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Curiosidades e agradecimentos 9
Introdução 15
Noções gerais sobre a estrutura sonora 21
Tabela fonética destacável 35
UNIDADES
Unidade 1 leeks 37
Unidade 2 licks 41
Unidade 3 yoga 51
Unidade 4 leaf v give s hiss z his 56
Unidade 5 Mars Q mass 67
Unidade 6 rat 74
Unidade 7 hat 83
Unidade 8 “x’’ 86
Unidade 9 pie b bye k card g guard 91
Unidade 10 toe d dough 99
Unidade 11 forks fox 111
Unidade 12 boot U book 118
Unidade 13 ether D either 124
Unidade 14 push Z rouge 131
Unidade 15 “h’’ dZ age 136
Unidade 16 eye eI tray I boy 146
Unidade 17 house oU coat 149
Unidade 18 goal 154
Unidade 19 whale 164
Unidade 20 love 169
Unidade 21 nurse 172
Unidade 22 mummy n money 177
Unidade 23 king 190
Unidade 24 pizza 197
Unidade 25 beer E bear U tourist 205
Respostas 209
Bibliografia 229
Bibliografia eletrônica 235
A autora 237
Introdução
Este livro tem por objetivo central apresentar os sons do inglês aos falantes do
português brasileiro. Pretende-se, ainda, indicar algumas diferenças de pronúncia
entre variedades do inglês falado em diferentes partes do mundo. Como se trata
de um livro diretamente voltado para os falantes do português brasileiro, serão
enfatizados aspectos da pronúncia do inglês relevantes para os brasileiros que
aprendem inglês como língua estrangeira. Sendo um volume escrito em língua
portuguesa, este é acessível a aprendizes de qualquer nível de ensino: do básico
ao avançado! Este livro é uma contribuição para que o falante brasileiro de inglês
possa compreender melhor os diferentes sotaques do inglês e possa, também,
avaliar a sua pronúncia de inglês em particular.
O primeiro esclarecimento ao leitor deve ser quanto às variedades do inglês que
serão apresentadas neste livro. Uma vez que o inglês falado nos Estados Unidos, no
Canadá, na África do Sul, na Austrália, na Índia, na Irlanda, na Escócia etc. é, de
alguma maneira, derivado do inglês britânico, este livro apresenta esta variedade de
pronúncia, sendo que referência adicional será sempre feita à variedade do inglês
americano. O leitor será, portanto, familiarizado, tanto com a variedade do
inglês britânico quanto com a variedade do inglês americano. Outras variedades –
como o inglês canadense, australiano ou escocês – serão consideradas ao se dis-
cutirem aspectos específicos.
Devemos, então, definir qual a variedade de inglês britânico e de inglês ameri-
cano que será adotada neste livro. É comum encontrar, nos livros didáticos de inglês,
referência à variedade britânica do rp (Received Pronunciation). O rp pretende
refletir um tipo de pronúncia padrão, falada no sudeste da Inglaterra, mas há sérios
questionamentos sobre este rótulo (Cf. Jones, 1917; Wells, 1982, 1997). Na verdade,
a pronúncia denominada rp pode ser compreendida como um “rótulo” definido para
propósitos didáticos. De maneira análoga, encontramos na literatura referência a
variedades, como o ga (General American) ou o ba (Broad Australian). Contudo,
pode ser observado, nos últimos anos, que vários recursos didáticos do inglês como
língua estrangeira focalizam diferentes variedades regionais, como, por exemplo, a
do norte da Inglaterra (uk), a da costa leste (eua) etc. Podemos generalizar dizendo
que, embora os falantes apresentados nos recursos didáticos sejam de diferentes
regiões geográficas, eles podem ser classificados como “educated speakers”, ou
seja, falantes com grau de instrução universitário. A escolha dos falantes grava-
dos no material em áudio disponibilizado para este livro seguiu este critério. Os
falantes são agrupados como: sudeste da Inglaterra (feminino); norte da Inglaterra
16 Pronúncia do Inglês
1
Falantes do português brasileiro são capazes de identificar que as três pro-
núncias em (1) são diferentes e que todas representam exemplos de pronúncia da
palavra “remarcar” no português brasileiro. A diferença de pronúncia é um fato
em qualquer língua. Algumas vezes, a variação de pronúncia pode refletir dados
pessoais do falante, como procedência geográfica, grau de instrução, faixa etária,
sexo etc. Na verdade, podemos dizer que cada falante constrói o seu próprio sota-
que ao longo de sua vida. Podemos dizer também que, em condições específicas,
um falante pode alterar o seu sotaque original.
Em (1) foram apresentadas três pronúncias possíveis para a palavra “remarcar”
no português brasileiro. Essas pronúncias foram identificadas como (a, b, c). Cada
uma delas é seguida de um conjunto de símbolos fonéticos que se encontram entre
colchetes. Esses são símbolos adotados pelo Alfabeto Internacional de Fonética
(ipa – International Phonetic Association Alphabet: http://www.arts.gla.ac.uk/IPA/
ipa.html), que serão utilizados neste livro. Cada símbolo fonético adotado para o
inglês será apresentado individualmente, ao longo do livro. Para uma descrição do
sistema sonoro do português brasileiro, veja Cristófaro-Silva (2001).
O leitor atento deve observar que alguns dicionários apresentam os símbolos
fonéticos entre colchetes – como em [] – e que outros dicionários apresentam
os símbolos fonéticos entre barras transversais – como em a. Exemplos entre
colchetes – [] – caracterizam uma representação ou transcrição fonética, e
exemplos entre barras transversais – p – caracterizam uma representação ou
transcrição fonológica. No exemplo de [] e , as representações fonética
e fonológica são idênticas. Contudo, geralmente há diferenças significativas entre
as representações fonéticas e fonológicas em uma língua. Buscando uma expli-
cação extremamente simplista para caracterizar essa diferença de representação
ou transcrição, podemos dizer que a transcrição entre colchetes, [], indica a
Introdução 17
(2) a. mandioca
b. aipim
c. macaxeira
(3) a. Tu vais?
b. Tu vai?
c. Você vai?
Em (3a), o pronome “tu” é seguido da forma verbal “vais”, que segue o pa-
drão normativo para o português. Essa alternativa é atestada entre falantes do sul
do Brasil. Em (3b), o pronome é “tu”, sendo que a flexão verbal segue o padrão
previsto para a terceira pessoa do singular: “vai”. Esta alternativa pode ser atestada
entre falantes do Rio de Janeiro. Em (3c), a forma pronominal “você” ocorre com
a flexão verbal “vai”. Essa alternativa pode ser observada entre falantes de vários
estados do Brasil, dentre estes, os falantes do estado de Minas Gerais.
Os casos de variação de pronúncia, de variação lexical e de variação sintática
exemplificados anteriormente para o português brasileiro podem ser atestados em
18 Pronúncia do Inglês
(4) a. part
b. part
c. part
i
leeks 1
breve distingue palavras no inglês. Assim, a palavra leeks liks apresenta uma
vogal longa e na palavra licks lIks temos uma vogal breve. O que distingue leeks
liks de licks lIks é, sobretudo, o alongamento da vogal (embora a qualidade
das vogais ie I seja um pouco diferente).
Observa-se, entre alguns autores que analisam o inglês americano, que as vo-
gais longas são classificadas como vogais tensas (tense), e que as vogais breves
ou curtas são classificadas como vogais frouxas (lax). Ao optarem por classificar
a oposição entre as vogais como tensa e frouxa – ao invés de longa-breve –, esses
autores, ao descreverem o inglês americano, não marcam a vogal como longa
seguida de dois pontos (i), mas utilizam apenas o símbolo i. Para uma análise
comparativa dos sistemas vocálicos do inglês americano e britânico, veja Jones
(1997) e Kreidler (1989). Tomando como referência as análises do inglês americano,
podemos dizer que ocorre uma vogal tensa i em leeks liks, e ocorre um vogal
frouxa I em licks lIks. Como toda vogal tensa tende a ser mais longa do que a
vogal frouxa correspondente, a oposição entre i (tenso) e I (frouxo) retoma, de
qualquer maneira, a oposição classificatória de vogais longas e breves em inglês.
Podemos dizer que, em inglês:
Vogais longas são tensas (tense) e vogais breves são frouxas (lax).
Neste livro, as vogais longas e tensas são representadas com símbolos vocá-
licos seguidos dos dois pontos (i). As vogais curtas e frouxas são representadas
unicamente por seu símbolo vocálico: (I). No inglês, as vogais longas têm caráter
distintivo em relação às vogais breves. Ou seja, o alongamento da vogal é muito
importante para a identificação do significado.
O português é uma língua em que as vogais longas – ou, melhor dizendo,
alongadas – não têm caráter distintivo. Ou seja, em português não importa se
pronunciamos uma vogal com uma duração mais longa ou menos longa. Em deter-
minados contextos, certas vogais, em português, são pronunciadas de maneira um
pouco prolongada. Dizemos que as vogais longas – ou alongadas – no português
são variantes das vogais breves correspondentes. Como variantes, as vogais lon-
gas ocorrem em contextos específicos em português: posição tônica (vovó), antes
de consoante seguida de vogal epentética (af[i]ta) e antes de consoante vozeada
(casa – em oposição a caça). Nesses contextos específicos do português, temos uma
vogal mais longa do que nos demais contextos. Se necessário, retome a discussão
sobre vogais longas e breves que é apresentada no capítulo “Noções gerais sobre
a estrutura sonora”. Compare os pares de palavras que seguem. Os exemplos da
coluna da esquerda são do português brasileiro e os exemplos da coluna da direita
são do inglês britânico e americano respectivamente. Escute:
Unidade 1: leeks i 39
3
4
5