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1ª edição neste formato
Versão 1.1
2016

Coordenação Editorial: Paulo Roberto Pinheiro


Editoração: Paulo Roberto Pinheiro, Lucas Diemer de Lemos, Eduardo Rueda e Francisco Lemos
Design Developer: Leonardo Alves
Projeto Gráfico: Marcos Santos
Programaçnao Visual: Fábio Fernandes
Capa: Alexandre Rocha
Imagem: © Vladyslav Bashutskyy | Fotolia

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Apresentação

Entre as mais antigas figuras de Cristo encontradas em catacumbas está a


do Bom Pastor, carregando um cordeiro e cuidando do rebanho. Porém, com o
passar do tempo, a igreja perdeu a “visão do pastor” e procurou o ofício em vez
do serviço. Os pastores se tornaram sacerdotes, e a confissão auricular nos
templos substituiua oração e o conselho nos lares.
Então, veio a Reforma. O pregador tomou o lugar do sacerdote, e o púlpito
se tornou o centro de atração. O ministro passou a ser medido por sua
capacidade como orador e teólogo, em vezde sua habilidade como pastor.
Sempre houve a necessidade de bons pregadores, homens cheios do poder
do Espírito Santo para mover multidões, mas também tem havido uma crescente
carência de líderes espirituais que se dediquem ao cuidado individual dos
membros da igreja. O ideal de Deus é a combinação de ambas as funções. Em
Ministério Pastoral, Ellen White mostra como alimentar o rebanho, tanto do
púlpito quanto fora dele.
Abreviaturas

AA Atos dos Apóstolos


AUCR The (Australasian) Union Conference Record
BCL Battle Creek Letters
BE The Bible Echo (e Signs of the Times)
BIO The Ellen G. White Biography (6 volumes)
BS Beneficência Social
BTS The Bible Training School
CBA Comentário Bíblico Adventista (7 volumes)
CBV A Ciência do Bom Viver
CC Caminho a Cristo
CES Conselhos sobre a Escola Sabatina
CM Conselhos sobre Mordomia
CPPE Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes
CRA Conselhos sobre o Regime Alimentar
CS Conselhos sobre Saúde
CSx Conduta Sexual
DD Este Dia com Deus (MM 1980)
DTN O Desejado de Todas as Nações
Ed Educação
EGW’88 The Ellen G. White 1888 Materials
Ev Evangelismo
FEC Fundamentos da Educação Cristã
FLC Fundamentos do Lar Cristão
Ft Folheto
GC O Grande Conflito
GCB General Conference Bulletin
GCDB General Conference Daily Bulletin
HM The Home Missionary
HS Historical Sketches
LA O Lar Adventista
LS Life Sketches
MCP Mente, Caráter e Personalidade (2 volumes)
ME Mensagens Escolhidas (3 volumes)
MJ Mensagens aos Jovens
MR Manuscript Releases (21 volumes)
Ms Manuscrito
MS Medicina e Salvação
NAV Nossa Alta Vocação (MM 1962)
NL Notebook Leaflets (2 volumes)
OA Olhando para o Alto
OC Orientação da Criança
OE Obreiros Evangélicos
OP O Outro Poder
PaC The Paulson Collection
PE Primeiros Escritos
PJ Parábolas de Jesus
PM The Publishing Ministry
PP Patriarcas e Profetas
PR Profetas e Reis
PUR Pacific Union Recorder
RH Review and Herald
SAT Sermons and Talks (2 volumes)
SG Spiritual Gifts (4 volumes)
SP Spirit of Prophecy (4 volumes)
SPJ Só para Jovens
SpM The Spalding-Magan Collection
SpT-A Special Testimonies, série A
SSW The Sabbath School Worker
ST The Signs of the Times
T Testemunhos para a Igreja (9 volumes)
Te Temperança
TM Testemunhos para Ministros
TS Testemunhos Seletos (3 volumes)
TSA Testimonies to Southern Africa
VSS The Voice in Speech and Song
YI The Youth’s Instructor
Prefácio
13
POR MAIS DE meio século, Ellen White trabalhou ombro a ombro com
ministros do evangelho, e compartilhou com eles os conselhos inspirados. Ela
possuía um conceito muito elevado do chamado pastoral, como se pode ver
claramente nas seguintes declarações: “O ministro do evangelho está empenhado
numa obra muito solene e sagrada” (Ev, p. 184); “O ministro ocupa diante do
povo, o lugar de porta-voz de Deus, e tem que representar o Senhor em
pensamento, palavra e ação” (OE, p. 20).
Dos ricos tesouros de seus escritos, os compiladores deste livro reuniram
uma seleção de conselhos inspirados que se aplicam mais diretamente à vida e
ao trabalho do pastor da igreja local. A pesquisa foi feita pela Associação
Ministerial da Associação Geral usando o CD-ROM, edição de 1990, do The
Published Ellen G. White Writings. [...] O alvo era ser completo, mas não
exaustivo, isto é, incluir material de cada área do ministério pastoral, mas não
citar cada declaração que ela fez a esse respeito. Assim, são estabelecidos os
princípios, mas não repetidos desnecessariamente.
As citações geralmente incluem parágrafos completos. Se um parágrafo é
interrompido e continuado depois, isso está indicado. Em cada caso é
mencionada a fonte, de modo que o leitor possa pesquisá-la e estudar a citação
em seu contexto original. Como regra, não se usam aspas nas seleções dos
escritos inspirados, visto que todo o texto que não está em negrito, entre
parênteses, ou especificado de outro modo é de Ellen White. Os subtítulos foram
providenciados pelos compiladores, e aparecem em negrito. Em geral, eles
incluem palavras ou frases utilizadas nas citações por eles encabeçadas.
Uma grande parte dos escritos de Ellen White são relatos de eventos que
aconteceram em sua vida, na vida de outras pessoas ou na história da igreja. São
expostos princípios, mas geralmente de maneira indireta. Encontrar esses
princípios requer mais esforço por parte do leitor do que seria necessário se os
escritos fossem descrições diretas. Entretanto, esse estilo torna a leitura
interessante e esclarece o fato de que o trabalho de Ellen White pela igreja
requereu sua participação direta.
Os leitores devem observar os princípios centrais contidos em seus
conselhos, e então aplicá-los de maneira prática em sua própria época e cultura.
Ela própria escreveu: “Quanto aos testemunhos, coisa alguma é ignorada; 14
coisa alguma é rejeitada; o tempo e o lugar, porém, têm que ser considerados”
(ME1, p. 57). Por exemplo, os seus conselhos referentes a reuniões campais se
aplicam mais apropriadamente a conferências públicas hoje, pois em sua época
pelo menos metade dos que assistiam a essas reuniões campais, tipicamente
adventistas, não eram adventistas do sétimo dia.
As compilações dos escritos da Sra. White são úteis, pois oferecem uma
oportunidade conveniente de entender de forma rápida o que ela disse sobre
vários assuntos. O objetivo de produzir compilações é apresentar sua maneira de
pensar de modo exato e sem preconceitos. Assim, na maioria dos casos, antes de
selecionar um material, reúne-se tudo o que ela escreveu sobre determinado
tema. Foi seguido esse método no preparo deste livro. Naquilo sobre o que Ellen
White falou muito, muito foi incluído. Naquilo em que ela disse pouco, pouco
foi incluído.
Reconhecemos com apreço o trabalho dos membros da Associação
Ministerial da Associação Geral na produção desta valiosa compilação. Nossa
sincera oração é que, ao ler este livro, você receba ricas bênçãos. Que sua
experiência cristã se aprofunde e seu ministério seja fortalecido ao estudar desde
os primeiros capítulos, que tratam da relação pessoal do pastor com Cristo, até o
último, que sintetiza as lições do ministério de Jesus, o Pastor Modelo.
19
Depositários do Patrimônio Literário de Ellen G. White
Crescimento e trabalho

1
Devoção pessoal
19
Precisamos ter um ministério convertido – A eficiência e o poder que
acompanham o ministério verdadeiramente convertido fariam os hipócritas de
Sião tremer, e os pecadores temer. O padrão da verdade e da santidade está se
arrastando no pó. Se aqueles que dão os solenes avisos de advertência para este
tempo compreendessem sua responsabilidade para com Deus, veriam a
necessidade de fervorosa oração.
Quando as cidades se aquietavam no sono da meia-noite, quando todos os
homens tinham ido para sua casa, Cristo, nosso Exemplo, dirigia-Se ao Monte
das Oliveiras, e ali, entre as árvores protetoras, passava a noite inteira em oração.
Aquele que não tinha mancha de pecado – uma fonte inesgotável de bênçãos,
cuja voz foi ouvida na quarta vigília da noite pelos atemorizados discípulos no
mar tempestuoso, em bênção celestial, e cuja palavra podia chamar os mortos
para fora de suas sepulturas – era O que fazia súplicas com fortes clamores e
lágrimas.
Ele orava, não por Si mesmo, mas por todos a quem tinha vindo salvar. Ao
tornar-Se um suplicante, buscando da mão de Seu Pai mais força, e saindo
refrigerado e revigorado como substituto do ser humano, Ele Se identificou com
a humanidade sofredora e lhe deu um exemplo da necessidade de oração (T4, p.
528).
A menos que os ministros se convertam diariamente, nunca poderão
revelar a verdade como é em Jesus – Sou incapaz de descrever a impressão
criada em minha mente quando me dou conta de que muitos, mesmo entre
nossos irmãos que ensinam a Palavra, não se convertem diariamente.
Cristo está pronto a conceder sabedoria e graça; mas os que têm cargos
importantes de responsabilidade não podem guiar os outros no caminho certo, a
menos que se convertam diariamente. Se confiarem em sua suposta sabedoria,
desviarão os que olham para eles crendo que tais ministros compreendem o
sagrado ministério que lhes foi confiado.
Os que aceitam cargos de responsabilidade precisam estar alerta e,
mediante humilde oração, ser santificados, refinados e purificados. A menos que
percebam sua verdadeira condição, e a menos que se tornem semelhantes a
Cristo, nunca poderão revelar a verdade como é em Jesus (Carta 64, 1906 – PaC,
p. 43). 20
Os ministros que não se convertem diariamente fazem coisas insensatas
e sem sabedoria – Alguns ministros ligados a responsabilidades sagradas
perderam toda a compreensão do que significa cuidar das pessoas como quem
deverá prestar contas delas. Fazem coisas insensatas e sem sabedoria. Não têm
discernimento para perceber as consequências dos seus atos imprudentes, porque
não se convertem diariamente. É triste perder a confiança em homens nos quais
deveríamos confiar. As vidas preciosas, por quem Cristo morreu, não devem ser
deixadas como alvo das ciladas e tentações de Satanás (MR19, p. 212).
Não pregue enquanto não souber o que Cristo realmente significa para
você – Cuidarão meus irmãos para que nenhuma glória seja dada aos homens?
Reconhecerão que é Cristo que faz a obra no coração humano e não eles
mesmos? Pleitearão a sós com Deus meus irmãos no pastorado, em oração
particular, pela Sua presença e Seu poder? Não ousem pregar outro sermão
enquanto não souberem, por experiência própria, o que Cristo é para vocês. Com
o coração santificado pela fé na justiça de Cristo, podem pregar sobre Ele,
podem exaltar o Salvador ressurreto perante os seus ouvintes; com coração
submisso e comovido pelo amor de Jesus, podem dizer: “Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1:29) (TM, p. 154, 155).
Quanto mais você se relacionar com o Mestre, tanto mais se parecerá
com Ele – Quanto mais o ministro de Cristo se relacionar com seu Mestre, por
meio da contemplação de Sua vida e de Seu caráter, tanto mais se assemelhará a
Ele, e mais bem qualificado estará para ensinar Suas verdades. Cada aspecto da
vida do grande Exemplo deve ser estudado com cuidado, e deve ser mantida uma
conversação íntima com Ele através da oração com fé viva. Assim o caráter
defeituoso do ser humano será transformado à imagem de Seu glorioso caráter.
Assim o instrutor da verdade estará preparado para conduzir as pessoas a Cristo
(SP3, p. 244).
Submeter o eu à vontade de Deus não é uma tarefa fácil – A guerra
contra o eu é a maior batalha já travada. Submeter o eu, entregar tudo à vontade
de Deus e ser revestido de humildade, possuindo o amor que é puro, pacífico e
fácil de ser conciliado, cheio de mansidão e bons frutos, não é uma tarefa fácil.
No entanto, é nosso privilégio e dever ser completos vencedores aqui. O coração
precisa se submeter a Deus antes de poder ser renovado em conhecimento e
verdadeira santidade. A vida e o caráter santos de Cristo são um exemplo fiel. A
confiança em Seu Pai celestial era ilimitada. Sua obediência e submissão eram
sem reservas e perfeitas. Ele “não veio para ser servido, mas para servir” a
outros (Mt 20:28). Não veio para fazer Sua vontade, mas a vontade dAquele que
O tinha enviado. Em todas as coisas Ele “entregava-Se Àquele que julga
retamente” (1Pe 2:23). Dos lábios do Salvador do mundo foram ouvidas estas
palavras: “Eu nada posso fazer de Mim mesmo” (Jo 5:30) (T3, p. 106, 107). 21
O Senhor não pode trabalhar com os que são autossuficientes – Os
pastores do rebanho esperam que Deus trabalhe com eles? Segundo a luz que
Deus me deu, sei que poderia ter sido realizado vinte vezes mais do que o foi, se
os obreiros tivessem buscado a Deus para obter força e apoio em vez de
depender tanto do homem. Há necessidade de homens de fé para este tempo, não
para serem apenas pregadores, mas ministros do povo de Deus. Queremos
homens que andem com Deus diariamente, que tenham uma ligação viva com o
Céu. O Senhor não pode trabalhar com os que são autossuficientes e que exaltam
a si mesmos. O eu deve ser escondido em Jesus. Para podermos ver os profundos
movimentos do Espírito de Deus, precisamos ter a verdade como é em Jesus. A
eficácia de um discurso depende da aplicação da verdade ao coração pelo
Espírito de Deus. Quando Elias buscou a Deus no monte, soprou um fogo
devorador; mas Deus não estava nas chamas. Ergueu-se uma tempestade, trovões
vibraram e relâmpagos faiscaram; mas Deus não estava no meio deles. Então se
ouviu uma voz tranquila e suave, e o profeta cobriu a cabeça diante da presença
do Senhor. É a voz tranquila e suave do Espírito de Deus que tem o poder de
convencer e converter os corações (RH, 18 de junho de 1889).
As pessoas estão bem mais adiantadas do que muitos pastores – Os
ministros devem preparar o coração antes de entrar na obra de ajudar os outros,
pois as pessoas estão bem mais adiantadas do que muitos pastores. Devem lutar
incansavelmente em oração até que o Senhor os abençoe. Quando o amor de
Deus estiver ardendo no altar de seu coração, eles não pregarão para exibir sua
própria inteligência, mas para apresentar a Cristo, que tira os pecados do mundo
(RH, 15 de agosto de 1882).
Os ministros aprendem a viver sem o Espírito de Deus – A razão por
que há tão pouco do Espírito de Deus é que os pastores aprendem a trabalhar
sem Ele. Falta-lhes a graça de Deus; falta-lhes paciência e tolerância; falta um
espírito de consagração e sacrifício; e essa é a única razão por que alguns estão
duvidando das evidências da Palavra de Deus. A dificuldade não está na Palavra
de Deus, mas neles próprios. Falta-lhes a graça divina; devoção, piedade pessoal
e santidade. Isso os faz instáveis e os lança frequentemente no campo de batalha
de Satanás. Vi, porém, que, embora homens fortes possam ter defendido a
verdade e parecido piedosos, quando começam a manifestar incredulidade com
respeito a alguns textos bíblicos, dizendo que esses criam dúvidas quanto à
inspiração da Bíblia, deveríamos temê-los, pois Deus está muito distante deles
(T1, p. 383, 384).
Mantenham zelosamente suas horas de oração, estudo da Bíblia e
exame de consciência – No grande conflito que está diante de nós, quem quiser
manter-se fiel a Cristo tem de se aprofundar para além das opiniões e doutrinas
dos homens. Minha mensagem aos pastores, jovens e idosos, é esta: Mantenham
zelosamente suas horas de oração, de estudo da Bíblia e de autoexame. Separem
uma parte de cada dia para 22 o estudo das Escrituras e a comunhão com Deus.
Assim obterão força espiritual, e crescerão no favor de Deus. Somente Ele pode
dar a vocês nobres aspirações; Ele, unicamente, é capaz de modelar o caráter
segundo a semelhança divina. Aproximem-se dEle em fervorosa oração, e Ele
encherá o coração de vocês de elevados e santos propósitos, e de profundos e
sinceros desejos de pureza e clareza de pensamento (OE, p. 100).
ESTUDO DA BÍBLIA
É um pecado para os que ensinam a Palavra descuidar de seu estudo –
Os pastores que quiserem trabalhar com eficácia pela salvação de seres humanos
devem ser estudantes da Bíblia e pessoas de oração. É pecado da parte dos que
tentam ensinar a Palavra a outros negligenciarem eles próprios o estudo dela.
São poderosas as verdades com que eles lidam? Então, devem tratar com elas
habilmente. Suas ideias devem ser apresentadas com clareza e vigor. De todos os
homens sobre a face da Terra, os que proclamam a mensagem para este tempo
devem ser os que mais compreendam a Bíblia, e estejam inteiramente
familiarizados com as evidências de sua fé. Uma pessoa que não possui o
conhecimento da Palavra da Vida não tem o direito de instruir outros no
caminho do Céu (OE, p. 249).
Os ministros jovens devem estudar a Bíblia – Convido os jovens que
estão entrando na obra como ministros a que prestem atenção no que ouvem.
Não se oponham às preciosas verdades sobre as quais têm tão pouco
conhecimento. Examinem as Escrituras. Vocês têm um conhecimento muito
limitado. Conheçam por si mesmos a verdade. Não aceitem as palavras, os
preconceitos, argumentos ou teorias de qualquer pessoa. Isso tem sido feito por
ministros com prejuízo de sua experiência, deixando-os inexperientes quando
deveriam ser sábios nas Escrituras e no poder de Deus. Peguem suas Bíblias,
humilhem-se, chorem, jejuem e orem diante de Deus, como fez Natanael,
procurando saber a verdade. Os olhos divinos de Jesus viu Natanael orando, e
respondeu sua oração (EGW’88, p. 141).
A verdade bíblica não experimentada na alma do ministro é rejeitada
pelos ouvintes como um erro – Temos um ministério atrofiado e defeituoso. A
menos que Cristo habite nos homens que pregam a verdade, eles rebaixarão o
padrão moral e religioso onde quer que sejam tolerados. Um exemplo lhes é
dado, o do próprio Cristo: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de
que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa
obra” (2Tm 3:16, 17). Temos na Bíblia o infalível conselho de Deus. Seus
ensinos, postos em prática, habilitarão os homens para qualquer posição de
dever. É a voz de Deus falando cada dia ao coração. Quão cuidadosamente
devem os jovens estudar a Palavra de Deus e guardar seus pontos de vista no
coração, para que seus preceitos lhes 23 governem toda a conduta. Nossos jovens
pastores e os que, por vezes, têm pregado demonstram notável deficiência na
compreensão das Escrituras. A obra do Espírito Santo é iluminar o entendimento
obscurecido, abrandar o coração egoísta, insensível, conquistar o rebelde
transgressor e salvá-lo das influências corruptoras do mundo. A oração de Cristo
por Seus discípulos foi: “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (Jo
17:17). A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, penetra o coração do
pecador, cortando-o em pedaços. Quando a teoria da verdade é repetida sem que
sua sagrada influência seja sentida no coração do que fala, não tem força alguma
sobre os ouvintes, mas é rejeitada como erro, tornando-se o próprio orador
responsável pela perda de almas (T4, p. 441).
ORAÇÃO
Grandes resultados acompanham o trabalho de ministros que oram –
Estejam sempre dispostos a orar. Vocês são um cheiro de vida para a vida, ou de
morte para a morte. Ocupam um cargo de tremenda responsabilidade. Insisto em
que redimam o tempo. Aproximem-se de Deus em súplicas, e serão como a
árvore plantada junto a corrente de águas, que no devido tempo dá o seu fruto, e
cuja folhagem não murcha. Ministros de Cristo, vocês precisam do poder divino,
o qual Deus está disposto a conceder sem limite quando for solicitado.
Simplesmente dirijam-se a Deus, aceitem Sua Palavra e permitam que suas obras
sejam sustentadas por uma fé viva em Suas promessas. Deus não exige de vocês
orações eloquentes e raciocínio lógico, mas apenas um coração humilde e
contrito, pronto e disposto a aprender dEle. O ministro que ora, que possui uma
fé viva, apresentará as respectivas obras, e grandes resultados acompanharão seu
trabalho, apesar dos obstáculos combinados da Terra e do poder das trevas (RH,
8 de agosto de 1878).
Nenhum trabalho para a igreja deve ter prioridade sobre a comunhão
com Deus – Nada é mais necessário na obra do que os resultados práticos da
comunhão com Deus. Devemos mostrar por nossa vida diária que temos paz e
descanso no Senhor. Sua paz no coração irá se refletir no semblante. Dará à voz
um poder persuasivo. A comunhão com Deus comunicará elevação moral ao
caráter e a todo procedimento.
As pessoas observarão, como no caso dos primeiros discípulos, que
estivemos com Jesus. Isso comunicará aos trabalhos do pastor um poder ainda
maior do que o que provém da influência de sua pregação. Não deve ele permitir
que seja privado desse poder. A comunhão com Deus mediante a oração e o
estudo de Sua Palavra não deve ser negligenciada, pois aí é que está a fonte de
seu poder. Nenhuma atividade em prol da igreja deve ter precedência em relação
a isso (T6, p. 47).
As orações dos ministros não serão ouvidas se eles acalentarem o
pecado – Deus nos escolheu deste mundo para que sejamos Seu povo peculiar,
“o qual a Si mesmo Se deu 24 por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e
purificar, para Si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras”
(Tt 2:14). Os obreiros de Deus devem ser homens de oração, diligentes
estudantes das Escrituras, que tenham fome e sede de justiça, para que sejam
uma luz e fortaleza para os outros. Nosso Deus é um Deus zeloso, e requer que
O adoremos em espírito e em verdade, na beleza da Sua santidade. O salmista
diz: “Se eu acalentasse o pecado no coração, o Senhor não me ouviria” (Sl
66:18).
Como obreiros, precisamos estar atentos à nossa conduta. Se o salmista não
poderia ter sido ouvido se houvesse acalentado o pecado no coração, como
poderão ser ouvidas as orações dos pastores agora, se acalentarem o pecado
entre eles? Há perigos aos quais estamos continuamente expostos. É o plano
estudado de Satanás fazer com que os obreiros sejam fracos na oração, fracos em
poder, e fracos em sua influência perante o mundo, devido aos seus defeitos de
caráter – defeitos estes que, de modo algum, se harmonizam com a verdade (RH,
10 de novembro de 1885).
As dúvidas destroem o ministério – Alguns não são devotos por natureza
e, portanto, devem encorajar e cultivar o hábito de examinar intimamente a
própria vida e os próprios motivos, conservando especialmente o amor pelas
práticas religiosas e a oração particular. Frequentemente falam de dúvidas e
descrença, e demoram-se nas grandes lutas que travam com sentimentos de
infidelidade. Consentem com as influências desencorajadoras que lhes afetam a
fé, a esperança e o ânimo na verdade e no sucesso final do trabalho e da causa
em que estão empenhados, fazendo parecer que é uma virtude especial estarem
ao lado dos duvidosos.
Às vezes, eles parecem realmente encontrar prazer em insistir em sua
posição de infidelidade e fortalecer a descrença em toda circunstância que
podem utilizar como desculpa para suas trevas. A esses, eu gostaria de dizer:
seria melhor se caíssem de uma vez e deixassem os muros de Sião, até se
tornarem homens convertidos e bons cristãos. Antes de assumirem a
responsabilidade de se tornarem pastores, Deus requer que se afastem do amor a
este mundo. A recompensa daqueles que continuam em sua duvidosa posição
será igual a dos covardes e incrédulos (T2, p. 513).
Cristo uniu a oração ao trabalho – Sobrecarregado, o pastor quase
sempre fica tão atarefado que mal encontra tempo para examinar a si mesmo, a
fim de verificar se está firme na fé. Muito pouco tempo lhe resta para meditação
e oração. Cristo, em Seu ministério, ligou a oração ao trabalho. Noite após noite,
Ele passou inteiramente em oração. Os pastores devem pedir que Deus lhes dê
Seu Santo Espírito, a fim de que possam apresentar devidamente a verdade (Ev,
p. 91).
MEDITAÇÃO
Quase todos negligenciam o exame de si mesmos – Foi-me mostrado que
muitos estão em grande perigo de falhar em aperfeiçoar a santidade no temor de
Deus. Pastores estão sob risco de perder a própria salvação. Alguns que têm
pregado a outros serão rejeitados porque não aperfeiçoaram 25 o caráter cristão.
Não ganham pessoas em seu trabalho e fracassam também em salvar a si
mesmos. Não veem a importância do conhecimento e do autocontrole. Não
vigiam e oram para não entrarem em tentação. Se vigiassem, conheceriam os
pontos em que são mais assolados pela tentação. Mediante vigilância e oração,
podem resguardar os pontos mais fracos para que se tornem seus pontos mais
fortes, e possam enfrentar a tentação sem ser vencidos por ela.
Cada seguidor de Cristo deve examinar diariamente a si mesmo para que se
torne perfeitamente familiarizado com a própria conduta. Quase todos
negligenciam o exame de si mesmos. Essa negligência é altamente perigosa para
aquele que professa ser um porta-voz de Deus, que ocupa a respeitável posição
de receptor das palavras divinas para transmitir a Seu povo. Sua conduta diária
tem grande influência sobre outros. Se, porventura, obtém algum sucesso no
trabalho, leva seus conversos a seu baixo padrão e raramente esses conseguem ir
além disso. A conduta do pastor, suas palavras e gestos, seu estilo, sua fé e
piedade são considerados como exemplo para os adventistas do sétimo dia e, se
os membros imitam o comportamento daquele que lhes ensinou a verdade,
acham que estão cumprindo todo o seu dever (T2, p. 511).
Os pastores devem recapitular os atos de cada dia – Na conduta de um
pastor, há muita margem para melhora. Muitos veem e sentem suas deficiências;
contudo, parecem ignorar a influência que exercem. Estão conscientes de suas
ações ao praticá-las, mas permitem que saiam de sua memória e, portanto, não se
reformam.
Se os pastores tornassem os atos de cada dia um assunto de cuidadosa
reflexão e deliberada recapitulação, com o objetivo de se familiarizar com os
próprios hábitos de vida, conheceriam melhor a si mesmos. Mediante um íntimo
exame de sua vida diária sob todas as circunstâncias, eles conheceriam seus
motivos, os princípios que os regem. Essa diária recapitulação de nossos atos,
para ver se a consciência aprova ou condena, é necessária para todos os que
almejam chegar à perfeição do caráter cristão. Muitas ações que passam por boas
obras, mesmo atos de beneficência, se analisados rigorosamente, terão de ser
considerados como induzidos por motivos errados. Muitos recebem aplausos por
virtudes que não possuem. Aquele que sonda os corações vê os motivos e,
muitas vezes, os próprios atos que são vivamente aplaudidos pelas pessoas são
por Ele registrados como provindos de motivos egoístas e hipocrisia maldosa.
Cada ato de nossa vida, excelente e digno de louvor ou merecedor de censura, é
julgado por Aquele que conhece os corações de acordo com os motivos que o
induziram (T2, p. 511, 512).
Uma hora de meditação tem mais valor do que gastar dias estudando
os autores mais capazes – Irmão Hull, Deus deseja que você se aproxime mais
dEle, onde poderá se apegar à Sua fortaleza, e por meio de uma fé viva
reivindicar Sua salvação e ser um homem forte. Se você fosse um homem devoto
tanto no púlpito quanto fora dele, sua pregação seria acompanhada de uma
poderosa influência.
Você não examina 26 o coração a fundo. Tem estudado muitas obras, a fim
de tornar seus sermões irretocáveis e agradáveis. Mas tem descuidado do estudo
maior e mais necessário – o estudo de si mesmo. Um conhecimento completo de
si mesmo, a meditação e a oração, têm sido muito descuidados por você. Estas
têm se tornado coisas secundárias.
Seu sucesso como ministro depende de guardar seu próprio coração.
Receberá mais força se passar uma hora diária em meditação, e chorando por
seus fracassos e perversidades do coração, e rogando a Deus por Seu amor
perdoador e pela certeza do perdão de seus pecados, do que conseguirá passando
muitas horas e dias estudando os autores mais capazes e familiarizando-se com
cada objeção à nossa crença, e as mais poderosas evidências em favor de nossa
fé (RH, 19 de janeiro de 1864).
Grande parte do tempo gasto em estudo deveria ser utilizado em
oração e meditação – Foi-me mostrado que o tempo dedicado a leitura e estudo
em excesso é às vezes pior do que se fosse desperdiçado. Grande parte do tempo
gasto nos livros e no estudo deveria ser empregado em oração, pedindo a Deus
sabedoria celestial, força e poder para deixar que a verdade, que eles
compreendem bem, brilhe diante das pessoas em sua claridade e beleza
harmoniosa. Muito pouco tempo é dedicado à oração particular e à meditação
nas coisas sagradas.
O anseio dos servos de Deus deve ser o de receber a santa unção e estar
revestidos da salvação, de modo que sua pregação possa alcançar os corações. O
tempo é muito curto e os ministros destes últimos dias são tão poucos que devem
colocar todas as suas energias na obra, e manter-se em íntima comunhão com
Deus e os santos anjos, para que sua pregação tenha grande poder – capaz de
persuadir e atrair toda pessoa honesta que ama a verdade, a ponto de aceitá-la
(VSS, p. 219).
Meditem especialmente na obra mediadora de Cristo – Os ministros do
evangelho seriam homens poderosos se pusessem sempre o Senhor diante de si e
dedicassem tempo ao estudo de Seu admirável caráter. Se fizessem isso, não
haveria apostasias, ninguém seria separado da Associação por haver, pelas suas
práticas imorais, desonrado a causa de Deus e exposto Jesus à vergonha.
As aptidões de todo ministro do evangelho devem ser empregadas para
ensinar as igrejas a receber a Cristo pela fé como Salvador pessoal, a introduzi-
Lo em sua vida e torná-Lo seu Modelo, para aprender de Jesus, crer em Jesus e
exaltar a Jesus. O pastor deve, ele mesmo, demorar-se no caráter de Cristo. Deve
ponderar a verdade e meditar sobre os mistérios da redenção, especialmente a
obra mediadora de Cristo para este tempo (ME3, p. 187). 27
2
Adventismo – um movimento mundial singular
UMA MENSAGEM ESPECIAL
Em cada época há uma verdade especial para o mundo – “Santifica-os
na verdade; a Tua palavra é a verdade” (Jo 17:17) foi a oração de Cristo por Seus
discípulos. Em cada época, Deus confiou ao Seu povo uma verdade especial, que
se opõe diretamente aos desejos e propósitos do coração humano, a qual tende a
separar do mundo a igreja de Deus; e tem sido dever de Seus ministros
proclamá-la, quer as pessoas a aceitem ou não (ST, 28 de janeiro de 1886).
Estudem a doutrina da justiça de Cristo em relação com a lei – Sei que
seria perigoso considerar a posição do Dr. Waggoner como inteiramente errada.
Isso agradaria o inimigo. Vejo a beleza da verdade na apresentação da justiça de
Cristo em relação com a lei na maneira como o doutor a colocou perante nós.
Muitos de vocês podem dizer que essa é a luz e a verdade. No entanto, até agora
vocês não a apresentaram sob essa perspectiva. Não seria possível que através de
fervorosa oração e intensa pesquisa das Escrituras ele tenha vislumbrado uma
luz ainda maior em alguns pontos?
O que foi apresentado se harmoniza perfeitamente com a luz que Deus tem
me concedido durante todos os anos de minha experiência. Se nossos irmãos
ministros aceitassem a doutrina que foi apresentada tão claramente – a justiça de
Cristo em relação com a lei – e eu sei que precisam aceitá-la, seus preconceitos
não teriam um poder controlador, e o povo seria nutrido com a sua porção de
alimento no devido tempo. Tomemos nossas Bíblias e, com oração humilde e
com mansidão, acheguemo-nos ao grande Mestre do mundo; oremos como fez
Davi: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da Tua
lei” (Sl 119:18) (EGW’88, p. 164).
Talvez os ministros não valorizem a verdade que apresentam – O
mundo deve ser advertido de sua futura destruição. A apatia daqueles que estão
no pecado e no erro é tão profunda, tão semelhante à morte, que a voz de Deus
por meio de um pastor atento é necessária para despertá-los. A menos que os
pastores sejam convertidos, o povo não o será. O frio formalismo que está 28
agora prevalecendo entre nós deve dar lugar ao vivo fervor da religião prática.
Não há falha na teoria da verdade; ela é perfeitamente clara e harmoniosa.
Entretanto, os jovens pastores podem falar a verdade fluentemente e não ter
verdadeira percepção das palavras que proferem. Eles não reconhecem o valor
da verdade que apresentam, e pouco percebem o que isso custou àqueles que,
com orações e lágrimas, através de provações e oposição, a buscaram como a
tesouros escondidos. Todo novo elo na cadeia da verdade lhes foi tão precioso
quanto ouro provado. Esses elos agora estão unidos em um todo perfeito. As
verdades têm sido cavadas do lixo da superstição e do erro, por meio de oração
fervorosa por luz e conhecimento, e apresentadas ao povo como preciosas
pérolas de infinito valor (T4, p. 445, 446).
O Senhor mantém viva a verdade, colocando-a em nova moldura –
Como vocês não sabem que o Senhor está dando novas evidências de Sua
verdade, colocando-a em nova moldura, para que seja preparado o caminho do
Senhor? Que planos vocês têm delineado para que nova luz possa ser
disseminada através das fileiras do povo de Deus? Que prova vocês têm de que
Deus não enviou luz a Seus filhos? Toda presunção, egoísmo e orgulho de
opinião têm de ser postos de lado. Temos de ir aos pés de Jesus e aprender
dAquele que é manso de coração (ME1, p. 413, 414).
LEALDADE À DOUTRINA ADVENTISTA
A mais delicada tarefa confiada ao homem – Há trabalho pastoral a fazer,
reprovando e exortando com toda a longanimidade e doutrina; isto é, o pastor
deve apresentar a Palavra de Deus, com o fim de esclarecer onde houver alguma
deficiência. Caso haja alguma coisa no caráter dos professos seguidores de
Cristo, certamente o pastor deve preocupar-se com isso e não se sentir como
senhor da herança de Deus. Lidar com a mente humana é a mais delicada tarefa
que já foi confiada ao homem mortal (Ev, p. 347, 348).
Os próprios ministros devem primeiro se converter à verdade – Assisti
ao concílio ministerial e fiz importantes observações quanto à necessidade da
escola de teologia e à importância de os pastores passarem algum tempo obtendo
treinamento em dar estudos bíblicos, o qual os qualificará melhor para seu
trabalho. Isso os colocará numa situação mais favorável para obter conhecimento
de como trabalhar e é necessário porque tem havido tantas ideias contrárias em
nosso meio, que as igrejas têm recebido teorias muito confusas a respeito da
verdade para este tempo. É importante que os nossos ministros falem a mesma
linguagem em nossas igrejas e não deem um som incerto à trombeta. Nossos
pastores devem primeiro se converter eles próprios à verdade. Então poderão ir a
todas as partes, levando a mensagem da verdade para este tempo (MR3, p. 193).
29

Valorizar as verdades especiais que nos têm separado do mundo – A


mensagem que temos de dar não é uma mensagem que os homens precisem
acovardar-se de transmitir. Não precisam encobri-la, não precisam ocultar-lhe a
origem e o propósito. Seus advogados devem ser homens que não se calem nem
de dia nem de noite. Tendo feito solenes votos a Deus, e tendo sido
comissionados como mensageiros de Cristo, como mordomos dos mistérios da
graça de Deus, estamos na obrigação de declarar fielmente todo o conselho de
Deus.
Não devemos tornar menos preeminentes as verdades especiais que nos têm
separado do mundo, e nos têm tornado o que somos; pois estão cheias de
interesses eternos. Deus nos deu luz com relação às coisas que agora estão
ocorrendo no fim do tempo, e, com a escrita e com a voz, devemos proclamar a
verdade ao mundo, não de maneira tímida, destituída de confiança, mas na
demonstração do Espírito e do poder de Deus. Os mais vigorosos conflitos estão
envolvidos na pregação da mensagem, e os resultados de sua proclamação são
importantes tanto para o Céu quanto para a Terra (TM, p. 470).
Os ministros não devem ficar apáticos enquanto nossas doutrinas são
corroídas – Numa representação que passou diante de mim, vi certa obra sendo
realizada por obreiros médicos-missionários. Nossos irmãos no ministério
estavam observando, vendo o que estava sendo feito, mas não pareciam
compreender. Os fundamentos de nossa fé, que foram estabelecidos com tanta
oração, tão dedicada busca das Escrituras, estavam sendo retirados, pilar por
pilar. Nossa fé nada teria sobre que se apoiar – o santuário estava eliminado, a
expiação estava descartada (OA, p. 146).
Não preguem apenas a parte da verdade que agrada o povo – Paulo
exortou Timóteo, dizendo: “Procure apresentar-se a Deus aprovado, como
obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja corretamente a palavra
da verdade” (2Tm 2:15). Precisamos dar a mensagem de advertência ao mundo,
e como estamos fazendo nosso trabalho? Irmãos, estamos pregando apenas a
parte da verdade que agrada ao povo, enquanto outras partes do trabalho são
deixadas sem fazer? Será necessário que alguém venha depois de vocês e insista
com as pessoas para que cumpram fielmente com seu dever de trazer todos os
dízimos e ofertas à tesouraria de Deus? Este é o trabalho do ministro, mas tem
sido tristemente descuidado.
O povo tem roubado a Deus, e o erro tem sido permitido porque o ministro
não quis desagradar seus membros. Deus chama esses obreiros de mordomos
infiéis. A responsabilidade desses servos é: “Esteja preparado a tempo e fora de
tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” (2Tm 4:2). Se
os pastores auxiliares cumprirem seu dever com fidelidade, quando o Pastor
supremo surgir lhes dará a “imperecível coroa da glória” (1Pe 5:4). Daniel viu
sua recompensa e disse: “Os que forem sábios [...] resplandecerão como o fulgor
do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre
e eternamente” (Dn 12:3) (RH, 8 de julho de 1884). 30
Evite o desejo ardente de descobrir algo novo e apresentá-lo como nova
luz – Se apenas soubéssemos o que está diante de nós, não seríamos tão
vagarosos em fazer a obra do Senhor. Há ministros e obreiros que apresentarão
um emaranhado de falsidades absurdas como se fossem verdades comprovadas,
assim como os mestres judaicos apresentavam as máximas dos homens como
pão celestial. Essas são dadas ao rebanho de Deus como sua porção de alimento
no devido tempo, enquanto as pobres ovelhas estão famintas pelo Pão da Vida.
Mesmo agora parece haver um desejo ardente de descobrir algo espetacular e
apresentá-lo como nova luz. Assim os homens estão armando uma trama de
mentiras como se fossem verdades importantes. Esse alimento imaginário
preparado para o rebanho causará declínio espiritual, decadência e morte (RH,
22 de janeiro de 1901).
Respeite os direitos dos outros, pesquisando para ver se sua alegada
nova luz é bíblica – Precisamos aprender que os outros têm os mesmos direitos
que nós. Quando um irmão recebe nova luz sobre as Escrituras, deve expor
francamente sua atitude, e todo ministro deve pesquisar na Bíblia com espírito
sincero, para ver se os pontos apresentados podem ser confirmados pela Palavra
Inspirada. “Ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável para
com todos, apto para ensinar, paciente. Deve corrigir com mansidão os que se
lhe opõem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-
os ao conhecimento da verdade” (2Tm 2:24, 25) (OE, p. 303).
DEBATES DOUTRINÁRIOS
Alguns ministros são tão dependentes do estímulo dos debates como o
bêbado por sua bebida – Pastores que debatem são os menos dignos de
confiança entre nós, porque não se pode depender deles quando o trabalho se
torna difícil. Se forem levados a um lugar onde haja pouco interesse, eles
manifestarão falta de coragem, zelo e verdadeiro interesse. Dependem tanto de
ser reavivados e revigorados pelo estímulo criado por debate ou oposição como
o bêbado por sua bebida. Esses pastores precisam se converter de novo.
Precisam beber abundantemente dos mananciais incessantes que fluem da Rocha
Eterna (T3, p. 217).
Há perigo em dar ênfase excessiva às doutrinas – Somos um na fé nas
verdades fundamentais da Palavra de Deus. E um objetivo deve-se ter em mente
sempre, isto é, a harmonia e a cooperação devem ser mantidas sem comprometer
um único princípio da verdade. E enquanto estamos constantemente escavando
em busca da verdade como de um tesouro escondido, tenhamos cuidado de como
descobrimos novas e conflitantes opiniões. Temos uma mensagem mundial. Os
mandamentos de Deus e os testemunhos de Jesus Cristo constituem o encargo de
nosso trabalho. Ter unidade e amor uns pelos outros é a grande obra a ser levada
avante agora. Há perigo de que nossos ministros deem excessiva ênfase às
doutrinas, pregando demasiados sermões sobre 31 assuntos polêmicos quando a
sua própria alma necessita de santidade prática (MR15, p. 23).
Pregar uma verdade irrefutável pode tornar o pregador autoconfiante
e arrogante demais – Temos a mais solene mensagem da verdade já
apresentada ao mundo. Essa verdade é cada vez mais respeitada pelos
descrentes, porque não pode ser contestada. Em vista desse fato, nossos jovens
se tornam autoconfiantes e arrogantes. Tomam as verdades que foram
apresentadas por outros, e, sem estudar ou orar fervorosamente, enfrentam
oponentes e se envolvem em debates, participando com sagacidade de mordazes
discussões e gabando-se de que isso é fazer a obra de um ministro do evangelho.
A fim de estar aptos para o trabalho de Deus, esses homens precisam de uma
completa conversão tal como Paulo experimentou. Os pastores devem ser
representantes vivos da verdade que pregam. Devem ter vida mais espiritual,
caracterizada por maior simplicidade (T4, p. 446).
Os que proclamam que a igreja é Babilônia desviam dinheiro de um
canal de utilidade para um canal do mal – Os que advogam o erro dirão:
“Assim diz o Senhor”, sem que o Senhor tenha falado. Testificam em favor da
falsidade, e não da verdade. Se os que têm proclamado a mensagem de ser a
igreja Babilônia tivessem empregado o dinheiro gasto na publicação e circulação
desse erro, em edificar, em vez de demolir, teriam tornado evidente serem eles o
povo que Deus está guiando. [...]
Se os que têm feito esse tipo de trabalho tivessem sentido a necessidade de
atender à oração que Cristo fez a Seu Pai justamente antes de Sua crucifixão –
que os discípulos de Cristo fossem um como Ele e o Pai eram um –, não
estariam desperdiçando os meios que lhes foram confiados e que são tão
necessários ao avanço da verdade. Não estariam gastando precioso tempo e
habilidade na disseminação do erro, necessitando assim de que o tempo do
obreiro seja dedicado à anulação e extinção de sua influência. Trabalho desse
tipo não tem a inspiração de cima, mas de baixo (TM, p. 43, 44).
UM MOVIMENTO MUNDIAL
O dinheiro do Senhor deve ser repartido igualmente entre as missões
locais e estrangeiras – As finanças do Senhor devem ser igualmente repartidas
entre as missões locais e estrangeiras. Ao planejar o trabalho, devem-se levar em
conta as dificuldades que serão encontradas nos campos estrangeiros. Os que
desfrutam de todas as vantagens não devem ser mesquinhos ao distribuir os
meios para o progresso da obra nos campos missionários. Por amor a Cristo,
deve-se dar apoio voluntário à obra do evangelho, o qual deve ser levado a todas
as partes do mundo (GCB, 1º de julho de 1900).
A urgência da missão dentro de nossas fronteiras – Há nas grandes
cidades multidões que recebem menos cuidado e consideração do que os que são
concedidos a animais 32 irracionais. Pensem nas famílias amontoadas como
rebanhos em miseráveis cortiços, sombrios porões, muitos deles exalando
umidade e imundícia. Nesses sórdidos lugares as crianças nascem, crescem e
morrem. Não veem nada das belezas naturais que Deus criou para deleitar os
sentidos e elevar a alma. Maltrapilhas e quase morrendo de fome, vivem elas
entre o vício e a depravação, moldadas no caráter pela miséria e pelo pecado que
as rodeia.
As crianças só ouvem o nome de Deus de maneira profana. A linguagem
suja, as imprecações e os insultos enchem-lhes os ouvidos. O cheiro da bebida e
do fumo, odores nocivos e degradação moral pervertem-lhes os sentidos. Assim
se preparam multidões para se tornarem criminosos, inimigos da sociedade que
os abandonou à miséria e à degradação. Nem todos os pobres dos becos das
cidades pertencem a essa classe. Homens e mulheres tementes a Deus têm sido
levados aos extremos da pobreza por doença ou infortúnio, muitas vezes
causados pelos desonestos planos dos que vivem à custa dos semelhantes.
Muitos que são retos e bem-intencionados ficam pobres por falta de preparo
profissional. Por ignorância, se acham inaptos para lutar com as dificuldades da
vida. Levados a esmo para as cidades, são muitas vezes incapazes de achar
emprego. Rodeados de cenas e sons de vício, são sujeitos a terríveis tentações.
Identificados e, muitas vezes, associados com os viciados e os degradados, é
somente por uma luta sobre-humana, um poder acima do finito, que podem ser
preservados de cair no mesmo abismo. Muitos se apegam firmemente à sua
integridade, preferindo sofrer a pecar. Essa classe, em especial, requer auxílio,
compaixão e ânimo (CBV, p. 189, 190).
As missões locais prosperam quando há liberalidade para com as
missões estrangeiras – A obra missionária em nosso país progredirá muito, em
todos os sentidos, quando for manifestado em prol da prosperidade das missões
estrangeiras um espírito de maior liberalidade, abnegação e desprendimento;
pois a prosperidade da obra em nosso país depende grandemente, abaixo de
Deus, da influência resultante da obra evangelística nos países distantes. É
agindo ativamente para suprir as necessidades da causa de Deus que colocamos
o coração em contato com a Fonte de todo poder (T6, p. 27).
O trabalho em favor dos que sofrem como resultado de seus próprios
atos não deve impedir o trabalho das missões estrangeiras – Os sentimentos
humanos podem ser profundamente tocados ao verem pessoas sofrendo como
consequência de seus próprios atos. Há aqueles que ficam especialmente
impressionados ao entrar em contato direto com essa classe, e o Senhor lhes dá a
incumbência de trabalhar nos piores lugares da Terra, fazendo o que puderem
para redimir os marginalizados e trazê-los a um lugar onde possam ficar sob os
cuidados das igrejas. Mas o Senhor não chamou os adventistas do sétimo dia
para fazer desse trabalho uma especialidade. Ele não deseja que muitos obreiros
se engajem nessa obra ou que se esgotem os recursos da tesouraria, erigindo
instituições para cuidar desses desfavorecidos, impedindo assim a obra das
missões estrangeiras. Deus chama cem missionários onde agora há apenas um.
Estes devem ir a países estrangeiros (MR14, p. 164). 33
Necessidade de missionários autônomos – Uma grande obra prossegue
silenciosamente por intermédio da distribuição de nossas publicações; mas
quanto bem poderia ser realizado se alguns de nossos irmãos e irmãs da América
do Norte viessem para estas colônias [Austrália], como fruticultores, lavradores
ou comerciantes, procurando, no temor e amor de Deus, conquistar almas para a
verdade! Se tais famílias fossem consagradas a Deus, Ele as usaria como Seus
instrumentos.
Os pastores têm seu lugar e sua obra, mas há muitos que não podem ser
alcançados por eles; tais pessoas poderiam ser alcançadas por famílias que lhes
fariam visitas, procurando incutir a verdade para estes últimos dias. Em suas
relações domésticas ou comerciais, poderiam se colocar em contato com uma
classe inacessível ao pastor, revelar para essas pessoas os tesouros da verdade e
transmitir-lhes o conhecimento da salvação. Ao todo, muito pouco se tem feito
nesse setor da obra missionária, pois o campo é vasto e muitos obreiros
poderiam se empenhar com êxito nessa área de atividade (FEC, p. 212). 34
3
Características de um pastor
35
A influência do caráter verdadeiramente cristão de um ministro é
como brilhantes raios de sol – Deus apela aos ministros que aceitam Sua
verdade, e ostentam, em Seu nome, a mensagem mais solene jamais dada ao
mundo, que ergam a bandeira das verdades bíblicas e exemplifiquem seus
preceitos em sua vida diária. Tal conduta induziria a crer muitos que se têm
entrincheirado atrás das barreiras da infidelidade. A influência do caráter
verdadeiramente cristão é como os brilhantes raios de sol que penetram nos
cantos mais remotos dos obscuros lugares nos quais conseguem entrar. A luz que
emana do exemplo do ministro verdadeiramente cristão não deve ser vacilante e
incerta como o lampejo de um meteoro, mas deve possuir o calmo e contínuo
resplendor das estrelas celestes (RH, 8 de agosto de 1878).
Judas exemplifica os ministros que talvez amem a Jesus, mas se
apegam aos seus questionáveis traços de caráter – Em Cristo ele via um
caráter puro, inofensivo e imaculado, e seu coração foi levado a amar seu
Mestre. Mas a luz do caráter de Cristo, que irradiou sobre ele, trouxe consigo a
responsabilidade de sujeitar todo traço natural ou adquirido que não estava em
harmonia com o caráter de Jesus. Nisso Judas não resistiu ao teste. O amor ao
mundo estava profundamente enraizado em seu coração, e ele não abandonou
esse amor nem rendeu a Cristo sua ambição.
Ele nunca chegou ao ponto de entregar-se completamente a Cristo. Achava
que podia manter seu próprio discernimento e opinião. Embora tivesse aceitado
o cargo de ministro de Cristo, nunca se submeteu ao Seu molde divino. Apegou-
se aos seus contestáveis traços de caráter, cedeu aos próprios hábitos
pecaminosos e, em vez de se tornar puro e semelhante a Cristo, tornou-se egoísta
e cobiçoso (ST, 18 de dezembro de 1893).
CONSAGRAÇÃO
O que necessitamos é de um ministério convertido – O que necessitamos
neste tempo perigoso é de um pastorado convertido. Necessitamos de homens
que reconheçam sua pobreza de alma, e que busquem ardentemente o dom do
Espírito Santo. Uma preparação interior é necessária para que Deus nos dê Sua
bênção, mas essa 36 obra do coração não foi realizada. Quando os pastores
despertarão para as solenes responsabilidades que são colocadas sobre eles e
rogarão fervorosamente pelo poder celestial? É o Espírito Santo que precisa dar
agudeza e poder ao sermão do ministro, ou sua pregação será destituída da
justiça de Cristo como foi a oferta de Caim (RH, 5 de abril de 1892).
Os que têm traços de caráter incorrigíveis, inflexíveis e teimosos,
quando transformados, tornam-se os melhores ministros – Foram-me
apresentados pastores que, antes de se converterem, tiveram uma trajetória e um
caráter muito difíceis – eram os mais incorrigíveis, inflexíveis e teimosos – e, no
entanto, cada um desses traços de caráter transformado era o que se necessitava
na obra de Deus. Não queremos destruir isso, pois são necessários para
preencher importantes cargos de confiança na causa de Deus.
Deve haver uma transformação do caráter. O fermento precisa operar no
coração humano até que cada ação esteja em conformidade com a vontade de
Deus e [os pastores] sejam santificados; então esses ministros se tornam os mais
valiosos. É justamente essa classe de indivíduos que Deus pode usar nos
diferentes ramos de Sua obra (MR9, p. 61).
A consagração é o que conta – Não são sempre os homens os que melhor
se adaptam a uma bem-sucedida administração da igreja. Se há mulheres fiéis
que têm maior consagração e devoção do que os homens, elas certamente
podem, através de suas orações e serviços, fazer mais do que homens cuja vida e
cujo coração não são consagrados (MR19, p. 56).
DESPRENDIMENTO
A obra do ministro requer sacrifício, embora menos do que foi feito no
passado – Nem todos os pregadores se entregam ao trabalho de Deus como lhes
é exigido. Alguns sentem que o trabalho do pregador é difícil, porque são
obrigados a ficar separados de suas famílias. Eles se esquecem de que antes era
muito mais difícil do que agora. Não havia senão poucos amigos da causa. Eles
se esquecem daqueles sobre quem Deus pôs no passado a responsabilidade da
obra.
Havia então apenas alguns que recebiam a verdade como resultado de
muito trabalho. Os escolhidos servos de Deus choravam e oravam para obter
uma clara compreensão da verdade, sofriam privações e exerciam muita
abnegação para levá-la aos outros. Passo a passo, prosseguiam conforme a
providência de Deus os conduzia. Não levavam em conta a própria conveniência
nem recuavam diante das dificuldades. Por meio desses homens, Deus preparou
o caminho e tornou a verdade clara à compreensão de toda mente sincera.
Tudo foi posto nas mãos dos pastores que abraçaram a verdade desde então,
mas alguns deles não sentiram a responsabilidade do trabalho. Eles procuraram
uma solução mais fácil, uma posição menos abnegada. Esta Terra não é o lugar
de repouso dos cristãos, e muito menos dos escolhidos pastores de Deus. Eles se
esquecem de que Cristo deixou Suas riquezas e sua glória no Céu e veio à Terra
para morrer, e que Ele nos ordenou 37 amarmos uns aos outros, assim como Ele
nos amou (Jo 15:12). Esquecem-se daqueles “dos quais o mundo não era digno”,
que “andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e
maltratados” (Hb 11:38, 37) (T1, p. 370, 371).
Os pastores que acham que estão sofrendo devem “visitar” a oficina do
apóstolo Paulo – Embora de saúde frágil, ele trabalhava durante o dia no serviço
da causa de Cristo; e então, boa parte da noite, se esforçava arduamente, muitas
vezes a noite toda, para que pudesse fazer provisão para as próprias necessidades
e as de outros (T4, p. 410).
As provas preparam os pregadores para obter êxito como pastores –
Moisés foi dirigido por Deus para obter experiência em zelar, considerar e
demonstrar terna solicitude por seu rebanho para que pudesse, como um fiel
pastor, estar pronto quando Deus o chamasse a liderar Seu povo. Experiência
semelhante é essencial para aqueles que se empenham na grande obra de
pregação da verdade.
A fim de conduzir pessoas à fonte vivificante, o próprio pregador deve
primeiro beber da fonte. Ele precisa compreender o infinito sacrifício feito pelo
Filho de Deus para salvar a humanidade caída, e seu coração deve estar repleto
do espírito do infinito amor. Se Deus nos determina que realizemos um árduo
trabalho, precisamos fazê-lo sem reclamar. Se o caminho é difícil e perigoso, é
plano de Deus fazer com que sigamos em humildade, e clamemos a Ele por
força.
Uma lição deve ser aprendida da experiência de alguns de nossos pastores
que, de forma semelhante, nada souberam de dificuldades e provações, contudo
sempre se julgam mártires. Eles ainda têm que aprender a aceitar com gratidão o
caminho da escolha de Deus, lembrando-se do Autor de nossa salvação. A obra
do pastor deve ser realizada com muito mais energia, zelo e dedicação do que
manifesta nas transações comerciais, pois o trabalho é muito mais sagrado e os
resultados mais significativos (T4, p. 442).
COMPAIXÃO
Os pastores precisam ter traços de caráter de bondade e compaixão –
Irmão A, você necessita trabalhar com o máximo empenho para controlar o eu e
desenvolver um caráter em harmonia com os princípios da Palavra de Deus.
Você precisa se educar e treinar, a fim de tornar-se um pastor bem-sucedido.
Precisa cultivar um bom temperamento – traços de caráter bondosos, alegres,
animadores, generosos, compassivos, corteses e piedosos. Deve vencer seu
espírito mal-humorado, fanático, estreito, crítico e dominante. Se está ligado à
obra de Deus, precisa batalhar consigo mesmo vigorosamente e formar seu
caráter segundo o Modelo divino (T3, p. 420, 421).
Ser semelhante a Cristo significa viver para amar e servir –
especialmente os indesejáveis – Que maravilhosa reverência Jesus expressou
pela vida humana em Sua missão! Ele não Se apresentou perante as pessoas
como um rei exigindo atenção, 38 reverência e serviço, mas como alguém que
desejava servir, para erguer a humanidade. Ele disse que não havia vindo para
ser servido, mas para servir.
Tenho certeza de que a grande lição de perdão deve ser aprendida mais
perfeitamente por todos nós, e devemos praticar as virtudes cristãs. Onde quer
que Cristo visse um ser humano, Ele via alguém que necessitava de compaixão.
Muitos de nós estamos dispostos a servir a quem honramos, mas justamente
aqueles a quem Cristo tornaria uma bênção para nós se não fôssemos tão
insensíveis, desatenciosos e egoístas, passamos por alto como sendo indignos de
nossa atenção. Não os ajudamos, embora seja nosso dever fazê-lo, tolerando sua
rudeza, enquanto procuramos cultivar neles os traços de caráter opostos (RH, 12
de abril de 1887).
ATITUDE POSITIVA
Seja jovial e alegre sem cair em leviandade ou frivolidade – Zombaria,
piadas e conversas profanas pertencem ao mundo. Os cristãos que possuem a paz
de Deus no coração serão alegres e felizes, sem condescender com
superficialidade ou frivolidade. Enquanto vigiam em oração, hão de possuir uma
serenidade e uma paz que os elevarão acima de todas as futilidades (T3, p. 241).
Dúvida e incredulidade resultantes de circunstâncias desfavoráveis
indicam problemas espirituais – Não é preciso buscar maior evidência de que a
pessoa se encontra distante de Jesus e negligenciando a oração particular, a
devoção pessoal, do que o fato de que ela expressa dúvidas e descrença porque
as circunstâncias não são favoráveis. Tais pessoas não têm a religião pura,
verdadeira e imaculada de Cristo. Elas possuem um artigo falso que o processo
refinador consumirá totalmente como escória.
Assim que Deus as prova e testa sua fé, elas vacilam, enfraquecem-se e
oscilam primeiro para um lado e depois para o outro. Não possuem o artigo
genuíno que Paulo possuía, de poder gloriar-se na tribulação porque “a
tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência,
esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado
em nosso coração” (Rm 5:3-5).
A religião dessas pessoas é circunstancial. Se todos ao seu redor estão
fortes na fé e encorajados com relação ao triunfo final da mensagem do terceiro
anjo e, se nenhuma influência especial se fizer presente contra elas, então
aparentam possuir alguma fé. Mas tão logo a adversidade pareça surgir contra a
causa, o trabalho se arraste pesadamente e o auxílio de todos se torne necessário,
esses pobres seres humanos, embora sejam professos ministros do evangelho,
esperam que tudo resulte em nada. Atrapalham em vez de ajudar (T2, p. 514).
Quando o pastor desanima, os lobos devoram as ovelhas – Satanás
trabalhará por todo e qualquer meio que puder empregar para desanimar os
servos ativos do Senhor. Se o pastor puder ser desviado de sua responsabilidade,
o caminho ficará livre para que os lobos dispersem e devorem as ovelhas (ST, 3
de janeiro de 1884). 39
CONFIABILIDADE
Os ministros precisam ter uma experiência invariável, não uma que se
inflama em ocasiões especiais e logo se apaga – Os ministros de Jesus Cristo
devem ensinar, tanto na igreja quanto a indivíduos, o fato de que a profissão de
fé, mesmo dos adventistas do sétimo dia, a menos que proceda de piedade
sincera, é impotente para fazer o bem. Uma luz espiritual deve resplandecer da
igreja e especialmente dos pastores, em raios claros e invariáveis. Não deve ela
resplandecer apenas em momentos especiais e então diminuir e oscilar como se
estivesse se extinguindo (T5, p. 531).
Se o ministro não é digno de confiança, outros talentos não poderão
compensar essa falta – O irmão C pode falar de maneira a atrair o interesse da
congregação e, se isso é tudo que é necessário para tornar um pregador bem-
sucedido, então os irmãos e irmãs deveriam estar certos em sua avaliação a
respeito dele. Mas ele não é um obreiro completo nem confiável (T1, p. 448).
HUMILDADE
Mantenham Jesus em destaque e o eu escondido – O seu perigo será
sempre de desprezar o conselho, e atribuir a si um valor mais elevado do que
Deus lhe atribui. Há muitos que estão sempre prontos a lisonjear e louvar o
pastor que sabe falar. Um jovem pastor se prejudica por estar sempre em risco de
ser mimado e ovacionado, enquanto ao mesmo tempo pode ser deficiente nas
coisas essenciais que Deus requer daquele que professa ser um porta-voz Seu.
Você mal entrou na escola de Cristo. A adaptação para sua obra é uma
tarefa vital, uma luta diária, penosa e custosa com hábitos estabelecidos,
inclinações e tendências hereditárias. Guardar e controlar o próprio eu, para
manter Jesus em destaque e o eu fora de vista, requer constante, diligente e
vigilante esforço (T4, p. 376).
Leva tempo para aprender a pastorear adequadamente o rebanho do
Senhor – Quanto tempo foi necessário para que Moisés aprendesse a lição da
mansidão e se tornasse um general para guiar o exército de Israel para fora do
Egito? Ele passou por um longo período de disciplina. Durante quarenta anos
cuidou de ovelhas na terra de Midiã, aprendendo a ser um bom pastor para o
rebanho. Enquanto era pastor, foi chamado para cuidar do fraco, para guiar o
desobediente, para buscar o perdido. Esse foi um treinamento necessário para ele
se tornar o líder de Israel, pois, no cuidado do rebanho do Senhor, ele seria
chamado a alimentar o fraco, instruir o desobediente e trazer o perdido de volta
ao aprisco (ST, 16 de janeiro de 1893).
RESPONSABILIDADE
Alimente e supervisione seu rebanho e seja um exemplo para ele – Os
ministros da Palavra, e outros que ocupam cargos de responsabilidade, assim
como o corpo da 40 igreja, necessitam ter este espírito de humildade e contrição.
O apóstolo Pedro escreveu àqueles que trabalham com o evangelho: “Pastoreiem
o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por
obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância,
mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram
confiados, mas como exemplos para o rebanho” (1Pe 5:2-3) (RH, 16 de
dezembro de 1890).
Pregue a Palavra e visite as pessoas – Nenhuma parte das
responsabilidades do ministro deve ser negligenciada. Ele deve pregar a Palavra,
não as opiniões dos homens. Deve trabalhar com os indivíduos, visitar as
famílias, não para falar apenas das coisas comuns da vida, mas das coisas de
interesse eterno, orando com eles, e ensinando com toda a simplicidade a
verdade de Deus (RH, 30 de junho de 1891).
Tome providências para que cada membro tenha algo que fazer – O
trabalho do ministro representado pelas sete estrelas é sublime e sagrado.
Quando ele nutre a ideia de que sua tarefa se resume em pregar sermões, passa
por alto e certamente negligencia o trabalho que recai sobre o pastor do rebanho.
É sua incumbência cuidar e supervisionar o rebanho, bem como organizar os
assuntos da igreja de modo que todos tenham o que fazer (RH, 31 de maio de
1887). 41
4
Diretrizes da igreja
ORGANIZAÇÃO DA IGREJA
A igreja deve ser organizada para manter a ordem, ou se fragmentará
– Foi-me mostrado que alguns irmãos temem que nos tornaremos Babilônia, se
nos organizarmos; mas as igrejas, no centro de Nova York, têm sido uma
perfeita Babilônia, uma confusão. E agora, a menos que as igrejas sejam bem
organizadas para que possam cumprir e impor a ordem, nada terão a esperar no
futuro (RH, 27 de agosto de 1861).
A obra médico-missionária não deve se separar da organização da
igreja – Virão tentações para pensar que, a fim de levar avante a obra médico-
missionária, vocês devem se manter separados da organização ou da disciplina
da igreja. Permanecer assim seria se colocar em terreno movediço. O trabalho
feito pelos que procuram vocês em busca de instrução não é completo, a menos
que eles sejam ensinados a trabalhar em ligação com a igreja (T8, p. 161).
Os pregadores não devem unir sua influência aos críticos da igreja –
Quando assediados pelos argumentos e sugestões desses conselheiros, seria bom
que cada um de nós se perguntasse: “Deveria eu, que sou cristão, filho de Deus,
chamado a ser a luz do mundo, pregador da justiça, que tenho frequentemente
expressado minha confiança na verdade e na maneira como o Senhor nos tem
guiado, unir minha influência àqueles que, amargamente, se opõem à causa de
Deus? Deveria eu, um mordomo dos mistérios de Deus, revelar aos Seus piores
inimigos os conselhos de Seu povo? Tal conduta não estimularia os ímpios em
sua oposição à verdade de Deus e ao povo que guarda Sua aliança? Tal
concessão não me impediria de abrir os lábios para exortar, advertir e suplicar
em minha própria família ou na igreja de Deus? Se Paulo ou Pedro fosse
colocado em circunstâncias semelhantes, trairia tão sagrado depósito?” (ST, 3 de
janeiro de 1884).
ORDENAÇÃO PASTORAL
A ordenação é o reconhecimento público de uma designação sagrada –
A igreja cristã estava nesse momento entrando numa fase importante. A 42 obra
de proclamar a mensagem do evangelho entre os gentios devia agora prosseguir
com vigor; e, em resultado, a igreja se fortaleceria por uma grande colheita de
almas. Os apóstolos, que tinham sido designados para dirigir essa obra, estariam
expostos a suspeitas, preconceitos e ciúmes. Seus ensinos a respeito da
demolição da “parede de separação que estava no meio” (Ef 2:14), a qual por
tanto tempo separara o mundo judaico do gentílico, haviam naturalmente de
acarretar-lhes a acusação de heresia; e sua autoridade como ministros do
evangelho seria posta em dúvida por muitos judeus zelosos e crentes.
Deus previu as dificuldades que Seus servos seriam chamados a enfrentar;
e, para que Sua obra estivesse acima de acusação, instruiu a igreja, mediante
revelação, a separá-los publicamente para a obra do ministério. Sua ordenação
era um reconhecimento público de sua divina designação para levar aos gentios
as boas novas do evangelho (AA, p. 161).
Pela imposição de mãos, a igreja autoriza os ministros a ensinar,
batizar e organizar igrejas – “Na igreja de Antioquia havia profetas e mestres:
Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, [...] e Saulo.
Enquanto adoravam ao Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: ‘Separem-Me
Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado’” (At 13:1, 2). Antes de
serem enviados como missionários ao mundo pagão, esses apóstolos foram
solenemente consagrados a Deus com jejum e oração e a imposição de mãos.
Assim, foram eles autorizados pela igreja não somente para ensinar a verdade,
mas para realizar o rito do batismo e organizar igrejas, estando investidos de
plena autoridade eclesiástica (OE, p. 441).
Antes da ordenação, os ministros devem dar evidência de que se têm
dedicado à obra – Deve haver evidência da parte dos que assumem a solene
posição de pastores de que, sem reservas, se têm dedicado à obra. Devem ter a
Cristo como seu Salvador pessoal. [...]
Homens são ordenados para o pastorado pela imposição de mãos, antes de
serem perfeitamente examinados quanto às suas qualificações para o trabalho
sagrado; mas como seria melhor fazer um trabalho completo antes de serem
aceitos como pastores, do que passar por esse rígido exame depois de
estabelecidos em sua posição, e terem dado o seu molde à obra! (TM, p. 171,
172). 43
5
O preparo pastoral

Os tempos exigem pastores inteligentes e bem preparados – Os tempos


atuais exigem pastores inteligentes e preparados, e não inexperientes. As falsas
doutrinas estão se multiplicando. O mundo está se tornando instruído segundo
um alto padrão literário. Pecado, incredulidade e infidelidade estão tornando-se
mais audaciosos e desafiadores, à medida que o conhecimento intelectual e
esperteza são adquiridos. Esse estado de coisas demanda o uso de cada faculdade
do intelecto, pois o pastor deverá enfrentar mentes aguçadas que estão sob o
controle de Satanás. Ele deve ser bem ponderado nos princípios religiosos,
crescendo na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Muito
trabalho ocasional tem sido feito, e as mentes não são exercitadas segundo sua
plena capacidade. Nossos pastores terão de defender a verdade contra
fundamentos apóstatas, bem como apresentar evidências bíblicas àqueles que
defendem erros capciosos. A verdade precisa ser posta em contraste com
argumentos audaciosos.
Nossos pastores devem ser homens totalmente consagrados a Deus e cultos,
mas sua mente precisa estar repleta de fervor espiritual, juntando os divinos raios
procedentes do Céu e difundindo-os em meio à escuridão que cobre a Terra e as
pesadas trevas que envolvem o povo (T5, p. 528).
Não espere obter um cargo importante, se tiver negligenciado o
preparo e a disciplina – Pensam os homens que serão capazes de, sob a pressão
das circunstâncias, chegar a posições importantes, quando têm negligenciado o
preparo e a disciplina para a obra? Imaginarão que podem ser instrumentos
polidos nas mãos de Deus para a salvação das almas, se não têm aproveitado as
oportunidades que lhes foram oferecidas a fim de se habilitar para a obra? A
causa de Deus pede homens completos, capazes de compreender, planejar,
construir e organizar. E os que apreciam as probabilidades e possibilidades da
obra para este tempo buscarão, mediante estudo profundo, obter todo o
conhecimento que lhes seja possível da Palavra, para ajudar os necessitados,
enfermos pelo pecado (OE, p. 93).
CHAMADO PARA SERVIR
Jovens competentes devem ser incentivados a entrar no ministério – Há
urgente demanda de obreiros na área pastoral. Necessitam-se rapazes 44 para essa
obra; Deus os chama. Sua educação é de primeira importância em nossas
faculdades e, em nenhum caso, deve ser passada por alto ou considerada como
coisa secundária.
É completamente errado que os professores, por meio de sugestões quanto a
outras carreiras, desanimem jovens que são aptos para uma boa obra no
ministério. Os que apresentam obstáculos para dificultar rapazes de se
habilitarem para esse serviço estão contrariando os planos de Deus e terão de dar
contas de sua atitude. Temos entre nós uma grande quantidade de homens
capazes. Se suas aptidões fossem exercitadas, teríamos vinte pastores onde agora
possuímos um (T6, p. 135).
O chamado para pregar é provado pelo exemplo e pelo trabalho –
Aqueles que Deus chamou para o ministério devem dar evidências, por meio da
influência que exercem, de que são aptos para o santo chamado em que se
encontram. Paulo escreveu: “Seja um exemplo para os fiéis” (1Tm 4:12). Devem
então os jovens pastores ser desculpados de sua leviandade e frivolidade? Deve-
se esperar que a igreja ouça suas palavras e receba seu testemunho, quando seu
exemplo dá uma impressão falsa do caráter de Cristo e desvia os redimidos do
Senhor do caminho em que devem andar?
O que se pode pensar das igrejas que dão ouvidos ao testemunho de homens
que não têm poder na oração, nem fervor em sua devoção, nem desembaraço no
trabalho pessoal pelas almas? O Senhor ordenou: “Sejam santos vocês também
em tudo o que fizerem” (1Pe 1:15). “Atente bem para a sua própria vida e para a
doutrina, perseverando nesses deveres, pois, fazendo isso, você salvará tanto a si
mesmo quanto aos que o ouvem” (1Tm 4:16). A prova do chamado de um
ministro para pregar o evangelho é vista em seu exemplo e trabalho (RH, 5 de
abril de 1892).
Não devemos depender apenas do discernimento humano na escolha
dos ministros – Aqueles que estão prontos a ingressar na obra sagrada de
ensinar a verdade bíblica ao mundo devem ser cuidadosamente examinados por
pessoas fiéis e experientes. Depois de terem alguma experiência, há ainda outro
trabalho a ser feito quanto a eles: devem ser apresentados ao Senhor em
fervorosa oração, a fim de que Ele indique, por Seu Santo Espírito, se são
aceitáveis a Seus olhos. Disse o apóstolo: “Não se precipite em impor as mãos
sobre ninguém” (1Tm 5:22).
Nos dias dos apóstolos, os ministros de Deus não ousavam confiar no
próprio juízo quanto à escolha ou aceitação de homens para tomar a solene e
sagrada posição de porta-vozes de Deus. Eles escolhiam os homens de acordo
com seu juízo, e depois os punham perante o Senhor, para ver se Ele os aceitaria
como representantes Seus. Nada menos do que isso se deve fazer agora (T4, p.
406).
O PREPARO ACADÊMICO
Os pastores devem ser educados e examinados antes de começar seu
trabalho – Alguns jovens que entram no campo não têm êxito em ensinar a
verdade a outros, porque não educaram a si mesmos. Aqueles que não sabem ler
corretamente devem aprender, e devem se tornar aptos a ensinar 45 antes de
tentarem se levantar perante o público. Os professores de nossas escolas são
obrigados a aplicar-se dedicadamente ao estudo, para que possam ser preparados
para instruir outros. Esses professores não são aceitos até que tenham passado
por um exame criterioso, e sua capacidade de ensinar tenha sido testada por
juízes competentes. Não menos cuidado deve ser empregado no exame dos
pastores. Aqueles que estão prontos a ingressar na sagrada obra de ensinar a
verdade bíblica ao mundo devem ser cuidadosamente examinados por pessoas
fiéis e experientes (T4, p. 406).
O método bíblico do preparo ministerial combina o estudo na escola
com o crescimento espiritual – Especialmente os que têm em vista o ministério
devem sentir a importância do método bíblico do preparo ministerial. Devem
entrar de coração na obra, e, enquanto estudam na escola, devem aprender do
grande Mestre a mansidão e a humildade de Cristo. Um Deus que guarda o
concerto prometeu que, em resposta à oração, derramará Seu Espírito sobre esses
discípulos da escola de Cristo, a fim de que se tornem ministros da justiça (OE,
p. 81).
Os que entram no ministério devem ter estudado bastante, tanto as
ciências quanto a Bíblia – Alguns que ingressam no ministério não sentem
sobre si a responsabilidade da obra. Receberam ideias incorretas sobre as
qualificações de um pastor. Pensam que seja requerido apenas um conhecimento
superficial das ciências ou da Palavra de Deus para se tornarem pastores.
Alguns dos que ensinam a verdade presente não estão familiarizados com
sua Bíblia. São tão deficientes no conhecimento bíblico que lhes é difícil citar
corretamente de memória um texto das Escrituras. Por cometerem erros de
maneira tão desastrada como o fazem, pecam contra Deus. Eles torcem as
Escrituras e fazem a Bíblia dizer coisas que nela não estão escritas (T2, p. 341,
342).
Jesus estudava as plantas, os animais e o ser humano, a fim de usar esse
conhecimento para ensinar a verdade – A pergunta feita durante o ministério
do Salvador: “Como foi que este Homem adquiriu tanta instrução, sem ter
estudado?” (Jo 7:15) não quer dizer que Jesus não soubesse ler, mas
simplesmente que não recebera instrução dos rabinos. Uma vez que Ele obteve
conhecimento como o podemos fazer, Sua familiarização com as Escrituras
mostra com que dedicação os primeiros anos de Sua vida foram consagrados ao
estudo da Palavra de Deus. E perante Ele estendia-se a grande biblioteca da
criação de Deus. Aquele que fizera todas as coisas estudou as lições que Sua
mão escrevera na terra, no mar e no céu. Afastado dos corrompidos métodos do
mundo, adquiriu da natureza grandes conhecimentos científicos. Estudava a vida
das plantas e dos animais, bem como a das pessoas. Desde pequeno, tinha apenas
um objetivo: vivia para fazer o bem aos outros. Para isso, encontrava recursos na
natureza. Novas ideias de formas e meios surgiam em Sua mente, ao estudar a
vida das plantas e dos animais. Procurava continuamente tirar das coisas visíveis
ilustrações pelas quais pudesse apresentar as vivas verdades de Deus. As
parábolas pelas quais durante Seu ministério gostava de 46 ensinar lições sobre a
verdade mostram quão aberto Ele era às influências da natureza, e como extraía
ensinos espirituais do ambiente que O cercava na vida diária (DTN, p. 70).
O PREPARO PRÁTICO
Os pastores jovens devem receber e respeitar o conselho dos ministros
instrutores – A fim de adquirir o preparo para o ministério, os jovens devem
estar ligados aos pastores mais velhos. Os que obtiveram experiência no serviço
ativo devem levar consigo para as searas obreiros jovens e inexperientes,
ensinando-os a trabalhar com êxito para a conversão de almas.
De forma bondosa e afetuosa, esses obreiros mais experientes devem ajudar
os mais novos a se prepararem para a obra à qual o Senhor os pode chamar. E os
jovens que se estão preparando devem respeitar os conselhos de seus instrutores,
honrando-lhes a devoção, e lembrando-se de que seus anos de labor lhes têm
dado sabedoria (Ev, p. 683, 684).
Os ministros jovens devem aprender dos pontos fortes e fracos de seus
instrutores – Com frequência um jovem é enviado a trabalhar com um ministro
de mais experiência e, se ele é deficiente em sua maneira de pregar, é muito
provável que o jovem imite essa deficiência. Assim, é importante que os
ministros que estão há muito tempo no campo se corrijam, ainda que isso lhes
seja muito doloroso e requeira muita paciência, de modo que seus defeitos não
sejam reproduzidos nos jovens e inexperientes obreiros. O jovem pregador deve
imitar apenas os traços de caráter admiráveis possuídos pelo obreiro de mais
experiência e, ao mesmo tempo, observar e evitar seus erros (RH, 5 de fevereiro
de 1880).
O anseio de realizar um trabalho acima de sua capacidade pode levar
ao fracasso – Há muitos, mesmo entre nossos pregadores, que desejam se elevar
no mundo sem esforço. São ambiciosos em realizar grande obra de utilidade,
enquanto desconsideram os pequenos deveres do dia a dia que os tornariam
úteis, e os fariam pastores segundo a ordem de Cristo.
Desejam realizar a obra que outros estão empreendendo, mas não têm
entusiasmo pela disciplina necessária para a ela se adaptar. Esse desejo ardente
tanto de homens quanto de mulheres, de fazer algo bem acima de sua atual
capacidade, simplesmente os está levando a cometerem evidentes erros logo de
início. Eles indignadamente recusam galgar a escada, desejando elevar-se por
um processo menos trabalhoso (T4, p. 417).
A colportagem proporciona um excelente preparo para o ministério –
Foram-me mostrados alguns homens a quem Deus estava chamando para a obra
do ministério, entrando no campo como colportores. Esse é um excelente
preparo, se seu objetivo é disseminar a luz e levar a verdade revelada na Palavra
de Deus diretamente ao círculo familiar. Por meio da conversação, o caminho
pode ser frequentemente aberto para falar da 47 religião da Bíblia.
Se a obra for assumida como deve ser, famílias serão visitadas, os obreiros
manifestarão ternura e amor pelas pessoas, e exalarão, em palavra e conduta, a
fragrância da graça de Cristo, e grande bem disso resultará. Seria uma excelente
experiência para qualquer que tenha em vista o ministério (T4, p. 603, 604).
A colportagem não deve ser um pré-requisito para o ministério –
Algumas pessoas que não receberam o conselho de Deus prepararam uma
proposta, que foi adotada, de que não se deveria aceitar ninguém como ministro
do evangelho, a menos que tivesse sido anteriormente um colportor de êxito. O
Espírito do Senhor não comunicou essa resolução. Foi concebida em mentes que
tinham um conceito estreito da vinha de Deus e de seus obreiros. Não é
atribuição de homem algum prescrever o trabalho para qualquer outro homem
contrariando suas próprias convicções do que seja seu dever. Ele deve ser
aconselhado, mas precisa buscar a direção de Deus, a quem ele pertence e serve
(PM, p. 260).
A colportagem proporciona oportunidades e experiência – Todos os que
desejam ter uma oportunidade para o verdadeiro ministério e estão dispostos a se
entregar sem reservas a Deus encontrarão na obra de colportagem oportunidades
para falar sobre muitas coisas concernentes à futura vida imortal. A experiência
assim obtida será de imenso valor para os que estão se preparando para a obra
pastoral. É a companhia do Espírito Santo de Deus que prepara os obreiros, tanto
homens quanto mulheres, para se tornarem pastores do rebanho de Deus (RH, 15
de janeiro de 1901).
EDUCAÇÃO CONTÍNUA
A educação deve continuar durante toda a vida do ministro – Um pastor
nunca deve julgar que já aprendeu bastante, podendo agora afrouxar os esforços.
Sua educação deve continuar por toda a vida, cada dia ele deve estar aprendendo
e pondo em prática os conhecimentos adquiridos (OE, p. 94).
Os ministros devem continuamente estudar e melhorar, mesmo com
idade avançada – O verdadeiro ministro de Cristo deve melhorar
constantemente. O sol da tarde de sua vida pode ser mais intenso e produtivo do
que o sol da manhã. Pode continuar a aumentar em tamanho e esplendor até se
pôr atrás das montanhas ocidentais. Irmãos no ministério: é melhor, muito
melhor morrer devido ao trabalho árduo em algum campo local ou estrangeiro,
do que se enferrujar devido à inatividade. Não se desanimem com as
dificuldades; não fiquem contentes em se acomodar e parar de estudar e
melhorar (RH, 6 de abril de 1886).
Alguns ministros poderiam ter feito dez vezes mais, se tivessem se
esforçado para ser gigantes intelectuais – Os homens que hoje se acham
perante o povo como 48 representantes de Cristo têm, em geral, mais habilidade
do que preparo, mas não põem em uso suas capacidades, aproveitando o melhor
possível seu tempo e suas oportunidades. Quase todo pastor do campo, caso
tivesse empregado as energias que Deus lhe deu, não somente poderia ser
eficiente na leitura, na escrita e na gramática, mas até mesmo em línguas. É
essencial colocar alto o seu alvo. Mas pouca ambição tem havido de pôr à prova
suas capacidades para alcançar uma norma elevada no conhecimento e no
intelecto religioso.
Nossos pastores terão de prestar contas a Deus por enferrujarem os talentos
que Ele lhes entregou para melhorar pela prática. Podiam ter feito,
inteligentemente, um trabalho dez vezes maior, se tivessem se preocupado em
tornar-se gigantes intelectuais. Toda a experiência deles em sua elevada vocação
é diminuída porque se contentam em permanecer onde estão. Seus esforços para
adquirir conhecimentos não impedirão, o mínimo que seja, seu crescimento
espiritual, se estudarem com motivos corretos e objetivos apropriados (TM, p.
194).
O evangelho não é adequadamente ensinado por pastores que
deixaram de ser estudiosos – Alguns de nossos ministros possuem uma série de
sermões que pregam ano após ano sem variação. As mesmas ilustrações, os
mesmos comentários, e quase as mesmas palavras. Eles deixaram de ser
estudantes. Acabou o desejo de se superar, e hesitam sob o peso de uma nova
série de sermões, o que preveniria a decrepitude mental.
Mas o estudante que sempre está aprendendo descobrirá nova luz, novas
ideias, novas gemas da verdade e delas lançará mão com avidez [...] O
evangelho não é adequadamente ensinado e apresentado diante dos descrentes
por homens que deixaram de ser estudantes e que, por assim dizer, se
diplomaram no que concerne à investigação das Escrituras. Trazem assim
afronta sobre a verdade, pela maneira como a manejam (VSS, p. 323).
O tempo para pregar, estudar e visitar deve ser dividido com equilíbrio
– Os ministros da Palavra são os instrumentos escolhidos por Deus para
transmitir o conhecimento da Sua vontade; mas existe muito pouco espírito
missionário, mesmo entre nossos ministros. Depois de pregar a Palavra, alguns
se isolam quase totalmente para ler e estudar, negligenciando outros deveres
vitais e importantes.
Embora seja correto dedicar algum tempo ao estudo, todo ministro deve
sentir um profundo interesse em fazer tudo que lhe seja possível pela salvação de
almas pelas quais Cristo morreu. Deve visitar as pessoas e, com amor e
sabedoria, procurar despertar-lhes o interesse pelas coisas espirituais (RH, 10 de
julho de 1883). 49
6
Desenvolvimento de um grupo de apoio pessoal

Feliz o pastor que pode contar com o apoio de bons colaboradores –


Feliz o pastor que tem colaboradores fiéis como Arão e Hur para fortalecer suas
mãos quando se tornam cansadas, e sustentá-las por meio da fé e da oração. Tal
apoio é uma ajuda poderosa aos servos de Cristo em Sua obra, e frequentemente
fará a causa da verdade triunfar gloriosamente (T4, p. 531).
Reúna outros para orar por você – Senti que seria um grande privilégio
para mim chamar alguns experientes servos de Deus e nos reunirmos em oração
para pedir a ajuda e força de que tanto necessitava. Segui o forte desejo de meu
coração. Todos os irmãos presentes estavam unidos em oração. O Senhor
conduziu essas orações.
Ficamos muito contentes porque o irmão Butler se uniu a nós para orar.
Reconheci que foram momentos muito preciosos, e que Cristo esteve presente.
Percebi sensivelmente uma doce fragrância, e tenho certeza de que os presentes
devem ter sentido a profunda influência do Espírito Santo. Senti que o manto de
Deus me cobria. Pude dizer plenamente: “Porque, se vivo ou morro, tenho paz;
tenho paz em meu ser. Minha vida está oculta com Cristo, em Deus” (MR18, p.
125).
O plano de Deus é que os líderes utilizem conselheiros – Deus deu a
Moisés especial orientação para a administração de seu trabalho. Levou Moisés a
associar homens com ele, como conselheiros, para que suas responsabilidades
pudessem ser aliviadas (TM, p. 340).
Os grupos devem orar por seu pastor – Aqueles que amam ao Senhor e
Sua verdade devem se unir em grupos de dois ou três e procurar lugares
retirados, a fim de orar pedindo a bênção de Deus sobre o pastor que quase não
acha tempo para orar, pelo fato de estar constantemente ocupado em atender a
tantos pedidos, assentado em concílios, respondendo perguntas, dando
conselhos, escrevendo cartas importantes. Permitam que a oração fervorosa e
eficaz dos justos se eleve a Deus, e que a palavra falada possa ser uma
mensagem de verdade que alcance o coração dos ouvintes, e que as almas
possam assim ser ganhas para Cristo (RH, 24 de julho de 1883). 50
Os problemas de um pastor podem, às vezes, ser mais bem tratados
num pequeno grupo – Ele estava disposto a se dirigir em seguida à igreja e
confessar seus pecados e sua apostasia de Deus. Foi-lhe dito que isto não era
sábio e não resultaria em glorificar a Deus, mas daria a nossos inimigos uma
oportunidade para colocar em dúvida todo o ministério. É objetivo de Satanás
apanhar em armadilha os homens que lidam com coisas sagradas, e levá-los a
fazer coisas que rebaixarão o ministério a um nível comum, para que os
pecadores tenham uma desculpa para a sua própria impenitência e pecado.
Quando as palavras e a conduta do ministro não seguem o exemplo de
Cristo, mas são uma imitação das palavras e do modo de ser do grande
enganador, nossos inimigos têm motivo para blasfemar. Nossa opinião é a de
que Deus aprovaria que umas trinta ou quarenta pessoas, que ouviram o
testemunho que Deus me havia dado, estivessem presentes para ouvir seu
reconhecimento da repreensão dada, bem como sua confissão (EGW’88, p. 54).
51
7
Sistema de arquivo

A IMPORTÂNCIA de ter um sistema de arquivo para qualquer pregador ou


escritor é mais bem demonstrada, não pelo que a Sra. White disse, mas pelo que
pôs em prática a respeito disso. As três seguintes citações não foram escritas
por ela, mas tiradas de sua biografia. As primeiras duas foram escritas por seu
filho, W. C. White, e a terceira, pelo neto dela, Arthur White.
Os escritos da Sra. White foram arquivados e indexados durante seus
anos na Austrália – Durante alguns meses a irmã Peck dedicou uma parte de
seu tempo para classificar, arquivar, ler e fazer um índice de todos os
manuscritos de mamãe que estavam ao nosso alcance, e mamãe repassou seus
velhos diários e manuscritos que nunca haviam sido copiados a máquina.
Nesses, ela encontrou muitas coisas preciosas que estão sendo copiadas,
arquivadas e indexadas com o restante (BIO4, p. 451).
Ellen White dependia de seus arquivos em seu ministério em favor da
igreja – À medida que encontramos material novo no arquivo e o acrescentamos
aos capítulos que já foram preparados e passados a limpo, e lhe relemos estas
versões ampliadas, ela parece sentir alegria em repassá-los novamente. Esse
aperfeiçoamento dos manuscritos é um trabalho lento, mas muito interessante, e
estamos esperançosos quanto ao resultado (BIO6, p. 419).
Um cuidadoso sistema de arquivo é o que torna os escritos de Ellen
White prontamente disponíveis hoje – Primeiramente, as cópias datilografadas
das cartas e dos manuscritos trazidos da América e os que foram produzidos na
Austrália foram classificados por ano. Depois os manuscritos em geral foram
separados das cartas. Os manuscritos foram dispostos em ordem cronológica e
numerados em série.
As cartas foram classificadas em ordem alfabética e numeradas em
sequência. Estas foram perfuradas na parte superior e arquivadas em gavetas de
arquivos “Shannon”. Isso constitui o arquivo básico dos manuscritos de Ellen G.
White até o dia de hoje. Desde então, ao serem copiados os materiais, foi-lhes
atribuído um número de arquivo. Assim, as cartas ficaram em ordem
cronológica. Os livros dos arquivos que a Srta. Peck iniciou, embora ainda sejam
de muito valor e usados ocasionalmente, foram substituídos por arquivos mais
amplos que são mais apropriados para o trabalho do White 52 Estate. Foi
preparado um índice temático dos manuscritos e cartas em cartões de quatro por
seis polegadas, que ainda são utilizados hoje, e cujas cópias são usadas na filial
de Berrien Springs, Michigan, e nos Centros de Pesquisa White (BIO4, p. 451).
53
8
Liderança

Trabalhar para Deus num cargo humilde ajuda no preparo para a


liderança pastoral – Irmãos, tratem os homens como homens, não como
escravos, mandados de uma parte para a outra como vocês bem quiserem.
Aquele que é transigente com o espírito áspero e altivo melhor seria que se
tornasse um guardador de ovelhas, como Moisés, e assim aprendesse o que
significa ser um verdadeiro pastor. Moisés alcançou no Egito a experiência de
poderoso estadista e de líder dos exércitos; mas não aprendeu ali as lições
essenciais à verdadeira grandeza.
Ele necessitava de experiência em deveres mais humildes para se tornar um
cuidador, sendo sensível para com todos os seres. Ao pastorear os rebanhos de
Jetro, sua atenção foi atraída às ovelhas e aos cordeirinhos, e aprendeu a guardar
essas criaturas de Deus com o mais afetuoso cuidado. Embora a voz deles nunca
pudesse se queixar de maus tratos, mesmo assim a atitude deles muito poderia
demonstrar. Deus cuida de todas as criaturas que Ele fez. Ao trabalhar para Deus
nessa humilde posição social, Moisés aprendeu a ser para Israel um cuidadoso
pastor (TM, p. 262, 263).
A liderança requer que se obtenha a confiança daqueles por quem se
trabalha – É essencial algo mais do que conhecimento dos livros para alguém se
tornar pastor bem-sucedido. O que trabalha pelas pessoas precisa de integridade,
inteligência, empenho, energia e tato. Todas essas qualidades são altamente
essenciais para o êxito de um ministro de Cristo. Ninguém com essas
qualificações pode ser inferior, mas terá uma influência que se impõe. A menos
que o obreiro na causa de Deus possa ganhar a confiança daqueles por quem
trabalha, não poderá contribuir muito (T3, p. 553).
Não lidere com dureza e severidade, mas com respeito, bondade,
confiança e amor – Você não se sente obrigado diante de Deus a ser paciente,
bondoso e respeitoso para com seus irmãos no ministério e para com cada
membro da igreja. Eles perdem a confiança em você e então a sua influência fica
enfraquecida. Você necessita ter a bondade, a cortesia, a mansidão e a humildade
de Cristo. Possui muitas qualidades valiosas que podem ser aperfeiçoadas para
um serviço mais elevado se forem santificadas para Deus. Você deve sentir a
necessidade de se dirigir aos irmãos com bondade e cortesia, não com aspereza e
severidade. Não percebe o mal que lhes causa com seu espírito rígido e
dominador (EGW’88, p. 245). 54
Não exerça autoridade arbitrária – Quando nossos planos e projetos são
rejeitados, quando homens que dependem de nossa orientação concluem que o
Senhor deseja que ajam e julguem por si mesmos, não devemos ter espírito de
censura ou exercer autoridade arbitrária para compeli-los a aceitarem nossas
ideias. Aqueles que ocupam posições de autoridade devem constantemente
cultivar o autocontrole (OP, p. 37, 38).
Não perverta o seu poder pastoral em arbitrariedade sobre o seu
rebanho – O pastor não deve governar imperiosamente de forma autoritária o
rebanho a ele confiado, mas deve ser seu exemplo e lhe mostrar o caminho do
Céu. Seguindo o exemplo de Cristo, deve interceder com Deus pelo povo sob
seu cuidado até que perceba que suas orações são respondidas.
Jesus exerceu compaixão humana e divina para com o ser humano. Ele é
nosso exemplo em todas as coisas. Deus é nosso Pai e Governante; e o pastor
cristão é o representante de Seu Filho na Terra. Os princípios que regem o Céu
devem reger a Terra; o mesmo amor que anima os anjos, a mesma pureza e
santidade que reinam no Céu devem, o quanto possível, ser reproduzidos na
Terra. Deus considera o pastor como responsável pelo poder que exerce, mas
não justifica Seus servos ao perverterem esse poder em arbitrariedade sobre o
rebanho ao seu cuidado (T4, p. 267, 268).
Os líderes devem agir como sábios conselheiros, não como governantes
exigentes – Às vezes um homem que foi colocado em posição de
responsabilidade, como líder, concebe a ideia de que está numa posição de
suprema autoridade, e que todos os seus irmãos, antes de fazerem qualquer
movimento de avanço, devem primeiro dirigir-se a ele pedindo permissão para
fazer aquilo que eles sentem que precisa ser feito. Esse homem está numa
posição perigosa. Perdeu de vista a obra do verdadeiro Líder do povo de Deus.
Em vez de agir como sábio conselheiro, ele assume as prerrogativas de um
governante exigente. Deus é desonrado em toda a exibição de autoridade e
exaltação própria dessa natureza. Nenhum homem que está em sua própria força
deve jamais ser mente e juízo para outro homem que Deus está usando em Sua
obra. Ninguém deve estabelecer regras e regulamentos feitos pelo homem para
governar arbitrariamente seus colaboradores que têm uma viva experiência na
verdade (TM, p. 491, 492).
Incentive e respeite as ideias dos outros – Una-se com seus irmãos se
quiser que eles se unam com você e lhe manifestem sua confiança. Confiança e
fé geram confiança e fé. Você deve ganhar a confiança não apenas de seus
irmãos ministros, mas também daqueles com os quais entra em contato, e
mostrar que tem confiança neles e acredita que eles são ensinados por Deus do
mesmo modo como você. Revele seus planos a eles. Um deles se sentirá livre
para falar, e depois outro, e talvez chamem sua atenção para algumas coisas nas
quais você não havia pensado antes (MR9, p. 145). 55
9
Ética pastoral

Devemos ser exemplos vivos daquilo que pregamos – Precisamos buscar


a Deus com fervor, e, como ministros de Deus que pregam o evangelho,
devemos colocar em prática essas grandes verdades em nossa vida diária,
mostrando que somos exemplos vivos daquilo que pregamos, que estamos
praticando a santidade em nossa vida cotidiana. Então, aonde quer que formos,
teremos autoridade (SAT1, p. 63).
Os pastores que pregam uma coisa e vivem outra são lobos em pele de
ovelha – Carregando a bandeira de Cristo, eles servem ao pior inimigo do
Senhor e não dão atenção à ordem: “Afaste-se da iniquidade todo aquele que
confessa o nome do Senhor” (2Tm 2:19). Cristo diz claramente que esse tipo de
mestre é como lobo em pele de ovelha. Esses mestres falam da graça, pregam
sobre graça e aparentemente oram pela graça, mas não têm a graça de Cristo no
coração. No púlpito, esses ministros podem parecer excelentes, mas destroem a
força de suas palavras quando, fora do púlpito, seguem uma conduta de
iniquidade que demonstra serem ministros do pecado, lobos em pele de ovelha
(ST, 18 de julho de 1892).
Os pastores devem mostrar aos outros que a verdade fez algo por eles –
Jovens pregadores e homens que já foram pastores, cujas maneiras têm sido
ásperas e desagradáveis, e cuja conversação não tem sido modesta e virtuosa,
não estão capacitados a se empenhar nesse trabalho, até que deem evidência de
inteira reforma. Uma palavra dita de forma imprudente pode causar mais dano
do que faria bem uma série de reuniões realizada por eles.
Eles lançam no pó, diante da comunidade, a bandeira da verdade, a qual
deveria ser sempre exaltada. Seus conversos geralmente não se erguem acima do
padrão apresentado pelos pastores. Homens que estão entre os vivos e os mortos
deveriam se posicionar pelo que é correto. O pastor não pode baixar a guarda
nem por um só momento. Ele está trabalhando para erguer outros à plataforma
da verdade. Que mostre aos homens o que a verdade fez por ele (T1, p. 445).
O sucesso de um pastor depende muito de seu comportamento fora do
púlpito – Homens piedosos, fiéis e santos, que vivem cada dia aquilo que
pregam 56, exercerão uma influência salvadora. Um sermão poderoso feito do
púlpito pode atingir a mente, mas um pouco de imprudência da parte do pastor
fora do púlpito, a falta de seriedade e de verdadeira piedade na conversação
neutralizará sua influência e desfará as boas impressões feitas por ele. Os
conversos serão seus; em muitos casos eles buscarão não subir mais alto do que
o pregador. Não haverá neles uma obra completa no coração. Não são
convertidos a Deus. A obra é superficial e sua influência será danosa àqueles que
realmente estão buscando o Senhor.
O sucesso de um pastor depende muito de seu comportamento fora do
púlpito. Quando ele termina de pregar e desce do púlpito, seu trabalho não está
terminado; está apenas se iniciando. Ele deve pôr em prática o que pregou. Não
deve agir imprudentemente, mas vigiar a si mesmo, a fim de nada fazer e dizer
que dê vantagens ao inimigo e traga vergonha para a causa de Cristo (T1, p.
380).
Pedro é um exemplo de alguém que tropeçou, mas se levantou – Alguns
afirmam que, se uma pessoa tropeça e cai, não pode nunca mais ser restaurada à
posição anterior; mas o caso de Pedro contradiz isso. Antes da negação, Cristo
disse a ele: “Quando você se converter, fortaleça os seus irmãos” (Lc 22:32).
Confiando à administração dele as pessoas por quem dera a vida, Cristo conferiu
a Pedro a mais forte evidência de confiar em sua restauração. Ele foi incumbido
de apascentar não só as ovelhas, mas também os cordeiros, uma obra mais ampla
e delicada do que a que lhe fora indicada até ali. Ele não só devia apresentar a
Palavra da Vida a outros, mas devia ser um pastor do rebanho (CBA5, p. 1.289).
O Senhor nos prova para ver se lidaremos corretamente com o pecado
de um líder – Sinto-me perturbada em relação ao pastor H. Ele não me escreve e
sinto uma dor profunda por ele. Às vezes, me parece que o Senhor nos está
provando, para ver se vamos lidar corretamente com o pecado de um de nossos
homens ilustres (CSx, p. 185).
ÉTICA COM OS COLEGAS PASTORES
Os ministros de Cristo devem ser unidos – Os ministros de Cristo devem
ser unidos num só coração e mente. Devem se aconselhar uns com os outros.
Ninguém deve exigir de seus irmãos que trabalhem seguindo exatamente seu
plano, mas cada um deve conservar sua individualidade e todos devem trabalhar
pelo bem dos outros, considerando seus irmãos superiores a si mesmos.
É obra de Satanás despertar inveja e ciúme, alienar o afeto, enfraquecer a
confiança e produzir desconfiança e suspeita. Tudo isso compromete a unidade
da fé na intercessão a Deus pelos fracos e desalentados, pela graça de Cristo e
pela conversão dos pecadores, afastando assim a bênção que poderia ser nossa
(RH, 10 de julho de 1883). 57
Os ministros que parecem ser amáveis, mas abusam da reputação de
seus irmãos são especialmente perigosos – A desculpa a ele atribuída é: “O
irmão D é um bom homem. É um modelo de amabilidade e bondade, um
legítimo colaborador em qualquer lugar.” Esse irmão possui excelentes traços de
caráter. Não tem grande capacidade como pregador, mas pode tornar-se um
diligente e fiel obreiro. O inimigo se aproveitou da alta estima que esse irmão
tem de si mesmo. Se ele não tivesse se julgado maior do que realmente é, nunca
teria se atrevido a atingir a reputação de seus irmãos como o fez.
Por sua liberdade em coletar e divulgar falsas informações, ele se interpôs
entre o povo e a mensagem que Deus deu a Seus ministros para apresentar, a fim
de prepará-los para estar em pé no dia do Senhor. Suas boas qualidades
tornaram-no mais perigoso ainda, pois concederam-lhe influência. O povo pensa
que o que ele diz deve ser verdade. Se ele fosse um sujeito imoral ou briguento,
não teria sido bem-sucedido na conquista da confiança de tantos (T5, p. 289).
Nunca falem desdenhosamente dos pastores, não importa sua origem –
Nossos pastores que ocupam cargos de responsabilidade são homens aceitos por
Deus. Não importa sua origem, sua posição anterior, se andaram atrás do arado,
se usaram os instrumentos de carpinteiro ou desfrutaram as vantagens de uma
faculdade. Se Deus os aceitou, tomem cuidado ao lançar sobre eles a mais leve
crítica. Não falem nunca com desdém de alguma pessoa, pois ela pode ser
grande aos olhos do Senhor, ao passo que aqueles que se sentem grandes talvez
sejam pouco estimados por Deus devido à perversidade de seu coração. Nossa
única segurança está em prostrar-nos junto à cruz, ser pequenos aos nossos olhos
e confiar em Deus, pois só Ele tem poder para nos tornar grandes (T4, p. 607,
608).
Não copie os outros. Deus lhe deu suas próprias habilidades – Nunca foi
desígnio de Deus que o juízo e os planos de um homem fossem considerados
supremos. Ele diz: “Vocês são cooperadores com Deus.” Que ninguém se
dedique a reprimir ou desanimar. Que não busque colocar sua armadura no
irmão, pois ele não a experimentou. [...] E os pastores nunca devem copiar os
gestos, hábitos, atitudes, expressões e entonações de voz de qualquer pessoa.
Não se devem tornar sombra de homem algum, em pensamento, ideias, ou no
planejamento e na execução do grande todo. Se Deus lhes fez pastores do
rebanho, deu-lhes qualificação para essa obra (Ev, p. 685).
Em vez de repreender, peça aos ministros que corrijam seu erro – Siga
as instruções da Palavra de Deus ao tratar com seus irmãos pastores. Paulo diz:
“Não repreenda asperamente o homem idoso, mas exorte-o como se ele fosse
seu pai; trate os jovens como a irmãos” (1Tm 5:1). Poderá haver oportunidade de
falar de seus erros àqueles que estão há muito tempo no ministério, mas que isso
seja feito como pedido e não como repreensão.
Os ministros jovens devem ser tratados como irmãos, e que Deus nos ajude
a auxiliar uns aos outros. Precisamos ter uma ligação viva 58 com Deus.
Precisamos ser revestidos de poder do alto mediante o batismo do Espírito
Santo, para alcançar um padrão mais elevado, pois não há ajuda para nós de
nenhuma outra forma (RH, 5 de abril de 1892).
As Associações não devem descuidar dos ministros idosos – Se eu vir os
que se encontram em posições de confiança negligenciando os pastores idosos,
cumpre-me apresentar o assunto àqueles cujo dever é deles cuidar. Pastores que
fizeram fielmente sua obra não devem ser esquecidos ou negligenciados ao se
tornarem débeis na saúde. Nossas Associações não devem menosprezar as
necessidades dos que levaram os encargos da obra. Foi depois de João haver
envelhecido no serviço do Senhor que foi exilado para Patmos. E naquela ilha
solitária recebeu ele mais comunicações do Céu do que havia recebido durante
toda a sua vida anterior (ME1, p. 33, 34).
Não se deve transigir com aqueles que apostataram, mas tratá-los com
bondade – Não devemos estender os braços aos homens que são obras-primas
de Satanás para fazerem sua vontade, como os opositores no acampamento de
Adelaide. A verdade precisa ser proclamada com admoestações que façam os
corações tremerem em contrição diante de Deus. O testemunho claro e
penetrante precisa ser dado. [...] Não transijam com aqueles que apostataram,
mas os tratem bondosamente, não dando motivo para que falem mal de nós
(MR9, p. 363).
Mantenha restritos os erros dos pastores ao menor grupo possível –
Muitas vezes há necessidade de repreender claramente o pecado e reprovar o
erro. Mas os pastores que trabalham pela salvação de seus semelhantes não
devem ser intolerantes para com os erros uns dos outros, nem salientar os
defeitos existentes em suas organizações. Não devem expor ou reprovar suas
fraquezas.
Devem verificar se esse procedimento da parte de outro para com eles
produziria o efeito desejado. Isso aumentaria seu amor para com aquele que lhes
enfatizassem as faltas, e promoveria sua confiança nele? Especialmente os erros
dos pastores empenhados na obra de Deus devem ser conservados dentro do
menor círculo possível, pois há muitas pessoas fracas que disso se prevalecerão,
caso saibam que aqueles que ministram na palavra e na doutrina têm fraquezas
como os outros homens.
É muito cruel as faltas de um pastor serem expostas a descrentes, caso seja
ele considerado digno de trabalhar futuramente pela salvação de pessoas. Não há
nada de bom em assim o expor, mas somente o mal. O Senhor Se desagrada com
essa atitude, pois ela destrói a confiança do povo naqueles que Ele aceita para
levarem avante Sua obra.
O caráter de todo cooperador deve ser zelosamente protegido pelos irmãos
de ministério. Disse Deus: “Não toquem nos Meus ungidos; não maltratem os
Meus profetas” (Sl 105:15). Devemos nutrir amor e confiança. Essa falta de
amor e confiança de um pastor para com outro não aumenta a felicidade daquele
que é nisso deficiente, mas, ao tornar seu irmão infeliz, 59 ele próprio também
fica. Há maior poder no amor do que jamais se encontrou na censura. O amor
abrirá caminho por entre barreiras, ao passo que a censura fechará todo acesso ao
coração (T3, p. 93, 94).
ÉTICA COM O SEXO OPOSTO
Obtenha força moral dizendo: “Não desonrarei meu Redentor” – Você
me pergunta se deve se submeter a uma confissão pública. Respondo-lhe que
não. Não desonre o Mestre ao tornar público o fato de que alguém que
ministrava a Palavra foi encontrado culpado de pecados tais como os que você
praticou. Isso seria uma desgraça para o ministério. Não dê publicidade a esse
assunto por nenhum meio. Seria uma injustiça para com toda a causa de Deus.
Criaria pensamentos impuros na mente de muitos o simples fato de ouvir essas
coisas sendo repetidas. Nem mesmo contamine os lábios comunicando essas
coisas a sua esposa, pois isso a faria se envergonhar e baixar a cabeça em
tristeza.
Dirija-se a Deus e aos irmãos que conhecem esse terrível capítulo de sua
vida e diga a eles o que precisa ser dito; então, que orações sejam elevadas ao
Céu em seu favor. Cultive a sobriedade. Ande cuidadosamente e com oração
diante de Deus. Obtenha força moral ao dizer: “Não desonrarei meu Redentor”
(CSx, p. 128).
A religião prática leva seu possuidor a controlar suas afeições – Você
pode inteligentemente crer na verdade, mas a obra está ainda diante de você para
colocar todo ato de sua vida e toda emoção de seu coração em harmonia com sua
fé. A oração de Cristo por Seus discípulos pouco antes de Sua crucifixão foi:
“Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (Jo 17:17).
A influência da verdade não deve afetar meramente o entendimento, mas o
coração e a vida. A religião genuína, prática, levará seu possuidor a controlar
suas emoções (T4, p. 371, 372).
Pecado é pecado mesmo quando o sedutor é um pastor – Se as irmãs
fossem nobres e possuíssem pureza de coração, qualquer tentativa de
aproximação corrupta, mesmo de seu pastor, seria repelida com tal firmeza que
jamais precisaria repetir-se. As mentes devem estar terrivelmente obscurecidas
por Satanás, quando dão ouvidos à voz do sedutor pelo fato de ser ele pastor e
transgridem, dessa forma, os claros e inegáveis mandamentos de Deus, e se
gabam de que não cometem pecado algum. Não temos nós as palavras de João:
“Aquele que diz: ‘Eu O conheço’, mas não obedece aos Seus mandamentos, é
mentiroso, e a verdade não está nele” (1Jo 2:4). O que diz o mandamento? “Não
adulterarás” (Êx 20:14).
Quando um homem que diz guardar a santa lei de Deus, ministrando coisas
sagradas, tira vantagem da confiança que sua posição lhe confere e procura
condescender com desejos imorais, esse fato deveria ser suficiente para uma
mulher cristã ver que, embora a religião desse homem seja tão elevada quanto o
Céu, uma proposta impura da parte dele, na realidade, originou-se de Satanás
disfarçado em anjo de luz. Não posso crer que a Palavra de Deus habite no 60
coração daqueles que tão prontamente depõem sua inocência e virtude sobre o
altar dos desejos carnais (T2, 457, 458).
Nunca se aproveite da confiança que as pessoas depositam em você –
Quando pastores dessa forma se prevalecem da confiança que o povo neles
deposita, e levam pessoas à ruína, fazem-se mais culpados do que o pecador
comum, assim como é mais alta sua profissão de fé. No dia de Deus, quando se
abrir o grande livro do Céu, se verá que contém nomes de muitos pastores que
fizeram profissão de pureza de coração e vida, alegando ter-lhes sido confiado o
evangelho de Cristo, mas que se aproveitaram de sua posição para induzir
pessoas a transgredirem a lei de Deus (T5, p. 143).
O cuidado das almas não deve ser confiado aos ministros que têm
transgredido o sétimo mandamento – Não vejo verdadeiro motivo de
esperança para com aqueles que têm permanecido como pastores do rebanho e
que, por anos, têm sido suportados pelo misericordioso Deus – o qual os segue
com reprovações, advertências e súplicas –, mas que têm escondido seus maus
caminhos e neles continuado desafiando as leis do Deus do Céu pela prática da
fornicação. Podemos deixá-los desenvolver sua salvação com temor e tremor,
depois que tudo se tiver feito para os reformar; mas em caso algum lhes confiem
o cuidado de almas. Falsos pastores! Será possível que os homens que por longo
tempo se têm empregado nessa obra corrompam seus caminhos diante de Deus
depois de ter grande experiência e luz especial? (TM, p. 428). 61
10
Aparência pessoal

O vestuário do obreiro não é algo insignificante – Nossas palavras, ações


e nossa roupa são pregadores vivos todos os dias, juntando com Cristo ou
espalhando. Isso não é algo insignificante para ser passado por alto sem
seriedade. A questão do vestuário exige séria reflexão e muita oração. Muitos
incrédulos sentiram que não estavam procedendo bem em se permitirem ser
escravos da moda; mas, quando veem alguns que fazem elevada profissão
religiosa vestindo-se da mesma maneira que os mundanos, tendo prazer em estar
na companhia de pessoas frívolas, entendem que não pode haver mal nessas
coisas (T4, p. 641).
O santuário mostra que Deus tem Suas preferências em relação ao
vestuário dos que ministram para Ele – Não deve haver nenhum desleixo. Por
amor de Cristo, de quem somos testemunhas, devemos apresentar a melhor
aparência possível. No serviço do tabernáculo, Deus especificou cada detalhe
quanto ao vestuário dos que deviam oficiar perante Ele. Com isso, Ele nos
ensinou que tem Suas preferências também quanto à roupa dos que O servem.
Prescrições minuciosas foram por Ele dadas em relação à roupa de Arão,
por ter sido simbólica. Do mesmo modo, as roupas dos seguidores de Cristo
devem ser simbólicas, pois devemos representar a Cristo em tudo. O nosso
exterior deve caracterizar-se em todos os aspectos pelo asseio, modéstia e
pureza. Porém, o que a Palavra de Deus não aprova são as mudanças no
vestuário pelo mero amor da moda, a fim de nos conformarmos com o mundo.
Os cristãos não devem enfeitar o corpo com vestes e adornos caros (Ev, p. 268,
269).
A APARÊNCIA DO PASTOR
No púlpito ou fora dele, sua aparência é importante – A obra na qual
estamos empenhados é um trabalho responsável e elevado. Aqueles que pregam
e ensinam a Palavra deveriam ser modelo de boas obras, exemplo em santidade,
asseio e ordem. A aparência do servo de Deus, dentro e fora do púlpito, deve ser
a de um pregador ativo. Ele pode realizar muito mais por seu piedoso exemplo
do que meramente pregando do púlpito, enquanto sua influência fora dele não
for digna de imitação. 62 Os que trabalham nessa causa estão levando ao mundo a
mais elevada verdade já dada a mortais (T1, p. 446).
Seu vestuário é uma pregação às pessoas – O cuidado no vestuário é um
item importante. Tem havido deficiência nesse sentido da parte dos pastores que
creem na verdade presente. A roupa de alguns tem sido até mesmo desalinhada.
Não somente tem havido falta de bom gosto e ordem em escolher o vestuário de
maneira que fique bem na pessoa, e de cor conveniente e adequada a um
ministro de Cristo, mas o traje de alguns tem sido até desleixado.
Alguns pastores usam colete de cor clara, ao passo que as calças são
escuras, ou um colete escuro e calças claras, sem bom gosto ou adequada
combinação do vestuário quando comparecem perante o povo. Estão pregando
essas coisas às pessoas. O pastor lhes dá um exemplo de ordem e põe diante
delas a ideia de capricho e bom gosto em seu traje, ou lhes dá lições de desleixo
e falta de bom gosto, que elas estarão em perigo de seguir (T2, p. 610).
O pastor negligente em seu traje ofende os que têm bom gosto – O
pastor que é negligente em seu traje frequentemente ofende os que têm bom
gosto e sensibilidades aprimoradas. Aqueles que estão em falta em relação a isso
devem corrigir seus erros e ser mais cuidadosos A perda de algumas almas será
no fim das contas atribuída ao desleixo do pastor.
A primeira apresentação influiu desfavoravelmente nas pessoas porque não
podiam de modo algum ligar a sua aparência com as verdades que ele
apresentava. Seu vestuário depunha contra ele; e a impressão dada era que o
povo ao qual ele representava constituía um grupo descuidado que não se
importava com o seu vestuário, e os seus ouvintes não queriam ter nada que ver
com esse tipo de pessoa (ME3, p. 251).
O vestuário impróprio pode destruir sua influência – Alguns que
ministram nas coisas sagradas vestem sua roupa de tal maneira sobre si que, pelo
menos até certo ponto, ela destrói a influência do seu trabalho. Há evidente falta
de bom gosto na cor e no esmero do corte. Qual é a impressão causada por essa
maneira de vestir? É que a obra na qual eles estão empenhados não é
considerada mais sagrada ou elevada do que o trabalho comum, como arar no
campo. O pastor, por seu exemplo, reduz as coisas sagradas ao mesmo nível das
coisas comuns. A influência de tais pregadores não é agradável a Deus (ME3, p.
251).
A negligência do corpo não é a humildade que tem o sabor do Céu –
Mas essa humildade voluntária, essa veneração da vontade e negligência do
corpo, não é a humildade que tem características do Céu. A humildade se
caracterizará em fazer com que as ações e o traje de todos os que pregam a santa
verdade de Deus sejam corretos e perfeitamente apropriados, de modo que todo
item relacionado conosco recomende nossa santa religião. O próprio vestuário
será uma recomendação da verdade para os descrentes. Será um sermão em si
mesmo (ME3, p. 251). 63
Cultive a cortesia e uma suave dignidade – O pastor deve lembrar que
sua atitude no púlpito, sua maneira de falar e seu vestuário produzem nos
ouvintes uma impressão favorável ou desfavorável. Devem cultivar a cortesia e a
fineza de maneiras, conduzindo-se com a suave dignidade própria de sua alta
vocação. Sua conduta deve se caracterizar por um quê de solenidade e piedosa
autoridade, aliado à mansidão. Vulgaridade e rudeza não são toleráveis no trato
comum da vida, e muito menos deverão ser permitidas na obra do ministério. A
atitude do pastor deve estar em harmonia com as santas verdades que ele
proclama. Suas palavras devem ser, em todos os sentidos, bem escolhidas (OE,
p. 172).
A APARÊNCIA DA FAMÍLIA
Evite a idolatria do vestuário. Deus deseja um caráter formoso, não
uma aparência ditada pela moda – Os pastores e suas esposas devem ser um
exemplo em desaprovar as exibições de moda em nossas irmãs que afirmam crer
na verdade. Elas devem vestir seus filhos de uma maneira que Deus aprove,
apresentando-os à igreja com simplicidade e modéstia no vestir. Deve-se ter
muito mais empenho em instruí-los para que desenvolvam um caráter belo e se
mantenham nos caminhos do Senhor, do que deixar que tenham uma aparência
ditada pela moda, seguindo o caminho dos sodomitas (Testimonies on the Case
of Elder E. P. Daniels, p. 16 – Ft 96).
A roupa deve ser simples, limpa, confortável e de bom material –
Nossos pastores e suas esposas devem ser o exemplo de simplicidade no
vestuário; devem vestir-se com correção, confortavelmente, usando bom
material, mas evitando qualquer coisa que se assemelhe à extravagância e
adornos, mesmo que não sejam caros; pois essas coisas testificam contra nós.
Devemos educar os jovens na simplicidade do vestuário, na singeleza e no
asseio. Sejam os adornos extras deixados fora mesmo que o custo seja irrisório
(TM, p. 180).
As mulheres que se apresentam em público não devem se sentir tão
pobres que não possam adquirir uma roupa adequada – Fannie, onde quer
que você vá, onde quer que esteja, deve cuidar para que as cores, o estilo e o
material de seus vestidos estejam em harmonia com sua idade e a fé que
professa. Lembre-se da observação que fiz ao pastor Olsen: quando estava em
Preston você carecia de roupa adequada e se sentia pobre demais para adquirir o
necessário. As observações que fez mostraram que você não me entendeu.
Espero ser entendida agora. Você necessita de roupa de baixo confortável, a
qual deve adquirir para poder ter boa saúde. Mas eu certamente não aprovo, em
todos os aspectos, seu estilo de se vestir. Fiquei muito triste e envergonhada
quando você se ergueu na plataforma diante da multidão, na tenda, com o seu
vestido leve e enorme. Não era apropriado para a ocasião.
O seu gosto no quesito do vestuário pode melhorar bastante; e espero que
não consulte a sua costureira, 64 e sim pessoas sensatas que não ficarão adulando
nem a enganarão quanto à roupa adequada que possa causar uma boa impressão
tanto na mente dos crentes como na dos descrentes. Nós, que professamos estar
na luz e que temos cargos importantes para instruir outros nas reuniões infantis,
precisamos nos vestir com extrema simplicidade, mas também com asseio e bom
gosto; não devemos deixar que alguém nos use como desculpa para seguir as
modas volúveis e mundanas desta época corrupta.
Os que se vestem segundo as prescrições bíblicas podem, com palavras
apropriadas, ajudar outros a alcançar um padrão adequado. Não venha me
perguntar como se vestir. Se nossas irmãs têm o Espírito de Deus habitando no
coração como um princípio vivo, em nenhum momento elas darão oportunidade
para que alguém se afaste dos conselhos de Deus, apontando o dedo para as
esposas dos pastores ou para as obreiras bíblicas. Tenha sempre vestidos de
tecido bom e durável, e de cores modestas, que sejam simples e sem adornos.
Você com certeza precisa melhorar sua maneira de vestir (Carta 7, 1894). 65
11
Finanças pessoais

Os que não conseguem administrar suas próprias finanças não são


aptos para o ministério – Ninguém pode ser desculpado por não ter capacidade
financeira. De muitos homens se pode dizer: Ele é bondoso, amável, generoso,
homem bom e cristão, mas não tem capacidade para administrar suas próprias
finanças. Quando se trata de gastar dinheiro, não passa de uma criança. Seus pais
não lhe ensinaram a compreender e praticar os princípios do sustento próprio.
Um homem assim não está habilitado a se tornar pastor (YI, 7 de fevereiro de
1901).
Recuse ocupar-se em algum negócio que possa impedi-lo de dedicar-se
inteiramente ao seu sagrado ofício – As energias do pastor são todas
necessárias para o seu elevado chamado. Suas melhores capacidades pertencem
a Deus. Ele não deve se envolver em especulações, ou em qualquer outro
negócio que o desvie de sua grande obra. “Nenhum soldado”, escreveu Paulo,
“se deixa envolver pelos negócios da vida civil, já que deseja agradar aquele que
o alistou” (2Tm 2:4). Assim o apóstolo deu ênfase à necessidade de o pastor se
consagrar sem reservas ao serviço do Mestre.
O pastor que está integralmente consagrado a Deus recusa empenhar-se em
negócios que poderiam impedi-lo de se dedicar por completo ao sagrado ofício.
Não procura riquezas nem honra terrestres; seu único propósito é falar a outros a
respeito do Salvador que Se entregou para levar aos seres humanos as riquezas
da vida eterna. Seu supremo desejo não é acumular tesouros neste mundo, mas
chamar a atenção dos indiferentes e desleais para as realidades eternas. Ele pode
ser convidado a empenhar-se em empreendimentos que prometam grandes
lucros mundanos, mas a tais tentações ele responde: “Que adianta ao homem
ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mc 8:36) (AA, p. 365, 366).
Não podemos nos envolver em nenhum outro negócio sem reduzir o
vigor e a força de nosso trabalho na causa de Deus – Hábitos errados reduzem
nossas sensibilidades físicas e mentais. Todo o vigor que podemos adquirir por
um correto estilo de vida, colocando-nos na melhor relação com a saúde e a vida,
deve ser dedicado totalmente à obra que o Senhor nos apontou. 66 Não podemos
dispor de nossas poucas e fracas energias para servir às mesas, ou misturar
comércio com o trabalho que Deus nos designou.
Cada capacidade do corpo e da mente é agora necessária. A obra de Deus
assim exige, e nenhum negócio independente pode ser executado à parte dessa
grande obra, sem despendermos tempo e energias físicas e mentais, reduzindo o
vigor e a força de nosso trabalho na causa de Deus. Os pastores que fazem assim
não dispõem de muito tempo para meditação e oração, e carecem daquela força e
clareza de mente que precisariam ter para entender os casos daqueles que
necessitam de ajuda, e estar preparados “a tempo e fora de tempo” (2Tm 4:2).
Uma palavra dita de modo apropriado e no devido tempo pode salvar
pobres, errantes, duvidosos e abatidos seres humanos. Paulo exortou a Timóteo:
“Seja diligente nessas coisas; dedique-se inteiramente a elas, para que todos
vejam o seu progresso” (1Tm 4:15) (T1, p. 470, 471).
Os ministros não devem obter riquezas através de especulação – Não
posso de maneira nenhuma emprestar minha influência para sugerir a você ou a
algum de meus irmãos que adquira riquezas através de especulação ou extorsão;
você não deve se unir aos que fazem isso. Os homens de real valor são
encontrados mais facilmente entre os que possuem pouco das coisas deste
mundo, e o que têm foi obtido por sua diligência, honestidade e economia, e não
por especulação. Os que são bem remunerados por seu trabalho não devem, se
fizerem economia, ser maltrapilhos ou estar à beira da miséria, ou oprimidos por
dívidas (Testimonies on the Case of Elder E. P. Daniels, p. 36 – Ft 96).
Não incentive os membros a se envolverem em negócios de especulação
– Deus me mostrou o caminho pecaminoso que o irmão está seguindo. Está
envolvido com negócios de mineração e imóveis e, como ministro credenciado
do evangelho, tem influenciado a mente dos seus irmãos e os persuadido a
investir seus recursos em imóveis e ações de empresas de mineração. Disse-lhes
que o investimento lhes traria grandes lucros, que triplicariam seu dinheiro, e
assim poderiam ajudar muito mais a obra. Retratou isso como uma boa
oportunidade que não queria que eles perdessem, e insistiu com eles para que
aproveitassem as vantagens que Deus havia colocado ao seu alcance. Com sua
capacidade de exagerar, você apresentou o assunto sob uma luz tal que
conseguiu enganar a muitos, e alguns perderam dinheiro que poderia ter sido
empregado na causa de Deus (Testimonies on the Case of Elder E. P. Daniels, p.
71 – Ft 96).
Não venda mercadorias aos irmãos com objetivo de lucro pessoal – Um
tremendo erro tem sido cometido por alguns que professam a verdade presente,
ao misturarem atividades comerciais durante as séries de reuniões, fazendo com
que a mente das pessoas se distraia do verdadeiro objetivo. Se Cristo estivesse
agora na Terra, mandaria embora esses vendedores e comerciantes, quer fossem
pastores ou povo, com açoite de pequenas cordas como fez antigamente, quando
entrou no templo e “expulsou todos os que ali estavam comprando e vendendo.
Derrubou as 67 mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas, e
lhes disse: ‘Está escrito: ‘A Minha casa será chamada casa de oração, mas vocês
estão fazendo dela um ‘covil de ladrões’’’” (Mt 21:12, 13). Esses negociantes
poderiam ter se justificado dizendo que os artigos que vendiam eram para as
ofertas sacrificais. Mas seu objetivo era ganhar dinheiro, obter meios e acumulá-
los (T1, p. 471, 472).
É sacrilégio pegar dinheiro da tesouraria de Deus para uso próprio –
Aquilo que foi colocado à parte, segundo as Escrituras, como pertencente ao
Senhor, constitui a renda do evangelho e já não nos pertence. Devemos
considerá-la como inteiramente do Senhor. O homem que tira da tesouraria de
Deus algum dinheiro para si mesmo ou para outros em seus negócios seculares
comete nada menos que um sacrilégio. Alguns ministros têm cometido o erro de
tirar do altar de Deus o que Lhe havia sido dedicado especialmente. Eles devem
considerar essa questão sob uma perspectiva adequada.
Ninguém que se ache em dificuldades financeiras deve pegar dinheiro
consagrado a propósitos religiosos para empregá-lo em seu próprio benefício,
acalmando a consciência, dizendo que o devolverá dentro de algum tempo. É
melhor adequar os gastos aos rendimentos, restringir as necessidades e viver
dentro do orçamento do que usar o dinheiro do Senhor para propósitos seculares.
Esse assunto não é considerado como deveria. Sob nenhum pretexto, se deve
usar o dinheiro que se entrega à tesouraria de Deus para o benefício de alguém
em questões temporais. Ele deve ser guardado para o objetivo para o qual foi
dado (RH, 23 de maio de 1893).
A recompensa virá quando a obra estiver feita – Um pastor fiel não
levará em conta a própria tranquilidade e conveniência, mas trabalhará pelo
interesse das ovelhas. Nessa grande obra, esquecerá de si mesmo; em sua busca
à ovelha perdida, não se dará conta de que ele mesmo está cansado, com frio e
faminto. Tem em vista apenas um objetivo: salvar a ovelha perdida custe-lhe o
que custar. Seu salário não terá influência sobre seu trabalho nem o desviará do
dever. Ele recebeu sua comissão da Majestade do Céu e aguarda a recompensa
quando a obra que lhe foi confiada estiver feita (T2, p. 341). 68
12
A saúde do pastor
ESTRESSE
O pastorado é um trabalho exaustivo – Se, durante seus momentos de
folga, um pastor se empenha em trabalho no pomar ou na horta, deduzirá ele
esse tempo de seu salário? 69 Certamente não, da mesma maneira que ele não
inclui o tempo quando chamado para trabalhar horas extras em obra ministerial.
Alguns pastores gastam muitas horas em aparente lazer, e é justo que
descansem quando lhes é possível, pois o organismo não pode resistir à rigorosa
tensão, caso não haja tempo para relaxar. Existem horas do dia que exigem sério
esforço, pelas quais o pastor não recebe pagamento extra. E se ele acha bom
picar lenha algumas horas por dia, ou trabalhar no jardim, isto lhe é um
privilégio tanto quanto pregar. O pastor não pode estar sempre pregando e
visitando, pois isto é obra exaustiva (Ev, p. 660).
Repouso pode ser a solução para depressão mental – Você deve
trabalhar com cautela e observar períodos de descanso. Assim procedendo, reterá
seu vigor físico e mental e tornará seu trabalho muito mais eficiente.
Irmão F, você é um homem nervoso e age muito por impulso. A depressão
mental influencia demais seu trabalho. Em certas ocasiões, você sente
necessidade de liberdade e pensa que é porque outros estão em trevas ou em
erro, ou que existe algo que você não sabe bem o que é. Então, faz um
movimento em algum lugar e contra alguém, e isso pode causar grande mal. Se,
quando nesse estado de inquietação e nervosismo, você aquietasse e repousasse,
calmamente esperando em Deus e questionasse se o mal não está em você
mesmo, deixaria de ferir o próprio coração e a preciosa causa de Deus (T1, p.
622).
Deve-se tomar providência para cuidar dos ministros que por excesso
de trabalho adoeceram – Deve-se tomar alguma providência quanto ao cuidado
para com os pastores e outros fiéis servos de Deus que, devido a se exporem ou a
trabalharem em excesso em Sua causa, adoeceram e necessitam de repouso e
restauração, ou que, devido à idade e à perda de saúde, não são mais capazes de
levar encargos e suportar o calor do dia.
Os pastores são muitas vezes designados para um campo de trabalho que
70
eles sabem que lhes será prejudicial à saúde; mas, não querendo recuar diante
de lugares difíceis, arriscam-se, esperando ser um auxílio e uma bênção para o
povo. Depois de algum tempo verificam que sua saúde decai. Experimenta-se
uma mudança de clima e de trabalho, sem produzir benefício; e então, o que eles
farão? (OE, p. 426).
EXERCÍCIO
O exercício renova o corpo e possibilita mais trabalho pastoral – Todo o
organismo necessita da revigoradora influência do exercício ao ar livre. Poucas
horas de trabalho braçal cada dia concorrem para renovar o vigor físico e fazer
repousar e relaxar a mente. Por este meio, a saúde em geral poderá ser
promovida e uma maior soma de trabalho pastoral realizada. O constante ler e
escrever de muitos ministros os incapacita para o trabalho pastoral (CS, p. 193).
Os ministros não devem agir como se a atividade física diminuísse sua
dignidade – Minha querida irmã, falo-lhe com franqueza, pois não ouso fazê-lo
de outro modo. Rogo-lhe que assuma as responsabilidades da vida em lugar de
evitá-las. Ajude seu marido, ajudando a si mesma. A opinião que ambos
defendem sobre a dignidade que o pastor deve manter não está de acordo com o
exemplo de nosso Senhor.
O ministro de Cristo deve possuir sobriedade, mansidão, amor,
longanimidade, paciência, piedade e educação. Deve ser ponderado, elevado no
pensamento e na conversação e de comportamento irrepreensível. Essa é a
dignidade evangélica. Mas, se um pastor visita uma família onde pode servir a si
mesmo, deve agir assim por todos os meios e, por seu exemplo, estimular a
atividade através do trabalho físico, quando não tem uma multiplicidade de
outros deveres e responsabilidades.
Ele não será diminuído em sua dignidade e se relacionará melhor com
saúde e vida, ao empenhar-se em trabalho útil. A circulação do sangue será mais
uniforme e equilibrada. O trabalho físico, diferentemente do mental, desviará o
sangue do cérebro. É essencial que seu marido faça mais trabalho físico para
aliviar o cérebro. A digestão será estimulada pelo exercício físico. Se ele gastar
uma parte de cada dia em exercício físico, quando não obrigado por esforços
cansativos de uma série de reuniões, isso lhe será um grande benefício e não
prejudicará sua dignidade ministerial. Esse exemplo estará de acordo com o de
nosso divino Mestre (T2, p. 568, 569).
O trabalho físico é uma bênção, mas empregar tempo demais nele
rouba a Deus do serviço que Ele deles requer – O irmão D é ativo e disposto
tanto para agir como para assumir responsabilidades que não estão relacionadas
ao seu chamado, e tem a mente e o tempo muito absorvidos por coisas
temporais. Alguns pastores mantêm uma certa dignidade que não está de acordo
com a vida de Cristo e não estão dispostos a se tornar úteis, empenhando-se em
trabalho físico, como a ocasião pode exigir, para abrandar as cargas daqueles de
quem recebem hospitalidade 71, e aliviá-los de cuidados.
A atividade física seria para eles uma bênção real, em vez de prejuízo.
Ajudando a outros, beneficiariam a si mesmos. Mas alguns vão ao extremo
oposto. Quando seu tempo e energias são totalmente requeridos na causa de
Deus, estão dispostos a se empenhar no trabalho e se tornarem servos de todos,
mesmo nas coisas seculares. Eles realmente roubam a Deus do serviço que Ele
deles requer. Assim, assuntos triviais tomam o precioso tempo que deveria ser
dedicado aos interesses da causa de Deus (T2, p. 643).
DIETA
Comida demais e pouco exercício enfraquecem as faculdades mentais e
morais – Alguns de nossos pastores comem demais, e depois não se exercitam
suficientemente para eliminar os resíduos que acumulam no organismo. Comem
e depois passam a maior parte do tempo sentados, lendo, estudando ou
escrevendo, quando uma porção de seu tempo deve ser dedicada a esforço físico
sistemático.
Nossos pregadores com certeza perderão a saúde, a menos que sejam
cuidadosos para não sobrecarregar o estômago com quantidade excessiva de
alimento, ainda que saudável. Vi que vocês, irmão e irmã A, estavam ambos em
perigo nesse ponto. O excesso no comer impede a livre corrente de pensamentos
e palavras, e aquela intensidade de sentimento que é tão necessária, a fim de
gravar a verdade no coração do ouvinte.
A condescendência com o apetite obscurece e trava a mente, e embota as
emoções santas do coração. As habilidades mentais e morais de alguns de nossos
pregadores são enfraquecidas pelo comer incorreto e a falta de exercício físico.
Aqueles que têm desejo de grandes quantidades de alimento não devem
satisfazer o apetite, mas devem praticar domínio próprio e reter as bênçãos de
músculos ativos e cérebro não sobrecarregado. O excesso no comer entorpece
todo o ser, desviando as energias de outros órgãos para fazer o trabalho do
estômago (T3, p. 310).
Substitua os alimentos cárneos por frutas e cereais em quantidades
adequadas – Como mensageiros de Deus, não daremos um testemunho
categórico contra a complacência de um apetite pervertido? Os que dizem ser
ministros do evangelho, que proclamam a mais solene verdade jamais dada aos
mortais, farão de seu estômago uma fossa? Deus providenciou abundância de
frutas e cereais, que podem ser saudavelmente preparados e utilizados em
quantidades adequadas. Por que, então, o homem continua escolhendo alimentos
cárneos? Podemos nós ter confiança nos ministros que se sentam à mesa para
comer carne com os outros? (PUR, 9 de outubro de 1902).
REFORMA DE SAÚDE
Os pregadores devem ensinar a reforma de saúde, mas não devem
fazer dela o seu tema principal – A reforma de saúde está intimamente ligada
com a mensagem do terceiro anjo, mas não constitui a mensagem em si. Nossos
pregadores devem ensinar 72 a reforma de saúde, mas não devem fazer dela o seu
tema principal, em lugar da mensagem. Seu lugar está entre os temas que
indicam o trabalho de preparação para enfrentar os acontecimentos assinalados
pela mensagem; entre eles ocupa uma posição de destaque (RH, 7 de maio de
1914).
Alguns ministros manifestam pouco interesse na reforma de saúde
porque ela é contrária aos seus hábitos de condescendência própria – Por
que manifestam alguns de nossos irmãos pastores, tão pouco interesse na
reforma de saúde? É porque as instruções quanto à temperança em todas as
coisas estão em oposição à sua prática de autossatisfação. Em alguns lugares,
isso tem sido a grande pedra de tropeço no caminho para levarmos o povo a
pesquisar sobre a reforma de saúde, praticá-la e ensiná-la. Ninguém deve ser
separado como mestre do povo enquanto seu ensino ou exemplo contradiz o
testemunho que Deus deu a Seus servos para apresentar relativamente ao regime,
pois isso trará confusão. Sua desconsideração da reforma de saúde desqualifica-o
para se levantar como mensageiro do Senhor (CRA, p. 453, 454).
Ministros de rosto pálido causam um estigma que recai sobre a causa
da reforma de saúde – Por causa da imprudência no comer, os sentidos de
alguns parecem meio paralisados, e eles são apáticos e sonolentos. Esses
pastores de rosto pálido que estão sofrendo em consequência de tolerância
egoísta para com o apetite, não recomendam a reforma de saúde. Quando sofrem
em virtude de sobrecarga de trabalho, muito melhor seria dispensar
eventualmente uma refeição, dando assim oportunidade à natureza para se
refazer.
Nossos obreiros fariam pela reforma de saúde mais pelo exemplo do que
pregando-a. Quando amigos bem-intencionados fazem para eles alimentos muito
elaborados, eles ficam fortemente tentados a desrespeitar o princípio, mas,
recusando os pratos requintados, os fortes condimentos, chá e café, podem
demonstrar assim que são praticantes reformadores da saúde. Alguns estão
sofrendo agora em consequência da transgressão das leis da vida, deixando
assim um estigma sobre a causa da reforma de saúde (T4, p. 417).
EQUILÍBRIO ENTRE CORPO E MENTE
A mente pode ser exercitada com relativa segurança se as aptidões
físicas forem igualmente utilizadas – A mente não deve ser constantemente
sobrecarregada enquanto as aptidões físicas são negligenciadas. A ignorância da
fisiologia e o descuido em observar as leis de saúde têm levado para a sepultura
muitos que poderiam ter vivido para trabalhar e estudar inteligentemente. O
devido exercício da mente e do corpo desenvolverá e fortalecerá todas as
aptidões. Tanto a mente quanto o corpo serão preservados, e serão capazes de
realizar diversas tarefas. Os ministros e mestres precisam aprender com respeito
a essas coisas, bem como praticá-las.
O devido uso da força física, assim como das capacidades mentais,
equilibrará a circulação do sangue e manterá cada órgão da máquina viva em
boas condições de funcionamento. A mente é frequentemente sobrecarregada; é
conduzida à loucura por seguir uma única linha de pensamento; o emprego
excessivo da 73 capacidade do cérebro e o descuido dos órgãos físicos criam uma
condição doentia no organismo. Cada faculdade mental pode ser exercitada com
relativa segurança se as aptidões físicas forem igualmente utilizadas e a linha de
pensamento for variada. Precisamos variar de ocupação, e a natureza é um
mestre vivo e saudável (LS, p. 353, 354). 74
13
As mulheres como ganhadoras de almas
75
Separar mulheres para o trabalho da igreja – As mulheres que
estiverem dispostas a consagrar parte de seu tempo ao serviço do Senhor devem
ser nomeadas para visitar os doentes, cuidar dos jovens, e atender às
necessidades dos pobres. Elas devem ser separadas para esse trabalho através de
oração e imposição de mãos. Em alguns casos, precisarão ser aconselhadas pelos
líderes da igreja ou pelo ministro, mas, se forem mulheres dedicadas, que
mantêm um relacionamento vivo com Deus, serão um poder para o bem na
igreja. Esse é outro meio para o fortalecimento e a edificação da igreja.
Precisamos ampliar mais nossos métodos de trabalho. Ninguém deve ficar
de braços cruzados, nenhuma alma desencorajada, nenhuma voz silenciada;
deixem que cada indivíduo trabalhe, em particular ou em público, para ajudar no
progresso desta obra grandiosa. Coloquem responsabilidades sobre homens e
mulheres da igreja, para que possam se desenvolver através da prática, e assim
se tornar instrumentos eficientes nas mãos do Senhor para o esclarecimento
daqueles que se acham em trevas (RH, 9 de julho de 1895).
Sigam o exemplo de Cristo e de Paulo ao colocarem mulheres para
trabalhar – As mulheres que têm a obra de Deus no coração podem realizar um
bom trabalho nos bairros onde moram. Cristo fala de mulheres que O ajudaram a
apresentar a verdade a outros, e Paulo também menciona mulheres que
trabalharam com ele no evangelho. Mas quão limitado é o trabalho realizado por
aqueles que poderiam fazer uma grande obra, se quisessem! Há famílias que
dispõem de recursos que poderiam usar para a glória de Deus, se viajassem para
terras distantes a fim de fazer sua luz brilhar em boas obras para aqueles que
precisam de ajuda. Por que os homens e as mulheres não se envolvem em
trabalho missionário, seguindo o exemplo de Cristo? (RH, 21 de julho de 1896).
As mulheres devem empenhar-se em ministrar – Devia haver certamente
maior número de mulheres empenhadas na obra de ministrar à humanidade
sofredora, erguendo, educando em crer – simplesmente crer – em Jesus Cristo
nosso Salvador (Ev, p. 465).
As mulheres devem ajudar a levar a verdade – Deus quer obreiros que
possam levar a verdade a todas as classes sociais, altas e baixas, ricas e pobres.
Nesse trabalho, as mulheres podem desempenhar uma parte importante. Deus
permita que os que leem estas palavras possam empenhar 76 todos os esforços
para abrir as portas para que mulheres consagradas possam entrar no campo
(MR5, p. 162).
Necessitam-se mulheres na obra de salvar almas – As mulheres podem
ser instrumentos de justiça, prestando um serviço santo. Foi Maria quem
primeiro pregou sobre o Cristo ressuscitado. Em cumprimento do plano divino, o
Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. [...] Os que se
envolverem com o Filho de Deus em Seu trabalho, independentemente de suas
aspirações, não poderão ter uma obra maior, mais santa do que esta. Se houvesse
vinte mulheres onde hoje há apenas uma, que fizessem desta santa missão sua
obra predileta, veríamos muito mais conversos para a verdade.
Necessita-se a influência refinadora e suavizadora das mulheres cristãs na
grande obra de pregar a verdade. O Senhor da vinha está dizendo a muitas
mulheres que nada estão fazendo agora: “Por que vocês estiveram aqui
[desocupadas] o dia todo?” (Mt 20:6). Se houver zelo e diligência contínua em
nossas irmãs que labutam para disseminar a verdade, elas terão êxito total e nos
surpreenderão com os resultados.
Com paciência e perseverança, o trabalho precisa ser realizado. [...]
Carecemos de atos de solidariedade e bondade, em ministrar de forma sagrada e
social aos necessitados, oprimidos e sofredores. Precisamos agora de mulheres
que possam trabalhar, que não sejam presunçosas, mas humildes de coração, que
trabalhem com a mansidão de Cristo, onde quer que encontrem trabalho a fazer
em favor da salvação de almas (RH, 2 de janeiro de 1879).
O CASAL TRABALHANDO JUNTO
Os cônjuges podem se unir no trabalho – Há mulheres que deveriam
trabalhar no ministério evangélico. Em muitos sentidos seriam mais úteis do que
os ministros que não visitam o rebanho de Deus. Marido e mulher podem se unir
nesse trabalho e devem fazê-lo sempre que possível. O caminho está aberto para
as mulheres consagradas (MR5, p. 325, 326).
O Senhor deseja ter os pastores e suas esposas unidos na obra – A obra
de Deus requer trabalho intenso, e o Senhor deseja ter os ministros e suas
esposas intimamente unidos nessa obra. O marido e a esposa podem se
harmonizar tão bem no trabalho, que a esposa será o complemento do marido.
O Senhor deseja que eles sejam unidos para ouvir Sua voz, para se
aproximarem mais e mais dEle, alimentando-se de Sua Palavra, e recebendo luz
e bênçãos para partilhar com os outros. Devem ter a liberdade necessária para
assistir aos congressos e outras reuniões gerais. E a esposa pode ser uma ajuda
constante ao marido nas visitas e em outros trabalhos pessoais. [...] As esposas
de muitos servos do Senhor têm se unido prazerosamente com seus maridos na
obra de salvar almas. Graças ao seu interesse altruísta no progresso da causa de
Deus, a esposa tem tornado o trabalho do marido muito mais completo (MR6, p.
43). 77
Sempre que possível, o pastor e a esposa devem trabalhar juntos –
Quando for possível, vão o pastor e a esposa juntos. A mulher pode muitas vezes
trabalhar ao lado do esposo, efetuando um nobre serviço. Ela pode visitar os
lares do povo e ajudar às senhoras nessas famílias, de uma forma que não é
possível ao marido (Ev, p. 491).
A esposa pode lidar com casos que estão fora do alcance do pastor – A
esposa do pastor pode fazer muito, se quiser. Se for dotada de espírito de
sacrifício, e tiver amor às almas, poderá fazer praticamente tanto bem quanto o
esposo. Uma irmã obreira na causa da verdade pode compreender e tratar,
especialmente entre as irmãs, certos casos que estão fora do alcance do pastor
(OE, p. 201, 202).
Se o pastor e a esposa puderem realizar visitações juntos, devem fazê-lo
– Mantenham-se sempre em busca de almas. Usem tato e habilidade quando em
visita às famílias. Orem com elas e por elas. Levem-lhes a verdade com grande
ternura e amor, e certamente virão compensações. Caso o pastor e sua esposa
possam se empenhar juntos nessa obra, devem fazê-lo (Ev, p. 437).
A REMUNERAÇÃO DAS ESPOSAS
Algumas esposas devem receber salário – Há esposas de ministros, como
as irmãs Starr, Haskell, Wilson e Robinson, que são obreiras de coração,
dedicadas, zelosas, que dão estudos bíblicos, oram com as famílias, e ajudam
com os seus esforços pessoais e são tão bem-sucedidas como seus maridos.
Essas mulheres dedicam tempo integral, e lhes dizem que não recebem
pagamento por seu trabalho porque seus maridos já recebem o salário. Eu lhes
digo que sigam em frente e que todas essas decisões serão mudadas. A Palavra
diz: “Digno é o obreiro do seu salário” (1Tm 5:18).
Quando uma decisão desse tipo for tomada, eu protestarei em nome do
Senhor. Sentirei que é meu dever criar um fundo do dinheiro dos meus dízimos
para pagar a estas mulheres que estão realizando um trabalho tão essencial como
o dos ministros, e separarei esse dízimo para a mesma linha de trabalho como a
dos ministros, buscando e pescando almas. Sei que as mulheres fiéis devem
receber salário proporcional ao dos ministros. Elas sentem responsabilidade
pelas almas, e não devem ser tratadas injustamente. Essas irmãs estão doando
seu tempo para educar os novos conversos e se pagam a si mesmas pelo trabalho
realizado, e pagam a quem trabalha para elas.
Todas essas coisas devem ser corrigidas e colocadas em ordem, e se deve
fazer justiça a todos. As revisoras de provas no escritório recebem seu salário,
dois dólares e meio a três dólares por semana. Já tive que pagar isso, e outros
também precisam pagar. Mas as esposas dos ministros, que desempenham uma
tremenda responsabilidade, dedicando tempo integral, nada recebem por seu
trabalho (MR12, p. 160, 161).
Às vezes cometemos injustiça ao não pagarmos às esposas competentes
– Têm-se feito por vezes injustiça a mulheres que trabalham tão 78
dedicadamente como seus maridos, e que são reconhecidas por Deus como
necessárias à obra do ministério. O plano de pagar os obreiros homens, e não
pagar suas esposas, as quais partilham de seus esforços, não é segundo a ordem
de Deus, e, caso seja seguido em nossas Associações, é capaz de desanimar a
nossas irmãs de se habilitarem para a obra em que se devem empenhar. Deus é
um Deus de justiça, e, se os pastores recebem pagamento por seu trabalho, as
esposas, que se consagram à obra com igual desprendimento, devem ser pagas
além do salário que os maridos recebem, mesmo que elas não o solicitem (OE, p.
452, 453).
A remuneração das mulheres deve ser proporcional ao tempo dedicado
ao trabalho – Tem-se cometido injustiça com mulheres que trabalham tão
dedicadamente como seus maridos, e que são reconhecidas por Deus como
necessárias à obra ministerial tanto quanto eles. O plano de pagar os obreiros
homens e não pagar a suas esposas, não é segundo a ordem de Deus. Tem-se
feito injustiça. Comete-se um erro. O Senhor não aprova tal plano, e, caso seja
seguido em nossas Associações, é capaz de desanimar a nossas irmãs de se
habilitarem para a obra em que se devem empenhar.
Comete-se um erro quando a responsabilidade do trabalho é deixada
inteiramente aos ministros. Esse plano foi certamente elaborado sem a aprovação
de Deus. Algumas mulheres estão agora ensinando moças a trabalhar com êxito
na visitação e dando estudos bíblicos. As mulheres que trabalham na causa de
Deus devem ser remuneradas em proporção ao tempo que dedicam ao trabalho.
Deus é um Deus de justiça, e se os ministros recebem pagamento por seu labor,
as esposas, que se consagram à obra com o mesmo desinteresse, devem ser
pagas além do ordenado que os maridos recebem, mesmo que elas não o
solicitem.
Quando um ministro dedicado e sua esposa se empenham na obra, eles
devem ser remunerados em proporção ao salário de dois obreiros distintos, para
que tenham os meios necessários para usar como acharem melhor na causa de
Deus. O Senhor derrama o Seu Espírito sobre ambos. Se o esposo morre,
deixando a esposa sozinha, ela estará capacitada para continuar o trabalho na
causa de Deus e receberá remuneração pelo trabalho que realizar (MR5, p. 323,
324).
As mulheres que trabalham com o evangelho devem receber salário –
Os adventistas do sétimo dia não devem, de forma alguma, diminuir a
importância da obra da mulher. Se esta confia seu serviço doméstico nas mãos
de uma auxiliar fiel e prudente, e deixa seus filhos em boa guarda ao passo que
se ocupa na obra, a Associação deve ter a sabedoria de compreender a justiça de
remunerá-la.
Mulheres ajudaram nosso Salvador unindo-se a Ele em Sua obra. [...] Se as
mulheres realizam um trabalho que não é o mais agradável para muitos dos que
trabalham na palavra e na doutrina, e se suas obras testificam que estão
cumprindo uma tarefa que tem sido claramente descuidada, não deveria essa
obra ser considerada tão rica em resultados como a obra dos ministros
ordenados? Não deveria isso ser motivo para empregar tais mulheres? Não
seriam elas defraudadas se não fossem pagas?
Esse 79 assunto não deve ser resolvido pelos homens. O Senhor já o
resolveu. Vocês devem cumprir seu dever com as mulheres que trabalham no
evangelho, cuja obra testifica que elas são indispensáveis para levar a verdade às
famílias. Sua obra é justamente a que deve ser feita. Em muitos aspectos, uma
mulher pode partilhar com suas irmãs um conhecimento que os homens não
podem. A causa sofreria uma grande perda sem esse tipo de trabalho. Repetidas
vezes, o Senhor me tem mostrado que as mulheres instrutoras são tão necessárias
para a obra para a qual Ele as designou, como os homens. Elas não devem se
sentir pressionadas por sentimentos e critérios de outros para depender de
doações para o seu salário, como também não o são os ministros (MR5, p. 324,
325).
O trabalho da esposa do pastor deve ser valorizado – O pastor é pago
por seu trabalho e isso é justo. E, se o Senhor dá à esposa, da mesma maneira
que ao marido, a responsabilidade da obra, e ela dedica seu tempo e suas
energias a visitar as famílias e expor-lhes as Escrituras, embora não lhe hajam
sido impostas as mãos da ordenação, ela está realizando uma obra que pertence
ao ramo do ministério. Deveria então seu trabalho ser considerado sem valor?
(OE, p. 452).
Deus tem uma missão para as mulheres – O Senhor tem uma obra para as
mulheres, bem como para os homens. Elas podem ocupar seus lugares na obra
do Senhor neste momento decisivo, e Ele operará por meio delas. Se estiverem
imbuídas do senso de seu dever, e trabalharem sob a influência do Espírito
Santo, terão justamente a serenidade necessária para este tempo. O Salvador
refletirá sobre essas mulheres abnegadas a luz de Seu rosto e lhes dará um poder
que excederá o dos homens. Elas podem realizar nas famílias um trabalho que os
homens não podem fazer, uma obra que atinge até a vida íntima. Podem se
aproximar do coração de pessoas às quais os homens não têm acesso. O trabalho
delas é necessário (RH, 26 de agosto de 1902). 80
14
Administração do tempo
81
O sucesso ou fracasso do ministro depende muito do uso que ele faz
do tempo – Alguns poderiam ter se tornado obreiros completos se tivessem feito
bom uso de seu tempo, sentindo que teriam contas a prestar a Deus por seus
momentos desperdiçados. Eles desagradaram ao Senhor porque não foram
dedicados. Autossatisfação, orgulho e apego egoísta à comodidade têm afastado
alguns do bem, impedindo-os de obter um conhecimento das Escrituras, que os
habilitaria plenamente à prática de boas obras. Alguns não reconhecem o valor
do tempo e perdem na cama as horas que poderiam ter sido empregadas no
estudo da Bíblia (T2, p. 499).
Levante cedo e economize seus momentos para estudar a Bíblia – Ao se
levantar cedo e economizar alguns momentos, os ministros podem encontrar
tempo para uma pesquisa profunda das Escrituras. Devem ser perseverantes e
não se distrair de seu objetivo, mas persistentemente empregar o tempo no
estudo da Palavra, trazendo em seu auxílio as verdades que outras mentes,
mediante intenso trabalho, proporcionaram a eles, e com empenhado e
perseverante esforço lhes prepararam para terem à sua disposição.
Há ministros que têm trabalhado durante anos, ensinando a verdade a
outros, enquanto eles próprios não estão familiarizados com os pontos fortes de
nossa doutrina. Suplico-lhes que abandonem sua ociosidade. É uma maldição
constante para eles. Deus requer que tornem frutífero cada momento com algo
benéfico para eles mesmos ou em favor de outros (RH, 12 de maio de 1885).
Levem um livro consigo – Os pastores devem dedicar tempo à leitura, ao
estudo, a meditar e orar. Devem enriquecer a mente com conhecimentos úteis,
aprendendo de cor trechos das Escrituras, traçando o cumprimento das profecias
e aprendendo as lições que Cristo deu a Seus discípulos. Levem um livro
consigo para ler enquanto viajam de trem, ou esperam na estação ferroviária.
Empreguem todo momento vago em fazer alguma coisa. Assim se fechará, a
milhares de tentações, uma porta eficaz (T4, p. 412).
Os ministros não devem gastar tempo demais com negócios, resolvendo
dificuldades na igreja ou em longas reuniões – A cada homem é dado seu
trabalho. Os que ingressam no ministério se empenham numa obra especial e 82
devem se dedicar à oração e à pregação da Palavra. Sua mente não deve ser
sobrecarregada com assuntos comerciais. Durante anos o Senhor tem estado a
me instruir, a fim de que eu advirta nossos irmãos do ministério contra o fato de
permitirem que sua mente fique preocupada com negócios, de maneira que não
disponham de tempo para comunhão com Deus e companheirismo com o
Espírito.
Um pastor não pode se manter na melhor condição espiritual enquanto é
chamado para resolver pequenas dificuldades nas várias igrejas. Este não é o
trabalho que lhe foi designado. Deus deseja usar cada uma das faculdades de
Seus escolhidos mensageiros. A mente deles não deve ficar cansada devido a
longas reuniões de comissões à noite, porque Deus deseja que todas as suas
energias mentais sejam empregadas na proclamação do evangelho, com clareza e
com ênfase, como é em Cristo Jesus (Ev, p. 91).
Não desperdicem tempo com os constantes murmuradores da igreja –
Os ministros de Cristo devem ocupar seu lugar, e não serem obstruídos no
trabalho que lhes cabe por esses agentes de Satanás. Haverá bastantes desses
para duvidar, torcer e criticar para manter os ministros de Deus constantemente
ocupados, caso eles se permitam ser detidos na grande obra de dar a última
salvadora mensagem de advertência ao mundo.
Caso a igreja não tenha força para se opor aos sentimentos profanos,
rebeldes dos murmuradores da igreja, melhor é deixar cair ao mar igreja e
murmuradores juntamente, do que perder a oportunidade de salvar centenas que
formariam igrejas melhores, e que possuem em si mesmas os elementos da força,
da união e do poder (Ev, p. 371).
Jesus organizava o Seu dia para poder ministrar à classe trabalhadora
à tardinha – Todo o dia ajudava os que a Ele vinham; à tardinha, atendia aos
que tinham que trabalhar durante o dia pelo sustento da família (Ev, p. 652).
Reserve tempo para a família – Os filhos dos pastores são, em certos
casos, os mais negligenciados do mundo, pela razão de que os pais estão com
eles apenas por pouco tempo, e ficam na liberdade de escolher suas ocupações e
entretenimentos (LA, p. 354).
Não ocupe tempo demais tratando de assuntos do lar – Alguns pastores
ficam muito tempo em casa, esgotam-se no sábado e então voltam e consomem
suas forças na lavoura ou no atendimento de assuntos do lar. Trabalham para si
mesmos durante a semana e consomem o restante de suas abatidas energias no
trabalho de Deus. Mas o Senhor não aceita esses débeis esforços. Eles ficam sem
energia mental ou física extra. No melhor dos casos, seus esforços são muito
fracos. Mas depois de se haverem absorvido e embaraçado o tempo todo com as
preocupações desta vida durante a semana, estão inteiramente inabilitados para a
nobre, sagrada e importante obra de Deus (T1, p. 471). 83
Relacionamentos pastorais

15
O relacionamento do pastor com sua família
O LAR
85
O verdadeiro caráter de um ministro se revela no lar – Não é tanto a
religião do púlpito quanto a da família que revela nosso verdadeiro caráter. A
esposa do pastor, seus filhos e os que estão empregados como auxiliares em sua
família são o juiz mais bem qualificado de sua vida religiosa. Um homem bom
será uma bênção a sua casa. Esposa, filhos e empregados serão o melhor para
sua religião (LA, p. 354).
O bem-estar espiritual de sua família vem em primeiro lugar – Nada
serve de desculpa para o pastor negligenciar o círculo familiar pelo mais amplo
círculo externo. O bem-estar espiritual de sua família vem em primeiro lugar. No
dia do ajuste de contas final, Deus há de perguntar o que fez ele para atrair para
Cristo aqueles que assumiu a responsabilidade de trazer ao mundo. O grande
bem, feito a outros, não pode cancelar a dívida que ele tem para com Deus,
quanto a cuidar dos próprios filhos (OE, p. 204).
Um pastor precisa mostrar em sua família consideração bondosa, antes
de ter êxito em ganhar almas – Precisa mostrar em sua família consideração
bondosa, ternura, amor, gentileza, nobre paciência e verdadeira cortesia
apropriados a um líder de família, antes de ter êxito em ganhar pessoas para
Cristo (T3, p. 556).
Alguns ministros são desviados de seu trabalho pelos laços familiares –
Alguns pastores são facilmente distraídos de sua obra. Ficam desanimados, ou
são afastados pelos laços de família, e deixam um interesse crescente se
extinguir por falta de atenção. Mal se pode calcular o prejuízo sofrido pela causa
por esse motivo (OE, p. 371).
A ESPOSA
O pastor deve tratar com carinho sua esposa – Trate sua esposa com
ternura. Ela necessita de todo o cuidado, conforto e ânimo que, em seus votos
matrimoniais, você prometeu 86 lhe dar. Não lhe dê a menor chance de questionar
sua lealdade ou seu sincero desejo de cumprir suas obrigações (MR6, p. 47).
O êxito ou o fracasso do ministro depende muito da esposa – A esposa
de um pastor pode ser a mais bem-sucedida ajudadora e uma grande bênção a
seu marido ou um empecilho em sua obra. Depende muito da esposa se seu
marido crescerá dia a dia em sua esfera de utilidade ou se descerá ao nível da
mediocridade (LA, p. 355).
O descontentamento das esposas traz desânimo aos pastores – Foi-me
apresentada a vida de Cristo. Quando Sua abnegação e Seu sacrifício são
comparados com as provas e sofrimentos das esposas de alguns pastores, isso faz
com que tudo o que possam elas chamar de sacrifício seja reduzido à
insignificância. Se a esposa do pastor profere palavras de descontentamento e
desânimo, a influência que exercerá sobre o marido será desencorajadora e
tenderá a debilitá-lo no trabalho, especialmente se seu sucesso depender das
influências que o rodeiam.
Deve o ministro de Deus, nesses casos, ficar abatido ou retirar-se do campo
de trabalho para atender aos sentimentos da esposa, surgidos da indisposição de
render-se à inclinação do dever? A esposa deve harmonizar seus desejos e
interesses ao dever, abrindo mão de sentimentos egoístas por amor a Cristo e à
verdade. Satanás tem exercido muito controle sobre o trabalho dos pastores,
através da influência de companheiras egoístas que amam a comodidade (T1, p.
451).
Satanás controla os pastores por meio das esposas egoístas – Satanás
está sempre em atividade para enganar e desviar pastores escolhidos por Deus
para pregar a verdade. A forma mais eficaz pela qual ele pode atuar é mediante
as influências do lar, por meio de companheiras não consagradas. Se consegue
controlar a mente da esposa, consegue, através dela, com mais facilidade, obter
acesso ao marido que, pela palavra e pela doutrina, trabalha para salvar almas.
[...] Satanás não tem medido esforços para controlar as atividades dos pastores
mediante a influência de companheiras comodistas e egoístas (LA, p. 355).
As esposas dos pastores que ministram a outros não têm tempo de
sentir solidão – A luz que o Senhor me deu quanto às esposas dos pastores é
que, se sua vida se mantém em íntima consagração a Deus, como é o dever de
todos os que trabalham com Ele, encontrarão tantas pessoas às quais ministrar
que não terão tempo de se sentir sozinhas ou de cultivar algum tipo de egoísmo.
Jesus diz: “Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de Mim, pois sou manso
e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o
Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve” (Mt 11:29, 30). Aqueles que atendem a
esse convite não se lamentarão nem terão sentimentos de solidão. Seu trabalho é
fazer a vontade de Cristo. Ao fazerem isso, experimentarão uma doce paz e
descanso para a alma (MR14, p. 307). 87
Ser influenciado demais pela esposa pode ser prejudicial para o
ministro – A esposa de um de nossos ministros mantinha seu esposo, que era
muito sensível, torturado por sugestões semelhantes às que você tem proferido.
Ela lançava falsas suspeitas sobre as palavras e ações de outros, e apresentava
seus pontos de vista com tanta convicção, que seu esposo pensava que ela
possuía um discernimento superior do caráter.
O Senhor me deu uma mensagem para esse casal, mas eles não a aceitaram.
Ele achava que estava certo em sua crença de que a esposa possuía
discernimento superior, e que suas sugestões eram totalmente corretas. Qualquer
esforço que se fizesse para esclarecê-lo ou para remover as impressões erradas
que havia recebido, era considerado como um esquema para enganá-lo. E a
língua sem controle da esposa estava em atividade constante. Qualquer empenho
para salvá-lo de um colapso era interpretado por ela como o desejo de colocar
alguém em seu lugar. Seus irmãos trabalharam com todas as forças para salvá-lo,
mas seus planos foram interpretados como armadilhas bem arquitetadas para
minar sua influência. Assim, a obra de Deus foi neutralizada pela influência do
lar (MR12, p. 341).
Obreiros com problemas matrimoniais podem se apresentar como
vítimas, quando suas esposas é que o são – Não posso dar a ideia de eu estar
justificando sua conduta na vida matrimonial. O fato de você ter deixado sua
esposa e seus filhos é uma ofensa a Deus e preciso apresentar esse assunto tal
como ele é, diante do presidente de sua Associação, o pastor Williams.
Sempre tive a esperança de que, ao você se dar conta de seus enganos,
sentiria a necessidade do arrependimento em sua forma mais plena. No entanto,
minha experiência em Armadale e a responsabilidade que foi colocada sobre
mim ali me fizeram sofrer muito. Os assuntos relativos à sua vida foram mais
amplamente expostos diante de mim. [...] Você imaginou que receberia as
credenciais de ministro do evangelho, mas se tivessem sido concedidas, teria
sido lançada desonra sobre a causa de Deus.
Você tem se apresentado como vítima, mas foi a sua esposa a maior vítima.
Ela jamais deveria ter sido tratada da forma como você a tratou. Você lidou de
tal maneira com seus filhos que sua esposa não poderia ter tomado outra atitude
que não a de se separar de você. Ela teve o coração machucado, esmagado, e
quase chegou à loucura por causa de sua forma dominadora e autoritária ao
administrar a disciplina a seus filhos (CSx, p. 213).
OS FILHOS
O primeiro dever do pastor é com relação a seus filhos – Os deveres do
pastor estão em torno dele, próximos e distantes; mas seu primeiro dever é para
com os filhos. Ele não se deve absorver tanto com as responsabilidades externas
que negligencie as instruções de que necessitam seus filhos. Talvez considere as
obrigações do lar como de menor importância; em realidade, porém, esses
deveres se encontram na própria base do bem-estar dos indivíduos e da
sociedade. A felicidade de homens e mulheres e o êxito da igreja dependem, em
grande parte, da influência doméstica. 88 Interesses eternos se acham envolvidos
no devido desempenho dos deveres diários da vida. O mundo não precisa tanto
de grandes mentes quanto de homens bons, que sejam uma bênção na própria
família (OE, p. 204).
Se você está negligenciando os filhos, não está servindo a Deus da
melhor maneira – Os que percebem sua deficiência numa questão que diz
respeito à felicidade e utilidade das gerações futuras deveriam fazer do tema da
administração familiar seu mais dedicado estudo. Como objeção a isso, muitos
apontam para os filhos dos pastores, professores, e outros homens de elevada
reputação por seu saber e piedade, e alegam que, se esses homens, com
vantagens superiores, fracassam na administração de suas famílias, aqueles que
estão em situação menos favorável não podem ter esperança de êxito.
A questão a ser resolvida é a seguinte: têm esses homens dado a seus filhos
o que lhes pertence por direito – bom exemplo, fiel instrução e restrição
adequada? É pela negligência de tais fundamentos que esses pais dão à
sociedade filhos desequilibrados, impacientes com as restrições, e ignorantes dos
deveres da vida prática. Nisso estão causando ao mundo um dano que excede
todo o bem que possam realizar.
Esses filhos transmitem sua própria perversidade de caráter como herança
aos seus descendentes, e, ao mesmo tempo, seu mau exemplo e má influência
corrompem a sociedade e causam estragos na igreja. Não podemos pensar que
nenhum homem, independentemente de sua grande capacidade ou utilidade,
esteja servindo melhor a Deus enquanto seu tempo é dedicado a outros
interesses, prejudicando seus filhos (ST, 9 de fevereiro de 1882).
A influência negativa da família do pastor pode causar mais dano do
que o bem realizado por seu ministério – Uma dupla obrigação está sobre
você, irmão B, como ministro de Deus: governar bem a própria casa e restringir
seus filhos. Você, porém, tem se agradado com suas aptidões e lhes desculpado
as faltas. Os pecados deles não lhe parecem tão graves. Você tem desagradado a
Deus e quase arruinado os filhos pela negligência do dever; tem continuado
nesse descaso mesmo após o Senhor tê-lo reprovado e aconselhado.
O prejuízo causado à obra de Deus pela influência de vocês, como família,
em diversos lugares por onde passaram, foi maior do que o bem realizado. Você
tem estado cego e sido enganado por Satanás a respeito de sua família. Você e
sua esposa têm considerado os filhos como iguais a vocês. Eles têm agido como
bem lhes agrada. Isso tem sido uma triste desvantagem em seu trabalho como
ministro de Cristo; e a negligência do dever em restringir os próprios filhos tem
levado a um mal ainda maior, que ameaça destruir sua utilidade (T2, p. 620,
621).
Os pastores que fracassam no lar fracassarão na igreja – Aquele que
está comprometido com o ministério do evangelho precisa ser fiel em sua vida
familiar. É importante que ele tanto aperfeiçoe, como pai, os talentos que Deus
lhe conferiu com o objetivo de tornar o lar um símbolo da família celestial,
quanto use 89 no pastorado a capacidade que Deus lhe deu para conduzir pessoas
para a igreja.
Como sacerdote do lar e embaixador de Cristo na igreja, ele deve
exemplificar em sua vida o caráter de Cristo. Deve ser fiel em cuidar das pessoas
como alguém que terá de prestar contas. Não deve haver em seu serviço
nenhuma negligência ou trabalho desatento. Deus não poderá usar homens
pecadores que não têm uma visão clara da sagrada responsabilidade envolvida
em aceitar um cargo como pastor de igreja. Aquele que fracassa em ser um
pastor fiel e criterioso no lar, certamente fracassará em ser um pastor fiel do
rebanho de Deus na igreja (MR6, p. 49). 90
16
O relacionamento do pastor com os outros
COM A COMUNIDADE
91
Não podemos erguer uma parede entre nós e o mundo – Nossa maior
necessidade é a de um coração puro, limpo, e de uma mente compreensiva. Todo
tipo de falsidades maliciosas foram espalhadas contra Cristo, e serão espalhadas
contra o povo que guarda os mandamentos de Deus. Como provaremos que elas
são falsas? Faremos isso erguendo uma parede entre nós e o mundo? A oração
de Cristo esclarece esse ponto: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os
guardes do mal” (Jo 17:15). Embora nosso trabalho seja dinâmico, deve ser
conduzido com base nos princípios bíblicos. Todos os nossos empreendimentos
devem ser executados com a simplicidade de Cristo, com paciência,
longanimidade e amor por Deus e por Cristo. Nosso trabalho é convencer, não
condenar. Os seres humanos ao nosso redor possuem as mesmas debilidades que
nós (MR2, p. 195).
Não critiquem outras denominações – Quando alguns que têm falta do
Espírito e poder de Deus entram em um novo campo, começam a falar mal de
outras denominações, pensando que podem convencer as pessoas sobre a
verdade ao revelar as incoerências das igrejas populares. Pode parecer necessário
em algumas ocasiões falar dessas coisas, mas, em geral, somente cria
preconceito contra nossa obra e fecha os ouvidos de muitos que poderiam, de
outra maneira, escutar a verdade. Se esses instrutores estivessem intimamente
ligados a Cristo, teriam a sabedoria divina para saber como se aproximar do
povo (T4, p. 536).
Os ministros não devem criar cismas, travando as batalhas do mundo
político – Os que ocupam o lugar de educadores, de pastores e de colaboradores
de Deus em qualquer sentido não têm batalhas a travar no mundo político. Sua
cidadania está nos Céus. O Senhor lhes pede que permaneçam como um povo
separado e peculiar. Ele não quer que haja divisões no corpo de crentes. Seu
povo tem de possuir os elementos de reconciliação. Será que sua obra é fazer
inimigos no mundo político? – Absolutamente, não! Eles têm de permanecer
como súditos do reino de Cristo, levando a bandeira em que se acha inscrito: “Os
92
mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12). Têm de ter a
responsabilidade de uma obra especial, de uma especial mensagem.
Temos uma responsabilidade individual, e isso tem de ser revelado na
presença do Universo celestial, dos anjos e dos homens. Deus não nos pede que
ampliemos nossa influência misturando-nos com a sociedade, ligando-nos com
os homens em questões políticas, mas ficando como partes individuais de Seu
grande todo, tendo Cristo como cabeça. Cristo é nosso Príncipe e, como súditos
Seus, devemos realizar a obra que nos foi designada por Deus (FEC, p. 478,
479).
COM PASTORES DE OUTRAS DENOMINAÇÕES
Os servos de Deus devem se aproximar dos ministros de outras
denominações – Mais trabalho deveria ter sido feito pelos que ocupam cargos
elevados. Os que proclamam a última mensagem de misericórdia a um mundo
caído não devem passar por alto os ministros. Os servos de Deus devem se
aproximar deles como quem tem profundo interesse em seu bem-estar, e então
suplicar por eles em oração. Se eles se recusarem a aceitar o convite, contem isso
ao Mestre, e então seu dever terá sido cumprido (RH, 8 de maio de 1900).
Orem por e com os ministros de outras denominações – Nossos pastores
devem tentar se aproximar dos pastores de outras denominações. Orar por esses
homens e com eles, por quem Cristo está fazendo intercessão. Pesa sobre eles
solene responsabilidade. Como mensageiros de Cristo, devemos manifestar
profundo e fervoroso interesse por esses pastores do rebanho (T6, p. 78).
Um ministro precisa ter valor moral para defender o sábado – É
necessário valor moral para adotar a decisão de obedecer aos mandamentos do
Senhor. Um oponente da verdade disse certa vez que somente os de mente fraca,
os néscios e ignorantes abandonariam sua igreja para guardar o sétimo dia como
dia de repouso. Mas um pastor que havia abraçado a verdade respondeu: “Se o
senhor acha que é só para os de mente fraca, experimente.” É preciso valor
moral, firmeza, decisão, perseverança e muita oração para ingressar nas fileiras
da impopularidade (Ev, p. 240).
Se os ministros de outras denominações realmente se converterem à
nossa mensagem, serão instrumentos polidos nas mãos de Deus – Muito tem
sido perdido por nosso povo devido a seguirem planos tão estreitos, que as
classes mais esclarecidas, mais bem-educadas, não são atingidas. Diversas vezes
tem a obra sido dirigida de tal maneira que os incrédulos recebem a impressão de
ela ser de bem pouca importância – resultado de entusiasmo religioso que não
merece atenção. Muito se tem perdido por falta de métodos sábios de trabalho.
Todo esforço deve ser feito, a fim de dar crédito e dignidade à obra.
Muita sabedoria é necessária para atingir pastores e homens de influência.
Mas por que haviam eles de ser negligenciados como têm sido por nosso povo?
Esses homens são responsáveis diante de Deus exatamente na proporção dos
talentos a eles confiados. Onde foi dado muito, muito também se pedirá. Não
deve haver mais profundo estudo e muito mais oração por 93 sabedoria, para que
aprendamos a maneira de aproximar-nos dessas classes? Não se deve usar de
sabedoria e tato para conquistar essas pessoas que, caso sejam verdadeiramente
convertidas, serão instrumentos polidos nas mãos de Deus para chegar a outros?
(Ev, p. 562, 563).
COM PESSOAS DE OUTRAS CULTURAS
Quem está intimamente ligado a Cristo é elevado acima do preconceito
de cor ou classe social – Quem se acha intimamente ligado a Cristo é elevado
acima do preconceito de cor ou classe social. Sua fé se apodera das realidades
eternas. O divino Autor da verdade deve ser enaltecido. Nosso coração deve se
encher da fé que atua por amor e purifica o coração. A obra do bom samaritano é
o exemplo que devemos seguir (T9, p. 209).
Quando o Espírito Santo Se move, todo preconceito desaparece e nos
aproximamos de Deus como uma só irmandade – Quando o Espírito Santo Se
move nas mentes humanas, toda pequena queixa e acusações entre o homem e
seu semelhante serão postas de lado. Os raios brilhantes do Sol da Justiça
iluminarão os recantos da mente e do coração. Em nossa adoração a Deus não
haverá distinção entre rico e pobre, negro e branco. Todo preconceito
desaparecerá. Quando nos aproximamos de Deus, somos como uma só
irmandade. Somos peregrinos e estrangeiros, em viagem para um mundo melhor:
o celestial. Ali todo orgulho, toda acusação e todo autoengano terminarão para
sempre. Toda máscara será posta de lado, e nós “O veremos como Ele é” (1Jo
3:2). Ali nossos cânticos conterão o tema inspirador; e louvor e gratidão
ascenderão a Deus (RH, 24 de outubro de 1899).
As distinções sociais devem se tornar desprezíveis – A cruz do Calvário
deve fazer com que as distinções da sociedade desapareçam e se tornem
desprezíveis. Se o Senhor é tão bondoso a ponto de aceitar pecadores da raça
branca e perdoar seus pecados, oferecendo-lhes a certeza da vida eterna, a
esperança de um lugar entre a família dos remidos quando vier nas nuvens dos
céus, e os justos mortos se erguerem das sepulturas para encontrá-Lo, não
aceitará também pecadores da população negra, perdoando-lhes os pecados? Não
lhes oferece a mesma esperança que estende aos brancos? Se creem nEle, não os
aceitará como Seus filhos e filhas? Não os erguerá da ignorância e degradação
por meio de Seu plano? Não deseja Ele, através da favorecida população branca,
que alega ser filha do mesmo Pai, elevá-los e enobrecê-los? (Ms 70, 1902, citado
em SpM, p. 220, 221).
A separação étnica não é permanente – Paredes de separação foram
erguidas entre os brancos e os negros. Estas paredes de preconceitos se
desmoronarão como as muralhas de Jericó, quando os cristãos obedecerem à
Palavra de Deus, que ordena amor supremo ao seu Criador e 94 amor imparcial
ao próximo [...] Que cada igreja, cujos membros professam crer na verdade para
este tempo, olhe para este povo negligenciado e oprimido, que como resultado
da escravidão tem sido privado do privilégio de pensar e agir por si próprio (RH,
17 de dezembro de 1895).
Não podemos ignorar que existe preconceito racial – Estou muito
preocupada com a obra entre os negros. O evangelho precisa ser pregado a essas
pessoas, que em geral vivem em situação de desvantagem. Entretanto, devemos
revelar grande precaução nos esforços para erguer essas pessoas. Entre os
brancos, em muitos lugares, existe forte preconceito contra os negros.
Deveríamos ignorar tal preconceito, porém, isso não é possível. Se agíssemos
como se esse antagonismo não existisse, seríamos incapazes de apresentar a luz
aos brancos. Temos de enfrentar a situação tal qual ela se apresenta, lidando com
ela de forma sábia e competente (T9, p. 204).
A obra não pode ser prejudicada devido a preconceitos causados por
costumes nacionais – Deve haver uma firme determinação por parte de nossos
obreiros para romper os costumes estabelecidos do povo, sempre que isso seja
essencial para o progresso da obra de Deus. A obra poderia estar muito mais
avançada na Europa, se alguns dos que abraçaram a verdade não estivessem tão
apegados aos hábitos e costumes nacionais. Eles apelam aos ministros para que
façam esforço para se adaptar a esses costumes e preconceitos, ou não se poderá
conseguir nada. Isso tem causado uma influência restritiva sobre a obra desde
seu começo.
Os esforços que têm sido despendidos para se adaptar aos costumes
ingleses, para comer, beber, vestir-se e dormir de acordo com esses costumes
têm limitado a obra, e agora está muitos anos mais atrasada do que deveria estar.
O esforço para se manter amarrado às ideias e costumes franceses tem
prejudicado a obra na França. Meu coração dói ao ouvir nossos irmãos dizerem:
“Essa pessoa não sabe como trabalhar por essas nacionalidades.” Deus não sabe
o que as pessoas necessitam? E Ele não guiará Seus servos? A verdade não é
uma só? O ensino da Bíblia não é um só? Deixem que Deus dê aos Seus
mensageiros as palavras que hão de falar, e Sua bênção não falhará em ajudá-los
em seus labores (RH, 8 de dezembro de 1885).
Não podemos promover interesses divididos entre as diferentes
nacionalidades – Senti-me impelida pelo Espírito de Deus durante as reuniões a
impressionar a todos sobre a importância de cultivar o amor e a unidade.
Procurei apresentar o perigo de promover interesses divididos entre as diferentes
nacionalidades (RH, 3 de novembro de 1885). 95
17
O relacionamento do pastor com a igreja

Tenham paciência para com as faltas dos outros – Cristo não veio para
ser servido, mas para servir; e, quando Seu amor reina no coração, seguiremos
Seu exemplo. Se mantivermos em nossa mente os atos injustos e indelicados dos
outros acima de tudo, será impossível amá-los como Cristo nos ama, pois há
poucas pessoas que, ao serem conhecidas mais de perto, não revelam traços de
caráter hostis. Mesmo os melhores de nós temos esses traços desagradáveis; e,
ao escolhermos nossos amigos, devemos selecionar aqueles que não se afastarão
de nós quando descobrirem que não somos perfeitos. Precisamos ter tolerância
mútua. Devemos amar e respeitar uns aos outros apesar das faltas e imperfeições
que não podemos deixar de perceber, pois esse é o Espírito de Cristo. Deve-se
cultivar a humildade e a autodesconfiança, bem como paciência para com as
faltas dos outros. Isso eliminará todo egoísmo mesquinho e nos tornará
generosos (ST, 5 de março de 1885).
EMBAIXADORES DE CRISTO
Através de Seus ministros, Cristo age visivelmente na Terra – Os
embaixadores de Cristo têm uma obra importante e solene a realizar, a qual
alguns assumem muito superficialmente. Ao mesmo tempo em que Cristo é
oficiante no santuário celestial, é também, por intermédio de Seus
representantes, o líder de Sua igreja na Terra. Fala ao povo mediante homens e,
por meio deles, leva avante a obra, do mesmo modo que o fazia nos dias de Sua
humilhação, quando andava visivelmente aqui no mundo.
Apesar de decorridos séculos, o lapso de tempo não mudou a promessa por
Ele deixada aos discípulos: “Eis que estou convosco todos os dias, até à
consumação dos séculos” (Mt 28:20). Desde a ascensão de Cristo até hoje,
homens ordenados por Deus, homens que dEle derivam sua autoridade, têm-se
tornado mestres da fé. Cristo, o Pastor verdadeiro, dirige Sua obra por
intermédio desses subpastores. Assim, a função dos que trabalham na palavra e
na doutrina se torna muito importante. Suplicam ao povo, da parte de Cristo, que
se reconciliem com Deus (T4, p. 393).
Todo ministro que não possui o amor de Jesus no coração revelará isso
em seus atos – Sinto tristeza pelas pobres almas que, não conseguindo encontrar
alívio, recorrem à 96 Sra. White. Quero que elas tenham certeza de que os
pastores do rebanho cuidarão da congregação do Senhor. Todo ministro de
Cristo que não possui o precioso amor de Jesus no coração revelará isso em seus
atos. O Senhor Jesus deu a cada homem lições preciosas de instrução em Sua
santa Palavra. O Senhor Jesus é nosso exemplo. A imagem impressa de Cristo
será manifestada no caráter daqueles que se entregam completamente a Ele.
Então as aptidões físicas e mentais serão renovadas dia a dia, pois o verdadeiro
crente está se alimentando da carne e bebendo o sangue do Filho de Deus. Jesus
diz: “A carne não produz nada que se aproveite. As palavras que Eu lhes disse
são espírito e vida” (Jo 6:63) (EGW’88, p. 1.276).
Ande com Ele, fale dEle, e imite a Cristo – Pastorear significa muito mais
do que pregar. A fim de cumprir esta sagrada e importante obra repleta de
interesses eternos, o pastor precisa ser um homem de uma devoção vital, ou seus
esforços não serão aceitos por Deus. Deve ser um homem que não tenha opinião
exaltada de si mesmo, ou de sua própria habilidade, mas alguém que perderá o
senso de sua importância diante da exaltada visão que possui da incomparável
misericórdia e amor de Jesus Cristo. Ele então anda em comunhão com Deus.
Sua vida religiosa e verdadeira santidade, as quais leva consigo por onde
quer que vá, e que estão ligadas a tudo o que faz, o tornam um obreiro eficiente e
de êxito. Ele é um colaborador de Jesus Cristo, e é fiel no trabalho que lhe foi
designado, como Cristo foi fiel em Seu trabalho. Não exaltará a si próprio em
palavras ou ações, mas em conversas particulares falará de Cristo, orará a Cristo
e pregará sobre Ele. Esse é o tipo de ministério que prova que o obreiro foi
chamado e escolhido por Deus para Sua sagrada obra (RH, 22 de fevereiro de
1887).
Dependa mais de seu conhecimento de Cristo do que daquilo que
aprende nos livros – Neste século, justamente antes da segunda vinda de Cristo
nas nuvens do céu, o Senhor chama homens que sejam fervorosos e preparem
um povo que subsista no grande dia do Senhor. Os homens que passaram longos
períodos em estudos dos livros não estão manifestando em sua vida aquele
zeloso ministério essencial para este último tempo. Não dão um testemunho
simples, direto. Há necessidade, entre ministros e alunos, do derramamento do
Espírito de Deus. Os fervorosos apelos, que partem do coração de um
mensageiro que nisso põe toda a alma, criam convicções. Não são necessários
homens letrados para fazer isso, pois eles dependem mais de sua instrução por
meio de livros do que de seu conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, a quem
Ele enviou. Todo aquele que conhece o único Deus vivo e verdadeiro conhecerá
a Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, e pregará a Jesus Cristo, e Ele
crucificado (ME2, p. 152).
Os pastores cristocêntricos têm igrejas que crescem – Sinto aflição na
alma ao ver o verdadeiro estado das coisas. Há homens desonestos em nossas
igrejas. Há homens imorais. Nesta grande Associação (Michigan) há decadência
em vez de constante avanço rumo a uma norma mais elevada e santa. E 97 é
pequeno o trabalho adequado realizado pelos ministros nas igrejas, porque
muitos não sentem responsabilidade pelas pessoas pelas quais trabalham. A
verdade não santificou seu próprio coração.
Há necessidade de um trabalho fervoroso, devoto e abnegado – o de pregar
a verdade, pregar a Cristo, o Cristo vivo. Quem dera que todos os nossos
obreiros fossem colaboradores de Deus, não desperdiçando o tempo, não
tratando com leviandade as responsabilidades e as verdades sagradas e solenes,
cuja apresentação é decisiva no destino das almas, mas exemplificando a Cristo
em todas as coisas, cuidando das pessoas como quem terá de prestar contas por
elas, dia a dia, hora a hora, vivendo no caminho da luz. Esse é o único caminho
que podem seguir em segurança nas igrejas e entre as pessoas nas cidades e
vilas, difundindo a luz recebida do Sol da Justiça.
Para fazer isso, devem dedicar muito tempo à oração. Irmãos, estejam
sempre prontos a orar. Quando acompanhados, quando obrigados a estar entre
gente frívola, descuidada e imprudente, vocês não devem descer a esse nível e se
envolver em conversas banais e fúteis, mas elevar suas petições ao Céu, para que
o Deus de toda graça guarde vocês no amor de Cristo. Quando os obreiros
estiverem assim ligados com Deus, haverá crescimento contínuo em cada igreja
abençoada com esse trabalho em Michigan (SAT2, p. 73, 74).
Muitos ministros podem falar de doutrina, mas são ignorantes acerca
das lições de Cristo – O ministro não pode dar a outros o que ele próprio não
possui. Se Cristo não habita no coração, como poderá Ele ser apresentado aos
outros em harmoniosas palavras de amor? Muitos são capazes de falar sobre
pontos doutrinários, mas são ignorantes acerca das lições de Cristo. Tais homens
não podem ser uma bênção, nem no púlpito nem na vida doméstica (RH, 2 de
setembro de 1890).
O amor genuíno por Cristo conduzirá diretamente à obediência sincera
de toda a lei de Deus – Mesmo que os homens afirmem que se alegram na
intercessão e graça de Jesus Cristo, eles não devem se esquecer de que a
harmonia com Cristo não pode ser obtida enquanto existir em seu coração um
espírito de luta contra os mandamentos de seu Pai. O amor genuíno por Jesus
Cristo conduzirá diretamente a uma obediência sincera de toda a lei de Deus, e
haverá o mais profundo arrependimento cada vez que quebrem, ou ensinem os
homens a quebrar, por seu exemplo, o menor dos mandamentos de Deus.
Os ministros que acalmam a consciência das pessoas ao participarem com
eles na transgressão por qualquer motivo estão se regozijando na iniquidade. E
quando Cristo vier para julgar os corações mais obstinados, os jactanciosos mais
confiantes de suas realizações religiosas, enquanto quebravam a lei de Deus,
desmaiarão e serão reprovados, e então toda desculpa será silenciada, todo
coração corrupto em sua desobediência será revelado como realmente é. Haverá
recriminações entre os companheiros por lançarem desprezo sobre a lei de Deus;
mas as denúncias mais severas serão feitas contra o pastor infiel que professou
ser um enviado de Deus para ensinar-lhes o caminho da salvação. Tentadores e
tentados sofrerão a condenação segundo sua responsabilidade e o dano que 98
tiverem causado ao levarem almas à transgressão.
De todos os crimes que Deus castigará, nenhum é tão grave aos Seus olhos
como aqueles que tentam e animam outros a pecar. Deus espera que os Seus
ministros em todos os lugares se mostrem sempre decididamente do lado do
Senhor, sendo fieis aos Seus mandamentos num mundo rebelde, repreendendo
assim ao desobediente, ainda que seja difícil ou contrário aos seus sentimentos
naturais. “Aos que Me honram, honrarei” (1Sm 2:30), diz Deus. Deus espera que
Seus representantes sejam verdadeiros e fiéis, e que exaltem a dignidade de seu
chamado (ST, 20 de maio de 1880).
Não se revista da justiça de Cristo para então pisotear Sua lei – A lei
irradia convicção por todos os lados. Os pecadores desejam se libertar dela, e
muitos que se declaram cristãos revestem suas almas pecaminosas e hipócritas
com as vestiduras da justiça de Cristo, e então pisoteiam a grande regra de
justiça de Deus. A adoração oferecida a Deus por essa classe é semelhante à
oferta de Balaão em favor de Balaque. Ambas são igualmente ofensivas a Deus
(ST, 2 de dezembro de 1880).
A CONGREGAÇÃO – O DEVER DO PASTOR
Os bons pastores amam suas ovelhas – O pregador que transmite a
sagrada verdade para estes últimos dias deve ser o oposto de tudo isso e, por sua
vida de santidade prática, claramente marca a diferença que existe entre o falso e
o verdadeiro pastor. O Bom Pastor veio buscar e salvar o perdido. Ele
manifestou em Suas obras Seu amor por Suas ovelhas. Todos os pastores que
trabalham sob a direção do supremo Pastor possuirão Suas características; eles
serão mansos e humildes de coração. Uma fé semelhante à de uma criança traz
descanso ao coração, e também atua pelo amor e sempre se interessa pelos
outros. Se o Espírito de Cristo habita neles, serão semelhantes a Cristo e farão as
obras de Cristo (T4, p. 377).
Pastores que se preocupam mais consigo mesmos do que com suas
ovelhas – Irmão R, foi-me mostrado em que contraste notável com as exigências
da Palavra de Deus tem sido sua conduta no trabalho. Você tem sido descuidado
com suas palavras e seu comportamento. As ovelhas tiveram a responsabilidade
de cuidar do pastor, de advertir, reprovar, exortar e chorar sobre a conduta
negligente de seu pastor que, por aceitar sua posição, confessa que é um porta-
voz de Deus. No entanto, ele se preocupa muito mais consigo mesmo do que
cuida das pobres ovelhas. Você não tem sentido responsabilidade pelas vidas.
Não tem saído para seu trabalho suplicando e orando pelas pessoas para que
pecadores sejam convertidos. Se você tivesse feito isso, teria lançado sementes
que brotariam depois de muitos dias e produziriam fruto para a glória de Deus
(T3, p. 234).
Pastores não consagrados desanimam os membros – Seu caso, irmão R,
é semelhante a esse. Mas a responsabilidade de um ministro de Cristo, que deve
99
advertir o mundo sobre o juízo vindouro, é muito mais importante do que a de
um operário comum, assim como as coisas eternas são mais importantes que as
temporais. Se o ministro do evangelho cede à sua inclinação em vez de ser
guiado pelo dever, se satisfaz o eu à custa de poder espiritual e, como resultado,
age indiscretamente, pecadores se levantarão no juízo para condená-lo por sua
infidelidade. O sangue das pessoas será achado em suas vestes. Pode parecer ao
pastor não consagrado uma coisa sem importância ser inconstante, impulsivo e
sem consagração; edificar e então demolir; desanimar, afligir e desalentar as
pessoas que foram convertidas pela verdade que apresentou. É triste perder a
confiança das pessoas a quem ele estava procurando salvar. Mas o resultado de
uma conduta imprudente seguida pelo pastor nunca será totalmente
compreendido até que o pastor veja como Deus vê (T3, p. 243).
Que desculpa pode ter um pastor por permitir que o rebanho se
extravie? – Para que serve um pastor senão para vigiar sobre cada perigo que
ameaça a ovelha de se ferir e ser devorada por lobos? Que desculpa o pastor
apresentaria para o desvio do rebanho de suas verdadeiras pastagens, e pelas
ovelhas feridas, dispersas e devoradas pelos lobos? Como seria aceita a desculpa
de um pastor, de que as ovelhas o fizeram desviar-se? Elas deixaram o
verdadeiro pasto e o conduziram para fora do caminho? Tal argumento seria
contado negativamente contra a capacidade de vigilância daquele pastor. Ele não
seria mais confiável como um fiel pastor que cuida de ovelhas e as traz de volta
quando se desviam do caminho (T1, p. 314, 315).
A confissão das próprias faltas incentiva o espírito de confissão na
igreja – Os que professam ser servos do Deus vivo precisam estar dispostos a
ser servos de todos em vez de se exaltarem sobre seus irmãos, e precisam possuir
um espírito bondoso, cortês. Se errarem, devem estar dispostos a confessar. A
honestidade da intenção não pode ser tida como desculpa para não confessar o
erro. A confissão não diminui a confiança da igreja no mensageiro, e ele estaria
dando um bom exemplo; seria encorajado o espírito de confissão na igreja, e o
resultado seria uma agradável união. Os que professam ser instrutores deviam
ser padrões de consagração, mansidão e humildade, possuindo um bom espírito
para ganhar almas para Jesus e para a verdade bíblica. O ministro de Cristo deve
ser puro na conversação e nas ações. Deve ter sempre em mente que está usando
palavras de inspiração, palavras de um Deus santo. Precisa ter em mente também
que o rebanho está confiado aos seus cuidados e que deve levar seus casos a
Jesus, suplicando por eles como Jesus suplica por nós ao Pai (PE, p. 102, 103).
Ajude sua igreja a entender por que não deve esperar pelo atendimento
do pastor – Meu coração tem se enchido de tristeza ao contemplar o campo e
ver lugares áridos. O que significa isso? Quem são 100 os representantes de
Cristo? Quem sente preocupação pelas pessoas que não podem receber a verdade
enquanto esta não lhes for levada? Nossos ministros estão andando para cá e
para lá nas igrejas, como se o anjo de misericórdia não estivesse fazendo
esforços para salvar seres humanos.
Deus responsabiliza esses ministros pelas almas daqueles que estão em
trevas. Ele não os chama para ir a lugares que não necessitam de médico.
Estabeleçam suas igrejas com a compreensão de que elas não devem esperar que
o pastor as atenda e alimente sempre. Elas têm a verdade; sabem o que é a
verdade. Devem ter suas próprias raízes. Devem se enraizar profundamente, para
que possam elevar-se mais e mais. Devem estar bem arraigadas e firmadas na fé
(EGW’88, p. 1.752).
A CONGREGAÇÃO – O DEVER DOS MEMBROS
Os membros devem lutar com Deus em favor de seus pastores – Irmãos
e irmãs, têm vocês esquecido que suas orações devem sair como foices agudas
com os trabalhadores, na grande colheita? Enquanto os jovens saem para pregar
a verdade, vocês deveriam ter reuniões de oração por eles. Orem para que Deus
os una a Si e lhes dê sabedoria, graça e conhecimento. Orem para que eles
possam ser guardados das armadilhas de Satanás e ser conservados puros de
pensamento e santos no coração. Rogo a vocês que temem ao Senhor, para não
desperdiçar tempo em conversações inúteis ou em desnecessário trabalho para
satisfazer o orgulho ou condescender com o apetite. Que o tempo assim remido
seja empregado em lutar com Deus em favor de nossos pastores. Sustentem suas
mãos como Arão e Hur mantiveram erguidas as mãos de Moisés (T5, p. 162).
Os membros devem trabalhar com seus pastores, em vez de colocar-
lhes fardos – Insisto com vocês, meus irmãos e irmãs, para que dependam mais
da força de Jesus. Não coloquem o peso de suas perplexidades e seus fardos
sobre seus pastores. Cristo os convida a vir a Ele, pois é quem levará as suas
cargas. Se continuarem num estado de incredulidade e falta de consagração a
Deus, estarão colocando seu peso sobre o coração de seus ministros, e lhes
retirarão o tempo e a força que Deus requer que eles usem para dar a mensagem
àqueles que ainda não a ouviram.
Irmãos, não é melhor trabalhar unidos aos embaixadores de Cristo
procurando conduzir pessoas para a verdade? Quando tentados a se tornarem
incrédulos e desanimados, vocês encontrarão o melhor remédio para isso falando
sobre sua fé a outros e apresentando a verdade aos que estão em trevas. Estenda
seus esforços aos vizinhos, e àqueles que não têm o privilégio de ir a reuniões.
Lancem as sementes da verdade sobre todas as águas, e animem o coração dos
servos de Deus ao serem visitados por eles, mostrando-lhes que não têm estado
ociosos, mas que, por seu intermédio, uma ou mais pessoas foram trazidas das
trevas para a luz.
Vocês podem se manter longe do desânimo e da dúvida ao adotarem a
prática de 101 orar diariamente para que a bênção de Deus esteja sobre os homens
que estão apresentando a solene mensagem de advertência ao mundo. Que suas
orações sigam os servos de Deus como foices afiadas no campo de colheita.
Deus ouvirá as súplicas fervorosas de Seu povo. A oração da fé moverá o braço
de Deus (ST, 4 de setembro de 1879).
Os membros não devem esperar que o pastor faça o trabalho da igreja
– Os pastores não devem fazer o trabalho que compete aos membros, fatigando-
se assim, e impedindo os outros de cumprirem seu dever. Devem ensinar seus
membros como trabalhar na igreja e na comunidade, para aperfeiçoar a igreja,
para tornar os cultos de oração mais interessantes, e para treinar como
missionários os jovens talentosos. Os membros da igreja devem cooperar
ativamente com os pastores, fazendo de sua comunidade seu campo de trabalho
missionário. As igrejas fracas ou pequenas em número de membros devem ser
amparadas por suas igrejas irmãs (RH, 12 de outubro de 1886).
Os membros que dependem do pastor como fonte de poder se tornam
ineficientes – O êxito de uma igreja não depende dos esforços e do trabalho do
pregador ativo, mas da devoção individual dos membros. Quando os membros
dependem do pastor como fonte de poder e eficiência, tornam-se completamente
ineficientes. Eles absorverão seus impulsos e serão estimulados por suas ideias,
mas, quando ele os deixar, ficarão mais desamparados do que antes de serem
beneficiados por seu serviço. Espero que nenhuma das igrejas de nossa terra
dependa do pastor como apoio para sua vida espiritual, pois isso é perigoso.
Quando Deus lhes dá luz, devem louvá-Lo por isso. Se exaltarem o mensageiro,
se tornarão almas estéreis.
Quando os membros de uma igreja solicitam os serviços de um pastor e
sentem que ele deve permanecer com eles, é hora de ele ser transferido para
outro campo, para que eles aprendam a exercer a habilidade que Deus lhes deu.
Os membros devem sair para trabalhar. Que agradeçam a Deus pelo ânimo que
receberam e então declarem que foi realizada neles uma boa obra. Que cada
membro da igreja seja um instrumento vivo e ativo para Deus, tanto na igreja
quanto fora dela.
Todos devemos ser educados para ser independentes, não incompetentes e
inúteis. Que todos vejam que Cristo, e não o pastor, é a cabeça da igreja. Os
membros do corpo de Cristo têm uma parte a fazer, e não poderão ser
considerados fiéis a menos que façam sua parte. Que uma obra divina seja
realizada em cada pessoa, até que Cristo possa contemplar Sua imagem refletida
em Seus seguidores (ST, 27 de janeiro de 1890).
Os ministros e membros negligentes se desencorajam mutuamente – A
negligência da parte dos pastores desanimou o povo, e a falta de interesse,
abnegação e reconhecimento da obra por parte do povo desencorajou os pastores
(T5, p. 257). 102
DESARMONIA
Quando existe desacordo entre o pastor e os membros, deve-se fazer
algo imediatamente – O assunto do ministério cristão precisa ser apresentado
sob uma nova perspectiva à mente dos membros. Rogo-lhe que estude a Palavra
de Deus sobre esse ponto. Se você acha que o pastor está cometendo erros, é seu
dever ir a ele em amor e mansidão e apresentar-lhe o problema. Pode ser que
você não tenha a ideia correta acerca de seus motivos ou de seu trabalho, e,
devido a algum mal-entendido, se torne frio com ele, feche-lhe a porta do
coração, e deixe de receber a mensagem dele ou valorizar seu trabalho.
Quando existe desacordo entre o pastor e os membros, é certo que alguma
coisa vai mal, seja com ele ou com os membros, e deve-se fazer algo
imediatamente para operar uma reforma em quem está errando. Não se deve
deixar que ele [o pastor] fique imaginando o que significa tanta frieza e
indiferença. Não se deve deixar que ele procure em vão descobrir por que não
consegue alcançar o coração dos irmãos com a mensagem que Deus lhe deu, e
ficar se perguntando por que a porta do coração deles se fechou, pois percebe
que não é valorizado, e não consegue ter amizade com as pessoas pelas quais foi
enviado a trabalhar. Teria ele dito alguma palavra ou feito algo que feriu você de
alguma maneira, e ele não sabe que isso ofendeu você? Então vá até ele, fale de
suas faltas a sós e permita que a frieza e amargura de espírito, que se criou por
um ato inconsciente da parte dele, sejam substituídas por uma atitude de respeito
e amor (RH, 25 de julho de 1893).
Seja bondoso com seus oponentes – Se o pastor, ao estar diante da
congregação, observar um sorriso incrédulo na face dos oponentes, seja ele
como quem não vê. Se alguém for tão indelicado que ria e olhe com desprezo,
nem pela voz nem pela atitude reflita o pastor o mesmo espírito. Mostre que não
maneja tais armas (TM, p. 248).
PERÍODO DE SERVIÇO
Alguns pastores precisam ser transferidos antes que seus defeitos de
caráter façam as pessoas perderem a confiança – Quando você, irmão F,
inicia o trabalho em um lugar, geralmente tem a confiança do povo, mas, após
uma maior intimidade, seus defeitos de caráter se tornam tão evidentes que
muitos perdem a confiança em sua religiosidade. Isso repercute sobre todos os
pastores da denominação.
Uma breve permanência em um lugar não prejudicaria sua reputação.
Enquanto empenhado em zeloso esforço, pressionado por influências opositoras,
sua mente é absorvida no trabalho em que está empenhado e não tem tempo nem
oportunidade de pensar e refletir sobre si mesmo. Mas, quando a obra está
concluída e você começa a pensar em si próprio, como é natural que faça, se
satisfaz, age com infantilidade, agressividade e temperamento rude, e assim
prejudica grandemente a obra de Deus. Manifesta o mesmo espírito na igreja e,
assim, sua influência é grandemente prejudicial à comunidade – em alguns
casos, acima 103 do limite.
Você tem, frequentemente, revelado uma disposição infantil, mesmo
enquanto trabalha para converter pessoas à verdade; e as impressões feitas têm
sido terríveis sobre aqueles que testemunharam. Agora, uma das duas coisas
deve ser feita: você precisa ser um homem dedicado ao seu lar, à sua família e à
igreja, sempre gentil e paciente, ou não deve se estabelecer numa igreja; pois os
seus defeitos se tornarão evidentes, e o Redentor que você professa amar e servir
será desonrado (T4, p. 344).
Se os ministros ficam muito tempo numa igreja, as pessoas passam a
olhar para eles em vez de olharem para Deus – Foi-me mostrado que não se
deve reter pastores no mesmo distrito ano após ano, nem o mesmo homem deve
por muito tempo presidir uma Associação. Uma troca de dons é conveniente ao
bem de nossas Associações e igrejas.
Às vezes os pastores têm se sentido indispostos a mudar de campo de
trabalho; mas, se entendessem todas as razões para se fazerem mudanças, não
retrocederiam. Alguns têm pedido para ficar mais um ano no mesmo campo, e
muitas vezes o pedido tem sido levado em consideração. Eles alegavam ter
planos para executar uma obra mais ampla do que anteriormente. Ao fim do ano,
porém, a situação era pior. Se um pastor tem sido infiel em sua obra, não é
provável que modifique isso por ficar. As igrejas se habituam à liderança desse
homem, e pensam que devem olhar para ele em vez de olharem para Deus (OE,
p. 420).
A ASSOCIAÇÃO
Pastores têm sido tratados com descaso por aqueles que estão em
cargos elevados – Embora sejamos criaturas pecaminosas e indignas, podemos,
através de uma ligação vital com Cristo, ser renovados em conhecimento e em
verdadeira santidade, e assim refletir a glória e a imagem de nosso Criador e
Redentor e nos tornarmos habilitados para cuidar de Suas ovelhas e Seus
cordeiros.
Não apenas as ovelhas e os cordeiros têm sido tratados com dureza, mas
mesmo os próprios pastores têm sido tratados com descaso. Têm-se falado deles
de uma maneira que mostra que os que ocupam tanto cargos elevados quanto
inferiores têm pouca cortesia para tratar com os ministros ordenados por Deus.
As próprias igrejas têm sido educadas de tal forma que demonstram muito pouco
respeito para com aqueles que pregam a Palavra de Deus, e que por muitos anos
têm dado prova completa de seu ministério. Mas esse modo de tratar os
ministros e os membros da família de Deus precisa ser mudado. A bênção divina
não pode estar sobre aqueles que demonstram pouco respeito para com os que
trabalham em união com Ele (RH, 24 de outubro de 1893).
Os ministros não devem agir independentemente da opinião de seus
irmãos – Embora tenhamos uma obra individual, e uma individual
responsabilidade diante de Deus, não devemos seguir nosso próprio critério
independentemente, sem levar em consideração as opiniões e sentimentos de
nossos irmãos; pois tal atitude acarretaria a desordem na igreja. É dever dos
pastores respeitar o 104 discernimento de seus irmãos; mas suas relações mútuas,
assim como as doutrinas que ensinam, deveriam ser submetidas à prova da Lei e
do Testemunho; se, então, os corações forem dóceis, não haverá divisão entre
nós. Alguns se inclinam a ser desordenados, e apartam-se dos grandes marcos da
fé; mas Deus está atuando em Seus pastores para que sejam um na doutrina e no
espírito (TM, p. 30).
O PASTOR E O PRESIDENTE
Deve haver harmonia entre os pastores e seus presidentes – Durante os
últimos quarenta anos, o Senhor me tem revelado a necessidade de harmonia de
ação por parte dos ministros e dos presidentes das Associações. O presidente de
uma Associação deve ser cuidadoso para dar respeito a todos os que trabalham
em união com Deus. A mente e o critério de um homem não devem controlar.
Os ministros que estão ligados a ele na obra devem ser respeitados e amados; a
crítica não deve ter espaço para operar. Que a inveja e as conjecturas maldosas
sejam expulsas da alma. Nada pode entristecer mais o Espírito de Deus do que a
dissensão e o menosprezo aos irmãos. Para ter prosperidade no trabalho, é
preciso haver confiança em nossos irmãos e união com os que estão trabalhando
tão fervorosa e desinteressadamente como nós. Existem aqueles que não
possuem um caráter harmonioso em todos os sentidos, mas Deus os aceita como
Seus obreiros juntamente com Cristo. Então, quão inadequado é que um fique
separado do outro porque suas ideias e opiniões não estão de acordo em todas as
coisas! (GCB, 11 de fevereiro de 1895).
Os presidentes das Associações devem incentivar seus ministros a
trabalhar corretamente – Não se poderá descobrir alguma maneira de fazer
com que os presidentes das Associações tenham compreensão de suas
obrigações? Quem dera que pudessem entender que seu cargo de confiança só
aumenta e intensifica sua responsabilidade. Se cada presidente sentisse a
necessidade de um dedicado aperfeiçoamento de seus talentos para planejar
formas e meios de despertar os ministros para trabalhar como devem, que
mudança teria lugar em cada Associação. Será que esses homens percebem que
o solene e minucioso exame do trabalho de cada pessoa começará em breve no
Céu?
Antes de o Mestre partir, designou o trabalho de cada homem de cada época
e geração; e Ele diz a nós todos: “Mantenham-se ocupados até que Eu volte” (Lc
19:13).* Têm os ministros pensado quão abrangentes são essas palavras?
Verdadeiramente pode haver apenas um passo entre eles e a morte. Como está o
registro dos sagrados deveres confiados para ser sabiamente aperfeiçoados? Os
talentos mal empregados, as horas perdidas, oportunidades negligenciadas,
deveres abandonados, igrejas enfermas e o rebanho de Deus debilitado por não
ter sua porção de alimento no devido tempo (Appeal and Suggestions to
Conference Officers, p. 20, 21 – Ft 2).
A tarefa do presidente da Associação não é fazer o trabalho dos outros,
mas verificar se eles estão trabalhando com o maior proveito – A igreja
militante não é a 105 igreja triunfante, mas é constituída por homens e mulheres
sujeitos a errar. Assim como, no exército, os soldados precisam ser treinados e
disciplinados para um serviço ativo, assim também os soldados de Cristo devem
ser educados para ser úteis em Sua causa.
Pode ser muito mais fácil para o presidente de uma Associação fazer o
trabalho ele mesmo, em vez de dirigir o trabalho de outros; mas seu dever é
supervisionar o campo, e verificar se todos estão trabalhando com o maior
proveito. Os mais jovens devem estar desenvolvendo seus talentos e se
preparando para ser úteis no futuro; e os ministros de mais idade e experiência
não devem despender suas energias em trabalhos que outros poderiam fazer e
que estariam dispostos a realizar se soubessem como (RH, 22 de abril de 1884).
Os presidentes das Associações devem educar os ministros para que
eduquem os membros – O presidente de uma Associação, por sua maneira de
lidar, educa os pastores que estão sob sua jurisdição, e igualmente o pode fazer
quanto às igrejas, de tal maneira, que não será necessário chamar do campo os
ministros da Associação para ajustar as dificuldades e dissensões que haja na
igreja.
Se os oficiais da Associação, como servos fiéis, cumprirem os deveres que
lhes são indicados pelo Céu, não se deixará o trabalho em nossas Associações
ficar emaranhado em perplexidades, como tem acontecido até agora. E, ao
trabalhar assim, os obreiros se tornarão indivíduos consistentes, de
responsabilidade, que não fracassarão nem ficarão desanimados num lugar difícil
(OE, p. 419).
Tenha uma atitude animadora com seu presidente, especialmente
quando ele cometer erros – Enquanto seu presidente negligenciou sua obra e
falhou no cumprimento do dever, sua atitude não serviu para prover-lhe qualquer
encorajamento. Aquele que estava em posição de autoridade devia ter se portado
como homem de Deus, reprovando, exortando, animando, conforme a situação
exigia, quer vocês aceitassem ou rejeitassem seu testemunho. Mas ele se
desanimou facilmente e deixou vocês sem a ajuda que um fiel ministro de Cristo
deveria prestar. Ele falhou em não seguir a providência de Deus, e em não lhes
mostrar o dever nem instruí-los para atender à exigência do momento. A
negligência do pastor, porém, não deveria desencorajá-los e levá-los a se
desculpar pela negligência do dever. Eis por que há maior necessidade de
energia e fidelidade da parte de vocês (T5, p. 281).
Deve-se ter muito cuidado na eleição de presidentes de Campo – O
Senhor tem Se agradado de me apresentar muitas coisas com relação ao
chamado e ao trabalho de nossos pastores, especialmente os que foram
designados para presidentes de Associação. Grande cuidado deve ser exercido na
escolha de homens para essas posições de confiança. Deve haver fervorosa
oração em busca de iluminação divina.
Os que são assim indicados para superintendentes do rebanho devem ser
homens de boa reputação; homens que deem provas de possuir, não somente
conhecimento das Escrituras, mas experiência na fé, na paciência, para que, em
mansidão, possam instruir os que se opõem à verdade. 106 Devem ser homens
íntegros, não neófitos, mas inteligentes estudantes da Palavra, aptos para ensinar
a outros também, tirando do tesouro coisas novas e velhas; homens que, em
caráter, palavras e conduta, sejam uma honra à causa de Cristo, ensinando a
verdade, vivendo a verdade, crescendo até à estatura perfeita em Cristo Jesus.
Isso importa no desenvolvimento e fortalecimento de cada faculdade mediante o
exercício da mesma, para que os obreiros se tornem aptos a suportar maiores
responsabilidades, à medida que a obra aumenta (OE, p. 413).
Os presidentes podem se tornar conservadores e mesquinhos demais
em sua liderança – Pastor M, como presidente da Associação ________, o
senhor mostrou por sua administração geral que não é digno da confiança que
lhe foi depositada. O irmão revelou que é muito conservador e que suas ideias
são muito restritas. O senhor não fez metade do que poderia se estivesse cheio
do verdadeiro espírito da obra. Teria condições de alcançar maior experiência e
capacidade do que possui agora, e estaria muito melhor preparado para
administrar com sucesso essa sagrada e importante missão – uma obra que lhe
teria dado o mais genuíno direito à confiança de nosso povo. Mas, assim como
outros irmãos do ministério em seu Estado, o senhor falhou em avançar segundo
a providência de Deus. Não demonstrou que o Espírito Santo estava
impressionando profundamente seu coração, para que pudesse falar ao povo
através do irmão.
Se, nessa crise, o senhor fizer algo para aumentar a dúvida e a desconfiança
nas igrejas de seu Estado, algo que impeça o povo de se envolver de coração
nessa obra, o Senhor o considerará responsável. Deus lhe deu alguma
indiscutível evidência de que os irmãos de seu Estado estão dispensados da
responsabilidade de trabalhar na cidade de ____________ , com a mesma
intensidade que Cristo trabalhou por eles? Se o irmão estivesse na luz, estaria
encorajando essa missão por meio de sua fé (T5, p. 370).
Os presidentes de Associações, mais do que outros ministros, devem ser
exemplos de viver piedoso – Os presidentes de Associações devem ser homens
a quem se possa confiar plenamente a obra de Deus. Deveriam ser homens
íntegros, cristãos altruístas, consagrados e trabalhadores. Se forem deficientes
nesses aspectos, as igrejas sob seus cuidados não poderão prosperar. Esses, mais
do que outros ministros de Cristo, deveriam ser exemplos de viver piedoso e
devoção desinteressada às conveniências da causa de Deus; de modo que aqueles
que os contemplarem como exemplo não sejam desencaminhados.
Em alguns casos, eles tentam servir a Deus e ao dinheiro. Não são
abnegados e não se interessam pelas pessoas. Sua consciência não é sensível.
Quando a causa de Deus é atingida, não se sentem feridos. Em seu coração,
questionam e duvidam dos Testemunhos do Espírito de Deus. Não carregam a
cruz de Cristo e desconhecem o intenso amor de Jesus. Não são fiéis pastores do
rebanho sobre o qual foram feitos superintendentes. Seu registro no Céu é tal que
eles não se alegrarão em enfrentá-lo no dia de Deus (T5, p. 379, 380). 107
Deus dá sabedoria a presidentes de Associações que vão a Ele como
crianças – Presidentes de Associações, vocês serão sábios se decidirem ir a
Deus. Creiam nEle. Ele ouvirá suas orações e virá em seu auxílio, em muito
menos tempo do que os transportes públicos poderiam levar um, dois, três ou
quatro homens a uma grande distância, e com alto custo, para decidir questões
que o Deus da sabedoria de maneira muito melhor pode decidir para vocês. Ele
prometeu: “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos
dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida” (Tg 1:5). Se sinceramente
humilharem seu coração diante dEle, esvaziando sua alma do amor-próprio,
removendo os defeitos naturais de seu caráter e vencerem seu amor à
supremacia, indo a Deus como crianças, Ele lhes concederá Seu santo Espírito.
Quando dois ou três concordarem em fazer alguma coisa, e, no nome de Jesus,
pedirem ao Senhor, isso lhes será feito (TM, p. 323, 324).
SALÁRIO
Os obreiros não devem ser forçados a aceitar pequena remuneração
por falta de dinheiro na tesouraria – Em lugar de reduzir as despesas da obra a
níveis tão baixos, é seu dever levar as pessoas a entender que “digno é o
trabalhador do seu salário” (Lc 10:7). As igrejas precisam ser impressionadas
com o fato de que é seu dever proceder honestamente para com a causa de Deus,
não permitindo que a culpa da pior espécie de furto – roubar a Deus nos dízimos
e nas ofertas – incida sobre elas. Quando são feitos ajustes com os obreiros em
Sua causa, esses não deveriam ser forçados a aceitar uma pequena remuneração
porque há falta de dinheiro nos cofres. Dessa maneira, muitos têm sido
defraudados naquilo que lhes é devido, e isso é tanto um crime à vista de Deus
quanto reter os salários dos que estão empregados em qualquer outro ramo
comum de negócio (T5, p. 374).
Salário inadequado demonstra desrespeito pelos ministros – Quando
seus livros são revisados, se homens egoístas, com a voz ou a caneta, restringem
o obreiro em seu salário, eles o desanimam e deprimem. Cada ministro deve ter
uma reserva com que trabalhar, algo com que possa iniciar bons
empreendimentos, dando impulso à obra com entusiasmo. Deus diz: “Não
amordacem o boi enquanto está debulhando o cereal” (Dt 25:4). Esta é uma
figura daqueles que trabalham sob o olhar de Deus para fazer avançar Sua causa,
elevando a mente dos homens da contemplação das coisas terrestres para as
celestiais. Deus gosta disso, e Ele deseja que os homens respeitem seus direitos
(East Michigan Banner, 29 de março de 1905).
OUTROS OBREIROS DA IGREJA
Deus ordenou que os talentos de várias mentes sejam reunidos para
fazer Sua obra – Homem algum, seja ele professor, médico ou 108 pastor, nunca
poderá esperar ser um todo completo. Deus deu a cada homem certos dons, e
ordenou que eles se associem em Seu serviço, de modo que os vários talentos de
muitas mentes sejam reunidos. O contato de uma mente com outra tende a avivar
o pensamento e aumentar as capacidades. As deficiências de um obreiro são
muitas vezes supridas pelos dons especiais de outro (CPPE, p. 521).
O pastor, o professor, o médico-missionário e o colportor devem
respeitar-se e valorizar-se mutuamente – A pregação da Palavra é um meio
ordenado pelo Senhor, pelo qual Sua mensagem de advertência deve ser dada ao
mundo. Nas Escrituras, o fiel professor é representado como um pastor do
rebanho de Deus. Ele deve ser respeitado, e sua obra, valorizada. A genuína obra
médica está ligada ao ministério, e a colportagem deve participar tanto da obra
médico-missionária quanto do ministério (T6, p. 323).
OS MÉDICOS-MISSIONÁRIOS
A obra médico-missionária e o ministério evangélico não devem ser
separados – A obra médico-missionária não deve ser levada avante como algo
separado da obra do ministério evangélico. O povo do Senhor deve ser um. Não
deve haver separação alguma nesta obra. Tempo e meios estão sendo absorvidos
numa obra que é levada avante com muito empenho numa direção apenas. O
Senhor não determinou assim. Ele enviou Seus doze apóstolos, e posteriormente
os setenta, para pregarem a Palavra ao povo, e deu-lhes poder para curar os
enfermos e expulsar os demônios em Seu nome. Os dois ramos da obra não
devem se separar.
Satanás inventará todo tipo de ardil para separar aqueles a quem Deus está
procurando tornar um. Não devemos ser enganados por suas estratégias. A obra
médico-missionária deve estar ligada com a mensagem do terceiro anjo da
mesma forma que a mão está ligada ao corpo; e a instrução dos estudantes em
assuntos médico-missionários não está completa, a menos que eles se preparem
para trabalhar em ligação com a igreja e o ministério (CS, p. 557).
Os ministros e os obreiros médicos devem cooperar entre si – Ele
[Deus] convida Seu povo a trabalhar em perfeita harmonia. Convida os que se
acham empenhados na obra médico-missionária a se unirem com o ministério;
convida o ministério a cooperar com os obreiros médicos-missionários; e
convida a igreja a cumprir o dever que lhe é designado, mantendo alto o padrão
da verdadeira reforma em seu território, permitindo que obreiros preparados e
experientes avancem para novos campos (T6, p. 292).
O médico fiel precisa das orações do povo de Deus tanto quanto o
ministro – Os deveres do médico são árduos. Poucos avaliam a tensão mental e
física a que ele está sujeito. Deve empregar toda energia e capacidade com o
mais intenso anseio, na batalha 109 contra a doença e a morte. Muitas vezes, ele
sabe que um movimento menos hábil da mão, até por um fio de cabelo apenas,
em direção errada, pode mandar para a eternidade uma pessoa não preparada.
Quanto precisa o médico fiel da compaixão e das orações do povo de Deus!
Suas necessidades nesse sentido não são inferiores às do mais consagrado pastor
ou missionário. Privado, como se vê muitas vezes, do necessário repouso e do
sono, e mesmo dos privilégios religiosos no sábado, necessita dobrada porção de
graça, uma nova provisão a cada dia, do contrário perderá sua segurança em
Deus, e estará em risco de imergir mais fundo nas trevas espirituais do que
homens de outras profissões. E, no entanto, é muitas vezes alvo de imerecidas
censuras, e deixado sozinho, sujeito às mais cruéis tentações de Satanás,
sentindo-se mal compreendido e traído pelos próprios amigos (T5, p. 446).
OS PROFESSORES
A influência dos professores cristãos se equipara à dos pastores –
Aqueles que assumem a tarefa de educar a outros necessitarão de paciência para
conduzir seus alunos de um ponto a outro em realizações intelectuais e
espirituais. Os que ensinam nos vários ramos da obra devem sentir quão grande é
a responsabilidade que recai sobre eles. Precisam ter uma visão ampla, pois o
seu trabalho, em sua influência, se equipara ao do ministro cristão. Devem ser
feitas reuniões para dar instruções, dedicar tempo para isso e providenciar
instalações adequadas para que todo o conhecimento possível possa ser
partilhado durante as reuniões. A obra de cooperação com os ministros do
evangelho em levar a verdade presente a todas as nações, línguas e povos é, na
realidade, da máxima importância. Deve ser conduzida de modo a preservar a
exaltada verdade que professamos amar (RH, 20 de maio de 1890).
Não deve haver espírito de rivalidade entre ministros, médicos e
professores – Esta é a minha oração: “Remove de nossos ministros, médicos e
professores em nossas escolas tudo que possa causar um espírito de rivalidade.”
Nenhum de nós deve ter um espírito de exaltação (Carta 8, 1910, citada em
BIO6, p. 270).
O ministério dos professores – Muitas vezes parecerá ao professor que a
Palavra de Deus pouca influência tem no coração e no espírito de muitos
estudantes; mas, se seu trabalho foi efetuado em Deus, algumas lições da
verdade divina ficarão gravadas na memória dos mais desatentos. O Espírito
Santo regará a semente lançada, e ela brotará após muitos dias dando frutos para
a glória de Deus (CPPE, p. 435).
O Espírito Santo trabalha com o professor – Quando o professor confia
em Deus em oração, o espírito de Cristo sobre ele repousa, e, por intermédio
dele e pelo Espírito Santo, Deus impressiona outras mentes. O Espírito 110 enche
a mente e o coração de doce esperança, ânimo e imagens bíblicas, e tudo isso
será transmitido à juventude sob sua instrução (PJ, p. 131, 132).
OS COLPORTORES
Os pastores devem trabalhar em cooperação com os colportores – Fui
instruída de que, mesmo onde o povo ouve a mensagem do pregador, o colportor
deve continuar sua obra em cooperação com o pastor; porque ainda que o pastor
apresente fielmente a mensagem, o povo não é capaz de retê-la totalmente. Por
isso, a página impressa é essencial, não somente para despertar nas pessoas o
reconhecimento da importância da verdade para este tempo, mas também para
enraizá-las e firmá-las na verdade e protegê-las contra o erro.
As revistas e os livros são o meio de o Senhor manter a mensagem para este
tempo continuamente diante do povo. As publicações farão muito maior obra
iluminando e confirmando pessoas na verdade do que a que pode ser realizada
pelo ministério apenas da Palavra. Os silenciosos mensageiros que são colocados
nos lares pelo trabalho do colportor fortalecerão o ministério evangélico em
todos os sentidos; porque o Espírito Santo impressionará a mente dos que lerem
os livros, do mesmo modo que o faz à mente dos que ouvem a pregação da
Palavra. O mesmo ministério de anjos que auxilia a obra do pastor acompanha os
livros que contêm a verdade (T6, p. 315, 316).
O colportor ocupa uma posição igual à do ministro do evangelho – A
obra da colportagem é um importante campo de trabalho; e o colportor
inteligente, temente a Deus e que ama a verdade ocupa uma posição igual à do
pastor. Então deve o colportor, mais do que o pastor ordenado, sentir-se na
liberdade de agir por motivos egoístas? Deve ele ser infiel a todos os princípios
do trabalho missionário, e vender apenas os livros que são mais baratos e fáceis
de lidar, negligenciando colocar diante do povo os livros que darão mais luz,
porque, assim fazendo pode ganhar para si mesmo mais dinheiro? (TM, p. 317,
318).
Não estimule bons colportores a se tornarem pastores medíocres – Em
todas as partes do campo devem ser escolhidos colportores, não do núcleo
inconstante da sociedade, não dentre homens e mulheres que para nada mais
servem e em nada têm tido êxito, mas dentre os que têm boa apresentação, tato,
fina percepção e habilidade. Tais pessoas são necessárias para serem colportores
bem-sucedidos. Homens adaptados a essa obra empreendem-na, mas algum
pastor imprudente irá adulá-los, dizendo que seu talento deveria ser empregado
no púlpito, em vez de simplesmente na obra do colportor. Assim, essa obra é
diminuída.
Eles são influenciados a buscar licença para pregar, e justamente aqueles
que poderiam ter sido preparados para se tornar bons missionários, a fim de
visitar as famílias em seus lares, falar e orar com elas, são levados a se tornar 111
pastores deficientes; e o ramo em que é preciso tanto trabalho e onde tanto bem
poderia ser efetuado pela causa é negligenciado. O colportor eficiente, do
mesmo modo que o pastor, deve ter suficiente remuneração por seu serviço, se
seu trabalho é feito fielmente (T4, p. 389).
OS ADMINISTRADORES
As finanças devem ser administradas pelos que não foram separados
para pregar – As finanças da causa devem ser adequadamente administradas
por homens hábeis de negócios; mas os pregadores e evangelistas são separados
para outra linha de trabalho. Deixem que a administração de questões financeiras
recaia sobre outros, que não tenham sido separados para a obra de pregação do
evangelho. Nossos ministros não devem ser sobrecarregados com os aspectos
financeiros da obra evangelística realizada em nossas grandes cidades. Os
encarregados de nossas Associações devem procurar homens de negócios que
cuidem dos detalhes financeiros do trabalho nas cidades. Se tais homens não
forem encontrados, que sejam providenciadas condições para treinar homens
para exercer essas funções (RH, 5 de outubro de 1905). 112

** Aqui se faz referência ao estudo em grupo, como nas reuniões campais.


Evangelismo e crescimento da igreja

18
Conscientizando a comunidade
115
Nota dos compiladores: Como o livro Evangelismo já abordou o tema
de modo abrangente, esta seção é propositadamente mais reduzida do que sua
importância requer.
Cristo empregou vários métodos para obter a atenção das multidões –
Com base nos métodos de trabalho de Cristo, podemos aprender muitas lições
valiosas. Ele não seguiu um único método; de maneiras diversas procurou captar
a atenção das multidões, e, tendo alcançado êxito nisto, anunciou-lhes as
verdades do evangelho. Sua obra principal consistia em ministrar aos pobres, aos
necessitados e aos ignorantes. Apresentava-lhes com simplicidade as bênçãos
que poderiam receber, e desta forma lhes despertava no coração a fome pela
verdade, o Pão da Vida (RH, 24 de dezembro de 1914).
SERVINDO À COMUNIDADE
Cada ato de misericórdia em favor dos necessitados é referido como
feito a Jesus – “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é
esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se
incontaminado do mundo” (Tg 1:27). Os frutos que Cristo quer que produzamos
são as boas obras: palavras amáveis, atos de bondade, de consideração afetuosa
para com os pobres, os necessitados, os aflitos.
Quando as pessoas são solidárias com os oprimidos pelo desânimo e pela
angústia; quando a mão se estende aos pobres; quando os necessitados são
vestidos; quando os estrangeiros são bem-vindos no sofá de sua sala e têm um
lugar em seu coração, os anjos chegam bem perto, e música ecoa no Céu. Cada
ato de justiça, misericórdia e bondade produz melodia no Céu.
O Pai contempla do Seu trono os que praticam esses atos de misericórdia e
os considera Seu mais precioso tesouro. “Eles serão para Mim particular tesouro,
naquele dia que preparei, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml 3:17). Cada ato de
misericórdia realizado em favor dos necessitados e sofredores é considerado
como tendo sido feito a Jesus. Quando vocês ajudarem os pobres,
compadecerem-se dos aflitos e oprimidos e aproximarem-se dos órfãos,
aprofundarão seu relacionamento com Jesus (T2, p. 25).
Alguns pastores não têm empatia pelos pobres, necessitados e
ignorantes – O coração de Cristo é confortado pela visão daqueles que são
pobres no mais amplo sentido do termo; 116 confortado por Sua visão daqueles
que são maltratados, mas que são mansos; alegrado pelos aparentemente
insatisfeitos e famintos pela justiça, pela incapacidade de muitos para
começarem. Ele saúda por assim dizer o mesmo estado de coisas que
desanimaria a muitos pastores. Ele corrige nossa religiosidade falha, dando o
encargo da obra dos pobres e necessitados nos lugares rústicos da Terra a
homens e mulheres que têm empatia pelos ignorantes e marginalizados.
O Senhor ensina a esses obreiros como encontrar aqueles a quem Ele deseja
auxiliar. Eles serão encorajados ao verem as portas se lhes abrirem, ao
penetrarem em lugares nos quais poderão fazer trabalho médico-missionário.
Tendo pouca confiança própria, dão a Deus toda a glória. Suas mãos podem ser
toscas e sem prática, mas o coração é suscetível à piedade; eles estão possuídos
de um ardente desejo de fazer alguma coisa que possa aliviar a desgraça tão
intensa; e Cristo está ao seu lado para ajudá-los. Ele opera por meio daqueles
que descobrem misericórdia na miséria, ganho na perda de todas as coisas.
Quando a Luz do mundo passa, os privilégios aparecem em todas as
adversidades, ordem na confusão, o sucesso e a sabedoria de Deus naquilo que
parecia ser uma falha (CS, p. 26, 27).
RELAÇÕES PÚBLICAS
A melhor maneira de lidar com o erro – A melhor maneira de lidar com
o erro é apresentar a verdade, e deixar que as ideias estranhas se extingam por
falta de atenção. Contrastado com a verdade, torna-se aparente a todo o espírito
inteligente a fraqueza do erro. Quanto mais forem repetidas as afirmações
erradas dos opositores, e dos que se levantam entre nós para enganar as pessoas,
melhor será servida a causa do erro. Quanto mais publicidade se dá às sugestões
de Satanás, melhor é satisfeita sua majestade satânica (TM, p. 165).
Não devemos dar ideia errônea para obter favor – Não devemos dar
uma ideia errada daquilo que professamos crer, a fim de ganhar favor de alguém.
Deus aborrece a falsa apresentação e a prevaricação. Ele não tolerará o homem
que diz e não pratica. A obra mais nobre, a melhor de todas, é a que provém de
uma atitude digna e honesta (Ev, p. 132).
OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Os discursos importantes devem ser publicados nos jornais – Os que se
têm interessado podem enfrentar os enganos e falsas apresentações dos ministros
populares, e não sabem responder a essas coisas. A verdade apresentada pelo
pregador vivo deve ser publicada na forma mais condensada possível, e
amplamente disseminada. Na medida do possível, publiquem-se nos jornais as
importantes palestras proferidas em nossas reuniões campais. Assim, a verdade
que foi apresentada a um número limitado de pessoas terá acesso a muitas
mentes. E, em casos em que tenha havido desfiguração da verdade, o povo terá
oportunidade de saber exatamente o que o pastor disse (Ev, p. 130). 117
19
A obra missionária

Cristo ministrava às necessidades das pessoas antes de convidá-las a


segui-Lo – Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito ao nos
aproximarmos do povo. O Salvador misturava-Se com os homens como uma
pessoa que lhes desejava o bem. Manifestava compaixão por eles, ministrava-
lhes às necessidades e ganhava-lhes a confiança. Ordenava então: “Segue-Me”
(Jo 21:19) (CBV, p. 143).
Crie métodos para alcançar o povo onde ele está – Cada obreiro na vinha
do Senhor deve estudar, planejar, idealizar métodos, a fim de alcançar o povo
onde está. Devemos fazer algo fora do curso comum das coisas. Temos que
prender a atenção. Temos de ser intensamente fervorosos. Estamos às vésperas
de tempos de luta e de perplexidades, os quais nem foram ainda imaginados (Ev,
p. 122, 123).
Uma igreja “colmeia” terá um programa variado para alcançar a
comunidade – Durante os últimos poucos anos, a “colmeia” em San Francisco
tem sido sem dúvida muito ativa. Muitos setores do trabalho cristão têm sido
desenvolvidos por nossos irmãos e irmãs. Neles se incluem a visitação aos
enfermos e desamparados, a busca de lares para órfãos, a obra em favor dos
desempregados, o cuidado dos doentes, o ensino da verdade de casa em casa, a
distribuição de literatura, e cursos sobre vida saudável e o cuidado com os
enfermos.
Uma escola para crianças é dirigida no porão da casa de culto da Rua
Laguna. Durante algum tempo, foi mantido um lar para trabalhadores e uma
missão médica. Na Rua Market, próximo ao teatro municipal, havia salas de
tratamento que funcionavam como filiais do Sanatório Santa Helena. No mesmo
local havia um armazém de alimentos saudáveis. Próximo ao centro da cidade,
não distante do edifício Call, era dirigido um restaurante vegetariano, o qual
ficava aberto seis dias por semana e ficava completamente fechado aos sábados.
Ao longo do ancoradouro realizava-se trabalho missionário a bordo. Em várias
oportunidades, nossos pastores dirigiram reuniões em grandes salões na cidade.
Assim a mensagem de advertência foi dada a muitos (RH, 5 de julho de 1906).
Procure, até ter a alegria de encontrar – O próprio Cristo nos ensinou a
lição de fé e trabalho perseverantes. Na parábola da ovelha perdida, Ele 118 não
apresentou à nossa imaginação o quadro de um pastor triste retornando sem a
ovelha. A busca do pastor não cessa enquanto a ovelha perdida não é trazida de
volta ao redil. A mulher, cuja moeda se perdeu, procura-a até encontrá-la. Essas
parábolas não falam de fracasso, mas de sucesso e alegria na recuperação do que
se havia perdido. Aqui está a garantia divina de que nenhuma pessoa perdida é
ignorada, nenhuma é deixada sem socorro. Cristo cooperará com todos os nossos
esforços em buscar os perdidos (AUCR, 1º de julho de 1900).
PUBLICAÇÕES
A leitura prepara o caminho para a palavra falada – Foi-me mostrado
que apenas poucas pessoas têm uma ideia correta do que a distribuição de
revistas e folhetos está realizando. A obra missionária, ao fazer circular as
publicações sobre a verdade presente, está abrindo portas em todos os lugares, e
preparando as mentes para receber a verdade dos lábios do pregador vivo quando
este chegar. O êxito que resulta do trabalho dos ministros no campo não se deve
unicamente aos seus esforços pessoais, mas, em grande medida, à influência da
leitura que tem iluminado a mente das pessoas e eliminado o preconceito. Assim,
muitos se tornam suscetíveis à influência da verdade quando esta lhes é
apresentada (PM, p. 308).
Os livros devem chegar às mãos de todos quantos os queiram ler – Em
todos os lugares importantes, deve haver um depósito de publicações. E alguém
que valoriza realmente a verdade deve se interessar em fazer chegar esses livros
às mãos de todos os que os lerão (T1, p. 473).
Devemos publicar livros que possam ser vendidos baratos – Não
aceitemos as tentações que virão sobre nós, com força peculiar, para editar livros
que envolvem grande investimento de dinheiro. O Senhor não aprova isso. Os
milhares de dólares gastos em ilustrações poderiam ser investidos na publicação
de livros e no barateamento de sua vendagem. Quando os ministros frequentam
reuniões campais, devem ter o privilégio de levar esses livros consigo, e vendê-
los ao preço mais barato possível. Com o dinheiro que recebem, da diferença do
que os livros lhes custaram, poderão comprar livros para oferecer àqueles de
nosso povo que não têm condições de comprá-los, ou aos incrédulos que, dessa
forma, podem ser levados ao conhecimento da verdade (OP, p. 111).
SAÚDE
Combinando a obra médico-missionária e o ministério da Palavra,
podemos alcançar todas as classes – O ministério evangélico é uma
organização para a proclamação da verdade aos enfermos e aos sãos. Ele
combina a obra médico-missionária e o ministério da Palavra. Mediante essas
instituições combinadas dá-se oportunidade de comunicar luz e apresentar o
evangelho a todas as classes 119 e a todas as categorias da sociedade. Deus deseja
que os pastores e os membros da igreja manifestem interesse ativo e determinado
na obra médico-missionária (T6, p. 300, 301).
Os pastores devem, às vezes, despertar o interesse dos ouvintes nas
doutrinas bíblicas, apresentando primeiro palestras sobre saúde – Em
nossas casas de saúde, nossos pastores, que trabalham com a Palavra e a
doutrina, devem fazer breves palestras sobre os princípios de temperança,
mostrando que o corpo é o templo do Espírito Santo, e levando à memória do
povo a responsabilidade que sobre eles recai como propriedade de Deus,
comprada para fazer do corpo um templo santo, adequado a ser morada do
Espírito Santo. Sendo comunicada essa instrução, o povo se interessará pela
doutrina bíblica (Te, p. 245).
Se os médicos e ministros puderem trabalhar juntos na apresentação
da verdade, mais pessoas serão alcançadas – A obra que vocês estão fazendo
nas cidades está alcançando a aprovação do Céu. O que vocês têm feito
demonstra que, se nossos médicos e nossos pastores puderem trabalhar juntos,
na apresentação da verdade ao povo, mais pessoas serão alcançadas do que
poderão ser influenciadas pelo ministro trabalhando sozinho. Confio em que seu
exemplo nesse sentido possa ser seguido por outros médicos (CS, p. 543).
FAMÍLIA
A restauração da humanidade começa no lar – A restauração e o
reerguimento da humanidade começam no lar. A obra dos pais é a base de todas
as outras. A sociedade é composta por famílias, e os chefes de família é que a
fazem ser como é. Do coração “procedem as fontes da vida” (Pv 4:23), e o
coração da comunidade, da igreja e da nação é o lar. A felicidade da sociedade, o
êxito da igreja e a prosperidade da nação dependem das influências domésticas
(CBV, p. 349). 120
20
Planejamento e estratégia
121
Os pastores curvados sob o peso da salvação de almas verão o fruto
de seus esforços – Pela graça de Cristo, os ministros de Deus são mensageiros
de luz e bênção. Quando, por meio de oração fervorosa e perseverante, são
dotados do Espírito Santo e avançam com a preocupação de salvar almas, e o
coração cheio de zelo para expandir os triunfos da cruz, eles verão o fruto de
seus esforços. Recusando resolutamente exibir sabedoria humana ou exaltar a si
mesmos, realizarão uma obra que resistirá aos ataques de Satanás. Muitas
pessoas se voltarão das trevas para a luz, e muitas igrejas serão estabelecidas. Os
homens se converterão, não ao instrumento humano, mas a Cristo. O eu se
manterá oculto, e unicamente Jesus, o Homem do Calvário, aparecerá (RH, 24
de agosto de 1911).
TEMPO PARA O EVANGELISMO
Centralize a mente no único objetivo de salvar almas – Alguns pastores
se desviam facilmente de seu trabalho. Tornam-se desanimados ou são afastados
pelos vínculos familiares, e deixam um crescente interesse morrer por falta de
atenção.
O prejuízo assim trazido à causa mal pode ser avaliado. Quando um esforço
para promover a verdade é iniciado, o pastor encarregado deve se sentir
responsável por executá-lo totalmente com êxito. Se seus esforços parecerem
sem resultado, deve, com oração fervorosa, procurar descobrir se está fazendo
aquilo que devia. Deve humilhar seu coração perante Deus em exame de si
mesmo e, pela fé, se apegar às promessas divinas, continuando humildemente
seus esforços até que esteja certo de ter cumprido fielmente seu dever e ter
realizado tudo ao seu alcance para obter o resultado desejado (T4, p. 265).
Os ministros que se movimentam em torno de suas igrejas lhes causam
dano – As igrejas que não têm vida própria, que perderam seu discernimento
espiritual, pedem pastores que venham em seu auxílio para trazer-lhes o fôlego
da vida. Mas os pastores têm outra obra a realizar. Eles precisam levar a
mensagem da verdade àqueles que não a conhecem. Esses pastores que se
movimentam em torno de suas igrejas, que não têm uma mensagem bem
definida, que, como uma espada de dois gumes, corta dos dois lados, causarão
dano à igreja. Não trabalharão pela salvação das pessoas que estão em grave
perigo por não conhecerem a verdade, e eles próprios morrerão 122
espiritualmente, causarão problemas e desanimarão os que tentarem ajudá-los
(MR6, p. 65).
Pastores ganhadores de almas produzem membros ganhadores de
almas – Quando a igreja vir que os pastores estão inflamados com o espírito da
obra, que sentem profundamente a força da verdade, e estão procurando trazer
outros ao conhecimento dela, isso colocará neles nova vida e vigor. Seu coração
será estimulado para fazer o que puderem para ajudar a obra. Não há um grupo
de pessoas no mundo que esteja mais desejoso de sacrificar seus recursos para
fazer avançar a causa do que os adventistas do sétimo dia. Se os pastores não os
desencorajarem por sua preguiça e ineficiência, e por sua falta de espiritualidade,
eles geralmente responderão a qualquer apelo que esteja de acordo com seu
entendimento e sua consciência. Mas querem ver frutos (T3, p. 49).
PLANEJAMENTO DA IGREJA
Apresente seus planos para a igreja de modo a conquistar o interesse e
a cooperação dos membros – Carecemos hoje de pessoas como Neemias na
igreja, não de homens capazes de pregar e orar apenas, mas de homens cujas
orações e cujos sermões sejam sustentados por firme e sincero propósito. O
procedimento seguido por aquele patriota hebreu na realização de seus planos
devia ser ainda adotado pelos pastores e dirigentes. Havendo eles delineado seus
planos, deveriam expô-los perante a igreja de maneira que lhes atraísse o
interesse e a cooperação. Façam com que o povo compreenda os planos e tome
parte na obra, e se interessarão pessoalmente por sua prosperidade (CBA3, p.
1.287).
Mantenha os membros a par de seus planos – Por que não colocá-los
para trabalhar visitando os doentes e ajudando de outras maneiras, mantendo
desse modo a igreja em atividade? Assim todos estarão inteirados quanto aos
planos do pastor, e, ao solicitar-lhes ajuda em qualquer momento, poderão
colaborar inteligentemente com ele. Todos devem ser cooperadores de Deus, e
então o ministro pode sentir que tem ajudantes nos quais é seguro confiar. O
pastor pode apressar esse objetivo desejável mostrando que tem confiança neles
ao colocá-los para trabalhar (RH, 9 de julho de 1895).
Escolha oficiais e membros de sua confiança e compartilhe o trabalho
com eles – Muitos membros da igreja são privados da experiência que deveriam
ter porque tem prevalecido a ideia de que o pastor deve fazer todo o trabalho e
levar todas as cargas. Ou as responsabilidades foram amontoadas sobre o
ministro ou ele próprio decidiu assumir os deveres que deveriam ter sido
executados pelos membros da igreja. Os pastores devem escolher os oficiais e
membros de sua confiança 123 e ensiná-los a trabalhar para o Mestre. Assim o
ministro não precisará fazer todo o trabalho sozinho e, ao mesmo tempo, a igreja
receberá maior benefício do que se ele tentasse realizar todo o trabalho,
dispensando os membros de fazer a parte que o Senhor lhes designou (RH, 9 de
julho de 1895). 124
21
Como obter decisões
125
Muitos estão esperando somente serem congregados – O etíope
representa uma grande classe que necessita ser ensinada por missionários como
Filipe – homens que ouvem a voz de Deus, e vão aonde Ele manda. Muitos estão
lendo as Escrituras sem compreender seu verdadeiro significado. Em todo o
mundo, homens e mulheres olham atentamente para o Céu. Sobem orações,
lágrimas e indagações de pessoas ansiosas por luz, por graça e pelo Espírito
Santo. Muitas estão no limiar do reino, esperando somente serem recolhidas
(AA, p. 109).
Nem todas as conversões são iguais – Não são todos constituídos da
mesma maneira. Nem todas as conversões são iguais. Jesus impressiona o
coração, e o pecador nasce de novo para uma novidade de vida. Muitas pessoas
têm sido atraídas a Cristo sem experimentar nenhuma veemente convicção,
nenhum remorso aterrador ou dilacerar de coração. Olharam a um Salvador
erguido e viveram. Viram a necessidade da alma, viram a suficiência do
Salvador e Seus reclamos, ouviram-Lhe a voz dizendo: “Segue-Me”, e se
levantaram e O seguiram. Essa conversão foi genuína, e a vida religiosa foi tão
decidida como a de outros que sofreram todas as agonias de um processo
violento (1ME, p. 177, 178).
Não desanime se algumas decisões demorarem – Os sacerdotes estavam
convencidos do divino poder do Salvador. Foi-lhes dada a oportunidade de
conhecer a verdade e serem beneficiados pela luz. Se fosse rejeitada, ela
passaria, para nunca mais voltar. Muitos rejeitaram a luz; porém, ela não foi
dada em vão. Foram tocados muitos corações que, por algum tempo, não deram
sinal disso. Durante a vida do Salvador, Sua missão parecia despertar pouca
reciprocidade de amor da parte dos sacerdotes e mestres; mas, depois de Sua
ascensão, “grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (At 6:7) (DTN, p. 266).
DECISÃO PÚBLICA
Para se obter decisões, Cristo deve ser colocado acima da teoria –
Muitos de nossos pastores têm cometido grande erro ao proferir discursos que
são completamente argumentativos. Há pessoas que escutam a teoria da verdade
e ficam 126 impressionadas com as evidências apresentadas; então, se uma parte
do sermão põe Cristo em foco como Salvador do mundo, a semente lançada
poderá brotar e dar fruto para a glória de Deus. Em muitas pregações, porém,
não é apresentada ao povo a cruz de Cristo. Talvez alguns estejam escutando o
último sermão que irão ouvir, e outros não terão nunca mais a oportunidade de
ouvir uma exposição da cadeia da verdade, com uma aplicação prática dela a seu
coração. Se essa preciosa oportunidade for perdida, ficará perdida para sempre.
Se Cristo, com Seu amor redentor, tivesse sido exaltado em ligação com a teoria
da verdade, isso os poderia haver feito pender para o lado dEle (T4, p. 393, 394).
A eloquência pode ocultar a verdade e não produzir decisões – Aquele
que usa palavras eloquentes, simplesmente faz com que o povo se esqueça da
verdade misturada com sua oratória. Quando a empolgação desaparece, se
descobre que a Palavra de Deus não se fixou na mente; nem mesmo se obteve a
mais simples compreensão. As pessoas podem sair da igreja e falar com
admiração dos dons de oratória do pregador, mas podem não ter sido
convencidas da verdade nem levadas mais perto do ponto de decisão. Elas falam
do sermão da mesma maneira que falariam de uma apresentação teatral, e do
ministro como se fosse um ator de teatro. Pode ser que voltem para ouvir o
mesmo tipo de discurso, e novamente sair sem ser impressionadas nem
alimentadas (VSS, p. 283).
Em cada reunião devem ser feitos apelos para tomar decisões – Ação
rápida, enérgica e dedicada pode salvar uma pessoa indecisa. Ninguém consegue
dizer o quanto é perdido por se tentar pregar sem a unção do Espírito Santo. Em
toda congregação, há corações hesitantes, quase persuadidos a se dedicarem
inteiramente a Deus. A decisão está sendo tomada para o momento e para a
eternidade; mas, com muita frequência, acontece que o pastor não possui no
próprio coração o espírito e o poder da mensagem da verdade, pelo que não faz
apelos diretos às pessoas indecisas.
O resultado é que as impressões não se aprofundam no coração dos
convictos; e saem da reunião sentindo-se menos inclinados a aceitar o serviço de
Cristo do que quando chegaram. Decidem esperar uma oportunidade mais
favorável, mas esta nunca chega. Esse discurso profano, semelhante à oferta de
Caim, estava destituído do Salvador. A oportunidade certa é perdida, e os casos
dessas pessoas são decididos. Não é arriscado demais pregar de forma
indiferente e sem sentir o peso dos corações? (T4, p. 446, 447).
Convide as pessoas para vir à frente – O Senhor abençoou especialmente
a pregação do domingo à tarde. Todos ouviram com o mais profundo interesse,
e, no fim do sermão, foi feito um convite para que todos os que desejassem se
tornar cristãos e todos os que sentiam não ter uma conexão viva com Deus
viessem à frente para unirmos nossas orações com as deles para pedir o perdão
dos pecados e graça para resistir à tentação. Essa foi uma nova experiência 127
para muitos de nossos irmãos na Europa, mas eles não vacilaram. Parecia que a
congregação toda estava em pé, e o melhor que puderam fazer foi sentar-se e,
todos juntos, buscar ao Senhor.
Aqui estava toda uma congregação manifestando sua determinação de
abandonar o pecado e de se envolver fervorosamente na obra de buscar ao
Senhor. Em todo grupo há duas classes de pessoas: as que estão satisfeitas com
elas mesmas e as que sentem repugnância da própria condição. Para as do
primeiro grupo, o evangelho não tem atrativo, a não ser que possam interpretar
porções separadas para adular sua vaidade. Elas apreciam aqueles pontos
peculiares de elevada moralidade que pensam possuir. Mas muitos dos que veem
Jesus na perfeição de Seu caráter percebem suas próprias imperfeições com tal
clareza que quase se desanimam. Esse foi o caso aqui. Mas o Senhor esteve
presente para instruir e reprovar, para confortar e abençoar conforme o
requeriam vários casos.
Orações fervorosas foram então oferecidas, não por um sentimento de
felicidade passageira, mas por um verdadeiro senso de nossa pecaminosidade e
desesperança, sem o Seu sacrifício expiatório. Nunca Jesus pareceu mais
precioso do que nessa ocasião. Houve pranto por toda a congregação. Foi
compreendida a promessa: “O que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei
fora” (Jo 6:37). Se o véu pudesse ser afastado, veríamos anjos de Deus prontos a
ministrar aos humildes e penitentes. Após a oração, cem testemunhos foram
dados. Muitos deles demonstraram uma experiência real e genuína nas coisas de
Deus (RH, 3 de novembro de 1885).
DECISÃO PESSOAL
Cinco palavras dirigidas em particular farão mais do que todo o
discurso – Ao terminarem as reuniões, deve-se obter o parecer de cada pessoa
sobre o assunto. A cada um deve ser perguntado como pensa em lidar com essas
coisas ou aplicá-las em sua vida. Então, observar se este ou aquele manifesta
interesse. Cinco palavras que lhes sejam dirigidas particularmente farão mais
efeito do que todo o discurso (Ev, p. 285).
Os ministros devem aprender a trabalhar de modo diferente com cada
tipo de temperamento – Como o médico trata de doenças físicas, assim o pastor
ministra à alma doente por causa do pecado. E sua obra é tanto mais importante
do que a do médico, quanto a vida eterna é de maior valor que a existência
temporal. O pastor se depara com uma infinita variedade de temperamentos, e é
seu dever conhecer os membros das famílias que ouvem seus ensinos, a fim de
determinar que meios melhor os influenciarão no rumo certo (OE, p. 338).
CLASSE BÍBLICA
Reuniões especiais devem ser realizadas para dar instrução bíblica aos
interessados – Não pregue imediatamente um sermão após o outro, mas faça 128
um período de descanso intermediário, para que a verdade se fixe na mente e
haja oportunidade para que o pastor e as pessoas possam meditar e orar. Dessa
maneira, haverá crescimento no conhecimento e na experiência religiosa.
Estudos bíblicos devem ser dados, e tanto crentes quanto incrédulos devem ter
oportunidade de fazer perguntas sobre os pontos que não foram compreendidos
plenamente. Os que professam ser defensores da verdade devem fazer perguntas
cujas respostas tragam luz sobre a verdade presente.
Se alguém faz perguntas que servem apenas para confundir a mente e
semear a dúvida, deve ser aconselhado a se abster de fazer tais perguntas, para
que outros possam ser trazidos a Cristo. Precisamos aprender quando falar e
quando guardar silêncio, e aprender a semear as sementes da fé, a fim de refletir
a luz e não as trevas. Devem ser realizadas reuniões especiais para os que estão
interessados na verdade e precisam de instrução (RH, 23 de junho de 1891).
Dirija uma classe bíblica relacionada a reuniões evangelísticas – Existe
o perigo de passar muito rapidamente de um ponto a outro. Apresente lições
curtas e frequentes. Seu trabalho não é apenas pregar, mas também ajudar. O
esforço pessoal em favor de famílias e indivíduos deve abranger uma grande
parte de seu trabalho. Depois de haver aberto às pessoas as preciosas minas da
verdade, resta ainda uma grande obra a fazer por aqueles que se interessaram nos
temas apresentados. Depois de um curto sermão, altere a ordem da programação
e dê oportunidade a todos os que desejarem participar de uma conversa ou de
uma classe bíblica na qual poderão fazer perguntas sobre as questões que os
preocupam.
Você terá grande êxito em se aproximar das pessoas nessas classes bíblicas.
Os obreiros que trabalham junto aos ministros devem fazer esforços especiais
para guiar com paciência e bondade os que têm perguntas para compreender a
verdade. Se não tiver mais do que uma pessoa para instruir, esta, ao estar
plenamente convencida, comunicará a luz aos demais. Essas verdades decisivas
são de tão grande importância que podem ser apresentadas repetidas vezes para
gravá-las na mente dos ouvintes. As decisões que as pessoas tomam em relação a
essas coisas são de grande significado para elas (SpT-A7, p. 7).
FIRMANDO OS INTERESSADOS
Não se retire enquanto o interessado não tiver tomado sua decisão,
tenha se batizado e entrado para a igreja – Por anos tem sido comunicada luz
sobre esse ponto, mostrando a necessidade de atender ao interesse despertado, e
não abandoná-lo de forma alguma, até que todos os que se inclinam para a
verdade tenham tomado sua decisão, experimentado a conversão necessária para
o batismo e se unido a alguma congregação ou iniciado uma. Nenhuma
circunstância é tão importante que justifique chamar um pastor de um lugar onde
já exista um interesse despertado pela apresentação da verdade. Mesmo doença e
morte são de menor importância do que a salvação das pessoas por quem Cristo
fez tão imenso sacrifício (T2, p. 540). 129
Não seja apenas um portador de luz, mas acenda novas luzes – Em vez
de realizar reuniões gigantescas, faça pequenas reuniões. E, quando surgirem
grupos nos lugares onde as reuniões foram feitas, deve ser construído um lugar
de adoração para eles. Não podemos agir de outro modo para que não se perca o
trabalho realizado. Proceder de maneira diferente é como levar uma tocha
através de um bairro à noite. Os lugares por onde passa o portador de luz são
iluminados, mas não são muitos os lampiões acesos por sua tocha que se
convertem em obreiros verdadeiros que iluminam os outros (MR15, p. 250). 130
22
Evangelismo pessoal
131
O trabalho pessoal não pode ser considerado de importância
secundária – Os ministros de Jesus Cristo devem ter mais do que um mero
interesse casual pelas pessoas. Procurarão conhecer sua situação espiritual, do
mesmo modo como o médico procura entender as dificuldades físicas de seus
pacientes. Através de conversas pessoais, adaptarão seu conselho a cada caso
individual segundo a necessidade de cada um. Esse trabalho pessoal não pode
ser considerado de importância secundária. O ministro é o subpastor do rebanho
de Deus designado pelo Senhor, e a sua tarefa é ministrar aos enfermos pelo
pecado, aos tentados e aos que erram. Esse trabalho é necessário entre todas as
classes e em todos os lugares (RH, 11 de março de 1902).
Pastores que se motivam com reuniões sensacionais devem aprender a
fazer trabalho pessoal – Um exame minucioso revela o fato de que há bem
poucos feixes a ser colhidos depois dessas reuniões particularmente agitadas. No
entanto, de toda a experiência do passado, você não aprendeu a mudar seu modo
de trabalhar. Tem sido lento em aprender como ajustar seus esforços futuros de
modo a evitar os erros do passado. A razão disso tem sido que, como o bêbado,
você gosta do estímulo dessas reuniões sensacionais; anela por elas como o
bêbado por um copo de bebida alcoólica para despertar suas energias em
declínio.
Esses debates que criam tal entusiasmo são mal interpretados como sendo
zelo por Deus e amor pela verdade. Você tem estado quase que destituído do
Espírito de Deus para atuar com seus esforços. Se tivesse Deus com você em
todas as suas ações, sentisse responsabilidade pelas pessoas e possuísse a
sabedoria para administrar essas empolgantes ocasiões, conduzindo pessoas para
o reino de Cristo, você poderia ver frutos de seus esforços, e Deus seria
glorificado.
Seu coração deve estar inflamado com o espírito da verdade que você
apresenta a outros. Mas seu trabalho mal começou, depois de ter se esforçado
para convencer pecadores das exigências que a lei do Senhor tem para eles,
ensinando-os a respeito do arrependimento para com Deus e da fé em Cristo.
Você, com muita frequência, se esquiva de completar a obra e deixa uma pesada
responsabilidade para que outros a assumam, a fim de terminar o trabalho que
você deveria ter feito. Você diz que não está qualificado para terminar o
trabalho. Então, quanto mais cedo 132 se qualificar para assumir as
responsabilidades de um pastor do rebanho, tanto melhor (T3, p. 227, 228).
VISITANDO OS INTERESSADOS
Ganhar a confiança das pessoas por meio da visitação pessoal terá
maior influência do que pregar – Quando há apenas reuniões noturnas para se
assistir, há bastante tempo que pode ser usado com grande proveito, visitando de
casa em casa, encontrando as pessoas onde estão. E, se os ministros de Cristo
têm as virtudes do Espírito, se imitam o grande Exemplo, encontrarão acesso aos
corações e ganharão pessoas para Cristo.
Alguns pastores que levam a última mensagem de misericórdia são muito
indiferentes. Não aproveitam as oportunidades que têm para ganhar a confiança
dos incrédulos, por sua conduta exemplar, seu interesse generoso pelo bem de
outros, sua bondade, paciência, humildade de espírito e respeitosa cortesia. Esses
frutos do Espírito exercerão influência muito maior do que a pregação no púlpito
sem um interesse pessoal pelas famílias. Mas a pregação de verdades incisivas e
diretas ao povo, e os esforços pessoais correspondentes, de casa em casa, para
apoiar o trabalho do púlpito, aumentarão grandemente a influência para o bem, e
corações serão convertidos à verdade (T3, p. 233).
Não use o tempo da visitação para falar de assuntos comuns – Em todos
os seus trabalhos, o pastor deve educar os ouvintes desde o início. Deve
apresentar-lhes as preciosas pérolas da verdade, ajudar as pessoas, e não se
limitar apenas a pregar sermões. Deve visitar os ouvintes em suas casas, sem
esperar convites, mas ir como alguém enviado por Deus. Que ele próprio se
convide aos lares das pessoas em humildade e mansidão, procurando ser
admitido, e então lhes apresente o Salvador perdoador de pecados.
O ministro, ao visitar os lares das pessoas, não deve usar seu precioso
tempo falando sobre assuntos comuns do dia a dia, mas esperar a oportunidade
de apresentá-las ao seu melhor Amigo. Com muita frequência, os homens e
mulheres são indiferentes e descuidados no que diz respeito aos seus interesses
espirituais, mas, mesmo para esse grupo, uma palavra dita a seu tempo pode ser
como semente lançada em terreno fértil (RH, 11 de março de 1902).
Não comecem apresentando seus pontos de vista de forma muito
insistente – Aqui está uma lição para todos os nossos pastores, colportores e
obreiros missionários. Quando encontrarem pessoas que, como Natanael, têm
preconceitos com relação à verdade, não insistam muito em seus pontos de vista
particulares. Falem a princípio com eles de assuntos em que possam concordar.
Inclinem com eles a fronte em oração e, com fé humilde, apresentem-lhes suas
petições diante do trono da graça. Tanto vocês quanto eles serão levados a uma
ligação mais íntima com o Céu, o preconceito se enfraquecerá, e será mais fácil
chegar ao coração (Ev, p. 446). 133
ESTUDOS BÍBLICOS
O interesse despertado pela pregação deve ser apoiado por trabalho
pessoal – O pastor pode gostar de pregar, pois essa é a parte agradável da obra, e
é relativamente fácil; nenhum pastor, porém, deve ser julgado por sua
capacidade de falar. A parte mais difícil vem quando ele não está no púlpito, ao
regar a semente lançada. O interesse despertado deve ser apoiado por trabalho
pessoal – visitar, dar estudos bíblicos, ensinar a pesquisar as Escrituras, orar com
as famílias e pessoas interessadas, e aprofundar a impressão causada no coração
e na consciência (T5, p. 255).
A esposa do pastor pode dar estudos bíblicos com tanto êxito quanto
seu marido – Algumas esposas de pastores, como as irmãs Starr, Haskell,
Wilson e Robinson, têm sido obreiras dedicadas, zelosas e sinceras, dando
estudos bíblicos, orando com as famílias e ajudando com esforços pessoais com
tanto êxito quanto eles (MR21, p. 360).
COMO GANHAR ALMAS PELA AMIZADE
A igreja tem êxito quando os membros procuram os amigos e lhes
falam de sua experiência pessoal com Jesus – A atmosfera da igreja é tão fria,
sua religiosidade é de tal disposição, que homens e mulheres não conseguem
manter ou preservar o exemplo de piedade primitiva, procedente do Céu. O calor
de seu primeiro amor está gelado, e, a menos que sejam regados pelo batismo do
Espírito Santo, seu castiçal será removido do lugar, a não ser que se arrependam
e pratiquem as primeiras obras. As primeiras obras da igreja foram vistas quando
os crentes procuraram os amigos, parentes e conhecidos, e, com coração
transbordando de amor, contaram a história do que Jesus significava para eles e
do que eles representavam para Jesus (TM, p. 167, 168).
Os amigos podem fazer mais para suprir as necessidades das famílias
do que o pastor – Não é propósito de Deus que se deixe aos pastores a maior
parte da obra de semear as sementes da verdade. Homens não chamados para o
ministério pastoral devem ser animados a trabalhar para o Mestre segundo suas
diferentes habilidades. Centenas de homens e mulheres agora ausentes do
trabalho podem fazer uma obra aceitável. Podem fazer um grande trabalho para
o Mestre, introduzindo a verdade nos lares de amigos e vizinhos. Deus não faz
acepção de pessoas. Ele usará cristãos devotados e humildes que tenham o amor
à verdade no coração. Empenhem-se no serviço por Ele fazendo o trabalho de
visitação de casa em casa. Na intimidade do lar, esses homens – se forem
humildes, discretos e piedosos – podem fazer mais para enfrentar as reais
necessidades das famílias do que o pastor (BS, p. 109, 110). 134
23
Evangelismo público
135
Conquiste as pessoas exaltando a Jesus e ocultando o eu – Os que
trabalham para Cristo devem ser homens e mulheres de grande discrição, de
maneira que os que não lhes compreendem as doutrinas se sintam inclinados a
respeitá-los e considerá-los como pessoas desprovidas de fanatismo, isentas de
leviandade e impetuosidade. Seus discursos e procedimento, bem como a
conversação, devem ser de tal maneira que guiem as pessoas à conclusão de que
esses pastores são homens pensantes, de caráter sólido, homens que temem e
amam seu Pai Celestial.
Eles devem conquistar a confiança das pessoas, de maneira que quem
escuta a pregação saiba que os pastores não apresentaram uma fábula
artificialmente composta, mas que suas palavras são de valor, um testemunho
que exige meditação e atenção. Que as pessoas os vejam exaltando a Jesus e
ocultando o eu (Ev, p. 170, 171).
Ganhe a confiança das pessoas antes de apresentar os temas do sábado
e da imortalidade – Foi-me mostrado que nossos pastores expõem com muita
rapidez seus principais temas, e apresentam cedo demais, em suas campanhas, os
aspectos que mais despertam reação. Existem verdades que não envolvem uma
cruz tão pesada, para as quais deve ser chamada a atenção dia após dia e até
semanas antes de o sábado e a imortalidade serem apresentados. Conquistarão
dessa forma a confiança do público como pessoas que têm argumentos claros e
convincentes, e eles veem que vocês entendem as Escrituras. Ao ser adquirida a
confiança do público, haverá tempo suficiente para introduzir publicamente os
assuntos do sábado e da imortalidade (Ev, p. 246).
AS SÉRIES DE CONFERÊNCIAS
Os métodos de ensino de Cristo atrairão as multidões – Aqueles que
estudarem os métodos de ensino de Cristo e se educarem em seguir Seus passos,
atrairão grande número de pessoas, mantendo sua atenção, como Cristo fazia em
Seus dias. [...] Mas, quando a verdade em seu caráter prático é insistentemente
apresentada ao povo porque você o ama, pessoas se convencerão, porque o
Espírito Santo de Deus há de impressionar os corações (Ev, p. 124).
Os associados devem ser treinados para fazer parte da equipe
evangelística – Quando se faz um esforço para apresentar a verdade num lugar
importante, nossos 136 ministros devem dar atenção especial à instrução e ao
treinamento daqueles que irão cooperar com eles. Necessitam-se colportores e
pessoas aptas para dar estudos bíblicos às famílias, para que, enquanto os
pregadores trabalham com a Palavra e a doutrina, aqueles possam também atrair
pessoas para a verdade (PM, p. 307).
Não dependa de cantores do mundo e exibições teatrais para despertar
o interesse – Os mensageiros de Deus não devem seguir os métodos do mundo
em seus esforços para atrair o povo. Nas reuniões que realizam, não devem
depender de cantores do mundo e exibições teatrais para despertar o interesse.
Como esperar daqueles que não têm interesse na Palavra de Deus, que nunca
leram Sua Palavra com o sincero desejo de compreender as verdades, que
cantem com espírito e entendimento? Como pode seu coração estar em harmonia
com as palavras do canto sagrado? Como pode o coro celestial unir-se com a
música que é apenas uma forma? (T9, p. 143).
OS SEMINÁRIOS
O ensino combinado com a discussão do assunto é muito eficaz para
espalhar nossa mensagem – Durante a temporada passada, o irmão Geymet
esteve visitando e dirigindo classes bíblicas com as pessoas nestes estábulos.
Quando estivemos lá, estava realizando duas reuniões por semana num estábulo
do Vale de Angrogna, a mais ou menos dez quilômetros de Torre Pelice. O
interesse era razoável, e a assistência média era entre quarenta e cinquenta
pessoas. Nesse lugar, no piso de terra do estábulo, às vezes coberto com folhas
ou palha, ou em tábuas colocadas sobre caixas, elas se sentavam e ouviam
durante uma ou duas horas e, depois de terminada a reunião, ficavam
conversando sobre o assunto apresentado (HS, p. 248).
Deixemos que Daniel e Apocalipse falem numa atmosfera
cristocêntrica, sem controvérsias – Não temos tempo a perder. Deus apela para
que vigiemos pelas almas como quem deve prestar contas. Promovam os novos
princípios e apresentem a clara verdade. Ela será como espada de dois gumes.
Mas não estejam muito dispostos a assumir uma atitude de controvérsia. Há
ocasiões em que devemos ficar quietos e ver a salvação de Deus. Deixemos que
Daniel e o Apocalipse falem e digam a verdade. Mas seja qual for o aspecto do
assunto apresentado, elevem a Jesus como o centro de toda a esperança, “a Raiz
e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela da Manhã” (Ap 22:16) (TM, p.
118). 137
24
O evangelismo por meio dos grupos

Dê estudos bíblicos e ore com as famílias e os grupos – Meus irmãos do


ministério, não pensem que o único trabalho que podem fazer, a única maneira
pela qual podem operar em benefício de pessoas, seja fazer discursos. A melhor
obra que podem realizar é ensinar, educar. Sempre que surgir uma oportunidade,
sentem com alguma família e deixem que façam perguntas a vocês. Respondam-
lhes então pacientemente, com humildade. Continuem essa obra juntamente com
seus esforços em público. Preguem menos e eduquem mais, mediante estudos
bíblicos e orações feitas em lares e grupos (OE, p. 193).
Os membros podem convidar amigos e vizinhos para seus lares e então
pedir ao pastor que se reúna com eles – O interesse continua crescendo, e os
que abraçam a verdade vão imediatamente trabalhar por seus amigos,
convidando-os para que venham ouvir. Mais do que isso, eles convidam seus
vizinhos e amigos para vir à sua casa. Então conseguem que um de nossos
pastores venha lhes dar estudos bíblicos. Essas reuniões se tornam muito
interessantes (MR16, p. 45).
Dê estudos bíblicos para as famílias e seus vizinhos – É necessário
realizar um tipo de trabalho diferente do que tem sido feito em nossas igrejas. Os
pastores que têm a tendência de apenas pregar, e não visitar e fazer trabalho
pessoal, precisam romper com esse hábito e trabalhar arduamente com as
famílias. Que as famílias convidem seus vizinhos, e então deixem que o pastor
lhes dê estudos bíblicos e se relacione com eles. Precisamos de menos pregações
e mais trabalho pastoral em nossas igrejas. Aqueles que não têm aptidão para
esse tipo de trabalho precisam educar a si próprios e procurar ter mais harmonia
com a maneira de Cristo trabalhar (HM, 1º de novembro de 1890). 138
25
A obra missionária especializad
NAS CIDADES
139
Pode-se trabalhar nas cidades alugando uma casa e reunindo um
grupo de ajudantes – O irmão Haskell e sua esposa alugaram uma casa num
dos melhores bairros da cidade e ali reuniram uma família de auxiliares, os quais
todos os dias saem para dar estudos bíblicos, vender nossos periódicos e fazer
trabalho médico-missionário. Durante a hora do culto, os obreiros relatam suas
experiências. No lar são conduzidos regularmente estudos bíblicos, e, assim,
rapazes e moças relacionados com a missão recebem instrução prática e
completa na arte de dar estudos bíblicos e vender nossas publicações. O Senhor
tem abençoado seu trabalho, e, como resultado, várias pessoas aceitaram a
verdade e muitas outras estão profundamente interessadas (RH, 7 de setembro de
1905).
Obreiros jovens devem se associar com obreiros experientes em
trabalho nas cidades – Muitos jovens, que no lar tiveram uma boa educação,
devem ser preparados para o serviço e motivados a erguer a bandeira da verdade
em novos lugares, por meio de trabalho fiel e bem planejado. Associando-se com
nossos pastores e obreiros experientes em trabalho nas cidades, obterão o melhor
tipo de preparo. Agindo sob a direção divina e sustentados pelas orações de
colegas mais experientes, podem fazer um bom e abençoado trabalho. Ao
unirem esforços aos dos obreiros mais idosos, empregando a energia da melhor
forma, terão a companhia de anjos celestiais; e, como colaboradores de Deus,
terão o privilégio de cantar, orar, crer e trabalhar com ânimo e liberdade. A
confiança e segurança que a presença dos agentes celestiais trará a eles e aos
seus colegas os levará à oração e ao louvor, com a simplicidade da fé verdadeira
(T9, p. 119).
Ao se trabalhar nas cidades, deve-se combinar escolas missionárias e
conferências públicas – Um trabalho bem equilibrado e melhor pode ser levado
a efeito quando se acha em funcionamento uma escola para preparo de obreiros
bíblicos. Enquanto se estão realizando reuniões públicas, deveria haver, ligados
a essa escola ou à missão urbana, experientes obreiros de profunda compreensão
espiritual, que possam dar 140 instruções diárias aos obreiros bíblicos e que
também se unam de todo o coração às conferências públicas que se realizam. E,
à medida que homens e mulheres se convertam à verdade, os que estão na chefia
da missão nas cidades deveriam, com muita oração, mostrar a esses novos
conversos como experimentar o poder da verdade em seu coração. Tal missão,
sendo sabiamente dirigida, será uma luz brilhando num lugar escuro (OE, p. 364,
365).
O trabalho nas cidades deve incluir restaurantes e palestras sobre
saúde – O Senhor tem uma mensagem para as nossas cidades, e essa mensagem
devemos proclamar em nossas reuniões campais e em outras campanhas
públicas, assim como por meio de nossas publicações. Além disso, devem ser
estabelecidos restaurantes vegetarianos nas cidades, e, por meio deles, ser
proclamada a mensagem de temperança. Devem ser tomadas providências para
realizar reuniões em conexão com os nossos restaurantes.
Sempre que possível, proveja-se um recinto aonde os fregueses possam ser
convidados para assistirem a conferências sobre a ciência da saúde e a
temperança cristã, onde recebam instrução sobre o preparo de alimento saudável,
e sobre outros assuntos importantes. Nessas reuniões, deve haver orações e
cânticos e palestras, não somente quanto a assuntos de saúde e temperança, mas
também acerca de outros apropriados temas bíblicos. Enquanto o povo é
instruído sobre a maneira de conservar a saúde física, muitas oportunidades se
oferecerão de semear as sementes do evangelho do reino (CRA, p. 276, 277).
NAS PRISÕES
Os que estão atrás das grades numa prisão precisam de conforto e
ânimo – O que está escrito em seu diário este ano? Registra uma experiência
obtida em ministrar aos sofredores, aos pobres e necessitados? Os que estão
sofrendo por amor a Cristo, que não renunciam à verdade pelo erro, que estão
talvez encarcerados dentro das paredes de uma prisão, precisam de conforto e
ânimo. Esse é o tipo de trabalho que está decidindo o nosso destino. Uma
preciosa recompensa aguarda os que são fiéis em seu ministério. Terão um lar
nas mansões que Cristo foi preparar para os que O amam e esperam Sua vinda
(YI, 19 de agosto de 1897).
Seria perigoso levar para o Céu pessoas que dizem ser servos de Cristo,
mas não amam o próximo – A lei de Deus claramente nos revela o dever do
homem para com seu próximo. Todos os que negligenciam o próximo – mesmo
os mais humildes aos quais Cristo chama de Seus irmãos – são registrados nos
livros do Céu como “pesados na balança e achados em falta”. Ao ignorarem Seu
mandamento especial, “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19:18); ao
passarem por alto o sofredor, o necessitado e o ferido, deixaram de estar ao lado
de Cristo e Seu exemplo e passaram para as fileiras do inimigo. Ao deixar de
vestir o necessitado, de alimentar o faminto, de visitar os que estão na prisão,
mostram de que espírito são. Não seria 141 prudente que tais pessoas entrassem
no Céu, pois, por seu egoísmo e dureza de coração, por sua falta de apreço por
seus irmãos aqui, eles claramente revelam o fato de que, no reino dos Céus, não
poderiam valorizar a Deus, nem Seu Filho, nem os santos redimidos (HM, 1º de
outubro de 1897).
Ellen White visitou uma prisão e falou aos prisioneiros – Durante minha
permanência no estado do Oregon, visitei a prisão em Salem, e fui convidada a
falar aos prisioneiros na capela do presídio (ST, 25 de julho de 1878).
AOS MENOS FAVORECIDOS
As igrejas devem trazer esperança aos desesperançados – Existe uma
obra a ser feita por nossas igrejas, da qual poucos têm alguma ideia. [...] Temos
que dar de nossos meios para sustentar os obreiros no campo da seara e nos
alegrarmos pelos feixes colhidos. Embora isso esteja certo, há uma obra, ainda
intocada, que deve ser feita. A missão de Cristo era curar os enfermos, encorajar
os desesperançados e cuidar dos aflitos. Essa obra de restauração deve ser
promovida entre os necessitados sofredores da humanidade. Deus pede não
apenas a benevolência de vocês, mas também sua fisionomia alegre, suas
palavras de esperança e seu aperto de mão. Aliviem alguns dos aflitos de Deus.
Alguns estão enfermos, e a esperança os abandonou. Devolvam-lhes a alegria.
Há pessoas que perderam a coragem; falem com elas; orem por elas. Há os que
necessitam do Pão da Vida. Leiam para eles a Palavra de Deus. Há uma
enfermidade da alma que nenhum bálsamo pode aliviar e nenhum remédio curar.
Orem por esses e os conduzam a Jesus. E, em todo o seu trabalho, esteja Cristo
presente para impressionar o coração humano (BS, p. 71).
Ministrar como Jesus fez é servir aos aflitos – Que cena viram seus olhos
ao entrarem novamente nos átrios do templo! Cristo estava ministrando aos
pobres, aos sofredores e aos aflitos. Estes haviam clamado em angústia porque
não podiam encontrar alívio para sua aflição e seu pecado. Tinham ouvido falar
desse homem Jesus, haviam ouvido rumores quanto à Sua compaixão e Seu
amor. Tinham ouvido de como curara os enfermos, abrira os olhos aos cegos, e
de como fizera andar os paralíticos; e um clamor suplicante lhes escapou dos
lábios. Um após o outro, começaram a contar a história de sua desgraça, e Ele Se
inclinou sobre eles como uma afetuosa mãe se inclina sobre seu filho doente.
Convidou os enfermos e aflitos a virem a Ele em busca de saúde e paz. Deu
conforto ao sofredor. Tomou os pequenos em Seus braços, e os libertou da
doença e do sofrimento. Fez os surdos ouvirem, deu vista aos cegos, saúde aos
enfermos e conforto aos aflitos (RH, 27 de agosto de 1895).
Temos o dever de ministrar aos pobres e às pessoas com deficiência
física – Em Sua conversação à mesa, o Senhor não estava falando de uma
verdade nova, nem expondo 142 novas doutrinas ou novos princípios. Estava
repetindo um antigo mandamento que tinha dado anteriormente a Moisés para
transmitir a eles. Desejava que entendessem que Seus ensinos, de maneira
nenhuma, diminuíam a força dos mandamentos dados previamente. As festas e
os banquetes dos fariseus, sacerdotes e governantes eram oferecidos unicamente
para o próprio prazer. Convidavam seus favoritos, parentes e amigos ricos, os
quais, por sua vez, os convidavam para festas em suas casas para, se possível,
exibir provisões ainda mais abundantes. Jesus procurou ampliar a visão deles,
mostrar-lhes que tinham um dever que lhes era obrigatório em todo tempo, e
esse dever era ministrar aos pobres e pessoas com deficiência. Também os faria
considerar o fato de que nenhuma obra feita aos necessitados, aos aflitos e
sofredores perderia sua recompensa (ST, 14 de maio de 1896).
Cristo responde às orações dos aflitos enviando Seus seguidores – Ele
não realiza um milagre enviando-lhes maná do Céu; não lhes envia corvos para
alimentá-los; mas Ele realiza um milagre no coração humano. Ele expulsa o
egoísmo da alma; abre as fontes da benevolência. Prova o amor de Seus
professos seguidores, ao confiar-lhes os aflitos e angustiados, os pobres e os
órfãos à sua terna misericórdia. De forma especial, esses são os pequeninos a
quem Cristo estima, e considera uma ofensa feita a Si próprio ignorá-los.
Aqueles que os negligenciam estão negligenciando a Cristo na pessoa de Seus
desafortunados. Todo ato de bondade feito a eles em nome de Jesus é aceito
como se fosse a Ele próprio, pois Ele identifica Seus interesses com os da
humanidade sofredora. Ele confiou a Sua igreja a grandiosa tarefa de ministrar a
Jesus ao ajudar e abençoar os necessitados e sofredores. A bênção do Senhor
repousará sobre todos que a eles ministrarem com coração bem disposto (BS, p.
214).
Ensine os aflitos a ajudar a si mesmos – Isso significa ensinar ao
imprudente a necessidade de economia. Há milhares de viúvas e órfãos, jovens e
idosos, aflitos e pessoas com deficiência que devem ser ensinados a ajudar a si
próprios. Muitos acamados não têm condições de trabalhar. Mas os que podem
trabalhar devem ser alertados de que, se não trabalharem, não serão alimentados.
Todo aquele que é capaz de comer uma refeição completa é capaz de trabalhar
para pagar por seu alimento. Se for obrigado a pagar por sua comida,
reconhecerá o valor monetário da força e do tempo. Tal benefício traz consigo
lições de grande valor. Não apenas ministra às necessidades dos pobres, mas
também os ensina a cuidar de si mesmos (Ms 156a, 1901 – BCL, p. 46). 143
Treinamento dos obreiros leigos

26
Recrutamento e treinamento de voluntários
145
Onde há um trabalhando agora deveria haver mais de mil – Cristo
nos diz: “Oh, homens de pequena fé.” O Espírito Santo precisa realizar uma obra
em nosso coração. Precisamos crer que o Senhor deseja que venhamos a Ele
como somos, sem demora alguma, e, com fé, rogar-Lhe que opere por nós. O
Senhor deseja manifestar Seu poder em Seu povo. Onde há um trabalhando
agora deveria haver mais de mil, não pastores ordenados, mas homens e
mulheres de fé e oração, que possam trabalhar para Deus (MR5, p. 336).
Deus requer trabalho pessoal de todo aquele a quem Ele confia Sua
verdade – Deus exigirá trabalho pessoal das mãos de todo aquele a quem Ele
confia Sua verdade. Ninguém é dispensado. Alguns podem achar que, se derem
de seus recursos, serão dispensados de fazer esforços pessoais. Deus não permita
que enganem a si mesmos quanto a isso. Doações em dinheiro não satisfazem os
requisitos de Deus, pois o dever terá sido cumprido apenas pela metade. Ele não
aceitará nada menos do que nós próprios. Devemos trabalhar para salvar almas.
Nem todos serão chamados a trabalhar no campo missionário, mas podem ser
missionários em seu lar, com suas próprias famílias e em sua vizinhança (ST, 4
de setembro de 1879).
Os cristãos genuínos são conhecidos por serem prestativos – Desejo
declarar-lhe que o Senhor está me mostrando que uma grande debilidade
sobreveio ao nosso povo devido aos diversos fatores que têm levado os homens
a confiar e depender tão completamente dos seus semelhantes, de maneira que o
Senhor é totalmente ignorado. Assim como a glória de uma árvore boa testifica
do seu valor através do fruto que produz, assim também o cristão genuíno é
conhecido por ser prestativo. Ele não floresce simplesmente para demonstrar
uma piedade pretensiosa, mas produz fruto em grande abundância. Não há um
único broto ou ramo seco em toda árvore que cresce junto aos ribeiros de águas
da graça de Cristo. O fruto é produzido em suas variedades. Pode estar em
campos missionários estrangeiros ou locais e aparece amadurecendo sob o sol da
justiça de Cristo. “Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e
assim serão Meus discípulos (Jo 15:8)” (SpT-A11, p. 28). 146
Há na igreja muitos talentos que devem ser utilizados – Em cada
departamento da causa de Deus há muitas oportunidades para os que trabalharem
com o mesmo espírito de humildade que caracterizava o Mestre. De todas as
partes se ouvem vozes clamando por auxílio. Os pastores sozinhos jamais
conseguirão realizar esse trabalho. Há na igreja muitos talentos que devem ser
utilizados. Há homens e mulheres que têm capacidade, e aos quais Deus aceitaria
como obreiros em Sua causa; mas estão fugindo da responsabilidade com a
desculpa de que são incompetentes para o trabalho. Senhoras que, na sala
especial para visitas, conseguem desenvolver uma conversação com notável
habilidade e determinação se retraem quando deveriam apresentar ao pecador o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e, então, se ajoelhar em oração e
suplicar para que a luz brilhasse na mente e no coração dessa preciosa alma, pela
qual Cristo morreu. Quanto trabalho se deixa sem fazer para Deus e em favor
das pessoas porque demanda sacrifício, e porque cada um procura o próprio
prazer e trabalha pelos próprios interesses egoístas! (RH, 7 de outubro de 1884).
Todos podem ministrar – Nem todos podem ser pregadores, mas todos
podem servir, mostrando a outros como ser bem organizados e ter bom ânimo.
Isso é como remédio para o corpo e a alma. Assim poderemos acrescentar graça
sobre graça e nos prepararmos o tempo todo para o Céu. Envio-lhes esta carta
para ser lida na igreja (Carta 106, 1898 – PaC, p. 49).
Os membros que não têm paixão pelas almas se afastarão da igreja –
Os que professam crer na verdade, mas não se preocupam com a salvação dos
outros se afastarão continuamente da igreja, e exigirá tempo e esforço da parte
do pastor evitar que naufraguem na fé, quando poderiam estar trabalhando com
todas as suas forças para apresentar o caminho da vida e da salvação aos seus
amigos e vizinhos. Centenas de homens e mulheres que, neste momento,
professam estar envolvidos na obra de Deus, não estão fazendo nem dez por
cento do que poderiam, se apenas aperfeiçoassem todos os talentos que Deus
lhes deu.
Alguns não estão fazendo literalmente nada pela verdade e, por seu
exemplo de indiferença, estão levando outros a tomar a mesma posição de
inutilidade, separando-se assim de Cristo. Essa última classe inclui a maioria.
Estão pensando e planejando apenas para si mesmos. Os pais e mães, com os
pequenos ao seu redor, fazem de seu pequeno círculo o seu mundo. Todas as
capacidades do seu ser estão centralizadas no eu e no meu, e a cada ano estão se
tornando mais egoístas e limitados. Não abrem o coração para a graça e o amor
de Cristo, para liberar sua natureza e enobrecer seu ser, mostrando compaixão
para com seus semelhantes (RH, 10 de junho de 1880).
Quando os membros da igreja trabalham em favor dos amigos e
parentes, sua própria fé aumenta – Através do esforço individual dos
primeiros poucos discípulos, foi lançado o fundamento da igreja cristã. João,
primeiramente, conduziu dois de seus discípulos para Cristo. Então, um deles
achou seu irmão e o levou a Jesus. Daí, 147 Cristo chamou Filipe para segui-Lo e
saiu em busca de Natanael. Há aqui uma lição prática para todos os seguidores
de Cristo. Ela lhes ensina a importância do esforço pessoal, fazendo apelos
diretos a parentes, amigos e conhecidos. Existem aqueles que professam ter
conhecido a Cristo durante toda sua vida, mas nunca fizeram um esforço pessoal
para conduzir uma pessoa sequer ao Salvador. Deixaram que o pastor fizesse
todo o trabalho. Ele pode estar capacitado para essa tarefa, mas ele não pode
realizar o trabalho que Deus reservou para os membros da igreja.
Muitos se desculpam de não estar interessados na salvação daqueles que
estão sem Cristo, e se contentam em desfrutar de forma egoísta os benefícios da
graça de Deus, sem fazer qualquer esforço direto para conduzir outros a Cristo.
Na vinha do Senhor, há trabalho para todos, e os obreiros generosos e fieis
compartilharão liberalmente de Sua graça aqui e da recompensa que Ele lhes
concederá depois. A fé se exercita mediante boas obras, e a coragem e a
esperança estão em harmonia com a fé operante. A razão por que muitos
professos seguidores de Cristo não possuem uma experiência viva e radiante é
que nada fazem para obtê-la. Se eles se envolvessem na obra que Deus lhes
designou, sua fé aumentaria e progrediriam na santificação (SP2, p. 66).
O PASTOR, OS MEMBROS E O TRABALHO DA IGREJA
Os pastores não devem fazer o trabalho dos membros – Não esperem
que os ministros façam o trabalho dos membros; não durmam como as virgens
néscias, que não tinham azeite em suas lâmpadas. Tenham as suas lâmpadas
cheias do azeite da graça de Cristo. Se cada um na igreja deixasse a sua luz
iluminar os outros como Deus deseja, que obra se faria! Uma igreja viva será
uma igreja ativa. Traga seus talentos a Jesus e os coloque em ação. Pense,
medite, vigie e ore. Uma união íntima com Jesus aumentará sua capacidade para
fazer o bem, e seu intelecto será fortalecido. O tempo em que homens e mulheres
serão provados está bem diante de nós. Então não teremos um advogado para
repreender o diabo e suplicar em nosso favor (RH, 22 de setembro de 1896).
Cada membro tem uma obra a fazer – Essa hora exige que nos movamos
para frente, que seja exercida uma fé perseverante e resoluta, que um espírito
paciente, abnegado e resignado seja manifestado em cada membro de nossas
igrejas, e que cada um que professa ser seguidor de Cristo se torne um obreiro
em Sua vinha espiritual. Os membros tementes a Deus podem realizar um bem
maior, através de esforço pessoal e dedicado, do que nossos ministros podem
conseguir quando não sentem a preocupação de trabalhar de casa em casa.
Nossos pastores ordenados precisam fazer o que lhes for possível, mas não se
pode esperar que um homem possa fazer o trabalho de todos. O Mestre indicou a
todos a sua obra. Há visitas a fazer, orações a elevar ao Céu, compaixão a ser
transmitida; e a piedade – o coração e as mãos – de toda a igreja deve ser usada
para que a obra seja concluída. Você pode se assentar com os amigos e, numa
agradável conversa social, falar da preciosa fé bíblica (RH, 13 de agosto de
1889). 148
Deus Se desagrada de uma atitude indolente – Os que trabalham em
cooperação com Deus serão despertados para realizar sua obra para o Mestre.
Em vez de fazer tão pouco, devem fazer muito mais, e agir como se estivessem
arrancando pessoas como tições do fogo. Deus Se desagrada com a conduta
indolente daqueles que têm a luz da verdade. O tempo vale ouro. Apeguem-se a
Deus por meio de uma fé viva, e exercitem suas capacidades ao máximo,
revitalizando seu testemunho através do Espírito de Deus de tal maneira que os
pecadores possam sentir e perceber seu perigo. Que a fé seja entrelaçada com
sua experiência. Que cada crente na verdade esteja totalmente consciente dos
perigos deste tempo. Que despertem de sua letargia e sintam que os ministros
escolhidos não são os únicos que devem trabalhar em cooperação com Deus.
Cada pessoa deve ter uma parte nisso.
Cristo disse: “Vocês são a luz do mundo” (Mt 5:14). Isso não se aplica
somente aos ministros, mas a cada pessoa a quem Cristo Se revelou. Em suas
várias igrejas, vocês devem ser obreiros cristãos ativos. Vocês conhecem seus
vizinhos? Têm trabalhado pelos que vivem perto de sua própria casa? Possuem o
amor de Jesus? Se assim for, terão interesse pelas pessoas por quem Cristo
morreu. A religião pura e sem mácula é um princípio ativo. Vai muito além das
paredes de nossa casa. Vai em busca dos que necessitam de ajuda. Sua luz
ilumina os caminhos e valados, e é vista e sentida nos lugares mais extensos da
Terra. As ovelhas perdidas são procuradas diligentemente, e as extraviadas são
trazidas de volta para o redil (RH, 8 de março de 1887).
Muitas pessoas dependem de seu pastor para seu sustento espiritual,
quando deveriam estar ministrando a outros – Terrível é a quantidade de
culpa que pesa sobre a igreja. Por que não estão os que possuem a luz
desenvolvendo diligentes esforços para levá-la a outros? Veem que o fim está
perto. Veem multidões transgredindo diariamente a lei de Deus; e sabem que
essas pessoas não podem ser salvas em transgressão. Têm, no entanto, mais
interesse em seu comércio, suas plantações, suas casas, suas mercadorias, sua
roupa, sua mesa, do que na salvação de homens e mulheres que devem encontrar
face a face no juízo.
O povo que diz obedecer à verdade está adormecido. Não poderiam estar
tão à vontade como estão, caso estivessem despertos. O amor à verdade está se
extinguindo em seu coração. Seu exemplo não convence o mundo de que eles
possuem uma verdade mais avançada que qualquer outro povo da Terra.
Exatamente quando deveriam ser fortes em Deus, tendo diariamente uma viva
experiência, estão fracos, hesitantes, confiando nos pregadores como ponto de
apoio, quando deveriam estar ministrando a outros com a mente, a alma, a voz, a
escrita, com o tempo e o dinheiro (T5, p. 457).
Ao partilhar a fé, os membros animam a si mesmos e a seus pastores –
Irmãos e irmãs, insisto com vocês para que deponham sua confiança na força de
Jesus. Não coloquem o peso de suas perplexidades e preocupações sobre os seus
149
pastores. Cristo, quem leva seus fardos, os convida a vir a Ele. Se vivem num
estado de incredulidade e falta de consagração a Deus, e colocam suas cargas
sobre o coração dos seus ministros, vocês lhes tiram o tempo e as forças que
Deus lhes exige que utilizem para dar a mensagem aos que ainda não a ouviram.
Irmãos, não seria melhor que trabalhassem em cooperação com os
embaixadores de Cristo para ganhar almas para a verdade? Quando se sentirem
tentados a dar lugar à incredulidade e ao desânimo, encontrarão a melhor cura
para isso ao falar de sua fé a outros e ao apresentar a verdade aos que estão em
trevas. Estendam seus esforços aos vizinhos e àqueles que não têm oportunidade
de assistir a reuniões. Lancem as sementes da verdade sobre todas as águas e
animem o coração dos servos de Deus quando estes os visitarem, mostrando-lhes
que não estão ociosos, mas que, por seu intermédio, uma ou mais pessoas foram
trazidas das trevas para a luz (ST, 4 de setembro de 1879).
Os membros não devem esperar que os ministros venham e ajudem os
que têm perguntas – Muitos dos que agora estão em trevas e arruinados
poderiam ter sido ajudados se seus irmãos, homens e mulheres como nós,
tivessem vindo a eles com o amor de Cristo brotando do coração e,
pessoalmente, se esforçassem por eles. Muitos estão esperando ser abordados
pessoalmente. Uma conversa humilde e fervorosa com tais pessoas, orações
feitas de coração a coração em seu favor, teriam êxito na maioria dos casos.
Mas, em vez disso, os que professam estar seguindo o Salvador descansam
contentes, expressando o desejo de que algum irmão ou pastor venha e os ajude.
Negligenciam assim o trabalho que Deus deixou para eles fazerem. Não se pode
determinar rigidamente a maneira exata de realizar esse trabalho em cada caso,
mas, ao estabelecerem uma ligação mais íntima com o Redentor do mundo, os
meios e maneiras surgirão em sua mente (RH, 10 de junho de 1880).
Tanto quanto possível, os pastores devem ser aliviados das cargas de
natureza temporal – A mesma ordem e sistema que foram necessários nos dias
dos apóstolos deveriam ser mantidos na igreja hoje. A prosperidade da causa
depende em grande parte de uma boa administração de seus vários
departamentos por homens capazes e qualificados para ocupar os cargos para os
quais foram nomeados. Os que são escolhidos por Deus para serem líderes na
causa da verdade, que têm uma visão geral dos interesses espirituais da igreja,
devem ser aliviados, tanto quanto possível, das cargas e perplexidades de
natureza temporal.
Aqueles que Deus chamou para ministrar na palavra e na doutrina devem
ter tempo para meditação, oração e estudo das Escrituras. Seu claro
discernimento espiritual diminui, ao se preocuparem com detalhes
administrativos e lidarem com os vários temperamentos das pessoas que se
reúnem como igreja. Todos os assuntos de ordem temporal devem ser
apresentados diante de oficiais qualificados e ser resolvidos por eles. Mas se são
tão difíceis, 150 a ponto de os líderes serem incapazes de encontrar uma solução,
esses assuntos devem ser levados ao conselho daqueles que têm a supervisão de
toda a igreja (RH, 16 de fevereiro de 1911).
A RESPONSABILIDADE DO PASTOR
Algumas igrejas prosperariam mais se seus ministros estivessem fora
de seu caminho e lhes dessem oportunidade para trabalhar – É comum o
caso de pastores que são inclinados a simplesmente visitar as igrejas, dedicando
seu tempo e energias onde seu trabalho não trará bem algum. Frequentemente, as
igrejas estão adiante dos pastores que trabalham entre elas e estariam em mais
próspera condição se esses pastores estivessem fora de seu caminho e lhes
dessem oportunidade para trabalhar. O esforço desses pastores para edificar as
igrejas apenas as destrói. A teoria da verdade é apresentada repetidas vezes, mas
não é acompanhada do poder vitalizador de Deus. Eles têm manifestado
descuidosa indiferença; o espírito é contagioso e as igrejas perdem seu interesse
e preocupação pela salvação das pessoas.
Assim, por sua pregação e exemplo, os pastores embalam o povo em uma
segurança carnal. Se deixassem as igrejas, saindo para novos campos e
trabalhassem para edificar igrejas, compreenderiam a própria capacidade e o
preço para alcançar pessoas e firmá-las na verdade. Então se dariam conta de
como deveriam ser cuidadosos para que seu exemplo e influência não
desencorajassem ou enfraquecessem aqueles cuja conversão para a verdade
exigiu trabalho árduo e muita oração. “Prove cada um o seu labor e, então, terá
motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro” (Gl 6:4) (T2, p. 340).
Cuidar do rebanho inclui ensiná-lo a trabalhar – “Guarda, a que hora
estamos da noite?” (Is 21:11). Estão as sentinelas a quem essa pergunta é feita
em condição de fazer soar o toque certo da trombeta? Estão os pastores cuidando
fielmente do rebanho pelo qual são responsáveis? Estão os ministros de Deus
cuidando das pessoas, compreendendo que os que estão sob seu cuidado foram
comprados pelo sangue de Cristo? Grande obra tem que ser feita no mundo, e
que esforços estamos fazendo para realizá-la? Os crentes cristãos têm ouvido
muitos sermões, mas foram instruídos a trabalhar por aqueles por quem Cristo
morreu? Planejou-se uma espécie de trabalho, que lhes tenha sido apresentado de
maneira tal que cada um tenha visto a necessidade de participar da obra? (T6, p.
431).
Os pastores não devem tentar primeiro converter os incrédulos, mas
organizar um exército de obreiros – Um sério obstáculo ao êxito da verdade, e
de que talvez não se suspeite, encontra-se em nossas próprias igrejas. Ao ser
feito um esforço para se apresentar nossa fé aos incrédulos, os membros da
igreja ficam muitas vezes para trás, como se não fossem parte interessada e
deixam todo o peso sobre os pastores. Por essa razão, o trabalho de nossos
pastores mais capazes tem, por vezes, sido de pouco resultado. Podem pregar 151
os melhores sermões, a mensagem pode ser exatamente aquela de que o povo
necessita e, no entanto, não atraírem pessoas como frutos que se apresentem a
Cristo. Ao trabalhar em lugares onde já se encontram alguns na fé, o pastor deve
não tanto buscar, a princípio, converter os incrédulos, como exercitar os
membros da igreja para prestarem cooperação proveitosa. Trabalhe com eles
individualmente, tentando despertá-los para buscarem eles próprios uma
experiência mais profunda, e trabalharem por outros. Quando estiverem
preparados para apoiar o pastor mediante orações e serviços, maior êxito há de
lhe acompanhar os esforços (OE, p. 196).
O TESTEMUNHO NO TRABALHO
Cada membro tem tanta responsabilidade de fazer avançar a causa por
meio de sua vocação quanto o pastor – Quando um pastor que tem trabalhado
com êxito ao conduzir pessoas para Jesus Cristo abandona sua sagrada obra, a
fim de adquirir lucro temporal, é chamado apóstata, e será responsável diante de
Deus pelos talentos que aplicou mal. Quando homens de negócios, fazendeiros,
mecânicos, comerciantes, advogados, etc. tornam-se membros da igreja, passam
a ser servos de Cristo. E, embora seus talentos sejam completamente diferentes,
a responsabilidade que lhes cabe de promover a obra de Deus, mediante o
esforço pessoal e com a utilização de seus recursos, não é inferior à do pastor. A
desgraça que cairá sobre o pastor, caso ele não pregue o evangelho, cairá sobre o
comerciante também, se ele, com seus diversos talentos, não for um obreiro
colaborador de Cristo e não produzir os mesmos resultados. Ao ser isso
compreendido, alguns dirão: “Dura é essa palavra” (Jo 6:60); no entanto, é
verdadeiro, apesar de ser continuamente contrariado pela prática de pessoas que
professam ser seguidoras de Cristo (T4, p. 468, 469).
Os membros fieis ministram através de sua vocação – Precisamos
encher-nos de Cristo, e então avaliaremos as coisas mundanas à luz de Deus. Ao
trabalharem em suas fazendas, ao se envolverem em seus negócios, não estarão
separando seu coração de Deus, porque trabalham com o verdadeiro propósito e
objetivo, reconhecendo a Deus como o dono de tudo o que possuem e buscando
sabedoria para usar os seus bens para promover a Sua glória. Assim estarão
ministrando não de modo indolente nos negócios, mas fervorosos em espírito,
servindo ao Senhor. Então vidas humanas serão abençoadas por meio de sua
influência.
A mente estará nas coisas celestiais, e vocês se sentirão como na presença
de Cristo e difundirão luz a todos ao seu redor. Uma vida verdadeiramente cristã
nos custará atenção, estudo das Escrituras e orações mais fervorosas e
perseverantes. Não serão orações sem objetivo, mas intercessões de um coração
preocupado com os pobres pecadores longe de Cristo. Será um coração desejoso
de trabalhar por Jesus num esforço pessoal para salvar os seres humanos
(Important Testimony to our Brethren and Sisters in New York, p. 9, 10 – Ft 39).
152

DONS ESPIRITUAIS
O Espírito Santo atribui a cada cristão algum dom ou talento que deve
ser usado para fazer avançar o reino – O momento presente é confiado a nós.
A cada pessoa é atribuído algum dom ou talento que deve ser usado para fazer
avançar o reino do Salvador. A todos os agentes responsáveis de Deus, dos mais
humildes e mais desconhecidos àqueles em elevadas posições na igreja, são
confiados os bens do Senhor. Não é só o pastor que pode trabalhar pela salvação
de pessoas. Aqueles que têm os menores dons não estão dispensados de
empregar os melhores dons que têm; e, fazendo assim, seus talentos serão
aumentados.
Não é prudente ser superficial quanto às responsabilidades morais, nem
desprezar “o dia das pequenas coisas” (Zc 4:10). A providência de Deus
proporciona Seus dons segundo as variadas habilidades do povo. Ninguém deve
lamentar por não poder glorificar a Deus com talentos que nunca possuiu, e
pelos quais não é responsável (T4, p. 618).
Os ministros devem animar aqueles a quem Deus escolheu na igreja
para realizar uma obra especial – Há perigo de que os pastores e presidentes
de Associações tomem muita responsabilidade sobre si e manifestem pouca
confiança nas pessoas. Estas devem ser educadas de tal maneira que examinem
as Escrituras por si mesmas. O Espírito Santo deseja trabalhar para moldar cada
homem à semelhança de Cristo. As pessoas cometem um grave erro ao
ignorarem o fato de que Deus opera por meio de Sua igreja. Os ministros devem
dar amplo apoio aos membros da igreja individualmente, e àqueles a quem Deus
escolher para realizar uma obra especial de aperfeiçoar planos cuidadosos para
salvar os que estão no erro (MR9, p. 146).
Os pastores devem abrir caminho para que os membros tenham a
liberdade de fazer o que o Espírito Santo lhes indicar – Deus tem dado “a
cada um a sua obra” (Mc 13:34). Por que será que os pastores e os presidentes de
Associações não reconhecem esse fato? Por que não manifestam seu
reconhecimento pela ajuda que os membros individuais da igreja podem dar?
Deixem que os membros despertem. Que se mantenham erguidos os braços dos
ministros e obreiros, levando em frente os interesses da causa. Não se devem
medir os talentos fazendo comparações. Se um homem exerce fé e anda
humildemente com o seu Deus, ele pode ter pouca cultura, pode ser considerado
inapto, mas pode ocupar o cargo que lhe foi designado tão bem como o homem
que possui a mais refinada educação.
Aquele que se entrega sem reservas à influência do Espírito Santo está mais
capacitado a realizar um trabalho aceitável para o Mestre. Deus inspirará os
homens que não ocupam cargos de responsabilidade para trabalhar para Ele. Se
os ministros e homens em postos de autoridade abrirem o caminho, e deixarem
que o Espírito Santo Se mova na mente dos obreiros voluntários, Deus os
dirigirá quanto ao que fazer para honrar Seu nome. Deixem que eles tenham
liberdade de fazer 153 o que o Espírito Santo lhes indicar. Não coloquem
obstáculos aos homens humildes que Deus poderá usar. Se aqueles que agora
ocupam cargos de responsabilidade tivessem sido mantidos no mesmo tipo de
trabalho ano após ano, seus talentos não teriam se desenvolvido, e eles não
teriam se habilitado para os cargos que agora ocupam. No entanto, não fazem
qualquer esforço especial para provar e desenvolver os talentos dos que entraram
recentemente para a fé (RH, 9 de julho de 1895).
Confie que o Espírito Santo usará cada membro valioso da igreja –
Nem os dirigentes da Associação nem os ministros foram chamados por Deus
para demonstrar desconfiança no poder dEle para usar cada indivíduo que é
considerado um membro valioso da igreja. Essa assim chamada cautela está
retardando quase todo ramo da obra do Senhor. Deus pode e vai usar os que não
tiveram uma educação completa na escola dos homens. Duvidar de Seu poder
para fazer isso é manifestar incredulidade; é limitar o poder onipotente dAquele
para o qual nada é impossível. Quem dera que houvesse menos dessa cautela
desconfiada e não santificada! Ela deixa muitas forças da igreja sem ser usadas;
obstrui o caminho para que o Espírito Santo não possa usar as pessoas; mantém
inativos os que estão desejosos e ansiosos para trabalhar nas fileiras de Cristo;
desanima a muitos de entrar na obra, e que poderiam se tornar obreiros eficientes
junto com Deus se lhes fosse dada uma oportunidade justa.
Os que podem ser trabalhadores, que veem a grande necessidade de
obreiros consagrados na igreja e no mundo, devem buscar força nos lugares
secretos de oração. Devem seguir adiante em seu trabalho, e Deus os abençoará
e os tornará uma bênção para outros. Tais membros dariam força e estabilidade à
igreja. É a falta de exercício espiritual que torna os membros da igreja tão débeis
e ineficientes. De novo eu perguntaria: Quem é culpado pelo estado de coisas
que agora existe? (RH, 9 de julho de 1895).
Todo cristão é ungido para a missão de partilhar a Cristo – Ser um
representante de Cristo ao mundo não é dever apenas do ministro, mas de cada
membro da igreja. Eles devem captar os raios de luz de Cristo e refleti-los sobre
as pessoas cegadas pelo erro e atraídas por falsas doutrinas. Devem erguer bem
alto a verdadeira bandeira de justiça, que é a santa lei de Deus, enquanto o
mundo levanta um estandarte falso.
Satanás está procurando apresentar a luz como trevas, e as trevas como luz,
a verdade como erro, e o erro como verdade. Ele extinguiria cada raio de luz que
se irradia do trono de Deus, e no seu lugar colocaria as suas trevas. Mas os filhos
de Deus estão aqui, cada um deles, com o propósito de iluminar o mundo.
Quanto mais a luz é desprezada, contrariada e condenada, tanto maior é a
evidência que possuem de que sua tarefa é permitir que sua luz ilumine os
outros. Eles recebem suas ordens de Deus para guiar pessoas à justiça, à verdade,
e ao Céu. A tocha da verdade deve brilhar tanto diante dos olhos dos que a
desejam quanto dos que não a querem.
Quando Cristo ascendeu ao Céu, a igreja devia ser o instrumento, ou meio,
pelo qual a luz seria dada ao mundo. “Vocês são a luz do mundo” (Mt 5:14).
Deus requer que todo cristão individualmente seja uma luz viva 154 e radiante no
mundo. Ele precisa lutar com Deus em oração particular; então, avançará no
espírito de Cristo para conversar com as pessoas. Ungido para essa missão, trará
consigo a atmosfera do Paraíso. Suas palavras serão bem escolhidas, e o rosto
refletirá a imagem de seu Mestre. Será a luz do mundo, uma carta viva,
conhecida e lida por todos os homens (RH, 8 de março de 1887).
Todo membro deve ser educado para fazer a obra para a qual esteja
mais bem adaptado – Sábado após sábado, muitos de vocês ouvem a voz do
pregador, mas quantos sentem a necessidade de incorporar a luz à vida prática?
Quantos percebem que a luz lhes é dada para que a reflitam a outros? Há uma
grande necessidade de educar as pessoas para que façam sua parte na obra que
lhes foi designada; mas a educação dos membros da igreja tem sido
negligenciada. Se os pastores instruíssem seus membros, eles poderiam ter um
exército que os ajudaria a difundir a luz quando surgisse uma crise no trabalho.
Todo membro da igreja deve fazer a obra para a qual esteja mais bem adaptado,
e organizar o trabalho de tal maneira que tudo funcione harmoniosamente, e a
prosperidade de uma igreja laboriosa seja manifestada num interesse vital que
brotará entre aqueles que põem suas energias na causa de Cristo (HM, 1º de
setembro de 1892).
MOTIVANDO OS VOLUNTÁRIOS
Quando o poder transformador de Deus vier sobre os membros, eles se
tornarão obreiros – Esta classe está bem representada pelo vale de ossos secos
que Ezequiel viu em visão. Aqueles aos quais foram confiados os tesouros da
verdade, e que estão mortos em delitos e pecados, necessitam ser criados
novamente em Cristo. Há tão pouca vitalidade real na igreja atualmente, que
requer um trabalho constante dar aos homens a aparência de vida ao professo
povo de Deus. Quando o poder transformador de Deus vier sobre os membros,
isso se manifestará através da atividade. Eles se tornarão obreiros e considerarão
o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do mundo (RH, 17
de janeiro de 1893).
A verdadeira conversão é seguida por um desejo de compartilhar a
Cristo – Uma pessoa não é convertida antes de nascer em seu coração o desejo
de tornar conhecido a outros que encontrou em Jesus um precioso Amigo; a
verdade santificadora e salvadora não pode ser isolada em seu coração. O
Espírito de Cristo iluminando o coração é representado pela luz que dispersa
toda a escuridão; é comparada ao sal por causa de suas qualidades preservadoras,
e ao fermento, que, secretamente, exerce seu poder transformador (T4, p. 318,
319).
Os que não estão cumprindo sua responsabilidade devem ser visitados
– Que os pastores e as pessoas responsáveis impressionem cada membro da
igreja, mostrando que, 155 para poder crescer espiritualmente, devem assumir a
responsabilidade da obra que o Senhor colocou sobre eles – a de conduzir
pessoas à verdade. Ensinem aos irmãos que devem possuir um forte desejo de
ver os que ainda não estão na fé convertidos à verdade. Aqueles que tiverem
oportunidade façam a obra que Deus lhes confiou. Os que não estão cumprindo
sua responsabilidade devem ser visitados, levados a Deus em oração e instados
para que se tornem fieis mordomos da graça de Cristo.
Como ministros, não os levem a depender de vocês, mas ensinem a todos os
que abraçarem a verdade que têm uma obra a fazer usando os talentos que Deus
lhes concedeu para salvar os que estão próximo. Trabalhando dessa maneira,
essas pessoas terão a colaboração dos anjos de Deus. Obterão uma valiosa
experiência que aumentará sua fé e os farão apegar-se firmemente a Deus (Ms
21a, 1894 – NL1, p. 127, 128).
O Salvador ficou decepcionado com Sua falta de êxito em recrutar
obreiros, mas persistiu – Se nossos obreiros tivessem sido batizados com o
Espírito de Cristo, teriam realizado cinquenta vezes mais do que têm feito para
treinar homens como obreiros. Ainda que um ou dois, talvez muitos, não tenham
suportado a prova, não devemos cessar nossos esforços, pois esta obra deve ser
feita para Cristo. O Salvador ficou decepcionado; por causa da perversidade do
coração humano, Seus esforços não foram recompensados com êxito; mas Ele
continuou Sua obra, e nós também devemos fazê-lo.
Se tivéssemos trabalhado com fidelidade, paciência e amor, teríamos cem
obreiros onde há apenas um. As oportunidades não aproveitadas são escritas
contra nós no mesmo livro em que estão registradas a inveja e a rebelião contra
Deus. Temos perdido anos em nossas missões estrangeiras. Há poucos obreiros
dedicados; mas, em grande medida, suas energias têm sido empregadas para
evitar que os homens que professam a verdade naufraguem na fé. Se esses
homens, que necessitaram de tanta ajuda para se manterem amparados, tivessem
trabalhado pela salvação de seus semelhantes, teriam se esquecido de suas
provações e se fortalecido ajudando a outros. Podemos conseguir muito mais do
que temos feito, se chamarmos em nossa ajuda a todos os que pudermos recrutar
para o trabalho. Alguns se mostrarão inúteis; mas, enquanto verificamos isso,
precisamos continuar trabalhando. Um obreiro valioso, temente a Deus,
compensará todo nosso esforço, nossa preocupação e despesa (RH, 15 de
dezembro de 1885).
OS PASTORES COMO INSTRUTORES
Vocês ajudam mais os membros planejando o trabalho para eles do
que pregando – O melhor auxílio que os pastores podem oferecer aos membros
de nossas igrejas não é pregar sermões, e sim planejar o trabalho para eles. Que
cada um receba algo a fazer pelos outros. Sejam todos ajudados a ver que, como
recebedores da graça de Cristo, encontram-se sob a obrigação de trabalhar para
Ele. Que a todos seja ensinado como trabalhar. Especialmente os recém-
conversos devem ser treinados como colaboradores de Deus. Se postos a
trabalhar, os murmuradores logo esquecerão suas murmurações; os fracos se
tornarão fortes; os ignorantes, 156 inteligentes; assim todos se prepararão para
apresentar a verdade tal qual é em Jesus. Encontrarão um infalível Ajudador
nAquele que prometeu salvar os que forem a Ele (T6, p. 49).
Gaste menos tempo pregando e mais tempo estudando como ensinar
outros a trabalhar – Nossos ministros precisam se tornar tanto educadores
quanto pregadores. Devem ensinar as pessoas a não depender deles, mas de
Cristo. O ministro que prega duas horas quando não deve passar de uma, serviria
muito melhor à causa de Deus dedicando essa hora extra em um estudo sério e
cuidadoso para aprender como conduzir os outros e ensiná-los a trabalhar (ST,
17 de maio de 1883).
Os pastores devem ensinar os membros como trabalhar – Quando Jesus
ascendeu ao Céu, confiou Sua obra na Terra àqueles que haviam recebido a luz
do evangelho. Eles deveriam fazer a obra progredir até o seu término. Não foi
providenciado nenhum outro meio para a proclamação da verdade. “Ide por todo
o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15). “E eis que estou
convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt 28:20). Essa solene
comissão chega até nós nesta época. Deus deixa com Sua igreja a
responsabilidade de aceitá-la ou recusá-la. Muitos parecem descansar
comodamente, como se mensageiros celestiais fossem descer a este mundo para
proclamar com voz audível a mensagem de advertência; mas, embora os anjos
tenham uma obra a realizar, nós temos de fazer a nossa tarefa, abrindo as
verdades bíblicas àqueles que se acham em trevas.
Seu interesse está de forma egoísta limitado a sua família, a sua igreja? Que
Deus tenha piedade de sua mediocridade! Você deve ter aquele zelo imperecível,
aquele amor abrangente que circunda o mundo. Os que não são chamados a ir a
países estrangeiros têm uma obra a fazer dentro de suas próprias fronteiras, para
manter o interesse em suas igrejas mediante um esforço bem dirigido, para que
sejam espirituais e abnegados, e, por meio de seus recursos e orações fervorosas,
possam ajudar os que entram em campos novos e difíceis (RH, 12 de outubro de
1886).
Devemos ensinar os membros a usar seus talentos para ministrar a
outros – Esta obra de iluminar a outros não é trabalho do ministro apenas, mas
de todos os que professam possuir a verdade de Deus. Ele designou a cada
pessoa seu trabalho de tornar Cristo conhecido ao mundo. Precisamos ensinar os
membros da igreja como ministrar de forma eficaz a outros. Há muitos que são
pastores ordenados que nunca exerceram cuidado pastoral pelo rebanho de Deus,
que nunca velaram pelas almas como alguém que terá de prestar contas por elas.
Se o tipo de trabalho do qual se necessita fosse conferido à igreja, muitos dos
que não estão fazendo nada seriam educados para se tornar obreiros dedicados
na colheita de almas. Deve-se dar uma educação ao povo de Deus que capacite
centenas de pessoas com talentos valiosos, cujo uso desenvolverá homens para
cargos de confiança e influência, o que resultará num grande 157 bem para a
causa do Mestre (Appeal to Our Churches in Behalf of Home Missionary Work,
p. 14 – Ft 7).
Eduquem os membros para ser ganhadores de almas – Existe não
apenas o perigo de que os que se acham em cargos de confiança deixem de
incentivar os indivíduos a empregar seus talentos, mas também o perigo de que
aqueles que fazem pouco ou nada para Cristo procurem desanimar alguém que
esteja lutando para trabalhar na vinha do Senhor. Larguem mão disso. Eduquem
a cada um que está recebendo de Cristo as torrentes de salvação. Não é
necessário que a Palavra de Deus seja disseminada apenas por uns poucos
ministros ordenados. A verdade precisa ser semeada junto a todas as águas
(Sowing Beside All Waters, p. 37 – Ft 78).
Instruam os membros como trabalhar na obra médico-missionária –
Pastores e professores devem trabalhar inteligentemente em seus respectivos
ramos, instruindo os membros da igreja sobre como trabalhar nas atividades
médico-missionárias. Quando os que professam seguir a Cristo tiverem a
presença do Salvador em seu íntimo, serão achados fazendo como Cristo fez.
Não terão a oportunidade de se enferrujarem pela falta de atividade. Terão
bastante que fazer. E o trabalho que fizerem sob o patrocínio da igreja será seu
melhor meio de comunicar luz (BS, p. 123).
Se os membros não forem ensinados a colaborar, o trabalho do
ministro será praticamente um fracasso – A causa poderia estar em condições
favoráveis em cada campo; e estaria, se os pastores confiassem em Deus e nada
permitissem que se interpusesse entre eles e seu trabalho. São muito mais
necessários obreiros do que pregadores, mas as duas funções podem muito bem
ser unificadas. Tem sido provado no campo missionário que, seja qual for o
talento da pregação, se parte do trabalho é negligenciada, se não se ensina o
povo como trabalhar, como dirigir reuniões, como desempenhar sua parte no
trabalho missionário, como alcançar com êxito o povo, a obra será praticamente
um fracasso. Há também muito a ser feito na obra da Escola Sabatina, no que diz
respeito a levar o povo a sentir sua obrigação e fazer sua parte. Deus os chama
para que trabalhem para Ele, e os pastores devem liderar os procedimentos (T5,
p. 256).
Se os pastores tiverem instruído devidamente os que se acham sob seus
cuidados, a obra não se desmoronará quando forem transferidos – A obra
dos embaixadores de Cristo é muito maior e de mais responsabilidade do que
muitos sonham. Eles não devem absolutamente ficar satisfeitos com o próprio
êxito enquanto não puderem, por zelosos esforços e a bênção de Deus,
apresentar-Lhe cristãos prestativos, possuídos de um verdadeiro senso de sua
responsabilidade, e que realizem a obra que lhes foi designada.
O devido esforço e instrução levarão às fileiras do trabalho homens e
mulheres de caráter vigoroso e de tão firmes convicções que coisa alguma de
natureza egoísta consiga impedi-los em sua obra, diminuir-lhes a fé ou detê-los
no cumprimento do dever. Caso o pastor tenha instruído devidamente os que
estão sob seu cuidado, a obra deixada quando ele parte para outro campo 158 não
se desmorona, pois está firmemente construída. A menos que os que recebem a
verdade se achem inteiramente convertidos e haja mudança radical em sua vida e
caráter, o coração não está firmado na Rocha Eterna. E, depois de cessar o
trabalho do pastor e de acabar a novidade, logo se dissipa a impressão, a verdade
perde seu poder e encanto, e não exercem influência santificadora alguma nem
são melhores por professarem a verdade (T4, p. 398).
ENSINANDO TODOS A SER ATIVOS
Os ministros devem ajudar os obreiros em potencial da igreja a
desenvolver seus talentos – Alguns obreiros são incapazes de assumir os cargos
que outros podem ocupar. Muitos que poderiam desempenhar funções de
confiança não se disciplinaram nem fizeram aquilo que poderiam ter feito no dia
a dia para enfrentar as crescentes demandas do tempo presente. Outros são
capazes de assumir responsabilidades, e o fariam, se fossem incentivados e se
houvesse alguém que, com paciência, bondade e tolerância lhes ensinasse como
trabalhar. Os pastores devem mostrar real dedicação em ajudar essas pessoas a
triunfar, e devem se esforçar com perseverança para desenvolver o talento que
elas possuem.
Os inexperientes necessitam de dirigentes sábios que, através de oração e
esforço pessoal, os animem e ajudem a se tornar perfeitos em Cristo Jesus, sem
nada lhes faltar. Essa é a obra que todo ministro do evangelho deve empenhar-se
em fazer, mas que alguns deixam de realizar (RH, 1º de dezembro de 1904).
Ensinem as pessoas como trabalhar – Pastores, ensinem as pessoas como
trabalhar. Digam-lhes que sua utilidade não depende tanto de riqueza, cultura ou
capacidade, mas de uma mente disposta e de sua consagração a Cristo e à Sua
causa. Em tempos passados Deus usou homens humildes, e, por causa de sua fé
e devoção, eles muitas vezes realizaram mais do que muitos obreiros
pretensiosos. Reconheceram suas fraquezas e dependência de Deus; e, por meio
de cartas, folhetos, esforço pessoal em apelos e advertências, e por meio de uma
vida bem ordenada e conversação santa, fizeram com que muitos se voltassem
do erro para a verdade, do caminho da transgressão para a obediência à lei de
Deus.
O poder maravilhoso da graça operou neles, e o êxito coroou seus esforços.
“Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que
não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na
presença de Deus” (1Co 1:28, 29) (RH, 24 de junho de 1884).
As dúvidas dos membros serão dissipadas se eles forem guiados a
ajudar os outros – Nossos pastores poderão visitar nossas igrejas e oferecer
orações públicas a Deus em favor dos que sofrem, pedindo-Lhe que dissipe as
dúvidas de sua mente 159 e ilumine seu coração obscurecido. Mas isso não será
tão eficaz para ajudar esses angustiados, carregados de dúvidas e pecados, como
para guiá-los a trabalhar por aqueles que estão mais necessitados do que eles. As
trevas se dissiparão se puderem ser guiados para ajudar a outros (RH, 5 de maio
de 1904). 160
O culto e os serviços especiais

27
O batismo
163
O batismo comemora a ressurreição de Cristo e o novo nascimento
do candidato – A ressurreição de Cristo é comemorada ao sermos sepultados
com Ele pelo batismo, e ressuscitados do túmulo de água, à semelhança de Sua
ressurreição, a fim de vivermos em novidade de vida (PE, p. 217).
PREPARANDO OS CANDIDATOS
Os pastores devem dar instruções claras a cada candidato quanto ao
significado do batismo – Nossas igrejas estão se debilitando ao aceitar como
doutrina os mandamentos de homens. Muitos que não estão convertidos são
aceitos na igreja. Tem-se permitido que homens, mulheres e crianças participem
do solene rito do batismo sem terem sido completamente instruídos quanto ao
significado dessa cerimônia. A participação nessa cerimônia significa muito, e
nossos ministros devem ter o cuidado de dar a cada candidato ao batismo
instruções claras no que se refere ao seu significado e à sua solenidade (RH, 6 de
outubro de 1904).
Ser membro da igreja tem pouco valor se não houver conversão –
Todos os indivíduos, tanto poderosos quanto humildes, se não forem
convertidos, se acham em pé de igualdade. Os homens podem mudar de uma
doutrina para outra. Isso está acontecendo e continuará a acontecer. Os papistas
podem mudar do catolicismo para o protestantismo, mas podem não saber nada
do significado das palavras: “Darei a vocês um coração novo” (Ez 36:26). A
aceitação de novas teorias e a união com uma igreja não trazem vida nova a
ninguém, mesmo que essa igreja esteja estabelecida sobre o fundamento
verdadeiro. A ligação com uma igreja não substitui a conversão. Aceitar o credo
de uma igreja não tem o menor valor para ninguém se não houver uma
verdadeira mudança no coração (RH, 14 de fevereiro de 1899).
A pessoa deve estar praticando a verdade para ser batizada – É
necessário um preparo mais cuidadoso dos que se apresentam como candidatos
ao batismo. Há necessidade de mais cuidadosa instrução do que em geral
recebem. Os princípios da vida cristã devem ser claramente explicados aos
recém-convertidos. Não se pode confiar na sua mera profissão de fé como prova
de que experimentaram um relacionamento salvador 164 com Cristo. Não basta
apenas dizer “eu creio”, mas é necessário também praticar a verdade. É pela
conformidade com a vontade divina em nossas palavras, atos e caráter, que
provamos nossa comunhão com Ele.
Quando alguém renuncia o pecado, que é a transgressão da Lei, sua vida é
posta em harmonia com essa Lei, caracterizando-se por perfeita obediência a ela.
Essa é a obra do Espírito Santo. A luz obtida pelo exame cuidadoso da Palavra
de Deus, a voz da consciência e as operações do Espírito produzem no coração o
genuíno amor de Cristo, que Se deu em sacrifício perfeito para salvar o homem
todo – corpo, alma e espírito (1Ts 5:23). Esse amor se manifesta na obediência.
A linha de demarcação entre os que amam a Deus e guardam Seus mandamentos
e os que não O amam e desprezam Seus preceitos é clara e marcante (T6, p. 91).
Evidência de mudança deve preceder o batismo – A prova do
discipulado não é exercida tão intimamente como devia ser sobre os que se
apresentam para o batismo. Deve-se saber se os que professam ser convertidos
estão simplesmente tomando o nome de adventistas do sétimo dia ou se estão
assumindo sua posição ao lado do Senhor, para sair do mundo e serem separados
e não tocarem em coisa imunda. Ao darem evidência de que compreendem
plenamente sua posição, devem ser aceitos. Mas, quando demonstram que estão
seguindo os costumes, as modas e as opiniões do mundo, deve-se lidar
firmemente com eles. Se não sentem a responsabilidade de mudar seu
procedimento, não devem ser mantidos como membros da igreja. O Senhor
deseja que os que compõem Sua igreja sejam mordomos fiéis e verdadeiros da
graça de Cristo (TM, p. 128).
AS CRIANÇAS
Os pais devem desempenhar um papel importante no batismo de seus
filhos – Os pais, cujos filhos desejam ser batizados, têm uma obra a fazer,
examinando a si mesmos e instruindo prudentemente os filhos. O batismo é um
rito muito importante e sagrado, e é necessário compreender bem seu sentido.
Simboliza o arrependimento do pecado e o começo de uma vida nova em Cristo
Jesus. Não deve haver qualquer precipitação na administração desse rito. Pais e
filhos devem avaliar os compromissos que por ele assumem. Consentindo no
batismo dos filhos, os pais estabelecem, em relação a eles, uma responsabilidade
sagrada de despenseiros, para guiá-los na formação do caráter. Comprometem-se
a guardar com especial interesse esses cordeiros do rebanho, para que não
desonrem a fé que professam (T6, p. 93).
O SERVIÇO BATISMAL
O batismo é uma ocasião para educar os espectadores – A pessoa
encarregada de ministrar o batismo deve esforçar-se por celebrar o ato de modo
que este exerça uma influência solene e sagrada sobre todos os espectadores.
Cada rito da igreja 165 deve ser executado dessa forma. Nada deve ser feito de
forma comum ou depreciativa, ou ser reduzido ao nível das coisas triviais.
Nossas igrejas necessitam ser educadas para maior respeito e reverência pelo
culto divino. Conforme o pastor dirige o culto divino, estará ele educando e
preparando o povo. Pequenos atos que educam, preparam e disciplinam a alma
para a eternidade são de vastas consequências na edificação e santificação da
igreja (Ev, p. 314).
As roupas de batismo devem ser bem feitas – As roupas de batismo
devem ser feitas de um tecido encorpado, de cor escura, que não desbote com a
água, e ter pesos na barra. É importante que sejam limpas, tenham bom caimento
e sejam feitas segundo um molde aprovado. Não devem levar ornamento, nem
rendas, nem enfeites. Qualquer exibição, seja de bordado ou qualquer outro
enfeite, será inapropriada. Quando o candidato tem uma compreensão exata do
que significa esse ato, não experimentará desejo algum de se cobrir de adornos.
Contudo, devemos evitar usar coisas feias e de mau gosto, pois isso seria uma
ofensa a Deus. Tudo que de algum modo se relaciona com esse rito sagrado
deve, tanto quanto possível, ter cuidadoso preparo (T6, p. 98).
Cada igreja deve ter suas próprias roupas batismais – Não convém que
uma igreja se limite a pegar emprestadas essas roupas de outra. Muitas vezes,
quando tem necessidade, não as consegue, pois alguém que tomou emprestado
pode não ter devolvido. Cada igreja, então, deve suprir as próprias necessidades
com relação a isso. Que seja criado um fundo com essa finalidade. Se toda a
igreja contribuir para isso, não será algo pesado (T6, p. 98).
O canto ajuda a fazer com que o batismo impressione – Trinta e dois
candidatos foram sepultados com seu Senhor no batismo, e se ergueram para
andar em novidade de vida. Essa foi uma cena que os anjos de Deus
presenciaram com alegria. Várias crianças foram batizadas primeiro, e depois os
mais velhos. De vez em quando, cantavam a estrofe de um hino de louvor. Não
houve nenhuma desorganização. Toda a cerimônia foi marcante (RH, 7 de
fevereiro de 1907).
Um lago ou um rio provê um cenário ideal para o batismo – Sempre que
for possível, o batismo deve ser ministrado em um tanque limpo ou em água
corrente. Que se dê a essa ocasião toda importância e solenidade merecidas. Essa
cerimônia é sempre marcada pela presença de anjos de Deus (T6, p. 97).
Uma banheira pode ser apropriada para um batismo de emergência –
Deverão ser tomadas providências para satisfazer o pedido de uma pessoa idosa
quanto ao batismo. Ela não é suficientemente forte para ir a ______ ou a ______,
e a única maneira pela qual a cerimônia pode ser realizada é arranjar uma
banheira, e fazê-la entrar na água (Ev, p. 315). 166
28
Dedicação de crianças
167
Permitam que os ministros tomem as criancinhas em seus braços e
as abençoem – As mães que trouxeram seus filhos a Jesus procederam bem.
Lembrem-se do texto: “Deixem vir a Mim as crianças e não as impeçam; pois o
Reino dos Céus pertence aos que são semelhantes a elas” (Mt 19:14). Que as
mães encaminhem agora seus filhos a Cristo. Que os ministros do evangelho
tomem as criancinhas em seus braços, e as abençoem em nome de Jesus. Que
falem palavras do mais terno amor aos pequenos; pois Jesus tomou os
cordeirinhos do rebanho em Seus braços e os abençoou (RH, 24 de março de
1896).
O bebê Jesus foi dedicado no templo – O sacerdote fez a cerimônia de seu
serviço oficial. Tomou a criança nos braços e ergueu-a diante do altar. Depois de
a devolver à mãe, inscreveu o nome “Jesus” na lista dos primogênitos (DTN, p.
52).
Ana dedicou seu filho a Deus desde o nascimento – O fardo que ela não
podia repartir com nenhum amigo terrestre, lançou-o sobre Deus. Ansiosamente
rogou que tirasse sua desonra e lhe concedesse o precioso presente de um filho
para o criar e educar para Ele. E fez um voto solene de que, se seu pedido fosse
atendido, dedicaria o filho a Deus, desde o seu nascimento (PP, p. 570).
Ana e seu esposo, num ato de adoração, confirmaram a dedicação de
seu filho – Em sua oração, Ana fez um voto de que, se seu pedido lhe fosse
concedido, ela dedicaria seu filho ao serviço de Deus. Ela deu a conhecer esse
voto a seu marido, e ele o confirmou num solene ato de adoração, antes de sair
de Siló (ST, 27 de outubro de 1881).
Os pais devem oferecer seus filhos ao Senhor – Pais, ofereçam seus filhos
ao Senhor e lembrem-lhes sempre de que pertencem a Ele, que são os cordeiros
do rebanho de Cristo, vigiados pelo verdadeiro Pastor. Ana dedicou Samuel ao
Senhor; e dele é dito: “O Senhor estava com Samuel enquanto este crescia, e
fazia com que todas as suas palavras [as palavras do Senhor por intermédio de
Samuel] se cumprissem” (1Sm 3:19). No caso desse profeta e juiz em 168 Israel,
são apresentadas as possibilidades postas diante do filho cujos pais cooperam
com Deus, efetuando a obra que lhes é designada (CPPE, p. 143).
O pai é responsável pela dedicação de cada membro de seu lar – O pai
devia atuar como sacerdote da família, e, se o pai fosse falecido, caberia ao filho
mais velho cumprir esse ato solene de aspergir com sangue as ombreiras da
porta. Esse é um símbolo da obra a ser feita em cada família. Os pais devem
reunir os filhos no lar e lhes apresentar Cristo como sua Páscoa. O pai deve
dedicar cada membro de sua família a Deus, e fazer uma obra representada pela
ceia pascal. É perigoso deixar esse dever solene nas mãos de outros.
Esse perigo é bem ilustrado por um incidente relacionado com uma família
hebreia na noite da Páscoa. A lenda diz que a filha mais velha estava doente;
mas ela tinha conhecimento do fato de que um cordeiro devia ser escolhido para
cada família, e que seu sangue devia ser aspergido na verga e nas ombreiras da
porta, de modo que o Senhor pudesse ver as marcas do sangue e não permitir
assim que o destruidor entrasse e ferisse o primogênito. Com muita ansiedade,
ela viu a aproximação do anoitecer, quando o anjo destruidor deveria passar. Ela
se sentiu muito inquieta. Chamou o pai para junto dela e lhe perguntou: “O
senhor já marcou a ombreira da porta com sangue?” Ele respondeu: “Sim, já dei
ordens quanto a esse assunto. Não tenha medo, pois o anjo destruidor não entrará
aqui.” A noite chegou e, vez após vez, a criança chamou o pai para lhe
perguntar: “O senhor tem certeza de que a ombreira da porta está marcada com
sangue?” Repetidas vezes, o pai lhe assegurou que ela não precisava ter medo,
pois uma ordem que envolvia tais consequências não seria negligenciada por
seus confiáveis servos.
Perto da meia-noite, foi ouvida sua voz suplicante dizer: “Papai, estou
insegura. Leve-me em seus braços e deixe-me ver as marcas por mim mesma,
para que eu possa ficar tranquila”. O pai atendeu ao desejo de sua filha; tomou-a
nos braços e levou-a até a porta; mas não havia marcas de sangue na verga nem
nas ombreiras. Ele estremeceu de horror ao perceber que seu lar poderia tornar-
se uma casa de luto. Com suas próprias mãos apanhou o ramo de hissopo e
aspergiu as ombreiras com sangue. Então mostrou à filha doente que as marcas
estavam lá (RH, 21 de maio de 1895). 169
29
A santa ceia

A ceia do Senhor foi o ponto de transição entre duas grandes festas


religiosas – Os símbolos da casa do Senhor são simples e fáceis de
compreender, e as verdades por eles representados contêm o mais profundo
significado para nós. Ao instituir a cerimônia da santa ceia em lugar da Páscoa,
Cristo deixou para Sua igreja um memorial de Seu grande sacrifício em favor do
ser humano. “Façam isto em memória de Mim” (1Co 11:24), disse Ele. Esse foi
o ponto de transição entre duas dispensações e suas duas grandes festas. Uma
seria encerrada para sempre; a outra, que Ele acabara de estabelecer, haveria de
tomar seu lugar e continuar durante todo o tempo como memorial de Sua morte
(RH, 31 de maio de 1898).
Os membros não devem se excluir da ceia do Senhor por estar presente
alguém que seja indigno – Ninguém deve se excluir da comunhão por estar
presente, talvez, alguém que seja indigno. Todo discípulo é chamado a participar
publicamente, e dar assim testemunho de que aceita a Cristo como seu Salvador
pessoal. É nessas ocasiões, indicadas por Ele mesmo, que Cristo Se encontra
com Seu povo, e os revigora por Sua presença. Corações e mãos indignos podem
mesmo dirigir a ordenança; todavia Cristo ali Se encontra para ministrar a Seus
filhos. Todos quantos ali chegam com a fé concentrada nEle, serão grandemente
abençoados. Todos quantos negligenciam esses períodos de divino privilégio
sofrerão prejuízo. Deles se poderia quase dizer: “Nem todos [estão] limpos” (Jo
13:11) (DTN, p. 656).
Somente o pecado aberto exclui as pessoas da ceia do Senhor – O
exemplo de Cristo proíbe exclusão da ceia do Senhor. Verdade é que o pecado
aberto exclui o culpado. Isso o Espírito Santo ensina plenamente. Porém, além
disso, ninguém deve julgar. Deus não deixou aos homens dizer quem se
apresentará nessas ocasiões. Pois quem pode ler o coração? Quem é capaz de
distinguir o joio do trigo? “Examine-se pois o homem a si mesmo, e assim coma
deste pão e beba deste cálice”. Pois “qualquer que comer este pão, ou beber o
cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor”.
“Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria
condenação, não discernindo o corpo do Senhor” (1Co 11:28, 27, 29) (DTN, p.
656). 170
A ceia do Senhor não deve ser realizada de vez em quando ou
anualmente – A salvação dos homens depende de aplicarem continuamente ao
seu coração o sangue purificador de Cristo. A ceia do Senhor, portanto, não deve
ser observada de vez em quando ou anualmente, mas com mais frequência do
que a Páscoa anual. Essa solene ordenança comemora um acontecimento bem
maior do que o livramento dos filhos de Israel do Egito. Aquele livramento
tipificava a grande expiação que Cristo realizou com o sacrifício da própria vida
para a libertação final de Seu povo (CBA6, p. 1.090).
O LAVA-PÉS
Jesus estabeleceu o lava-pés como uma cerimônia religiosa – Quando
eles se reuniram para participar da ceia do Senhor, a ordenança do lava-pés foi
estabelecida como uma cerimônia religiosa (RH, 21 de junho de 1898).
O lava-pés ensina a humildade de Cristo e sensibiliza o coração dos
participantes uns para com os outros – Com frequência, essas ordenanças são
consideradas como uma formalidade e não como algo sagrado para nos fazer
lembrar do Senhor Jesus. Ele as ordenou e delegou Seu poder aos ministros, os
quais têm o tesouro em vasos de barro. Eles devem cuidar desses ritos especiais
dAquele que os estabeleceu para que continuem até o fim dos tempos. É por
meio deles, Seus próprios ritos, que Ele Se encontra com Seu povo e lhes traz
vigor com Sua presença. Apesar do fato de que pode haver corações e mãos não
santificados que administrem a comunhão, ainda assim Cristo está no meio do
Seu povo para operar nos corações humanos.
Todos os que mantêm diante de si a humilhação de Cristo no ato do lava-
pés, todos os que se conservam humildes de coração e mantêm em vista o
verdadeiro tabernáculo e seu serviço, que o Senhor erigiu e não o homem, jamais
deixarão de receber benefício de cada sermão proferido, e força de cada santa
ceia. Essas ordenanças foram estabelecidas com um objetivo. Os seguidores de
Cristo devem ter em mente o exemplo dEle em Sua humildade. Essa cerimônia
existe para incentivar a humildade, mas nunca deve ser considerada humilhante
no sentido de ser degradante para a humanidade. É para sensibilizar nosso
coração uns para com os outros (RH, 31 de maio de 1898).
O propósito do lava-pés é eliminar a suposição de que uma pessoa é
superior a outra – O propósito dessa cerimônia é lembrar a humildade de nosso
Senhor, e as lições que Ele deixou ao lavar os pés de Seus discípulos. Há no ser
humano a tendência de ter um conceito mais elevado de si mesmo do que de seu
irmão, de trabalhar para si, de servir a si mesmo, de buscar o cargo mais elevado;
e, com frequência, maus pensamentos e amargura de espírito brotam de coisas
insignificantes.
Essa ordenança, que precede a ceia do Senhor, é para eliminar esses mal-
entendidos, para remover do homem seu egoísmo, retirá-lo de sua exaltação
própria e conduzi-lo à humildade de espírito que o levará a lavar os pés de seu 171
irmão. Não é o plano de Deus que isso seja adiado porque alguns se consideram
indignos de participar. O Senhor lavou os pés de Judas. Ele não lhe recusou um
lugar à mesa, embora soubesse que ele sairia dali para participar na traição de
seu Senhor. Não é possível que o ser humano diga quem é digno e quem não é.
Ele não consegue ler os segredos do coração. Não lhe compete dizer: “Eu não
participarei da cerimônia se tal pessoa estiver presente e participar.” E Deus
também não deixou ao homem a decisão de quem deve participar nessas
ocasiões (RH, 31 de maio de 1898).
O lava-pés deve ser apresentado cuidadosamente às pessoas que não
foram informadas anteriormente – Encontram-se na Palavra de Deus deveres
cujo cumprimento conservará o povo de Deus humilde e separado do mundo, da
apostasia, como as igrejas nominais. O lava-pés e a participação da ceia do
Senhor deve ser mais frequentemente praticados. Jesus deu-nos o exemplo e
mandou-nos que fizéssemos como Ele fizera. Vi que Seu exemplo deve ser
seguido com a maior exatidão possível; contudo, os irmãos e as irmãs nem
sempre têm agido tão cuidadosamente quanto deviam na questão do lava-pés, e
tem havido confusão. Isso deve ser adotado em novos lugares com cuidado e
sabedoria, especialmente onde o povo não está informado quanto ao exemplo e
ensinos de nosso Senhor sobre esse ponto, e onde haja preconceito contra.
Muitas pessoas honestas, pela influência de antigos mestres em quem tinham
confiança, estão muito carregadas de preconceitos contra esse claro dever, e o
assunto deve ser levado ao conhecimento deles no tempo e de modo apropriados
(PE, p. 116).
O PÃO E O VINHO
Somente vinho não fermentado deve ser usado na mesa da comunhão –
Cristo não contradisse os próprios ensinos. O vinho não fermentado, que Ele
forneceu para os convidados das bodas, era uma bebida saudável e refrescante.
Foi esse o vinho usado por nosso Salvador e Seus discípulos na primeira santa
ceia. É o vinho que se deve sempre usar na mesa da comunhão como símbolo do
sangue do Salvador. A cerimônia é destinada a ser reanimadora para a alma, e
comunicadora de vida. Nada que sirva ao mal deve estar ligado a ela (CBV, p.
333).
O pão da santa ceia deve ser sem fermento – O pão partido e o puro suco
de uva devem representar o corpo quebrado e o sangue derramado do Filho de
Deus. Pão fermentado não deve estar na mesa da comunhão; pães asmos são o
único símbolo correto da ceia do Senhor. Não se deve usar nada fermentado.
Somente se deve usar o puro fruto da videira e pão não fermentado (RH, 7 de
junho de 1898). 172
30
O funeral cristão
173
Jesus, o modelo do pastor, chorou diante da morte – Cristo era um
atento observador notando muitas coisas que outros passavam por alto. Ele era
sempre prestativo, estava sempre pronto para falar palavras de esperança e
compaixão ao desencorajado e enlutado. Ele permitia que a multidão O
comprimisse e não Se queixava, embora às vezes fosse quase erguido do chão.
Quando passava por um funeral, Ele não seguia adiante com indiferença. A
tristeza dominava Seu rosto ao contemplar a morte, e chorava com os enlutados
(OA, p. 51).
A morte, na presença do Doador da Vida, é apenas temporária – Em
voz clara, cheia de autoridade, foram proferidas as palavras: “Jovem, Eu lhe
digo, levante-se!” (Lc 7:14). Aquela voz penetrou os ouvidos do morto. O jovem
abriu os olhos. Jesus o tomou pela mão, e o ergueu. Seu olhar se voltou para
aquela que chorava ao seu lado, e mãe e filho uniram-se num alegre, longo e
apertado abraço. A multidão, em silêncio e fascinada, contemplou a cena.
“Todos ficaram cheios de temor.” Por um momento, permaneceram mudos e
reverentes, como se estivessem na presença do próprio Deus. Depois
glorificaram a Deus, dizendo: “Um grande profeta se levantou entre nós [...]
Deus interveio em favor do Seu povo.” A procissão fúnebre retornou a Naim
como um cortejo triunfal. “Essas notícias sobre Jesus espalharam-se por toda a
Judeia e regiões circunvizinhas” (Lc 7:16, 17) (DTN, p. 318).
Um funeral cristão pode ser um testemunho poderoso em favor do
cristianismo – Quando chegamos à noite, encontramos o jovem muito perto de
seu fim. Seu corpo moribundo estava atormentado pela dor. Oramos com ele, e
sua pesada respiração e seus gemidos cessaram enquanto orávamos. A bênção de
Deus repousou sobre o quarto do enfermo, e sentimos que os anjos estavam
pairando em volta. Ele se sentiu um pouco aliviado, embora soubesse que estava
morrendo. Procurou fazer-nos entender que a esperança iluminava o futuro, e
que para ele não era uma obscura incerteza. Entendemos por suas frases
entrecortadas que ele faria parte da primeira ressurreição, e então se tornaria
imortal. Disse ele: “Digam ao irmão Bates que eu o verei então.” Sua língua
vacilante mencionou várias vezes o querido nome, tão precioso para o cristão
agonizante – Jesus – e no qual se centraliza toda a sua esperança de vida eterna.
Ele dormiu em Jesus algumas horas depois de sairmos. 174 Meu esposo
assistiu ao funeral. Estavam presentes muitos dos que haviam ouvido suas fiéis
exortações, e as haviam desprezado enquanto estava vivo, e alguns que o haviam
tratado mal por causa de sua fé, pouco tempo antes. Contemplaram o semblante
do morto, que esboçava um sorriso agradável, e se retiraram do lugar com lábios
trementes e olhos marejados. Não pudemos deixar de pensar que, apesar de sem
vida, ele ainda falava. O testemunho de todos os presentes foi que nunca haviam
visto uma expressão tão amável e graciosa no rosto de um morto.
Acompanhamos o corpo à sepultura, onde descansará até que os justos
despertem para a imortalidade (2SG, p. 92).
Os funerais não devem incluir ostentação e extravagância – Com
respeito ao sepultamento do sumo sacerdote de Israel, as Escrituras dão apenas
este simples relato: “Ali faleceu Arão, e ali foi sepultado” (Dt 10:6). Em que
notável contraste com os costumes dos tempos atuais está esse enterro, efetuado
conforme a ordem expressa de Deus. Nos tempos modernos, os funerais de um
homem de alta posição muitas vezes dão motivo para ostentações suntuosas e
extravagantes. Quando Arão morreu, sendo ele um dos mais ilustres homens que
já viveram, houve apenas dois de seus mais chegados amigos para lhe
testemunharem a morte e cuidar de seu enterro. E aquela sepultura solitária sobre
o Monte Hor esteve para sempre oculta dos olhos de Israel. Deus não é honrado
com a grande ostentação tantas vezes feita nos sepultamentos, e com o
extravagante dispêndio feito ao restituir o corpo ao pó (PP, p. 427). 175
31
Como planejar e dirigir o culto divino

Ninguém deve negligenciar a adoração pública – É um erro grave


negligenciar a adoração pública. Os privilégios do culto divino não devem ser
considerados levianamente. Os que cuidam dos doentes encontram-se muitas
vezes impossibilitados de desfrutar desses privilégios, mas devem ser cuidadosos
em não deixar de frequentar, sem razão plausível, a casa de oração (CBV, p.
511).
As reuniões na igreja podem não ter efeito, simplesmente devido à falta
de ar puro – O pregador fica surpreso por não conseguir impressionar os
ouvintes, quando tanto eles quanto ele estão sofrendo com a falta de ar
revigorante, e assim são considerados incapazes de assimilar o assunto sobre o
qual ele está falando. A falta de circulação de ar puro numa igreja torna muitas
reuniões ineficazes; o esforço é feito em vão, porque os ouvintes não conseguem
permanecer despertos (ST, 23 de setembro de 1897).
REVERÊNCIA
A reverência é inspirada por uma intuição da grandeza de Deus e
consciência de Sua presença – Outra preciosa virtude que deve ser
cuidadosamente cultivada é a reverência. A verdadeira reverência para com Deus
é inspirada por uma intuição de Sua infinita grandeza e consciência de Sua
presença. Com essa percepção do Invisível, deve ser profundamente
impressionado o coração de cada criança. Deve-se ensiná-la a considerar como
sagrados a hora e o lugar das orações e também as ocasiões do culto público,
porque Deus está ali. E, ao manifestar-se reverência na atitude e no
comportamento, se aprofundará o sentimento que a inspira (Ed, p. 242, 243).
O lugar de adoração é como a porta do Céu – “Vigiem e orem para que
não caiam em tentação” (Mt 26:41). Uma de suas tentações mais fortes é a
irreverência. Deus é superior e santo; e, para a pessoa humilde e crente, Sua casa
na Terra, o lugar em que Seu povo se reúne para adorá-Lo, é a porta do Céu. Os
hinos de louvor e as palavras ditas pelos ministros de Cristo são instrumentos
designados por Deus para preparar um povo para a igreja celestial, para aquele
culto de adoração mais elevado, em que nada do que é impuro e profano poderá
participar (MJ, p. 265). 176
Os adoradores devem se comportar como se estivessem na presença
visível de Deus – Ao ser pronunciada a bênção final, todos devem se manter
quietos, como temendo ficar privados da paz de Cristo. Saiam então todos sem
se atropelar, evitando falar em voz alta, sentindo que estão na presença de Deus
e Seus olhos repousam sobre todos, e que devem agir como se estivessem em
Sua visível presença. Ninguém deve parar nos corredores para encontros e
fofoca, impedindo a passagem aos outros que buscam a saída. Os arredores
imediatos da igreja devem caracterizar-se por uma sagrada reverência, evitando
os cristãos fazer deles lugar de encontro com os amigos, a fim de terem
conversas banais ou tratarem de negócios. Essas coisas não convêm na igreja.
Deus e os anjos têm sido desonrados em algumas igrejas pelas risadas
barulhentas e irreverentes e o barulho de pés (T5, p. 493, 494).
O FORMAL E O INFORMAL
O culto de adoração deve ser interessante e atrativo – Nossas reuniões
devem ser profundamente interessantes. Deve imperar ali a própria atmosfera do
Céu. As orações e os discursos não devem ser longos e enfadonhos, apenas para
encher o tempo. Todos devem estar prontos para fazer sua parte com
pontualidade e, ao concluírem, a reunião deve ser encerrada. Desse modo, será
mantido vivo o interesse. Assim o culto será agradável a Deus. Seu culto deve
ser interessante e atrativo, não se permitindo que degenere em formalidade
insípida (T5, p. 609).
A casa de Deus é a porta do Céu – Para o ser humano devoto e humilde, a
casa de Deus na Terra é como a porta do Céu. Os cânticos de louvor, a oração, a
palavra ministrada pelos embaixadores do Senhor são os meios que Deus proveu
para preparar um povo para a assembleia lá do alto, para aquela reunião sublime
à qual nada que contamine poderá ser admitido (T5, p. 491).
O canto contribui para a reverência no culto de adoração – A melodia
do canto, derramando-se dos corações num tom de voz claro e distinto,
representa um dos instrumentos divinos na conversão de pessoas. Todo o culto
deve ser efetuado com solenidade e reverência, como se fora feito na visível
presença do próprio Deus (TS2, p. 195).
No culto não deve haver balbúrdia – É impossível calcular a amplitude da
obra que o Senhor há de efetuar mediante os vasos por Ele designados na
execução de Seu pensamento e propósito. As coisas que vocês descreveram
como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer
imediatamente antes do fim do tempo da graça. Tudo quanto é estranho será
manifestado. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres
racionais ficarão tão confundidos que não se poderá confiar neles quanto a
decisões corretas. E isso será chamado de atuação do Espírito Santo (ME2, p.
36). 177
A PARTICIPAÇÃO DA CONGREGAÇÃO
Quando a igreja anda na luz, há respostas e palavras de alegre louvor –
O Senhor quer que Seus pastores, que pregam a Palavra, sejam energizados por
Seu Santo Espírito; e o povo que ouve não ficará sentado em sonolenta
indiferença, ou olhando vagamente de um lado para outro, sem corresponder ao
que é dito. A impressão assim causada nos incrédulos é completamente
desfavorável à religião de Cristo.
Esses apáticos e descuidados, que se dizem cristãos, não deixam de ter
ambição e zelo quando empenhados em ocupações mundanas, mas as coisas de
importância eterna não despertam seu interesse. A voz de Deus por meio de Seus
mensageiros pode ser uma aprazível canção, mas Suas sagradas advertências,
Suas reprovações e Seus incentivos são todos desatendidos. O espírito do mundo
os tem paralisado. As verdades da Palavra de Deus são dirigidas a ouvidos
pesados e a corações duros, impassíveis. Deve haver igrejas bem despertas,
ativas, para animar e suster os pastores, e para ajudá-los na obra de salvar.
Quando a igreja anda na luz, ela sempre responde de maneira satisfatória e
sincera, com palavras de alegre louvor (T5, p. 318).
Os adoradores não devem ser ouvintes indiferentes – Através do
salmista, Deus declara: “O que Me oferece sacrifício de ações de graças, esse
Me glorificará” (Sl 50:23). Grande parte do culto público de adoração consiste
de louvor e oração, e todo seguidor de Cristo deve participar dessa adoração. Há
também o momento de pregação, conduzido por aqueles cujo trabalho é instruir
a congregação na Palavra de Deus. Embora nem todos sejam chamados a
ministrar em palavra e doutrina, eles não devem ser ouvintes frios e indiferentes.
Quando a Palavra de Deus foi falada aos antigos hebreus, o Senhor disse a
Moisés: “E todo o povo diga: Amém!” (Sl 106:48). Essa resposta, no fervor de
suas almas, era requerida como evidência de que eles entendiam a palavra falada
e estavam interessados nela (ST, 24 de junho de 1886).
O INÍCIO DO CULTO
Quando os ministros sobem à plataforma, devem se inclinar em
silenciosa oração – O pastor deve entrar na casa de oração com uma postura
digna e solene. Ao chegar ao púlpito, deve se inclinar em silenciosa oração e
pedir fervorosamente o auxílio de Deus. Como essa atitude fará a diferença!
Uma profunda solenidade se apodera de todos, e os anjos de Deus são trazidos
para bem perto. Cada um dos congregados deve também, de cabeça inclinada,
unir-se ao pregador em silenciosa oração, e suplicar a Deus que abençoe a
reunião com Sua presença, imprimindo poder à palavra ministrada por lábios
humanos (T5, p. 492, 493). 178
Deve haver uma atitude de oração na plataforma – Muitas vezes as
coisas que ocorrem no púlpito sagrado são erradas. Um ministro conversando
com o outro diante da congregação, rindo e aparentando não sentir
responsabilidade pelo trabalho, ou não tendo um solene senso de seu sagrado
chamado, desonra a verdade e rebaixa o sagrado ao nível de coisas comuns. Esse
mau exemplo remove o temor de Deus das pessoas, e desmerece a sagrada
dignidade do evangelho que Cristo morreu para dignificar. Segundo a luz que
me foi dada, seria agradável para Deus se eles se prostrassem logo que
chegassem ao púlpito e solenemente pedissem a ajuda de Deus (RH, 30 de maio
de 1871).
MÚSICA
A música do culto deve ser alegre e solene – Os que fazem do canto uma
parte do culto divino devem escolher hinos com música apropriada para a
ocasião, não notas de funeral, mas com melodias alegres e solenes. A voz pode e
deve ser modulada, suavizada e controlada (Ev, p. 508).
O mau uso de instrumentos musicais choca os sentidos e perverte o
culto – O Espírito Santo nunca Se revela dessa forma, nessa balbúrdia. Isso é
uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o
efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificadora verdade para este
tempo. É preferível nunca ter o culto do Senhor misturado com música do que
usar instrumentos musicais para fazer a obra que, conforme me foi apresentado
no último mês de janeiro, seria introduzida em nossas reuniões campais. A
verdade para este tempo não necessita nada disso em sua obra de converter
pessoas. O excesso de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se
devidamente dirigido, seria uma bênção. As forças dos agentes satânicos
misturam-se com a agitação e o barulho, para ter um carnaval, e isso é chamado
de atuação do Espírito Santo (ME2, p. 36).
CANTO CONGREGACIONAL
Organize um grupo com os melhores cantores para dirigir o canto
congregacional – Outro assunto que deve receber atenção nos congressos e em
outros lugares é o do canto. Um ministro não deve sugerir hinos para serem
cantados até que, primeiramente, se tenha certeza de que aqueles que vão cantar
os conheçam. Uma pessoa competente deve ser nomeada para assumir essa
atividade, e seu dever é se certificar de que esses hinos selecionados sejam
cantados de coração e com entendimento também. Cantar é parte do culto a
Deus, mas atuar de forma negligente, como muitas vezes acontece, não honra a
verdade nem a Deus. Deve haver organização nessa área, assim como em
qualquer outra parte da obra do Senhor. Organize um grupo com 179 os melhores
cantores, cuja voz possa conduzir a congregação, e então deixem que todos se
unam a eles. Aqueles que cantam devem se empenhar em cantar em harmonia.
Devem dedicar tempo para praticar, a fim de que possam usar esse talento para a
glória de Deus (RH, 24 de julho de 1883).
O cântico é um ato de adoração tanto quanto a prece – O devido cultivo
da voz é um aspecto importante da educação, e não deve ser negligenciado. O
cântico, como parte do culto religioso, é um ato de adoração, tanto quanto a
prece (PP, p. 594).
INSTRUMENTOS MUSICAIS
Música instrumental no culto – A música pode ser um grande poder para
o bem; contudo, não tiramos o máximo proveito dessa parte do culto. O cântico é
geralmente originado do impulso ou para atender casos especiais, e, em outras
vezes, os que cantam o fazem mal, e a música perde o devido efeito sobre a
mente dos presentes. A música deve possuir beleza, poder e capacidade de
comover. Ergam-se as vozes em cânticos de louvor e adoração. Que haja auxílio,
se possível, de música instrumental, e a gloriosa harmonia suba a Deus em oferta
aceitável (Ev, p. 505).
O violão pode ser usado para prover música instrumental para os
cultos – Um plano bastante comum na Suécia, mas novo para nós, foi adotado
para suprir a falta de um órgão. Uma senhora que ocupava um quarto ao lado da
sala de reuniões, e que era encarregada do prédio, era hábil violonista e possuía
uma voz encantadora e melodiosa, e no culto divino estava acostumada a suprir
o lugar do coral e do instrumento. A nosso pedido, ela tocou e cantou na abertura
de nossas reuniões (HS, p. 195).
NÃO DEVE HAVER EXIBIÇÃO
O talento musical muitas vezes favorece o orgulho e o desejo de
exibição – Os entretenimentos musicais que, se conduzidos apropriadamente não
causarão dano, são com frequência uma fonte nociva. [...] O talento musical
muitas vezes favorece o orgulho e o desejo de exibição, e os cantores dão pouca
atenção à adoração a Deus (VSS, 422).
As apresentações musicais, assim como as formas e cerimônias, podem
tomar o lugar que pertence a Deus – Quando os professos cristãos alcançam a
alta norma que é seu privilégio alcançar, a simplicidade de Cristo será mantida
em todo o seu culto. As formas, cerimônias e apresentações musicais não são a
força da igreja. No entanto, essas coisas tomaram o lugar que deveria ser dado a
Deus, assim como aconteceu no culto dos judeus (Ev, p. 512). 180
A ORAÇÃO EM PÚBLICO
Deus atua em resposta à oração – A oração move o braço da Onipotência.
Aquele que guia as estrelas em sua ordem nos céus, cuja palavra controla as
ondas do mar – o mesmo Criador infinito agirá em favor do Seu povo, se a Ele
apelarem com fé. Ele restringirá todas as forças das trevas até que a advertência
seja dada ao mundo, e todos os que a atenderem estejam preparados para a Sua
vinda (RH, 14 de dezembro de 1905).
A oração pública incorpora os princípios contidos na Oração do
Senhor – Jesus ensinou a Seus discípulos que apenas a oração que brota de
lábios sinceros, movida por reais necessidades da alma, é genuína e trará
bênçãos celestiais ao suplicante. Ele ensinou uma breve e abrangente oração a
Seus discípulos. Essa oração, por sua beleza e simplicidade, é sem comparação.
É uma oração perfeita para a vida pública e privada; é nobre e elevada, mas tão
simples que até a criança no colo de sua mãe consegue entendê-la.
Os filhos de Deus têm repetido essa oração durante séculos, e, no entanto,
seu brilho não diminuiu. Como uma joia preciosa, ela continua sendo amada e
valorizada. Essa oração é uma maravilhosa criação. Ninguém orará em vão, se
em suas orações forem incorporados os princípios nela contidos. Nossas orações
públicas devem ser curtas e expressar apenas as reais necessidades da alma,
pedindo com simplicidade e com fé confiante e pura as coisas de que
necessitamos. A oração vinda de um coração humilde e contrito é o alento vital
da alma faminta de justiça (ST, 3 de dezembro de 1896).
Uma vida cheia do Espírito Santo produz orações poderosas em
público – Insisto com meus irmãos pastores a melhorarem sua maneira de orar.
Isso pode e deve ser feito. Devo dizer-lhes que, quanto mais curtas forem suas
orações sem espiritualidade, melhor será para a congregação. Geralmente
acontece que, quanto menos vitalidade celestial tem uma oração, mais extensa
ela é.
Não passe muito tempo em oração perante uma congregação, a menos que
você tenha certeza de que Deus a esteja conduzindo. Que as orações feitas em
público sejam curtas e cheias de fervor. Muito pode, por sua eficácia, a súplica
do justo; mas a oração pronunciada num tom baixo, monótono e insípido não é
aceita por Deus. A voz da oração deve ser elevada a Deus por corações cheios de
um sentimento de necessidade. Que haja um reavivamento do Espírito Santo,
para que suas orações sejam cheias do poder do Céu (RH, 14 de janeiro de
1902).
As orações públicas devem ser feitas devagar, com clareza e em tom
alto para que todos ouçam e possam dizer “amém” – Quando fizerem oração
na igreja, lembrem-se de que vocês estão se dirigindo a Deus, e Ele deseja que
falem de maneira que todos quantos se acharem presentes possam ouvir e se unir
às suas súplicas. Uma prece proferida tão apressadamente que as palavras sejam
incompreensíveis não honra a Deus nem beneficia os ouvintes. Que os pastores e
todos os que 181 fazem oração pública aprendam a fazê-lo de maneira que Deus
seja glorificado, e os ouvintes, abençoados. Falem devagar, com clareza e em
tom alto bastante para serem ouvidos por todos, de modo que o povo esteja
unido ao dizer “amém” (T6, p. 383).
Deve-se usar linguagem simples na oração pública – A linguagem
floreada é inadequada à oração, seja a petição feita no púlpito, no círculo da
família ou em particular. Especialmente o que ora em público deve usar
linguagem simples, para que os outros possam entender o que diz, e unir-se à
petição (OE, p. 177).
Devemos nos acostumar a nos ajoelhar ao orar – Tanto no culto público
quanto no particular, temos o privilégio de dobrar os joelhos* perante o Senhor
ao fazer-Lhe nossas petições. Jesus, nosso exemplo, “pondo-Se de joelhos,
orava” (Lc 22:41). A respeito de Seus discípulos, está registrado que também se
punham de joelhos e oravam (At 9:40; At 20:36; At 21:5). Paulo declarou: “[...]
me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 3:14). Ao
confessar perante Deus os pecados de Israel, Esdras ajoelhou-se (Ed 9:5). Daniel
“três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante de seu
Deus” (Dn 6:10). E o convite do salmista é: “Venham! Adoremos prostrados e
ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador” (Sl 95:6) (RH, 30 de novembro
de 1905).
APELO PARA AS OFERTAS
O apelo para as ofertas deve incluir a necessidade prática e a
motivação espiritual para doar – Eu apelo à congregação que se reúne com
regularidade em nosso tabernáculo: Não trarão vocês suas ofertas para pagar a
dívida da casa do Senhor? Apelo àqueles que enviam seus filhos a Battle Creek,
onde se unem conosco na adoração a Deus: Não nos ajudarão a cobrir essa
dívida? Convido todos a serem especialmente liberais agora. Tragam com
alegria suas ofertas voluntárias ao Senhor. Consagremos a Ele tudo o que somos
e tudo o que temos [...] (RH, 4 de janeiro de 1881).
O apelo para as ofertas deve enfatizar mais o motivo para dar do que a
quantia – Temos o privilégio de ouvir a Palavra de Deus em nosso lugar de
culto; mas este edifício, chamado de casa de Deus, tem uma grande dívida. Não
faremos nós, os que adoramos neste edifício confortável, todo esforço para pagar
a dívida do tabernáculo? Os pobres podem ser animados ao pensar que as
menores somas, dadas com sinceridade e alegria, são tão aceitáveis a Deus como
os milhares que os ricos depositam na tesouraria. Há apenas uns poucos que são
tão pobres como a viúva que deu 182 duas moedas como oferta a Deus. Sua oferta
era pequena, mas era tudo o que tinha, e ela foi elogiada pelo Mestre. Ele
considerou essas duas moedas da pobre viúva como uma contribuição maior do
que as ofertas valiosas dos ricos. Não mediu o valor da oferta por sua
quantidade, mas pelo motivo, pela alegria e pureza da ação (RH, 4 de janeiro de
1881).
O Natal deve ser uma ocasião especial para trazer ofertas a Jesus –
Ontem foi Natal. Vocês fizeram como os magos, oferecendo seus presentes a
Jesus? Ou o inimigo mudou a ordem das coisas, e dirigiu o culto para ele
mesmo? Os presentes são hoje ofertados a amigos e não Àquele que realizou tão
grande sacrifício por nós. Todos os presentes devem fluir por outro canal, onde
possam ser usados na salvação de pessoas (OA, p. 368).
A LEITURA DAS ESCRITURAS
Uma dicção clara e distinta é essencial ao ler a Bíblia em público –
Sinto-me penalizada ao ver quão pouco valorizado é o dom da fala. Na leitura da
Bíblia, na oração e ao dar testemunhos nas reuniões, como é necessária a dicção
clara e distinta! (CPPE, p. 241).
A Bíblia pode ser lida pelos pastores de modo tão impressionante que
os ouvintes jamais a esqueçam – Quando eu tinha apenas onze anos de idade,
ouvi um pastor ler o relato da prisão de Pedro, conforme registrado no livro de
Atos; e ele o leu de maneira tão impressionante que os detalhes da história em
toda a sua realidade pareciam estar passando diante dos meus olhos. Tão
profunda foi a impressão causada em minha mente, que jamais a esqueci (VSS,
392, 393). 183
** Aqui se faz referência ao estudo em grupo, como nas reuniões campais.
32
Culto de oração

A igreja precisa orar com frequência – Jesus orava! A Majestade do Céu


orava! Ele chorou em favor do homem. A oração fervorosa e fiel moverá o braço
que move o mundo. O ministro de Cristo precisa orar, se espera ter o refrigério
da presença de Deus. A igreja precisa orar muito, se deseja caminhar na luz
assim como Ele está na luz (ST, 15 de janeiro de 1880).
O culto de oração é o pulso do corpo da igreja – Um culto de oração
sempre mostrará o verdadeiro interesse dos membros da igreja nas coisas
espirituais e eternas. O culto de oração é como o pulso para o corpo; denota a
verdadeira condição espiritual da igreja. Uma igreja sem vida, decadente, não
tem prazer nos cultos de oração (Selections from Testimonies to the Managers
and Workers in our Institutions, p. 32 – Ft 149).
Os membros devem dar maior prioridade a esse culto – Muitos
declaram que, certamente, não há mal algum em ir a um concerto e faltar ao
culto de oração, ou ausentar-se das reuniões onde os servos de Deus
apresentarão a mensagem do Céu. É mais seguro você estar onde Cristo disse
que estaria. Os que valorizam as palavras de Cristo não se afastarão dos cultos
de oração ou das reuniões para as quais o mensageiro do Senhor foi enviado para
falar-lhes sobre coisas de interesse eterno.
Jesus disse: “Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, ali estou
no meio deles” (Mt 18:20). Pode você se dar ao luxo de escolher a diversão e
perder a bênção? É a transigência com essas coisas que tem uma notável
influência não apenas em sua própria vida e em seu caráter, mas também sobre a
vida e o caráter de seus companheiros. Se todos os que professam ser seguidores
de Cristo fossem assim de fato e de verdade, eles teriam a mente de Cristo e
fariam as obras de Deus. Resistiriam à tentação de transigir com o eu, e
mostrariam que não desfrutam os prazeres frívolos do mundo em maior medida
do que o privilégio de encontrar-se com Cristo na reunião de oração. Então
teriam uma decidida influência sobre outros, e os induziriam a seguir seu
exemplo (YI, 23 de abril de 1912).
Os que estão realmente buscando a comunhão com Deus serão vistos
nas reuniões de oração – É necessário que sejamos diligentes em orar; não
permita que nada o atrapalhe 184. Faça todos os esforços para manter aberta a
comunhão entre Jesus e seu próprio coração. Aproveite todas as oportunidades
para ir aonde se costuma orar. Os que estão realmente buscando comungar com
Deus serão vistos em reuniões de oração, fiéis ao seu dever, fervorosos e
ansiosos por colher todos os benefícios que puderem. Aperfeiçoarão cada
oportunidade de colocar-se onde possam receber os raios de luz do Céu (CC, p.
98).
As reuniões de oração se tornam eficazes quando cada um dos
participantes se sente pessoalmente responsável por elas – Antes de sair de
casa, dirija-se a Deus em oração particular. Peça Sua bênção, e Ele “que vê em
secreto, te recompensará” (Mt 6:4). Com o coração comovido pelo amor de
Jesus, vá à reunião sentindo que é pessoalmente responsável por seu sucesso. Se
forem poucos os que assistem, você deve sentir uma dupla responsabilidade,
pois está ao serviço de Deus e deve fazer o que for possível com seu talento, seu
tato e sua habilidade para tornar o culto de adoração interessante (ST, 4 de
dezembro de 1884).
A reunião de oração não deve ser enfadonha, insípida e sem atrativos –
Os cristãos nem sempre dão a devida importância à adoração pública. Não
percebem sua responsabilidade no assunto. Especialmente a reunião de oração é
muitas vezes enfadonha, insípida e sem atrativos. Mas não deve ser assim. Ainda
que poucos apreciem o momento de oração, ele pode ser interessante e
proveitoso. A presença de Jesus não está limitada a grandes assembleias (ST, 4
de dezembro de 1884).
Se o povo encontrar o Pão da Vida na reunião de oração, ali irá para
recebê-lo – As reuniões de oração devem ser as mais interessantes a serem
realizadas; porém, são muitas vezes mal dirigidas. Muitos assistem ao culto de
pregação, mas negligenciam as reuniões de oração. Nisso também se exige
reflexão. Precisamos buscar sabedoria de Deus, e fazer planos para dirigir essas
reuniões de maneira a torná-las interessantes e atrativas. O povo tem fome do
Pão da Vida. Se O encontrarem na reunião de oração, ali irão para recebê-Lo
(T4, p. 70).
OS TESTEMUNHOS
A reunião de testemunhos pode ser considerada a mais preciosa de
todas as reuniões – Que profunda e séria importância é dada a essas pequenas
assembleias! Jesus Cristo pagou o preço do resgate, Seu sangue, pela salvação
deles, e está entre eles quando se reúnem para adorar a Deus. A Majestade do
Céu identifica Seus interesses com os dos crentes, por mais humildes que sejam
suas circunstâncias, e seja onde for que tenham o privilégio de se congregar. É
próprio que eles falem muitas vezes uns aos outros, expressando a gratidão e o
amor resultantes do pensar no nome do Senhor. Assim Deus será glorificado ao
ouvir 185 e escutar, e a reunião de testemunhos será considerada a mais preciosa
de todas as reuniões (NAV, p. 166).
As reuniões são interessantes quando todos têm algo a dizer ao Senhor
– O Senhor tem mostrado a mim que deve haver grande interesse dos
guardadores do sábado por conservar suas reuniões e torná-las interessantes. Há
grande necessidade de manifestar-se mais interesse e energia nessa direção.
Todos devem ter algo para dizer ao Senhor, pois, assim fazendo, serão
abençoados. Um livro de memórias é escrito com respeito àqueles que não
abandonam as reuniões, mas falam muitas vezes uns para os outros.
O remanescente deve vencer pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu
testemunho. Alguns esperam vencer apenas pelo sangue do Cordeiro, sem
qualquer esforço especial de sua parte. Vi que Deus foi misericordioso ao nos
dar o poder da fala. Ele nos deu uma língua, e somos responsáveis diante dEle
por seu uso. Devemos glorificar a Deus com nossa boca, falando em honra à
verdade e à Sua ilimitada misericórdia, e vencer pela palavra de nosso
testemunho, através do sangue do Cordeiro (PE, p. 114).
Os testemunhos devem ser curtos, e de molde a servir de auxílio aos
outros – A reunião de oração e testemunhos deve ser um período de especial
auxílio e encorajamento. Todos devem sentir que é um privilégio tomar parte
nela. Que todos os que confessam a Cristo tenham alguma coisa para dizer na
reunião de testemunhos. Estes devem ser curtos, e de molde a servir de auxílio
aos outros. Não há nada que mate tão completamente o espírito de devoção do
que uma pessoa levar vinte ou trinta minutos num testemunho. Isso significa
morte para a espiritualidade da reunião (OE, p. 171).
Orações frias e longos testemunhos projetam sombras sobre a reunião
de oração – Temo que haja alguns que não levam suas dificuldades a Deus em
orações particulares, reservando-as para as reuniões de oração, e ali querem
compensar suas orações de vários dias. Esses podem ser considerados
destruidores das reuniões de testemunhos e oração. Eles não emitem luz e a
ninguém edificam. Suas orações frias e formais, e longos testemunhos refletindo
sua apostasia, projetam sombras. Todos se sentem aliviados quando finalmente
se calam e é quase impossível dissipar as trevas e a frieza que suas orações e
testemunhos trouxeram à reunião.
Segundo a luz que me foi dada, nossas reuniões devem ser espirituais e
sociais e não muito demoradas. O retraimento, o orgulho, a vaidade e o temor
humanos devem ficar de fora. Pequenas diferenças e preconceitos não devem ser
ali introduzidos. Como em uma família unida, simplicidade, mansidão,
confiança e amor devem existir no coração dos irmãos e irmãs que se reúnem
para se animar e se fortalecer ao partilharem seu conhecimento (T2, p. 578, 579).
Não traga um espírito melancólico e queixoso à reunião de oração –
Muitas orações e muitos testemunhos são tão carentes do Espírito de Deus como
uma esponja seca, 186 sem umidade, pois Jesus não habita em seu coração. Isso
torna a reunião de oração fria e sem vida, e não é de surpreender que as crianças
odeiem tais reuniões. Não traga um espírito melancólico e queixoso à reunião de
oração. Não disputem para ver quem conta a história mais triste. Há muito que
falar sem precisar despertar um sentimento de tristeza.
Quando estamos dispostos a vir como crianças pequenas, conscientes de
nossas próprias fraquezas e desejosos de ser instruídos pelo Divino Mestre,
nosso coração ficará cheio do amor de Jesus, e teremos anseio de falar sobre Seu
incomparável valor. Cessaremos de falar de nós mesmos. Nossas provações
parecerão tão insignificantes que nos esqueceremos de mencioná-las.
Desfrutamos de muitas bênçãos. Cultivemos a gratidão, e falemos da bondade de
Deus (ST, 4 de dezembro de 1884). 187
33
A pregação

Se o ministro se entrega à operação divina, o Espírito Santo fala


através de cada discurso e o torna eficaz – A eficiência do Espírito Santo é
que torna eficaz o ministério da Palavra. Quando Cristo fala por intermédio do
pastor, o Espírito Santo prepara o coração dos ouvintes para receber a Palavra. O
Espírito Santo não é um servo, mas um poder que rege. Ele faz com que a
verdade brilhe na mente, e fala através de todo discurso em que o pastor se
entrega à atuação divina. É o Espírito que envolve a alma numa santa atmosfera,
e fala ao impenitente mediante palavras de advertência, indicando-lhe Aquele
que tira o pecado do mundo (OE, p. 155).
Não apresente a outros o que a sua própria alma não sente – Há perigo
de que os pastores que professam crer na verdade presente se satisfaçam em
apresentar a teoria somente, enquanto o próprio coração não sente seu poder
santificador. Alguns não têm o amor de Deus no coração suavizando, moldando
e enobrecendo a existência (T4, p. 526).
Não devemos ficar satisfeitos pregando sempre os mesmos sermões –
Irmãos, não devemos ir para o púlpito a menos que tenhamos dedicado algum
tempo lutando com Deus em oração. Não devemos ficar satisfeitos em usar a
mesma série de sermões que pregamos vez após vez durante os últimos dez,
quinze ou vinte anos. Devemos extrair material puro e novo da fonte inesgotável
da Palavra de Deus. Estamos desejosos de que os anjos de Deus estejam ao
nosso lado quando assumimos o púlpito sagrado e que Deus impressione a
mente; que haja gloriosas revelações da verdade; que ela possa ser apresentada
na manifestação do Espírito; que seja alimento ao seu devido tempo para o
rebanho do Senhor (RH, 4 de junho de 1889).
O Céu se envergonha de pregadores que fazem menos do que o seu
melhor no púlpito sagrado – O Céu se envergonha de muitos que trabalham em
todos os ramos da obra, e especialmente dos que são chamados ao sagrado
púlpito, e que não procuram fazer o seu melhor. Muitos leem jornais, periódicos
e livros, mas negligenciam o estudo de suas Bíblias. Não lutam com Deus em
seu aposento particular, pedindo a ajuda que só Ele pode dar. Vão 188 trabalhar
desanimados e sem Cristo. Há ministros que se apresentam diante de suas
congregações pregando fragmentos de um longo e “batido” sermão, em vez de
uma porção fresca de alimento a seu devido tempo. Vagueiam por temas áridos e
controvertidos, deixando o rebanho de Deus sem ser alimentado (RH, 20 de
maio de 1890).
A PREGAÇÃO BÍBLICA
Muitos ministros citam um texto de Paulo e, então, baseiam sua
pregação nos jornais – Os sermões cheios de floreios não serão suficientes para
alimentar a alma do faminto filho de Deus. O seguinte desejo dará uma voz de
alerta ao anseio de muitos corações alimentados com o que pode ser chamado de
“sermões brilhantes”. Um homem inteligente observou: “Quem dera que meu
pastor me desse algo mais que flores, frases brilhantes, e banquetes intelectuais!
Minha alma está faminta do Pão da Vida. Anseio por algo simples, nutritivo e
bíblico”.
Daniel Webster expressou estas enérgicas palavras: “Se os pastores de
nossos dias retornassem à simplicidade do evangelho, e pregassem mais aos
indivíduos e menos às multidões, não haveria tantas reclamações sobre o
declínio da verdadeira religião. Muitos dos atuais ministros citam um texto de
Paulo e pregam dos jornais. Quando eles fazem isso, prefiro me deleitar com
meus próprios pensamentos em vez de escutar. Quero que meu pastor venha a
mim no espírito do evangelho dizendo: ‘Você é mortal. Seu tempo de graça é
curto, sua obra deve ser feita rapidamente. [...] Você está se aproximando do
juízo de Deus. O Juiz está às portas’” (RH, 23 de junho de 1891).
Os pastores bem instruídos podem não estar alimentando o rebanho se
não levam em conta a excelência das Escrituras – O Livro de Deus tem sido
tão evidentemente negligenciado que não há senão alguns em nosso mundo,
mesmo dos que professam explicá-lo aos outros, que tenham o divino
conhecimento das Escrituras. Há homens de saber que possuem educação
superior, mas esses pastores não alimentam o rebanho de Deus. Não consideram
que as Escrituras, tão excelentes como são, irão continuamente desdobrar seus
tesouros ocultos, assim como joias preciosas são descobertas mediante o escavá-
las (ME1, p. 15, 16).
As declarações humanas não têm valor. Permita que a Palavra fale ao
povo – Se os ministros que são chamados a pregar a mais solene mensagem já
dada a mortais se esquivam da verdade, são infiéis em seu trabalho e são falsos
pastores para as ovelhas e os cordeiros. As declarações dos homens não têm
nenhum valor. Que a Palavra de Deus fale às pessoas. Que aqueles que têm
ouvido apenas as tradições e os conceitos humanos ouçam a voz de Deus, cujas
promessas são um “sim” e um “amém” em Cristo Jesus. Se o caráter e a conduta
do pastor são para as pessoas uma carta viva da verdade que ele defende, o
Senhor colocará Seu selo na obra. Serão formadas verdadeiras amizades com o
povo, e o pastor e o rebanho se tornarão um, unidos por uma esperança em
comum em Cristo Jesus (RH, 11 de março de 1902). 189
Os pregadores que estudam a Bíblia com oração verão novas belezas
em cada linha – Uma grande obra deve ser feita pelos pastores, a fim de que
possam pregar a verdade com sucesso. A Palavra de Deus deve ser
profundamente estudada. Toda e qualquer leitura é inferior a essa. Um cuidadoso
estudo da Bíblia não necessariamente excluirá outras leituras de natureza
religiosa. Mas, quando a Palavra de Deus é estudada com oração, toda leitura
que tende a desviar a mente dela deve ser excluída. Se estudarmos a Palavra de
Deus com interesse, orando por compreensão, novas belezas serão vistas em
cada linha. Deus revelará a preciosa verdade de modo tão claro que a mente
desfrutará prazer genuíno e terá um contínuo banquete à medida que as
confortadoras e sublimes verdades forem reveladas (T2, p. 337, 338).
Examine a Palavra para achar verdades novas e antigas para o
benefício de outros – O ministro do evangelho de Cristo deve cuidar das
pessoas como quem terá de prestar contas. Deve frequentemente ajoelhar-se em
oração pedindo sabedoria celestial para poder fortalecer “o resto que estava para
morrer” (Ap 3:2). Vivendo de acordo com a vontade de Deus, ele deve se
colocar em sujeição ao poder divino. A Palavra de Deus deve ser seu guia. Nessa
Palavra há promessas, orientações, advertências e reprovações que ele deve usar
em seu trabalho quando a ocasião o exigir. Com o coração humilde e a mente
disposta, deve examinar a Palavra, para extrair da fonte da verdade coisas novas
e antigas para o benefício de outros. Sempre procurará conduzir as mentes para
obter um conhecimento pessoal da verdade. Muitos são severamente tentados e
estão dispostos a morrer porque não possuem um conhecimento da verdade
como é em Jesus (RH, 21 de janeiro de 1902).
Até agora, as verdades bíblicas são superficialmente compreendidas –
Quem dera pudesse ser dito dos pastores que estão pregando ao povo e às
igrejas: “Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras”!
(Lc 24:45). Digo-lhes no temor de Deus que, até agora, as verdades bíblicas
relacionadas com o grande plano da redenção são compreendidas apenas
superficialmente. A verdade está continuamente se desdobrando, expandindo e
desenvolvendo, pois é divina, como seu Autor (ME3, p. 188).
Pregue sobre as profecias e centralize-as em Cristo – Os pastores devem
apresentar a firme palavra da profecia como o fundamento da fé dos adventistas
do sétimo dia. As profecias de Daniel e Apocalipse devem ser cuidadosamente
estudadas e, em ligação com elas, as palavras: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira
o pecado do mundo!” (Jo 1:29) (Ev, p. 196).
Faça seu trabalho – Os temas que muitos de nossos ministros apresentam
aos ouvintes são mal estruturados e seus argumentos não são claros nem fortes
como deveriam. Professam ser instrutores da Palavra, mas tristemente
negligenciam pesquisar as Escrituras por si próprios. Contentam-se em usar 190
argumentos que são preparados em folhetos e livros que outros descobriram por
meio de intenso esforço; mas não estão dispostos a aplicar a mente para estudá-
los por si mesmos.
Para poderem ter um ministério a toda prova, os que abrem a Palavra de
Deus a outros devem pesquisar as Escrituras diligentemente. Não devem se
contentar em usar os pensamentos de outros homens, mas cavar em busca da
verdade como quem procura um tesouro escondido. Embora seja perfeitamente
correto compilar ideias de outras mentes, não devem ficar satisfeitos em usar tais
ideias e repeti-las como papagaios. Tornem suas essas ideias, irmãos; formem os
argumentos vocês mesmos, através de seu próprio estudo e sua investigação.
Não tomem emprestado o produto do cérebro e da caneta de outros homens para
recitá-los como uma lição, mas aproveitem ao máximo os talentos e o poder
intelectual que Deus lhes deu (RH, 6 de abril de 1886).
A PREGAÇÃO CRISTOCÊNTRICA
Estude sobre Jesus e aprenda dEle – O ministro do evangelho jamais é
exortado a procurar ser um pregador sagaz, um orador popular, mas a ele é
ordenado: “Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem
do que se envergonhar, que maneja corretamente a Palavra da Verdade. Evite as
conversas inúteis e profanas, pois os que se dão a isso prosseguem cada vez mais
para a impiedade” (2Tm 2:15, 16). Todo mensageiro de Deus atentará para essas
palavras? Somos cooperadores de Deus, e, se os que aceitam a responsabilidade
de expor a Palavra da Vida a outros não se unirem diariamente a Cristo, levando
Seus fardos e aprendendo dia a dia de Jesus, seria melhor que procurassem
algum outro emprego (DD, p. 117).
Estude o caráter de Cristo – A água viva pode ser extraída da fonte, mas
não haverá uma diminuição do suprimento. Os ministros do evangelho seriam
homens poderosos se pusessem sempre o Senhor diante de si e dedicassem seu
tempo ao estudo de Seu admirável caráter. Se fizessem isso, não haveria
apostasias, ninguém seria desligado da Associação por haver, pelas suas práticas
imorais, desonrado a causa de Deus e exposto Jesus à humilhação. As aptidões
de todo ministro do evangelho devem ser empregadas para ensinar as igrejas a
receber a Cristo pela fé como seu Salvador pessoal, a introduzi-Lo em sua
própria vida e torná-Lo seu Modelo, para aprender de Jesus, crer em Jesus e
exaltar a Jesus. O pastor deve, ele mesmo, demorar-se no caráter de Cristo. Deve
ponderar a verdade e meditar sobre os mistérios da redenção, especialmente a
obra mediadora de Cristo para este tempo (ME3, p. 187).
A salvação por meio de Cristo deve ser o tema de cada sermão – A
ciência da salvação deve ser o tema de cada sermão, o tema de cada hino. Deve
acompanhar cada súplica. Que não se inclua 191 na pregação da Palavra nada que
substitua a Cristo, a Palavra e o poder de Deus. Que o Seu nome, o único nome
abaixo do Céu pelo qual importa que sejamos salvos, seja exaltado em cada
sermão, e que, de sábado a sábado, a trombeta da sentinela dê o som certo.
Cristo é a ciência e a eloquência do evangelho, e Seus ministros devem pregar a
Palavra da Vida, dando esperança aos penitentes, paz aos atribulados e
desanimados, e graça, integridade e força aos crentes (VSS, p. 337).
O verdadeiro pregador exalta a Cristo como a única esperança do
pecador – Se o homem que sente ter sido chamado por Deus para ser um
ministro se humilhar e aprender de Cristo, irá se tornar um verdadeiro pregador.
Se seus lábios forem tocados com a brasa viva do altar, ele exaltará a Cristo
como a única esperança do pecador. Quando o coração do pregador é santificado
por meio da verdade, suas palavras serão uma realidade viva para si mesmo e
para outros. Aqueles que o escutarem saberão que ele tem estado com Deus, e
que se achegou a Ele em oração fervorosa e eficaz. O Espírito Santo desceu
sobre ele, sua alma sentiu o fogo vivo do Céu, e é capaz de comparar as coisas
espirituais. Receberá poder para derrubar a fortaleza de Satanás. Os corações
serão quebrantados por sua apresentação do amor de Deus, e muitos
perguntarão: “Que devo fazer para que seja salvo?” (At 16:30)(RH, 15 de abril
de 1902).
Muitos ouvintes desejam e precisam de uma explanação clara da
conversão – Os pastores devem apresentar a verdade de maneira clara e singela.
Há, entre seus ouvintes, muitos que precisam de uma clara explanação dos
passos exigidos na conversão. As grandes massas do povo são mais ignorantes a
esse respeito do que se supõe. Entre os formados das escolas superiores,
eloquentes oradores, hábeis estadistas e homens em elevadas posições de
confiança, muitos há que dedicaram suas habilidades a outros assuntos, e
negligenciaram as coisas de maior importância. Quando homens tais fazem parte
de uma congregação, o orador muitas vezes põe em jogo toda a sua capacidade
para produzir um discurso intelectual, e deixa de revelar a Cristo. Não mostra
que o pecado é a transgressão da lei. Não torna claro o plano da salvação. Aquilo
que teria tocado o coração dos ouvintes seria apontar-lhes Cristo morrendo para
colocar a redenção ao seu alcance (OE, p. 170).
O Cristo crucificado, elevado ao Céu e prestes a voltar deve ser
apresentado ao povo – Quem me dera falar com suficiente vigor para produzir
em meus colegas no evangelho a impressão de que eu gostaria! Meus irmãos,
vocês estão lidando com as palavras da vida; estão tratando com mentes capazes
de se desenvolver ao máximo, uma vez que sejam orientadas na devida direção.
Há, porém, muita exibição do próprio eu nas pregações. Cristo crucificado,
Cristo elevado ao Céu, Cristo prestes a voltar deve, de tal maneira, abrandar,
alegrar e encher a mente do ministro do evangelho, que ele apresente essas 192
verdades ao povo com amor e intenso fervor. Então, será perdido de vista o
ministro, e Jesus será exaltado. O povo ficará tão impressionado com esses
assuntos extremamente importantes que falarão neles e os exaltarão em vez de
elogiar o pastor, mero instrumento (T4, p. 399, 400).
Os sermões cristocêntricos vêm de pregadores cristocêntricos – Meus
irmãos cuidarão para que nenhuma glória seja dada aos homens? Eles
reconhecerão que é Cristo que faz a obra no coração humano e não eles
mesmos? Meus irmãos no pastorado pleitearão a sós com Deus, em oração
particular, pela Sua presença e Seu poder? Não ousem pregar outro sermão
enquanto não souberem, pela sua própria experiência, o que Cristo é para vocês
(TM, p. 154, 155).
RELACIONANDO A FÉ COM A VIDA
Por meio da visitação, os ministros podem aprender como alimentar o
rebanho – É no trabalho fora do púlpito, entre as famílias, que é obtida a mais
rica e valiosa experiência, e onde o pastor aprende como poderá alimentar o
rebanho de Deus, dando a cada um a porção de alimento ao seu devido tempo.
Se há um apóstata, o pastor sabe como apresentar a verdade de tal maneira que a
alma seja convencida. Ele deixará as noventa e nove ovelhas e procurará a
perdida. Mas, se o pastor não visita seu rebanho, não conhece sua condição, não
sabe que verdades deve apresentar e nem o que é apropriado em seu caso
(Appeal and Suggestions to Conference Officers, p. 18 – Ft 2).
APLICAÇÃO PRÁTICA
A religião prática deve ter lugar em cada sermão – Um esforço
constante em promover a consagração pessoal deve ser visto nos trabalhos
públicos do pastor. Não se deve pregar sermão após sermão unicamente sobre as
profecias. A religião prática deve ter lugar em cada sermão (ST, 16 de março de
1882).
Os sermões devem fortalecer os ouvintes para as batalhas diárias da
vida – Paulo era um orador eloquente. Antes de sua conversão, havia ele muitas
vezes procurado impressionar seus ouvintes com demonstrações de oratória. Mas
agora pusera tudo isso de lado. Em vez de se demorar em descrições poéticas e
fantasiosas representações, que poderiam lisonjear os sentidos e alimentar a
imaginação, mas que não encontrariam eco na experiência diária, buscava ele,
pelo uso de linguagem simples, convencer os corações com as verdades de
importância vital. Representações fantasiosas da verdade podem provocar um
êxtase dos sentidos, mas, muito frequentemente, as verdades apresentadas dessa
maneira não suprem o alimento necessário ao fortalecimento do crente para as
batalhas da vida. As necessidades imediatas, as provas presentes das pessoas em
conflito, devem ser enfrentadas com instrução prática e sadia, com base nos
princípios fundamentais do cristianismo (AA, p. 251, 252). 193
ILUSTRAÇÕES IMPRÓPRIAS
Muitas ilustrações depreciam a sagrada dignidade da pregação – Não
queremos perder de vista a santidade peculiar dessa missão de ministrar em
palavra e doutrina às pessoas. A obra do pastor é falar às pessoas as palavras da
verdade, solene e sagrada verdade. Alguns formam o hábito de contar anedotas
em seus sermões, as quais têm a tendência de divertir e afastar da mente dos
ouvintes o caráter sagrado da Palavra que estão repartindo. Tais pregadores
deveriam considerar que não estão dando aos ouvintes a Palavra do Senhor.
Muitas ilustrações não exercem uma influência correta; elas depreciam a sagrada
dignidade que sempre deve ser mantida na pregação da Palavra de Deus às
pessoas (RH, 22 de fevereiro de 1887).
Linguagem floreada ou anedotas impróprias não convencem o pecador
– A menos que os pastores sejam cautelosos, ocultarão a verdade sob
ornamentos humanos. Não pense nenhum pastor que pode converter pessoas
com sermões eloquentes. Os que ensinam a outros devem suplicar a Deus que
lhes comunique Seu Espírito, e os habilite a exaltar a Cristo como a única
esperança do pecador. Linguagem floreada, historinhas ou anedotas impróprias
não convencem o pecador. As pessoas ouvem essas palavras, como o fariam a
uma canção agradável. A mensagem que o pecador deve ouvir é: “Porque Deus
amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16) (Ev, p. 189).
ILUSTRAÇÕES ADEQUADAS
As parábolas e ilustrações de Cristo ajudam a tornar clara a verdade –
Cristo tem o direito e o poder de colocar todas as ações e influências humanas
sob Seu domínio em Sua obra em favor da humanidade. Ele usa instrumentos
humanos, e não destrói a individualidade de Seus servos. Derrama o Espírito
Santo sobre eles e Ele próprio os circunda para que tenham a mente de Cristo e
se tornem Seus colaboradores. Ele apresenta diante de suas mentes parábolas e
ilustrações que lhes são familiares, para tornar clara a verdade que deseja
comunicar-lhes, e o Espírito Santo os ajudará a usar essas metáforas e ilustrações
(BE, 19 de agosto de 1895).
AS ILUSTRAÇÕES DE JESUS
As ilustrações de Cristo prendiam a atenção, estimulavam a
imaginação e repetiam Suas lições – Suas mensagens de misericórdia
variavam, a fim de ajustar-se ao Seu auditório. Sabia “dizer a seu tempo uma boa
palavra ao que [estava] cansado” (Is 50:4); pois nos lábios Lhe era derramada a
graça, a fim de que transmitisse aos homens, pela mais atrativa 194 maneira, os
tesouros da verdade. Possuía tato para Se aproximar da pessoa mais cheia de
preconceitos, surpreendendo-a com ilustrações que lhe prendiam a atenção. Por
intermédio da imaginação, chegava-lhes à alma. Suas ilustrações eram tiradas
das coisas da vida diária, e, embora simples, encerravam admirável profundeza
de sentido. As aves do céu, os lírios do campo, a semente, o pastor e as ovelhas –
com essas coisas ilustrava Cristo a verdade imortal; e, posteriormente, quando
Seus ouvintes viam essas coisas da natureza, elas Lhe evocavam as palavras. As
ilustrações de Cristo repetiam continuamente Suas lições (DTN, p. 254).
Cristo tirava ilustrações dos costumes e das experiências da vida diária
– Cristo nunca adulou as pessoas; jamais falou daquilo que exaltaria suas
fantasias e imaginações, nem as elogiou por suas invenções engenhosas. Mas os
que eram pensadores profundos e sem preconceitos receberam as palavras dEle e
notaram que sua inteligência era posta à prova para compreender as verdades
espirituais que Ele revelava numa linguagem muito simples. Os assim chamados
grandes homens do mundo são geralmente os mais ignorantes em relação ao que
constitui a verdadeira religião, e é apropriado dirigir-se a eles na linguagem mais
simples, pois a eloquência da verdade força a convicção sobre a alma. Tanto ao
educado quanto ao inculto, é preciso falar na linguagem mais clara e simples. Os
defensores da verdade devem aprender do Redentor do mundo, e imitar o maior
Mestre que o mundo já conheceu, o qual falou como nenhum homem jamais
falou.
Embora a linguagem de Cristo fosse simples, os mais educados ficavam
fascinados com Sua maneira de ensinar, e os incultos sempre tiravam proveito de
Seus discursos. Ele utilizava ilustrações tiradas dos costumes e das experiências
da vida diária, e sempre que Seus ouvintes contemplavam as coisas familiares da
natureza, as palavras de Cristo lhes vinham à mente. Ele extraía ilustrações das
aves do céu, dos lírios do campo, do pastor e das ovelhas, e de várias coisas
comuns que ocorriam na vida diária. Assim, as lições de Jesus eram
simplificadas para a compreensão das pessoas. Instruções da maior importância
eram absorvidas pelos menores grupos, e eram tão claramente apresentadas que
ninguém precisava compreendê-las mal. Somente os escribas e fariseus se
queixavam de ter dificuldade em compreender Seus ensinos; mas a razão disso
era que estavam cheios de preconceitos, e estavam decididos a interpretar mal
Suas palavras. O povo comum O escutava alegremente, pois o evangelho era
pregado aos pobres, e muitos deram testemunho do fato de que “jamais alguém
falou como Este homem” (Jo 7:46) (SSW, 1º de janeiro de 1895).
O propósito das ilustrações e da encarnação é ensinar o desconhecido
pelo conhecido – No ensino de Cristo por parábolas, é manifesto o mesmo
princípio de Sua própria missão ao mundo. Para que pudéssemos familiarizar-
nos com Sua vida e seu caráter divinos, tomou Cristo nossa natureza e habitou
entre nós. A divindade foi revelada na humanidade; a glória invisível, na visível
forma humana. Os homens podiam aprender do desconhecido pelo conhecido; 195
coisas celestiais foram reveladas pelas terrenas; Deus Se revelou na semelhança
do homem. Assim era nos ensinos de Cristo: o desconhecido era ilustrado pelo
conhecido; verdades divinas por coisas terrenas, com as quais o povo estava
mais familiarizado (PJ, p. 17).
O POSITIVO E O NEGATIVO
Os pastores devem incentivar o obediente e repreender o desobediente
– Quem dera cada ministro compreendesse quão sagrado é seu ofício e santa sua
obra, e mostrasse a mesma coragem que manifestou Elias! Como mensageiros
designados por Deus, os ministros ocupam cargos de tremenda responsabilidade.
Eles devem corrigir, repreender e exortar com toda longanimidade. Devem
trabalhar no lugar de Cristo como mordomos dos mistérios do Céu, incentivando
os obedientes e repreendendo os desobedientes (RH, 11 de setembro de 1913).
O NEGATIVO
O pregador adventista não deve deixar de pregar sobre a culpa, o erro
e o pecado como parte da mensagem a Laodiceia – Os pastores que pregam a
verdade presente não devem negligenciar a solene mensagem dirigida aos
laodiceanos. O testemunho da Testemunha Verdadeira não é uma suave
mensagem. O Senhor não lhes diz: “Vocês estão mais ou menos bem; vocês têm
sofrido castigos e reprovações que nunca mereceram; vocês têm sido
desnecessariamente desencorajados pela severidade; vocês não são culpados de
erros e pecados pelos quais têm sido reprovados” (TS1, p. 332).
Não escolha temas que agradam às pessoas e não ofendem ninguém –
Alguns ministros escolhem para seus sermões temas que agradam às pessoas e
não ofendem a ninguém. Isso é negar a cruz de Cristo. Você vê um homem
egoísta; outro controlado pelo orgulho ou paixão; outro roubando a Deus nos
dízimos e ofertas, e outro duvidando e descrendo. Não deixe que esses
enganados permaneçam cegos pelo inimigo quanto à sua condição espiritual.
Para cada um deles há uma mensagem especial na Palavra de Deus. Ore pedindo
sabedoria para poder apresentar as instruções da Palavra sagrada, de tal maneira
que todos possam ver suas deficiências de caráter, e o que se espera deles a fim
de que se submetam ao verdadeiro padrão. Ganhe sua confiança e apreço. Faça
com que vejam a verdade como é em Jesus para habitar em seu coração; pois
não há outro poder que possa manter firme a alma (RH, 17 de junho de 1884).
O POSITIVO
Mostremos que temos uma esperança viva – Fui dirigida pelo Espírito de
Deus para as muitas palavras de ânimo que nos foram dadas nos Salmos. Se
mais 196 ministros nossos sentissem anseio de alma por Deus, Seu povo se
apegaria a essas palavras de estímulo, e agradecimento e louvor brotariam de
seus lábios. Ânimo e esperança viriam a muitas pessoas que agora estão tristes e
desanimadas. Se nosso povo descobrisse as possibilidades que existem ao terem
mais fé e orarem mais, haveria uma decisiva mudança em nossas igrejas. Os que
agora estão deprimidos e preocupados seriam erguidos de seu desânimo e se
alegrariam no Senhor. Irmãos e irmãs, mostremos que temos uma esperança
viva, e que nosso serviço é um serviço vivo (AUCR, 29 de abril de 1907).
Suplique pelo calor do amor de Cristo – Os pastores frequentemente
fazem as vezes de críticos, mostrando sua aptidão e agudeza na controvérsia.
Sábado após sábado se passa, e raramente se faz, no coração e na mente dos
ouvintes uma impressão da graça de Cristo. Assim vem o ministério a ser
considerado como sem importância. Todo o Céu está trabalhando para a
salvação dos pecadores; e, quando o mais pobre da família humana vai,
arrependido, a seu Pai, como fez o filho pródigo, há alegria entre a multidão
celeste. Há calor, cortesia e amor no Céu. Vão os pastores diante de Deus em
oração, confessando seus pecados, e, com toda a simplicidade de uma
criancinha, peçam as bênçãos de que necessitam. Supliquem-Lhe que lhes dê o
calor do amor de Cristo, e introduzam esse amor nos seus sermões; e não deixem
que ninguém tenha pretexto para sair e dizer que as doutrinas em que creem lhes
incapacitam para expressar compaixão para com a humanidade sofredora – que
vocês têm uma religião sem amor (TM, p. 153, 154).
A CONVICÇÃO
As mensagens de Cristo penetravam a consciência e revelavam os mais
íntimos pensamentos – Quando Cristo pregava, Sua mensagem era como uma
espada afiada de dois gumes, penetrando a consciência dos homens e revelando-
lhes os mais íntimos pensamentos. Seus fiéis mensageiros terão de fazer a obra
feita por Cristo. Devem pregar a Palavra em simplicidade, pureza, e na mais
estrita integridade. Os que trabalham na palavra ou doutrina devem ser fiéis a
seu encargo. Devem cuidar das pessoas como quem por elas tem de dar contas.
Nunca devem revestir um “Assim diz o Senhor” de atraentes palavras de
sabedoria humana. Destroem assim sua energia vital, tornando-o fraco e
destituído de poder, de modo que ele deixa de convencer do pecado. Toda
palavra proferida sob a direção do Espírito Santo será cheia da mais profunda
solicitude pela salvação de almas (ME2, p. 159).
OS SENTIMENTOS
A pregação deve alcançar o coração e a mente – A pregação da Palavra
deve apelar para a inteligência e transmitir conhecimento, mas deve fazer mais
que isso. A palavra do pastor, para ser eficaz, tem de atingir o coração dos
ouvintes (OE, p. 152). 197
A verdade apresentada de maneira negligente não pode converter.
Pregadores sonolentos pregam a um povo adormecido – Nunca poderão
converter as pessoas apresentando a verdade de maneira negligente, repetindo
meramente a teoria sem serem movidos por ela. Mesmo que vivessem tanto
quanto Noé, seus esforços seriam em vão. Seu amor pelos seres humanos precisa
ser intenso, e seu zelo, fervoroso. Um modo apático e descuidado de apresentar a
verdade nunca despertará homens e mulheres de sua apatia mortal. Por seus atos,
maneiras e palavras, por sua pregação e suas orações, precisam mostrar que
creem que Jesus está às portas. Homens e mulheres estão nas últimas horas de
graça e, no entanto, são descuidados e imprudentes, e os pastores não têm poder
para despertá-los – eles próprios dormem. Pregadores sonolentos pregando a um
povo adormecido! (T2, p. 337).
AS DECISÕES
Muitas vezes a pregação não inclui apelos diretos – Ninguém pode dizer
o que se perde por tentar pregar sem a unção do Espírito Santo. Há, em todas as
congregações, pessoas que se acham hesitantes, quase decididas a se colocar
inteiramente do lado de Deus. Decisões estão sendo tomadas. Muitas vezes,
porém, o pastor não possui o espírito e o poder da mensagem, e não se faz
nenhum apelo direto aos que estão oscilando na balança (OE, p. 151).
Obtenha decisões combinando a teoria da verdade com o amor
redentor de Cristo – Alguns pastores erram em tornar seus sermões
completamente argumentativos. Há pessoas que escutam a teoria da verdade, e
são impressionadas com as provas apresentadas; então, se Cristo é apresentado
como Salvador do mundo, a semente lançada pode brotar e dar frutos para a
glória de Deus. Mas, frequentemente, a cruz do Calvário não é apresentada
diante do povo. Alguns talvez estejam escutando o último sermão que lhes será
dado ouvir; e, perdida a preciosa oportunidade, está perdida para sempre. Se,
juntamente com a teoria da verdade, Cristo e Seu amor redentor houvessem sido
proclamados, esses poderiam ter sido atraídos para o Seu lado (OE, p. 158).
A ORATÓRIA – AS PALAVRAS
Em linguagem simples, com tocante veemência, apresente a verdade
como é em Jesus – Os pastores devem ter uma estratégia mais clara e simples na
apresentação da verdade tal como é em Jesus. [...] Os que negligenciam essa
parte da obra devem converter-se antes de se aventurarem a fazer um sermão.
Aqueles cujo coração se encontra cheio do amor de Jesus, das preciosas
verdades de Sua Palavra, serão capazes de tirar do tesouro de Deus coisas novas
e velhas. Não terão tempo para narrar anedotas; não se fatigarão para tornar-se
oradores, ascendendo a alturas a que não podem levar com eles o povo; mas em
linguagem simples, com tocante veemência, apresentarão a verdade como é em
Jesus (ME1, p. 157). 198
As palavras do ministro devem ser selecionadas, e sua mensagem,
eficaz – A conduta do pastor no púlpito deve ser ponderada, não descuidada. Ele
não deve ser negligente com respeito à sua atitude. Deve adotar ordem e possuir
refinamento no mais alto sentido. Deus requer isso daqueles que aceitam esse
trabalho de tão grande responsabilidade, como receber as palavras de Sua boca e
transmiti-las ao povo, advertindo e reprovando, corrigindo e confortando,
conforme o caso exija. Os representantes de Deus na Terra devem estar em
comunhão diária com Ele. Suas palavras devem ser selecionadas e sua pregação
consistente. Palavras acidentais usadas pelos pastores que não pregam o
evangelho em sinceridade devem ser para sempre descartadas (T2, p. 706, 707).
A ORATÓRIA – OS GESTOS
No púlpito, não assuma atitudes e expressões planejadas para causar
efeito – Vejo que deve ocorrer no ministério grande reforma antes que ele seja
aquilo que Deus quer que seja. Os pastores no púlpito não têm permissão de
comportar-se como atores de teatro, assumindo atitudes e expressões
premeditadas para impressionar. Eles não ocupam o púlpito sagrado como
atores, mas como mestres de verdades solenes. Há também pastores fanáticos
que, tentando pregar de Cristo, atacam, gritam, saltam para cima e para baixo,
esmurram o púlpito, como se esse exercício corporal servisse para alguma coisa.
Essas palhaçadas não dão força alguma às verdades proferidas, antes, pelo
contrário, desagradam as pessoas de mente esclarecida e visão elevada. É dever
dos que se entregam ao ministério deixar toda rudeza e toda conduta
tempestuosa, pelo menos no púlpito (Ev, p. 640).
Refine sua compostura no púlpito – Requer-se que o homem de Deus, o
ministro de Cristo, “seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2Tm
3:17). Um pastor cheio de pompa, que se acha muito importante, não é
necessário nesta boa obra. É necessário, porém, compostura no púlpito. Um
ministro do evangelho não deve ser descuidado com sua atitude. Se é
representante de Cristo, seu comportamento, sua atitude e seus gestos devem ser
de tal caráter que não firam os espectadores. Os pastores devem possuir
refinamento. Devem descartar todas as maneiras, gestos e atitudes descorteses,
promovendo a humilde dignidade da posição (T1, p. 648, 649).
A ORATÓRIA – A VOZ E A DICÇÃO
O esforço e tom antinaturais da voz cansam tanto o pregador quanto os
ouvintes – Em suas atividades religiosas, muitos cometem um erro ao orar e
pregar extensamente, elevando a voz, em esforço e tom fora do normal. O pastor
fica cansado inutilmente e, na realidade, incomoda o público com atividades
religiosas pesadas e fatigantes, que são totalmente desnecessárias. Os pastores
devem falar de maneira a alcançar e impressionar o povo. Os ensinos de Cristo
eram impressionantes e 199 solenes, e Sua voz, melodiosa. E não deveríamos nós,
assim como Cristo, estudar como ter melodia em nossa voz? (T2, p. 617).
Conserve sua utilidade seguindo as regras do uso correto da voz –
Alguns de nossos mais talentosos pastores estão causando grande dano a si
mesmos por sua maneira defeituosa de falar. Ao passo que ensinam ao povo seu
dever de obedecer à lei moral de Deus, não devem violar as leis do Senhor com
respeito à saúde e à vida. Os pastores devem manter-se eretos, falar devagar,
com firmeza e distintamente, inspirando o ar de forma profunda a cada frase, e
emitindo as palavras com o auxílio dos músculos abdominais. Se observarem
essa regra simples, seguindo as leis da saúde em outros sentidos, poderão
conservar a vida e a utilidade por muito mais tempo do que podem fazer os
homens em qualquer outra profissão. O peito se expande, e [...] o orador
raramente fica rouco, mesmo falando de forma constante (OE, p. 90).
Treine sua voz de tal maneira que ela possa ser usada em toda a sua
capacidade – Os que trabalham na palavra e na doutrina devem se esforçar para
aperfeiçoar o uso da linguagem. A voz tem grande poder, mas muitos não a
treinam de modo que ela possa ser usada em toda a sua capacidade. Jesus é
nosso exemplo. Sua voz era melodiosa, e nunca se elevava em tons agudos ou
forçados enquanto falava ao povo. Ele não falava tão rápido a ponto de Suas
palavras se congestionarem umas sobre as outras, dificultando sua compreensão
por parte do povo. Pronunciava distintamente cada palavra, e os que ouviam Sua
voz davam testemunho de que “jamais alguém falou como este Homem” (Jo
7:46) (RH, 5 de março de 1895).
A ORATÓRIA – A DURAÇÃO DO SERMÃO
Não dê ao povo mais do que ele pode reter – Que a mensagem para este
tempo não seja apresentada em discursos longos e elaborados, mas em palestras
breves e incisivas, isto é, que vão diretamente ao ponto. Sermões prolongados
fatigam a resistência do orador e a paciência dos ouvintes. Se o pregador é
daqueles que sentem a importância de sua mensagem, precisa ser especialmente
cuidadoso para que não sobrecarregue suas energias físicas, e dê ao povo mais
do que este pode reter (OE, p. 167, 168).
Quando o sermão é longo demais, a última parte compromete a
anterior – Falem pouco. Seus discursos geralmente têm o dobro do que deviam
ter. É possível lidar com uma boa coisa de tal maneira que ela perca seu sabor.
Quando um discurso é longo demais, a última parte da pregação diminui a força
da que a precedeu e o interesse por ela. Não divaguem, mas vão diretamente ao
ponto (TM, p. 311).
O que é apresentado na primeira hora tem muito mais valor se o
sermão for concluído ali – Aqueles que vão ser porta-vozes de Deus devem
saber se 200 seus lábios foram tocados pela brasa viva do altar, e apresentar a
verdade numa demonstração do poder do Espírito. No entanto, discursos
compridos são exaustivos para o orador e cansativos para os ouvintes, que têm
de ficar sentados por longo tempo. A metade do conteúdo apresentado seria de
maior benefício para o ouvinte do que a grande quantidade emitida pelo orador.
O que é apresentado na primeira hora tem muito mais valor se o sermão for
concluído ali, do que as palavras que são proferidas na meia hora adicional. Há
um esquecimento do tópico já apresentado (TM, p. 256). 201
34
Casamento

Anjos assistiram a primeira cerimônia de casamento – Com frequência,


tenho lido as seguintes palavras: “Casamento é loteria.” Alguns agem como se
cressem nessa declaração, e sua vida conjugal testifica de que é uma realidade
para eles. Mas o verdadeiro matrimônio não é loteria. Foi instituído no Éden.
Após a criação de Adão, o Senhor disse: “Não é bom que o homem esteja só;
far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea [adequada]” (Gn 2:18). Quando o
Senhor apresentou Eva a Adão, anjos de Deus foram testemunhas da cerimônia.
Mas há poucos casais que estão completamente unidos quando a cerimônia
matrimonial é realizada. As palavras formais faladas aos dois que tomam o voto
matrimonial não os tornam uma unidade. Em sua vida futura, se consumará a
união dos dois no vínculo matrimonial. Poderá ser uma união feliz, se cada um
deles der ao outro um amor profundo e verdadeiro (MR10, p. 184).
Jesus apreciava a alegria pura que reinava numa cerimônia
matrimonial – Com Sua presença, Jesus honrou a cerimônia matrimonial. O
interesse ativo que manifestou nessa ocasião demonstrou que Ele não veio
nublar a felicidade da família e dos convidados. Jesus apreciava a alegria pura
que reinava nessa ocasião. Com Sua presença, demonstrou estar em harmonia
com a bendita instituição do matrimônio. E aprovou toda cerimônia que é pura,
atraente e de boa fama (MR10, p. 206).
Cristo começou Seu ministério num casamento para mostrar Seu
desejo de contribuir para a felicidade humana – Jesus não começou Seu
ministério com alguma grande obra diante do Sinédrio em Jerusalém. Numa
reunião familiar, em uma pequena vila galileia, foi manifestado Seu poder para
aumentar a alegria das bodas. Assim mostrou Sua empatia para com os seres
humanos, e o desejo de lhes proporcionar felicidade. Tentado, no deserto, Ele
próprio havia bebido o cálice da aflição. Tinha saído dali para oferecer às
pessoas o cálice da graça, mediante Sua bênção que santificaria os
relacionamentos da vida humana (DTN, p. 144).
A Sra. White participou de um casamento em sua própria casa – Cerca
de onze horas de terça-feira, nossa grande sala de jantar foi preparada para o
casamento. 202 O irmão B oficiou a cerimônia, e esta decorreu satisfatoriamente.
O irmão Hickox solicitou que a irmã White fizesse a oração após a cerimônia. O
Senhor me deu especial liberdade. Meu coração estava tocado e subjugado pelo
Espírito de Deus. Não houve nessa ocasião gracejos levianos ou expressões
tolas. Tudo foi solene e sagrado em relação a esse casamento. Foi tudo de caráter
elevado e profundamente impressionante (LA, p. 101).
Em observações feitas num casamento, Ellen White destacou a
importância da união – E agora posso nesta oportunidade tomar pela mão este
nosso irmão; [...] e tomamos pela mão a você, sua esposa, e apelamos para que
levem unidos a obra de Deus. Eu diria: Façam de Deus seu conselheiro. Unam-
se, mantenham-se unidos (LA, p. 102).
A cerimônia matrimonial é um serviço sagrado, não uma ocasião de
alegria insana – Sempre me tem parecido impróprio ver a cerimônia de
casamento associada com risos descontrolados, algazarra e um pretexto para
coisas desse tipo. Não! O casamento é uma ordenança de Deus, e deve ser visto
com a maior solenidade. A relação familiar formada aqui deve dar uma
demonstração do que será a família no Céu. A glória de Deus deve ser sempre a
primeira preocupação (LA, p. 101).
Os casamentos devem ser realizados sem ostentação e extravagância –
Cerimônias de casamento são usadas como ocasião de exibicionismo,
extravagância e condescendência. Mas, se os noivos estão de acordo na crença e
prática religiosa, sendo tudo coerente, e a cerimônia é conduzida sem ostentação
e extravagância, o casamento não precisa desagradar a Deus (LA, p. 100). 203
O cuidado pastoral

35
Inclusão de novos membros
205
Pastores que despertam interesse, mas deixam a obra sem terminar,
podem ser deixados de lado – Os pastores devem ensinar que todos os que
aceitam a verdade devem produzir frutos para a glória de Deus. Precisam ensinar
que o autossacrifício deve ser praticado diariamente; que muitas coisas que
foram cultivadas devem ser abandonadas; e que muitos deveres, por mais
desagradáveis que pareçam, precisam ser cumpridos. Interesses comerciais,
afeições sociais, comodidade, honra, reputação, em suma: tudo deve ser posto
em sujeição às superiores e sempre supremas reivindicações de Cristo. Pastores
que não são homens consagrados, que despertam interesse entre o povo, mas
largam a obra inacabada, deixam um campo dificílimo para outros darem
sequência e concluírem o trabalho que eles deixaram de completar. Esses
homens serão provados, e, se não fizerem sua obra mais fielmente, serão, após
uma prova adicional, postos à margem como inúteis ocupantes do terreno, vigias
infiéis (T4, p. 317).
Dê aos novos membros alguma coisa a fazer – Os que se acham mais
ativamente empenhados em fazer, com interessada fidelidade, sua obra de
conduzir pessoas para Jesus Cristo são os mais desenvolvidos em espiritualidade
e devoção. Seu trabalho ativo proporcionou os meios à sua espiritualidade. Há
risco de a religião perder em profundidade o que adquire em amplitude. Não é
necessário que seja assim, se, em vez de longos sermões, for ministrada sábia
instrução aos recém-convertidos à fé. Ensinem dando-lhes alguma coisa a fazer
em qualquer ramo de serviço espiritual, para que seu primeiro amor não se
acabe, mas aumente em fervor. Façam-nos sentir que não devem ser carregados
nem apoiar-se na igreja; mas devem ter raízes em si mesmos. Eles podem,
segundo suas várias aptidões, ser úteis à igreja em muitos sentidos, ajudando-a a
aproximar-se mais de Deus, e trabalhando de vários modos para atuar junto às
pessoas de fora, o que será um meio de atuar beneficamente pela igreja (Ev, p.
356, 357).
FIRMANDO OS MEMBROS NA DOUTRINA
Dê estudos bíblicos aos novos conversos para firmá-los plenamente na
verdade – Guiem a mente para Aquele que orienta e dirige todas as coisas.
Cristo será, para as pessoas recém-convertidas, 206 o maná e o orvalho espiritual.
Não existe nEle treva alguma. À medida que os homens de discernimento
espiritual realizem estudos bíblicos com essas pessoas, dizendo-lhes como
entregar-se ao poder do Espírito Santo, para que estejam plena e firmemente
estabelecidos na verdade, será revelado o poder de Deus (Ev, p. 284).
Realize reuniões especiais com os novos membros – Os batizandos
adultos devem compreender melhor do que os de menor idade seus deveres, mas
o pastor da igreja tem obrigações em relação a eles. Talvez cultivem maus
hábitos e práticas; por isso, cabe ao pastor realizar com eles reuniões especiais.
Deve-se estudar com eles a Bíblia, falar e orar com eles, mostrando-lhes
claramente o que o Senhor deles requer. Apresente a eles o que diz a Bíblia com
respeito à conversão. Mostre-lhes o que seja o fruto da conversão, a prova de que
amam a Deus. Explique-lhes que a legítima conversão se manifesta em mudança
do coração, dos pensamentos e das intenções, pela renúncia de maus costumes,
fofocas, inveja e desobediência. Uma luta tem de ser travada contra cada mau
traço de caráter; e, então, o cristão poderá se valer da promessa: “Peçam, e lhes
será dado” (Mt 7:7) (T6, p. 95).
Ensine os novos conversos a estudar as Escrituras – Deve-se gravar em
todo recém-convertido a verdade de que todo conhecimento permanente só se
pode obter mediante dedicado esforço e estudo perseverante. Em geral, os que se
convertem à verdade que pregamos não foram anteriormente dedicados
estudantes das Escrituras; pois, nas igrejas populares, há pouco estudo real da
Palavra de Deus. O povo espera que os pastores examinem as Escrituras em seu
lugar, e expliquem o que elas ensinam (Ev, p. 367).
A leitura enraíza as pessoas na verdade – Ainda que o pastor apresente
fielmente a mensagem, o povo não é capaz de retê-la totalmente. Por isso, a
página impressa é essencial, não somente para despertar nas pessoas o
reconhecimento da importância da verdade para este tempo, mas também para
enraizá-las e firmá-las na verdade e protegê-las contra o erro. As revistas e os
livros são o meio de o Senhor manter a mensagem para este tempo
continuamente diante do povo. As publicações farão muito maior obra
iluminando e confirmando pessoas na verdade do que a que pode ser realizada
pelo ministério apenas da palavra (T6, p. 315, 316).
Quatro áreas de instrução negligenciadas – Os ministros frequentemente
negligenciam estes importantes ramos da obra: reforma de saúde, dons
espirituais, doação sistemática e as grandes áreas do trabalho missionário. Como
resultado de seus esforços, muita gente pode aceitar a teoria da verdade, mas o
tempo revela que há muitos que não suportam as provações de Deus. O ministro
erigiu sobre um fundamento de palha, madeira, e restolho, o qual será
consumido pelo fogo da tentação. Alguns provaram ser ouro, prata e pedras
preciosas; 207 estes, por princípio, serão fiéis à verdade. Mas, se o instrutor da
verdade tivesse guiado esses conversos como deveria ter feito, apresentando-lhes
a obrigação que repousa sobre eles, muitos dos que posteriormente se
desgarraram da verdade poderiam ter sido salvos.
Outro ministro se segue ao primeiro, e, no temor de Deus, apresenta os
deveres práticos, as reivindicações de Deus sobre Seu povo. Alguns se retiram
dizendo: “Nosso pastor, que nos trouxe a verdade, não nos disse essas coisas.
Fomos enganados. Essas coisas nos foram ocultadas.” E se ofendem por causa
da Palavra. Alguns não aceitam o sistema de dízimos; rejeitam a doação
sistemática, se ofendem, se afastam e não andam mais com os que creem e
amam a verdade. Quando o campo missionário de distribuição de folhetos se
abre diante deles, convidando-os a trabalhar, respondem: “Isso não nos foi
ensinado”, e hesitam em envolver-se no trabalho. Quão melhor seria para a
causa, se o mensageiro da verdade tivesse educado de forma fiel e completa
esses conversos no que se refere a todos esses assuntos essenciais, mesmo que
fosse menor o número dos que foram acrescentados à igreja por meio de seus
esforços (RH, 12 de dezembro de 1878).
OS NOVOS CONVERSOS IMITAM O PASTOR
Quando os pastores andam com Deus, seus conversos participam de
seu espírito – Os conversos raramente se elevam imediatamente em
espiritualidade acima de seus mestres. É muito importante, então, que esses
mestres ponham habitualmente sua confiança em Deus e busquem as
manifestações do Seu divino poder sobre seus trabalhos, para que sejam
humildes, de mente espiritual, e estejam em constante comunhão com o Céu.
Então aqueles que foram convertidos por seus esforços participarão de seu
espírito e imitarão suas qualidades (RH, 8 de agosto de 1878).
Os conversos podem colocar suas afeições mais em seu pastor do que
em seu Redentor – O fato de um pastor ser aplaudido e elogiado não é prova de
haver falado sob a influência do Espírito. É muito frequente que jovens
conversos, a menos que tomem cuidado, coloquem suas afeições mais em seu
pastor do que no próprio Redentor. Acham que têm sido grandemente
beneficiados pelos trabalhos do pastor. Em sua concepção, ele possui os mais
exaltados dons e virtudes, e nenhum outro pode fazer tão bem como ele faz.
Assim, dão exagerada importância ao homem e a seus esforços. Isso é uma
confiança que os faz idolatrar o homem, olhando mais para ele do que para
Deus, e, assim fazendo, não agradam a Deus nem crescem na graça. Causam
grande dano ao pastor, especialmente se ele é jovem e está em desenvolvimento
para tornar-se um obreiro evangélico promissor (Ev, p. 330). 208
36
Disciplina eclesiástica
A NECESSIDADE DE DISCIPLINA
209
Pastores que têm pouca coragem para reprovar o erro são
responsáveis pelos males resultantes – Aqueles que têm muito pouca coragem
para reprovar o mal, ou que, pela indolência ou falta de interesse, não fazem um
esforço intenso para purificar a família ou a igreja de Deus, são responsáveis
pelos males que possam resultar de sua negligência ao dever. Somos
precisamente tão responsáveis pelos males que poderíamos ter impedido nos
outros pelo exercício da autoridade paterna ou pastoral, como se esses atos
tivessem sido nossos (PP, p. 578).
Sempre existirá um espírito que se levantará contra a repreensão –
Sempre haverá um espírito que se levantará contra a repreensão de pecados e
erros. Mas a voz da repreensão não deve se calar por causa disso. Aqueles que
Deus separou como ministros de justiça têm a solene responsabilidade de
reprovar os pecados do povo. Paulo ordenou a Tito: “Exorta e repreende também
com toda a autoridade. Ninguém te despreze” (Tt 2:15). Sempre haverá quem
despreze aquele que ousa reprovar o pecado. Mas a repreensão precisa ser dada
quando for necessário. Paulo ordena que Tito repreenda severamente
determinada classe, para que sejam firmados na fé. E como se deve fazer a
repreensão? Deixe que o apóstolo responda: “Com toda a longanimidade e
doutrina” (2Tm 4:2). Deve-se mostrar ao que está em erro que sua conduta não
se acha em harmonia com a Palavra de Deus. Mas os erros do povo de Deus
nunca devem ser passados por alto. Aqueles que fielmente desempenham suas
desagradáveis tarefas sob o senso de sua responsabilidade diante de Deus
receberão sua bênção (ST, 16 de setembro de 1880).
Os que deixam de repreender não devem ser exaltados – Exaltar um
pastor como perfeito só porque não desagradou ninguém, deixando de reprovar
os erros, é não apenas uma armadilha para o ministro, mas também um desastre
para o povo. Aquele que não fere a satisfação espiritual das pessoas é quase
endeusado por elas, ao passo que um devoto, fiel servo de Deus, que expõe
claramente os erros dos membros da igreja, é tido como imperfeito, porque ele
não vê o que eles supõem ser seus méritos pessoais. Ele reprova os erros que
realmente existem, e isso é considerado uma indignidade, e sua autoridade e
instrução 210 são postas de lado e pisoteadas pelos homens. Esses extremos no
modo como as pessoas consideram os ministros são encontrados nos professos
filhos de Deus; e quem agora examinará seus corações, e colocará essas coisas
em ordem, de forma bondosa, fervorosa e fiel? (RH, 25 de julho de 1893).
As deficiências de caráter dos membros devem preocupar os pastores –
Temos apresentado aqui diante de nós a obra daquele que irá abrir as Escrituras
aos outros. É uma obra extremamente solene, e todos os que se envolvem nela
devem ser homens de oração. Não é suficiente para o ministro erguer-se no
púlpito e fazer uma exposição das Escrituras. Sua obra apenas começou. Há
trabalho pastoral a ser feito, e isso significa repreender e exortar com toda
longanimidade e doutrina; ou seja, ele deve apresentar a Palavra de Deus para
mostrar onde existe deficiência. Se há alguma coisa no caráter dos professos
seguidores de Cristo, essa preocupação deve pesar sobre os ombros do ministro,
e não para ele subjugar os herdeiros de Deus. Lidar com mentes humanas é o
trabalho mais delicado já confiado ao homem (SAT1, p. 61).
Deus não reconhecerá como Seus pastores aqueles que falam palavras
suaves – Neste tempo terrível, justamente antes de Cristo vir pela segunda vez,
os fiéis pregadores de Deus terão de dar um testemunho mais direto que o de
João Batista. Um trabalho de alta responsabilidade se encontra diante deles, e
Deus não reconhecerá como Seus pastores aqueles que falam palavras suaves.
Um terrível “ai” repousa sobre eles (T1, p. 321).
A disciplina eclesiástica é uma parte desagradável, mas necessária do
ministério – Paulo recomendou a Timóteo: “Prega a Palavra”, mas ainda havia
mais uma parte a ser realizada: “corrige, repreende, exorta com toda a
longanimidade e doutrina” (2Tm 4:2). Essa obra não pode ser negligenciada sem
risco. Os ministros devem insistir quer sejam oportunos, quer não, cuidando das
pessoas como quem terá de prestar contas. Devem ter muito cuidado. Vigiem
todas as coisas, estejam atentos aos enganos de Satanás para que não sejam
seduzidos a deixar de lado a parte desagradável do trabalho. As dificuldades não
devem intimidá-los ou desanimá-los. Com mente bem equilibrada e caráter bem
fundamentado, enfrentem as dificuldades, e, ao superá-las, obterão uma rica
experiência (RH, 28 de setembro de 1897).
Embora não seja compatível com as inclinações naturais do pastor, ele
deve advertir, repreender o pecado e corrigir os erros – O pastor terá muitas
palavras diretas e francas para dirigir-se àqueles que necessitam delas; pois,
quando Deus encarrega o homem de fazer Sua obra, lhe dá a responsabilidade de
cuidar das pessoas como quem terá de prestar contas. Sempre que necessário,
deve-se dar advertências, repreender o pecado, e corrigir erros e males, não
apenas do púlpito, mas também através de trabalho pessoal.
Essa é uma obra divina, e, embora não seja compatível com suas
inclinações naturais, o pastor deve proclamar sem rodeios a verdade, que fará
tinir os ouvidos dos que a ouvirem, pois deve apresentar 211 aos que são amantes
mais dos prazeres do que de Deus os perigos e riscos que estão ao seu redor e a
condenação que aguarda os impenitentes. Como essa mensagem não é agradável
às suas inclinações, ou bem recebida por aqueles que precisam ser advertidos, o
ministro é solenemente exortado a ser fiel em sua declaração (RH, 6 de setembro
de 1892).
Os pastores causam grande dano ao permitir que sua tolerância pelo
que erra se transforme em tolerância pelos pecados – Às vezes, os ministros
do evangelho causam grande dano permitindo que sua tolerância pelo que erra se
transforme em tolerância pelos pecados, e até mesmo em sua participação neles.
Assim são levados a desculpar e passar por alto o que Deus condena; e, depois
de certo tempo, tornam-se tão cegos que chegam a louvar aqueles a quem Deus
manda reprovar (AA, p. 504).
A única salvaguarda contra esses perigos é juntar a perseverança com a
devoção a Deus – reverenciar o Senhor, Seu caráter e Sua lei, e ter sempre em
mente o temor a Ele. Pela comunhão com Deus, através da oração e da leitura de
Sua Palavra, devemos cultivar tal senso da santidade de Seu caráter que
consideremos o pecado como Ele o considera (Sketches from the Life of Paul, p.
322).
Muitos pastores deixam os assuntos delicados para ser tratados por
outros pastores – Muitos ministros não lidam fielmente com as pessoas com as
quais entram em contato. Deixam os assuntos delicados para ser tratados por
outros pastores, porque não querem correr o risco de perder a amizade daqueles
pelos quais trabalham.
Se os ministros lidassem, no momento certo, com os que erram, evitariam o
acúmulo de erros e salvariam almas da morte. Se o trabalho de repreensão é
negligenciado por um pastor e levado a sério por outro, os que foram
repreendidos ficam com a impressão de que o ministro que não lhes apontou os
erros era um bom pastor. Mas não é esse o caso; ele foi apenas um pregador, não
um colaborador de Deus para eliminar o pecado. Com a mansidão de Cristo,
você deve fazer o trabalho que comprove plenamente seu ministério. Deve
demonstrar sincero pesar pelo pecado, mas não manifestar um zelo não
santificado ao repreender o erro.
Todos os seus esforços devem ser feitos com longanimidade e doutrina; e,
se os resultados de seu trabalho forem pequenos, não se desanime. Essa
experiência produzirá a manifestação de tolerância e paciência. Continue
trabalhando, seja discreto e perspicaz, e saiba quando falar e quando guardar
silêncio (RH, 28 de setembro de 1897).
Os que manifestam solidariedade deturpada pelos que estão sob
disciplina não os estão ajudando – Vi que alguns se tornaram muito zelosos
por você, achando que não foi tratado com justiça por seus irmãos do ministério.
Esses deveriam se manter de lado e ser honestos em confessar seus erros,
deixando que você assuma a culpa das próprias faltas. Deus deseja que elas
permaneçam até você removê-las por meio de arrependimento e confissão
sincera. Esses que têm manifestado solidariedade desvirtuada por você não
podem ajudá-lo. Que eles manifestem zelo, 212 arependendo-se das próprias
apostasias e deixando-o ficar em pé por si mesmo. Você saiu totalmente do
caminho, e, a menos que faça uma obra completa, confesse seus pecados sem
censurar seus irmãos, e esteja disposto a ser instruído, não poderá ter nenhuma
parte com o povo de Deus (T1, p. 319).
Há perigo de se fazer coisas demais para resolver dificuldades – Os
sinceros crentes na verdade são entristecidos, e suas provas e aflições
grandemente aumentadas pelos elementos que entre eles os aborrecem,
desalentam e desanimam em seus esforços. Mas o Senhor ensinava a Seus servos
uma lição de grande cuidado em todos os seus passos. “Deixem que cresçam
juntos” (Mt 13:30). Não arranquem à força o joio para que, ao tirá-lo, não
aconteça que as plantas boas sejam arrancadas também. Tanto os pastores quanto
os membros da igreja devem ser muito cautelosos, para que não nutram zelo sem
entendimento. Há perigo de se fazer na igreja coisas demais para sanar
dificuldades que, se deixadas em paz, são resolvidas, muitas vezes, por si
mesmas. É um método ruim, em qualquer igreja, tratar os assuntos
prematuramente. Temos que exercer o maior cuidado, paciência e domínio sobre
nós mesmos, para suportar essas coisas, e não agir por impulso para colocá-las
em ordem (T3, p. 113, 114).
A ATITUDE NA DISCIPLINA
Jesus manifestou amor e ternura para com os que erram – Penso na
busca do pastor pela ovelha perdida, e [na história] do filho pródigo. Desejo que
essas parábolas exerçam influência sobre meu coração e sobre minha mente.
Penso em Jesus – que amor e ternura Ele manifestou pelo ser humano errante e
caído; e então penso no juízo severo que alguém pronuncia sobre seu irmão que
caiu em tentação, e meu coração adoece. Vejo corações de ferro, e acho que
devemos orar pedindo corações de carne. Quanto anseio que Jesus venha!
Quanto anseio que Ele ponha as coisas em ordem! “Vem, Senhor Jesus, e vem
logo” é minha oração (MR16, p. 339).
Não prejudique a autoestima de quem erra – Precisamos aprender uma
lição de bondade e misericórdia da vida de abnegação do Pai. Precisamos
estudar como mostrar nossa compaixão e nosso amor para com os outros. Assim
como recebemos esse dom inestimável, também devemos reparti-lo. Devemos
aprender como administrar com amor e bondade, e não com severidade e
censura. Quando uma pessoa reconhece seu erro, não a trate de maneira que lhe
tire a autoestima. Não procure machucar, mas enfaixar e curar.
Você pode ver os erros de um irmão. Mas pode ser que ele não seja capaz
de discernir seu mau procedimento; e lhe pode ser difícil saber como agir. Mas
nunca siga uma conduta que lhe dê a impressão de que você se considera
superior. Você pode pensar que seus sentimentos, ideais e organização sejam
superiores aos dele, mas não procure tornar isso óbvio, pois tal atitude está
totalmente em desacordo com a verdadeira distinção e nobreza de caráter. Não
estamos aqui para ferir a alma dos que erram, mas para ir a eles 213 com
humildade e oração. Quando o ministro do evangelho, com o coração subjugado
pelo amor e pela graça de Cristo, entra em contato com as mentes humanas, pode
revelar suas qualidades superiores, não destruindo a esperança e a coragem, mas
inspirando fé no descrente, erguendo as mãos cansadas e fortalecendo os joelhos
fracos (RH, 21 de novembro de 1899).
O bom pastor se achega à ovelha perdida, não com voz ríspida, mas
com um tom suave e persuasivo – A vida do pastor é cheia de perigos. Se for
um pastor íntegro, não procurará sua própria comodidade, mas buscará a ovelha
perdida em meio à tempestade e à tormenta. Talvez a encontre na fenda de uma
rocha, sem poder sair. Ela é assaltada por temores a cada passo. O bom pastor
não se aproxima com voz ríspida, xingando a pobre ovelha amedrontada, mas
fala com ela de modo compassivo, em tom suave e persuasivo, de modo que, ao
ouvir-lhe a voz, ela o seguirá, a menos que esteja presa nas rochas ou
embaraçada num espinheiro. Nesse caso, a única maneira pela qual o pastor
poderá encontrar a ovelha é seguindo o balido de aflição que a extraviada envia
em resposta ao seu chamado. E, quando o bom pastor encontra a perdida, ele a
coloca sobre o ombro e a leva de volta ao redil, alegrando-se a cada passo (YI,
28 de abril de 1886). 214
37
Aconselhamento

Os conselheiros precisam da mente de Cristo – Especialmente aqueles


que aceitam cargos de diretores ou conselheiros devem sentir que se requer deles
que sejam, em todos os aspectos, cristãos bem educados. 215 Ao tratar com os
outros, devemos ser fiéis e não agir com grosseria. As pessoas com as quais
temos que lidar são propriedade adquirida pelo Senhor, e não devemos permitir
que nenhuma palavra precipitada e arrogante saia de nossos lábios. Irmãos,
tratem os homens como homens, não como empregados, mandados de uma parte
para a outra como vocês bem quiserem. Aquele que é transigente com o espírito
áspero e altivo melhor seria que se tornasse um guardador de ovelhas, como
Moisés, e assim aprendesse o que significa ser um verdadeiro pastor. Moisés
alcançou no Egito a experiência de poderoso estadista e de líder dos exércitos;
mas não aprendeu ali as lições essenciais à verdadeira grandeza.
Ele necessitava de experiência em deveres mais humildes para se tornar um
cuidador, sendo sensível para com todos os seres. Ao pastorear os rebanhos de
Jetro, sua atenção foi atraída às ovelhas e aos cordeirinhos, e aprendeu a guardar
essas criaturas de Deus com o mais afetuoso cuidado. Embora a voz deles nunca
pudesse se queixar de maus tratos, mesmo assim a atitude deles muito poderia
demonstrar. Deus cuida de todas as criaturas que Ele fez. Ao trabalhar para Deus
nessa humilde posição social, Moisés aprendeu a ser para Israel um cuidadoso
pastor (TM, p. 262, 263).
O pastor precisa entender uma infinita variedade de temperamentos –
Como o médico trata de doenças físicas, assim o pastor ministra à alma doente
por causa do pecado. E sua obra é tanto mais importante do que a do médico,
quanto a vida eterna é de maior valor que a existência temporal. O pastor se
depara com uma infinita variedade de temperamentos, e é seu dever conhecer os
membros das famílias que ouvem seus ensinos, a fim de determinar que meios
melhor os influenciarão no rumo certo (OE, p. 338).
FAMÍLIA
A Palavra de Deus deve ser considerada um conselheiro familiar – Os
pais precisam reformar-se; pastores também precisam; necessitam de Deus em
suas casas. Se desejam ver uma situação diferente, devem proporcionar a Palavra
de Deus a suas 216 famílias, e dela fazer seu conselheiro. Devem ensinar aos
filhos que ela é a voz de Deus a eles dirigida e que devem obedecê-la
irrestritamente. Devem, com paciência, instruir seus filhos; de forma amável e
incansável, ensinar-lhes como viver de modo a agradar a Deus. Os filhos de uma
casa assim estão preparados para enfrentar os sofismas da incredulidade.
Aceitaram a Bíblia como a base de sua fé, e têm um fundamento que não pode
ser varrido pela maré invasora do ceticismo (PP, p. 143).
Não dê ouvidos a dificuldades particulares e decepções familiares de
mulheres que se sentem atraídas a você – Mulheres têm sido atraídas a você,
estando dispostas a desabafar aos seus ouvidos suas dificuldades particulares e
frustrações familiares. Você não deve dar-lhes ouvido, mas dizer-lhes que é um
simples mortal sujeito a errar; que Deus é seu auxiliador (MCP2, p. 767).
Se uma mulher lhe der atenção indevida, queixando-se de que seu
marido não a ama, não tente suprir essa falta – Os que ocupam o púlpito
sagrado como pastores devem ser homens de reputação excelente; sua vida deve
ser íntegra, superior a tudo que tenha o menor traço de impureza. Não arrisque
sua reputação, aventurando-se no caminho da tentação.
Se uma mulher lhe apertar a mão demoradamente, retire-a depressa,
salvando-a do pecado. Se ela lhe manifestar uma afeição indevida, queixando-se
de que seu marido não a ama nem se importa com ela, não tente suprir essa falta.
A única maneira sábia e segura de agir em tal hipótese é não exteriorizar o
sentimento de piedade. Esses casos são muito frequentes. Aponte a essas pessoas
Aquele que leva nossas aflições, e é o único Conselheiro sábio e verdadeiro. Se
ela tiver escolhido a Cristo como seu companheiro, Ele lhe dará graça para
suportar esse abandono sem murmuração; por outro lado, ela deve fazer
diligentemente tudo que lhe for possível para unir a si o marido, dedicando-lhe a
mais estrita fidelidade, e demonstrando-se também disposta a tornar o lar alegre
e atrativo. Se todos os seus esforços forem frustrados, deixando de ser
valorizados, terá a compaixão e o apoio do Salvador. Ele a ajudará a levar a
carga e a consolará nas decepções. Buscando entre os homens o que supra a falta
que sente, a mulher manifesta desconfiança em Cristo, que está sempre pronto a
preencher esse vazio. Com sua murmuração, peca contra Deus. Seria melhor que
fizesse um exame de consciência, para ver se não há no coração algum pecado.
O coração que, desse modo, busca a compaixão humana e aceita as atenções
proibidas de quem quer que seja não está limpo diante de Deus (T5, p. 598).
LUTO
O pastor oferece esperança significativa e especial aos enlutados – A
dor não pode existir na atmosfera do Céu. No lar dos remidos, não haverá
lágrimas, nenhum cortejo fúnebre, nenhuma exteriorização de luto. “E morador
nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar [na cidade santa] será
absolvido da sua iniquidade” (Is 33:24). Uma rica maré de felicidade fluirá e se
aprofundará ao avançar a eternidade (T9, p. 286). 217
Aqueles que não demonstram sua dor podem senti-la mais
intensamente – [Ellen White referiu-se à morte da esposa de seu filho.] O pobre
Willie está realmente desolado. Ele nunca o demonstra, e, assim sendo, sofrerá
sozinho e sentirá mais intensamente. Meu coração está dolorido e triste
(EGW’88, p. 678).
O luto pode abater até o mais forte – [Ellen White referiu-se à morte de
seu quarto filho de três meses de idade, John Herbert.] Após voltarmos do
funeral, meu lar parecia vazio. Sentia-me rendida à vontade de Deus, mas
desalentada e triste (T1, p. 246).
O cristianismo traz uma esperança que se ergue acima de todo
sofrimento – [Ellen White referiu-se à morte de seu marido.] Não me entregarei
a manifestações de pesar, se o meu coração desfalecer. Sirvo a Deus, não
impulsivamente, mas com inteligência. Ele espera de mim irrestrita e constante
submissão. Luto exagerado é desagradável a Deus. Tomo a cruz que me foi
designada e seguirei completamente ao Senhor. Não me entregarei à tristeza.
Não transigirei com um doentio e melancólico estado emocional. Não me
queixarei nem murmurarei da providência de Deus. Jesus é meu Salvador. Ele
vive. Nunca me abandonará nem me desamparará (DD, p. 300).
LIMITAÇÕES
Nenhum homem deve ser mente e juízo para outros – Em vez de agir
como sábio conselheiro, ele assume as prerrogativas de um governante exigente.
Deus é desonrado em toda exibição de autoridade e exaltação própria dessa
natureza. Ninguém que confie em sua própria força deve jamais ser mente e
juízo para outro homem que Deus está usando em Sua obra (TM, p. 491).
Os ministros podem aconselhar, mas busquem a sabedoria divina – Em
vez de levar suas perplexidades a um irmão ou pastor, leve-as ao Senhor em
oração. Não coloque o pastor no lugar de Deus. O ministro de Cristo é como
qualquer outro homem. É verdade que ele tem sagradas responsabilidades, mas
não é infalível. É cheio de fraquezas e necessita de graça e iluminação divinas.
Necessita da unção celestial para poder realizar seu trabalho com sucesso.
Aqueles que sabem orar, que sabem quais são os convites do evangelho de
Cristo, desonram a Deus quando lançam suas cargas sobre homens finitos.
Sempre é certo se aconselhar mutuamente. É certo conversar com os outros.
É bom apresentar claramente perante os irmãos e os ministros as dificuldades
que aparecem em qualquer empreendimento. Mas, não dependa do homem para
encontrar sabedoria. Busque a Deus para receber a sabedoria que vem do alto.
Peça a seus colegas de trabalho que orem com você, e o Senhor cumprirá Sua
Palavra: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, ali estou
no meio deles” (Mt 18:20) (YI, 15 de fevereiro de 1900). 218
Os membros não devem esperar que o pastor substitua a Cristo como
seu guia e conselheiro – Muitos esperam que seus pastores lhes tragam a luz de
Deus, achando ser esse um meio mais fácil do que ter o trabalho de ir ao Senhor
e buscá-la por si mesmos. Eles perdem muito. Se, diariamente, seguissem a
Cristo e O tornassem seu guia e conselheiro, poderiam obter um claro
conhecimento de Sua vontade, alcançando assim uma valiosa experiência. Por
falta de tal experiência, esses irmãos que professam a verdade andam nas
fagulhas que outros acendem. Eles não estão familiarizados com o Espírito de
Deus e não possuem conhecimento de Sua vontade; assim sendo, facilmente se
desviam da fé. São instáveis porque confiam em outros para obter experiência.
Amplas provisões foram feitas para todo filho e filha de Adão conseguir
individualmente o conhecimento da vontade divina, para aperfeiçoar o caráter
cristão e ser purificados através da verdade. Deus é desonrado por essa classe
que professa seguir a Cristo e, no entanto, não possui conhecimento prático da
vontade divina ou do mistério da piedade (T2, p. 644). 219
38
Ex-membros e membros inativos

Deve-se empregar com sabedoria todos os esforços para evitar a


apostasia, e para trazer de volta os que se desviaram – Esses foram os casos
de muitos que haviam abandonado a fé, que haviam estado em trevas, que se
desviaram do rebanho. Mas o caso do irmão A foi especial. Foram empregados
com sabedoria todos os esforços para evitar que ele abandonasse o aprisco. Mas,
após ter ele se afastado, não foram feitos esforços cuidadosos para trazê-lo de
volta. Houve mais fofoca sobre seu caso do que sincero pesar. Tudo isso o
manteve afastado do redil e motivou seu coração a se separar cada vez mais de
seus irmãos, tornando mais difícil o resgate. Como foi diferente esse
comportamento em relação ao do pastor da parábola, ao buscar a ovelha perdida!
As noventa e nove foram deixadas sozinhas no deserto, expostas ao perigo,
enquanto a perdida, separada do rebanho, estava sob maior risco ainda. Para
garantir a vida de uma, noventa e nove ficaram (T2, p. 218).
Muitos dos que se desviaram retornarão – Quando a tempestade da
perseguição realmente irromper sobre nós, as ovelhas genuínas ouvirão a voz do
verdadeiro Pastor. Serão feitos esforços abnegados para salvar os perdidos, e
muitos que se desviaram do aprisco retornarão para seguir o grande Pastor. O
povo de Deus se unirá e apresentará ao inimigo uma frente unida (T6, p. 401).
INDO EM BUSCA
Alguns pastores, cercados de apóstatas, não sentem responsabilidade
por essas pessoas – Alguns pastores que professam ter sido chamados por Deus
têm o sangue das almas em suas vestes. Estão cercados de apóstatas e pecadores,
contudo não sentem responsabilidade por essas pessoas. Manifestam indiferença
pela sua salvação. Alguns estão tão entorpecidos que não possuem qualquer
senso do trabalho do ministério evangélico. Não consideram que, como médicos
espirituais, é requerida deles perícia em ministrar aos corações enfermos pelo
pecado. O trabalho de advertir pecadores, de chorar por eles e convencê-los tem
sido negligenciado até que muitas pessoas fiquem desenganadas. Algumas têm
220
morrido em seus pecados e, no juízo, confrontarão com acusações o delito
daqueles que poderiam tê-las salvado, mas não o fizeram. Pastores infiéis! Que
retribuição os espera! (T2, p. 506).
Procurem os apostatados com a mensagem de misericórdia – Deus
operará poderosamente com Seus ministros quando o coração deles estiver cheio
de amor pelas pobres ovelhas perdidas da casa de Israel. Procurem os
apostatados, os que antes sabiam o que é religião, e deem-lhes a mensagem de
misericórdia (CS, p. 533).
Uma ovelha desgarrada enche o pastor de cuidados e apreensões – O
pastor que descobre a ausência de uma ovelha não contempla indiferentemente o
rebanho que está seguro no redil, dizendo: “Tenho noventa e nove, e me dará
muito trabalho ir em busca da desgarrada. Ela que volte; abrirei para ela a porta
do redil e a deixarei entrar.” Não. Logo que a ovelha se afasta, o pastor enche-se
de cuidados e apreensões. Conta e reconta o rebanho. Quando se certifica de que
realmente uma ovelha se perdeu, não descansa. Deixa as noventa e nove no redil,
e sai em busca da ovelha desgarrada. Quanto mais escura e tempestuosa a noite,
e quanto mais perigoso o caminho, tanto maior é a apreensão do pastor e tanto
mais diligentemente a procura. Faz todos os esforços possíveis para encontrar a
ovelha perdida (PJ, p. 187, 188).
O bom pastor deixa as noventa e nove e sai em busca da ovelha perdida
– Se há uma só pessoa afastada do redil, o pastor sabe como apresentar a verdade
de tal maneira que a alma seja convencida. Ele deixará as noventa e nove e sairá
em busca da ovelha perdida. Mas, se o pastor não visita seu rebanho, não
conhece sua condição, não sabe que verdades apresentar-lhes nem o que é
apropriado em seu caso. Mais do que isso, ao manifestar o pregador pouco
interesse nas pessoas sob seus cuidados, não pode dar o exemplo ao rebanho
para que tenha interesse, amor e cuidado vigilante pelos demais irmãos (Appeal
and Suggestions to Conference Officers, p. 18 – Ft 2).
PROCURAR GANHÁ-LOS
Nas parábolas da ovelha e da dracma perdida, Jesus ilustrou a atitude
do Céu para com os afastados – Eles devem ser conduzidos e educados de
forma afetuosa e cuidadosa como alunos na escola. Muitos têm que desaprender
teorias que foram enxertadas em sua vida. Ao se convencerem de que estiveram
em erro com respeito a temas bíblicos, são lançados em perplexidade e dúvida.
Precisam da mais terna compaixão e do mais criterioso auxílio; devem ser
cuidadosamente instruídos; deve-se orar por eles e com eles, vigiá-los e guardá-
los com a mais bondosa solicitude.
Aqueles que caíram em tentação e se afastaram de Deus precisam de ajuda.
Nas lições de Cristo, essa classe é representada pela ovelha perdida. O 221 pastor
deixou as noventa e nove no deserto e foi à procura da ovelha que se havia
perdido até que a encontrou; então retornou com alegria, trazendo-a sobre os
ombros. Também pela ilustração da mulher que procurou a moeda de prata
perdida até achar, e chamou as vizinhas para se alegrarem com ela por ter
encontrado o que estava perdido. A ligação dos anjos celestiais com o trabalho
do cristão é revelada aqui de forma clara. Há mais alegria na presença dos anjos
no Céu pelo pecador que se arrepende do que por noventa e nove pessoas justas
que não precisam de arrependimento (Lc 15:7). Há alegria da parte do Pai e de
Cristo. Todo o Céu está interessado na salvação do ser humano. Aquele que
serve de instrumento para salvar uma pessoa pode se alegrar, pois os anjos de
Deus testemunharam seus esforços com o mais intenso interesse e se alegram
com ele em seu sucesso (T4, p. 263, 264).
Que o amor de Cristo o constranja a sentir compaixão pelos perdidos –
Que os ministros da cruz de nosso querido Salvador não esqueçam sua
experiência nessas coisas, mas lembrem-se sempre de que são apenas seres
humanos, sujeitos a errar, e possuindo as mesmas paixões que seus irmãos; e
que, se ajudam a seus irmãos, precisam ser perseverantes nos esforços que fazem
para os beneficiar, tendo o coração cheio de piedade e amor. Precisam chegar ao
coração de seus irmãos e ajudá-los onde eles são fracos e mais necessitam de
auxílio.
“Os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5:17) devem quebrantar
o próprio coração duro, orgulhoso, incrédulo, se querem ver isso nos irmãos.
Cristo fez tudo por nós, porque nos viu desamparados; estávamos presos com
correntes de trevas, pecado e desespero, não podendo, portanto, fazer coisa
alguma por nós mesmos. É mediante o exercício da fé, da esperança e do amor
que chegamos cada vez mais perto da norma de perfeita santidade. Nossos
irmãos sentem a mesma comovente necessidade de auxílio que temos
experimentado. Não devemos oprimi-los com censuras desnecessárias, mas
deixar que o amor de Cristo nos constranja a ser compassivos e brandos, de
modo que choremos com os que erram e os que se desviaram de Deus. O ser
humano é de infinito valor. Esse valor só pode ser calculado pelo preço pago a
fim de redimi-lo. O Calvário! O Calvário! Somente o Calvário expressará o real
valor de um ser humano! (T3, p. 187, 188).
Os apostatados podem se levantar contra os ministros que lidam
corretamente com eles – Alguns são tão frios e decaídos que não percebem que
estão pondo suas afeições nos tesouros terrestres, que logo serão varridos para
sempre. O amor ao mundo os está imobilizando como uma camisa de força, e, a
menos que mudem de rumo, não saberão quão precioso é praticar a abnegação
por amor a Cristo. Todos os nossos ídolos, nosso amor pelo mundo, devem ser
expulsos do coração.
Há pastores e amigos fiéis que veem o perigo que rodeia essas almas
escravizadas, e, com sinceridade, lhes mostram o erro de sua conduta, mas, em
vez de aceitar as advertências no espírito em que lhes são dadas, e beneficiar-se,
elas se levantam contra os que as tratam corretamente. Quem dera 222 se
erguessem de sua letargia espiritual e se familiarizassem com Deus! O mundo
está cegando seus olhos para que não vejam Aquele que é invisível. São
incapazes de discernir as coisas mais preciosas que são de interesse eterno, mas
veem a verdade de Deus em uma perspectiva tão débil que parece de pouco valor
para elas (RH, 31 de outubro de 1893). 223
39
Ministério pessoal em favor dos membros

Um pastor disse que preferia ser açoitado a visitar – O pastor H morava


aqui e pregava às pessoas, mas não era um pastor do rebanho. Dizia às pobres
ovelhas que preferia ser açoitado a visitar. Descuidou do trabalho pessoal, de
modo que a obra pastoral não foi realizada na igreja e em seus arredores. Os
diáconos e anciãos da igreja agiram sabiamente e trabalharam criteriosamente
para manter a igreja em ordem, e assim encontramos os irmãos em muito melhor
condição do que esperávamos. Sentimo-nos decepcionados, mas felizes. No
entanto, quando olho para trás e penso no que poderia ter sido feito, se o homem
encarregado do rebanho tivesse sido fiel mordomo de Deus, cuidando das
pessoas como quem terá de prestar contas, meu coração se entristece. Se o
pregador tivesse feito o trabalho de um pastor, um número muito maior de
pessoas estaria agora se alegrando na verdade (MR9, p. 343, 344).
O isolamento e o estudo não devem substituir a visitação – Os deveres
de um pastor são muitas vezes vergonhosamente negligenciados, porque o
ministro não tem resistência para sacrificar suas inclinações pessoais para o
isolamento e o estudo. O pastor deve fazer visitas de casa em casa entre seu
rebanho, ensinando, conversando e orando com cada família, e velando pelo
bem-estar de todos. Os que têm manifestado desejo de se relacionar com os
princípios de nossa fé não devem ser negligenciados, mas completamente
instruídos na verdade (Ev, p. 350, 351).
Os ministros que pregam sem cuidar das ovelhas devem ser despedidos
– Deveres solenes têm sido negligenciados ao se aceitar ministros para trabalhar
na palavra e na doutrina que sabem apenas pregar. Eles não cuidam das pessoas
como quem terá de prestar contas. Fazem sermões, mas o trabalho que se
necessita fazer em favor das ovelhas e dos cordeiros é negligenciado. Esse tipo
de trabalho pela metade tem sido feito em toda a América, e foi pago dinheiro a
homens empregados, quando deveriam ter sido despedidos para procurar
trabalhos de menos responsabilidade e cuidado. [...]
O rebanho do Senhor tem o direito de esperar ser visitado por seu pastor, de
ser instruído e aconselhado em seus próprios lares. E, se um homem deixa de
realizar essa parte do trabalho, ele não pode ser um ministro segundo a ordem de
Deus. As igrejas que têm tais obreiros estão desorganizadas, debilitadas e
enfermas, 224 e prontas para morrer. Os sermões não são vivificados pelo Espírito
de Deus, porque a bênção divina não repousará sobre nenhum homem que
descuide do Seu rebanho (Appeals and Suggestions to Conference Officers, p.
17, 18 – Ft 2).
Siga os passos de Jesus, não visitando os lugares onde Ele viveu, mas
trabalhando como Ele trabalhou – Entre nossos obreiros há alguns que sentem
que um grande objetivo seria alcançado se seus pés pudessem pisar o solo da
antiga Jerusalém. Mas a obra e a causa de Deus nunca avançarão pelo fato de
Seus obreiros andarem por onde Jesus andou e operou Seus milagres. Você pode
seguir os passos de Cristo contemplando-O numa choupana, ministrando aos
pobres; vendo-O junto ao leito de um enfermo, confortando os sofredores, e
dando esperança e ânimo aos desesperados. Os que seguem os passos de Jesus
farão como Ele. Jesus disse: “Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se
negue, tome a sua cruz e siga-Me” (Mt 16:24) (RH, 30 de julho de 1901).
Visite com um propósito – Muitos adoram pregar, mas evitam o trabalho
que é requerido para erguer as pessoas do pecado. Os homens estão morrendo ao
nosso redor, e não temos feito nenhum esforço especial para falar-lhes de modo
sincero, interessado e afetuoso, como Cristo teria feito se estivesse na Terra.
Somos embaixadores de Cristo, sentinelas da casa de Israel, para ver os perigos
que espreitam as pessoas e adverti-las. O ministro é pastor das ovelhas, e deve
protegê-las, alimentá-las, adverti-las, repreendê-las ou encorajá-las conforme a
necessidade. A visitação é necessária, não para ter uma conversação agradável,
mas para fazer o trabalho que se requer de uma sentinela. Deve haver uma
conversa séria e oração com essas pessoas. Esse é o tipo de trabalho que dá uma
experiência valiosa na edificação do reino de Cristo (RH, 20 de outubro de
1896).
Deve-se designar mulheres para visitar – As mulheres que estão
dispostas a consagrar uma parte de seu tempo ao serviço do Senhor devem ser
designadas para visitar os doentes, cuidar dos jovens e ministrar aos pobres em
suas necessidades. Devem ser separadas para esse trabalho, mediante oração e
imposição de mãos. Em alguns casos, elas precisarão se aconselhar com os
oficiais da igreja ou com o pastor; mas, se forem mulheres dedicadas, que
mantêm ligação vital com Deus, serão um poder para o bem da igreja. Esse é
outro meio de fortalecer e edificar a igreja.
Precisamos ampliar mais nossos métodos de trabalho. Mão alguma deve
ficar amarrada, nenhuma alma desanimada, nenhuma voz silenciada; que cada
indivíduo trabalhe, em particular ou em público, para fazer avançar essa grande
obra. Ponham as cargas sobre os homens e mulheres da igreja, para que cresçam
com esse exercício, e assim se tornem instrumentos eficazes nas mãos do Senhor
para iluminar os que se acham em trevas (RH, 9 de julho de 1895). 225
MENOS SERMÕES E MAIS TRABALHO PESSOAL
Empregue menos tempo pregando e mais em serviço pessoal – É
necessário se manter em íntimo contato com o povo mediante esforço pessoal.
Se fosse gasto menos tempo em pregar sermões, e mais tempo em trabalho
pessoal, melhores seriam os resultados. Os pobres devem ser socorridos, e os
doentes, cuidados; os aflitos e os que sofreram perdas devem ser confortados, os
ignorantes, instruídos, e os inexperientes, aconselhados. Devemos chorar com os
que choram e alegrar-nos com os que se alegram. Aliada ao poder de persuasão,
da oração e do amor de Deus, essa obra não ficará – nem poderá ficar – sem
frutos (CBV, p. 143, 144).
Realize dez vezes mais por meio da visitação e da interação com as
pessoas – Não é suficiente pregar às pessoas; devemos orar com elas e por elas;
não devemos nos manter friamente afastados delas, mas aproximar-nos com
compaixão das almas que queremos salvar, visitar e conversar com elas. O
pastor que conduz o trabalho fora do púlpito de maneira apropriada realizará dez
vezes mais do que aquele que limita seu trabalho ao púlpito (RH, 8 de agosto de
1878).
Os membros treinados para depender da pregação fazem pouco por
Cristo – O trabalho do ministro não termina apresentando do púlpito a verdade.
Deve realizar com afinco, de modo pessoal, o trabalho de casa em casa,
estudando as Escrituras com as pessoas e orando com elas. Dessa maneira,
muitos serão trazidos ao conhecimento de Deus. Almas que estão à beira da
perdição serão cheias do Espírito de Cristo.
Mas essa obra tem sido negligenciada, e, por isso, as igrejas estão sem
poder. Há muitos ministros ordenados que nunca exerceram cuidado pastoral
pelo rebanho de Deus, que nunca cuidaram das pessoas como quem terá de
prestar contas. A igreja, em vez de se desenvolver, é deixada para ser um corpo
fraco, dependente e ineficaz. Os membros da igreja, treinados para depender da
pregação, fazem pouco por Cristo. Em vez de produzirem frutos, desenvolvem o
egoísmo e a infidelidade. Colocam sua esperança no pregador, confiando em
seus esforços para manter viva sua débil fé. Pelo fato de os membros da igreja
não terem sido adequadamente instruídos por aqueles que Deus colocou como
supervisores, muitos são servos inúteis, escondendo seus talentos na terra, e
ainda queixando-se da maneira pela qual o Senhor os trata. Esperam ser
cuidados como crianças doentes (RH, 21 de janeiro de 1902).
Descanse depois de pregar; então visite – Os pastores têm tudo o que
precisam para pregar a Palavra. Após pregar a verdade presente ao povo, devem
manter humilde dignidade como pregadores da exaltada verdade e seus
representantes. Eles têm de descansar após terem feito duros esforços. [...] Há
um importante 226 trabalho para aqueles que ainda possuem uma reserva de
energia e podem assumir maior carga sem sofrer danos; e, ao apresentarem a
verdade ao povo, isso é apenas o início. Então vem a pregação exemplar, o
cuidado atento, a busca do bem dos outros, a conversação, as visitas de casa em
casa, procurando perceber as condições e o estado espiritual daqueles que ouvem
suas pregações; exortando este, reprovando aquele, admoestando outro,
confortando o aflito, o sofredor e o desanimado. Tanto quanto possível, a mente
precisa estar livre de cansaço, para que possam ser como combatentes sempre
prontos para a ação, “a tempo e fora de tempo” (2Tm 4:2). Devem eles obedecer
à ordem de Paulo a Timóteo: “Medita estas coisas e nelas sê diligente” (1Tm
4:15) (T1, p. 472).
OS MEMBROS E O TRABALHO PESSOAL
A educação dos membros é essencial – Nosso trabalho estará incompleto
se não educarmos outros para ser obreiros juntamente com Deus, visitando as
famílias e orando com elas, mostrando ao mundo o que Jesus fez por nós. A
Palavra de Deus declara: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus
e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo
guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1:27). Essas palavras são ditas a todo
seguidor de Cristo. Não apenas o pastor, mas cada pessoa ligada a Ele deve
trabalhar em Sua vinha. Cristo disse: “Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês
darem muito fruto; e assim serão Meus discípulos” (Jo 15:8). Com Sua própria
vida, Cristo pagou por sua zelosa e sincera cooperação. Se não trabalharem
como fiéis missionários, serão desleais ao seu dever e decepcionarão seu
Salvador (ST, 27 de dezembro de 1899).
O treinamento faz com que a igreja cresça, apesar das
responsabilidades administrativas do pastor – A partir do momento em que
os conversos se unem ao corpo da igreja, devem ser educados para assumir
diferentes tipos de trabalho que beneficiarão não apenas a si próprios, mas
também a outros. “O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio
receberá” (Pv 11:25).
O Senhor dá aos Seus seguidores talentos intelectuais, energia e recursos.
Os que são conhecidos como homens de mente bem equilibrada, que têm em si o
amor e o temor de Deus, devem ser nomeados como diáconos e anciãos; e,
mediante o exercício da capacidade que Deus lhes deu, eles podem crescer na
graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Podem
planejar com sabedoria, e educar individualmente os membros da igreja para
desempenhar sua parte desenvolvendo os talentos de seu Senhor. Por meio do
uso correto de seus talentos, podem aumentar sua eficiência na causa de Deus. A
igreja pode ser visitada apenas ocasionalmente pelo pastor, e ainda ser uma
igreja em crescimento; pois Jesus é nosso pastor, e jamais devemos pensar que
estamos sozinhos. Jesus nunca abandona o rebanho do seu pasto. “Porque
continua para sempre, [Jesus] tem o Seu sacerdócio imutável” (Hb 7:24) (RH, 17
de janeiro de 1893). 227
A obra requer os esforços dos pastores e membros – A obra de Deus na
Terra jamais poderá ser terminada a não ser que os homens e as mulheres que
constituem a igreja reanimem-se no trabalho e unam seus esforços aos dos
pastores e oficiais da igreja. [...] Treinamento e educação são necessários. Os
que estão empenhados em visitar as igrejas devem ensinar aos irmãos e às irmãs
os métodos práticos de fazer trabalho missionário (T1, p. 117).
Os visitadores devem ser treinados – Há alguns que possuem certa
experiência, os quais devem, com todo esforço que fazem em igrejas em declínio
bem como em lugares novos, escolher rapazes ou homens de idade madura para
ajudá-los na obra. Obterão assim conhecimento, interessando-se no esforço
individual, e muitos serão preparados para servir como instrutores bíblicos,
colportores e visitadores entre as famílias (Ev. p. 470). 228
40
Visitação aos membros de grupos especiais
FAMÍLIAS
229
Visitar as famílias pode ser a obra mais proveitosa que um pastor
possa realizar – Essa parte do trabalho pastoral não deve ser negligenciada ou
transferida para a esposa ou qualquer outra pessoa. Vocês devem se educar e
treinar a si mesmos para visitar cada família à qual seja possível ter acesso. Os
resultados dessa obra testificarão de que é o trabalho mais proveitoso que um
ministro do evangelho pode realizar (Ev, p. 440).
A maneira de medir a eficácia da sua pregação é visitando as famílias
às quais pregou – Como você poderá saber se a palavra falada do púlpito foi um
cheiro de vida para a vida, a menos que visite as famílias, ore com elas, e
descubra sua verdadeira situação espiritual, a real condição de sua experiência,
para que possa indicar-lhes o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo? Há
necessidade de que o Espírito de Deus sopre sobre eles e lhes dê vida espiritual.
As igrejas precisam ser iluminadas com respeito à religião prática na vida do lar
(Address to Ministers, p. 17 – Ft 118).
Falar palavras úteis e animadoras no lar é muito mais eficaz do que
pregar – Essa é a obra missionária no lar, uma obra que os ministros de Deus
devem se esforçar por fazer fielmente. Não devem apenas pregar, mas também
ministrar, indo de casa em casa e conhecendo as diferentes famílias da igreja,
algumas das quais podem estar convertidas, enquanto outras estão sem Deus e
sem esperança no mundo. É possível pregar muitos sermões sem realizar o
trabalho essencial para o bem-estar do povo de Deus. Os sermões pregados
devem ser seguidos de trabalho pessoal. A obra que pode ser feita ao visitar as
pessoas em seus lares, e falando-lhes palavras úteis e animadoras, será muito
mais eficaz do que o trabalho feito através da pregação (RH, 31 de janeiro de
1899).
Ao visitar, procure conversar com todos os membros da família, quer
professem a verdade, quer não – Visitar de casa em casa constitui uma
importante parte 230 do trabalho do pastor. Ele deve ter como alvo conversar com
todos os membros da família, quer professem a verdade, quer não. É seu dever
examinar a condição espiritual de todos e viver tão próximo de Deus que possa
aconselhar, exortar e reprovar cautelosamente e com sabedoria. Precisa ter a
graça de Deus no próprio coração e a glória do Senhor constantemente em vista.
Toda insensatez e superficialidade é claramente proibida na Palavra de Deus.
Sua conversação deve ser sobre o Céu, e suas palavras temperadas com graça
(T2, p. 338).
A oração deve fazer parte de cada visita familiar – Há outro ponto de
que quase me esqueci. É a influência que o pregador precisa exercer em seu
ministério. Sua obra não é meramente estar no púlpito. Nesse lugar, ela apenas
começa. Ele precisa relacionar-se às diversas famílias e levar-lhes Cristo,
explicando-lhes seus sermões e os demonstrando em palavras e ações.
Ao visitar uma família, ele deve perguntar sobre suas condições. É ele o
pastor do rebanho? A obra de um pastor não é realizada totalmente no púlpito.
Ele deve conversar com todos os membros de seu rebanho, com os pais e com os
filhos para conhecer seu modo de pensar. Um pastor precisa alimentar o rebanho
que Deus lhe encarregou de cuidar. Seria conveniente ir às casas e estudar, mas,
se fizer isso negligenciando o trabalho que Deus lhe comissionou, comete um
erro.
Nunca deixe a casa de uma família sem antes convidá-la a reunir-se e, de
joelhos, orar com ela. Pergunte sobre sua saúde espiritual. O que um médico
competente faz? Ele procura descobrir detalhes de cada caso e então receita os
medicamentos. Assim também o médico espiritual deve procurar saber sobre as
doenças espirituais que afligem os membros de seu rebanho, e então administrar
os remédios adequados e suplicar que o grande Médico venha em seu auxílio.
Deem a ajuda de que eles necessitam. Pastores assim receberão todo respeito e
honra que lhes são devidos como ministros de Cristo. Trabalhando por outros,
manterão a própria vida espiritual. Devem buscar forças de Deus para partilhar
com aqueles a quem ministram (T2, p. 618, 619).
POBRES
Todo pastor deve ser amigo dos pobres – Todo ministro do evangelho
deve ser amigo dos pobres, dos aflitos e oprimidos dentre o povo crente de Deus.
Cristo foi sempre amigo dos pobres, e os interesses destes devem ser
considerados sagrados. Muitas vezes tem havido uma surpreendente carência de
compaixão e amorável interesse cristão pelos pobres e aflitos. Amor, um sagrado
e aprimorado amor deve ser mostrado pelos pobres e desafortunados (MS, p.
310).
DESANIMADOS
Nada dará maior resistência espiritual do que ministrar aos doentes e
desanimados – Nada dará maior energia espiritual, mais 231 acréscimo de fervor
e profundidade de sentimentos do que visitar e servir os doentes e
desencorajados, ajudando-os a ver a luz e a firmar em Jesus sua fé. Há deveres
desagradáveis a serem cumpridos por alguém, do contrário, pessoas serão
deixadas a perecer. Os cristãos encontrarão bênçãos em cumprir esses deveres,
embora sejam desagradáveis.
Cristo empreendeu a difícil tarefa de vir da mansão de pureza e glória para
viver, como homem entre os homens, em um mundo cauterizado e manchado
por crime, violência e iniquidade. E fez isso para salvar pessoas. Será que
aqueles que são objeto de tão surpreendente amor e incomparável gesto irão
justificar sua vida de comodidade egoísta? Buscarão o próprio prazer? Seguirão
suas inclinações e deixarão as pessoas perecerem nas trevas, pelo fato de terem
de enfrentar decepções e desgostos se trabalharem para salvá-las? Cristo pagou
um preço infinito pela redenção do homem, e será que este irá dizer: “Meu
Senhor, não quero trabalhar em Tua vinha; ‘por favor, desculpe-me’ (Lc
14:18)”? (T4, p. 75, 76).
Ministre especialmente aos desanimados por sentimento de culpa – O
ministério não consiste somente em pregar. Aqueles que aliviam o enfermo e o
sofredor, ajudando o necessitado, falando palavras de conforto aos desanimados
e aos de pequena fé são os que ministram. Perto e longe há pessoas atormentadas
por um sentimento de culpa. Não são os sofrimentos, as lutas ou a pobreza que
rebaixam e degradam a humanidade. É o sentimento de culpa, o mau
procedimento. Isso traz inquietação e insatisfação. Jesus deseja que Seus filhos
ministrem às almas enfermas pelo pecado. Os que são fortes devem suportar as
fraquezas dos fracos até que eles se fortaleçam (RH, 19 de julho de 1898).
Ao visitar os desesperançados, levem uma fisionomia alegre, palavras
de esperança e um aperto de mão – A missão de Cristo era curar os enfermos,
encorajar os desesperançados e cuidar dos aflitos. Essa obra de restauração deve
ser promovida entre os necessitados sofredores da humanidade. Deus pede não
apenas a benevolência de vocês, mas também sua fisionomia alegre, suas
palavras de esperança e seu aperto de mão. Aliviem alguns dos aflitos de Deus.
Alguns estão enfermos, e a esperança os abandonou. Devolvam-lhes a alegria.
Há pessoas que perderam a coragem; falem com elas; orem por elas. Há os que
necessitam do Pão da Vida. Leiam para eles a Palavra de Deus. Há uma
enfermidade da alma que nenhum bálsamo pode aliviar e nenhum remédio curar.
Orem por esses e os conduzam a Jesus. E, em todo o seu trabalho, esteja Cristo
presente para impressionar o coração humano (BS, p. 71).
As trevas dos membros desanimados podem ser dissipadas, se eles
forem levados a trabalhar pelos mais necessitados – Nossos pastores podem
visitar nossas igrejas e fazer orações públicas a Deus para consolar os
entristecidos, pedindo-Lhe que expulse as dúvidas de sua mente e lance luz
sobre seu coração obscurecido. Mas isso não será tão eficaz para ajudar esses
membros pesarosos, incrédulos, carregados de pecados, como levá-los a
trabalhar pelos que são 232 mais necessitados do que eles próprios. As trevas
serão dissipadas, se eles puderem ser guiados a ajudar os outros (RH, 5 de maio
de 1904).
DOENTES
Ministrar aos aflitos faz parte do trabalho do pastor – Buscar o povo
exatamente onde ele estiver, seja qual for sua posição ou condição, e ajudá-lo de
todo modo possível – eis o ministério evangélico. Os que estão doentes do corpo
quase sempre estão também doentes da mente, e, quando a mente está enferma, o
corpo também é afetado. Os ministros devem sentir ser parte de seu trabalho
atuar em favor dos enfermos e aflitos sempre que, para isso, se apresente uma
oportunidade. O ministro do evangelho deve apresentar a mensagem, e esta
precisa ser recebida, caso se espere que o povo se santifique e se prepare para a
vinda do Senhor. Essa obra deve abranger tudo o que foi contemplado pelo
ministério de Cristo (T6, p. 301).
Os membros da igreja devem ser instruídos a visitar os enfermos – As
igrejas têm sido instruídas de tal maneira que não sentem responsabilidade
especial de visitar, falar da verdade, orar uns pelos outros, visitar os enfermos,
animá-los, demonstrar-lhes compaixão e amor, e convencê-los de que, em
Cristo, eles são membros do mesmo corpo (MR6, p. 69).
Quando os pastores de muita fé oram pelo enfermo, a humanidade é
posta em contato com a Divindade – Ao ter a consciência despertada, muitas
pessoas aflitas, sofrendo diferentes doenças, em resultado de contínuas
transgressões, exclamam: “Senhor, tem misericórdia de mim, pecador; faze-me
Teu filho!” É então que o pastor, forte na fé, deve estar pronto a dizer ao
sofredor que há esperança para o arrependido; que, em Jesus, todo aquele que
anseia auxílio e aceitação pode encontrar livramento e paz. Aquele que, em
mansidão e amor, assim leva o evangelho à alma aflita, tão necessitada de sua
mensagem de esperança, é um porta-voz dAquele que Se entregou pela
humanidade. Ao ele proferir palavras eficazes, adequadas, e ao orar por uma
pessoa no leito de dor, Jesus faz a intercessão. Deus fala por lábios humanos. O
coração é tocado. A humanidade é posta em contato com a Divindade (OE, p.
213, 214).
A UNÇÃO E A CURA DIVINA
Os pastores devem não apenas “pregar o reino”, mas também orar
pelos aflitos – Quando enviou Seus discípulos para pregar a Palavra, “deu-lhes
Jesus autoridade [...] para curar toda sorte de doenças e enfermidades” (Mt 10:1).
Eles deveriam “pregar o reino de Deus e [...] curar os enfermos” (Lc 9:2). Essa
foi a dupla ordem que lhes deu. A mesma ordem é dada aos nossos pastores.
Eles devem elevar orações pelos aflitos, para que o Senhor Deus de Israel possa
tomar esses casos aos Seus cuidados. Se Seus obreiros colaborarem com Ele, se
perceberem o caráter sagrado da 233 obra que Cristo fez, e a obra que Ele deseja
que façam, seu ministério será marcado por uma consagração que dará evidência
de sua inspiração celestial (AUCR, 20 de fevereiro de 1911).
Não afirme ser um realizador de milagres – Multidões já me ouviram
falar e leram meus escritos, mas ninguém jamais me ouviu dizer que opero
milagres. Às vezes sou chamada para orar pelos doentes, e a Palavra de Deus se
cumpre: “Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os
presbíteros da igreja, para que estes orem sobre ele e o unjam com óleo, em
nome do Senhor. E a oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará.
E se houver cometido pecados, ele será perdoado” (Tg 5:14, 15). Cristo é o
grande operador de milagres. A Ele seja toda a glória (MR19, p. 372).
A unção não cura o doente. Jesus é quem cura – Alguns têm feito a
pergunta: “A irmã White tem curado doentes?” Respondo: “Não, de forma
alguma; a irmã White, muitas vezes, foi convidada a orar pelos doentes e a ungi-
los com óleo em nome do Senhor Jesus, e, com eles, ela tem reivindicado o
cumprimento da promessa: ‘A oração feita com fé curará o doente’ (Tg 5:15).”
Nenhum poder humano pode salvar o doente; no entanto, por meio da oração da
fé, o Poderoso Restaurador tem cumprido Sua promessa aos que invocam Seu
nome. Nenhum poder humano pode perdoar pecados ou salvar o pecador.
Ninguém pode fazer isso, senão Cristo, o misericordioso Médico do corpo e da
alma (ME3, p. 295).
Não se deve solicitar a unção por uma pequena indisposição – Entendo
que o texto de Tiago deva ser posto em prática quando a pessoa está enferma em
seu leito, se ela chama os anciãos da igreja, e eles seguem as indicações de
Tiago, ungindo o doente com óleo em nome do Senhor, orando sobre ele a
oração da fé. Lemos: “A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o
levantará. E se houver cometido pecados, ele será perdoado” (Tg 5:15).
Não devemos chamar os anciãos da igreja para cada pequena indisposição
que tenhamos, pois isso seria impor uma carga sobre eles. Se todos fizessem
isso, seu tempo estaria todo ocupado, e eles não poderiam fazer mais nada; o
Senhor nos dá, porém, o privilégio de buscá-Lo individualmente em fervorosa
oração, ou abrir diante dEle nossa alma, nada ocultando dAquele que nos
convidou: “Venham a Mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e Eu
lhes darei descanso” (Mt 11:28). Quão gratos devemos ser por Jesus estar
desejoso e ser capaz de levar todas as nossas enfermidades, fortalecer-nos e sarar
todas as nossas doenças, se for para o nosso bem e para a Sua glória! Alguns
morreram nos dias de Cristo e nos dias dos apóstolos, porque o Senhor sabia
precisamente o que era melhor para eles (MS, p. 16, 17).
A unção deve ser oferecida normalmente aos que guardam os
mandamentos – Você pergunta se devemos orar somente pelos que têm 234 a
mensagem do terceiro anjo, ou por todos os que o solicitarem, e assim por
diante. Tiago 5 é a regra a seguir: “Entre vocês há alguém que está doente?...”
(Tg 5:14). Trata-se daqueles que estão entre nós. Deus me mostrou que os que
guardam os mandamentos não têm nada que ver [no que se refere à unção e
oração especial] com os enfermos dentre aqueles que diariamente pisoteiam
esses mandamentos, a menos que seja um caso especial em que a pessoa tenha se
convencido da verdade e esteja decidida a aceitá-la. Deve-se manter uma parede
de separação entre os que guardam os mandamentos e os que os pisam (Carta 4,
1857, citada em BIO1, p. 404).
Ellen White efetuou uma cerimônia de unção – Logo depois que a
reunião terminou, a irmã Meade, que havia sido afligida por uma febre
persistente, pediu que orássemos por ela. Os irmãos Holt, Wheeler, Stowell,
Tiago e eu nos dirigimos a um quarto. Depois que a ungi com óleo e oramos por
ela, foi curada totalmente e caiu prostrada pelo poder de Deus. Nessa noite,
subimos a um bote de remos e fomos pelo lago por mais ou menos um
quilômetro e meio até a casa do irmão Meade. Sua irmã estava lá com um filho
muito doente. Nós o ungimos com óleo e oramos por ele, e o Senhor ouviu
nossas orações (MR5, p. 239). 235
Organização e administração

41
Educação cristã
237
Incentive os jovens a frequentar nossas escolas – Os jovens devem ser
incentivados a frequentar nossas escolas, que devem tornar-se cada vez mais
semelhantes às escolas dos profetas. Nossas escolas têm sido estabelecidas pelo
Senhor, e, se forem dirigidas em harmonia com Seu propósito, os jovens a elas
enviados serão preparados rapidamente para se empenharem nos diversos ramos
da obra missionária. Alguns serão treinados para entrar no campo como
enfermeiros missionários, outros como colportores, evangelistas, professores e
pastores (FEC, p. 489).
A educação cristã deve estar disponível a todos, não apenas a uns
poucos privilegiados – A igreja está adormecida e não avalia a magnitude do
assunto. Alguém pode dizer: “Para que ser tão exigente em educar nossa
juventude? Parece-me que, se alguns que decidiram seguir uma vocação literária
ou alguma outra vocação que requer certa disciplina receberem a devida atenção,
isso já é o suficiente. Não é preciso que toda a nossa juventude seja tão bem
preparada. Isso já não atende a todas as exigências necessárias?” Respondo:
“Não! Definitivamente, não.” Como seríamos capazes de escolher dentre nossos
jovens? Como dizer quem será mais promissor e quem haverá de prestar o
melhor serviço para Deus? Em nosso juízo humano, poderemos fazer como fez
Samuel que, quando enviado a buscar o ungido do Senhor, olhou para a
aparência exterior (T6, p. 197).
OBJETIVO
Unicamente os que cooperam com o Céu sabem o que significa a
verdadeira educação – Quando a Palavra de Deus é posta de lado, sendo
substituída por livros que desviam as pessoas de Deus, e que confundem o
entendimento no que se refere aos princípios do reino dos Céus, a educação dada
é uma perversão do que se entende por este nome. A menos que o estudante
tenha um alimento mental puro, completamente excluído daquilo a que se chama
“educação superior”, e que está misturado com conceitos de incredulidade, ele
não pode verdadeiramente conhecer a Deus. Unicamente os que cooperam com o
Céu no plano da salvação podem saber o que significa, em sua simplicidade, a
verdadeira educação (CPPE, p. 15). 238
A educação cristã deve encher a mente e ensinar a comunicar – Não
basta encher a mente dos jovens com lições de profunda importância; eles devem
aprender a transmitir o que receberam. Seja qual for a posição ou os bens de um
indivíduo que possua conhecimento da verdade, a Palavra de Deus lhe ensina
que, de tudo quanto tenha, ele é apenas depositário. Isso lhe é emprestado a fim
de provar-lhe o caráter. Seus negócios temporais, talentos, recursos,
oportunidades de serviço, tudo deve ser creditado Àquele a quem ele próprio
pertence, pela criação e redenção. Deus nos concede Seus dons a fim de
servirmos aos outros, tornando-nos, assim, semelhantes a Ele. Aquele que se
esforça por obter conhecimento para poder trabalhar em prol dos ignorantes e
dos que estão perecendo está desempenhando sua parte no cumprimento do
grande desígnio de Deus para com a humanidade. No serviço desinteressado em
benefício dos outros, ele está satisfazendo o elevado ideal da educação cristã
(CPPE, p. 545).
Pastores têm demonstrado sua carência de sabedoria ao introduzirem
elementos mundanos em nossos colégios – Foi perdido de vista o objetivo de
Deus em trazer à existência o colégio. Pastores têm mostrado sua carência de
sabedoria do Alto a ponto de unir um elemento mundano com o colégio; uniram-
se com os inimigos de Deus e da verdade para prover entretenimento aos
estudantes. Ao encaminhar dessa forma os jovens, fazem uma obra para Satanás.
Eles terão de enfrentar de novo essa obra, com todos os seus resultados, diante
do tribunal de Deus. Os que seguem tal conduta demonstram que não são dignos
de confiança. Depois da má obra que têm feito, eles podem confessar seu erro;
mas será que conseguirão, com a mesma facilidade, reverter a influência que
exerceram? Será proferido o “muito bem” (Mt 25:21) em relação aos que têm
feito mau uso do que se lhes confiou? Esses homens infiéis não têm construído
sobre a Rocha Eterna. Logo ficará claro que seu fundamento é areia movediça.
“Vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem
quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus” (Tg 4:4) (T5, p. 33).
PROFESSORES
Os professores podem realizar uma obra de maior importância do que
a do pastor – Os professores de nossas escolas devem ser selecionados dentre a
melhor classe. Devem ser cristãos de experiência que têm uma mente
equilibrada, homens e mulheres que aprenderam a lição do autocontrole. Então
poderão educar e realizar uma obra de maior importância do que a do pastor na
pregação da Palavra. Podem preparar o terreno para que a verdade cause efeito
sobre o coração humano (MR13, p. 95, 96).
Os professores cristãos, sabendo que eles mesmos às vezes transgridem
as regras de Deus, não devem ser severos com os estudantes que
transgridem as regras da escola – Estou alarmada por sua causa em Battle
Creek. Os professores são muito rigorosos em acusar e castigar os alunos que
violam as regras mais insignificantes, não com más 239 intenções, mas por
descuido. Também há certas circunstâncias que fazem com que não seja pecado
desviarem-se de regras estabelecidas, as quais não devem ser mantidas com
inflexibilidade se forem transgredidas; no entanto, a pessoa culpada é tratada
como se houvesse pecado gravemente.
Professores, desejo que considerem onde vocês estão, que arrazoem e
pronunciem juízo contra vocês mesmos; porque vocês não somente têm
infringido as regras, mas sido ríspidos e severos com os estudantes; e, além
disso, há um conflito entre vocês e Deus. Vocês não têm feito caminhos retos
para os seus pés, para que não se extravie o que é manco. Vocês se desviaram
dos caminhos seguros. Digo “professores”; não menciono nomes. Deixo a
aplicação à sua própria consciência.
O Senhor Deus de Israel tem operado repetidas vezes entre vocês. Vocês
têm tido grandes evidências das majestosas atuações do Altíssimo. Mas um
período de grande luz, de maravilhosas revelações do Espírito e poder de Deus, é
um período de grande perigo, se não for aproveitada a luz. Que tal considerarem
Jeremias 17:5-10 e 18:12-15? Pois, sem dúvida alguma, vocês estão incorrendo
no desagrado de Deus. A luz tem incidido sobre vocês com raios claros e
invariáveis. O que essa luz tem feito por vocês? Cristo, o Supremo Pastor, os
contempla com desaprovação, e pergunta: “Onde está o rebanho que te foi
confiado, o teu lindo rebanho?” (Jr 13:20) (FEC, p. 222).
O PRÉDIO DA ESCOLA
A sala de aula é tão necessária quanto o edifício da igreja – Essa é a
obra a ser realizada na América, na Austrália, na Europa e onde quer que grupos
sejam trazidos à verdade. Os grupos que se formam necessitam de um lugar para
a adoração. São necessárias escolas em que a instrução bíblica seja oferecida às
crianças. A sala de aula é tão necessária quanto o edifício da igreja. O Senhor
tem pessoas para ser envolvidas na obra de estabelecer escolas paroquiais, tão
logo algo seja feito para preparar o caminho para elas (T6, p. 109).
Os membros devem considerar um privilégio e uma bênção para a
igreja ter um edifício escolar – Irmãos e irmãs, o que vocês farão para ajudar a
construir uma escola paroquial? Cremos que cada um considerará um privilégio
e uma bênção que tenhamos esse edifício escolar. Peguemos o espírito da obra,
dizendo: “Nós ‘nos levantaremos e edificaremos’ (Ne 2:20)”. Se todos se
envolverem no trabalho de forma unida, logo teremos um prédio escolar no qual
todos os dias será ensinado aos nossos filhos o caminho do Senhor. Ao fazer o
melhor que podemos, a bênção do Senhor estará sobre nós. Não nos
levantaremos e edificaremos? (ME3, p. 213).
FINANCIAMENTO
As mensalidades não devem ser tão baixas que as escolas se endividem
– Dizem os irmãos que pastores e pais alegam que há dezenas e dezenas de
jovens em nossas fileiras que necessitam das vantagens oferecidas em nossas
escolas missionárias, os quais não as podem frequentar a menos que as
mensalidades sejam menores. Mas os que pleiteiam preços mais baixos 240
devem ponderar cuidadosamente todos os lados da questão. Se os alunos não
podem por si mesmos dispor de suficientes recursos para pagar o custo real de
uma boa educação, não seria melhor que os pais, amigos, as igrejas de que são
membros ou irmãos de coração generoso e liberal da Associação à qual
pertencem os ajudassem, do que se trouxesse sobre a escola um fardo de
dívidas? Seria muito melhor insistir com os muitos patrocinadores da instituição
para partilharem as despesas do que a escola ficar com dívidas (T6, p. 212).
As responsabilidades financeiras de nossas escolas não devem ser
impostas sobre os pastores – Muito frequentemente, pastores têm sido levados
a assumir responsabilidades para as quais de maneira alguma estavam aptos.
Esses encargos devem ser colocados sobre homens dotados de tato comercial,
que podem se dedicar aos negócios, que podem visitar as escolas e manter um
relatório das condições financeiras, e que também estão aptos a dar instruções
quanto a manter a contabilidade. O trabalho da escola deve ser inspecionado
várias vezes por ano. Desempenhem os pastores o papel de conselheiros, mas
não se coloque sobre eles as responsabilidades financeiras (T6, p. 216).
TRABALHOS MANUAIS
Os estudantes devem ser mantidos ocupados em trabalho útil – A
influência para o bem que o trabalho manual tem exercido sobre os estudantes é
de maior proveito do que a perda financeira, e a excederia mesmo que esta fosse
dez vezes maior do que é. Quantas pessoas esse trabalho ajudou a salvar, só se
saberá no dia do juízo. Satanás sempre encontra alguma maldade para as mãos
ociosas fazerem. Mas, quando os alunos são mantidos ocupados em trabalho útil,
o Senhor tem oportunidade de trabalhar com eles (MR2, p. 216). 241
42
Construção de templos

A verdade perde muito da sua influência se a igreja se encontra num


lugar indesejável – Sentimos muito a necessidade de uma igreja. Se tivéssemos
nos movimentado com fé, e começado a construir uma igreja antes, teria sido
melhor, muito melhor para o progresso da obra. Isso teria dado importância e
caráter a nossa obra. Tendo que vir de tão grande distância da estrada ao matagal
para chegar ao local das reuniões, e então subir os degraus até o moinho –
frequentemente expostos ao frio e ao calor – e rodeados de todo tipo de móveis e
utensílios, não honrou a Deus ou inspirou ideias sagradas às pessoas. A força da
verdade perde muito da sua influência sobre a mente por causa daquilo que está
em volta. Tenho visto e lamentado esse fato, mas a escassez de recursos nos tem
deixado preocupados (MR13, p. 407).
Nosso trabalho num lugar novo não é considerado permanente
enquanto não for construída uma igreja – Precisamos ter agora um lugar de
reuniões. As pessoas estão dizendo: “Esta gente logo irá embora, e como não
têm um templo, irão se espalhar.” Queremos ver um templo antes de voltarmos
para a América. Carrego a igreja de Maitland em meu coração (MR7, p. 90).
Alugar uma igreja é uma providência aceitável, mas temporária –
Quando a tenda grande foi retirada, nosso povo tomou providências para usar a
igreja Congregacional, na esquina das ruas Eighteenth e Market, para os nossos
cultos de sábado. Alguns meses atrás, nosso templo próprio, em Oakland, foi
vendido, e nossos irmãos e irmãs estão se reunindo nessa igreja alugada até que
se consiga algo permanente (RH, 29 de novembro de 1906).
LOCALIZAÇÃO
Adquira um terreno em local favorável – É justo ter uma casa de culto
cômoda na cidade de Portland. Nossos irmãos lá fizeram bem em adquirir um
terreno favoravelmente situado entre a parte comercial da cidade e o grande
parque chamado “The Deerings’ Oaks” (RH, 18 de maio de 1911). 242
Os meios de transporte devem ser considerados ao escolher o local para
a igreja – Devo dirigir-me a você com respeito à proposta da construção de seu
templo. Estou contente com o terreno escolhido. Fica perto da linha do bonde, o
que é conveniente para quem vem de longe (MR21, p. 93).
Não construa em terreno pequeno demais – No domingo, falamos com
os irmãos novamente. Nossa reunião durou mais de três horas, porque
discutimos a fundo os planos e projetos da construção da nova capela. Fomos ver
a área escolhida para a construção do templo. O terreno adquirido era pequeno, e
daria aos que comprassem o lote ao lado o direito de construir junto às paredes
da capela, tapando assim a luz do sol que seria tão necessária. Aconselhamos
que se comprasse também o terreno do lado, que os localizaria em uma área de
esquina, em cujas proximidades nenhum prédio poderia ser construído (RH, 27
de setembro de 1887).
PROJETO
O prédio da igreja deve ser simples e econômico, em vez de sofisticado
e caro – Necessitamos de um templo em Oakland. Logo será construído um
lugar de culto econômico e simples. Nisso os irmãos e irmãs de Oakland devem
mostrar que temem ao Senhor, recusando-se a construir um templo sofisticado e
caro. Estamos vivendo em tempos perigosos; os juízos se seguirão um ao outro.
Revelemos agora em nossas obras que cremos que o tempo do juízo de Deus se
aproxima, que está chegando o dia em que não haverá certeza de coisa alguma
neste mundo. Por nossas obras e também por nosso testemunho, precisamos
dizer ao mundo que o fim de todas as coisas está perto (MR6, p. 320, 321).
Três coisas a serem recomendadas num templo: beleza, instalações da
Escola Sabatina, e potencial para ampliação – Fomos levados para dar uma
rápida olhada no templo. Seu aspecto é bom, com uma fachada de pedra. Por
dentro há um agradável auditório para as pessoas se reunirem. As janelas e as
portas da frente são adornadas com vidros coloridos de bela aparência. Quatro
cadeiras, tais como se usam nas igrejas, estão na plataforma, que tem boa
simetria. O púlpito e as cadeiras de encosto alto se harmonizam. Os assentos e os
braços são revestidos de veludo vermelho, material geralmente usado.
Não passei muito tempo observando todas as vantagens daquele templo,
mas louvo ao Senhor porque todas as dívidas foram pagas. Além do custo de
construção, foi investido muito dinheiro para reformá-lo completamente para
que se tornasse o que é. Agora tudo está terminado. Há várias salas. O auditório
dá acesso a uma delas e tem cadeiras para as classes da Escola Sabatina. Se for
necessária uma ampliação, as divisórias poderão ser removidas facilmente.
Dentro de Washington e a uma curta distância do Capitólio, esta é uma vitória
conquistada, que nos foi concedida por ordem do Senhor, que tem visto as
necessidades que devem ser supridas. Quero 243 louvar a Deus em voz alta por
esse belo edifício, todo pronto para ser rededicado ao Senhor, e no qual o Seu
povo O servirá (MR5, p. 119).
Os templos devem ser simples, limpos, confortáveis e de dimensões
adequadas – A influência de uma casa de culto é muito necessária, não apenas
em Melbourne, mas em outras igrejas nossas. Um templo simples, limpo,
confortável e de dimensões adequadas encheria seus corações de gratidão e daria
àqueles que não são de nossa fé uma oportunidade de assistir nossas reuniões e
ouvir as palavras de vida. Não é preciso ter um órgão caro, nada para mera
exibição; o que se deseja é um templo que possa ser dedicado a Deus, e ao qual
as pessoas possam vir e sentir-se em casa, e onde haja pregação espontânea,
oração e cânticos dos quais toda a congregação possa participar, e onde os
arredores estejam inteiramente em harmonia com a fé que professamos (GCDB,
28 de janeiro de 1893).
CONSTRUÇÃO
Ao edificar um templo, não se deve gastar dinheiro desnecessariamente
nem fazer uma obra de segunda categoria – Embora não se deva gastar um
centavo desnecessariamente na construção deste templo, também não se deve
fazer uma obra de segunda categoria. Planeja-se utilizar o pavimento de baixo
para fins escolares. É correto fazer provisão para que as nossas crianças sejam
protegidas dos perigos existentes nas escolas públicas. Se esse plano for
concretizado, o pavimento de baixo deverá ser bem acabado; e isso não pode ser
feito sem dinheiro (RH, 18 de maio de 1911).
Às vezes é possível conseguir que os membros doem material e mão-de-
obra para construir um templo – Antes que esta obra fosse terminada, surgiu o
problema de providenciar uma casa de culto em Cooranbong. Esse problema se
mostrou bastante complicado. Parecia que já havíamos doado tudo que
podíamos, e que seria impossível levantar recursos suficientes para construir
uma casa de culto adequada. Finalmente, durante um concílio em que o assunto
entrou em pauta, me ofereci para visitar nossa comunidade e tentar conseguir
doações de material e mão-de-obra. Acompanhada por minha secretária, visitei
os trabalhadores que residiam numa extensão de vários quilômetros da
redondeza, e pedi ajuda. Justamente nessa ocasião, aconteceu que vários
carpinteiros que haviam trabalhado no prédio escolar estavam temporariamente
sem trabalho; e esses homens responderam generosamente, oferecendo-se para
trabalhar na construção da casa de adoração a um salário muito baixo – menos
da metade do salário normal. Alguns trabalharam de graça uma parte do tempo
(RH, 26 de maio de 1904).
FINANCIAMENTO
É melhor construir um templo sem fazer dívidas – Em Hamilton, onde
foi realizada a campal, estamos planejando construir um templo. O 244 terreno foi
comprado, mas não deve haver dívida do lugar. Assim, esperamos que o Senhor
abra o caminho. Ele fará isso. Sua promessa não falha. Uma parte do dinheiro já
foi conseguida. Doei cinquenta libras para a construção da igreja de Brisbane e
outras cinquenta para a igreja em Hamilton. Quando recebermos o dinheiro,
começaremos a construir uma humilde casa de adoração (MR17, p. 126).
Os membros devem estar dispostos a trabalhar com as próprias mãos
para providenciar um templo – Sempre que possível, ao serem dedicadas a
Deus, que as igrejas estejam livres de dívidas. Quando uma igreja vai ser
construída, os membros devem se mobilizar e construir. Sob a orientação de um
pastor que seja guiado pelos conselhos de seus companheiros de ministério, que
os recém-convertidos trabalhem com suas próprias mãos, dizendo: “Precisamos
de uma casa de reuniões, e vamos tê-la.” Deus pede a Seu povo que faça
corajosos e unidos esforços em Sua causa. Faça-se assim, e em breve se ouvirão
vozes de ações de graças: “Que coisas Deus tem feito!” (Nm 23:23) (OE, p.
432).
Em alguns casos, é melhor tomar dinheiro emprestado do que não
construir – Existem casos em que uma igreja nova não é capaz de arcar
imediatamente com todo o peso da construção de um prédio. Quando for assim,
que os irmãos de outras igrejas ajudem. Em alguns casos, será preferível pegar
dinheiro emprestado a deixar de construir. Se alguém tem dinheiro e, após
ofertar o que pode, ainda puder emprestar, que o faça sem juros ou com uma
taxa baixa; assim é justo empregar o dinheiro até que seja possível saldar a
dívida. Mas, repito: sendo possível, os prédios de igrejas devem ser dedicados
livres de dívida (T6, p. 101).
MANUTENÇÃO
Deve-se cuidar da casa de culto, mas não com os dízimos – O Senhor
instruiu a Moisés quanto a Israel: “Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam
azeite puro de oliveira, batido, para o candelabro, para que haja lâmpada acesa
continuamente” (Êx 27:20). Essa devia ser uma oferta contínua, para que a casa
de Deus fosse adequadamente suprida com aquilo que era necessário para o
serviço divino. Seu povo hoje deve se lembrar de que a casa de adoração é
propriedade de Deus, e que ela deve ser escrupulosamente cuidada. Mas os
recursos para esse trabalho não devem provir do dízimo (T9, p. 248).
AJUDANDO OUTROS A CONSTRUIR
Deve-se fazer sacrifícios para construir templos em todo o mundo –
Como povo, devemos praticar a abnegação e a economia. Toda pessoa deve
fazer um pacto de sacrifício com Deus. Não devemos gastar dinheiro com roupas
luxuosas e móveis caros. Somos peregrinos e estrangeiros em busca de um país
melhor, o celestial. O tempo é curto, e cada dólar que não precisa ser usado para
suprir as verdadeiras necessidades deve ser trazido como oferta de gratidão 245 a
Deus. Tudo pertence ao Senhor, e Ele me mostrou que devem ser edificadas
casas de culto e escolas por todo este país e nas ilhas do mar; que nossos
dirigentes não devem construir para fazer exibição ou para satisfazer a ambição e
o orgulho. Se o Senhor os favoreceu mais do que a nossos irmãos em outros
países, eles devem ajudar com verdadeira liberalidade os que têm grande
necessidade de possuir um lugar de reunião, dando assim personalidade à obra
(TSA, p. 63).
Áreas prósperas não devem investir demais em edifícios, quando há
outras partes do mundo que nada têm – Desejo lembrar meus irmãos das
precauções e advertências que me foram dadas em relação ao constante
investimento de recursos em Battle Creek, para fazer ampliações ou tornar as
coisas mais convenientes. Novos campos devem ser alcançados; a verdade deve
ser proclamada como testemunha a todas as nações. A obra está sendo impedida,
de forma que a bandeira da verdade não pode ser enaltecida como deveria nesses
novos lugares. Enquanto nossos irmãos na América do Norte se sentirem na
liberdade de investir recursos em edifícios que o tempo revelará que a obra teria
sido realizada da mesma maneira e até melhor sem eles, milhares de dólares
serão assim absorvidos, os quais Deus pediu para serem usados em “outras
regiões”.
Tenho apresentado as advertências e repreensões, como sendo a palavra do
Senhor; mas meu coração tem se entristecido ao ver que, apesar de todas essas
providências, recursos foram desperdiçados para satisfazer esses supostos
desejos; construção foi acrescentada a construção, e assim o dinheiro não pôde
ser usado em lugares onde não se dispõe de instalações, de nenhum edifício para
a adoração pública a Deus ou para bem representar a obra, nenhum lugar onde a
bandeira da verdade possa ser enaltecida. Essas advertências, apresentei diante
de vocês; e ainda assim prosseguiram com as mesmas práticas, aplicando os
recursos de Deus em uma localidade, sendo que o Senhor já havia falado que
muito dinheiro estava investido em um mesmo lugar, e nada fora deixado para
outros lugares, onde deveria haver edifícios e instalações para se realizar ainda
que fosse um começo de trabalho (T8, p. 48, 49). 246
43
Vida social na igreja
247
As reuniões sociais cristãs devem levar pessoas a Cristo – Qual tem
sido sua influência sobre aqueles que se reuniam com vocês em seus encontros
sociais? O que tem sido dito ou feito para conduzir pessoas a Cristo? Têm vocês
insistido “a tempo e fora de tempo” (2Tm 4:2) para cumprir totalmente seu
dever? Estão prontos para enfrentar no tribunal divino aqueles com quem se
encontravam nas reuniões sociais, especialmente os que estavam sob sua
influência e que morreram sem Cristo? Estão preparados para dizer que suas
vestes estão limpas do sangue deles?
Menciono apenas um caso, o de Q. Alguma reprovação cairá sobre vocês a
respeito dela? Sobre vocês, que foram cercados de boas influências familiares,
que tiveram oportunidades favoráveis para desenvolver um caráter cristão, mas
que não sentiram qualquer responsabilidade pelas pessoas? Orgulho, vaidade e
amor ao prazer foram cultivados por vocês, e vocês desempenharam sua parte
em arruinar sua profissão de fé. Vocês levaram essa pobre alma, que havia sido
sacudida e açoitada por Satanás, a duvidar da verdade e da autenticidade da
religião cristã (T2, p. 179, 180).
IMPORTÂNCIA
As pessoas são alcançadas por meio de seu ambiente social – As pessoas
são alcançadas mais facilmente por meio de seu círculo social. [...] É
extremamente importante que o pastor se misture com seu povo, para se tornar
familiarizado com as diferentes fases da natureza humana, entender o
funcionamento da mente, adaptar seus ensinos ao intelecto de seu povo e
aprender aquela grande caridade possuída somente por aqueles que estudam
rigorosamente a natureza e as necessidades dos homens (T4, p. 266, 267).
Os observadores do sábado tendem a descuidar da recreação
necessária – Foi-me mostrado que os observadores do sábado, como um povo,
trabalham muito e arduamente sem se permitirem mudanças ou períodos de
repouso. A recreação é necessária aos que se acham ocupados em esforço físico,
e mais ainda essencial àqueles cujo trabalho é especialmente mental. Não é
fundamental à nossa salvação, nem para a glória de Deus, manter a mente em
contínuo e excessivo trabalho, mesmo sobre temas religiosos.
Há distrações, como a dança, o jogo de cartas, xadrez, damas, etc., que não
podemos aprovar, uma vez que o Céu as condena. Essas diversões abrem 248 a
porta a grandes males. Não são benéficas em sua tendência, antes exercem um
efeito estimulante, produzindo em alguns indivíduos uma paixão por aquelas
diversões que conduzem ao jogo de apostas e ao desregramento. Todos esses
divertimentos devem ser condenados pelos cristãos, e seu lugar ser substituído
por qualquer coisa completamente inofensiva (T1, p. 514).
É dever dos cristãos procurar recreação inocente – É privilégio e dever
dos cristãos procurar revigorar a mente e fortalecer o corpo por meio de
recreação inocente, com o propósito de usar as energias físicas e mentais para a
glória de Deus. Nossas recreações não devem ser momentos de alegria
irracional, tomando a forma do ridículo. Podemos fazer com que elas beneficiem
e elevem aqueles com quem nos relacionamos, e habilitem melhor a nós e aos
outros para desempenharmos com mais sucesso nossos deveres de cristãos.
Não podemos ser desculpados diante de Deus se nos envolvemos em
diversões que têm a tendência de nos incapacitar para o cumprimento fiel dos
deveres comuns da vida, diminuindo assim nosso gosto pela contemplação de
Deus e das coisas celestiais. A religião de Cristo é animadora e enobrecedora em
sua influência. Está acima de tudo que se pareça com brincadeiras tolas,
zombarias e conversas fúteis. Em todos os nossos períodos de recreação
podemos buscar na divina fonte de poder novo ânimo e força, para que possamos
ser mais bem-sucedidos em elevar a vida à pureza, à verdadeira bondade e à
santidade (SPJ, p. 36).
Ellen White falou dando sua aprovação a um grupo reunido para
recreação no Lago Goguac, em Michigan – Creio que, ao passo que estamos
buscando revigorar a mente e fortalecer o corpo, Deus requer que empreguemos
todas as nossas habilidades em todo o tempo para os melhores fins. Podemos nos
relacionar como estamos fazendo hoje aqui e fazer tudo para a glória de Deus.
Podemos e devemos dirigir nossas recreações de tal maneira que sejamos
habilitados a cumprir melhor nossos deveres, para que nossa influência seja mais
benéfica sobre aqueles com quem nos relacionamos. Isso se aplicaria
especialmente a uma ocasião como esta, que deve ser de animação para todos
nós. Podemos voltar a nossos lares com a mente e o corpo revigorados,
preparados para reiniciar o trabalho com mais esperança e ânimo (T2, p. 586).
PROBLEMAS
Algumas reuniões sociais são uma desonra para a igreja – Tem havido
um tipo de reuniões sociais em Battle Creek de caráter inteiramente diferente,
festas que têm sido uma vergonha para as nossas instituições e para a igreja.
Incentivam o orgulho do vestuário, o orgulho da aparência, satisfação própria,
hilaridade e leviandade. Satanás é recebido como hóspede honrado, e toma posse
dos que patrocinam essas reuniões. Foi-me apresentada uma visão desse 249
grupo, em que se reuniram os que professavam crer na verdade. Um estava
assentado a um instrumento musical, e tocava músicas que fizeram os anjos
observadores chorarem. Havia euforia, gargalhadas vulgares, excesso de
entusiasmo e uma espécie de inspiração; mas a alegria era daquela que somente
Satanás é capaz de criar. Isso é um entusiasmo e uma enfatuação da qual todos
os que amam a Deus se envergonharão. Prepara os participantes para
pensamentos e ações não santificados. Tenho motivo para pensar que alguns dos
que estavam participando dessa cena arrependeram-se profundamente da
vergonhosa atuação (TM, p. 82).
Os cristãos superficiais, sempre prontos para o divertimento, podem
persuadir os cristãos fiéis a imitá-los – Satanás tem multiplicado suas
armadilhas em Battle Creek; os que se dizem cristãos e são superficiais no
caráter e na experiência religiosa são pelo tentador usados como isca. Essa classe
está sempre pronta para reuniões de prazer ou divertimentos, e a sua influência
atrai os outros.
Rapazes e moças que têm procurado ser cristãos fiéis são persuadidos a se
unir ao grupo e são atraídos para o círculo. Não consultam com oração a norma
divina para saber o que Cristo disse quanto ao fruto a ser produzido na árvore
cristã. Não discernem que esses entretenimentos são realmente o banquete de
Satanás, preparados para evitar que as almas aceitem o chamado à ceia das bodas
do Cordeiro; que os impedem de receber as vestes brancas do caráter, que é a
justiça de Cristo. Ficam confusos quanto ao que é certo fazerem como cristãos.
Não desejam ser considerados excêntricos, e naturalmente se inclinam a seguir o
exemplo dos outros. Assim ficam sob a influência dos que nunca sentiram o
toque divino no coração ou na mente (TM, p. 85).
Assuma uma atitude equilibrada quanto à recreação – Há pessoas de
imaginação doentia, para quem a religião é um tirano, governando-as como com
vara de ferro. Essas pessoas estão continuamente lamentando sua depravação, e
gemendo por um suposto mal. Não há amor em seu coração; têm sempre um
semblante carregado. Ficam frias ao inocente riso da juventude ou de quem quer
que seja. Consideram toda recreação ou diversão um pecado, e pensam que a
mente deve estar constantemente trabalhando no mesmo grau de severa tensão.
Isso é um extremo. Outras acham que a mente deve sempre estar sob tensão para
inventar entretenimentos e diversões a fim de obter saúde. Aprendem a depender
de estímulos, e ficam inquietas quando não os têm. Essas pessoas não são
verdadeiros cristãos. Vão ao outro extremo. Os verdadeiros princípios do
cristianismo abrem a todos uma fonte de felicidade, cuja altura e profundidade,
comprimento e largura são imensuráveis (LA, 493). 250
44
Comissões
251
Os ministros devem evitar longas reuniões de comissão – Um pastor
não consegue se manter na melhor disposição espiritual quando é chamado a
ajustar pequenas dificuldades nas várias igrejas. Essa não é a obra que lhe é
designada. Deus deseja usar todas as aptidões de Seus mensageiros escolhidos.
Sua mente não deveria ser fatigada por longas reuniões de comissão à noite; pois
Deus deseja que toda a sua capacidade cerebral seja usada na proclamação do
evangelho tal como é em Cristo Jesus (Ev, p. 662).
Aqueles que não participam das comissões tendem a criticar depois a
forma como as coisas são feitas – Dizem: “É apenas uma reunião
administrativa.” Mas todos os que têm capacidade mental devem estar
determinados a entender como as reuniões administrativas são dirigidas. Alguns
que abandonaram a fé têm feito declarações falsas em relação aos trabalhos da
causa e à administração de seus negócios. Se eles tivessem participado das
reuniões administrativas, e prestado atenção aos procedimentos, teriam
entendido como o trabalho foi conduzido em todos os seus setores, e poderiam
dar testemunho quanto à estrita integridade que caracteriza cada departamento.
Então o inimigo não teria feito a insinuação de que havia coisas ocultas que os
membros não podiam saber. Os que não têm interesse nas reuniões
administrativas geralmente não têm interesse real na causa de Deus, e esses é
que são tentados a acreditar que a administração de nossos vários
empreendimentos não é o que deveria ser (RH, 29 de abril de 1884).
PRINCÍPIOS PARA NOMEAR AS COMISSÕES
As mesmas pessoas não devem participar durante anos das mesmas
comissões – Há necessidade de consagração. Deve-se ver menos confiança
própria e muito mais humildade. A obra de Deus chegou a ser considerada algo
comum. Muito melhor teria sido mudar os homens das reuniões de comissões do
que, durante anos, ter mantido os mesmos homens, até virem eles a achar que
suas propostas deviam ser adotadas sem objeção; e geralmente nenhuma voz se
tem levantado em direção oposta (TM, p. 417). 252
As comissões não devem ser formadas por aqueles que não têm espírito
de abnegação – Quando nossos irmãos mantêm numa comissão homens cujo
coração é duro como uma pedra, homens que não têm coração de carne, o que se
pode esperar? Como podem esses homens saber o que outros sacrificaram na
edificação da obra? Eles próprios não têm espírito de sacrifício, e como poderão
entender a experiência dos que se vestiram com modéstia, que negaram a si
mesmos e se colocaram em todo tipo de situações para que a obra prosperasse?
Eles nada sabem disso, é grego para eles (EGW’88, p. 988).
PRINCÍPIOS PARA DIRIGI-LAS
A reunião administrativa deve estar tanto sob a direção do Espírito
Santo quanto a reunião de oração – Desejo dizer-lhes que as atividades que
podem ser levadas avante nesta reunião constituem tanto uma parte do serviço de
Deus quanto a oração. A reunião administrativa deve estar tanto sob a direção do
Espírito quanto a reunião de oração. Há o perigo de termos uma religião
sentimental e impulsiva. Assumam as questões consideradas nessa comissão um
caráter tão sagrado que a hoste celestial possa aprová-lo. Devemos cuidar de
modo mais sagrado das questões administrativas de nossa obra. Todo aspecto
das atividades levadas avante aqui deve estar de acordo com os princípios do
Céu (ME3, p. 336, 337).
Quando a presença de Deus é sentida nas reuniões de comissão, ela é
uma salvaguarda contra discursos imprudentes e atitudes dominadoras –
Que Deus seja reconhecido como o Dirigente supremo de Sua herança. Que todo
homem se submeta ao Seu controle. Que Ele seja reconhecido em todas as
nossas reuniões, em toda reunião administrativa, em cada concílio, em cada
comissão. Ele vê tudo o que é feito e ouve tudo o que é dito. “Tu és Deus que
vê” (Gn 16:13). Que essas palavras sejam sempre mantidas em mente. Elas serão
uma salvaguarda contra os discursos imprudentes, inflamados, e contra todo
desejo de dominar. Elas reprimirão as palavras que nunca deverão ser faladas, e
as decisões que o homem não tem o direito de tomar – decisões que restringem a
liberdade dos seres humanos (MR18, p. 225).
Satanás assiste a todas as comissões, tentando impressionar as mentes
para que façam objeções que retardarão a obra – Aquilo que o Senhor havia
impressionado a mente de Seus servos para fazer não foi realizado no seu devido
tempo, porque esses homens promoveram suas próprias ideias mediante as
sugestões que o diabo lhes pôs na mente para prejudicar a obra de Deus e para
desagradar aqueles que gostariam de ver a obra de Deus avançar. Fizeram
sugestões que foram aprovadas, mas que Deus jamais colocou em sua mente.
Satanás assiste a cada mesa administrativa da igreja, cada reunião de negócios e
cada comissão, e quando consegue impressionar a mente de alguém para fazer
objeções ou lançar sugestões que atrasem o trabalho por horas e cansem os
participantes dessas reuniões, ele sente 253 imenso prazer. Assim ele consegue o
que quer. E os assuntos que deveriam ser resolvidos com prontidão, mas de
maneira inteligente, se tornam tediosos e se arrastam por causa dos elementos
humanos não santificados no caráter de alguns que são colocados em cargos de
responsabilidade, e que não sabem quando falar e quando se calar (MR12, p.
23).
Somente a igreja, não a comissão, disciplina os membros – “E, se ele [o
transgressor] se recusar a ouvir [os irmãos que servem como testemunhas]”, o
que deverá ser feito então? Deverão alguns poucos, em uma reunião de
comissão, tomar a responsabilidade de remover o irmão? “Se ele se recusar a
ouvi-los, conte à igreja” (Mt 18:17). A igreja deve decidir o caso de seus
membros (T7, p. 262). 254
45
Departamentos da Associação
255
A Associação deve treinar o pastor, e ambos treinar a igreja – O
presidente de uma Associação local, por sua maneira de lidar, educa os pastores
que estão sob sua direção, e, juntos, podem educar as igrejas, de tal maneira que
não seja necessário chamar os ministros da Associação do campo de trabalho
para resolver as dificuldades e dissensões que haja na igreja. Se os oficiais da
Associação, como servos fiéis, cumprirem os deveres que lhes são indicados
pelo Céu, não se deixará o trabalho em nossas Associações ficar emaranhado em
dificuldades, como tem acontecido até agora. E, ao trabalhar assim, os obreiros
se tornarão homens fortes, de responsabilidade, que não fracassarão nem ficarão
desanimados num lugar difícil (OE, p. 419).
LÍDERES DA ASSOCIAÇÃO E DOS DEPARTAMENTOS
Respeitem os tesoureiros e contadores – Foi-me mostrada a grande
deficiência que existe para cuidar da contabilidade dos vários departamentos da
obra. A contabilidade é e sempre será uma parte importante de nosso trabalho, e
aqueles que possuem esse conhecimento são muito necessários em todas as
nossas instituições. [...] Esse ramo da obra tem sido vergonhosamente
negligenciado, e por tempo demais. É uma pena deixar que um trabalho de tal
magnitude seja realizado de maneira defeituosa e descuidada. Deus deseja um
trabalho perfeito dentro das possibilidades humanas. [...] A contabilidade é um
assunto que precisa ser estudado para ser conduzido de modo correto e diligente,
e sem preocupação nem sobrecarga (Carta 63, 1886, citada em Ellen G. White in
Europe, p. 249).
Todos os departamentos da obra devem ser dirigidos por quem tem
qualificações para o cargo – É necessário que a mesma ordem e sistema sejam
mantidos agora como o foi no tempo dos apóstolos. A prosperidade da obra
depende em grande parte que seus departamentos sejam dirigidos por homens
capazes, que estejam habilitados para esses cargos (SP3, p. 293).
Devemos aperfeiçoar o modo de treinamento dos departamentais –
Como um povo que afirma ter a maior luz, devemos imaginar maneiras e meios
256
pelos quais produzir uma corporação de obreiros educados para os vários
departamentos da obra de Deus. Necessitamos de rapazes e moças bem
disciplinados e cultos em nossos hospitais, na obra médico-missionária, nos
escritórios de publicação, nas Associações dos diferentes Estados, e no campo
em geral. Necessitamos de jovens que tenham elevada cultura intelectual, a fim
de que possam realizar o melhor trabalho para o Senhor. Temos feito algo no
sentido de alcançar essa norma, mas estamos ainda muito aquém do ponto em
que deveríamos estar (CPPE, p. 42, 43).
COOPERAÇÃO ENTRE OS DEPARTAMENTOS
Não trabalhe independentemente dos vários departamentos da obra –
Deve-se tomar cuidado com um aspecto: a independência individual. Como
soldados no exército de Cristo, deve haver harmonia de ação nos vários
departamentos da obra. [...] Cada obreiro deve agir tendo em vista os demais. Os
seguidores de Jesus Cristo não agirão independentemente uns dos outros. Nossa
força deve estar em Deus, e ser poupada para se empregar em uma ação
concentrada e nobre. Não deve ser desperdiçada em atitudes sem sentido (T5, p.
534, 535).
Mantenha estreita relação com os departamentais – Você tem sido
muito reservado. Não tem se aproximado dos homens empenhados nos
diferentes setores da obra; não tem trocado ideias com eles tão abertamente
como deveria para agir com entendimento. Se tivesse feito isso, poderia ter sido
um auxiliar mais eficiente. Agiu muito de acordo com o próprio critério, levando
adiante as próprias ideias e planos. Tem havido falta de relacionamento
harmonioso entre os obreiros. Aqueles que poderiam tê-lo ajudado têm relutado
em compartilhar seu conhecimento com você por causa dessa sua falta de
amabilidade, e também porque você age muito por impulso, percebendo que eles
temem se aproximar de você (T4, p. 219).
Tenha interesse em todos os departamentos, em vez de se concentrar
em uma área apenas – Os pastores devem tomar cuidado para não impedir os
desígnios de Deus por causa dos próprios planos. Eles correm o risco de
restringir a obra de Deus, de limitarem seus trabalhos a certas localidades, e não
cultivarem especial interesse por essa divina obra em todos os seus vários
departamentos. Há alguns que concentram a mente sobre um assunto, deixando
outros de lado que podem ser de igual importância (T3, p. 34).
Com muita frequência, os pastores têm dado pouco apoio ao
departamento de saúde – A obra de educar nos ramos médico-missionários é
um grande avanço em despertar os homens quanto a suas responsabilidades
morais. Se os pastores tivessem assumido essa obra em seus vários 257
departamentos, em harmonia com a luz comunicada por Deus, teria acontecido a
mais verdadeira reforma no comer, beber e vestir. Mas alguns têm dificultado a
reforma de saúde. Têm refreado o povo com observações indiferentes ou
condenatórias, ou por meio de zombarias e piadas. Eles mesmos e muitos outros
têm sofrido até morrer, mas nem todos aprenderam ainda a sabedoria (T6, p.
377).
Os ministros não devem levar sobre seus ombros todo o trabalho dos
vários departamentos – A causa de Deus não tem avançado como deveria pela
mesma razão pela qual os ministros e dirigentes pensam que devem fazer tudo
sozinhos. Eles têm se esforçado e lutado para manter as coisas funcionando bem,
e estão curvados sob o peso das responsabilidades e dos encargos dos vários
departamentos da igreja, da Escola Sabatina e de todos os outros setores da obra.
Creem que precisam fazer tudo isso, ou não será feito, e certamente não o será,
porque falharam em colocar outros sob sua direção e prepará-los para trabalhar
(RH, 24 de julho de 1883). 258
46
Finanças
259
Os adventistas dão generosamente quando veem resultados –
Quando a igreja vir que os pastores estão inflamados com o espírito da obra, que
sentem profundamente a força da verdade, e estão procurando trazer outros ao
conhecimento dela, isso colocará neles nova vida e vigor. Seu coração será
estimulado para fazer o que puderem para ajudar a obra. Não há um grupo de
pessoas no mundo que esteja mais disposto a sacrificar seus recursos para fazer
avançar a causa do que os adventistas do sétimo dia. Se os pastores não os
desencorajarem por sua preguiça e ineficiência, e por sua falta de espiritualidade,
eles geralmente responderão a qualquer apelo que esteja de acordo com seu
entendimento e sua consciência. Mas querem ver frutos (T3, p. 49).
O ato de doar ganha conversos, os quais, por sua vez, doam para
ganhar mais conversos – Todos os membros de nossa igreja devem
experimentar profundo interesse nas missões locais e estrangeiras. Grandes
bênçãos lhes advêm de fazer abnegados esforços para firmar a bandeira da
verdade em novos territórios. O dinheiro empregado nessa obra produzirá
grandes resultados. Novos conversos, alegrando-se na luz recebida por
intermédio da Palavra, vão, por sua vez, oferecer de seus recursos para levar a
luz da verdade a outros (T9, p. 49).
Alguns pregam apenas a parte da verdade que agrada às pessoas, e
negligenciam a mordomia – Irmãos, vocês estão pregando a parte da verdade
que agrada o povo, enquanto outras partes da obra são deixadas incompletas?
Será necessário que alguém os acompanhe e insista com as pessoas para que
cumpram seu dever de entregar fielmente todos os dízimos e ofertas ao tesouro
do Senhor? Essa é a obrigação do pastor, mas, lamentavelmente, tem sido
negligenciada. O povo tem roubado a Deus, e o mal tem sido tolerado, porque o
pastor não quer desagradar seus irmãos. Deus chama esses homens de mordomos
infiéis (Ev, p. 252).
MORDOMOS
Deus colocou em nossas mãos os meios para levar avante Sua obra –
Deus está constantemente concedendo a você as bênçãos desta vida; e, se lhe
pede 260 que reparta Seus dons, ajudando os vários ramos de Sua obra, é do seu
próprio interesse temporal e espiritual fazê-lo, e assim reconhecer a Deus como
o doador de toda bênção. Como Obreiro-Mestre, Deus coopera com o homem ao
fornecer os recursos necessários para seu sustento; e requer que coopere com Ele
na salvação de almas. Colocou nas mãos de Seus servos os meios pelos quais
levar avante Sua obra, tanto nas missões nacionais quanto nas estrangeiras. Mas,
se apenas a metade do povo cumprir seu dever, a tesouraria não receberá os
recursos necessários, e muitas partes da obra de Deus terão de ficar incompletas
(CM, p. 47).
Satanás procura controlar a igreja, controlando o dinheiro – [O diabo
disse a seus anjos:] Vão, e façam com que os possuidores de terras e dinheiro se
encham de preocupações. Se puderem fazê-los colocar as afeições nessas coisas,
ainda os teremos sob controle. Poderão professar o que quiserem, mas apenas os
façam cuidar mais do dinheiro do que do êxito do reino de Cristo ou da
disseminação das verdades que odiamos. Apresentem-lhes o mundo em sua
forma mais atrativa, para que o amem e idolatrem. Devemos manter em nossas
fileiras todos os recursos de que pudermos dispor. Quanto mais recursos os
seguidores de Cristo dedicarem a Seu serviço, tanto mais prejudicarão nosso
reino, tirando nossos súditos. Quando celebram reuniões em vários lugares,
estamos em perigo. Portanto, sejam vigilantes. Causem toda perturbação e
confusão que puderem. Destruam o amor de uns para com os outros. Desanimem
e esmoreçam seus pastores; pois nós os odiamos. Apresentem toda desculpa
plausível àqueles que têm recursos, para que não os entreguem. Se possível,
controlem as questões financeiras, e induzam seus ministros à necessidade e
aflições. Isso enfraquecerá seu ânimo e seu zelo. Batalhem por cada palmo de
terreno. Façam com que a cobiça e o amor às coisas terrestres sejam o traço
predominante de seu caráter. Enquanto predominarem esses traços, a salvação e
a graça ficarão para trás. Reúnam todas as atrações em redor deles, e certamente
serão nossos. E não somente disso temos certeza a respeito deles, mas também
de que sua odiosa influência não será exercida no sentido de guiar outros ao Céu.
Quando alguns tentarem doar, coloquem neles o sentimento de avareza, para que
a oferta seja mesquinha (PE, p. 266, 267).
Os dízimos e as ofertas não devem ser retidos pelos doadores, mesmo
que não concordem com o que a Associação faz – Vocês que estão retendo o
dinheiro da causa de Deus, leiam o livro de Malaquias e vejam o que o profeta
diz ali com respeito aos dízimos e ofertas. Vocês não percebem que não é o
melhor, em nenhuma circunstância, reter seus dízimos e ofertas porque não estão
de acordo com tudo que seus irmãos fazem? Os dízimos e ofertas não são
propriedade de nenhum homem, mas devem ser usados para realizar
determinada obra para Deus. Pastores indignos poderão receber uma parte do
dinheiro assim recolhido, mas alguém se atreverá, por causa disso, a desfalcar a
tesouraria e enfrentar a maldição de Deus? Eu não me atreveria. Devolvo meus
dízimos com alegria e espontaneidade, dizendo como Davi: “Tudo vem de Ti, e
nós apenas Te [damos] o que vem das Tuas mãos” (1Cr 29:14). Reter com
egoísmo o que pertence a Deus tende a empobrecer nossas próprias almas.
Façam sua parte, irmãos 261 e irmãs. Deus os ama, e Ele está ao leme. Se os
negócios da Associação não são administrados segundo a ordem de Deus, esse
pecado é dos que estão errando. O Senhor não os responsabilizará por isso, se
vocês fizerem o possível para corrigir o mal. Mas não cometam o pecado de
reter de Deus o que a Ele pertence. “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor
relaxadamente” (Jr 48:10) ou enganosamente (SAT2, p. 74, 75).
A IGREJA MUNDIAL
Apoie as ofertas para instituições em perigo – Quando o Senhor coloca
diante de nós um apelo ao qual devemos responder, no momento exato em que
as pessoas vão entregar suas ofertas, deixem que os pastores e oficiais da igreja
conduzam o assunto com fervor e de forma vigorosa. Deixem que eles, como
mordomos de Deus, decidam o que deve ser feito, e então o façam. Isso é
absolutamente necessário quando nossas instituições estão expostas ao perigo
(RH, 19 de março de 1901).
Presentes de Natal devem ser doados às missões estrangeiras – Cada
centavo que possamos economizar são necessários agora para ajudar a levar a
mensagem da verdade a outros lugares. Na época do Natal, nossos irmãos
gastam muito dinheiro em presentes e agrados, que são não apenas inúteis, mas,
muitas vezes, prejudiciais. Há transigência com o apetite, o orgulho e o amor-
próprio são nutridos, e Cristo é esquecido. Se o dinheiro normalmente utilizado
para esses fins fosse trazido para a tesouraria das missões, nossas missões
estrangeiras seriam erguidas acima das dificuldades financeiras.
Consagraremos a Deus este ano, não apenas uma parte, mas todos os nossos
presentes de Natal para socorrer Sua causa que está tão necessitada? Como
poderíamos celebrar mais adequadamente o próximo Natal, e expressar melhor
nossa gratidão a Deus pelo presente de Seu amado Filho, do que, por meio de
nossas ofertas, enviar a todo o mundo as boas novas de Sua breve volta? (RH, 6
de dezembro de 1887).
A IGREJA LOCAL
O dízimo não deve ser usado na manutenção da casa de adoração –
“Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveira, batido, para
o candelabro, para que haja lâmpada acesa continuamente” (Êx 27:20). Essa
devia ser uma oferta contínua, para que a casa de Deus fosse adequadamente
suprida com aquilo que era necessário para o serviço divino. Seu povo hoje deve
se lembrar de que a casa de adoração é propriedade de Deus, e que ela deve ser
escrupulosamente cuidada. Mas os recursos para esse trabalho não devem provir
do dízimo. O dízimo deve ser usado para um só propósito – sustentar os
ministros aos quais o Senhor chamou para fazer Sua obra. Deve ser empregado
para sustentar os que falam as palavras de vida às pessoas, e carregam o fardo do
rebanho de Deus (MR7, p. 135).
Os israelitas contribuíam para os “gastos da igreja” – Tomou-se
providência também para o sustento do culto público a Deus. Além do dízimo, a
congregação 262 se comprometeu a contribuir anualmente com uma soma
estabelecida para o serviço do santuário (PR, p. 667).
OS PASTORES PRECISAM TER HABILIDADE FINANCEIRA
Os pastores precisam ter habilidade para administrar sabiamente suas
igrejas – Um homem que não tem habilidade para negócios pode tornar-se um
pastor, mas lhe faltarão as qualificações que todo pastor precisa possuir para agir
sabiamente na igreja e edificar a causa. Quando um pastor é bom no púlpito e,
como o pastor Hull, falha na administração, nunca deveria sair só. Outro deveria
ir junto para suprir-lhe as faltas e administrar por ele (T1, p. 441).
Para ganhar almas, os pastores precisam mostrar destreza em assuntos
administrativos – Há necessidade de pastores que saibam usar suas habilidades
criativas sem que sejam menos hábeis na Palavra, e possam mostrar sua destreza
em planejar as questões administrativas. Essas habilidades devem ser usadas no
serviço de Deus para ganhar almas para a verdade. Requer-se um verdadeiro
planejamento para tirar o pecador das trevas e trazê-lo para a luz da verdade
(MR19, p. 25).
PASTORES SEM HABILIDADE FINANCEIRA
Os pastores com excesso de responsabilidades financeiras negligenciam
o cumprimento da comissão evangélica – Os pastores não devem ser
chamados para aqui e para ali para assistir a reuniões administrativas, a fim de
decidir questões de negócios comuns. Muitos de nossos pastores fizeram essa
obra no passado, mas não é aquela em que o Senhor deseja que eles se
empenhem. Muitos encargos financeiros têm sido postos sobre eles. Quando
procuram desempenhar esses deveres, negligenciam o cumprimento da comissão
evangélica. Deus considera isso como uma desonra ao Seu nome (T7, p. 255).
Os ministros não são escolhidos para fazer negócios ou assistir a
comissões – Não são poucos os pastores que estão descuidando do próprio
trabalho para o qual foram chamados. Por que é que aqueles que foram
separados para o trabalho ministerial são colocados em reuniões e comissões?
Por que são convocados para participar de tantas reuniões administrativas,
muitas vezes a grande distância de seus campos de trabalho? Por que os assuntos
financeiros não são colocados nas mãos de administradores? Os pastores não são
escolhidos para realizar esse tipo de trabalho. As finanças da causa devem ser
administradas por homens capacitados; mas os pastores foram separados para
outro ramo de trabalho (MR9, p. 171). 263
47
Pastoreando um distrito com muitas igrejas

Os grupos podem aprender a confiar mais plenamente em Deus –


Quero animar aos que se reúnem em grupos para adorar a Deus. Irmãos e irmãs,
não fiquem desanimados por serem tão poucos. A árvore que se ergue sozinha na
planície aprofunda mais suas raízes na terra, espalha seus ramos mais
amplamente em todas as direções, e cresce mais forte e mais simetricamente
enquanto enfrenta sozinha as tempestades ou desfruta a luz do Sol. Assim
também o cristão, quando não é dependente das coisas terrenas, pode aprender a
confiar plenamente em Deus e obter força e coragem de cada conflito (LS, p.
259).
Deus promete orientação divina aos grupos que raramente têm um
pregador – Os grupos que raramente contam com um pregador devem se apegar
mais firmemente a Jesus. Que resolvam primeiramente este ponto: que estejam
dispostos a trilhar o caminho estreito por onde Jesus andou carregando Sua cruz
antes deles. Que se apropriem das promessas de Deus de orientação divina (RH,
27 de setembro de 1887).
DESENVOLVENDO OS TALENTOS DA IGREJA
Os pastores do Novo Testamento não assumiam a direção de uma só
igreja – O pastor deve desenvolver o talento na igreja, para que as reuniões se
mantenham proveitosas. Timóteo foi mandado ir de igreja em igreja, realizando
esse serviço e edificando as igrejas na santíssima fé. Devia fazer a obra de um
evangelista, e essa é uma obra ainda mais importante que a dos pastores. Devia
pregar a Palavra, mas não assumir a liderança de uma só igreja (Ev, p. 337).
Mantenha unidas as pequenas congregações, ajudando-as a ser
ganhadoras de almas – Há muitos que nunca ouviram, por meio da Palavra, as
razões de nossa fé, e, mesmo assim, alguns de nossos pastores sentem a
responsabilidade de dar excessiva atenção aos grupos de crentes num esforço
para mantê-los unidos. A melhor maneira de conseguir essa união é levá-los a
manter uma viva ligação com Deus, e exercer sua influência para procurar atrair
outros a Ele (RH, 16 de julho de 1908). 264
Os verdadeiros representantes de Cristo procuram suprir a ausência
do pastor que não podem ter – Nossa religião exige abnegação e sacrifício a
cada passo. Jesus desceu do Céu para ensinar-nos como viver; e, enquanto esteve
na Terra, andou fazendo o bem. Os que são realmente representantes de Cristo
estão trabalhando pelo bem dos outros. Têm prazer em fazer prosperar a causa
de Deus tanto em sua pátria quanto no exterior. São vistos e ouvidos, e sua
influência é sentida nos grupos de oração. Eles procuram suprir a ausência do
pastor, cujo trabalho não podem ter (RH, 6 de setembro de 1881).
Um bom supervisor não faz todo o trabalho, mas mantém os outros
trabalhando – O pastor não deve pensar que é o único que deve pregar e fazer
todo o trabalho e oferecer todas as orações; uma parte de seu trabalho é preparar
obreiros em cada igreja. Diversas pessoas devem se revezar na direção das
reuniões e em dar estudos bíblicos, e, em assim fazendo, estarão utilizando os
talentos que Deus lhes deu, e, ao mesmo tempo, educando obreiros. Li a respeito
de um homem que tinha um grupo de trabalhadores sobre os quais ele colocou
um supervisor, cujo dever era fazer com que o trabalho fosse realizado da
melhor maneira possível. Um dia, o homem veio visitar o supervisor,
encarregado de doze trabalhadores que deviam cavar uma vala. Ele encontrou o
supervisor cavando a vala, com o suor escorrendo pela testa, enquanto os doze
trabalhadores estavam parados, vendo-o trabalhar. O supervisor foi chamado e
questionado sobre o que estava fazendo ali. “Eu lhe ordenei”, disse o homem,
“que mantivesse os homens trabalhando; por que não fez isso? Aí está você,
fazendo o trabalho de um homem, enquanto doze estão ociosos. Está
despedido!” (RH, 6 de novembro de 1888).
As pequenas congregações ficam muito enfraquecidas quando
auxiliares eficientes se mudam para centros maiores – De quase todas as
igrejas em Michigan, e até certo ponto, de outros Estados, nossos irmãos e irmãs
se têm aglomerado em Battle Creek. Muitos deles foram obreiros eficientes nas
igrejas menores, e sua mudança enfraqueceu muito essas congregações. Em
alguns casos, a igreja se desorganizou completamente (T5, p. 184, 185).
O CULTO NA AUSÊNCIA DO PASTOR
Os sermões longos e tediosos causam mais mal do que bem – A mesma
conduta é frequentemente seguida no culto de sábado. Quando não há pregador
presente, o irmão designado para dirigir o culto acha que é seu dever procurar
suprir a ausência da melhor maneira possível, e começa com um sermão longo e
tedioso que estraga o culto já no início. E, com frequência, fica angustiado
porque os ouvintes manifestam tão pouco interesse. Ele percebe que o interesse
está diminuindo, e começa a se perguntar o que deve fazer. A esse indivíduo eu
diria: “Pare com seu esforço de sermonear.” Muitos adoram falar, mas seus
sermões são longos e áridos; não possuem nada do orvalho celestial. Não posso
deixar de compadecer-me dos ouvintes quando alguém assim fica responsável
pelo 265 culto. Ele pensa que falar muito deve fazer um grande bem, mas é
certamente um dano (SSW, 1º de outubro de 1885).
Para ter um culto de adoração significativo não é indispensável ter um
pastor presente – Os grupos não devem pensar que não poderão realizar
reuniões se não tiverem um pastor presente. Eles não devem pensar que nenhum
de seus membros possa ocupar o púlpito e pregar para eles. O tempo e a ocasião
são muito preciosos. Os crentes reunidos estão na sala de audiência do universo
celestial. Devem ser testemunhas de Deus e do Senhor Jesus Cristo, o qual deu
Sua vida pelo mundo. O pequeno grupo servirá a Deus oferecendo-Lhe um culto
de adoração espiritual. Quando não há um pastor encarregado de falar aos
irmãos, que cada um dê testemunho da verdade, e seja fiel em falar com
frequência um ao outro a respeito do amor de Deus, e assim educar e treinar a
alma. Que cada um procure se tornar um cristão inteligente, assumindo sua
responsabilidade, e fazendo pessoalmente sua parte para tornar a reunião
interessante e proveitosa (RH, 10 de setembro de 1895).
Quando os grupos se reúnem para adorar, vários irmãos devem
participar – Que o louvor a Deus esteja em seus lábios quando se reunirem em
grupos para adorar ao Senhor. Que não seja apenas uma pessoa que fale o tempo
todo. Vários devem participar (MR15, p. 153).
Um estudo bíblico é, às vezes, melhor do que uma pregação – Nosso
povo não deve ser levado a pensar que precisam escutar cada sábado um sermão.
Muitos que ouvem frequentes sermões, mesmo que a verdade seja apresentada
de maneira clara, aprendem pouca coisa. Muitas vezes seria mais proveitoso se
as reuniões de sábado fossem como um estudo bíblico. A verdade bíblica deve
ser apresentada de maneira tão simples e interessante que todos possam
facilmente compreender e assimilar os princípios da salvação (Ev, p. 348). 266
48
Solucionando problemas e conflitos
267
Compreendendo a perversidade da natureza humana, Jesus deixou
regras específicas de como tratar-nos uns aos outros – Nosso Redentor
compreendia a perversidade da natureza humana, e, com o propósito de salvar as
pessoas pelas quais sacrificou Sua vida e estabelecer Sua igreja em unidade e
prosperidade sobre a Terra, Ele transmitiu regras específicas que os membros da
igreja devem seguir para tratar uns aos outros. Ouçam o que Ele diz: “Se o seu
irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir,
você ganhou seu irmão. Mas se ele não o ouvir, leve consigo mais um ou dois
outros, de modo que ‘qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de
duas ou três testemunhas’. Se ele se recusar a ouvi-los, conte à igreja; e se ele se
recusar a ouvir também a igreja, trate-o como pagão ou publicano” (Mt 18:15-
17) (RH, 15 de abril de 1880).
Valorize o dom de ser pacificador – Onde estão aqueles que não
restringem ou medem seu trabalho amoroso pelo Mestre? Quem são os que estão
lutando para apaziguar toda dissensão na igreja, sendo pacificadores em nome de
Cristo? Quem são os que estão procurando responder à oração de Jesus? “A fim
de que todos sejam um; e como és Tu, ó Pai, em Mim e Eu em Ti, também sejam
eles em nós; [...] Eu neles, e Tu em Mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na
unidade, para que o mundo conheça que Tu Me enviaste e os amaste, como
também amaste a Mim” (Jo 17:21, 23). Poderia nosso Senhor falar essas
palavras tão amáveis, tão cheias de significado, a respeito das igrejas em seu
atual estado de mornidão, de dissensões e problemas triviais – igrejas que
chamam os pastores de seu importante trabalho para resolver suas pequenas
dificuldades criadas por elas mesmas, mostrando assim que não têm comunhão
com Deus? Não. Os membros da igreja devem ter unidade, e, para conseguirem
isso, eles precisam ter menos do eu e mais de Jesus. Devem aprender de Cristo.
Precisam ser mansos e humildes de coração. Seu orgulho e egoísmo devem
morrer. Então suas montanhas de dificuldades serão reduzidas a grãos de areia
(RH, 6 de janeiro de 1891).
Quando estão unidos a Cristo, os membros resolverão os problemas da
igreja com compaixão, ternura e amor – A Bíblia nos apresenta uma igreja-
modelo. 268 Seus componentes devem estar em união uns com os outros e com
Deus. Quando os crentes são unidos a Cristo, a videira viva, o resultado é serem
um com Ele, cheios de compaixão, ternura e amor (ME3, p. 18).
Os problemas são solucionados quando nos aproximamos dos outros
com um espírito manso, bondoso e misericordioso – Nunca coloque em
dúvida os motivos de seus irmãos, pois, assim como você os julgar, Deus declara
que você será julgado. Abra o coração à bondade, aos alegres raios do Sol da
Justiça. Nutra pensamentos bondosos e santas afeições. Cultive o hábito de falar
bem de seus irmãos. Não deixe que o orgulho ou a justiça própria o impeça de
fazer uma confissão franca e completa de suas más ações. Se não ama aqueles
pelos quais Cristo morreu, você não tem amor genuíno por Cristo, e sua
adoração será como oferta defeituosa diante de Deus. Se alimenta pensamentos
indignos, julgando mal a seus irmãos e suspeitando mal deles, Deus não ouvirá
suas orações presunçosas e cheias de exaltação própria. Quando se dirige àqueles
que você julga estarem agindo mal, você deve ter um espírito de mansidão, de
bondade, e estar cheio de misericórdia e bons frutos. Não mostre parcialidade a
uma ou mais pessoas, nem negligencie a outros de seus irmãos porque não se
harmonizam com sua índole. Tenha o cuidado de não tratar asperamente a quem
você pensa que cometeu erros, enquanto outros, mais culpáveis e merecedores
de repreensão, e que deveriam ser severamente censurados por sua conduta
anticristã, são apoiados e tratados como amigos (RH, 12 de março de 1895).
Resolver os problemas consultando uns aos outros – O Espírito de Cristo
é entristecido quando algum de Seus seguidores demonstra possuir um espírito
rude, injusto e exigente. Como colaboradores de Deus, cada um deve considerar
o outro como membro da grande empresa de Deus. Ele deseja que consultemos
uns aos outros. Não deve haver separações, pois o espírito de independência
desonra a verdade que professamos. Uma evidência especial de que o Espírito de
Cristo habita em Sua igreja é a unidade e harmonia que existe entre seus
membros. Esse é o mais radiante testemunho que alguém pode oferecer da
verdadeira religião, pois esta converterá e transformará o homem natural e o
modelará à semelhança divina (RH, 18 de fevereiro de 1909).
Um espírito acusador impede a solução de problemas – Alguns
imaginam que é seu dever ser reparadores da igreja. Seus sentimentos naturais
têm prazer em procurar faltas e defeitos nos outros; observam cuidadosamente
para ver se descobrem algo para censurar, e se tornam mais e mais estreitos em
suas ideias, até estarem prontos a fazer de alguém, por uma palavra, um ofensor.
Nas reuniões de sábado, quando todos deviam estar individualmente envolvidos
na adoração a Deus, permite-se o surgimento de um espírito acusador, e um faz
acusação contra o outro. Esse espírito é totalmente oposto ao de Cristo, e leva à
dissensão e contenda. Deus não aceita tal adoração da mesma maneira como não
aceitou a oferta de Caim. Não há maior obstáculo para o crescimento na graça do
que essa tendência para 269 criticar e condenar os outros. Temos visto em nossa
experiência esse espírito acusador entrar gradualmente no coração dos membros
até fermentar quase toda a igreja, e o resultado foi que restou muito pouco da
santidade real ou do espírito de Cristo (HS, p. 212, 213).
UNIDADE
A unidade na igreja revela a Cristo mais do que os sermões e
argumentos – Onde quer que se apresentem severidade, aspereza e falta de
afeição e amor no sagrado círculo doméstico, haverá, sem dúvida, falha nos
planos e na liderança da igreja. A unidade no lar e a unidade na igreja revelam
mais a maneira de ser e a graça de Cristo do que sermões e argumentos (Ev, p.
342).
Satanás trabalha para impedir a harmonia na igreja, porque as brigas
fazem as pessoas terem aversão ao cristianismo – A evidência a que o mundo
não pode resistir e contradizer, que Deus enviou Jesus ao mundo como seu
Redentor, está na unidade da igreja. Sua unidade e harmonia é o argumento
convincente. Por isso, Satanás está constantemente em ação para impedir essa
harmonia e união, a fim de que, ao testemunharem as intrigas, lutas e dissensão,
os incrédulos tenham aversão ao cristianismo e se firmem na descrença e
infidelidade. Deus é desonrado pelos que professam a verdade enquanto estão
em desarmonia uns com os outros (OA, p. 57).
Os que estão unidos a Cristo terão amor sincero e verdadeiro uns pelos
outros – Os irmãos estão bem inteirados de que a Palavra de Deus apresenta o
assunto da unidade da igreja como um princípio; os que estão unidos com Cristo
por intermédio da verdade de origem celestial devem ter fortes laços de amizade
uns com os outros. [...] Se os ramos da videira estiverem unidos ao tronco, o
mesmo princípio vital estará em todos eles. Em Cristo Jesus há amor, e os que
estão unidos a Ele não terão meramente uma atitude gentil e respeitosa para com
os demais, mas verdadeiro amor uns pelos outros, porque estão dotados do
espírito de Cristo. O afastamento entre uns e outros não vem de Cristo, mas é
segundo o método de Satanás (EGW’88, p. 1.141, 1.142).
Quando houver ação harmoniosa entre os membros, haverá
proporcional poder em nossa obra – O sucesso de nossa obra depende de
nosso amor a Deus e aos nossos semelhantes. Quando houver ação harmoniosa
entre os membros da igreja, quando houver evidente amor e confiança de um
irmão para com outro, haverá proporcional força e poder em nossa obra, para a
salvação das pessoas. Como necessitamos grandemente de uma renovação
moral! Sem a fé que atua por amor, vocês não poderão fazer nada. Tomara que o
Senhor lhes dê um coração que receba este testemunho! (TM, p. 188). 270
49
Promoção
271
Não atue como vendedor na casa de Deus – Foi-me mostrado que, se
as aptidões morais e intelectuais não estivessem obscurecidas por errôneos
hábitos de vida, os pastores e o povo seriam mais aptos a discernir os maus
resultados da mistura do sagrado com o profano. Os pastores fazem os mais
solenes sermões do púlpito e então introduzem o comércio e fazem o papel de
vendedores na própria casa de Deus. Assim, desviam a mente dos ouvintes das
impressões recebidas e destroem o fruto de seu trabalho (T1, p. 472).
Os ministros devem promover a obra missionária em todas as terras –
Ninguém que consagrou a vida à obra de Deus como ministro Seu vive para si
mesmo. Sua obra é seguir a Cristo, ser um agente voluntário e colaborador do
Mestre, recebendo dia a dia Seu Espírito, e agindo como o Salvador fazia, sem
vacilar nem ficar desanimado. É escolhido por Deus como fiel instrumento para
promover a obra missionária em todas as terras, e deve considerar bem o
caminho que segue (OE, p. 451).
PUBLICAÇÕES
Todos podem ajudar a obra doando recursos para a publicação de
revistas – Nem todos podem ser pregadores da Palavra no púlpito. As tarefas
individuais das diferentes pessoas variam, mas há trabalho para todos. Todos
podem apoiar a causa, doando generosamente de seus recursos para ajudar os
vários ramos da obra, a fim de prover recursos para a publicação de folhetos e
revistas para serem distribuídos às pessoas e disseminar a verdade (RH, 9 de
janeiro de 1883).
As igrejas devem compreender que é sua responsabilidade obter
assinaturas para nossas publicações – Contamos atualmente com grandes
vantagens para espalhar a verdade, mas nosso povo não está fazendo jus aos
privilégios concedidos. Nem todas as igrejas veem ou sentem a necessidade de
usar suas habilidades pessoais para salvar almas. Não compreendem seu dever
de obter assinaturas para nossos periódicos, inclusive nossa revista de saúde,
nem de apresentar nossos livros e folhetos (PM, p. 368). 272
Alguns acham que não dispõem de meios para adquirir as publicações
da igreja, mas adquirem publicações seculares – Há os que afirmam ser
irmãos e que não assinam [nossas revistas], mas assinam uma ou mais revistas
seculares. Seus filhos têm muito interesse nas aventuras de ficção e histórias de
amor publicadas nessas revistas que seus pais têm dinheiro para comprar,
embora declarem não ter condições de assinar nossos periódicos e publicações
sobre a verdade presente (PM, p. 350).
Cada família deve possuir nossas revistas, mesmo que a igreja tenha
que providenciar sua assinatura para famílias pobres – A Review and Herald
e a Signs of the Times são revistas baratas. A Review é uma revista valiosa;
contém assuntos de grande interesse para a igreja e deveria ser colocada nos
lares de cada família de crentes. Se alguém é pobre demais para adquiri-la, a
igreja deve providenciar o dinheiro necessário para supri-la às famílias
necessitadas (PM, p. 350).
RECOLTA
A Recolta segue o exemplo de Neemias, o qual solicitou aos não
israelitas que podiam contribuir – Tenho recebido cartas perguntando sobre a
conveniência de se realizar a campanha anual da recolta de donativos. Em
resposta, vou mencionar a todos o exemplo de Neemias. Quando estava para
viajar a Jerusalém com a esperança de restaurar os muros da atribulada cidade de
seus pais, ele falou com franqueza ao rei Artaxerxes sobre o trabalho que
pretendia realizar, e solicitou ajuda para assegurar o sucesso de seu
empreendimento. Como resultado, obteve uma carta para o guarda florestal do
rei nas montanhas do Líbano, instruindo-o a fornecer a madeira necessária para
os muros de Jerusalém e os edifícios que seriam construídos. E os recursos que
lhe faltavam, ele solicitou aos que podiam doá-los (East Michigan Banner, 29 de
setembro de 1909).
A Recolta pode ajudar as missões e ganhar para a verdade os doadores
– Na providência de Deus, os que levam a responsabilidade de Sua obra têm se
esforçado para dar nova vida aos antigos métodos de trabalho, e também para
delinear novos planos e novos métodos de despertar o interesse dos membros da
igreja num esforço unido para alcançar o mundo. Um dos novos planos para
alcançar os descrentes é a campanha da recolta de donativos para as missões. Em
muitos lugares, durante os poucos anos passados, isso se tem demonstrado um
grande êxito, trazendo bênçãos para muitos e aumentando a quantidade de
recursos para a tesouraria das missões. Ao se fazer com que os que não são da
nossa fé se familiarizem com o progresso da mensagem do terceiro anjo, em
terras pagãs, sua simpatia tem sido despertada, e alguns têm procurado saber
mais sobre a verdade que tanto poder tem para transformar corações e vidas.
Homens e mulheres de todas as classes têm sido alcançados, e o nome de Deus,
glorificado (Ev, p. 252). 273
50
Escola Sabatina de adultos

A obra da Escola Sabatina deve produzir frutos – Consagrem-se


inteiramente ao serviço dAquele que os amou e Se doou por vocês. Disse Jesus:
“Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus
discípulos” (Jo 15:8). Isso se aplica tanto à Escola Sabatina quanto ao ministério.
Agora é a grande oportunidade de semear a preciosa semente que há de germinar
e produzir frutos para a vida eterna (CES, p. 181).
Os pastores não devem ser sobrecarregados com o trabalho da Escola
Sabatina – A causa de Deus não tem avançado como deveria pela mesma razão
pela qual os ministros e dirigentes pensam que devem fazer tudo sozinhos. Eles
têm se esforçado e lutado para manter as coisas funcionando bem, e estão
curvados sob o peso das responsabilidades e dos encargos dos vários
departamentos da igreja, da Escola Sabatina e de todos os outros setores da obra.
Creem que precisam fazer tudo isso, ou não será feito, e certamente não o será,
porque falharam em colocar outros sob sua direção e prepará-los para trabalhar
(RH, 24 de julho de 1883).
Através da Escola Sabatina os pastores devem ensinar seus membros a
trabalhar – Há também muito a ser feito na obra da Escola Sabatina, no que diz
respeito a levar o povo a sentir sua obrigação e fazer sua parte. Deus chama esse
povo para que trabalhe para Ele, e os pastores devem guiar seus esforços (T5, p.
256).
Os ministros devem certificar-se de que suas igrejas estejam recebendo
instruções na condução da Escola Sabatina – As instruções relativas à direção
da Escola Sabatina devem, em grande parte, ser dadas nas igrejas locais, pois
assim o trabalho será mais direto, e os resultados, mais permanentes. Essa obra
não requer os esforços dos pastores, que devem estar livres para atender aos
interesses espirituais do povo. Eles devem ensinar aos outros como agir.
Precisam instruir o povo quanto à maneira de ir ao Senhor e como levar outros a
Ele (CES, p. 185). 274
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA BÍBLIA EM GRUPO
Os grupos que se reúnem para estudar a Bíblia recebem músculos
espirituais – Que grupos se reúnam para estudar as Escrituras. Vocês não
perderão coisa alguma com isso, mas tirarão grande proveito. Anjos de Deus
estarão em sua reunião, e, ao vocês se alimentarem com o Pão da Vida,
desenvolverão nervos e músculos espirituais. Estarão, por assim dizer,
alimentando-se com as folhas da árvore da vida. Unicamente dessa maneira,
vocês conseguirão manter sua integridade (DD, p. 4).
OS PROFESSORES DA ESCOLA SABATINA
Os que se satisfazem em seguir uma rotina invariável errarão o alvo
como professores da Escola Sabatina – Os que se satisfazem em seguir uma
rotina árida, que fica sempre na mesma, perderão o alvo e deixarão de fazer a
obra destinada ao professor da Escola Sabatina. Mas serão colaboradores de
Deus aqueles que se empenham nesse importante ramo da causa divina, fazendo,
no temor de Deus, a obra por Ele designada e trabalhando com amor pelas
pessoas por quem Cristo morreu (CES, p. 104).
Os professores da Escola Sabatina devem continuar crescendo, mesmo
que seu pastor não cresça – O professor da Escola Sabatina não deve seguir o
exemplo dos que não crescem no conhecimento de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo, embora esse exemplo seja dado pelos que ministram no santo
púlpito. Os que desejam ser aceitos como obreiros de Deus não devem imitar o
tom, o jeito ou as ideias de qualquer outro homem. Devem aprender de Deus e
ser dotados de sabedoria celestial. Deus deu o dom da razão e do intelecto a cada
obreiro igualmente e, de acordo com sua capacidade, deve negociar com seus
talentos. O Senhor não quer que nenhum obreiro seja a simples sombra de outro
a quem admira. O professor deve crescer até à estatura de Cristo e não até à de
um finito e falível mortal. Vocês devem “crescer na graça” (2 Pe 3:18), e onde
ela é encontrada? Só em Cristo, o modelo divino (CES, p. 105, 106). 275
51
Liderança dos jovens

Desenvolva uma boa relação com os jovens – A causa de Deus tem


perdido muito por falta de atenção aos jovens. Os ministros do evangelho devem
desenvolver boas relações com os jovens de suas congregações. Há uma grande
relutância por parte de alguns para se familiarizarem com eles, mas o Céu
considera isso uma negligência do dever, um pecado contra as almas pelas quais
Cristo morreu. Os jovens são o alvo especial dos ataques de Satanás, mas a
manifestação de bondade, cortesia, consideração e amor muitas vezes operará
em favor da salvação daqueles que estão sob as tentações do maligno.
O amor de Jesus lhe dará entrada ao coração dos jovens, e quando você
tiver obtido sua confiança, eles ouvirão suas palavras e procurarão seu conselho.
Você deve criar um vínculo de amor com eles, e então instruí-los sobre como
trabalhar na causa de Deus. Os jovens podem trabalhar por seus companheiros
de maneira tranquila e despretensiosa. Essa área da obra de Deus não pode ser
negligenciada. Nossas igrejas não estão fazendo o que deviam por eles. Não
parece haver preocupação pelas pessoas por quem Cristo morreu. Por que não se
deveria considerar como trabalho missionário do mais alto nível a obra feita em
prol dos jovens que estão em nossas fileiras? Por que os pastores os deixam de
lado sem se empenhar para ganhá-los para Cristo? Por que não insistem com eles
para que entreguem o coração a Deus? Essa obra requer o tato mais apurado, a
consideração mais atenta e as mais fervorosas orações que a sabedoria celestial
possa conceder, pois estão ligadas à igreja pessoas que não desconhecem nossa
fé, mas cujo coração nunca foi tocado pelo poder da graça divina (RH, 24 de
março de 1891).
O amor alcançará o coração dos jovens aparentemente incorrigíveis –
O Senhor não é glorificado quando as crianças são negligenciadas e passadas por
alto. Elas precisam ser educadas, disciplinadas e pacientemente instruídas. A
juventude necessita mais do que um preparo casual, mais do que uma ocasional
palavra de ânimo. Precisam de trabalho dedicado, cuidadoso e reforçado pela
oração. Unicamente uma pessoa cujo coração se ache cheio de amor e
compaixão, será capaz de conquistar esses jovens aparentemente negligentes e
incorrigíveis (CES, p. 77). 276
Cristo Se entristece com toda palavra áspera, severa e precipitada
dirigida às crianças – Que a bondade e cortesia do pastor se manifeste ao lidar
com as crianças. Convém que tenha sempre em mente que elas são homens e
mulheres em miniatura, membros mais novos da família do Senhor, os quais
podem estar bem achegados ao Mestre e ser muito preciosos para Ele; e, se
forem devidamente instruídos e disciplinados, Lhe serão úteis, mesmo em seus
tenros anos. Cristo Se entristece com toda palavra áspera, severa e precipitada
dirigida às crianças. Seus direitos nem sempre são respeitados, e são, muitas
vezes, tratadas como se não possuíssem um caráter individual que necessita ser
devidamente desenvolvido, a fim de não ficar prejudicado e o desígnio de Deus
em sua vida vir a falhar (T4, p. 397, 398).
Em cada sermão, deixe um lugar para as crianças – Em Sua
incumbência a Pedro, o Salvador primeiramente lhe ordenou: “Apascenta os
Meus cordeiros”, e depois: “Pastoreia as Minhas ovelhas” (Jo 21:15, 16).
Dirigindo-Se ao apóstolo, Cristo diz a todos os Seus servos: “Apascenta os Meus
cordeiros” (Jo 21:15). Quando Jesus advertiu a Seus discípulos que não
desprezassem os pequenos, dirigia-Se a todos os discípulos de todos os séculos.
Seu próprio amor e cuidado em favor das crianças é um precioso exemplo para
Seus seguidores. Se os professores da Escola Sabatina sentissem o amor que
deveriam sentir por esses cordeiros do rebanho, muitos mais seriam ganhos para
o redil de Cristo. Repita-se às crianças, em todas as ocasiões oportunas, a
história do amor de Jesus. Que em cada sermão seja deixado um lugar para elas.
O servo de Cristo pode fazer desses pequeninos, amigos duradouros, e suas
palavras podem ser para eles como maçãs de ouro em salvas de prata (CES, p.
76).
As crianças devem assistir ao culto de sábado – Os pais e as mães devem
tornar uma regra que seus filhos assistam ao culto no sábado. E devem colocar
em vigor essa regra pelo seu próprio exemplo. É nosso dever ordenar nossos
filhos e nossa casa de acordo com nossos princípios, como fez Abraão. Tanto
pelo exemplo quanto por preceito, devemos impressioná-los com a importância
do ensino religioso. Todos os que fizeram o voto batismal têm se consagrado
solenemente ao serviço de Deus; estão sob a obrigação da aliança e de colocar a
si mesmos e aos seus filhos onde possam obter todos os incentivos e
encorajamentos possíveis na vida cristã (OC, p. 368, 369).
PASTOR E PAIS COMO EQUIPE
Os pais criticam o pastor por sua própria negligência – Seus filhos e
filhas se corrompem pelo exemplo e pela disciplina frouxa de vocês. E, apesar
dessa falha na educação doméstica, vocês esperam que o pastor consiga
neutralizar a influência de vocês e realizar a façanha de educar o coração de seus
filhos na religião e na virtude. Depois de o pastor ter feito tudo o que pode pela
igreja, com firme e bondosa advertência, com paciente disciplina e com
fervorosa oração pelo resgate e pela salvação de cada um, e não sendo 277 bem-
sucedido, os pais e as mães muitas vezes o culpam porque seus filhos não estão
convertidos. Mas a causa disso pode ser sua própria negligência. A
responsabilidade pesa sobre os pais. Eles aceitarão a missão que Deus lhes deu e
a cumprirão com fidelidade? Prosseguirão para frente e para cima, trabalhando
de maneira perseverante, paciente e humilde, a fim de alcançar para si mesmos o
padrão elevado e levar os filhos consigo? (FLC, p. 74).
Os pastores necessitam da ajuda dos pais para converter os jovens –
Muitos parecem pensar que a decadência na igreja e o crescente amor aos
prazeres resultam da falta de trabalho pastoral. Verdadeiramente, a igreja deve
ser provida de guias e pastores fiéis. Os pastores devem trabalhar
fervorosamente pelos jovens que não se entregaram a Cristo, como também por
outros que, ainda que seus nomes estejam no rol da igreja, são irreligiosos e
destituídos de Cristo. Mas os pastores podem fazer seu trabalho com fidelidade,
e bem feito, e ainda isso pouco adiantará se os pais negligenciarem sua obra. É
devido à falta de cristianismo no lar que há falta de poder na igreja. A menos que
os pais assumam seu trabalho como devem, será difícil levar a juventude a sentir
seu dever. Se a religião reinar no lar, será levada para a igreja. Os pais que fazem
sua obra para Deus são um poder para o bem. Ao reprimirem e encorajarem os
filhos, criando-os na instrução e no conselho do Senhor, são uma bênção para a
vizinhança, onde moram. E a igreja é fortalecida pelo seu trabalho fiel (OC, p.
382).
Alguns pais são ativos no trabalho cristão fora do lar, enquanto para
seus filhos o Salvador é desconhecido – Há pais e mães que desejam trabalhar
em alguma missão estrangeira; há muitos que são ativos no serviço cristão fora
da família, enquanto, para seus próprios filhos, o Salvador e Seu amor são
estranhos. Muitos pais confiam ao pastor ou ao professor da Escola Sabatina a
obra de ganhar os filhos para Cristo; porém, assim fazendo, negligenciam a
responsabilidade imposta por Deus. A educação e instrução dos filhos para
serem cristãos é o mais elevado serviço que os pais podem prestar a Deus. É uma
tarefa que requer paciência e esforço dedicado e perseverante. Pela negligência
desse trabalho a nós confiado, nos mostramos mordomos infiéis, e Deus não a
desculpará (PJ, p. 195).
Pastores e membros devem apoiar os esforços dos pais – Que a igreja
tome um cuidado especial com os cordeiros do rebanho, exercendo toda a
influência que puder conquistar o amor das crianças e uni-las à verdade. Pastores
e membros da igreja devem apoiar os esforços dos pais no sentido de levar as
crianças ao caminho seguro. O Senhor está chamando a juventude, pois deseja
fazer dos jovens Seus ajudadores para bom serviço sob Sua bandeira (LA, p.
358, 359). 278
Os pais que têm tido êxito devem ministrar a outros jovens na igreja –
Os cristãos manifestam sincero interesse nas crianças que estão ao seu redor, as
quais, pelas tentações sutis do inimigo, estão a ponto de perecer. Pais e mães, se
vocês guardaram seus próprios filhos das ciladas do inimigo, olhem ao redor
para salvar a vida das crianças que não têm tais cuidados (NAV, p. 117).
PREPARADOS PARA SERVIR
Os jovens, corretamente instruídos, serão fervorosos obreiros para o
Mestre – Rapazes e moças devem ser educados para o serviço na causa de Deus.
O Senhor escolhe os jovens porque têm o corpo forte e a mente vigorosa; e, se
eles forem corretamente instruídos, serão fervorosos obreiros para o Mestre.
Deus será o conselheiro deles se puserem sua confiança nEle, e os aceitará e
exaltará para serem Seus colaboradores, se houver entrega e submissão total à
Sua vontade (RH, 24 de março de 1891).
Os pastores e os membros mais velhos não conseguem exercer nem a
metade da influência que os jovens exercem sobre outros jovens – Amigos
jovens, se vocês se encarregarem de trabalhar no lugar em que estão atualmente,
fazendo o que puderem, tenham certeza de que terão a ajuda de Jesus. Comecem
esta obra trabalhando em favor de seus companheiros. Os pastores ou membros
de idade mais avançada não conseguem ter sequer a metade da influência que
vocês são capazes de exercer sobre seus jovens companheiros; e devem sentir
que pesa sobre vocês a responsabilidade de fazerem tudo o que puderem pela
salvação deles (HS, p. 288).
Quando a juventude trabalha pela igreja, fecha-se uma porta contra a
tentação – Por que os dirigentes da igreja não organizam concílios para delinear
projetos em que os rapazes e as moças possam ser treinados para usar os talentos
que lhes foram confiados? Por que os membros mais velhos da igreja não
procuram realizar um trabalho bom, fervoroso e compassivo em favor das
crianças e jovens? Muitos abraçaram a verdade, mas não têm sido educados
quanto à maneira pela qual poderão servir à causa de Deus, crescendo assim em
vigor espiritual. Ao empregar as capacidades físicas e mentais de nossos jovens
no serviço de Deus, fecha-se uma porta contra as tentações do inimigo, e Satanás
não tem uma condição favorável de treinar as crianças e os jovens para seu
serviço (RH, 7 de março de 1893).
ESCOLA SABATINA DAS CRIANÇAS
Os professores na Escola Sabatina das crianças necessitam de aptidão,
vontade, e perseverança na oração – Em algumas Escolas Sabatinas, dão-se
cargos a pessoas que não têm aptidão para ensinar. Não sentem sincero amor
pelas pessoas. Elas próprias não entendem metade dos princípios práticos da
verdade. 279 Como podem, então, conduzir as crianças e jovens à Fonte Viva?
Que os próprios professores bebam abundantemente da água da salvação; os
anjos de Deus serão seus ministradores, e saberão precisamente qual o rumo que
o Senhor deseja que tomem, a fim de conquistar para Jesus a preciosa juventude.
Isso exige aptidão, vontade, perseverança, um espírito como o manifestado por
Jacó ao lutar em oração, exclamando: “Não Te deixarei ir, a não ser que me
abençoes” (Gn 32:26). Ao vir sobre os professores, a bênção divina não deixará
de refletir-se sobre os que estão ao cuidado deles. Nunca devem deixar a
juventude sob a orientação de indivíduos espiritualmente indolentes, os quais
não possuem altas, elevadas e santas aspirações, porque o mesmo espírito de
indiferença, farisaísmo e formalidade será visto tanto nos professores quanto nos
alunos (CES, p. 116, 117).
Os pastores devem ser capazes de falar de modo interessante e
compreensível às crianças da Escola Sabatina – Certa vez, ao dirigir uma
Escola Sabatina, um diretor geral foi muito seco, cansativo e desinteressante.
Uma mãe perguntou à filha de dez anos se ela havia gostado do culto, e o que o
pastor tinha dito. Respondeu a menina: “Ele falou, falou, falou, e não disse
nada.” Ora, nós não queremos um relatório como esse sobre nosso trabalho. Para
a obra que possivelmente nós mesmos tenhamos de fazer, é preciso o melhor
preparo de nossa parte, a fim de termos êxito ao ensinar aos outros aquilo que
aprendemos (CES, p. 169).
Muitas crianças instruídas nas Escrituras, na Escola Sabatina, não têm
interesse na religião – Muitos filhos de pais crentes, que foram instruídos na
Escola Sabatina e estão familiarizados com as Escrituras, não têm interesse na
religião. Mesmo sob os mais poderosos apelos do Espírito Santo, eles parecem
tão indiferentes como se fossem esculpidos em pedra. O que se poderá fazer para
quebrar o encantamento que Satanás lançou sobre essas almas? Não vejo
nenhuma ajuda, exceto que os pais apresentem seus filhos diante do trono de
graça, em oração humilde e fervorosa, suplicando ao Senhor que Se una aos seus
esforços e aos dos pastores, até que resultem em convicção e conversão (ST, 16
de março de 1882).
A classe da Escola Sabatina para crianças não deve substituir sua
assistência ao culto divino – A Escola Sabatina de __________ tornara-se para
o irmão E o grande e único tema de interesse. Ela absorvia a mente dos jovens,
enquanto outros deveres religiosos eram negligenciados. Frequentemente, depois
de terminada a Escola Sabatina, o diretor, alguns professores e alunos voltavam
para casa, a fim de descansar. Sentiam estar, nesse dia, terminada sua
responsabilidade e não terem mais dever algum. Quando o sino anunciava a hora
do culto, o povo, que partia de seus lares para a casa de culto, encontrava grande
parte da escola que voltava para casa. E, embora importante, 280 a reunião não
conseguia despertar-lhes o interesse na instrução dada pelo pastor sobre valiosos
assuntos bíblicos. Ao passo que muitas das crianças não assistiam ao culto, as
que ficavam não recebiam auxílio da palavra falada, porque a julgavam
enfadonha (CES, p. 183). 281
52
Jesus como o pastor modelo

Nota dos compiladores: Jesus nunca pastoreou uma congregação de igreja


como temos hoje. Mas, como os pastores modernos, Ele pregou, ensinou e
ministrou tanto a grupos grandes quanto a indivíduos. É útil aos pastores de
igrejas pequenas saber que o mais próximo que Jesus chegou em ministrar a
uma congregação específica foi Seu ministério contínuo ao pequeno grupo dos
doze. Deve ser um incentivo aos pastores que às vezes se sentem fracassados
saber que nem mesmo Jesus conseguiu evitar que um dos doze apostatasse. Nas
seguintes citações de Ellen White é interessante notar a frequência com que
Jesus é chamado de Supremo Pastor, e ministra aos Seus subpastores. Ele é o
pastor modelo.
Cristo, o Supremo Pastor, é o modelo perfeito para Seus subpastores –
Cristo é o Supremo Pastor. Ele confiou o cuidado de Seu rebanho aos Seus
subpastores. Requer desses pastores que tenham o mesmo interesse que Ele
sempre manifestou por Suas ovelhas, e que sintam sempre a responsabilidade do
encargo que lhes confiou. Os ministros, que são chamados por Deus para
trabalhar na palavra e na doutrina, são pastores de Cristo. Ele os nomeou sob Sua
direção para que vigiem Seu rebanho e cuidem dele. Ordenou solenemente que
sejam pastores fiéis, que alimentem o rebanho com dedicação, sigam Seu
exemplo, fortaleçam e alimentem o fraco e o protejam das feras vorazes. Ele lhes
mostra Seu exemplo de amor por Suas ovelhas. Para assegurar seu resgate, Ele
deu a vida por elas; e, se [os pastores] imitarem Seu exemplo de abnegação, o
rebanho prosperará sob seu cuidado (SG3, p. 123).
Muitos pastores não conhecem a essência real do ministério de Cristo –
O conhecimento divino pode se tornar conhecimento humano. Todo pastor deve
estudar atentamente a maneira como Cristo ensinava. Deve compreender Suas
lições. Não há um em vinte que conheça a beleza, a essência real do ministério
de Cristo. Precisam descobri-la. Então se tornarão participantes do abundante
fruto de Seus ensinos. Eles os entrelaçarão tão plenamente em sua própria vida e
prática, que as ideias e os princípios que Cristo apresentou em Suas lições
aparecerão também nos ensinos deles. A verdade florescerá e produzirá os mais
nobres frutos. E o próprio coração dos obreiros será aquecido; 282 sim, arderá
com a vivificante vida espiritual que infundem na mente de outros. Então todos
esses sermões insípidos terão um fim, pois, com frequência, são uma exibição do
próprio eu, em vez do fruto produzido pelo mestre que se assentou aos pés de
Jesus e aprendeu dEle (MR6, p. 72).
Cada aspecto da vida do grande Exemplo deve ser estudado
cuidadosamente – Quanto mais o ministro de Cristo se associar com seu
Mestre, através da contemplação de Sua vida e Seu caráter, tanto mais se
assemelhará a Ele e mais qualificado se tornará para ensinar Suas verdades.
Cada aspecto da vida do grande Exemplo deve ser estudado cuidadosamente, e
uma íntima conversação deve ser mantida com Ele por meio da oração de uma fé
viva. Assim, o caráter defeituoso do ser humano será transformado à imagem de
Seu glorioso caráter. Assim o professor da verdade estará preparado para
conduzir pessoas a Cristo (SG3, p. 244).
VIDA DEVOCIONAL
A oração foi o centro do ministério de Cristo – Cristo é nosso exemplo.
Sua vida foi de oração. Sim, Cristo, o Filho de Deus, igual ao Pai, plenamente
suficiente em Si mesmo, a fonte de todas as bênçãos, Ele, cuja voz podia
repreender a doença, acalmar a tempestade, e chamar os mortos à vida, orava
com forte clamor e muitas lágrimas. Muitas vezes passava noites inteiras em
oração. Enquanto as cidades estavam dormindo em silêncio, os anjos ouviam as
súplicas do Redentor. Contemplem o Salvador prostrado em oração, com a alma
atormentada pela angústia. Ele não está orando em Seu favor, mas por aqueles a
quem veio salvar. Nas montanhas da Galileia e nos bosques do Monte das
Oliveiras, o amado Filho de Deus orava pelos pecadores. Então saia para
ministrar-lhes, tendo os lábios novamente tocados por brasa viva (ST, 5 de
setembro de 1900).
Jesus reabastecia sua alma por meio da oração antes de sair para
ministrar – Para os judeus crentes em Jerusalém, no tempo de Cristo, o Monte
das Oliveiras era com frequência um retiro para a devoção. As colinas e os vales
ao redor de Jerusalém, hoje tão secos e áridos, estavam salpicados de oliveiras e
pomares, e era ali que os fieis de Israel iam muitas vezes para estudar as
Escrituras e orar. O Jardim do Getsêmani estava entre os lugares assim
frequentados. Era para esse lugar, quando a cidade de Jerusalém estava envolta
pelo silêncio da meia-noite, que Jesus Se retirava muitas vezes para entrar em
comunhão com o Pai. Quando aqueles aos quais havia ministrado durante o dia
todo voltavam para seus lares, Jesus, segundo lemos, ia “como de costume, para
o monte das Oliveiras” (Lc 22:39). Às vezes levava Seus discípulos com Ele
para esse lugar de retiro, para que unissem suas orações às dEle. Na oração,
Cristo obtinha poder de Deus e prevalecia. Manhã após manhã, e noite após
noite, Ele recebia graça para poder reparti-la a outros. Então, com a alma repleta
de graça e fervor, saía para ministrar às almas dos homens (ST, 15 de julho de
1908). 283
Jesus orava principalmente por outros – Cristo estava continuamente
recebendo do Pai para poder transmitir-nos. Disse Ele: “Estas palavras que vocês
estão ouvindo não são Minhas; são de Meu Pai que Me enviou” (Jo 14:24). “O
Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20:28). Ele
viveu, pensou e orou, não para Si mesmo, mas para os outros. Após horas
passadas junto a Deus, Ele saía, manhã após manhã, para levar a luz do Céu aos
homens. Diariamente recebia um novo batismo do Espírito Santo. Nas primeiras
horas do novo dia, Deus O despertava de Seu sono, e Sua alma e Seus lábios
eram ungidos com graça para que pudesse reparti-la com outros (RH, 11 de
agosto de 1910).
O exemplo de Cristo mostra aos pastores como encarar os embates –
São os ministros de Cristo ferozmente tentados e golpeados por Satanás? Assim
também Aquele que não teve pecado. Cristo, nosso exemplo, Se voltava para o
Pai nessas horas angustiosas. Ele veio ao mundo para prover um meio através do
qual pudéssemos achar graça e força para cada momento de necessidade,
seguindo Seu exemplo de oração fervorosa e frequente. Se os ministros de Cristo
imitassem esse modelo, seriam imbuídos do Seu espírito, e os anjos viriam servi-
los (RH, 19 de maio de 1885).
AMOR PELAS PESSOAS
Cristo Se identificou com Seu povo – Cristo Se identificou com as
necessidades de Seu povo. As necessidades e agonias desse povo eram Suas
também. Ele diz: “Eu tive fome, e vocês Me deram de comer; tive sede, e vocês
Me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês Me acolheram; necessitei de roupas,
e vocês Me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de Mim; estive preso, e
vocês Me visitaram” (Mt 25:35, 36). Os servos de Deus devem ter um coração
afetuoso e amor sincero para com os seguidores de Cristo. Devem manifestar
aquele profundo interesse que Jesus nos apresenta no cuidado do pastor para
com a ovelha perdida; seguir o exemplo dado por Cristo, exercer a mesma
compaixão e benignidade, e o mesmo terno e compassivo amor manifestado por
Ele para conosco (T3, p. 186, 187).
Amor, misericórdia e compaixão eram demonstrados em cada ato do
ministério de Jesus – Ao descrever Sua missão na Terra, Jesus disse: “O
Espírito do Senhor está sobre Mim, pelo que Me ungiu para evangelizar os
pobres; enviou-Me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista
aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos” (Lc 4:18). Essa foi Sua obra. Ele
saiu fazendo o bem, e curando todos os oprimidos de Satanás. Havia vilas
inteiras onde não se ouvia um gemido de dor em nenhuma de suas casas, pois
Ele havia passado por elas e curado todos os seus enfermos. Seu trabalho dava
evidência de Sua unção divina. Amor, misericórdia e compaixão eram
demonstrados em cada ato de Sua vida. Seu coração se movia de terna
compaixão pelos filhos dos homens.
Ele tomou a natureza humana para compreender as necessidades dos
homens. Os mais pobres e 284 os mais humildes não tinham receio de se
aproximar dEle. Até mesmo as criancinhas eram atraídas a Ele. Elas gostavam
de sentar-se em Seu colo e observar aquele rosto pensativo, cheio de bondade e
amor (BTS, 1º de janeiro de 1909).
Os pastores que trabalham sob a direção do Supremo Pastor sempre
terão interesse pelos outros – O Bom Pastor veio buscar e salvar o perdido. Ele
manifestou em Suas obras Seu amor por Suas ovelhas. Todos os pastores que
trabalham sob a direção do Supremo Pastor possuirão Suas características; eles
serão mansos e humildes de coração. Uma fé semelhante à de uma criança traz
descanso ao coração, e também atua pelo amor e sempre se interessa pelos
outros. Se o Espírito de Cristo habita neles, serão semelhantes a Cristo e farão as
obras de Cristo (T4, p. 377).
O LÍDER SERVIDOR
Para ter o mesmo sucesso que Jesus, lidere com a humildade dEle –
Jesus, o querido Salvador, a todos deu notáveis lições de humildade, mas, em
especial, ao ministro do evangelho. Em Sua humilhação, ao estar quase
concluída Sua obra na Terra e Ele prestes a voltar para o trono do Pai, de onde
viera, tendo nas mãos todo o poder e na fronte toda a glória, entre Suas últimas
lições aos discípulos houve uma sobre a importância da humildade. Enquanto
eles discutiam a respeito de quem seria o maior no reino prometido, Cristo
cingiu-Se como um servo, e lavou os pés daqueles que O chamavam de Senhor e
Mestre (T4, p. 373).
Os pastores desprezados devem se lembrar do que fizeram com Jesus –
Anjos ministraram a Jesus, entretanto, sua presença não Lhe tornou a vida fácil e
livre de severos conflitos e violentas tentações. Ele foi tentado em todos os
pontos, como nós o somos, mas sem pecado. Deveriam os pastores, enquanto
estão envolvidos na obra que o Senhor lhes designou, ficar desanimados ao
sofrerem provas, perplexidades e tentações, quando sabem que Alguém suportou
tudo isso antes deles? Deveriam eles abandonar sua confiança porque não
conseguem dar conta de tudo o que se espera deles? Cristo trabalhou
diligentemente por Sua nação, mas Seus esforços foram desprezados por aqueles
a quem viera salvar, e eles tiraram a vida dAquele que lhes viera trazer vida (T2,
p. 509).
GANHADOR DE ALMAS
Cristo veio para dar o exemplo correto de um ministro ganhador de
almas – Ele veio para dar o exemplo correto de um ministro do evangelho.
Esforçava-Se constantemente por um objetivo; todas as Suas forças eram
empregadas para a salvação do ser humano, e todo ato de Sua vida visava a esse
fim. Viajava a pé, ensinando Seus seguidores à medida que prosseguia. Suas
vestes eram empoeiradas e manchadas pela viagem, 285 e Sua aparência era
pouco convidativa. Contudo, as verdades simples e objetivas que saíam de Seus
divinos lábios logo faziam com que os ouvintes se esquecessem da aparência
dEle, e ficassem encantados, não com o homem, mas com a doutrina que Ele
ensinava (T4, p. 373).
O bom pastor procura diligentemente as ovelhas perdidas e as traz com
amor de volta ao redil – Tenho uma mensagem aos que trabalham no
ministério. O Senhor não Se agrada do trabalho que vocês têm realizado, e não o
aceita de suas mãos por terem descuidado a parte da obra que é mais importante
para a salvação de almas e para a saúde da igreja. O ministro precisa ser um
pastor. [...] Ele deixa as noventa e nove no redil; por mais escura e tempestuosa
que seja a noite, ou quão perigoso e desagradável o caminho, ou quão longa e
tediosa a procura, ele não se cansa nem se dá por vencido enquanto não encontra
a perdida. E, quando a encontra, age com indiferença? Chama a ovelha e ordena
à extraviada que o siga? Ameaça-a e bate nela, ou a empurra diante dele, ao se
lembrar da amargura, do desconforto e da ansiedade que sofreu por culpa dela?
Não! Ele coloca a ovelha cansada, exausta e extraviada sobre o ombro e, com
alegre sentimento de gratidão porque sua busca não foi em vão, a leva de volta
ao redil. Sua gratidão é expressa em melodiosos cânticos de alegria, e os coros
celestiais respondem às alegres notas do pastor. Quando a perdida é encontrada,
o Céu e a Terra se unem em grande alegria e agradecimento (RH, 23 de agosto
de 1892).
O PREGADOR-PROFESSOR
O ministério de Jesus consistia não apenas em sermonear, mas em
educar o povo – Devemos procurar seguir mais de perto o exemplo de Cristo, o
grande Pastor, ao trabalhar com Seu pequeno grupo de discípulos, estudando
com eles e com o povo em geral as Escrituras do Antigo Testamento. Seu
ministério ativo consistia não somente em pregar sermões, mas em instruir o
povo. Ao passar pelas aldeias, mantinha contato pessoal com as pessoas em suas
casas, ensinando-as e atendendo-lhes as necessidades. Ao aumentarem as
multidões que O seguiam, quando chegava a um local apropriado, falava-lhes,
simplificando Seus discursos com o emprego de parábolas e símbolos (Ev, p.
203).
A pregação de Cristo era simples e direta – Suas palavras eram simples e
diretas, e ninguém precisava consultar o dicionário para verificar seu significado.
Uma criança podia compreender Seus ensinos. E assim como Ele realizou Seu
trabalho, assim devemos fazer o nosso, seguindo Seu exemplo (ST, 8 de julho de
1889).
Jesus buscava alcançar a mente do povo comum – Muito poderemos
fazer dentro de pouco tempo, caso trabalhemos como Cristo fazia. Podemos
refletir com 286 proveito em Sua maneira de ensinar. Ele buscava alcançar a
mente do povo comum. Seu estilo era claro, simples e abrangente (Ev, p. 565).
Ninguém que escutasse a Jesus podia sentir-se desprezado nem
esquecido – Jesus procurava um caminho para cada coração. Usando várias
ilustrações, não só expunha a verdade em Seus diversos aspectos, mas apelava
também para os diferentes ouvintes. Despertava-lhes o interesse pelos quadros
tirados do ambiente de sua vida diária. Ninguém que escutasse o Salvador podia
sentir-se desprezado nem esquecido. O mais humilde, o mais pecador, ouvia em
Seus ensinos uma voz que falava com compaixão e ternura (PJ, p. 21, 22).
Cristo alterou o mínimo possível a maneira de pensar de Seus ouvintes
– Quando Cristo apresentou essas verdades às pessoas, Ele alterou o mínimo
possível sua habitual maneira de pensar. Entretanto, uma nova e transformadora
compreensão da verdade ficaria entremeada em sua experiência. Ele despertou-
lhes a mente apresentando a verdade através de imagens que lhes eram
conhecidas. Utilizou em Seus ensinos ilustrações que evocaram suas mais
agradáveis lembranças e sua empatia, com a finalidade de alcançar o templo
secreto da alma. Identificando-Se com seus interesses, extraiu Suas ilustrações
do grande livro da natureza, usando objetos com os quais eles estavam
familiarizados (MR1, p. 22).
As ilustrações de Jesus repetiam constantemente Suas lições – Os
indivíduos instruídos ficavam encantados com os ensinos de Cristo, e os incultos
se beneficiavam sempre, pois Ele apelava ao seu entendimento. Suas ilustrações
eram extraídas das coisas comuns da vida diária, e, embora fossem simples,
traziam um maravilhoso e profundo significado. As aves do céu, os lírios do
campo, a semente, o pastor e as ovelhas – com essas coisas, Cristo ilustrava
verdades imortais; e sempre, dali em diante, quando Seus ouvintes tinham
oportunidade de ver essas coisas na natureza, recordavam-se de Suas palavras.
As ilustrações de Cristo constantemente repetiam Suas lições (RH, 18 de maio
de 1897).
PASTOR DE SUBPASTORES
O Pastor Verdadeiro dirige Sua obra por intermédio de Seus
subpastores – Ao mesmo tempo em que Cristo é oficiante no santuário celestial,
é também, por intermédio de Seus representantes, o líder de Sua igreja na Terra.
Fala ao povo mediante homens e, por meio deles, leva avante a obra, do mesmo
modo que o fazia nos dias de Sua humilhação, quando andava visivelmente aqui
no mundo. Apesar de decorridos séculos, o lapso de tempo não mudou a
promessa por Ele deixada aos discípulos: “Eis que estou convosco todos os dias,
até à consumação dos séculos” (Mt 28:20). Desde a ascensão de Cristo até hoje,
homens ordenados por Deus, homens que dEle derivam sua autoridade, têm se
tornado mestres 287 da fé. Cristo, o Pastor verdadeiro, dirige Sua obra por
intermédio desses subpastores. Assim, a função dos que trabalham na palavra e
na doutrina se torna muito importante. Suplicam ao povo, da parte de Cristo, que
se reconciliem com Deus (T4, p. 393).
Table of Contents
Rosto
Expediente
Apresentação
Abreviaturas
Prefácio
Crescimento e trabalho
1 Devoção pessoal
Estudo da Bíblia
Oração
Meditação
2 Adventismo – um movimento mundial singular
Uma mensagem especial
Lealdade à doutrina adventista
Debates doutrinários
Um movimento mundial
3 Características de um pastor
Consagração
Desprendimento
Compaixão
Atitude positiva
Confiabilidade
Humildade
Responsabilidade
4 Diretrizes da igreja
Organização da igreja
Ordenação pastoral
5 O preparo pastoral
Chamado para servir
O preparo acadêmico
O preparo prático
Educação contínua
6 Desenvolvimento de um grupo de apoio pessoal
7 Sistema de arquivo
8 Liderança
9 Ética pastoral
Ética com os colegas pastores
Ética com o sexo oposto
10 Aparência pessoal
A aparência do pastor
A aparência da família
11 Finanças pessoais
12 A saúde do pastor
Estresse
Exercício
Dieta
Reforma de saúde
Equilíbrio entre corpo e mente
13 As mulheres como ganhadoras de almas
O casal trabalhando junto
A remuneração das esposas
14 Administração do tempo
Relacionamentos pastorais
15 O relacionamento do pastor com sua família
O lar
A esposa
Os filhos
16 O relacionamento do pastor com os outros
Com a comunidade
Com pastores de outras denominações
Com pessoas de outras culturas
17 O relacionamento do pastor com a igreja
Embaixadores de Cristo
A congregação – o dever do pastor
A congregação – o dever dos membros
Desarmonia
Período de serviço
A Associação
O pastor e o presidente
Salário
Outros obreiros da igreja
Os médicos-missionários
Os professores
Os colportores
Os administradores
Evangelismo e crescimento da igreja
18 Conscientizando a comunidade
Servindo à comunidade
Relações públicas
Os meios de comunicação
19 A obra missionária
Publicações
Saúde
Família
20 Planejamento e estratégia
Tempo para o evangelismo
Planejamento da igreja
21 Como obter decisões
Decisão pública
Decisão pessoal
Classe bíblica
Firmando os interessados
22 Evangelismo pessoal
Visitando os interessados
Estudos bíblicos
Como ganhar almas pela amizade
23 Evangelismo público
As séries de conferências
Os seminários
24 O evangelismo por meio dos grupos
25 A obra missionária especializada
Nas cidades
Nas prisões
Aos menos favorecidos
Treinamento dos obreiros leigos
26 Recrutamento e treinamento de voluntários
O pastor, os membros e o trabalho da igreja
A responsabilidade do pastor
O testemunho no trabalho
Dons espirituais
Motivando os voluntários
Os pastores como instrutores
Ensinando todos a ser ativos
O culto e os serviços especiais
27 O batismo
Preparando os candidatos
As crianças
O serviço batismal
28 Dedicação de crianças
29 A santa ceia
O lava-pés
O pão e o vinho
30 O funeral cristão
31 Como planejar e dirigir o culto divino
Reverência
O formal e o informal
A participação da congregação
O início do culto
Música
Canto congregacional
Instrumentos musicais
Não deve haver exibição
A oração em público
Apelo para as ofertas
A leitura das Escrituras
32 Culto de oração
Os testemunhos
33 A pregação
A pregação bíblica
A pregação cristocêntrica
Relacionando a fé com a vida
Aplicação prática
Ilustrações impróprias
Ilustrações adequadas
As ilustrações de Jesus
O positivo e o negativo
O negativo
O positivo
A convicção
Os sentimentos
As decisões
A oratória – as palavras
A oratória – os gestos
A oratória – a voz e a dicção
A oratória – a duração do sermão
34 Casamento
O cuidado pastoral
35 Inclusão de novos membros
Firmando os membros na doutrina
Os novos conversos imitam o pastor
36 Disciplina eclesiástica
A necessidade de disciplina
A atitude na disciplina
37 Aconselhamento
Família
Luto
Limitações
38 Ex-membros e membros inativos
Indo em busca
Procurar ganhá-los
39 Ministério pessoal em favor dos membros
Menos sermões e mais trabalho pessoal
Os membros e o trabalho pessoal
40 Visitação aos membros de grupos especiais
Famílias
Pobres
Desanimados
Doentes
A unção e a cura divina
Organização e administração
41 Educação cristã
Objetivo
Professores
O prédio da escola
Financiamento
Trabalhos manuais
42 Construção de templos
Localização
Projeto
Construção
Financiamento
Manutenção
Ajudando outros a construir
43 Vida social na igreja
Importância
Problemas
44 Comissões
Princípios para nomear as comissões
Princípios para dirigi-las
45 Departamentos da Associação
Líderes da Associação e dos departamentos
Cooperação entre os departamentos
46 Finanças
Mordomos
A igreja mundial
A igreja local
Os pastores precisam ter habilidade financeira
Pastores sem habilidade financeira
47 Pastoreando um distrito com muitas igrejas
Desenvolvendo os talentos da igreja
O culto na ausência do pastor
48 Solucionando problemas e conflitos
Unidade
49 Promoção
Publicações
Recolta
50 Escola Sabatina de adultos
Importância do estudo da Bíblia em grupo
Os professores da Escola Sabatina
51 Liderança dos jovens
Pastor e pais como equipe
Preparados para servir
Escola Sabatina das crianças
52 Jesus como o pastor modelo
Vida devocional
Amor pelas pessoas
O líder servidor
Ganhador de almas
O pregador-professor
Pastor de subpastores
Acesse

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