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1ª edição neste formato
Versão 1.1
2016
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Apresentação
1
Devoção pessoal
19
Precisamos ter um ministério convertido – A eficiência e o poder que
acompanham o ministério verdadeiramente convertido fariam os hipócritas de
Sião tremer, e os pecadores temer. O padrão da verdade e da santidade está se
arrastando no pó. Se aqueles que dão os solenes avisos de advertência para este
tempo compreendessem sua responsabilidade para com Deus, veriam a
necessidade de fervorosa oração.
Quando as cidades se aquietavam no sono da meia-noite, quando todos os
homens tinham ido para sua casa, Cristo, nosso Exemplo, dirigia-Se ao Monte
das Oliveiras, e ali, entre as árvores protetoras, passava a noite inteira em oração.
Aquele que não tinha mancha de pecado – uma fonte inesgotável de bênçãos,
cuja voz foi ouvida na quarta vigília da noite pelos atemorizados discípulos no
mar tempestuoso, em bênção celestial, e cuja palavra podia chamar os mortos
para fora de suas sepulturas – era O que fazia súplicas com fortes clamores e
lágrimas.
Ele orava, não por Si mesmo, mas por todos a quem tinha vindo salvar. Ao
tornar-Se um suplicante, buscando da mão de Seu Pai mais força, e saindo
refrigerado e revigorado como substituto do ser humano, Ele Se identificou com
a humanidade sofredora e lhe deu um exemplo da necessidade de oração (T4, p.
528).
A menos que os ministros se convertam diariamente, nunca poderão
revelar a verdade como é em Jesus – Sou incapaz de descrever a impressão
criada em minha mente quando me dou conta de que muitos, mesmo entre
nossos irmãos que ensinam a Palavra, não se convertem diariamente.
Cristo está pronto a conceder sabedoria e graça; mas os que têm cargos
importantes de responsabilidade não podem guiar os outros no caminho certo, a
menos que se convertam diariamente. Se confiarem em sua suposta sabedoria,
desviarão os que olham para eles crendo que tais ministros compreendem o
sagrado ministério que lhes foi confiado.
Os que aceitam cargos de responsabilidade precisam estar alerta e,
mediante humilde oração, ser santificados, refinados e purificados. A menos que
percebam sua verdadeira condição, e a menos que se tornem semelhantes a
Cristo, nunca poderão revelar a verdade como é em Jesus (Carta 64, 1906 – PaC,
p. 43). 20
Os ministros que não se convertem diariamente fazem coisas insensatas
e sem sabedoria – Alguns ministros ligados a responsabilidades sagradas
perderam toda a compreensão do que significa cuidar das pessoas como quem
deverá prestar contas delas. Fazem coisas insensatas e sem sabedoria. Não têm
discernimento para perceber as consequências dos seus atos imprudentes, porque
não se convertem diariamente. É triste perder a confiança em homens nos quais
deveríamos confiar. As vidas preciosas, por quem Cristo morreu, não devem ser
deixadas como alvo das ciladas e tentações de Satanás (MR19, p. 212).
Não pregue enquanto não souber o que Cristo realmente significa para
você – Cuidarão meus irmãos para que nenhuma glória seja dada aos homens?
Reconhecerão que é Cristo que faz a obra no coração humano e não eles
mesmos? Pleitearão a sós com Deus meus irmãos no pastorado, em oração
particular, pela Sua presença e Seu poder? Não ousem pregar outro sermão
enquanto não souberem, por experiência própria, o que Cristo é para vocês. Com
o coração santificado pela fé na justiça de Cristo, podem pregar sobre Ele,
podem exaltar o Salvador ressurreto perante os seus ouvintes; com coração
submisso e comovido pelo amor de Jesus, podem dizer: “Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1:29) (TM, p. 154, 155).
Quanto mais você se relacionar com o Mestre, tanto mais se parecerá
com Ele – Quanto mais o ministro de Cristo se relacionar com seu Mestre, por
meio da contemplação de Sua vida e de Seu caráter, tanto mais se assemelhará a
Ele, e mais bem qualificado estará para ensinar Suas verdades. Cada aspecto da
vida do grande Exemplo deve ser estudado com cuidado, e deve ser mantida uma
conversação íntima com Ele através da oração com fé viva. Assim o caráter
defeituoso do ser humano será transformado à imagem de Seu glorioso caráter.
Assim o instrutor da verdade estará preparado para conduzir as pessoas a Cristo
(SP3, p. 244).
Submeter o eu à vontade de Deus não é uma tarefa fácil – A guerra
contra o eu é a maior batalha já travada. Submeter o eu, entregar tudo à vontade
de Deus e ser revestido de humildade, possuindo o amor que é puro, pacífico e
fácil de ser conciliado, cheio de mansidão e bons frutos, não é uma tarefa fácil.
No entanto, é nosso privilégio e dever ser completos vencedores aqui. O coração
precisa se submeter a Deus antes de poder ser renovado em conhecimento e
verdadeira santidade. A vida e o caráter santos de Cristo são um exemplo fiel. A
confiança em Seu Pai celestial era ilimitada. Sua obediência e submissão eram
sem reservas e perfeitas. Ele “não veio para ser servido, mas para servir” a
outros (Mt 20:28). Não veio para fazer Sua vontade, mas a vontade dAquele que
O tinha enviado. Em todas as coisas Ele “entregava-Se Àquele que julga
retamente” (1Pe 2:23). Dos lábios do Salvador do mundo foram ouvidas estas
palavras: “Eu nada posso fazer de Mim mesmo” (Jo 5:30) (T3, p. 106, 107). 21
O Senhor não pode trabalhar com os que são autossuficientes – Os
pastores do rebanho esperam que Deus trabalhe com eles? Segundo a luz que
Deus me deu, sei que poderia ter sido realizado vinte vezes mais do que o foi, se
os obreiros tivessem buscado a Deus para obter força e apoio em vez de
depender tanto do homem. Há necessidade de homens de fé para este tempo, não
para serem apenas pregadores, mas ministros do povo de Deus. Queremos
homens que andem com Deus diariamente, que tenham uma ligação viva com o
Céu. O Senhor não pode trabalhar com os que são autossuficientes e que exaltam
a si mesmos. O eu deve ser escondido em Jesus. Para podermos ver os profundos
movimentos do Espírito de Deus, precisamos ter a verdade como é em Jesus. A
eficácia de um discurso depende da aplicação da verdade ao coração pelo
Espírito de Deus. Quando Elias buscou a Deus no monte, soprou um fogo
devorador; mas Deus não estava nas chamas. Ergueu-se uma tempestade, trovões
vibraram e relâmpagos faiscaram; mas Deus não estava no meio deles. Então se
ouviu uma voz tranquila e suave, e o profeta cobriu a cabeça diante da presença
do Senhor. É a voz tranquila e suave do Espírito de Deus que tem o poder de
convencer e converter os corações (RH, 18 de junho de 1889).
As pessoas estão bem mais adiantadas do que muitos pastores – Os
ministros devem preparar o coração antes de entrar na obra de ajudar os outros,
pois as pessoas estão bem mais adiantadas do que muitos pastores. Devem lutar
incansavelmente em oração até que o Senhor os abençoe. Quando o amor de
Deus estiver ardendo no altar de seu coração, eles não pregarão para exibir sua
própria inteligência, mas para apresentar a Cristo, que tira os pecados do mundo
(RH, 15 de agosto de 1882).
Os ministros aprendem a viver sem o Espírito de Deus – A razão por
que há tão pouco do Espírito de Deus é que os pastores aprendem a trabalhar
sem Ele. Falta-lhes a graça de Deus; falta-lhes paciência e tolerância; falta um
espírito de consagração e sacrifício; e essa é a única razão por que alguns estão
duvidando das evidências da Palavra de Deus. A dificuldade não está na Palavra
de Deus, mas neles próprios. Falta-lhes a graça divina; devoção, piedade pessoal
e santidade. Isso os faz instáveis e os lança frequentemente no campo de batalha
de Satanás. Vi, porém, que, embora homens fortes possam ter defendido a
verdade e parecido piedosos, quando começam a manifestar incredulidade com
respeito a alguns textos bíblicos, dizendo que esses criam dúvidas quanto à
inspiração da Bíblia, deveríamos temê-los, pois Deus está muito distante deles
(T1, p. 383, 384).
Mantenham zelosamente suas horas de oração, estudo da Bíblia e
exame de consciência – No grande conflito que está diante de nós, quem quiser
manter-se fiel a Cristo tem de se aprofundar para além das opiniões e doutrinas
dos homens. Minha mensagem aos pastores, jovens e idosos, é esta: Mantenham
zelosamente suas horas de oração, de estudo da Bíblia e de autoexame. Separem
uma parte de cada dia para 22 o estudo das Escrituras e a comunhão com Deus.
Assim obterão força espiritual, e crescerão no favor de Deus. Somente Ele pode
dar a vocês nobres aspirações; Ele, unicamente, é capaz de modelar o caráter
segundo a semelhança divina. Aproximem-se dEle em fervorosa oração, e Ele
encherá o coração de vocês de elevados e santos propósitos, e de profundos e
sinceros desejos de pureza e clareza de pensamento (OE, p. 100).
ESTUDO DA BÍBLIA
É um pecado para os que ensinam a Palavra descuidar de seu estudo –
Os pastores que quiserem trabalhar com eficácia pela salvação de seres humanos
devem ser estudantes da Bíblia e pessoas de oração. É pecado da parte dos que
tentam ensinar a Palavra a outros negligenciarem eles próprios o estudo dela.
São poderosas as verdades com que eles lidam? Então, devem tratar com elas
habilmente. Suas ideias devem ser apresentadas com clareza e vigor. De todos os
homens sobre a face da Terra, os que proclamam a mensagem para este tempo
devem ser os que mais compreendam a Bíblia, e estejam inteiramente
familiarizados com as evidências de sua fé. Uma pessoa que não possui o
conhecimento da Palavra da Vida não tem o direito de instruir outros no
caminho do Céu (OE, p. 249).
Os ministros jovens devem estudar a Bíblia – Convido os jovens que
estão entrando na obra como ministros a que prestem atenção no que ouvem.
Não se oponham às preciosas verdades sobre as quais têm tão pouco
conhecimento. Examinem as Escrituras. Vocês têm um conhecimento muito
limitado. Conheçam por si mesmos a verdade. Não aceitem as palavras, os
preconceitos, argumentos ou teorias de qualquer pessoa. Isso tem sido feito por
ministros com prejuízo de sua experiência, deixando-os inexperientes quando
deveriam ser sábios nas Escrituras e no poder de Deus. Peguem suas Bíblias,
humilhem-se, chorem, jejuem e orem diante de Deus, como fez Natanael,
procurando saber a verdade. Os olhos divinos de Jesus viu Natanael orando, e
respondeu sua oração (EGW’88, p. 141).
A verdade bíblica não experimentada na alma do ministro é rejeitada
pelos ouvintes como um erro – Temos um ministério atrofiado e defeituoso. A
menos que Cristo habite nos homens que pregam a verdade, eles rebaixarão o
padrão moral e religioso onde quer que sejam tolerados. Um exemplo lhes é
dado, o do próprio Cristo: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de
que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa
obra” (2Tm 3:16, 17). Temos na Bíblia o infalível conselho de Deus. Seus
ensinos, postos em prática, habilitarão os homens para qualquer posição de
dever. É a voz de Deus falando cada dia ao coração. Quão cuidadosamente
devem os jovens estudar a Palavra de Deus e guardar seus pontos de vista no
coração, para que seus preceitos lhes 23 governem toda a conduta. Nossos jovens
pastores e os que, por vezes, têm pregado demonstram notável deficiência na
compreensão das Escrituras. A obra do Espírito Santo é iluminar o entendimento
obscurecido, abrandar o coração egoísta, insensível, conquistar o rebelde
transgressor e salvá-lo das influências corruptoras do mundo. A oração de Cristo
por Seus discípulos foi: “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (Jo
17:17). A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, penetra o coração do
pecador, cortando-o em pedaços. Quando a teoria da verdade é repetida sem que
sua sagrada influência seja sentida no coração do que fala, não tem força alguma
sobre os ouvintes, mas é rejeitada como erro, tornando-se o próprio orador
responsável pela perda de almas (T4, p. 441).
ORAÇÃO
Grandes resultados acompanham o trabalho de ministros que oram –
Estejam sempre dispostos a orar. Vocês são um cheiro de vida para a vida, ou de
morte para a morte. Ocupam um cargo de tremenda responsabilidade. Insisto em
que redimam o tempo. Aproximem-se de Deus em súplicas, e serão como a
árvore plantada junto a corrente de águas, que no devido tempo dá o seu fruto, e
cuja folhagem não murcha. Ministros de Cristo, vocês precisam do poder divino,
o qual Deus está disposto a conceder sem limite quando for solicitado.
Simplesmente dirijam-se a Deus, aceitem Sua Palavra e permitam que suas obras
sejam sustentadas por uma fé viva em Suas promessas. Deus não exige de vocês
orações eloquentes e raciocínio lógico, mas apenas um coração humilde e
contrito, pronto e disposto a aprender dEle. O ministro que ora, que possui uma
fé viva, apresentará as respectivas obras, e grandes resultados acompanharão seu
trabalho, apesar dos obstáculos combinados da Terra e do poder das trevas (RH,
8 de agosto de 1878).
Nenhum trabalho para a igreja deve ter prioridade sobre a comunhão
com Deus – Nada é mais necessário na obra do que os resultados práticos da
comunhão com Deus. Devemos mostrar por nossa vida diária que temos paz e
descanso no Senhor. Sua paz no coração irá se refletir no semblante. Dará à voz
um poder persuasivo. A comunhão com Deus comunicará elevação moral ao
caráter e a todo procedimento.
As pessoas observarão, como no caso dos primeiros discípulos, que
estivemos com Jesus. Isso comunicará aos trabalhos do pastor um poder ainda
maior do que o que provém da influência de sua pregação. Não deve ele permitir
que seja privado desse poder. A comunhão com Deus mediante a oração e o
estudo de Sua Palavra não deve ser negligenciada, pois aí é que está a fonte de
seu poder. Nenhuma atividade em prol da igreja deve ter precedência em relação
a isso (T6, p. 47).
As orações dos ministros não serão ouvidas se eles acalentarem o
pecado – Deus nos escolheu deste mundo para que sejamos Seu povo peculiar,
“o qual a Si mesmo Se deu 24 por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e
purificar, para Si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras”
(Tt 2:14). Os obreiros de Deus devem ser homens de oração, diligentes
estudantes das Escrituras, que tenham fome e sede de justiça, para que sejam
uma luz e fortaleza para os outros. Nosso Deus é um Deus zeloso, e requer que
O adoremos em espírito e em verdade, na beleza da Sua santidade. O salmista
diz: “Se eu acalentasse o pecado no coração, o Senhor não me ouviria” (Sl
66:18).
Como obreiros, precisamos estar atentos à nossa conduta. Se o salmista não
poderia ter sido ouvido se houvesse acalentado o pecado no coração, como
poderão ser ouvidas as orações dos pastores agora, se acalentarem o pecado
entre eles? Há perigos aos quais estamos continuamente expostos. É o plano
estudado de Satanás fazer com que os obreiros sejam fracos na oração, fracos em
poder, e fracos em sua influência perante o mundo, devido aos seus defeitos de
caráter – defeitos estes que, de modo algum, se harmonizam com a verdade (RH,
10 de novembro de 1885).
As dúvidas destroem o ministério – Alguns não são devotos por natureza
e, portanto, devem encorajar e cultivar o hábito de examinar intimamente a
própria vida e os próprios motivos, conservando especialmente o amor pelas
práticas religiosas e a oração particular. Frequentemente falam de dúvidas e
descrença, e demoram-se nas grandes lutas que travam com sentimentos de
infidelidade. Consentem com as influências desencorajadoras que lhes afetam a
fé, a esperança e o ânimo na verdade e no sucesso final do trabalho e da causa
em que estão empenhados, fazendo parecer que é uma virtude especial estarem
ao lado dos duvidosos.
Às vezes, eles parecem realmente encontrar prazer em insistir em sua
posição de infidelidade e fortalecer a descrença em toda circunstância que
podem utilizar como desculpa para suas trevas. A esses, eu gostaria de dizer:
seria melhor se caíssem de uma vez e deixassem os muros de Sião, até se
tornarem homens convertidos e bons cristãos. Antes de assumirem a
responsabilidade de se tornarem pastores, Deus requer que se afastem do amor a
este mundo. A recompensa daqueles que continuam em sua duvidosa posição
será igual a dos covardes e incrédulos (T2, p. 513).
Cristo uniu a oração ao trabalho – Sobrecarregado, o pastor quase
sempre fica tão atarefado que mal encontra tempo para examinar a si mesmo, a
fim de verificar se está firme na fé. Muito pouco tempo lhe resta para meditação
e oração. Cristo, em Seu ministério, ligou a oração ao trabalho. Noite após noite,
Ele passou inteiramente em oração. Os pastores devem pedir que Deus lhes dê
Seu Santo Espírito, a fim de que possam apresentar devidamente a verdade (Ev,
p. 91).
MEDITAÇÃO
Quase todos negligenciam o exame de si mesmos – Foi-me mostrado que
muitos estão em grande perigo de falhar em aperfeiçoar a santidade no temor de
Deus. Pastores estão sob risco de perder a própria salvação. Alguns que têm
pregado a outros serão rejeitados porque não aperfeiçoaram 25 o caráter cristão.
Não ganham pessoas em seu trabalho e fracassam também em salvar a si
mesmos. Não veem a importância do conhecimento e do autocontrole. Não
vigiam e oram para não entrarem em tentação. Se vigiassem, conheceriam os
pontos em que são mais assolados pela tentação. Mediante vigilância e oração,
podem resguardar os pontos mais fracos para que se tornem seus pontos mais
fortes, e possam enfrentar a tentação sem ser vencidos por ela.
Cada seguidor de Cristo deve examinar diariamente a si mesmo para que se
torne perfeitamente familiarizado com a própria conduta. Quase todos
negligenciam o exame de si mesmos. Essa negligência é altamente perigosa para
aquele que professa ser um porta-voz de Deus, que ocupa a respeitável posição
de receptor das palavras divinas para transmitir a Seu povo. Sua conduta diária
tem grande influência sobre outros. Se, porventura, obtém algum sucesso no
trabalho, leva seus conversos a seu baixo padrão e raramente esses conseguem ir
além disso. A conduta do pastor, suas palavras e gestos, seu estilo, sua fé e
piedade são considerados como exemplo para os adventistas do sétimo dia e, se
os membros imitam o comportamento daquele que lhes ensinou a verdade,
acham que estão cumprindo todo o seu dever (T2, p. 511).
Os pastores devem recapitular os atos de cada dia – Na conduta de um
pastor, há muita margem para melhora. Muitos veem e sentem suas deficiências;
contudo, parecem ignorar a influência que exercem. Estão conscientes de suas
ações ao praticá-las, mas permitem que saiam de sua memória e, portanto, não se
reformam.
Se os pastores tornassem os atos de cada dia um assunto de cuidadosa
reflexão e deliberada recapitulação, com o objetivo de se familiarizar com os
próprios hábitos de vida, conheceriam melhor a si mesmos. Mediante um íntimo
exame de sua vida diária sob todas as circunstâncias, eles conheceriam seus
motivos, os princípios que os regem. Essa diária recapitulação de nossos atos,
para ver se a consciência aprova ou condena, é necessária para todos os que
almejam chegar à perfeição do caráter cristão. Muitas ações que passam por boas
obras, mesmo atos de beneficência, se analisados rigorosamente, terão de ser
considerados como induzidos por motivos errados. Muitos recebem aplausos por
virtudes que não possuem. Aquele que sonda os corações vê os motivos e,
muitas vezes, os próprios atos que são vivamente aplaudidos pelas pessoas são
por Ele registrados como provindos de motivos egoístas e hipocrisia maldosa.
Cada ato de nossa vida, excelente e digno de louvor ou merecedor de censura, é
julgado por Aquele que conhece os corações de acordo com os motivos que o
induziram (T2, p. 511, 512).
Uma hora de meditação tem mais valor do que gastar dias estudando
os autores mais capazes – Irmão Hull, Deus deseja que você se aproxime mais
dEle, onde poderá se apegar à Sua fortaleza, e por meio de uma fé viva
reivindicar Sua salvação e ser um homem forte. Se você fosse um homem devoto
tanto no púlpito quanto fora dele, sua pregação seria acompanhada de uma
poderosa influência.
Você não examina 26 o coração a fundo. Tem estudado muitas obras, a fim
de tornar seus sermões irretocáveis e agradáveis. Mas tem descuidado do estudo
maior e mais necessário – o estudo de si mesmo. Um conhecimento completo de
si mesmo, a meditação e a oração, têm sido muito descuidados por você. Estas
têm se tornado coisas secundárias.
Seu sucesso como ministro depende de guardar seu próprio coração.
Receberá mais força se passar uma hora diária em meditação, e chorando por
seus fracassos e perversidades do coração, e rogando a Deus por Seu amor
perdoador e pela certeza do perdão de seus pecados, do que conseguirá passando
muitas horas e dias estudando os autores mais capazes e familiarizando-se com
cada objeção à nossa crença, e as mais poderosas evidências em favor de nossa
fé (RH, 19 de janeiro de 1864).
Grande parte do tempo gasto em estudo deveria ser utilizado em
oração e meditação – Foi-me mostrado que o tempo dedicado a leitura e estudo
em excesso é às vezes pior do que se fosse desperdiçado. Grande parte do tempo
gasto nos livros e no estudo deveria ser empregado em oração, pedindo a Deus
sabedoria celestial, força e poder para deixar que a verdade, que eles
compreendem bem, brilhe diante das pessoas em sua claridade e beleza
harmoniosa. Muito pouco tempo é dedicado à oração particular e à meditação
nas coisas sagradas.
O anseio dos servos de Deus deve ser o de receber a santa unção e estar
revestidos da salvação, de modo que sua pregação possa alcançar os corações. O
tempo é muito curto e os ministros destes últimos dias são tão poucos que devem
colocar todas as suas energias na obra, e manter-se em íntima comunhão com
Deus e os santos anjos, para que sua pregação tenha grande poder – capaz de
persuadir e atrair toda pessoa honesta que ama a verdade, a ponto de aceitá-la
(VSS, p. 219).
Meditem especialmente na obra mediadora de Cristo – Os ministros do
evangelho seriam homens poderosos se pusessem sempre o Senhor diante de si e
dedicassem tempo ao estudo de Seu admirável caráter. Se fizessem isso, não
haveria apostasias, ninguém seria separado da Associação por haver, pelas suas
práticas imorais, desonrado a causa de Deus e exposto Jesus à vergonha.
As aptidões de todo ministro do evangelho devem ser empregadas para
ensinar as igrejas a receber a Cristo pela fé como Salvador pessoal, a introduzi-
Lo em sua vida e torná-Lo seu Modelo, para aprender de Jesus, crer em Jesus e
exaltar a Jesus. O pastor deve, ele mesmo, demorar-se no caráter de Cristo. Deve
ponderar a verdade e meditar sobre os mistérios da redenção, especialmente a
obra mediadora de Cristo para este tempo (ME3, p. 187). 27
2
Adventismo – um movimento mundial singular
UMA MENSAGEM ESPECIAL
Em cada época há uma verdade especial para o mundo – “Santifica-os
na verdade; a Tua palavra é a verdade” (Jo 17:17) foi a oração de Cristo por Seus
discípulos. Em cada época, Deus confiou ao Seu povo uma verdade especial, que
se opõe diretamente aos desejos e propósitos do coração humano, a qual tende a
separar do mundo a igreja de Deus; e tem sido dever de Seus ministros
proclamá-la, quer as pessoas a aceitem ou não (ST, 28 de janeiro de 1886).
Estudem a doutrina da justiça de Cristo em relação com a lei – Sei que
seria perigoso considerar a posição do Dr. Waggoner como inteiramente errada.
Isso agradaria o inimigo. Vejo a beleza da verdade na apresentação da justiça de
Cristo em relação com a lei na maneira como o doutor a colocou perante nós.
Muitos de vocês podem dizer que essa é a luz e a verdade. No entanto, até agora
vocês não a apresentaram sob essa perspectiva. Não seria possível que através de
fervorosa oração e intensa pesquisa das Escrituras ele tenha vislumbrado uma
luz ainda maior em alguns pontos?
O que foi apresentado se harmoniza perfeitamente com a luz que Deus tem
me concedido durante todos os anos de minha experiência. Se nossos irmãos
ministros aceitassem a doutrina que foi apresentada tão claramente – a justiça de
Cristo em relação com a lei – e eu sei que precisam aceitá-la, seus preconceitos
não teriam um poder controlador, e o povo seria nutrido com a sua porção de
alimento no devido tempo. Tomemos nossas Bíblias e, com oração humilde e
com mansidão, acheguemo-nos ao grande Mestre do mundo; oremos como fez
Davi: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da Tua
lei” (Sl 119:18) (EGW’88, p. 164).
Talvez os ministros não valorizem a verdade que apresentam – O
mundo deve ser advertido de sua futura destruição. A apatia daqueles que estão
no pecado e no erro é tão profunda, tão semelhante à morte, que a voz de Deus
por meio de um pastor atento é necessária para despertá-los. A menos que os
pastores sejam convertidos, o povo não o será. O frio formalismo que está 28
agora prevalecendo entre nós deve dar lugar ao vivo fervor da religião prática.
Não há falha na teoria da verdade; ela é perfeitamente clara e harmoniosa.
Entretanto, os jovens pastores podem falar a verdade fluentemente e não ter
verdadeira percepção das palavras que proferem. Eles não reconhecem o valor
da verdade que apresentam, e pouco percebem o que isso custou àqueles que,
com orações e lágrimas, através de provações e oposição, a buscaram como a
tesouros escondidos. Todo novo elo na cadeia da verdade lhes foi tão precioso
quanto ouro provado. Esses elos agora estão unidos em um todo perfeito. As
verdades têm sido cavadas do lixo da superstição e do erro, por meio de oração
fervorosa por luz e conhecimento, e apresentadas ao povo como preciosas
pérolas de infinito valor (T4, p. 445, 446).
O Senhor mantém viva a verdade, colocando-a em nova moldura –
Como vocês não sabem que o Senhor está dando novas evidências de Sua
verdade, colocando-a em nova moldura, para que seja preparado o caminho do
Senhor? Que planos vocês têm delineado para que nova luz possa ser
disseminada através das fileiras do povo de Deus? Que prova vocês têm de que
Deus não enviou luz a Seus filhos? Toda presunção, egoísmo e orgulho de
opinião têm de ser postos de lado. Temos de ir aos pés de Jesus e aprender
dAquele que é manso de coração (ME1, p. 413, 414).
LEALDADE À DOUTRINA ADVENTISTA
A mais delicada tarefa confiada ao homem – Há trabalho pastoral a fazer,
reprovando e exortando com toda a longanimidade e doutrina; isto é, o pastor
deve apresentar a Palavra de Deus, com o fim de esclarecer onde houver alguma
deficiência. Caso haja alguma coisa no caráter dos professos seguidores de
Cristo, certamente o pastor deve preocupar-se com isso e não se sentir como
senhor da herança de Deus. Lidar com a mente humana é a mais delicada tarefa
que já foi confiada ao homem mortal (Ev, p. 347, 348).
Os próprios ministros devem primeiro se converter à verdade – Assisti
ao concílio ministerial e fiz importantes observações quanto à necessidade da
escola de teologia e à importância de os pastores passarem algum tempo obtendo
treinamento em dar estudos bíblicos, o qual os qualificará melhor para seu
trabalho. Isso os colocará numa situação mais favorável para obter conhecimento
de como trabalhar e é necessário porque tem havido tantas ideias contrárias em
nosso meio, que as igrejas têm recebido teorias muito confusas a respeito da
verdade para este tempo. É importante que os nossos ministros falem a mesma
linguagem em nossas igrejas e não deem um som incerto à trombeta. Nossos
pastores devem primeiro se converter eles próprios à verdade. Então poderão ir a
todas as partes, levando a mensagem da verdade para este tempo (MR3, p. 193).
29
15
O relacionamento do pastor com sua família
O LAR
85
O verdadeiro caráter de um ministro se revela no lar – Não é tanto a
religião do púlpito quanto a da família que revela nosso verdadeiro caráter. A
esposa do pastor, seus filhos e os que estão empregados como auxiliares em sua
família são o juiz mais bem qualificado de sua vida religiosa. Um homem bom
será uma bênção a sua casa. Esposa, filhos e empregados serão o melhor para
sua religião (LA, p. 354).
O bem-estar espiritual de sua família vem em primeiro lugar – Nada
serve de desculpa para o pastor negligenciar o círculo familiar pelo mais amplo
círculo externo. O bem-estar espiritual de sua família vem em primeiro lugar. No
dia do ajuste de contas final, Deus há de perguntar o que fez ele para atrair para
Cristo aqueles que assumiu a responsabilidade de trazer ao mundo. O grande
bem, feito a outros, não pode cancelar a dívida que ele tem para com Deus,
quanto a cuidar dos próprios filhos (OE, p. 204).
Um pastor precisa mostrar em sua família consideração bondosa, antes
de ter êxito em ganhar almas – Precisa mostrar em sua família consideração
bondosa, ternura, amor, gentileza, nobre paciência e verdadeira cortesia
apropriados a um líder de família, antes de ter êxito em ganhar pessoas para
Cristo (T3, p. 556).
Alguns ministros são desviados de seu trabalho pelos laços familiares –
Alguns pastores são facilmente distraídos de sua obra. Ficam desanimados, ou
são afastados pelos laços de família, e deixam um interesse crescente se
extinguir por falta de atenção. Mal se pode calcular o prejuízo sofrido pela causa
por esse motivo (OE, p. 371).
A ESPOSA
O pastor deve tratar com carinho sua esposa – Trate sua esposa com
ternura. Ela necessita de todo o cuidado, conforto e ânimo que, em seus votos
matrimoniais, você prometeu 86 lhe dar. Não lhe dê a menor chance de questionar
sua lealdade ou seu sincero desejo de cumprir suas obrigações (MR6, p. 47).
O êxito ou o fracasso do ministro depende muito da esposa – A esposa
de um pastor pode ser a mais bem-sucedida ajudadora e uma grande bênção a
seu marido ou um empecilho em sua obra. Depende muito da esposa se seu
marido crescerá dia a dia em sua esfera de utilidade ou se descerá ao nível da
mediocridade (LA, p. 355).
O descontentamento das esposas traz desânimo aos pastores – Foi-me
apresentada a vida de Cristo. Quando Sua abnegação e Seu sacrifício são
comparados com as provas e sofrimentos das esposas de alguns pastores, isso faz
com que tudo o que possam elas chamar de sacrifício seja reduzido à
insignificância. Se a esposa do pastor profere palavras de descontentamento e
desânimo, a influência que exercerá sobre o marido será desencorajadora e
tenderá a debilitá-lo no trabalho, especialmente se seu sucesso depender das
influências que o rodeiam.
Deve o ministro de Deus, nesses casos, ficar abatido ou retirar-se do campo
de trabalho para atender aos sentimentos da esposa, surgidos da indisposição de
render-se à inclinação do dever? A esposa deve harmonizar seus desejos e
interesses ao dever, abrindo mão de sentimentos egoístas por amor a Cristo e à
verdade. Satanás tem exercido muito controle sobre o trabalho dos pastores,
através da influência de companheiras egoístas que amam a comodidade (T1, p.
451).
Satanás controla os pastores por meio das esposas egoístas – Satanás
está sempre em atividade para enganar e desviar pastores escolhidos por Deus
para pregar a verdade. A forma mais eficaz pela qual ele pode atuar é mediante
as influências do lar, por meio de companheiras não consagradas. Se consegue
controlar a mente da esposa, consegue, através dela, com mais facilidade, obter
acesso ao marido que, pela palavra e pela doutrina, trabalha para salvar almas.
[...] Satanás não tem medido esforços para controlar as atividades dos pastores
mediante a influência de companheiras comodistas e egoístas (LA, p. 355).
As esposas dos pastores que ministram a outros não têm tempo de
sentir solidão – A luz que o Senhor me deu quanto às esposas dos pastores é
que, se sua vida se mantém em íntima consagração a Deus, como é o dever de
todos os que trabalham com Ele, encontrarão tantas pessoas às quais ministrar
que não terão tempo de se sentir sozinhas ou de cultivar algum tipo de egoísmo.
Jesus diz: “Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de Mim, pois sou manso
e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o
Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve” (Mt 11:29, 30). Aqueles que atendem a
esse convite não se lamentarão nem terão sentimentos de solidão. Seu trabalho é
fazer a vontade de Cristo. Ao fazerem isso, experimentarão uma doce paz e
descanso para a alma (MR14, p. 307). 87
Ser influenciado demais pela esposa pode ser prejudicial para o
ministro – A esposa de um de nossos ministros mantinha seu esposo, que era
muito sensível, torturado por sugestões semelhantes às que você tem proferido.
Ela lançava falsas suspeitas sobre as palavras e ações de outros, e apresentava
seus pontos de vista com tanta convicção, que seu esposo pensava que ela
possuía um discernimento superior do caráter.
O Senhor me deu uma mensagem para esse casal, mas eles não a aceitaram.
Ele achava que estava certo em sua crença de que a esposa possuía
discernimento superior, e que suas sugestões eram totalmente corretas. Qualquer
esforço que se fizesse para esclarecê-lo ou para remover as impressões erradas
que havia recebido, era considerado como um esquema para enganá-lo. E a
língua sem controle da esposa estava em atividade constante. Qualquer empenho
para salvá-lo de um colapso era interpretado por ela como o desejo de colocar
alguém em seu lugar. Seus irmãos trabalharam com todas as forças para salvá-lo,
mas seus planos foram interpretados como armadilhas bem arquitetadas para
minar sua influência. Assim, a obra de Deus foi neutralizada pela influência do
lar (MR12, p. 341).
Obreiros com problemas matrimoniais podem se apresentar como
vítimas, quando suas esposas é que o são – Não posso dar a ideia de eu estar
justificando sua conduta na vida matrimonial. O fato de você ter deixado sua
esposa e seus filhos é uma ofensa a Deus e preciso apresentar esse assunto tal
como ele é, diante do presidente de sua Associação, o pastor Williams.
Sempre tive a esperança de que, ao você se dar conta de seus enganos,
sentiria a necessidade do arrependimento em sua forma mais plena. No entanto,
minha experiência em Armadale e a responsabilidade que foi colocada sobre
mim ali me fizeram sofrer muito. Os assuntos relativos à sua vida foram mais
amplamente expostos diante de mim. [...] Você imaginou que receberia as
credenciais de ministro do evangelho, mas se tivessem sido concedidas, teria
sido lançada desonra sobre a causa de Deus.
Você tem se apresentado como vítima, mas foi a sua esposa a maior vítima.
Ela jamais deveria ter sido tratada da forma como você a tratou. Você lidou de
tal maneira com seus filhos que sua esposa não poderia ter tomado outra atitude
que não a de se separar de você. Ela teve o coração machucado, esmagado, e
quase chegou à loucura por causa de sua forma dominadora e autoritária ao
administrar a disciplina a seus filhos (CSx, p. 213).
OS FILHOS
O primeiro dever do pastor é com relação a seus filhos – Os deveres do
pastor estão em torno dele, próximos e distantes; mas seu primeiro dever é para
com os filhos. Ele não se deve absorver tanto com as responsabilidades externas
que negligencie as instruções de que necessitam seus filhos. Talvez considere as
obrigações do lar como de menor importância; em realidade, porém, esses
deveres se encontram na própria base do bem-estar dos indivíduos e da
sociedade. A felicidade de homens e mulheres e o êxito da igreja dependem, em
grande parte, da influência doméstica. 88 Interesses eternos se acham envolvidos
no devido desempenho dos deveres diários da vida. O mundo não precisa tanto
de grandes mentes quanto de homens bons, que sejam uma bênção na própria
família (OE, p. 204).
Se você está negligenciando os filhos, não está servindo a Deus da
melhor maneira – Os que percebem sua deficiência numa questão que diz
respeito à felicidade e utilidade das gerações futuras deveriam fazer do tema da
administração familiar seu mais dedicado estudo. Como objeção a isso, muitos
apontam para os filhos dos pastores, professores, e outros homens de elevada
reputação por seu saber e piedade, e alegam que, se esses homens, com
vantagens superiores, fracassam na administração de suas famílias, aqueles que
estão em situação menos favorável não podem ter esperança de êxito.
A questão a ser resolvida é a seguinte: têm esses homens dado a seus filhos
o que lhes pertence por direito – bom exemplo, fiel instrução e restrição
adequada? É pela negligência de tais fundamentos que esses pais dão à
sociedade filhos desequilibrados, impacientes com as restrições, e ignorantes dos
deveres da vida prática. Nisso estão causando ao mundo um dano que excede
todo o bem que possam realizar.
Esses filhos transmitem sua própria perversidade de caráter como herança
aos seus descendentes, e, ao mesmo tempo, seu mau exemplo e má influência
corrompem a sociedade e causam estragos na igreja. Não podemos pensar que
nenhum homem, independentemente de sua grande capacidade ou utilidade,
esteja servindo melhor a Deus enquanto seu tempo é dedicado a outros
interesses, prejudicando seus filhos (ST, 9 de fevereiro de 1882).
A influência negativa da família do pastor pode causar mais dano do
que o bem realizado por seu ministério – Uma dupla obrigação está sobre
você, irmão B, como ministro de Deus: governar bem a própria casa e restringir
seus filhos. Você, porém, tem se agradado com suas aptidões e lhes desculpado
as faltas. Os pecados deles não lhe parecem tão graves. Você tem desagradado a
Deus e quase arruinado os filhos pela negligência do dever; tem continuado
nesse descaso mesmo após o Senhor tê-lo reprovado e aconselhado.
O prejuízo causado à obra de Deus pela influência de vocês, como família,
em diversos lugares por onde passaram, foi maior do que o bem realizado. Você
tem estado cego e sido enganado por Satanás a respeito de sua família. Você e
sua esposa têm considerado os filhos como iguais a vocês. Eles têm agido como
bem lhes agrada. Isso tem sido uma triste desvantagem em seu trabalho como
ministro de Cristo; e a negligência do dever em restringir os próprios filhos tem
levado a um mal ainda maior, que ameaça destruir sua utilidade (T2, p. 620,
621).
Os pastores que fracassam no lar fracassarão na igreja – Aquele que
está comprometido com o ministério do evangelho precisa ser fiel em sua vida
familiar. É importante que ele tanto aperfeiçoe, como pai, os talentos que Deus
lhe conferiu com o objetivo de tornar o lar um símbolo da família celestial,
quanto use 89 no pastorado a capacidade que Deus lhe deu para conduzir pessoas
para a igreja.
Como sacerdote do lar e embaixador de Cristo na igreja, ele deve
exemplificar em sua vida o caráter de Cristo. Deve ser fiel em cuidar das pessoas
como alguém que terá de prestar contas. Não deve haver em seu serviço
nenhuma negligência ou trabalho desatento. Deus não poderá usar homens
pecadores que não têm uma visão clara da sagrada responsabilidade envolvida
em aceitar um cargo como pastor de igreja. Aquele que fracassa em ser um
pastor fiel e criterioso no lar, certamente fracassará em ser um pastor fiel do
rebanho de Deus na igreja (MR6, p. 49). 90
16
O relacionamento do pastor com os outros
COM A COMUNIDADE
91
Não podemos erguer uma parede entre nós e o mundo – Nossa maior
necessidade é a de um coração puro, limpo, e de uma mente compreensiva. Todo
tipo de falsidades maliciosas foram espalhadas contra Cristo, e serão espalhadas
contra o povo que guarda os mandamentos de Deus. Como provaremos que elas
são falsas? Faremos isso erguendo uma parede entre nós e o mundo? A oração
de Cristo esclarece esse ponto: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os
guardes do mal” (Jo 17:15). Embora nosso trabalho seja dinâmico, deve ser
conduzido com base nos princípios bíblicos. Todos os nossos empreendimentos
devem ser executados com a simplicidade de Cristo, com paciência,
longanimidade e amor por Deus e por Cristo. Nosso trabalho é convencer, não
condenar. Os seres humanos ao nosso redor possuem as mesmas debilidades que
nós (MR2, p. 195).
Não critiquem outras denominações – Quando alguns que têm falta do
Espírito e poder de Deus entram em um novo campo, começam a falar mal de
outras denominações, pensando que podem convencer as pessoas sobre a
verdade ao revelar as incoerências das igrejas populares. Pode parecer necessário
em algumas ocasiões falar dessas coisas, mas, em geral, somente cria
preconceito contra nossa obra e fecha os ouvidos de muitos que poderiam, de
outra maneira, escutar a verdade. Se esses instrutores estivessem intimamente
ligados a Cristo, teriam a sabedoria divina para saber como se aproximar do
povo (T4, p. 536).
Os ministros não devem criar cismas, travando as batalhas do mundo
político – Os que ocupam o lugar de educadores, de pastores e de colaboradores
de Deus em qualquer sentido não têm batalhas a travar no mundo político. Sua
cidadania está nos Céus. O Senhor lhes pede que permaneçam como um povo
separado e peculiar. Ele não quer que haja divisões no corpo de crentes. Seu
povo tem de possuir os elementos de reconciliação. Será que sua obra é fazer
inimigos no mundo político? – Absolutamente, não! Eles têm de permanecer
como súditos do reino de Cristo, levando a bandeira em que se acha inscrito: “Os
92
mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12). Têm de ter a
responsabilidade de uma obra especial, de uma especial mensagem.
Temos uma responsabilidade individual, e isso tem de ser revelado na
presença do Universo celestial, dos anjos e dos homens. Deus não nos pede que
ampliemos nossa influência misturando-nos com a sociedade, ligando-nos com
os homens em questões políticas, mas ficando como partes individuais de Seu
grande todo, tendo Cristo como cabeça. Cristo é nosso Príncipe e, como súditos
Seus, devemos realizar a obra que nos foi designada por Deus (FEC, p. 478,
479).
COM PASTORES DE OUTRAS DENOMINAÇÕES
Os servos de Deus devem se aproximar dos ministros de outras
denominações – Mais trabalho deveria ter sido feito pelos que ocupam cargos
elevados. Os que proclamam a última mensagem de misericórdia a um mundo
caído não devem passar por alto os ministros. Os servos de Deus devem se
aproximar deles como quem tem profundo interesse em seu bem-estar, e então
suplicar por eles em oração. Se eles se recusarem a aceitar o convite, contem isso
ao Mestre, e então seu dever terá sido cumprido (RH, 8 de maio de 1900).
Orem por e com os ministros de outras denominações – Nossos pastores
devem tentar se aproximar dos pastores de outras denominações. Orar por esses
homens e com eles, por quem Cristo está fazendo intercessão. Pesa sobre eles
solene responsabilidade. Como mensageiros de Cristo, devemos manifestar
profundo e fervoroso interesse por esses pastores do rebanho (T6, p. 78).
Um ministro precisa ter valor moral para defender o sábado – É
necessário valor moral para adotar a decisão de obedecer aos mandamentos do
Senhor. Um oponente da verdade disse certa vez que somente os de mente fraca,
os néscios e ignorantes abandonariam sua igreja para guardar o sétimo dia como
dia de repouso. Mas um pastor que havia abraçado a verdade respondeu: “Se o
senhor acha que é só para os de mente fraca, experimente.” É preciso valor
moral, firmeza, decisão, perseverança e muita oração para ingressar nas fileiras
da impopularidade (Ev, p. 240).
Se os ministros de outras denominações realmente se converterem à
nossa mensagem, serão instrumentos polidos nas mãos de Deus – Muito tem
sido perdido por nosso povo devido a seguirem planos tão estreitos, que as
classes mais esclarecidas, mais bem-educadas, não são atingidas. Diversas vezes
tem a obra sido dirigida de tal maneira que os incrédulos recebem a impressão de
ela ser de bem pouca importância – resultado de entusiasmo religioso que não
merece atenção. Muito se tem perdido por falta de métodos sábios de trabalho.
Todo esforço deve ser feito, a fim de dar crédito e dignidade à obra.
Muita sabedoria é necessária para atingir pastores e homens de influência.
Mas por que haviam eles de ser negligenciados como têm sido por nosso povo?
Esses homens são responsáveis diante de Deus exatamente na proporção dos
talentos a eles confiados. Onde foi dado muito, muito também se pedirá. Não
deve haver mais profundo estudo e muito mais oração por 93 sabedoria, para que
aprendamos a maneira de aproximar-nos dessas classes? Não se deve usar de
sabedoria e tato para conquistar essas pessoas que, caso sejam verdadeiramente
convertidas, serão instrumentos polidos nas mãos de Deus para chegar a outros?
(Ev, p. 562, 563).
COM PESSOAS DE OUTRAS CULTURAS
Quem está intimamente ligado a Cristo é elevado acima do preconceito
de cor ou classe social – Quem se acha intimamente ligado a Cristo é elevado
acima do preconceito de cor ou classe social. Sua fé se apodera das realidades
eternas. O divino Autor da verdade deve ser enaltecido. Nosso coração deve se
encher da fé que atua por amor e purifica o coração. A obra do bom samaritano é
o exemplo que devemos seguir (T9, p. 209).
Quando o Espírito Santo Se move, todo preconceito desaparece e nos
aproximamos de Deus como uma só irmandade – Quando o Espírito Santo Se
move nas mentes humanas, toda pequena queixa e acusações entre o homem e
seu semelhante serão postas de lado. Os raios brilhantes do Sol da Justiça
iluminarão os recantos da mente e do coração. Em nossa adoração a Deus não
haverá distinção entre rico e pobre, negro e branco. Todo preconceito
desaparecerá. Quando nos aproximamos de Deus, somos como uma só
irmandade. Somos peregrinos e estrangeiros, em viagem para um mundo melhor:
o celestial. Ali todo orgulho, toda acusação e todo autoengano terminarão para
sempre. Toda máscara será posta de lado, e nós “O veremos como Ele é” (1Jo
3:2). Ali nossos cânticos conterão o tema inspirador; e louvor e gratidão
ascenderão a Deus (RH, 24 de outubro de 1899).
As distinções sociais devem se tornar desprezíveis – A cruz do Calvário
deve fazer com que as distinções da sociedade desapareçam e se tornem
desprezíveis. Se o Senhor é tão bondoso a ponto de aceitar pecadores da raça
branca e perdoar seus pecados, oferecendo-lhes a certeza da vida eterna, a
esperança de um lugar entre a família dos remidos quando vier nas nuvens dos
céus, e os justos mortos se erguerem das sepulturas para encontrá-Lo, não
aceitará também pecadores da população negra, perdoando-lhes os pecados? Não
lhes oferece a mesma esperança que estende aos brancos? Se creem nEle, não os
aceitará como Seus filhos e filhas? Não os erguerá da ignorância e degradação
por meio de Seu plano? Não deseja Ele, através da favorecida população branca,
que alega ser filha do mesmo Pai, elevá-los e enobrecê-los? (Ms 70, 1902, citado
em SpM, p. 220, 221).
A separação étnica não é permanente – Paredes de separação foram
erguidas entre os brancos e os negros. Estas paredes de preconceitos se
desmoronarão como as muralhas de Jericó, quando os cristãos obedecerem à
Palavra de Deus, que ordena amor supremo ao seu Criador e 94 amor imparcial
ao próximo [...] Que cada igreja, cujos membros professam crer na verdade para
este tempo, olhe para este povo negligenciado e oprimido, que como resultado
da escravidão tem sido privado do privilégio de pensar e agir por si próprio (RH,
17 de dezembro de 1895).
Não podemos ignorar que existe preconceito racial – Estou muito
preocupada com a obra entre os negros. O evangelho precisa ser pregado a essas
pessoas, que em geral vivem em situação de desvantagem. Entretanto, devemos
revelar grande precaução nos esforços para erguer essas pessoas. Entre os
brancos, em muitos lugares, existe forte preconceito contra os negros.
Deveríamos ignorar tal preconceito, porém, isso não é possível. Se agíssemos
como se esse antagonismo não existisse, seríamos incapazes de apresentar a luz
aos brancos. Temos de enfrentar a situação tal qual ela se apresenta, lidando com
ela de forma sábia e competente (T9, p. 204).
A obra não pode ser prejudicada devido a preconceitos causados por
costumes nacionais – Deve haver uma firme determinação por parte de nossos
obreiros para romper os costumes estabelecidos do povo, sempre que isso seja
essencial para o progresso da obra de Deus. A obra poderia estar muito mais
avançada na Europa, se alguns dos que abraçaram a verdade não estivessem tão
apegados aos hábitos e costumes nacionais. Eles apelam aos ministros para que
façam esforço para se adaptar a esses costumes e preconceitos, ou não se poderá
conseguir nada. Isso tem causado uma influência restritiva sobre a obra desde
seu começo.
Os esforços que têm sido despendidos para se adaptar aos costumes
ingleses, para comer, beber, vestir-se e dormir de acordo com esses costumes
têm limitado a obra, e agora está muitos anos mais atrasada do que deveria estar.
O esforço para se manter amarrado às ideias e costumes franceses tem
prejudicado a obra na França. Meu coração dói ao ouvir nossos irmãos dizerem:
“Essa pessoa não sabe como trabalhar por essas nacionalidades.” Deus não sabe
o que as pessoas necessitam? E Ele não guiará Seus servos? A verdade não é
uma só? O ensino da Bíblia não é um só? Deixem que Deus dê aos Seus
mensageiros as palavras que hão de falar, e Sua bênção não falhará em ajudá-los
em seus labores (RH, 8 de dezembro de 1885).
Não podemos promover interesses divididos entre as diferentes
nacionalidades – Senti-me impelida pelo Espírito de Deus durante as reuniões a
impressionar a todos sobre a importância de cultivar o amor e a unidade.
Procurei apresentar o perigo de promover interesses divididos entre as diferentes
nacionalidades (RH, 3 de novembro de 1885). 95
17
O relacionamento do pastor com a igreja
Tenham paciência para com as faltas dos outros – Cristo não veio para
ser servido, mas para servir; e, quando Seu amor reina no coração, seguiremos
Seu exemplo. Se mantivermos em nossa mente os atos injustos e indelicados dos
outros acima de tudo, será impossível amá-los como Cristo nos ama, pois há
poucas pessoas que, ao serem conhecidas mais de perto, não revelam traços de
caráter hostis. Mesmo os melhores de nós temos esses traços desagradáveis; e,
ao escolhermos nossos amigos, devemos selecionar aqueles que não se afastarão
de nós quando descobrirem que não somos perfeitos. Precisamos ter tolerância
mútua. Devemos amar e respeitar uns aos outros apesar das faltas e imperfeições
que não podemos deixar de perceber, pois esse é o Espírito de Cristo. Deve-se
cultivar a humildade e a autodesconfiança, bem como paciência para com as
faltas dos outros. Isso eliminará todo egoísmo mesquinho e nos tornará
generosos (ST, 5 de março de 1885).
EMBAIXADORES DE CRISTO
Através de Seus ministros, Cristo age visivelmente na Terra – Os
embaixadores de Cristo têm uma obra importante e solene a realizar, a qual
alguns assumem muito superficialmente. Ao mesmo tempo em que Cristo é
oficiante no santuário celestial, é também, por intermédio de Seus
representantes, o líder de Sua igreja na Terra. Fala ao povo mediante homens e,
por meio deles, leva avante a obra, do mesmo modo que o fazia nos dias de Sua
humilhação, quando andava visivelmente aqui no mundo.
Apesar de decorridos séculos, o lapso de tempo não mudou a promessa por
Ele deixada aos discípulos: “Eis que estou convosco todos os dias, até à
consumação dos séculos” (Mt 28:20). Desde a ascensão de Cristo até hoje,
homens ordenados por Deus, homens que dEle derivam sua autoridade, têm-se
tornado mestres da fé. Cristo, o Pastor verdadeiro, dirige Sua obra por
intermédio desses subpastores. Assim, a função dos que trabalham na palavra e
na doutrina se torna muito importante. Suplicam ao povo, da parte de Cristo, que
se reconciliem com Deus (T4, p. 393).
Todo ministro que não possui o amor de Jesus no coração revelará isso
em seus atos – Sinto tristeza pelas pobres almas que, não conseguindo encontrar
alívio, recorrem à 96 Sra. White. Quero que elas tenham certeza de que os
pastores do rebanho cuidarão da congregação do Senhor. Todo ministro de
Cristo que não possui o precioso amor de Jesus no coração revelará isso em seus
atos. O Senhor Jesus deu a cada homem lições preciosas de instrução em Sua
santa Palavra. O Senhor Jesus é nosso exemplo. A imagem impressa de Cristo
será manifestada no caráter daqueles que se entregam completamente a Ele.
Então as aptidões físicas e mentais serão renovadas dia a dia, pois o verdadeiro
crente está se alimentando da carne e bebendo o sangue do Filho de Deus. Jesus
diz: “A carne não produz nada que se aproveite. As palavras que Eu lhes disse
são espírito e vida” (Jo 6:63) (EGW’88, p. 1.276).
Ande com Ele, fale dEle, e imite a Cristo – Pastorear significa muito mais
do que pregar. A fim de cumprir esta sagrada e importante obra repleta de
interesses eternos, o pastor precisa ser um homem de uma devoção vital, ou seus
esforços não serão aceitos por Deus. Deve ser um homem que não tenha opinião
exaltada de si mesmo, ou de sua própria habilidade, mas alguém que perderá o
senso de sua importância diante da exaltada visão que possui da incomparável
misericórdia e amor de Jesus Cristo. Ele então anda em comunhão com Deus.
Sua vida religiosa e verdadeira santidade, as quais leva consigo por onde
quer que vá, e que estão ligadas a tudo o que faz, o tornam um obreiro eficiente e
de êxito. Ele é um colaborador de Jesus Cristo, e é fiel no trabalho que lhe foi
designado, como Cristo foi fiel em Seu trabalho. Não exaltará a si próprio em
palavras ou ações, mas em conversas particulares falará de Cristo, orará a Cristo
e pregará sobre Ele. Esse é o tipo de ministério que prova que o obreiro foi
chamado e escolhido por Deus para Sua sagrada obra (RH, 22 de fevereiro de
1887).
Dependa mais de seu conhecimento de Cristo do que daquilo que
aprende nos livros – Neste século, justamente antes da segunda vinda de Cristo
nas nuvens do céu, o Senhor chama homens que sejam fervorosos e preparem
um povo que subsista no grande dia do Senhor. Os homens que passaram longos
períodos em estudos dos livros não estão manifestando em sua vida aquele
zeloso ministério essencial para este último tempo. Não dão um testemunho
simples, direto. Há necessidade, entre ministros e alunos, do derramamento do
Espírito de Deus. Os fervorosos apelos, que partem do coração de um
mensageiro que nisso põe toda a alma, criam convicções. Não são necessários
homens letrados para fazer isso, pois eles dependem mais de sua instrução por
meio de livros do que de seu conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, a quem
Ele enviou. Todo aquele que conhece o único Deus vivo e verdadeiro conhecerá
a Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, e pregará a Jesus Cristo, e Ele
crucificado (ME2, p. 152).
Os pastores cristocêntricos têm igrejas que crescem – Sinto aflição na
alma ao ver o verdadeiro estado das coisas. Há homens desonestos em nossas
igrejas. Há homens imorais. Nesta grande Associação (Michigan) há decadência
em vez de constante avanço rumo a uma norma mais elevada e santa. E 97 é
pequeno o trabalho adequado realizado pelos ministros nas igrejas, porque
muitos não sentem responsabilidade pelas pessoas pelas quais trabalham. A
verdade não santificou seu próprio coração.
Há necessidade de um trabalho fervoroso, devoto e abnegado – o de pregar
a verdade, pregar a Cristo, o Cristo vivo. Quem dera que todos os nossos
obreiros fossem colaboradores de Deus, não desperdiçando o tempo, não
tratando com leviandade as responsabilidades e as verdades sagradas e solenes,
cuja apresentação é decisiva no destino das almas, mas exemplificando a Cristo
em todas as coisas, cuidando das pessoas como quem terá de prestar contas por
elas, dia a dia, hora a hora, vivendo no caminho da luz. Esse é o único caminho
que podem seguir em segurança nas igrejas e entre as pessoas nas cidades e
vilas, difundindo a luz recebida do Sol da Justiça.
Para fazer isso, devem dedicar muito tempo à oração. Irmãos, estejam
sempre prontos a orar. Quando acompanhados, quando obrigados a estar entre
gente frívola, descuidada e imprudente, vocês não devem descer a esse nível e se
envolver em conversas banais e fúteis, mas elevar suas petições ao Céu, para que
o Deus de toda graça guarde vocês no amor de Cristo. Quando os obreiros
estiverem assim ligados com Deus, haverá crescimento contínuo em cada igreja
abençoada com esse trabalho em Michigan (SAT2, p. 73, 74).
Muitos ministros podem falar de doutrina, mas são ignorantes acerca
das lições de Cristo – O ministro não pode dar a outros o que ele próprio não
possui. Se Cristo não habita no coração, como poderá Ele ser apresentado aos
outros em harmoniosas palavras de amor? Muitos são capazes de falar sobre
pontos doutrinários, mas são ignorantes acerca das lições de Cristo. Tais homens
não podem ser uma bênção, nem no púlpito nem na vida doméstica (RH, 2 de
setembro de 1890).
O amor genuíno por Cristo conduzirá diretamente à obediência sincera
de toda a lei de Deus – Mesmo que os homens afirmem que se alegram na
intercessão e graça de Jesus Cristo, eles não devem se esquecer de que a
harmonia com Cristo não pode ser obtida enquanto existir em seu coração um
espírito de luta contra os mandamentos de seu Pai. O amor genuíno por Jesus
Cristo conduzirá diretamente a uma obediência sincera de toda a lei de Deus, e
haverá o mais profundo arrependimento cada vez que quebrem, ou ensinem os
homens a quebrar, por seu exemplo, o menor dos mandamentos de Deus.
Os ministros que acalmam a consciência das pessoas ao participarem com
eles na transgressão por qualquer motivo estão se regozijando na iniquidade. E
quando Cristo vier para julgar os corações mais obstinados, os jactanciosos mais
confiantes de suas realizações religiosas, enquanto quebravam a lei de Deus,
desmaiarão e serão reprovados, e então toda desculpa será silenciada, todo
coração corrupto em sua desobediência será revelado como realmente é. Haverá
recriminações entre os companheiros por lançarem desprezo sobre a lei de Deus;
mas as denúncias mais severas serão feitas contra o pastor infiel que professou
ser um enviado de Deus para ensinar-lhes o caminho da salvação. Tentadores e
tentados sofrerão a condenação segundo sua responsabilidade e o dano que 98
tiverem causado ao levarem almas à transgressão.
De todos os crimes que Deus castigará, nenhum é tão grave aos Seus olhos
como aqueles que tentam e animam outros a pecar. Deus espera que os Seus
ministros em todos os lugares se mostrem sempre decididamente do lado do
Senhor, sendo fieis aos Seus mandamentos num mundo rebelde, repreendendo
assim ao desobediente, ainda que seja difícil ou contrário aos seus sentimentos
naturais. “Aos que Me honram, honrarei” (1Sm 2:30), diz Deus. Deus espera que
Seus representantes sejam verdadeiros e fiéis, e que exaltem a dignidade de seu
chamado (ST, 20 de maio de 1880).
Não se revista da justiça de Cristo para então pisotear Sua lei – A lei
irradia convicção por todos os lados. Os pecadores desejam se libertar dela, e
muitos que se declaram cristãos revestem suas almas pecaminosas e hipócritas
com as vestiduras da justiça de Cristo, e então pisoteiam a grande regra de
justiça de Deus. A adoração oferecida a Deus por essa classe é semelhante à
oferta de Balaão em favor de Balaque. Ambas são igualmente ofensivas a Deus
(ST, 2 de dezembro de 1880).
A CONGREGAÇÃO – O DEVER DO PASTOR
Os bons pastores amam suas ovelhas – O pregador que transmite a
sagrada verdade para estes últimos dias deve ser o oposto de tudo isso e, por sua
vida de santidade prática, claramente marca a diferença que existe entre o falso e
o verdadeiro pastor. O Bom Pastor veio buscar e salvar o perdido. Ele
manifestou em Suas obras Seu amor por Suas ovelhas. Todos os pastores que
trabalham sob a direção do supremo Pastor possuirão Suas características; eles
serão mansos e humildes de coração. Uma fé semelhante à de uma criança traz
descanso ao coração, e também atua pelo amor e sempre se interessa pelos
outros. Se o Espírito de Cristo habita neles, serão semelhantes a Cristo e farão as
obras de Cristo (T4, p. 377).
Pastores que se preocupam mais consigo mesmos do que com suas
ovelhas – Irmão R, foi-me mostrado em que contraste notável com as exigências
da Palavra de Deus tem sido sua conduta no trabalho. Você tem sido descuidado
com suas palavras e seu comportamento. As ovelhas tiveram a responsabilidade
de cuidar do pastor, de advertir, reprovar, exortar e chorar sobre a conduta
negligente de seu pastor que, por aceitar sua posição, confessa que é um porta-
voz de Deus. No entanto, ele se preocupa muito mais consigo mesmo do que
cuida das pobres ovelhas. Você não tem sentido responsabilidade pelas vidas.
Não tem saído para seu trabalho suplicando e orando pelas pessoas para que
pecadores sejam convertidos. Se você tivesse feito isso, teria lançado sementes
que brotariam depois de muitos dias e produziriam fruto para a glória de Deus
(T3, p. 234).
Pastores não consagrados desanimam os membros – Seu caso, irmão R,
é semelhante a esse. Mas a responsabilidade de um ministro de Cristo, que deve
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advertir o mundo sobre o juízo vindouro, é muito mais importante do que a de
um operário comum, assim como as coisas eternas são mais importantes que as
temporais. Se o ministro do evangelho cede à sua inclinação em vez de ser
guiado pelo dever, se satisfaz o eu à custa de poder espiritual e, como resultado,
age indiscretamente, pecadores se levantarão no juízo para condená-lo por sua
infidelidade. O sangue das pessoas será achado em suas vestes. Pode parecer ao
pastor não consagrado uma coisa sem importância ser inconstante, impulsivo e
sem consagração; edificar e então demolir; desanimar, afligir e desalentar as
pessoas que foram convertidas pela verdade que apresentou. É triste perder a
confiança das pessoas a quem ele estava procurando salvar. Mas o resultado de
uma conduta imprudente seguida pelo pastor nunca será totalmente
compreendido até que o pastor veja como Deus vê (T3, p. 243).
Que desculpa pode ter um pastor por permitir que o rebanho se
extravie? – Para que serve um pastor senão para vigiar sobre cada perigo que
ameaça a ovelha de se ferir e ser devorada por lobos? Que desculpa o pastor
apresentaria para o desvio do rebanho de suas verdadeiras pastagens, e pelas
ovelhas feridas, dispersas e devoradas pelos lobos? Como seria aceita a desculpa
de um pastor, de que as ovelhas o fizeram desviar-se? Elas deixaram o
verdadeiro pasto e o conduziram para fora do caminho? Tal argumento seria
contado negativamente contra a capacidade de vigilância daquele pastor. Ele não
seria mais confiável como um fiel pastor que cuida de ovelhas e as traz de volta
quando se desviam do caminho (T1, p. 314, 315).
A confissão das próprias faltas incentiva o espírito de confissão na
igreja – Os que professam ser servos do Deus vivo precisam estar dispostos a
ser servos de todos em vez de se exaltarem sobre seus irmãos, e precisam possuir
um espírito bondoso, cortês. Se errarem, devem estar dispostos a confessar. A
honestidade da intenção não pode ser tida como desculpa para não confessar o
erro. A confissão não diminui a confiança da igreja no mensageiro, e ele estaria
dando um bom exemplo; seria encorajado o espírito de confissão na igreja, e o
resultado seria uma agradável união. Os que professam ser instrutores deviam
ser padrões de consagração, mansidão e humildade, possuindo um bom espírito
para ganhar almas para Jesus e para a verdade bíblica. O ministro de Cristo deve
ser puro na conversação e nas ações. Deve ter sempre em mente que está usando
palavras de inspiração, palavras de um Deus santo. Precisa ter em mente também
que o rebanho está confiado aos seus cuidados e que deve levar seus casos a
Jesus, suplicando por eles como Jesus suplica por nós ao Pai (PE, p. 102, 103).
Ajude sua igreja a entender por que não deve esperar pelo atendimento
do pastor – Meu coração tem se enchido de tristeza ao contemplar o campo e
ver lugares áridos. O que significa isso? Quem são 100 os representantes de
Cristo? Quem sente preocupação pelas pessoas que não podem receber a verdade
enquanto esta não lhes for levada? Nossos ministros estão andando para cá e
para lá nas igrejas, como se o anjo de misericórdia não estivesse fazendo
esforços para salvar seres humanos.
Deus responsabiliza esses ministros pelas almas daqueles que estão em
trevas. Ele não os chama para ir a lugares que não necessitam de médico.
Estabeleçam suas igrejas com a compreensão de que elas não devem esperar que
o pastor as atenda e alimente sempre. Elas têm a verdade; sabem o que é a
verdade. Devem ter suas próprias raízes. Devem se enraizar profundamente, para
que possam elevar-se mais e mais. Devem estar bem arraigadas e firmadas na fé
(EGW’88, p. 1.752).
A CONGREGAÇÃO – O DEVER DOS MEMBROS
Os membros devem lutar com Deus em favor de seus pastores – Irmãos
e irmãs, têm vocês esquecido que suas orações devem sair como foices agudas
com os trabalhadores, na grande colheita? Enquanto os jovens saem para pregar
a verdade, vocês deveriam ter reuniões de oração por eles. Orem para que Deus
os una a Si e lhes dê sabedoria, graça e conhecimento. Orem para que eles
possam ser guardados das armadilhas de Satanás e ser conservados puros de
pensamento e santos no coração. Rogo a vocês que temem ao Senhor, para não
desperdiçar tempo em conversações inúteis ou em desnecessário trabalho para
satisfazer o orgulho ou condescender com o apetite. Que o tempo assim remido
seja empregado em lutar com Deus em favor de nossos pastores. Sustentem suas
mãos como Arão e Hur mantiveram erguidas as mãos de Moisés (T5, p. 162).
Os membros devem trabalhar com seus pastores, em vez de colocar-
lhes fardos – Insisto com vocês, meus irmãos e irmãs, para que dependam mais
da força de Jesus. Não coloquem o peso de suas perplexidades e seus fardos
sobre seus pastores. Cristo os convida a vir a Ele, pois é quem levará as suas
cargas. Se continuarem num estado de incredulidade e falta de consagração a
Deus, estarão colocando seu peso sobre o coração de seus ministros, e lhes
retirarão o tempo e a força que Deus requer que eles usem para dar a mensagem
àqueles que ainda não a ouviram.
Irmãos, não é melhor trabalhar unidos aos embaixadores de Cristo
procurando conduzir pessoas para a verdade? Quando tentados a se tornarem
incrédulos e desanimados, vocês encontrarão o melhor remédio para isso falando
sobre sua fé a outros e apresentando a verdade aos que estão em trevas. Estenda
seus esforços aos vizinhos, e àqueles que não têm o privilégio de ir a reuniões.
Lancem as sementes da verdade sobre todas as águas, e animem o coração dos
servos de Deus ao serem visitados por eles, mostrando-lhes que não têm estado
ociosos, mas que, por seu intermédio, uma ou mais pessoas foram trazidas das
trevas para a luz.
Vocês podem se manter longe do desânimo e da dúvida ao adotarem a
prática de 101 orar diariamente para que a bênção de Deus esteja sobre os homens
que estão apresentando a solene mensagem de advertência ao mundo. Que suas
orações sigam os servos de Deus como foices afiadas no campo de colheita.
Deus ouvirá as súplicas fervorosas de Seu povo. A oração da fé moverá o braço
de Deus (ST, 4 de setembro de 1879).
Os membros não devem esperar que o pastor faça o trabalho da igreja
– Os pastores não devem fazer o trabalho que compete aos membros, fatigando-
se assim, e impedindo os outros de cumprirem seu dever. Devem ensinar seus
membros como trabalhar na igreja e na comunidade, para aperfeiçoar a igreja,
para tornar os cultos de oração mais interessantes, e para treinar como
missionários os jovens talentosos. Os membros da igreja devem cooperar
ativamente com os pastores, fazendo de sua comunidade seu campo de trabalho
missionário. As igrejas fracas ou pequenas em número de membros devem ser
amparadas por suas igrejas irmãs (RH, 12 de outubro de 1886).
Os membros que dependem do pastor como fonte de poder se tornam
ineficientes – O êxito de uma igreja não depende dos esforços e do trabalho do
pregador ativo, mas da devoção individual dos membros. Quando os membros
dependem do pastor como fonte de poder e eficiência, tornam-se completamente
ineficientes. Eles absorverão seus impulsos e serão estimulados por suas ideias,
mas, quando ele os deixar, ficarão mais desamparados do que antes de serem
beneficiados por seu serviço. Espero que nenhuma das igrejas de nossa terra
dependa do pastor como apoio para sua vida espiritual, pois isso é perigoso.
Quando Deus lhes dá luz, devem louvá-Lo por isso. Se exaltarem o mensageiro,
se tornarão almas estéreis.
Quando os membros de uma igreja solicitam os serviços de um pastor e
sentem que ele deve permanecer com eles, é hora de ele ser transferido para
outro campo, para que eles aprendam a exercer a habilidade que Deus lhes deu.
Os membros devem sair para trabalhar. Que agradeçam a Deus pelo ânimo que
receberam e então declarem que foi realizada neles uma boa obra. Que cada
membro da igreja seja um instrumento vivo e ativo para Deus, tanto na igreja
quanto fora dela.
Todos devemos ser educados para ser independentes, não incompetentes e
inúteis. Que todos vejam que Cristo, e não o pastor, é a cabeça da igreja. Os
membros do corpo de Cristo têm uma parte a fazer, e não poderão ser
considerados fiéis a menos que façam sua parte. Que uma obra divina seja
realizada em cada pessoa, até que Cristo possa contemplar Sua imagem refletida
em Seus seguidores (ST, 27 de janeiro de 1890).
Os ministros e membros negligentes se desencorajam mutuamente – A
negligência da parte dos pastores desanimou o povo, e a falta de interesse,
abnegação e reconhecimento da obra por parte do povo desencorajou os pastores
(T5, p. 257). 102
DESARMONIA
Quando existe desacordo entre o pastor e os membros, deve-se fazer
algo imediatamente – O assunto do ministério cristão precisa ser apresentado
sob uma nova perspectiva à mente dos membros. Rogo-lhe que estude a Palavra
de Deus sobre esse ponto. Se você acha que o pastor está cometendo erros, é seu
dever ir a ele em amor e mansidão e apresentar-lhe o problema. Pode ser que
você não tenha a ideia correta acerca de seus motivos ou de seu trabalho, e,
devido a algum mal-entendido, se torne frio com ele, feche-lhe a porta do
coração, e deixe de receber a mensagem dele ou valorizar seu trabalho.
Quando existe desacordo entre o pastor e os membros, é certo que alguma
coisa vai mal, seja com ele ou com os membros, e deve-se fazer algo
imediatamente para operar uma reforma em quem está errando. Não se deve
deixar que ele [o pastor] fique imaginando o que significa tanta frieza e
indiferença. Não se deve deixar que ele procure em vão descobrir por que não
consegue alcançar o coração dos irmãos com a mensagem que Deus lhe deu, e
ficar se perguntando por que a porta do coração deles se fechou, pois percebe
que não é valorizado, e não consegue ter amizade com as pessoas pelas quais foi
enviado a trabalhar. Teria ele dito alguma palavra ou feito algo que feriu você de
alguma maneira, e ele não sabe que isso ofendeu você? Então vá até ele, fale de
suas faltas a sós e permita que a frieza e amargura de espírito, que se criou por
um ato inconsciente da parte dele, sejam substituídas por uma atitude de respeito
e amor (RH, 25 de julho de 1893).
Seja bondoso com seus oponentes – Se o pastor, ao estar diante da
congregação, observar um sorriso incrédulo na face dos oponentes, seja ele
como quem não vê. Se alguém for tão indelicado que ria e olhe com desprezo,
nem pela voz nem pela atitude reflita o pastor o mesmo espírito. Mostre que não
maneja tais armas (TM, p. 248).
PERÍODO DE SERVIÇO
Alguns pastores precisam ser transferidos antes que seus defeitos de
caráter façam as pessoas perderem a confiança – Quando você, irmão F,
inicia o trabalho em um lugar, geralmente tem a confiança do povo, mas, após
uma maior intimidade, seus defeitos de caráter se tornam tão evidentes que
muitos perdem a confiança em sua religiosidade. Isso repercute sobre todos os
pastores da denominação.
Uma breve permanência em um lugar não prejudicaria sua reputação.
Enquanto empenhado em zeloso esforço, pressionado por influências opositoras,
sua mente é absorvida no trabalho em que está empenhado e não tem tempo nem
oportunidade de pensar e refletir sobre si mesmo. Mas, quando a obra está
concluída e você começa a pensar em si próprio, como é natural que faça, se
satisfaz, age com infantilidade, agressividade e temperamento rude, e assim
prejudica grandemente a obra de Deus. Manifesta o mesmo espírito na igreja e,
assim, sua influência é grandemente prejudicial à comunidade – em alguns
casos, acima 103 do limite.
Você tem, frequentemente, revelado uma disposição infantil, mesmo
enquanto trabalha para converter pessoas à verdade; e as impressões feitas têm
sido terríveis sobre aqueles que testemunharam. Agora, uma das duas coisas
deve ser feita: você precisa ser um homem dedicado ao seu lar, à sua família e à
igreja, sempre gentil e paciente, ou não deve se estabelecer numa igreja; pois os
seus defeitos se tornarão evidentes, e o Redentor que você professa amar e servir
será desonrado (T4, p. 344).
Se os ministros ficam muito tempo numa igreja, as pessoas passam a
olhar para eles em vez de olharem para Deus – Foi-me mostrado que não se
deve reter pastores no mesmo distrito ano após ano, nem o mesmo homem deve
por muito tempo presidir uma Associação. Uma troca de dons é conveniente ao
bem de nossas Associações e igrejas.
Às vezes os pastores têm se sentido indispostos a mudar de campo de
trabalho; mas, se entendessem todas as razões para se fazerem mudanças, não
retrocederiam. Alguns têm pedido para ficar mais um ano no mesmo campo, e
muitas vezes o pedido tem sido levado em consideração. Eles alegavam ter
planos para executar uma obra mais ampla do que anteriormente. Ao fim do ano,
porém, a situação era pior. Se um pastor tem sido infiel em sua obra, não é
provável que modifique isso por ficar. As igrejas se habituam à liderança desse
homem, e pensam que devem olhar para ele em vez de olharem para Deus (OE,
p. 420).
A ASSOCIAÇÃO
Pastores têm sido tratados com descaso por aqueles que estão em
cargos elevados – Embora sejamos criaturas pecaminosas e indignas, podemos,
através de uma ligação vital com Cristo, ser renovados em conhecimento e em
verdadeira santidade, e assim refletir a glória e a imagem de nosso Criador e
Redentor e nos tornarmos habilitados para cuidar de Suas ovelhas e Seus
cordeiros.
Não apenas as ovelhas e os cordeiros têm sido tratados com dureza, mas
mesmo os próprios pastores têm sido tratados com descaso. Têm-se falado deles
de uma maneira que mostra que os que ocupam tanto cargos elevados quanto
inferiores têm pouca cortesia para tratar com os ministros ordenados por Deus.
As próprias igrejas têm sido educadas de tal forma que demonstram muito pouco
respeito para com aqueles que pregam a Palavra de Deus, e que por muitos anos
têm dado prova completa de seu ministério. Mas esse modo de tratar os
ministros e os membros da família de Deus precisa ser mudado. A bênção divina
não pode estar sobre aqueles que demonstram pouco respeito para com os que
trabalham em união com Ele (RH, 24 de outubro de 1893).
Os ministros não devem agir independentemente da opinião de seus
irmãos – Embora tenhamos uma obra individual, e uma individual
responsabilidade diante de Deus, não devemos seguir nosso próprio critério
independentemente, sem levar em consideração as opiniões e sentimentos de
nossos irmãos; pois tal atitude acarretaria a desordem na igreja. É dever dos
pastores respeitar o 104 discernimento de seus irmãos; mas suas relações mútuas,
assim como as doutrinas que ensinam, deveriam ser submetidas à prova da Lei e
do Testemunho; se, então, os corações forem dóceis, não haverá divisão entre
nós. Alguns se inclinam a ser desordenados, e apartam-se dos grandes marcos da
fé; mas Deus está atuando em Seus pastores para que sejam um na doutrina e no
espírito (TM, p. 30).
O PASTOR E O PRESIDENTE
Deve haver harmonia entre os pastores e seus presidentes – Durante os
últimos quarenta anos, o Senhor me tem revelado a necessidade de harmonia de
ação por parte dos ministros e dos presidentes das Associações. O presidente de
uma Associação deve ser cuidadoso para dar respeito a todos os que trabalham
em união com Deus. A mente e o critério de um homem não devem controlar.
Os ministros que estão ligados a ele na obra devem ser respeitados e amados; a
crítica não deve ter espaço para operar. Que a inveja e as conjecturas maldosas
sejam expulsas da alma. Nada pode entristecer mais o Espírito de Deus do que a
dissensão e o menosprezo aos irmãos. Para ter prosperidade no trabalho, é
preciso haver confiança em nossos irmãos e união com os que estão trabalhando
tão fervorosa e desinteressadamente como nós. Existem aqueles que não
possuem um caráter harmonioso em todos os sentidos, mas Deus os aceita como
Seus obreiros juntamente com Cristo. Então, quão inadequado é que um fique
separado do outro porque suas ideias e opiniões não estão de acordo em todas as
coisas! (GCB, 11 de fevereiro de 1895).
Os presidentes das Associações devem incentivar seus ministros a
trabalhar corretamente – Não se poderá descobrir alguma maneira de fazer
com que os presidentes das Associações tenham compreensão de suas
obrigações? Quem dera que pudessem entender que seu cargo de confiança só
aumenta e intensifica sua responsabilidade. Se cada presidente sentisse a
necessidade de um dedicado aperfeiçoamento de seus talentos para planejar
formas e meios de despertar os ministros para trabalhar como devem, que
mudança teria lugar em cada Associação. Será que esses homens percebem que
o solene e minucioso exame do trabalho de cada pessoa começará em breve no
Céu?
Antes de o Mestre partir, designou o trabalho de cada homem de cada época
e geração; e Ele diz a nós todos: “Mantenham-se ocupados até que Eu volte” (Lc
19:13).* Têm os ministros pensado quão abrangentes são essas palavras?
Verdadeiramente pode haver apenas um passo entre eles e a morte. Como está o
registro dos sagrados deveres confiados para ser sabiamente aperfeiçoados? Os
talentos mal empregados, as horas perdidas, oportunidades negligenciadas,
deveres abandonados, igrejas enfermas e o rebanho de Deus debilitado por não
ter sua porção de alimento no devido tempo (Appeal and Suggestions to
Conference Officers, p. 20, 21 – Ft 2).
A tarefa do presidente da Associação não é fazer o trabalho dos outros,
mas verificar se eles estão trabalhando com o maior proveito – A igreja
militante não é a 105 igreja triunfante, mas é constituída por homens e mulheres
sujeitos a errar. Assim como, no exército, os soldados precisam ser treinados e
disciplinados para um serviço ativo, assim também os soldados de Cristo devem
ser educados para ser úteis em Sua causa.
Pode ser muito mais fácil para o presidente de uma Associação fazer o
trabalho ele mesmo, em vez de dirigir o trabalho de outros; mas seu dever é
supervisionar o campo, e verificar se todos estão trabalhando com o maior
proveito. Os mais jovens devem estar desenvolvendo seus talentos e se
preparando para ser úteis no futuro; e os ministros de mais idade e experiência
não devem despender suas energias em trabalhos que outros poderiam fazer e
que estariam dispostos a realizar se soubessem como (RH, 22 de abril de 1884).
Os presidentes das Associações devem educar os ministros para que
eduquem os membros – O presidente de uma Associação, por sua maneira de
lidar, educa os pastores que estão sob sua jurisdição, e igualmente o pode fazer
quanto às igrejas, de tal maneira, que não será necessário chamar do campo os
ministros da Associação para ajustar as dificuldades e dissensões que haja na
igreja.
Se os oficiais da Associação, como servos fiéis, cumprirem os deveres que
lhes são indicados pelo Céu, não se deixará o trabalho em nossas Associações
ficar emaranhado em perplexidades, como tem acontecido até agora. E, ao
trabalhar assim, os obreiros se tornarão indivíduos consistentes, de
responsabilidade, que não fracassarão nem ficarão desanimados num lugar difícil
(OE, p. 419).
Tenha uma atitude animadora com seu presidente, especialmente
quando ele cometer erros – Enquanto seu presidente negligenciou sua obra e
falhou no cumprimento do dever, sua atitude não serviu para prover-lhe qualquer
encorajamento. Aquele que estava em posição de autoridade devia ter se portado
como homem de Deus, reprovando, exortando, animando, conforme a situação
exigia, quer vocês aceitassem ou rejeitassem seu testemunho. Mas ele se
desanimou facilmente e deixou vocês sem a ajuda que um fiel ministro de Cristo
deveria prestar. Ele falhou em não seguir a providência de Deus, e em não lhes
mostrar o dever nem instruí-los para atender à exigência do momento. A
negligência do pastor, porém, não deveria desencorajá-los e levá-los a se
desculpar pela negligência do dever. Eis por que há maior necessidade de
energia e fidelidade da parte de vocês (T5, p. 281).
Deve-se ter muito cuidado na eleição de presidentes de Campo – O
Senhor tem Se agradado de me apresentar muitas coisas com relação ao
chamado e ao trabalho de nossos pastores, especialmente os que foram
designados para presidentes de Associação. Grande cuidado deve ser exercido na
escolha de homens para essas posições de confiança. Deve haver fervorosa
oração em busca de iluminação divina.
Os que são assim indicados para superintendentes do rebanho devem ser
homens de boa reputação; homens que deem provas de possuir, não somente
conhecimento das Escrituras, mas experiência na fé, na paciência, para que, em
mansidão, possam instruir os que se opõem à verdade. 106 Devem ser homens
íntegros, não neófitos, mas inteligentes estudantes da Palavra, aptos para ensinar
a outros também, tirando do tesouro coisas novas e velhas; homens que, em
caráter, palavras e conduta, sejam uma honra à causa de Cristo, ensinando a
verdade, vivendo a verdade, crescendo até à estatura perfeita em Cristo Jesus.
Isso importa no desenvolvimento e fortalecimento de cada faculdade mediante o
exercício da mesma, para que os obreiros se tornem aptos a suportar maiores
responsabilidades, à medida que a obra aumenta (OE, p. 413).
Os presidentes podem se tornar conservadores e mesquinhos demais
em sua liderança – Pastor M, como presidente da Associação ________, o
senhor mostrou por sua administração geral que não é digno da confiança que
lhe foi depositada. O irmão revelou que é muito conservador e que suas ideias
são muito restritas. O senhor não fez metade do que poderia se estivesse cheio
do verdadeiro espírito da obra. Teria condições de alcançar maior experiência e
capacidade do que possui agora, e estaria muito melhor preparado para
administrar com sucesso essa sagrada e importante missão – uma obra que lhe
teria dado o mais genuíno direito à confiança de nosso povo. Mas, assim como
outros irmãos do ministério em seu Estado, o senhor falhou em avançar segundo
a providência de Deus. Não demonstrou que o Espírito Santo estava
impressionando profundamente seu coração, para que pudesse falar ao povo
através do irmão.
Se, nessa crise, o senhor fizer algo para aumentar a dúvida e a desconfiança
nas igrejas de seu Estado, algo que impeça o povo de se envolver de coração
nessa obra, o Senhor o considerará responsável. Deus lhe deu alguma
indiscutível evidência de que os irmãos de seu Estado estão dispensados da
responsabilidade de trabalhar na cidade de ____________ , com a mesma
intensidade que Cristo trabalhou por eles? Se o irmão estivesse na luz, estaria
encorajando essa missão por meio de sua fé (T5, p. 370).
Os presidentes de Associações, mais do que outros ministros, devem ser
exemplos de viver piedoso – Os presidentes de Associações devem ser homens
a quem se possa confiar plenamente a obra de Deus. Deveriam ser homens
íntegros, cristãos altruístas, consagrados e trabalhadores. Se forem deficientes
nesses aspectos, as igrejas sob seus cuidados não poderão prosperar. Esses, mais
do que outros ministros de Cristo, deveriam ser exemplos de viver piedoso e
devoção desinteressada às conveniências da causa de Deus; de modo que aqueles
que os contemplarem como exemplo não sejam desencaminhados.
Em alguns casos, eles tentam servir a Deus e ao dinheiro. Não são
abnegados e não se interessam pelas pessoas. Sua consciência não é sensível.
Quando a causa de Deus é atingida, não se sentem feridos. Em seu coração,
questionam e duvidam dos Testemunhos do Espírito de Deus. Não carregam a
cruz de Cristo e desconhecem o intenso amor de Jesus. Não são fiéis pastores do
rebanho sobre o qual foram feitos superintendentes. Seu registro no Céu é tal que
eles não se alegrarão em enfrentá-lo no dia de Deus (T5, p. 379, 380). 107
Deus dá sabedoria a presidentes de Associações que vão a Ele como
crianças – Presidentes de Associações, vocês serão sábios se decidirem ir a
Deus. Creiam nEle. Ele ouvirá suas orações e virá em seu auxílio, em muito
menos tempo do que os transportes públicos poderiam levar um, dois, três ou
quatro homens a uma grande distância, e com alto custo, para decidir questões
que o Deus da sabedoria de maneira muito melhor pode decidir para vocês. Ele
prometeu: “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos
dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida” (Tg 1:5). Se sinceramente
humilharem seu coração diante dEle, esvaziando sua alma do amor-próprio,
removendo os defeitos naturais de seu caráter e vencerem seu amor à
supremacia, indo a Deus como crianças, Ele lhes concederá Seu santo Espírito.
Quando dois ou três concordarem em fazer alguma coisa, e, no nome de Jesus,
pedirem ao Senhor, isso lhes será feito (TM, p. 323, 324).
SALÁRIO
Os obreiros não devem ser forçados a aceitar pequena remuneração
por falta de dinheiro na tesouraria – Em lugar de reduzir as despesas da obra a
níveis tão baixos, é seu dever levar as pessoas a entender que “digno é o
trabalhador do seu salário” (Lc 10:7). As igrejas precisam ser impressionadas
com o fato de que é seu dever proceder honestamente para com a causa de Deus,
não permitindo que a culpa da pior espécie de furto – roubar a Deus nos dízimos
e nas ofertas – incida sobre elas. Quando são feitos ajustes com os obreiros em
Sua causa, esses não deveriam ser forçados a aceitar uma pequena remuneração
porque há falta de dinheiro nos cofres. Dessa maneira, muitos têm sido
defraudados naquilo que lhes é devido, e isso é tanto um crime à vista de Deus
quanto reter os salários dos que estão empregados em qualquer outro ramo
comum de negócio (T5, p. 374).
Salário inadequado demonstra desrespeito pelos ministros – Quando
seus livros são revisados, se homens egoístas, com a voz ou a caneta, restringem
o obreiro em seu salário, eles o desanimam e deprimem. Cada ministro deve ter
uma reserva com que trabalhar, algo com que possa iniciar bons
empreendimentos, dando impulso à obra com entusiasmo. Deus diz: “Não
amordacem o boi enquanto está debulhando o cereal” (Dt 25:4). Esta é uma
figura daqueles que trabalham sob o olhar de Deus para fazer avançar Sua causa,
elevando a mente dos homens da contemplação das coisas terrestres para as
celestiais. Deus gosta disso, e Ele deseja que os homens respeitem seus direitos
(East Michigan Banner, 29 de março de 1905).
OUTROS OBREIROS DA IGREJA
Deus ordenou que os talentos de várias mentes sejam reunidos para
fazer Sua obra – Homem algum, seja ele professor, médico ou 108 pastor, nunca
poderá esperar ser um todo completo. Deus deu a cada homem certos dons, e
ordenou que eles se associem em Seu serviço, de modo que os vários talentos de
muitas mentes sejam reunidos. O contato de uma mente com outra tende a avivar
o pensamento e aumentar as capacidades. As deficiências de um obreiro são
muitas vezes supridas pelos dons especiais de outro (CPPE, p. 521).
O pastor, o professor, o médico-missionário e o colportor devem
respeitar-se e valorizar-se mutuamente – A pregação da Palavra é um meio
ordenado pelo Senhor, pelo qual Sua mensagem de advertência deve ser dada ao
mundo. Nas Escrituras, o fiel professor é representado como um pastor do
rebanho de Deus. Ele deve ser respeitado, e sua obra, valorizada. A genuína obra
médica está ligada ao ministério, e a colportagem deve participar tanto da obra
médico-missionária quanto do ministério (T6, p. 323).
OS MÉDICOS-MISSIONÁRIOS
A obra médico-missionária e o ministério evangélico não devem ser
separados – A obra médico-missionária não deve ser levada avante como algo
separado da obra do ministério evangélico. O povo do Senhor deve ser um. Não
deve haver separação alguma nesta obra. Tempo e meios estão sendo absorvidos
numa obra que é levada avante com muito empenho numa direção apenas. O
Senhor não determinou assim. Ele enviou Seus doze apóstolos, e posteriormente
os setenta, para pregarem a Palavra ao povo, e deu-lhes poder para curar os
enfermos e expulsar os demônios em Seu nome. Os dois ramos da obra não
devem se separar.
Satanás inventará todo tipo de ardil para separar aqueles a quem Deus está
procurando tornar um. Não devemos ser enganados por suas estratégias. A obra
médico-missionária deve estar ligada com a mensagem do terceiro anjo da
mesma forma que a mão está ligada ao corpo; e a instrução dos estudantes em
assuntos médico-missionários não está completa, a menos que eles se preparem
para trabalhar em ligação com a igreja e o ministério (CS, p. 557).
Os ministros e os obreiros médicos devem cooperar entre si – Ele
[Deus] convida Seu povo a trabalhar em perfeita harmonia. Convida os que se
acham empenhados na obra médico-missionária a se unirem com o ministério;
convida o ministério a cooperar com os obreiros médicos-missionários; e
convida a igreja a cumprir o dever que lhe é designado, mantendo alto o padrão
da verdadeira reforma em seu território, permitindo que obreiros preparados e
experientes avancem para novos campos (T6, p. 292).
O médico fiel precisa das orações do povo de Deus tanto quanto o
ministro – Os deveres do médico são árduos. Poucos avaliam a tensão mental e
física a que ele está sujeito. Deve empregar toda energia e capacidade com o
mais intenso anseio, na batalha 109 contra a doença e a morte. Muitas vezes, ele
sabe que um movimento menos hábil da mão, até por um fio de cabelo apenas,
em direção errada, pode mandar para a eternidade uma pessoa não preparada.
Quanto precisa o médico fiel da compaixão e das orações do povo de Deus!
Suas necessidades nesse sentido não são inferiores às do mais consagrado pastor
ou missionário. Privado, como se vê muitas vezes, do necessário repouso e do
sono, e mesmo dos privilégios religiosos no sábado, necessita dobrada porção de
graça, uma nova provisão a cada dia, do contrário perderá sua segurança em
Deus, e estará em risco de imergir mais fundo nas trevas espirituais do que
homens de outras profissões. E, no entanto, é muitas vezes alvo de imerecidas
censuras, e deixado sozinho, sujeito às mais cruéis tentações de Satanás,
sentindo-se mal compreendido e traído pelos próprios amigos (T5, p. 446).
OS PROFESSORES
A influência dos professores cristãos se equipara à dos pastores –
Aqueles que assumem a tarefa de educar a outros necessitarão de paciência para
conduzir seus alunos de um ponto a outro em realizações intelectuais e
espirituais. Os que ensinam nos vários ramos da obra devem sentir quão grande é
a responsabilidade que recai sobre eles. Precisam ter uma visão ampla, pois o
seu trabalho, em sua influência, se equipara ao do ministro cristão. Devem ser
feitas reuniões para dar instruções, dedicar tempo para isso e providenciar
instalações adequadas para que todo o conhecimento possível possa ser
partilhado durante as reuniões. A obra de cooperação com os ministros do
evangelho em levar a verdade presente a todas as nações, línguas e povos é, na
realidade, da máxima importância. Deve ser conduzida de modo a preservar a
exaltada verdade que professamos amar (RH, 20 de maio de 1890).
Não deve haver espírito de rivalidade entre ministros, médicos e
professores – Esta é a minha oração: “Remove de nossos ministros, médicos e
professores em nossas escolas tudo que possa causar um espírito de rivalidade.”
Nenhum de nós deve ter um espírito de exaltação (Carta 8, 1910, citada em
BIO6, p. 270).
O ministério dos professores – Muitas vezes parecerá ao professor que a
Palavra de Deus pouca influência tem no coração e no espírito de muitos
estudantes; mas, se seu trabalho foi efetuado em Deus, algumas lições da
verdade divina ficarão gravadas na memória dos mais desatentos. O Espírito
Santo regará a semente lançada, e ela brotará após muitos dias dando frutos para
a glória de Deus (CPPE, p. 435).
O Espírito Santo trabalha com o professor – Quando o professor confia
em Deus em oração, o espírito de Cristo sobre ele repousa, e, por intermédio
dele e pelo Espírito Santo, Deus impressiona outras mentes. O Espírito 110 enche
a mente e o coração de doce esperança, ânimo e imagens bíblicas, e tudo isso
será transmitido à juventude sob sua instrução (PJ, p. 131, 132).
OS COLPORTORES
Os pastores devem trabalhar em cooperação com os colportores – Fui
instruída de que, mesmo onde o povo ouve a mensagem do pregador, o colportor
deve continuar sua obra em cooperação com o pastor; porque ainda que o pastor
apresente fielmente a mensagem, o povo não é capaz de retê-la totalmente. Por
isso, a página impressa é essencial, não somente para despertar nas pessoas o
reconhecimento da importância da verdade para este tempo, mas também para
enraizá-las e firmá-las na verdade e protegê-las contra o erro.
As revistas e os livros são o meio de o Senhor manter a mensagem para este
tempo continuamente diante do povo. As publicações farão muito maior obra
iluminando e confirmando pessoas na verdade do que a que pode ser realizada
pelo ministério apenas da Palavra. Os silenciosos mensageiros que são colocados
nos lares pelo trabalho do colportor fortalecerão o ministério evangélico em
todos os sentidos; porque o Espírito Santo impressionará a mente dos que lerem
os livros, do mesmo modo que o faz à mente dos que ouvem a pregação da
Palavra. O mesmo ministério de anjos que auxilia a obra do pastor acompanha os
livros que contêm a verdade (T6, p. 315, 316).
O colportor ocupa uma posição igual à do ministro do evangelho – A
obra da colportagem é um importante campo de trabalho; e o colportor
inteligente, temente a Deus e que ama a verdade ocupa uma posição igual à do
pastor. Então deve o colportor, mais do que o pastor ordenado, sentir-se na
liberdade de agir por motivos egoístas? Deve ele ser infiel a todos os princípios
do trabalho missionário, e vender apenas os livros que são mais baratos e fáceis
de lidar, negligenciando colocar diante do povo os livros que darão mais luz,
porque, assim fazendo pode ganhar para si mesmo mais dinheiro? (TM, p. 317,
318).
Não estimule bons colportores a se tornarem pastores medíocres – Em
todas as partes do campo devem ser escolhidos colportores, não do núcleo
inconstante da sociedade, não dentre homens e mulheres que para nada mais
servem e em nada têm tido êxito, mas dentre os que têm boa apresentação, tato,
fina percepção e habilidade. Tais pessoas são necessárias para serem colportores
bem-sucedidos. Homens adaptados a essa obra empreendem-na, mas algum
pastor imprudente irá adulá-los, dizendo que seu talento deveria ser empregado
no púlpito, em vez de simplesmente na obra do colportor. Assim, essa obra é
diminuída.
Eles são influenciados a buscar licença para pregar, e justamente aqueles
que poderiam ter sido preparados para se tornar bons missionários, a fim de
visitar as famílias em seus lares, falar e orar com elas, são levados a se tornar 111
pastores deficientes; e o ramo em que é preciso tanto trabalho e onde tanto bem
poderia ser efetuado pela causa é negligenciado. O colportor eficiente, do
mesmo modo que o pastor, deve ter suficiente remuneração por seu serviço, se
seu trabalho é feito fielmente (T4, p. 389).
OS ADMINISTRADORES
As finanças devem ser administradas pelos que não foram separados
para pregar – As finanças da causa devem ser adequadamente administradas
por homens hábeis de negócios; mas os pregadores e evangelistas são separados
para outra linha de trabalho. Deixem que a administração de questões financeiras
recaia sobre outros, que não tenham sido separados para a obra de pregação do
evangelho. Nossos ministros não devem ser sobrecarregados com os aspectos
financeiros da obra evangelística realizada em nossas grandes cidades. Os
encarregados de nossas Associações devem procurar homens de negócios que
cuidem dos detalhes financeiros do trabalho nas cidades. Se tais homens não
forem encontrados, que sejam providenciadas condições para treinar homens
para exercer essas funções (RH, 5 de outubro de 1905). 112
18
Conscientizando a comunidade
115
Nota dos compiladores: Como o livro Evangelismo já abordou o tema
de modo abrangente, esta seção é propositadamente mais reduzida do que sua
importância requer.
Cristo empregou vários métodos para obter a atenção das multidões –
Com base nos métodos de trabalho de Cristo, podemos aprender muitas lições
valiosas. Ele não seguiu um único método; de maneiras diversas procurou captar
a atenção das multidões, e, tendo alcançado êxito nisto, anunciou-lhes as
verdades do evangelho. Sua obra principal consistia em ministrar aos pobres, aos
necessitados e aos ignorantes. Apresentava-lhes com simplicidade as bênçãos
que poderiam receber, e desta forma lhes despertava no coração a fome pela
verdade, o Pão da Vida (RH, 24 de dezembro de 1914).
SERVINDO À COMUNIDADE
Cada ato de misericórdia em favor dos necessitados é referido como
feito a Jesus – “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é
esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se
incontaminado do mundo” (Tg 1:27). Os frutos que Cristo quer que produzamos
são as boas obras: palavras amáveis, atos de bondade, de consideração afetuosa
para com os pobres, os necessitados, os aflitos.
Quando as pessoas são solidárias com os oprimidos pelo desânimo e pela
angústia; quando a mão se estende aos pobres; quando os necessitados são
vestidos; quando os estrangeiros são bem-vindos no sofá de sua sala e têm um
lugar em seu coração, os anjos chegam bem perto, e música ecoa no Céu. Cada
ato de justiça, misericórdia e bondade produz melodia no Céu.
O Pai contempla do Seu trono os que praticam esses atos de misericórdia e
os considera Seu mais precioso tesouro. “Eles serão para Mim particular tesouro,
naquele dia que preparei, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml 3:17). Cada ato de
misericórdia realizado em favor dos necessitados e sofredores é considerado
como tendo sido feito a Jesus. Quando vocês ajudarem os pobres,
compadecerem-se dos aflitos e oprimidos e aproximarem-se dos órfãos,
aprofundarão seu relacionamento com Jesus (T2, p. 25).
Alguns pastores não têm empatia pelos pobres, necessitados e
ignorantes – O coração de Cristo é confortado pela visão daqueles que são
pobres no mais amplo sentido do termo; 116 confortado por Sua visão daqueles
que são maltratados, mas que são mansos; alegrado pelos aparentemente
insatisfeitos e famintos pela justiça, pela incapacidade de muitos para
começarem. Ele saúda por assim dizer o mesmo estado de coisas que
desanimaria a muitos pastores. Ele corrige nossa religiosidade falha, dando o
encargo da obra dos pobres e necessitados nos lugares rústicos da Terra a
homens e mulheres que têm empatia pelos ignorantes e marginalizados.
O Senhor ensina a esses obreiros como encontrar aqueles a quem Ele deseja
auxiliar. Eles serão encorajados ao verem as portas se lhes abrirem, ao
penetrarem em lugares nos quais poderão fazer trabalho médico-missionário.
Tendo pouca confiança própria, dão a Deus toda a glória. Suas mãos podem ser
toscas e sem prática, mas o coração é suscetível à piedade; eles estão possuídos
de um ardente desejo de fazer alguma coisa que possa aliviar a desgraça tão
intensa; e Cristo está ao seu lado para ajudá-los. Ele opera por meio daqueles
que descobrem misericórdia na miséria, ganho na perda de todas as coisas.
Quando a Luz do mundo passa, os privilégios aparecem em todas as
adversidades, ordem na confusão, o sucesso e a sabedoria de Deus naquilo que
parecia ser uma falha (CS, p. 26, 27).
RELAÇÕES PÚBLICAS
A melhor maneira de lidar com o erro – A melhor maneira de lidar com
o erro é apresentar a verdade, e deixar que as ideias estranhas se extingam por
falta de atenção. Contrastado com a verdade, torna-se aparente a todo o espírito
inteligente a fraqueza do erro. Quanto mais forem repetidas as afirmações
erradas dos opositores, e dos que se levantam entre nós para enganar as pessoas,
melhor será servida a causa do erro. Quanto mais publicidade se dá às sugestões
de Satanás, melhor é satisfeita sua majestade satânica (TM, p. 165).
Não devemos dar ideia errônea para obter favor – Não devemos dar
uma ideia errada daquilo que professamos crer, a fim de ganhar favor de alguém.
Deus aborrece a falsa apresentação e a prevaricação. Ele não tolerará o homem
que diz e não pratica. A obra mais nobre, a melhor de todas, é a que provém de
uma atitude digna e honesta (Ev, p. 132).
OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Os discursos importantes devem ser publicados nos jornais – Os que se
têm interessado podem enfrentar os enganos e falsas apresentações dos ministros
populares, e não sabem responder a essas coisas. A verdade apresentada pelo
pregador vivo deve ser publicada na forma mais condensada possível, e
amplamente disseminada. Na medida do possível, publiquem-se nos jornais as
importantes palestras proferidas em nossas reuniões campais. Assim, a verdade
que foi apresentada a um número limitado de pessoas terá acesso a muitas
mentes. E, em casos em que tenha havido desfiguração da verdade, o povo terá
oportunidade de saber exatamente o que o pastor disse (Ev, p. 130). 117
19
A obra missionária
26
Recrutamento e treinamento de voluntários
145
Onde há um trabalhando agora deveria haver mais de mil – Cristo
nos diz: “Oh, homens de pequena fé.” O Espírito Santo precisa realizar uma obra
em nosso coração. Precisamos crer que o Senhor deseja que venhamos a Ele
como somos, sem demora alguma, e, com fé, rogar-Lhe que opere por nós. O
Senhor deseja manifestar Seu poder em Seu povo. Onde há um trabalhando
agora deveria haver mais de mil, não pastores ordenados, mas homens e
mulheres de fé e oração, que possam trabalhar para Deus (MR5, p. 336).
Deus requer trabalho pessoal de todo aquele a quem Ele confia Sua
verdade – Deus exigirá trabalho pessoal das mãos de todo aquele a quem Ele
confia Sua verdade. Ninguém é dispensado. Alguns podem achar que, se derem
de seus recursos, serão dispensados de fazer esforços pessoais. Deus não permita
que enganem a si mesmos quanto a isso. Doações em dinheiro não satisfazem os
requisitos de Deus, pois o dever terá sido cumprido apenas pela metade. Ele não
aceitará nada menos do que nós próprios. Devemos trabalhar para salvar almas.
Nem todos serão chamados a trabalhar no campo missionário, mas podem ser
missionários em seu lar, com suas próprias famílias e em sua vizinhança (ST, 4
de setembro de 1879).
Os cristãos genuínos são conhecidos por serem prestativos – Desejo
declarar-lhe que o Senhor está me mostrando que uma grande debilidade
sobreveio ao nosso povo devido aos diversos fatores que têm levado os homens
a confiar e depender tão completamente dos seus semelhantes, de maneira que o
Senhor é totalmente ignorado. Assim como a glória de uma árvore boa testifica
do seu valor através do fruto que produz, assim também o cristão genuíno é
conhecido por ser prestativo. Ele não floresce simplesmente para demonstrar
uma piedade pretensiosa, mas produz fruto em grande abundância. Não há um
único broto ou ramo seco em toda árvore que cresce junto aos ribeiros de águas
da graça de Cristo. O fruto é produzido em suas variedades. Pode estar em
campos missionários estrangeiros ou locais e aparece amadurecendo sob o sol da
justiça de Cristo. “Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e
assim serão Meus discípulos (Jo 15:8)” (SpT-A11, p. 28). 146
Há na igreja muitos talentos que devem ser utilizados – Em cada
departamento da causa de Deus há muitas oportunidades para os que trabalharem
com o mesmo espírito de humildade que caracterizava o Mestre. De todas as
partes se ouvem vozes clamando por auxílio. Os pastores sozinhos jamais
conseguirão realizar esse trabalho. Há na igreja muitos talentos que devem ser
utilizados. Há homens e mulheres que têm capacidade, e aos quais Deus aceitaria
como obreiros em Sua causa; mas estão fugindo da responsabilidade com a
desculpa de que são incompetentes para o trabalho. Senhoras que, na sala
especial para visitas, conseguem desenvolver uma conversação com notável
habilidade e determinação se retraem quando deveriam apresentar ao pecador o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e, então, se ajoelhar em oração e
suplicar para que a luz brilhasse na mente e no coração dessa preciosa alma, pela
qual Cristo morreu. Quanto trabalho se deixa sem fazer para Deus e em favor
das pessoas porque demanda sacrifício, e porque cada um procura o próprio
prazer e trabalha pelos próprios interesses egoístas! (RH, 7 de outubro de 1884).
Todos podem ministrar – Nem todos podem ser pregadores, mas todos
podem servir, mostrando a outros como ser bem organizados e ter bom ânimo.
Isso é como remédio para o corpo e a alma. Assim poderemos acrescentar graça
sobre graça e nos prepararmos o tempo todo para o Céu. Envio-lhes esta carta
para ser lida na igreja (Carta 106, 1898 – PaC, p. 49).
Os membros que não têm paixão pelas almas se afastarão da igreja –
Os que professam crer na verdade, mas não se preocupam com a salvação dos
outros se afastarão continuamente da igreja, e exigirá tempo e esforço da parte
do pastor evitar que naufraguem na fé, quando poderiam estar trabalhando com
todas as suas forças para apresentar o caminho da vida e da salvação aos seus
amigos e vizinhos. Centenas de homens e mulheres que, neste momento,
professam estar envolvidos na obra de Deus, não estão fazendo nem dez por
cento do que poderiam, se apenas aperfeiçoassem todos os talentos que Deus
lhes deu.
Alguns não estão fazendo literalmente nada pela verdade e, por seu
exemplo de indiferença, estão levando outros a tomar a mesma posição de
inutilidade, separando-se assim de Cristo. Essa última classe inclui a maioria.
Estão pensando e planejando apenas para si mesmos. Os pais e mães, com os
pequenos ao seu redor, fazem de seu pequeno círculo o seu mundo. Todas as
capacidades do seu ser estão centralizadas no eu e no meu, e a cada ano estão se
tornando mais egoístas e limitados. Não abrem o coração para a graça e o amor
de Cristo, para liberar sua natureza e enobrecer seu ser, mostrando compaixão
para com seus semelhantes (RH, 10 de junho de 1880).
Quando os membros da igreja trabalham em favor dos amigos e
parentes, sua própria fé aumenta – Através do esforço individual dos
primeiros poucos discípulos, foi lançado o fundamento da igreja cristã. João,
primeiramente, conduziu dois de seus discípulos para Cristo. Então, um deles
achou seu irmão e o levou a Jesus. Daí, 147 Cristo chamou Filipe para segui-Lo e
saiu em busca de Natanael. Há aqui uma lição prática para todos os seguidores
de Cristo. Ela lhes ensina a importância do esforço pessoal, fazendo apelos
diretos a parentes, amigos e conhecidos. Existem aqueles que professam ter
conhecido a Cristo durante toda sua vida, mas nunca fizeram um esforço pessoal
para conduzir uma pessoa sequer ao Salvador. Deixaram que o pastor fizesse
todo o trabalho. Ele pode estar capacitado para essa tarefa, mas ele não pode
realizar o trabalho que Deus reservou para os membros da igreja.
Muitos se desculpam de não estar interessados na salvação daqueles que
estão sem Cristo, e se contentam em desfrutar de forma egoísta os benefícios da
graça de Deus, sem fazer qualquer esforço direto para conduzir outros a Cristo.
Na vinha do Senhor, há trabalho para todos, e os obreiros generosos e fieis
compartilharão liberalmente de Sua graça aqui e da recompensa que Ele lhes
concederá depois. A fé se exercita mediante boas obras, e a coragem e a
esperança estão em harmonia com a fé operante. A razão por que muitos
professos seguidores de Cristo não possuem uma experiência viva e radiante é
que nada fazem para obtê-la. Se eles se envolvessem na obra que Deus lhes
designou, sua fé aumentaria e progrediriam na santificação (SP2, p. 66).
O PASTOR, OS MEMBROS E O TRABALHO DA IGREJA
Os pastores não devem fazer o trabalho dos membros – Não esperem
que os ministros façam o trabalho dos membros; não durmam como as virgens
néscias, que não tinham azeite em suas lâmpadas. Tenham as suas lâmpadas
cheias do azeite da graça de Cristo. Se cada um na igreja deixasse a sua luz
iluminar os outros como Deus deseja, que obra se faria! Uma igreja viva será
uma igreja ativa. Traga seus talentos a Jesus e os coloque em ação. Pense,
medite, vigie e ore. Uma união íntima com Jesus aumentará sua capacidade para
fazer o bem, e seu intelecto será fortalecido. O tempo em que homens e mulheres
serão provados está bem diante de nós. Então não teremos um advogado para
repreender o diabo e suplicar em nosso favor (RH, 22 de setembro de 1896).
Cada membro tem uma obra a fazer – Essa hora exige que nos movamos
para frente, que seja exercida uma fé perseverante e resoluta, que um espírito
paciente, abnegado e resignado seja manifestado em cada membro de nossas
igrejas, e que cada um que professa ser seguidor de Cristo se torne um obreiro
em Sua vinha espiritual. Os membros tementes a Deus podem realizar um bem
maior, através de esforço pessoal e dedicado, do que nossos ministros podem
conseguir quando não sentem a preocupação de trabalhar de casa em casa.
Nossos pastores ordenados precisam fazer o que lhes for possível, mas não se
pode esperar que um homem possa fazer o trabalho de todos. O Mestre indicou a
todos a sua obra. Há visitas a fazer, orações a elevar ao Céu, compaixão a ser
transmitida; e a piedade – o coração e as mãos – de toda a igreja deve ser usada
para que a obra seja concluída. Você pode se assentar com os amigos e, numa
agradável conversa social, falar da preciosa fé bíblica (RH, 13 de agosto de
1889). 148
Deus Se desagrada de uma atitude indolente – Os que trabalham em
cooperação com Deus serão despertados para realizar sua obra para o Mestre.
Em vez de fazer tão pouco, devem fazer muito mais, e agir como se estivessem
arrancando pessoas como tições do fogo. Deus Se desagrada com a conduta
indolente daqueles que têm a luz da verdade. O tempo vale ouro. Apeguem-se a
Deus por meio de uma fé viva, e exercitem suas capacidades ao máximo,
revitalizando seu testemunho através do Espírito de Deus de tal maneira que os
pecadores possam sentir e perceber seu perigo. Que a fé seja entrelaçada com
sua experiência. Que cada crente na verdade esteja totalmente consciente dos
perigos deste tempo. Que despertem de sua letargia e sintam que os ministros
escolhidos não são os únicos que devem trabalhar em cooperação com Deus.
Cada pessoa deve ter uma parte nisso.
Cristo disse: “Vocês são a luz do mundo” (Mt 5:14). Isso não se aplica
somente aos ministros, mas a cada pessoa a quem Cristo Se revelou. Em suas
várias igrejas, vocês devem ser obreiros cristãos ativos. Vocês conhecem seus
vizinhos? Têm trabalhado pelos que vivem perto de sua própria casa? Possuem o
amor de Jesus? Se assim for, terão interesse pelas pessoas por quem Cristo
morreu. A religião pura e sem mácula é um princípio ativo. Vai muito além das
paredes de nossa casa. Vai em busca dos que necessitam de ajuda. Sua luz
ilumina os caminhos e valados, e é vista e sentida nos lugares mais extensos da
Terra. As ovelhas perdidas são procuradas diligentemente, e as extraviadas são
trazidas de volta para o redil (RH, 8 de março de 1887).
Muitas pessoas dependem de seu pastor para seu sustento espiritual,
quando deveriam estar ministrando a outros – Terrível é a quantidade de
culpa que pesa sobre a igreja. Por que não estão os que possuem a luz
desenvolvendo diligentes esforços para levá-la a outros? Veem que o fim está
perto. Veem multidões transgredindo diariamente a lei de Deus; e sabem que
essas pessoas não podem ser salvas em transgressão. Têm, no entanto, mais
interesse em seu comércio, suas plantações, suas casas, suas mercadorias, sua
roupa, sua mesa, do que na salvação de homens e mulheres que devem encontrar
face a face no juízo.
O povo que diz obedecer à verdade está adormecido. Não poderiam estar
tão à vontade como estão, caso estivessem despertos. O amor à verdade está se
extinguindo em seu coração. Seu exemplo não convence o mundo de que eles
possuem uma verdade mais avançada que qualquer outro povo da Terra.
Exatamente quando deveriam ser fortes em Deus, tendo diariamente uma viva
experiência, estão fracos, hesitantes, confiando nos pregadores como ponto de
apoio, quando deveriam estar ministrando a outros com a mente, a alma, a voz, a
escrita, com o tempo e o dinheiro (T5, p. 457).
Ao partilhar a fé, os membros animam a si mesmos e a seus pastores –
Irmãos e irmãs, insisto com vocês para que deponham sua confiança na força de
Jesus. Não coloquem o peso de suas perplexidades e preocupações sobre os seus
149
pastores. Cristo, quem leva seus fardos, os convida a vir a Ele. Se vivem num
estado de incredulidade e falta de consagração a Deus, e colocam suas cargas
sobre o coração dos seus ministros, vocês lhes tiram o tempo e as forças que
Deus lhes exige que utilizem para dar a mensagem aos que ainda não a ouviram.
Irmãos, não seria melhor que trabalhassem em cooperação com os
embaixadores de Cristo para ganhar almas para a verdade? Quando se sentirem
tentados a dar lugar à incredulidade e ao desânimo, encontrarão a melhor cura
para isso ao falar de sua fé a outros e ao apresentar a verdade aos que estão em
trevas. Estendam seus esforços aos vizinhos e àqueles que não têm oportunidade
de assistir a reuniões. Lancem as sementes da verdade sobre todas as águas e
animem o coração dos servos de Deus quando estes os visitarem, mostrando-lhes
que não estão ociosos, mas que, por seu intermédio, uma ou mais pessoas foram
trazidas das trevas para a luz (ST, 4 de setembro de 1879).
Os membros não devem esperar que os ministros venham e ajudem os
que têm perguntas – Muitos dos que agora estão em trevas e arruinados
poderiam ter sido ajudados se seus irmãos, homens e mulheres como nós,
tivessem vindo a eles com o amor de Cristo brotando do coração e,
pessoalmente, se esforçassem por eles. Muitos estão esperando ser abordados
pessoalmente. Uma conversa humilde e fervorosa com tais pessoas, orações
feitas de coração a coração em seu favor, teriam êxito na maioria dos casos.
Mas, em vez disso, os que professam estar seguindo o Salvador descansam
contentes, expressando o desejo de que algum irmão ou pastor venha e os ajude.
Negligenciam assim o trabalho que Deus deixou para eles fazerem. Não se pode
determinar rigidamente a maneira exata de realizar esse trabalho em cada caso,
mas, ao estabelecerem uma ligação mais íntima com o Redentor do mundo, os
meios e maneiras surgirão em sua mente (RH, 10 de junho de 1880).
Tanto quanto possível, os pastores devem ser aliviados das cargas de
natureza temporal – A mesma ordem e sistema que foram necessários nos dias
dos apóstolos deveriam ser mantidos na igreja hoje. A prosperidade da causa
depende em grande parte de uma boa administração de seus vários
departamentos por homens capazes e qualificados para ocupar os cargos para os
quais foram nomeados. Os que são escolhidos por Deus para serem líderes na
causa da verdade, que têm uma visão geral dos interesses espirituais da igreja,
devem ser aliviados, tanto quanto possível, das cargas e perplexidades de
natureza temporal.
Aqueles que Deus chamou para ministrar na palavra e na doutrina devem
ter tempo para meditação, oração e estudo das Escrituras. Seu claro
discernimento espiritual diminui, ao se preocuparem com detalhes
administrativos e lidarem com os vários temperamentos das pessoas que se
reúnem como igreja. Todos os assuntos de ordem temporal devem ser
apresentados diante de oficiais qualificados e ser resolvidos por eles. Mas se são
tão difíceis, 150 a ponto de os líderes serem incapazes de encontrar uma solução,
esses assuntos devem ser levados ao conselho daqueles que têm a supervisão de
toda a igreja (RH, 16 de fevereiro de 1911).
A RESPONSABILIDADE DO PASTOR
Algumas igrejas prosperariam mais se seus ministros estivessem fora
de seu caminho e lhes dessem oportunidade para trabalhar – É comum o
caso de pastores que são inclinados a simplesmente visitar as igrejas, dedicando
seu tempo e energias onde seu trabalho não trará bem algum. Frequentemente, as
igrejas estão adiante dos pastores que trabalham entre elas e estariam em mais
próspera condição se esses pastores estivessem fora de seu caminho e lhes
dessem oportunidade para trabalhar. O esforço desses pastores para edificar as
igrejas apenas as destrói. A teoria da verdade é apresentada repetidas vezes, mas
não é acompanhada do poder vitalizador de Deus. Eles têm manifestado
descuidosa indiferença; o espírito é contagioso e as igrejas perdem seu interesse
e preocupação pela salvação das pessoas.
Assim, por sua pregação e exemplo, os pastores embalam o povo em uma
segurança carnal. Se deixassem as igrejas, saindo para novos campos e
trabalhassem para edificar igrejas, compreenderiam a própria capacidade e o
preço para alcançar pessoas e firmá-las na verdade. Então se dariam conta de
como deveriam ser cuidadosos para que seu exemplo e influência não
desencorajassem ou enfraquecessem aqueles cuja conversão para a verdade
exigiu trabalho árduo e muita oração. “Prove cada um o seu labor e, então, terá
motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro” (Gl 6:4) (T2, p. 340).
Cuidar do rebanho inclui ensiná-lo a trabalhar – “Guarda, a que hora
estamos da noite?” (Is 21:11). Estão as sentinelas a quem essa pergunta é feita
em condição de fazer soar o toque certo da trombeta? Estão os pastores cuidando
fielmente do rebanho pelo qual são responsáveis? Estão os ministros de Deus
cuidando das pessoas, compreendendo que os que estão sob seu cuidado foram
comprados pelo sangue de Cristo? Grande obra tem que ser feita no mundo, e
que esforços estamos fazendo para realizá-la? Os crentes cristãos têm ouvido
muitos sermões, mas foram instruídos a trabalhar por aqueles por quem Cristo
morreu? Planejou-se uma espécie de trabalho, que lhes tenha sido apresentado de
maneira tal que cada um tenha visto a necessidade de participar da obra? (T6, p.
431).
Os pastores não devem tentar primeiro converter os incrédulos, mas
organizar um exército de obreiros – Um sério obstáculo ao êxito da verdade, e
de que talvez não se suspeite, encontra-se em nossas próprias igrejas. Ao ser
feito um esforço para se apresentar nossa fé aos incrédulos, os membros da
igreja ficam muitas vezes para trás, como se não fossem parte interessada e
deixam todo o peso sobre os pastores. Por essa razão, o trabalho de nossos
pastores mais capazes tem, por vezes, sido de pouco resultado. Podem pregar 151
os melhores sermões, a mensagem pode ser exatamente aquela de que o povo
necessita e, no entanto, não atraírem pessoas como frutos que se apresentem a
Cristo. Ao trabalhar em lugares onde já se encontram alguns na fé, o pastor deve
não tanto buscar, a princípio, converter os incrédulos, como exercitar os
membros da igreja para prestarem cooperação proveitosa. Trabalhe com eles
individualmente, tentando despertá-los para buscarem eles próprios uma
experiência mais profunda, e trabalharem por outros. Quando estiverem
preparados para apoiar o pastor mediante orações e serviços, maior êxito há de
lhe acompanhar os esforços (OE, p. 196).
O TESTEMUNHO NO TRABALHO
Cada membro tem tanta responsabilidade de fazer avançar a causa por
meio de sua vocação quanto o pastor – Quando um pastor que tem trabalhado
com êxito ao conduzir pessoas para Jesus Cristo abandona sua sagrada obra, a
fim de adquirir lucro temporal, é chamado apóstata, e será responsável diante de
Deus pelos talentos que aplicou mal. Quando homens de negócios, fazendeiros,
mecânicos, comerciantes, advogados, etc. tornam-se membros da igreja, passam
a ser servos de Cristo. E, embora seus talentos sejam completamente diferentes,
a responsabilidade que lhes cabe de promover a obra de Deus, mediante o
esforço pessoal e com a utilização de seus recursos, não é inferior à do pastor. A
desgraça que cairá sobre o pastor, caso ele não pregue o evangelho, cairá sobre o
comerciante também, se ele, com seus diversos talentos, não for um obreiro
colaborador de Cristo e não produzir os mesmos resultados. Ao ser isso
compreendido, alguns dirão: “Dura é essa palavra” (Jo 6:60); no entanto, é
verdadeiro, apesar de ser continuamente contrariado pela prática de pessoas que
professam ser seguidoras de Cristo (T4, p. 468, 469).
Os membros fieis ministram através de sua vocação – Precisamos
encher-nos de Cristo, e então avaliaremos as coisas mundanas à luz de Deus. Ao
trabalharem em suas fazendas, ao se envolverem em seus negócios, não estarão
separando seu coração de Deus, porque trabalham com o verdadeiro propósito e
objetivo, reconhecendo a Deus como o dono de tudo o que possuem e buscando
sabedoria para usar os seus bens para promover a Sua glória. Assim estarão
ministrando não de modo indolente nos negócios, mas fervorosos em espírito,
servindo ao Senhor. Então vidas humanas serão abençoadas por meio de sua
influência.
A mente estará nas coisas celestiais, e vocês se sentirão como na presença
de Cristo e difundirão luz a todos ao seu redor. Uma vida verdadeiramente cristã
nos custará atenção, estudo das Escrituras e orações mais fervorosas e
perseverantes. Não serão orações sem objetivo, mas intercessões de um coração
preocupado com os pobres pecadores longe de Cristo. Será um coração desejoso
de trabalhar por Jesus num esforço pessoal para salvar os seres humanos
(Important Testimony to our Brethren and Sisters in New York, p. 9, 10 – Ft 39).
152
DONS ESPIRITUAIS
O Espírito Santo atribui a cada cristão algum dom ou talento que deve
ser usado para fazer avançar o reino – O momento presente é confiado a nós.
A cada pessoa é atribuído algum dom ou talento que deve ser usado para fazer
avançar o reino do Salvador. A todos os agentes responsáveis de Deus, dos mais
humildes e mais desconhecidos àqueles em elevadas posições na igreja, são
confiados os bens do Senhor. Não é só o pastor que pode trabalhar pela salvação
de pessoas. Aqueles que têm os menores dons não estão dispensados de
empregar os melhores dons que têm; e, fazendo assim, seus talentos serão
aumentados.
Não é prudente ser superficial quanto às responsabilidades morais, nem
desprezar “o dia das pequenas coisas” (Zc 4:10). A providência de Deus
proporciona Seus dons segundo as variadas habilidades do povo. Ninguém deve
lamentar por não poder glorificar a Deus com talentos que nunca possuiu, e
pelos quais não é responsável (T4, p. 618).
Os ministros devem animar aqueles a quem Deus escolheu na igreja
para realizar uma obra especial – Há perigo de que os pastores e presidentes
de Associações tomem muita responsabilidade sobre si e manifestem pouca
confiança nas pessoas. Estas devem ser educadas de tal maneira que examinem
as Escrituras por si mesmas. O Espírito Santo deseja trabalhar para moldar cada
homem à semelhança de Cristo. As pessoas cometem um grave erro ao
ignorarem o fato de que Deus opera por meio de Sua igreja. Os ministros devem
dar amplo apoio aos membros da igreja individualmente, e àqueles a quem Deus
escolher para realizar uma obra especial de aperfeiçoar planos cuidadosos para
salvar os que estão no erro (MR9, p. 146).
Os pastores devem abrir caminho para que os membros tenham a
liberdade de fazer o que o Espírito Santo lhes indicar – Deus tem dado “a
cada um a sua obra” (Mc 13:34). Por que será que os pastores e os presidentes de
Associações não reconhecem esse fato? Por que não manifestam seu
reconhecimento pela ajuda que os membros individuais da igreja podem dar?
Deixem que os membros despertem. Que se mantenham erguidos os braços dos
ministros e obreiros, levando em frente os interesses da causa. Não se devem
medir os talentos fazendo comparações. Se um homem exerce fé e anda
humildemente com o seu Deus, ele pode ter pouca cultura, pode ser considerado
inapto, mas pode ocupar o cargo que lhe foi designado tão bem como o homem
que possui a mais refinada educação.
Aquele que se entrega sem reservas à influência do Espírito Santo está mais
capacitado a realizar um trabalho aceitável para o Mestre. Deus inspirará os
homens que não ocupam cargos de responsabilidade para trabalhar para Ele. Se
os ministros e homens em postos de autoridade abrirem o caminho, e deixarem
que o Espírito Santo Se mova na mente dos obreiros voluntários, Deus os
dirigirá quanto ao que fazer para honrar Seu nome. Deixem que eles tenham
liberdade de fazer 153 o que o Espírito Santo lhes indicar. Não coloquem
obstáculos aos homens humildes que Deus poderá usar. Se aqueles que agora
ocupam cargos de responsabilidade tivessem sido mantidos no mesmo tipo de
trabalho ano após ano, seus talentos não teriam se desenvolvido, e eles não
teriam se habilitado para os cargos que agora ocupam. No entanto, não fazem
qualquer esforço especial para provar e desenvolver os talentos dos que entraram
recentemente para a fé (RH, 9 de julho de 1895).
Confie que o Espírito Santo usará cada membro valioso da igreja –
Nem os dirigentes da Associação nem os ministros foram chamados por Deus
para demonstrar desconfiança no poder dEle para usar cada indivíduo que é
considerado um membro valioso da igreja. Essa assim chamada cautela está
retardando quase todo ramo da obra do Senhor. Deus pode e vai usar os que não
tiveram uma educação completa na escola dos homens. Duvidar de Seu poder
para fazer isso é manifestar incredulidade; é limitar o poder onipotente dAquele
para o qual nada é impossível. Quem dera que houvesse menos dessa cautela
desconfiada e não santificada! Ela deixa muitas forças da igreja sem ser usadas;
obstrui o caminho para que o Espírito Santo não possa usar as pessoas; mantém
inativos os que estão desejosos e ansiosos para trabalhar nas fileiras de Cristo;
desanima a muitos de entrar na obra, e que poderiam se tornar obreiros eficientes
junto com Deus se lhes fosse dada uma oportunidade justa.
Os que podem ser trabalhadores, que veem a grande necessidade de
obreiros consagrados na igreja e no mundo, devem buscar força nos lugares
secretos de oração. Devem seguir adiante em seu trabalho, e Deus os abençoará
e os tornará uma bênção para outros. Tais membros dariam força e estabilidade à
igreja. É a falta de exercício espiritual que torna os membros da igreja tão débeis
e ineficientes. De novo eu perguntaria: Quem é culpado pelo estado de coisas
que agora existe? (RH, 9 de julho de 1895).
Todo cristão é ungido para a missão de partilhar a Cristo – Ser um
representante de Cristo ao mundo não é dever apenas do ministro, mas de cada
membro da igreja. Eles devem captar os raios de luz de Cristo e refleti-los sobre
as pessoas cegadas pelo erro e atraídas por falsas doutrinas. Devem erguer bem
alto a verdadeira bandeira de justiça, que é a santa lei de Deus, enquanto o
mundo levanta um estandarte falso.
Satanás está procurando apresentar a luz como trevas, e as trevas como luz,
a verdade como erro, e o erro como verdade. Ele extinguiria cada raio de luz que
se irradia do trono de Deus, e no seu lugar colocaria as suas trevas. Mas os filhos
de Deus estão aqui, cada um deles, com o propósito de iluminar o mundo.
Quanto mais a luz é desprezada, contrariada e condenada, tanto maior é a
evidência que possuem de que sua tarefa é permitir que sua luz ilumine os
outros. Eles recebem suas ordens de Deus para guiar pessoas à justiça, à verdade,
e ao Céu. A tocha da verdade deve brilhar tanto diante dos olhos dos que a
desejam quanto dos que não a querem.
Quando Cristo ascendeu ao Céu, a igreja devia ser o instrumento, ou meio,
pelo qual a luz seria dada ao mundo. “Vocês são a luz do mundo” (Mt 5:14).
Deus requer que todo cristão individualmente seja uma luz viva 154 e radiante no
mundo. Ele precisa lutar com Deus em oração particular; então, avançará no
espírito de Cristo para conversar com as pessoas. Ungido para essa missão, trará
consigo a atmosfera do Paraíso. Suas palavras serão bem escolhidas, e o rosto
refletirá a imagem de seu Mestre. Será a luz do mundo, uma carta viva,
conhecida e lida por todos os homens (RH, 8 de março de 1887).
Todo membro deve ser educado para fazer a obra para a qual esteja
mais bem adaptado – Sábado após sábado, muitos de vocês ouvem a voz do
pregador, mas quantos sentem a necessidade de incorporar a luz à vida prática?
Quantos percebem que a luz lhes é dada para que a reflitam a outros? Há uma
grande necessidade de educar as pessoas para que façam sua parte na obra que
lhes foi designada; mas a educação dos membros da igreja tem sido
negligenciada. Se os pastores instruíssem seus membros, eles poderiam ter um
exército que os ajudaria a difundir a luz quando surgisse uma crise no trabalho.
Todo membro da igreja deve fazer a obra para a qual esteja mais bem adaptado,
e organizar o trabalho de tal maneira que tudo funcione harmoniosamente, e a
prosperidade de uma igreja laboriosa seja manifestada num interesse vital que
brotará entre aqueles que põem suas energias na causa de Cristo (HM, 1º de
setembro de 1892).
MOTIVANDO OS VOLUNTÁRIOS
Quando o poder transformador de Deus vier sobre os membros, eles se
tornarão obreiros – Esta classe está bem representada pelo vale de ossos secos
que Ezequiel viu em visão. Aqueles aos quais foram confiados os tesouros da
verdade, e que estão mortos em delitos e pecados, necessitam ser criados
novamente em Cristo. Há tão pouca vitalidade real na igreja atualmente, que
requer um trabalho constante dar aos homens a aparência de vida ao professo
povo de Deus. Quando o poder transformador de Deus vier sobre os membros,
isso se manifestará através da atividade. Eles se tornarão obreiros e considerarão
o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do mundo (RH, 17
de janeiro de 1893).
A verdadeira conversão é seguida por um desejo de compartilhar a
Cristo – Uma pessoa não é convertida antes de nascer em seu coração o desejo
de tornar conhecido a outros que encontrou em Jesus um precioso Amigo; a
verdade santificadora e salvadora não pode ser isolada em seu coração. O
Espírito de Cristo iluminando o coração é representado pela luz que dispersa
toda a escuridão; é comparada ao sal por causa de suas qualidades preservadoras,
e ao fermento, que, secretamente, exerce seu poder transformador (T4, p. 318,
319).
Os que não estão cumprindo sua responsabilidade devem ser visitados
– Que os pastores e as pessoas responsáveis impressionem cada membro da
igreja, mostrando que, 155 para poder crescer espiritualmente, devem assumir a
responsabilidade da obra que o Senhor colocou sobre eles – a de conduzir
pessoas à verdade. Ensinem aos irmãos que devem possuir um forte desejo de
ver os que ainda não estão na fé convertidos à verdade. Aqueles que tiverem
oportunidade façam a obra que Deus lhes confiou. Os que não estão cumprindo
sua responsabilidade devem ser visitados, levados a Deus em oração e instados
para que se tornem fieis mordomos da graça de Cristo.
Como ministros, não os levem a depender de vocês, mas ensinem a todos os
que abraçarem a verdade que têm uma obra a fazer usando os talentos que Deus
lhes concedeu para salvar os que estão próximo. Trabalhando dessa maneira,
essas pessoas terão a colaboração dos anjos de Deus. Obterão uma valiosa
experiência que aumentará sua fé e os farão apegar-se firmemente a Deus (Ms
21a, 1894 – NL1, p. 127, 128).
O Salvador ficou decepcionado com Sua falta de êxito em recrutar
obreiros, mas persistiu – Se nossos obreiros tivessem sido batizados com o
Espírito de Cristo, teriam realizado cinquenta vezes mais do que têm feito para
treinar homens como obreiros. Ainda que um ou dois, talvez muitos, não tenham
suportado a prova, não devemos cessar nossos esforços, pois esta obra deve ser
feita para Cristo. O Salvador ficou decepcionado; por causa da perversidade do
coração humano, Seus esforços não foram recompensados com êxito; mas Ele
continuou Sua obra, e nós também devemos fazê-lo.
Se tivéssemos trabalhado com fidelidade, paciência e amor, teríamos cem
obreiros onde há apenas um. As oportunidades não aproveitadas são escritas
contra nós no mesmo livro em que estão registradas a inveja e a rebelião contra
Deus. Temos perdido anos em nossas missões estrangeiras. Há poucos obreiros
dedicados; mas, em grande medida, suas energias têm sido empregadas para
evitar que os homens que professam a verdade naufraguem na fé. Se esses
homens, que necessitaram de tanta ajuda para se manterem amparados, tivessem
trabalhado pela salvação de seus semelhantes, teriam se esquecido de suas
provações e se fortalecido ajudando a outros. Podemos conseguir muito mais do
que temos feito, se chamarmos em nossa ajuda a todos os que pudermos recrutar
para o trabalho. Alguns se mostrarão inúteis; mas, enquanto verificamos isso,
precisamos continuar trabalhando. Um obreiro valioso, temente a Deus,
compensará todo nosso esforço, nossa preocupação e despesa (RH, 15 de
dezembro de 1885).
OS PASTORES COMO INSTRUTORES
Vocês ajudam mais os membros planejando o trabalho para eles do
que pregando – O melhor auxílio que os pastores podem oferecer aos membros
de nossas igrejas não é pregar sermões, e sim planejar o trabalho para eles. Que
cada um receba algo a fazer pelos outros. Sejam todos ajudados a ver que, como
recebedores da graça de Cristo, encontram-se sob a obrigação de trabalhar para
Ele. Que a todos seja ensinado como trabalhar. Especialmente os recém-
conversos devem ser treinados como colaboradores de Deus. Se postos a
trabalhar, os murmuradores logo esquecerão suas murmurações; os fracos se
tornarão fortes; os ignorantes, 156 inteligentes; assim todos se prepararão para
apresentar a verdade tal qual é em Jesus. Encontrarão um infalível Ajudador
nAquele que prometeu salvar os que forem a Ele (T6, p. 49).
Gaste menos tempo pregando e mais tempo estudando como ensinar
outros a trabalhar – Nossos ministros precisam se tornar tanto educadores
quanto pregadores. Devem ensinar as pessoas a não depender deles, mas de
Cristo. O ministro que prega duas horas quando não deve passar de uma, serviria
muito melhor à causa de Deus dedicando essa hora extra em um estudo sério e
cuidadoso para aprender como conduzir os outros e ensiná-los a trabalhar (ST,
17 de maio de 1883).
Os pastores devem ensinar os membros como trabalhar – Quando Jesus
ascendeu ao Céu, confiou Sua obra na Terra àqueles que haviam recebido a luz
do evangelho. Eles deveriam fazer a obra progredir até o seu término. Não foi
providenciado nenhum outro meio para a proclamação da verdade. “Ide por todo
o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15). “E eis que estou
convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt 28:20). Essa solene
comissão chega até nós nesta época. Deus deixa com Sua igreja a
responsabilidade de aceitá-la ou recusá-la. Muitos parecem descansar
comodamente, como se mensageiros celestiais fossem descer a este mundo para
proclamar com voz audível a mensagem de advertência; mas, embora os anjos
tenham uma obra a realizar, nós temos de fazer a nossa tarefa, abrindo as
verdades bíblicas àqueles que se acham em trevas.
Seu interesse está de forma egoísta limitado a sua família, a sua igreja? Que
Deus tenha piedade de sua mediocridade! Você deve ter aquele zelo imperecível,
aquele amor abrangente que circunda o mundo. Os que não são chamados a ir a
países estrangeiros têm uma obra a fazer dentro de suas próprias fronteiras, para
manter o interesse em suas igrejas mediante um esforço bem dirigido, para que
sejam espirituais e abnegados, e, por meio de seus recursos e orações fervorosas,
possam ajudar os que entram em campos novos e difíceis (RH, 12 de outubro de
1886).
Devemos ensinar os membros a usar seus talentos para ministrar a
outros – Esta obra de iluminar a outros não é trabalho do ministro apenas, mas
de todos os que professam possuir a verdade de Deus. Ele designou a cada
pessoa seu trabalho de tornar Cristo conhecido ao mundo. Precisamos ensinar os
membros da igreja como ministrar de forma eficaz a outros. Há muitos que são
pastores ordenados que nunca exerceram cuidado pastoral pelo rebanho de Deus,
que nunca velaram pelas almas como alguém que terá de prestar contas por elas.
Se o tipo de trabalho do qual se necessita fosse conferido à igreja, muitos dos
que não estão fazendo nada seriam educados para se tornar obreiros dedicados
na colheita de almas. Deve-se dar uma educação ao povo de Deus que capacite
centenas de pessoas com talentos valiosos, cujo uso desenvolverá homens para
cargos de confiança e influência, o que resultará num grande 157 bem para a
causa do Mestre (Appeal to Our Churches in Behalf of Home Missionary Work,
p. 14 – Ft 7).
Eduquem os membros para ser ganhadores de almas – Existe não
apenas o perigo de que os que se acham em cargos de confiança deixem de
incentivar os indivíduos a empregar seus talentos, mas também o perigo de que
aqueles que fazem pouco ou nada para Cristo procurem desanimar alguém que
esteja lutando para trabalhar na vinha do Senhor. Larguem mão disso. Eduquem
a cada um que está recebendo de Cristo as torrentes de salvação. Não é
necessário que a Palavra de Deus seja disseminada apenas por uns poucos
ministros ordenados. A verdade precisa ser semeada junto a todas as águas
(Sowing Beside All Waters, p. 37 – Ft 78).
Instruam os membros como trabalhar na obra médico-missionária –
Pastores e professores devem trabalhar inteligentemente em seus respectivos
ramos, instruindo os membros da igreja sobre como trabalhar nas atividades
médico-missionárias. Quando os que professam seguir a Cristo tiverem a
presença do Salvador em seu íntimo, serão achados fazendo como Cristo fez.
Não terão a oportunidade de se enferrujarem pela falta de atividade. Terão
bastante que fazer. E o trabalho que fizerem sob o patrocínio da igreja será seu
melhor meio de comunicar luz (BS, p. 123).
Se os membros não forem ensinados a colaborar, o trabalho do
ministro será praticamente um fracasso – A causa poderia estar em condições
favoráveis em cada campo; e estaria, se os pastores confiassem em Deus e nada
permitissem que se interpusesse entre eles e seu trabalho. São muito mais
necessários obreiros do que pregadores, mas as duas funções podem muito bem
ser unificadas. Tem sido provado no campo missionário que, seja qual for o
talento da pregação, se parte do trabalho é negligenciada, se não se ensina o
povo como trabalhar, como dirigir reuniões, como desempenhar sua parte no
trabalho missionário, como alcançar com êxito o povo, a obra será praticamente
um fracasso. Há também muito a ser feito na obra da Escola Sabatina, no que diz
respeito a levar o povo a sentir sua obrigação e fazer sua parte. Deus os chama
para que trabalhem para Ele, e os pastores devem liderar os procedimentos (T5,
p. 256).
Se os pastores tiverem instruído devidamente os que se acham sob seus
cuidados, a obra não se desmoronará quando forem transferidos – A obra
dos embaixadores de Cristo é muito maior e de mais responsabilidade do que
muitos sonham. Eles não devem absolutamente ficar satisfeitos com o próprio
êxito enquanto não puderem, por zelosos esforços e a bênção de Deus,
apresentar-Lhe cristãos prestativos, possuídos de um verdadeiro senso de sua
responsabilidade, e que realizem a obra que lhes foi designada.
O devido esforço e instrução levarão às fileiras do trabalho homens e
mulheres de caráter vigoroso e de tão firmes convicções que coisa alguma de
natureza egoísta consiga impedi-los em sua obra, diminuir-lhes a fé ou detê-los
no cumprimento do dever. Caso o pastor tenha instruído devidamente os que
estão sob seu cuidado, a obra deixada quando ele parte para outro campo 158 não
se desmorona, pois está firmemente construída. A menos que os que recebem a
verdade se achem inteiramente convertidos e haja mudança radical em sua vida e
caráter, o coração não está firmado na Rocha Eterna. E, depois de cessar o
trabalho do pastor e de acabar a novidade, logo se dissipa a impressão, a verdade
perde seu poder e encanto, e não exercem influência santificadora alguma nem
são melhores por professarem a verdade (T4, p. 398).
ENSINANDO TODOS A SER ATIVOS
Os ministros devem ajudar os obreiros em potencial da igreja a
desenvolver seus talentos – Alguns obreiros são incapazes de assumir os cargos
que outros podem ocupar. Muitos que poderiam desempenhar funções de
confiança não se disciplinaram nem fizeram aquilo que poderiam ter feito no dia
a dia para enfrentar as crescentes demandas do tempo presente. Outros são
capazes de assumir responsabilidades, e o fariam, se fossem incentivados e se
houvesse alguém que, com paciência, bondade e tolerância lhes ensinasse como
trabalhar. Os pastores devem mostrar real dedicação em ajudar essas pessoas a
triunfar, e devem se esforçar com perseverança para desenvolver o talento que
elas possuem.
Os inexperientes necessitam de dirigentes sábios que, através de oração e
esforço pessoal, os animem e ajudem a se tornar perfeitos em Cristo Jesus, sem
nada lhes faltar. Essa é a obra que todo ministro do evangelho deve empenhar-se
em fazer, mas que alguns deixam de realizar (RH, 1º de dezembro de 1904).
Ensinem as pessoas como trabalhar – Pastores, ensinem as pessoas como
trabalhar. Digam-lhes que sua utilidade não depende tanto de riqueza, cultura ou
capacidade, mas de uma mente disposta e de sua consagração a Cristo e à Sua
causa. Em tempos passados Deus usou homens humildes, e, por causa de sua fé
e devoção, eles muitas vezes realizaram mais do que muitos obreiros
pretensiosos. Reconheceram suas fraquezas e dependência de Deus; e, por meio
de cartas, folhetos, esforço pessoal em apelos e advertências, e por meio de uma
vida bem ordenada e conversação santa, fizeram com que muitos se voltassem
do erro para a verdade, do caminho da transgressão para a obediência à lei de
Deus.
O poder maravilhoso da graça operou neles, e o êxito coroou seus esforços.
“Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que
não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na
presença de Deus” (1Co 1:28, 29) (RH, 24 de junho de 1884).
As dúvidas dos membros serão dissipadas se eles forem guiados a
ajudar os outros – Nossos pastores poderão visitar nossas igrejas e oferecer
orações públicas a Deus em favor dos que sofrem, pedindo-Lhe que dissipe as
dúvidas de sua mente 159 e ilumine seu coração obscurecido. Mas isso não será
tão eficaz para ajudar esses angustiados, carregados de dúvidas e pecados, como
para guiá-los a trabalhar por aqueles que estão mais necessitados do que eles. As
trevas se dissiparão se puderem ser guiados para ajudar a outros (RH, 5 de maio
de 1904). 160
O culto e os serviços especiais
27
O batismo
163
O batismo comemora a ressurreição de Cristo e o novo nascimento
do candidato – A ressurreição de Cristo é comemorada ao sermos sepultados
com Ele pelo batismo, e ressuscitados do túmulo de água, à semelhança de Sua
ressurreição, a fim de vivermos em novidade de vida (PE, p. 217).
PREPARANDO OS CANDIDATOS
Os pastores devem dar instruções claras a cada candidato quanto ao
significado do batismo – Nossas igrejas estão se debilitando ao aceitar como
doutrina os mandamentos de homens. Muitos que não estão convertidos são
aceitos na igreja. Tem-se permitido que homens, mulheres e crianças participem
do solene rito do batismo sem terem sido completamente instruídos quanto ao
significado dessa cerimônia. A participação nessa cerimônia significa muito, e
nossos ministros devem ter o cuidado de dar a cada candidato ao batismo
instruções claras no que se refere ao seu significado e à sua solenidade (RH, 6 de
outubro de 1904).
Ser membro da igreja tem pouco valor se não houver conversão –
Todos os indivíduos, tanto poderosos quanto humildes, se não forem
convertidos, se acham em pé de igualdade. Os homens podem mudar de uma
doutrina para outra. Isso está acontecendo e continuará a acontecer. Os papistas
podem mudar do catolicismo para o protestantismo, mas podem não saber nada
do significado das palavras: “Darei a vocês um coração novo” (Ez 36:26). A
aceitação de novas teorias e a união com uma igreja não trazem vida nova a
ninguém, mesmo que essa igreja esteja estabelecida sobre o fundamento
verdadeiro. A ligação com uma igreja não substitui a conversão. Aceitar o credo
de uma igreja não tem o menor valor para ninguém se não houver uma
verdadeira mudança no coração (RH, 14 de fevereiro de 1899).
A pessoa deve estar praticando a verdade para ser batizada – É
necessário um preparo mais cuidadoso dos que se apresentam como candidatos
ao batismo. Há necessidade de mais cuidadosa instrução do que em geral
recebem. Os princípios da vida cristã devem ser claramente explicados aos
recém-convertidos. Não se pode confiar na sua mera profissão de fé como prova
de que experimentaram um relacionamento salvador 164 com Cristo. Não basta
apenas dizer “eu creio”, mas é necessário também praticar a verdade. É pela
conformidade com a vontade divina em nossas palavras, atos e caráter, que
provamos nossa comunhão com Ele.
Quando alguém renuncia o pecado, que é a transgressão da Lei, sua vida é
posta em harmonia com essa Lei, caracterizando-se por perfeita obediência a ela.
Essa é a obra do Espírito Santo. A luz obtida pelo exame cuidadoso da Palavra
de Deus, a voz da consciência e as operações do Espírito produzem no coração o
genuíno amor de Cristo, que Se deu em sacrifício perfeito para salvar o homem
todo – corpo, alma e espírito (1Ts 5:23). Esse amor se manifesta na obediência.
A linha de demarcação entre os que amam a Deus e guardam Seus mandamentos
e os que não O amam e desprezam Seus preceitos é clara e marcante (T6, p. 91).
Evidência de mudança deve preceder o batismo – A prova do
discipulado não é exercida tão intimamente como devia ser sobre os que se
apresentam para o batismo. Deve-se saber se os que professam ser convertidos
estão simplesmente tomando o nome de adventistas do sétimo dia ou se estão
assumindo sua posição ao lado do Senhor, para sair do mundo e serem separados
e não tocarem em coisa imunda. Ao darem evidência de que compreendem
plenamente sua posição, devem ser aceitos. Mas, quando demonstram que estão
seguindo os costumes, as modas e as opiniões do mundo, deve-se lidar
firmemente com eles. Se não sentem a responsabilidade de mudar seu
procedimento, não devem ser mantidos como membros da igreja. O Senhor
deseja que os que compõem Sua igreja sejam mordomos fiéis e verdadeiros da
graça de Cristo (TM, p. 128).
AS CRIANÇAS
Os pais devem desempenhar um papel importante no batismo de seus
filhos – Os pais, cujos filhos desejam ser batizados, têm uma obra a fazer,
examinando a si mesmos e instruindo prudentemente os filhos. O batismo é um
rito muito importante e sagrado, e é necessário compreender bem seu sentido.
Simboliza o arrependimento do pecado e o começo de uma vida nova em Cristo
Jesus. Não deve haver qualquer precipitação na administração desse rito. Pais e
filhos devem avaliar os compromissos que por ele assumem. Consentindo no
batismo dos filhos, os pais estabelecem, em relação a eles, uma responsabilidade
sagrada de despenseiros, para guiá-los na formação do caráter. Comprometem-se
a guardar com especial interesse esses cordeiros do rebanho, para que não
desonrem a fé que professam (T6, p. 93).
O SERVIÇO BATISMAL
O batismo é uma ocasião para educar os espectadores – A pessoa
encarregada de ministrar o batismo deve esforçar-se por celebrar o ato de modo
que este exerça uma influência solene e sagrada sobre todos os espectadores.
Cada rito da igreja 165 deve ser executado dessa forma. Nada deve ser feito de
forma comum ou depreciativa, ou ser reduzido ao nível das coisas triviais.
Nossas igrejas necessitam ser educadas para maior respeito e reverência pelo
culto divino. Conforme o pastor dirige o culto divino, estará ele educando e
preparando o povo. Pequenos atos que educam, preparam e disciplinam a alma
para a eternidade são de vastas consequências na edificação e santificação da
igreja (Ev, p. 314).
As roupas de batismo devem ser bem feitas – As roupas de batismo
devem ser feitas de um tecido encorpado, de cor escura, que não desbote com a
água, e ter pesos na barra. É importante que sejam limpas, tenham bom caimento
e sejam feitas segundo um molde aprovado. Não devem levar ornamento, nem
rendas, nem enfeites. Qualquer exibição, seja de bordado ou qualquer outro
enfeite, será inapropriada. Quando o candidato tem uma compreensão exata do
que significa esse ato, não experimentará desejo algum de se cobrir de adornos.
Contudo, devemos evitar usar coisas feias e de mau gosto, pois isso seria uma
ofensa a Deus. Tudo que de algum modo se relaciona com esse rito sagrado
deve, tanto quanto possível, ter cuidadoso preparo (T6, p. 98).
Cada igreja deve ter suas próprias roupas batismais – Não convém que
uma igreja se limite a pegar emprestadas essas roupas de outra. Muitas vezes,
quando tem necessidade, não as consegue, pois alguém que tomou emprestado
pode não ter devolvido. Cada igreja, então, deve suprir as próprias necessidades
com relação a isso. Que seja criado um fundo com essa finalidade. Se toda a
igreja contribuir para isso, não será algo pesado (T6, p. 98).
O canto ajuda a fazer com que o batismo impressione – Trinta e dois
candidatos foram sepultados com seu Senhor no batismo, e se ergueram para
andar em novidade de vida. Essa foi uma cena que os anjos de Deus
presenciaram com alegria. Várias crianças foram batizadas primeiro, e depois os
mais velhos. De vez em quando, cantavam a estrofe de um hino de louvor. Não
houve nenhuma desorganização. Toda a cerimônia foi marcante (RH, 7 de
fevereiro de 1907).
Um lago ou um rio provê um cenário ideal para o batismo – Sempre que
for possível, o batismo deve ser ministrado em um tanque limpo ou em água
corrente. Que se dê a essa ocasião toda importância e solenidade merecidas. Essa
cerimônia é sempre marcada pela presença de anjos de Deus (T6, p. 97).
Uma banheira pode ser apropriada para um batismo de emergência –
Deverão ser tomadas providências para satisfazer o pedido de uma pessoa idosa
quanto ao batismo. Ela não é suficientemente forte para ir a ______ ou a ______,
e a única maneira pela qual a cerimônia pode ser realizada é arranjar uma
banheira, e fazê-la entrar na água (Ev, p. 315). 166
28
Dedicação de crianças
167
Permitam que os ministros tomem as criancinhas em seus braços e
as abençoem – As mães que trouxeram seus filhos a Jesus procederam bem.
Lembrem-se do texto: “Deixem vir a Mim as crianças e não as impeçam; pois o
Reino dos Céus pertence aos que são semelhantes a elas” (Mt 19:14). Que as
mães encaminhem agora seus filhos a Cristo. Que os ministros do evangelho
tomem as criancinhas em seus braços, e as abençoem em nome de Jesus. Que
falem palavras do mais terno amor aos pequenos; pois Jesus tomou os
cordeirinhos do rebanho em Seus braços e os abençoou (RH, 24 de março de
1896).
O bebê Jesus foi dedicado no templo – O sacerdote fez a cerimônia de seu
serviço oficial. Tomou a criança nos braços e ergueu-a diante do altar. Depois de
a devolver à mãe, inscreveu o nome “Jesus” na lista dos primogênitos (DTN, p.
52).
Ana dedicou seu filho a Deus desde o nascimento – O fardo que ela não
podia repartir com nenhum amigo terrestre, lançou-o sobre Deus. Ansiosamente
rogou que tirasse sua desonra e lhe concedesse o precioso presente de um filho
para o criar e educar para Ele. E fez um voto solene de que, se seu pedido fosse
atendido, dedicaria o filho a Deus, desde o seu nascimento (PP, p. 570).
Ana e seu esposo, num ato de adoração, confirmaram a dedicação de
seu filho – Em sua oração, Ana fez um voto de que, se seu pedido lhe fosse
concedido, ela dedicaria seu filho ao serviço de Deus. Ela deu a conhecer esse
voto a seu marido, e ele o confirmou num solene ato de adoração, antes de sair
de Siló (ST, 27 de outubro de 1881).
Os pais devem oferecer seus filhos ao Senhor – Pais, ofereçam seus filhos
ao Senhor e lembrem-lhes sempre de que pertencem a Ele, que são os cordeiros
do rebanho de Cristo, vigiados pelo verdadeiro Pastor. Ana dedicou Samuel ao
Senhor; e dele é dito: “O Senhor estava com Samuel enquanto este crescia, e
fazia com que todas as suas palavras [as palavras do Senhor por intermédio de
Samuel] se cumprissem” (1Sm 3:19). No caso desse profeta e juiz em 168 Israel,
são apresentadas as possibilidades postas diante do filho cujos pais cooperam
com Deus, efetuando a obra que lhes é designada (CPPE, p. 143).
O pai é responsável pela dedicação de cada membro de seu lar – O pai
devia atuar como sacerdote da família, e, se o pai fosse falecido, caberia ao filho
mais velho cumprir esse ato solene de aspergir com sangue as ombreiras da
porta. Esse é um símbolo da obra a ser feita em cada família. Os pais devem
reunir os filhos no lar e lhes apresentar Cristo como sua Páscoa. O pai deve
dedicar cada membro de sua família a Deus, e fazer uma obra representada pela
ceia pascal. É perigoso deixar esse dever solene nas mãos de outros.
Esse perigo é bem ilustrado por um incidente relacionado com uma família
hebreia na noite da Páscoa. A lenda diz que a filha mais velha estava doente;
mas ela tinha conhecimento do fato de que um cordeiro devia ser escolhido para
cada família, e que seu sangue devia ser aspergido na verga e nas ombreiras da
porta, de modo que o Senhor pudesse ver as marcas do sangue e não permitir
assim que o destruidor entrasse e ferisse o primogênito. Com muita ansiedade,
ela viu a aproximação do anoitecer, quando o anjo destruidor deveria passar. Ela
se sentiu muito inquieta. Chamou o pai para junto dela e lhe perguntou: “O
senhor já marcou a ombreira da porta com sangue?” Ele respondeu: “Sim, já dei
ordens quanto a esse assunto. Não tenha medo, pois o anjo destruidor não entrará
aqui.” A noite chegou e, vez após vez, a criança chamou o pai para lhe
perguntar: “O senhor tem certeza de que a ombreira da porta está marcada com
sangue?” Repetidas vezes, o pai lhe assegurou que ela não precisava ter medo,
pois uma ordem que envolvia tais consequências não seria negligenciada por
seus confiáveis servos.
Perto da meia-noite, foi ouvida sua voz suplicante dizer: “Papai, estou
insegura. Leve-me em seus braços e deixe-me ver as marcas por mim mesma,
para que eu possa ficar tranquila”. O pai atendeu ao desejo de sua filha; tomou-a
nos braços e levou-a até a porta; mas não havia marcas de sangue na verga nem
nas ombreiras. Ele estremeceu de horror ao perceber que seu lar poderia tornar-
se uma casa de luto. Com suas próprias mãos apanhou o ramo de hissopo e
aspergiu as ombreiras com sangue. Então mostrou à filha doente que as marcas
estavam lá (RH, 21 de maio de 1895). 169
29
A santa ceia
35
Inclusão de novos membros
205
Pastores que despertam interesse, mas deixam a obra sem terminar,
podem ser deixados de lado – Os pastores devem ensinar que todos os que
aceitam a verdade devem produzir frutos para a glória de Deus. Precisam ensinar
que o autossacrifício deve ser praticado diariamente; que muitas coisas que
foram cultivadas devem ser abandonadas; e que muitos deveres, por mais
desagradáveis que pareçam, precisam ser cumpridos. Interesses comerciais,
afeições sociais, comodidade, honra, reputação, em suma: tudo deve ser posto
em sujeição às superiores e sempre supremas reivindicações de Cristo. Pastores
que não são homens consagrados, que despertam interesse entre o povo, mas
largam a obra inacabada, deixam um campo dificílimo para outros darem
sequência e concluírem o trabalho que eles deixaram de completar. Esses
homens serão provados, e, se não fizerem sua obra mais fielmente, serão, após
uma prova adicional, postos à margem como inúteis ocupantes do terreno, vigias
infiéis (T4, p. 317).
Dê aos novos membros alguma coisa a fazer – Os que se acham mais
ativamente empenhados em fazer, com interessada fidelidade, sua obra de
conduzir pessoas para Jesus Cristo são os mais desenvolvidos em espiritualidade
e devoção. Seu trabalho ativo proporcionou os meios à sua espiritualidade. Há
risco de a religião perder em profundidade o que adquire em amplitude. Não é
necessário que seja assim, se, em vez de longos sermões, for ministrada sábia
instrução aos recém-convertidos à fé. Ensinem dando-lhes alguma coisa a fazer
em qualquer ramo de serviço espiritual, para que seu primeiro amor não se
acabe, mas aumente em fervor. Façam-nos sentir que não devem ser carregados
nem apoiar-se na igreja; mas devem ter raízes em si mesmos. Eles podem,
segundo suas várias aptidões, ser úteis à igreja em muitos sentidos, ajudando-a a
aproximar-se mais de Deus, e trabalhando de vários modos para atuar junto às
pessoas de fora, o que será um meio de atuar beneficamente pela igreja (Ev, p.
356, 357).
FIRMANDO OS MEMBROS NA DOUTRINA
Dê estudos bíblicos aos novos conversos para firmá-los plenamente na
verdade – Guiem a mente para Aquele que orienta e dirige todas as coisas.
Cristo será, para as pessoas recém-convertidas, 206 o maná e o orvalho espiritual.
Não existe nEle treva alguma. À medida que os homens de discernimento
espiritual realizem estudos bíblicos com essas pessoas, dizendo-lhes como
entregar-se ao poder do Espírito Santo, para que estejam plena e firmemente
estabelecidos na verdade, será revelado o poder de Deus (Ev, p. 284).
Realize reuniões especiais com os novos membros – Os batizandos
adultos devem compreender melhor do que os de menor idade seus deveres, mas
o pastor da igreja tem obrigações em relação a eles. Talvez cultivem maus
hábitos e práticas; por isso, cabe ao pastor realizar com eles reuniões especiais.
Deve-se estudar com eles a Bíblia, falar e orar com eles, mostrando-lhes
claramente o que o Senhor deles requer. Apresente a eles o que diz a Bíblia com
respeito à conversão. Mostre-lhes o que seja o fruto da conversão, a prova de que
amam a Deus. Explique-lhes que a legítima conversão se manifesta em mudança
do coração, dos pensamentos e das intenções, pela renúncia de maus costumes,
fofocas, inveja e desobediência. Uma luta tem de ser travada contra cada mau
traço de caráter; e, então, o cristão poderá se valer da promessa: “Peçam, e lhes
será dado” (Mt 7:7) (T6, p. 95).
Ensine os novos conversos a estudar as Escrituras – Deve-se gravar em
todo recém-convertido a verdade de que todo conhecimento permanente só se
pode obter mediante dedicado esforço e estudo perseverante. Em geral, os que se
convertem à verdade que pregamos não foram anteriormente dedicados
estudantes das Escrituras; pois, nas igrejas populares, há pouco estudo real da
Palavra de Deus. O povo espera que os pastores examinem as Escrituras em seu
lugar, e expliquem o que elas ensinam (Ev, p. 367).
A leitura enraíza as pessoas na verdade – Ainda que o pastor apresente
fielmente a mensagem, o povo não é capaz de retê-la totalmente. Por isso, a
página impressa é essencial, não somente para despertar nas pessoas o
reconhecimento da importância da verdade para este tempo, mas também para
enraizá-las e firmá-las na verdade e protegê-las contra o erro. As revistas e os
livros são o meio de o Senhor manter a mensagem para este tempo
continuamente diante do povo. As publicações farão muito maior obra
iluminando e confirmando pessoas na verdade do que a que pode ser realizada
pelo ministério apenas da palavra (T6, p. 315, 316).
Quatro áreas de instrução negligenciadas – Os ministros frequentemente
negligenciam estes importantes ramos da obra: reforma de saúde, dons
espirituais, doação sistemática e as grandes áreas do trabalho missionário. Como
resultado de seus esforços, muita gente pode aceitar a teoria da verdade, mas o
tempo revela que há muitos que não suportam as provações de Deus. O ministro
erigiu sobre um fundamento de palha, madeira, e restolho, o qual será
consumido pelo fogo da tentação. Alguns provaram ser ouro, prata e pedras
preciosas; 207 estes, por princípio, serão fiéis à verdade. Mas, se o instrutor da
verdade tivesse guiado esses conversos como deveria ter feito, apresentando-lhes
a obrigação que repousa sobre eles, muitos dos que posteriormente se
desgarraram da verdade poderiam ter sido salvos.
Outro ministro se segue ao primeiro, e, no temor de Deus, apresenta os
deveres práticos, as reivindicações de Deus sobre Seu povo. Alguns se retiram
dizendo: “Nosso pastor, que nos trouxe a verdade, não nos disse essas coisas.
Fomos enganados. Essas coisas nos foram ocultadas.” E se ofendem por causa
da Palavra. Alguns não aceitam o sistema de dízimos; rejeitam a doação
sistemática, se ofendem, se afastam e não andam mais com os que creem e
amam a verdade. Quando o campo missionário de distribuição de folhetos se
abre diante deles, convidando-os a trabalhar, respondem: “Isso não nos foi
ensinado”, e hesitam em envolver-se no trabalho. Quão melhor seria para a
causa, se o mensageiro da verdade tivesse educado de forma fiel e completa
esses conversos no que se refere a todos esses assuntos essenciais, mesmo que
fosse menor o número dos que foram acrescentados à igreja por meio de seus
esforços (RH, 12 de dezembro de 1878).
OS NOVOS CONVERSOS IMITAM O PASTOR
Quando os pastores andam com Deus, seus conversos participam de
seu espírito – Os conversos raramente se elevam imediatamente em
espiritualidade acima de seus mestres. É muito importante, então, que esses
mestres ponham habitualmente sua confiança em Deus e busquem as
manifestações do Seu divino poder sobre seus trabalhos, para que sejam
humildes, de mente espiritual, e estejam em constante comunhão com o Céu.
Então aqueles que foram convertidos por seus esforços participarão de seu
espírito e imitarão suas qualidades (RH, 8 de agosto de 1878).
Os conversos podem colocar suas afeições mais em seu pastor do que
em seu Redentor – O fato de um pastor ser aplaudido e elogiado não é prova de
haver falado sob a influência do Espírito. É muito frequente que jovens
conversos, a menos que tomem cuidado, coloquem suas afeições mais em seu
pastor do que no próprio Redentor. Acham que têm sido grandemente
beneficiados pelos trabalhos do pastor. Em sua concepção, ele possui os mais
exaltados dons e virtudes, e nenhum outro pode fazer tão bem como ele faz.
Assim, dão exagerada importância ao homem e a seus esforços. Isso é uma
confiança que os faz idolatrar o homem, olhando mais para ele do que para
Deus, e, assim fazendo, não agradam a Deus nem crescem na graça. Causam
grande dano ao pastor, especialmente se ele é jovem e está em desenvolvimento
para tornar-se um obreiro evangélico promissor (Ev, p. 330). 208
36
Disciplina eclesiástica
A NECESSIDADE DE DISCIPLINA
209
Pastores que têm pouca coragem para reprovar o erro são
responsáveis pelos males resultantes – Aqueles que têm muito pouca coragem
para reprovar o mal, ou que, pela indolência ou falta de interesse, não fazem um
esforço intenso para purificar a família ou a igreja de Deus, são responsáveis
pelos males que possam resultar de sua negligência ao dever. Somos
precisamente tão responsáveis pelos males que poderíamos ter impedido nos
outros pelo exercício da autoridade paterna ou pastoral, como se esses atos
tivessem sido nossos (PP, p. 578).
Sempre existirá um espírito que se levantará contra a repreensão –
Sempre haverá um espírito que se levantará contra a repreensão de pecados e
erros. Mas a voz da repreensão não deve se calar por causa disso. Aqueles que
Deus separou como ministros de justiça têm a solene responsabilidade de
reprovar os pecados do povo. Paulo ordenou a Tito: “Exorta e repreende também
com toda a autoridade. Ninguém te despreze” (Tt 2:15). Sempre haverá quem
despreze aquele que ousa reprovar o pecado. Mas a repreensão precisa ser dada
quando for necessário. Paulo ordena que Tito repreenda severamente
determinada classe, para que sejam firmados na fé. E como se deve fazer a
repreensão? Deixe que o apóstolo responda: “Com toda a longanimidade e
doutrina” (2Tm 4:2). Deve-se mostrar ao que está em erro que sua conduta não
se acha em harmonia com a Palavra de Deus. Mas os erros do povo de Deus
nunca devem ser passados por alto. Aqueles que fielmente desempenham suas
desagradáveis tarefas sob o senso de sua responsabilidade diante de Deus
receberão sua bênção (ST, 16 de setembro de 1880).
Os que deixam de repreender não devem ser exaltados – Exaltar um
pastor como perfeito só porque não desagradou ninguém, deixando de reprovar
os erros, é não apenas uma armadilha para o ministro, mas também um desastre
para o povo. Aquele que não fere a satisfação espiritual das pessoas é quase
endeusado por elas, ao passo que um devoto, fiel servo de Deus, que expõe
claramente os erros dos membros da igreja, é tido como imperfeito, porque ele
não vê o que eles supõem ser seus méritos pessoais. Ele reprova os erros que
realmente existem, e isso é considerado uma indignidade, e sua autoridade e
instrução 210 são postas de lado e pisoteadas pelos homens. Esses extremos no
modo como as pessoas consideram os ministros são encontrados nos professos
filhos de Deus; e quem agora examinará seus corações, e colocará essas coisas
em ordem, de forma bondosa, fervorosa e fiel? (RH, 25 de julho de 1893).
As deficiências de caráter dos membros devem preocupar os pastores –
Temos apresentado aqui diante de nós a obra daquele que irá abrir as Escrituras
aos outros. É uma obra extremamente solene, e todos os que se envolvem nela
devem ser homens de oração. Não é suficiente para o ministro erguer-se no
púlpito e fazer uma exposição das Escrituras. Sua obra apenas começou. Há
trabalho pastoral a ser feito, e isso significa repreender e exortar com toda
longanimidade e doutrina; ou seja, ele deve apresentar a Palavra de Deus para
mostrar onde existe deficiência. Se há alguma coisa no caráter dos professos
seguidores de Cristo, essa preocupação deve pesar sobre os ombros do ministro,
e não para ele subjugar os herdeiros de Deus. Lidar com mentes humanas é o
trabalho mais delicado já confiado ao homem (SAT1, p. 61).
Deus não reconhecerá como Seus pastores aqueles que falam palavras
suaves – Neste tempo terrível, justamente antes de Cristo vir pela segunda vez,
os fiéis pregadores de Deus terão de dar um testemunho mais direto que o de
João Batista. Um trabalho de alta responsabilidade se encontra diante deles, e
Deus não reconhecerá como Seus pastores aqueles que falam palavras suaves.
Um terrível “ai” repousa sobre eles (T1, p. 321).
A disciplina eclesiástica é uma parte desagradável, mas necessária do
ministério – Paulo recomendou a Timóteo: “Prega a Palavra”, mas ainda havia
mais uma parte a ser realizada: “corrige, repreende, exorta com toda a
longanimidade e doutrina” (2Tm 4:2). Essa obra não pode ser negligenciada sem
risco. Os ministros devem insistir quer sejam oportunos, quer não, cuidando das
pessoas como quem terá de prestar contas. Devem ter muito cuidado. Vigiem
todas as coisas, estejam atentos aos enganos de Satanás para que não sejam
seduzidos a deixar de lado a parte desagradável do trabalho. As dificuldades não
devem intimidá-los ou desanimá-los. Com mente bem equilibrada e caráter bem
fundamentado, enfrentem as dificuldades, e, ao superá-las, obterão uma rica
experiência (RH, 28 de setembro de 1897).
Embora não seja compatível com as inclinações naturais do pastor, ele
deve advertir, repreender o pecado e corrigir os erros – O pastor terá muitas
palavras diretas e francas para dirigir-se àqueles que necessitam delas; pois,
quando Deus encarrega o homem de fazer Sua obra, lhe dá a responsabilidade de
cuidar das pessoas como quem terá de prestar contas. Sempre que necessário,
deve-se dar advertências, repreender o pecado, e corrigir erros e males, não
apenas do púlpito, mas também através de trabalho pessoal.
Essa é uma obra divina, e, embora não seja compatível com suas
inclinações naturais, o pastor deve proclamar sem rodeios a verdade, que fará
tinir os ouvidos dos que a ouvirem, pois deve apresentar 211 aos que são amantes
mais dos prazeres do que de Deus os perigos e riscos que estão ao seu redor e a
condenação que aguarda os impenitentes. Como essa mensagem não é agradável
às suas inclinações, ou bem recebida por aqueles que precisam ser advertidos, o
ministro é solenemente exortado a ser fiel em sua declaração (RH, 6 de setembro
de 1892).
Os pastores causam grande dano ao permitir que sua tolerância pelo
que erra se transforme em tolerância pelos pecados – Às vezes, os ministros
do evangelho causam grande dano permitindo que sua tolerância pelo que erra se
transforme em tolerância pelos pecados, e até mesmo em sua participação neles.
Assim são levados a desculpar e passar por alto o que Deus condena; e, depois
de certo tempo, tornam-se tão cegos que chegam a louvar aqueles a quem Deus
manda reprovar (AA, p. 504).
A única salvaguarda contra esses perigos é juntar a perseverança com a
devoção a Deus – reverenciar o Senhor, Seu caráter e Sua lei, e ter sempre em
mente o temor a Ele. Pela comunhão com Deus, através da oração e da leitura de
Sua Palavra, devemos cultivar tal senso da santidade de Seu caráter que
consideremos o pecado como Ele o considera (Sketches from the Life of Paul, p.
322).
Muitos pastores deixam os assuntos delicados para ser tratados por
outros pastores – Muitos ministros não lidam fielmente com as pessoas com as
quais entram em contato. Deixam os assuntos delicados para ser tratados por
outros pastores, porque não querem correr o risco de perder a amizade daqueles
pelos quais trabalham.
Se os ministros lidassem, no momento certo, com os que erram, evitariam o
acúmulo de erros e salvariam almas da morte. Se o trabalho de repreensão é
negligenciado por um pastor e levado a sério por outro, os que foram
repreendidos ficam com a impressão de que o ministro que não lhes apontou os
erros era um bom pastor. Mas não é esse o caso; ele foi apenas um pregador, não
um colaborador de Deus para eliminar o pecado. Com a mansidão de Cristo,
você deve fazer o trabalho que comprove plenamente seu ministério. Deve
demonstrar sincero pesar pelo pecado, mas não manifestar um zelo não
santificado ao repreender o erro.
Todos os seus esforços devem ser feitos com longanimidade e doutrina; e,
se os resultados de seu trabalho forem pequenos, não se desanime. Essa
experiência produzirá a manifestação de tolerância e paciência. Continue
trabalhando, seja discreto e perspicaz, e saiba quando falar e quando guardar
silêncio (RH, 28 de setembro de 1897).
Os que manifestam solidariedade deturpada pelos que estão sob
disciplina não os estão ajudando – Vi que alguns se tornaram muito zelosos
por você, achando que não foi tratado com justiça por seus irmãos do ministério.
Esses deveriam se manter de lado e ser honestos em confessar seus erros,
deixando que você assuma a culpa das próprias faltas. Deus deseja que elas
permaneçam até você removê-las por meio de arrependimento e confissão
sincera. Esses que têm manifestado solidariedade desvirtuada por você não
podem ajudá-lo. Que eles manifestem zelo, 212 arependendo-se das próprias
apostasias e deixando-o ficar em pé por si mesmo. Você saiu totalmente do
caminho, e, a menos que faça uma obra completa, confesse seus pecados sem
censurar seus irmãos, e esteja disposto a ser instruído, não poderá ter nenhuma
parte com o povo de Deus (T1, p. 319).
Há perigo de se fazer coisas demais para resolver dificuldades – Os
sinceros crentes na verdade são entristecidos, e suas provas e aflições
grandemente aumentadas pelos elementos que entre eles os aborrecem,
desalentam e desanimam em seus esforços. Mas o Senhor ensinava a Seus servos
uma lição de grande cuidado em todos os seus passos. “Deixem que cresçam
juntos” (Mt 13:30). Não arranquem à força o joio para que, ao tirá-lo, não
aconteça que as plantas boas sejam arrancadas também. Tanto os pastores quanto
os membros da igreja devem ser muito cautelosos, para que não nutram zelo sem
entendimento. Há perigo de se fazer na igreja coisas demais para sanar
dificuldades que, se deixadas em paz, são resolvidas, muitas vezes, por si
mesmas. É um método ruim, em qualquer igreja, tratar os assuntos
prematuramente. Temos que exercer o maior cuidado, paciência e domínio sobre
nós mesmos, para suportar essas coisas, e não agir por impulso para colocá-las
em ordem (T3, p. 113, 114).
A ATITUDE NA DISCIPLINA
Jesus manifestou amor e ternura para com os que erram – Penso na
busca do pastor pela ovelha perdida, e [na história] do filho pródigo. Desejo que
essas parábolas exerçam influência sobre meu coração e sobre minha mente.
Penso em Jesus – que amor e ternura Ele manifestou pelo ser humano errante e
caído; e então penso no juízo severo que alguém pronuncia sobre seu irmão que
caiu em tentação, e meu coração adoece. Vejo corações de ferro, e acho que
devemos orar pedindo corações de carne. Quanto anseio que Jesus venha!
Quanto anseio que Ele ponha as coisas em ordem! “Vem, Senhor Jesus, e vem
logo” é minha oração (MR16, p. 339).
Não prejudique a autoestima de quem erra – Precisamos aprender uma
lição de bondade e misericórdia da vida de abnegação do Pai. Precisamos
estudar como mostrar nossa compaixão e nosso amor para com os outros. Assim
como recebemos esse dom inestimável, também devemos reparti-lo. Devemos
aprender como administrar com amor e bondade, e não com severidade e
censura. Quando uma pessoa reconhece seu erro, não a trate de maneira que lhe
tire a autoestima. Não procure machucar, mas enfaixar e curar.
Você pode ver os erros de um irmão. Mas pode ser que ele não seja capaz
de discernir seu mau procedimento; e lhe pode ser difícil saber como agir. Mas
nunca siga uma conduta que lhe dê a impressão de que você se considera
superior. Você pode pensar que seus sentimentos, ideais e organização sejam
superiores aos dele, mas não procure tornar isso óbvio, pois tal atitude está
totalmente em desacordo com a verdadeira distinção e nobreza de caráter. Não
estamos aqui para ferir a alma dos que erram, mas para ir a eles 213 com
humildade e oração. Quando o ministro do evangelho, com o coração subjugado
pelo amor e pela graça de Cristo, entra em contato com as mentes humanas, pode
revelar suas qualidades superiores, não destruindo a esperança e a coragem, mas
inspirando fé no descrente, erguendo as mãos cansadas e fortalecendo os joelhos
fracos (RH, 21 de novembro de 1899).
O bom pastor se achega à ovelha perdida, não com voz ríspida, mas
com um tom suave e persuasivo – A vida do pastor é cheia de perigos. Se for
um pastor íntegro, não procurará sua própria comodidade, mas buscará a ovelha
perdida em meio à tempestade e à tormenta. Talvez a encontre na fenda de uma
rocha, sem poder sair. Ela é assaltada por temores a cada passo. O bom pastor
não se aproxima com voz ríspida, xingando a pobre ovelha amedrontada, mas
fala com ela de modo compassivo, em tom suave e persuasivo, de modo que, ao
ouvir-lhe a voz, ela o seguirá, a menos que esteja presa nas rochas ou
embaraçada num espinheiro. Nesse caso, a única maneira pela qual o pastor
poderá encontrar a ovelha é seguindo o balido de aflição que a extraviada envia
em resposta ao seu chamado. E, quando o bom pastor encontra a perdida, ele a
coloca sobre o ombro e a leva de volta ao redil, alegrando-se a cada passo (YI,
28 de abril de 1886). 214
37
Aconselhamento
41
Educação cristã
237
Incentive os jovens a frequentar nossas escolas – Os jovens devem ser
incentivados a frequentar nossas escolas, que devem tornar-se cada vez mais
semelhantes às escolas dos profetas. Nossas escolas têm sido estabelecidas pelo
Senhor, e, se forem dirigidas em harmonia com Seu propósito, os jovens a elas
enviados serão preparados rapidamente para se empenharem nos diversos ramos
da obra missionária. Alguns serão treinados para entrar no campo como
enfermeiros missionários, outros como colportores, evangelistas, professores e
pastores (FEC, p. 489).
A educação cristã deve estar disponível a todos, não apenas a uns
poucos privilegiados – A igreja está adormecida e não avalia a magnitude do
assunto. Alguém pode dizer: “Para que ser tão exigente em educar nossa
juventude? Parece-me que, se alguns que decidiram seguir uma vocação literária
ou alguma outra vocação que requer certa disciplina receberem a devida atenção,
isso já é o suficiente. Não é preciso que toda a nossa juventude seja tão bem
preparada. Isso já não atende a todas as exigências necessárias?” Respondo:
“Não! Definitivamente, não.” Como seríamos capazes de escolher dentre nossos
jovens? Como dizer quem será mais promissor e quem haverá de prestar o
melhor serviço para Deus? Em nosso juízo humano, poderemos fazer como fez
Samuel que, quando enviado a buscar o ungido do Senhor, olhou para a
aparência exterior (T6, p. 197).
OBJETIVO
Unicamente os que cooperam com o Céu sabem o que significa a
verdadeira educação – Quando a Palavra de Deus é posta de lado, sendo
substituída por livros que desviam as pessoas de Deus, e que confundem o
entendimento no que se refere aos princípios do reino dos Céus, a educação dada
é uma perversão do que se entende por este nome. A menos que o estudante
tenha um alimento mental puro, completamente excluído daquilo a que se chama
“educação superior”, e que está misturado com conceitos de incredulidade, ele
não pode verdadeiramente conhecer a Deus. Unicamente os que cooperam com o
Céu no plano da salvação podem saber o que significa, em sua simplicidade, a
verdadeira educação (CPPE, p. 15). 238
A educação cristã deve encher a mente e ensinar a comunicar – Não
basta encher a mente dos jovens com lições de profunda importância; eles devem
aprender a transmitir o que receberam. Seja qual for a posição ou os bens de um
indivíduo que possua conhecimento da verdade, a Palavra de Deus lhe ensina
que, de tudo quanto tenha, ele é apenas depositário. Isso lhe é emprestado a fim
de provar-lhe o caráter. Seus negócios temporais, talentos, recursos,
oportunidades de serviço, tudo deve ser creditado Àquele a quem ele próprio
pertence, pela criação e redenção. Deus nos concede Seus dons a fim de
servirmos aos outros, tornando-nos, assim, semelhantes a Ele. Aquele que se
esforça por obter conhecimento para poder trabalhar em prol dos ignorantes e
dos que estão perecendo está desempenhando sua parte no cumprimento do
grande desígnio de Deus para com a humanidade. No serviço desinteressado em
benefício dos outros, ele está satisfazendo o elevado ideal da educação cristã
(CPPE, p. 545).
Pastores têm demonstrado sua carência de sabedoria ao introduzirem
elementos mundanos em nossos colégios – Foi perdido de vista o objetivo de
Deus em trazer à existência o colégio. Pastores têm mostrado sua carência de
sabedoria do Alto a ponto de unir um elemento mundano com o colégio; uniram-
se com os inimigos de Deus e da verdade para prover entretenimento aos
estudantes. Ao encaminhar dessa forma os jovens, fazem uma obra para Satanás.
Eles terão de enfrentar de novo essa obra, com todos os seus resultados, diante
do tribunal de Deus. Os que seguem tal conduta demonstram que não são dignos
de confiança. Depois da má obra que têm feito, eles podem confessar seu erro;
mas será que conseguirão, com a mesma facilidade, reverter a influência que
exerceram? Será proferido o “muito bem” (Mt 25:21) em relação aos que têm
feito mau uso do que se lhes confiou? Esses homens infiéis não têm construído
sobre a Rocha Eterna. Logo ficará claro que seu fundamento é areia movediça.
“Vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem
quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus” (Tg 4:4) (T5, p. 33).
PROFESSORES
Os professores podem realizar uma obra de maior importância do que
a do pastor – Os professores de nossas escolas devem ser selecionados dentre a
melhor classe. Devem ser cristãos de experiência que têm uma mente
equilibrada, homens e mulheres que aprenderam a lição do autocontrole. Então
poderão educar e realizar uma obra de maior importância do que a do pastor na
pregação da Palavra. Podem preparar o terreno para que a verdade cause efeito
sobre o coração humano (MR13, p. 95, 96).
Os professores cristãos, sabendo que eles mesmos às vezes transgridem
as regras de Deus, não devem ser severos com os estudantes que
transgridem as regras da escola – Estou alarmada por sua causa em Battle
Creek. Os professores são muito rigorosos em acusar e castigar os alunos que
violam as regras mais insignificantes, não com más 239 intenções, mas por
descuido. Também há certas circunstâncias que fazem com que não seja pecado
desviarem-se de regras estabelecidas, as quais não devem ser mantidas com
inflexibilidade se forem transgredidas; no entanto, a pessoa culpada é tratada
como se houvesse pecado gravemente.
Professores, desejo que considerem onde vocês estão, que arrazoem e
pronunciem juízo contra vocês mesmos; porque vocês não somente têm
infringido as regras, mas sido ríspidos e severos com os estudantes; e, além
disso, há um conflito entre vocês e Deus. Vocês não têm feito caminhos retos
para os seus pés, para que não se extravie o que é manco. Vocês se desviaram
dos caminhos seguros. Digo “professores”; não menciono nomes. Deixo a
aplicação à sua própria consciência.
O Senhor Deus de Israel tem operado repetidas vezes entre vocês. Vocês
têm tido grandes evidências das majestosas atuações do Altíssimo. Mas um
período de grande luz, de maravilhosas revelações do Espírito e poder de Deus, é
um período de grande perigo, se não for aproveitada a luz. Que tal considerarem
Jeremias 17:5-10 e 18:12-15? Pois, sem dúvida alguma, vocês estão incorrendo
no desagrado de Deus. A luz tem incidido sobre vocês com raios claros e
invariáveis. O que essa luz tem feito por vocês? Cristo, o Supremo Pastor, os
contempla com desaprovação, e pergunta: “Onde está o rebanho que te foi
confiado, o teu lindo rebanho?” (Jr 13:20) (FEC, p. 222).
O PRÉDIO DA ESCOLA
A sala de aula é tão necessária quanto o edifício da igreja – Essa é a
obra a ser realizada na América, na Austrália, na Europa e onde quer que grupos
sejam trazidos à verdade. Os grupos que se formam necessitam de um lugar para
a adoração. São necessárias escolas em que a instrução bíblica seja oferecida às
crianças. A sala de aula é tão necessária quanto o edifício da igreja. O Senhor
tem pessoas para ser envolvidas na obra de estabelecer escolas paroquiais, tão
logo algo seja feito para preparar o caminho para elas (T6, p. 109).
Os membros devem considerar um privilégio e uma bênção para a
igreja ter um edifício escolar – Irmãos e irmãs, o que vocês farão para ajudar a
construir uma escola paroquial? Cremos que cada um considerará um privilégio
e uma bênção que tenhamos esse edifício escolar. Peguemos o espírito da obra,
dizendo: “Nós ‘nos levantaremos e edificaremos’ (Ne 2:20)”. Se todos se
envolverem no trabalho de forma unida, logo teremos um prédio escolar no qual
todos os dias será ensinado aos nossos filhos o caminho do Senhor. Ao fazer o
melhor que podemos, a bênção do Senhor estará sobre nós. Não nos
levantaremos e edificaremos? (ME3, p. 213).
FINANCIAMENTO
As mensalidades não devem ser tão baixas que as escolas se endividem
– Dizem os irmãos que pastores e pais alegam que há dezenas e dezenas de
jovens em nossas fileiras que necessitam das vantagens oferecidas em nossas
escolas missionárias, os quais não as podem frequentar a menos que as
mensalidades sejam menores. Mas os que pleiteiam preços mais baixos 240
devem ponderar cuidadosamente todos os lados da questão. Se os alunos não
podem por si mesmos dispor de suficientes recursos para pagar o custo real de
uma boa educação, não seria melhor que os pais, amigos, as igrejas de que são
membros ou irmãos de coração generoso e liberal da Associação à qual
pertencem os ajudassem, do que se trouxesse sobre a escola um fardo de
dívidas? Seria muito melhor insistir com os muitos patrocinadores da instituição
para partilharem as despesas do que a escola ficar com dívidas (T6, p. 212).
As responsabilidades financeiras de nossas escolas não devem ser
impostas sobre os pastores – Muito frequentemente, pastores têm sido levados
a assumir responsabilidades para as quais de maneira alguma estavam aptos.
Esses encargos devem ser colocados sobre homens dotados de tato comercial,
que podem se dedicar aos negócios, que podem visitar as escolas e manter um
relatório das condições financeiras, e que também estão aptos a dar instruções
quanto a manter a contabilidade. O trabalho da escola deve ser inspecionado
várias vezes por ano. Desempenhem os pastores o papel de conselheiros, mas
não se coloque sobre eles as responsabilidades financeiras (T6, p. 216).
TRABALHOS MANUAIS
Os estudantes devem ser mantidos ocupados em trabalho útil – A
influência para o bem que o trabalho manual tem exercido sobre os estudantes é
de maior proveito do que a perda financeira, e a excederia mesmo que esta fosse
dez vezes maior do que é. Quantas pessoas esse trabalho ajudou a salvar, só se
saberá no dia do juízo. Satanás sempre encontra alguma maldade para as mãos
ociosas fazerem. Mas, quando os alunos são mantidos ocupados em trabalho útil,
o Senhor tem oportunidade de trabalhar com eles (MR2, p. 216). 241
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Construção de templos