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OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho é abordar o conceito História de forma geral e principalmente da sua
relação com o campo da Arquitetura. Partiremos de uma introdução breve sobre o tema, em
que buscamos definir, através do nosso entendimento, o conceito de história, além de outros
conceitos que partem deste e são essenciais para sua compreensão como o da Historiografia.
O desenvolvimento do texto é feito na maior parte pela abordagem deste tema no campo da
Arquitetura, logo constara ainda na introdução uma breve explicação de História da
Arquitetura para que posteriormente este conceito seja dividido em três subtemas:
REDESCOBERTA, NEGAÇÃO e REINTERPRETAÇÃO. A decisão dessa divisão partiu da vontade de
definir e exemplificar três perfis de uso da história no ato de projetar e estudar arquitetura.
Finalmente, após a abordagem destes subtemas partiremos para a conclusão a qual
desenvolverá a ideia de que mesmo de maneiras distintas, os três exemplos estão diretamente
associados a História, e que portanto não há possibilidades de se dissassociar, seja no campo
da arquitetura ou em outro, uma vez que pertencemos a ela.
INTRODUÇÃO

HISTÓRIA

Apesar de ser um conceito amplo, definimos História como:

O conhecimento acumulado das experiências humanas passadas que moldam o presente

Partiremos da justificativa da escolha de “conhecimento acumulado”: a decorrência das


experimentações humanas desde seus primórdios até os dias atuais resultaram em certa
maturidade da humanidade, mesmo que inconscientemente as sociedades aprendiam com a
experiência que herdavam de seus antepassados. Gostamos de pensar que o presente é a
soma “dos passados”, e quanto maior a distância entre eles maior o conhecimento herdado.
Assim, não há discussão quando afirmamos que a história interfere no presente, a questão
esta, entretanto, nas maneiras que este conhecimento acumulado molda o presente. Cada
sociedade tem a poder de escolher a lente que irá utilizar para olhar para o passado, o que
interfere diretamente nas aprendizagens que irão herdar.

O conceito de “lente” anteriormente utilizado estende a discussão para o conceito de


Historiografia. Não é certo abordar História sem estudar este conceito também, uma vez que
um depende do outro. Para que exista a história, para que a sociedade possa aprender com
ela, é necessário que a mesma seja registrada. O arquivo é o elemento fundamental para a
continuação da história. Entretanto, não há outro sujeito responsável por registra-la senão a
própria humanidade, é ele quem vive a história e também quem a arquiva. Como mencionado
anteriormente, cada sociedade escolhe a lenta que utilizara para enxergar o passado, e
portanto no ato de registra-la também podem ser utilizadas diferentes lentes. O conceito de
historiografia é definido como:

1. A arte de escrever história


2. Estudo critico acerca dos historiadores
A segunda definição chama atenção para outra questão: o ato de estudar com olhar critico não
só a história mas quem a escreveu, justamente pelos pontos acima mencionados. Estudar e
aprender com a história portanto vai além de conhecer fatos, e sim de interpreta-los através
da consciência acumulada.

HISTÓRIA DA ARQUITETURA

“A história como software do projeto contemporâneo”

GRANDE, Nuno (COIMBRA 30-2030: Colóquio Internacional sobre a arquitetura e o espaço


urbano da cidade 2021)

A citação acima resume a ideia que aqui busca se transmitir sobre a importância da história no
projeto e estudo da arquitetura. Assim como a humanidade aprendeu com as crises
econômicas, guerras, inovações científicas, fenómenos socias e muito outros, o arquiteto
também aprende com o arquivo que herdaram de seus colegas antepassados. Não só
aprendem com a história como não existiriam como arquitetos. Brunelleschi não desenharia o
Hospital dos Inocentes sem Vitruvio. “Vers Une Architecture” não seria redigido sem a
“Viagem ao Oriente”, e a “Arquitetura da Cidade” sem os ensinamentos de Le Corbusier.
Finalmente, nos aproximando do contexto geográfico e cronológico em que estamos, as obras
contemporâneas na cidade de Coimbra, como o Museu Machado de Castro (Gonçalo Byrne) ou
Convento de Santa Clara (Atelier 15) não alcançariam o prestígio e reconhecimento que hoje
possuem sem os traços que Coimbra herdou do período medieval.

Assim, o arquiteto só consegue cumprir com sua função para a humanidade quando tem
consciência do tempo em que está e buscar a partir desta consciência projetar para o passado,
presente e futuro. Deve buscar cada vez mais o “conhecimento acumulado”, pois quanto mais
souber maior o seu poder de resposta as variantes da arquitetura. 1

1
LOBO, Rui. Anotações pessoais da aula de Teoria da Arquitetura III, DARQ/2021

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