Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE ARQUEOLOGIA
DISCIPLINA: LABORATÓRIO II

A cerâmica Tupi-Guarani: métodos e técnicas

Kimberly Eduarda Pimentel Nestor


Thaysa Gisella Mendes Araújo da Silva

Recife, 20 de agosto de 2021


1

Kimberly Eduarda Pimentel Nestor


Thaysa Gisella Mendes Araújo da Silva

A cerâmica tupi-guarani: Métodos e técnicas

Pré-projeto apresentado como requisito


parcial para aprovação na disciplina
Laboratório II, ministrada pela professora
Cláudia Alves de Oliveira, no curso de
Graduação em Arqueologia, na
Universidade Federal de Pernambuco –
UFPE.

Recife, 20 de agosto de 2021


2

SUMÁRIO


INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 3
PROBLEMÁTICA .......................................................................................................................... 4
HIPÓTESE ..................................................................................................................................... 4
JUSTIFICATIVA............................................................................................................................. 4
OBJETIVOS ................................................................................................................................... 5
Objetivo geral: ........................................................................................................................................... 5
Objetivos específicos: ............................................................................................................................ 5
REVISÃO TEÓRICA ...................................................................................................................... 5
METODOLOGIA ............................................................................................................................ 7
CRONOGRAMA ............................................................................................................................ 8
REFERÊNCIAS E FONTES........................................................................................................... 9
3

INTRODUÇÃO

Dentre os povos que habitaram o Brasil pouco antes da colonização


europeia, os Guarani contribuíram de forma excepcional para formação do povo
brasileiro. A cultura dos povos indígenas falantes de língua tupi e guarani são
conhecidas principalmente pelos relatos de cronistas da época do Descobrimento.

Os únicos vestígios arqueológicos são vasilhas e fragmentos de cerâmica.


Sobre a difusão da cultura Tupiguarani e as formas das vasilhas, assim como uma
nota da arqueóloga Fernanda B. Tocchetto sobre uma possível relação entre
motivos geométricos e mitologias guarani.

No final dos anos 60, os pesquisadores do Programa Nacional de Pesquisas


Arqueológicas, dirigido pelos arqueólogos norte-americanos Betty Meggers e
Clifford Evans, 1920-1981, encontraram numerosos sítios onde apareciam restos
de cerâmica decorada. As vasilhas apresentam geralmente borda reforçada típica
e têm fundo redondo. Quando pintadas, recebem decoração linear e pontilhada de
cor escura, vermelha, marrom ou preto, aplicada com ‘pincel’ sobre fundo
brancom. Os potes podem ser sem pintura, simples, corrugados, ungulados ou
escovados.

Ela é idêntica em toda a extensão territorial. As variações são mínimas e


estas não permitem determinar antiguidade, estilo ou variação de forma, textura
ou dimensões. Entretanto, a vasilha cerâmica, enquanto testemunho, carrega
consigo dados referentes ao local de produção, manufatura, utilização e descarte
ou abandono.

Um novo e amplo estudo sobre as pinturas aplicadas a essa cerâmica,


revela que não eram apenas simples decoração: na verdade, os desenhos parecem
expressar os valores coletivos desses primeiros habitantes do litoral brasileiro.

Os tupi-guarani estão divididos entre os proto-tupi e proto-guarani. Esses


grupos distinguem- se tanto por formas específicas dos artefatos de cerâmica
quanto pelo estilo e pelos motivos de decoração plástica ou pintada. Em cada
conjunto seria possível estabelecer subdivisões estilísticas. (Prous, 2005).
4

PROBLEMÁTICA

Quais as técnicas utilizadas na fabricação e desenvolvimento das


cerâmicas tupi guarani que possibilitaram o discernimento e definição entre as
pertencentes ao grupo Proto-tupi e as pertencentes ao grupo Proto-guarani?

HIPÓTESE

Através de pesquisas bibliográficas é esperado obter informações sobre as


diferenças entre os métodos e técnicas a respeito da cerâmica proto-tupi e proto-
guarani. Uma vez que identificamos as características específicas dos traços
pertencentes a cada grupo, surge a possibilidade de melhor entender todo o
contexto por detrás de um artefato cerâmico tupi guarani, para além de suas
características simples.

JUSTIFICATIVA

Este trabalho visa analisar o povo Tupi-guarani através de suas cerâmicas,


buscando compreender suas diferenças nos traços que refletem em suas
produções, para além das questões territoriais.
5

OBJETIVOS

Objetivo geral:

Apresentar o histórico das cerâmicas tupi guarani e suas variações.

Objetivos específicos:

-Identificar o histórico das cerâmicas tupi guarani;


-Analisar suas características e diferenças frente aos dois grupos que a representam,
o proto- tupi e o proto- guarani;
-Descrever com precisão sobre cada um desses grupos.

REVISÃO TEÓRICA

Segundo André Prous, a decoração pintada da cerâmica proto-tupi está


restrita à parte interna de grandes vasos abertos, de formato circular, oval ou
quadrangular. Eram feitos bacias, pratos e tinas que eram destinadas principalmente
ao preparo da mandioca amarga na vida cotidiana. A forma das bacias nem sempre
regular, traduzindo muitas vezes certo desleixo com a simetria dos volumes. A borda
da vasilha é reforçada do lado de fora, apresentando uma estrita faixa plana,
decorada por um friso de bastonetes verticais ou oblíquos compondo triângulos.
O campo decorativo ocupa o fundo do recipiente, subindo até meia altura das
paredes laterais, e é ricamente decorado com linhas curvas e divagantes vermelhas
e/ou pretas muito finas. s grandes talhas e as panelas eram decoradas sobretudo com
motivos plásticos (corrugado, ungulado, espatulado) geralmente pouco elaborados.
(Prous, 2005)

O PRONAPA, concluiu que a cerâmica Tupi demonstrava ser confeccionada


sob “uma cultura geral”. Mas limitou-se à descrição do tratamento de superfície e à
seriação das porcentagens encontradas nas amostras sem ter interesse no contexto
cultural e nas vasilhas inteiras, salvo alguns pesquisadores que fizeram uma
classificação prévia de tipos de formas inteiras. De acordo com Brochado, pesquisou
nas fontes históricas a função das vasilhas entre os Tupinambá, realizou uma série
de estudos nas fontes históricas sobre os Guarani, percebendo com mais clareza e
detalhe, em razão das semelhanças com os Tupinambá, um padrão cultural comum.
6

A similaridade levou-o à pesquisa sobre as vasilhas inteiras e à constatação da


existência de um sistema tecnológico que ditava o padrão das formas.

Figura 1: Urna funerária. Cerâmica proto-tupi sub-tradição corrugada. Fonte: Cláudia Cunha (o ano?)

Os ceramistas Proto-Guarani expressam suas habilidades virtuosas por meio


de formas de jogos do que através da decoração pintada. Essa decoração pode ser
mais bonita, porém nunca será tão cuidadosa e delicada como a do Norte. Conforme
Ibidem (2007/2008) Eles criaram urnas enormes com ombros escalonados e formas
complexas, de até 1 m de diâmetro, e a maioria dos potes tem decorações de plástico
elaboradas que podem desencadear jogos de luz e sombra. Um exemplo é a
decoração popular de papelão ondulado, obtida beliscando uma pasta ainda fresca,
que produz uma textura semelhante à pele de crocodilo.
Esta pintura está reservada para dois tipos de vasilhames: o grande tanque
(chamado de cambuchi, em guarani), destinado a conter os cauins e os mortos da
tribo, e o pequeno a pequena vasilha com fundo hemisférico e gargalo vertical largo
e certo (conhecido como cangaíba, Em Guarani), cauim que se destina a beber. Em
ambos os casos, a parte superior elevada no ombro e o pescoço são decorados, o
fundo da tigela não é óbvio e, se for de uma grande urna, fica lisa e coberta com uma
camada vermelha.
A franja próxima à borda mais estreita que o vasilhame Proto-Tupi reaparece,
mas quase sempre é formada por linhas onduladas ou triângulos. A faixa que o
separa do bojo é muito mais estreita do que no vaso sanguíneo norte, e quando o
vaso sanguíneo cruza o "ombro", ele se repete na linha de dobra pequena
interrupção da curvatura. (PROTUS, 2005).
7

Figura 2: cerâmicas proto-guarani. Fonte: Prous, 2005

A função dos vasos cerâmicos nessa tradição cultural ainda não foi
plenamente esclarecida, mas presume-se que eram dedicados tanto ao uso utilitário
quanto ao usufruto cerimonial, dependendo do seu tamanho, incisões e pintura
averiguados. Os arqueólogos Fernando La Salvia e José Proenza Brochado
acolheriam a ideia de que a peça cerâmica seria dependente da necessidade do
grupo estudado, afinal, a cultura específica de cada grupo formado é que
determinaria o que é útil ou não a ele, tanto quanto os padrões estéticos aceitos em
seu meio.

Figura 3: Cambuchí caguâbá (vasilha para beber). Catálogo do Acervo Arqueológico e Etnográfico
Museu Antropológico do Rio Grande do Sul.

METODOLOGIA

A pesquisa configura-se como um estudo de caso de caráter exploratório e


8

bibliográfico, segundo GIL (2010) a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em


material já publicado com o objetivo de analisar posições diversas em relação a
determinado assunto.
Para o desenvolvimento do trabalho foi necessário, uma pesquisa bibliográfica
acerca do grupo ceramista Tupi guarani. A partir da análise realizada, foi possível
verificar os métodos e técnicas para a fabricação das peças cerâmicas desse grupo,
foi observado também as diferenças entre os grupos proto-tupi e proto-guarani e
suas semelhanças.

CRONOGRAMA

Abaixo segue o cronograma com relação ao tempo para cada etapa do estudo
apresentado:

ETAPAS 09/2021 10/2021

Discussão sobre
tema X
Coleta de dados
através de
X X
bibliografias

Elaboração do
trabalho X
Conclusão
X
9

REFERÊNCIAS E FONTES

PROUS, André. A pintura em cerâmica a Tupi-guarani, 2005. PROUS, A; LIMA, T; Os


Ceramistas tupiguaranis. Volume 1-sinteses regionais, 2017.

FIGURAS:
https://www.researchgate.net/figure/a-esquerda-Urna-funeraria-Ceramica-Proto-tupi-Sub-
tradicao-Corrugada-Fig-19-a_fig14_329029919

(nesta referencia tem que ter o autor, o titulo, o ano e depois esse link)

Você também pode gostar