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ESTADO DO .....
AUTOS Nº .....
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG
n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º .....,
Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e
bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório
profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde
recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em que
colide com ....., à presença de Vossa Excelência apresentar
APELAÇÃO
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
ORIGEM: Autos sob n.º .... - ....ª Vara de Família da Comarca de ....
Apelante: ....
Apelados: .... e outros
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG
n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º .....,
Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e
bastante procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório
profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde
recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em que
colide com ....., à presença de Vossa Excelência apresentar
APELAÇÃO
Colenda Corte
Eméritos julgadores
DOS FATOS
0 imóvel situado a rua ......., nº ....., no bairro ......., recibos fls. ......, foi adquirido
antes da sociedade concubinatária, e, portanto, não faz juz a requerente a partilha
do mesmo. Por outro lado, a transferência do ........ ocorreu em ......,, data anterior
a sociedade concubinatária. Face ao exposto, JULGO PROCEDENTE EM PARTE o
pedido, reconhecendo a sociedade concubinatária, existente entre as partes no
período de ........... até .........., bem como, o direito da autora a meação dos bens
adquiridos no período compreendido entre ........ até ......; o imóvel situado a
rua ............. em zona urbana do 1º Distrito, barco de pesca conforme recibo
acostado às fls. 45, direito a linha celular ......., titulo de sócio proprietário
do .........l, No tocante ao veículo ........ e o telefone ...........,, a autora não faz jus,
pois sequer, comprovou ser o réu proprietário do mesmo.Presentes os pressupostos
processuais e as condições para o legítimo exercício do direito de agir."
Preliminarmente, cumpre ressaltar que o Poder Judiciário não pode, pela relevância
de sua missão constitucional como guardião do direito infraconstitucional, se deixar
impressionar por alegações emocionais por parte de uma mulher, que possui filhos
menores, vindo a proceder a um julgamento injusto, principalmente, sem atentar
para os argumento da parte contrária e sem atentar para as provas produzidas no
feito.
DO DIREITO
Pois bem, a Súmula 380, do Supremo Tribunal Federal, desafia seu entendimento,
quanto a imperiosa necessidade de a concubina provar a sociedade de fato e,
também, de haver contribuído com "recursos" para a consecução do patrimônio
disputado, o que pode ser conferido nas decisões do RTJs 75/936, 78/619, 79/229,
80/260 e 112/332.
Deve-se reconhecer, no entanto, que existe uma tendência dos Tribunais no sentido
de reconhecer que a prova da contribuição não pode ser considerada apenas a
direta, ou seja, aquela em que a mulher contribui decisivamente para a formação
do patrimônio amealhado, mas, também, a indireta pois já se admite, hoje em dia,
que essa colaboração possa decorrer do próprio trabalho doméstico, nos casos em
que, graças à administração do lar pela mulher, se façam, ou se ampliem
economias, graças as quais se forma o patrimônio comum (RSTJ 25/335).
Assim, vislumbram-se dois aspectos relevantes, no caso dos presentes autos, que
merecem uma análise mais profunda.
Certamente, por isto, é que se pronunciou desta forma o TJMG, ao referir que: "O
intérprete, ao contrário do legislador, não manipula ilusões. Vive realidades e deve
buscar, no exame dessas realidades, o equilíbrio da ordem jurídica afetada. A
ordem ética deve sempre ser observada e o exegeta não pode esquecer que as
relações, causas e efeitos são constantes e inelutáveis. Por isto, faz sentido o
ensinamento deixado por SÉRGIO G. PEREIRA de que o amor, o afeto, a
convivência efetiva, a dedicação mútua, o real companheirismo, são os verdadeiros
valores fundantes do casamento, o que nele há de principal e essencial, não há
sentido em manter uma comunhão de bens quando não mais existe no casal a
comunhão espiritual e amorosa. Pensar contrariamente seria como que colocar em
plano principal o que é secundário, acessório, ou seja, querer que o aspecto
material, patrimonial, monetário, prevaleça sobre a faceta eletiva, pois, não mais
presente esta, se entende ainda vinculado o casal para efeitos meramente
patrimoniais, se está asseverando - ainda que não se pretenda tal resultado
esdrúxulo - nada mais nada menos do que o fato de ter permanecido o casal em
união conjugal exclusivamente por causa de um vínculo de dinheiro. É difícil
encontrar uma ética capaz de sustentar esta tese".
TERESA ARRUDA ALVIM PINTO diz que a ratio essendi das regras relativas à
comunhão de bens entre cônjuges é a existência real e concreta de vida em
comum. Carece de sentido, quer jurídico, quer moral, aplicar-se um regime de
comunhão a um casal que nem mais casal é, ou era, por ausência absoluta de
affectio maritalis, de identidade de espíritos, vontades, planos, trabalho e bem
comum.
Na hipótese dos autos, destaca o apelante que resultou comprovado que a autora,
ora apelada, nunca contribuiu, de qualquer modo ou forma, para a aquisição dos
bens enquanto conviviam as partes como se casados fossem, ressaltando que todos
os bens foram adquiridos com recursos próprios do ora apelante, adquiridos antes
do período de convivência entre as partes contendoras.
De fato, analisando-se as evidências colhidas nos autos, em especial as provas
documentais e testemunhais, deduz-se que não tem cabimento se reconhecer a
contribuição da autora, ora apelada, para a aquisição do imóvel nº ....., da
rua .........., situado no .............. (fls. 15/21), notadamente quando se constata
que o imóvel pertencente ao réu, localizado na rua .........,
Bairro ........., ........., ....., fora vendido em ........ de ........ (fls. 39/40), e os
valores investidos deste aquela data e mais o levantamento do FGTS (do apelante)
conseguiu, o ora apelante, complementar o preço total e passou a ser possível e
viável a aquisição do novo imóvel, situado no nº ......, da rua ..........., situado
no ........, ......, sem qualquer ajuda ou participação da ora apelada, direta ou
indiretamente.
Faz-se necessário, no caso da existência de uma "união estável", provar, por todos
os meios, se realmente as partes colocaram recursos e esforços em comum para a
obtenção do patrimônio e se houve a intenção de participarem dos lucros e perdas,
pois a simples vida sob o mesmo teto é insuficiente para configurar uma
participação direta ou indireta da mulher.
E, para finalizar, destaca o apelante, que uma suposta "união estável" destituída de
existência real e concreta de uma vida em comum, de uma comunhão de vida, ou
seja, de amor, de afeto, de convivência efetiva, de dedicação mútua, de real
companheirismo, que são os verdadeiros valores fundamentais do casamento, lhe
retira o sentido e a razão da conjunção de interesses materiais. Destarte, verter
para dentro desse tipo de "sociedade conjugal" bens não amealhados no período de
convivência e, principalmente, bens adquiridos sem a participação efetiva da
mulher, implicaria, certamente, em judicializar o próprio e sempre condenado
princípio do enriquecimento sem causa.
DOS PEDIDOS
Isto posto, pede e requer que seja acolhido e dado provimento ao presente recurso
para julgar improcedente a presente ação, por ser de Direito e merecida Justiça.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]