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RESUMOS DE FINANÇAS PÚBLICAS

1. Noção de Finanças Públicas

Finanças Públicas é o estudo da atividade financeira do Estado. Maisconcretamente o estudo da


aquisição e da utilização de meios financeiros pelasatividades públicas.

O estado pretende que sejam satisfeitasdeterminadas necessidades coletivas epara tal, propõe-se
produzir bens. Essa produção de bens implica despesa, o estadoprecisa de obter receitas para cobrir
essas despesas. Precisa de dinheiro e meios definanciamento (receitas patrimoniais, receitas creditícias
e receitas tributárias-impostos).

A atividade financeira é a atividade do Estado proposta à satisfação denecessidades coletivas e


concretizada em receitas e despesas. O objeto das finançaspúblicas é o estudo da aquisição e utilização
de meios financeiros pelas coletividadespúblicas. O estado tem as suas finanças, porque precisa de fazer
despesas com aprodução de bens.

2. Necessidades Coletivas

Características dos bens que satisfazem necessidades de satisfação passiva.

Estes bens têm como característica:

Passividade: paraa necessidade sersatisfeita oconsumidor nãonecessita de realizar nenhuma atividade.

Inexcluibilidade: os consumidores não são excluídos por não pagaremum preço, não são suscetíveis de
serem utilizados por um só indivíduo,isoladamente, traduzindo-se na impossibilidade dessa mesma
exclusão,ninguém pode ser privado da sua utilização(ex: ilumnição da via pública).

Irrivalidade: a utilização por parte de um consumidor não interferem nautilização por parte de outro.
Para usufruir das vantagens da sua utilizaçãoos sujeitos não entram em concorrência uns com os outros.

O estado produz três categorias de bens:

- Bens que só satisfazem um bem que satisfaz passivamente as *necessidades coletivas* (ex: iluminação
pública) – quando não há procura individualizada – por isso é o Governo que providencia esses bens –
nenhuma empresa quer providenciar esses bens, pois porque não há procura individualizada, não é
possível cobrar um preço

- Bens que satisfazem além dasnecessidades coletivas, necessidades individuais gratuitamente ou a


preço inferior ao custo.– Bens Semi publico – ex: entidades de ensino

- Bens que satisfazem alémdasnecessidadescoletivas,necessidadesindividuais por preço igual ao custo


ou preço superior ao custo, mas inferiorao que no mundo se estabeleceria caso a oferta pertencesse a
empresasprivadas.– Bens Semi publico – ex: entidades de ensino

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Os bens produzidos pelo estado que satisfazem necessidades coletivas são sempre bens públicos. O
estado pretende que sejam satisfeitas determinadasnecessidades coletivas. Para tal, está disposto
a produzir bens. Essa produção debens implica despesas, o estado para fazer despesas precisa de obter
receitas, que sãoos meios de financiamento do Estado.

3. Meios de Financiamento

a) Preço

Os bens que o estado produz, oferece e vende. O estado é detentor de um grandepatrimónio de


terrenos e prédios, fábricas/empresas e por princípio deve administrarcomo qualquer outro particular.
Daí resultam rendimentos que podem ser destinados àcobertura de despesas com a satisfação de
necessidades coletivas.

b) Receitas dos empréstimos / creditícias

Se o estado recorre ao crédito tem que lançar mão de outro meio de financiamentopara pagar os
empréstimos contraídos, não só o capital desses mesmos empréstimos,como também os respetivos
juros. Portugal tem tido por sistema recorrido ao meio definanciamento das receitas creditícias. Não
tem tido receitas suficientes para cobrir asdespesas, recorrendo para tal ao crédito público
(empréstimos).

c) Receitas tributárias / impostos

O grande grosso das receitas do estado são as receitas tributárias/ dos impostos.

O estado utiliza o poder do império para obrigar os cidadãos a contribuirindependentement de


qualquer procura da parte deles, para a satisfação denecessidades coletivas exigindo aos cidadãos/
contribuintes unilateralmente um preço pela prestação de determinados bens, como também os
cidadãos com maiores rendimentos são os cidadãos que devem pagar. A medida do imposto vai
aumentando à medida que aumenta o rendimento do contribuinte(imposto progressivo) .

Receitas Coativas:resultam em virtude de obrigações impostas aos cidadãos pela lei, deobrigações que
têm diretamente origem na ocorrência de determinados factos. Podemser as taxas ou os impostos – são
coativas, pois são impostos pela Lei.

Taxas (característica da bilaterelidade) – são preços autoritariamente estabelecidos que o


estado recebepela prestação de outros serviços ou bens semi-publicos, geralmente inferioresou iguais
ao custo; existe uma relação de bilaterelidade, paga pela utilização de um bem público ou semi-público

Impostos(caracteristica da unilaterilidade) – importâncias que o Estado prevela sem dar


especificamentenada em troca aos que as pagam custo, mas inferior ao que omercado se estabeleceria
caso a oferta coubesse às empresas privadas. O contribuinte não fica com o direito de uma contra
partida do Estado

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Taxas moderadoras – em termos económicos, as taxas são exactamente o preço , preço
pela utilização de um bem – objectivo destas taxas visa a limitar/moderar a procura
individualizada destes bens (ex: urgências dos hospitais públicos, para limitar a procura destes
serviços sem grande necessidade das pessoas)

Taxas compensadoras – o primeiro intuito da criaçãoo desta taxa, já não é de moderar a


procura, mas sim, que a procura do utilizador deste serviço contribua nos custos deste bem e
serviço – a ideia é de recupertir a um uitlizar o custo deste bem ou serviço

4. Finanças Positivas e Normativas

Finanças Positivas é um estudo da ação desenvolvida pelo estado para asatisfação de necessidades
coletivas. Finanças Normativas são as finanças que enunciam as regras/normas que oestado deve
subordinar-se para melhor prosseguir os seus fins. Essas regras ounormas constituem a política
financeira.

5. Política Financeira

5.1 Finanças Neutras ou Neutrais

Surgem com o triunfo da escola liberal séc. XIX. Entendeu-se que a economiaprivada, através dos
mecanismos dos mercados, geralmente assegurava o máximo deprodução e a correta distribuição do
rendimento.

O estado não devia cobrar receitas e pagar despesas com o fim de alterar aoferta e a procura, nem
corrigir a redistribuição dos rendimentos. O estado apenasdevia cobrar receitas para apenas cobrir
aquelas despesas com aquelesbensestritamente indispensáveis cuja produção não tinha em perspetiva
o lucro. Comotambém na produção daqueles bens queosparticularesnãodemonstrasseminteresse.

Estas finanças não modificam as posições relativas dos particulares, o estadodevia arrecadar a menor
parcela possível dos impostos e desses mesmos impostosdevia criar tanta utilidade que os particulares
sentissem esse mesmo efeito, essamesma utilidade para a qual contribuíram.

5.2 Finanças Intervencionistas

A partir dos finais do século XIX o Estado passou a intervir frequentemente navida económica com os
seus instrumentos financeiros. Entramos nas finançasintervencionistas – finanças que pretendem
modificar as condições da economiaprivada, face à expansão do movimento socialista, também depois
da depressão dosanos de 1929 a 1933 e naturalmente depois da 2ª Guerra Mundial.

Estas finanças intervencionistas caracterizam-se por três grandes objetivos:

1.º - Redistribuição do rendimento e da riqueza – através da cobrança dos impostos ou da realização de


uma despesa, está a redistribuir o rendimento e da riquesa - a favor dos que têmrendimentos mais

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pequenos, por isso, vai o estado transferir rendimentos dos ricospara os pobres, ou organizar à custa
dos ricos, serviços que os pobres beneficiem;Diz-se Redistribuição,porque o mercado em si, já faz a sua
propria distribuiçao de rendimentos, por exemplo em forma de salários etc.. e o Estado faz a
redistribução do rendimento (para atenuar as desigualdades sociais ex: imposto progressivo)

2.º - Estabilidade Económica Política de Estabilização– isto é, estabilidade do emprego e do nível


dospreços a curto prazo; estáo visados 2 coisas, o combate da inflação e combate ao taxa de
desemprego

3.º - Desenvolvimento económico Política de Crescimento – o aumento do rendimento potencial a


longoprazo de modo a que se possa aumentar o mais possível o rendimento por habitante.O aumento
do rendimento “per capita”. Alocation of the resources / afectação (alocação) dos recursos- Por opção
política vai fazer a provisão de bens públicos (também de semi-públicospela provisão gratuito para o
utilizador ou cobrar um preço abaixo do valor do custo da produção destes bens e serviços)

São estes os três objetivos capitais das finanças intervencionistas, prosseguidospelos sucessivos
governos com a maior ou menor grau de sucesso e cujos objetivossão instrumentos financeiros, daí que
hoje se fale frequentemente em vez de finançasintervencionistas, finanças funcionais, para traduzir a
ideia de que a escolha dessesinstrumentos das receitas e das despesas públicas devem basear-se na
maneira comocada uma delas funciona, isto é, nos efeitos que exerce sobre a economia nacional.
Aocontrário das finanças neutras ou neutrais.

6 Lei do Enquadramento Orçamental

O orçamento de Estado em Portugal é de 1 ano. O ano económico coincide com o ano civil. É um
documento onde se prevê as receitas e as despesas públicas, onde asreceitas e as despesas se
encontram previstas e autorizadas para o períodofinanceiro.

Daí a regra da anuidade orçamental. O nosso sistema financeiro é de um ano como a generalidade,
quase totalidade dos países. Começa a 01 de Janeiro e terminaa 31 de Dezembro, coincidindo assim
com o nosso ano civil. Em Inglaterra, porexemplo o período financeiro começa a 01 de abril, na
américa a 01 de outubro.

6.1 Orçamento da gerência e do exercício

Orçamento da gerência é aquele em que se prevê as receitas que o estado irácobrar e as despesas que
irá pagar em virtude dos créditos. É portanto, uma previsãode receitas e de despesas na sua fase
terminal de cobranças e de pagamentos.(é a situação da RAEM e de PORTUGAL) – situação mais
simples, o que é “toma lá, dácá”

Orçamento do exercício é aquele em que se prevê as receitas que o Estadoirá cobrar e as despesas que
irá pagar em virtude dos créditos e das dívidas que irão   surgir a seu favor e contra si, durante o
período financeiro. É portanto uma previsão dereceitas e despesas na sua fase inicial de créditos e
dívidas. (não é o que se pasa em Macau)

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O nosso orçamento em Portugal é um orçamento de gerência. O orçamentodo exercício permite-nos o
confronto entre o montante das dívidas e dos créditos queirão surgir contra e a favor do Estado, durante
o período financeiro, ou seja, permite-nos saber se as importâncias que o Estado se vai tornar credor
são suficientes paracobrir as despesas enquanto devedor.

O orçamento é sempre uma previsão, o que distingue da conta, uma vez que aconta é uma efetivação.
Quanto se gastará e quanto se receberá, diz-nos oorçamento. Quanto se gastou e quanto se
recebeu diz-nos a conta. Quer isto dizer,que o orçamento respeita ao futuro e a conta ao passado.

O orçamento de gerência é aquele em que se preveem as receitas que oEstado irá cobrar e as despesas
que irá pagar durante o período financeiro. É portantouma previsão de receitas e de despesas na sua
fase terminal de cobranças e depagamentos enquanto no orçamento do exercício é uma previsão de
receitas e dedespesas na sua fase inicial de créditos e de dívidas. (situação da RAEM)

O orçamento de gerência(situação da RAEM) é aquele em que se preveem as receitasque o Estadoirá


cobrar e as despesasque irá pagardurante o período financeiro. É portanto umaprevisão de receitas e
de despesas na sua fase terminal de cobranças e depagamentos enquanto que, no orçamento
do exercício é uma previsão de receitas e de despesas na sua fase inicial de créditos e de dívidas . – art.º
18 LEO.

A fiscalização do orçamento de estado é feito pelo Tribunal de Contas – art.º 107 da CRP.

6.1.1 Encerramento da conta de gerência e de exercício

Em 31 de dezembro termina o período financeiro que no orçamento era umaprevisão vai ficar-nos uma
conta. O que fora uma previsão de receitas a cobrar e dedespesas a pagar vai ficar-nos uma conta de
despesas pagas e de receitas cobradas.

Também temos uma conta de gerência e de exercício.

Conta de gerência – conta de todas as despesas pagas e de todas as receitascobradas durante o


período financeiro.

Conta do exercício – conta de todas as despesas pagas e de todas asreceitas cobradas, em virtude
das dívidas e dos créditos nascidos, durantedeterminado período.

6.2 Funções do Orçamento de Estado (é um conjunto de inscrições de receitas e despesas – dotações


orçamentais =crédito orçamental de despesa = dotação orçamental= inscrição de uma verba no
orçamento) 

Depois de definirmos o orçamento de estado, torna-se importante saber asfunções:

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1.º - Relacionação das receitas com as despesas: as receitas tem de cobriras despesas. Há que fixar o
montante das receitas para cobrir as despesas, naverdade do que serviria prever receitas se o montante
das despesas pudessevariar, o total das despesas é a soma das despesas de todos os serviços doEstado
de modo que se as despesas de cada um dos serviços estiveremfixadas, estará afixado o total da
despesa. É através do orçamento do Estadoque se consegue saber as verbas de despesa que são
atribuídas a cadaserviço e as autorizações de gastar que por isso mesmo se chamam créditos.

2.º - A afixação das despesas: mostram-nos que o orçamento dasdespesas não tem o mesmo
significado e a mesma natureza que o dasreceitas. Quanto ao orçamento das despesas, as verbas nele
inscritascorrespondem às importâncias que se prevê. Os serviços precisam de gastar,quer dizer,
enquanto o orçamento das despesas é a previsão de gastos que os serviços não poderão ultrapassar.

3.º - Exposição do plano financeiro: o orçamento representa o próprioprograma financeiro. É nele que
se concretiza o plano da administração, odesenvolvimento que se vai adotar ou as restrições que se vão
colocar àatividade dos serviços, bem como à importância dos recursos que vãotransferir-se do setor
privado para o setor público.

6.3 Regras da Organização do Orçamento/Regras clássicas de elaboração da lei orçamental

- Regra/ princípio da unidade do art.º 9 da Lei do Enquadramento Orçamental (LEO)Dispõe que o


orçamento é unitário. Sendo que, o núm. 1 do art.º 9 enuncia não só oprincípio ou regra da unidade
como também da universalidade (plenitude). Há pois umúnico orçamento de estado, que compreende
tanto as receitas e as despesas daadministração central e do subsetor da segurança social. – Art.º 105
n.º 3 CRP

- Regra/ princípio da especificação (especificação ou discriminação) do art.º 17 LEOe art.º 115 n.1 a) e
n.3As receitas e as despesas devem ser previstas especificamente uma maiorpreocupação do legislador
em especificar as despesas do que propriamente asreceitas pois quer saber exatamente o que vai
gastar. A especificação não pode serlevada às últimas consequências pois se no orçamento fossem
discriminadamenteprevistas as mínimas despesas, os serviços poderiam perder a sua iniciativa e
apossibilidade de se adaptarem às circunstâncias. As despesas e receitas têm que estar discriminadas e
previstas.
Tipicidade quantitativa – quer dizer que as inscrições das despesas constitui um limite quanto à despesa
pode ser realizada;
Tipicidade qualitativa – quer dizer que as inscrições das despesas só podem ser feitas se estiver inscrito
no orçamento;
E no caso das inscrições das receitas, tem que apenas obedecer à princípio da tipicidade qualitativa, pois
as receitas a cobrar não tem limite (não está em causa a tipicidade quantitativa), desde que esteja
inscrito no orçamento o tipo de receitas a cobrar, não há limite do quanto vai ser cobrado

- Regra do orçamento bruto ou não compensação do art.º 7ºLEO (Lei doEnquadramento Orçamental de
Macau)As receitas e despesas devem ser inscritas no orçamento sem qualquer compensaçãoou
desconto. Apesar de inscritas discriminadamente no mesmo documento, podem serco orçamentadas

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pela sua importância integral, sem dedução de qualquer espécie,sem qualquer compensação ou
desconto – temos que fazer sempre duas inscrições no orçmento (receitas e despesas). Senão, não
conseguimos ver ao certo quanto foram as receitas e quanto foram as despesas, se simplesmente
deduzirmos os valores despendidos ou cobrados. Para além de não obedecer a regra do princípio da
especificação – assim também para limitar as despesas do governo
Ex: obra de demolição de um prédio, o governo vai realizar despesas, mas ao demolir o prédio pode
vender o material demolido ainda possível de reuso, vai realizar receitas, mas mesmo assim, não pode
fazer a compensação/desconto/dedução destas receitas nas despesas – tem sempre que fazer o valor
bruto das duas inscriçõs (despesas/receitas)

-Regra da não consignação do art.º 8º LEO(Lei do Enquadramento Orçamental)Segundo o qual as


receitas devem ser indiscriminadamente destinadas à coberturadas despesas e não quaisquer receitas
afetadas à cobertura de despesas emespecial. Todas as receitas devem cobrir todas as despesas. Há
exceções, que são muito amplas, desde que haja uma lei qualquer que consagranunca podemos ter uma
receita destinada para uma despesa – havendo excepções! Desde que exista lei válida para a
consignação : Duplo cabimento – significa que a despesa que tem uma receita consignada/afectada à
sua cobertura, tem que caber em 2 cabimentos : 1º cabimento : cabimento geral da despesa (o valor da
respectiva inscrição da despesa no orçamento), e 2º cabimento : o valor da receita consignada
efectivamente cobrada – podendo constituir siatuações de favor ou desfavor (duplo cabimento é
situação de desvafor)

6.4 Equilíbrio orçamental (receitas tem que ser <=> despesas)

O orçamento prevê as receitas necessárias para cobrir as despesas, em sentido contabilístico, significa
igualdade entre receitas e despesas inscritas art.º 105 n.4 CRP

*equilibrio formal do orçamento – é relação do orçamento total entre as despesas totais que lá estão
escritas - é menos importante no orçamento! Porque existe sempre! Há sempre equilibrio formal,
basta que os empréstimos contraídas pelo Estado são receitas, portanto o estado vai ter sempre
receitas para cobrir todas despesas, quanto mais não seja, pode contrair mais empréstimos.

*equilíbrio material do orçamento – é o equilíbrio entre certas receitas e certas despesas


previstas/inscritas no Estado, para saber se o orçamento está em equilíbrio, ou não!

4 critérios:

Equilíbrio efectivo do orçamento – critério mais exigente (nós na RAEM conseguimos cumprir este
critério – governado por 2 normas: art.105º da LB e art.10º do Lei do Enquadramento Orçamental)

Equilíbrio ordinário do orçamento

Equilíbrio corrente do orçamento

Saldo primário do orçamento

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*CONCEPÇÃO DE EQUILÍBRIO EFECTIVO ORÇAMENTAL (pensamento neoliberal) é comparar o volume
das receitas efectivas de um orçamento, e ver se estas receitas efectivas deste orçamento chegam para
cobrir todas as despesas efectivas deste mesmo orçamento – verificar se estão em equilíbrio.

Para identificar quas são as despesas que podem ser cobertas com empréstimos/contração de
empréstimos do Estado(=Receitas do Estado) sem que isso signifique em défice orçamental

*É este critério que a RAEM segue

CONCEPÇÃO DE EQUILÍBRIO ORÇAMENTAL DE SALDO PRIMÁRIO (caso de Portugal) o orçamento está


sempre equilibrada, se o valor das receitas efctivas for suficiente para cobrir as despesas efectivas,
excluindo os juros da dívida pública, do valor total da despesa efectiva *porque a dívida pública é uma
despesa pública

RECEITAS EFECTIVAS : são as receitas que aumentam o património monetário do Estado – ex: impostos

DESPESAS EFECTIVAS: são as despesas que diminuiem o património monetário do Estado (são todas as
despesas excepto as despesas não efectivas) – ex: juros que pagam pelos empréstimos contraídos pelo
Estado

DESPESAS NÃO EFETIVAS: são as despesas que não diminuiem o patrimómio monetário do Estado – ex:
reembolso de empréstimos que o Estado contraíu – a pagar a dívida , diminiu o passivo do Estado, bem
como diminiu o activo do Estado, mantendo inalterado o orçamento!

RECEITAS NÃO EFECTIVAS: são as receitas que não aumentam o património monetário do Estado – ex:
contraição de empréstimos pelo Estado

6.4.1 OUTRO CRITÉRIO DE EQUILÍBRIO ORÇAMENTAL:

 Equilíbrio entre as despesas ordinárias e as receitas ordinárias

Despesas ordinárias e despesas extraordinárias

o as ordinárias são as despesas que irão repetir-se em todos os períodos financeiros. Despesas
que constituem como que encargos permanentes do Estado. Ex: salários dos funcionários
públicos
o Despesas extraordinárias são despesas em que não é natural repetirem-se todos os períodos.
Despesas que geralmente nem sequer podem prever-se ou orça-las.ex: construção de um
edifício público

Receitas ordinárias e receitas extraordinárias

o As receitas ordinárias são receitas que o Estado cobra este ano com quase toda a probabilidade
voltará a cobrar nos anos seguintes. ex: imposto profissional

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o As receitas extraordinárias são receitas que o Estado obtém esteano e com toda a probabilidade
não voltará obter nos anos seguintes. ex: empréstimos cotraídos pelo Estado; impostos não
permanentes; venda de valores patrimoniais

Receitas correntes e receitas de capital

o As receitas correntes são as receitasque provém do rendimento do próprio ano, do próprio


período. É o caso das receitaspatrimoniais dos impostos e das taxas.
o As receitas de capital são as que provêm deaforro. É o caso dos empréstimos em que os
capitalistas concedem ao estado comdinheiro que pouparam, como é o caso do produto da
venda pelo Estado de títulos decrédito privados. Como por exemplo, as ações e obrigações.

7. Despesas Públicas

Consiste no gasto de dinheiro ou no dispêndio de bens por parte de entes públicos para
criar ou adquirir bens suscetíveis de satisfazer necessidades públicas. Pagamento dos vencimentos dos
funcionários públicos ou também a construção de uma grande obra pública, como por exemplo a
construção de uma autoestrada.

Tipos de despesas públicas:

 Despesas de investimento – todas as despesas efetuadas na formaçãode capital técnico.


 Despesas de funcionamento – são as despesas necessárias a garantir onormal funcionamento da
máquina administrativa estadual
 Despesas correntes – são as despesas que o estado faz em bensconsumíveis durante o período
financeiro.
 Despesas em bens consumíveis – como as despesas com vencimentosdos funcionários como
também com a aquisição de objetos, como material,papel, luz, água, cujo objeto se esgota no
decurso do próprio ano.
 Despesas de capital – são as que o estado faz em bens duradouros, ouque contribuem para a
formação de aforro, despesas em bens duradouroscomo as despesas em aeroportos, portos de
mar, edifícios públicos,despesas que contribuem para a formação de aforro como as despesas com
a compra de ações de sociedades ou com o reembolso de empréstimos dado que os vendedores
das ações e os credores dosempréstimos aforram geralmente, a maior parte das importâncias
querecebem.
 Despesas ordinárias e despesas extraordinárias – as ordinárias são asdespesas que irão repetir-se
em todos os períodos financeiros. Despesasque constituem como que encargos permanentes do
Estado. Despesas extraordinárias são despesas em que não é natural repetirem-se todos os
períodos. Despesas que geralmente nem sequer podem prever-se ou orça-las.

As despesas Públicas por vários motivos tem vindo a aumentar nos últimos tempos o aumento das
despesas públicas, segundo a lei de Adolfo Wagner (*teoria meramente impírica – estuda o aumento da

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despesa pública face ao PIB de cada país; estuda o crescimento da despesa pública no PIB de cada país)
e a lei do aumento da despesa pública dizia que os povos com o aumento progressivo das suas funções
iria-se verificar o desenvolvimento do atividade do estado e das administrações locais, aumentando não
só, a importância absoluta, como a importância relativa dessa mesma atividade.

Quanto às causas do aumento mais que proporcional das despesas públicas em relação às despesas
privadas seria uma consequência da expansão das atividades do estado. Essa expansão poderia ser
intensiva na área da administração pública, do ensino, da investigação científica, como também
extensiva, quando o estado empreende novas atividades que frequentemente acontece com a
intervenção em determinadas atividades e setores da vida económica, como por exemplo, os subsídios
de redistribuição dos rendimentos relacionados com a segurança social, empréstimos aforram
geralmente, a maior parte das importâncias que recebem.

A lei de Wagner sugere que um estado de bem-estar social evolui do capitalismo de livre mercado devido à demanda da
população por serviços sociais cada vez maiores, à medida que os níveis de renda geral crescem em amplos espectros da
economia. Apesar de alguma ambiguidade, a declaração de Wagner em termos formais foi interpretada por Richard
Musgrave da seguinte forma:
À medida que as nações progressistas se industrializam, a participação do setor público na economia nacional cresce
continuamente. O aumento das Despesas do estado é necessário por três razões principais. O próprio Wagner as
identificou como (i) atividades sociais do estado, (ii) ações administrativas e de proteção e (iii) funções de bem-estar. O
material abaixo é uma interpretação aparentemente muito mais generosa da premissa original de Wagner.

 Sociopolítico, ou seja, as funções sociais do estado se expandem ao longo do tempo: seguro de aposentadoria,
auxílio em desastres naturais (interno ou externo), programas de proteção ambiental, etc.
 Econômico: a ciência e a tecnologia avançam, consequentemente há um aumento das atribuições do estado nas
ciências, tecnologia e diversos projetos de investimento, etc.
 Histórico: o estado recorre a empréstimos governamentais para cobertura de contingências e, assim, aumenta a
soma da dívida pública e o montante dos juros; ou seja, é um aumento nas despesas com o serviço da dívida.

De acordo com o estudo sobre gastos públicos para o período de 1891-1955 no Reino Unido, conduzido por Peacock e
Wiseman com base na Lei de Wagner, concluiu-se que esta ainda era aplicável.
Foi ainda afirmado que:

 verificou-se um aumento considerável das receitas para os governos devido à evolução econômica ao longo dos
anos, conduzindo assim a um aumento da despesa pública;
 o governo simplesmente não pode ignorar as demandas que as pessoas fazem em relação a diversos serviços,
especialmente quando há um aumento na arrecadação de receitas a uma taxa constante de tributação;
 durante os tempos de guerra, as taxas de impostos são aumentadas pelo governo para gerar mais fundos para
atender ao aumento nas despesas de defesa. Isso é conhecido como efeito deslocamento. Esse efeito deslocamento
é criado quando os níveis anteriores de impostos e despesas mais baixos são substituídos por níveis orçamentais
novos e mais elevados. Mas permanece o mesmo mesmo depois da guerra, à medida que as pessoas se acostumam
com eles. Portanto, o aumento na receita resulta em aumento nos gastos do governo

Wagner usa três argumentos para justificar a formulação das seguintes hipóteses:

a) Crescimento das funções administrativas e de segurança acompanham o processo de industrialização, inclusive o


próprio crescimento do número de bens públicos em decorrência de maior complexidade da vida urbana.
b) A demanda ou as necessidades relacionadas com o bem-estar social (educação e saúde) devem aumentar com o
crescimento económico do país.
c) O crescimento económico cria condições para a criação de monopólios em virtude de modificações tecnológicas
e da crescente necessidade de vultosos investimentos para expansão de alguns sectores industriais, cujos efeitos

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devem ser reduzidos pela intervenção directa ou indirecta do Estado no processo produtivo. Por outras palavras,
o aumento das falhas de mercado (bens públicos, externalidade, poder de mercado/monopólio e assimetria de
informação) justifica a intervenção do estado e daqui o crescimento da despesa pública.

A hipótese de Peacock-Wiseman

De acordo com o estudo sobre a despesa pública para o período 1891-1955 no Reino Unido conduzido por Peacock
e Wiseman com base na Lei de Wagner, verificou em ela ainda ser aplicável.

Foi ainda afirmado que:

 Houve aumento considerável na receita para os governos, devido aos desenvolvimentos económicos ao
longo dos anos, não conduzindo a um aumento da despesa pública. Noutras palavras, crescimento
econômico leva a incremento da receita dos governos, e isto permite mais gastos, não necessariamente
levando a maior peso das despesas do estado sobre a massa contribuidora em impostos, podendo manter
uma taxa constante de tributação.
 O governo simplesmente não pode ignorar as demandas que as pessoas fazem em relação a vários
serviços, especialmente, quando há um aumento na arrecadação de receitas a uma taxa constante de
tributação.
 Além disso, o estudo afirma que durante os tempos de guerra, as taxas de impostos são aumentadas pelo
governo para gerar mais recursos para atender ao aumento de gastos com a defesa. Isto é conhecido como
“efeito de deslocamento”.Tal "efeito de deslocamento/efeito de deslocação" é criado quando o início de
impostos mais baixos e níveis de despesa são deslocados por níveis orçamentais novos e mais elevados.
Mas permanece o mesmo, mesmo após a guerra na medida que as pessoas se tornam habituados a
ela. Esse aumento de receita, portanto, dá origem a uma despesa do governo.”efeito de apreciação”
O mesmo se observa para crises globais, como as crises do petróleo.

*efeito deslocação seguida de um perturbação social , um aumento de despesa publica

*efeito apreciação – é um aspecto sucessivo às perturbações sociais, do efeito-deslocação

O orçamento encerra com a conta, o encerramento da conta em que todas as despesas pagas e todas as
receitas cobradas durante o período financeiro do ano económico que é o ano civil – é o caso da nossa
conta de gerência. E há a conta de todas as despesas pagas e de todas as receitas cobradas em virtude
das dívidas e dos créditos nascidos durante determinado período – é a conta do exercício. Compete a
fiscalização das contas ao Tribunal de Contas, essa fiscalização prévia das despesas que consiste em
averiguar se os documentos a ela sujeitos, estão conforme as leis em vigor e se os respetivos
cabimentos estão conformes a verba orçamentada e estes documentos entram no Tribunal de Contas e
são submetidos a verificação preliminar da direção geral do Tribunal.

8. O regime dos Duodécimos

O regime dos duodécimos em matéria de despesa, o orçamento apresentauma particularidade, é a de


em regra, não ser permitido utilizar logo de uma vez atotalidade de cada crédito, efetivamente o art.º 58
(n.º 4) da LEO, acabava de referir, manda que a realização das despesas obedeça ao princípio da
utilização porduodécimos. Salvo as exceções autorizadas por lei.

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Significa isto, que os encargos devem ser assumidos e os pagamentosautorizados por importâncias não
excedentes aos duodécimos vencidos. Não podefazer-se em cada mês, por conta de determinado
crédito orçamental despesas quesomadas às feitas por conta desse mesmo crédito, nos meses
anteriores ultrapassemo produto da duodécima parte do crédito pelo número cronológico do respetivo
mês.

Assim por exemplo, se o crédito orçamental é de cento e vinte milhões de euros não pode ser utilizado
em mais de dez milhões de euros até ao fim de janeiro, ate ao fimde maio cinquenta milhões de euros…

a.Efeitos económicos das despesas

As despesas públicas exercem efeitos económicos por duas vias, através dos serviços que o estado
presta, que visa satisfazer necessidades coletivas. O Estadoproduz bens, consequentemente cria
utilidades, no entanto as despesas públicas sãoprodutivas.

1) Determinadas as despesas públicas, que são produtivas ao criarem utilidadesatravés dos serviços
que o Estado presta.

2) Despesas que se limitam a criar utilidades as quais são, portanto, despesas meramente produtivas
e despesas que também criam capacidade de produçãodas quais, por isso mesmo são despesas
reprodutíveis.

b. O multiplicador e o princípio do acelerador

O consumo e o efeito de rendimento sobre determinados bens. Todo orendimento é consumido ou


aforrado (poupado), daí a propensão ao aforro, isto é, arelação entre aforro e rendimento. O aforro
pode ser investido ou entesourado. Podeser investido na compra de bens ou na transformação do
aforro em bens de produção.

O aforro também pode ser entesourado. O entesouramento é a manutenção do aforro em saldos


líquidos.

O investimento é dependente de várias circunstâncias da atividade económicaque depende do


rendimento, que é por este provocado. Depende também de outros fatores, que não ao nível do
rendimento, como fatores políticos, técnicos oupopulacionais. Trata-se de investimento que não
obedece às variações do nível dorendimento de investimento autónomo.

9. O multiplicador keynesiano

É o coeficiente numérico que nos traduz perante o investimento inicial o aumento verificado no
produto. É o coeficiente que mede o aumento do rendimentoimputável ao investimento inicial. O
acelerador é o coeficiente que mede o aumento doinvestimento resultante das despesas iniciais de
consumo.

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a. O efeito de multiplicação

Esta teoria é designada por um aumento provocando um aumento múltiplo dorendimento. O


aumento do investimento suscita um aumento da procura de bens eserviços. Esse aumento da
procura de bens vai exceder a produção desses mesmosbens, daí compreender-se que se
multiplique o rendimento criado pelo investimento.

10. Crédito Público

10.1.Empréstimos Públicos

Motivos pelos quais o estado recorre ao crédito. Estes empréstimos públicos, são portrês motivos:

1.º - Défice de tesouraria (uma mera discronizacão entre a receita no cofre do estado e da necessidade
de realizar uma despesa) ver : Dívida flutuante

Este défice de tesouraria compreende-se porque a tesouraria apresenta uma situação deficitária, por
vezes falta dinheiro e existem pagamentos para realizar e por vezes, o estado está a realizar mais tarde,
como por exemplo: tem que pagar uma conta dia 15 mas só no final do mês, dia 30 ou 31 é que recebo,
o montante que me pode ajudar a fazer face ao pagamento do dia 15.

Por esse motivo não tenho dinheiro de imediato, logo recorre-se ao crédito a curto prazo. Neste
défice de tesouraria sabemos que no orçamento se previam receitas suficientes para cobrir
todas as despesas mas ao longo do período financeiro os montantes das receitas não coincidem com os
montantes dos pagamentos. Haverádias que os cofres públicos terão receitas superiores, outros pelo
contrário, as receitas serão inferiores aos pagamentos que nesses dias terão que realizar-se. Daí que o
tesouro possa encontrar-se em determinada altura com fundos insuficientes pararecorrer,
para fazer face aos pagamentos.

Quando essa situação acontece, terá que recorrer-se ao crédito. Trata-se deum défice passageiro
transitório, proveniente de se encontrarem na mesma altura asreceitas e as despesas.

2.º Défice orçamental (ver : dívida fundada)

Cobertura do défice orçamental, isto é, o excesso das despesas efetivas sobre as receitas efetivas e por
isso para equilibrar esse défice recorre ao crédito a médio e a longo prazo.

3.º Esterilização (secagem de liquidez)

Se houver muito consumo os preços tendem a aumentar levando à inflação.

Para evitar esta situação o estado recorre ao crédito porque a indisponibilidade do dinheiro faz com que
não se gaste, por isso se o estado recorrer ao crédito, retira dinheiro aos particulares e estes passam a
gastar menos.

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O estado não só recorre ao crédito para financiar as despesas públicas, mas também a ele recorre, por
vezes, para impedir as despesas privadas, como exemplo:

de um processo inflacionista, em que a subida dos preços é imputável á pressão daprocura e o estado a
fim de reduzir essa mesma procura, recorre aos empréstimos e às poupanças porque de outro modo
seriam gastos, pelo menos uma boa partedesses mesmos capitais.

10.2. Espécies de empréstimos

a) Empréstimos internos e externos

Os empréstimos contraídos pelo estado, os empréstimos públicos, são suscetíveis de várias


distinções, assim, quanto ao lugar, podemos distingui-los entreempréstimos internos e empréstimos
externos.

Os empréstimos internos são aqueles empréstimos contraídos dentro do próprio país. Os


empréstimos externos são os empréstimos contraídos no estrangeiro. Os empréstimos contraídos
no estrangeiro também podem ser voluntários e forçados. Os empréstimos voluntários são aqueles
empréstimos que o estado solicita e quando pede quem quer empresta, quem não quer não
empresta.

Os forçados são quando o estado exige tendo as pessoas que dar mesmo que não queira. Estes
empréstimos forçados só podem ser internos. O estado obriga os capitalistas a emprestar-lhe dinheiro,
porque pretende obter um empréstimo a um juro mais baixo do que o do mercado. Emissão dos
empréstimos está sujeito a uma taxa de juros, quando os empréstimos públicos são
representados em títulos, estes mesmos títulos têm que ser emitidos.

Emitir títulos de empréstimos públicos é emitir títulos de crédito. Esses mesmos títulos de crédito
podem ser emitidos. Essa mesma emissão pode ser opa ra ou abaixo do par. Juros porque os
empréstimos são emitidos podem ser iguais ou inferiores ao juro corrente do mercado. A emissão é
feita ao par ou abaixo do par conforme dos preços dos títulos. Conforme a taxa de juro do empréstimo é
igual ou inferior à taxa de juro corrente no mercado.

b) Os empréstimos podem ser Perpétuos: (isto já não existe, as pessoas que emprestavam porque acreditavam nas
variaões das taxas de juros no mercado – se a taxa de juro baixasse, o valor da dívida aumentava, e se a taxa de juro
diminuisse, o valor da dívida diminuia – há pessoas que corre este risco do mercado)

a. Os remíveis: são aqueles em que o estado fica com a faculdade de efetuar o reembolso quando
quiserem.

b. Os irremíveis: o estado não goza da faculdade de realizar o reembolso.

b) E ainda Temporários:

a. Reembolsáveis à vista: são empréstimos que o estado secompromete a pagar quando o


credor o pretenda. O estado ficaobrigado a pagar quando o particular exigir o capital, o que

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naturalmente é de difícil compreensão porque o particular podepassado uns dias exigir o
capital, mas o estado só contrai estes empréstimos quando tem a certeza prática de que a grande
maioriados credores não lhe exigirá o reembolso antes de decorridobastante tempo.

b. Rendas vitalícias: como o próprio nome indica são empréstimosem que o estado se obriga a pagar
uma renda anual, enquanto estefor vivo e é através da renda que o reembolso se efetua. Como
porexemplo, alguém empresta ao estado cem milhões de euros com aobrigação de este lhe pagar para
toda a vida uma renda anual quecompreenda além do juro a cota de amortização do capital. A
rendaserá maior ou menor consoante for maior ou menor a duração provável do credor,
consoante ele for mais ou menos idoso(a). Ecomo a duração da vida é sempre provável e nunca certa, o
estado ganha ou perde conforme o credor viva depois menos ou mais anosdo que aqueles que a sua
vida permita esperar.

c. Empréstimos amortizados por sorteio: o estado reembolsa todos os anos, um certo número,
constante ou variável de títulos tirados à sorte de modo, que o empréstimo se encontre
inteiramente amortizado ao fim de certo prazo.

d. Empréstimos reembolsáveis em data fixa: o estado obriga-se areembolsar todo o capital do


empréstimo em certa data. Aquele empréstimo de um milhão de euros, que foi contraído, por
exemplo a quatro de abril de dois mil e dezoito terá que ser inteiramente reembolsado no dia quatro de
abril de dois mil e vinte e oito.

10.3 Vantagens com essa emissão dos empréstimos.

Essas vantagens especiais podem ser:

- Prémio de reembolso: o estado atribui frequentemente vantagens particulares aos seus


credores, pelo que esta resulta das emissões abaixo do par. Os títulos são emitidos por valor inferior ao
valor nominal e os credores ficam com odireito a receber mais no futuro do que pagam no presente. A
diferença constitui o chamado prémio de reembolso

- Prémios de amortização: os empréstimos temporários podem seramortizáveis por sorteio. O


Estado amortiza anualmente um certo número de títulostirados à sorte. Acontece que por vezes o
estado paga todos ou alguns dos títulos, pormais do que o seu valor nominal. Esta diferença é o prémio
de amortização

- Garantias de pagamento: o estado é o mais capaz de todos os devedores,mas isso não significa que o
estado pague sempre. Por vezes levantam-se dúvidasquanto ao pagamento do estado quando isso
acontece os credores exigem garantiasde pagamento, como por exemplo, a consignação de receitas ao
serviço de juros e àamortização do empréstimo.

- Garantias contra a desvalorização: a garantia pode ser dada mediante aligação do empréstimo ao
valor de um bem ou de um conjunto de bens, queacompanhe de perto as oscilações
monetárias, isto é, que suba ou desçaaproximadamente na mesma medida em que a moeda se
desvaloriza ou valoriza. Oestado obriga-se assim, a pagar os juros e reembolsos que resultar da

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aplicação.Têm-se feito a ligação dos empréstimos públicos ao valor de determinada moedaestrangeira
– garantia de câmbio – como também existe a chamada cláusula de ouroou ao valor de uma ou de várias
mercadorias, cuja variação se exprime geralmenteatravés dos respetivos números índices. Liga-se o
empréstimo ao índice de cotaçõesdos títulos de rendimentos variáveis, como por exemplo, as ações.

- Isenção de impostos sobre o rendimento: os credores do estado emalguns países


beneficiam da isenção de imposto sobre o rendimento dos títulos, masgeralmente, nunca se trata de
uma verdadeira isenção, isto é, de uma situação deprivilégio face aos outros credores privados.
Geralmente, a isenção de impostos,envolve a diminuição do juro que o estado paga pelos seus
empréstimos, vindo aigualar-se um juro líquido que recebem todos os credores privados ou públicos.

11. Dívida Pública finalidade principal receitas efectivas e despesas efectivas, para fazer face a todas as
despesas efectiva necessárias, o Estado vai financiar, o Estado pede empréstimos (empréstimos internos
e emprestimos externos)

Quando o estado recorre ao crédito, naturalmente que daí resulta dívida, por conseguinte dos
empréstimos internos resulta dívidas internas, e dos empréstimos externos resulta dívida externa.

Quando a dívida é interna o estado deve aos seus cidadãos, mas quando a dívida é externa o estado
deve a cidadãos de outros países.

a) Dívida fundada e dívida flutuante

Esta distinção da dívida pública entre dívida fundada e dívida flutuante baseia-se na classificação dos
empréstimos entre temporários e perpétuos e dos temporáriosa médio ou a longo prazo e a curto
prazo.

Dívida fundada – é a que resulta dos empréstimos perpétuos e dos temporários a médio ou
a longo prazo.

Dívida flutuante – é a que resulta dos empréstimos temporários a curto prazo.

A dívida chama-se fundada porque há muitos séculos em Inglaterra quando se emitia um empréstimo a
longo prazo criava-se um fundo para ocorrer aos encargos da amortização ou reembolso e como a dívida
fundada pode provir ou de empréstimos perpétuos ou de empréstimos temporários daí que
também se distinga a dívida consolidada que resulta dos empréstimos perpétuos e a dívida
amortizável que resultados empréstimos temporários a médio ou longo prazo.

12.Operações sobre a dívida

12.1.Sistemas de amortização da dívida pública

Pretende saber com que recursos o estado vai proceder à amortizaçãoda dívida pública. Ao longo dos
anos foram propostas várias soluções, tendo em vista, sobretudo a dívida consolidada.

Sendo assim, o estado pode utilizar os três sistemas de amortização da dívida pública:

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a) Sistema das anuidades obrigatórias – preceitua-se legalmente que o estado inscreva todos
os anos no orçamento uma determinada verba para amortizar a dívida, como por exemplo: a verba
de cem milhões de euros e todos os anos o estado aplica cem milhões de euros à redução do capital que
obteve de empréstimo.

Com este sistema consegue-se uma perfeita continuidade na amortização.

b) Sistema das caixas de amortização – o estado cria uma caixa, dá-lhe autonomia financeira e atribui-
lhe a dotação para proceder à compra de títulos da dívida pública. Os títulos comprados pela caixa
podem ficar ou não na mão dela a render ou podem ser por ela destruídos.

c) Sistema dos saldos orçamentais – o estado reembolsa a dívida mediante os saldos que a
execução do orçamento que lhe proporciona e mediante o excedente das receitas efetivas cobradas
sobre as despesas efetivas pagas, o que significa renunciar á regularidade de amortização,
uma vez que não há excedente todos os anos.

São estes os sistemas de amortização concebidos e praticados para amortização da dívida pública.

13. O peso da dívida pública

O ónus da dívida pública para várias gerações, principalmente da dívida externa constitui um ónus
das gerações futuras. A dívida interna pode constituir ónus para a geração presente ou para as gerações
futuras.

a) Os limites da dívida pública

Os limites à dívida externa estão á vista, são os limites postos pela capacidade das sucessivas gerações
para suportarem o ónus dos juros e da amortização. Essa capacidade será tanto ou maior
quanto os recursos de que disponham as gerações posteriores, quanto maior for a capitação do
rendimento nacional.

b) Efeitos económicos e política de amortização

O problema da amortização da dívida pública não fica por aqui é que o reembolso dos títulos pode
influenciar o consumo e o investimento privado. A amortização da dívida interna é por si mesma
expansionista.

Enquanto o estado não paga os títulos alguns vêem-se com dinheiro nas mãos fazendo-se despesas e
aumentando nessa medida o consumo. Como se vê a amortização da dívida pública tem efeitos
positivos sobre o consumo e o investimento.

c) Formas de amortização direta e por compra IMPORTANTE! Habitualmente vem nos testes!

A amortização direta, o Estado extingue a dívida reembolsando aos credores , pagando-lhes o valor
nominal dos títulos que se comprometeu ao credor nos termos de venda jurídica.

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A amortização indirecta é o reembolso aos credores pagando-lhes o valor por aquisição dos títulos na
bolsa conforme a sua cotação., e daí extinguingue-se a dívida

d) Conversão

Pode ser através da redução do juro – a amortização extingue a dívida, há contudo uma ou
outra operação que não a extingue, mas que geralmente a torna menos onerosa, é a conversão á qual
consiste na transformação de uma dívida em outra dívida emitida em condições diferentes, essas
condições podem ser várias ma sgeralmente predomina com um juro menor.

i) Conversão voluntária e conversão facultativa

A conversão voluntária é aquela em que o estado português propõe aos seus credores a troca de
títulos que possuem por outros títulos com juro menor. Aconversão facultativa é aquela em
que o estado dá aos seus credores a opção entre o reembolso dos títulos que possuem e a sua troca por
títulos com menor juro.

A condição de êxito da conversão facultativa a conversão dos empréstimos remíveis pode


ser voluntária ou facultativa. A primeira é rara a última não só é frequente e como tem um
êxito assegurado com efeito na conversão facultativa, o estado diz aos seus credores, ou aceitas o
reembolso desses títulos do valor nominal de mil euros e com o rendimento de 50 euros ao ano ou
aceitas a substituição por títulos do valor nominal de mil euros, mas com o rendimento de 40 euros,
como se torna indiferente aos credores aceitar o reembolso ou a conversão, pois a conversão facultativa
se faz com êxito, e só existe êxito quando os títulos do novo empréstimo vencem juro, pelo menos igual
ao corrente no mercado.

14. Receitas Patrimoniais

14.1. Património Mobiliário

As receitas patrimoniais podem derivar do património mobiliário do estado, como também das
indústrias onde o estado ainda detém algum património. O estado sempre teve uma carteira de títulos
constituída por ações e obrigações de banmcos e companhias.

O estado ao longo dos anos foi tendo mais ou menos património, mas naturalmente, nos
dias de hoje á tendência é para o estado cada vez, ter um património mais diminuto.

14.2. Bens de domínio público e de domínio privado

Bens do estado que se encontram submetidos às regras do direito privado. O estado teve um grande
património, no séc. XV e XVI, como consequência dos descobrimentos, voltando a crescer com
a constituição de 1933, segundo os princípios em que o estado era um estado forte e mais
intervencionista.

Mais tarde, com o 25 de abril de 1974 e com as nacionalizações, houve um aumento do património do
estado, com as nacionalizações de empresas dos setoresbásicos da economia.

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15. Taxa

A taxa é uma prestação tributária, estabelecida por lei, a favor de uma entidade que exerce funções
públicas. Como contrapartida, de uma prestação individualizada e uma atividade pública da
utilização individual de bens do domínio público ou da remoção de um limite jurídico à atividade
dos particulares.

15.1. A titularidade da taxa

O beneficiário da taxa é uma entidade que exerce funções públicas. O sujeito ativo pode ser o estado ou
uma autarquia. O devedor da taxa ou o sujeito passivo é a pessoa que usa um determinado serviço
público ou um bem de domínio público.

A taxa apresenta uma origem sinalagmática em termos de uma prestação ser uma contraprestação de
uma outra. Não quer dizer que haja uma equivalência entre as prestações.

15.2. Distinção entre taxa e imposto

A taxa também é uma prestação pecuniária coativa mas não é uma prestação unilateral - Apesar de ser
uma prestação coativa é uma prestação bilateral. Quem paga uma taxa, fica com o direito de um
serviço/prestação de serviço individualizada do Estado.

Ao contrário do imposto que é uma prestação unilateral, uma vez que, o seu pagamento corresponde
a uma contraprestação de um serviço por parte do estado. – não há uma contra prestação de servicços
do Estado para o pagamento do imposto

* As taxas dependem da intensidade do suo do privadfo no bem semi’p+ublico – é o princípio da


intensidade de uso – ex: a utilização das auto-estrada (bem de domínio público) é uma utilização
individualizada, quem usa mais vezes a autoestrada, pagou mais taxas, pois cada vez que passam tem
que pagar uma taxa , ou seja, quem não passa na auto-estrada, não paga esta taxa.

Há 2 princípais modalidades de taxa:

- taxas moderadoras : visam a moderar/limitar a procura do bem semi-público (ex: serviços de


saúde)

- taxas compensadoras : visam a repartir o custo do bem semi-público com o uso do utilizador deste
serviço semi-público (ex: cada vez que o utilizador passa a auto-estrada, o Estado cobra a taxa para
ajudar/repartir nas despesas que teve na manutenção da auto-estrada)

16. Uniformidade dos impostos

Traduz-se numa igualdade horizontal os indivíduos que nas mesmas situações devem pagar o mesmo
imposto e traduz-se numa igualdade vertical os indivíduos que em situações diferentes devem pagar
impostos diferentes.

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Imposto – é uma receita efectiva do Estado; Prestação unilateral

IMPOSTO PROGRESSIVO (caso da RAEM) – no imposto progressivo a taxa média do imposto* aumenta
à medida que aumenta a matéria colectável/rendimento colectável (quem tem mais paga mais não só
em termos absolutos mas também em termos relativos)

IMPOSTO PROPORCIONAL – no imposto proporcional, a taxa média do imposto mantém-se constante


para qualquer montante de matéria colectável/rendimento colectável - ex: ganha $100 paga 10% = $10;
ganha $200 paga 10% = $20; ganha $300 paga 10% = $30

IMPOSTO REGRESSIVO – a taxa média do imposto diminui com o aumento da matéria colectável

* taxa média do imposto : é a fracção/relação entre a colecta e a matéria colectável

MODELOS DE PROGRESSIVIDADE

Progressão contínua – taxa média do imposto aumenta ao mínimo de aumento da matéria colectável,
ou seja bata um mínimo aumento no rendimento colectável, aumenta-se logo a taxa média do imposto
(não é aplicável quase em nenhum país, pois seria o imposto altíssimo para os contribuintes)

Progressão por dedução – o montante deduzido é fixo/o valor a deduzir é fixo estipulado por lei, e a
taxa média do imposto é invariável

Ex:
$100 - $10 (valor deduzido estipulado por lei) = $90 paga 10% (taxa de imposto invari)avel) = $9
$200 - $10 (valor deduzido estipulado por lei) = $190 paga 10% (taxa de imposto invari)avel) = $19
$300 - $10 (valor deduzido estipulado por lei) = $290 paga 10% (taxa de imposto invari)avel) = $29

 Sendo a dedução fixa, quanto maior for a matéria/rendimento colectável, menos é o impacto, o
imposto é cada vez menos - é uma progressão decrescentemento progressivo , ou seja, o ritmo de
progressividade é menor

PROGRESSÃO POR CLASSES – a lei estipula uma tabela de classe. Ex:

Quem ganha $115 (classe dos $100 a $200) paga 10% = $11.5 – resta do seu rendimento 115-9=106
Qem ganha $200 (classe dos $100 a $200) paga 10% = $20 – resta do seu rendimento 200-20=180
Quem ganha $201 (classe dos $201 a $300) = paga 10% = $21 – resta do seu rendimento 201-21=180
Quem ganha $300 (classe dos $201 a $300) = paga 10% = $30 – resta do seu rendimento 300-30=270
Quem ganha $301 (classe dos $201 a $300) = paga 10% = $31 – resta do seu rendimento 301-31=270

 Problema: os indivíduos que estáo no topo de cada classe (ex$200) podem ficar fiscalmente
desfavorecidos em relação aos indivíduos que estão no início da classe de tributação

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PROGRESSÃO POR ESCALÕES – a lei estipula uma tabela de escalões, sendo que para cada escalão é
estipulado uma táxa média do imposto que só vai tributar a cada parcela de rendimento que esgota o
escalão. (caso da RAEM)

Ex:

1º escalão $100 a $200 paga taxa 5%


2º escalão $201 a $300 paga taxa 10%
3º escalão $301 a $400 paga taxa 15%

Portanto quem ganha $250


1º paga $5 pelo rendimento de $100
2º paga $10 pelo rendimento de $100 a $200
3º paga $7.5 pelo rendimento de $200 a $300
TOTAL DE IMPOSTOM PAGO: 5+10+7.5=22.5
 Problema: os indivíduos que estáo no topo de cada classe (ex$200) podem ficar fiscalmente
desfavorecidos em relação aos indivíduos que estão no início da classe de tributação

16.1. Tipos de impostos

a) Impostos estaduais e não estaduais

São impostos estaduais os que têm como sujeito ativo o estado; São impostos não estaduais todos
aqueles em que o credor é uma pessoa de direito público mas não o estado

b) Impostos gerais e locais

São impostos gerais aqueles que atendendo ao seu campo de aplicação são de âmbito nacional; os
que são de aplicação num espaço delimitado, nomeadamente uma autarquia, são impostos locais.

c) Impostos diretos e indiretos (Imposto Fiscais e Extra-Fiscais)

São impostos diretos os que incidem diretamente sobre a matéria coletada; os impostos
indiretos são os impostos que recaem sobre o património ou o rendimento utilizável, isto é, os impostos
que recaem sobre a matéria coletável indiretamente tributável.

Imposto Fiscal (directo) – é aquele que foi criado na lei, pelo legislador, tendo como objectivo a
angariação/arrecadação de receitas para os cofres do Estado.

Imposto Extra-Fiscal (indirecto) – é um imposto que também resulta na angariação de receitas, mas
cuja a principal finalidade, não consiste na angariação/arrecadação de receitas, mas sim, para favorecer
uma determinada situação económica (ex: taxas alfandegárias – foram criadas para proteger o sector da
industria local/nacional; imposto dos casinos)

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*NOTA: Hoje em dia, a situação realista, qualquer imposto tem um efeito económico que vai para além
da mera angariação/arrecadação de receitas para o cofre do Estado, ou seja, todos os impostos são
simultâneamente fiscais ou extra-fiscais – por isso, praticamente nem se diferencia/nem se usa a
diferença de impostos fiscais ou extra-fiscais.

d) Impostos pessoais e impostos reais

São impostos pessoais que tributam a riqueza, o rendimento levando em conta a situação do
contribuinte. Ex. Imposto profissional – tributa-se a riqueza em fução do contribuinte *

* A tributação pessoal permite 3 características fundamentais:


1) isentar do impsto as pessoas que só dispõem do chamado de “mínimo de existência”
2) permite atender aos emcargos familiares do contribuinte
3) permite sobrecarregar designadamente através de taxas de imposto elevado, os rendimentos mais
avultados/altos/rendimentos maiores – característica da progressividade

Os impostos reias incidem sobre a matéria coletável objetivamente determinada abstraindo


dos condicionalismos económicos do sujeito passivo, ou seja, não é levado em conta os rendimentos
todais da pessoa, sem estabelecer condições económicas sobre quem paga este imposto)
Ex: imposto predial – tribuata-se a riqueza em função dela própria

e) Impostos periódicos e de obrigação única

Atendendo ao carácter duradouro ou ocasional dos factos ou das situações tributárias os impostos
são periódicos ou de obrigação única. Exemplo de um imposto de obrigação única é por
exemplo a importação de uma mercadoria. Exemplo de um imposto duradouro é o exemplo de um
proprietário de um imóvel que todos os anos paga o respetivo IMI.

f) Imposto de cota fixa e de cota variável

No imposto de cota fixa o estado através da lei fixa direta e expressamente o montante a pagar por
cada contribuinte, o imposto de cota variável o estado limita-se a conseguir abstratamente
o valor da prestação tributária, podem-se adotar taxas proporcionais que se mantém constantes
indo pendentemente do montante da matéria coletada, como por exemplo o IRC ou taxas progressivas
quando aumentam à medidada matéria coletável, como por exemplo o IRS.

16.2. Princípio da igualdade tributável

Caracteriza-se na generalidade e na uniformidade dos impostos. Generalidade quer dizer que todos
os contribuintes estão adstritos ao pagamento de impostos não havendo entre eles qualquer
distinção de classe. Por seu turno a uniformidade quer dizer que a repartição dos impostos pelos
cidadãos obedece ao mesmo critério, critério idêntico para todos.

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Repartição de impostos:

2 conceitos: 1) Generalidade 2) uniformidade

1)Generalidade - Todos os cidadãos estão restritos ao pagamento de impostos (em abstrato,


potencialmente todos os cidadão estão tem que pagar impostos)

2) Uniformidade – A repartição dos impostos pelos cidadãos tem que obedecer aos mesmos critérios, ou
seja, o mesmo critério tem que servir para distinguir o que cada cidadão paga de impostos, e quanto é
que cada um paga.

Princípio da igualdade horizontal - os indivíduos nas mesmas condições pagam os mesmos impostos

Princípio da igualdade vertical – os indivíduos na condições diferentes, pagam impostos diferentes, na


medida dessa diferença

Princípio da Capacidade Contributiva : o Estado cobra imposto para a produção de bens e serviços

vs

Princípio de Benefício na utilização de um bem-público : não serve para contribuição tributário, o


indivíduo paga a “taxa” conforme a sua utilização – ex: Imposto/Taxa das auto-estradas, o indíduo
paga conforme as vezes que passa a auto-estrada (paga cada vez que passa/usa)

16.3 Momento da técnica tributária

Depois de assentes os critérios da repartição dos impostos à que estruturar o sistema tributário, de
modo que se atinja as finalidades prosseguidas pelo estado. São quatro os momentos de técnica
tributária:

1) Definição da matéria coletada

Consiste em saber qual ou quais dentre as várias matérias coletadas possíveis, hão-de ser objeto de
tributação. Esta escolha há-de reconduzir- se sempre, ou em património ou em rendimento, uma vez
que, só com um ou com outro os impostos podem ser pagos.

2) Determinação da matéria coletada

Depois de definida a matéria coletada, importa saber agora, como se há- de conhecer o rendimento e o
capital de cada contribuinte. A resposta é dada por dois critérios, por presunção e por declaração:

- Por presunção, aplica-se a matéria coletável normal e a matéria coletada real presumida, ou
seja, sobre o rendimento que em condições normais, os contribuintes podiam ter obtido, ou sobre
aquele rendimento que provavelmente obtiveram. Esta matéria só poderá ser aplicável por

presunção.

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- Por declaração aplica-se à matéria coletável efetiva, se por exemplo os impostos incidirem sobre o
rendimento que os contribuintes obtiveram, essa matéria só pode ser determinada, por declaração do
contribuinte ou por declaração de terceiro.

3) Fixação da cota individual

Trata-se de fixar a soma de impostos exigível a cada contribuinte, podem fixar-se dois tipos de impostos:
impostos diretos (aqueles que incidemsobre a matéria coletável diretamente tributada) e os impostos
indiretos (são aqueles que incidem sobre o património utilizado)

4) Cobrança

Fixada a cota há que proceder finalmente à arrecadação do tributo. Aqui, na cobrança, em relação aos
impostos diretos, a cobrança é imediata ou existe a retenção da fonte. Nos impostos indiretos, a
cobrança também pode ser imediata ou também pode ser mediata. São estes os quatros momentos da
técnica tributária.

Características jurídicas do imposto (em geral):

- prestaçao pecuniárias : prestação em dinheiro

- prestação coactiva, ou seja, o montante do imposto é previsto na lei : obrigação legal da prestação

- prestação unilateral : significa que o pagamento do imposto não corresponde qualquer prestação de
serviços do Estado

- prestação não sancionatória : não sanciona nenhum comportamento ilícito, o imposto não é uma
multa (ex: poder comportar licitamento e está a dever um imposto ao Estado)

17. Imposto mais-valia

São aumento imprevisto dos bens – tributa-se aquando da sua realização

Impostos directos e impostos indirectos:

Impostos directos: atigem manifestações imediatas da capacidade contribuitiva – impostos que incidem
sobre a matéria colectável (ex: rendimentos)

Impostos indirectos : atigem manifestações mediatas da capacidade contribuitiva – impostos que


incidem sobre o património possuído ou rendimento obtido (ex: consumo ou transmissão~de bens)

Imposto misto – é o que encontramos na maior parte - são os impostos directos e indirectos

Vantagens dos impostos directos: Desvantagens dos impostos directos:

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1) permite pessoalização triutária 1) Lançamento administrativo mais caro – implica
uma máquina da administração fiscal
2) permite tributar o rendimento 2) facilitam/permitem a invação fiscal (fuga aos
aforrado/poupado impostos)
3) permite tributar auto-consumo 3) permitem a entrada contíunua de $ nos cofres
do Estado

Vantagens dos impostos indirectos: Desvantagens dos impostos indirectos:

1) gerneralização de cobrança de forma gratuita e 1) não permite pessoalização triutária


mediata
2) anestesia fiscal (ex: imposto do consumo; 2) não permite tributar o rendimento
imposto de gasolina – a pessoa quando gasta, aforrado/poupado
gasa por prazer, não sente a tributação
3) permitem a entrada contíunua de $ nos cofres 3) não permite tributar auto-consumo
do Estado

Planeamento fiscal : é uma maneira fiscalmente mais barata de atribuir um determinado objectivo
dentro da lei – menos onerosa ficalmente ; estamos perante de uma actividade lícita – intra
legem/dentro da lei (por isso é que existem consultores/ consultadorias para este efeito, há empresas
que recorrem estes serviços de consultadoria no sentido de fazer um planeamento fiscal às suas
empresas de maneira, dentro da lei, pagar menos impostos

Elisão fiscal – enquanto que no Planeamento fiscal estamos no domínio intra-legem/dentro da lei, e na
elisão fiscal também não estamos contra-legem/contra a lei (ex. Um indivíduo decide vender uma
propriedade por X dinheiro, e vai ter que pagar X imposto, em vez disso, fazem um contrato de
arrendamento por 20 ou trinta anos entre as partes – isto é um comportamento lícito, não é ilícito, ou
seja há empresas que adoptam comportamentos de maneira que saia mais barato de impostos, as
partes utilizam mencanismos legais mas que não é um mecanismo que tenho sido criado pelo legislador
para o que as partes efectivamente querem.

As partes na realiade querem uma compra e venda, mas em vez disso celebram um contrato de
arredamento a um prazo longíquo para não pesar tnato nos impostos

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É um acto de elisão fiscal, e não um planeamento fiscal, é um acto para além do planeamento - é um
abuso fiscal com o objectivo de pagar menos impostos. As partes fazem isto numa atitude de elisão fiscal
e não evasão fiscal. A elisão fiscal é penalizado quando o legislador entender que houve um abuso fiscal
da barreira/fronteira (Lei geral tributária) – são aqueles comportamentos elegíveis que o legislador
considera ultrapassar a barreira fiscal (tem um limite)

Evasão fiscal – contra legem/contra lei, é o extremo/oposto do planeamento fiscal – há empresas que
por vezes decidem adoptar comportamentos ilícitos para atingirem a um determinado objectivo de
maneira que saia muito menos onerosa/ a não ser penalizado fiscalmente por algo que nos termos da lei
fosse penalizado fiscalmente.

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