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Divisão-Sul-Americana
Edição revisada e adaptada pela
Divisão-Sul-Americana
Título do original em inglês:
Seventh-day Adventist Elder’s Handbook
Direitos de tradução e publicação em
língua portuguesa reservados à
Casa Publicadora Brasileira
Rodovia SP 127 – km 106
Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP
Tel.: (15) 3205-8800 – Fax: (15) 3205-8900
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Prefácio...................................................................................................................... 8
Capítulo 1
A Igreja e sua Organização ..................................................................................... 9
Propósito da Igreja............................................................................................ 9
Organização da Igreja ................................................................................... 15
Importância do Ancião da Igreja .................................................................. 19
Capítulo 2
Chamado e Qualificações do Ancião................................................................... 23
Chamado e Eleição......................................................................................... 23
Descrição do Trabalho ................................................................................... 24
Qualificações................................................................................................... 27
Ordenação....................................................................................................... 33
Capítulo 3
O Ancião Como Líder da Igreja ........................................................................... 37
A Equipe Pastor-Ancião................................................................................. 37
Planejamento da Igreja................................................................................... 43
Eleições da Igreja ............................................................................................ 47
Estilos de Liderança........................................................................................ 49
Comissões ........................................................................................................ 53
Normas e Disciplina da Igreja ........................................................................57
Relacionamento com a Associação/Missão................................................. 61
Capítulo 4
O Ancião Como Esteio dos Outros Líderes Locais ........................................... 64
Apoiar o Secretário da Igreja ........................................................................ 64
Apoiar os Diáconos e as Diaconisas da Igreja.............................................. 66
Apoiar o Tesoureiro da Igreja........................................................................ 67
Apoiar os Ministérios da Igreja ..................................................................... 68
Apoiar o Departamento de Comunicação ....................................................74
Apoiar a Educação Cristã .............................................................................. 75
Apoiar a Saúde e Temperança ...................................................................... 76
Apoiar o Ministério da Literatura................................................................. 77
Capítulo 5
O Ancião e o Crescimento da Igreja .................................................................... 78
Crescimento da Igreja Mundial .................................................................... 78
Crescimento da Igreja Local.......................................................................... 79
Recuperando Membros Afastados ................................................................ 86
Conservando os Novos Membros.................................................................. 89
Capítulo 6
O Ancião e o Ânimo da Igreja .............................................................................. 94
Visitação .......................................................................................................... 94
Aconselhamento Pessoal ................................................................................ 98
Ministério de Pequenos Grupos ...................................................................101
Ministério da Oração ................................................................................... 105
Atividades Sociais ......................................................................................... 109
Capítulo 7
O Ancião e o Culto ...............................................................................................110
Objetivo do Culto ..........................................................................................110
O Culto Coletivo é um Encontro de Todos com Deus...............................112
Partes do Culto...............................................................................................114
Ordem do Culto.............................................................................................118
Pregação .........................................................................................................121
Capítulo 8
O Ancião e as Cerimônias Especiais .................................................................. 125
Batismo .......................................................................................................... 125
Dedicação de Crianças ................................................................................ 129
Dedicação da Igreja...................................................................................... 132
Santa Ceia ..................................................................................................... 134
Lançamento da Pedra Fundamental .......................................................... 140
Bênção Para o Lar ........................................................................................ 142
Funerais ......................................................................................................... 144
Recepção em um Novo Distrito ...................................................................147
Oração Pelos Enfermos ................................................................................ 150
Casamento..................................................................................................... 153
Conclusão
........................................................................................................................ 155
Informações Gerais
A publicação de um Guia Para Anciãos tornou-se necessária há
muito tempo. Até recentemente, havia alguma incerteza no tocante
à entidade da Associação Geral que era responsável por treinar e
encorajar os anciãos das nossas igrejas. No entanto, em 1990, esse
privilégio foi outorgado à Associação Ministerial, a qual tomou
então a iniciativa de preparar este livro.
Que é a Igreja?
A Bíblia usa muitas figuras para representar a Igreja: nação santa,
povo da aliança, corpo de Cristo, família de Deus, família da fé, noiva de
Cristo, sacerdócio real. A igreja local é chamada de congregação, reu-
nião ou assembléia. Que significa tudo isso? Que é realmente a Igreja?
Quatro conceitos:
1. A igreja é um grupo de cristãos. A igreja é um organismo ao
qual Cristo dá vida espiritual. Por isso não pode ser definida meramente
em termos humanos. Contudo, é muito importante ver a igreja centrali-
zada em Cristo e voltada para as pessoas. Ela não existe para seu próprio
bem como uma instituição, mas para o bem de seu povo.
A palavra “igreja” é algumas vezes usada para designar um grupo
de pessoas chamadas para fora, separadas. Embora seja verdade que os
cristãos são chamados para separar-se do mundo, eles são chamados
para estarem juntos. O cristianismo é uma religião de relacionamento.
Não pode ser plenamente compreendido no isolamento.
Para ser preciso, aqui a igreja não é um edifício onde se reúne um
grupo de pessoas, mas um grupo de pessoas que se reúne num edifício.
Há um perigo sutil em adorar em uma linda igreja, pois pode-se pressu-
por equivocadamente que a condição do edifício reflete com exatidão a
condição da igreja.
Historiadores eclesiásticos acreditam que pode ter havido cerca de
cinco milhões de pessoas convertidas ao cristianismo durante o pri-
meiro século. Mas, nesse período, quando a Igreja estava em seu auge
espiritual, não há menção de edifícios de igreja. Por outro lado, duran-
te o período de trevas espirituais na história da Igreja, ela edificou seus
edifícios mais suntuosos. A igreja deve ser avaliada pela espiritualidade
de seu povo, não pela magnificência de seus edifícios.
A Igreja não deve nem mesmo concentrar-se na doutrina, com ex-
clusão das pessoas. Ela não existe por causa de suas doutrinas, mas por
causa de seu povo. Cada doutrina deve ser defendida, não somente com
11
Guia para Anciãos
bem em sua igreja, ela não é cristã, seja qual for a doutrina que ensine.
Pois os pecadores sempre se sentiam bem na companhia de Cristo.
Seria proveitoso que pessoas não adventistas ou cristãs freqüen-
tassem sua igreja? Elas compreenderiam o que é dito ali? Aqueles
que promovem um estilo de vida adventista poderiam causar-lhes
algum embaraço ou desencorajá-las? Como ancião e líder da igreja,
coloque-se, de vez em quando, em lugar de quem não é membro e
está visitando sua igreja pela primeira vez. Há algo que realmente
faça com que você deseje voltar?
Cada membro da igreja deve ser um ministro. “De sorte que so-
mos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por
nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos recon-
cilieis com Deus.” II Cor. 5:20.
Cada membro da igreja, ao receber o Espírito Santo, recebe um dom
espiritual para ser usado no ministério da conquista de almas. “A uns esta-
beleceu Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profe-
tas, em terceiro lugar mestres, depois operadores de milagres, depois dons
de curar, socorros, governos, variedades de línguas.” I Cor. 12:28.
4. A igreja é um lugar de cura para pessoas feridas. A
enfermaria do pronto-socorro de um hospital continha o seguinte
cartaz afi xado na parede: “A dor termina aqui.” Que boa notícia
para os feridos e gravemente enfermos! Os hospitais acabam com a
dor. Em muitos países, os hospitais são locais dispendiosos para se ir,
mas as pessoas continuam indo até lá assim mesmo, pois ninguém
deixa de ir aonde é detida a sua dor.
Que bênção seria se toda igreja adventista do sétimo dia pudesse
colocar honestamente no púlpito um cartaz com os dizeres: “A dor
termina aqui.” As pessoas viriam aos montes a um lugar que detives-
se sua dor espiritual.
Há muitas definições para membros apostatados ou inativos. Al-
guns os têm na conta de mundanos, infiéis ou desertores. No entanto,
o membro apostatado ou inativo talvez seja simplesmente alguém
cuja dor a igreja não conseguiu sanar.
Que é a igreja? Nenhuma outra ilustração retrata melhor o seu
propósito do que a das manadas africanas que se reúnem num gran-
de círculo, com os chifres apontados para fora, quando um leão está
à espreita. Dentro do grande círculo há um círculo menor. E nesse
círculo estão os animais velhos e os novos, os doentes e os fracos
– exatamente os que o leão procura. Se, porém, o círculo permanece
unido e intacto, é inexpugnável. O leão vai continuar faminto.
14
A Igreja e sua Organização
ORGANIZAÇÃO DA IGREJA
A organização é necessária, não apenas porque Deus a ordenou, mas
porque a Igreja recebeu uma tarefa de tão enormes proporções que a or-
ganização se torna necessária para que as coisas funcionem. Uma empresa
que não tenha organização irá à falência. Um governo sem organização
provocará o caos. Mas, que tipo de organização a Igreja deve ter?
Modelos bíblicos
Note três modelos bíblicos de organização da Igreja:
1. Modelo de Israel. A organização de Israel era precisa e detalha-
da. Em sua marcha através do deserto, eles iam em “exércitos”
(Núm. 10:28). Foram divididos em doze tribos, com um príncipe
sobre cada uma, e posteriormente em grupos de mil, cem, cin-
qüenta e dez (Deut. 1:15; Êxo. 18:21 e 22). Cada tribo tinha sua
posição determinada, tanto no acampamento como na marcha.
2. Modelo do corpo. Um dos modelos mais vívidos e úteis de ordem
e união orgânica na igreja provém da ilustração de Paulo, mui-
tas vezes repetida, de que a igreja se assemelha a um corpo.
O corpo humano tem cabeça, braços, pernas e tronco, bem
como partes internas vitais (I Cor. 12:12-28). Embora essas
partes variem consideravelmente no aspecto, posição e fun-
ção, cada uma delas é essencial. Todo o corpo depende de que
cada parte desempenhe sua tarefa.
Paulo diz que a igreja, o corpo de Cristo, funciona da mes-
ma maneira. Os membros, oriundos de numerosas e diversas
formações raciais e sociais, são muito diferentes uns dos outros.
Mas todos fazem parte de um só corpo. “Pois, em um só Es-
pírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus,
quer gregos, quer escravos, quer livres.” I Cor. 12:13.
Quando passa a fazer parte do corpo, cada membro
deve desempenhar uma função específica. O Espírito Santo
chama cada um para um ministério peculiar na igreja. Cada
15
Guia para Anciãos
Instituições
O perfil da organização da Igreja Adventista do Sétimo Dia ficará in-
completo se não forem mencionadas as instituições da Igreja. Desde o seu
início, a estrutura denominacional incluiu instituições educacionais, médi-
cas, de publicações e outras, organizadas separadamente, destinadas a de-
sempenhar uma parte significativa no cumprimento da missão da Igreja.
Autoridade da Associação Geral. A Associação Geral, em assembléia,
e sua comissão executiva, entre as assembléias, é a organização mais
elevada na administração da obra da Igreja no mundo inteiro. Ellen
G. White aconselhou:
As Escrituras nos lembram de tais líderes dinâmicos como Moisés, Elias, Da-
niel, Pedro e Paulo. Contudo, é um erro pensar que esses “nomes de destaque”
eram os únicos líderes atuando na Igreja. Ao longo das Escrituras, vê-se que
havia outros níveis de liderança atuando; e, embora muitas vezes esquecidos,
contribuíram em grande medida para o desenvolvimento da Igreja.
O próximo nível de liderança foi provido pelos anciãos nas congrega-
ções locais. O termo “ancião” (ou bispo ou presbítero) é usado 194 vezes
na Bíblia, e geralmente se refere a uma posição de liderança na igreja
local. É usado com mais freqüência no Antigo Testamento do que no
Novo. Servindo fielmente em suas sinagogas e entre suas comunidades
cristãs espalhadas pelo mundo, esses anciãos, trabalhando diretamente
com o povo, mantinham a Igreja de Deus unida e contribuíram para
manter viva sua missão no mundo.
eclesiástico. A Igreja Adventista do Sétimo Dia ainda luta para superar essa
tradição medieval, buscando restaurar o conceito bíblico de que todos os
crentes são ministros (Efés. 4:11 e 12). Os membros em geral e os anciãos
em particular precisam ter uma visão mais ampla de sua importância e
responsabilidade na igreja e sua obra.
História dos anciãos adventistas. O trabalho do ancião local evoluiu
gradativa e continuamente durante a breve história da Igreja Adven-
tista do Sétimo Dia. A Enciclopédia Adventista traça a evolução do ancião
adventista: as primeiras igrejas adventistas parecem haver eleito diáco-
nos, mas não anciãos. Em 1854 e 1855, José Bates e J. B. Frisbie escre-
veram sobre dois tipos de líderes principais da Igreja: os que viajavam
de igreja em igreja e os que tinham o cuidado pastoral de uma igreja.
Em 1861, J. N. Loughborough, Moses Hull e M. E. Cornell foram
indicados para estudar o modelo bíblico de organização da Igreja. Eles
chegaram à conclusão de que a eleição e a ordenação de anciãos e de
diáconos, nas igrejas locais, estavam claramente prescritas.
Em 1874, G. I. Butler escreveu que o cargo de ancião era reconhe-
cido como o principal cargo na igreja. Os poderes dos anciãos eram,
porém, limitados, já que o corpo da igreja era a autoridade decisiva.
Por volta de 1875, a Igreja concordou em que os anciãos deviam visi-
tar os membros, buscar os errantes, batizar e realizar os ritos na ausência
do evangelista, e também convocar reuniões administrativas.
O Manual da Igreja estipula: “Na obra e organização da igreja, se não foi
provido um pastor pela Associação/Missão, o cargo de ancião destaca-se
como o mais elevado e o mais importante.” (Manual da Igreja, pág. 49).
A Associação Ministerial assumiu a responsabilidade de apoiar e ca-
pacitar os anciãos locais e suas respectivas esposas. O objetivo é que pas-
tores e anciãos formem uma equipe forte, dedicada e missionária. Assim
eles poderão prover a liderança espiritual que nossas igrejas necessitam.
A Divisão Sul-Americana publica uma revista exclusiva para os
anciãos a cada trimestre, a Revista do Ancião. Essa revista traz orienta-
ções sobre liderança e procedimentos eclesiásticos; esclarece questões
doutrinárias relevantes, além de conter sermões e outras matérias e
artigos destinados aos anciãos.
A Igreja depende dos anciãos. Aos sábados, a maior parte dos púlpitos ad-
ventistas é ocupada por anciãos. Há regiões na América do Sul em que um
pastor atende a dezenas de congregações. Nos grandes centros urbanos essa
proporção é bem menor, mas ainda assim, há poucos pastores para atender
o elevado número de igrejas em nosso território. Devido a essa realidade, os
anciãos assumem importância vital para o atendimento a essas igrejas.
22
Capítulo
Chamado e Qualificações
2
do Ancião
CHAMADO E ELEIÇÃO
Todo membro da Igreja de Deus é chamado para algum ministério.
Todos são parte de um sacerdócio de crentes chamados do mundo para
ministrar por Cristo. Este ministério sacerdotal serve tanto a pessoas de
dentro como de fora da Igreja. Os anciãos, assim como todos os mem-
bros do corpo de Cristo, são divinamente chamados para o seu ministé-
rio. Na verdade, há duas fontes para a designação de anciãos: 1) eles são
chamados por Deus, e 2) são eleitos por sua congregação.
DESCRIÇÃO DO TRABALHO
Embora se devam considerar as enormes diferenças culturais, regio-
nais e também pessoais, podemos afirmar que a descrição do trabalho do
ancião é determinada por cinco fatores: 1) o tamanho da congregação, 2)
a disponibilidade do pastor, 3) o plano do pastor para envolver os anciãos,
4) os dons do ancião e 5) a disposição do ancião para trabalhar.
Inicialmente, sugeriremos algumas áreas da descrição do trabalho
comuns a quase todos os anciãos; então focalizaremos a descrição do
trabalho numa igreja pequena; e por fim numa igreja grande.
QUALIFICAÇÕES
São esperadas certas qualificações de caráter dos anciãos:
Dedicação a Cristo
A espiritualidade precisa ter uma dimensão particular antes que possa
exercer uma influência pública. Não ouse esperar conduzir além do que
você foi conduzido. Um segredo significativo do sucesso dos apóstolos foi
serem capazes de dizer em sua própria vida: “O que temos visto e ouvido
anunciamos também a vós outros, para que vós igualmente mantenhais
comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho
Jesus Cristo.” I João 1:3.
Entrega total. Dar a outros o que você não possui é uma tarefa frus-
trante e impossível. “Não vos será possível influenciar os outros a se trans-
27
Guia para Anciãos
outros sejam, crer no que esperam que seus membros creiam, e amar
a Cristo da forma que desejam que eles amem. Os anciãos devem ser
capazes de dizer como Paulo: “Sede meus imitadores, como também
eu sou de Cristo.” I Cor. 11:1.
Os anciãos são escolhidos e ordenados numa congregação, não
apenas com o objetivo de realizar o trabalho da igreja, mas para re-
velar o caráter de Cristo. São a personificação do cristianismo. Não
são perfeitos, mas devem, assim como Cristo, ser pessoas de princí-
pios. O que as pessoas pensam de Cristo provavelmente não depende
tanto do que Seus representantes dizem sobre Ele, mas do que elas
pensam a respeito deles enquanto dizem isto.
A Bíblia estabelece elevados padrões de vida para os anciãos da igreja.
Quando Moisés foi aconselhado a escolher anciãos, estes deveriam ser “te-
mentes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza” (Êxo. 18:21).
Paulo traça os atributos de caráter que deviam ser demonstrados
na vida dos anciãos na Igreja Cristã primitiva:
“É indispensável que o bispo [ancião] seja irrepreensível, marido
de uma só mulher, que tenha fi lhos crentes que não são acusados de
dissolução, nem são insubordinados. … Não arrogante, não irascível,
não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância,
antes hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha
domínio de si, apegado à palavra fiel que é segundo a doutrina, de
modo que tenha poder, assim para exortar pelo reto ensino como
para convencer os que contradizem.” Tito 1:6-9.
Ellen G. White enfatiza:
“Os que são designados para guardar os interesses espirituais da igre-
ja devem ser cuidadosos em dar o exemplo devido, não dando ocasião a
invejas, ciúmes ou suspeitas, manifestando sempre aquele mesmo espíri-
to de amor, respeito e cortesia que desejam incentivar em seus irmãos.”
– Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 82.
Dar o devido exemplo certamente inclui o seguinte:
Defender a doutrina da Igreja. “Tu, porém, fala o que convém à sã
doutrina.” Tito 2:1. Nunca mine a fé daqueles a quem você conduz, divul-
gando seus questionamentos e dúvidas. Discuta essas coisas com seu pas-
tor e outros líderes de confiança. Os anciãos são escolhidos para amparar
a igreja. Seus ensinos, portanto, precisam estar baseados na sã doutrina,
centralizada em Cristo.
Manter forte relacionamento familiar. A Bíblia sugere que
uma forma de saber se as pessoas serão ou não bons anciãos é olhar
para o tipo de relacionamento que mantêm com sua própria família.
29
Guia para Anciãos
O ancião deve ser alguém “que governe bem a sua própria casa, criando
os filhos sob disciplina, com todo respeito (pois se alguém não sabe gover-
nar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)” (I Tim. 3:4 e 5).
Como ancião da igreja, você pertence a duas famílias: à sua própria
família e à família da igreja. A Bíblia dá a entender que se você apren-
deu a conduzir sua própria família de tal forma que desfrutam de um
relacionamento íntimo e feliz com você e com Deus, então terá maiores
possibilidades de receber a mesma resposta da família da igreja.
Ellen G. White acrescenta:
“A maior prova do poder do cristianismo que se pode apresen-
tar ao mundo, é uma família bem ordenada, bem disciplinada. Isso
recomendará a verdade como nenhuma outra coisa o poderá fazer,
pois é uma testemunha viva de seu virtual poder sobre o coração.”
– O Lar Adventista, pág. 32.
Ser moralmente puro. “Torna-te padrão dos fiéis … na pure-
za” (I Tim. 4:12). Evite a indiscrição sexual, 1) amando sua esposa, 2)
estando atento à sua vulnerabilidade, 3) precavendo-se ao aconselhar
alguém do sexo oposto, especialmente em assuntos íntimos, e 4) sen-
do espiritualmente forte. Encare o adultério como um pecado, não
apenas contra si mesmo e sua família, mas contra seu Deus.
Superar o preconceito racial. O racismo e o preconceito são
pecaminosos. O amor cristão derruba as barreiras que separam as
pessoas. “Dessarte não pode haver judeu nem grego; nem escravo
nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em
Cristo Jesus.” Gál. 3:28. Se Jesus é seu irmão e meu irmão, então
você e eu somos membros da mesma família; a cor, classe social, lín-
gua ou nacionalidade são irrelevantes.
Ser um doador exemplar. Como fiel dizimista e doador de
ofertas, você pode fazer muito para estimular os membros da igreja a
serem bons mordomos. Um membro que não devolve um dízimo fiel
não deve ser eleito como ancião. Não peça que o povo se sacrifique
mais pela igreja do que você costuma fazer proporcionalmente.
Admitir os próprios erros. Para Deus, o único “pecado imper-
doável” é o pecado não confessado. Para a congregação, o erro mais
imperdoável cometido por um ancião, provavelmente é aquele de que
todos têm conhecimento, mas não é admitido por ele. Deus perdoa
generosamente os pecados que confessamos. As congregações geral-
mente perdoam os erros que admitimos. Seja um exemplo cristão
para os membros, mas lembre-se de que o primeiro passo no cristia-
nismo é admitir seus próprios erros.
30
Chamado e Qualificações do Ancião
ORDENAÇÃO
Propósito da ordenação
O antecedente bíblico para o rito da ordenação indica que “era
uma forma reconhecida de designação para um cargo específico, bem
como da autoridade da pessoa no mesmo” (Atos dos Apóstolos, pág. 162).
À medida que a Igreja do Novo Testamento se expandia, pessoas eram
selecionadas para diferentes tipos de liderança. Além da designação e or-
denação dos doze apóstolos para sua função única e exclusiva (Mar.
3:13 e 14; O Desejado de Todas as Nações, pág. 296), as Escrituras distin-
guem três categorias de oficiais ordenados: 1. O ministro do evange-
lho era chamado para pregar, ensinar, administrar as ordenanças e
prover atenção pastoral aos membros (I Tim. 4:14; II Tim. 4:1-5).
2. Os anciãos eram chamados para liderar e ministrar em congre-
gações locais. Eles eram supervisores de todas as atividades de suas
igrejas, desempenhando também funções pastorais (Atos 14:23; 20:17;
Tito 1:5 e 9; I Tim. 3:2 e 5). 3. Os diáconos eram chamados para
cuidar das necessidades físicas da igreja e de seus membros, lideran-
do especialmente a obra de beneficência praticada pela congregação
(Filip. 1:1; Atos 6:1-6; I Tim. 3:2 e 5).
Os indivíduos, em cada uma dessas três categorias, eram separa-
dos para seu ministério especial em prol da igreja pelo rito da ordena-
ção. A Igreja Adventista do Sétimo Dia segue a mesma prática hoje.
A ordenação do ancião é um reconhecimento público:
• Do chamado de Deus para esse ministério específico.
• Da capacitação de Deus, conferida à pessoa, para esse mi-
nistério, ao prover os dons espirituais necessários.
• Do reconhecimento e aprovação da congregação ao cha-
mado de Deus, e uma expressão de sua disposição para se-
guir a liderança dessa pessoa.
Embora a ordenação não outorgue poderes especiais àquele que a rece-
be, impõe uma solene responsabilidade. Aceitar a ordenação significa que,
num sentido muito especial, você já não pertence a si mesmo, mas pertence
a Deus. Por isso, a ordenação não deve ser aceita levianamente.
33
Guia para Anciãos
A cerimônia de ordenação
Embora a cerimônia de ordenação seja sagrada e especial, ela
também deve ser mantida simples. A cerimônia é realizada por um
ministro ordenado, normalmente com a credencial da Associação/
Missão local, preferivelmente o pastor da congregação. Os ministros
ordenados e os anciãos da congregação podem auxiliar. A ordenação
é realizada na presença da congregação à qual o ancião serve.
No devido tempo, normalmente durante o culto do sábado de
manhã, o candidato é convidado para vir ao púlpito, onde o ministro
faz um breve resumo das qualificações e do trabalho do ancião. Os
participantes se ajoelham enquanto o ministro ora para que Deus
aprove o reconhecimento da igreja de que o Espírito Santo chamou o
candidato para esse cargo. Durante a oração, o ministro que preside
a cerimônia põe a mão sobre a cabeça do candidato. Os ministros e
anciãos assistentes podem proceder da mesma maneira.
Após a oração, os participantes proferem palavras de bênção e
encorajamento para o candidato. Uma bonita atitude é convidar o
ordenado a permanecer na plataforma durante o restante do culto,
indicando sua nova posição de liderança.
34
Chamado e Qualificações do Ancião
Autoridade transmitida
Ser eleito e ordenado como ancião não se destina à transmissão de
status, nem implica em uma posição elevada na congregação. O solo ao
redor da cruz é plano. A ordenação legitima a liderança de servo.
Os anciãos são autorizados por sua congregação a serem supervi-
sores (I Tim. 5:17). Desta forma a Associação/Missão os reconhece
como líderes principais na igreja local.
Os anciãos podem oficiar na Santa Ceia. Podem realizar cerimô-
nias fúnebres. Podem solicitar que a Associação/Missão providencie
a realização do rito do batismo. Normalmente será enviado um mi-
nistro, embora os anciãos possam, algumas vezes, receber autoriza-
ção para ministrar o rito. Os anciãos não podem realizar a cerimô-
nia nupcial, embora possam auxiliar em algumas partes. Tudo isto
somente deve ser feito em cooperação com o pastor da igreja, que
normalmente realiza essas cerimônias, quando presente. O Manual
da Igreja estipula procedimentos para a realização dessas cerimônias
e o Guia Para Ministros fornece detalhes adicionais. É importante res-
saltar que as atribuições de um ancião se restringem à igreja local em
que foi eleito para atuar como tal.
A ordenação tem caráter permanente. Será reconhecida por toda
a vida dos anciãos, a menos que se desqualifiquem pela apostasia ou
por um comportamento impróprio que a invalide. Eles não precisam
ser ordenados novamente quando aceitam a mesma posição na mes-
ma igreja ou em outra. Se posteriormente forem eleitos como diáco-
nos, podem atuar nesse cargo sem serem ordenados outra vez.
Autoridade limitada
A autoridade dos anciãos é limitada pelo processo de eleição da igreja.
Eles atuam como anciãos apenas enquanto a igreja os eleja para o cargo.
É importante compreender como o cargo de ancião é propositada-
mente centralizado na igreja local: 1. Apenas a igreja local pode eleger
anciãos. As Associações/Missões não o podem. 2. Normalmente, são or-
denados pelo pastor da igreja local. 3. Devem ser ordenados na presença
da congregação local a que irão servir. 4. Sua ordenação os autoriza a
servir apenas na igreja que os elege, embora em algumas circunstâncias
possam servir em mais de uma igreja, se outra igreja os elegerem com
a recomendação da comissão diretiva da Associação/Missão, conforme
estabelece o Manual da Igreja, pág. 51.
A autoridade dos anciãos é limitada por suas obrigações para
com seu pastor, para com a comissão da igreja e para com a reunião
35
Guia para Anciãos
Credencial ou certificado
A Divisão Sul-Americana recomenda que não sejam emitidas
credenciais ou certificados de ordenação para anciãos.
36
Capítulo
O Ancião Como
3
Líder da Igreja
A EQUIPE PASTOR-ANCIÃO
Pastores e anciãos são parceiros no ministério. Cada um deles
deve ser capaz de dizer do outro, assim como Paulo disse de seus
associados: “Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós,
fazendo sempre, com alegria, súplicas por todos vós, em todas as mi-
nhas orações, pela vossa cooperação no evangelho, desde o primeiro
dia até agora.” Filip. 1:3-5.
Os pastores da igreja devem ser os líderes da equipe. Eles prestam
ajuda e orientação espirituais à igreja local. Os anciãos locais são os
seus assistentes na liderança. Há significativa diferença entre os pas-
tores e os anciãos, pois os pastores são escolhidos e designados pela
Associação/Missão, devendo prestar contas a ela. Os anciãos são es-
colhidos e designados pela congregação local, e diretamente respon-
sáveis a ela. Uma semelhança significativa é que ambos são os únicos
líderes na congregação que coordenam todas as atividades da igreja.
Assim, os interesses e o trabalho do pastor e do ancião devem ser no-
tavelmente similares. Eles são parceiros especiais no ministério.
Os ministros que não foram ordenados ao ministério são nor-
malmente ordenados como anciãos locais. Se foram designados pela
Associação/Missão, têm plena autoridade como seus representantes.
Os anciãos devem ser leais à liderança desses pastores, mesmo que
não tenham recebido a ordenação ao ministério.
É imperativo que tanto os pastores como os anciãos percebam sua
parte especial nessa parceria:
A parte do pastor
Três palavras resumem a parte do pastor na equipe pastor-ancião:
1. Treinar. Além de preparar todos os membros para o seu trabalho
37
Guia para Anciãos
A parte do ancião
As quatro responsabilidades do ancião na equipe pastor-ancião incluem:
1. Encontrar tempo para trabalhar. Raramente são escolhidos
anciãos que não sejam pessoas ocupadas e bem-sucedidas. O tempo
que podem dedicar ao trabalho da igreja é limitado por suas carreiras,
famílias e saúde. Contudo, eles precisam compreender que a liderança
espiritual da igreja demanda tempo e muita dedicação. Os anciãos pro-
vavelmente não deveriam assumir esse cargo se o encaram exclusiva-
mente como uma responsabilidade das manhãs de sábado.
2. Maximizar os pontos fortes do pastor. Nenhum pastor é
bom em todas as coisas. Dois motivos:
As aptidões requeridas são muitas para uma só pessoa. As congregações
esperam que seu pastor seja: teólogo, pregador, marido e pai, administra-
dor, ganhador de almas, treinador, conselheiro, visitador, promotor, etc.
As aptidões esperadas são muito diversificadas. Na lista acima, as
primeiras aptidões tendem a requerer uma personalidade um tanto
reservada, contemplativa e introvertida. As relacionadas no meio e
no fim da lista requerem uma personalidade mais pública, gregária
e extrovertida. As aptidões são muito diversificadas para que uma só
pessoa se encaixe perfeitamente em ambos os extremos dessa série.
39
Guia para Anciãos
Nenhum pastor é bom em tudo. Por outro lado, todo pastor é bom
em alguma coisa. As igrejas e os anciãos que esperam que seus pasto-
res realizem tudo e sejam bons em todas as coisas podem obrigá-los
a gastar a maior parte de seu tempo realizando aquilo de que menos
gostam e que desempenham pior. Os anciãos deveriam cooperar com
seus pastores na identificação de seus pontos fortes e então ajudá-los a
organizar a igreja para tirar mais vantagem dessas aptidões.
3. Compensar as debilidades do pastor. Romanos 12 compa-
ra a Igreja ao corpo humano. Se uma parte do corpo falha, ele não a
rejeita. Em vez disso, compensa-a. Se os olhos não podem ver, o tato
e a audição se tornam mais aguçados, como compensação.
Infelizmente, ao enfrentar fracassos pastorais, as congregações são
mais propensas a criticar do que a compensar. A compensação pode
ser uma das funções mais naturais e significativas dos anciãos. Onde
quer que o pastor seja débil, certamente algum ancião será forte, tendo
o dom espiritual apropriado e boa vontade para compensar. Isso pro-
duz uma parceria ideal.
4. A família do pastor. O pastor e sua família precisam de anciãos
que os aceitem e os apreciem assim como são, sem temor ou orgulho
– em suma, como amigos. Deve haver algum tipo de programa, em
toda congregação, para prover um grupo de apoio para a família pasto-
ral. Esta é uma atividade da igreja que o pastor não pode liderar. É uma
responsabilidade do ancião.
Pastor do pastor. Os pastores são também ovelhas. E estas pre-
cisam às vezes ser apascentadas. Os pastores podem escolher o se-
cretário ministerial da Associação/Missão, outro pastor, ou alguém
fora da congregação como seus conselheiros e mentores espirituais.
Mas, o apoio principal sempre deve vir de sua própria comunidade
de crentes – a igreja local, liderada por seus anciãos.
Para a maioria dos pastores, não é fácil aceitar a ajuda pastoral de
pessoas que eles pastoreiam. Eles pensam: “Se eu sou um ajudador e
necessito de ajuda, que tipo de ajudador sou eu?” Mas as pesquisas
indicam que os profissionais que prestam ajuda estão mais sujeitos a
estresse, sendo portanto algumas vezes mais propensos a necessitar de
auxílio. O ancião que presta ajuda e o pastor que a aceita estão pra-
ticando boa teologia personificada. “Levai as cargas uns dos outros,
e assim cumprireis a lei de Cristo.” Gál. 6:2. Deus vem a todos nós,
incluindo os pastores, ao enviar pessoas para nos ajudar.
Como podem os anciãos pastorear seus próprios pastores?
• Aceitem sua humanidade. Os pastores apreciam o amor que lhes
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O Ancião Como Líder da Igreja
ser usados pelo Espírito Santo para promover a união, seu pastor
lhes será eternamente grato.
• Insistam num período de renovação espiritual. As baterias espiri-
tuais dos pastores podem descarregar-se. Encorajem-nos a
reservar tempo suficiente para a devoção pessoal.
• Insistam no tempo para a família e recreação. Se a vida familiar do
pastor não vai bem, a obra do pastor sofre. Se a saúde do pas-
tor não for bem cuidada, a congregação será também atendida
precariamente.
• Incentivem a provisão do aconselhamento anônimo. Os pastores e
suas respectivas famílias algumas vezes necessitam de acon-
selhamento profissional. Eles relutam em solicitar tais pri-
vilégios. A denominação, no entanto, encoraja toda Asso-
ciação/Missão a tornar disponíveis esses aconselhamentos.
Os anciãos têm grande influência junto aos líderes da As-
sociação/Missão e podem solicitar que esses serviços sejam
concedidos a seus pastores.
• Orem por eles, e deixem-nos saber disso.
• Encorajem a esposa do pastor. Pesquisas indicam que a maioria
das esposas de pastor se sente solitária. As expectativas con-
gregacionais podem ser esmagadoras. Os membros esperam
que a família do pastor seja sempre ideal e que seu lar esteja
sempre aberto. Subconscientemente, esperam que a esposa
ocupe a mesma função que a do pastor anterior. Os anciãos
deveriam defender abertamente o direito da esposa do pas-
tor escolher sua própria função na congregação e usar seus
próprios dons espirituais, e não os dons de sua antecessora.
Homenageiem a esposa do pastor no dia de seu aniversário. Aju-
dem a cuidar dos fi lhos do pastor durante o culto. No dia do ani-
versário de casamento, presenteiem o pastor e esposa com alguma
homenagem especial.
Pastoreiem os fi lhos do pastor. Procurem não idolatrá-los quando
são bons nem criticá-los quando se portam mal. Arcar com a expec-
tativa dos outros de que vivam uma vida cristã perfeita é um fardo
muito pesado para quaisquer pessoas, especialmente para crianças. Espe-
rar demais delas pode causar-lhes problemas.
Tenham empatia pelo pastor e esposa em suas dificuldades. As
congregações tendem a dar muito apoio quando os pastores têm per-
das, mas são muito críticas se acham que o problema reflete alguma
debilidade da parte do pastor. Todos os pais ficam tristes quando seus
42
O Ancião Como Líder da Igreja
PLANEJAMENTO DA IGREJA
Planejar biblicamente
Normalmente, algumas poucas pessoas na congregação estão so-
brecarregadas de trabalho, enquanto a maioria faz muito pouco. Te-
mos a tendência de considerar a congregação principalmente como
uma organização ou instituição, e não como uma confraternização
ou comunidade da fé, que é o significado predominante da palavra
“igreja” no Novo Testamento. Supomos que a função dos membros
da igreja é auxiliar os ministros a realizarem seu trabalho, quando
na verdade o plano bíblico é que uma das principais funções dos mi-
nistros é ajudar as pessoas a realizarem o trabalho.
Este plano bíblico, o plano de Cristo, é o único plano que pode
terminar Sua obra.
Plano anual
Alvos estabelecidos. O planejamento deve ser feito e os alvos estabe-
lecidos pela igreja inteira, e não apenas por uns poucos de seus líde-
res. Uma boa abordagem é fazer apenas um pequeno planejamento
preliminar com o pastor e com a comissão da igreja. Depois dessas
deliberações, deve-se levar para uma reunião administrativa algu-
mas opções que podem ser adaptadas, solicitando sugestões de todos
os membros. Estas podem ser levadas aos anciãos e à comissão da
igreja, para serem buriladas e então apresentadas em outra reunião
com a igreja, para aprovação final. Desta forma todos têm ampla
oportunidade de apresentar sugestões. Os membros, normalmente,
darão apoio a decisões que eles ajudaram a tomar.
A agenda de planejamento. Itens a serem considerados no preparo da
agenda para as reuniões de planejamento anual:
46
O Ancião Como Líder da Igreja
ELEIÇÕES DA IGREJA
Antes da eleição
Os líderes dos vários departamentos e programas da igreja local
geralmente são nomeados para um período de um ou dois anos, segun-
do a determinação da igreja local, por uma comissão de nomeações e
eleitos pela igreja como um todo. As orientações para a eleição estão no
Manual da Igreja, incluindo uma lista sugestiva de oficiais da igreja.
A função da comissão de nomeações é selecionar membros da
igreja para preencherem os vários cargos e ministérios da igreja. A
comissão precisará dar, portanto, cuidadosa atenção às necessidades
específicas da igreja e aos dons espirituais presentes entre os mem-
bros. Deve-se procurar combinar os dons e habilidades das pessoas
com as necessidades e os requisitos de cada função.
As pessoas não deveriam ser escolhidas, ano após ano, para a
mesma função. Seus nomes devem ser revisados anualmente para
47
Guia para Anciãos
A comissão de nomeações
A comissão de nomeações deve ser indicada no início do quarto
trimestre e os novos líderes eleitos, pelo menos, três semanas antes do
último sábado do ano eclesiástico.
O processo anual (ou bienal) de eleição da igreja começa com a
escolha de uma comissão especial para nomear a comissão de nome-
ações. A comissão especial pode ser formada por indicação direta
dos membros numa reunião com toda a igreja ou, se a igreja preferir,
podem-se acrescentar cinco a sete pessoas à comissão da igreja para
que esta funcione como comissão especial responsável por escolher a
comissão de nomeações.
Seja qual for o método escolhido, o tamanho da comissão especial
deve ser igual ao da comissão da igreja, com um adicional de cinco a
sete pessoas (ver Manual da Igreja, pág. 154). O número dos membros
da comissão de nomeações, por sua vez, será determinado pela igre-
ja. Os escolhidos para atuarem na comissão de nomeações devem
ser pessoas maduras, capazes de demonstrar bom discernimento na
escolha dos oficiais da igreja. Além disso, não devem ser permitidas
quaisquer influências de natureza política ou coercitiva, quer na es-
colha da comissão ou durante o seu trabalho.
O pastor ou diretor do distrito é membro ex-officio da comissão de
nomeações e atua como seu presidente. A comissão especial, ao no-
mear a comissão de nomeações, indica o seu secretário. Caso o pastor
abra mão de seu direito de atuar como presidente, então a comissão
especial fará a indicação de um membro local para ser o presidente
da comissão de nomeações.
A comissão de nomeações precisa ser aprovada por voto da con-
gregação.
Uma forma excelente da comissão de nomeações iniciar seus tra-
48
O Ancião Como Líder da Igreja
balhos é fazer uma pesquisa junto à congregação, a fim de saber que áreas
de serviço poderiam interessar a cada um de seus membros e ser compatí-
veis com seus dons espirituais. A comissão não é obrigada a seguir essas su-
gestões, mas deve considerá-las com atenção. Certamente o Espírito Santo
desejará usar a comissão de nomeações para ajudar os membros a encon-
trarem ministérios eficazes e adequados a seus dons espirituais. A comissão
de nomeações ou outro grupo deve elaborar uma descrição de trabalho
para cada cargo que estiver preenchendo.
A comissão de nomeações apenas nomeia pessoas que são membros
fiéis da igreja local. Quando as pessoas são nomeadas para um cargo
na igreja, o secretário ou o presidente da comissão as informam disso e
procuram saber se aceitarão ou não a função que lhes foi designada.
ESTILOS DE LIDERANÇA
Líderes espirituais
Os anciãos deveriam ser muitas coisas, mas uma é indispensável:
ser líderes espirituais. Liderança é mais que manutenção. Os melho-
res anciãos nunca se contentam apenas em preservar o status quo de
suas igrejas. Eles se dedicam tanto ao crescimento espiritual como
numérico na congregação. Não buscam mudanças por amor às mu-
danças, mas estão constantemente buscando a melhor forma de fazer
as coisas. Para liderar devem ir na frente, mas não tão à frente que
seus membros não possam segui-los.
49
Guia para Anciãos
COMISSÕES
Objetivos das comissões
As comissões são cristãs. A Igreja Adventista do Sétimo Dia crê fir-
memente no sistema de comissões (consultar os verbetes “comissões”,
“reuniões” e “conselhos” no Manual da Igreja). Isto não se deve tanto
à nossa tradição, mas à nossa teologia. A Bíblia diz que a Igreja se
assemelha ao corpo humano. Cada parte é importante. O corpo fun-
ciona na base da participação em grupo.
Os cristãos devem amar-se, e confiar um no outro. Se assim for,
isto será demonstrado pelo respeito ao critério e ponto de vista de
cada um. Levamos a sério o que a Bíblia diz: “Não havendo sábia
direção cai o povo, mas na multidão de conselheiros há segurança.”
Prov. 11:14. Juntos temos mais sensatez do que separados.
Ellen G. White concorda:
“Ao dar conselho para o avançamento da obra, homem nenhum sozi-
nho deve ser um poder dominante, uma voz por todos. Os métodos e pla-
nos que forem propostos devem ser considerados com cuidado, de modo
que todos os irmãos possam pesar os méritos relativos e resolver que méto-
dos e planos devam ser seguidos.” – Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 198.
As comissões podem, porém, consumir tempo em demasia. Para fa-
zer com que a comissão funcione mais eficientemente, tome as decisões
no nível mais baixo possível. Por exemplo, não leve à reunião adminis-
trativa itens que podem ser resolvidos pela comissão da igreja. Não leve
à comissão da igreja itens que podem ser decididos pela comissão da
53
Guia para Anciãos
Escola Sabatina. E não leve itens a essa comissão que podem ser resolvi-
dos pelo diretor da Escola Sabatina. Isto não apenas economiza tempo,
mas melhora a assistência à comissão, porque os membros da comissão
sabem que somente serão considerados itens significativos.
Revise o trabalho de cada comissão a cada ano. Determinada
comissão é necessária? As pessoas certas fazem parte dela?
O número de membros da comissão é adequado? As pesquisas in-
dicam que normalmente uma comissão não precisa ter mais que seis a
doze membros. Quando as comissões têm muitos membros, estes sentem
menos obrigação de comparecer e têm menos propensão a se expressar
quando presentes. Em tais situações, os membros mais dominadores ten-
dem a assumir o controle. Cada comissão possui termos de referência
bem definidos – áreas de preocupação, autoridade para agir ou para fa-
zer recomendações a serem aprovadas por outro organismo?
Reunião administrativa
A comissão mais importante da igreja local é a reunião administra-
tiva, que inclui todos os membros da congregação. Ela é convocada e
presidida pelo pastor ou por um ancião por ele designado. Nenhum an-
cião deve assumir essa responsabilidade sem o conhecimento do pastor.
Essa reunião pode ser realizada mensalmente ou uma vez por trimestre,
de acordo com as necessidades da igreja. Nas reuniões administrativas,
deve-se apresentar à congregação um relatório completo do trabalho da
igreja. No final do ano, devem ser apresentados relatórios das atividades
da igreja realizadas no decorrer do ano.
Os planos mais significativos devem ser discutidos e aprovados na
reunião administrativa, onde todos os membros da igreja local têm a
oportunidade de se envolver no processo da tomada de decisões. Aí,
os membros estão livres para expressar suas opiniões e demonstrar seu
apoio ou rejeição pelo voto. Esse envolvimento nas principais decisões
da igreja dá-lhes a sensação de serem parte integrante e anima-os a
apoiar os programas que ajudaram a elaborar.
As reuniões administrativas devem sempre ser anunciadas publi-
camente no sábado pela manhã, definindo-se data, horário e local,
para que todos se sintam bem-vindos a participar.
Comissão da igreja
A comissão da igreja é composta dos oficiais principais e dos lí-
deres de cada departamento da igreja local, bem como de outros
membros escolhidos pela comissão de nomeações. A comissão é elei-
54
O Ancião Como Líder da Igreja
Outras comissões
Muitas outras comissões podem auxiliar a comissão da igreja na
administração da igreja. O Manual da Igreja faz sugestões de comissões
que podem ser necessárias. A reunião administrativa ou a comissão
da igreja podem determinar as comissões adicionais que forem ne-
cessárias para implementar planos e programas específicos da igreja.
O pastor, ou um dos anciãos, deve, presumivelmente, ser membro
ex-officio de cada comissão.
O membro da comissão
Como ancião, talvez você faça parte de algumas comissões. Isso
pode ser enfadonho ou interessante, dependendo da forma como você
55
Guia para Anciãos
O presidente da comissão
Como ancião, de vez em quando você provavelmente presidirá
comissões. Ao preparar-se para a reunião, deve elaborar uma agenda
com os itens para discussão. Se desejar que algumas pessoas apresen-
tem relatórios ou submetam certos itens à comissão, deve lhes dar
bastante tempo para se prepararem.
Inicie a reunião com uma oração e um breve devocional que esta-
beleça o tom espiritual da reunião. Quando se tratar de uma reunião
administrativa ou comissão da igreja, o secretário deve estar presente
para fazer os registros. Se for possível, as atas da última comissão devem
ser entregues aos membros da comissão logo após a sua realização.
O primeiro item da agenda será a leitura e aceitação das atas da última
56
O Ancião Como Líder da Igreja
Disciplina de um membro
Algumas vezes os membros da igreja caem profundamente no pe-
cado. Freqüentemente seus problemas afetam a vida de outras pessoas
57
Guia para Anciãos
Seriedade do pecado
Embora gentilmente, demonstrando amor e misericórdia aos mem-
bros que erram, a igreja tem a responsabilidade de tomar uma posição
com respeito ao pecado. Se for permitido que o pecado continue sem
correção na igreja, ele destruirá todo o bem que ela possa fazer na comu-
nidade. Somos lembrados: “O que encobre as suas transgressões jamais
prosperará.” Prov. 28:13. Devido ao pecado de Acã, Deus foi impedido
de derramar Suas bênçãos sobre a nação de Israel como um todo (Jos.
58
O Ancião Como Líder da Igreja
O método de Cristo
Cristo deu a Sua igreja alguns conselhos inequívocos sobre como
lidar com os membros que caem em pecado. Ele centralizou Seu conse-
lho em quatro passos básicos. Primeiro, Ele disse: “Se teu irmão pecar
[contra ti], vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu
irmão.” Mat. 18:15. Como ancião, quando toma conhecimento de que
um membro caiu em pecado, você deve primeiro abordá-lo sozinho e
oferecer ajuda. Deve se aproximar com amor e compreensão. Seu objeti-
vo não é condenar, mas procurar trazê-lo de volta para Jesus, ajudando-
o assim a abandonar seu pecado. Você deve procurar encorajar, orando
com ele pelo poder e pelo perdão de Deus.
Se não tiver sucesso em sua primeira tentativa de recuperar o mem-
bro caído, Jesus sugere: “Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo
uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três teste-
munhas, toda palavra se estabeleça.” Mat. 18:16. Seguindo o conselho
de Jesus, você pode pedir o auxílio de um ou dois membros espirituais e
respeitados para que o acompanhem em uma segunda visita. Pode ser
que na presença de duas ou três outras pessoas, o membro errante admi-
ta seu erro e busque ajuda e perdão.
Se ainda não for bem-sucedido na segunda visita, Jesus sugere: “E,
se ele não os atender, dize-o à igreja.” Mat. 18:17. Se após várias visitas,
nas quais instou com amor que o membro caído abandonasse seu mau
procedimento e se volvesse para Cristo, ainda assim não se arrepender,
o Senhor aconselha que seu nome seja apresentado à igreja. Isto normal-
mente é feito na comissão da igreja, onde são discutidos os problemas dos
membros. A comissão da igreja pode recomendar especificamente que o caso
seja apresentado na reunião administrativa, se for um assunto grave e não
solucionado. Se o problema for levado à reunião administrativa, esse mem-
bro pode ficar sob censura da igreja, a fim de ter um tempo específico
para se arrepender de seus atos e procurar o perdão.
59
Guia para Anciãos
Apoio à Associação/Missão
O crescimento da Igreja vem das igrejas locais. As finanças da Igreja
61
Guia para Anciãos
Apoio da Associação/Missão
A Associação/Missão dá o seu apoio à igreja local provendo-a de
um pastor. Ela também provê credenciais ministeriais. Isto protege a
congregação de ser enganada por pessoas não aprovadas pela denomi-
nação. Embora a igreja local possa convidar pessoas a pregar, deve-se
proteger a congregação negando o púlpito a alguém que, dizendo ser
62
O Ancião Como Líder da Igreja
63
Capítulo
Ministérios da Família
Cada igreja precisa reconhecer o impacto que a família pode
exercer para tornar seus membros discípulos de Cristo. É na família
que nossas necessidades de contato social, de amor e de intimidade
são atendidas. A família ajuda a estabelecer nossa identidade pessoal
e valor individual. Na família, são implantados valores que perma-
necem conosco ao longo de nossa vida. “Muito mais poderosa que
qualquer sermão pregado, é a influência de um verdadeiro lar, no
coração e na vida.” – A Ciência do Bom Viver, pág. 352.
Para ajudar a satisfazer as necessidades das famílias, a igreja escolhe
um diretor de Lar e Família para avaliar essas necessidades e prover in-
formações e dados apropriados para o pastor ou para os anciãos da igreja.
Os anciãos devem trabalhar unidos com o pastor e o diretor de Lar e
Família para descobrir e atender as famílias em dificuldades, e apresentar
programas especiais para alentar todas as famílias da igreja.
Ministérios da Mulher
As mulheres desempenham uma função muito importante em nos-
sa Igreja. Em muitos lugares elas são a espinha dorsal da congregação.
69
Guia para Anciãos
Ministério da Música
A música dá realce ao culto. Ela tem um poder especial para al-
cançar o coração e abrir a mente. Inspira, ensina, e contribui para o
crescimento espiritual. Eleva os pensamentos e desejos a Deus.
Para desenvolver esse dom na igreja, a maioria das congregações tem
um diretor de música para planejar, liderar e desenvolver o programa de
música. Se você for pregar ou fazer o planejamento do culto, trabalhe junto
com o diretor de música para coordenar a música e a mensagem. Ajude-o a
envolver os novos membros da igreja convidando-os a apresentar a música
especial ou para cantar no coral. Pessoas que estão sendo evangelizadas
podem ser convidadas a cantar no coral da igreja. Anime seu diretor de
música a incluir os jovens no programa de música da igreja.
Ministérios Pessoais
Todo membro da Igreja é chamado para algum ministério. Alguns
desses ministérios reforçam o programa interno da igreja, outros têm
sido usados para alcançar as pessoas de fora da igreja. O diretor dos
Ministérios Pessoais é escolhido para encorajar o desenvolvimento dos
70
O Ancião Como Esteio dos Outros Líderes Locais
Escola Sabatina
A Escola Sabatina provê um período para crescimento espiritual
através do estudo da Bíblia, do companheirismo de pequenos grupos e
da ação missionária mundial. Seu objetivo é conquistar, conservar e trei-
nar as pessoas de todas as faixas etárias como discípulos de Jesus Cristo.
Dê seu apoio à Escola Sabatina através de sua presença constante.
Estimule o treinamento de professores da Escola Sabatina. A unidade
de ação da Escola Sabatina é uma idéia excepcionalmente boa, mas é
apenas tão eficaz quanto seu professor. Promova uma classe especial
na Escola Sabatina para os interessados, em que o pastor ou o ancião
ensinem as crenças adventistas. Considere o estabelecimento de Es-
colas Sabatinas Filiais como parte de seu programa de crescimento
da igreja. Ellen G. White observou: “A Escola Sabatina, devidamente
dirigida, é um dos grandes instrumentos divinos para trazer almas ao
conhecimento da verdade.” – Conselhos Sobre a Escola Sabatina, pág. 115.
Visite as divisões das crianças e dos jovens da Escola Sabatina, para
demonstrar o seu apoio. Profira, publicamente, palavras de apreciação
às pessoas que trabalham na Escola Sabatina das crianças. Anime os
homens a se envolverem nessas divisões, a fim de servirem de modelos
cristãos, especialmente para os meninos. Tome providências para que
seja provido dinheiro suficiente para os materiais da Escola Sabatina.
encontrado fiel.” I Cor. 4:2. Praticar boa mordomia significa ser fiel
no uso de nosso tempo, oportunidades, aptidões e finanças, que Deus
nos confiou. Resumindo, significa a entrega, nas mãos de Deus, de
toda a nossa vida, de tudo o que somos e temos, a fi m de ser usado
conforme a Sua vontade. Assim, a obra do diretor de Mordomia na
igreja local é encorajar cada membro nesse seu comprometimento
para com Deus, a fi m de que sejam bons mordomos através do desen-
volvimento e uso de Suas dádivas.
Encontrar fundos para sustentar o programa da igreja é um dos prin-
cipais problemas enfrentados pelos lídere. Está no mesmo nível que a
dificuldade de encontrar suficientes voluntários. Muitas vezes as preocu-
pações financeiras da igreja são sintomas, e não o problema principal.
Se as dificuldades financeiras são reincidentes, isso geralmente é
porque os métodos utilizados para corrigi-las tratam dos sintomas, e
não do problema. As finanças da igreja local devem ser conduzidas
cuidadosamente, e com o apoio de todos os membros da igreja. A
cada ano, a comissão da igreja deve preparar uma lista de todas as
despesas previstas e apresentá-la aos membros para aprovação. O or-
çamento resultante deve incluir um plano claramente definido para
fazer frente a essas despesas. O pastor, os anciãos, o diretor de Mor-
domia e outras pessoas escolhidas devem visitar os membros para
explicar o orçamento da igreja e encorajar cada família a assumir um
compromisso pessoal de manter o programa financeiro da igreja por
meio de doações planejadas.
Para apoiar o diretor de Mordomia da igreja, seja fiel na devolução
do dízimo e nas ofertas, estabelecendo um programa pessoal nesse sen-
tido. Não peça aos membros para se sacrificarem além do que você está
disposto a fazer, nem para entrarem em um programa de Mordomia
que você não pratica. Mantenha diante dos membros os princípios de
Mordomia e as necessidades financeiras, enfatizando que cada família
deve se envolver em um programa de ofertas planejadas. Mantenha as
pessoas informadas sobre as necessidades financeiras da igreja através
de constantes relatórios à igreja e à comissão da igreja. Prepare os ape-
los para as ofertas do sábado de manhã com cuidado e oração.
Jovens
Os jovens de nossas igrejas possuem muito talento e potencial que,
se devidamente canalizados, trarão grande bênção à Igreja. Na igre-
ja local, a Comissão do Ministério Jovem é responsável pelo planeja-
mento das atividades dos jovens.
72
O Ancião Como Esteio dos Outros Líderes Locais
Clube de Aventureiros
O Clube de Aventureiros atende à faixa etária dos seis aos nove
anos. Suas atividades envolvem o crescimento da criança em três áreas
especiais: família, escola e igreja. O clube deve preparar seus partici-
pantes para a vida e também para se tornarem desbravadores, envol-
vendo os pais em todas as atividades.
Ministérios da Criança
Nestes últimos anos, a Igreja tem enfatizado a necessidade de am-
pliar a participação da criança dentro dos seus diferentes ministérios.
No passado, os Ministérios da Criança se desenvolveram a partir das
atividades das divisões dos departamentos infantis. Em reconheci-
mento à importância do desenvolvimento espiritual e emocional nos pri-
meiros anos da infância, a Igreja criou o Departamento dos Ministérios
da Criança com o objetivo de facilitar, coordenar e promover atividades
para o fortalecimento espiritual das crianças da igreja.
73
Guia para Anciãos
Eis aqui algumas formas pelas quais o ancião pode apoiar a edu-
cação cristã:
– Promova os princípios da educação cristã.
– Estabeleça a comissão de educação da igreja. Mesmo que
sua igreja não tenha uma escola para suas crianças, há vários inter-
natos de Ensino Médio e Superior em outros estados e países.
– Sempre que há um quinto sábado no mês, ele é destinado
à promoção da educação cristã. Pouco antes do início do ano escolar,
75
Guia para Anciãos
77
Capítulo
5 O Ancião e o
Crescimento da Igreja
O evangelismo é a força vital da Igreja. Por meio dele, a Igreja
mundial cresce e expande sua influência ao redor do mundo. Por
meio do evangelismo, a igreja local conclama homens e mulheres
em sua própria comunidade a unirem-se ao povo remanescente de
Cristo. Por meio dele, a Igreja concluirá sua missão.
No centro da mensagem evangelística encontra-Se Jesus, enviado
ao mundo para regenerar, por Seu sacrifício sem pecado, a raça hu-
mana decaída. Agora podemos novamente entrar em um relaciona-
mento com Deus e unir-nos a Ele para o crescimento de Sua Igreja e
para a volta de Cristo.
Reuniões evangelísticas
Toda congregação deveria manter, com regularidade, algum tipo
de reuniões evangelísticas ou seminários. Pode-se medir a profundi-
dade do amor cristão da igreja pelo tempo e orçamento que despende
80
O Ancião e o Crescimento da Igreja
Instrução
O período de preparo para o batismo deve incluir um tempo sig-
nificativo de instrução. Jesus recomendou a Seus seguidores: “Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, … ensinando-os a
guardar todas as coisas que vos tenho ordenado.” Mat. 28:19 e 20.
As instruções que precedem o batismo na Igreja Adventista do Sé-
timo Dia, e se seguem a ele, devem incluir os principais ensinamen-
tos e as crenças fundamentais da Igreja, apresentados de maneira
cristocêntrica.
Aqueles que buscam unir-se à Igreja precisam conhecer os princí-
pios que ela mantém. Não devem ser solicitados a se comprometer sem
saberem com que estão se comprometendo. A instrução pré-batismal
deve incluir uma exposição múltipla – leitura e estudo pessoal, estudos
bíblicos, reuniões públicas, classes batismais, etc. Todos os métodos de
instrução, incluindo os recursos visuais disponíveis, devem ser utiliza-
dos. Pessoas diferentes aprendem de maneiras diferentes.
Um dos meios de instrução mais populares e produtivos no programa
82
O Ancião e o Crescimento da Igreja
Conversão
Cumpre lembrar que muito mais é requerido para o batismo do que
simplesmente o conhecimento das crenças da Igreja. Durante o curso
de instrução haverá muitas ocasiões em que você, como instrutor, terá
a oportunidade de ter um contato pessoal com cada candidato. Isto lhe
dará tempo para estudar e orar com ele e conhecer suas necessidades e
condição espiritual. E também dará aos candidatos a oportunidade de
fazer perguntas e compartilhar suas alegrias e preocupações. Você deve
convencer-se de que as pessoas com quem está estudando compreendem
devidamente seu envolvimento no plano da salvação de Deus, e seus de-
veres e responsabilidades ao se tornarem membros de Sua igreja.
Ellen G. White insistiu:
Por ocasião de seu batismo, a maioria dos candidatos tem uma boa
compreensão das doutrinas características da Igreja Adventista do Séti-
mo Dia. Infelizmente, o treinamento e a compreensão nos aspectos espi-
rituais que acabam de ser mencionados nem sempre têm sido ensinados
com tanto fervor. Quando os indivíduos compreendem sua necessidade
da salvação em Cristo e correspondem aceitando Seu amor, a resposta
natural à apresentação da verdade doutrinária será pelos motivos cor-
retos. Jesus disse: “E Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos
a Mim mesmo.” João 12:32. Os corações que foram enternecidos pelo
amor de Jesus aceitarão, com alegria, Seus requisitos em sua vida.
Resumindo, quando os candidatos estão prontos?
– Para estarem prontos para o batismo, eles devem dar evidências
de que Jesus é o Senhor de sua vida (I João 4:15; Rom. 10:9; Mat. 10:32).
– Deve haver evidências de que houve arrependimento e
conversão (Atos 2:38; 3:19).
– Eles devem demonstrar uma crença ativa e firme confian-
ça em Jesus (Mar. 16:16).
– Deve haver evidências de diário e salvífico relacionamento
com Jesus.
– Os candidatos devem ter concluído um curso – preferi-
velmente mais de um – sobre os ensinamentos das Escrituras e as
doutrinas bíblicas características da Igreja Adventista do Sétimo Dia
(Mat. 28:20).
– Eles devem ter sido preparados para ser membros respon-
sáveis na Igreja remanescente de Deus. Deve haver evidências do
início da integração social. O pastor ou o ancião devem visitá-los
para confirmar seu preparo para o batismo.
– Os candidatos precisam ser aprovados pela igreja local.
Aprovação da igreja
– O exame final dos candidatos para o batismo pode ser feito
diante da congregação ou de um grupo representativo, como os anci-
ãos ou a comissão da igreja. É imprudente e teologicamente questio-
nável que um evangelista, ou mesmo o pastor local, assuma sozinho
a responsabilidade pelo exame. Nenhuma pessoa ou grupo que não
pertença à congregação, nem mesmo a comissão da Associação Ge-
ral, tem autoridade para acrescentar um nome ao rol de membros
da igreja ou exclui-lo de lá. Esta responsabilidade recai unicamente
sobre o corpo da igreja local. A congregação assumirá sua responsa-
bilidade com mais seriedade se estiver mais envolvida do que por um
84
O Ancião e o Crescimento da Igreja
As crianças da igreja
Deve haver considerável maturidade e preparo antes do batismo.
Estabelecendo igrejas
Não tenha receio de iniciar novas igrejas. As igrejas-mãe que intencio-
nalmente estendem a mão para criar novas congregações raramente ficam
em desvantagem. Algumas vezes, são reavivadas. O princípio bíblico: “Dai,
85
Guia para Anciãos
tando, embora saiba que estão errados. Respeite seu ponto de vista.
Demonstre verdadeira preocupação por seus infortúnios. Ajude-os a
falar sobre sua dor. Peça desculpas em nome da igreja pela dor que
sentem. Procure ouvir mais e falar menos. Evite dar conselhos. Seja
compreensivo e paciente, deixando-os saber que podem confiar em
você. Demonstre-lhes amor cristão. Seja amigo.
Ellen G. White aconselha:
Bebês espirituais
As Escrituras comparam os novos cristãos a bebês recém-nascidos
(Heb. 5:12-14; João 3:5). É importante que os bebês sejam alimentados
com alimento especial. À medida que crescem, eles vão recebendo pou-
co a pouco o mesmo alimento sólido que os outros membros da família.
Com o tempo, aprendem a andar e a falar. Sob a proteção e orientação
de sua família, eles crescem saudáveis. Por fim, tornam-se indivíduos
maduros, contribuindo com suas habilidades e aptidões para o mundo
que os cerca. Mas, o crescimento exige muito tempo.
De modo semelhante, os novos cristãos são nascidos para a igreja.
Eles também necessitam do apoio e amor da família da igreja ao
ser-lhes provido o alimento especial que nutra o desenvolvimento do
89
Guia para Anciãos
Período estressante
Quando as pessoas tomam a decisão de se batizarem e de se uni-
rem à igreja, freqüentemente estão sujeitas às exigências das mudan-
ças sociais. Sua decisão é freqüentemente mal compreendida pelos
parentes e amigos, que podem se opor ao seu batismo. Algumas ve-
zes, sua decisão de seguir a Jesus fará com que sejam rejeitados pela
família ou os amigos. Isso, naturalmente, provoca considerável es-
tresse nos novos cristãos.
Quando as pessoas tomam a decisão de se tornarem cristãos ad-
ventistas do sétimo dia, muitas vezes haverá uma mudança radical
em seu estilo de vida. Alguns estarão deixando outra igreja para se
unirem à sua congregação. Outros terão que deixar algum tipo de
emprego e ir em busca de outro que não requeira o trabalho no sá-
bado do Senhor. Alguns terão de voltar as costas para certas práticas
sociais e culturais que não são compatíveis com o estilo de vida cris-
tão. Essas mudanças não são fáceis.
Quando as pessoas são convidadas a mudar seu sistema de vida
e crença, bem como o emprego, e deixar para trás o apoio e a segu-
rança dos amigos e da família, elas ficam sob considerável tensão.
Muitos estão deixando atrás de si o que é familiar e tranqüilizador,
para ir em busca daquilo que para eles é novo e desconhecido. Ao
conduzi-los à aceitação das novas crenças e estilo de vida, e ao ajudá-
los a fazerem novas amizades na comunidade da igreja, você precisa
prover-lhes um apoio muito especial. Estimule os membros da igreja
a aceitarem essas pessoas e a fazerem esforços especiais para serem seus
amigos. Sua integração social na família da igreja é absolutamente es-
sencial para seu crescimento e segurança espirituais a longo prazo.
Período perigoso
Sabe-se que os primeiros meses podem ser um período de real
perigo para os novos membros. Durante esse período eles têm uma
nova fé, mas muito pouca experiência na vida cristã. São propensos
à desilusão e ao desencorajamento. Se durante esse período não lhes
90
O Ancião e o Crescimento da Igreja
Responsabilidade de todos
O evangelista é comparado ao obstetra, o pastor ao pediatra, e os
membros da igreja à família. É a família que cuida do bebê.
Eis aqui quatro coisas básicas que você pode fazer para ajudar a
“edificar” e conservar os novos membros:
1. Seja amigo deles. Já consideramos os ajustes sociais e do
estilo de vida que os novos membros precisam fazer quando se unem
à igreja. Talvez a maneira mais simples e útil de ajudá-los em sua
integração na congregação seja tornar-se amigo deles e dar-lhes o
senso de pertencer. Apresente os novos membros aos outros membros
da congregação. As pesquisas indicam que os novos membros que
fazem de seis a oito amigos na igreja nos primeiros seis meses quase
sempre permanecem na igreja.
Escolha pessoas apropriadas na congregação e as desafie com a
responsabilidade de serem guardiões espirituais de um novo membro.
Sugira-lhes que convidem esses novos membros a suas casas em algu-
mas ocasiões especiais. Talvez possam acompanhá-los aos cultos ou
outras atividades da igreja – e até mesmo sentarem-se juntos. Podem
91
Guia para Anciãos
93
Capítulo
VISITAÇÃO
A visitação é essencial
A visitação aos membros pode ser vital para seu crescimento e nutrição
espiritual. Infelizmente, esta é uma área do ministério muitas vezes negli-
94
O Ancião e o Ânimo da Igreja
Plano de visitação
Planejar a visitação aos lares deve fazer parte da agenda da co-
missão de anciãos ou da comissão da igreja. Relacione os nomes que
devem ser visitados e divida-os entre os líderes da igreja que tenham
habilidade para ministrar através da visitação. As pessoas escolhidas
devem ser treinadas e, na medida do possível, receber um território
ou um grupo de pessoas como sua responsabilidade.
Outra abordagem é estabelecer núcleos ou líderes espirituais, organi-
zando seus membros em áreas geográficas. Um ancião, auxiliado por um
diácono e uma diaconisa, pode ficar responsável por uma área. O pastor e
o ancião iniciam um plano de visitação, como também outros programas
95
Guia para Anciãos
A forma da visitação
Eis aqui sete palavras fáceis de serem memorizadas, que deli-
neiam a forma de uma boa visitação:
1. Preparar-se. Prepare o coração, orando a Deus para que o
ajude a dizer e fazer aquilo que traga uma grande bênção a cada lar.
Prepare algumas passagens das Escrituras que pretende comparti-
lhar em cada lar. Escolha passagens positivas, tais como:
Salmo 46:1, 2, 10 e 11
Salmo 103:1-5
Salmo 121
Mateus 11:28-30
João 14:1-3
Apocalipse 21:1-7
96
O Ancião e o Ânimo da Igreja
Reunião de oração
As reuniões de oração podem se tornar um ponto focal para lou-
vor e companheirismo na igreja. A irmã White comentou: “Os que
estão realmente buscando a comunhão com Deus, serão vistos nas
reuniões de oração.” – Caminho a Cristo, pág. 98.
Podemos considerar muitas formas de fortalecimento das reuniões
de oração, mas devemos começar com uma ênfase: sempre que a reu-
nião de oração de quarta-feira é planejada, deve-se dar prioridade à
oração. Reúnam-se no horário mais apropriado, mas orem. Orem em
pequenos grupos, focalizem os pedidos de oração de uma lista ou de
uma caixa de oração, mas orem. A reunião de oração é para oração.
A reunião de oração pode variar de semana para semana, a fi m
de trazer vida e interesse à reunião. Contudo, quatro ingredientes
básicos são essenciais para o seu êxito:
1. Planejamento.
109
Capítulo
7 O Ancião e o Culto
Na ausência do pastor, o ancião é normalmente responsável pelo culto do
sábado. Assim, você deveria ser uma autoridade em culto. Mas o que é culto?
Muitas igrejas costumam seguir a mesma ordem do culto, cantar os
mesmos hinos, proferir as mesmas orações, e ouvir quase que os mes-
mos sermões, ano após ano, década após década. Como líderes do cul-
to, podemos respeitar as diferenças no estilo do culto quando estas são
o resultado de diferenças culturais. Mas temos a tendência de temer as
adaptações de nosso culto às mudanças da sociedade contemporânea.
A História demonstra que a Igreja algumas vezes tem perdido sua
influência pela falta de mudanças, mas tem também sofrido porque
as pessoas se tornam tão obcecadas pelas mudanças que deixam de
preservar os objetivos característicos do culto.
OBJETIVO DO CULTO
O culto é um encontro com Deus
O culto cristão está centralizado em Deus. Embora o culto, ao re-
dor do mundo, possa ter diversas formas e empregar liturgias diferen-
tes, as expressões de adoração, públicas ou particulares, só podem ser
verdadeiramente relevantes quando conduzem a um encontro pessoal
com Deus. Todo culto genuíno está centralizado nEle.
Sendo um encontro com Deus, o culto deve sempre ser tratado
com reverência.
PARTES DO CULTO
Música
A música, apresentada com bom gosto, exerce irresistível influ-
ência no elevar o coração a Deus. Faz parte do culto assim como a
oração. Com efeito, as experiências espirituais relatadas por escrito-
res de hinos e cânticos cristãos tornam-se a oração dos adoradores
enquanto cantam.
Escolha pessoas apropriadas, dentre sua congregação, para planeja-
rem a música para o culto. Peça-lhes que, se for possível, harmonizem
o tema da música com o assunto do sermão. Na medida do possível,
deve-se incluir música instrumental e cantada. Descubra maneiras de
incorporar instrumentos musicais que ajudem a conduzir as pessoas à
experiência de adoração. Embora alguns adoradores possam ser leva-
dos à adoração apenas pela melodia, muitos necessitam de palavras.
Por isso, a música vocal deve ter prioridade sobre a instrumental.
Os corais são uma grande bênção no culto, mas não devem subs-
tituir o canto congregacional.
114
O Ancião e o Culto
Doxologia
O objetivo da doxologia é levar as pessoas a uma atitude de re-
verência. Para os que compõem a plataforma, essa atitude deve ser
estabelecida antes de entrarem. As atribuições devem ser designadas
rapidamente, e o restante do tempo, antes do início do culto, deve ser
passado em oração.
A doxologia é normalmente apresentada após a entrada dos diri-
gentes do culto à plataforma. Para convidar a congregação à adora-
ção, uma das pessoas da plataforma pode ler um texto, iniciar uma
oração silenciosa ou audível, ou dizer algumas palavras sobre o pri-
vilégio do culto. A congregação pode participar cantando um hino
apropriado, ou tomando parte na leitura responsiva.
O culto tem um início medíocre quando o pregador vai para a pla-
taforma e se ajoelha sem que a congregação tenha notado que o culto
começou. Uma solução é que a congregação permaneça em pé durante
a entrada à plataforma. Na falta de um coral, os adoradores podem can-
tar um hino apropriado, fazendo assim uma entrega enquanto cantam
e as pessoas da plataforma estão ajoelhadas, dedicando-se em oração.
Analise o início do seu culto. Ele prepara eficazmente as pessoas
para a adoração? Se não, faça experiências até descobrir uma forma
que realize isso.
Oração
A oração é falar com Deus a favor das pessoas. Os anciãos adven-
tistas proferem orações nos cultos de sábado com maior freqüência
que os pastores. É uma das coisas mais importantes que você faz, e
merece que você saiba como fazê-la bem.
De joelhos é a postura ideal para a oração. No entanto, como a ora-
ção é o “abrir do coração a Deus como a um amigo”, a posição do co-
ração ou da mente é ainda mais importante que a posição dos joelhos.
A postura na oração é importante, mas é apenas simbólica. As Escri-
turas aconselham: “Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes”
( Joel 2:13). Deus considera a expressão interior ainda mais significativa
do que a exterior. O orgulho que considera nossas roupas demasiado
preciosas, ou nossos joelhos muito tenros para nos ajoelharmos diante
115
Guia para Anciãos
Oferta
Dar é fundamental para o culto. O apelo para a oferta deve ser breve,
inteligente e reverente. Ele tem destacadas possibilidades para ensinar os
básicos conceitos cristãos de abnegação, sacrifício e confiança. O apelo
da oferta deve enfatizar, portanto, uma motivação espiritual. Deve tam-
bém explicar a necessidade financeira. Deve dizer o porquê de darmos
nosso dinheiro e para onde ele vai. As pessoas darão se forem motivadas
espiritualmente e convencidas de uma necessidade prática.
Ministério às crianças
Uma consideração significativa na determinação das partes do
culto diz respeito às crianças. Atente para o seguinte:
116
O Ancião e o Culto
117
Guia para Anciãos
Testemunho público
Às vezes é apropriado encorajar os membros a compartilharem com os
outros, no culto, uma história de algum incidente em sua vida, que contou
com a direção especial de Deus. São especialmente úteis os testemunhos
que mostram à congregação como um membro da igreja foi ajudado pelo
ministério de algum outro irmão. Esses testemunhos são uma demonstra-
ção pública do poder e da atuação de Deus na família da igreja.
É improvável, e talvez imprudente, que cada um dos elementos aci-
ma seja incluído no culto, a cada semana. As congregações apreciam
uma uniformidade básica em seus cultos, mas também gostam de um
pouco de variedade, de algo diferente e especial. Assim, ao fazer seu
planejamento, considere todos esses elementos, mas proveja variedade
ao incluir alguns deles apenas ocasionalmente. Do contrário, os cultos
serão muito extensos, ou sobrará muito pouco tempo para a pregação,
que deve ser mantida como a parte central no culto adventista.
ORDEM DO CULTO
O culto deve não somente conter as partes ou os elementos certos, mas
estes devem estar na devida ordem. “Porque Deus não é de confusão. …
Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.” I Cor. 14:33 e 40. Cada
aspecto do culto deve estar relacionado com o todo, avançar em direção
a um objetivo, e culminar na resposta congregacional. Ele deve ser plane-
jado de maneira progressiva, rumo a um ponto de compromisso.
Participação congregacional
O culto a Deus não é um entretenimento. Somos levados a pensar
no culto como se consistisse do pregador como ator, de Deus como
ponto (auxiliar de cena) e da congregação como audiência. Na reali-
dade, o culto verdadeiro consiste de: congregação como ator, prega-
dor como ponto e Deus como audiência.
Anúncios
Os anúncios não fazem parte da liturgia, por isso devem ser feitos
antes da entrada dos componentes da plataforma. Os líderes da igreja
talvez achem que não estão sendo apoiados se não lhes for permitido
anunciar seus programas durante a liturgia. Os membros da igreja, por
outro lado, podem achar que os anúncios interferem em sua adoração.
Uma abordagem apropriada para os anúncios é que sejam es-
critos. Use o boletim, caso a igreja tenha um. Algumas igrejas não
podem ter o boletim, e outras preferem não tê-lo, a fi m de permitir
maior espontaneidade no culto. Se possível, descubra alguma forma
de ter os anúncios por escrito. Uma boa regra: para informação, es-
creva-o; para inspiração ou ênfase, diga-o.
Um bom líder de culto pode tornar o período dos anúncios uma oca-
sião de reverência. Os anúncios devem produzir uma atmosfera de cordia-
lidade e companheirismo. Torne-os uma parte da vida da igreja.
120
O Ancião e o Culto
PREGAÇÃO
A pregação é tradicional e propositadamente o ponto central do
culto adventista. Nem todos os anciãos podem ser pregadores, mas
a Bíblia recomenda que eles sejam aptos “para ensinar” (I Tim. 3:2).
O apóstolo Paulo, em sua última visita, convocou uma reunião de
anciãos em Éfeso e os aconselhou:
3. Pregação relevante
A Bíblia é relevante para o viver diário, e compete-lhe descobrir
sua aplicação aos que desejam ouvi-la. Mostre como a Bíblia se dirige
às necessidades desta época, e como o seu tema, a salvação, ainda é
muito apropriado hoje em dia.
Se possível, veja como os comentários bíblicos, os comentários de Ellen
G. White, e de outros autores cristãos, aplicam sua passagem à vida cristã
prática. Use eventos atuais, a Natureza, experiências em sua própria vida,
para tornar seus sermões relevantes para a vida de seus ouvintes.
4. Pregar de maneira positiva
As pessoas devem saber que eram pecadoras antes de buscar a
salvação. Contudo, sua principal tarefa não é denunciar o pecado,
mas anunciar a salvação. A pregação bem-sucedida é invariavelmen-
122
O Ancião e o Culto
8. Planejamento anual
Para economizar tempo, planeje suas pregações para um ano. O
planejamento requer que se olhe em ambas as direções; assim relacio-
ne primeiro os sermões que pregou no ano passado – ou nos últimos
anos. Atente para aquilo que negligenciou ou que enfatizou demais.
Então, com base em suas descobertas, no calendário denominacional
e secular, nas necessidades de sua congregação, e em seus interesses
e preocupações pessoais, escolha os assuntos e as passagens para as
pregações do próximo ano.
O planejamento anual resulta em pregações equilibradas. Os prega-
dores que amam as pessoas provêem-lhes alimento que não apenas agra-
da ao apetite e nutre, mas também é variado. Se você tem alimentado
a congregação com o mesmo alimento, com base naquilo de que você
mais gosta, o processo de planejamento anual dos sermões irá pratica-
mente obrigá-lo a enfrentar e corrigir esse fato.
A heresia não é apenas o resultado de pregar o que é falso, mas também
da apresentação incompleta do evangelho. Resulta de enfatizar demais
uma verdade, em detrimento de outras. O planejamento anual produz pre-
gações equilibradas, e estas ajudam a produzir cristãos equilibrados.
124
Capítulo
O Ancião e as
8
Cerimônias Especiais
As cerimônias especiais são geralmente realizadas pelos pastores.
Os anciãos são assistentes do pastor e não deveriam pretender dirigir
as cerimônias especiais em lugar do seu pastor. As seguintes orienta-
ções irão ajudá-lo a conduzir as cerimônias especiais na ausência do
pastor ou quando este solicitar a sua colaboração.
Este Guia tem utilizado propositadamente porções significativas
do Guia Para Ministros, visto que a obra do pastor e a do ancião devem
ser mantidas, deliberadamente, em paralelo. Este capítulo final refle-
tirá especialmente o Guia Para Ministros. Devem ser seguidas as mes-
mas orientações para as cerimônias especiais, quer sejam realizadas
pelo pastor quer pelo ancião. Não serão usadas aspas nas adaptações
do Guia Para Ministros. Ele não está sendo citado como autoridade,
visto que ambos os manuais foram preparados pela mesma fonte, e
algumas adaptações serão feitas constantemente, tornando tedioso o
uso de citações.
BATISMO
O batismo é um símbolo da morte do velho homem e do início de
uma nova vida em Jesus. Ele demonstra que a pessoa deseja tornar-se
membro da família de Deus. Mostra a disposição de receber o Espí-
rito Santo e de usar Seus dons no ministério a outros.
Os anciãos e o batismo
Os anciãos da igreja desempenham uma parte significativa na ceri-
mônia do batismo. Muitas vezes os anciãos visitaram e encorajaram os
candidatos e lhes deram estudos bíblicos, preparando-os para o batismo.
No dia do batismo, os anciãos freqüentemente desempenham uma parte
125
Guia para Anciãos
Local do batismo
Os batismos podem ser realizados em ambientes fechados ou ao
ar livre, no batistério da igreja ou no mar, em um rio, lago, piscina, e
mesmo em barris ou banheiras. Onde quer que haja água suficiente
para imergir a pessoa e realizar a cerimônia com decência, bom gos-
to e decoro, esse local é apropriado.
Aceitação no batismo
Visto que o batismo tem grande significado pessoal para os can-
didatos, muitos dos comentários durante a cerimônia devem ser diri-
gidos especificamente a eles. Se é feito um sermão ou breve comentá-
rio durante a cerimônia, o assunto deve girar em torno de sugestões
práticas que ajudem os candidatos a conduzirem com êxito sua vida
cristã. Assegure-lhes que estão se unindo a uma família que possui
muitos irmãos e irmãs para ajudá-los. Desafie os membros a demons-
trar amor e aceitação a esses novos irmãos.
Não há uma ordem estabelecida na cerimônia do batismo; con-
tudo, há alguns elementos básicos que devem ser incluídos. Os can-
didatos devem ser cuidadosamente examinados e fazer confissão de
sua fé. Isto pode ser feito diante de um grupo selecionado, como a
comissão da igreja ou uma comissão de anciãos, antes do batismo, ou
diante da congregação, na cerimônia do batismo. Deve-se fazer uma
oração especial de bênção e dedicação.
Em dado momento, os candidatos devem ser oficialmente recebi-
dos na família da igreja. Os candidatos geralmente são convidados
a se colocarem em pé diante da congregação, com o pastor ou os
anciãos, e os membros indicam sua aceitação e apoio mediante um
voto. Os líderes da igreja então proferem palavras de boas-vindas
em nome da congregação, e com um aperto de mãos, ou de alguma
outra forma, recebem-nos na comunhão da igreja.
Em algumas igrejas, os amigos dos candidatos e os membros de sua
família posicionam-se em frente da congregação, perto das pessoas que
serão batizadas. Os candidatos normalmente são designados a cristãos
maduros, dentre os membros da igreja, para que estes sejam seus guar-
diões espirituais. Cada um desses indivíduos fica em pé, diante da con-
gregação, como indicação de seu amor e solicitude pelos candidatos, e de
seu desejo de ajudá-los na escolha de seguir a Cristo.
Realização da cerimônia
Os candidatos são levados ao pastor oficiante (ou ancião, se for
o caso) por um diácono ou diaconisa. Antes de batizá-los, pode ser
apropriado falar algumas palavras sobre o modo como eles aceitaram
127
Guia para Anciãos
Perigos no batismo
Se o batismo ocorre em um rio ou no mar, batize os candidatos
com a cabeça contra a correnteza, ou na direção das ondas. Assim a
água não afastará o candidato do oficiante, antes o ajudará a supor-
tar o peso, e também não entrará nas narinas e na boca do candida-
to. Tenha cuidado para não ficar em um lugar muito fundo do rio ou
adentrar muito o mar, onde as ondas são maiores. Lembre-se de que
algumas pessoas têm medo de água. Acalme seus temores falando
calmamente com elas. Nunca segure o microfone enquanto estiver
dentro da água. O choque resultante pode ser fatal.
DEDICAÇÃO DE CRIANÇAS
O Novo Testamento não ordena o ritual da dedicação de crian-
ças. Contudo, a forma como Jesus Se relacionou com elas encoraja a
dedicação de crianças a Deus (ver Mat. 19:13-15; Mar. 10:13-16; Luc.
18:15-17). Ellen G. White aconselha:
Planejamento da cerimônia
Local. Na maioria das circunstâncias, o ideal é que a dedicação da
129
Guia para Anciãos
criança ocorra como parte do culto, no sábado pela manhã. Uma vez
que o comprometimento da congregação é um dos objetivos da dedi-
cação, a cerimônia deve ser realizada no momento em que houver a
maior representação possível da congregação.
Idade. Os bebês podem ser dedicados tão logo os pais estejam pre-
parados para trazê-los à igreja. Raramente são dedicadas crianças
em idade escolar. Pode ser aberta uma exceção no caso de crianças
que são fi lhos de membros recém-batizados.
Dirigindo a cerimônia
A cerimônia de dedicação típica tem quatro partes:
1. Os pais são convidados a ir à frente. – Transforme a dedica-
ção do bebê num importante acontecimento familiar. Estimule os côn-
juges não adventistas a estarem presentes na dedicação de seus filhos.
Convide os irmãos e as irmãs do bebê a tomarem parte na cerimônia
de dedicação; pois do contrário poderão sentir-se relegados por toda a
atenção que o bebê está recebendo. Os avós talvez também desejem ser
incluídos. Ocasionalmente, um avô ou uma avó pode trazer o bebê, se
os pais não quiserem vir, embora não seja o ideal.
Uma boa sugestão é convidar os pais a irem para a frente enquan-
to for cantado o hino inicial, escolhido para combinar com a ocasião.
Dessa maneira, ao ser cantado o primeiro hino, não somente se inicia
a dedicação, mas poupa-se tempo, já que o hino inicial teria de ser
cantado de qualquer forma. A última estrofe do hino pode ser canta-
da após a dedicação, enquanto os pais deixam a plataforma.
2. Duração da cerimônia. Toda a cerimônia de dedicação não deve
exceder a quatro ou cinco minutos. A mensagem pastoral deve ser muito
breve. Não é apropriado para esse momento nenhuma exibição adicional,
como histórico do casal ou da família ou da criança, nem música especial.
A beleza desta cerimônia está em sua simplicidade e no significado: o com-
promisso dos pais de educar a criança nos caminhos do Senhor.
Os pais estão também temerosos de que seu bebê comece a chorar.
Para eles, cinco minutos parecem uma eternidade. Se a mensagem
durar mais de um ou dois minutos, poderá ser dada enquanto os pais
ainda estão na congregação, talvez sentados no primeiro banco.
3. Mensagem pastoral. Os pais devem ficar em pé, diante da con-
gregação, para que esta não se sinta excluída da cerimônia. Há algum
significado espiritual no ato de o pai, como líder espiritual, segurar o bebê.
Por outro lado, a mãe pode saber melhor como manter quieta a criança. O
melhor é deixar que a cultura local e os pais decidam essa questão.
130
O Ancião e as Cerimônias Especiais
DEDICAÇÃO DA IGREJA
A dedicação deuma igreja é uma valiosa oportunidade para pro-
jetar a Igreja Adventista do Sétimo Dia na comunidade. Para a con-
gregação, representa a comemoração de um projeto difícil, concluído
com êxito. Os pastores necessitam de muito aconselhamento e ajuda
dos anciãos no planejamento do programa.
Os convidados desempenham uma parte importante na cerimônia
de dedicação. Autoridades civis e pastores da comunidade são geral-
mente convidados a estar presentes. Os oficiais da Associação/Missão
e os pastores que labutaram nessa igreja também devem ser convida-
dos a participar. Por estas razões, estabeleça a data com bastante ante-
cedência, após consultar os líderes da Associação/Missão.
Ordem da Cerimônia
• Hino
• Oração inicial
• Histórico da igreja
• Leitura bíblica
• Música ou hino especial
• Sermão de dedicação
• Ato de dedicação (opcional)
• Oração de dedicação
• Hino ou música especial
• Bênção
Histórico da igreja
Em vista do fato de que seu relacionamento direto com a congregação
normalmente tende a ser breve, os pastores e oficiais da Associação/Missão
132
O Ancião e as Cerimônias Especiais
Leitura bíblica
Podem ser escolhidos trechos apropriados de II Crônicas 6:14-42
ou I Reis 8:23-53 (oração de Salomão, dedicando o Templo).
Ato de dedicação
A dedicação propriamente dita ocorre durante a oração dedica-
tória. Para aumentar a participação dos presentes, providencie uma
leitura responsiva ou de um poema, antes da oração.
A queima da hipoteca, ou de um pedaço de papel que a simbolize,
pode ocorrer pouco antes da oração ou durante a parte histórica da
cerimônia. Isso pode ser um evento culminante, especialmente se a
igreja esteve em débito por algum tempo e recentemente se sacrificou
para quitar as dívidas. Pode ser muito apropriado cantar a doxologia
durante a queima do papel.
Inauguração da igreja
Como os adventistas do sétimo dia só dedicam edifícios livres de
dívidas, as congregações comumente se mudam para as novas insta-
lações antes de estarem prontas e bem antes de sua dedicação. En-
tretanto, é apropriado que haja algum programa especial para esse
evento, embora não deva receber tanta importância como a cerimô-
nia de dedicação. A música, naturalmente, deve desempenhar uma
parte importante numa experiência tão feliz.
Pode haver o corte da fita simbólica. Algumas congregações cami-
nham do recinto antigo para o novo. As pessoas gostam de entrar num
prédio novo, mas não gostam de abandonar as agradáveis lembranças
do antigo. Uma ponte do velho para o novo templo seria incluir na
inauguração da igreja alguns itens trazidos do local anterior.
Tanto a dedicação como a inauguração da igreja são eventos que, na
maioria dos lugares, merecem ser noticiados. Tais ocasiões devem ser apro-
veitadas para atrair a atenção da comunidade para a igreja e seu programa.
SANTA CEIA
Uma das mais certas responsabilidades do ancionato é auxiliar
o pastor na cerimônia da Santa Ceia, ou eles mesmos dirigirem-na.
Apenas ministros ou anciãos ordenados realizam essa cerimônia.
A Santa Ceia é uma das ocasiões mais solenes e prazenteiras em
nossas igrejas. Embora seja uma ocasião para exame do coração e
reconciliação, é também uma ocasião para encorajamento e reno-
vação espirituais. Assim, ser capaz de conduzir a congregação nessa
cerimônia sagrada é um dos deveres espirituais mais profundos que
você, como ancião, será chamado a desempenhar.
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O Ancião e as Cerimônias Especiais
Renovação de relacionamentos
A celebração da Santa Ceia dá aos que dela participam a oportu-
nidade de renovar e restabelecer o relacionamento com Deus e com
seus semelhantes. Ao se reunirem para o lava-pés, e ao comerem e
beberem os símbolos da morte de Cristo, são lembrados de sua neces-
sidade da contínua graça e do amor perdoador de Deus, e do compa-
nheirismo de uns com os outros. A Santa Ceia deve unir nossos mem-
bros e ajudá-los a voltar para casa com renovado vigor e confiança, a
fi m de prosseguirem na missão mundial que Deus lhes confiou.
Quando realizá-la
O Manual da Igreja diz: “Na Igreja Adventista do Sétimo Dia, a
cerimônia da comunhão geralmente é celebrada uma vez por tri-
mestre.” A palavra “geralmente” sugere apenas que esta tem sido a
prática ou o costume de nossa Igreja. Paulo declara: “Porque todas
as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte
do Senhor, até que Ele venha.” I Cor. 11:26. Isto nos informa que a
Bíblia não estabeleceu um número fi xo de vezes para a realização da
cerimônia. Não é quantas vezes celebramos a comunhão que é im-
portante, mas com que freqüência lembramos “a morte do Senhor”.
Na maioria das vezes, a cerimônia da Comunhão deve ser re-
alizada durante a hora do culto, no sábado. Contudo, pode haver
ocasiões adicionais para sua igreja decidir realizar a cerimônia: a
conclusão de uma semana de oração, o fi m de uma série de reuniões
de reavivamento, um acampamento, um retiro da igreja, ou durante
as reuniões dos jovens.
Quando ou onde quer que seja celebrada a Comunhão, deve
haver cuidadoso preparo, com esmerado planejamento e ensaio de
cada detalhe. A cerimônia deve ser anunciada com pelo menos uma
semana de antecedência, para que as pessoas se preparem para ela.
Os diáconos e as diaconisas devem preparar o pão e o vinho com
antecedência e ter o santuário e as salas para o lava-pés devidamente
equipados.
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O Ancião e as Cerimônias Especiais
Sermão
É costume em nossas igrejas que se pregue um sermão de dez a
quinze minutos, antes dos membros se separarem para o lava-pés.
Durante esse sermão, você tem a oportunidade de esclarecer o sig-
nificado do lava-pés e de animar os membros a acertarem qualquer
diferença que possam ter com outros na congregação.
Pode-se variar a cerimônia gastando alguns minutos explicando o signi-
ficado do lava-pés, e deixando então o restante do sermão para ser apresen-
tado após o retorno dos participantes. Deixando o sermão para esse momen-
to, um pouco antes da distribuição dos emblemas da Ceia, você conseguirá
fazer com que as pessoas estejam mais atentas ao seu significado.
Alguns textos sugestivos para sermões de Comunhão:
João 13:13-17 O exemplo de Jesus no lava-pés.
Mat. 26:26-28 A Ceia do Senhor (Mar. 14; Luc. 22).
Mat. 16:24 Abnegação dos seguidores de Jesus.
João 6:53-56 Comer a carne e beber o sangue.
I Cor. 10:16 e 17 Um pão, um corpo.
I Cor. 11:23-26 Anunciando a morte do Senhor.
I Ped. 2:21 O sofrimento de Cristo.
Ver também O Desejado de Todas as Nações, capítulos 71 e 72: “Ser-
vo dos Servos” e “Em Memória de Mim”.
O lava-pés
O lava-pés é um símbolo poderoso. Ao nos ajoelharmos diante
de outra pessoa, assim como Jesus fez certa vez, e pegarmos seus pés
com as mãos, para lavá-los, são-nos ensinadas importantes lições de
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Guia para Anciãos
A Ceia do Senhor
Convém que a congregação cante um hino enquanto as pessoas
retornam para a igreja e o dirigente, junto com seus assistentes, toma
lugar atrás da mesa da comunhão. Os diáconos e as diaconisas devem
entrar e se sentar no primeiro banco. Você pode fazer algumas afir-
mações introdutórias sobre a Ceia do Senhor ou iniciar seu breve ser-
mão, de acordo com a ordem que foi estabelecida para a cerimônia.
O pão é descoberto e é feita uma oração para que as bênçãos de Deus
repousem sobre este símbolo do corpo de Jesus. Os diáconos pegam então
o pão e o distribuem aos membros da congregação. Ao retornarem, os
anciãos e você mesmo servem-se do pão, e os oficiantes e a congregação
participam dele todos juntos. O mesmo procedimento é seguido na dis-
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O Ancião e as Cerimônias Especiais
Encerramento da cerimônia
A cerimônia da Comunhão deve terminar jubilosamente. As coi-
sas erradas foram acertadas. Os pecados perdoados. Restauradas a
fé e a esperança. É um momento de regozijo. Conclua a cerimônia
com uma música alegre e vibrante. Despeça a congregação com uma
bênção ou com uma oração silenciosa.
Após a cerimônia, os diáconos e as diaconisas, de maneira res-
peitosa, devem eliminar o pão e o vinho que sobraram. Em hipótese
alguma devem eles ser comidos ou bebidos.
Planejamento da solenidade
O pastor e os anciãos devem trabalhar juntos no planejamento da
solenidade.
Definindo o dia
O lançamento da pedra fundamental não é uma cerimônia inteira-
mente religiosa, não sendo, portanto, própria para o sábado. O domin-
go, por ser feriado, quase sempre é o dia ideal para essa cerimônia.
Convidados
Devem ser convidados representantes da Associação ou Missão. Au-
toridades locais e outros líderes da comunidade também podem compa-
recer, bem como os pastores de outras igrejas. A Imprensa e os órgãos de
comunicação devem ser avisados, e convidados a dar ampla cobertura.
Preparar o local
O local deve ser limpo. Talvez seja preciso construir uma plata-
forma e instalar um sistema de som. Se a cerimônia vai ser longa,
pode ser necessário providenciar cadeiras.
Os desenhos da arquitetura do prédio devem ser expostos destacadamen-
te. Uma maquete da estrutura proposta ajudará as pessoas a visualizá-la.
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O Ancião e as Cerimônias Especiais
Se o solo for aberto com pás, devem ser providenciadas algumas. Às vezes, as
lâminas das pás são pintadas com tinta dourada ou prateada. Uma alternativa seria
usar uma máquina para revolver a primeira camada de terra.
Se o edifício já foi demarcado antecipadamente, pode-se fazer um
sulco ao redor de seu perímetro, a fim de que as dimensões do edifício
sejam facilmente visualizadas por ocasião do término da cerimônia.
Ordem da solenidade
A ordem sugerida mais adiante pode ser utilizada quando a audi-
ência está confortavelmente sentada, e quando houve o planejamento
de uma cerimônia normal. Contudo, a reunião pode ser abreviada,
dependendo das circunstâncias locais.
Música de abertura
Muitas congregações não conseguem cantar muito bem ao ar li-
vre. Por isso, o canto congregacional pode ser omitido, especialmente
se o grupo for pequeno.
Hino especial
Hino especial
Música especial ou
hino de dedicação
Bênção final
História ou poesia.
FUNERAIS
Diversidade de tradições
Em vista da grande diversidade de culturas representadas em nossas
igrejas, há muitos costumes diferentes quanto à morte de um membro.
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O Ancião e as Cerimônias Especiais
Visita à família
Visite a família assim que souber do falecimento de um de seus
membros. Demonstre sua simpatia e tristeza na forma culturalmente
aceitável. Você pode partilhar algumas das promessas de Deus ( João
11:25; I Cor. 15:51-57; I Tess. 4:16) e orar com eles. Talvez a maior
ajuda que possa prestar é simplesmente sentar-se ao seu lado, mesmo
que não esteja em condições de dizer alguma coisa. Como ancião, você
representa a Cristo e o cristianismo para eles. Só a sua presença já lhes
trará conforto e segurança. Leve sua esposa consigo. As mulheres nor-
malmente são mais jeitosas do que os homens nessas circunstâncias,
especialmente no consolo das mulheres e das crianças.
Ordem da cerimônia
A despeito da diversidade dos ritos fúnebres, a cerimônia deve incluir
certos valores e práticas cristãos. Deve haver um momento para orar e
para ler passagens apropriadas das Escrituras. Os enlutados devem ser en-
corajados a olhar para Jesus como o conquistador da morte e Aquele que
tem o poder para ressuscitar os mortos. Deve-se compartilhar palavras de
conforto com base nas seguras promessas da Palavra de Deus. Ajude os
enlutados a deixarem a cerimônia com esperança, e não em desespero.
A seguinte ordem sugestiva para a cerimônia pode ser adaptada
aos costumes de sua comunidade:
• Música
• Leitura bíblica
• Oração
• História da vida do falecido (obituário)
• Música
• Sermão (10-15 minutos)
• Entrega do corpo (se a cerimônia estiver sendo realizada ao
lado da sepultura)
• Oração final
• Música
Dificuldades de transição
A transição de uma família pastoral de um distrito para outro
pode produzir expectativa e entusiasmo, tanto por parte da família
como do distrito. A mudança também pode ser delicada e difícil. Ela
é invariavelmente acompanhada por certo grau de preocupação.
A família pastoral passa por uma fase de adaptação no novo domicílio.
Essa adaptação envolve questões de emprego para a esposa, mudança de
escola para os filhos, perda de amigos, diferenças climáticas e culturais.
Tudo isso pode ser difícil de ser superado. A congregação precisa compre-
ender esta realidade vivida pelas famílias pastorais.
Suavizando a transição
Algumas sugestões para suavizar a transição para um novo pastorado:
Enterrar o antigo. O antigo deve ser posto de lado antes que o novo
possa ser aceito. A congregação pode expressar sua apreciação pelo
pastor que está indo embora e manifestar o pesar que sente pela sua
partida, proporcionando-lhe uma despedida bem preparada.
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Guia para Anciãos
Programa de boas-vindas
Idealmente, o programa de recepção deveria fazer parte do Culto
Divino, quando a maioria dos membros está presente. O programa
sugerido a seguir enfatiza a apresentação de toda a família do pastor.
Algumas famílias de pastor podem não apreciar uma exposição tão pú-
blica, mas deve ser dada alguma ênfase agradável à recepção de toda a
família. A família do pastor, e não apenas ele, deve sentir-se bem-vinda.
• Apresentação do representante do Campo local. O primeiro ancião
deve apresentar o representante da Associação/Missão que
veio apresentar a nova família pastoral.
• Comentários do representante do Campo local. O representante da As-
sociação/Missão deve explicar que o propósito do programa de
recepção é ajudar a unir a família pastoral e a igreja, e dedicar essa
nova equipe – pastor e igreja – ao ministério em prol da comuni-
dade. O representante também deve apresentar cada membro da
família pastoral, fazendo um resumo biográfico de cada um deles.
• Boas-vindas por parte do ancião local. O ancião fala em nome da con-
gregação, dando as boas-vindas ao pastor. Toda a família pastoral
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O Ancião e as Cerimônias Especiais
Quem oficia
O doente deve chamar os “presbíteros” ou anciãos da igreja. Os anci-
ãos locais podem realizar a unção na ausência de um ministro, mas de-
vem fazê-lo com a aprovação do pastor. Idealmente, um ministro dirige
a cerimônia, auxiliado pela presença e as orações dos anciãos disponíveis.
Ordem da cerimônia
Considerações preliminares. Como líder, você deve explicar ao grupo
o objetivo da unção e como ela ocorre. A pessoa que vai ser ungida
pode ser convidada a testemunhar de sua fé e apresentar os motivos
por que deseja a cura.
Se o doente não estiver em condições muito críticas para justificar
uma cerimônia bem curta, tome tempo para ler na Bíblia os requisi-
tos prévios para a cura divina. Estes incluem:
1. A crença de que Deus pode curar, e realmente cura.
2. Confissão do pecado.
3. Compromisso de um viver saudável. Muitas enfermidades
resultam de hábitos errôneos. Assegure ao doente que Deus
perdoa generosamente os nossos pecados do passado, mas é
presunção pedir que Ele cure nosso corpo se pretendemos
continuar abusando do mesmo.
4. Disposição para utilizar os recursos humanos. “Toda boa
dádiva e todo dom perfeito é lá do alto” (Tia. 1:17). Deus
pode já haver capacitado algum médico, a quem Ele quer
dirigir o doente para que seja curado. Deus opera milagres,
mas quase sempre prefere realizá-los por meio dos dons que
Ele coloca em mãos humanas.
5. Confiança na resposta de Deus. Algumas vezes Deus cura
imediatamente, outras vezes leva mais tempo, e em alguns ca-
sos a cura só se dará por ocasião da Segunda Vinda de Cristo.
Se a pessoa aflita não é curada imediatamente, isso não deve
ser interpretado como um sinal de fraqueza espiritual do
indivíduo, nem de relutância divina em curar. A cerimônia
deve culminar com a certeza de que tudo foi depositado nas
mãos de Deus, e Ele merece toda a confiança.
Alguns textos bíblicos que podem ser lidos ou citados: Tiago 5:14-16;
Números 21:8 e 9; Salmos 103:1-5; 107:19 e 20; e Marcos 16:15-20.
A oração de unção. Se você estiver dirigindo a cerimônia, deve
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O Ancião e as Cerimônias Especiais
CASAMENTO
Orientações denominacionais
Quem oficia. No capítulo 7, “Os Oficiais da Igreja e Seus Deveres”,
o Manual da Igreja estipula:
“Nesta cerimônia, a exortação, os votos e a declaração de casa-
mento são dados unicamente por um pastor ordenado, exceto nas
áreas em que a Mesa da Divisão tomou um voto aprovando que mi-
nistros licenciados ou comissionados, escolhidos, que foram ordena-
dos como anciãos locais, realizem a cerimônia de casamento. (Ver
págs. 147 e 148.) Um pastor, quer seja ordenado, licenciado ou comis-
sionado, ou um ancião local pode oficiar apresentando o sermão, ou
oferecendo a oração inicial, ou dando a bênção final.”
Em outras palavras, você, como ancião local, não pode realizar
toda a cerimônia, mas pode ajudar. Na condição de líder local, sua
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Guia para Anciãos
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Conclusão
Finalizamos este Guia Para Anciãos como o iniciamos: com um
apelo a todos os anciãos para que aceitem o desafio de vibrante e
espiritual liderança da Igreja. Seu ministério é vital para o contínuo
crescimento e desenvolvimento da Igreja. Em vista dos talentos de
liderança com que o Espírito Santo o dotou, você pode fazer uma
enorme diferença. Consagre-se diariamente a Cristo, e firme-se nEle
para receber graça e orientação.
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