Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CRISTÃ
260
"Este é o primeiro estudo abrangente de toda a gama de passagens
do Antigo Testamento que lidam com o santuário/templo celestial e
torna evidente que os materiais bíblicos estão impregnados desse
tema. Além disso, esse estudo revela que, segundo os escritores
bíblicos, o santuário/templo celestial é uma realidade espaço-
temporal, que subsiste num relacionamento estrutural e funcional
dinâmico com sua contraparte terrestre. Elias Brasil de Souza expõe
de maneira pormenorizada o mais profundo fundamento bíblico
para a tipologia vertical do santuário, e explora os ricos contornos
teológicos desse tema. Considero que este penetrante estudo é a
palavra definitiva sobre esse assunto.”
é& loS/U -
o I . /> /
idtê± ± £
fjM w m m m
0 Santuário Celestial no Ar
Ensint
260
O SANTUÁRIO CELESTIAL
NO
ANTIGO TESTAMENTO
ca
O SANTUARIO CELESTIAL
NO
ANTIGO TESTAMENTO
Tradução:
Tradutores Tese Elias Brasil
Júlio César Leal
Darcy Propodolski Pinto
Diego Rafael da Silva Barros
Dinis Manoel Nhanga Mona
Maviael Alies de Oliveira Neto
Ailton Artur da Silva Ribeiro
Carlos Jorâam Marques Costa Junior
Rafael de Almeida Mestre
William Evangelista de Souza
Jhonantan da Costa Pereira
Santo André - SP
2015
ACADEMIA
CRISTÃ ©CePLiB
centra de pesquisa « lâeiauifa blbüea
© Elias Brasil de Souza
© by Editora Academia Cristã
Diagramação:
Cicero Silva - (11) 94291-4693
Revisão:
Darcy Propodolski Pinto
Capa:
Fagner Pereira dos Santos
ISBN 978-85-98481-85-2
CDD -234.5
1. Santuário-2 3 4 .5
2. Tora - Santuário - 234.5
3. Profetas - Santuário - 234.5
LISTA DE ABREVIATURAS 7
Capítulo 1 • INTRODUÇÃO 15 .
BIBLIOGRAFIA 436
LISTA DE ABREVIATURAS
/
PREFÁCIO À EDIÇÃO EM INGLÊS
INTRODUÇÃO
Problema
1 Cf. e.g., E ric B urrows, "Some Cosmological Patterns in Babylonian Religion," in The
Labyrinth: Further Studies in the Relation between Myth and Ritual in the Ancient World
(London: Macmillan, 1935), 4570; R. E. C lements, God and Temple (Oxford: Basil
Blackwell, 1965), 1-16; H ugh W. N ibley, "What Is a Temple?," in The Temple in Anti
quity: Ancient Records and Ancient Perspectives, ed. T ruman G. M adsen, The Religious
Studies Monograph Series 9 (Provo, UT: Brigham Young University, 1984), 19-37.
2 E.g., F rank H olbrook, "The Israelite Sanctuary,"In The Sanctuary and the Ato
nement: Biblical, Theological, and Historical Studies, ed. F rank H olbrook (Silver
Spring, MD: Biblical Research Institute, 1989), 3-36. See the chapter on "The Hea
venly Sanctuary," in M. L. A ndreasen, The Sanctuary Service (Washington, DC:
Review and Herald, 1937), 224-40; A lberto R. T reiyer, The Day of Atonement and
the Heavenly Judgement from Pentateuch to Revelation (Siloam Springs, AR: Enter
prises International, 1992), 269-366.
16........................................ I ntrodução
Propósito
REVISÃO DE LITERATURA
3 Cf. S anglae K im, "The Heavenly Sanctuary/Temple in the Hebrew Bible" (Ph.D.
diss., University of Sheffield, 2002), 27-44.
4 R. G. H amerton-K elly, "The Temple and the Origins of Jewish Apocaliptic,"
Vetus Testamentum 20 (1970): 1-15; A llan J ames M c N icol, "The Relationship of
the Image of the Highest Angel to the High Priest Concept in Hebrews" (Ph.D.
diss., Vanderbilt University, 1974); 53-146; A llan J ames M c N icol, "The Hea
venly Sanctuary in Judaism: A Model for Tracing the Origin of an Apocalypse,"
JRS 13, no. 2 (1987): 66-94.
5 P ilchan L ee, The New Jerusalem in the Book of Revelation: A Study of Revelation
21-22 in the Light of Its Background in Jewish Tradition, WUNT 2 /1 2 9 (Tübingen:
Mohr Siebeck, 2001); S arah A nn S harkey, "The Background of the Imagery of
the Heavenly Jerusalem in the New Testament" (Ph.D. diss., Catholic Univer
sity of America, 1986), 232-93; J ames V alentine, "Theological Aspects of the
Temple Motif in the Old Testament and Revelation" (Ph.D. diss., Boston Uni
versity, 1987), 75-128.
I ntrodução 17
6 C arol N ewsom, Songs of the Sabbath Sacrifice: A Critical Edition, HSS 27 (Atlanta,
GA: Scholars Press, 1985), 1-21. Cf. W illiam H. S hea, "Sabbath Hymns for the
Heavenly Sanctuary," in Symposium on Revelation-Book I, ed. Frank B. Holbrook,
Daniel and Revelation Committee Series 7 (Silver Spring, MD: Biblical research
Institute, 1992), 391-407.
7 V ictor A ptowitzer, The Celestial Temple as Viewed in the Aggadah, adapted by Ar-
yeh Rubinstein (Jerusalem: International Center for University Teaching of Je
wish Civilization, 1931), 1-47; B eate E go, Im Himmel wie auf Erden: Studien zum
Verhältnis von himmlischer und irdischer Welt im rabbinischen Judentum (Tübingen:
J.C.B. Mohr, 1989), 27-61.
8 H ans B ietenhard, Die himmlische Welt im Urchristentum und Spätjudentum, WUNT
2 (Tübingen: Mohr, 1951), 123-42. Cf. R obert A. B riggs, Jewish Temple Imagery
in the Book of Revelation, ed. Hemchand Gossai, Studies in Biblical Literature 10
(New York: Peter Lang, 1999), 96-103.
8 E.g., C lements, God and Temple, 65-68; R ichard J. C lifford, The Cosmic Mountain
in Canaan and the Old Testament, Harvard Semitic Monographs 4 (Cambridge,
MA: Harvard University Press, 1972), 178; J on D. L evenson, "The Temple and
the World," The Journal of Religion 64 (1984): 275-97; D avid L emoine E iler, "The
Origin of Zion as a Theological Symbol in Ancient Israel" (Ph.D. diss., Princeton
Theological Seminary, 1968), 146,174; J ohn M. L undquist, "The Common Temple
Ideology of the Ancient Near East," in The Temple in Antiquity: Ancient Records
and Ancient Perspectives, ed. T ruman G. M adsen, The Religious Studies Monogra
ph Series 9 (Provo, UT: Brigham Young University, 1984), 53-76; idem, "Temple,
Covenant, and Law in the Ancient Near East and in the Old Testament," in Is
rael's Apostasy and Restoration: Essays in Honor of Roland K. Harrison, ed. Avraham
Gileadi (Grand Rapids, MI: Baker, 1988), 293-305; idem, "What Is a Temple? A
Preliminary Typology," in Quest for the Kingdom of God: Studies in Honor of George
E. Mendenhall, ed. E. A. S pina, H. B. H uefmon, and A. R. W . G reen (Winona Lake,
IN: Eisenbrauns, 1983), 205-19.
18 I ntrodução
G. B. Gray
10 G. B. G ray, "The Heavenly Temple and the Heavenly Altar," Exp 5 (1908): 385-402;
531-46.
11 Ibid., 546.
12 Ibid., 539-40.
13 Ibid., 541.
14 Ibid.
I ntrodução 19
M. Metzger
15 Ibid., 544.
16 M. M f.tzger, "Himmliche und Irdische Wohnstatt Jahwes," IIF 2 (1970): 139-58.
17 "Himmlisches und irdisches Heiligtum sind hier nur zwei Aspekte desselben
Vorstellungskomplexes" (ibid.).
,s "Das Heiligtum der Ort ist, an dem die 'himmlische' und 'irdische' Welt einan
der begegnen, ja geradezu ainander durchdringem" (ibid., 144).
w "Im Heiligtum die Grenzen zwischen der irdischen und der himmlischen Welt
relativiert sind" (ibid., 145).
20 Ibid., 144-45. "
20 I ntrodução
Richard M. Davidson
N. E. Andreasen
26 Vide ibid., 367-88, para uma discussão detalhada da "estrutura xuiroç vertical em
Êx 25:40."
27 Vide o excurso esclarecedor sobre a "estrutura tuttoç vertical" e a discussão de
tãbnk em R ichard M. D avidson, Typology in Scripture: A Study of Hermeneutical
xútroç Structures. AUSDDS 2 (Berrien Springs, MI: Andrews University Press,
1981), 367-88. Isso é discutido mais adiante no capítulo 2.
28 N iels-E rik A ndreasen, "The Heavenly Sanctuary in the Old Testament," em
The Sanctuary and the Atonement, ed. Arnold Wallenkampf and Richard Lesher
(Washington, DC: Biblical Research Institute, 1981), 67-86.
29 Ibid., 67.
30 Ibid.
31 Ibid., 69.
22 I ntrodução
William H. Shea
32 Ibid., 70-73.
33 Ibid., 73.
34 W illiam H. S hea, Selected Studies on Prophetic Interpretation, 7 vols., DARCOM 1
(Washington, DC: General Conference of Seventh-day Adventists, 1982), 5-8.
I ntrodução 23
35 Em sua discussão do termo mãkôn em Dn 8:12, Shea observou que essa palavra, a
qual é usada para se referir tanto ao santuário celestial como ao terrestre, é usada
na Bíblia Hebraica como uma palavra do santuário. "Ela se refere ao santuário
como o lugar da habitação de Deus, a localização de Seu trono, e o lugar de onde
Ele atua. As atividades descritas dessa forma são especificamente aquelas de res
ponder orações e de administrar justiça e retidão através da entrega de sentença"
(idem, "Unity of Daniel," in Symposium on Daniel, ed. Frank B. Holbrook, DAR- •
COM (Washington, DC: Biblical Research Institute, 1986), 213-14).
36 S hea, Selected Studies on Prophetic Interpretation, 6.
37 W illiam H. S hea, "The Prophecy of Daniel 9:24-27," in The Seventy Weeks, Leviti
cus, and the Nature of Prophecy, ed. Frank B. Holbrook, DARCOM (Washington,
DC: Biblical Research Institute, General Conference of Seventh-day Adventists,
1986), 75-118; idem, "Spatial Dimensions in the Vision of Daniel 8," in Symposium on
Daniel, ed. Frank B. Holbrook, DARCOM (Washington, DC: Biblical Research Insti
tute, 1986), 497-526; idem, "Unity of Daniel," 165-255; idem, Daniel 7-12: Prophe
cies of the End Time, The Abundant Life Bible Amplifier (Boise, ID: Pacific Press,
1996), 85-154.
24 I ntrodução
F. H artenstein
44 "Mit Sicherheit nicht ursprünglich mit dem Sinai verbunden" (ibid., 137).
45 "Mit Sicherheit nicht ursprünglich mit dem Sinai verbunden" (ibid., 137).
46 Ibid., 139.
47 Ibid., 141.
26 I ntrodução
Sanglae Kim
ao templo terrestre. Assim, deixa claro desde o início que sua noção
de "templo/santuário celestial" é aquela de um "santuário no céu."52
Numa subsequente pesquisa de dezoito passagens bíblicas se
lecionadas, Kim realizou com sucesso o objetivo principal de seu es
tudo, demonstrando que a Bíblia Hebraica de fato contém o tema do
tempío/santuário celestial. Contudo, na sequência são apresentadas
algumas poucas observações acerca de suas definições terminológi
cas. A distinção semântica feita por Kim entre o conceito de "palá
cio" e o de "templo/santuário," embora possa ser útil desde o ponto
de vista literário/semântico, parece difícil de ser aplicado a partir
de uma perspectiva teológica. A Bíblia Hebraica não faz uma cla
ra diferenciação entre "palácio" e "templo/santuário", já que usa o
mesmo termo para ambos. Em outras palavras, YHWH não tem um
"templo/santuário" à parte de Seu "palácio" celestial. Na realidade,
o templo e o palácio coalescem em uma entidade unificada. Por ou
tro lado, o criticismo de Kim, no que diz respeito ao uso impreciso
da ideia de "templo/santuário celestial", é o ponto, e sua decisão
de estudar o tema do templo/santuário celestial tendo como base a
ideia de um "santuário no céu" foi muito apropriada.
Esta obra está construída sobre o fundamento posto pelo estudo
de Kim. Entretanto, se afasta deste último por quatro razões impor
tantes. Primeiro, assumindo a validade dos estudos anteriores (agora
colocados pelo trabalho de Kim sobre um terreno mais firme), de que
a Bíblia Hebraica contém a ideia de um templo/santuário celestial,
esta pesquisa estuda a função do templo/santuário celestial. Segun
do, é dada atenção para a relação entre o templo/santuário celestial e
seu equivalente terrestre. Terceiro, este trabalho discorda do veredi
to negativo de Kim acerca da presença do tema do templo/santuário
celestial em algumas passagens, e finalmente, este trabalho tenta ser
mais abrangente. Enquanto Kim demonstrou a presença do tema do
templo/santuário celestial em oito passagens, a presente pesquisa
está baseada no estudo de quarenta e três passagens.
52 Ibid., 26.
28 I ntrodução
G. K. Beale
53 G. K. B eale, The Temple and the Church's Mission: A Biblical Theology of the Dwelling
Place of God, New Studies in Biblical Theology (Downers Grove, IL: Inter-Varsity
Press, 2004), 25. Parte desse livro aparece como idem, "Garden Temple," Xenix
18, no. 2 (2003): 3-50.
54 Por exemplo, em sua abordagem de Is 57, B eale tem sugerido que essa passa
gem se refere ao templo celestial de YHW H como uma entidade não estrutural
descendendo sobre a Terra para abranger os santos. (B eale, The Temple and the
Church's Mission, 135,152). Uma inspeção do contexto mais amplo da asserção de
B eale indica que ele tinha em mente uma entidade não estrutural que basicamen
te equipara a presença de YHWH com o "santuário escatológico" (ibid., 154).
55 Ibid., 3 1 ,3 2 ,3 8 .
56 Ibid., 135.
5' Ibid., 138.
I ntrodução 29
Is 57, Beale tem sugerido que essa passagem se refere ao templo ce
lestial de YHWH como uma entidade não estrutural descendendo
sobre a terra para abranger os santos.58 Uma inspeção do contexto
mais amplo da asserção de Beale indica ter ele em mente uma enti
dade não estrutural que basicamente equipara o "santuário escato-
lógico"5960com a presença de YHWH. Isso se torna explícito na seção
de Ez 40-48/° onde Beale argumenta que o templo celestial, descrito
nestes capítulos, "seria estabelecido sobre a terra em uma forma não
estrutural nos últimos dias."61
Concluindo, deve-se reconhecer que Beale realizou um vasto es
tudo e proveu uma significativa contribuição para o entendimento de
alguns aspectos do tema do templo/santuário celestial. No entanto,
seguem-se em ordem umas poucas observações. Uma vez que Beale
direcionou seu estudo primariamente no templo/santuário terrestre
como um símbolo da presença escatológica de YHWH, outros aspec
tos significativos do templo/santuário foram ignorados, tais como
a função de lugar a partir do qual YHWH realiza atividades de jul
gamento e redenção. Segundo, o entendimento de Beale do templo/
santuário, principalmente como sendo uma entidade cósmica não es
trutural, parece estar em desacordo com várias passagens bíblicas que
descrevem o templo/santuário celestial como uma entidade localiza
da no céu.62 Terceiro, como consequência das anteriores, a dimensão
vertical do templo/santuário foi quase que completamente ignorada,
posto que Beale se concentre principalmente na dimensão horizontal
do templo/santuário, ou seja, em sua função como um símbolo da
presença escatológica de YHWH. Assim, nenhuma atenção significa
tiva tem sido dada para a correspondência e conexão entre o templo/
santuário celestial e seu equivalente terrestre.63
58 Ibid., 135,152.
59 Ibid., 154.
60 Ibid., 335-64.
61 Ibid., 353.
62 Vide capítulos 3 ,4 e 5 deste trabalho.
63 A esse respeito d ev e-se no tar a sugestão de B eale de que a divisão em três partes
do tem plo/ santuário terrestre em p átio exterior, lugar santo e santo dos santos
30 I ntrodução
Justificativa
M etodologia
Delimitações
74 Cf. P hyllis T rible, Rhetorical Criticism: Context, Method, and the Book of Jonah (Min
neapolis: Fortress, 1994), 5-52.
75 Cf. B revard C hilds, Old Testament Theology in a Canonical Context (Philadelphia:
Fortress, 1986), 1-19; John H. S ailhamer, Introduction to Old Testament Theology: A
Canonical Approach (Grand Rapids: Zondervan, 1995), 184-311.
In trodução 35
2 Devido a minha falta de experiência nas línguas extrabíblicas do AOP (com exce
ção do Ugarítico) fiz o uso de traduções padrão disponíveis, dando atenção aos
termos-chave para templo/santuário celestial no original, quando possível.
’ W ayne Horowitz, Mesopotamian Cosmic Geography, Mesopotamian Civilizations 8
(Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 1998), 208.
4 Ibid., 223-362.
38 O A N T IG O O R IEN TE P R Ó X IM O C O M O P A N O D E F U N D O D O T E M A ...
LITER A TU RA SU M ERIAN A
5 Samuel N oah K ramek, History Begins at Sumer: Thirty-Nine Firsts in Man's Recorded
History, 3rd rev. ed. (Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1981).
6 De acordo com K ramer, haviam pelo menos quarenta grandes templos na Sume-
ria (S amuel N oah K ramer, "Poets and Psalmists: Goddesses and Theologians,"
in The Legacy of Sumer: Invited lectures on the Middle East at the University of Texas
at Austin, ed. Denise Schmandt-Besserat [Malibu: Undena Publications, 1976],
8). Para uma lista compreensiva dos templos mesopotamicos, veja A. R. G eorge,
House Most High: The Temples of Ancient Mesopotamia, Mesopotamian Civilizations
5 (Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 1993), 1-171.
7 S amuel N oah K ramer, "The Temple in the Sumerian Literature," in Temple in So
ciety, ed. Michael V. Fox (Winona Lake: Eisenbrauns, 1988), 1-16.
O A N T IG O O R IE N TE P R Ó X IM O C O M O P A N O D E FU N D O D O T E M A ... 39
13 E dzard, 71-72 (v 2-4). Isso também é corroborado por outras traduções: "Ele tinha
um braço dobrado (e segurava) um tablete de lápis-lazúli em sua mão, (e) estava
desenhando a planta para um templo (ou 'casa')". (E. J an W ilson, The Cylinders of
Gudea: Transliteration, Translation and Index, Alter Orient und Altes Testament 244
[Neukirchen-Vluyn: Neukirchener Verlag, 1996], 28 [v 3-4].); He "hatte die Arme
gebeugt, hielt eine Platte aus Lapislazuli in der hand, setzte darauf den Grundriss
des Hauses" (Adam Falkenstein and Wolfram von Soden, Sumerische und Akkadis-
che Hymnen und Gebete [Zürich: Artemis-Verlag, 1953], 142 [v 3-4]).
14 Vide capítulo 3 para uma discussão detalhada de tabnit
15 E dzard, 95 (B xiii 6).
16 A tradução de G eorge B arton dos Cilindros de Gudea, que já não é considerada
confiável pelos estudiosos, contém muitas alusões a um templo celestial que de
sapareceram em traduções mais recentes. Cf., e.g.:
B arton:
(A xxvii 11-13) A fachada do templo era uma grande montanha erguendo-se da ter
ra; seu interior era como um lugar de reuniões festivas; seu aspecto como o sublime
templo do céu preenchido com abundância. (George A. Barton, The Royal Inscrip-
tions of Sumer and Akkad, vol. 1 [New Haven: Yale University Press, 1929], 233).
W ilson:
"(A xxvii 11-13) Um templo cuja frente é como uma grande montanha que se le
vanta da terra. Dentro (estavam) encantamentos e canções harmoniosas (?) (p. 118).
Seus lados (como) céu, um vento impetuoso, aumentado em abundância. (118)."
O A N T IG O O R IE N TE P R Ó X IM O C O M O P A N O D E E U N D O D O T E M A ... 41
E dzard:
"(A xxvii 11-13) Casa cuja frente é uma enorme montanha assentada sobre a ter
ra, cujo interior (ressoa com) encantamentos e hinos harmoniosos, cujo exterior é
como o céu (86)."
Falkenstein and von Soden:
"(A xxvii 11-13) Des Hauses Front ist ein großer Berg, der bis zer Erde reicht, sein
Innereseine Beschwörung, ein Fest für alle, sein Äußeres ist An, der das hohe
Haus in Überfluß sich erheben läßt" (164).
W ilson, The Cylinäers of Gudea, 49-51, n. 4.
:s Cf. os seguintes trechos:
"(A i 11) Tornarei Eninnu o mais influente no céu e na terra (E dzard, 6 9)."
"(A ix 16) A glória aterradora (da casa) chega até o céu (ibid., 75)."
"(A xvii 18-19) Para a casa cuja glória alcança o céu, cujos poderes abrangem céu
e terra (Ibid., 80)."
"(A xxi 15-16) Ele sentou-se entre as molduras da porta: Enorme casa abrangen
do os céus (Ibid., 82)."
"(A xxi 15-16) A casa perecia-se como uma cadeia de montanhas entre o céu e a
terra (Ibid)."
"(B xxiv 14) Eninnu está unido tanto ao céu como a terra (Ibid. 101)."
"(B xxiv 9-10) O Casa que abrange o céu como uma grande montanha, cuja admi
ração e aura são derramadas sobre a terra (Ibid.)."
E dzard, 86 (A xxvii 1-2).
: ’ De acordo com S nyder, os elementos-chave da teologia do templo nos Cilindros de
Gudea são os seguintes: (1) O templo deve ser construído por um rei; (2) a deidade
mostra a planta do templo para o rei; (3) o templo apresenta conotações cósmicas
significativas; (4) o templo se levanta entre o céu e a terra; (5) a construção do tem
plo traria fertilidade. B arbara W ootten Skyder, "Combat Myth in the Apocalypse:
The Liturgy of the Day of the Lord and the Dedication of the Heavenly Temple
(Revelation)" (Ph.D. diss, University of California Berkeley, 1991), 119.
42 O A N T IG O O R IE N TE P R Ó X IM O C O M O P A N O D E F U N D O D O T E M A ...
Hinos e Salmos
(10) ó espirito (?) (de) minha casa! Minha casa que se levanta desde os
muitos céus sobre a terra! ... (15) Eu sou a hieródula do céu... minha
casa! Meu santuário de Eanna! (16) Eu sou a moça de Eanna. Minha
obra de tijolos em Uruk e Kulaba! ... (19). Eu sou a hieródula do céu.
[Minha] grande porta de Enamtar! (20) Eu sou a moça de Eanna [Mi
nha] "sobrancelha" santa que se eleva acima da casa! (21). Eu sou a
hieródula do céu. Meu assento no céu e (meu) assento sobre a terra!
(22). Eu sou a moça de Eanna. Minha... a nação!28
(25) Quando eu, Ninisina não me regozijo, (26) então eu entro até meu?
Pai, na casa onde os destinos são determinados. (27) Então eu entro até
M ark E. C ohen, ed., Sumerian Hymnolagy: The Ersemma, Hebrew Union College
Annual Supplements 2 (Cincinnati: Hebrew Union College Press, 1981), 1.
:s M ark E. C ohen, 68.
44 O A N T IG O O R IE N TE P R Ó X IM O C O M O P A N O D E FU N D O D O T E M A ...
O texto deixa claro que a "casa de Enlil" era uma "casa de julga
mentos", um julgamento que parece estar associado ao processo de
determinação dos destinos. Algumas linhas adiante, o texto mencio
na os "tabletes do destino", como se pode notar no seguinte extrato:
"(39) depois que ele removeu (os tabletes) do destino, [ele me olhou],
(40) depois que ele fechou a habitação para os (tabletes do) destino,
[ele me falou]: (41) (seu) destino está neste... lugar, meu colo."30 As
sim o julgamento consistiu em determinar o destino, o qual, ao que
parece, estava gravado nos tabletes armazenados no templo.
Uma questão que necessita ser tratada neste ponto diz respeito
à localização da "casa de Enlil". De acordo com a mitologia sumeria-
na, Enlil era o deus do vento, filho de An, o deus do céu. A arma de
Enlil é a tempestade-inundação, e ele é também chamado de "Rei das
terras".31 Portanto, uma vez que Enlil não é definido como o deus do
céu, não é possível dizer que seu templo era entendido como estando
localizado no céu. No entanto, já que as interações descritas no texto
acontecem entre as deidades, o templo de Enlil muito provavelmen
te estaria localizado em algum lugar mítico e, portanto, pode ter sido
considerado como um equivalente funcional do templo celestial.
Um ersemma sobre a destruição de Sumer e Ur transmite a ideia
de um julgamento no templo celestial: "(364) o julgamento da as
sembleia não pode ser revogado, (365) A palavra de An e Enlil não
conhece revogação."32 A medida que o texto segue, é afirmado que:
"(493) An não pode mudar os decretos do céu, os planos para tratar
as pessoas com justiça."33 O "julgamento da assembleia" em conexão
Outros textos
30 ANET, 53. Estas palavras são repetidas quase literalmente nas linhas 172-75 e 302-04.
37 S. N. K ramer, o tradutor, abre a possibilidade de que "talvez, entretanto, as duas
linhas referem-se à Ninshubur estar fazendo as rondas dos deuses em Nippur,
Ur, e Eridu; se assim for, 'santuário' e 'casa' (linhas 35, 36), deveriam ser lidos
'santuários' e 'casas', enquanto que 'correr ao redor' poderia talvez ser lido 'fazer
as rondas"' (ANET, 53, n. 14).
38 S amuel N oah K ramer, Sumerian Mythology: A Study of Spiritual and Literary Achie
vement in the Third Millennium B.C. (Philadelphia: American Philosophical So
ciety, 1944), 59.
O A N T IG O O R IE N TE P R Ó X IM O C O M O P A N O D E F U N D O D O T E M A ... 47
Resumo
LITER A TU RA ACADIANA
História de Etana
39 COS, 1:453-57. Cf. M ichael H aul, Das Etana-Epos: Ein Mythos von der Himmelfahrt
des Königs von Kis, Göttinger AAL (Göttingen: Seminar für Keilschriftforschung,
2000).
40 COS, 1:457 (Tablete IV).
45 Vide H orowitz, Mesopotamian Cosmic Geography, 208, para uma geografia dos
céus na história de Etana.
O A N T IG O O R IE N T E P R Ó X IM O C O M O P A N O DE FU N D O D O T E M A ... 49
M artha T. R oth, Law Collections from Mesopotamia and Asia Minor (Atlanta: Scho
lars Press, 1997), 77 (1122-31).
' Cf. J f.remy B lack, A ndrew G eorge, and J. N. P ostgate, eds., A Concise Dictionary of
.Akkadian, 2nd (corrected) printing (Wiesbaden: Harrassowitz, 2000), 379.
■’ Deve-se ter em mente que a cidade de Nippur é chamada a "banda [mrÃs] do céu
e a terra" (Roth, 77 [i 50-62]) porque ela hospedou o templo Ekur, como o contex
to deixa claro. Assim, o conceito de que o templo terrestre é o ponto de conexão,
markasu, entre o céu e a terra poderia muito bem estar baseado sobre a suposição
de que o templo terrestre funcionava como um correspondente para o celestial.
50 O ANTIGO O R IE N TE P R Ó X IM O C O M O P A N O D E FU N D O D O T E M A ...
45 M aureen G allery K ovacs, The Epic of Gilgamesh (Stanford, CA: Stanford Univer
sity Press, 1989), 19 (Tablet II, lines 228-29).
46 Ibid., 41 (Tablet V, line 5).
47 Ibid., 59 (Tablet VII, lines 1-5).
48 Ibid., 92 (Tablet X line 61).
49 Ibid. (Tablet X line 77).
50 Ibid. (Tablet X line 78).
O A N T IG O O R IE N T E P R Ó X IM O C O M O PA N O DE F U N D O D O T E M A ... 51
Enuma Elish
' L axdsberger e W ilson propõem a seguinte tradução para a linha 145: "a grande mora
da, Esharra, que ele criou, os céus, Ele fez Anu, Enlil e Ea ocuparem (como) seus dis
tritos santos" (B. L andsbercer, and J. V. K inniür W ilson, "The Fifth Tablet of Enuma
Elis," JANES 20 (1961): 176, n. 120). Se esta sugestão está correta, então "céu" deveria
ser entendido como sintaticamente em aposição a Esharra, e não como uma referên
cia ao lugar de um santuário. Não obstante, quando a passagem é examinada junto
ao seu contexto gramatical imediato, nota-se que a antiga cosmovisão de uma tríplice
divisão do cosmos em mundo inferior (Apsu), terra e céu parece formar o panorama
conceituai da passagem. Uma vez que o texto fala de um santuário em Apsu, ou o
Apsu como um santuário, e também o santuário de Esharra, o terrestre, é razoável
supor que o terceiro estaria localizado no céu, ou o céu mesmo poderia estar em vista.
Deve-se notar nesta conjuntura que Apsu era o nome do monstro primitivo as
sassinado por Ea (Enki), que foi formado em um lugar dos santuários.
COS, 1:402 (V 109-13).
7 .ANET, 69.
54 O A N T IG O O R IE N T E P R Ó X IM O C O M O P A N O D E F U N D O D O T E M A ...
Embora esta pesquisa lide com fontes escritas, este excurso dis
cute excepcionalmente uma importante cena esculpida, que pode
trazer luz adicional ao tópico em estudo, uma vez que ela aparente
mente descreve a relação entre os templos celestial e terrestre.62 Esta
Resumo
LITERATURA HITITA
Canção de Ullikummi
Tessub era o "supremo Deus Tempestade" e "reinante rei dos deuses segundo a
teologia H um an" (H arry A. H offner, J r ., Hittite Myths [Atlanta: Scholars Press,
1998], 113).
rbid., 58.
" Cf. H ans G. G ütterbock, "Hittite Mythology," in Mythologies of the Ancient World,
ed. Samuel Noah Krammer (Garden City, NY: Doubleday, 1961), 25.
~ ANET, 123. H offner traduz como, "No céu acima dele se encontram templos e
(seus) santuários-kuntarra" (H offner, Hittite Myths, 59).
~ G ütterbock, 45.
74 H offner, Hittite Myths, 64.
58 O A N T IG O O R IE N TE P R Ó X IM O C O M O P A N O D E FU N D O D O T E M A ...
75 H ans G ustav G utterbock, ed., The Song of Ullikummi: Revised Text of the Hittite
Versioti of a Hurrian Myth (New Haven, CT: The American Schools of Oriental
Research, 1952), 49.
76 H offner, Hittite Myths, 65.
77 Ibid., 111.
7s q Treaty of Tudhalia IV with Kurunta of Tarhuntassa on the Bronze Tablet
Found in Hattussa (2:18)" §10 (1.91-101, ii.1-3) in COS, 2:102.
79 G utterbock fornece a palavra "cid ade" (G utterbock, 49).
80 H offner, Hittite Myths, 111.
O A N TIG O O R IE N T E P R Ó X IM O C O M O P A N O D E F U N D O D O T E M A ... 59
foid., 56.
: Ibid., 63.
Foid., 64-65.
60 O A N T !C O O R IE N TE P R Ó X IM O C O M O P A N O D E FU N D O D O T E M A ...
Outros textos
84 V olkert H aas, Geschichte der Hethitischen Religion (Leiden: E. J. Brill, 1994), 126. O
texto mencionado por H ass está em H ugo H einrich F igulla e outros, Keilschrift
texte aus Boghazköi (Leipzig: J. C. Hinrichs, 1916), 4:1, vs. 39.
85 Itamar S inger, Hittite Prayers, Writings from the Ancient World 11 (Atlanta: So
ciety of Biblical Literature, 2002), 51 (A 129'-ii 2').
0 A N T IG O O R IE N T E P R Ó X IM O C O M O P A N O D E FU N D O D O T E M A ... 61
AN ET, 398.
H ol vvink ten C ate, "The Sun God of Heaven and the Hittite King," in Effigies Dei:
Etsays on the History ofReligions, Studies in the History of Religion 51 (Leiden: E.
J. Brill, 1987), 23. A Assembleia dos deuses transmite uma noção de julgamento,
e consequentemente pode ser relacionada ao tema do templo/santuário celestial.
Além disso, embora não se possa ter certeza acerca do local específico onde essa
assembleia se reunia, a evidência geral do AOP permite a possibilidade de que o
templo celestial poderia ser um dos seus locais.
A literatura hitita contém várias referências à assembleia dos deuses, como a seguin
te amostragem revela. No edito bilíngue de Hattusili I, o monarca pede aos deuses
que "tomem uma posição em meu favor e julguem o [caso legal] em meu favor"
COS, 2:88). Em um tratado entre Suppiluliuma e Aziru, a assembleia dos deuses é
chamada para testemunhar (ibid., 95). O mesmo tema ocorre nas bênçãos e maldi
ções do tratado entre Suppiluliumas e Kurtuwaza. O texto diz que "na conclusão
desse tratado chamamos os deuses a se reunirem, e os deuses das partes contratantes
a estarem presentes, para escutarem e servirem como testemunhas" (A N E T 205).
'Na oração de Mursillis II, todos os deuses são convocados a reunirem-se para tes
temunhar um juramento" (COS, 2:156). "No mito Telepinus está registrado que os
deuses [estavam reunidos] em assembleia debaixo da árvore hatalkesnas" (ANET,
128), assumido como sendo o espinheiro, de acordo com ten C ate (16).
Tt x C ate , 21.
' G ary B eckman, "The Hittite Assembly," Journal of the American Oriental Society
102 (1982): 102-442.
62 O A N T IG O O R IE N T E PR Ó X IM O C O M O P A N O D E FU N D O D O T E M A ...
Resum o
LITER A TU RA UG A R ÍTIC A
Épica de Kirta
(Grand Rapids: Eerdmans, 1983), 3-6; J ohn D ay, "Ugarit and the Bible: Do They
Presuppose the Same Canaanite Mythology and Religion?," in Ugarit and the Bib
le: Proceedings of the International Symposium on Ugarit and the Bible, ed. A drian H.
W. C urtis, J ohn F. H ealey, and G eorge J. B rooke, Ugaritisch-Biblische Literatur
11 (Münster: Ugarit-Verlag, 1994), 35-52; J. A. E merton, "W hat Light Has Ugaritic
Shed on Hebrew?," in Ugarit and the Bible, 53-69.
rbid., 26 (KTU 1:15 III 17-19).
4 M arjo C hristina A nnetf. K orpel, A Rift in the Clouds: Ugaritic and Hebrew Descrip
tions of the Divine (Münster: Ugarit-Verlag, 1990), 375.
64 O A N T IG O O R IE N T E PR Ó X IM O C O M O P A N O D E FU N D O D O T E M A ...
História de Aqhat
É instrutivo notar que, junto com sua tenda mítica "nas fontes
dos rios," EI tinha uma casa ou santuário na cidade de Ugarit, como
o texto abaixo parece demonstrar. O contexto da passagem descreve
3aal intercedendo diante de El a fim de que um filho fosse dado a
Kirta. A descendência solicitada era esperada
' D avid P. W right identificou vinte cenas rituais na narrativa de Aqhat, a maio
ria das quais são "classificadas em (a) festas, (b) bênçãos, (c) rituais de luto, e
(d) rituais de vingança" (D avid P. W right , Ritual in Narrative: The Dynamics of
Feasting, Mourning, and Retaliation Rifes in the Ugaritic Tale of Aqhat [Winona
Lake: Eisenbrauns, 2001], 13). Embora W right tenha realizado uma análise
detalhada dessa história, com uma meticulosa identificação das cenas rituais
contidas ali, infelizmente ele não deu atenção ao tema do templo celestial.
P arker, 62 (KTU 1.17 V I46-49). A locução "Pai dos Anos" relembra a expressão
"Ancião de Dias" de Dn 7:9-10. Essa passagem receberá atenção no capítulo 3
desse estudo.
J- Ibid., 53 (KTU 1 .1 7 1 31-32).
66 O A N T IG O O R IE N T E P R Ó X IM O C O M O P A N O DE P U N D O D O T E M A ...
O ciclo de Baal
' Cf., e.g., M arvin H. Pore, El in the Ugaritic Texts, VTSup 2 (Leiden: Brill, 1955),
92-104.
" C lifford, The Cosmic Mountain in Canaan and the Old Testament, 50-51. Cf. C onrad
E. I'Heureux, Rank among the Gods El, Ba'al, and the Repha'im, ed. F rank M. C ross,
Harvard Semitic Monographs 21 (Missoula, MT: Scholars Press, 1979), 26-28.
" ' E l também ocupava uma posição proeminente na antiga religião do sul da Ará
bia, como notado por Ulf Oldenburg, "Above the Stars of El: El in Ancient South
Arabic Religion," ZAW 82, no. 2 (1970): 187-208.
Cf., e.g., a seguinte épica de Kir ta: 20, "levanta tuas mãos para o céu, sacrifique
touros para teu pai, El" (KTU 1.14 ii 20). As expressões bíblicas "El, o mais alto"
e "as estrelas de El" emprestam peso adicional para a argumentação de que a
mitologia Ugarítica mais provavelmente concebia a habitação de El como locali
zada no céu (ou em algum lugar mítico funcionalmente equivalente ao céu).
;::i J. L. G ibson, "The Theology of the Ugaritic Baal Cycle," Or 53 (1984): 210.
:: C lifford, "The Tent of El and the Israelite Tent of Meeting," 223.
72 O A N T IG O O R IE N TE P R Ó X IM O C O M O P A N O D E F U N D O D O T E M A ...
Resumo
LITER A TU RA EG ÍPC IA
Quanto a qualquer deus que me levará para o céu, que ele viva e per
dure; que touros sejam abatidos para ele, as patas dianteiras serão cor
tadas para ele, e ele ascenderá à mansão de Hórus que está no céu; mas
quanto a qualquer deus que não me levar ao céu, ele não terá honra,
não possuirá peles de leopardo, não provará p3k-pào, e não ascenderá
à mansão de Hórus que está no céu naquele dia quando o julgamento
for feito [...].145
150 R aymond O liver F aulkner, The Ancient Egyptian Coffin Texts (Warminster, En
gland: Aris and Phillips, 1973), 2:134, Spell 492.
151 ibid., 2:137, Spell 498.
152 Ibid., 3:96, Spell 985.
153 Ibid., 1:265, Spell 335, Part II.
154 Ibid., 2:208, Spell 625.
155 Ibid., 3:11, Spell 820.
156 Ibid., 2:138, Spell 499.
J A N T IG O O R IE N TE P R Ó X IM O C O M O P A N O D E F U N D O D O T E M A ... 81
Outros textos
Resumo
Conclusão
O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO
CELESTIAL NA TORÁ
G n llr l - 9 1
A tradução dos textos bíblicos segue de perto a versão Almeida Corrigida Fiel
(ACF), que algumas vezes é modificada para refletir uma tradução mais literal do
texto hebraico.
86 O TE M A D O T E M P L O /S A N T U Á R IO C E LE ST IA L N A TO RÁ
4 E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume
toque nos céus, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalha
dos sobre a face de toda a terra.
5 Então desceu YHWH para ver a cidade e a torre que os filhos dos
homens edificavam;
6 E YHWH disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua;
e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo
o que eles intentarem fazer.
7 Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda
um a língua do outro.
8 Assim YHWH os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessa
ram de edificar a cidade.
9 Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu
YHWH a língua de toda a terra, e dali os espalhou YHWH sobre a face
de toda a terra.
Observações Preliminares
2 V ítor P. H amilton, The Book of Genesis: Capítulos 1-17 (Grand Rapids, MI: Eerd-
mans, 1990), 350.
3 Para um estudo sobre o fenômeno do deslocamento cronológico na Mesopotâmia
e na literatura bíblica e pós-bíblica, cf. D avid A. G latt, Cronological Displacement
in Biblical end Related Literatures (Atlanta, GA: Scholars Press, 1993).
4 H amilton argumenta que os capítulos de abertura do Gênesis são caracterizados
por blocos de narrativa delimitados por genealogias:
(1) (a) 5:32 genealogia (filhos de Noé)
(b) 6:1-8 narrativa (filhos de Deus)
(a') 6:9-10 genealogia (filhos de Noé)
O TEMA D O T E M P L O /S A N T U Á R IO C E L E S T IA L N A TO RÁ 87
6 Isso faz relembrar o templo de Esagila que significa, em sumério, "a estrutura
com cabeça erguida" (Ephraim Avigdor Speiser, Genesis [Garden City, NY: Dou-
bleday, 1964], 75). Vide mais sobre isso abaixo.
7 sêm ("nom e") ocorre 14 vezes na "história primitiva" (Gn 1-11). Doze ocorrên
cias levam a denotação lexical "normal" de uma palavra ou frase pela qual uma
pessoa, coisa, ou classe de coisas é conhecida, falada, ou chamada para ou de,
enquanto as outras duas ocorrências carregam a conotação de "reputação" (11:4)
e "renome" (6:4). Vide L udwig K öhler e outros, The Hebrew aná Aramaic Lexicon
of the Old Testamet (HALOT), traduzido e editado baixo a supervisão de M.E.J
Richardson, 5 vols. (1994), s.v "Ctií."
J TEM A D O T E M P L O /S A N T U Á R IU C E L E S T IA L N A TO RÁ 89
' F rank A nthony S pina, "Babel," Anchor Bible Dictionary (ABD), ed. D avid N oel
F reedman (New York: Doubleday, 1992), 1:562.
' F. W. R eiterer , "Dtí sem," Theologisches Wörterbuch zum alten Testament (TWAT),
ed. G. J ohannes B otterweck und H elmer R inggren (Stuttgart: W. Kohlhammer,
1973-97), 10:152-74.
C laus W estermann, Genesis T U : A Commentary (Minneapolis: Augsburg, 1984),
548. Cf. II Sam 7:9; 8:13; Jr 32:20; Is 63:12,14; Dn 9:15; Ne 9:10; Também Js 7:9 com
modificação.
90 O TE M A D O T E M P L O /sA N T U Á R IO C E LE ST IA L N A TO RÁ
não está simplesmente sobre a torre, mas sobre uma cidade com
uma torre.24 Embora isto provavelmente seja verdade, deve-se ter em
mente que cír poderia também suscitar conotações cultuais: a princi
pal construção de uma cidade antiga era o templo, e a vida na cidade
girava em torno do templo.25
Torre como um zigurate. A vasta maioria dos estudiosos sus
tenta a visão de que Gn 11:1-9 deveria ser entendido em contraste
com o pano de fundo da cultura urbana sumério-babilônica, a qual
retratava o zigurate como a principal obra arquitetônica. A narrati
va hebraica da história fornece várias indicações que apontam nessa
direção. Os indicadores mais significativos são a menção de Sinar, a
localização geográfica geral onde a história se desenrola, e Babel, o
nome da cidade. Outros elementos incluídos na narrativa, tais como
as técnicas de construção e a ideologia geral por trás dos constru
tores da cidade/torre, também contribuem para situar os eventos
mencionados em Gn 11:1-9 na antiga Mesopotâmia. Na discussão a
seguir, os principais argumentos para entendimento de tnigdãl como
um "templo-torre" ou zigurate são apresentados.
Primeiro, o cenário da história deve ser notado. Tudo acontece
em Sinar (sin cãr), que remete à área conhecida pelos mesopotâmicos
como a "terra de Sumer e Akkad."26 Adicionalmente, a referência a
Babel (babei) deixa claro que o cenário da narrativa é a antiga Meso
potâmia. Já que o zigurate era a mais proeminente estrutura em uma
24 K im, 49. Cf. M argaret B raker que, em um comentário casual de Hc 2:1-3, sugeriu
que "a torre era uma descrição comum do santuário" (The Gate of Heaven: The
History and Symbolism of the Temple in Jerusalem [London: SPCK, 1991], 128, itáli
cos dela). Embora não forneça nenhuma evidência para sustentar esta afirmação,
esta pode ser verdadeira pelo menos em relação aos templos-torre da Mesopotâ
mia, como será argumentado a seguir.
23 Vide L. R. F isher, "The Temple Quarter," JSS 8 (1963): 34-41; A dam F alkenstein,
The Sumerian Temple City (Los Angeles: Undena Publications, 1974), 7-14; J ames
V alentine, "Theological Aspects of the Temple Motif in the Old Testament and
Revelation" (Ph.D. dissertation, Boston University, 1987).
26 Cf. J ames R. D avila, "Shinar," ABD, 5:1220. Ainda de acordo com D avila, Sinar
"corresponde à porção do moderno Iraque S de Bagdá [i.e., Sumer]. Esta com
preensão é confirmada pela LXX, Targum Onkelos, e o Gênesis Apócrifo. Todos os
três algumas vezes traduzem 'Sinar como Babilôn(ia)" (IBID., 1220).
0 TEM A D O T E M P L O /S A N T U Á R IO C E LE ST IA L N A TO RÁ 93
W alton, 155.
V ictor A. H urowitz, I Have Built You an Exalted House: Temple Building in the Bible
in Light of Mesopotamian and Northwest Semitic Writings, JSOT Supp. 115 (Shef
field: JSOT Press, 1992), 17-128; A rvid S. K apelrud, "Temple Building, a Task for
Gods and Kings," Or 32 (1963): 56-62; R ichard E. A verbeck, "Sumer, the Bible,
and Comparative Method: Historiography and Temple Building," in Mesopota
mia and the Bible: Comparative Explorations, ed. K. L awson Y ounger and M ark W.
C havalas (Grand Rapids: Baker, 2002), 88-125.
* S eely, 18.
v "A torre de Babel (Gn 11:4-5) provavelmente représenta outro caso onde migdâl
refere-se a um templo. Existe pouca dûvida de que o relato relembre os templos
zigurate da Mesopotâmia" (E. B. B anning, "towers," ABD, 6:623-24).
■ R. J. F orbes, "Chemical, Culinary, and Cosmetic Arts," in A History of Technology from
Early Times to the Fall of Ancient Empires, ed. C harles J oseph S inger, E. J. H olmyard,
and A. R. H all (Oxford: Clarendon Press, 1954), 254.
: S eely, 18.
94 O TE M A D O T E M P L O jsA N T U Á R IO C E L E S T IA L N A TORÁ
33 S peiser, 75-76.
34 D ietz O tto E dzard, Gudea and Dynasty, The Royal Inscriptions of Mesopotamia;
Early Periods, vol. 3 /1 (Toronto: University of Toronto, 1997), 80 (Axvii 1 8 ).
33 Ibid., 101 (B xxiv 9-10).
36 O conceito de "espacialização" vem do discurso semiótico, que se dedica a expli
car como o discurso organiza o espaço para transmitir um significado. "Espacia
lização é um dos componentes da 'discursivização', i.e., a entrada em discursos
de estruturas semióticas mais profundas." Cf. "Space" and "Spatialization" in
Algirdas Julien Greimas and Joseph Courtés, Semiotics and Language: An Analyti
cal Dictionary (Bloomington: Indiana University Press, 1982), 305-07.
0 TE M A D O T E M P L O (S A N T U Á R IO C E L E S T IA L N A T O R Á 95
Palavras-Chave e Expressões
■' Cf. S I 48:1-2 [2-31; 74:12; Is 2:1-4 (= M q 4:1-3); 45:22; 2 c 14:8-10. Cf. S teven S . T uell,
"TiaÇ)," New International Dictionary of Olá Testament Theology and Exegesis (NI-
DOTTE), ed. W illem A. V anG emeren (Grand Rapids: Eerdmans, 1997), 2:333-34.
E.g. H ubert B ost, Babel: Du texte au symbole, Le Monde de la Bible (GenPve: La
bor et Fides, 1985), 55; F rank S. F rick, The City in Ancient Israel (Missoula, MT:
Scholars Press, 1977), 207-09; B enno J acob, The First Book of the Bible: Genesis (New
York: KTAV, 1974), 78; N ahum M. S arna, Genesis, The JPS Torah Commentary
(Philadelphia: Jewish Publication Society, 1989), 83.
' ■V on R ad, Genesis: A Commentary, 149.
4 "A expressão não é hiperbólica (como Dt 1:28) mas representa o sério propósito
dos construtores em elevar seu trabalho ao alto, ao lugar de habitação dos deuses
(Jub x. 19, etc.)." J ohn S kinner, A Critical and Exegetical Commentary on Genesis, 2nd
ed., ICC (Edinburgh: T. and T. Clark, 1930), 226.
"A expressão provavelmente não é entendida aqui hiperbolicamente (Dt i 28),
mas literalmente, 'céu' (cf. em i. 6) sendo considerado como uma abóbada, a qual
pode ser alcançada (Is xiv 13f) pelo menos por um esforço corajoso" (S. R. D river,
The Book of Genesis, Westminster Commentaries [London: Methuen, 1943], 135).
42 E.g., R onald F. Y oungblood, The Book of Genesis: An Introductory Commentary, 2nd
ed. (Grand Rapids, MI: Baker, 1991), 127; J. P. F okkelman, Narrative Art in Genesis:
Specimens of Stylistic and Structural Analysis, 2nd ed. (Sheffield, England: JSOT
Press, 1991), 19-20; A lfred G ottschalk, "The Image of Man in Genesis and in the
96 O TE M A D O T E M P L O jS A N T U Á R IO C E L E S T IA L N A TORA
Ancient Near East," M AARAV 7 (1991): 140; W estermann, Genesis 1-11,548; J ack
M. S asson, "The T ow er of BabeT as a Clue to the Redactional Structuring of the
Primeval History (Genesis 1:1-11:9)," in The Bible World: Essays in Honor of Cyrus
Gordon, ed. G ary A. R endsburg et al. (New York: KTAV and the Institute of He
brew Culture and Education of New York University, 1980), 219; F rank M ichael:.
Le Livre de la GenPse (Neuchâtel, Paris: Delachaux and Niestlé, 1957), 104.
43 "A implicação é que YHW H habita no céu," como J ulian M orgenstern coloca.
"The Book of the Convenat," HUCA 5 (1928): 41-42.
O TEMA D ü TEMPLO/SANTUÁRÍO CELESTIAL MA TORÁ 97
” S arna, Gênesis, SI
Vide B ost, 68-69; C laus W estermann, Genesis: A Practical Commentary, trans.
D avid G reen (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1987), 82.
~~ U mberto C asscto, A Commentary on the Book of Genesis (Jerusalem: Magnes, 1989), 244.
J acob, 78.
98 O T E M A D O TEMPLOISANTUÁRIO CELESTIAL NA TOR.Á
Implicações Contextuais
G n . 2 8 :1 0 -2 2
52 J acob, 78. Cf. W einfeld, Deuteronomy and the Deuteronomic School, 200.
D TE M A D O TE M PLO (S A N T U Á R IO C E L E S T IA L N A TO RÁ 101
Observações Preliminares
Tabela 1
Palavras-chave em Gênesis 28:10-22
V. 1 2 3 4 5 6 7 8 9
11 maqôm
maqôm lãqah 3eben
maqôm sim
méra 3ãsôt
12 nPs mussãb
nissãb sãmayim
13 èlôhim yhwh
16 maqôm yhwb
17 maqôm
sãmayim èlôbhn
18 lãqah 3eben mêra 3ãsôt
sim rcPs massêbãh
sím
19 maqôm
■ H ermann G unkel, Genesis, frans. Mark E. Biddle, Mercer Library of Biblical Stu
dies (Macon, GA: Mercer University Press, 1997), 313; C laus W estermann, Gene
sis 12-36: A Commentary (Minneapolis: Augsburg, 1985), 452.
H yacinthe M. D ion, "Patriarchal Traditions and the Literary Form of the 'Oracle
of Salvation,"' CBQ 29 (1967).
Vide E rhard Blum, "Noch einmal: Jakobs Traum in Bethel-Genesis 28,10-22," in Re
thinking the Foundations: Historiography in the Ancient World atul in the Bible, Essays in
Honour of John Van Seters, ed. S teven L. M cK enzie and T homas Römer, BZAW 294
(Berlin: Walter de Gruyter, 2000); S ean M cE venue, "A Return to Sources in Genesis
28,10-22," Z A W 106 (1994): 375-89; M anuel O liva, "Vision y voto de Jacob en Bethel,"
Estúdios Bíblicos 33 (1974): 117-55; J ohn V an S ett.rs, Prologue to History: The Yahwist as
Historian in Genesis (Louisville, KY: Westminster/John Knox, 1992), 288-306.
' D. S tuart B riscoe, Genesis, ed. L loyd G. O gilvie, CCSOT 4 (Waco, TX: Word
Books, 1987), 240.
104 O T E M A D O T E M P L O [S A N T U Á R IO C E LE ST IA L N A TORA
O texto alemao diz: "Einen Bundesschluss zu errinern" (J. A lberto S oggix , Das
Buck Genesis: Kommentar [Darmstadt, Germany: Wissenschaftliche Buchgesells-
chaft, 1997], 366).
Cf., e.g. Gênesis 31:45-54 onde a massêbãh "serve como uma testemunha muda do
tratado entre Jacó e Labão" (Sarna, Genesis, 199). Em Êxodo 24:4, massêbãh igual
mente funciona num contexto de aliança. Também, em fontes extra bíblicas colu
nas são atestadas no contexto de uma aliança, como demonstrado pelas Inscrições
de Sephíre do oitavo século onde as colunas são usadas para selar um tratado. In-
teressantemente, a coluna ou esteia de pedra era chamada bty5Ihy3 [Beteis] (Joseph
A. F itzmyer, The Aramaic Inscriptions of Sefire, BibOr 19 [Rome: Pontificial Biblical
Institute, 1967], 82-83 [Sf II, Face C, lines 7,9-101. Vide G arcia-T reto, 5; G ordon J.
W enham, Genesis 16-50, WBC [Waco: Word Books, 1994], 2:224).
• S arna, Gênesis, 200.
D onald J. W iseman, " 'I s It Peace?': Covenant and Diplomacy," VT 32, no. 3 (1982):
311-26. W iseman observa, a respeito de Gn 28:21, que a expressão "'retornar em
paz para a casa de meu pai' primariamente denota a conclusão bem sucedida
da aliança matrimonial, a qual ele [Jacó] tinha estabelecido com a benção e a
comissão de seu pai" (W iseman, 325). Não está claro, entretanto, que Jacó está
primariamente se referindo à aliança de casamento. Parece mais provável que o
"retorno em paz" estava conectado com a relação de aliança entre Jacó e YHWH.
106 O TEMA D O TE M P LO [S A N T U Á R IO C E LE ST IA L N A TO?.-
Espacialização65
Céu
Berseba
1Betei
Harã
Palavras-Chaves e Expressões
Esta seção restringe-se aos v. 12-13a e 16-17, visto que muito dos
indicadores verbais e conceituais do tema do templo/santuário ce
lestial estão concentrados nesses versos. Além do mais, eles forne
cem uma descrição e uma avaliação do "lugar," onde os eixos verti
cal e horizontal se intersectam. Para a conveniência do leitor, o texto
é apresentado abaixo.
G n 28:12-13a
E sonhou: e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus
e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela. E eis que YHWH
estava em cima dela.
G n 28:16-17
68 O texto em espanhol diz o seguinte: "La partícula hebrea hinnêh ejerce con ér-
fasis una función deíctica; sitúa un objeto en un campo presente, y reclama so
bre el objeto la atención dei interlocutor" (Luís A lonso-S chõkei., "Nota estilística
sobre la partícula hinnêh," Bib 37 [1956]: 74). Vide também D. J. M cC arthy, D .'
"The Uses of wêhinnêh in Biblical Hebrew," Bib 61 (1980): 330-42/ Yitshak Sadka
“Hinne in Biblical Hebrew," Iff 33 (2001): 479-93.
6" T homas Oden L ambdin, Introduction to Biblical Hebrew (New York: Scribner, 1971), 16S
O TEM A D O T E M P L O /S A N T U Á R IO C ELE ST IA L N A T O R Á 109
não fosse por um detalhe crucial. O texto relata uma sullãm "posta na
terra cujo topo tocava nos céus" (3arsãh wérô^sô rnaggia chassãmãymãh
mussah). Essa imagem obviamente requer algo como uma escada
portátil ou uma escadaria, em vez de uma estrutura semelhante a
um portão.
Nessa conjuntura, uma análise semântica e etimológica de sul
lãm77 está em ordem. Uma vez que a palavra é um hapax legomenon,
faz-se necessário recorrer à sua etimologia e possíveis ocorrências
em línguas cognatas a fim de esclarecer seu significado. A raiz dessa
palavra, sll, que é atestada várias vezes no hebraico bíblico, tem o
significado de "levantar, olhar para cim a."78 O hebraico bíblico atesta
outras três palavras derivadas desta raiz: sõllãh "m onte," méssilãh
"estrada," e o hápax maslül "estrada" (Is 35:8). Parece que a denota
ção básica da raiz é aquela de algo "levantado," daí o "caminho" ou
"estrada." Quanto ao significado preciso de sullãm, entretanto, seu
cognato acadiano simmiltu79 pode contribuir para uma interpretação
mais precisa. Essa palavra tem sido atestada com o significado de
"escadaria", "escada de cerco de guerra" "escada para o céu."80 Se
existe uma relação semântica e etimológica entre o acadiano simmiltu
e sullãm, o significado da última é consideravelmente reduzido. No
entanto, a precisa imagem visual por trás da palavra, se uma escada
portátil ou uma escadaria, permanece indefinida. Felizmente, esse
detalhe é irrelevante para esta pesquisa. O que importa é que a sul
lãm "liga o céu e a terra e foi colocada sobre a terra presumivelmente
próximo de onde Jacó estava deitado."81
- G riffiths, 229-30.
~ M illard, 86-87; Speiser, 218; V on R a d , Genesis, 284.
4 C. H outman, "W h at Did Jacob See in His D ream at Bethel?" V T27 (1977): 340.
H arry A. H offner, "Second Millennium A ntecedents to the H ebrew 3<5b" JBL 86
(1967): 398.
' Alguns têm tratado de estabelecer a ligação m esopotâm ica por meio da narra
tiva de Babel que é considerada com o estando conectada com o sonho de Jacó.
No entanto, a despeito das óbvias conexões tem áticas entre am bas as narrativas,
note-se que há tam bém um a forte oposição entre as duas entidades. A torre de
Babel é um produto de fabricação hum ana; a escadaria do sonho de Jacó chega
sem nenhum a intervenção hum ana com o um cam inho pelo qual Y H W H se reve
la a Jacó. A lém do m ais, tivesse o narrador o desejo de evocar um zigurate, e le /
ela provavelm ente usaria a palavra migdôl (torre), a palavra hebraica m ais apro
priada para transm itir a ideia de um zigurate. Cf. V ictür P. H amilton, The Book of
Genesis: Chapters 18-50 (G rand Rapids, MI: Eerdm ans, 1995), 240.
' r "Ele sonh ou " [Gen 28:12], SDABC, 1:382.
' ' D river, The Book of Genesis, 265.
112 O TEM A D O TE M PLO [S A N T U Á R IO C E LE ST IA L N A TORÁ
89 D river, The Book of Genesis, 265; H amilton, The Book of Genesis: Chapters 18-50,240-41;
Skinner, 377; S peiser, 218; W estermann, Genesis 12-36,455; Saadiah quoted in Sar
na, Genesis, 364, n. 6.); NJB, NSRV, JPS.
90 B i .um, 33-54; W enham, Genesis 16-50,22; J. A lberto S oggin, Das Buch Genesis: Kom
mentar (Darmstadt, Germany; Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1997), 363-63;
"He dreamed," SDABC, 1:382; Vulgate; Septuagint; Peshitta; Rashi; Ibn Ezra; Ram-
ban; NASB; RSV; NIV. The references to Jewish commentators are from Sarna,
Genesis, 364, chap. 28, n. 6.
91 G umkel, como notado por W enham, embora admitindo que "sobre ele" foi como
J entendeu a frase, "no contexto corrente em JE, há a inclinação para traduzir
'sobre ela', ou seja, sobre a escada" (G umkel, 310). Cf. W enham, Genesis 16-50,222.
O TE M A D O T E M P L O fS A N T U Á R IO C E LE ST IA L N A TO RÁ 113
E stan d o este ain d a falando, v eio o u tro e disse: "F o g o de D eus caiu do
cé u ..." (Jó 1:16)
E será que daquele de que eu te d isser: E ste (húJ) irá con tigo, esse con
tigo irá. (Jz 7:4)
Sanctuary in the Old Testament," 68; S peiser, 218-20; D iana L ipton, Revisions o*
the Night: Politics and Promises in the Patriarchal Dreams of Genesis, JSOTSup 288
(Sheffield: Sheffield, 1999), 91.
95 B ruce K. W altke and M. O 'C onnor, An Introduction to Biblical Hebrew Syntax (Wi
nona Lake, IN: Eisenbrauns, 1990), 309.
96 Cf. também Êx 3:15; Is 44:5; SI 75:8; II Cr 18:19.
97 O blath, 122; cf. W ilhelm G esenius, E. K autzsch and A. E. C owley, Gesenius'He-
brew Grammar, 2nd English ed. (Oxford: Clarendon, 1910), 442. Cf. também BDB.
s.v. HT
98 Este contexto foi sugerido por O blath, 122.
O TE M A D O T E M P L O /S A N T U Á R IO C E L E S T IA L N A TO RÁ 115
"Esta (zeh) não é outra se não a casa de Deus, e este (MJ) é a porta
do céu."
O texto alemão diz: "Die Wiederholung von zh im zweiten Halbvers wäre völlig
unerklärlich, wenn Jakob nur auf eine Stätte hinwiese, wie allgemein ange
nommen wird. Tatsächlich aber wird hier auf zwei verschiedene Stätten hinge
wiesen, nämlich auf die Stelle auf der Erde, wo die Leiter stand, und dann auf
den Funkt am Himmel, an den sie nach V. 12 mit ihrer spitze reichte. Die Stätte
auf Erde nennt Jakob Haus Gottes und die Stelle am Himmel Himmelspforte"
(E hrlich, 1:136).
E.g.,G n 7:11; S1 78:23.
116 O T E M A D O T E M P L O /S A N T U Á R IO C E LE ST IA L N A TORJ.
do céu" (sacar hassãmayim). Uma vez que a última expressão está re
lacionada com a anterior, como correspondentes celestial e terrestre
de duas esferas sagradas interconectadas e como a análise do par
distributivo zeh....wêzeh demonstrou, então mais estudo é requerido
a fim de se estabelecer a conotação precisa de sacar ("porta").
A esta altura é interessante notar que as expressões paralelas
"casa de Deus" e "porta do céu" em referência às realidades ce
lestial e terrestre,101 respectivamente, são usadas como um par de
palavras estereotipadas no Hebraico e no Ugarítico.102 Ressalte-se o
fato de que pares de palavras eram um recurso estilístico comum
por meio do qual os poetas podiam encontrar diferentes tipos de
paralelismos.103 Assim, depois de usar "casa" na primeira linha.
Jacó naturalmente falou "porta" na segunda linha por causa do pa
ralelismo.104*Portanto, sua escolha de sacar na segunda linha desta
curta expressão poética é explicada ao longo das linhas convencio
nais da literatura antiga.
,U1 Antecipa-se o argumento de que a "porta do céu" se refere ao local terrestre eir.
si, uma vez que os templos antigos podem ser considerados como portas para a
realidade celestial. (Vide e.g., M argaret B arker, The Gate of Heaven: The Histon
and Symbolism of the Temple in Jerusalem [London: SPCK, 19911). Entretanto, e
importante salientar que tal argumento não parece se aplicar ao presente textc
devido à estrutura gramatical da passagem, como argumentado acima.
11,2 Vide, e.g., Dt 6:9; 11:20; Jr 26:16; 36:10; Ne 2:3; I Cr 9:23; 26:13; vide também M.
D ahood and T. P enar, "Ugaritic-Hebrew Parallel Pairs," in Ras Shamra Parallels.
The texts from Ugarit and the Hebrew Bible, ed. Loren R. Fisher et al. (Rome: Ponti
fical Biblical Institute, 1972). 1:137, n. 137.
Il,i Para uma discussão dos pares de palavras a partir de uma perspectiva linguís
tica, vide A dfxe B erlin, "Parallel Word Pairs: A Linguistics Explanation," UF
15 (1983): 7-16; idem, The Dynamics of Biblical Parallelism (Bloomington: Indiana
University Press, 1985), 64-102.
104 K selman' sugeriu que Gn 28:17 contém um tricolon da poesia que pode ser per
cebido no arranjo métrico abaixo:
mn nwH hmqwm hzn Quão terrível é este lugar
°yn zh ky Sn byt Shym Este não outro lugar se não a casa de Deus
wzh s^r hsmym E esta é o porta do céu.
"O paralelismo do verso, e especificamente a presença do par bytjscr, frequente
no hebraico e no ugarítico, aponta para a natureza poética desse tricolon" (J ohn
S. K selman, "Recovery of Poetic Fragments from the Pentateuchal Priestly Sour
ce," JBL 97 [19781:161-62).
O TE M A D O T E M P L O /S A N T U Á R IO C E L E S T IA L NA TO RÁ 117
Agora, uma vez que a palavra sacar faz paralelo com bêt, é ra
zoável supor que a expressão sacar hassãmayim ("porta do céu")
mais provavelmente alude à morada/templo/santuário celestial de
YHWH. Skinner parece ter tido em mente algo ao longo dessa linha
quando afirmou que "o santuário terrestre tornou-se como se fosse
a entrada do verdadeiro templo celestial, com o qual se comunicava
por meio da escada."105 Seguindo pelo mesmo viés, Von Rad obser
vou que "no Antigo Oriente uma distinção não especificada era feita
entre o lugar terrestre de uma aparição de deus e seu atual (celestial)
local de habitação."106 Comentando acerca desta passagem, Jeremias
sugeriu que Jacó viu "o 'alto portão/ o templo celestial, cujo corres
pondente terrestre e entrada era formada pelo lugar santo sobre o
qual ele estava."107
Função
Ê x 1 5 :1 -1 8
M artin L eon B renner, The Song of the Sea: Ex. 15:1-21 (Berlin: W. de Gruyter,
1991); T rent C raver B utler, "'The Song of the Sea': Exodus 15:1-18: A Study
in the Exegesis of Hebrew Poetry" (Ph.D. diss., Vanderbilt University, 1971);
P eter C ampbell C raigie, "Earliest Israelite Religion: A Study of the Song of the
Sea (Exodus 15:1-18)" (Ph.D. diss., McMaster University, 1971); F rank M oore
C ross, Canaanite Myth and Hebrew Epic: Essays in the History of the Religion of Israel
(Cambridge, MA: Harvard University Press, 1973), 112-44; T homas B. D ozeman,
"The Song of the Sea and Salvation History," in On the Way to Nineveh: Studies in
Honor of George M. Landes, ed. S tephen L. C ook and S. C. W inter, ASOR Books 4
(Atlanta, GA: Scholars Press, 1999), 94-113; P aul L ee E ngstrom, "Deliverance at
the Sea: A Reading of Exodus 15 in Light of Ancient Near Eastern Literature and
Its Implications for the Assemblies of God" (Th.D. diss., Luther Seminary, 1996);
D avid N oel F reedman , "Strophe and Meter in Exodus 15," in A Light unto My
Path: Old Testament Studies in Honor of Jacob M. Myers, ed. H oward N. B ream, R al
ph D aniel H eim , and C arey A. M oore (Philadelphia: Temple University Press,
1974), 163-203; M aribeth H owell, "Exodus 15:lb-18: A Poetic Analysis," ETL 65,
no. 1 (1989): 5-42; B rian D ouglas R ussell, "The Song of the Sea: The Date and
Theological Significance of Exodus 15:1-21" (Ph.D. diss., Union Theological Se
minary and Presbyterian School of Christian Education, 2002); J ames M uilenburg,
120 O TE M A DO T E M P L O /S A N T U Á R IO C E L E S T IA L N A TORÁ
não tenta revisar todos estes estudos, mas se limita à busca do tema
do templo/santuário celestial nesta unidade poética.110
Observações Preliminares
Ibid.
’’ M ark S. S mith, The Pilgrimage Pattern in Exodus, with Contributions of Elizabeth M.
Bloch Smith, JSOTSup 239 (Sheffield: Sheffield Academic Press, 1997), 183.
B rian D ouglas R ussell, "The Song of the Sea: The Date and Theological Signi
ficance of Exodus 15:1-21" (Ph.D. diss., Union Theological Seminary and Pres
byterian School of Christian Education, 2002), 87.
•' Para o propósito desta pesquisa, entretanto, é suficiente delinear a estrutura ge
ral do poema, especialmente a identificação de seu centro, por razões que se
tornarão claras no devido momento.
Comumente se demonstra que a unidade poética do v. 6 inclui o v. 7a, uma visão
adotada na seguinte discussão. Cf. J on P aulien, "The Sing of Miriam: A Poetic
Analysis," TMs, 1981,8; R ussell, 120.
•' Cf. W illiam H enry P ropp, Exodus 1-18: A New Translation with Introduction and
Commentary, AB 2 (New York: Doubleday, 1999), 505.
:s Não há um consenso entre os estudiosos acerca de onde começa a segunda
seção maior da canção. A maioria deles opta por 12 ou 13. Por razões que serão
explicadas no devido curso, o v. 12 é a sugestão deste estudo.
122 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NA TORÁ
and Structural Analysis, 2 vols., SSN 37 (Assen, The N etherlands: Van G orcum ,
1998), 1:46.
124 P r o p p , 528.
125 O texto em alem ão diz: "im Z entrum des Lieds steh t" ( G e o r g F i s c h e r , "D as
Schilfmeerlied E xo d u s 15 in seinem K on text," Bib 71 , no. 1 [1996]: 35).
126 J a s p e r J. B u r d e n , "A Stylistic A naysis of Exod u s 15:1-21: Theory and P ractice,"
in Exodus 1-15: Text and Context: Proceedings of the 29th Annual Congress of the Old
Testament Society of South Africa, ed. J. J. B u r d e n , P. J. B o t h a , and H. F. V a n R o o y ,
O TW SA/O TSSA 29 (1986) (Pretoria: Univ. of South A frica, 1987), 51.
127 E importante acrescen tar que estes não descrevem forças pessoais, m as tão so
mente instrum entos u sad os p or Y H W H , o guerreiro divino, para d errotar os
inimigos de Israel.
128 O v. 12 parece ser problem ático p ara o esboço sugerido, já que aparentem ente
remete à experiência do m ar: wattipêttah hã3ãres 3et píhã wattiblac °õtãm ("E sten
deste a tua m ão direita, a terra os trag o u "). Isto pode ser explicado a seguir: o v.
12 não se refere à destruição do exército egípcio no m ar V erm elho, m as ao juízo
de Corá, Data e A birão. Se assim for, a expressão tiblãcêmô 3ares ("A terra os
A tu a d e s tr a , ó Y H W H , é m a je s to s a e m p o d e r ,
A tu a d e s tr a , ó Y H W H , te m d e s p e d a ç a d o o in im ig o . E c o m a g r a n d e z a
d a tu a e x c e lê n c ia
D e r r u b a s te a o s q u e se le v a n ta m c o n tra ti.
P o is q u em n o s cé u se p o d e ig u a la r a Y H W H ? Q u e m e n tr e o s filh os dos
p o d e ro s o s p o d e se r sem elh an te a Y H W H ?
D eu s é m u ito fo rm id á v e l n a assem b leia d o s s a n to s, e p a r a s e r re v e re n
c ia d o p o r to d o s os que o cercam .
*
E importante ressaltar que no texto acima o sintagma "entre os
poderosos" (bénê }elim ) é paralelo à expressão "na assembleia dos
santos" (bèsôd qedõsim). Isso deixa claro que o SI 89:7-8 [6-7] retrata a
imagem de um concílio celestial. Sendo este o caso, é razoável argu
mentar que Êx 15:11 expressa o mesmo conceito.
Embora esteja fora do escopo deste estudo apresentar uma aná
lise detalhada do tema do concílio celestial, duas observações são
necessárias. Primeira, como Gregory A. Boyd coloca, "o Antigo Tes
tamento não apresenta nenhuma reserva em reconhecer a existên
cia de deuses [síc ] 144 fora de Yahweh e dos deuses que formam seu
142 Alguns estudiosos judeus optaram por traduzir como "anjos." Assim Ibn Ezra,
Ramban (mentioned by Hyatt, 165); B e n n o J a c o b , T h e S e c o n d B o o k o f th e B ib le:
E x o d u s (Hoboken, NJ: Ktav, 1992), 430.0 Tanakh JPS (1985) parece implicar uma
compreensão similar ao traduzir 3ê lim como "celestiais."
143 SI 89:7-8 [6-71; 29:1; Jó 41:17; Dn 11:36.
144 Por "deuses," B o y d entende seres divinos criados por, e baixo a autoridade de,
YHWH ( G r e g o r y A. B o y d , G o d a t W a r: T h e B ible & S p iritu a l C o n flic t [ D o w n e r s
G r o v e , IL: InterVarsity Press, 1997], 117).
0 TEMA DO TFMPLOfSANTUÁRIO CELESTIAL NA TORÁ 129
145 Ibid.
116 Vide o primeiro capítulo deste trabalho para uma visão geral da função do tem
plo/santuário celestial na literatura do AOP. Vide também M ullen, J r., 128ff.
147 K. K ornfeld, "tthp q d s ," T W A T , 6:1186.
148 Cf., e.g., ASV, KJV, JPS, NASB, NIV, NKJV, RSV.
149 Sugestão oferecida por G. Q uell no aparato da BHS, 111.
150 C haim C ohen, "Studies in Early Israelite Poetry I: An Unrecognized Case of Three-
-Line Staircase Parallelism in the Song of the Sea," JA N E S 7 (1975): 16, n. 22.
151 Esta interpretação é favorecida por estudiosos que frequentemente referem-se
à Dt 33:3 (C ross, Canmnite M y th and H e b re w E p ic, 129, n. 61; T rent C raver B utler,
'"The Song of the Sea': Exodus 15:1-18: A Study in the Exegesis of Hebrew
1 30 O TEMA DO TEM^ CELESTIAL NA TORA
ofertas é com plicada pelo uso da preposição b que parece implicar a conotação
de um esp aço/local para esta locução (i.e., "no b é q õ d e s h a q q ô d ã s ím " ). A tradução
"no lugar mais santo" é também problemática uma vez que somente o sumo sa
cerdote podia ter acesso a ele, e exclusivamente no dia da expiação (cf. T i m o t h y
R. A s h l e y , T h e B o o k o f N u m b e r s , NICOT [Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1993],
348). Um a provável solução corre como segue: uma vez que as ofertas já tinham
sido qualificadas no v. 9 com o q õ d e s h a q q ô d ã s ím ("mais santo"), é possível que
o v .l l agora se refira ao local sagrado onde estas ofertas poderiam ser consumi
das. Assim, b é q õ d e s h a q q ô d ã s ím provavelmente se referiria ao pátio do santuário.
Comentando sobre este verso, M i l g r o m observou que a oferta seria "comida no
pátio do Tabernáculo no mesmo dia pelos sacerdotes do sexo masculino, de
acordo com Lv 6, 9 ,1 9 e 7:6" (N u m b e r s : T h e T ra d itio n a l H e b r e w T e x t w ith th e N e w
J P S T ra n s la t io n , The JPS Torah Commentary [Philadelphia: Jewish Publication
Society, 1990], 150). Logo, sobre a base das observações prévias, a expressão
b é q õ d e s h a q q ô d ã s ím mais provavelmente tem um significado local/espacial. Se
esta se refere ao "p átio" (vide acima, M i l g r o m ) , o u a algum outro compartimen
to do santuário não nos interessa aqui, uma vez que a principal tarefa foi deter
minar se b é q õ d e s h a q q ô d ã s ím é semanticamente consistente com outros usos da
frase b a q q õ d e s na Bíblia Hebraica. Resumindo, para o propósito desta pesquisa
será suficiente notar que N m 18:10 deve também ser entendido espacialmente,
i.e., em referência a um lugar santo.
154 De acordo com J a c o b M i l g r o m b a q q õ d e s em Lv 10:18, II Cr 29:7, SI 63:3 [2], e Ez
44:27 se refere ao pátio sacrificial do Tem plo/Tabernáculo. J a c o b M i l g r o m , L e v i
ticu s 1 - 1 6 : A N e w T ra n s la t io n w ith I n t r o d u c t io n a n d C o m m e n t a r y , AB 3 (New York:
Doubleday, 1991), 605,625-26.
155 Estas duas referências contêm a fórmula de juramento n i$ b a c b "jurar por" que
aparece em expressões com o "O Senhor jurou pelo orgulho de Jacó, Sua mão
direita, por Ele m esm o," etc. Cf. Dt 6:13; Js 2:12; Is 62:8; Jr 51:14; Am 4:2; 6:8; 8:7.
Interessantemente, na Mishiná os juramentos às vezes também eram feitos em
nome do templo. Vide S h a l o m M. P a u l and F r a n k M o o r e C r o s s , A m o s : A C o m
m e n ta ry o n th e B o o k o f A m o s , H erm eneia-A Critical and Historical Commentary
on the Bible (Minneapolis: Fortress Press, 1991), 129, n. 15.
132 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NA TORÁ
SI 77:14-15 [13-14]156
Êx 15:11
156 A tradução de baqqõdes por "n o san tu ário" é apoiada pela V ulgata, LXX, ASV,
DBY, GNV, NKJ, RW B, ELB, ELO , ARC.
157 A palavra "cam inho" (derek) é frequentem ente encontrada nos Salmos em um
sentido de "lei," "ordenança" (SI 18:22 [21], 31 [30]; 25:4; 25:8; 27:11; 37:34; 51:15;
67:2; 81:14; 86:11; 103:7; 1 1 9 :1 4 ,2 7 ,3 0 ,3 2 ,3 3 ), daí que o "cam inho de Y H W H ...está
no santuário" é um conceito adequado tendo em vista as tábuas de pedra dos
mandamentos sendo arm azenadas nele. Em acréscim o, deve ser mantido em
mente que o tem plo/santuário, com seus sacerdotes, rituais, cerim ônias, e todas
as instruções relacionadas ao propósito de Deus p ara seu povo, foi o local mais
concreto para os caminhos de Y H W H serem m anifestados e ensinados ao povo.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NA TORÁ 133
158 LXX, V ulgata, ASV, N K J, D BY, DRA, GNV, KJV, DRB, ARC, ACF. Cf. também
A lbert B arnes, B o o k o f the P s a lm s (N ew York: H arper, 1868), 371.
159 O texto alem ão diz " b q d s ist O rtsangabe wie b 3ly m und heisst im Rate der Heili
gen, eigentlich im H eilgtum , d.i., im H im m el" ( E h r l i c h , 1:321).
160 B r e n n e r , 113; P r o p p , E x o d u s 1 -1 8 , 527.
161 Vide n ê w ê h q ã d s e k ã (v.13), h a r n a h ã l ã t k ã (v.17), m ã k ô n lê s ib t k ã (v .l7), n u q q d ã s (v.
17) a serem discutidos abaixo.
h a f r a m argum enta que Ê x 15:1-18 segue o pad rão temático de "G uerreiro
162 P . S c
178 E.g., C a s s u t o argum enta que 15:13 se refere ao Sinai, e 15:17 ao tem plo a ser
construído no "m o n te" em C anaã. U m b e r t o C a s s u t o , A C o m m e n t a r y o n th e B o o k o f
E x o d u s (Jerusalém: M agnes, 1967).
179 P r o p p afirma que "o m áxim o que podem os fazer é explorar as múltiplas pos
Embora esta frase seja usada somente aqui em toda a Bíblia He
braica,183 o paralelismo com as próximas frases parece apontar para o
monte Sião e Jerusalém como seu referente histórico imediato. Nes
ta conjuntura, é perceptível que har ("montanha") é um dos temas
cultuais mais importantes na Bíblia Hebraica e no AOP.184 har pode
algumas vezes se referir ao Sinai, embora na maioria dos casos aluda
ao local do templo de Jerusalém, e em alguns casos pode apontar
para a Sião celestial, ou a morada celestial de YHWH.185
182 m iq q d ã s h a r n a h ã lá tk ã m ã k ô n lê s ib t k ã n éw ê h q o d s ek ã .
183 Esta expressão ocorre no ugarítico onde são paralelos Saphon e Santuário, assim
provavelmente tendo a morada celestial de Baal como seu referente. Vide o texto
abaixo.
b tkB G rB il fp n N o m eio d o m eu d iv in o m o n te S a p h o n ,
b q d v b G r il n x lty N o san tu á rio, n o m o n te d a m in h a h era n ça
b nom B b g b O tliyt N o p araíso , na a ltu ra d a v itória.
Wyatt, R eligiou s T exts fr o m U garit, 78 [KTU 1.3 iii 29-31].
184 Vide Richard J. C lifford, "The Temple and the Holy Mountain," in T h e Tcmplein
A n tiqu ity: A n cien t R ecord s a n d A n cien t P ersp ectiv es, ed. T r u m a n G. M adsen, The
Religious Studies Monograph Series 9 (Provo, UT: Brigham Young University,
1984), 107-24; R. E. C lements, G od a n d T em p le (Oxford: Basil Blackwell, 1965),
2-11; L undquist , "What Is a Temple? A Preliminary Typology," 205-19; W infried
V ogel, "The Cultic Motif in Space and Time in the Book of Daniel" (Th.D. diss,
Andrews University, 1999), 29-68.
185 E.g., Is 14:13; Ez 28:14, 16; Dn 11:45. Cf. J acques D oukhan, h e S o u p ir d e la Terre:
E tude P rophétiq u e du L iv re d e D a n iel (Dammarie les Lys, France: Editions Vie et
Santé, 1993), 299f.; Martin Selman, "in ," N 1D O T T E , 1:1051-55.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NA TORÁ 139
186 H A L O T , s.v.
187 H A L O T , s.v. ]ton.
188 B D B , s.v. ]toa.
189 Êx 15:17; I Rs 8:13; 39; 43; 49; II Cr 6:2, 30, 33, 39; Ed 2:68; SI 33:14; 89:15; 97:2;
104:5; Is 4:5; 18:4; D n 8 :ll.
190 SI 104:5.
191 H A L O T , s .v .J D .
192 Tryggve N. D. M ettinger, T h e D e th r o n e m e n t o f Sa b a o th , ConBOT 18 (Uppsala,
Sweden: CWK Gleerup, 1982), 92. See M. Gorg, " 2 V '" y ã sa b ," T h eo lo gica l D ic
tionary o f th e O ld T e s t a m e n t ( T D O T ) , ed. G. J ohannes Botterweck and H elmer
Ringgren (Grand Rapids: Eerdmans, 1974-2004), 6:422.
193 I Rs 8:13, II Cr 6:2
194 I Rs 8:39,43,49, II Cr 6 :3 0 ,3 3 ,3 9 , SI 33:14 [13].
195 Ed 2:68.
196 Is 4:5.
197 SI 89:15 [14]; 97:2.
198 Is 18:4; Dn 8:11 (estas passagens são estudadas nos capítulos 4 e 5 deste trabalho,
respectivamente).
199 Vide a referência aos fundamentos da Terra em SI 104:5.
140 O m A A p o r r v .p i .o / s A N n iÁ R io c e l e s t ia l n a r o s ^
200 F riedbert N inow ,"Indicators of Typology within the Old Testament: The Exodus
Motif" (Ph.D. diss., Andrews University, 1999), 158.
201 I Rs 8:39, 43,49, II Cr 6:30, 33,39, SI 33:14 [13], A última passagem tem o sufixo
pronominal 3ms: m ê k ô n sibtô.
O TEMA DO TEM PLO/SANTUÁRiq CELESTIAL NA TORÃ 141
Referente de miqdãs
TE M A D O T E M P L O /S A N T U Á R IO C E L ES T IA L
® I Rs 8:13; II Cr 6:2.
m Is 16:12; Am 7 :9 , 13.
2M Éx 25:8; Lv 12:4; 16:33 ot al.
205 E.g., I Cr 22:19; 28:10; 20:8; SI 74:7.
“ Ez 28:18; Dn 8:11.
207 N inow , 159.
208 Ibid.
209 L ohfink, 81.
142 O TEMA DO 1TMPí o ! sá \TUÁR!0 (TI.TSTIAI. SA TOKÁ
Função
2,8 Estas poderosas obras poderiam ser uma referência às pragas, como cautelosa-
mente sugerido por W illiam S hea em uma comunicação pessoal.
219 H A LO T, s.v.
146 O TEMA DO TEMPLO/sANTl IÁRIO CELESTIAL NA TORA
220 Deve ser notado que as três passagens seguintes (Êx 24: 9-11; 25:9, 40; Êx 32-34)
pertencem à ampla seção de Êx 19-32. Estes blocos de material estão interconec-
tados por um habilidoso entrelaçamento de narrativa e materiais instrutivos.
Embora cada perícope receba tratamento individual em sua respectiva seção,
pode haver alguma superposição, já que as questões discutidas em relação a
uma passagem podem ter influência sobre as outras.
0 TEMA DO TEMPlXijSANTUÁRIO CELESTIAL NA TOliÁ 147
221 Cf. J oseph B lenkinsopp, "Structure and Meaning in the Sinai-Horeb N arrative
(Exodus 1 9 -34)/' in A Biblical Itinerary: In Search of M ethod, Form and Content:
Essays in H onor of G eorge W . Coats, ed. Eugene E. Carpenter, JSOTSup 240
(Sheffield: Sheffield A cadem ic Press, 1997), 109-25; T homas B. Dozf.ma.n, God
on the M ountain: A Study of Redaction, Theology, and Canon in Exodus 19-
24 (Atlanta, GA: Scholars Press, 1989), 1-17; W olfgang O swald, Israel am Got
tesberg: Eine U ntersuchung zur Literargeschichte der vorderen Sinaiperikope
Ex 19-24 und deren historischen H intergrund, OBO 159 (Freiburg, Switzerland:
Universitätsverlag; Göttingen: Vandenhoeck and Ruprecht, 1998), 80-113; B. R e
naud, La Théophanie d u SinaV: Ex 19-24: Exégèse et Theologie, CahRB 30 (Paris:
J. Gabalda, 1991), 17-192; J ohn V an S eters, "'C om paring Scripture with Scriptu
re': Some O bservations on the Sinai Pericope of Exodus 19-24," in Canon, The
ology, and Old Testam ent Interpretation: Essays in Honor of Brevard S. Childs,
ed. Gene M. T. Tucker, D avid L. Petersen, and Robert R. Wilson (Philadelphia:
Fortress, 1988), 111-30.
222 G regory C. C hirichigno, "The N arrative Structure of Exod 19-24," Bib 68, no. 4
(1987): 457-79.
223 J oe M. Sprinkle, The Book of Convenant: A Literary Approach, JSOTSup 174 (She
ffield: JSOT Press, 1994), 11-34.
224 Kim, 85-101.
225 Vide G. J. W enham , N um bers (D owners G rove: InterVarsity, 1981), 14-18; T e
rence E. F retheim, '"B ecau se the W hole Earth Is Mine': Theme and N arrative in
Exodus," Int 50, no. 3 (1996): 229-39; J ames W . W atts, Reading Law: The Rhe
torical Shaping to the Pentateuch, The Biblical Sem inar 59 (Sheffield: Sheffield
Academic, 1999); C alum C armichael, "L aw and N arrative in the Pentateuch,"
in The Blackwell Companion to the Hebrew Bible, ed. Leo G. Perdue, Blackwell
Companions to Religion 1 (Oxford: Blackwell Publishers, 2001), 321-34; M artin
R avndal H auce, The Descent from the Mountain: Narrative Patterns in Exodus
19-40, JSOTSup 323 (Sheffield: Sheffield Academic, 2001), 190-246.
226 S prinkle, 19.
0 TEMA DO TEMPEO/sANTUÁRIO CELCSTlAt. NA TORÃ 149
(1) Até agora, apenas Moisés tinha sido chamado para subir a mon
tanha, mas, desta vez, a ele é dito que suba com Arão e seus dois fi
lhos, que estão destinados a tornar-se sumo sacerdotes, e os anciãos
230 Ex 24:5.
231 Ex 19:6,24.
232 Ex 24:5.
233 Ex 24:4.
234 Ex 24:6,8.
235 Ex 19:6,10,14,22,23
236 Cornelis Houtman, E xo du s, trad. Sierd Woudstra, HCOT (Leuven, Belgium: Pe-
eters, 2000), 3:292.
237 Ibid.
238 CL, por exemplo, Ez 1.
152 O TOM DO TIM PI jO/SANTUARIO CI.LISTIA! NA TORÁ
Significado de wayyêhêzü
242 De acordo com KTU 1.4, v 18, o palácio deveria ser construído de prata, ouro,
e "pura safira" (Thr iqnim) (M anfred D ietrich, O swald L oretz, and J oaquin
S anmartin, The Cuneiform Alphabetic Texts from Ugarit, Ras Ibn Hani and
Other Places [KTU: second, enlarged editionl [Münster: Ugarit-Verlag, 1995],
19). A associação de thr ("puro") com safira recorda Ex 24:10-11, onde esta pedra
preciosa é associada como o cognato hebraico thr.
243 Waltke and O 'C onnor, 206-207.
244 H A LO T, s. v. "tint!)."
245 Cf. C. F. K eil and F. D elitzsch, B ib lica l C o m m en ta ry on th e O ld T estam en t: T h e P en
tateuch, vol. 2 of 3, trad. James Martin (from the German), Biblical Commentary
on the Old Testament (Grand Rapids: Eerdmans, 1952), 226.
246 Cf. A. Jepsen, "rim, bãzã," T D O T , 4:2890-290.
154 0 TEMA DO TEM ELClSASTUÁ RIO CELESTIAL NA TCRÁ
T E M A D O T E M P L O /S A N T U Á R IO C E L E S T IA L
Fu n ção
w Embora D ozeman tenha argumentado que "os líderes de Israel têm uma direta
e imediata visão de Deus entronizado no templo celestial" (D ozeman, Cod on lhe
Mountain, 114), o texto sugere que apenas tiveram um vislumbre do santuário celes
tial ao relatar que eles viram o pavimento, não adicionando nenhum detalhe a mais.
Além disso, haviam parado na metade do caminho, uma vez que, apenas a Moisés
foi permitido subir até o exato lugar onde YHWH estava, implicando que ele (Moi
sés) viu mais do templo/santuário celestial, como subentendido em Êx 25:9,40.
m Cf. E. W. N icholson, "The Interpretation of Exodus XXIV 9-11," VT 24 (1974):
77-97; B. R enauo, Ij i Théophanie du Sinai: Ex 19-24: Exégèse et Théologie, CahRB
30 (Paris: J. Gabalda, 1991): 98-99; B ernhard W. A nderson and S teven B ishop,
Contours of Old Testament Theology (Minneapolis, MN: Fortress Press, 1999), 141;
H allvard H aceua , "Meal on Mount Zion-Does Isa 25:6-8 Describe a Covenant
Meal?," SEÁ 68 (2003): 79-80.
w ‘ K eh. and D eutzci i, Biblical Commentary on the Old Testament: The Pentateuch, 2:158-59.
0 tema no templo/ santuArio celestial na torA 1 55
Êxodo 25:9, 40
Significado de ta b n ít
253 H A L O T , s.v.
"rrp an ,"
254 D avidson, T ip o lo g y in S c rip tu r e , 372-73.
255 Ibid.
156 D avidson, T ip o lo g y in S c rip tu r e , 372-74.
257 H urowitz , 168, itálico s dele.
0 TEMA DO TEMPLOJSANTUÁRIO CELESTIAL NA TORÁ 157
sonho que lhe ordena fazer um a réplica terrestre exata do que ele tinha visto no
céu e dedicá-la à divindade.
"Com o o deus larri, que no sonho estava em pé sobre um leão, sua form a de
ser, entretanto, com o aquela do deus-Tem po, e quanto (ao fato de que alguém )
disse no sonho p ara Sua M ajestade: 'Este é (o deus larri do) pai de Sua Majes
tade'! - a (sacerdotisa) Hepa-SUM disse (a respeito deste sonho): 'Esta estátua
deve ser feita exatam en te com o (visto) e entregada p ara a G rande D ivindade
(i.e. a divindade do san tu ário ao qual a sacerdotisa p erten cia)!"' (KUB XV 5
11:39-45, citado em A. L éo O ppenheim , The Interprétation of Dreams in the An-
cient Near East, With a Translation ofan Assyrian Dream-Book, Transactions of the
American Philosophical Society, N ew Series - V olum e 46, Part 3 [Philadelphia:
American Philosophical Society, 1956], 193).
Observe-se ainda, que o texto citado acim a não deixa claro que o sonhador viu
uma mera cópia do que ele devia fazer. N a realidade, parece que o sonho retrata
uma visão do próprio deus larri (o Urbild), cuja estátua supostam ente deveria
ser feita e colocada no santuário. Em todo caso, ainda que o sonho apenas retra
tasse um "m odelo" do que deveria ser feito, o que im porta é que o "m o d elo ", em
última instância, era com preendido com o refletindo um original celestial. C om o
O ppenheim afirmou: " A criatividade do artista do Oriente Próxim o pode derivar
sua autenticidade do fato de que sua obra reflete fielmente o seu protótipo no
158 O TEMA DO TEMPLOjSANTUÁRIO CELESTIAL NA TORA
céu o qual a ele foi revelado, quer em um sonho ou através de uma intervenção
divina específica e especial". (O ppenheim , 193).
261 Js 22:28; Dt 4:16,17, 18; SI 106:20; Is 44:13; Ez 8:3, 8,10. Cf. D avidson, T ypology in
S e r i f tu r e , 371.
262 "Padrões/Modelos" do santuário e utensílios (Ex 25:9, 9, 40), o templo sa-
lomônico e sua mobília (I Cr 28:11, 12, 19); carruagem de ouro do querubim
(I Cr 28:18; ibid., 371-72).
261 D e acordo com II R s 16:10, A caz viu um altar original em Damasco e enviou
ao sacerdote o ta b n it do original que depois tornou-se o V o r b ild por uma cópia
a ser feita por Urias, o profeta. O diagrama seguinte ilustra: Altar em Damasco
(V o r b ild ) 4 ta b n it ( N a c h b ild /V o r b ild ) 4 Altar em Jerusalém (Nachbild).
M Cf. Dt 4:16,17 e 18; Js 22:28; II Rs 16:10; SI 106:20; 144:12; Is 44:13; Ez 8:3,10; 10:8
O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NA TORÁ 1 59
Êx 24:16a
265 K im,78-100.
266 Ibid., 95.
262 ComoKimdestacou, a "glória de YHWH" aparece em Êx 24:16 pela primeira vez (98).
160 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NA TORA
Êx 40:34
272 Da raiz r ’h, "ver," nos causativos Hiphil ( m a r c h ) e Hophal (mor eh) "mostrou,"
e "mostrado", respectivamente.
273 Ver BDB, s.v. "ntn."
274 D avidson, T y p o lo g y en S c rip tu r e , 376.
275 Davidson habilmente afirmou: "Se a Moisés foram mostrados meramente planos
arquitetônicos, dá-se a impressão de que estes provavelmente teriam sido dispo
nibilizados para serem trazidos da montanha, de modo que os construtores os
pudessem seguir" (ibid., 376).
276 NASB, N1V, NJB, NKJ, RSV, NRSV.
277 Cf. BDB, s. v. nNI. É digno de nota que a frase preposicional k a n m r ’e h aparece
em vinte outros lugares além de Nm 8:4, e quase sempre se refere a "aparência"
em contextos de visão. Cf. Lv 13:43; Nm 8:4; 9:5; Jz 13:6; Ez 1:13, 26; 8:2, 4; 10:1;
40:3; 41:21; 42:11; 43:3; Dn 8:15; 10:6,18; J1 2:4. A única exceção parece estar em
Lv 13:43, que se refere a "aparência" do leproso.
278 No v. 40, uma forma passiva da raiz r ’h é usada para informar que o tab n ít foi
"mostrado" (m o r ’e h ) a Moisés.
162 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NA TOSA
Função
Êxodo 32:1-34:34
A
Observações Preliminares
280 E dward G. N ewing considera Êx 32-34 com o o "pivô central da totalidade do He-
xateuco [sic]" (Up and D own - In and Out: Moses on Mount Sinai: The Literary
Unityof Exodus 32-34," ABR 41 [1993]: 18). Contudo, vale ressaltar que outras
sugestões também foram propostas, com o R olf R endtorff, por exemplo, que
considera Lv 16 com o o centro da Torá. Vide R endtorff, "Leviticus 16 ais Mitte
der Torah /'Biblnt 11 (2003): 252-58.
281 F rethejm, "'Because the Whole Earth Is Mine:' Theme and Narrative in Exodus," 230.
282 F retheim, Exodus, 305-07; idem , "'Because the W hole Earth Is Mine': Theme and
Narrative in Exodu s," 230.
283 R. W. L. M oberly, A t the M ountain of God: Story and Theology in Exodus 32-34,
JSOTSup 22 (Sheffield: JSOT Press, 1983), 44ff.
164 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NA TORÁ
Por causa do "grande pecado" (hãtã ’ãh gèdõlãh) que o povo co
meteu, Moisés ascendeu à montanha para fazer expiação (kpr) por
eles. Recordemos que uma das funções mais básicas do santuário
terrestre era a de ser o lugar da expiação pelos pecados do povo.
O verbo kpr é um termo comum para descrever este processo. Nes
te sentido, a sugestão que pode ser antecipada é a de que a expia
ção realizada por Moisés no topo da montanha ocorre no contexto
do templo/santuário.2MAssim, pode-se observar que logo após ser
mostrada uma correspondência estrutural entre os santuários celes
tial e terrestre,284285 foi mostrada a Moisés uma correspondência fun
cional. E muito significativo notar que Moisés está realizando uma
função que em breve será assumida pelos sacerdotes no santuário
terrestre. Adicionalmente, que Moisés está sobre a montanha, inte
ragindo com YHWH e implorando o perdão, implica que YHWH
está agindo do seu santuário celestial, como já sugerido. Portanto, é
possível concluir, a partir das considerações acima, que a Moisés é
mostrada uma correspondência funcional entre o santuário celestial
e seu equivalente terrestre, que em breve seria construído.
Segundo, se o contexto da narrativa de Ex 32-34 evidencia ima
gens do santuário celestial, como argumentado acima, então a alusão
ao "livro" (séper) de YHWH pode adicionar peso a esta discussão.
Quando intercedendo em favor do povo, Moisés implora a YHWH
que os perdoe. Moisés estava mesmo disposto a ter seu próprio nome
riscado "do teu livro (tmssiprèkã) que tens escrito!" (Êx 32:32). Ao
apelo de Moisés, YHWH responde: "Aquele que pecar contra mim, a
este riscarei do meu livro (missipri)" (Ex 32:33).
284 Tem-se observado que a intercessão de Moisés funciona como um tema coesivo
que vincula os três capítulos, como percebido nos seguintes segmentos: 32:9-
14,30-34; 32:12-17, 18-23; 34:5-10a. C f. D ale R. D avis, "Rebellion, Presence, and
Covenant: A Study in Exodus 32-34," WTJ 44 (1982): 71-87.
285 Vide discussão prévia sobre tabnit.
0 TEMA DO TEMPLO[SANTUÁRIO CELESTIAL NA TORÁ 165
Este "livro" tem sido identificado como o livro da vida, o qual con
tém os nomes daqueles que pertencem a YHWH.286 Na Bíblia Hebraica
e em outras literaturas do AOP, "livros" pode pertencer ao campo as
sociativo do tema do templo/santuário celestial. Por exemplo, E)n 7:10
refere-se a livros num cenário do santuário celestial.287 Na literatura su-
meriana se faz referência aos "tabletes do destino" que estavam arma
zenados no templo celestial da divindade.288Isto não implica que o tema
bíblico foi emprestado da literatura do AOP; eles podem muito bem
remeter a uma tradição comum, ou serem independentes.289 De todo
modo, a ideia de livros /tabletes relacionados ao templo celestial tanto
nas Escrituras Hebraicas quanto na literatura do AOP reforça a probabi
lidade de que Ex 32-34 contenha imagens do templo/santuário celestial.
Em suma, uma vez que a intercessão de Moisés diante de YHWH
é entendida como acontecendo no contexto do templo/santuário ce
lestial, pode-se afirmar, como Rodriguez o fez, que YHWH procla
mou "de seu mais santo lugar290 sua disposição para perdoar o seu
povo de sua iniquidade, rebelião e pecado.291
TEMA D O T E M P L O /S A N T U Á R IO C E L ES T IA L
Função
286 H outman , Exodus, 3:672; A n gel M an uel R o driguez , "The Heavenly Books of
Life and of Human Deeds," JATS 13, no. 1 (2002): 12.
287 Vide a discussão desta passagem no capítulo 5 deste trabalho.
288 Vide capítulo 2 deste trabalho.
289 Adicionalmente, note que os "tabletes do destino" funcionavam de forma distinta
do livro da vida mencionado nas Escrituras Hebraicas. Enquanto os primeiros
eram utilizados para decidir o destino dos indivíduos, o último era compreendido
como um livro de registros contendo os nomes daqueles que foram fiéis a YHWH.
Cf. S halom M. P aul , "Heavenly Tablets and the Book of Life," JANESCU 5 (1973):
345-53; R odrIguez , "The Heavenly Books of Life and of Human Deeds," 10-26.
290 Perceba que tratava-se este de um "lugar mais sagrado", porque YHWH estava ali.
291 R odríguez, "Sanctuary Theology in the Book of Exodus," 141.
166 O m u no r a m i>/santiiakk ) aursriAi. na toka
Deuteronôm io 26:15
Olha desde n tua santa habitação, desde o céu, e abençoa o teu povo,
a Israel, e a terra que nos deste, como juraste a nossos pais, terra que
mana leite e mel.
O b se rv a çõ e s P re lim in a re s
mW alter B rueccm an
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NA TORÁ 167
SEM Â N TIC A E O U T R A S C O N S ID E R A Ç Õ E S E X E G É T IC A S
83 H A L O T , s.v. "pyn"
291 Este número pode variar de 12 a 19 dependendo do ponto de visão em relação a
algumas passagens controvertidas. Cf. H. D. P rguss, "pUD mã‘ôn," TDOT, 8:449-52.
Neste trabalho, emendas e conjecturas não são levadas em consideração.
85 II Sm 2:29, 32; II Cr 30:27, 36:15; SI 26:8, 68:6; Jr 25:30; Zc 2:17.
296 SI 71:3,91:9; St 3:7. As primeiras duas passagens referem-se metaforicamente à
VHWH como a habitação dos justos.
* Jr 9:10,10:22,49:33,51:37; Na 2:12 [11],
168 O TEMA DO TEMPLO [SANTUÁRIO CELESTIAL NA TOU
Tigay alega que "a palavra 'céu' [em Dt 26:15] enfatiza a ideia
deuteronômica de que seu domicílio é o céu, não o templo".299 Pay
ne também afirma que "o santuário era, por assim dizer, o céu su
perior."300 Esta tendência de subestimar a realidade de um templo/
santuário celestial e de fazer do próprio céu um santuário tem sido
seguida por alguns estudiosos que veem a assim chamada teologia
Deuteronomista do nome, entendida como sendo uma concepção
abstrata da divindade, em oposição à alegada concepção Sacerdotal
antropomórfica da glória de YHWH habitando no tabernáculo.301 É
argumentado que, como uma resposta para a destruição do templo
de Jerusalém, o suposto Deuteronomista concebeu YHWH como
habitando no céu; apenas seu nome habitava no templo terrestre.302
2,8 Jr 9:10,10:22; Zc 2:17 [13]; SI 68:6 [5]; II Cr 30:27. Estas passagens são discutidas
em capítulos subsequentes deste trabalho.
m J effrey H. T igay, D eu tero n o m y , The JPS Torah Commentary (Philadelphia: Jewish
Publication Society, 1996), 244; ênfase acrescentada.
300 D avid F. P ayne , D eu ter o n o m y (Philadelphia: Westminster, 1985).
301 Uma exposição clássica desta visão é encontrada em Gerhard V o n R ad, Studies
in D eu tero n o m y (London: SCM Press, 1953), 37-44. Cf. R. E. C lemen ts , T he Book of
D eu teron om y : A P reacher's C o m m en ta ry (Peterborough: Epworth, 2001), 117; Met-
tinger, T h e D eth ro n em en t o f S ab aoth , 116-34; M oshe W einfeld , D eu teron om y an d Deu-
tero n o m ic S chool (Oxford: Clarendon, 1972), 191-209. Um estudo mais detalhado
da teologia do nome e suas implicações para o tema do templo/santuário celestial
é empreendida no capítulo 4 deste livro em conexão com a exegese de I Reis 8.
302 O fato de que YHWH habita no templo/santuário celestial não exclui sua
presença do templo/santuário terrestre. Como já observado, alguns eruditos
têm colocado uma cunha entre a assim chamada teologia Deuteronomista do
"nome" e a teologia Sacerdotal da "glória". A teologia Deuteronomista, do
modo como é apresentada, enfatiza a transcendência de YHWH por salientar
que YHWH habita no céu, enquanto seu "nome" habita no templo/santuário
0 TEMA DO TEMPLOjSANTUÁRIO CELESTIAL NA TORÁ 169
Significado de bãrék
Função
307 Tem-se oferecido a sugestão de que "as palavras 'do céu' parecem ser um su
plemento explanatório pretendido para prevenir uma interpretação equivo
cada da expressão 'santa habitação' como se referindo ao santuário" (M oshe
W einfeld , D e u t e r o n o m y a n d th e D e u t e r o n o m is t ic S c h o o l [Oxford: Clarendon,
1972], 198). Cf. D ua n e L. C h r isten sen , D e u te r o n o m y , WBC 6b (W ac o , TX: Word
Books, 2002), 642.
172 O TEMA DO TEMPLO[SANTUÁRIO CELESTIAL NA TOR*
R esu m o
Tabela 2
O tema do templo/santuário na torah
PASSAGEM VOCABULÁRIO FUN ÇÃO RELA ÇÃ O COM O SEU EQ U IV ALEN TE TERRESTRE
Correspondência vertical Conexão dinâmica
Funcional Estrutural
Juízo (investigativo +
TEMPLO( s AmUÁRIO CELESTIAL NA TORÁ
Gn 11:1-9 y r d s ã m a y im
executivo)
sa ar
Gn 28:10-22 Ratificação do Concerto V 1/
h a s s ã m a y im
Assembleia Celestial,
Êx 15:1-8 qõdes V V
adoração, reinado
lib n a t h a s s a p p ír
Êx 24:9-11 Reinado, concerto V V
h a s s ã m a y im
M odelo para a construção
Êx 25:9,40 ta b n it V
do santuário terrestre
Ê x 32-34 S u b en ten d id o Lugar de Expiação V
O rações, bênçãos,
Dt 26:15 m ê cô n q o d s é k ã V V
fertilidade
__________________
Oí
C apítulo 4
O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO
CELESTIAL NOS PROFETAS
II Sm 22:1-51
Observações Preliminares
1 Kim, 102-12.
2 F rank M oore C ross and D avid N oel F reedman, "A Royal Song of Thanksgiving:
II Samuel 22=Psalm 18," JBL 72 (1953): 15-34.
3 Quanto ao assunto da consistência com a abordagem canônica/narrativa adotada
neste estudo, o cabeçalho da canção, atribuída a Davi, é levado em consideração.
Independentemente da opinião de alguém em relação à autoria, parece claro que
a canção como está nas Escrituras Hebraicas visava ser entendida no contexto da
experiência pessoal de Davi pelo livramento por YHWH.
4 A lberto R. W. G reen , The Storm-God in the Ancient Near East, BBS 8 (W innona
Lake, IN: Eisenbrauns, 2003), 269.
5 H. S chimdt, Die Psalmen (Tübingen: Mohr, 1934), 15; E. B aumann, "Structur- Un-
tersuchungen im Psalter l," ZAW 61 (1945-48): 114-76; D. M ichel, Têmpora und
Satzstellung in den Psalmen (Bonn: Bouvier, 1960), 49ff.; A. A. A nderson, 2 Samuel
(Dallas, TX: Word Books, 1989), 262.
tomar esta canção como uma unidade, como demonstrado por vários
estudiosos.6 Entre estes, deve ser mencionado Kuntz, que por meio
de uma análise retórica do texto paralelo em SI 18, demonstrou que a
canção deve ser considerada como uma composição unificada.7
A data de composição da canção também é tema de discussão.
Embora haja estudiosos que datem o texto no período pós-exílico,8
o amplo consenso é que ela apresenta várias características arcaicas
que podem remontar a um tempo tão anterior como o décimo sécu
lo a.C.9 Uma vez aceito este consenso, nada há na composição que
impeça sua atribuição ao próprio Davi. Depois de tudo, sua posição
junto com as últimas palavras de Davi parece indicar que sua asso
ciação com Davi remonta a uma tradição antiga.
Significado de hêkãl
6 J. K enneth K untz, "Psalm 18: A Rhetorical Analysis," JSOT 26 (1983): 3-31; Ar
tur W eiser, The Psalms: A Commentary. The Old Testament Library (Philadelphia:
Westminster, 1962), 186-87; M arc G irard, Les Psaumes: Analyse Structurelle ei
Interpretation: 1-50, Recherches Nouvelle Série-2 (Montréal: Éditions Bellarmin,
1984), 157-68.
7 K untz, 3-31.
8 B ernhard D uhm, Die Psalmen (Freiburg: Mohr, 1899), 59; H ans H. S poer, "Versu
ch einer Erklärung von Psalm 18," ZAW 27 (1907): 155; R. T ournay, "En Marge
d'une Traduction des Psaumes," RB 63 (1956): 167.
9 C ross and F reedman, "A Royal Song of Thanksgiving: II Samuel 22=Psalm 18,"
15-16; Louis J acquet, Les Psaumes et le cour de l'homme: Étude textuelle, littéraire et
doctrinale (Gembloux, Belgien: Duculot, 1975), 434; M itchell J. D ahood, Psalms I
(1—50): Introduction, Translation, and Notes, AB 16 (G arden C ity, NY: Doubleday,
1966), 104-19; P. K yle M cC arter, II Samuel: A New Translation with Introduction,
Notes, and Commentary (G arden C ity, N.Y.: Doubleday, 1984), 473- 75.
10 Palácio da divindade, com a divindade sendo considerada como realeza.
11 HALOT, s.v. "5='’n."
Significado de wa cãrãpelhõsek
"E n tão, falou Salom ão: Y H W H disse que ele habitaria n as trevas."
16 O mesmo conceito também aparece em Jn 2:5 [4], 8 [7], como notado mais adiante
neste capítulo.
17 Kim, 110.
18 Vide Lv 16:12; Ez 1:13; 10:2.
Significado de kêrâb
Significado de svkkôt
Função
no presente contexto deve ser entendido "com o um palácio porque ajuda real é
dada, ao invés de responder a adoração" (B riggs and B riggs, 142).
29 Davidson, "The Heavenly Sanctuary in the Old Testament," 7.
30 K im, 111.
31 Cf. Jonas 2:4 [3].
minha pureza (kêbõfi) diante dos seus olhos" (II Sm 22:25). Observe
que estas ações de YHWH em favor de seu servo estão situadas no
contexto de sua intervenção "desde o alto" (mimmãrõm), que à luz de
22:7 deve ser entendido como "desde o templo [celestial]." O templo
celestial assim emerge em II Sm 22 como o lugar de onde YHWH
vindica o salmista. Este aspecto judicial pode ser melhor deduzido a
partir dos lexemas .sédãqãh ("justiça")32 e gãmal ("recompensa"),33 os
quais em conexão com sub apresenta conotações de um julgamento
divino.34 Também a palavra bõr na afirmação de Davi "pureza (bõr)
de mãos"35 conota uma imagem cultual, contribuindo assim para re
forçar as conotações do templo no texto.36
Resumindo, o templo/santuário celestial como retratado nes
ta composição emerge com as seguintes funções: o lugar de onde
YHWH responde orações, concedendo assim "ajuda real" ao rei; o
lugar de onde YHWH emite juízos para punir os inimigos do su
plicante; e o lugar onde YHWH vindica a justiça e a pureza do seu
servo. Assim, o templo/santuário celestial não é um mero lugar de
habitação, mas um lugar onde as atividades divinas de responder
orações, julgamento do perverso, e vindicação dos justos têm lugar.
32 Cf. J erome P. J ustesen, "On the Meaning of SÃDAQ," AUSS 2 (1964): 53-61.
33 Cf., e.g. Joel 4:4, 7 [3:4, 7]; Ob 15; Jr 51:6,56; Is 59:18b; Ss 7:5 [4]; Pv 3:30.
34 Cf., K. S eybold, "öba gãmal/' TDOT, 3:29.
35 Entretanto, a curiosa "pureza de mãos" de Davi seja possível, tal reivindicação
deveria ser entendida à luz do SI 51. Se esta oração cantada foi proferida por Davi
próximo ao fim de sua vida, como o posicionamento canônico do texto parece
sugerir, então pode ser argumentado que Davi poderia reivindicar o que ele
afirmava, não com base na sua própria justiça, mas ao invés disso, na promessa
de que YHWH o tinha perdoado e purificado.
36 W ilfried P aschen, Rein und unrein: Untersuchung zur biblischen Wortgeschichte
(Munich: Kösel-Verlag, 1970).
0 TEMA DO TEMPLOfSANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 183
I Rs 8:12-66
30 O uve, pois, a súplica do teu servo, e do teu p ovo Israel, quando o ra
rem neste lu gar; tam bém ouve tu no lugar da tua habitação nos céus;
ouve tam bém e p erdoa.
41 Ibid., 119.
42 Cf., e.g., os seguintes estudiosos que reconhecem a presença do tema do templo/
santuário celestial em I Rs 8: F rancis I. A ndersen, Habakkuk: A New Translation
with Introduction and Commentary, AB 25 (New York: Doubleday, 2001), 256; J ames
M ontgomery, A Critical and Exegetical Commentary on the Book of Kings, ICC (Edin
burgh: T. and T. Clark, 1951), 193; W infried V ogel, "Cultic Motifs and Themes
in the Book of Daniel," JATS 7, no. 1 (1996): 200. A ngel R odriguez, "Significance
of the Cultic Language in Daniel 8:9-14," in Symposium on Daniel, ed. F rank B.
H olbrook, D arcom (Washington, DC: Biblical Research Institute, 1986), 530-31.
43 Existem quarto principais visões a respeito da composição de II Rs 8: (1) N oth e
seus seguidores veem a maior parte de I Rs 8 como uma perícope unificada com
posta maiormente, se não totalmente, pelo deuternomista (exílico). Cf. M artin
N oth, The Deuteronomistic History, ed. D avid J. A. C lines et al., trans. Jane DoulI,
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 185
trou que uma deliberada estratégia autoral jaz por trás da composi
ção do texto.45Esta estratégia consiste sobretudo de uma organização
simétrica de sete estruturas literárias tendo quatro petições de Salo
mão no centro, como apresentado abaixo.46
and Preaching (Atlanta: John Knox, 1987), 138; Choon-Leong Seow, "The First and
Second Books of Kings," in The New Interpreter's Bible, ed. Leander E. Keck (Nashvil
le: Abingdon Press, 1994), 68; Jerome T. W alsh, J Kings, Berit Olam: Studies in He
brew Narrative and Poetry (Collegeville, MN: Michael Glazier, 1996), 108-09.
e K voppers, 229-54.
Este esboço segue Knoppers, embora com algumas modificações leves no esque
ma a fim de tomar alguns detalhes mais explícitos.
0 TEMA DO TEMPLO (SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 187
2'. Sacrifício (8:62-64) "E o rei e todo o Israel com ele ofereceram
sacrifícios perante a face de YHWH."
C. (8:65)
T. Despedida (8:66) "E no oitavo dia despediu o povo..."
47 Que as sete petições estão no centro estrutural composição é também reconhecido por
outros estudiosos Cf. R ichard D. N elson, First and Second Kings, 50; W alsh, 108-09.
48 Cf. J on D. L evenson, "From Temple to Synagogue," in Traditions in Transforma
tion: Turning Points in Biblical Faith, ed. B aruch H alpern and J on D ouglas L even
son (W inona L ake : Eisenbrauns, 1981), 143-66.
188 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
4V Cf., por examplo, Seow, quem afirma que "esta é. por assim di/er, uma teologia
anti-templo: Deus está entronizado, não no templo terrestre, n u s no céu. No en
tanto, o escritor bíblico confessa que nem o céu e mesmo o mais alto céu pode
conter a deidade... IjocalizaçAo náo é o tema em todo esse debate sobre o reino de
Deus. A transcendência e a sol>erania de Deus sáo." (Seow, 3:75).
40 M akiin N cjiii, 77m* D cutrnm m istu History, ed. D avid J. A. C linls et al., trans. Jane
Doull, JSOTSup 15 (Sheffield: University of Sheffield, Dept, of Biblical Studies
1981), 94.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 189
51 Ibid. Cf. também Roger Tomes, '"O u r H oly and Beautiful House': W hen and W hy
Was 1 Kings 6-8 W ritten ?/' JSO T 70 (1996): 36.
52 Levenson, "From Tem ple to Synagogue," 158.
53 Ibid.
54 Ibid., 159.
55 I Rs 8:5 (mèzabhim); 8:62 (zõbhim zebah); 8:63 (zebah hnsslãmim); 8:64 ( ‘õlãh minhãh).
56 I Rs 8:22 e 54 respectivamente.
57 H alpern ressaltou que em I Rs 8:62-64, "Solomão demonstra como fazer petições
efetivas junto com um sacrifício" (B aruch H alpern, The First Historians: The He
brew Bible and History [San Francisco: Harper and Row, 1988], 179, n. 48).
58 P atrick D. M iller, "Prayer and Sacrifice in Ugarit and Israel," in Text and Context:
Old Testament and Semitic Studies for F. C. Fensham, ed. W. Claassen, JSOTSup 48
(Sheffield: JSOT, 1988), 139-55.
59 S teven L. M cK enzie, The Chronicler's Use of the Deuteronomistic History, HSM 33
(Atlanta, GA: Scholars Press, 1985), 208, n. 27.
60 KTU 1:119.
61 K noppers, 231.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 191
W ürtw ein,66 argum entou que a fórm ula do "n o m e " tem seu pano
de fundo na literatura do A O P onde a expressão idiomática para
"colocar um nom e em /fazer o nom e habitar em " conota possessão.
Portanto, na assim cham ada H istória D euteronom ista a fórmula do
"n o m e" não pretende transm itir transcendência, um a vez que isso
nunca esteve em questão; ao invés disso, o "n o m e " tinha a função de
fornecer a garantia da presença eficaz de D eus no tem plo onde ele
estava presente pela virtude de seu nom e.67 D e V aux observou ainda
que "d e acordo com a m entalidade bíblica e sem ítica, o nome é uma
extensão da personalid ade."68
Em um detalhado estudo, S. W heeler não encontrou "nenhuma
indicação em I Rs 8 de que o 'nom e' seja um a deliberada substituição
para Y H W H ou que é projetado para m inar um a teologia tão crua
da presença no templo. O "n o m e" parece ainda ser usado como uma
m aneira de reforçar o significado da im portância do templo."69 Ao
longo desta m esm a linha, F. Kum aki exam inou a teologia do nome e
não encontrou evidências de que ela foi form ulada com o uma polê
m ica contra ideias pré-deuteronom istas acerca da presença de Deus
no tem plo/santuário; antes o "n o m e" funciona com o um argumen
to teológico de que "o templo salom ônico em Jerusalém é o legítimo
santuário para todo Israel."70
66 E rnst W ürthw ein , Das Erste Buch der Könige: Kapitel 1 -1 6 , D as Alte Testament
D eu tsch 1 1 /1 (G öttingen: V andenhoeck an d R u p rech t, 1977), 102-03.
67 R oland de V aux , "'L e lieu que Y ah vé a choisi p o u r y établir son n o m /" in Das Fer
ne und Nahe Wort, ed. Fritz M aass, B Z A W 105 (Berlin: V erlag A fred Töpelmann,
1967), 226.
68 Ibid. Cf. tam b ém A llen R oss , "Otti," N ID O T T E , 4 :1 4 7 -5 1 ; E dward L. G reenstein ,
"S om e D evelopm ents in the Study of L an gu age and Som e Implications for Inter
preting A n cien t T exts and C u ltu res," in Semitic Linguistics: The State of the Art at
the Turn of the 21st Century, ed. Shlom o Izre'el, Israel O riental Studies 20 (W inona
L ake : Eisenbrauns, 2002), 450-51.
69 S am uel B illin g s W h eeler , "P ra y e r an d T em p le in the D ed ication Speech of So
lom on , I K ings 8 :1 4 -6 1 " (P h.D . d iss., C olu m b ia U n iv e rsity , 1977), 316. A única
e x ce çã o , de a c o rd o co m ele é o v. 2 7 , " o qual p ro v a v e lm e n te é posterior [sic]"
(ibid.).
70 F. K enro K umaki, "The Deuteronomistic Theology of the Temple: As Crystallized
in 2 Sam 7 ,1 Kgs 8," A J B I 7 (1981): 40.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 193
Ela ainda declara que "a maioria das expressões do "nome" usa
das neste texto não tem nada a ver com a presença divina."75
"A afirmação de Richter de que a imagem do "nom e" não de
veria ser entendida nas linhas tradicionais da teologia do nome,"
71 Sandra L. R ichter, The Deuteronomistic History and the Name Theology: lesakke4n semô
sam in the Bible and the Ancient Near East, BZAW 318 (Berlin: De Gruyter, 2002),
78. "Transferência de totalidade ilegítima" é "um erro que se levanta, quando o
significado de uma palavra (entendida com o a série total de relações nas quais
ela é usada na literatura) é lida em um caso particular quanto ao seu sentido e
implicação ali" (James B arr , The Semantics of Biblical Language [Glasgow: Oxford
University Press, 1961], 218). Ou, para colocar diferentemente, "transferência de
totalidade ilegítima" é um a "frase um tanto estranha pretendida a expressar o
simples fato de que um exem plo qualquer de um a palavra não suportará todos
os significados possíveis p ara aquela palavra" (M oisés S ilva, Biblical Words and
Their Meaning: An Introduction to Lexical Semantics, Rev. and expanded ed. [Grand
Rapids, MI: Zondervan, 1994], 25).
72 Richter, 79.
73 Ibid., 84.
74 Ibid., 90.
194 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
D eve-sr n o ta r q u e n ã o a p a r e c e n a te o lo g ia d o te m p lo s a lo m ô n ico u m
elem en to d e te n sã o e n tre a tr a n s c e n d ê n c ia e a im a n ê n cia d e Y a h w e h .
Y ah w eh era tr a n s c e n d e n te n o se n tid o d e q u e o te m p lo e ra s u a " c a s a ."
O sim b olism o d o te m p lo te n d e a in d ic a r seu d o m ín io c ó s m ico e su a
im an ên cia. U m a ê n fa se e x a g e r a d a e m q u a lq u e r u m a teria sid o u m a
d isto rção .77
78 Pode haver uma possível conexão com o árabe “dubr atrás/' ou "dabr detrás" (cf.
E rnest K lein, A Comprehensive Etymological Dictionary of the Hebrew Language for
Readers of English [New York: Macmillan, 1987], s.v. "~ m II"). Outra possibili
dade é evocada por um texto egípcio da 21a dinastia que se refere ao dbr como
um objeto do templo (H. Schult, "Der Debir im Salomonischen Tempel," ZDPV
80 [1964]: 45-54). Na mesma linha Ouellette sugere que dêbir designava original
mente a grade de madeira que separava as salas de uma dada estrutura (Jean
Ouellette, "The Solomonic Debir according to the Hebrew Text of 1 Kings 6," JBL
89 [1970]: 228-43). Ouellette observou também que no ugarítico dbr pode também
designar santuário. Cf. ibid., 340, n. 15.
79 C arol M eyers, "Temple, Jerusalem," ABD, 6:358.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 197
Pelo uso deste termo o autor parece indicar que o dëbîr do templo
funcionaria similarmente ao "lugar santíssimo" do tabernáculo. Em
outras palavras, o templo construído por Salomão é descrito como
uma continuação do tabernáculo mosaico. As explícitas referências
aos querubins, e a arca da aliança sendo trazida para o templo, acres
centam ainda mais peso à alegação de que a teologia do templo con
tida em 1 Rs 8 não contradiz a visão básica daquela do tabernáculo.
Significado de bêtzêbul
Função
86 J erome T. W alsh, 1 Kings, Berit Olam: Studies in Hebrew Narrative and Poetry
(Collegeville, MN: Michael Glazier, 1996), 115.
87 Kim, 121.
Ouve, pois, a súplica do teu servo, e do teu povo Israel, quando ora
rem em direção a este lugar; também ouve tu no lugar da tua habitação
nos céus; ouve também, e perdoa.
Ouve tu, então, nos céus e age e julga a teus servos, condenando ao
injusto, fazendo recair o seu proceder sobre a sua cabeça, e justificando
ao justo, redendo-lhe segundo a sua justiça.
881 Rs 8 :3 0 ,3 4 ,3 6 ,3 9 ,5 0 .
89 Cf. Deut 25:1.
Digitalizado comCamÇi-an,
0 TEMA DO TEMPLO/ SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 201
Ouve, pois, a súplica do teu servo, e do teu povo Israel, quando ora
rem em direção a este lugar; também ouve tu no lugar da tua habitação
nos céus; ouve também, e perdoa.
Ouve tu, então, nos céus e age e julga a teus servos, condenando ao
injusto, fazendo recair o seu proceder sobre a sua cabeça, e justificando
ao justo, redendo-lhe segundo a sua justiça.
88 I Rs 8 :3 0 ,3 4 ,3 6 ,3 9 ,5 0 .
89 Cf. Deut25:l.
M I Rs 8 :3 2 ,3 4 ,3 6 ,4 5 .
91 I Rs 8 :3 9 ,4 3 ,4 9 .
95 Para um estudo do sim bolism o do tem plo, cf. E liza wm i B loch -S mith , "S olom on 's
Temple: The Politics of Ritual S p ace," in Sacred Time, Sacred Place: Archaeology and
the Religion of Israel, cd. B arky M. G ittlkn (W inona L akh, IN: Eisenbrauns, 2002),
204 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
portão e o layout do te m p lo "102 pode sugerir que o "tem plo era lite
ralmente um portão para a realidade có sm ica."103 Se assim for, p o
de-se argumentar que isso corrobora ainda m ais a ideia não apenas
de uma correspondência estrutural, m as de um a interação dinâm ica
entre os templos celestial e terrestre.
I Reis 22:19-23
19 E n tão ele [M ic a ía s ] d is s e : O u v e , p o is , a p a l a v r a d e Y H W H : V i
Y H W H a s s e n ta d o s o b r e o s e u tr o n o , e to d o o e x é r c i to d o c é u e s t a v a
junto a ele, à s u a m ã o d ir e ita e à s u a e s q u e r d a .
20 E d isse Y H W H : Q u e m in d u z ir á A c a b e , p a r a q u e s u b a , e c a ia e m
R am ote d e G ile a d e ? E u m d iz ia d e s ta m a n e ir a e o u tr a d e o u tr a .
21 E n tão s a iu u m e s p ír ito , e se a p r e s e n to u d ia n te d e Y H W H , e d is s e :
E u o in d u z ire i. E Y H W H lh e d is s e : C o m q u ê ?
22 E d isse ele: E u s a ir e i, e s e re i e s p írito d e m e n tir a n a b o c a d e to d o s o s
seus p ro fe ta s. E e le [Y H W H ] d isse : tu o in d u z ir á s e a in d a p r e v a l e c e r á s ;
sai e faze a s sim .
Observações Preliminares
112 Cf. M ordechai C ogan, 1 Kings: A New Translation with Introduction and Commen
tary, AB 10 (New York: Doubleday, 2001), 492; V olkmar F ritz, Das erste Buch der
Könige, Zürcher Bibelkommentare (Zürich: Theologischer Verlag, 1996), 199; J ohn
G ray, I and II Kings: A Commentary (Philadelphia: Westminster, 1963), 402; Gwilym
H. J ones, 1 and 2 Kings (Grand Rapids: Eerdmans, 1984), 367; W alsh, 350-51.
1,3 Cf. E dwin C. K ingsbury, "The Prophets and Council of Yahweh," JBL 83 (1964):
279-86.
114 Cf. S igmund M owinckel, Religion and Cult: A Translation of Sigmund Mowinckel's
Religion og Kultus, trans. John F. X. Sheehan (Milwaukee: Marquette University,
1981), 98-110.
115 Cf. L eo G. P erdue, The Collapse of History: Reconstructing Old Testament Theology,
Overtures to Biblical Theology (Minneapolis: Fortress, 1994), 116-17.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 209
Significado de sêbã3hassãmayim
122 Vide abaixo um a discussão mais aprofundada sobre o conceito de hêkãl "tem-
plo/palácio."
123 N am, "The T hrone of God Motif' in the Hebrew Bible," 2.
124 As seguintes passagens transmitem uma conotação negativa, visto que o exerci
to do céu é referido como objeto de adoração ilegítima: Dt 4:19; 17:3; II Rs 17:16;
21:3; 21:5; 23:4, 5; II Cr 33:3, 5; Jr 8:2; 19:13; Sf 1:5. Estas outras passagens pare
cem transmitir uma conotação mais neutra das estrelas ou corpos astrais: Is 34:4;
Jr 33:22;Ne 9:6. A passagem de Dan 8:10 é abordada no capítulo 5.
125 B oyd, God at War, 131.
126 R odríguez mencionou as seguintes passagens bíblicas, onde sãbã3ocorre em um
cenário cultual: Num 4 :3 ,2 3 ,3 0 ; 8:24-25 ("Significance of the Cultic Language in
Daniel 8:9-14," 531).
127 Cf. HALOT, s.v. "m ti."
128 E.g., Ex 38:8; Nm 4 :3 ,2 3 ,3 0 ,3 5 ,3 9 ,4 3 ; 8:24; 31:6; I Sm 2:22.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 211
129 A lbert S anda, Die Bücher der Könige übersetzt und erklärt (Münster i. Westf.: As
chendorff, 1911), 494. Para exemplos iconográficos, cf. O thmar K eel, Die Welt
der altorientalischen Bildsymbolik und das Alte Testament. Am Beispiel der Psalmen
(Zürich: Beziger, 1972), 188.
130 K im, 129-30.
131 O conceito de "palácio" usualmente transmitido pelo termo hêkãl, embora não
ocorra em I Rs 22:19-22, fornece uma ilustração apropriada da ideia hebraica de
templo/palácio. Com o notado anteriormente (vide acima, no capítulo 3), hêkãl
está etimologicamente relacionado com o termo sumeriano E. GAL ("casa gran
de") e pode ser usado para indicar ou o "palácio' de reis terrenos (I Rs 21:1; II Rs
20:18; II Cr. 36:7; SI 45:9 [8], 16 [15]; 144:12; Is 13:22; 39:7; Dn 1:4; Os 8:14; Am 8:3;
Na 2:7), ou o templo de YH W H (I Sm 1:9; 3:3; II Sm 22:7; I Rs 6 :3 ,5 ,1 7 ,3 3 ; 7:21,
50; II Rs 18:16; 23:4; 24:13; II Cr.3:17; 4:7f, 22; 26:16; 27:2; 29:16; et al.)
Função
I Rs 22:10
I Rs 22:19
137 Cf. N am, "The 'Throne of God Motif' in the Hebrew Bible," 155.
138 Cf. I Rs 22:10.
139 A ausência do templo terrestre nas interações entre céu e terra neste texto não
deveriam vir como um a surpresa, visto que a história aconteceu no território do
reino norte, Israel, onde não havia nenhum templo legítimo de YHW H.
0 TEMA DO TEM PLO ISAN TU ÁRIO CELESTIAL NOS PRO FETAS 215
Is 6:1-8
140 Hartmut S chmid , Das erste Buch der Könige, W SR A T (W u p p ertal: R. B rock h au s
Verlag, 2000), 594.
D ,
141 avidson "The H eav en ly S an ctu ary in the Old T estam en t," 15-20.
142 Kim, 166-91.
143 Nota do tradutor: trishagion/ dishagion term os provenien tes da ju nção d as p a la
vras gregas tris/dis + a]gion que significam resp ectivam en te "trê s v e z e s s a n to " e
"duas vezes san to ".
144 Ibid., 168-69, com um a b rev e exp licação d e cad a item e in form ações b ib liográfi
cas nas notas de rod ap é.
216 0 TEMA DO TEMPIX)/s A N T V ^ O C E L E ^ A L NOS PROFETAS
Observações Preliminares
1. Cena no Céu:
em Is 6:lff. "foi experimentada por Isaías depois que ele já tinha sido um profeta
ativo por algum tempo" (K aplan , 253).
146 O verbo wã er eh ("e eu vi") implica que o profeta teve uma experiência visioná
ria. Efetivamente, alguns outros derivativos de r ’h estão também relacionados
com o campo semântico de "visão" como indicado pelas formas nominais rõ eh
("vidente") e mar'ãtimar3eh ("visão"). Para rõ eh, cf. I Sm 9:9; Is 28:7; I Rs 22:19 et
al;para mar^ãhmar^eh, cf. Nm 12:6; I Sm 3:15; Ez 11:24; 43:3; Dn 8:16,26; 9:23; 10:1.
K ,
147 im 172.
218 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
Significado de k i s s ê 3
Significado de h êkãl
148 K nierim notou os pontos de contato entre o texto corrente e outras passagens q u e
retratam a aparência de Y H W H no julgamento: SI 11:4-7; 12; 18:7 [6]; 45:7 [6]f.;
50; 86; 95; 98:9; 122:5; A m l:2f.; I Rs 22:19; Dn 7:9f; Ml 3:1 -5 (K nierim , 54-56).
149 Templo Celestial: vide, e.g., F ranz D elitzsch , Biblical Commentary on the Prophe
cies of Isaiah (Grand Rapids: Eerdm ans, 1949), 1:190; D onald E. G owan , "Isaiah
6:1-8," Int 45 (1991): 173; A. S. H erbert, The Book of the Prophet Isaiah: Chapters 1-39
(Cambridge: Cam bridge University Press, 1973), 58; H. C. L eupold , Exposition
of Isaiah (Grand Rapids: Baker, 1977), 129; O relli, 49; J. R idderbos, Isaiah (Grand
Rapids: Regency Reference Library, 1985), 76-77; W . E. V ine, Vine's Expository
Commentary on Isaiah (Nashville: T. Nelson, 1997), 21; H erbert M. W olf , Interpre
ting Isaiah: The Suffering and Glory of the Messiah (Grand Rapids: A cadem ie Books
and Zondervan, 1985), 87.
Templo Terrestre: vide, e.g., E.g., P aul A uvray , IsaVe, Sources Bibliques (Paris: J.
Gabalda, 1972), 86; G. B. G ray , A Critical and Exegetical Commentary on the Book of
Isaiah 1-39, ICC 19, part I (Edinburgh: T. and T. Clark, 1912), 103-04; K aiser , 125;
E dward J. K issane, The Book of Isaiah, Translated from a Critically Revised Hebrezu
Text with Commentary (Dublin: Browne and Nolan, 1941), 74; K nierim , 51; J. A lec
Motyer, The Prophecy of Isaiah (D owners G rove , IL: Inter-Varsity, 1993), 76.
Significado de bayit
Ambos os Templos Celestial e Terrestre: vide, e.g., E.g., W ildberger , 263; B arry
G. W ebb, The Message of Isaiah: On Eagles' Wings, The Bible Speaks Today (Leices
ter, England: Inter-Varsity Press, 1996), 59, n. 82; ibid., 73.
150 D avidson, "The Heavenly Sanctuary in the Old Testam ent," 16.
151 L eupold, 129. K im apropriadam ente observou que os "serafins nesta narrativa
não são meras imagens, m as criaturas vivas [enquanto] os querubins no templo de
Jerusalém eram imagens feitas pelo hom em [...]. Se Isaías tivesse visto Yahweh
sentando sobre o trono localizado dentro do debir do tem plo de Jerusalém, ele
teria visto querubins esculpidos" (178, itálicos do autor).
152 K nierim, 51. Esta audaciosa afirmação feita por Knierin parece ser apoiada por
aquelas passagens que inequivocamente se referem ao tem plo/santuário celestial.
o TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 221
Significado de m izbéah
Porém, um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma
brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; (v. 6)
Visto que um dos serafins voou até Isaías a fim de tocar o pro
feta com uma brasa de fogo, é bem mais razoável imaginar que
o ser divino veio voando do templo celestial do que do altar de
holocausto ou incenso do templo de Jerusalém: se o altar estives
se localizado no templo terrestre não haveria a necessidade de o
serafim voar; seria suficiente caminhar e tocar os lábios do profe
ta. Além disso, a forma verbal qatal (lãqah) sugere um significado
mais-que-pèrfeito,156 indicando que o serafim tinha tomado a brasa
do altar antes de voar ( w ayyãcãp) até o profeta. Sendo este o caso,
o altar referido no texto mais provavelmente é o altar de incenso157
localizado no templo celestial.158
153 Ross E. Price, "Isaiah," Beacon Commentary (Kansas City: Beacon Hill Press,1966), 51.
154 Delitzsch, 1:196; O relli, 48.
155 Wolf expressou a ideia de que "o profeta foi transportado para a presença de Deus
no templo celestial, u m a cena similar àquela vista por João em Apocalipse 4" (86).
156 Cf, Z iony Z evit, The Anterior Construction in Classical Hebrew, SBLMS
50(Atlanta, GA: Scholars Press, 1998), 15-32.
157 É improvável que Isaías conceberia um altar de holocausto no céu. Além disso,
a "tenaz" (melqãhayim) usada pelo serafim para tirar a brasa viva é mencionada
em outros lugares na Bíblia Hebraica sempre em conexão com atividades rela
cionadas ao primeiro com partim ento do tem plo/santuário (Vide Ex 25:38; 37:23;
Nm 4:9; I Rs 7:49; II C r 4:21). Interessantemente, Ez 10:2 menciona "brasas acesas
dentre os querubins" que deveriam ser espalhadas sobre Jerusalém.
15,1 O altar de incenso do tem plo/santuário celestial parece estar relacionado à
intercessão. Note que João viu as orações dos pecadores arrependidos sendo
apresentadas com incenso diante do trono de graça (Ap 8:3-4). Vide "The altar"
Hs 6:6], SDABC, 4:128-29.
222 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
Função
6 Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma
brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz;
7 E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus
lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado.
seu povo. A im plicação parece ser que o que eslava disponível para Isaías, tam
bém estava para o povo.
,M Cf. B. L an c , "ID ? , kipper," TD O T, 7:288-303.
,tó K im , 182.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 225
Is 14:12-15
1Wl Josí- M. Biktolucci, "T h e Son of the M orning and the Guardian C herub in the
Context of the C ontroversy betw een Good and Evil" (Th.D. dissertation, A n
drews University, 1985), 146-219.
' Davidson faz esta afirmação no m om ento em que nota as conexões entre Ap 12, Is 14,
e Ez 28, Vide D avidson, "C osm ic M etanarrative for the Com ing Millennium," 106.
22 6 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
Observações Preliminares
A. Terrestre (4b-8)
B. Inferno (9-11)
C. Celestial (12-15)
B.' Inferno (16-19a)
A.' Terrestre (19b-21).
177 S etm E klandsson, embora sugerindo diferentes divisões para esta sessão (*-«?-/
v. 4b-8; 9-11; 12-15; 16-21), também reconhco que os v. 12-15 “constituem o
núcleo da canção" (The Burden of Babylon: A Study of Isaiah 23:2-74:23 [Lund:
GIeerup,1970], 123).
178 Bertolucci, 192.
179 Ibid., 192.
0 tem a DO TEMPLOI s a n t u á r i o c e l e s t ia l n o s p r o f e t a s 229
180 Com algumas modificações substanciais, esta estrutura segue W illem S. P rinsloo,
"Isaiah 14:12-15-Humiliation, Hubris, Humiliation," ZAVj 93, no. 3 (1981): 432-38.
185 Cf. J effrey K hoo , "Isaiah 14:12-14 and Satan: A C anonical A p p ro a ch ," ST } 2
(1994): 69.
186 H ugh R owland P ag e , J r ., The Myth of Cosmic Rebellion: A Study of Its Reflexes in
Ugaritic and Biblical Literature (Leiden: E . J. Brill, 1996), 130.
187 C harles B outflower , The Book of Isaiah, Chapters [I-XXX1X], in the Light of the A s
syrian Monuments (N ew Y ork: Society for Prom otin g C hristian K n ow led ge; M a
cmillan, 1930), 79.
188 H. L. G insberg, "R eflexes of Sargon in Isaiah after 715 B .C .E .," in Essays in M e
mory ofE. A. Speiser (N ew H av en , CT: A m erican O riental Society, 1968), 49-52;
H erbert, 102; H ugo W inkler , Die Keilinschriften und das Alte Testament (Berlin:
Reuther and R eichard, 1903), 26:28.
189 W. H. C obb, "The O de in Isaiah X IV ," JBLang 1 5 ( 1 8 9 6 ): 2 7 ; M a u c h lin e , 1 4 3 .
190 A uvray, 163.
191 E mil G ottlieb H einrich K raeling , Commentary on the Prophets C am d en , N J: T.
Nelson, 1966), 1:86-87.
192 H ermann E ising, Das Buch Jesaja, 2nd e d . (D üsseldorf: P atm os-V erlag, 1987),
1:122; Solomon B ennett F reehof , Book of Isaiah: A Commentary (N ew Y ork: U n ion
of American Hebrew C on gregations, 1972), 9 0 -9 1 ; I. W . S lotki, Isaiah: H ebrew
Text and English Translation (London: Soncino Press, 1949), 69-70.
193 R idderbos, 144.
Athtar and Phaethon, Jes 14:12-15," ZAW 85, no. 2 (1973): 223-25; D. L oretz,
"Der Kanaanàische-Biblische Mythos vom Sturz des Sahar-Sohnes Helel," UF 8
(1976): 133-36; M auchline, 140; S. H. W idyapranawa, The Lord Is Savior: Faith in
National Crisis: A Commentary on the Book of Isaiah 1-39 (Grand Rapids: Eerdmans,
1990), 88.
204 U lf O ldenburg, "Above the Stars of El: El in Ancient South Arabic Religion,"
ZAW 82, no. 2 (1970): 187-208. Cf. K eown, 131.
205 Cf. B ertolucci, 109.
206 Ibid.
207 Ibid.
208 Para um estudo dos textos Ugaríticos, vide capítulo 2 deste trabalho.
209 Vide Page, 120-40.
2,0 Vide R oy G ane, "Hurrian Ullikummi and Daniel's 'Little H orn'," in Shalom Paul
Festschrift, forthcoming. Vide a discussão sobre o "Mito de Ullikummi" no capí'
tulo 2 deste trabalho.
0 TEMA DO TEMPLOISANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 235
Significado de h a r m ô cê d
211 Cf., e.g., R ichard J. C lifford , The Cosmic Mountain in Canaan and the Old Tes
tament, Harvard Semitic M onographs 4 (C am bridge, MA: H arvard U niversi
ty Press, 1972); R ichard J. C lifford , "The Tem ple and the Holy M ountain," in
The Temple in Antiquity: Ancient Records and Ancient Perspectives, ed. T ruman G.
M adsen, The Religious Studies M onograph Series 9 (Provo, UT: Brigham Y oun g
University, 1984), 107-24.
212 W infried V ogel, "The Cultic Motif in Space and Time in the Book of Daniel"
(Th.D. diss., Andrews University, 1999), 36.
2.3 Ibid., 38; cf. Ex 15:17; Is 2:3; 56:7; 66:20; Jr 26:18; cf. Vogel, 38-39.
2.4 V o gel , 39.
215 Cf. K laus K och, "uno mo(e4d," TDOT, 8:168.
2,6 Ibid., 171.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 237
217 Poe exemplo, no SI 74:4 mô cãdekã ("teus lugares santos") é apenas outro termo
para santuário. Em Lm 2:6 mô ed denota o templo de Jerusalém. Também o ter
mo frequentemente usado o/ie/ mô ed ("tenda da congregação") é outra expres
são usada para o "tabernáculo" ou "santuário", ocorrendo 146 vezes na Bíblia
Hebraica (Cf. Ex 27:21; 28:43; 29:4, 10f., 30, 32, 42, 44; 30:16, 18, 20, 26, 36; 31:7;
33:7; 35:21 ;38:8,30; 39:32, 40; 40:2, 6f, 12, 2 2 ,2 4 , 26, 29f., 32, 341., et al.).
218 Vide o arranjo estrutural acima.
2,9 Davidson, "Cosmic M etanarrative," 107.
220 E.g., Is 6:1 ff., SI 82, Jó 1:1 ff., Dn 79ff.
221 Parece difícil determinar com certeza se a assembleia celestial de YHWH con
sistia de um grupo seleto de seres celestiais ou incluía todo o exército de cria
turas não caídas. Dn 7:8-14 - "milhares de milhares o serviam , e miríades de
miríades estavam diante dele" - parece indicar que um a grande multidão de
seres celestiais formaria a comitiva de YHW H. Não está claro, entretanto, se
Daniel descreve o número total de seres celestiais ou apenas um seleto grupo
mais próximo a YHW H (para mais discussão sobre Dn 7:8-14, vide o próximo
capítulo).
222 D avidson observou: "Is 14:12 chama o Santuário Celestial de 'o monte da con
gregação/ implicando a função original do Santuário antes do pecado que ra a
de adoração" (Cosmic Metanarrative," 107).
223 W atts, Isaiah 1-33,211.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 239
tradição comum usada por Isaías para atender seus próprios propó
sitos teológicos.
Resumindo, na passagem de Isaías a oposição entre sãpôn e bôr
(i.e., Sheol) e o paralelo entre sãpôn ("norte") e lékôkbê }êl ("estrelas
de El") sugerem que sãpôn é entendido como céu.
Função
Ez 1118-2S235
Observações Preliminares
a que evento se refere esse "trigésimo ano". Embora várias explicações tenham
sido oferecidas para solver este problema, a solução mais provável foi a pro
posta de Origen, de acordo com quem o "trigésimo ano" faz referência à idade
do profeta. Esta explicação é apoiada por vários eruditos. Cf. B lock, 82; Low,
58-124; Shea , Selected Studies on Prophetic Interpretation, 13; B ruce V awter and
Leslie J. Hoppe, A New Heart: A Commentary on the Book of Ezekiel, ITC (Grand
Rapids: Eerdmans, 1991), 25; C hristopher J. H. W right, The Message of Ezekiel: A
Nezo Heart and a New Spirit, The Bible Speaks Today (Leicester, England: Inter-
-Varsity Press, 2001), 44. Deve ser mantido em mente que à idade de trinta anos
um sacerdote deveria iniciar seus deveres no templo (cf. Nm 4:3). Peretencendo
a uma família sacerdotal (Ez 1:1), Ezequiel deve ter sentido de maneira especial
o impacto da visão. Apesar de exilado e, portanto excluído do ministério do
templo, o profeta recebeu o privilégio de vislumbrar a "gloria de YHWH" no
momento em que "se abriram os céus" e ele recebeu "visões de Deus." Não é de
surpreender que, ao longo de todo o seu livro, Ezequiel apresenta considerável
interesse nas questões sacerdotais.
240 Low, 4-8.
241 P eter C. C kaigie., Ezekiel, DSB (Philadelphia: Westminster, 1983), 12-14; E iciiro*
dt, Ezekiel: A Commentary, 54; D. M. G. Stalker, Ezekiel (London: SCM Press,
1968), 45; J ohn B. T aylor, Ezekiel: An Introduction and Commentary, The Tynda-
le Old Testament Commentary (D owners G rove, 1L: Inter-Varsity, 1969), 4142;
W alther Z immekli, Ezekiel I : A Commentary on the Book of the Prophet Ezekiel, trans.
R. E. C lements, Hermeneia (Philadelphia: Fortress, 1979), 139-41.
0 TEMA DO TEMPLOjSANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 245
242 Lesue C. A llen, "The Structure and Intention of Ezekiel I," VT 43 (1993): 145-61;
Richard Kraetzschmar, Dns Buch Ezechiel (Gottingen: Vandenhoeck und Ruprecht:
1900), 7; W illiam H ugh B rownlee, Ezekiel 1-19 (Waco, TX: Word Books, 19S6), 18.
241 L eslie C. A llen, "The Structure and Intention of Ezekiel 1," 155.
244 Ibid., 154. As seguintes passagens referidas por L eslie C. A llen parecem apoiar a
conexão entre teofania de tempestade e julgamento: Am 1:2, Mq 1:2-7; Is 59:15-20;
Ml 3:1-5.
245 Ibid., 155.
24,1 Ibid., 153.
247 Robekt R. W ilson, "Prophecy in Crisis: The Call of E zck iel," Int 38 (1984), 117-30.
248 Z immerli, 116.
249 Vide acima, a discussão sobre sãpôn ("norte") em conexão com nosso estudo de
Is 14:12-15.
0 TEMA DO TEMPLOfSANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 247
Função
Ezequiel 1 0 :1 -2 2
251 Shea observou que "o ponto principal da visão no prim eiro cap ítulo d e E z e
quiel é que Deus estava em trânsito p o r m eio de sua carru agem celestial p a ra o
lugar de Sua residência terrestre, Seu tem plo em Jerusalém . (Selected Studies on
Prophetic Interpretation, 1:44). Cf. Idem , "T h e Investigative Judgm en t of Ju d a h ,"
283-91.
252 A correspondência entre os querubins vivos (i.e., os quatros seres vivos m en
cionados em Ez 1), que carregam a glória de Y H W H , com o p ar de querubins
de ouro no lugar santíssim o do tem plo terrestre foi notada, e.g., p o r M en a h en
H aran, "The Ark and the Cherubim : Their Symbolic Significance in Biblical Ri
tual," Israel Exploration Journal 9 (1959): S hea , "T he Investigative Ju d gm en t of
Judah," 288-89; e M oshe G reenberg , Ezekiel 1-20, AB 22 (New York: D oubleday,
1983), 192-99.
Observações Preliminares
10:5 Carruagem
10:5-7 Templo
10:8-17 Carruagem
10:18 Templo
10:19b Templo
10:20-22 Carruagem
11:1-21 Ação Judicial do Senhor Contra Israel
11:22-25 Convocação do Julgamento
255 Shea, "The Investigative Judgment of Judah," 282-91; idem, Selected Studieson
Prophetic Interpretation, 1:44. Parunak usa os termos "covenant lawsuit" and "sa
cral judgment," (66-69).
256 G reenberg, Ezekiel 1 -2 0 , 202.
Função
Ez 28:11-19
11 V eio a m im a p a l a v r a d o S E N H O R , d izen d o :
12 Filho d o h o m e m , le v a n ta u m a la m e n ta çã o c o n tra o rei d e T iro e d i
ze-lhe: A s sim d iz o S E N H O R D eu s: T u és o sin ete d a p e rfe içã o , ch eio
de sab ed o ria e f o r m o s u ra .
13 E stav as n o É d e n , ja rd im d e D e u s; d e to d a s a s p e d ra s p re cio sa s te
cobrias: o s á rd io , o to p á z io , o d ia m a n te , o b e rilo , o ô n ix , o jasp e, a sa
fira, o c a rb ú n c u lo e a e s m e r a ld a ; d e o u ro se te fiz e ra m os e n g a ste s e os
orn am en tos; n o d ia e m q u e fo ste c ria d o , fo ra m eles p re p a ra d o s.
14 Tu eras q u e ru b im d a g u a r d a u n g id o , e te estab eleci; p e rm a n e cia s
no m onte s a n to d e D e u s , n o b rilh o d a s p e d ra s a n d a v a s.
15 Perfeito e ra s n o s te u s c a m in h o s , d e s d e o d ia e m qu e foste c ria d o até
que se a ch o u in iq ü id a d e e m ti.
16 N a m u ltip lica ç ã o d o te u c o m é rc io , se e n c h e u o teu in te rio r d e v io
lência, e p e c a s te ; p e lo q u e te la n ça re i, p ro fa n a d o , fo ra d o m o n te d e
Deus e te farei p e r e c e r , ó q u e ru b im d a g u a rd a , em m eio a o b rilh o d as
pedras.
17 Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a
tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra, diante
dos reis te pus, para que te contemplem.
Observações Preliminares
257 D avidson, "The Chiastic Literary Structure of the Book of Ezekiel," 75.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁFJOCELESTIAL NOS PROFETAS 255
25* Ibid,
w Bertolucci, 249. Cf. as seguintes passagens onde esta distinção parece estar em
uso: I Sm 9:16; 10:1; 12:12; 13:14; 11 Sm 5:2; 6:21; 7:8; I Rs 1:35; 14:7; 20:5; II Rs 20:5;
I Cr 11:2; II Cr 32:21.
hum ano, com o 28:2 e 9 tornam claro, "n ão passas de homem e não
és D eus". Isto parece enfatizar que a despeito de todo o orgulho e
glória do "p rín cip e" (nãgid) histórico de Tiro, ele continua sendo um
mero ser hum ano. A dicionalm ente, os v. 2 e 8 situam o "príncipe"
no "coração dos m ares," um a expressão própria para a localização
geográfica de Tiro, que coincide com a localização real do governan
te humano.
Ezequiel 28:11-19, entretanto, apresenta um quadro diferente.
O governador de Tiro é designado com o "r e i" (m elek ) e descrito como
um "q u eru bim " (kêrüb). Com o vários estudiosos notaram , aqui está
se falando de um personagem distinto.260 A designação "querubim"
usada em outro lugar no livro de Ezequiel para os m em bros da comi
tiva divina,261 indica ainda que aqui outra figura está em vista, uma
ideia corraborada por estudiosos críticos. Skinner afirm a: "é como se
o profeta tivesse em m ente a ideia de um espírito protetor ou gênio
de T iro ,"262 enquanto Page sugere que "o antes confiável associado
de Y H W H , que era sem igual na ordem criada, é com parado ao rei
de Tiro. A m bos estão fadados à destruição por causa de seu orgulho
e v aid ad e"263. Essas declarações são instrutivas visto que elas indi
cam que o texto se refere a um ser sobrenatural.
A lém disso, é digno de nota que o "r e i" de Tiro/querubim é
* _
descrito com o estando "n o Eden, jardim de D eu s." H oje se reconhe
ce que "essa frase 'estavas no Éden, jardim de D eus7 (v. 13) é o mais
difícil obstáculo para a interpretação do rei de Tiro com o o rei lite
ral da cid ad e."264 De m odo sem elhante, Ez 28:15 - "Perfeito eras nos
teus cam inhos, desde o dia em que foste criado (h ib b ã r}ãk), até que
se achou iniquidade ( <awlãtãh) em ti" - tam bém possui problemas
260 C harles L. F einberg , The Prophecy of Ezekiel: The Glory of the Lord (Chicago: Moody
Press, 1969), 160-64; C am eron M ackay , "T h e King of T y re," CQR 117 (1934): 239.
B ertolucci, 253-54.
261 Vide Ez 1 e 10.
262 J ohn S kjnner , The Book of Ezekiel, The E xp osito r's Bible, vol. 13 (N ew York: Arms
trong and Son, 1908), 253.
263 P age , 1 5 7 .
264 R a lph H . A lexa n d er , "E zek iel," The Expositor's Bible Commentary, ed. F rank E.
G aebelein (G rand Rapids: Z on d ervan , 1976), 6:883.
0 TEMA DO TEMPl.OfSANTIIÁ RIO CELESTIAL NOS PROFETAS 257
Jardim do Eden
269 Cf. Gn 2:12; "bdellium" (hubbdolah) and the "pedra de ônix" (we’ebenhassoham).
170 Kalman Y aron, "The Dirge over the King of Tyre," ASTI 3 (1964): 54.
Santuário
271 D avidson, "Cosmic Metanarrative for the Coming Millennium," 108-11. Cf. Jo
aquim Azevedo, "At the Door of Paradise: A Contextual Interpretation of Gen
4:7," BN, no. 100 (1999): 45-59; Barker, The Gate of Heaven, 68-103; G. K. B eale, The
Temple and the Church's Mission: A Biblical Theology of the Dwelling Place of God,
NSBT17 (D owners G rove, IL: Inter-Varsity Press, 2004), 66-80; M eredith G. Kune,
Kingdom Prologue (South Hampton, MA: Gordon-Conwell Theological Seminary,
1989), 31-32; E ric W. B olger, "The Compositional Role of the Eden Narrative in
the Pentateuch" (Ph.D. dissertation, Trinity Evangelical Divinity School, 1993);
W illiam J. D umbrell, The End of the Beginning: Revelation 21-22 and the Old Tes
tament (Homebush West, NSW, Australia: Lancer Books, 1985), 35-76; M ichael
A. F ishbane, Text and Texture: Close Readings of Selected Biblical Texts (New York:
Schocken Books, 1979), 12-13; J on D. L evenson, Sinai and Zion (New York: Harper
and Row, 1985), 142-45; S. D ean M cB ride, J r., "Divine Protocol: Genesis 1:1-23
as Prologue to the Pentateuch," in God Who Creates: Essays in Honor of W. Sibley
Towner, ed. W illiam P. B rown and S. D ean M cB ride (Grand Rapids, MI: Eerd-
mans, 2000), 11-15; Donald W. P arry, "Garden of Eden: Prototype Sanctuary,"
nein Temples of the Ancient World: Ritual and Symbolism, ed. D onald W. P arry (Salt
Lake City, UT: Deseret, 1994), 126-151; T erje Stordalen, Echoes of Eden: Genesis 2-3
and Symbolism of the Eden Garden in Biblical Hebrew Literature, CBET 25 (Leuven,
Belgium: Peeters, 2000), 111-38. G ordon J. W enham, "Sanctuary Symbolism in the
Garden of Eden Story," in Proceedings of the Ninth World Congress of Jewish Studies
(Jerusalem: World Union of World Studies, 1986), 19-25.
272 Y aron, 36.
273 Ez 28:13 (TM) fornece nove das doze pedras do Êxodo em uma sequência modi
ficada. Ezequiel (LXX) apresenta todas as pedras mencionadas em Êxodo.
0 tema do tem plo ( s a n t u á r io c e l e s t ia l n o s p r o f e t a s 261
O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO
Função
2H' Vide a observação textual sobre esta expressão feita anteriormente nesta seção.
283 Richakd M. D avidson, "Satan's Celestial Slander," Perspective Digest 1, no. 1
(1996): 31-34. Cf. BDB, “mkul."
2M O verbo hit pode ocorrer no contexto de um ataque militar pagão ao santuário
israelita, o que resulta em sua profanação (Ez 7:21-24; SI 74:7).
permite essa possibilidade, uma vez que ele é usado em outras par
tes na Bíblia Hebraica em referência à contaminação do santuário
israelita por um ataque militar.285 Também, a observação de que o
coração do querubim estava cheio de "violência" (hãmãs) pode im
plicar alguma ação violenta contra YHWH e Seu templo/santuário
(Ez 28:16). Assim, o templo/santuário celestial emerge nesta passa
gem como o cenário para uma guerra cósmica entre o rei/querubim
e YHWH, um quadro muito semelhante ao retratado em Is 14:12-15.
Mq 1:2-3
2 Ouvi, todos os povos, prestai atenção, ó terra e tudo o que ela con
tém, e seja o SENHOR Deus testemunha contra vós outros, o Senhor
desde o seu santo templo.
3 Porque eis que o SENHOR sai do seu lugar, e desce, e anda sobre os
altos da terra.
Essa conjectura pode conter algum fundo de verdade, quando se exam ina o con
texto de julgamento das atividades do santuário terrestre no Dia da Expiação
(Lv 16), quando o bode para Azazel era enviado para o deserto, carregan do as
iniquidades ( cãwõnôt) da congregação. Cf. R oy G an e , Cult and Character: Puri
fication Offerings, Day of Atonement, and Theodicy (W innona Lake: Eisenbrauns,
2005), disponível.
288 Por exemplo, D elbert R. H illers, Micah, Herm eneia (Philadelphia: Fortress,
1984), 19; T homas E dward M c C omiskey, The Minor Prophets: A n Exegetical and Ex-
positoryCommentary (G rand Rapids: Baker, 1992), 2:617; H omer H ailey , A Com
mentary on the M inor Prophets (Grand Rapids: Baker, 1972), 193; H enry M c K e -
ating, The Books of Amos, Hosea and Micah (Cam bridge: University Press, 1971),
157; Rolland E. W olfe , "Exegesis of the Book of M icah," in The Interpreter's Bible,
ed. George A rthur B uttrick (N ew York: Abingdon, 1956), 6:902-03. E lizabeth
Rice A chtemeier, M inor Prophets I (Peabody, M A: Hendrickson, 1996), 295; K en
neth L. B arker and W aylon B ailey , Micah, Nahum, Habakkuk, Zephaniah., NABC
20 (Nashville:Broadman and H olm an, 1998), 49, 50; J ohn M. P. S mith, W illiam
H. W ard and J ulius A. B ew er , A Critical and Exegetical Commentary on Micah, Ze
phaniah, Nahum, Habakkuk, Obadiah and Joel, ICC (N ew York: Charles Scribner's
Sons, 1911), 36; G ary V. S mith , Hosea, Amos, Micah: The N IV Application Com
mentary from Biblical Text . . . to Contemporary Life (Grand Rapids: Z ondervan,
2001), 441-42; A. C ohen , The Twelve Prophets, Hebreiv Text, English Translation
and Commentary (Bournem outh, Hants.: Soncino Press, 1948), 156; G. W oosung
W ade, The Books of the Prophets Micah, Obadiah, Joel and Jonah (London: M ethuen,
266 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
Observações preliminares
1925), 3; D avidson, "The Heavenly Sanctuary in the Old Testament, 1976," 21-22;
F rancis I. A ndersen and David Noel F reedman, Micah: A New Translation with In-
troduction and Commentary, AB 24 (New York: Doubleday, 2000), 139; M itchell J.
D ahood, Psalms I (1-50): Introduction, Translation, and Notes, AB 16 (G arden C ity,
NY: Doubleday, 1966), 170; D avidson, Typology in Scripture, 382; Shea, Selected
Studies on Prophetic Interpretation, 7.
289 Kim, 238.
290 J ohn T. W illis, "Some Suggestions on the Interpretation of Micah 1:2," VT 18
(1968): 372.
29] Cf. ibid.
292 T. K. C heyne, The Two Religions of Israel, with a Re-examination of the Prophetic
Narratives and Utterances (London: A. and C. Black, 1911), 366; R obert Henry
P feiffer, Introduction to the Old Testament (New York: Harper and Brothers,
1941), 590,93; B. Stade, "Streiflichter auf die Entstehung der jetzigen Gestalt der
0 TEMA DO TEMPLOISANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 26 7
existem fortes razões para entender os v. 2-4 como uma parte inte
gral do texto.293 Um olhar mais atento no texto hebraico revela uma
delicada continuidade literária com transições suaves por meio de
expressões e partículas conectivas294 que comprovam a integridade
da passagem. As maiores dificuldades não estão relacionadas com a
textura linguística da perícope, mas com os seus conteúdos.
Outros estudiosos tentaram explicar essa tensão sugerindo que
a referência aos "povos" no v. 2 pretendia fornecer um amplo pano
de fundo e a legitimação para as ações de YHWH contra o Israel e
Judá.295 Além disso, as nações estão, por assim dizer, envolvidas em
transgressões semelhantes àquelas de Israel e Judá.296Porém, note-se
que o v. 5, que introduz o julgamento contra Israel e Judá, está inti
mamente ligado aos versos anteriores por meio da expressão "tudo
isto" (kol zõ Jí) em "tudo isto por causa da transgressão de Jacó e dos
pecados da casa de Israel." Assim, o texto diz que as transgressões
do povo de YHWH são a motivação para o que aconteceu previa
mente no texto. Sendo assim, é difícil considerar os "povos" citados
no v. 2 como nações gentias.
A tarefa adiante, portanto, é explicar porque os v. 2-4 anunciam
um oráculo contra "todas as nações da terra", enquanto o mesmo orá
culo relatado nos v. 5-7 é destinado para Israel e Judá. Uma solução
297 E hrlich, 5:272; W illiam C reighton G raham, "Some Suggestions toward the Inter
pretation of Micah 1:10-16," AJSL 47, no. 4 (1931): 256; A lbin van H oonacker, Les
Douze Petits ProphPtes (Paris: J. Gabalda, 1908), 335; P. K leinert and J ohann Peter
L ange, Obadjah, Jonah, Micha, Nahum, Habakuk, Zephanjah, ed. J. P. L ange, THBW 5
(Bielefeld and Leipzig, Germany: Velhagen und Klasing, 1868), 48; M cC omiskey,
The Minor Prophets, 2:617; C. v O relli, The Twelve Minor Prophets, trans. J. S. Banks
(Edinburgh: T. and T. Clark, 1893), 190; Carl Steuernagel, Lehrbuch der Einleitung
in das alte Testament mit einem Anhang Tiber die Apokryphen und Pseudepigraphen (Tü
bingen: J.C.B. Mohr [P. Siebeck], 1912), 625. Cf. M arvin A . S weeney , The Tzuelve
Prophets, 2 vols., Berit Olam: Studies in Hebrew Narrative and Poetry (College-
ville, MN: Michael Glazier, 2000), 2:349. K eil, embora interprete "povos" como
nações gentias, constrói "contra vós" (bãkem) no v. 2c como um a referência a Is
rael. C. F. K eil, The Twelve Minor Prophets, vol. 1 of 2, trans. J ames M artin, Biblical
Commentary on the Old Testament (Grand Rapids: Eerdm ans, 1949), 426. Para
um entendimento similar, cf. B. E lmo Scoggin, "M icah," The Broadman Commen
tary, ed. C lifton J. A llen (Nashville: Broadm an, 1972), 7:190. É, portanto, muito
improvável que o sufixo pronominal tivesse outro referente que não fosse o óbvio
e antecedente mais próximo: "povos." A melhor solução neste caso é entender
"povos" como o povo de YH W H , ambos Israel e Judá, e ter o sufixo pronominal
que remete a ele. A ndersen e F reedman, após uma exaustiva investigação desta
expressão, ponderaram que "o v. 2 não é um cham ado inequívoco para as (outras)
nações do mundo ouvir ou julgar. O plural, assim, corresponde a Samaria e Jeru
salém no título. Ambas as cidades estão sob ataque no que segue, mas nenhuma
palavra é endereçada à comunidade internacional. A ambiguidade tentadora na
linguagem do v. 2 não é resolvida até o v. 5" (A ndersen e L iberto, Micah,: A New
Translation with Introduction and Commentary, 150).
298 Kim, 237-38.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 269
299 Hillers sugeriu o seguinte esboço: v. 2: YHWH no divino concílio; v. 3-4: a teo-
fania; v. 5: a razão para a sua ira; v. 6-7: a resultante queda de Samaria (19).
300 Para um estudo detalhado sobre a ação judicial profética, vide K irsten N iel
sen, Yàhweh as Prosecutor and fudge: An Investigation of the Prophetic Lawsuit (Rib-
-pattern), JSOTSup 9 (Sheffield: Dept, of Biblical Studies University of Sheffield,
1978), 74-83. Cf. C laus W estermann, Basic Forms of Prophetic Speech (Cambridge,
England: Westminster, 1991), 199.
301 O termo "processo pactuai" tem sido evitado por estudiosos recentes com base
na alegação de que "processo" é um "termo técnico moderno que não tem um
equivalente no hebraico" (M ichael D eR oche, "Yahweh's Rib against Israel: A
Reassessment of the So-called 'Prophetic Lawsuit' in the Preexilic Prophets," JBL
102 [1983]: 564). Não obstante, mesmo aqueles estudiosos que evitam usar o ter
mo "processo judicial" para Mq 1:2 concordam que a perícope evoca um cenário
judicial. Cf. J ames L uther M ays, Micah: A Commentary (Philadelphia: Westmins
ter, 1976); B. Renaud, La Formation du Livre de Michée: Tradition et Actualisation
(Paris: J. Gabalda, 1977), 28; Sweeney, 2:40-41; Barker and Bailey, 48.
302 "Ouvi, todos os povos, prestai atenção, ó terra e tudo o que ela contém, e seja
YHWH Deus testemunha contra vós outros" (sinFú (ummim kullãm haqsibi
eres ümélõ ah).
303 A ndersen and F reedman , Micah: A New Translation with Introduction and Commen
tary, 140. A sugestão de H illers de que o v. 2 retrata "YHW H no concílio divino"
(19), apesar de não claramente expressada no texto, pode ser inferida a partir de
outras passagens onde os procedimentos judiciais são realizados no contexto do
concílio celestial de YH W H . Cf., e.g., I Rs 22:19; SI 82; Dn 7:9-14. A última passa
gem é discutida no capítulo 5.
270 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
S E M Â N T IC A E O U T R A S C O N S ID E R Ç Õ E S EXEG ÉTICA S
Já que o term o "p o v o " ( am) é usado na Bíblia Hebraica com di
ferentes conotações e referentes, seu significado específico em uma
dada passagem deve ser determ inado pelo contexto.313 Em Mq 1:2,
com o notado acim a, a expressão "p o v o s" ( ammím) tem sido com
preendida pela m aioria dos com entaristas com o se referindo às na
ções gentias, o que dá conotações universalistas para a passagem.
K im corretam ente argum enta que o term o "p o v o s" ( cammím) aqui
se refere aos povos de Israel e Judá, um a interpretação sustentada
pelo contexto im ediato, uma vez que os v. 5-7 contêm a real descri
ção do julgam ento sobre essas duas nações. N este m om ento, é tam
bém im portante notar que este uso do term o "p o v o s" ( cammím) não
é uma idiossincrasia de M iqueias, m as aparece em outras partes da
Bíblia H ebraica também. Um exem plo instrutivo é encontrado em Is
3:13-14: "Y H W H se dispõe para pleitear e se apresenta para julgar os
povos ( ammim).314 YHW H entra em juízo contra os anciãos do Seu
povo e contra os Seus príncipes ( cam m ô). 'V ós sois os que consumis
tes esta vinha; o que roubastes do pobre está em vossa casa'." Note
no paralelism o que os povos ( cam m ím ) referidos na passagem são
nada m enos que o próprio povo ( cam m ô) de YH W H . Outra interes
sante passagem que pode ser aduzida nesta consideração é Dt 33:19,
usando "p o v o s" ( cam m ím ) aparentem ente em referência às tribos de
Israel. "O s dois cham arão os povos ( cam m ím ) ao m onte; ali apresen
tarão ofertas legítim as, porque chuparão a abundância dos mares e
os tesouros escondidos da areia." A ssim , com base neste breve estu
do, “povos" m ais provavelm ente se refere a Israel e Judà, e não aos
povos gentios.
Embora à prim eira vista a expressão "terra e tudo o que ela con
tém" ( eres ü m êlõ3ãti) pareça indicar o mundo todo, ela pode tam
bém ter um referente restrito. A m esma expressão ocorre em Dt 33:16
em referência às "coisas preciosas" da terra de Canaã; em Ez 19:7, à
devastação da terra de Judá; em Ez 30:12, à devastação da terra do
Egito. Além disso, com o observado, o contexto e o fluxo do texto
parecem indicar a terra de Canaã como o referente desta expressão.
Assim, com base no seu contexto im ediato e seu uso em outras partes
da Bíblia Hebraica, a expressão "terra e tudo o que ela contém " ( 3eres
ümèlõ^ãh) em M q 1:2 mais provavelmente se refere à terra de Israel.
Significado de mimmêqômô
Função
316 Por exemplo, Dt 12:5,14; 14:23,25; I Rs 8:29,30; Is 18:7; Ez 43:7. Cf. S weeney, 1:68.
317 J. G amberoni, "DipQ" TDNT, 8:544.
o TEMA DO TEM PLO ISAN TU ÁRIO CELESTIAL N O S PROFETAS 275
Zc 3:1-10
321 Uma excessão para isto é L eupold , ao negar que o texto retrata um a cena de jul
gamento. De acordo com ele "o que a visão representa é Josué ministrando ao
Anjo do Senhor" (H. C . L eupold , Exposition of Zechnriah [Grand Rapids: Baker,
1971], 66). Quanto ao cenário da visão, L eupold parece im plicar que ele acontece
no templo de Jerusalém , (ibid., 67).
322 K im, 266-67.
0 TEMA DO T E M P L O /S A N T U Á R IO C E L E ST IA L N O S PRO FETAS 277
Observações Preliminares
330 Cf. as formas verbais Hiphil wayyareni ("me mostrou") em 3:1 e wayècirêni ("e [o
anjo] me despertou") em 4:1.
331 A. Visão 1 - Zc 7-11 Mensageiros à cavalo vêm para: O mundo está em paz. Esta
paz proporciona uma oportunidade para edificar o templo.
B. Visão 2 - Zc 1:18-21 Os quatro chifres quebrados. As condições políticas que
levaram ao exílio babilónico foram revertidas. É hora de edificar o templo.
C. Visão 3 - Zc 2:1-5 O homem com o cordel de medir. A bênção imensu
rável que virá com a construção do templo.
D. Visão 4 - Zc 3 Mensagem a Josué, o sumo sacerdote: Tu estás perdoa
do e purificado para que possas ministrar no novo templo.
D'. Visão 5 - Zc 4 Mensagem a Zorobabel, o governador. Tu deves cons
truir o templo e Eu te darei forças para fazê-lo.
C . Visão 6 - Zc 5:1-4 O rolo voador. Mensurada a maldição para aqueles
que continuam a violar os Dez Mandamentos.
B'. Visão 7 - Z c 5:5 -1 1 0 efa voador com uma mulher ímpia. Razões religiosas
para o exílio babilónico são revertidas. E hora de construir o templo.
A'. Visão 8 - Zc 6:1-8 Carros de Guerra e cavaleiros saem para estabelecer a paz
para que o templo possa ser construído.
(W illiam H. S hea , "T h e Literary Structure of Zechariah 1-6," in Creation, Life,
and Hope: Essays in Honor of Jacques B. Doukhan, ed. Jiri Moscala [Berrien Springs,
MI: Old Testament Department, Seventh-day Adventist Theological Seminary,
Andrews University, 2000], 84).
332 Ibid., 83-100.
280 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
333 Que tal ato teve consequências para o povo é notado abaixo.
334 Cf. H. R inggren, "IQU"' TDOT, 11:179-80. Vide tam bém as ocorrências desse
termo no SI 109:6, que é mencionado abaixo.
o TEMA DO TEM PLO /SAN TU ÁRIO CELESTIAL N O S PROFETAS 281
Contrário aos outros sete relatos das visões onde o Anjo Intér
prete desempenha um papel de destaque, esta visão retrata "o Anjo
de YHWH" (mal 3ak yhwti) como um personagem principal no mundo
visionário. Aqui o Anjo de YHW H não explica os elementos da visão
ao profeta; ao invés disso ele próprio é parte do mundo visionário. A
função distintiva do Anjo nesta perícope, juntamente com a qualifica
ção "de YHWH" pode levantar a questão se o Anjo Intérprete e o Anjo
de YHWH são ou não são a mesma figura. Embora esteja além do
escopo desta pesquisa engajar-se em uma discussão detalhada dessa
questão, o papel distintivo desempenhado pelo Anjo de YHWH nesse
texto pode indicar que duas figuras diferentes estão em vista.
O mais importante para o propósito desse estudo, entretanto, é
compreender o papel do Anjo de YHWH nos procedimentos judiciais
e cultuais descritos no texto. Sob este aspecto, alguns estudiosos de
fendem que o Anjo de YHWH é aquele que preside o julgamento.336
No entanto, a referência no v. 5 ao "A njo de YHW H em pé (ümaJ3ok
yhwh (õmcd) parece indicar o contrário.337 Ele provavelmente não é a
figura que preside, mas um membro - se bem que o mais proeminente
335 Meyers e M eyers salien taram que cmd ("e sta r em p é ") " é a palavra m ais com u m
na literatura hebraica p ara refletir os p ro ced im en to s técnicos de p articip ação na
Corte. Exatamente com o as pessoas ap arecem d ian te d o rei e entram em su a co r
te (cf. I Sm 16:21-22, ond e 'D av i foi a Saul e esteve peran te ele/ e Jr 52:12), assim
as figuras celestiais são ad m itid as na assem b leia sobre a qual Y haw eh p resid e"
(Meyers and M eyers , 182-83). Cf. I Rs 3:16; 22:19, 21; SI 109:6.
336 E ugene H. M errill, Hciggai, Zechariah, Malachi: An Exegetical Commentary (C h ica
go: Moody, 1994), 131; D avid L. P etersen , Hciggai and Zechariah 1-8,1 9 0 -9 1 ; P a u l
L. Redditt, "Z eru b b abel, Jo sh u a, and the N igh t V ision s of Z ech ariah ," CBQ 5 4
(1992): 256-57.
337 Se a conotação de "e sta r em p é " é en ten d id a de acord o com o contexto da p e ríco
pe, a ideia não é que o A njo de Y H W H "esta v a nas p roxim idad es, em pé" (C o n -
rad, 95, itálicos dele), m as qu e o A n jo de Y H W H estava na presença d e Y H W H .
282 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
A nálise de hasãtãn
fundo total do AOP, a mudança das vestes sujas de Josué para vestes
festivais muito provavelmente indica uma mudança da sua condição
de pecador contaminado para a de sumo sacerdote purificado. Esse
foi o processo que o qualificou a exercer as funções sumo sacerdotais
no templo.
Quanto à cerimônia específica que subjaz à descrição de Zc 3:1-
10, pelo menos duas opções importantes disputam por aceitação: al
guns estudiosos são favoráveis a uma cerimônia de investidura na
qual Josué foi investido como sumo sacerdote;355 outros preferem
um cenário do Dia da Expiação.356 Ambas as cerimônias envolviam
a mudança das vestes do sumo sacerdote. Contudo, as duas opções
apresentam dificuldades exegéticas, já que a descrição superficial da
vestimenta de Josué não fornece informação suficiente para apon
tar a cerimônia de instalação do sumo sacerdote,357 nem os proce
dimentos do Dia da Expiação358. Uma solução razoável é entender
que pela mudança de vestes, Josué se torna apto para as atividades
que ele supostamente deveria desempenhar no templo. Assim , em
vez de buscar por um pano de fundo específico na investidura ou
nos procedimentos do Dia da Expiação, pode-se concordar com a
plausível sugestão de que este é um "ritual de purificação ad hoc" 359
355 E.g., S weeney, 2:593; B aruch H alpern , "R itu al B ackground o f Z ech ariah 's T em
ple Song," CBQ 40 (1978): 173.
356 E. g., B locher, 264-70; T idwell , 353.
357 Em contraste com o relato do vestim ento de Jo su é que m enciona apenas "tra jes
finos" (maMlãsôt), "tu rb a n te " ("sãnip"), e "tra je s " ( bègãdim ) (Zc 3:4-5), A cerim ô
nia de instalação do su m o sacerdote em Lv 8:7-9 m en cion a a "tú n ic a " (kuttõnet),
"cinto" ( ab/iêí), "so b re p e liz " (m êcil), "esto la sacerd o tal" Cêpõd), "p e ito ra l" (hõs
en), "U rim " ( ’ürím) e T u m im ( tummim ), " m itr a " ( misnepet), "lâm in a d e o u ro "
(hazzãhãb), "coroa sa g ra d a " (nêzer haqqõdesin) (v. 7-9).
358 A prescrição para vestir o sum o sacerd ote n o D ia da Expição, em L v 16:4, diz o
seguinte: "vestirá ele a 'tú n ica de linho sag rad a' (kêtõnet qõdes), e terá as 'ca lça s
de linho' (ümiknèsê bad) sobre a pele, cin gir-se-á com o 'cin to de lin h o ' ( 3abnel
bad) e se cobrirá com a 'm itra de lin h o' (misn epet bad); são estas as 'v estes sa g ra
das' (bigdê qõdesi). Banhará o seu corpo em águ a e, então, as v estirá " (Lev 16:4).
Note que nenhum a referência é feita a "fin o s tra jes" ( mahãlãsôt) e "tu r b a n te "
(sãnip), mencionado em Zc 3:4-5.
359 P etersen, Haggai and Zechariah 1-8,2 0 1 .
286 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
Remoção da Iniquidade
360 O texto pode conter elementos que são comuns à cerimônia de instalação, e/
ou Dia da Expiação, mas não há evidências suficientes no texto para limitar as
imagens a qualquer um destes cenários.
361 Cf. K im, 264.
362 De acordo com R oy G ane, "na Bíblia Hebraica, awõn ("iniquidade") pode se
referir a qualquer parte do processo de ato ilícito - culpa - punição, quer o ato
fosse intencional ou não. Contudo, em Levítico 1-16 seu uso é restrito a culpa no
sentido de 'culpabilidade', isto é, passível da punição que o pecador deve supor
tar (Qal de ns) 5 ,1 ,1 7 ; 17:18) a menos/até que ele seja transferido a um sacer
dote oficiante através de uma oferta de purificação, que a carrega (ns) (10:17),
presumivelmente até que a mesma seja levada para fora do acampamento pelo
bode vivo no Dia da Purificação (16:21-22). É importante reconhecer que em Lv
1-16 ) cawõn ("iniquidade, culpabilidade") surge a partir de um ato de hatta ’t
("pecado expiável"), antes que a partir de um ato ilegal separado. Isto está claro
em 5:1,5-6, onde uma testemunha que com ete um pecado (verbo e substantivo
da raiz ht) carrega seu eawõn como uma consequência até que ele ou ela receba
expiação (cf. 5:17; S I32:5)" (R oy G ane, TheNlVApplication Commentary:Leviticus,
Numbers [Grand Rapids: Zondervan, 2004], 280-81).
0 TEMA DO TEM PLOjSA N T UÁ RIO CE LE STI A L NOS PROFETAS 287
Quando o próprio pecador 'leva' o seu pecado, Ele pode sofrer suas
consequências, se for o caso. Usada nessa acepção, a frase é uma metá
fora para a culpa que atormenta o pecador, E, no máximo, uma forma
oblíqua de dizer que o pecador merece punição por si só. Contudo,
quando e se a outra parte - na maioria das vezes, mas não necessaria
mente Deus - 'leva' o fardo do pecador, daí ja não mais repousa sobre
os ombros do transgressor; este último é aliviado de sua carga e de
suas consequências, mais uma vez, caso estas existam. Nessa segunda
acepção, o fato de alguém "levar" o pecado de outro é uma metáfora
que se refere à libertação da parte culpada de sua culpa.363
363 Baruch Schwarz , "T h e B earin g o f Sin in the P riestly Literatu re," em Pomegra
nates and Golden Bells: Studies in Biblical, Jewish, and Near Eastern Ritual, Lazo, and
Literature in Honor of Jacob Milgrom, ed. D avid P. W right, D avid N oel F reedm an ,
and Avi H urvitz (W inona L ake , IN: E isenbrauns, 1995), 9, ênfase do autor.
364 Cf. Jo 7:21.
365 Alguns estudiosos têm su gerido que a "in iq u id a d e " ( (ãwõn), rem ovida de J o
sué, não foi causada exclu sivam en te p elos seus próp rios "p e ca d o s" (hattõ?t),
mas provavelmente inclu ía os "p e c a d o s " (haftõ }t) do povo rep resen tad os p o r
288 O TEM A DO TEM PLO /SANTU ÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
Turbante e Pedra
ele (cf. J oyce G. B aldwin , Haggai, Zechariah, Malachi: An Introduction and Corn-
tncntaiy [D owneks G rove, IL: Inter-V arsity Press, 19721, 113; M ichael P romjrat,
"H aggai and Zechariah 1-8: A Form C riticai A n aly sis" IPh.D. diss., GradiuL!
Theological Union, 19881, 338; R obekt T. S iebeneck , "M essianism of Aggeus and
Proto-Zacharias," CBQ 19 (1957): 219). O bserve que o sum o sacerdote suposta-
m ente deveria levar a iniquidade do povo, com o afirm ado em Lv 10:17: “Por
que náo com estes a oferta pelo pecado no lugar santo? Pois coisa santíssima
é; e YHWH a deu a vós outros, para levardes (tusc t ct atum) a iniquidade da
congregação, para fazerdes expiação por eles diante de Y H W H ." Por outro Lido,
deve-se notar que os pecados cios sum o sacerdote poderiam afetar o povo como
um todo, com o se todo o povo tivesse pecado. Vide Lv 4:3-12.
366 D avid L. P etersen , Haggai and Zechariah 7 - 8 , 194.
0 TEMA DO TEMPLO(SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 289
367 Milo§ Bic, Das Buch Sacharja (Berlin: Evangelische V erlagsanstalt, 1962), 51, for
nece um bom resum o de várias possibilidades: a pedra com o a pedra angular
do templo (F erdinand H itzig and H einrich Steiner, D ie Z w ölf K leinen P rophe
ten, 4th ed. [Leipzig: S. H irzel, 1881]; C harles H. H. W right, Z echariah and H is
Prophecies, Considered in Relation to M odern C riticism : W ith a C ritical and
Grammatical C om m entary and N ew Translation: Eight Lectures, 2nd ed. [Lon
don: Hodder and Stoughton, 1879]); a pedra de esquina do tem plo (K arl M arti,
Das Dodekapropheton erklärt [Tübingen: M ohr, 1902]); a rocha do tem plo (H.
Schmidt, "Das vierte N achtgesicht des Propheten Sach arja," Z A W 54 [1936]: 48-
60); uma pedra preciosa para o diadem a real (J ulius W ellhausen , D ie K leinen
Propheten, 4 ed. [Berlin: D e G ruyter, 1963]); a pedra fundam ental com o nom e
deZorobabel (H ugo G ressmann , D er M essias [G öttingen: V andenhoeck and R u
precht, 1929]); um a p ed ra de adorno para o su m o sacerdote (H. G. M itchell ,
A Critical and Exegetical C om m entary on H aggai and Zechariah, The Interna
tional Critical C om m entary [Edinburgh: T. and T. C lark, 19121).
368 Exodo 28:9-12, que contém a descrição das doze pedras associadas com a estola
sacerdotal, e 28:37-38, que m endona um ornam ento do turbante de A rão gravado
com as palavras "Santidade a Y H W H ," têm sido sugeridos como possíveis panos
de fundo para a pedra de Z c 3:9. Cf. E dgar W . C onrad, Zechariah, Readings, a N ew
Biblical Commentary (Sheffield: Sheffield A cadem ic Press, 1999), 95-96; M eyers
and M eyers, 209; D avid L. P etersen, Haggai and Zechariah 1-8, 211-12; Sweeney , 2:602.
Les Oracles du Proto-Zacharie: Un programme de restauration pour
A lbert P etitjean,
la communauté juive après Yexil (Paris: J. G abalda et C ie, 1969), 179-84.
290 O TEMA DO TEM PLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
(1) Assim diz YHWH dos Exércitos (1) k õ 3ãm arybw b s è b ã 3ôt
(2) Se andares nos meus caminhos (2) im bidrãkay têlêk
(3) e observares os meus preceitos (3) w ê3im et mismarti tismõr
(4) também tu julgarás a minha casa (4) wêgam 3attãb tadin 3et bêti
(5) e guardarás os meus átrios, (5) wêgam tismõr et
3et bãsêrãy
(6) e te darei livre acesso entre estes (6) wénãtati lêka mahlékim
que aqui se encontram. bên bã (õm dim hã eJIeh
Propósito da visão
383 Cf.,e.g.,Sl 65:5 [4]; 84:11 [10]; 92:14 [13]; 116:19; 135:2.
384 Cf., e.g., I Rs 22:19-23; Am 3:7.
385 Possivelmente como Aarão, que, como Nm 12 implica, era um profeta.
386 Sweeney especula que "o 'direto de acesso' (mnhlèkim) aparentemente se refere
ao direito de acesso do sumo sacerdote ao Santo dos Santos no Templo de Je
rusalém" (2:599); M c N icol afirma que Josué seria um oficial chefe do culto no
templo reconstruído. ("T he Heavenly Sanctuary in Judaism ," 78).
294 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
Função
388 Roy Game demonstrou como os aspectos judiciais e cutuais são partes interconec-
tadas do mesmo sistema: "A o tratar o mal moral tanto como violação relacional/
296 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
legal quanto como poluição, o sistema israelita de rituais ht3t ('ofertas de purifi
cação' = chamadas 'ofertas pelo pecado') se destinava tanto a posição quanto à
condição do povo de YHWH. Este sistema mostra não apenas o caminho para a
liberdade da condenação, mas também para a cura do caráter, o qual é definido
em termos de lealdade a YH W H " (R oy G ane, Cult and Character, forthcoming).
389 Vide a análise dessa passagem acima.
390 Vide o estudo de Daniel 7 e 8 abaixo, no capítulo 5 desta obra.
o TEMA DO TEM P LO /SA N TU Á R IO C E L E S T IA IN O S PRO FETAS 297
o ministério do tem plo terrestre era legitim ado já que o sumo sacer
dote foi vindicado por Y H W H .391 A lém disso, o direito concedido a
Josué de acesso à corte celestial p ode tam bém im plicar uma intera
ção dinâmica entre o tem plo/santuário celestial e seu equivalente
terrestre, indicando assim um a interação dinâm ica.
Como sugerido p or K im , "o cenário celestial funciona como ga
rantia e validade da prom essa de Yahw eh. Isso significa que apesar
da ausência de um a descrição detalhada de seu modelo, o templo
celestial está intim am ente conectado com o tem plo terrestre, garan
tindo sua eficiente função. Em outras palavras, o prim eiro está antes
ou acima do último com o sua garantia."392
Outros textos
Is 18:4
Digitalizado com
300 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
404 K raeling,9 7 .
405 C lements, Isaiah1-39, 165.
406 Gray, A Critical and Exegetical Commentary on the Book of Isaiah 1-39,313.
407 De acordo com B lenkinsopp, a colheita d escrita no texto é a colh eita das uvas,
"u m a das m ais persistentes im agen s de ju lg am en to na literatu ra bíblica".
(Is 1-39,311).
408 M otyer, 162.
409 Cf., por exemplo, Dt 26:15; Is 63:15; SI 80:15 [14].
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 301
Isaías 63:15
410 Que esta expressão se refere ao templo de Jerusalém está evidente pelo uso de
Sião em oposição a ela (v.7). Deve-se notar que tem havido alguma discussão
entre os eruditos críticos sobre a autenticidade, por exemplo, dos v. 2b, 6b, 7.
Argumenta-se que estes versos ou fragmentos do mesmo são adições posterio
res (cf., por exemplo, W ildberger, Isaiah 13-27: A Commentary, 209). Consistente
com a abordagem canônica adotada nessa pesquisa, o texto é tratado como uma
composição unificada.
411 Vide a discussão sobre I Rs 8, acima.
412 Vide a discussão de I Rs 8, acima.
302 O t e m a d o t e m p l o / san tu ário celestial nos profetas
413 C hilds, 519; P aul D. H anson , Isaiah 40-66, IBC (Louisville: Joh n Knox, 1995), 235;
J ohn L. M c K enzie , Second Isaiah, AB 20 (G arden C ity, NY: D oubleday, 1968), 188,
192; R. N. W hybray , Isaiah 40-66, N ew Century Bible (London: Oliphants, 1975),
255. W esterman considera esse texto com o sendo "provavelm en te a mais po
derosa lam entação na Bíblia" (C laus W estermann , Isaiah 40-66: A Commentary
[London: S.C.M . Press, 1969], 392). U m a opinião m ais m atizada é sugerida por
W atts, que em bora reconhecendo sinais do gênero de lam entação em 63:15-64:1,
9-11, defende que "o gênero controlador é aquele de serm ão-oração, bem conhe
cido desde Deuteronôm io e Crônicas. Isto se m ostra em 63:7-14, 64:3[4]-8[9]"
(Isaiah 34-66, 328-29).
414 W atts, Isaiah 34-66, 333.
415 Vide a discussão sobre Dt 26:15 no capítulo 3.
416 A NIV traduz zêbul aqui com o "tro n o ", o que parece lim itar o alcance semântico
da palavra para além da evidência. A ideia por trás de zêbul é aquela de alguma
coisa elevada, sublim e, exaltada, e em bora isso possa incluir o trono, de modo
algum se restringe a ele. Na verdade, zêbul nunca é usado na Bíblia Hebraica
em relação ao trono. Na realidade, fora Is 63:15, essa palavra ocorre apenas cin
co vezes na Bíblia H ebraica com o um substantivo com um (I Rs 8:13; II Cr 6:2;
SI 49:15; Hc 3:11). Em I Rs 8:13 (paralelo com II Cr 6:2), ela se refere ao templo de
Jerusalem ; em SI 49:15, parece que a ideia é a de habitação, m ansão, ou morada
principesca, com o transm itida pela m aioria das traduções; e em Hc 3:11 é usada
m etaforicam ente para as m oradas do sol e da lua.
O TEMA DO TEMPLOfSANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 303
Jeremias 17:12
o texto torna-se claro, uma vez que sua natureza poética é levada em
consideração. Tal natureza poética manifesta-se como um bicolon de
duas cláusulas nominais, como apresentadas abaixo:
a traduzir o texto como única cláusula nominal, como pode ser exemplifica
do pela NVI: "Um trono glorioso, exaltado desde o início, é o lugar de nosso
santuário." Entretanto, esta tradução em 'uma cláusula' acarreta problemas de
métrica para uma passagem poética como essa. A TNK tenta contornar as com
plicações sintáticas pela compreensão de "trono" (kissê ) como um vocativo: "O
Trono de glória exaltado desde os tempos antigos, Nosso Santuário Sagrado!"
Esta tradução também tem seus problemas, já que o uso de "trono" no vocativo
pressupõe que a com preensão metonímica do lugar do trono significa o pró
prio YHWH. Esse uso não tem qualquer apoio nas outras 136 ocorrências dessa
palavra na Bíblia Hebraica. Como Nam apropriadamente observou, o tema do
"trono de Deus" na Bíblia Hebraica "nunca é definido ou identificado como o
próprio Deus," e também "nunca é chamado de 'Deus' ou adorado como um
objeto de culto" (Nam, "The T h ro n e of G od' M otif in the Hebrew Bible," 460).
Depois de tudo, a m elhor opinião parece entender a sequência de palavras no
verso como formando um bicolon de duas cláusulas nominais, que torna o ver
so como um paralelismo de dois bicolons com um quiasmo sintático, como na
tradução adotada acima. Cf. H o lla d a y and H a n so n , 501.
425 Holladay and H anson, 50 1 .
306 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
426 Embora a palavra marôm (altura, elevação, lugar elevado) possa apontar para
o lugar do templo de Jerusalém, ela é também usada para indicar sãmayim (c.f.,
e.g., Is 24:21; SI 71:19; 93:4; 102:20; 148:1; Jó 16:19).
427 M cK eating, The Book of Jeremiah, 103.
428 H uey, 62.
429 Cf. H olladay and H anson, 501.
430 W alter B rueggemann , A Commentary on Jeremiah: Exile and Homecoming (Grand
Rapids: Eerdmans, 1998), 161.
0 TEMA DO TEM P LO jSA N TU Á R IO CELESTIAL N O S PRO FETAS 307
Jr 25:30
Tu, pois, lhes profetizarás todas estas palavras, e lhes dirás: YHWH
desde o alto bramirá, e fará ouvir a sua voz desde a sua santa mora
da; terrivelmente bramirá contra a sua habitação, com grito de alegria,
como dos que pisam as uvas, contra todos os moradores da terra.
431 Deve-se notar q u e o tex to im p lica u m a ten sã o en tre o tem p lo terrestre e seu
correspondente celestial. S e o am p lo co n texto d o livro d e Jerem ias é tom ad o em
consideração, d á-se a im p ressão de que o p ro feta está aqui voltan d o a a ten ção
de sua audiência p ara o tem p lo su p rem o lo ca liz a d o no céu, assim rela tiv iz a n -
do a im portância do tem p lo d e Jeru sa lém . D e certo m odo parece q u e Jr 1 7:12
antecipa o que o au to r d e H eb reu s afirm a ria m a is exp licitam en te se is sé cu lo s
depois quando referin d o -se a "u m m aio r e m ais p erfeito tabern ácu lo, n ão feito
por mãos, isto é, n ão d esta c ria ç ã o " (H b 9:11).
432 Como Tompson o b serv o u , Jr 25:23-38 co n tin u a na form a poética da se çã o so
bre as nações (25:17-26), m as sem q u alq u er referên cia aos p aíses referid o s ali.
T ompson, 519.
433 Brjcht, 161; H olladay and H an so n , 6 7 9 ; Jo n es, 3 3 4 ; T hompson , 5 1 9 ; W an ke , 234.
308 O TEMA PO TEMI'LOjSANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROVEJAS
434 Interessantemente, a LXX traduz ünmnmecôn qodsô com o ànò toü tr/íou aíitou
("desde seu santuário").
435 B ruegcmann sugeriu que o referente de ümimm on qodsô ("su a santa morada")
"poderia ser ou Jerusalém ou o céu (A Commentary on Jcremiah: Exile and Home-
coming, 226), enquanto R obert P. C arrol sugeriu uma "dupla referência para os
santuários celestial e terrestre" (R obert P. C arrol, Jcremiah: A Commentary, OTL
[Philadelphia: Westminster, 1986], 507). É interessante notar que todas as ou
tras quatro ocorrências de mê ‘ôn qodsô na Bíblia Hebraica se referem ao templo
celestial. Vide Dt 26:15; Zc 2:17; SI 68:6; II Cr 30:27 (todas estas passagens são
discutidas em outro lugar neste trabalho.
436 C arrol, 507. Na expressão "linguagem apocalíptica," C arrol parece usar o ter
mo "apocalíptica" não no sentido de um gênero literário, com o é usual na lite
ratura erudita, mas no sentido de "exp ressão" ou "im ag em " usada no gênero
apocalíptico.
437 Amós 1:2, que diz que "YH W H bramará desde Sião " (isto é, o tem plo terrestre),
reforça ainda mais o conceito de uma correspondência funcional entre o templo
celestial e seu equivalente terrestre.
O TEMA DO TEM PLO /SA N TU ÁR IO CELESTIAL NO S PROFETAS 309
Os 5:15
Irei e v o lta re i a o m e u lu g a r , a té q u e s e r e c o n h e ç a m c u lp a d o s e b u s q u e m
a m in h a fa c e ; e s ta n d o e le s a n g u s tia d o s , d e m a d r u g a d a m e b u s c a r ã o .
consistente com a lingu agem do tem p lo/ santu ário contida na pas
sagem em estu d o.441 Os term os segu intes parecem apontar nesta
direção: o verbo 3sm (ofender, ser cu lpad o) é um termo técnico
em pregado no contexto do cu lto no tem plo para conotar impu
reza ritu al e m oral.442 Tam bém o verbo bqs (buscar) é empregado
para ind icar a adoração de Y H W H ou um a indagação oracular de
Y H W H .443 A lém do m ais, a referência a angú stia (sar) indica uma si
tuação de "lam en to cu ltu a l" no qual o p ovo b u sca YHW H no tem
p lo.444 T am bém o verbo shr ap arece em con textos cultuais onde o
povo apela para Y H W H .445
U m a v e z que o "lu g a r " (m ã q ô m ) m ais p rovavelm ente refere-
se ao tem p lo , a tarefa agora é v erifica r se o texto faz referência a
u m tem p lo ce le stia l ou a um terrestre. P arece que, se YHWH vai
esta r au sen te, esta au sência deve ser en ten d id a em referência ao
lu g a r on d e ele se fazia p resen te en tre o p o v o , ou seja, o templo
de Je ru sa lé m . Isto é, a au sência de Y H W H p od e ser entendida em
term o s de um afastam en to do terrestre, a sab er, o tem plo de Jeru
sa lé m ,446 u m a id eia tam bém p resen te nos p rim eiro s capítulos de
E z e q u ie l.447 P o rtan to , o lu gar para o qual Y H W H retorna deve ser
se u tem p lo / sa n tu á rio celestial.448 D evem os n o tar que este enten
d im en to de " lu g a r " (m ãqôm ) com o in d ican d o o tem plo celestial de
Y H W H é refle tid o no T argum Jo n ath an , qu e trad u z "m eu lugar"
441 Isso tem sid o ap ro p riad am en te n o tad o p o r S w e e n e y a q u em sou grato pela argu
m e n ta çã o co n d u zid a n este p ará g ra fo . C f. S w e e n e y , 1:68-69.
442 L v 5:6, 7 ,1 5 ; 7 :1 -1 0 . C f. S w een ey , 1:68.
443 II S m 2 1 :1 ; SI 2 4 :6 ; 2 7 :8 ; 1 0 5 :4 ; I C r 1 6 :1 1 ; II C r 1 7 :1 4 ; S w een ey , 1 :6 8.
444 S I 6 e 7. S w een ey , 1 :6 8 .
445 SI 7 8 :3 4 ; cf. Is 8 :2 0 ; 4 7 :1 1 ; Sweeney, 1 :6 8 -6 9 .
446 T g . Jo n a th a n assim trad u z a p rim e ira p a rte d o n o ss o v erso : "E u removerei mi
nha p resen ça (shekim h ), Eu v o lta rei p a ra m in h a sa n ta h a b ita çã o qu e está no céu"
( 1ãsalêq sêkínti 3atib hm dôr qudsi dêbisêm ayã ).
447 Cf. G raham I. D avies , Hosea, N C B C (L o n d o n : M a rsh a ll P ick erin g , 1992), 1$-
V ide a d iscu ssão so b re E zeq u iel 1 e 10 a cim a.
448 A lg u n s estu d io so s su g e re m q u e " lu g a r " (m ãqôm) p o d e se referir ao Sinai (Henby
M c K eating, The Books of Amos, Hosea and M icah [C a m b rid g e: University Press*
1971], 108) ou ao m o n te de Y a h w e h (J ames L uther M ays, M icah: A Commentary
[P h ilad elp h ia: W estm in ster, 19 7 6 ], 9 2 -9 3 ).
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS 311
(méqômi) como "m inha santa habitação que está no céu" (lm dwr
drsmy; qdsy).449
Com base na discussão empreendida acima, é altamente pro
vável que o "lugar" (m ãqôm ) referido na passagem esteja localizado
no céu, e consequentemente indica o lugar da habitação celestial de
YHWH, ou em outras palavras, Seu templo/santuário celestial. Em
bora o texto não elabore a função deste "lugar" (mãqôm) celestial, ele
parece funcionar como a habitação de YHWH, e o lugar de onde Ele
observaria e veria a resposta de Seu povo a fim de salvá-los, como
implicado nos versos subsequentes.
4 E n tão eu d isse : la n ç a d o e s to u d e d ia n te d o s te u s o lh o s ; to d a v ia to r
narei a v e r o teu s a n to tem p lo .
7 Q u an d o d e sfa le c ia e m m im a m in h a a lm a , le m b r e i-m e d e Y H W H ; e
entrou a ti a m in h a o ra ç ã o , n o teu sa n to te m p lo .
da raiz nbt ("ver") em lêhabbit pode ser instrutiva. Esta raiz verbal aparece em
outros lugares para indicar YHW H "olh an d o" para baixo desde seu templo/
santuário celestial. A imagem em Jonas é invertida. Da angústia, é Jonas que
"olha" para YHWH. A ironia desta situação se tom a mais evidente se o "santo
templo" referido nesta passagem é o celestial.
453 D avidson, "The Heavenly Sanctuary in the Old Testam ent," 20.
454 Ibid.
0 TEMA DO T E M P L O /S A N T U Á R I O C E L ^ NOS PROFETAS 313
Habacuque 2:20
Mas YHWH está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra.
155 H ailey, 288; M c C omiskey, 2:876; C harles L. T aylor , J r ., "Exegesis o f the Book
of Habbakuk," The Interpreter's Bible, ed. G eorge A rthur B uttrick (New York:
314 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
Abingdon, 1956), 6:995; Bernhard Duhm, Das Buck Habakuk (Tübingen: Mohr,
1906), 69; D. David Garland, "Habakkuk," Broadman Bible Commentary, ed. C lif
ton J. A llen (Nashville: Broadman, 1972), 26 3 ; C uthbert A. S impson and W al-
ther R ussel B owie, "Genesis," The Interpreter's Bible, ed. G eorge A rthur B uttrick
(Nashville, TN: Abingdon, 1981), 1:194; W ade, The Book ofH abakhik, 194.
456 O. P almer Robertson, The Books of Nahum, Habakkuk, and Zephaniah (Grand Rapi
ds: Eerdmans, 1990), 210-11; Sweeney, 2:478; J ohn D. W atts, Joel, Obadiah, Jonah,
Nahum, Habakkuk and Zephaniah, CBC (Cambridge University Press, 1975), 143.
457 A ndersen, Habakkuk: A New Translation with Introduction and Commentary, 256;
B arker and B ailey, 349; P atterson, Nahum, Habakkuk, Zephaniah, 209; "His holy
temple," [Hab 2:20], SDABC, 4:1055.
458 K im, 247.
459 A identificação dos ímpios em Hc 2 como os caldeus é apoiada em uma razoável
inferência baseada na referência a eles em 1:6. Deve ser notado, entretanto, que o
texto não menciona nenhuma referência histórica específica no capítulo 2. Como
Gowan salientou, "o que está descrito aí havia ocorrido uma e outra vez, e não
apenas na antiguidade" (D onald E. G owan , The Triumph of Faith in Habakkuk
[Atlanta: John Knox, 1976], 57). Diante disso, dá-se a im pressão de que "o texto
foi propositadamente expressado em termos gerais para que pudesse ser aplica
do à tirania em muitas form as" (ibid).
460 K im, 248.
0 TEMA DO TEM P LO jSA N TU Á m O CELESTIAL NOS PROFETAS 315
terra. Já que este m ovim ento não é aquele vertical (i.e., a par
tir do templo celestial), mas de Teman para, presumivelmen
te, o templo em Jerusalém , tal movimento sugere que o tem
plo referido em 2:20 é o templo de Jerusalém .461
441 Ibid.,251.
442 Ibid.,247.
443 De acordo com B arker e B ailey , existe um "co n tra ste en tre a q u eles q u e n ã o são
deuses e A quele qu e está n o céu p ron to para aten d er as n ecessid ad es e q u estõ e s
humanas" (349). U m sé cu lo an tes da ob serv ação d e B arker , D uhm a firm o u q u e
quando "os p agãos p e n sa m qu e os ju d eu s não têm n en h u m d eu s p o rq u e n in
guém vê Deus em u m a relig ião não em b lem á tica ; en q u a n to tod os os tem p lo s
pagãos abrigam u m d eu s v isív el. O s ju d e u s resp o n d em : n osso D eu s está n o
céu, portanto, p o d e fa z e r to d as as coisas qu e ele d esejar. Q u an to À q u ele q u e
vive no céu, Ele é tod o p o d ero so . Em co n tra ste , o s íd olos d os tem p lo s p a g ã o s
são mortos e nada m ais. E q u an d o u m ju d eu p ie d o so trem e, ele d iz p a ra si
mesmo: Yahweh está em seu san to p a lá cio e o lh a d esd e seu tron o c e le stia l p a ra
a terra (SI 11:4, com p . 2 :4 )." O tex to a lem ã o diz o seg u in te: d ie H eid en m e in en ,
die Juden haben gar k e in en G o tt, w e il m a n ein em solch en in d eren b ild e rlo se n
Religion niem als zu se h e n b e k o m m t, w ä h ren d ja je d e r h eid n isch e T e m p e l e i
nen sichtbaren G o tt b e h e rb e rg t, die Ju d e n a n tw o rten : u n ser G ott ist im H im m e l
und kann darum alles tu n , w a s ih m g efä llt; als H im m elsb ew o h n er is e r a ll
mächtig, dagegen sin d d ie B ild er d er h eid n isch en T em p el tot u nd n ich tig . U n d
wenn dem from m en Ju d e n b a n g e w ird , sag t er sich: Ja h v e ist in se in em h e ilig e n
Palast und blickt von sein em H im m elsth ro n a u f d ie E rd e h erab P s 11:4 v g l.
Ps 2:4" (D uhm, Das Buch Habakuk, 69).
316 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
e Deus ouvindo no c é u " ( A n d e r se n , Habakkuk, 256). C f. A lso "H is h oly tem p le"
[Hab 2:20], SDABC, 4:1055; Barker and B ailey, 349.
469 M cC omiskey , The Minor Prophets, 2:876.
470 O Pesher de H abacuque faz um a conexão entre 2:19-20 e o Dia do Ju lg a m en to
quando "Deus errad icará todos idólatras e ím p ios d a face da te rra " ( W illiam
H ugh B rownlee, The Midrash Pesher of Habakkuk [M issoula, MT: Sch olars P ress
for the Society o f Biblical Literatu re, 1979], 212 [IQ p H ab 13:2-4]).
471 Cf. R oberts, Nahum, Habakkuk, and Zephaniah,128.
472 Ibid., ênfase acrescentado.
473 D avidson , "The H eavenly San ctu ary in the O ld T estam en t," 23.
318 O TEMA DO TEMPLO /SANTUÁRIO CELESTIAL NOS PROFETAS
Zc 2:17 [13]
Resumo
O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO
CELESTIAL NOS ESCRITOS
SI 11:1-7
4YHW H está no seu santo templo; o trono de YHWH está nos céus;
os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos
homens.
0 TEMA DO T E M P LO /SA N T U Á R IO C ELESTIA L N O S ESCRITOS 323
1 Estas têm sido resumidas da seguinte forma: (1) Se o primeiro discurso direto ter
mina com o v. 1 ou continua até o v. 3. (2) Se "justo" no v. 3 é um ser humano ou
YHWH. (3) Se yamtêr (v. 6) deve ser interpretado como um jussivo ou um indica
tivo. (4) Se o orador do salmo é uma pessoa piedosa atormentada pelos inimigos,
ou um indivíduo que em virtude da má conduta teve que procurar asilo no templo
a fim de obter uma decisão de YHWH, ou mesmo um profeta cultual que profere
juízo contra os inimigos de Israel. Cf. F rank-L othar H ossfeld and E rich Z enger, Die
Psalmen I, Psalm 1-50, NEBKAE (Würzburg: Echter Verlag, 1993), 88-89.
2 SI 1 1 ,1 6 ,2 3 ,2 7 ,6 2 ,6 3 , 131. Cf. J ames L imburg, Psalms, Westminster Bible Compa
nion (Louisville, KY: Westminister John Knox, 2000), 33. Cf. também J. L. M ays,
que optou pela designação "canção de confiança" (James L uther M ays, Psalms,
Interpretation [Louisville: John Knox, 1994], 75), e H . J. K raus, que preferiu clas
sificá-lo como uma "canção de oração" (H ans J oachim K raus, Psalms 1-59: A Com
mentary [Minneapolis: Fortress, 1993], 201).
3 Cf., e.g., R obert D avidson , The Vitality o f Worship: A Commentary on the Book of
Psalms (Grand Rapids: Eerdmans, 1998), 47-48; Louis J acquet, Les Psaumes et le
cour de l'homme: Étude textuelle, littéraire et doctrinale: Introduction et premier Livre
du Psautier (Gembloux, Belgien: Duculot, 1975), 350-52; L imburg, Psalms, 33-34;
Konrad Schaefer, Psalms, Berit Olam (Collegeville, MN: Liturgical, 2001), 28.
4 Limburg, Psalms, 34.
5
Essa estrutura foi proposta por S amuel T errien, The Psalms: Strophic Structure and
Theological Commentary, ECC (Grand Rapids: Eerdmans, 2003), 147.
324 ......................O T£Mv4 DO T£MPLO/S/W T U Á R IO CELESTIAL NOS ESCRTTOS
Referente de hêkãl
9 Vide, e.g., P eter C. C raigie, Psalms 1-50, WBC 19 (Waco: W ord Books, 1983), 133;
Kraus, Psalms 1-59,201; O swald L oretz, "Gottes Thron in Tempel und H im m e l nach
Psalm 11: Von der altorientalischen zur biblischen Theologie," UF 26 (1994): 245-70.
10A estrutura sintática de cada linha difere notadam ente. Enquanto a prim eira li
nha consiste de um a cláusula nominal direta na qual "Y H W H " funciona com o o
sujeito, a segunda linha contém constituinte clausular extra "Y H W H ," que ante
cipa o referente do sufixo pronom inal na frase nom inal k is o sujeito sintático da
cláusula. Assim, de u m ponto de vista sintático o paralelism o não é tão preciso
como parece ser à prim eira vista. N o entanto, de u m a perspectiva funcional deve
ser enfatizado que "Y H W H " é o tópico de am bas as cláusulas. Adicionalmente
observe que ambas as linhas estão com postas pelos m esm os tipos e sequência de
unidades morfológicas, i.e., substantivo, frase preposicional e frase nominal, res-
pectívamente. Resum indo, em bora cada linha contenha um a estrutura sintática
diferente, ambas são encabeçadas pelo m esm o tópico (YH W H ), e apresentam a
mesma sequência de unidades m orfológicas.
" Kim, 139.
IJ A sentença k i Imssütôt yclm rêsíin sndcliq mnh pã'fü ("Se forem destruídos os fu n da
mentos, que poderá fazer o ju sto?") no v. 3 é de difícil interpretação. O lexem a
setem hassãtôt possivelm ente significa "base, fundação" (H A LO T , s.v. "ntil"). Isso
pode sugerir uma con otação m etafórica com o na frase k o l in ôsêdê 'fires em SI 8 2 :5 ,
que se refere aos fundam entos da sociedade. Uma situação sim ilar da ru p tu ra
da lei e da ordem p arece ser pressuposta no SI. 11:3, o cenário p ara o cla m o r
angustiado: "Se forem destruídos os fundam entos, que poderá fazer o ju sto ?"
326 O j E M A D O T E M P LO /S A N T U Á R IO CELESTIAL
Significado de bbn
Cf. K raus, Psalms 1-59, 202; H. C. L eupold , Exposition o f the Psalms (Columbus,
OH: Wartburg, 1959), 126.
13 Como afirmado por L imburg, " A s primeiras palavras desta segunda parte do sal
mo tiram o foco dos inimigos e do salmista e descrevem uma cena no céu" (Psalnis,
34). Cf. D avidson, The Vitality o f Worship, 48; E rhard G erstenberger, Psalms Pad 1
with an Introduction to Cultic Poetry, FO T L 14 (Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1988)-
78; Derek K idner, Psalms 1-72 (London: Inter-Varsity, 1973), 73; Mays, 76.
14 Para o tema de YHWH "olhando para baixo" de Sua habitação/templo celcs^t
vide a discussão de Is 18:4 e 63:15 no capítulo 4 desta obra.
15 HALOT, s.v. "1na"
16 BDB, s.v. "iro"
17 Cf. Gn 42:15,16; 1; Is 28:16; Jr 6:27; 9:6; 11:20; 12:3; 17:10; 20:12; Ez 21:18; Zc 13#
Ml 3:10, 15; SI 7:10; 11:4, 5; 17:3; 26:2; 66:10; 81:8 [7]; 95:9; 139:23; Jó 7:18; l * 11'
23:10; 34:3,36; Pv 17:3; 32:14; I Cr 29:17.
18 Vide passagens referidas nas notas anteriores.
0 TEMA DO T E M P LO /SA m U Â R iq CELESTIAL NOS ESCRITOS 327
19
Vide, e.g.: Jr 20:12 "Tu, pois, ó YHWH dos Exércitos, que provas o justo, e vês os
rins, o coração, permite que eu veja a tua vingança contra eles, pois já te revelei a
minha causa."
Zc 13:9 "E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se puri
fica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a
ouvirei; direi: É meu povo, e ela dirá: YHWH é o meu Deus."
SI 7:9 "Tenha já fim a malícia dos ímpios; mas estabeleça-se o justo; pois tu, ó
justo Deus, provas os corações e os rins."
20VideJr 20:12 nas notas anteriores.
21E. Jenni, "iro to test," Theologicd Lexicon o f the Old Testmnent (Peabody, MA: Hen-
drickson, 1997), 1:208. Adicionalmente, T erry L. B rensinger observou que naque
las passagens onde iro carece de uma conotação teológica clara, "a preocupação
chave envolve a avaliação da confiabilidade de alguma coisa" ("ira," N1DOTTE,
1:623). No contexto do reencontro de José com seus irmãos, B rensinger observou
ainda que "a cena planejada - José já conhecia suas identidades e, portanto, a
veracidade do que eles disseram! - descreve-o provando seus irmãos a fim de
discernir a validade de suas reivindicações" [Gn 42:15-16]" (ibid.). B rensinger
>alienta ainda que "tanto Jó como Eliú propõem a necessidade de provar ou nva-
'ara confiabilidade da palavra falada. Em ambas as instâncias, provar [ira] uma
Navra ou afirmação envolve determinar sua veracidade [Jó 12:11; 34:3]" (ibid.).
Mantenha-se ainda em mente que no seu uso teológico, bhn expressa o conceito
le exame e conhecimento divino" (M. T sevat, "iro bhn/' TDOT, 2:70).
328 O TEM A DO TEM P LO /SA N TU Á R IO CELESTIAL NOS ESCRITOS
Sintaxe do v. 5
34 Cf. "Essai stir la structure littéraire du Psaume 1 1 ," 4 0 4 -0 5 . Cf. also B ruce K. Wal-
tke and M . O 'C onnor, An Introduction to Biblical H ebrew Syntax (Winona Lake,IN:
Eisenbrauns, 1 9 90), 64 9 ; Ronald James Williams, H ebrew Syntax: An Outline, 2nd
ed. (Toronto: University of Toronto Press, 1 9 7 6 ), 7 1 .
35 Como Burn argumenta, "a ordem natural da m arca pragmática (como uma lin
guística universal) quando dois elementos são frontais é Tópico/CC seguido
por Focus" (R andall B uth, "W ord Order in the Verbless Clause: A Generati
ve Functional Approach," em The Verbless Clause in Biblical Hebrew: Linguistic
Approaches, ed. C ynthia L. M iller, Linguistic Studies in Ancient West Semitic 1
{Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 1999], 88). Para um a discussão detalhada sobre
os conceitos de focus, tópico, e ordem de palavras, cf. R andall B uth, "Topic and
Focus in Hebrew Poetry - Psalm 51," em Language in Context: Essays for Robert £■
Longacre, ed. Shin Ja J. Hwang and William R. Merrifield (Dallas: Summer Insti
tute of Linguistics/University of Texas at Arlington, 1992), 83- 96; idem, "Func
tional Grammar, Hebrew and Aramaic: An Integrated, Textlinguistic Approach
to Syntax," em Discourse Analysis of Biblical Literature: What It Is and What It Offers,
ed. Walter Ray Bodine (Atlanta, GA: Scholars Press, 1995), 77-102; Jean-Makc
H eimerdinger, Topic, Focus and Foreground in Ancient Hebrew Narratives, JSOTSup
295 (Sheffield: Sheffield Academic, 1999); C. H . J. van der M erwe, J. A. NauiA
and J an H. K roeze , Biblical Hebrew Reference Grammar (Sheffield: Sheffield Acade
mic, 1999); C.H.J. van der M erwe , "Review Article: Towards a Better Understan
ding of Biblical Hebrew Word Order," JNSL 25, no. 1 (1999): 277-300; idem, "Th?
o TEMA DO TEM PLO /SAN TU ÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS 331
SI 11:6 Sobre os ím pios fará chover (yamtêr) laços, fogo ( es), enxofre
(gopríl), e vento tem pestuoso; isto será a porção do seu copo.
Gn 19:24 Então YH W H fez chover (him tir) enxofre (goprit) e fog o ( es), de
YHWH desde os céus, sobre Sodom a e Gom orra.
Function of Word Order in Old Hebrew-W ith Special Reference to Cases W here
* ®Syntagmeme Precedes a Verb in Joshua," JNSL 17 (1991): 129-44.
e-ß-' H ossfeld and Z engek , Die Psalmen /, 91-92; K raus, Psalms 1-59, 203-04;
jchaefer, 29.
332 O TEMA DO T E M P LO /S A N T U Á R IO CELESTIAL NOS ESCRITOS
37 Schaefer, 29.
38 K raus, Psalms 1-59, 2 0 4 . .
39 D ahood, Psalms I, 7 1 . D ahood não detalhou o que pretendia dizer com
após morte." No entanto, com base nas concepções antropológicas subja^ ^
à Bíblia Hebraica, a ideia de uma alma desincorporada ascendendo ao cej '^
a morte deve ser excluída. Cf. H ans W alter W o lff , Anthropology of the Otf l'
ment, trans. Margaret Kohl (London: S.C.M. Press, 1 9 7 4 ), 7 -8 0 .
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÂRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS 333
definitiva do justo transmitida pela expressão "o seu rosto [i.e. YHWH]
olha para os retos." A implicação é que, enquanto o ímpio é completa
mente destruído, o reto é introduzido na presença de YHWH "como
cortesãos confiantes na presença do Soberano."40
Resumindo, a obra de "provar/investigar" realizada por YHWH
no/do Templo celestial (v. 4-5) culmina no julgamento final que re
sulta na aniquilação do ím pio (v. 6) e a aceitação do justo na presença
do próprio YHWH (v. 7).
Função
SI 20:1-10[9]
6 Agora, sei que YH W H salva o seu ungido; ele o ouvirá desde o seu
santo céu, com a força salvadora da sua m ão direita.
41 L imburg, Psalms, 6 2 .
42 Cf. D avjdson, The Vitality of Worship, 7 4 -7 6 .
43 G erstenberger, 105.
44 Cf. K raus, Psalms 1~59,279.
QjEMA DO TEMPLO [SANTUÁRIO CELESTJAL NOS ESCRITOS 335
Referente de qõdes
(B) m iq q õ d e s (A) y is la h ce z r k ã
(AO y is cã d e k ã (BO ü m issiy ô n
Envie-te socorro (A) desde o seu santu ário (B)
Desde Sião (BO te sustenha (AO
tema d o t e m p l o / s a n t u á r i o c e l e s t i a l
Função
SI 29:1-11
Observações Preliminares
63 TNK.
MGNV, SRV.
65 A LXX traduziu hãdãrãh por <xúXf|, ("pátio") - seguida pela vulgata e a DRA - o
que pode indicar a presença do lexema hsrh ("pátio") no Vorlage Hebraico. En
tretanto, também existe a possibilidade de que os tradutores da LXX estavam
simplesmente tentando interpretar a passagem à luz do templo de Jerusalém,
onde adoradores e cantores estariam posicionados no pátio.
* BDB, s.v. "T in"; HALOT, s.v. " m i n "
®Cross, "Notes in a Canaanite Psalm in the Old Testament," 21.
Cf. C raigie, Psalms 1-50, 248; H. D onner and W. R öllig, Kanaanäische und
Aramäische Inschriften (Wiesbaden: Otto Harrassowitz, 1966), 331-32.
69 K raus, Psalms 1-59, 344. Cf. F . C. F ensham , "Psalm 29 and Ugarit," em Studies
on the Psalms: Papers Read at 6th Meeting Held at the Potchefstroom University for
C.H.E., 29-31 Jan. 1963 (Potchefstroom: Pro Rege, 1963), 89.
70 Cf. GNV: "glorious Sanctuarie (sic)"; SRV: "glorioso santuário."
71 D avid N oel F reedman and C. F ranke H yland , "Psalm 29: A Structural Analysis,"
HAR 66 (1973): 244.
72 ("Mas YHWH está em seu santo templo. Toda a terra esteja em silêncio diante
dele").
73 Vide a discussão desta passagem no capítulo 4 dessa obra.
74 SI 96:8-9:
8 "Dai a YHWH a glória devida ao seu nome; trazei oferenda, e entrai nos seus
átrios.
9 Adorai a YWHW na beleza da santidade; tremei diante dele toda a terra." 8
75 Freedman and Hyland, 244.
76 Cf., e.g., F ensham, 89, 92; K idner, Psalms 1-72, 124; K raus, Psalms 1-59,348; M a
cholz, 325-26; Schaefer, 71-72.
77 William H. Shea, Selected Studies on Prophetic Interpretation, 7 vols., Daniel and
Revelation Committee Series 1 (General Conference of Seventh-day Adventists,
1982), 6.
78 A referência a Cades (SI 29:8), que pode estar à primeira vista identificando um
local no sul, mais provavelmente refere-se à um local na Síria, como argumen
tado pelos seguintes estudiosos: G insberg, 472-76; Oswald L oretz, Psalm 29: Ka-
manäische El- und Baaltraditionen in jüdischer Sicht, Ugaritisch-Bibiische Literatur 2
(Altenberg: CIS-Verlag, 1984), 91-92. Entretanto, a visão de que Cades deve ser
identificada com um local no caminho do Egito para Palestina (ver Dt 1:19) foi
sustentada por D eissler em base a ideia de que "o cálculo Israelita não poderia
ser entendido de outro modo" ("Zur Datierung und Situierung der 'kosmischen
„ %mnen' Pss 819 20," 54). Cf. also K idner, Psalms 1-72,126; W eiser, 264.
Shea, Selected Studies on Prophetie Interpretation, 6.
Referente de hêkãl
83 Gerhard von R ad, Old Testament Theology, trans. D. M. G. Stalker, 2 vols. (New
York: Harper and Row, 1962), 1:360
MComo salientado por H ossfeld and Z enger, "Das Lob des himmlischen Hofstaa
tes wird hier durch den Hinweis 'ein jeder, alle' [ibs] auf die Menschen im ir
dischen Tempel ausgeweitet" ("em alusão a 'cada, todos' [i*?3] o louvor da corte
celestial se amplia para incluir os seres humanos no templo terrestre") (Die Psal
men 1 ,185).
85 Cf. D eissler, "Zur Datierung und Situierung der 'kosmischen Hymnen' Pss 8 19
20," 55.
88 James L uther M ays, "Psalm 29," Int 39 (1985): 61.
346 O TEMA D O T E M P L q [S A m U Á R 1 0 CELESTIAL NOS ESCRITOS
Significado de lanunâbbül
87 Esta situação é refletida nas várias sugestões para a etimologia de mabbiil: Aca-
diano abübu ("d ilúvio"); bubbülu, biblu, bibbulu ("m aré alta"); inipãhij napãJii I
("destruir"); semítico com um bll ("m isturar, com binar"); uma forma muqtulde
y b lll ("ch over fortem ente"; cf. Arábico wubtl |"aguaeeiro"|); Egípcio wbn ("trans
bordar"). Cf. P Stenmans, " ‘H a a " TW AT, 4:634-38.
88 A lfons D elssler, D ie Psalm en, 6th ed. (Düsseldorf: Patinos, 1989), 121; Kidner,
Psalms 1 - 7 2 ,127; E dw ard J oseph K issane , T he B ook o f Psalm s (Dublin: Brow ne and
Nolan Richvie, 1964), 128; A rtur W eiser , The P salm s: A Comm entary, The Old Tes
tament Library (Philadelphia: W estm inster, 1962), 265; M ichael W ilcock, The
M essage o f P salm s 1-72: Songs fo r the P eople o f G od, The Bible Speaks Today (Dow
ners Grove, 1L: InterV arsity, 2001), 101.
89 5 Assimn, The B ook o f P salm s, 1:196; J o a ch im B eg ric h , "M abbul: Eine exegetisch-le-
xicalische Studie," ZS 6 (1928): 135-53; C a r o la K loos , Yhioh's Combat with the Sea:
A Canaanite T radition in the Religion o f A n cien t Israel (A m sterd am / Leiden: G.A.
van O orschot/B rill, 1986), 62-92.
90 D ahood , Psalm s 1 , 1 8 4 .
91 D. P ardee , "O n P salm 29: Structure and M ean ing," in The Book o f Psalms: Compo
sition and R eception, ed. P eter W . F lint et al. (Leiden: Brill, 2005), 171.
92 Vide Jz 5:17; I Re 2:19; Is 47:1; SI 9:5 [4]; 110:1; 132:12; P v 9:14; Lm 2:10.
0 TEMA DO TEM PLO (SAN TU ÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS 347
uma expressão locativa (i.e. "sob re o d ilú vio"). Essa ideia locativa
recebe suporte contextuai do v. 3c onde é afirm ado que "Y H W H está
sobre muitas águas ( cãl m ayim rabbhri)."93
Assumindo a validade da sugestão anterior de que lam m abbül
transmite uma conotação locativa, tem-se um problem a sem ântico, já
que a visão locativa parece conceituar mabbül com o um "tro n o ," um a
ideia incongruente com o senso sem ântico comum. A esse respeito,
Pardee parece esclarecer a questão apontando um texto ugarítico no
qual aparece a expressão bkm ytb b 7 1 bhth ("com Ba'lu entronizado
em sua casa").94 V isto ser im provável que ytb 1+ casa signifique sentar
sobre a casa, com o se esta fosse uma cadeira (como com o dilúvio), po
de-se sugerir que ytb /+ casa significa "assento em relação à casa", ou
seja, sentar em um trono a fim de governar sobre a casa.95 Retornando
ao Salmo 29:10, Pardee sumarizou dizendo que a expressão hebraica
ysb líimmabbúl "n ão indica que YHW H sentou sobre o dilúvio, tratan
do-o como um assento, mas que Ele se assentou sobre seu trono real
em relação ao dilúvio, i.e. atuou como soberano em relação a ele."96
Resumindo, a expressão liimmabbul contribui para reafirm ar
o cenário celestial do hckãl m encionado no v. 9b, e im plicitam ente
aponta para o tem plo celestial com o o lugar em que YH W H tem rea
lizado suas atividades com o o Rei cósm ico governando sobre o dilú
vio e concedendo bênçãos ao Seu povo.
Função
93 Cf. Gn 1:7: "Fez, pois, Deus o firmamento e separação entre as águas debaixo do
firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez."
94 D. P ardee, "On Psalm 29: Structure and Meaning," in The Book o f Psalms:Composition
and Reception, ed. P eter W. F lint et al. (Leiden: Brill, 2005), 171,174 (RS 2.008 +VII42).
93 Vide ibid. 171-72.
96 Ibid., 172.
348 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRrros
SI 3 3 :1 -2 2
97 Kraus, Psalms 1 - 5 9 , 3 7 4 .
98 Anderson, The Book o f Psalm s, 1:260.
Cf. e.g.: "trono real" (NAB); "onde Ele está entronizado" (ESV, NRS); "o lugar
lûo0nde Ele se senta" (NJB); "trono" (NLT).
Dahood, Psalms 1 ,202. Cf. A nderson , The Book of Psalms, 1:265.
Cf. SI 89:15 114]; 97:2.
350 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCR/Tos
Função
C o n fo rm e o b s e r v a d o a c im a , a lo c u ç ã o in ck ô n s ib tô ("lugar da
su a h a b ita ç ã o " ) a p o n ta p a ra o te m p lo / s n n tu á rio de Y H W H locali
z a d o n o céu . O te x to d iz : "Y H W H o lh a d e s d e os céu s e está vendo
a to d o s os filh o s d o s h o m e n s . D o lu g a r da su a h a b ita çã o contempla
to d o s o s m o r a d o r e s d a te r r a " ( v .13-1-1). A id eia de Y H W H olhando
p a ra b a ix o d e s d e o " lu g a r da su a h a b ita ç ã o " c e le s tia l indica que
e ste fu n c io n a r ia c o m o lu g a r d e h a b ita ç ã o , s u p e rv is ã o , julgamento,
e a ju d a / s a lv a ç ã o . É d o Seu te m p lo c e le s tia l q u e Y 1IW H examinae
a v a lia o s c a s o s d a h u m a n id a d e , e c o n c e d e a ju d a e sa lv a çã o àqueles
que o b u sca m .
SI 60:1-14 [12]114
Observações Preliminares
8-11 [6-9]; 12-14 [10-12]. A palavra }elõhim ("D eu s") na primeira linha
de cada seção fornece um marcador verbal para estas divisões, o que
também coincide com as divisões temáticas. Na primeira e terceira
seções, que desenvolvem o mesmo tema do abandono da nação por
parte de Deus,124 os adoradores se dirigem à divindade como "tu" e
se identificam a si mesmos por meio do plural "n ós." Além disso, a
segunda seção termina com uma súplica por salvação -"Salv a com a
tua destra e ouve-nos!" (v. 7 [5]) - que é então respondida na seção
central. Aqui Deus se dirige ao povo na primeira pessoa, asseguran
do-os de seu relacionamento e reafirmando Seu senhorio sobre Ca-
naã, Edom, Moabe, e Filístia (v. 8-11 [6-9]).125126
Para o propósito deste estudo, é importante observar que a re
ferência a Deus "em Seu santuário" (bêqodso) ocorre exatamente na
seção central, ou "oráculo central,"125 do salmo como parte de uma
fórmula introduzindo o discurso direto de Deus. Curiosamente,
quando Deus profere sua palavra de segurança no meio de uma cri
se, faz isto "em seu santuário" (bêqodso). Assim, na discussão sub
sequente, a frase preposicional bêqodso recebe atenção a fim de de
terminar a conotação semântica e o referente de qõdes, seguida por
considerações sobre a função do santuário celestial e sua relação com
o correspondente terrestre.
124 O termo Deus é usado aqui em vez de YHWH, porque o primeiro é o termo
empregado no texto.
125 De acordo com K rauss esta seção central, o "oráculo da salvação," foi transmiti
do por um sacerdote ou profeta cultual no santuário (Psalms 60-250,4).
126 Raymond J. Tournay, "Psaumes 57, 60 et 108: Analyse et Interprétation," RB 96
(1989): 13.
,27 Cf. NASB, KJV, ESV, JPS, NKJV
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL N O S[ESCRITO S 355
como observado por R ichard M D avidson , é que o texto "usa “D “t e não uma
palavra específica para juramento" ("The Heavenly Sanctuary in the Old Tes
tament," 8).
136 Miqra'ot Gedolot, 10:36 (Ps 60:8 [6]).
137 G erstenberger , 2 4 0 .
138 Esta pode ser um a alusão ao Mar Morto de acordo Schaefer , 147.
Q -[EMA DO TEMPLOfSANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS 357
Função
142 Esta situação se ajusta ao período de Davi, antes da arca encontrar seu lugar de
repouso permanente no templo de Salomão.
143 Davidson, "The Heavenly Sanctuary in the Old Testament," 9.
0 l t t M . 9 ° J EMPLO!5ANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS 359'
SI 68:1-36 [35]
Observações Preliminares
w
Cf. Schaefer, 163.
«5 Hossfeld and Z enger, Psalmen 51-100,246.
146 Cf. Robert, The Vitality of Worship, 210.
147
Ibid.
14«
Kraus, Psalms 6 0 -1 5 0 , 4 7 .
149 Cf. W. F. A lbright, " A Catalogue of Early Hebrew Poems-Ps 68," HebrewUnion
College Animal 23, no. 1 (1950-51): 1-39; W . F. A lbright, "Notes on Psalm 68 and
134," in Interprctationes aA Vetus Testamentum Pertinentes Sigmundo M owinckel
Septuagenário Missae (Oslo: Land og kirke, 1955), 1-12.
ISO
Cf. Jörg J eremias, Das Königtum Gottes in den Psalmen: Israels Begegnung mit dem
kanaanäischen Mythos in den Jalnve-König-Psalmen, Forschungen zur Religion
und Literatur des Alten und Neuen Testaments 141 (Göttingen: Vandenhoeck
und Ruprecht, 1987), 80; O thmar K eel and U rs W inter, Vögel als Boten: Studien
zu Ps 68, 12-14, Gen 8, 6-12, Koh 10, 20 und dem Aussenden von Botenvögeln in
Ägypten (Freiburg: Universitätsverlag, 1977), 17-23; K raus, Psalms 60-150,50-51;
360 O TEMA DO TEM PLO/SANTUÁIUO CELESTIAL NOS ESCRTTOS
Referente de m c ‘ôn q o d s o
rnas o céu" (A. F. K irkpatrick, The Book of Psalms [Cambridge, England: The Uni
versity Press, 1939], 381).
156 Ash and Miller, 224; André Caquot, "Le Psaume 68," RHR 177 (1970): 153; Solo
mon B. Freehof, The Book of Psalms, A Commentary, The Jewish Commentary for
Bible Readers (Cincinnati: Union of American Hebrew Congregations, 1938),
181; Mowinckel, 28-29.
157 J. W. Rogerson and J. W. M cK ay, Psalms 51-100 (Cambridge: Cambridge Univer
sity Press, 1977), 86.
158 Anderson, The Book of Psalms, 1:485; Hossfeld and Z encer, Psalnwn 51-100,252.
159 A despeito de alguns estudiosos entenderem a frase rõkêb b ã cãrãbôt como "caval
gar sobre a estepe" (assim, e.g., H ossfeld and Z enger, Psalmen 51-100,242), note
que em nenhum outro lugar na Bíblia Hebraica o lexema rkb está associado com
"estepe" ou "deserto." Antes, como se deduz a partir do equivalente funcional
rõkêb bisêmê sèmê qedem ("o cavaleiro do antigo céu") no v. 34 [33], esta expres
são mais provavelmente significa "cavalgar sobre as nuvens." Isso é ainda mais
corroborado por outras referências na Bíblia Hebraica que retratam YHWH/
Deus como cavalgando sobre um "querubim" (II Sm 22:11, par. SI 18:11 [10]),
ou "nuvem" (Is 19:1). Em acréscimo, a ocorrência da expressão rkb ‘rpt (KTU 1.2
IV 8) no ugarítico indica que "cavaleiro das nuvens" era um epíteto usado para
Baal. Assim sendo, não deveria surpreender que o salmista tivesse empregado
uma expressão comum do AOP para manifestar medo e reverência ao único e
verdadeiro Deus YHWH.
Note que embora BDB entenda ‘ãrãbôt como "planície desértica, estepe" (BDB,
s.v. "IV 3*11)"), HALOT notifica que este lexema pode estar relacionado ao lexema
ugarítico orpt significando "nuvens" (s.v. "II m il)") (cf. Dahood, Psalms II, 136).
Quanto ao hebraico p em vez do ugarítico b, vale ressaltar que ele é uma mera mu
tação não fonêmica de consoantes (já que estas duas letras são labiais, elas podem
ser facilmente intercambiáveis). Cf. A nderson, The Book of Psalms, 1:484.
160 Os seguintes estudiosos favorecem um cenário celestial para mê on qodso ("sua
santa habitação"): Anderson, The Book of Psalms, 1:485; B riggs and Briggs, 2:97;
Tate, 176.
OTEMA DO TEMPLOjSANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS 363
24 Ó Deus, eles tem visto teu cortejo, o cortejo do meu Deus, meu Rei,
no santuário.
25 Os cantores iam adiante, os tocadores de instrumentos de corda
atrás; entre eles as donzelas tocando adufes.
169Vide I Rs 2:36; 12:27; II Rs 23:9; I Cr 5:36; 6:17; II Cr 1:4; 3:1; 28:27; 30:1,14; 33:15:
, 36:23; Ed 1:2,5:2:68: 7:27.
ote-se o significado causal da preposição mm em mêhêkãlekã. Cf. Williams, He-
brewSyniax, 54.
Referente de nuqdãs
Função
SI 96:1-13
182 M owinckel incluiu este Salmo entre os assim chamados "salmos de entronização
de YHWH," i.e., SI 47; 81; 93; 95; 96; 97; 98; 99; que supostamente eram recitados
no memento de um hipotético festival de ano novo (S igmund M owinckel, The Psal
ms in Israel's Worship, trans. D. R. Ap-Thomas [Sheffield: JSOT Press, 1992], 106).
De acordo com esta hipótese, os israelitas, semelhante aos seus vizinhos do AOP,
realizavam uma cerimônia de entronização na qual YHWH era outra vez procla
mado como rei sobre o mundo. A ideia de M owinckel enfrentou muitas críticas,
sendo a mais devastadora delas a de que não há menção de tal festividade no ca
lendário de festas do Pentateuco (K idner, Psalms 1-71,8ff.), ou em outras partes da
Bíblia Hebraica (cf. K raus, Psalms 1-59,86-89; Roland de Vaux, Ancient Israel [New
York: McGraw-Hill, 1965], 502-06). Como B. A nderson e S. B ishop observaram,
"é excessivamente duvidoso se a fé israelita, mesmo na atmosfera cosmopolita
de Jerusalém, adotava indiscrixninadamente as antigas ideias míticas. A noção de
0 TEMA D O TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS 371
(1) v. 1-3 contém um a convocação para louvar e conduz para (2) a ce
lebração hínica da grandeza de YH W H nos v. 4-6; e (3) a convocação
nos v. 7-10183 leva à celebração hínica nos v. 11-13. Cada uma destas
divisões é m arcada por características linguísticas específicas. Por
exemplo, todas as orações da seção 1 (v. 1-3) começam com verbos
no imperativo. A seção 2 (v. 4-6) é form ada quase exclusivam ente
por orações nom inais que exaltam a grandeza de YHW H. A seção 3
outra vez contém principalm ente verbos no imperativo; e a seção 4
(v. 10-13) contém principalm ente verbos jussivos exortam a ordem
criada a celebrar a realeza de YHW H.
que Yahweh está envolvido no ciclo do cosmos e deve lutar para ganhar a realeza
de novo na virada do ano é completamente estranha à fé de Israel" (Bernard W.
Anderson e Stevev Bishop, Out of the Depths: The Psahns Speakfor Us Today, 3ra rev.
and expand ed. (Louisville, KY: Westminster: John Knox. 2000), 158).
Para contornar estas objeções, outra hipótese foi formulada para explicar o cená
rio e origem deste Salmo. W eiser sugeriu situações cultuais nas quais uma reno
vação da aliança do Sinai era celebrada (29,35-32), e Kraus desenvolveu a ideia
de um festival anual da aliança para celebrar a eleição de Sião e David (.Psalms
60-150, 86-89). Entretanto, esta visão alternativa também enfrenta objeções, já
que a Bíblia Hebraica parece não conter nenhuma descrição de uma festividade
anual de renovação da aliança. Embora seja altamente provável que estas eram
composições hínicas usadas em conexão com a adoração no templo, pode-se
admitir que uma determinação precisa de seu Sitz im Leben permanece elusivo.
Também existe a possibilidade de que os assim chamados "salmos de entroniza
ção" podem conter um panorama escatológico referindo-se a um tempo futuro
quando YHWH estabelecerá sua soberania universal sobre a Terra. Cf. David-
son, The Vitality of Worship, 319; J. H. Eaton, "The Psalms and Israelite Worship,"
in Tradition and Interpretation, ed. George W. A nderson (Oxford: Clarendon; New
York: Oxford University Press, 1979), 243; Hermann G unkel, Die Psalmen, 5th
ed. (Gõttingen: Vandenhoeck and Ruprecht, 1968), 421; David C. Mitchell, The
Messageof the Psalter: An Eschatological Programme in the Books of Psalms, JSOTSup
252 (Sheffield: Sheffield Academic, 1997), 288.
183 Contrário a Robert Davidson, que considera o v. 10 como iniciando a próxima
seção (The Vitality of Worhip, 318). Minhas razoes são as seguintes: primeiro, o v.
10 é linguisticamente paralelo aos versos anteriores, já que ele começa com um
imperativo. Em segundo lugar, tematicamente, o v. 10 se ajusta melhor como uma
continuação dos versos anteriores, nos quais seres animados, i.e., povos e nações,
são convocados a adorar YHWH. Terceiro, note-se que o v. 11 inicia uma série
de várias cláusulas começando com jussivos, sendo, portanto, linguisticamente
distinto das seções prévias. Por fim, o v. 11 começa uma série de injunções aos
elementos da natureza, i.e., céus, terra, e o mar, regozijando-se diante de YHWH.
372 O 7TAM no TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRitqs
Referente de miqdãs
Uma vez que a locução bêhadrat qõdes parece estar em paralelo com
a expressão locativa lêhasrõtãyw ("nos seus átrios"), parece razoável
Função
195 No entanto, o convite para “toda a terra" "ad orar a YHW H" pode também su
gerir que hadrat qõdes abrange o santuário celestial.
' Se o amplo contexto da Bíblia Hebraica pode ser usado para iluminar esta passa
gem, é admissível afirm ar que quando YH W H vem para executar juízo, Ele o faz
376 O TEMA DO TEM PLO /SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS
SI 102:20-21 [19-20]
1 9 P o is [s e m p r e ] o lh o u d e s d e o a l t o d o s e u s a n tu á r i o , d e s d e os céus
Y H W H [s e m p r e ] c o n t e m p lo u a t e r r a ,
2 0 P a r a o u v ir o g e m id o d o s p re s o s , p a r a s o lta r o s s e n te n cia d o s à m orte;!#
Observações Preliminares
199 Leslie C. A llen , Psalms 101-150, WBC 21 (W aco: W ord Books, 1983), 11.
200 Sitz im Leben: o tema principal aqui é se a com posição tinha ou não o culto como
seu cenário. S igmund M owinckel (Psalmenstndien, 2 vols. [Amsterdam: Verlag P.
Schippers N.V., 1966], 1:166) e W eiser (652-53) entende este salmo como destina
do ao uso cultual, enquanto Kraus (Psalms 60-150, 283) e R obert D avidson (The
Vitality of Worship, 332), entre outros, creem que seja o lamento de um indivíduo.
Unidade: Alguns críticos creem que a brusquidão das mudanças temáticas indica
que o salmo é uma combinação de duas ou mais fontes independentes. Vide, e.g.,
Bkicjcsand B kigcs, 2:316ff. M oses B uttenweiser, The Psalms Chnwologically Treated
ivíth a New Translation (Chicago: University of Chicago Press, 1938), 384-86.
Data de composição: A referência ao templo em ruínas levou a maioria dos es
tudiosos a sugerir que o salmo foi com posto no tempo do exílio ou logo após
«exílio.Segundo T brrien , The Psalms, 699; Kraus, Psalms 60-150,285-86; R obert
t, Dav"» on, The Vitality of Worship, 332.
sso podo ser uma indicação de que este salmo foi composto durante o tempo do
exili0 ^bilônico quando Sião estava em ruínas. Vide T errien, The Psalms, 699.
378 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRTTOS
202 As razões para interpretar a locução mimmêrôm qodsô com o "santuário celestial"
serão definidas abaixo.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS 379
** í^asb, rsv , e s v , t n k .
J ‘! DBY'KJV.
n et .
nib.
n jb .
n lt .
e.i
p ,■&' U ukjld, Exposition of the Psalms, 7 12; E rhard Gerstenhergek, Psalms,
j"1 ^amcntations, F O T L 15 (Grand Rapids, Eerdmans, 2001), 213,
V i d > The Heavenly Sanctuary in the Old Testament," 14.
sor u 3 v Dt 26:15; Is 63:15; SI 11:4. Entretanto, note-se que /nãiwn pode também
te
fa* djsf. 0 ,Como um term o poético para "cé u " ou em paralelismo a ele. O que
a passagem em escrutínio é o fato de que o termo qõdes aparece
aqui em conexão com mãrôm.
380 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS
2,2 Uma aparente exceção para isso ocorre em Jr 51:3 onde htissãnwyim faz paralelo
com mêrôm ‘uzzãh; entretanto, a possibilidade perm anece de que a expressão 'r
("força") pode ter sido usada no sentido concreto de "fortaleza." Cf. HALOT,
s.v. "II TU.
213 Davidson, "The Heavenly Sanctuary in teh Old Testament", 14.
214 Vide, e.g., Is 6:lff.; SI 11:4.
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS 381
Função
Salmo 150:1-6
Observações preliminares
218 Existe a sugestão de que a décima repetição do imperativo evoca "as dez pala
vras da criação em Gn 1 e os Dez Mandamentos (Èx 2 0)" (D eissler, Die Psalmen,
572). Cf. A nderson, The Book of Psalms, 2:955.
2,9 Cf. K idnek, Psalms 73-150, 490-92; LnuroLDoxposi/ioji of lho Psalms, 1006; Limburg
Psalms, 505; J. C linton M acC ann, Jr., "The Book of Psalms: Introduction, Com
mentary and Reflections," The Interpreter's Bibleed. Leander E. Keck (Nashville:
Abingdon, 1994), 4:1278; Mays, Psalms, 450.
0 TEMA DO TEMPLOISANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS 383
/Deus"), onde Ele deve ser louvado (v. Ib c "no Seu santu ário"), por
que Ele deve ser louvado (v. 2 "pelos seus atos poderosos" e "ex ce
lência da sua grandeza"), como Ele deve ser louvado (v 3-5 com todos
os instrumentos musicais e com danças) e finalmente, quem deve lou-
vá-Lo (v. 6 "tudo quanto tem fôlego").
O texto apresenta uma estrutura clara que consiste de uma in
trodução (v. 1-2), seção principal (v. 3-5) e uma conclusão (v 6).220 Um
olhar atento nas interconexões estruturais revela que os v. 1-5 estão
interligados pelas nove vezes em que a preposição b é repetida, bem
como pela convocação para louvar YHWH, que se repete dez vezes.
0 salmo se move em direção a um clímax ao passo que o v. 3 apre
senta um par de instrumentos musicais, o v. 4 dois pares, enquanto
que no v. 5 aparece a dupla referência à selsélim ("címbalos"), o ins
trumento de som mais forte, e assim por diante. Eventualmente, o v.
6 com as suas convocações inclusivas, "Tudo quanto tem fôlego louve
a YHWH," leva o salmo à sua conclusão climática, implicando que
os santuários celestial e terrestre estão unidos no louvor a YHWH,221
conforme será mostrado abaixo. Finalmente, observe que yãh e e7 no
v. 1 e yãh no v. 6 criam uma inclusão que envolve toda a composição.
223 E.g., Terrien, The Psalm s, 928; B aethgen , 435; K idner, Psalms 73-150, 491.
224 Vide A nderson , The Book of Psalms, 2 :9 5 5 ; C ohen , 479; L imburg, Psalms, 505;
sane, The Book of Psalms, 656; K irkpatrick, 8 3 2 ; D elitzsch, 3:414-15; M ays,
450; L eupold , Exposition of the Psalms, 1006; C arroll S tuhlmueller, "Psalms," ^
HarperCollins Bible Commentary, ed. J ames L uther M ays and J oseph B lenkins011
(San Francisco: H a rp e r San Francisco, 2 000), 4 4 6
225 raqi ‘a ("firm a m e n to ") nesse verso "é sim plesm en te urn sinônimo para 'cellS
(A nderson , The Book of Psalms, 2:956).
226 Dahood, Psalms III: 1 0 1 -1 5 0 , A B 17A (G ard en C ity, N Y: Doubleday, 1966),^ '
227 K im, 164. ■ ,[
228 A llen , Psalms 101-150, p. 322-23. Vide os Salm os 19:2 [1]; 29:3; 82:1; 89:6
90:2; 95:3).
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRpOS 385
Função
229 Kim, em uma nota, acrescenta que "n ão existe nenhuma exceção em toda a Bíblia
de Gn. 1:1 a Ap. 21 :1 " (162, n. 167).
230 A nderson, The Book ofPsalms, 2:955.
386 O TEM A D O T E M P L O lS A l^ U Á M O C ELESTIA l NOS ESCRrro^
Daniel 7:9-14
243 Para as características da literatura ap ocalíp tica cf. J ohn J oseph C ollins, Da
niel: A Commentary on the Book of Daniel, H erm en eia - A C ritical and Historical
Commentary on the Bible (Minneapolis: F o rtress, 1993), 54-58; K enneth A lbert
Strand, Interpreting the Book of Revelation: Hermeneutical Guidelines, with Brief In
troduction to Literary Analysis, 2nd ed. (N aples, F L : A nn A rb or Publishers, 1979).
Roy Gane convincentemente argum entou que o livro de Daniel com o um todo
deveria ser considerado como pertencendo ao gên ero apocalíptico. Mesmo as
narrativas, embora possam não conter alguns dos elem entos usualmente atri
buídos ao gênero apocalíptico, "funcionam dentro do livro com o um a estrutura
narrativa apocalíptica." (R oy G ane, "G enre A w areness and Interpretation of the
0 T E ^ DO T£MPLO/ S^ NTÜ/Í7UO celestial NOs escritos 389
TA BELA 4
PA R A L E L O S EN TRE D AN IEL 7 E 8
Daniel 7 D an iel 8
Ponte: adaptado de William H. Shea, "Unity of Daniel," em Symposium on Daniel, ed. Frank B.
Holbrook, 165-255 (Washington, DC: Biblical Research Institute, 1986), 209.
I
390 O TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS
TABELA 5
QUADRO ESTRUTURAL DE DN 7
2411 A rthur J. F erch , "The Judgm ent Scene in Daniel 7 ," em The Sanctuary and the
Atonement, ed. A rnold W allenkam ef and R ichard L esher (Washington DC: Re
view and Herald, 1981), 162
249 Goldincay, Daniel, 153.
392 O TEM A DO TEM PLO /SA N TU Á R IO CELESTIAL NOS ESCRITOS
Dimensão Vertical
TEMAS C U LTU A IS E JU D IC IA IS
A identidade de *attíqy ôm in .
252 F erch, "The Ju dgm en t Scene in Daniel 7 ," 164. Vide SI. 9:7; 29:10; 90:2; Is 9:6.
Uma expressão sim ilar aparece no ugarítico em referência a EL como "pai dos
anos." Curiosam ente, a expressão ugarítica é aplicada a El no contexto de julga
mento, quando El é solicitado a prom ulgar a decisão. Vide o estudo dos textos
ugaríticos no capítulo 2 desta obra.
253 Sobre Ez 1, vide o capitulo 4 desta obra.
254 Shea, "U nity of D aniel," 217
255 Cf. C rispin H. T. F letcher-L ouis, "The High Priest as Divine Mediator in the He
brew Bible: Dan 7:13 as a Test C ase," Society of Biblical Literature Seminar Papers 36
(1997): 161-93; A ndré L acocque, The Book of Daniel (Atlanta: John Knox, 1979), 125.
256 F letcher-L ouis, 169ff
257 Ibid., 186
394 O TEM A D O T E M P L O fSA N T U Á RIO CELESTIAL NOS ESCRITOS
dinã3yêtib deve ser traduzida como "o tribunal [i.e., aqueles que jul
gam] assentou-se/'265 implicando seres celestiais, os quais provavel
mente atuam como "juízes associados."266 É possível que os vários
tronos mencionados no v. 10 estavam destinados a serem ocupados
por estes seres celestiais. É importante observar que fora sua ocor
rência no v. 10, onde d in ã3indica a abertura da sessão do tribunal ce
lestial, este termo reaparece outras duas vezes em Daniel 7. No v. 22,
dinãJ é transmitida em favor dos santos do Altíssimo, enquanto que
no v. 26 din ã3 se assentará para tirar o domínio do chifre pequeno e
para destruí-lo. Disto segue-se que as atividades do tribunal celestial
têm um duplo propósito: vindicar o povo de YHWH descrito como
"santos do Altíssim o" e aniquilar o poder que os persegue, represen
tado pelo "chifre pequeno."
Referente de bar }énãs. Embora alguns eruditos apliquem a ex
pressão bar 3ênãs ("Filho do Homem") aos "santos do Altíssimo,"
Arthur Ferch apresenta sólidas evidências para interpretar esta figura
como um ser celestial pessoal e escatológico.267 A correlação entre Dn
7 e 8 identifica um indivíduo semelhante a bar enãs ("um filho de ho
mem") em 7:13 com o sarhassãbã3("o Príncipe do Exército") menciona
do em 8:11 (vide abaixo). Além do mais, Shea observou que "as refe
rências às nuvens em conexão com a pessoa de Deus em outras partes
do AT indicam que o Filho do Homem possui atributos divinos."268
Resumindo, a perícope de Dn 7:9-14 contém linguagem princi
palmente judicial, com algumas indicações de um cenário cultual.269
As atividades do tribunal celestial são equivalentes às atividades do
santuário celestial, conforme se evidenciará na discussão que se segue.
Função
Daniel 8:9-14
Observações preliminares
Dimensão Vertical
273 H asel, "T h e 'Little H o r n / the H eavenly S an ctu ary and the Tim e of the End: A
Study of Daniel 8 :9 -1 4 ," 392-93.
m Cf. S hea, "Spatial D im ensions in the Vision of D aniel 8 ," 512-19.
275 No v. 11 o gên ero gram atical dos v e rb o s referin d o -se ao chifre m uda para 0
m asculino (nos v erso s anteriores é fem in in o, co n co rd a n d o assim com o suje**0
feminino qeien " p o n ta "). Isto p od e im p licar que a g o ra o texto esteja se refer*13
do à realidade p o r d etrás do sím bolo, co m o su g erid o p o r H asel . "The
H o rn / the H eaven ly San ctuary and the T im e of the En d : A Study of DalU
8:9-14," 392-93. ’
0 TEMA DO TEMPLOfsANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS
399
276 Cf. Dan 12:13, onde as "estrelas" caracterizam -se como um símbolo dos santos.
277 É interessante observar que a ideia de que Dn 8:14 se refere ao templo celestial
foi sugerida por J ohn E verard (ca. 1575 a ca. 1650; também chamado Ebrard). De
acordo com K eil, E brard compreendia o v. 11 como se referindo "a eventos celes
tiais, a uma retirada do sacrifício de diante do trono de Deus e uma destruição do
santuário celestial." (C. F. K eil, Biblical Commentary on the Book of Daniel, trans. M.
G. Easton [Grand Rapids: Eerdmans, 1959], 297). Cf. Hasel, "The 'Little Horn,' the
Heavenly Sanctuary and the Time of the End: A Study of Daniel 8:9-14," 454, n. 126
400 O TEMA DO TEM PLO /SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS
Linguagem Cultual
283 C ollins, 336; A rthur J effery, "Exegesis of the Book of Daniel," The Interpreter's Bi
ble, ed. George A rthu r Buttrick (New York: Abingdon, 1956), 6:476-77; W. Sibley
Towner, Daniel, Interpretation (Atlanta: John Knox, 1984), 122
284 De acordo com os intérpretes historicistas estas "2300 tardes e manhãs" deve
riam ser entendidas de acordo com o assim cham ado "princípio dia-ano," o qual
é também vindicado com o sendo consistente com outros períodos de tempo na
profecia apocalíptica de Daniel. Cf. W illiam H. S hea , "Poetic Relations of the
Time Periods in Daniel 9:25," em The Sanctuary and the Atonement, ed. A rnold
W allenkampf and R ichard L esher (W ashington, DC: Review and Herald, 1981),
277-82; idem, Selected Studies on Prophetic Interpretation, 7 vols., DARCOM1 (Wa
shington, DC: G eneral Conference of Seventh-day Adventists, 1982), 56-93; A l
berto T imm, "M iniature Symbolization and the Year-D ay Principle of Prophetic
Interpretation," A U S S 42 (2004): 149-67.
285 É instrutivo notar que Dn 8 contém duas diferentes palavras hebraicas para vi
são. A palavra hãzôn refere-se a eventos abrangendo todo o intervalo de tempo
da visão desde o carn eiro Persa até a "purificação do santuário." O termo mãr’eh
refere-se à aparição das du as figuras angélicas falando acerca das "2300 tardes
e manhãs" (v. 13-14), p o r isso ela é cham ada "a visão (mãr eh) das tardes e ma
nhãs" (v. 26). Foi a mãr 'eh que perturbou a Daniel (8:27) e é o objeto da explica
ção de Gabriel em 9:23: "N o princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim,
para te declarar, p orq ue és m ui am ado; considera, pois, a coisa e entende a visão
(mãr eh)." Cf. S hea , Selected Studies on Prophetic Interpretation, 241-46.
puro;299 e indica tam bém o fogo que queim aria continuam ente sobre
o altar.300
Em vista destas observações, torna-se aparente que tãm id não
deveria ser restringido a um aspecto específico do serviço do san
tuário, a saber, ao sacrifício diário. Antes, como Rodríguez salien
tou, tãmid "era usado em conexão com as m uitas atividades que ao
sacerdote estava ordenado realizar continuam ente no santuário/'301
Rodríguez tam bém observou que essas atividades estão associadas
"com o ministério do sacerdote no prim eiro com partim ento do san
tuário."302 O uso absoluto de tãm id no texto pode ter sido destinado a
apontar para o serviço diário relacionado ao prim eiro com partim en
to do santuário, com seu enfoque na intercessão contínua feita pelo
sacerdote em favor do povo. A ssum indo que o referente de qõdes na
passagem é o santuário celestial, pode-se inferir um m inistério sacer
dotal sendo realizado np santuário celestial ao longo das linhas do
templo/santuário terrestre.
Significado de m èkôn m iqdãsô. Em bora os term os que com põem
esta expressão ocorram várias vezes na Bíblia H ebraica, a exata locu
ção mêkôn m iqdãsô ocorre somente em D n 8:11. Esta locução pode ser
traduzida como "fundação/lugar do seu santuário," de acordo com
obem estabelecido significado de meKon ("fundam ento/lugar") e m i
qdãsô ("santuário"). O antecedente do sufixo pronom inal ô ["seu "]
em miqdãsô ("seu santuário") é m ais provavelm ente o "Príncipe do
exército" referido no v. 11. Que o "san tu ário " seja qualificado por
este sufixo pronom inal pode indicar que as ações em preendidas pelo
chifre pequeno contra o santuário são no final das contas direciona
das contra o "p rín cip e."
Além do m ais, se o santuário referido na passagem é o san tu á
rio celestial, parece m ais razoável entender o m ãqôm ("fu n d am en
to") não em term os de um a fundação m aterial/física, m as em te r
mos metafóricos ou teológicos. Este sentido de m ãqôm é con firm ad o
**1 x 2 8 :3 6 .
330Q0j Lv 6:6.
jjj RodrIcuez, "Significance of the C ultic L an g u ag e in Daniel 8 :9 -1 4 /' 5 3 3
Ibid., 528.
404 O TEM A D O TEM P LO /SA N TU Á R IO CELESTIAL NOS ESCRITOS
pela ocorrência deste term o nos SI 89:15 [14] e 97:2, onde se apren
de que "ju stiça e ju íz o " são "fu n d a m e n to / b a se " (m ãqôm ) do trono
de YH W H . Se o m esm o u so m etafó rico / teo ló g ico se m antém para
Dn 8:11, torna-se ap aren te qu e o ch ifre p eq u en o não ataca uma es
trutura física, m as o fu n d am en to teo ló g ico d o san tu ário celestial, ou
seja, a ju stiça e o ju íz o de Y H W H .
Se a conexão entre D n 7 e 8 tem q u alq u er influ ência sobre a inter
pretação da presen te p erícop e, p od e-se su gerir qu e o ataque ao funda
m ento do santuário em D n 8:11 está relacio n ad o à m u d ança dos "tem
pos e da le i" m en cio n ad a em D n 7:25. P od e-se dizer tam bém que o
chifre p eq u en o, o u a entid ad e ou in stitu ição representad a por ele, des
via a atenção h u m an a da "ju stiça e ju íz o d e Y H W H " para a "justiça e
ju íz o " alcançad os p elo s esforços hu m anos. A ssim , não é o "santuário"
que é d eitad o abaixo, m as o seu "lu g ar/ fu n d am en to ."303 Consequen
tem ente, parece razo áv el su p or que a rem o ção do tãm id ("contínuo")
indica que este ataq u e está associado ao ato de o chifre pequeno estar
usurpando p rerro g ativ as q u e p erten cem ao "P rín cip e."
S ig n ific a d o d e wêm sdaq qõdes. U m a v ez qu e os contornos se
m ânticos de q õ d e s ("s a n tu á rio ") fo ram tratad o s n o cap ítu lo 3, a dis
cussão qu e se seg u e dá esp ecial aten ção à fo rm a v erb al w êm sdaq e ao
su bstan tivo q õ d e s ("sa n tu á rio "), qu e fu n cio n a com o o objeto semân
tico do v e rb o . C om eçan d o p o r sd q ,304 d ev e ser relem brad o que os
d erivativos v e rb a is desta raiz a p a recem q u aren ta e u m a vezes305 na
Bíblia H eb ra ica . O tronco N ifal w êm sd a q o co rre ap en as em Dn 8:14
e m uito p ro v a v elm en te tem u m sig n ifica d o p assivo. V ários estudos
têm ap o n tad o qu e a raiz sdq p o ssu i u m a m p lo cam p o sem ântico.306
Parece que Daniel escolheu o termo nisdaq - uma palavra de uma raiz
com ricas e amplas conotações, amplamente empregada nos cenários
de julgamentos e procedimentos legais - a fim de comunicar efetiva
mente os aspectos inter-relacionados da "purificação" do santuário ce
lestial no cenário cósmico do julgamento do tempo do fim. Os aspectos
estreitos e limitados de outros termos disponíveis não parecem fazer
justiça para com as implicações de longo alcance da atividade divina
na corte celestial.315
317 Embora alguns eruditos o considerem com o uma designação coletiva para os
"santos do Altíssim o" (Dn 7:18), A rthur J. F erch demonstrou que o Filho do Ho
mem é "um ser celestial, pessoal, escatológico, com características messiânicas,
distinto dos santos, m as m antendo um a íntima relação com eles no tempo do
fím" (The Son of Man in Daniel 7 ,1 9 2 ).
3,s J. Doukiian salientou que o carneiro e o bode, mencionados previamente em
Daniel 8, em acréscim o para representar a Pérsia e Javã [i.e., Grécia] respecti
vamente, também evocam a im agem do Dia da Expiação, uma vez que a dupla
oferta no Yom Kippur consistia de um bode e de um carneiro (Lv 16:5) (Secrets
of Daniel, 125-26).
,lv R. H. C haki.es, A Critical and Exegetical Commentary on the Book of Daniel (Oxford:
Clarendon, 1929), 204; J ames A. M ontgomery, A Critical and Exegetical Commenta
ry on the Book of Daniel, ICC (Edinburgh: T. and T. Clark, 1950), 335.
320 Como exemplificado em Js 5:14-15 onde ele se refere a um ser celestial que se
identifica como "o Príncipe do Exército de YH W H ." Vide também Gn 21:2 2 ,3 2 ;
26:26; Dt 20:9; Jz 4:2, 7; í Sm 12:9;
321 Doukiian, Daniel: The Vision of the End, 37-38; cf. Ed 8:24; I C r.l5:22; 24:5
408 O TEMA DO TEM P LO /SA N TU Á R IO CELESTIA L NOS ESCRITOS
O T E M A D O T E M P L O / S A N T U Á R IO C E L E S T I A L
Função
D aniel 9:24
D aniel 9:24 tam bém req u er alg u m a co n sid eração , haja vista con
ter este verso u m a exp lícita referên cia ao sa n tu ário celestial que pode
contribuir p ara esta d iscu ssão. A lém d o m ais, su a conexão com Dn 7
e 8324ju stifica su a in clu são aqui. A ssim , esta b rev e d iscu ssão tem o in
tuito de d eterm in ar o significad o e referen te d e q õ d es qãdãsím ("santo
dos sa n to s") m en cio n ad o em D n 9:24 e ex trair as im p licações para o
presen te estu d o do tem a d o tem p lo / san tu ário celestial. C om base em
I Cr 23:13, qu e p a re ce ap licar a locução q õ d e s q o d ã sím ("san to dos san
to s") a A arão, su g ere-se qu e q õ d es q o d ã sím ("sa n to dos san tos") deve
tam bém ter u m re fe re n te p esso a l em D an iel 9:24.325 E sta interpreta
ção, con tu d o, é ca d a v ez m ais rejeitad a co m b a se nas incertezas sintá
ticas em to rn o da p a ssa g em do C ro n ista.326 A ssim d eclarou Th. Chary:
" é de fato o tem p lo que deve ser en ten d id o com o o 'S an to dos san
tos', o q u a l se rá u n gid o. A exp ressão q õ d e s q ãd ãsím nu n ca é aplicada
para seres h u m a n o s. A única exceção , I C r 23:13, ap oia-se num texto
324 Vide, S hea , "U n ity of Daniel," 183-219. Shea ta m b é m d em on stro u que nas profedas
de D n 7 , 8 e 9 , "e ta p a s sucessivas no m inistério d e C risto são trazidas à vista [i.e. Dn
9: sacrifício; D n 8: sacerdote; Dn 7: R ei]" (W illiam H . S hea , Daniel 7 -1 2 : Prophecies of
the E nd Time, T h e A bundant Life Bible A m plifier [Boise, ID: Pacific Press, 1996], 155).
325 L acocque , 1 9 3 -9 4
326 O texto d e I C r 2 3 :1 3 , wayyibbãdêl 3ahãrõn lëhaqdîsô qõdes qodãsím, p od e ser traduzi
do em u m a d as d u as seguintes formas. P rim eiro , o sufixo pron om inal da terceira
pessoa [A] (" lh e /s e u " ) em lëhaqdîsô p od e ser in terp retad o subjetivam ente, como se
referindo a A a rã o c o m o aquele que realiza o ato d e co n sa g ra r (haqdís) o qõdes qodãsím
("coisas sa n ta s"), neste caso qõdes qodãsím funciona co m o o objeto direto da frase
verbal lëhaqdîsô. "A a rã o foi separado p a ra co n sa g ra r as coisas m ais santas (lit. 'para
a sua consagração d a s coisas m ais san tas)" (ASV, KJV, N IV , N JB, NJV, NLT, NRSV,
RSV). Outra possibilidade é interpretar o sufixo p ro n o m in al em lëhaqdîsô como obje
tivo, neste caso qõdes qodãsím referir-se-ia a A a rã o co m o o objeto do ato da consagra
ção (haqdís): "A a rã o foi separado p ara con sagra-se co m o m ais san to " (cf. NASB,JPS,
TNK). A ssim , d ev id o a esta situação sintática in certa, u m a leitura particular de I Cr
23:13 não deveria determ inar a interpretação d e qõdes qodãsím em Dn 9:24.
0 TEMA DO T E M P L O /S A N T U Á R IO C E L E S T IA L ^ 411
TA BELA 6
(3) para exp iar a in iq u id ad e (3) para ungir o Santo dos santos
Fonte: adaptado de Jacques Doukhan, "The Seventy Weeks of Daniel 9: Na Exegetical Stu
dy,"AUSS 17(1979):10.
327
O texto em fran cês d iz: "C 'e s t en effect le tem ple qu'il faut entendre par le 'Saint
des Saints' qui re ce v ra un e on ction . L'expression qôdes qodâsîm ne s'aplique ja
mais à de p erso n n ag es h u m ain s. La seule exception éventuelle: 1 Chron., 23,
13 repose sur une texte in certain " (Théophane Chary, Les ProphPles et le Culte B
partir de l'Exil [Paris: D esclée et C ie, 1955J, 43).
328
Êx 26:33; 29:37; 3 0 :1 0 ,2 9 ,3 6 ; 40:10; Lv 2 :3 ,1 0 ; 6 :1 0 ,1 8 ,2 2 ; 7:1,6; 10:12,17; 14:13; 24:9;
27:28; N m 4 :4 ,1 9 ; 18:9; I Rs 8:6; Ez 41:4; 43:12; 45:3; 48:12; I Cr 6:34; II C r 3 :8 ,1 0 ; 5:7.
329
Cf. M. D elcor, Le Livre de Daniel (Paris,: J. Gabalda, 1971), 196; G oldingay, Daniel,
229; H artm an and Di Leila, 244.
330
D elcor, 196.
331
S hea, "U nity of D an iel," 233.
412 O TEMA DO TEMPLO /SA N T U Á R IO C E L E ST IA L N O S ESCRITOS
332 Doukhan ob serva q u e as m esm as a sso ciaçõ es d e kpr, msh e qõdes qãdãsim ocor
rem som ente em Ê x 29:36-37. Esta p a ssa g e m lida c o m a co n sa g ra çã o de Aarão e
seus filhos p ara o sacerd ó cio e tam bém e n v o lv e u a u n çã o d e u m qõdes qãdãsim
("santo dos sa n to s"), a saber, o altar d o h o lo ca u sto (ibid., 11).
333 Vide a discussão de Daniel 8:9-14, acim a.
334 Cf. S hea, "U n ity of D aniel," 233.
335 SHEA,"Unity of D aniel," 232 ' .
336 Cf. Ex 40:9; Lv 8:10
0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS 413
Outras passagens
Salm o 14:1-6
337 Cf. Hb 8 e 9.
38 Vide, Dt 26:15 (discutido no capítulo 3); Is 18:14; 23:15 (discutido no capítulo 4);
SI 11:4; 33:13-14 e 102:20 [19], em outro lugar neste capítulo.
414 0 TEMA DO TEMPLO/SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS
pela frase infinitiva hr*ôt no v. 2, este "o lh ar" evoca um exame judi
cial que precede a execução do juízo.339
0 texto também parece revelar que existiría um a interação di
nâmica entre o templo/santuário celestial e o seu equivalente terres
tre. Deste modo, enquanto o v. 2 relata que "Y H W H olhou desde os
céus para os filhos do homem/' o v. 7 expressa o desejo que "d e Sião
tivera já vindo a redenção de Israel!" O paralelism o entre "céu s" e
"Sião" indica que os céus (a saber, o tem plo/santuário celestial) e
Sião eram entendidos como trabalhando em estreita conexão. Além
disso, o conceito de julgamento subentendido no conceito de YHWH
"olhando" para baixo pode indicar um a correspondência funcional.
Salmo 73:17 e 25
Salmo 76:8-9
342 0 plural "santuários" tam bém ocorre em Ez 28:18. Vide o estudo desta passa
gem abaixo.
343 Como observado p or A llen , o term o e/ ("D eus") "não raro, tem associações
celestiais no Saltério (19:2 [1]'29:3; 82:1; 89:8 [7]); cf. 90:2; 95:3" (Psnlms 101-150,
322-23).
344 Para uma discussão desta passagem , vide o capítulo 4.
Shea, Selected Studies on Prophetic Intcrpretation, 1 : 6
416 O TEM A DO TEM P LO /SA N TUÁRIO C ELE ST IAL NOS ESCRITOS
vez, aprende-se que o ju ízo tam bém v em d esd e o céu, com o clara
m ente declarado nos v. 9-10 [8-9]: "D e s d e os céu s fizeste ouvir o
teu ju ízo; a terra trem eu e se a q u ie to u ; q u a n d o D eu s se levantou
para fazer ju ízo , p ara liv rar a to d o s os m a n so s da terra. (Selá)."
Se o term o " c é u s " p ressu p õ e o te m p lo / s a n tu á rio celestial, como
im plicado no p a ra le lism o co m " ta b e r n á c u lo / S iã o ," en tão pode-se
argum entar qu e esse tex to d e scre v e u m a ín tim a re la çã o entre o
tem p lo/ san tu ário c e le s tia l e seu e q u iv a le n te te rre stre . Em outras
p alavras, o ju lg a m e n to no " ta b e r n á c u lo " em Sião era u m a rever
beração d o ju lg a m e n to ex ecu ta d o n o te m p lo / s a n tu á rio celestial.
R esu m in d o, o tex to rev ela u m a in te r a ç ã o d in â m ica e u m a corres
p o n d ên cia fu n cio n a l en tre o tem p lo c e le s tia l e o seu equivalente
terrestre.
Salmo 82:1-8
346 Para um re su m o d a q u estão p rin cip al, v id e R obert D avidson, The Vitality of W°r
ship, 270-73.
347 Para u m estu d o d etalh a d o d este te m a n a Bíblia H e b ra ica , v id e M ullen , 44.
348 Vide, p o r exem p lo , ls 6 :1 -1 3 ; Z c 3 :1 -1 0 . V id e ta m b é m , II R s 2 2 :1 9 -2 3 ; Jó 1:6; 2:1-
0 TEMA DO TEMPLO[SANTUÁRIO __CELESTML NOSESCRITOS 417
Jó 1:6 e 2:1
349 David J. A. C lines, Job, ed. David Hubbard, Glenn W. Barker, and James W. Watts,
Word Biblical Com m entary 17 (W aco, TX: Word Books, 1982), 17; N orman C.
Habel, The Book of Job: A Commentary (Philadelphia: Westminster, 1985), 80.
350 Vide Is 14:13 (cf. Ez 2 8 :1 4 ,1 6 ). Deve ser lembrado, já que o componente mô ed
nesta expressão conota a ideia de um lugar ou tempo determinado, o har mô ed
deveria então ser o lu g ar/tem p o determinado onde/quando uma reunião cul
tual ocorreria.
551 Esta sugestão foi apresentada por D avidson, "Cosmic Metanarrative for the Co
ming Millennium," 113.
352 J ames M cC affrey, The House with Many Rooms: The Temple Theme of Jn. 14,2-3
(Rome: Editrice Pontifício Istituto Biblico, 1988), 33, n. 17; 73.
353 Uma situação similar é também'refletida em Zc 3:1-10, que relata as acusações
de Satanás contra o sumo sacerdote Josué e sua eventual vindicação por YHWH.
Para uma discussão exegética de Zc 3:1-10, vide o capítulo 4 deste trabalho.
418 O TEMA DO TEM PLO /SANTUÁRIO CELESTIAL NOS ESCRITOS
2 Crônicas 30:27
Sumário
359 Esta ideia é tam bém refletida na o ração d e S alom ão (vide cap. 4) e em vários
outros lugares na Bíblia H ebraica. Cf. Is 6ff.; SI 1 5 0:1-5. '
o TEMA DO T E M P L O /S A N T U Á R IO CELESTIA L N O S ESCRITOS 421
V
i batalha cósmica m n J
\ Dn 9:24 ’ • \ qodes qodãsím \ F u n ç õ e s cu ltu ais: in a u g u r a ç ã o /
V V
\ c o n s a g ra ç ã o
------V----------------------------------------------------------------- --- w --------- 2------------------------------------------------------------
1
V11Cr?íò-.17 * \ m ecón qodsô \ A d o ra çã o V V --------------------V /
C ap ítu lo 6
1 U m a a p a re n te e x c e ç ã o o c o r re e m u m te x to e g íp c io n o q u a l o te m p lo /sa n tu á rio
celestial é a p re se n ta d o c o m o u m a fo n te d e a u x ílio . V id e o ca p ítu lo 2 d e sta obra.
Síntese teológica
2 Davidson, "C osm ic M etanarrative," 104; Cf. tam bém Alberto T imm "Desenvolvi
mento da D outrina do Santuário no C ontexto d o Conflito C ósm ico," Material de
Classe para o P rogram a de D outorado em Teologia, Seminário Adventista Lati
no-A m ericano de Teologia, Universidade A dventista del Plata Argentina, 1997,
1-27; idem , "T he Sanctuary Motif within the Fram ew ork of the G reat Controver
sy ," in The Cosm ic Battle fo r Planet Earth: Essays in H onor o f N orm an R. Gulley, ed.
Ronald A. G. Du Preez and Jiri M oskala (Berrien Springs, MI: A ndrew s Univer
sity, 2003), 69-84.
Síntese teológica 427
3 tbid., 102-119.
428 S íntese teológica
4 Isso é ainda corroborado pela relação dinâm ica entre o santuário celestial e sen
equivalente terrestre, com o se pode notar abaixo. ' .
430 S íntese teológica
Interação Dinâmica
Correspondência Estrutural
Correspondência funcional
1 / * i
5 Para um a lista dos term os do santuário/tem plo, veja o sumário de tabelas ao
final dos capítulos 3 ,4 , e 5.
434 S íntese teológica
Resumo e Conclusões
6 Em contraste com a filosofia grega e sua noção de um Deus infinito, a ideia bíblica
do envolvimento de YH W H com a criação e suas ações temporais na história su
gere que o conceito do tem plo/santuário celestial de YHW H deveria ser interpre
tado pelo seu valor nominal. Veja Fernando Luís Canale, "Fundações Filosóficas
e o Santuário Bíblico," A n d m o s Univcrsity S em im ry Studies 36 (1998): 183-206.
BIBLIOGRAFIA
BRIGHT, John. Jeremiah. 2nd ed. The A nchor Bible, vol. 21. Garden
City, NY: Doubleday, 1973.
BRILEY, Terry R. Isaiah. The College Press N IV Commentary: Old
Testament Series. Joplin, MO: College Press, 2000.
BRINKMAN, Johan. The Perception o f Space in the Old Testament. Kam-
pen: Kok Pharos, 1992.
BRISCOE, D. Stuart. Genesis. The Com m unicator's Commentary Se
ries. Old Testament, vol. 4. Edited by Lloyd G. Ogilvie. Waco, TX:
Word Books, 1987.
BROOKE, George J., Adrian Curtis, and John F. Healey. Ugarit and
the Bible: Proceedmgs of the International Symposium on Ugarit and the
Bible, Manchester, September 1992. M ünster: Ugarit-Verlag, 1994.
BROVARSKI, Edward. "The Doors of H eaven." Orientalia 46 (1977):
107-15.
BROWN, Francis, Edward Robinson, S. R. Driver, Charles A. Briggs,
and Wilhelm Gesenius. A Hebrezo and English Lexicon of the Old Tes
tament, with an Appendix Containing the Biblical Aramaic. Based on
the lexicon of William Gesenius. Peabody, MA: Hendrickson, 1999.
S.v."na," "iin,"
"in:," "nP,"
" p ä ," "pis," "Pi."
"I b bo,"
BROWNLEE, William Hugh. Ezekiel 1-19. W aco, TX: Word Books, 1986.
__________ . The Midrash Pesher ofH abakkuk. M issoula, MT: Published
by Scholars Press for the Society of Biblical Literature, 1979.
BROYLES, Craig C. Psalms. New International Biblical Commentary.
Old Testament Series 11. Peabody, M A: Hendrickson, 1999.
BRUEGGEMANN, Walter. A Commentary on Jerem iah: Exile and Ho
mecoming. Grand Rapids: Eerdmans, 1998.
__________ . "The Book of Exodus: Introduction, Commentary and
Reflections." The New Interpreter's Bible. Edited by Leander E.
Keck. Nashville: Abingdon, 1994.1:675-981.
_________ . Deuteronomy. Abingdon Old Testam ent Commentaries.
Nashville: Abingdon, 2001.
________ . Isaiah. 1-39. W estminster Bible Com panion. Louisville:
Westminster John Knox, 1998.
To Pluck Up, to Tear Down: A C om m entary oh the Book of Je-
remiah 1-25. Grand Rapids: Eerdm ans; Edinburgh: Handsel, 1988.
, iJOGMFM
00 447
_________ . Das Buch der Psalmen: Teil II (Ps 73-150). 3rd ed. Geis
tliche Schriftlesung. Erläuterungen zum Alten Testament für die
Geistliche Lesung 9. Düsseldorf: Patm os Verlag, 1989.
GUNKEL, Hermann. Genesis. Translated by M ark E. Biddle. Mercer Li
brary of Biblical Studies. Macon, G A: M ercer University Press, 1997.
__________. Die Psalmen. 5. Auf. Gottingen: Vandenhoeck und Ru
precht, 1968.
__________. Schöpfung und Chaos. Göttingen: Vandenhoeck und Ru
precht, 1895.
GURNEY, O. R. "Hittite Prayers of M ursili II." Annals of Archaeology
and Anthropology 27 (1940): 3-163.
__________ . Some Aspects of Hittite R eligion. Oxford University Press,
1977.
GÜTERBOCK, Hans Gustav, ed. The Song o f Ullikummi: Revised Text
of the Hittite Version of a Hurrian M yth. N ew Haven, CT: The Ame
rican Schools of Oriental Research, 1952.
GÜTTERBOCK, Hans G. "H ittite M ythology." In Mythologies of the
Ancient World, ed. Samuel Noah K ramer , 139-79. Garden City, NY:
Doubleday, 1961.
__________ . "The Hittite Palace." In Le Palais et la Royauté (Archéologie
et Civilization), ed. P. Garelli, 305-14. Paris: Geuthner, 1974.
HAAG, Ernst. Das Buch Jeremia. 2nd ed. Geistliche Schriftlesung: Er
läuterungen zum Alten Testam ent für die geistliche Schriftlesung
5. Düsseldorf: Patmos-Verlag, 1990.
__________ . Das Buch Jeremia. 3rd ed. G eistliche Schriftlesung: Erläu
terungen zum Alten Testam ent für die geistliche Schriftlesung 5.
Düsseldorf: Patmos-Verlag, 1988.
HAAS, Volkert. Geschichte der Hethitischen Religion. Leiden: Brill, 1994.
HABEL, Norman. The Book of Job: A Com m entary. Philadelphia: West
minster, 1985.
__________. "The Form and Significance of the C all Narratives/7
Zeitschrift fü r die alttestamentliche W issenschaft 17 (1965): 297-323.
HAGELIA, Hallvard. "M eal on M ount Z io n -D oes Isa 25:6-8 Descri
be a Covenant M eal?" Svensk Exegetisk À rsbok 68 (2003): 73-95.
HAILEY, Homer. A Commentary on the M inor Prophets. Grand Ra
pids: Baker, 1972.
B/BLIOGRAFiA
469
Di9italizad0 CntVl 0
474 B ibliografia
Digitalis.
478 B ibu o g r a fia
KERR, Alan R. The Temple o f Jesus' Body: T he T em ple T hem e in the Gos
pel o f John. Journal for the Stu d y o f th e N ew T e sta m en t Supple
ment Series 220. London: Sheffield A cad em ic, 2002.
KESSLER, Rainer. M icha. H erders th eo lo g isch er K o m m en tar zum
Alten Testam ent. Freiburg im B reisg au : H erd er, 1999.
KHOO, Jeffrey. "Isaiah 14:12-14 and S atan : A C a n o n ica l A pproach."
S tu bs Theological Journal 2 (1994): 67-77.
KIDNER, Derek. The B ook o f G enesis: A n In trod u ction an d Com m entary.
Chicago: Inter-V arsity, 1967.
__________ . Psalm s 1-72. London: In te r-V a rsity , 1973.
___________. Psalm s 73-150. London: In te r-V a rsity , 1975.
KIKAW ADA, Isaak M . "T h e Shap e o f G e n e sis 1 1 :1 -9 ." In Rhetorical
Criticism: Essays in H on or o f Jam es M u ilen b u rg , ed. Ja red J. Jackson
and M artin K essler, 19-32. P ittsbu rg h : P ic k w ic k , 1974.
KIM, Sanglae. "T h e H eav en ly S a n ctu a ry / T e m p le in the H ebrew Bi
ble." Ph.D. diss., U n iv ersity of S h effield , 2 002.
KINET, Dirk. "T h eo lo g isch e R e fle x io n im U g a ritisch en Ba'al-
Z yklus." Biblische Z eitschrift 22 (1978): 2 3 6 -4 4 .
KING, L. W . The Seven Tablets o f C reation o r the B abylon ian and As
syrian L egends C oncerning the C reation o f th e W orld an d o f Mankind,
vol. 1. L o n d o n , Luzac, 1902.
K IN G SBU RY, Edw in C. "T h e P ro p h e ts a n d C o u n c il o f Yahw eh."
Journal o f Biblical Literature 83 (19 6 4 ): 2 7 9 -8 6 .
K IR K PA TRIC K , A . F. The Book of Psalm s. C a m b rid g e , E n glan d : Uni
versity P ress, 1939.
KISSAN E, Edw ard J. The B o o k o f Isa ia h , T ra n sla ted fr o m a C ritically Re
vised H ebrew Text w ith C om m en tary. D u b lin : B ro w n e and Nolan,
1941.
KISSANE, E d w ard Jo sep h . The B oo k o f P sa lm s: T ran slated fro m a Criti
cally Revised H ebrew Text: W ith a C o m m en ta ry . D u b lin : B row ne and
Nolan, R ichview , 1964.
KISTEM A KER, Sim on J. "T h e T e m p le in th e A p o c a ly p s e ." Journal of
the Evangelical Theological S ociety 4 3 (2 0 0 0 ): 4 3 3 -4 1 ,
KLEIN, G eorge L. "T h e "P ro p h e tic P e r fe c t" / ' Jo u r n a l o f N orthw est Se
mitic Languages 16 (1990): 45-60.
B i b u o g r a f ia
479
D in it .
482 Bibliografia
LYONS, William John. Canon and Exegesis: Canonical Praxis and the
Sodom Narrative. Journal for the Study of the Old Testam ent, Su
pplement Series 352. London: Sheffield A cadem ic, 2002.
MACCANN, J, Clinton, Jr. "The Book of Psalms: Introduction, Com
mentary and Reflections." The Interpreter's Bible. Edited by George
Arthur Buttrick. Nashville: Abingdon, 1994. 4:640-1280.
MACHOLZ, Christian. "Psalm 29 und 1 Kön 19." In Werden und Wirken
des Alten Testaments: Festschrift für Klaus W estenmn zum 70. Geburtstag,
ed. Rainer Albertz, Hans Peter Müller, Hans Walter Wolff, and Wal
ther Zintmerli, 325-33. Göttingen: Vandenhoeck und Ruprecht, 1980.
MACKAY, Cameron. "The King of T y re." Church Quarterly Reviezo
117(1934): 239-58.
MACRAE, George W. "Heavenly Tem ple and Eschatology in the
Letter to the Hebrew s." Semein 12 (1978): 179-99.
__________ . "W hat Is a Tem ple?" In The Temple as a H ouse o f Revela
tion, ed. Truman G. M adsen, 175-190. Provo, UT: Brigham Young
University, 1984.
MAGONET, Jonathan. "The Structure of Isaiah 6." In Proceedings of
the 9th World Congress of Jewish Studies, Jerusalem , Aug. 1 9 8 5 ,91-97.
Jerusalem: World Union of Jew ish Studies, 1986.
MAHER, Michael. Genesis, vol. 2. Old Testam ent Message: A Biblical-
Theological Commentary. Wilmington, DE: Michael Glazier, 1982.
MAIER, Gerhard. Der Prophet Ezekiel: Kapitel 25-48. Wuppertal: R.
Brockhaus, 2000.
MANGAN, Celine. 1-2 Chronicles, Ezra, N ehemiah. Old Testament
Message: A Biblical-Theological C om m entary, vol. 13. Wilming
ton, DE: Michael Glazier, 1982.
MANGANO, Mark. Esther and Daniel. The College Press NIV Com
mentary. Joplin, MO: College Press, 2001.
MANN, Thomas W. Divine Presence and Guidance in Israelite Tradi
tions: The Typology of Exaltation. Baltimore: Johns Hopkins Univer
sity Press, 1977.
MARBÖCK, ]. "Heilige Orte im Jakobszyklus. Einige Beobachtungen
und Aspekte." In Die Väter Israels: Beiträge zur Theologie der Patriar
chenüberlieferung im Alten Testament, ed. M anfred Görg, 211- 24.
Stuttgart: Katholisches Bibelwerk, 1989.
fyõUOGRAFIA 487
MILLER, P atrick D., Jr. Genesis 1-11: Studies in Structure and Theme.
Journal for the Study of the Old Testament, Supplement Series.
Sheffield, E n gland: University of Sheffield Dept, of Biblical Stu
dies, 1978.
__________ . D euteronom y. Interpretation: A Bible Commentary for
Teaching and Preaching. Louisville: John Knox, 1990.
__________ . "P ra y e r and Sacrifice in Ugarit and Israel/' In Text and
Context:Old Testam ent and Semitic Studies for F. C. Fensham, ed. W.
Claassen, 139-55. Sheffield: JSOT, 1988.
__________ . "T w o Critical Notes on Psalm 68 and Deuteronomy 33"
Harvard T heological Review 57 (1964): 240-43.
__________ . M iq r a o t Gedolot. New York: Pardes, 1951.
MISCALL, P eter D. Isaiah. Readings: A New Biblical Commentary.
Sheffield: JSO T , 1993.
MITCHELL, David C. The Message of the Psalter: An Eschatological Pro
gramme in the Books o f Psalms. Journal for the Study of the Old Testa
ment, Supplem ent Series 252. Sheffield: Sheffield Academic, 1997.
MITCHELL, H. G. A Critical and Exegetical Commentary on Haggai and
Zechariah. The International Critical Commentary. Edinburgh: T.
and T. Clark, 1912.
MITCHELL, H inckley Gilbert Thomas, J. M. Powis Smith, and Ju
lius A ugust Bewer. A Critical and Exegetical Commentary on Haggai,
Zechariah, M alachi, and Jonah. The International Critical Commen
tary. Edinburgh: T. and T. Clark, 1951.
MITTMANN, Siegfried. "Komposition und Redaktion von Psalm
29." Vetus Testamentum 28 (1978): 172-94.
MOBERLY, R. W. L. At the Mountain of God: Story and Theology in Exo
dus 32-34. Journal for the Study of the Old Testament. Supplement
*. Series 22. Sheffield: JSOT, 1983.
MONSON, Joh n M. "The Temple of Jerusalem: A Case Study in the
•Integration of Text arid Artifact." Ph.D. diss., Harvard University,
1998.
MONTGOMERY, James. A Critical and Exegetical Commentary on the
Book o f Kings. The International Critical Commentary. Edinburgh:
T. and T.Clark, 1951.
Digitalizado rnm o - __
494 B ibuografia
OLDENBURG, Ulf. "A bove the Stars of El: El in Ancient South Ara
bic R eligion." Zeitschrift für die alttestamentliche Wissenschaft 82,
no. 2 (1970): 187-208.
OLIVA, M anuel. "V ision y Voto de Jacob en Bethel." Estúdios Bíblicos
33 (1974): 117-55.
OLLENBURGER, Ben C. Zion, City of the Great King. Journal for the Stu
dy of the Old Testament, Supplement Series. Sheffield: JSOT, 1987.
OLSON, Dermis T. Deuteronomy and the Death of Moses: A Theological Rea
ding. Overtures to Biblical Theology. Minneapolis: Fortress, 1994.
OPPENHEIM, A. Leo. The Interpretation of Dreams in the Ancient Near
East, With a Translation of an Assyrian Dream-Book. Transactions of
the A m erican Philosophical Society, New Series-Volume 46, Part
3. Philadelphia: American Philosophical Society, 1956.
OPPENHEIM, Leo A. "The Mesopotamian Temple." In The Biblical
Archaeologist Reader, ed. G. Ernest Wright and David Noel Freed
man, 158-69. Missoula: MT: American Schools of Oriental Resear
ch and Scholars Press, 1975.
ORELLI, C. v. The Prophecies of Isaiah. Edinburgh: T. and T. Clark, 1895.
-__________• The Twelve Minor Prophets. Translated by J. S. Banks.
Edinburgh: T. and T. Clark, 1893.
ORNAN, Uzzi. "The Mysteries of Warn C o n n ec tiv eZeitschrift für die
alttestamentliche Wissenschaft 115 (2003): 241-55.
OSWALD, Wolfgang. Israel am Gottesberg: Eine Untersuchung zur
Literargeschichte der vorderen Sinaiperikope Ex 19-24 und deren his
torischen Hintergrund. Orbis Biblicus et Orientalist59. Freiburg,
Switzerland: Universitätsverlag; Göttingen: Vandenhoeck und
Ruprecht, 1998.
OSWALT, John N. The Book of Isaiah: Chapters 1-39. Grand Rapids:
Eerdmans, 1986.
___________ . "Golden Calves and the 'Bull of Jacob': The Impact on
Israel of Its Religious'Environment." In Israel's apostasy and resto
ration: Essays in Honor of Roland K. Harrison, ed. Avraham Gileadi,
19-37. Grand Rapids: Baker, 1988.
__________ . Isaiah. The NIV Application Commentary. Grand Ra
pids: Zondervan, 2003.
_ ______ . "V ictory at Sea: Prose and Poetry in Exodus 14-15." Bi
bliotheca Sacra 161, no. 641 (2004): 42-54.
PATTERSON, Richard D., and Hermann J. Austel. "1, 2 Kings." The
Expositor's Bible Commentary. Edited by Frank E. Gaebelein. Grand
Rapids: Zondervan, 1988. 4:1-300.
PATTERSON, Richard Duane. Nahum, Habakkuk, Zephaniah. The
Wycliffe Exegetical Commentary. Chicago: Moody, 1991.
PATTON, John H astings. Canaanite Parallels in the Book of Psalms. Bal
timore: Johns Hopkins, 1944.
PAUL, Shalom M . "Heavenly Tablets and the Book of Life." The
Journal o f the A ncient Near Eastern Society of Columbia University 5
(1973): 345-53.
PAUL, Shalom M ., and Frank Moore Cross. Amos: A Commentary on
the Book o f Am os. Hermeneia-A Critical and Historical Commen
tary on the Bible. Minneapolis: Fortress, 1991.
PAULIEN, Jon. "T h e Song of Miriam: A Poetic Analysis." TMs. 1981.
_________ ■ "T h e Role of the Hebrew Cultus, Sanctuary, and Temple
in the Plot and Structure of the Book of Revelation." Andrews Uni
versity Semittanj Studies 33 (1995): 245-64.
PAYNE, David F. Deuteronomy. Philadelphia: Westminster, 1985.
PELEG, Itzhak (Itzik). "Going Up and Down: A Key to Interpreting
Jacob's D ream (Gen 28,10-22)." Zeitschrift für die alttestamentliche
Wissenschaft 16 (2004): 1-11.
PERDUE, Leo G. The Collapse of History: Reconstructing Old Testament
Theology. Overtures to Biblical Theology. Minneapolis: Fortress, 1994.
PEROWNE, J. J. Stewart. The Book of Psalms: A New Translation with
Introductions and Notes Explanatory and Critical. 2 vols. Grand Ra
pids: Zondervan, 1976.
PETERSEN, D avid L. Haggai and Zechariah 1-8: A Commentary. Phila
delphia: Westminster, 1984.
_ _________. "Zechariah." The HarperCollins Bible Commentary. Edited
by Jam es Luther Mays/San Francisco: Harper San Francisco, 2000.
677-86.
PETERSEN, David L , and Mark Woodward. "Northwest Semitic
Religion: A Study of Relational Structures." Ugarit-Forschungen 9
(1977): 233-48.
PROPP, W illiam H enry. "E d en Sketches." In The Hebrew Bible and Its
Interpreters, ed. W illiam Henry Propp, Baruch Halpern, and Da
vid Noel Freedm an, 189-203. Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 1990.
PULEY, Steven R. "T h e Qinah Concerning the King of Tyre." M. Div.
thesis, Grace Theological Seminary, 1982,
PURKISER, W. T. "P sa lm s." Beacon Bible Commentary. Kansas City:
Beacon Hill, 1967. 3:125-452.
QUIRKE, Stephen. "Ju d gm ent of the Dead." The Oxford Encyclopedia
of Ancient Egypt. O xford: Oxford University Press, 2001.2:211-214.
__________, ed. The Tem ple in Ancient Egypt: New Discoveries and Re
cent Research. London: British Museum Press, 1997.
RAABE, P. R. "D a n ie l 7: Its Structure and Role in the Book." Hebrew
Annual R eview 9 (1985): 267-75.
READ, W alter E. "Fu rth er Observations on s9a4d(aq." Andrews Uni
versity Sem inary Studies 4 (1966): 29-36.
REDDITT, Paul L. "D aniel 9: Its Structure and Meaning." The Catho
lic Biblical Q uarterly 62 (2000): 236-49.
__________ ■H aggai, Zechariah and Malachi: Based on the Revised Stan
dard Version. N ew Century Bible Commentary. London: M. Picke
ring, 1995.
__________ . "Zerubbabel, Joshua, and the Night Visions of Zecha
riah." Catholic Biblical Quarterly 54: (1992): 249-59.
REDPATH, H enry A. The Book of the Prophet Ezekiel. Westminster
Com m entaries 19. New York: Edwin S. Gorham, 1907.
REID, George. "Salvation and the Sanctuary." Journal of the Adventist
Theological Society 3, no. 1 (1992): 97-104.
REIMER, D avid, "pns." New International Dictionary of Old Testament
Theology and Exegesis. Edited by Willem A. VanGemeren. Grand
{ Rapids: Zondervan, 1997.3:744-69.
REIMER, Steve. "Th e Tower of Babel: An Archaeologically Informed
Reinterpretation." Direction 25 (1996): 64-72.
REISMAN, D aniel David. "Two Neo-Sumerian Royal Hymns."
Ph.D. diss., University of Pennsylvania, 1969.
REITERER, F. W . "Dti sem." Theologisches Wörterbuch zumalten Testa
ment. Stuttgart: W. Kohlhammer, 1973-1997.10:122-74.
.c\_
500 B ïbuografia
SHEMESH, Yael. "Lies by Prophets and Other Lies in the H ebrew Bi
ble." The Journal of the Ancient Near Eastern Society 29 (2002): 49-70.
SHORTER, Alan W. The Egyptian Gods: A Handbook. London: K. Paul,
Trench, Trubner and Company and Co., 1937.
SILVA, Moisés. Biblical Words and Their M eaning: An Introduction to
Lexical Semantics. Rev. and expanded ed. Grand Rapids, M I: Zon-
dervan, 1994.
SIMON, Uriel. Jonah: The Traditional H ebrew Text w ith the N ew JPS
Translation. Translated by Lenn J. Schram m JP S Bible C om m en
tary. Philadelphia: Jewish Publication Society, 1999.
SIMPSON, Cuthbert A. "The Book of G en esis." The Interpreter's Bible.
Edited by George Arthur Buttrick. N ashville: A bingdon, 1952.
1:437-829.
SIMUNDSON, Daniel J. "The Book of M ica h ." The N ew Interpreter's
Bible. Edited by Leander E. Keck. N ash ville: A bingdon, 1994.
7:531-89.
SINGER, Itamar. Hittite Prayers. W ritings fro m the A ncient W orld 11.
Atlanta, GA: Society of Biblical Literature, 2002.
SJÖBERG, Âke W. Der Mondgott N anna-Suen in der Sum erischen Über
lieferung, vol. 1. Stockholm: A lm quist and W ik sell, I960.
__________. "Nungal in the Ekur." A rchiv fü r O rientforschung 24
(1973): 19-46.
SJÖBERG, Ãke W., and E. Bergm ann. The C ollection o f the Sum erian
Temple Hymns. Texts from Cuneiform S o u rces 3. Locu st Valley,
NY: J. J. Augustin, 1969.
SKA, Jean Louis. "Le repas de Ex 24,11." B iblica 74 (1993): 305-27.
__________. "La structure du pentateuque dan s sa form e can oniqu e."
Zeitschrift fü r die alttestamentliche W issenschaft 113 (2001): 331-352.
SKINNER, John. The Book o f E zekiel The E xp o sito r's B ible, vòl. 13.
New York: Armstrong and Son, 1908.
__________ . A Critical and Exegetical C om m entary on G enesis. 2nd ed.
The International Critical Com m entary. E d in bu rgh : T . and T.
Clark, 1930.
SLOTKÍ, I. W. Isaiah: Hebrew Text and English Translation. London:
Soncino, 1949.
filBLlOCRAFlA ....................................... DO/
I
514 B ibuocrafja
WEVERS, John W., ed. Ezekiel. The New Century Bible. London:
Thomas Nelson, 1969.
WHEELER, Samuel Billings. "Prayer and Temple in the Dedication
Speech of Solomon, I Kings 8:14-61." Ph.D. diss., Columbia Uni
versity, 1977,
WHITELOCKE, L. T. "The RIB-Pattern and the Concept of Judgment
in the Book of Psalms." Ph.D. diss., Boston University Graduate
School, 1968.
WHYBRAY, R.N. Isaiah 40-66. New Century Bible. London: Oli-
phants, 1975.
WICKES, William, and Aron Dotan. Tivo Treatises on the Accentuation
of the Old Testament: n"DK 'BUB on Psalms, Proverbs, and Job; D*nsD
on the Twenty-One Prose Books. New York: KTAV Pubiblishing
House, 1970.
WIDENGREN, Geo. The Ascension of the Apostle and the Heavenly Book
(King and Saviour III). Uppsala: Lundequistska Bokhandeln, 1950.
__________ . "Aspetti Simbolici dei Templi e Luoghi di Culto del Vi-
cino Oriente Antico." Numen 7 (1960): 1-25.
__________ . "Myth and History in Israelite-Jewish Thought." In Phi-
losophy, Religious Studies, and M yth, 379-407. New York: Garland
Pub, 1996.
WIDYAPRANAWA, S. H. The Lord Is Savior: Faith in National Crisis: A
Commentary on the Book of Isaiah 1-39. Grand Rapids: Eerdmans, 1990.
WILCOCK, Michael. The Message of Psalms 1-72: Songs for the People of
God. The Bible Speaks Today. Downers Grove, IL: Inter-Varsity, 2001.
WILCOX, Max. "'According to the Pattern (tbnyt) . . . Exodus
25,40 in the New Testament and Early Jew ish Thought." Revue de
Qumran 13 (1988): 647-56. ,r
WILDBERGER, Hans. Isaiah 1-12: A Commentary. Translated by Thoj
mas H. Trapp. Continental Commentaries. Minneapolis: Fortress, #
1991.
__________ . Isaiah 13-27: A Commentary. Continental Commentaries.
Minneapolis: Fortress, 1991.
WILLIAMSON, H. G. M. Ezra, Nehemiah. Word Biblical Commentary
16. Waco, TX: Word Books, 1985.
B lB U O G R A F lA ................................................... ............................................ O U
__________ . Das Erste Buch der Könige: Kapitel 1-16. Das Alte Testa
ment Deutsch 11/1. Göttingen: Vandenhoeck und Ruprecht, 1977.
WYATT, N. "The Liturgical C ontext of Psalm 19 and its M ythical
and Liturgical O rigins." Ugarit-Forschungen 27 (1995): 559-96.
__________ . "The Religion of Ugarit: An Overview ." In Handbook of
Ugaritic Studies, ed. W ilfried G. E. W atson and Nicolas Wyatt, 529-
685. Leiden: Brill, 1999.
__________ , trans. Religious Texts from Ugarit. 2nd ed. Biblical Semi
nar 53. London: Sheffield A cadem ic, 2002.
__________ . "The Source of the U garitic M yth of the Conflict of Ba'al
and Yam." Ugarit-Forschungen 20 (1988): 375-85.
__________ . Space and Time in the Religious Life of the Near East. The
Biblical Seminar 85. Sheffield: Sheffield Academ ic, 2001.
__________ . "W here Did Jacob D ream His D ream ?" Scandinavian
Journal of the Old Testament Theology 2, no. 2 (1990): 44-57.
YARON, Kalman. "T h e Dirge over the King of Tyre." In Annual o f the
Swedish Theological Institute, 3:28-56. Leiden: Brill, 1964.
YEE, Gale A. "Th e Book of H osea." The New Interpreter's Bible. Edited
by Leander E. Keck. N ashville: Abingdon, 1994. 7:195-297.
YEIVIN, Israel. Introduction to the Tiberian Masorah. Masoretic Studies
5. Missoula, M T: Society of Biblical Literature and International
Organization for Masoretic Studies, 1980.
YON, Margerite. "Sanctuaires d'O ugarit." In Temples et Sanctuaires:
Seminaire de Recherche sous la Direction de G. Roux, 37-50: Lyon: GIS
-Maison de l'Orient, 1984.
YOUNG, Edward. The Book of Isaiah. 3 vols. The New International Com
mentary on the Old Testament 23. Grand Rapids: Eerdmans, 1965.
YOUNGBLOOD, Ronald F. The Book of Genesis: An Introductory Com
mentary. 2nd ed. Grand Rapids: Baker, 1991.
ZEVIT, Ziony. "The Exegetical Implications of Daniel V III1, IX 21."
Vetus Testamentum 28 (1978): 488-91.
ZIMMER, Robert G. "The Temple of God." Journal of the Evangelical
Theological Society 18 (1975): 41-46.
ZIMMERLI, Walther. Ezekiel 1: A Commentary on the Book of the Pro
phet Ezekiel. Translated by R. E. Clements. Hermeneia. Philadel
phia: Fortress, 1979.
N“______ __ _____
Biblioteca Judith A. Thomas
Anrt