a d o s à r e c o n c ilia ç ã o
c o m o p r ó p r i o D e u s (G n 1 7 .7 ).4
194
0 MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO: UM CASO PARA DESCONTINU1DADE
195
C ontinuidade e descontinuidade
A b a s e d a s a lv a ç ã o e m to d a s a s é p o c a s é a m o rte d e C ris to ; o
r e q u is ito p a r a a s a lv a ç ã o e m to d a s as é p o c a s é a fé ; o o b je t o
d a fé e m t o d a s as é p o c a s é D e u s ; o c o n t e ú d o d a fé m u d a n a s
v á r ia s d is p e n s a ç õ e s . É e s s e ú ltim o p o n t o q u e d is t in g u e o d is -
p e n s a c io n a lis m o d a t e o lo g ia d a a lia n ç a , m a s n ã o ju s tific a a
a c u s a ç ã o d e e n s in a r d u a s fo r m a s d e s a lv a ç ã o . E s s e p o n to sim
p le s m e n t e r e c o n h e c e a r e v e la ç ã o p r o g r e s s i v a .13
196
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO: UM CASO PARA DESCONTINUIDADE
C o n t in u id a d e
197
C ontinuidade e descontinuidade
deu (Dn 4.8;Jz 3.10; Ex 28.3); a graça foi mostrada durante o período
da lei em que Deus se revelou, na experiência do seu povo, como
Javé (SI 143.11; Jr 14.21); e a graça foi mostrada em fazer a aliança
com Davi. Ryrie destaca também que o bondoso amor pactuai de
Deus (ton) está ligado à aliança abraâmica (M q 7.20), à lei mosaica
(Êx 34.6,7), à nova aliança (Jr 31.3) e àaliança davídica (Jr 31.3). Pela
graça Deus fez estas alianças e por seu bondoso amor ele garantiu
o cumprimento delas.
Não é seguro afirmar que o AT é um livro da lei e o NT um livro
da graça, porque a doutrina da graça está em todo o AT (e muitas leis
enchem as páginas do NT). O hebraico em prega uma ampla gama
de palavras para expressar os relacionamentos de Deus com o povo
- ]n ( “ favor não m erecido” ), r s n ( “ com paixão” ), ( “ p ied ad e” );
198
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO: UM CASO PARA DESCONTINUIDADE
O s u r p r e e n d e n t e a r e s p e it o d e s s a s g r a n d e s p a la v r a s h e b r a ic a s
é a f a c ilid a d e q u e a s p a la v r a s tê m d e s e m istu ra r c o m ou tras
o u d e s e s o b r e p o r u m a s à s ou tras. Isso é v e r d a d e tanto c o m
t s e d e q e ts e d a q a h q u a n to c o m h e s e d . T a m b é m é p a r t ic u la r
m e n te c la ro e m r e la ç ã o à ju s tiç a d e D e u s , p o r q u e é p r e r r o g a
tiva d a ju stiç a d e D e u s s a lv a r o s h o m e n s , e m b o r a o a m o r p o r
trás d o d iv in o t s e d e q o u ts e d a q a h s e ja tão d e fin itiv o e in c o n tá
v e l q u a n to o a m o r e x p r e s s a d o e m a h e b o u h e n o u h e s e d . P o r
s e e n v o lv e r e m d e s s a fo rm a , h e s e d p o r u m la d o e t s e d e q o u
ts e d a q a h p o r outro, a m b o s s e to rn a m p ra tic a m e n te e q u iv a
le n te s p a r a s a lv a ç ã o , ju s tific a ç ã o e p e r d ã o . E m ú ltim a a n á lise ,
o c e rto e co n sta n te a m o r d e D e u s e n c o n tra u m m o d o ju sto
d e p e r d o a r a o s p e c a d o r e s , a p e s a r d e s u a a p o s ta s ia , c o m u m
c o r a ç ã o n o v o e u m a n o v a ju s tiç a n o v ín c u lo d o a m o r d iv in o . O
m a is im p o rta n te a q u i, e tão d ifíc il d e e n t e n d e r e e x p r e s s a r e m
o u tra lín g u a d ife r e n t e d o h e b r a ic o , é q u e ju stiç a e am o r, g r a ç a
e ju stiça, s ã o m a n tid o s ju n to s c o m o d ife r e n c ia ç õ e s d e n tro d a
m e s m a u n id a d e e até m e s m o d e n tro d a u n id a d e d e u m a ú n ic a
id e ia o u p a la v r a .21
... q u e a le i fo i d a d a p a r a o p o v o r e d im id o c o m o m e io d e
e x p r e s s a r o a m o r d e l e s a D e u s , b e m c o m o u m m e io d e a d m i
n istrar o r e la c io n a m e n t o d e le s c o m D e u s e d e u n s p a r a c o m
o s ou tros. N ã o fo i u m m e io d e s a lv a ç ã o , m a s u m a fo r m a d e
d e s fr u t a r d e u m a v i d a o r d e ir a e d a m a is p le n a b ê n ç ã o d e D e u s
d e n tro d o a r r a n jo p a c tu a i te o c rá tic o .22
199
C ontinuidade e descontinuidade
D e v e - s e c o n c lu ir e n tã o q u e fo i o a m o r d e Javé, s u a m is e r ic ó r d ia
e g r a ç a , n ã o a o b e d i ê n c ia d o p o v o , q u e in ic ia ra m até m e s m o a
a lia n ç a sin aítica (D t 4.37; 7.7-9; 10.15 e tc .). Q u a n d o v io lo u a le i
d e D e u s , Is ra e l n ã o p e r d e u s e u re la c io n a m e n to c o m o S e n h o r
D e u s ; ao con trário, fo i e x a ta m e n te a le i q u e a s s e g u r o u o p e r d ã o
e a r e m o ç ã o d e to d o s o s p e c a d o s (L v 16). A té m e s m o o e n v o l
v im e n to d e Is ra e l no in c id e n te d o b e z e r r o d e o u ro n ã o e n c e r r a
a fid e lid a d e d e D e u s (Ê x 32). E s s e e p is ó d io s o m e n te re s s a lta a
200
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃOI UM CASO PARA DESCONTINUIDADE
n e c e s s id a d e d e o b e d iê n c ia a o s q u e já e x p e r im e n t a r a m a g r a ç a
d o liv ram e n to d e D e u s , e e v id e n c ia q u e o S e n h o r D e u s é c o m
p a ssivo , c le m e n t e e lo n g â n im o e g r a n d e e m m is e r ic ó r d ia e fid eli
d a d e (Ê x 34.6 e ou tras n o v e p a s s a g e n s d o A n tig o T e s ta m e n to ).27
D a m e s m a fo rm a , e s s a s m e s m a s o b r i g a ç õ e s q u e e x p r e s s a m a
o b e d i ê n c i a p o r fé (R m 1.5; 16.26) d e v e m a in d a s e r e n c o n tra
d a s h o je , c o m b a s e n o e x e m p lo d e Is ra e l, c o m o n o s a d v e r t e
o e s c r it o r d e H e b r e u s e m 3.7,15; 4.7 a o c ita r o “ s e ” d o s a lm o
95.7ss. A t é m e s m o Jesus n ã o e s p e r o u q u e a o b e d i ê n c i a fo s s e
u m a c a ra c te rís tic a o p c io n a l d a v i d a cristã, m a s e le r e p e t iu e s te
m e s m o “ s e ” : S e m e a m a is , g u a r d a r e is o s m e u s m a n d a m e n t o s
e m João 14.15; 15.10 e e m M a te u s 19.17.28
A SALVAÇÃO É MEDIANTE A FÉ
201
C ontinuidade e descontinuidade
202
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO I UM CASO PARA DESCONTINUIDADE
DESCONTINUIDADE
CONTEÚDO DA FE
203
C ontinuidade e descontinuidade
E m b o r a a fo r m u la ç ã o s e g u in t e n ã o s e ja o r ig in a l d e le , João
C a lv in o a firm a q u e “ a a lia n ç a fe ita c o m t o d o s o s p a t r ia r c a s
é tão p a r e c i d a c o m a n o s s a e m c o n t e ú d o e r e a li d a d e q u e as
d u a s são, d e fato, a m e s m a c o is a . T o d a v ia , e la s d ife r e m n o
m o d o d e a d m in is t r a ç ã o ” . A o c o m p a r t ilh a r o m e s m o c o n t e ú d o
e r e a lid a d e , e x is te u m a g e n u ín a c o n t in u id a d e e n tre a s d u a s
a d m in is t r a ç õ e s d o p r o g r a m a r e d e n t o r d e D e u s - isto é, n o
q u e s e r e fe r e à e s s ê n c ia d a o r d e m o u e c o n o m ia m o s a ic a , a
s a lv a ç ã o e t e r n a é p e l a g r a ç a m e d ia n t e a fé e m Jesus C risto .
A s o b r a s , e m b o r a n e c e s s á r ia s c o m o e v id ê n c ia s d a ju s tific a ç ã o
p e l a fé, n ã o m e r e c e m a ju s tific a ç ã o o u a s a n tific a ç ã o .34
... O R e d e n t o r é o m e s m o e m to d a s a s d is p e n s a ç õ e s . A q u e l e
d e q u e m s e p r o fe tiz o u s e r o d e s c e n d e n t e d a m u lh e r, a d e s
c e n d ê n c ia d e A b r a ã o , o F ilh o d e D a v i, o R e n o v o , o S e rv o d o
S e n h o r, o P r ín c ip e d a Paz, é o n o s s o S e n h o r, Jesus C risto , o
F ilh o d e D e u s , D e u s m a n ife s t a d o n a c a r n e . E le , en tão , d e s d e
o p r in c íp io te m s id o m o s t r a d o c o m o a e s p e r a n ç a d o m u n d o , o
S A L V A T O R H O M I N U M .35
204
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO I UM CASO PARA DESCONTINUIDADE
205
C ontinuidade e descontinuidade
D e u s s a b i a a r e s p e it o d a m o rte d e C r is t o d e s d e t o d a a e t e r n i
d a d e . D e s d e q u e e le a d e c r e t o u , a m o rte fo i u m fato r e a liz a d o
e m s e u p e n s a m e n t o m uito an tes d e s e r u m fato r e a liz a d o n a
h istó ria. P o r q u e D e u s s a b e q u e a ç ã o s e r á fe ita ( d e s d e q u e e le
a d e c r e t o u ), e p o r q u e e le v ê t o d a a h is tó ria (in c lu in d o a o b r a
d e C ris to c o m p le t a d a ) a o m e s m o te m p o , e le p o d e c o n c e d e r
a o h o m e m s a lv a ç ã o , m e s m o a n te s d o s a c rifíc io s e r e fe t u a d o n a
h is tó ria [...]. O h o m e m , lim ita d o p o r s u a p e r s p e c t iv a h u m a n a ,
n ã o s a b ia a r e s p e it o d a o b r a e x p ia t ó r ia d e Jesus C ris to até
D e u s t ê -la r e v e la d o e d e p o is a r e a liz a d o n a h istó ria h u m a n a .40
206
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO I UM CASO PARA DESCONTINUIDADE
• D e u s é o S e n h o r s o b e r a n o . A b r a ã o c re u q u e D e u s e r a c a p a z
d e fa z e r u m a n o v a n a ç ã o p o r m e io d e le e d e lid a r c o m o p o v o
d e a c o r d o c o m o e le o tratou. E s s a a firm a ç ã o d e fé s e r ia s ig n i
fic a tiv a m e n te m o s t r a d a n o s a n o s s e g u in te s , n o s q u a is A b r a ã o
a p r e n d e u c o m o D e u s c o n tro lo u n a ç õ e s (1 4 .2 2 ), le v a n to u p o v o s
e re is (1 7 .6 ), d e u te r r a a q u e m e le q u is (1 3 .1 5 ), c a u s o u p r a g a s
(1 2 .1 7 ), p r o t e g e u seu povo (1 5 .1 ) e ju lg o u nações (13.13;
15.14). M a s e s s a i d e i a d e c o n v ic ç ã o m o tiv o u t a m b é m a o b e d i
ê n c ia d e fé - A b r a ã o te v e d e ir até a t e r r a e s e r u m a b ê n ç ã o lá,
p o r q u e o S e n h o r a s s im o r d e n o u .
• D e u s é o ju s t o ju iz . A b r a ã o c r e u q u e D e u s g a r a n t ir ia o
sucesso do s e u p la n o , a b e n ç o a n d o os q u e aben çoassem
A braão e a m a ld i ç o a n d o q u a l q u e r q u e o tra ta s s e le v i a n a
m en te. E m o u tra s p a la v r a s , q u a n d o D eus se co m p ro m e
te u c o m A b r a ã o p e l a p r o m e s s a e d e c l a r o u s e u p l a n o d e
a b e n ç o a r o m u n d o p o r m e io d e A b r a ã o , e l e s e p r e p a r o u
p a r a a d is t in ç ã o e n t re a c o n d u t a c o r r e t a e a e r r a d a , e n tre a
b ê n ç ã o e a m a ld iç ã o . C o n s e q u e n t e m e n t e , A b r a ã o p ô d e f a la r
d o ju s to ju iz d e t o d a a t e r r a q u e p o u p a r i a o ju s to q u a n d o
d e s t r u ís s e o ím p io (1 8 .2 5 ,2 6 ).
207
C ontinuidade e descontinuidade
• D e u s é g e n e r o s o . A b r a ã o c r e u q u e D e u s o e s c o lh e u d e n tre
to d a s as p e s s o a s d o m u n d o e q u e p r o m e t e u a b e n ç o á - lo e
t a m b é m a s e u s d e s c e n d e n t e s . E s s a e le iç ã o e e s s a s p r o m e s s a s
de bênção r e v e la r a m a graça d e D eus em s e u p la n o de
a b e n ç o a r o m u n d o p o r m e io d e A b r a ã o .
208
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO'. UM CASO PARA DESCONTINUIDADE
EXPRESSÃO DE FÉ
209
C ontinuidade e descontinuidade
210
O MÉTODO BÍBUCO DE SALVAÇÃO! UM CASO PARA DESCONTINUIDADE
211
C ontinuidade e descontinuidade
212
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO: UM CASO PARA DESCONTINUIDADE
213
C ontinuidade e descontinuidade
A EXPECTATIVA DO SALVO
C o nclusão
214
O MÉTODO BÍBLICO DE SALVAÇÃO í UM CASO PARA DESCONTINUIDADE
215
Parte V
A lei e os Testamentos
8
Knox Chamblin
P rogram a
le i
LEI E ALIANÇA
A LEI E DEUS
220
A lei de M oisés e a lei de C risto
Nem:
►I
221
C ontinuidade e descontinuidade
A APLICAÇAO DA LEI
222
A lei de M oisés e a lei de C risto
A LEI E A PROMESSA
LEI E GRAÇA
223
C ontinuidade e descontinuidade
A LEI E DEUS
LEI E OBEDIÊNCIA
224
A lei de M oisés e a lei de C risto
LEI E PECADO
225
C ontinuidade e descontinuidade
salvação); dos dons que Deus concede aos que obedecem à sua lei
(de forma que o observador da lei espera compensação por ter
direito [julga] e por se vangloriar); e da graça inerente à própria
lei, incluindo a providência da lei ao infrator.
LEI E PERDÃO
A PROMESSA DA LEI
226
A lei de M oisés e a lei de C risto
227
C ontinuidade e descontinuidade
228
A lei de M oisés e a lei de C risto
229
C ontinuidade e descontinuidade
230
A lei de M oisés e a lei de C risto
não substitui, mas interpreta a lei), mas para uma mudança de tempo
(o eschaton havia chegado) e de mestre (Jesus havia chegado para
expor sua própria le i). A inauguração do reino e a chegada do rei
messiânico produzem o fim da era da lei, mas não da própria lei. Ao
contrário, o próprio rei declara que a lei mosaica será preservada
em sua integridade até que tudo se cumpra (v. 18b) - isto é,Até que
o céu e a terra passem (v. 18a) - ou seja, até que o reino de Deus
seja consumado e sua vontade seja feita na terra da mesma forma
que é feita no céu (6.10; cf. 24.34, 35).62 De acordo com 2Timóteo 3,
as sagradas letras não somente apontam para a salvação pela fé em
Cristo Jesus (v. 15), como também permanecem como um guia para o
crente: Toda a Escritura [incluindo a lei mosaica; cf. 1.8,9] é inspirada
p o r Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para
a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra (v. 16,17).63 De fato, por
causa das grandes realidades escatológicas, a lei é agora mais “ pro
veitosa” do que nunca. De acordo com a tradição reformada, o uso
principal ou normativo da lei mosaica é fornecer uma regra de vida
aos cristãos.64
Está claro, com base na evidência acima, que a exigência por
“justiça” (Mt 5.20) é um apelo para redescobrir o AT e ob ed ecer a
certas exigências existentes na lei mosaica, ante a desobediência à lei
por seus adeptos mais escrupulosos (v. 20)65 e o repúdio à lei pelos
falsos profetas antinomistas (7.15-20).66 Descobre-se que a “justiça
que supera” não é o abandono da lei, e sim ir mais profundamente
nela.67 Então percebe-se seus assuntos mais importantes: a justiça, a
misericórdia e a fé (Mt 23.23). Também se descobre, bem no centro
da lei, o duplo mandamento para amar a Deus e ao próximo. Mateus
5.43-48 ensina que o amor dos discípulos, assim como o amor do Pai
celestial, não deve ter limites (v. 48; cf. v. 45-47; Lc 6.36; 10.25-37) -
como já ensinado em Levítico 19, que ordenou amar tanto os israeli
tas compatriotas (v. 18) como os estrangeiros (v. 33,34).68Em Mateus
22.37-40, Jesus não declara uma nova lei, mas recorda os ouvintes
do âmago da lei existente e, no processo, explica todos os manda
mentos separada e efetivamente, todo o AT.69 O que Jesus começa,
os apóstolos continuam (v.Rm 13.8-10; IC o 8.1-13; 13.1-13;G15.6,14,
22,23;T g 2.8; 1Jo 2-5).70
O ensino da lei por Jesus envolve um apelo à obediência
radical. Em Mateus 5-7 Jesus não expõe uma nova lei. O Sermão do
Monte não é um deuteronomium, não é mera repetição do ensino
231
C ontinuidade e descontinuidade
Dimensão civil
Dimensão cúltica
Dimensão m oral
Duplo mandamento
do amor
A LEI E O ESPIRITO
232
A lei de M oisés e a lei de C risto
233
C ontinuidade e descontinuidade
234
A lei de M oisés e a lei de C risto
LEI E GRAÇA
235
C ontinuidade e descontinuidade
236
A lei de M oisés e a lei de C risto
A dimensão moral
Como deixa claro a passagem acima, o amor a Deus e ao
próximo encontra expressão na obediência ao Decálogo.99 A
discussão a seguir dos mandamentos em particular é ilustrativa, não
exaustiva.
O primeiro mandamento é mencionado em Mateus 22.18-22.
Como a m oeda contém a imagem e a inscrição de César, a moeda
pertence a César; por isso é correto que seja dada a ele (v. 21b). Méis
se alguém quer se submeter à autoridade civil sem se sujeitar ao
estatismo e a adoração ao imperador, deve ficar escravizado ao ver
dadeiro Deus (cf. 6.24). A o colocar “ Deus” acima de “ César” , Jesus
condena tacitamente a blasfema inscrição da m oeda.100 Somente
pela adoração unicamente a Deus é que alguém pode ob ed ecer a
César sem se tornar seu escravo.
Quanto ao segundo mandamento, Paulo identifica a idolatria
como um pecado fundamental que dá ensejo a muitos outros (Rm
1.18-32).101
Mateus 12.1-14 está relacionado ao quarto mandamento. Que
a misericórdia é mais importante que o sacrifício (v. 7, citando
237
C ontinuidade e descontinuidade
238
A lei de M oisés e a lei de C risto
239
C ontinuidade e descontinuidade
A dimensão cerimonial
No NT, como no AT, a dimensão moral da lei é inseparável da
cerimonial. Como ilustrado na figura no final da minha seção sobre
Cristo como mestre da lei, o NT testemunha não uma “ descerimonia-
lização” , mas uma “recerimonialização” da lei.
Com relação ao jejum, a vinda de Jesus requer celebração, não
com o intuito de lamentação (Mt 9.14,15a ). Mas dias virão [...] em que
lhes será tirado o noivo (v. 15b), e então o jejum será adequado.114
Apesar de sua presença até a consumação do século (28.20), somente
quanto ele estiver novamente presente por completo (16.27) o jejum
de lamentação e a saudade dos discípulos se tornarão desneces
sários. Jesus não somente permite o jejum; ele o salvaguarda ativa
mente (cada uma das ações geralmente evitadas - 9.16,17 - deve
terminar e não ser preservada), ao mesmo tempo que insiste que
os discípulos jejuem de forma inteligente e alegre - isto é, conside
rando que os últimos dias chegaram (cf. 6.16-18).115
Além disso, as curas realizadas por Jesus e seus apóstolos
caracterizam e celebram a inauguração do reino do Messias (Mt
10.7,8; 11.2-6). São cerimônias de natureza profundamente pessoal,
suplantando as antigas e externas (Mt 12.2) e revelando a centra-
lidade do amor ao próximo (12.11-14). Quando Jesus anuncia na
240
A lei de M oisés e a lei de C risto
A dimensão civil
Quanto às duas outras dimensões da lei mosaica, ocorre uma
transformação - que podem os chamar de uma re-humanização.
Novamente nossa discussão é meramente ilustrativa.
Em ICoríntios 5 o enfoque é o incesto. A contraparte do
tribunal israelita é a igreja cristã reunindo-se em assembléia
judicial pela autoridade de Cristo e de seus apóstolos (v. 3-4). A
lei mosaica exigia que as pessoas que cometessem incesto fossem
mortas (Lv 20.11). Em ICoríntios 5 a pena é a excomunhão (v. 13). O
princípio do julgamento apresentado em Levítico 20.11 é mantido
241
C ontinuidade e descontinuidade
242
A lei de M oisés e a lei de C risto
243
C ontinuidade e descontinuidade
244
A lei de M oisés e a lei de C risto
245
9
Douglas J. Moo
I ntro d ução
248
A lei de M oisés ou a lei de C risto
249
C ontinuidade e descontinuidade
250
A lei de M oisés ou a lei de C risto
C r is t o , o t e a o z d a lei (R m 10.4)
251
C ontinuidade e descontinuidade
252
A lei de M oisés ou a lei de C risto
ansiosamente por Cristo. Mas ele é também o seu “ fim” , visto que nele
o cumprimento da lei encerra aquele período de tempo quando a lei
foi um elemento fundamental no plano de Deus. As duas idéias são
claramente apresentadas no contexto: Paulo censura os judeus por
falharem em ver que a lei teve outros propósitos além de um apelo
às obras (9.31,32) e também por não reconhecerem a justiça de Deus
(10.2,3), uma justiça que se manifestou sem lei (Rm 3.21).
Então, vemos nesse versículo-chave elementos tanto de conti
nuidade como de descontinuidade. Cristo é aquele para o qual a lei
tem apontado; agora que ele veio, existe uma situação totalmente nova
com respeito ao lugar da lei na vida do povo de Deus. Curiosamente,
essa interpretação de Romanos 10.4 resulta numa explicação bem
semelhante às nossas conclusões sobre Mateus 5.17.
253
C ontinuidade e descontinuidade
0 AMOR E A LEI
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A lei de M oisés ou a lei de C risto
255
C ontinuidade e descontinuidade
"DEBAIXO DA LEI".
256
A lei de M oisés ou a lei de C risto
que denota “ legalism o” em Paulo, mas sim as várias frases nas quais
a lei (como Deus a deu) é falsamente entendida como base para
salvação.36No contexto de Romanos 6-7, o significado de “ legalista”
é particularmente inapropriado. A condição de estar “ debaixo da
le i” e se libertar dessa situação pela incorporação na morte de
Cristo (7.4) claramente implica que estar debaixo da lei é uma
condição objetiva que é bem independente da atitude de alguém
para com a lei ou da compreensão dela. Como Ràisànen diz: “ ... é
difícil entender por que um método tão drástico como a morte, tanto
de Cristo como dos cristãos, teria sido necessário para se livrar de
um mero mal entendido a respeito da lei. Uma nova revelação sobre
seu verdadeiro significado teria bastado” .37
Certamente é possível que Paulo inclua condenação em sua
compreensão de estar debaixo da lei. Mas é questionável se isso é
tudo o que se entende disso. Em Romanos 6, sabemos que o principal
assunto não é a isenção da pena do pecado, mas a liberdade do
domínio do pecado. Se o pecado não deve dominar o crente (6.14a),
é necessário mais do que perdão. Afinal, a justificação em si poderia
simplesmente livrar o crente de pecar com impunidade - essa é pre
cisamente a objeção levantada em 6.1. No contexto, então, há razão
para pensar que não estais debaixo da le i envolve mais do que ser
livre de condenação. Essa conclusão encontra apoio em dois outros
fatores contextuais. A última referência a i/ói-ios antes de 6.14 vem
em 5.20a, em que a lei é retratada como uma instigadora do pecado:
Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa. Se a lei funcionou his
toricamente para intensificar o pecado, poderiamos supor que não
estais debaixo da lei descreve a condição de liberdade da instigação
do pecado.
O argumento de Paulo em 6.15ss deve também ser notado.
Exatamente a questão sobre se alguém poderia pecar impunemente
pelo fato de não estar mais sob a lei sugere fortemente que não
estar debaixo da lei, para Paulo, implica não estar debaixo de seus
preceitos. E é interessante notar que Paulo não argumenta em 6.16ss
que a obediência à lei é ainda requerida, mas que a obediência a
Deus ou à justiça é necessária para o cristão. A última é reconheci
damente um argumento de silêncio, mas, apesar disso, é sugestivo.
O que estamos sugerindo, então, é que estar debaixo da lei significa
viver sob o regim e ou domínio da lei.
Tal conceito se ajusta bem a Romanos 6-8, em que Paulo
em prega consistentemente a metáfora de escravidão, liberdade e
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C ontinuidade e descontinuidade
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A lei de M oisés ou a lei de C risto
259
C ontinuidade e descontinuidade
então feita em 4.5; a redenção dos judeus sob a lei tem o propósito
de causar o “ envio do filho” a todos os cristãos.
Esse assunto é importante para a questão do status dos gentios
no AT. Estavam eles, de alguma forma, “ debaixo da le i” ? Paulo nos
fornece apenas pistas, mas argumenta que os gentios têm rela
cionamento com a “ le i” , embora não seja a lei mosaica (Rm 2.14,
15). Talvez seja melhor ver a experiência de Israel com a lei como
paradigma de todas as nações. Embora os gentios não estivessem
“ debaixo da le i” no mesmo sentido que Israel estava, eles seriam
responsáveis pelos padrões morais que Deus havia imposto sobre
eles. Os profetas do AT podem condenar as “ nações” por causa
desse padrão. Além disso, as nações estariam sob a condenação
resultante do fato de terem fracassado em viver de acordo com
os padrões que Deus lhes havia imposto. A advertência de Paulo
em Gálatas 4.21 e 5.4 de que os cristãos gentios que se colocam
sob a le i estão desligados de Cristo sugere a contínua importância
dessa função da lei. Assim, o cumprimento da lei feito por Cristo é
aplicável somente aos que se tornam unidos a ele pela fé; para os
que estão fora de Cristo, tanto judeus como gentios, a “ le i” de Deus
continua a condenar.
Além de estar ü t t ò vó|iov, Paulo diz também que Israel era
ú t t ò TiaiSaytoyóv ( “ debaixo de um p e d a g o g o ", 3.24,25) como um
260
A lei de M oisés ou a lei de C risto
261
C ontinuidade e descontinuidade
Está claro que úttò vó|j.ov aqui não pode designar olhar para a
lei como meio de salvação ou até mesmo estar debaixo da conde
nação da lei. Paulo certamente não faria o primeiro por qualquer
motivo e claramente não poderia, como cristão, fazer o último. O que
Paulo tem em mente é o seu estilo de vida, e deixa claro que não está
sob a obrigação de buscar um estilo de vida ditado pelos preceitos
da lei. A o evangelizar os judeus, ele pode proceder assim; mas, ao
evangelizar os gentios, ele exerce a liberdade de não o fazer. Não
há nada nesse contexto ou no uso de Paulo de yó|ios que justificaria
uma restrição aqui a lei cúltica ou a qualquer parte da lei.47
GÁLATAS 5-6
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A lei de M oisés ou a lei de C risto
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C ontinuidade e descontinuidade
C o nclu são
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C ontinuidade e descontinuidade
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Parte VI
O povo de Deus e os
Testamentos
10
Marten H. Woudstra
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I srael e a igreja : um caso para continuidade
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I srael e a igreja : um caso para continuidade
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C ontinuidade e descontinuidade
certeza que pode ser dito que “ esta é uma inegável referência à
anulação, feita por Cristo, da lei mosaica” e que então “ a formação
de um Israel messiânico, composto por todos os crentes em Cristo,
foi a missão de Jesus” .17 Paulo diz em Romanos 10.12: Pois não há
distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de
todos, rico para com todos os que o invocam (c f. Cl 3.11 e d 3.28).
Jesus mesmo se adianta em afirmar que a fé do centurião
romano é a maior que ele havia visto até então, até mesmo em
“ Israel” . Jesus continua a falar dos muitos que virão para o grande
banquete messiânico do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares
à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus (Mt 8.11). Jesus
diz também que seu irmão, irmã e mãe são aqueles que fazem a
vontade do seu Pai que está no céu (ou que ouvem e praticam a
palavra de Deus [Mt 12.49; cf. Lc 8.21]). Em outras palavras, Jesus
prefere relações espirituais acima de qualquer vínculo de sangue
ou relacionamento familiar. Sua verdadeira mãe e verdadeiros
irmãos não deviam ter precedência sobre os outros, nem qualquer
posição distintiva em seu reino somente com base em relaciona
mento sanguíneo com o Senhor.18
r
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I srael e a igreja : um caso para continuidade
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C ontinuidade e descontinuidade
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Israel e a igreja : um caso para continuidade
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C ontinuidade e descontinuidade
Josué foram tanto pelo Senhor da aliança como pelo povo da aliança.
Mais de uma vez a presença solene de Deus representada na arca
da aliança testemunha que é no estado de assembléia religiosa que
Israel possui a terra prometida.
Um destaque encontrado no livro de Josué é a repetida ênfase
no fato de que todo o Israel - isto é, todas as doze tribos - tomam
posse da terra (v., p. ex., Js 1.12ss e cp. os vários casos nos quais a
excepcional posição de Levi com respeito à posse da terra é men-
cionada:Js 13.14,33; 14.2).Isso estimulou G.J.Wenham a mencionar a
unidade de Israel como um dos leitmotiís (tema principal) do livro.27
Em outras palavras, Israel é sempre “ todo o Israel” . O período
de prova dos quarenta anos de jornada no deserto, durante o qual
uma grande parte do povo morreu, não diminui a posição dos que
entram na terra prometida; eles devem ser vistos como povo de
Deus em sua totalidade. Poderiamos dizer que o “ remanescente” , o
que os israelitas sob Josué na verdade eram, é de fato o povo todo,
somente purificado, reconstituído, novamente focado em sua verda
deira identidade como o povo da aliança, em cujo meio o Senhor
habita com a santa presença do tabernáculo e da arca da aliança.
Voltaremos ao assunto do remanescente depois.
Um interesse fortemente “ religioso” do povo nos dias de Josué
p od e ser observado pela revolta que as tribos do Jordão ocidental
experimentam a respeito da construção do que parecia ser um altar
rival sobre as margens do Jordão feito pelas duas tribos e meia que
habitam no leste (Js 22).
Com exceção do livro de Josué, cujo tom marcante é de um
otimismo de fé, diante do qual inimigos implacáveis desaparecem
e muros amedrontadores caem, os livros restantes dos “ Últimos
Profetas” apresentam com frequência uma história de repetida
apostasia de Israel que se alterna com o livramento divino. O livro de
Juizes nos mostra como Deus constantemente liberta Israel. Samuel
fala-nos de um reino reclamado em desobediência, concedido em
graça, mas personificado por homens pecadores, um dos quais,
o primeiro, foi o oposto do que um rei de Israel deveria ser. Até
mesmo na vida do rei Davi, o homem segundo o coração de Deus, os
pontos negativos não são encobertos, mas expostos com implacável
franqueza. Crônicas serve a um propósito diferente e dá uma apre
sentação mais uniformemente favorável. Além disso, já nos livros de
Reis, a lembrança da santidade exemplar de Davi é recordada em
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I srael e a igreja : um caso para continuidade
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C ontinuidade e descontinuidade
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C ontinuidade e descontinuidade
O u t r a s im a g e n s d a " ig r e j a " t r a n s f e r id a s
do AT para o NT
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C o nclusão
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11
Robert L. Saucy
"O p o v o de D eus"
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I srael e a igreja : um caso para descontinuidade
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C ontinuidade e descontinuidade
N ã o q u e r d iz e r, c la ro , q u e n o N T a i g r e j a s im p le s m e n t e to m o u
o l u g a r d e I s r a e l c o m o p o v o d e D e u s , c o m o s e I s r a e l tiv e s s e
p e rd id o a p r i o r i d a d e q u e lh e fo i d a d a p o r D e u s . E s s e é,
ta lv e z , o m a io r p r o b l e m a c o m o q u a l P a u lo lu ta n a c a r t a a o s
R o m a n o s . S u a c o n c lu s ã o é q u e I s r a e l é e p e r m a n e c e p o v o d e
D e u s , e n ã o fo i r e je it a d o p o r e l e (c f. R m 9 -1 1 , e s p . R m 9.4s;
11.Is).5
A IDENTIDADE DE IS R AEL
O SIGNIFICADO DE ISRAEL NO AT
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Israel e a igreja : um caso para descontinuidade
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C ontinuidade e descontinuidade
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Israel e a igreja : um caso para descontinuidade
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C ontinuidade e descontinuidade
O SIGNIFICADO DE ISRAEL NO NT
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I srael e a igreja : uh caso para descontinuidade
N ã o s o m o s in fo r m a d o s a q u i q u e o s c r is tã o s g e n t io s s ã o o v e r
d a d e i r o Is ra e l. A d is tin ç ã o e m R o m a n o s 9.6 n ã o v a i a lé m d o
q u e é p r e s s u p o s t o e m João 1.47, e c o r r e s p o n d e à d istin ç ã o
e n t r e ’ IouSatos èv tcí kputttú [u m ju d e u q u e o é in t e r io rm e n t e ]
e ’ IouSalos kv tu <j>aveptü [u m ju d e u q u e o é e x t e r io r m e n t e ] e m
R o m a n o s 2.28s., q u e n ã o im p lic a q u e P a u lo e s t e ja c h a m a n d o
o s g e n t io s d e v e r d a d e ir o s ju d e u s .26
299
C ontinuidade e descontinuidade
300
I srael e a igreja : um caso para descontinuidade
A c r e n ç a e m Javé c o m o o D e u s u n iv e r s a l e x ig iu , a ssim , m ú tu o
r e c o n h e c im e n t o en tre ju d e u s e g e n t io s d e q u e o s d o is p e r
te n c ia m a o m e s m o D e u s . P o d e m o s até ir m a is a lé m e d iz e r
q u e q u a lq u e r ten tativa d e q u a lq u e r l a d o d e a p a g a r a n a tu re z a
é tn ic a e cu ltu ra l d o ou tro s e r ia d e s t r u ir o c o n c e ito p a r t ic u la r
d e P a u lo s o b r e a u n id a d e e n tre ju d e u s e g e n t io s .33
301
C ontinuidade e descontinuidade
P a ra P a u lo e x is te a p e n a s u m Is ra e l. E le n ã o fa la - c o m o fa z e m
a lg u n s t e ó lo g o s m o d e r n o s - d e u m “ a n tig o I s r a e l” e d e u m
“ n o v o I s r a e l” . E m n e n h u m lu g a r e le s u g e r e q u e Is r a e l p e r d e u
o u m u d o u s e u c a r á t e r o r ig in a l. E m re s u m o , e le n ã o p r o p õ e
q u a lq u e r n o v a d e fin iç ã o . Is ra e l é o p o v o o u n a ç ã o d e Is ra e l, d e
c u ja id e n t id a d e n in g u é m te v e q u a lq u e r d ú v id a .37
n ã o n e g a a m is s ã o h is tó ric a d e Is r a e l a o m u n d o [...] a p o s iç ã o
e s t r a t é g ic a d e Is ra e l n a h istó ria d a s a lv a ç ã o n ã o e stá c o n fin a d a
ao s e u p a s s a d o , c o m o s e a g o r a e s t iv e s s e a b s o r v id o p e l a ig r e ja .
302
Israel e a igre:a : um caso para descontinuidade
Is ra e l p e r m a n e c e u m a e n t id a d e distin ta n o futuro d o p r o p ó s it o
d e D e u s . A s s im [...] P a u lo s im p le s m e n t e s e r e c u s a a ig u a la r a
i g r e j a g e n t ia a o n o v o / v e r d a d e ir o Is r a e l.38
303
C ontinuidade e descontinuidade
A IDENTIDADE DA IGREJA
304
Israel e a igreja : um caso para descontinuidade
305
C ontinuidade e descontinuidade
306
ê
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C ontinuidade e descontinuidade
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Israel e a igreja : um caso para descontinuidade
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C ontinuidade e descontinuidade
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I srael e a igreja : um caso para descontinuidade
D e s c o n t in u id a d e e um f u t u r o par a I sr a e l
Is r a e l d e v e te r o p a p e l d e u m m e m b r o s a c e r d o t a l n o n ú m e ro
d e e s t a d o s te rre n o s . Is ra e l d e v e fa z e r “ s e r v i ç o ” p a r a to d o o
m u n d o (c f. tb. Is 6 5 .5 ss); e s te é o p r o p ó s it o p a r a o q u a l Is ra e l
fo i e s c o lh id o ...54
311
C ontinuidade e descontinuidade
E óbvio, com base na história, que Israel até agora não realizou
essa missão. Mas até mesmo no AT, quando a nação miseravelmente
desapontou seu Deus, os profetas continuaram a estimular as espe
ranças do povo com profecias de um tempo quando esse propósito
seria realidade. Essas predições forneceram evidência para a des
continuidade entre Israel e a igreja, pois o cumprimento delas é
melhor compreendido em relação a Israel como uma entidade
nacional entre as nações, não por meio da igreja.
UM CANAL DE REVELAÇÃO
312
I srael e a igreja : um caso para descontinuidade
313
C ontinuidade e descontinuidade
E m m in h a o p in iã o , M a rtin B u b e r e s tá c o m p le t a m e n t e c e rto e m
a p o n t a r c o n tra a ig r e ja c ris tã a o lo n g o d o s s é c u lo s a a c u s a ç ã o
d e q u e e la n u n c a r e a lm e n t e fo i fie l a e s s a c r e n ç a d o A T, a e s s a
g r a n d io s a v is ã o d o D e u s d e Is ra e l, a e s s a fé v is io n á r ia n a p o s
s ib i li d a d e d a s a n tific a ç ã o d a t e r r a .60
... s o m e n te u m a n a ç ã o in teira, q u e e n g l o b a p e s s o a s d e to d o s
os tip o s, p o d e d e m o n s t r a r u m a v i d a d e u n id a d e e p a z , o u
r e tid ã o e ju stiç a à r a ç a h u m a n a , c o m o fo r m a d e e x e m p lo [...].
S o m e n te n a ç õ e s , c a d a u m a d a s q u a is u m a v e r d a d e i r a n a ç ã o ,
v iv e n d o à luz d a re tid ã o e d a ju stiça, s ã o c a p a z e s d e e n tra r
e m r e la ç õ e s c o r r e t a s u m a s c o m a s outras. O p o v o d e Is ra e l fo i
in c u m b id o d e d a r o e x e m p lo d e s s a r e a liz a ç ã o .62
314
Israel e a igreja : um caso para descontiimuidade
C o nclusão
315
C ontinuidade e descontinuidade
316
Parte VII
Promessas do reino e os
Testamentos
12
Bruce K. Waltke
I ntro d ução
320
P romessas espirituais do reino
suas próprias idéias? Não deveria a regra ser usada com frequência
pelos dispensacionalistas, que tradicionalmente não viram conexão
entre as promessas do AT e a igreja, que o NT não pode contradi
zer o AT, ser revertido para dizer que o AT não pode contradizer o
NT? Não deveriam temer os teólogos que colocam visões enigmáti
cas de profetas no mesmo nível da mais direta revelação em Cristo?
Lembre-se de como Deus julgou o profeta e a profetisa, Arão e Miriã,
por se colocarem no mesmo nível de Moisés, a quem ele deu revelação
mais direta (c f. Nm 12). A postura que começa primeiro com a inter
pretação dos teólogos do AT em vez dos do NT não é fugir da questão
ao presumir uma hermenêutica para interpretar as promessas antes
de olhar para a própria Escritura? Não são os dispensacionalistas
incoerentes com sua própria teologia, que olha para os ensinos de
nosso Senhor após sua rejeição moral por Israel e para os apóstolos
como regra de fé e prática da igreja, quando começam não exata
mente com a literatura que acham normativa, mas com suas próprias
regras autônomas para interpretar o AT? Lewis Johnson Jr. escreveu:
O u s o d o A n t ig o T e sta m e n to n o N o v o é a c h a v e p a r a a s o lu ç ã o
d o p r o b l e m a d a h e r m e n ê u t ic a . In fe liz m e n te iss o te m s id o
n e g lig e n c ia d o , m a s c e rta m e n te , s e o s a p ó s t o lo s s ã o m e s tre s
c o n fiá v e is d e d o u trin a b íb lic a , e n tã o e le s s ã o in stru to re s c o n
fiá v e is n a c iê n c ia d a h e r m e n ê u t ic a .7
O e m p r e g o d e s s a s e s c ritu ra s [p r o fe c ia s d o A n t ig o T e s ta m e n to ]
c o m o te ste m u n h o s d o k e r y g m a in d ic a q u e a c r is e d e v id o à
q u a l s u r g iu o m o v im e n to c ris tã o é c o n s id e r a d a c o m o a r e a liz a
ç ã o d a v is ã o p r o fé t ic a d e ju lg a m e n t o e r e d e n ç ã o .8
321
C o n t in u id a d e e d e s c o n t in u id a d e
ser interpretados à luz dos evidentes, não o contrário? Assim como a lei
de Moisés é mais clara do que os sonhos e as visões dos profetas (Nm
12.6-8), também as cartas e epístolas apostólicas em discurso claro,
embora reconhecidamente contendo certas coisas difíceis de entender
(2Pe 3.16), são mais claras do que as visões proféticas e as visões sim
bólicas da literatura apocalíptica que precisam de anjos para inter
pretá-las. Devem os teólogos cristãos formular seu modelo teológico
com base em textos simbólicos e distorcer e cortar os que são claros
para adequar seu molde duvidoso? Os modelos teológicos deveríam
ser construídos com base nos claros ensinos de nosso Senhor e seus
apóstolos e então, e somente então, enfeitados com textos simbólicos.
322
P r o m e s s a s e s p ir it u a is d o r e in o
A HISTÓRIA DA SALVAÇÃO
323
C o n t in u id a d e e c e s c o n t in u id a d e
P e d r o c o m p r e e n d e u s e r C r is t o o m e d i a d o r d a s b ê n ç ã o s d a
p r o m e s s a . Isso e s t á c la ro e m s u a a t r ib u iç ã o d a b ê n ç ã o c it a d a
e m A t o s 3.25 à o b r a d o S e r v o (v. 2 6 ).13
324
P r o m e s s a s e s p ir it u a is d o r e in o
325
C o n t in u i d a d e e d e s c o n t in u id a d e
326
P r o m e s s a s e s p ir it u a is d o r e in o
327
C o n t in u id a d e e d e s c o n t in u id a d e
328
P r o m e s s a s e s p ir it u a is d o r e in o
Jesus n ã o o f e r e c e u a o s j u d e u s o r e in o t e r r e n o m a is d o q u e s e
o f e r e c e u a e l e s c o m o s e u g l o r i o s o re i t e rre n o . A q u i p o d e m o s
to m a r n o s s a p o s i ç ã o e m t e r r e n o f ir m e .17
O S e n h o r, d u r a n t e s e u m in is té r io t e r r e n o [...]. A l g u m a v e z s e
a p r e s e n t o u c o m o r e i t e r r e n o [...]? A l g u m a v e z e l e o f e r e c e u
à s p e s s o a s o p r im i d a s d a J u d e ia - p e s s o a lm e n t e o u p e l o s
lá b i o s d e s e u s d is c íp u lo s - o r e in o t e r r e n o q u e lh e s f o r a d ito
e s p e r a r ? A l g u m a v e z e le , p o r p a la v r a o u ato, p r o c u r o u in c ita r
in s u r r e iç ã o c o n tra o g o v e r n o de C é s a r, ou d e u q u a lq u e r
a p o io a a m b i ç õ e s p o lít ic a s d o s ju d e u s ? 18 [...] D e m o d o c la ro ,
se o S e n h o r tiv e s s e p r o n u n c ia d o u m a ú n ic a p a la v r a que
p u d e s s e te r s id o in t e r p r e t a d a c o m o u m a p r o c la m a ç ã o ou
s u g e s t ã o q u e e l e e s t a v a p r e s t e s a r e iv in d ic a r o trono, o u q u e
o a c e it a r ia , te r ia h a v id o m ilh a r e s d e te s t e m u n h a s p a r a p r o v a r
a a c u s a ç ã o . M a s n ã o h o u v e p r o v a d i s p o n í v e l . 19
329
C o n t in u id a d e e d e s c o n t in u id a d e
E t e r n id a d e
P la to n ism o
e g n o s tic is m o Tem po p E ra p o r v ir
E sta e r a i
J u d aísm o |_
Novo P
T e sta m e n to 1
330
P r o m e s s a s e s p ir it u a is d o r e in o
331
C o n t in u id a d e e d e s c o n t in u id a d e
332
Promessas espirituais do reino
O s ig n ific a d o e x a to dessas p a la v r a s de P ed ro te m s id o
d e b a t i d o s o b v á r io s p o n t o s d e v ista . Isto p e l o m e n o s p o d e s e r
d ito c o m s e g u r a n ç a : t o d a a c a s a d e Is ra e l, a g o r a c o m o n o d ia
d e P e n te c o s te , r e c e b e u u m c h a m a d o p a r a r e v e r t e r o v e r e d ic t o
d a v é s p e r a d a P á s c o a e a c e ita r Jesus, r e c o n h e c e n d o -o c o m o
M e s s ia s . T iv e s s e Is r a e l com o um to d o fe ito is s o d u ra n te
a q u e le s d ia s d o P e n te c o s te , c o m o t e r ia s id o d ife r e n t e o c u r s o
d a h is tó ria e d a e v a n g e liz a ç ã o m u n d ia l! C o m o te ria s id o m a is
r á p i d a (p o d e m o s im a g in a r ) a c o n s u m a ç ã o d o r e in o d e C ris to !
M a s é inútil in sistir n o s “p o d e r i a te r s i d o ” d a h is tó ria .33
333
C ontinuidade e descontinuidade
I. O e s q u e m a o r ig in a l36
E sta e r a o u m u n d o A e r a o u m u n d o v in d o u r o
II. O e s q u e m a m o d ific a d o 37
O m u n d o p o r vir,
r e a liz a d o e m p r in c íp io
o
o [n o c é u ]
S 2 • E ra e m u n d o futuro
Ul
'3 p le n a m e n t e r e a liz a d o
^ Ih
rti e m s ó lid a e x is tê n c ia
Ph
d) 0
Pí T3 [n a t e r r a ]
E sta e r a o u m u n d o
334
P romessas espirituais do reino
T ip o l o g ia
335
C ontinuidade e descontinuidade
O m e s m o m u n d o d e r e a li d a d e s e s p iritu a is c e le s t e s , q u e a g o r a
v e io à luz n a p e s s o a e o b r a d e C risto , j á e x is tia d u ra n te o
t e m p o d a a n tig a a lia n ç a e, p o r m e io d a r e v e la ç ã o , s e re fle tiu d e
m a n e ir a t ip o ló g ic a n a e x p e r i ê n c i a r e lig io s a d o a n tig o p o v o d e
D e u s . T a m b é m p o r m e io d a r e d e n ç ã o e s s e m u n d o s e p r o je t o u
n e s s a m e s m a e x p e r iê n c ia . A s s im , p a r c ia lm e n t e e d e n tro d o s
s e u s p r ó p r i o s lim ites, a q u e le p o v o te v e a c e s s o à e d e s fru t o u
336
P romessas espirituais do reino
d a c o m u n h ã o d o m u n d o s u p e r io r q u e a g o r a d e s c e u e s e a b r iu
p a r a o n o s s o p le n o c o n h e c im e n to e p o s s e . 45
E m su m a , e m r e la ç ã o à s a n t id a d e d o lu g a r, o c ristia n ism o
fu n d a m e n ta lm e n te , e m b o r a n ã o siste m a tic a m e n te , su b stitu iu
[e m r e la ç ã o a o e n s in o d o A n t ig o T e sta m e n to s o b r e a t e r r a ] a
s a n t id a d e d a P e s s o a ; e le c ristia n iz o u o e s p a ç o sa n to .47
A base fu n d a m e n ta l d a t ip o lo g ia é t e o ló g ic a . A t ip o lo g ia
b í b l i c a é c o n s tru íd a d ire ta m e n te n a s o b e r a n ia d e D e u s . É e le
q u e m c o n tro la a h istó ria e, c o n s e q u e n t e m e n t e , g u ia o s e v e n to s
de m a n e ir a q u e o s tip o s e n c o n tra m s u a c o r r e s p o n d ê n c ia n o s
antí tip o s .48
P a r a e s c r it o r e s n e o te s ta m e n tá rio s , u m tip o n ã o te m m e r a m e n t e
a p r o p r i e d a d e d e “ t ip ic a lid a d e ” o u d e s im ila r id a d e ; e le s v e e m
a h is tó ria d e Is r a e l c o m o H e ils g e s c h ic h t e , e a s ig n ific â n c ia d e
u m tip o v e te ro te s ta m e n tá rio e stá e m s e u lo c u s p a r t ic u la r n o
p la n o d iv in o d e r e d e n ç ã o . Q u a n d o P a u lo fa la d o s e v e n to s
de Ê x o d o a c o n t e c e n d o c o m o tip o s e e s c r it o s p a r a “ n o s s a
337
C ontinuidade e descontinuidade
a d m o e s t a ç ã o ” , n ã o p o d e h a v e r d ú v id a d e q u e , n a m e n te d o
a p ó s to lo , a in te n ç ã o d iv in a é a e s s ê n c ia , tanto n a o c o r r ê n
c ia c o m o e m s e u re g istro . A ló g i c a d a e x e g e s e t ip o ló g ic a n o
N T n ã o é s o m e n te “ a c o n t in u id a d e d o p r o p ó s it o d e D e u s n a
h istó ria d e s u a a lia n ç a ” , m a s t a m b é m s e u s e n h o r io e m m o ld a r
e u s a r a h istó ria p a r a r e v e la r e ilu m in a r s e u p ro p ó s ito . D e u s
e s c r e v e s u a s p a r á b o l a s n a s a re ia s d o t e m p o .49
M a s a E sc ritu ra é u m p r o d u t o tão d iv in o q u a n to h u m a n o ; D e u s
é a fon te, e o h o m e m , o a g e n t e d e s u a c o m u n ic a ç ã o . U m a v e z
q u e a E sc ritu ra , e m ú ltim a a n á lis e , v e m d e D e u s , a in te n ç ã o
d e le d e q u e a r e v e la ç ã o d o A n t ig o T e sta m e n to d e v e r i a a n s ia r
p e lo N o v o d e v e s e r r e c o n h e c id a [...]. N e s s e se n tid o , en tão,
a firm a m o s q u e a p o s s i b i l i d a d e d e p r o f e c ia é u m a c a r a c t e r ís
tica e s s e n c ia l d e u m tip o .50
F o ra d isso , a e x a ta n a tu re z a d o te rm o “ c u m p r i d o ” , tão c o m u m
n a in tro d u ç ã o d o antítipo n o N o v o T e stam en to , ju stific a n o s s a
c o n c lu s ã o s o b r e a p o s s i b i l i d a d e d e p r o f e c ia d o s tip o s .51
338
P romessas espirituais do reino
c o lo c a ç ã o d e o p o s to s , c o m o A P r im e ir a e a U ltim a, o C o m e ç o
e o F im [...] a A n t ig a e a N o v a A lia n ç a s ; tirar a p r im e ir a e e s t a
b e l e c e r a s e g u n d a ; g l ó r i a a b o l i d a e g l ó r i a q u e s o b r e p u ja ; a
le i d a s o b r a s e a le i d a fé ; a m a ld iç ã o in c o r r id a e a m a ld iç ã o
r e m o v id a ; a le i d a d a p o r M o is é s e g r a ç a e v e r d a d e p o r Jesus
C ris to ...52
A d e d u ç ã o é q u e a n a ç ã o ju d a ic a n ã o tem m a is lu g a r c o m o
p o v o e s p e c ia l d e D e u s ; q u e o lu g a r fo i to m a d o p e l a c o m u n i
d a d e cristã, e n e la o s p r o p ó s it o s d e D e u s p a r a Is ra e l d e v e m
s e r c u m p r id o s .53
339
C ontinuidade e descontinuidade
P r o f e c ia
FORMAS DE ORÁCULOS
E le s tê m u m a m a n e ir a a t r a p a lh a d a d e fa la r, c o m o p e s s o a s q u e ,
e m v e z d e a g i r d e m a n e ir a o r d e n a d a , p a s s a m d e u m a c o is a
p a r a a s e g u in te , d e m o d o q u e n ã o s e p o d e c o m p r e e n d ê - lo s o u
v e r o q u e e s tã o in s in u a n d o .55
340
P romessas espirituais do reino
341
C ontinuidade e descontinuidade
com seu sermão anterior: £ todos os profetas, a com eçar com Samuel,
assim como todos quantos depois falaram, também anunciaram
estes dias (At 3.24). Ele aplicou esse princípio hermenêutico a Joel
2.28-32, afirmando que na primeira interpretação pós-Pentecoste
do AT o que acontecera no Pentecoste fora o que Joel havia profe
tizado (At 2.16). Tiago, dirigindo-se ao primeiro concilio da igreja,
convocou a assembléia para considerar o destino dos gentios na
igreja, chegando à conclusão, com aprovação apostólica, de que a
salvação dos gentios concordava com a expectativa profética (At
15.14ss). Paulo, com referência à alegria dos gentios em encontrar
essa salvação, cita Isaías 11.10- Naquele dia, recorrerão as nações à
raiz de Jessé que está posta p o r estandarte dos povos; a glória lhe será
a morada. O escritor de Hebreus interpreta a nova aliança, origina-
riamente endereçada à casa de Israel e Judá, como cumprida na era
da igreja (Hb 8.7-13).
A menos que se recorra ao desesperado argumento de que
existem duas novas alianças, uma para Israel e outra para a igreja,
chega-se à inevitável conclusão, com base em Hebreus 8.7ss, de que
a igreja em Cristo cumpre as promessas dadas a “ Israel” e “Judá” (Jr
31.31 e,p or dedução, as dezesseis outras referências à nova aliança
no A T ).
LINGUAGEM SIMBÓLICA
342
P romessas espirituais do reino
S u p o r q u e o a n tig o ritu a l s e r á r e s t a u r a d o d e v e r i a s e r a b o m in á
v e l a q u a lq u e r u m q u e e n c a r e c o m s e r i e d a d e a m e n s a g e m d o
liv ro d e H e b r e u s [...]. C o m C ris to v in d o d a trib o d e Judá (n ã o
d e L e v i ), h á u m a m u d a n ç a tanto d o s a c e r d ó c io c o m o d a le i ( H b
7 .1 2 -1 4 ). E s s a m u d a n ç a é d ra m á tic a e d e lo n g o a lc a n c e .S9
343
C ontinuidade e descontinuidade
PROFECIA GENÉRICA
344
P romessas espirituais do reino
T o d a c h e g a d a h is tó ric a d e s s e d ia [d o S e n h o r ] é s e m p r e tip o
e p r o m e s s a d e s u a v in d a fin a l e fo r m a u m a a n t e c ip a ç ã o d a
c o n s u m a ç ã o .65
PROCESSO CANONICO
... o r e c o n h e c im e n t o d e q u e a in te n ç ã o d o texto t o r n o u -s e m a is
p r o fu n d a e m a is c la r a q u a n d o o s p a r â m e t r o s d o c â n o n fo r a m
345
C ontinuidade e descontinuidade
M a s até m e s m o a r e s t a u r a ç ã o e x t e r i o r n ã o n o s le v a a u m tip o
d e e s c a t o l o g i a n a c io n a lis t a c e n t r a d a e m I s r a e l. A r e s t a u r a
ç ã o é t íp ic a e e n t r e t e c id a n a v i n d a fin a l d o r e in o d e Javé,
t r a z e n d o p l e n a e e t e r n a s a lv a ç ã o a o s e u p o v o . O r e t o r n o d o
e x ílio , o r e p o v o a m e n t o d o p a í s e a r e c o n s t r u ç ã o d o t e m p lo
s ã o v is t o s i d e a lm e n t e e m s e u r e la c io n a m e n t o c o m a i m p o r
tâ n c ia d o triu n fo fin a l d o r e in o d e D e u s ; e, a s s im , u m p o u c o
d e s s a e te rn a g ló r ia já p e r m e ia a d e s c r iç ã o d a s r e a lid a d e s
t e r r e n a s .70
346
P romessas espirituais do reino
E n tã o é e v id e n t e q u e n e m u m a e x p lic a ç ã o p u r a m e n t e e s p i r i
tual, n e m p u r a m e n t e literal, p o d e c o m p r e e n d e r a p le n it u d e d a
p r o c la m a ç ã o p r o fé t ic a .71
E m b o r a p o s s a p a r e c e r p a r a d o x a l, a r e v e la ç ã o n ã o e v ito u a q u i
u n ir o e t e r n o e m p o n t o d e d u r a ç ã o c o m o t e m p o r á r io e m
p o n t o d e c o n stitu iç ã o .73
347
C ontinuidade e descontinuidade
C o nclu são
T a lv e z n ã o e x is ta u m a p a r t e d a t e o lo g ia tão c o m p le x a e e m q u e
o s t e ó lo g o s d iv ir ja m tanto c o m o o c a m p o d a s e x a t a s c o n c o r
d â n c ia s e d ife r e n ç a s en tre a s d u a s d is p e n s a ç õ e s , d e M o is é s e
d e C ris to .75
T o d o s o s s ín o d o s o u c o n c ílio s , d e s d e o s t e m p o s d o s a p ó s to lo s ,
g e r a is o u p a rt ic u la r e s , p o d e m e r r a r ; e m u ito s e r r a r a m . P o r
c o n s e g u in t e , e l e s n ã o s ã o fe ito s p a r a e s t a b e le c e r a r e g r a d e
fé e p r á t ic a ...76
348
P romessas espirituais do reino
349
13
Promessas espirituais e
nacionais do reino
O r e in o de D eus d e f in id o
M a s d u ra n te t o d a s u a r e p e t id a m e n ç ã o d o re in o d e D e u s J e s u s
n u n c a p a r o u p a r a d e fin i-lo . N e m q u a lq u e r o u v in te ja m a is o
in t e r r o m p e u p a r a p e r g u n t a r : “M e s tre , o q u e s ig n ific a m e s s a s
p a la v r a s ‘R e in o d e D e u s ’ q u e u s a s c o m tanta fr e q u ê n c ia ? ” A o
c o n trá rio , Jesus u s o u o te rm o c o m o s e tiv e s s e c e r t e z a d e q u e
s e r ia c o m p r e e n d id o , e d e fato foi. O r e in o d e D e u s e s ta v a n o
v o c a b u lá r io d e q u a lq u e r ju d e u . E ra a lg o q u e e le s c o m p r e e n
d ia m e p e l o q u a l e s p e r a v a m m u ito .1
352
P r o m e s s a s e s p ir it u a is e n a c io n a is d o r e in o
. . . a r e s p e i t o d o r e in o d e D e u s e d o n o m e d e J e su s C r is to (A t
8. 12);
... d is s e r ta n d o e p e r s u a d i n d o c o m r e s p e i t o a o r e in o d e D e u s (A t
19.8);
...p a ra te s te m u n h a r o e v a n g e lh o da g ra ç a d e D e u s [...] p r e g a n d o
o r e in o [...] P o r q u e ja m a is d e ix e i d e v o s a n u n c ia r to d o o d e s íg n io
d e D e u s (A t 2 0 .2 4 -2 7 );
... lh e s fe z u m a e x p o s iç ã o e m te s te m u n h o d o r e in o d e D e u s ,
p r o c u r a n d o p e r s u a d i -l o s a r e s p e it o d e J e su s, tanto p e l a le i d e
M o i s é s c o m o p e l o s p r o fe t a s (A t 2 8 .2 3 );
O r e in o de D eu s e o p l a n o d a p r o m e s s a de D eus
353
C o n t in u id a d e e d e s c o n t in u id a d e
354
P r o m e s s a s e s p ir it u a is e n a c io n a is d o r e in o
E f o i -l h e d a d o [p e l o a n c iã o b e m id o s o ] d o m ín io , e g ló r ia , e o
re in o , p a ra q u e o s p o v o s , n a ç õ e s e h o m e n s d e to d a s a s lín g u a s o
s e r v is s e m ; o s e u d o m ín io é d o m ín io e te r n o , q u e n ã o p a ssa rá , e o
s e u r e in o ja m a is s e r á d e s t r u íd o (D n 7 .1 4 ).
O re in o , e o d o m ín io , e a m a je s t a d e d o s r e in o s d e b a i x o d e t o d o
o c é u s e r ã o d a d o s a o p o v o d o s s a n to s d o A ltís s im o ; o s e u r e in o
s e r á r e in o e te r n o , e t o d o s o s d o m ín io s o s e r v ir ã o e lh e o b e d e
c e r ã o (D n 7 .2 7 ).
355
C o n t in u id a d e e d e s c o n t in u id a d e
H á d ife r e n ç a n o g r a u d e e x te n s ã o . Q u e p e s s o a s e te rra s e s tã o
in c lu íd a s n e s te c o n c e ito d e r e in o d e D e u s ?
H á d ife r e n ç a s o b r e a fo r m a d o g o v e r n o d e D e u s . É in te rio r e
e s p iritu a l, o u é v is ív e l, m a te ria l, p o lític a , e x t e r n a o u a m b o s ?
H á d ife r e n ç a s o b r e o te m p o d o in ício d e s s e g o v e r n o e r e in a d o
de D e u s . E le com eçou na ascensão? No P e n te c o s te ? Ou
c o m e ç a r á s o m e n te n u m a futura p a r ú s ia e e p ifa n ia / te o fa n ia ? 6
O REINO ETERNO
356
P r o m e s s a s e s p ir it u a is e n a c io n a is d o r e in o
E m t o d a a E sc ritu ra p a r e c e h a v e r u m a c o n tr a d iç ã o n a lin h a d e
r e v e la ç ã o c o n c e r n e n t e a o re in o s o b r e o q u a l D e u s g o v e r n a . P o r
u m la d o , o re in o é visto c o m o e t e r n o e, p o r outro, c o m o t e m p o
r á rio , c o m d e fin id o início, p r o g r e s s o e térm in o . N o v a m e n t e e le
é d e s c r it o tanto c o m o u n iv e rs a l c o m o lo c a l. H á d o is tip o s d e
a d m in is tra ç ã o : a a d m in is tra ç ã o d ire ta d a s o b e r a n ia d e D e u s
e a a d m in is tra ç ã o in d ire ta p o r m e io d e s o b e r a n o s n o m e a d o s .
T o r n a -s e , a ssim , n e c e s s á r io v e r q u e o r e in o s o b r e o q u a l D e u s
g o v e r n a te m d o is a s p e c t o s s e p a r a d o s , o e t e r n o e o t e m p o r á
rio , o u n iv e rs a l e o lo c a l, s e m in t e r m e d iá r io s e o r e g i d o p o r
in t e r m e d iá r io s .7
E m b o r a o s d is p e n s a c io n a lis t a s te n h a m a t e n d ê n c ia d e e n fa tiz a r
a e x p r e s s ã o r e in o d o c é u r e la c io n a n d o -o a o futuro re in o m e s
siân ico , o te rm o t a m b é m s e a p lic a a o re in o n a p r e s e n t e e r a
[...]. É t a m b é m v e r d a d e q u e o r e in o d e D e u s é u s a d o tanto
p a r a a p r e s e n t e e r a c o m o p a r a o re in o m e s s iâ n ic o . E m o u tra s
p a la v r a s , n e m a e x p r e s s ã o r e in o d e D e u s n e m r e in o d o c é u s ã o
e m si m e s m a s te rm o s té c n ic o s q u e s e a p liq u e m a o re in o m e s
siâ n ico . N o c o n te x to d e c a d a v e r s íc u lo p o d e s e r d e t e r m in a d o
s e é u m a r e f e r ê n c ia à fo r m a p r e s e n t e d o r e in o o u d o futuro
r e in o m e s s iâ n ic o .8
O s p r é -m ile n a r is t a s e s tã o a c o s t u m a d o s a d e s i g n a r o re in o
e t e r n o c o m o o re in o d e D e u s e o p r o g r a m a te rre n o c o m o o
r e in o d o c é u . T al d is tin ç ã o c a t e g ó r ic a n ã o p a r e c e e s ta r a p o i a d a
p e l o u s o b íb lic o . A m b o s o s te rm o s s ã o u s a d o s c o m r e s p e it o a o
r e in o e t e r n o (M t 6.33 c o m 18.3-6; 7.21 e 19.14 c o m M c 10.14).
A m b o s o s te rm o s s ã o u s a d o s c o m r e f e r ê n c ia a o futuro re in o
m ile n a r (M t 4.17 e M c 1.14,15; cf. M t 3.2; 5.3,10; 6 .1 0 ;...). E os
d o is te rm o s s ã o u s a d o s c o m r e f e r ê n c ia à fo r m a p r e s e n t e d o
r e in o (M t 13.11; M c 4.11; Lc 8 .1 0 ). A d ife r e n ç a n ã o e stá n o s
te rm o s, m a s e m s e u u s o n o c o n te x to .9
357
C o n t in u id a d e e d e s c o n t in u id a d e
358
P r o m e s s a s e s p ir it u a is e n a c io n a is d o r e in o
359
C o n t in u i d a d e e d e s c o n t in u id a d e
360
P r o m e s s a s e s p ir it u a is e n a c io n a is d o r e in o
S ig n ific a , s im p le s m e n t e , q u e a e v a n g e li z a ç ã o d e I s r a e l n ã o
s e r á c o m p le t a d a a n te s d o fim d a p r e s e n t e e r a , q u e v e m c o m o
a d v e n t o d o F ilh o d o h o m e m . A p a s s a g e m p a r a l e l a e m M a r c o s
te m u m a d e c l a r a ç ã o s e m e lh a n t e q u e , en tre tan to , le v a m a is
e x p lic it a m e n t e e m c o n s i d e r a ç ã o a e v a n g e li z a ç ã o d o g e n t io e
necessário que primeiro
d o ju d e u : a n te s d o fim d o s t e m p o s é
o evangelho seja pregado a todas as nações (M c 13.10... |cf.]
M t 2 4 .1 4 ).12
361
C o n t in u id a d e e d e s c o n t in u id a d e
E su fic ie n te d e s t a c a r q u e o s p r o fe t a s v ir a m o s e v e n to s à luz
d a r e je iç ã o , n a o r d e m r e a l e m q u e a c o n t e c e r a m , n ã o e m su a
o r d e m p o s s ív e l. E s s a o r d e m n ã o t r a n s g r id e a a u te n tic id a d e d a
o fe rta , m a s m o s tra q u e a r e je iç ã o d a o fe r t a fo i o m e io fix a d o d e
r e a liz a r o fim d e s e j a d o p o r D e u s . 13
362
P r o m e s s a s e s p ir it u a is e n a c io n a is d o r e in o
363
C o n t in u id a d e e d e s c o n t in u id a d e
364
P r o m e s s a s e s p ir it u a is e n a c io n a is d o r e in o
365
C ontinuidade e descontinuidade
N ã o in terp re ta m o s “ e n tã o ” o u “d e p o is d isto ” . M a s n ã o h á ra z ã o
p a r a e x c lu ir a p o s s ib ilid a d e d e q u e e ste “ e a ssim ” s e ja u m evento
366
P romessas espirituais e nacionais do reino
Não d e v e r ia h a v e r c o n tro v é rs ia s e n ã o q u e P a u lo c o n s id e r a
e s s a s p r o fe c ia s d o A T tão a p lic á v e is à re s ta u ra ç ã o d e Is ra e l
[...] E las e n g lo b a m o s e le m e n to s d e u m a e x p a n s ã o d a b ê n ç ã o
d o e v a n g e lh o c o m o P a u lo e n u n c ia n os v e rs íc u lo s 25 e 26. O s
e le m e n to s d e s s a s c ita ç õ e s e s p e c ific a m p a r a n ó s o q u e está
e n v o lv id o n a s a lv a ç ã o d e Is ra e l [...]. A ss im , a c o n s e q u ê n c ia
é q u e a futura re sta u ra ç ã o d e Is ra e l é c o n firm a d a p o r n a d a
m e n o s q u e a s e g u r a n ç a d e p e r t e n c e r à instituição d a a lia n ç a [a
p r o m e s s a p a tria rc a l e d a v íd ic a ].18
367
C ontinuidade e descontinuidade
C o nclusão
N ã o c o n s is te e m c o m e r o u b e b e r ; m a s e m ju s tiç a , p a z e a le g ria
n o E s p írito Santo (R m 14.17);
N ã o c o n s is te e m p a la vra s, m a s e m p o d e r ( I C o 4 .2 0 );
N ã o p o d e se r h e rd a d o p e la c a rn e e p e lo sa n g u e ; n e m o q u e é
p e r e c í v e l p o d e h e r d a r o i m p e r e c í v e l ( I C o 15.50);
Está e n tr e ( è v r ò ç ) v ó s (L c 17.21).
368
P romessas espirituais e nacionais do reino
M a s , n o s d ia s d e s t e s reis, o D e u s d o c é u su scita rá u m r e in o q u e
n ã o s e r á ja m a is d e s t r u íd o ; e s t e r e in o n ã o p a s s a r á a o u tro p o v o ;
e s m iu ç a r á e c o n s u m ir á t o d o s e s s e s r e in o s , m a s e l e m e s m o s u b
sistirá p a ra s e m p r e (D n 2 .4 4 ).
A t e n d e i v ó s , p o is , à p a r á b o l a d o s e m e a d o r . A to d o s o s q u e
o u v e m a p a la v ra d o r e in o [...] e a c o m p r e e n d e ; e s t e frutifica
e p r o d u z a c e m ; a s e s s e n t a ; e a trinta p o r u m (M t 1 3 .1 8 ,1 9 ,2 3 ).
S e ,p o r é m , e u e x p u ls o d e m ô n io s p e l o Espírito d e D e u s, c e r ta m e n te
é chegado [êc^Gacrcv, “c h e g a r a, c h e g a r s o b r e ” , n ã o èyyíCto, q u e
sig n ific a “c h e g a r p e r t o ”] o r e in o d e D e u s s o b r e v ó s (M t 12.28).
369
C ontinuidade e descontinuidade
C o n ju r o -t e , p e r a n t e D e u s e C r is t o Jesus, q u e h á d e ju l g a r v iv o s
e m o r t o s , p e l a su a m a n ife s ta ç ã o e p e l o s e u r e i n o (2 T m 4 .1 ).
... A g o r a v e i o a sa lva çã o, o p o d e r , o r e in o d o n o s s o D e u s e a
a u to r id a d e d o s e u C r i s t o ;p o i s fo i e x p u ls o o a c u s a d o r d e n o s s o s
ir m ã o s ( A p 12.10).
370
P romessas espirituais e nacionais do reino
II. B. C u m p r im e n t o final:
II. A . A s p e c t o m a is restrito d o
p r o p ó s it o d e D e u s :
I. B. C u m p r im e n t o final:
I. A . A s p e c t o m a is a m p lo d o
p r o p ó s it o d e D e u s :
371
C ontinuidade e descontinuidade
372
Epílogo
John S. Feinberg
C o nclusõ es
Com base em uma análise dos ensaios neste volume, fica claro
que em alguns assuntos os dois lados estão muito próximos e, em
outros, ainda há grande distância. Sem dúvida, a área de menor grau
de diversidade de opinião é o assunto da salvação. Am bos os lados
concordam que existe apenas um meio de salvação ensinado na
Escritura. Embora os representantes de ambos os lados apresentem
seus pontos de vista de uma forma ligeiramente diferente, há acordo
básico sobre assuntos centrais. Por outro lado, há grande diversi
dade de opinião representada pelos ensaios relacionados à lei e às
promessas do reino. Isso não quer dizer que os ensaios neste volume
representam todas as posições possíveis sobre esses assuntos, mas
que as posições apresentadas estão em absoluto contraste.
Segundo, todos os autores concordam que a relação dos
Testamentos é tanto de continuidade como de descontinuidade.
Mesmo os que veem mais continuidade, veem descontinuidade e
vice-versa. E penso que o leitor acharia que nossos ensaístas têm
muitas características de outros escritores sobre esses temas. Seria
difícil encontrar exemplos de posições que sustentem absoluta con
tinuidade ou absoluta descontinuidade entre os Testamentos.
Terceiro, além do conteúdo dos ensaios, este volume oferece
exemplos de diferentes métodos de fazer teologia. Alguns dos
ensaístas confiam de maneira expressiva na análise histórica, outros
usam o que poderia ser denominado de uma abordagem mais filo
sófica, enquanto ainda outros assumem uma abordagem decisiva
mente (quase exclusivamente) exegética. Embora o tema particular
da área designada (lei, povo de Deus, sistemas teológicos, p. ex.) de
certa forma determine a metodologia, os autores que trabalham no
mesmo tema nem sequer usam a mesma metodologia.
Talvez a diferença mais interessante metodologicamente
esteja nos dois ensaios sobre hermenêutica. A abordagem de
374
E pílogo
M a is a s s u n t o s p a r a um f u t u r o e s t u d o
375
C ontinuidade e descontinuidade
376
E pílogo
377
C ontinuidade e descontinuidade
378
Em homenagem a
John A. Sproule
S
e fosse perguntado ao dr. Johnson como ele mais gostaria de
ser lembrado, creio que uma de suas respostas seria a que
está refletida no título acima - como um teólogo e pregador
da palavra de Deus. Claro, ele é muito mais. Entre seus colegas e
estudantes, ele é considerado um destacado professor de teologia,
estudos do NT e exegese bíblica. A todas essas disciplinas ele traz
uma rica experiência dos clássicos idiomas, especialmente latim e
grego. Além disso, ele é igualmente proficiente em hebraico bíblico
como em grego do NT.
Todo pregador digno de ser ouvido tem em seu coração a
grande paixão tanto em edificar os “ santos” com a sã doutrina, como
em levar os pecadores ao Salvador. Lewis Johnson faz isso de maneira
ímpar - mesmo hoje, numa época em que a atenção da igreja está
C ontinuidade e descontinuidade
Jo h n s o n , o teó lo g o
382
U ma homenagem
383
C ontinuidade e descontinuidade
384
Uma homenagem a
S. Lewis Johnson Jr.
C. Samuel Storms
386
Uma homenagem
Q u a n d o a r e lig iã o s e a ju sta r c o m p le t a m e n t e a o n o s s o p e n s a r ,
se n tir e a g ir, e n tã o serem o s v e r d a d e ir a m e n t e c a lv in ista s.
P o r e s s e m otivo, o s q u e tiv e ra m u m v is lu m b r e d e s s a s c o is a s
a m a m a p a ix o n a d a m e n t e o q u e o s h o m e n s c h a m a m d e “ c a lv i
n is m o ” , à s v e z e s c o m d e s d é m . É p o r is s o t a m b é m q u e e le s s e
a p e g a m ao c a lv in is m o c o m tanto e n tu sia sm o . E s s e m o d e lo n ã o
387
C ontinuidade e descontinuidade
é m e r a m e n t e a e s p e r a n ç a d a v e r d a d e i r a r e lig iã o n o m u n d o :
e le é a v e r d a d e i r a r e lig iã o n o m u n d o até o p o n to e m q u e a
v e r d a d e i r a r e lig iã o s e m a n ife s ta a q u i . 1
388
Notas
C a p ít u l o 1
390
N otas
391
C ontinuidade e descontinuidade
392
N otas
393
C ontinuidade e descontinuidade
C apítulo 2
394
N o ta s
4 Parker, p. 182.
sW. S. Reid, “ Calvin, John” , in Evangelical dictionary o f theology,
Walter Elwell, ed. (Grand Rapids: Baker, 1984), p. 185-6.
6Packer, p. 151
7Institutas, livros I, II.
8Packer, p. 158-9.
9 Graafland, p. 23.
10V. importantes observações de Calvino sobre este versículo
em seu comentário.
11 G. Schrenk, Gottesreich und Bund im alteren Protestantismus
vornehmlich b e i Johannes Coccejus (Gutersloh, 1923), p. 46; citado
por Van Genderen, p. 77.
12Importante para uma comparação de Bullinger e Calvino é o
assunto da tradição das duas alianças. Primeiro, a controvérsia ficou
centrada em se Bullinger teve uma visão suficientemente desenvol
vida da aliança. A. J. ’t Hooft, De Theologie van Heinrich Bullinger in
Betrekking tot de Nederlandse Reformatie (Amsterdam, 1888); Ernst
Koch, Die theologie der Confessio Helvetica Posterior (Neukirchen:
Neukirchen-Vluyn, 1968), p. 416. Segundo, a discordância centra
lizou-se nas diferenças entre a definição de aliança por Zuínglio/
Bullinger e Calvino. Cf. Jens Moller, “ The beginnings of puritan
covenant theology” , JEH 14 (1963): 46-67; Richard Greaves, “ The
origins and early development of english covenant thought” , Hist 31
(1968):21-35;J.Wayne Baker, Heinrich Bullinger and the covenant: the
other reform ed tradition (Athens: Ohio University Press, 1980). Para
uma refutação desta tese, cf. Lyle D. Bierma, “ The covenant theology
of Caspar Olevian” (Tese da Duke University, 1980), v. esp. p. 41-54;
90-2; Lyle D. Bierma, “ Federal theology in the sixteenth century: two
traditions?” , WTJ 45 (1983): 304-21. Vos ( The covenant, p. 2-3) atribui
o desenvolvimento da aliança como um tema dominante para os
teólogos de Zurique.
13 Olevianus, Concerning the nature o f the covenant o f grace
between God and the elect (1585).
14 R. V. Schnucker, “ H eidelberg Cathecism” , Evangelical
dictionary o f theology, p. 504; H. Hoekema, The H eidelberg Catechism.
15 Zacharias Ursinus, The commentary on the H eidelberg
Catechism (Phillipsburg: Presbyterian & Reformed, reprod. da ed. de
1852), p. 97. Ursino afirma, também, que Deus é o autor e que Cristo
395
C o n t in u id a d e e d e s c o n t in u id a d e
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N o ta s
397
C o n t in u id a d e e d e s c o n t in u id a d e
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C apítulo 3
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C ontinuidade e descontinuidade
414
N otas
Jack Weir, “ Analogous fulfillment: the use of the Old Testament in the
N ew Testament” , PRS 9 (prim avera 1982): 67-9; e Samuel Ballentine,
“ The interpretation of the Old Testament in the N ew Testament” ,
SwJT 23 (1980-81), para vários estudos sobre as formas em que o NT
usa o AT. Como eles observam, alguns daqueles usos tomam o AT no
mesmo sentido que o escritor do AT usou.
75 O. Palmer Robertson, “ Gênesis 15.6: N ew Covenant exposi-
tions of an Old Covenant text” , WTJ 42 (primavera 1980): 279-81.
76 Observe, p. ex., os comentários de Hoekema sobre interpre
tação tipológica, p. 211; queixa de Allis em relação ao mesmo sentido
básico concernente ao dispensacionalismo, p. 256; e Mark W. Karlberg,
“Legitimate discontinuities between the Testaments” , JETS 28 (mar.
1985): 16,18 (especialmente em nota de rodapé) e 19, onde ele chama
atenção para o seu trabalho e também cita Berkhof ,Fairbairn e Allis com
o mesmo sentido. V tb. Patrick Fairbairn (The interpretation ofprophecy
e The typology o f Scripture, 2 vols.) como discutido em VanGemeren,
p. 260, 267. Finalmente, v. Wolff, p. 456-61, que inicialmente chama a
relação entre pessoas, eventos etc. do AT e do NT de analogia, mas
então fala de interpretação tipológica.
77 David L. Baker, “ Typology and the christian use of the Old
Testament” , SJT29 (abr. 1976): 146-8.
78Ib id ., p. 150.
79Ibid ., p. 149.
80Ib id ., p. 152.
81 Claro, todos concordam que a aliança mosaica foi condicio
nal. Na estrutura da aliança havia instruções sobre o que aconteceria
se alguém a violasse e o que aconteceria se isso não acontecesse. Ao
falar sobre as alianças incondicionais, os dispensacionalistas não estão
dizendo que nenhuma aliança jamais foi condicional, mas somente que
alianças como a abraâmica, davídica, palestina são incondicionais. Para
um excelente estudo da história da interpretação reformada da aliança
mosaica, v. Mark W. Karlberg, “ Reformed interpretation of the mosaic
covenant” , WTJ AZ (outono 1980).
82Allis, p. 32.
83 Não somente esta é minha opinião; W alvoord também
argumenta da mesma forma em seu “ G race” , p. 105-6.
84 Robertson, p. 246-8.
415
C ontinuidade e descontinuidade
416
N otas
417
C ontinuidade e descontinuidade
errados a respeito do reino, mas ele não o fez. Conquanto seja sempre
possível que eles tenham pensado que haviam se apropriado do reino
mas não o disseram, isso parece altamente improvável. Outros res
ponderão com Mateus 21.43. Entretanto, é crucial notar que Jesus está
falando aos sumos sacerdotes e fariseus, e que eles perceberam que
ele havia falado especificamente deles (v. 45). Claro, este juízo sobre
eles também se aplicaria a qualquer israelita que deixasse de atender
aos requisitos do reino. Desde que a grande maioria dos judeus dos
dias de Jesus o rejeitou, o reino foi tirado deles. Mas outras passagens
já mencionadas mostram que o reino não está perdido para todo o
Israel nem para sempre. Assim, em vez de mostrar que Deus cancelou
a promessa para todo o Israel, o versículo (esp. quando entendido
com outras passagens que mostram que as promessas ainda éstão em
vigor) meramente revela o princípio de que, mesmo com uma aliança
incondicional, a bênção dessa aliança está sempre condicionada à
crença e à obediência.
104 G. C. Berkouwer, The return o í Christ (Grand Rapids:
Eerdmans, 1972), p. 326-7. Isso não significa que Berkouwer espera
que a eleição de Israel seja expressa exatamente como fazem os
dispensacionalistas, mas seu argumento fundamental está correto.
Se Deus e le g e alguém ou algum grupo e lhes promete incondicio
nalmente algo (salvação ou o que for), pode-se esperar que ele o
faça. A eleição não pode ser anulada.
105 Tradicionalmente, a opinião é a de que a igreja estava no
AT. V. os seguintes credos: Confissão escocesa de fé (1560), arts.
5, 16; Confissão belga (1561), art. 27; Catecismo de H eidelberg
(1563), perguntas 54-55; Segunda confissão helvética (1566), art. 17;
Os artigos irlandeses de religião (1615), art. 68; Confissão de fé de
Westminster (1647), cap. 25; Declaração de Savoy (1658), cap. 26; e
Confissão batista de 1688, cap. 26. V. tb. os comentários de pensa
dores como Samuel Newell, “ Many m em bers” , Int 5 (out. 1951): 415;
W. Stanford Reid, “ The N ew Testament b elief in an Old Testament
church” ,£vQ 24 (out. 1952); e Huffmon.
106 Para uma interessante discussão por um não dispensacio-
nalista sobre as diferenças entre o AT e as igrejas do NT, v. Calvino
discutido por VanGemeren, “ Israel as the hermeneutical crux (II)” ,
p. 280. Observe também a interessante declaração de Reid, p. 204:
“ Outra diferença entre as duas dispensações aparece no Pentecoste.
Na economia do AT o Espírito de Deus veio sobre o seu povo, sobre
os eleitos e, de forma especial, sobre homens como Davi e os profetas
418
N otas
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C o n t in u id a d e e d e s c o n t in u id a d e
C apítulo 4
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N otas
23Ibid.
26Ibid.
27 Ibid.
28Feinberg, p. 49.
29Ibid., p. 50.
30Ibid.
31Ibid.
32Ibid., v. nota 54 para mais discussão de Hodge.
33Ibid., p. 50.
34Ibid., p. 51.
35Ibid.
36Ibid. Itálico no original.
37Ibid.
38Ibid ., p. 53.
39Ibid., p. 54.
40Ibid.
41 Ibid.
42Ibid., p. 56.
43 /jbid.
44 Ibid., p. 57.
45/ò/d.
46/jbid., p. 59-61.
47Ibid.,p. 61-2.
48 Ibid., p. 62. Cf. tb. K. L. Barker, “ False dichotomies between the
Testaments” , JETS 25/1 (mar. 1982): 3-16. M. W. Karlberg, “Legitimate
discontinuities between the Testaments” JETS 28/1 (mar. 1985): 9-20.
49 Os termos “ universalismo étnico” e “ particularismo étnico”
são de Geerhardus Vos, Biblical theology: Old and New Testaments
(Grand Rapids: Eerdmans, 1954), p. 90-3.
50 V. notas 18,40-48 acima.
31 Webster’s seventh new collegiate dictionary (Springfield, MA:
1963), p. 435.
32 Catecismo de Heidelberg, pergunta 6. Nova tradução da
igreja cristã reformada adotada em 1975, incluindo estrutura da
431
C ontinuidade e descontinuidade
432
N otas
C apítulo 7
433
C ontinuidade e descontinuidade
13Ryrie, p. 123-4.
14A palavra “ descontinuidade” p od e não ser o m elhor termo
para ser usado nesta discussão, porque significa rom per ou inter
romper. Os sacrifícios foram descontinuados no NT, mas o conteúdo
da fé foi mais desenvolvido. Entretanto, usarei o termo com o fim de
conveniência.
ls Cf. W. J. Dumbrell, Covenant and creation, a theology o f Old
Testament covenants (Nashville: Thomas Nelson, 1984), p. 11-46;
e Mark W. Karlberg, “Justification in redem ptive history” , WTJ 43
(1981): 219.
16 As palavras têm um amplo alcance de usos, mas retêm a
ideia básica de um ato de favor, benevolência ou misericórdia;
a ideia subjacente frequente é ser imerecido. Quando o verbo é
usado para descrever os atos graciosos de Deus, o favor concedido
pode ser: filhos (Gn 33.5), livramento (SI 31.9),perdão (S151.1),uma
resposta à oração (Is 30.19), ou quaisquer benefícios gerais (SI 67.1).
Da mesma forma, quando era usado para humanos, o favor podia
ser uma dádiva gratuita ao necessitado (Pv 14.31), retenção de jul
gamento (Dt 7.2), ou mostrar piedade (Jó 19.21). O substantivo hen
significa favor ou graça de beleza, aparência, eloquência ou alguma
outra bênção divina; mas é usado com mais frequência na expressão
“ encontrar favor aos olhos d e ” homens ou de Deus (v. Rt 2.2,10,13;
Êx 33.12-17; 34.9). N. H. Snaith (Ã theological word book ofth e Bible,
Alan Richardson, ed. [N ew York: Macmillan, 1950], p. 80) diz: “Não
existe a menor obrigação por parte do superior de ser gracioso com
o suplicante, e nenhuma censura lhe pode ser feita se ele não for
gracioso. O suplicante não tem reivindicação, qualquer que seja, da
boa vontade de seu superior, e não há nada que ele possa fazer para
estabelecer qualquer reivindicação. Toda generosidade do superior
é “ de graça” , isto é, de sua absoluta livre vontade e completa isenção
de qualquer obrigação, não importa qual seja. A ideia de favor livre,
imerecido, por parte de Deus, alcança sua plenitude na graça do NT
(g.v.) que é um desenvolvimento, em parte da compaixão de Deus
(g. v.) e em parte desta ideia de favor im erecido” . Para uma pesquisa
útil deste assunto, v. Thomas D. Hanks, “ The chronicler: theologian of
gra ce” ,£VQ 53 (1981): 16-28.
17Ele é também usado em Salmos 69.4:... os que, sem razão, me
odeiam, e em Êxodo 21.11 para descrever a mulher sendo “ liberta”
da escravidão.
434
N otas
435
C ontinuidade e descontinuidade
436
N otas
437
C ontinuidade e descontinuidade
438
N otas
54 Freeman, p. 76.
55lbid .,p. 78.
56Payne (The theology ofthe Older Testament, p. 174) argumenta
que Davi foi o prim eiro a revelar que o Espírito Santo habitou no
crente e o guiou. Mas ele v ê mais nesses versículos do que eles
realmente dizem. Eles mencionam que o Espírito é bom e conduz as
pessoas (SI 143.10), como o Espírito foi mandado para instruir Israel
(Ne 9.20), como Israel havia irritado o Espírito (Is 63.10), e outros.
Não há dúvida de que o Espírito de Deus foi ativo em Israel e que
habitou em certos indivíduos (com o Payne continua a mostrar); mas
isto não é o mesmo que o batismo e a habitação de todo crente - que
viría com a promessa do Espírito.
57 Zink (p. 406) diz que “ a salvação encontra, às vezes, relação
com o futuro, mas as passagens nas quais esta ênfase é encontrada
são excepcionais” . Ele cita Salmos 49.15; Isaías 26.18,19 e Daniel
12. 1,2.
439
C ontinuidade e descontinuidade
C apítulo 8
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a lei antiga com o exposta (no máximo “ renovada” ) por Jesus, con
siderando que Tiago nunca une a palavra “ novo” a to uó|ios (como
Schnackenburg reconhece, p. 351); sendo certo que a linguagem
de 1.25 recorda a linguagem do AT sobre a lei (p. ex., SI 19.7; 119
passim); estando fora de dúvida que o uso de Tiago de vó|ioç em
2.8-12 está intimamente ligado ao uso do AT (especialm ente o
D ecálogo). Sobre as afinidades entre Tiago e Levítico 19, v. Walter C.
Kaiser Jr., The uses o f the Old Testament in the New (Chicago: Moody,
1985), p. 221 -4 (seguindo Luke T. Johnson).
63 Cf. 4.2,3 (em que o ôiôacKctXía de 3.16 aparece novamente);
Romanos 15.4. Para o uso de Paulo da lei mosaica entre parêntesis,
v. Romanos 13.8-10; ICoríntios 9.9; 10.1-13; 2Coríntios 13.1; Gálatas
5.14; Efésios 6.2,3; ITim óteo 5.18,19.
64 Os “ três usos” da lei têm sido tradicionalmente chamados
de usus politicus (para restringir o pecado), usus pedagogus (para
levar a Cristo) e usus normativus (para dirigir a conduta do crente); v.
Geoffrey H. Greenhough, “ The reform ers’ attitude to the law of God,”
WTJ 39 (1976-77): 81-99. De destaque especial é Calvino, Institutas,
2.7.12-13 (Battles, p. 360-2), para quem o terceiro é o “ uso principal,
que diz respeito mais intimamente ao uso adequado da le i” (p. 360).
Cf. Catecismo de Genebra, II. A Lei (n®5 131-232). Sobre a ênfase de
Calvino sobre o usus normativus, quando comparado ao de Lutero
sobre o usus pedagogus, v. Berkouwer, Sin, p. 157-65; E. F. Kevan, The
grace o f law: a study in puritan theology (Grand Rapids: Baker, 1976),
p. 38-9. Sobre o estado de urgência crítica de Cristo (com o intér
prete e cumprimento da le i) para a exposição de Calvino, v. I. John
Hesselink, “ Christ, the law, and the christian: an unexplored aspect
of the third use of the law in Calvin’s theology” , Reformado perennis,
B. A. Gerrish, ed. (Pittsburgh: Pickwick Press, 1981), p. 11-26. V. tb.
a Confissão de Westminster, cap. 21, sec. 6; e para um tratamento
completo, Ralph R. Sundquist, The third use o f the law in the thought
o f John Calvin (Ann Arbor, MI: University Microfilms, 1972). Sobre a
lei de Deus como uma “ amiga útil” na vida do cristão, v. M. Eugene
Osterhaven, The spirit o f the reform ed tradition (Grand Rapids:
Eerdmans, 1971), p. 132-7. Sobre o tertius usus legis em Paulo, v.
Ridderbos, Paul, p. 278-88.
65 Jesus censura “ os fariseus e os mestres da le i” , não por
levarem a lei seriamente demais, mas por não a levarem suficien
temente a sério. Eles a pregam, mas não a praticam (23.3); eles se
concentram nas minúcias da lei e negligenciam seus pontos mais
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19,20) fica exposta em sua recusa em dar suas posses aos pobres
(v. 21,22), que por sua vez denuncia escravidão a Mamom em vez
de a Deus (6.19-24). O zelo do jovem (a pergunta do v. 16 deve ter
surgido de um desejo de fazer obras além das requeridas pela lei) e
a ansiedade (ele teme que suas boas obras venham a ser inadequa
das para herdar a vida eterna) sugerem uma maior ocupação com a
guarda da lei do que com o legislador.
75Sobre o amor a Deus e ao próximo como mandamento funda
mental da lei no AT e no NT, v. tb. Victor Paul Furnish, The love command
in the New Testament (Nashville: Abingdon, 1972); Leon Morris,
Testaments o i love (Grand Rapids: Eerdmans, 1981); Berkouwer, p.
181 ( “amor é o único significado da le i” ); Emil Brunner, The christian
doctrine ofcreation and redemption (Philadelphia: Westminster, 1952),
p. 218-9. Dada a centralidade do “ amor” e da “justiça, misericórdia
e fidelidade” tanto na exposição de Moisés como na de Jesus da lei
(22.37-40; 23.23), é muito equivocado interpretar 5.20 no sentido de
os discípulos conseguirem uma “ quantidade” maior de obediência.
Que alguém ame “ mais” do que “ menos” (Lc 7.47) é mostrado pela
expressão e intensidade de amor (7.37-46), não por seu “ tamanho” .
Tentar m edir ou contar tais qualidades violaria seu verdadeiro espirito;
nunca se consegue uma “ quota” predeterminada (cf. Lc 10.25-37; Rm
13.8-10). Consequentemente, o discípulo TeXeioç (Mt 5.48) não é
aquele cujas boas obras atingiram um “ máximo” estipulado, ou cuja
vida chegou, por estágios, a uma “ perfeição moral” . Ao contrário, ele
é alguém cujo amor e cuja misericórdia - como os de Deus - não
conhecem limites (como observado anteriormente), e cuja vida toda
é de integridade perante Deus e de fidelidade aos seus mandamen
tos (cf. Jó 1.1; SI 15; M q 6.8; G. Delling, TDNT 8: 72-4; K. Koch, tmm,
Theologisches Handwòrterbuch zum Alten Testament, 2, E. Jenni e C.
Westermann, eds. [Chr. Kaiser, 1976], p. 1045-51).
76 Jesus declara não uma nova lei, mas uma nova exposição da
antiga lei; em outras palavras, a lei de Moisés está relacionada com
a lei de Jesus não como A para A, nem como A para B, mas como A l
para A2. Podemos comparar o ensino de Paulo em ICoríntios 15 sobre
a ressurreição do corpo: Todos nós seremos transformados, mas nós é
que seremos transformados; nós nos tornamos pessoas transforma
das, não diferentes. Da mesma forma, nas mãos do Senhor encarnado
a lei mosaica é transformada, não substituída por outra lei.
77 Sobre o histórico do AT, v. minha seção sobre a promessa
da lei. Paulo não contrasta a lei e o evangelho em 2Coríntios 3-4,
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(Carol Stream: CTI, 1987). Cf. tb. W olfgang Schrage, Ethik des Neuen
Testament, NTD (Gõttingen:Vandenhoeck & Ruprecht, 1982), p. 63-9;
e, sobre Lucas-Atos. Craig Blomberg, “ The law in Luke-Acts” , /.S7VT
22 (1986): 53-80.
11 Esta é essencialmene a conclusão a que se chegou nas duas
mais recentes monografias sobre Paulo e a lei: Heikki Rãisánen, Paul
and the law (Tübingen: Mohr, 1983) e E. P. Sanders, Paul, the law and
the jewish p eop le (Philadelphia: Fortress, 1983).
12V., p. ex.,M ohrlang (p. 127):“ Mateus uniria mais os cristãos à
lei. Paulo os libertaria dela” .
13 O artigo de C. E. B. Cranfield “ St. Paul and the law” , SJT 17
(1964): 43-68, popularizou esta abordagem.
14P. ex., C. F. D. M oule,“ Obligation in the ethic of Paul” , Christian
history and interpretation: studies presented to John Knox, W. R. Farmer,
C. F. D. Moule e R. R. Niebuhr, eds. (Cam bridge: CUP, 1967), p. 402.
15V. meu artigo “ ‘Law’ , ‘works of the law ’ , and legalism in Paul” ,
WTJ45 (1983): 73-100.
16Estas ocorrências, em minha opinião, incluem vários lugares
onde yójios significa “ princípio” ou “ força” (Rm 3.27 [bis]; 7.21,23,25;
8.2), outros onde se refere ao AT todo ou ao Pentateuco como uma
unidade literária (Rm 3.19a,21b,31 [?]; IC o 9.8,9; 14.21, 34; G1
4.21b), e ainda outros onde se refere geralm ente à exigência moral
(Rm 2.14b,14d; 8.7; G13.21b; 5.23), e o versículo a ser considerado a
seguir, em que ocorre a expressão “ lei de Cristo” (G16.2). Para mais
detalhes, v. meu “ ‘Law’, ‘works of the law ” ’.
17 Cf. John Murray, The Epistle to the Romans, 2 (Grand Rapids:
Eerdmans, 1959,1965), p. 49-50; Richard N. Longenecker, Paul, apostle
o flib e rty (NewYork: Harper & Row, 1964), p. 144-7.
18 Mark A. Siefrid, “ Paul’s approach to the Old Testament in
Rom 10.6-8” , TJ 6 NS (1985): 8-9.
19 Cf., p. ex., Andréa van Düllmen, Die Theologie des gesetzes
b ei Paulus, SBM 5 (Stuttgart: Katholisches Bibelwerk, 1968), p. 126;
Ulrich Luz, Das Ceschichtsverstàndnis des Paulus, BEvT 49 (München:
Kaiser, 1968), p. 139-57.
20Ragnar Bring,“ Das Gesetz und die Gerechtigkeit Gottes: Eine
Studie zur Frage nach der Bedeutung des Ausdruckes (ré\oç i’o|iot>)
in Rõm. 10.4” , ST 20 (1966): 1-36; Rhyne, p. 104; C. E. B. Cranfield, A
criticai and exegetical commentary on Paul’s Epistle to the Romans,
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47Westerholm, p. 243.
48Hans Dieter Betz, Galatians: a commentaryon PauTs letter to the
churches in Galatia, Hermeneia (Philadelphia: Fortress, 1979), p. 281.
49Ernest De Witt Burton, A criticai and exegetical commentary on
theEpistle to the Galatians, IC C (Edinburgh: T. & T. Clark, 1921),p. 303.
S0Wilckens, p. 174.
51 “ Das Gesetz Christi ist nicht das Gesetz Moses auf hõherer
Ebene in ethischer oder spiritualisierter Form, sondem die eschato-
logische Entsprechung zum Gesetz des alten Bundes” [A lei de Cristo
não é a lei de Moisés num nível mais elevado ou numa forma escato-
lógica espiritualizada, mas sim uma nova correspondência com a lei
da antiga aliança] (Friedrich Lang, “ Gesetz und Bund b ei Paulus” ),
Rechtfertigung: Festschrift für Ernst Kasemann zum 70 Geburtstag,
Johannes Friedrich, W olfgang Põhlmann e Peter Stuhlmacher, eds.
(Tübingen: Mohr/Gõttingen; Vandehoeck & Ruprecht, 1976), p. 318.
52 Stephen Westerholm, “ The law and the ‘just man’ (1 Tim 1,
3-11)” , S T 36 (1982): 79-95.
53 W olfgang Schrage, Die konkreten Einzelgegote in der pau-
linischen Parànese (Gutersloh: Mohn, 1961).
54Feuillet, p. 45-51.
53 C. K. Barrett, The First Epistle to the Corinthians, HNTC (N ew
York: Harper & Row, 1968), p. 169; Douglas DeLacey, “ Paul and the
law,” From sabbath to Lord’s Day, D. A. Carson, ed. (Grand Rapids:
Zondervan, 1982), p. 176-7.
56Wilckens, p. 158-9.
37 Cf. O. J. F. Seitz, “James and the law” , SE 2 (1964): 472-86.
58Cf. meu The Epistle o f James, TNTC (Grand Rapids: Eerdmans,
1985) in loc.
59Ridderbos, Paul, p. 285.
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1967), p. 116ss. Sandmel usa os termos para designar qual das duas
religiões está fazendo reivindicações de ser abrangente e qual delas
tem horizonte mais curto. Não é desta forma que os dois termos são
utilizados no presente debate. Nossos termos são determinados
p elo progresso histórico redentor da revelação bíblica.
25 Cf. A. Hulst. “D er name Israel in Deuteronomium”, em OTS 9
(1951): 73, citado de LaRondelle, p. 84.
26 LaRondelle, p. 85.
27 G. J. Wenham, “ The deuteronomic theology of the book of
Joshua” ,/RL 90 (1971): 140-8.
28Cf. TDNT, s.v. “dei, deon esti” . Para outras passagens de Lucas,
cf. 2.49; 9.22; 22.37; 24.7.
29V. nota 19. Wyngaarden discute passagens como Isaías 49.14,
51.3 e 52.1,2 como evidência da latente espiritualização de Sião/
Jerusalém na revelação do AT, seguida por uma visível espiritua
lização no NT. Israel nestas passagens é visto como debilitado no
cativeiro, longe da verdadeira cidade de Jerusalém/Sião. Todavia é
tratado como Sião. Isso mostra que o termo estava começando a ser
usado como símbolo para o povo de Deus. Para a evidente espiritua
lização no NT, cf. Gálatas 4.26; Hebreus 12.23; Apocalipse 3.12.
30Cf. tb. o que diz Patrick Fairbairn sobre “ O estilo e a expressão
profética” , The interpretation o f Scripture, p. 83-181, um capítulo que
ainda tem relevância para o debate de hoje. Fairbairn assinala que
uma interpretação “ literal” da profecia às vezes ex ige uma com pre
ensão não literal.
31 LaRondelle, p. 48ss.
32A ideia bíblica de “pobre” contém um importante elemento que
não deve ser negligenciado. As palavras para “ pobre” e “humilde” (vo e
isj), embora originariamente de significado puramente econômico, têm
sido tomadas na conotação dos que olham para o Senhor esperando ser
defendidos, ou seja, os devotos, os religiosos, independentemente de
sua posição econômica. Cf. Bruce Vawter, The conscience o f Israel (New
York: Sheed and Ward, 1961), p. 224ss.V. tb. o debate sobre tttcúxós em
TDNT. A ideia veterotestamentária do pobre já presumiu algumas asso
ciações com o “pobre de espírito” de Mateus 5, e Lucas apresenta sua
própria versão da mesma ideia.
33Cf. Paul Hanson, Thepeople called, p. 388. A ênfase de Hanson
sobre a continuidade da comunidade do AT e do NT é valiosa. Mas
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não estou convencido que isso prove que a NIV tome o grego rai no
sentido de identidade como alguns sugerem. “ Even” no sentido de
identidade é inglês arcaico. A NTV não usa a palavra desta forma. Muito
melhor é a Swedish Authorized Version de 1917, que conecta a cláusula
“ o Israel de Deus” com o precedente por meio de “ja ” (yea) [sim].
Isso sugere identidade. A tradução francesa de 1983 usa primeiro as
palavras “avec eux” (com eles) e então continua:“ eí avec l ’ensemble du
peuple de Dieu”. [E com todo o povo de Deus]. Em outras palavras, ela
também considera as últimas palavras de Gálatas 6.16 em termos mais
amplos, conforme já foi dito: a paz de Deus seja com os que seguem
esta regra e com todo o povo de Deus.
40 Cf. E. Jenni, Interpreter’s dictionary o i the Bible, Geo. A.
Buttrick, ed. (N ew York: Abingdon, 1962), s.v. “ remanescente” . Jenni
define remanescente da seguinte maneira: “ A porção de uma comu
nidade que é deixada, no caso de uma calamidade devastadora; a
porção da qual depende a possível existência da comunidade” .
41 Cf. Theologisches Woerterbuch zum Neuen Testament,
G erhardKittel,ed. (Stuttgart:W.Kohlhammer, 1942) s.v.“leim m a”.
42Ibid.
43De Caro, p. 111-3.
44Para um debate útil acerca disto, v. Pieter A. Verhoef, Israel in
die Krisis (Pretória: N. G. Boekhandel, 1968), p. 21 -8, onde alguns dos
mais novos teólogos neo-ordodoxos da Holanda, como K. H. Miskotte
e Hendrikus Berkhof, são discutidos.
45 Usamos aqui a palavra para um falso tipo de inclusivismo.
Infelizmente é assim que a palavra veio a ser com preendida por
muitos hoje. Em si, o termo “ ecum ênico” é neutro, derivado como
é de OLKOU[iévr|, o mundo habitado. Ele pode ter também um signifi
cado positivo, mas a palavra em si não é clara e tem sido objeto de
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8Strathmann, p. 36.
9Ibid ., p. 35.
10 Ronald E. Clements, “ 'ia, goy”, TDOT, II (Grand Rapids:
Eerdmans, 1975), p. 427.
11 Comentário de G eorge Bertram ( “ eQvos” , TDNT, II, p. 366)
sobre Exodo 33.13, “ esta nação é teu p ovo” , resume bem esta
distinção: êGvoç [nação] é usado para ‘p ovo’ em geral, enquanto
Xo6ç [povo] denota o povo escolhido” .
12 Clements, p. 427,429,433.
13Ibid ., p. 428-9.
14 Martin Buber, Moses - The revelation and the covenant (N ew
York: Harper, 1958), p. 115.
15Apesar do pedido pecaminoso que iniciou a forma humana
da monarquia de Israel, existe evidência de que essa monarquia foi
intenção original de Deus para Israel (cf. Gn 49.10; Nm 24.7).
16 Meredith G. Kline, Treaty o f the great king (Grand Rapids:
Eerdmans, 1963), p. 140.
17 R. E. Clements, Old Testament theology (Atlanta: John Knox,
1978), p. 89.
18Jakob Jocz, The jewish p eop le and Jesus Christ (London: SPCK,
1954), p. 304.
19 Martin Buber, Israel and the world (N ew York: Schocken,
1948), p. 222.
20 Para um debate completo do uso de “ Israel” na igreja do NT,
v. Peter Richardson, Israel in the apostolic church (Cam bridge: CUP,
1969). Richardson argumenta que o primeiro uso explícito de “ Israel”
para a igreja é feito por Justino Mártir na metade do século II.
21 As ocorrências específicas de “ Israel” no NT são: 17 em
Paulo (das quais 11 são em Romanos), 12 em Mateus, 12 em Lucas,
15 em Atos, 2 em Marcos, 4 no evangelho de João, 3 em Hebreus e 3
em Apocalipse.
22 R. Mayer, “ Israel” , TDNT, II (Grand Rapids: Zondervan, 1976),
p. 315.
23 Jacob Jervell, Luke and the people o f God (Minneapolis:
Augsburg, 1972), p. 49.
24 Munck resume este contexto ao dizer: “ Em 9.6-13 o único
argumento que ele apresenta é que a reivindicação não pode ser
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1John Bright, The kingdom o f God: the bihlical concept and its
meaning for the church (Nashville: Abingdon, 1953), p. 17-8.
2 Três termos hebraicos marcam este reino do AT: rroba - SI
103.19; 145.11-13; Dn 3.33; 4.31; nròo - Ob 21; SI 22.29; nrbnp - lC r
29.11.
3 Cf. debate de Otto Eissfeld desta lista em “Jahwe ais Konig” ,
Z A W 5 (1928): 89.V. tb. Gerhard v o n R a d , e rrcba in the OT” , TDNT,
I, Gerhard Kittel, ed., trad. G eoffrey W. Bromiley (Grand Rapids:
Eerdmans, 1964), p. 568-9. Algumas referências incluem: Êxodo
15.18; ISamuel 12.12; Isaías 6.5; Salmos 145.11-13; 146.10.
4 R. T. France, “ The church and the kingdom of God: some
hermeneutical issues” , Biblical interpretation and the church: the
problem o f contextualization, D. A. Carson, ed. (Nashville: Thomas
Nelson, 1985), p. 34.
s Isto é ainda mais notável, visto que Lucas usou os termos
aproximadamente 33 vezes em seu evangelho.
6 Erich Sauer, From eternity to eternity (Grand Rapids:
Eerdmans, 1954), p. 185-6.
7J. Dwight Pentecost, Things to com e: a study in biblical escha-
tology (Grand Rapids: Zondervan, 1964), p. 428.
8 John F. Walvoord, “A review of ‘crucial questions about the
kingdom of G od ’” , BSac 110 (1953): 5-6 (destaques dele).
9Pentecost, p. 433-4.
10A. Schweitzer, The quest o f the historical Jesus, trad. inglesa, 3.
ed. (London: Black, 1954), p. 360.
110 conteúdo deste acordo p od e ser encontrado em Hendrikus
Berkhof, Christ the meaning o f history, trad. Lambertus Buurman
(Richmond: John Knox, 1966), p. 74.
12 F. F. Bruce, The hard sayings o f Jesus (Downers Grove:
InterVarsity, 1953), p. 108-9.
13Pentecost, p. 455.
14Para mais elaboração sobre este ponto importante, v. Walter
C. Kaiser Jr., Toward rediscovering the Old Testament (Grand Rapids:
Zondervan, 1987), o capítulo intitulado “ The Old Testament as the
plan of salvation” , esp. p. 121-8.
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