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PRÁTICA DE
DIREITO
CIVIL
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Uma boa estratégia é focar naquilo que mais caiu ao longo do tempo (Ações
Indenizatórias; Apelação; Agravo de Instrumento; Cautelares e Ações Possessórias).

Atenção para a quantidade de vezes que as referidas peças caíram nos Exames da
Ordem:

Peça Quantas vezes já caiu

Apelação……......................................................................................................…… 14
Possessórias……......................................................................................................... 13
AI….....................................................................................................……………… 12
Indenizatória…........................................................................................................…. 12
Cautelares......................................................................................................................12
Monitória……........................................................................................................…… 5
Execução………............................................................................................................. 3
Contestação…...........................................................................................................….. 3
Revisional de Aluguel......................................................................................................3
Embargos de Terceiro .................................................................................................... 2
Consignação em Pagamento............................................................................................2
Ação de Alimentos .........................................................................................................2

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SUMÁRIO

1. Apelação……......................................................................................................…… 4

2. Ação de Reintegração de Posse................................................................................... 9

3. Agravo de Instrumento........................................................................……………… 15

4. Indenizatória…..........................................................................................................…. 21

5. Cautelares.........................................................................................................................27

6. Monitória…….........................................................................................................….... 30

7. Execução………..........................................................................................................…34

8. Contestação…............................................................................................................….. 38

9. Revisional de Aluguel.......................................................................................................45

10. Embargos de Terceiro .....................................................................................................49

11. Consignação em Pagamento.............................................................................................53

12. Ação de Alimentos ..........................................................................................................59

13. Inicial de Obrigação de não Fazer....................................................................................60

14. Ação de Indenização por danos materiais........................................................................85

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1. Apelação

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CÍVEL


DA COMARCA XXX/XX

Recurso de Apelação Cível


Processo Nº : 00000

FULANA DA SILVA, já qualificada nos autos em epígrafe da AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO, promovida por (...), por seu procurador ao final assinado, inconformada
com a r. sentença de fls. (...), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por esta
e melhor forma de direito, interpor o presente

RECURSO DE APELAÇÃO

conforme as razões em anexo, requerendo digne-se Vossa Excelência, verificados a


oportunidade e cabimento, determinar sua juntada ao Caderno Processual, remetendo-a à
apreciação da Superior Instância. Termos em que, com fundamento no artigo 513 e
seguintes do Código de Processo Civil, pede deferimento.

(local e data)

Advogado (nome)

OAB n.°

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RECORRENTE: (...)

RECORRIDO: (...)

EGRÉGIO TRIBUNAL DE ALÇADA

I - DOS FATOS

Trata-se de Ação de Indenização proposta por (...), em face de (...), na qual a


primeira alega ter sofrido prejuízos após ter adquirido uma casa Pré-Fabricada da apelante
devido a problemas com o aparecimento da espécie "Alchorne triplenervia", popularmente
conhecida por "cupim".

O MM. Juiz monocrático, ao proferir a sentença, julgou procedente a presente


demanda, condenando a requerida ao pagamento dos danos pleiteados mais honorários
advocatícios arbitrados em 20% (vinte por cento) do importe da conta.

Todavia, a r. sentença recorrida deixou de apreciar corretamente alguns pontos essenciais


para o deslinde da demanda, como passaremos a demonstrar.

II - DAS PRELIMINARES

a) AUSÊNCIA DE CAUSA DE PEDIR

Primeiramente, como se deflui do Memorial de fls. .... "usque" ...., a autora ajuizou
processo sumário de indenização sem, contudo, valorar os alegados prejuízos sofridos com
base na sentença homologatória transitada em julgado proferida nos autos de AÇÃO DE
VISTORIA "AD PERPETUAM REI MEMORIAM".

Urge ressaltar que, na peça inaugural, a autora aduziu ser credora de uma legado
prejuízo apurado em laudo pericial, de responsabilidade da requerida e homologado pela r.
sentença que transitou em julgado nos autos de VISTORIA AD PERPETUAM "REI

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MEMORIAM", em apenso, mas constatamos, com uma simples análise perfunctória, que a
mesma não menciona os fatos onde estriba sua causa de pedir.

Desta forma, verificamos a falta de enunciação do fato jurídico sobre o qual assenta
a pretensão da autora, eis que a mesma apenas diz ser credora da requerida sem sequer
mencionar qual a importância que alega ser devida nos autos de vistoria ad perpetuam rei
memoriam com arbitramento.

Ademais, não se pode argumentar, como fez a autora, que a sentença homologatória
de extinção do processo cautelar de vistoria reconheça ou constitua direitos e obrigações,
pois tem por escopo, unicamente, demonstrar uma verdade de um fato, e, uma vez feita tal
demonstração, a eficácia produzida é necessariamente perpétua.

b) DA INÉPCIA DA INICIAL

A autora cinge-se a alegar a existência de uma ação de vistoria e, em razão dela,


postula a condenação da requerida nos prejuízos causados, faltando-lhe logicidade entre os
fatos narrados e o pedido, na medida que os fatos deduzidos na exordial não autorizam a
conseqüência jurídica pleiteada.

Diante do exposto, o processo mereceria sentença extinguindo o feito, nos termos do art.
267, inciso I e 295, parágrafo único, inciso III do CPC.

III - NO MÉRITO

De acordo com os Memorais de fls. ...., a sentença que homologou o procedimento


cautelar não tem natureza condenatória ou constitutiva, apenas demonstra fatos, que é a sua
finalidade.

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Por medida de brevidade e economia processual, a apelante deseja reporta-se na


íntegra ao ensinamento doutrinário e jurisprudencial constante nas fls. .... "usque" .... das
suas Alegações Finais.

IV - DA SENTENÇA RECORRIDA

A r. sentença, prolatada pelo MM. Juiz Singular, não reflete a realidade dos fatos,
eis que deixou de relatar alguns pontos fundamentais para o correto desfecho do feito.

Em seu laudo pericial, o Sr. Expert afirma que a madeira utilizada na construção da
casa era de má qualidade e, conforme a amostra utilizada pelo Sr. PERITO, fls. .... dos autos,
verifica-se que a mesma está deteriorada pelo LYCTUS, popularmente conhecido por
cupim.

Cumpre esclarecer que, a presente medida judicial somente foi ajuizada .... anos
após a entrega da casa construída pela ora apelante e, portanto, é patente que a autora
deveria ter demandado sobre a qualidade da obra imediatamente após o seu recebimento.

Ademais, a má conservação da construção ocasionou a deteriorização do material


empregado. Verificamos, com uma análise das fotos jungidas aos autos pelo Sr. Expert, que
o atual estado da construção é consequência de sua má conservação, como a título de
exemplo, a fotografia de fls. .... dos autos.

Desta forma, inexiste fundamento para que a apelada possa pleitear indenização
pela construção da casa de madeira, objeto do feito, uma vez que a mesma foi construída a
mais de .... anos, agravando-se, desta forma, o seu estado de conservação, devido a chuvas,
intempéries e desgastes decorrentes do seu uso.

Portanto, não pode ser considerado o Laudo apresentado pelo Sr. Expert, uma vez
que a casa foi construída há um grande lapso temporal, e assim o laudo pericial realizado
não condiz com o estado da obra quando da realização da sua entrega pela apelante, há ....
anos.

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Ex positis, por medida de economia processual, desejando reportar-se na íntegra ao


contido nas Razões Finais e demais petitórios apresentados, requer dignem-se Vossa
Excelência darem provimento a presente apelação, para reformar a r. decisão do MM. Juiz
monocrático, julgando totalmente improcedente a presente medida judicial por ser questão
de lídima e impoluta Justiça!!!

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

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2. Ação de Reintegração de Posse

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CÍVEL


DA COMARCA XXX/XX

FULANA DE TAL, brasileira, casada, funicionária pública municipal, portadora


do RG nº ______, inscrita no CPF sob o nº ___________, residente e domiciliada na
Rua..............., vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, através do seu advogado e
bastante procurador infra-assinado (procuração anexa), propor a presente

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR

com esteio nos artigo 1.210 e seguintes do Código Civil combinados com artigo 926 e
seguintes do Código de Processo Civil, em face dos FULANOS, brasileiros, residentes e
domiciliados na Rua ________, pelos razões de fato e de direito adiante expostas:

I - DOS FATOS

Em junho de 1998, época do início da ocupação da Vila Irmã Dulce, a requerente


adquiriu um terreno situado na Rua Polem, nº 2537, na referida localidade, no qual construiu
uma casa de taipa, passando a utilizá-la como moradia.

Em novembro de 2000, a autora veio a contrair matrimônio com José Luiz da Silva,
sob o Regime de Separação de Bens, conforme atesta a certidão de casamento em anexo.

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Como forma de presentear a esposa, José Luiz da Silva decidiu reconstruir a casa que esta
possuía no terreno supramencionado. Assim, no decorrer do casamento, os cônjuges
empenharam-se na reforma da casa, passando a reconstruí-la com telhas e tijolos. Ressalta-
se que, durante esse período, o imóvel fora ocupado sem nenhum questionamento.

É de bom alvitre ressaltar que o esposo da requerente já possuía três filhos, a saber,
Maria do Amparo da Silva, Jose Augusto da Silva e Alexandre da Silva, requeridos na
presente ação.

Ocorre que o marido da autora foi acometido por uma grave doença pulmonar,
necessitando, portanto, ir ao médico regularmente, bem como se submeter a uma bateria
extensa de exames. Como o hospital onde este fazia o seu tratamento de saúde era muito
distante do imóvel em comento, o casal decidiu transferir-se, temporariamente, para a casa
dos filhos da promovente, frutos de outro relacionamento.

Sucede que, apesar de todos os esforços realizados para o tratamento da sua saúde,
o esposo da autora veio a falecer em 20 de maio de 2008, devido a problemas pulmonares,
conforme atesta a certidão de óbito em anexo. Aproveitando-se da situação, os filhos deste,
ora requeridos, invadiram o imóvel em questão, passando a nele residir, alegando serem
herdeiros do de cujus e impedindo a entrada da requerente, legítima possuidora, a qual
sequer foi dado o direito de, pelo menos, recolher os seus pertences.

Cumpre observar que o imóvel em litígio nunca foi registrado, mas consta, em
anexo, uma declaração emitida pela ASMID - Associação de Moradores da Vila Irma Dulce
que afirma ser a requerente a proprietária do terreno desde junho de 1998.

Urge informar a urgência na tomada de providencias, uma vez que a Requerida


pretende vender o imóvel. Ressalta-se, ainda, que a mesma possui um outro imóvel não
havendo motivos plausíveis que justifique o interesse dela na casa em questão.

Inconformada com toda esta situação, não restou outra alternativa a autora senão a
busca da tutela jurisdicional para reaver a posse de seu imóvel, tendo em vista que as
tentativas de resolver o conflito amigavelmente restaram-se infrutíferas.

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II - DO DIREITO

O legislador Pátrio, ao disciplinar a organização social brasileira, entendeu por bem


assegurar a todo aquele que tiver sido privado de sua posse, injustamente, por violência,
clandestinidade ou precariedade, o direito de nela ser restituído, nos termos do Código Civil
vigente, vejamos:

“Art.1196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno
ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”.

“Art.1210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,


restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receito de
ser molestado”.

O Código de Processo Civil, por sua vez, confirma a vontade do legislador


conferindo ao possuidor esbulhado o direito de ser reintegrado na posse perdida
injustamente, in verbis:

“Art.926. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e


reintegrado no de esbulho”.

Para que alguém seja considerado possuidor de determinado bem, não é necessário
que exerça a posse direta sobre ele, sendo completamente aceitável que pratique somente
alguns dos poderes inerentes ao domínio. Portanto, no caso em tela, a autora é,
juridicamente, possuidora do aludido imóvel, posto que, apesar de passar algum tempo sem
o ocupar, podia dele dispor, tendo, por conseguinte, legitimidade para propor ação
possessória sempre que temer ou sofrer moléstia em sua posse.

Dá-se o esbulho quando o possuidor é, injustamente, privado de sua posse por


violência, clandestinidade ou precariedade. No primeiro caso, o esbulhador adquire a posse
pela força física ou violência moral. Tem-se a clandestinidade quando o esbulhador se
estabelece na posse às ocultas daquele que tem interesse em conhecê-la. Por fim, a posse
precária é aquela originada do abuso de confiança por parte de quem recebe a coisa com o
dever de restituí-la. No presente caso, a posse injusta dos requeridos se reveste do vício da
clandestinidade, uma vez que estes se aproveitaram de uma situação de dor e angustia da

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requerente, em virtude da morte do seu marido, para invadir ocultamente o seu imóvel, que
se encontrava desocupado.

O fato da autora ter se ausentado, temporariamente, do imóvel em litígio, indo


morar com seus filhos, visando facilitar o tratamento de saúde do seu marido, não acarretou
a perda de sua posse, pois não houve nenhuma intenção de abandonar a posse do imóvel. O
abandono de um determinado bem, e a conseqüente perda de sua posse, somente ocorre,
segundo a Ilustre Doutrinadora Maria Helena Diniz, “quando o possuidor, intencionalmente,
se afasta do bem com o objetivo de se privar de sua disponibilidade física e de não mais
exercer sobre ele quaisquer atos possessórios”, o que, conforme o exposto acima, não
ocorreu no caso em tela. Neste sentido, o aresto abaixo:

AÇÃO POSSESSÓRIA. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ABANDONO DO


IMÓVEL. LIMINAR. PRESENÇA DOS REQUISITOS. A simples ausência dos
possuidores do imóvel, mesmo que prolongada, não caracteriza o seu abandono.
Presentes os requisitos do artigo 927 do CPC, quais sejam, a sua posse, o esbulho
praticado pelo Agravante, bem como a data da perda da posse, concomitantemente
com os requisitos da fumaça do bom direito e do perigo da demora, é de se
confirmar a liminar de reintegração. Agravo não provido. (AGRAVO N°
1.0687.07.056796-5/001, 10ª Câmara Cível, Tribunal de Justiça de Minas Gerais,
Relator: Des. Cabral da Silva, Data do Julgamento 19/02/2008)

A autora vem a Juízo, por meio da presente ação de reintegração de posse, pleitear
o direito de ser restituída na posse do imóvel em questão, em virtude de tê-la perdido
injustamente pela prática de atos clandestinos por parte dos requeridos, haja vista que, como
bem enfatiza a supracitada doutrinadora Maria Helena Diniz: “ação de reintegração de posse
é a movida pelo esbulhado, a fim de recuperar a posse perdida em razão de violência,
clandestinidade ou precariedade”.

Ressalta-se que as alegações dos requeridos de que ocupam o imóvel por serem
herdeiros do marido falecido da autora são insubsistentes, uma vez que o imóvel configura-
se num bem de propriedade exclusiva da autora, tendo em vista que o terreno foi adquirido
antes desta contrair matrimonio e a reconstrução da casa foi um presente de casamento
dado por seu falecido marido. Registre-se, por oportuno, que a requerente e seu ex-marido
eram casados em regime de separação obrigatória de bens, visto que este, na data do

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enlace matrimonial possuía mais de 65 anos, não sendo legitimo nenhum argumento baseado
em suposta meação.

Pelo exposto acima, afigura-se clarividente que a requerente está sofrendo esbulho
na posse do aludido imóvel configurado na conduta ilícita por parte dos requeridos.

III– DA MEDIDA LIMINAR

Como foi exposto, a requerente apresenta todos os requisitos legais para propositura
da ação, ficando evidente a posse injusta e de má-fé dos réus.

Preceitua o artigo 928 do Código de Processo Civil: “Art.928. Estando a petição


inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado
liminar de manutenção ou de reintegração; no caso contrário, determinará que o autor
justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for
designada”.

Ademais, trata-se o caso em questão de ação de força nova, pois o esbulho foi
praticado depois da morte do marido da requerente, ocorrida em maio de 2008, datando,
portanto, de menos de ano e dia. Desta forma, é cabível e necessária a concessão da liminar.

Neste sentido, destaca-se o pensamento da doutrinado Maria Helena Diniz “se o


esbulho datar menos de ano e dia essa ação recebe também a designação de ação de força
nova espoliativa, iniciando-se pela expedição do mandado liminar, a fim de reintegrar o
possuidor imediatamente. Se é de mais de um ano e dia temos a ação de força velha
espoliativa, na qual o magistrado fará citar o réu para que ofereça sua defesa, confrontando
as suas provas com as do autor, decidindo quem terá a posse”.

IV - DO PEDIDO

Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:

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a) A concessão da medida liminar inaudita altera pars, com a conseqüente expedição do


mandado, a fim de que a requerente seja imediatamente reintegrada na posse do bem.

b) A procedência do pedido, para o fim de reintegração definitiva da autora na posse do


imóvel, vez que esta é a legitima possuidora, condenando os requeridos no pagamento de
custas processuais e honorários advocatícios no valor de 20% (vinte por cento).

c) A intimação pessoal do Membro do Ministério Público.

d) A citação do requeridos, para o comparecimento a todas as audiências que se fizerem


necessárias, apresentando, se quiserem, resposta no momento devido sob pena de decretação
dos efeitos da revelia.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos,


especialmente pelos documentos colacionados, depoimento pessoal das partes, oitivas de
testemunhas, sem prejuízo de quaisquer outros que se fizerem necessários no curso da
instrução processual.

A Requerente pede isenção do pagamento de eventuais custas judiciais.

Dá-se a causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

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3. Agravo de Instrumento

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO (...)

FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de .....,


portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante
procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor

AGRAVO DE INSTRUMENTO

da decisão do Exmo. Sr. Dr. ...., DD. Juiz de Direito em exercício na ....ª Vara Cível da
Comarca de ...., que indeferiu prova pericial, nos autos ..... em que litiga com (...), brasileiro
(a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º .....,
residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., o que faz
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

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COLENDA CORTE
EMÉRITOS JULGADORES

I- DOS FATOS

A Agravante, em meados do mês .......... de ....., ingressou com indenização por ato Ilícito
contra a empresa ..............................., em virtude do acidente ocorrido com ônibus de sua
propriedade com graves ferimentos e seqüelas na pessoa da Agravante.

Recebida a inicial, o MM. Juiz "a quo" designou audiência inicial conciliatória para
..../..../...., às .......... horas.

Realizada audiência conciliatória, a mesma restou inexitosa, ocasião em que a Ré ...........,


apresentou defesa escrita e requereu a denunciação da lide à ............, ocasião em que foi
designada nova data para ..../..../....., às ........ hs., apresentação da defesa da denunciada e
deferir as provas a ser produzidas.

Citada a empresa denunciada, a mesma apresentou defesa escrita com prazo para defesa de
...... dias, eis que o "AR" foi juntado em ..../..../.... e a defesa protocolada em ..../..../......

Em despacho exarado, foi a Agravante intimada para manifestar sobre as contestações


apresentadas.

Impugnadas as contestações, o Juízo singular despachou intimando as partes para especificar


as provas que pretendem produzir, que por sua vez não foi publicada face a realização da
audiência ante designada.

Na segunda audiência designada, o Meritíssimo Juiz "a quo" proferiu a seguinte decisão que
ora agravamos:

"Embora tenha neste ato manifestado interesse na produção da prova pericial, tenho de
indeferi-la porque não cumprido o que determina o art. 276 do CPC. Defiro assim somente a
produção de provas orais bem como a expedição de ofício requerida pela ré no item e de fls.
..... Para audiência de instrução e julgamento designo o dia ..... de ............ de ......, às ......

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horas. Da data designada saem intimados os presentes, feita as partes a advertência de que
devem comparecer para depor sob pena de confissão. Intime-se as testemunhas já arroladas.
Manifestando neste ato a autora que não têm interesse no depoimentos pessoais da ré e da
litisdenunciada, fica dispensada a presença de seus representantes na audiência designada".

Nada mais havendo para ser consignado, determinou o MM. Juiz que encerrasse o presente
termo que vai devidamente assinado. Eu ........................... funcionária juramentada, digitei e
subscrevi.

Observe, Ínclito julgador que o cerne da presente questão é saber se o feito foi recebido no
rito sumário ou ordinário, tendo em vista que a defesa foi apresentado no prazo de .... dias,
ou seja, no rito ordinário.

Por outro lado, o processo foi desmembrado em três audiências, sendo duas já realizadas e a
terceira designada para doze meses depois, o que contraria o dispositivo sumário.

É de observar ainda, que na primeira audiência houve denunciação da lide à uma terceira Ré,
que por si só caracteriza o rito ordinário, conforme entendimento da mesma ao apresentar
sua defesa escrita no prazo ordinário, ...... (...........) dias.

Ademais, o próprio Juiz "a quo" ao abrir prazo para as partes especificar as provas que
pretendem produzir após a realização da primeira audiência com a segunda já designada já
evidencia o principio de admissibilidade do rito ordinário.

II- DO DIREITO

Destarte, com a denunciação da lide desarticulou por completo o rito sumário.

Por outro lado é sabido e notório, inclusive em Simpósio sobre a aplicação prática do novo
Código de Processo Civil, noticia a grande perplexidade reinante no que toca à prática do
procedimento sumaríssimo, tanto que a muitos parecia que a prova pericial era com ele
incompatível diante da exiguidade do prazo e da celeridade do rito.

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PROVA - Perícia - admissibilidade em procedimento sumaríssimo - agravo provido - Voto


vencido.

"No procedimento sumaríssimo ao se veda qualquer tipo de prova, aplicando-se-lhe


subsidiariamente as regras do procedimento ordinário. (RT - 511/173)"

134003312 - JCPC. 277 JCPC. 277.4 ACIDENTE - RESPONSABILIDADE CIVIL - DENUNCIAÇÃO DA


LIDE - PROCEDIMENTO SUMÁRIO - IMPEDIMENTO - PROVA TESTEMUNHAL - SALÁRIO -
VALIDADE - PROVA PERICIAL - INVIABILIDADE EVIDENTE - INDEFERIMENTO MANTIDO - O §
4º do art. 277 do CPC permite a conversão do rito sumário em ordinário em virtude da natureza da demanda,
não para permitir a denunciação da lide impedida pelo inciso I do art. 280. Não se deve deferir a realização de
prova pericial no local do acidente dois anos após o sinistro, se nenhum argumento demonstra que pode ela ser
útil. Responde o proprietário do caminhão utilizado para transporte de empregados na carroceria sem a mínima
condição de segurança, mesmo no caso de permitir o seu uso em final de semana, graciosamente, para mero
passeio dos serviçais. A prova testemunhal têm o mesmo valor de qualquer outro tipo de prova para comprovar
o salário da vítima, mormente quando é perfeitamente possível à parte contrária, responsável pelo dano, fazer a
prova do real valor, elidindo a prova produzida, por possuir presumivelmente tal prova em suas amos. (TAMG
- AP 0332260-9 - Patrocínio - 1ª C.Cív. - Relª Juíza Vanessa Verdolim Andrade - J. 25.09.2001)

9099128 JCPC. 280 JCPC. 277 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO SUMÁRIA DE INDENIZAÇÃO
POR ACIDENTE DE TRANSITO - Reconhecimento, pelo Réu, da sua culpabilidade no sinistro, declarando
não ter condições financeiras de responder pelos danos causados, motivo pelo qual mantinha contrato de
seguro de responsabilidade civil. Indeferimento pelo juiz a quo, sob o fundamento de ser incabível a
denunciação no procedimento sumário, conforme dispõe o artigo 280, I, do Código de Processo Civil.
Requerimento de conversão do rito sumário para o ordinário. Preliminar de ilegitimidade do agravante para
recorrer. Rejeição. interesse processual do autor da lide na instauração da lide secundária. Autorização legal
para que o juiz, se for o caso, determine a conversão do procedimento sumário em ordinário (CPC, ART. 277,
§ 4º). Possibilidade de denunciação da lide à seguradora do agravado, tal como por ele Requerido com a
anuência do agravante, eis que dela não decorrerá qualquer prejuízo para as partes ou para a denunciada.
Recurso provido (maioria). "A concepção moderna do processo, como instrumento da realização da justiça,
repudia o excesso de formalismo, que culmina por inviabilizá-la (STJ. 4ª. Turma, Resp 15.713 - MG, rel. Min.
Sálvio de Figueiredo, j. 4.12.91, deram provimento, v.u., DJU 24.2.92, p. 1.876)", THEOTONIO NEGRÃO,
"Código de Processo Civil e Legislação Processual em Vigor", Saraiva, 31ª ed., §. 301. (TAPR - AI 0161657-3
- 1ª C.Cív. - Rel. Juiz Mario Rau - DJPR 02.02.2001).

9099605 JCPC.70 JCPC. 70.I JCPC.70.II JCCB.1116 JCPC.180 JCPC. 180.I JCPC.280 JCCB.1107 -
AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - DENUNCIAÇÃO DA LIDE -
VIABILIDADE - INTELIGÊNCIA DOS INCISOS I E II, DO ART. 70, DO CPC - DIREITO DE EVICÇÃO
(ART. 1116, DO CÓD. CIVIL) - PROCEDIMENTO ESPECIAL - INAPLICABILIDADE DA VEDAÇÃO
CONTIDA NO ART. 180, I, DO CPC - PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL NÃO ATINGIDO -
AGRAVO CONHECIDO E IMPROVIDO - A denunciação da lide é modalidade de intervenção de terceiros

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que têm o escopo de permitir o julgamento simultâneo da ação movida pelos lesados contra o principal
responsável e, a este, o exercício imediato do direito de regresso contra o responsável direto. Não obstante o
valor atribuído à causa, determinada a citação do Requerido nos autos de Ação de Reintegração de Posse, estes
seguem o rito ordinário ao qual não se estende à vedação contida no art. 280, I, do CPC, quanto a denunciação
da lide. O agravado têm a seu favor a garantia contra evicção contratos onerosos, ensejando a denunciação da
lide do transmitente da posse. (TAPR - AICív. 0174021-8 - (12807) - 6ª C.Cív. - Relª Juíza Anny Mary Kuss -
DJPR 01.02.2002)

9099605 JCPC.70 JCPC.70.I JCPC.70.II JCCB.1116 JCPC.180 JCPC.180.I JCPC.280 JCCB.1107 - AGRAVO
DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - DENUNCIAÇÃO DA LIDE -
VIABILIDADE - INTELIGÊNCIA DOS INCISOS I E II, DO ART. 70, DO CPC - DIREITO DE EVICÇÃO
(ART. 1116, DO CÓD. CIVIL) - PROCEDIMENTO ESPECIAL - INAPLICABILIDADE DA VEDAÇÃO
CONTIDA NO ART. 180, I, DO CPC - PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL NÃO ATINGIDO -
AGRAVO CONHECIDO E IMPROVIDO - A denunciação da lide é modalidade de intervenção de terceiros
que têm o escopo de permitir o julgamento responsável e, a este, o exercício imediato do direito de regresso
contra o responsável direto. Não obstante o valor atribuído à causa, determinada a citação do Requerido nos
autos de Ação de Reintegração de Posse, estes seguem o rito ordinário ao qual não se estende à vedação
contida no art. 280, I, do CPC, quanto a denunciação da lide. O agravado têm a seu favor a garantia contra
evicção (art. 1107, do Código Civil) que abrange também a posse derivada de contratos onerosos, ensejando a
denunciação da lide de transmitente da posse. (TAPR - AICív. 0174021-8 - (12807) - 6ª C.Cív. - Relª Juíza
Anny Mary Kuss - DJPR 01.02.2002).

17016523 - JCPC.280 JCPC.280.I RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DE VEÍCULO -


CAMINHÃO - ACIDENTE CAUSADO POR PREPOSTO - DENUNCIAÇÃO DA LIDE A SEU PREPOSTO
- PROCEDIMENTO SUMÁRIO - INTERVENÇAO DE TERCEIRO - DESCABIMENTO - ART. 280, INC. I
DO CPC - Ação de Responsabilidade Civil por acidente de veículos. Ação dirigida contra o proprietário do
caminhão causador do acidente, que quer denunciar à lide o seu preposto, motorista do veículo. Procedimento
sumário. Vedação legal prevista no art. 280, inc. I do CPC. (MCT) (TJRJ - AI 14377/199 - (13032000) - 5ª
C.Cív. - Rel. Des. Roberto Wider - J. 08.02.2000).

Por estas razões, Excelentíssimo Sr. Relator, é que pede o Agravante seja concedido
liminarmente o efeito suspensivo ao Agravo, diante do evidente equivoco do MM. Juiz "a
quo" ao indeferir a prova pericial que objetiva apurar a extensão dos danos físicos causado
na pessoa da Agravante. Concedido o efeito suspensivo postulado, requer-se, a final, a sua
confirmação, juntamente com o provimento do Agravo.

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20

III- DOS PEDIDOS

Destarte, confiando na Alta Sabedoria que detêm os Distintos Membros dessa E. Corte de
Justiça, espera a Agravante seja dado PROVIMENTO ao presente agravo de instrumento
interposto para o fim de ser deferida a prova pericial na pessoa da Agravante, ainda que não
causara nenhum atraso ao andamento do feito considerando que a audiência de instrução e
julgamento foi designada para .... de ..... de ......, e por conseqüência seja reformado a r.
Decisão atacada.

Seja concedido o efeito suspensivo postulado, com a expedição de ofício ao Juízo singular.

A final seja confirmada a liminar porventura concedida pelo Exmo. Relator, paralelamente
ao julgamento de provimento total ao Agravo interposto, nos moldes do supra explanado,
caso o magistrado "a quo" não se valha da reconsideração do despacho, bem com a
intimação do Agravado, através de seus procuradores constituídos para querendo responder
no prazo legal.

Outrossim, informa que, no prazo e modo do disposto no novo dispositivo legal, procederá
ao requerimento de juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de
instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que
instruíram o recurso para que fique retido nos autos.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

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21

4. Indenizatória

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....

FULANO DE TAL....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de .....,


portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante
procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor:

em face de

n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato por seu (sua)
sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador
(a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

I- DOS FATOS

Prevenindo-se contra eventuais interrupções forçadas em sua capacidade laboral,


impossibilitando a percepção alimentar de seus honorários, a Autora contratou com a Ré, em
.../.../..., Seguro de Renda por Incapacidade Temporária, em Grupo, aderindo à apólice cujas
condições de aceitação de segurado, e demais outras, gerais, encontravam-se elencadas

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22

exaustivamente no verso do Cartão Proposta, preenchido e aceito sem qualquer restrição da


seguradora (doc. ...).

Quanto ao benefício, garantia-se à Autora o pagamento de importância equivalente a "1/30


(um trinta avos) do valor mensal segurado, por dia de Incapacidade do Segurado que ficar
afastado de qualquer atividade remunerada." (Cláusula VALOR DA GARANTIA DE
COBERTURA (RENDA MENSAL). A importância máxima segurada, conforme o contrato
em tela, ia, à época, a R$ ............

Redimensionada a sua expectativa de perdas mensais, de natureza alimentar, em .../.../... a


Autora aditou o contrato original, tendo as partes concordado em aumentar o teto referido,
pelo qual as diárias da renda por incapacidade temporária deveriam ser calculadas no
patamar de R$ .............. mensais. Nova proposta foi preenchida e aceita, e, na ocasião, não
foi feita nenhuma exigência suplementar, sequer declaração sobre eventuais modificações no
histórico de saúde da proponente, ora autora (doc. ...). Nas cláusulas e condições dessa nova
proposta, o objeto do seguro, a garantia de renda mensal, já ganhava uma sigla - .......... -,
além de alterações e adições redacionais em algumas das cláusulas do ajuste.

Desde o início da vigência do contrato, todas as parcelas do prêmio foram rigorosamente


adimplidas.

Implementadas as obrigações da segurada, ora Autora, sobreveio, em .../.../..., o denominado


sinistro, resultando na absoluta incapacitação temporária da segurada, por conta de ameaça
de parto prematuro, obrigando-se a demandante a guardar absoluto repouso, sob pena de, em
continuando suas atividades profissionais, provocar a ocorrência de parto prematuro de
trigêmeos, fato cujas conseqüências médicas implicam em enorme possibilidades de grave
comprometimento da saúde da acionante, para não falar, é claro, dos fetos então gestados, a
ser evidenciado pela prescrição de repouso absoluto à segurada. Devidamente documentada
a ocorrência, houve, em .../.../..., a comunicação à seguradora, para os fins e efeitos de
implementação do seguro contratado (doc. ...).

Em seguida, a seguradora analisou a documentação remetida, e, incontinenti, iniciou o


pagamento correspondente às diárias formadoras da renda mensal ajustada, em parcelas
quinzenais, cujos desembolsos foram devidamente documentados (doc. ... (em ... folhas)).

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23

Exigiu, em contrapartida, e foi atendida, a elaboração de relatórios médicos periódicos, nos


quais a persistência do estado incapacitatório continuou sendo atestada (doc. ...).

Inexplicavelmente, contudo, em .../.../..., a Autora recebeu comunicação da seguradora, cujos


termos, de tão teratológicos juridicamente, merecem ser integralmente repetidos aqui, nada
obstante haja colação (doc. ...):

"Recebida a documentação médica alusiva ao quadro clínico de V. Sa., notamos que a


incapacidade temporária constatada decorre de gravidez cujo início se deu em meados do
mês de .............. p.p.

Considerando-se, que esta circunstância não foi relatada por V. Sa. ao subscrever a proposta
de capital segurado, a indenização a ser procedida por esta Seguradora levará em conta o
capital segurado antes vigente, de R$ ........... por mês.

Tendo em vista os valores já pagos por esta Seguradora, que superou (sic) em muito o valor
efetivamente devido, segundo o critério antes exposto, aguardaremos, a concessão da alta
médica definitiva em razão do evento reclamado quando, então, promoveremos o encontro
de contas para se apurar eventual crédito, ou débito, desta Seguradora."

A Ré deixou de continuar cumprindo o contrato, afirmou-o textualmente, e ainda se arvorou


no eventual direito de ter haveres ante a segurada. O motivo? "Descobriu" não ter sido
informado o estado de gravidez da Autora, quando da alteração do limite da renda máxima
mensal contratada. Em nome do direito, poderia não ter "descoberto" , pois seria (a
seguradora) poupada de elaborar raciocínio pretensamente jurídico tão tortuoso quanto
descabido.

II- DO DIREITO

Para efeitos deste seguro, considera-se incapacidade temporária a perda da capacidade física
do Segurado de exercer atividade profissional, por período "temporário".

Para resumir, objetivamente: ocorre um EVENTO, quando caracteriza-se a PERDA DE


CAPACIDADE FÍSICA DO SEGURADO, impedindo-lhe de EXERCER ATIVIDADE

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24

PROFISSIONAL, o qual dará ensejo ao PAGAMENTO DA RENDA MENSAL


CONTRATADA.
Trazendo para o caso vertente: o evento consistiu na prescrição médica da repouso absoluto
da autora, passada em .../.../.., sistematicamente confirmada e renovada, quando a autora
ficou incapacitada para o exercício profissional, e teve o direito de receber a renda
contratada.

A seguradora ré, no entanto, entendeu como incapacitante não a aferição de risco na


gestação, ocorrida quando esta já se desenrolava há alguns meses, mas a própria gestação em
si. E deixou de cumprir a avença. Deveria, antes, ter analisado com um mínimo de cuidado
as cláusulas contratuais de sua própria lavra. E aí veria, no instrumento original, na Cláusula
PRAZO MÁXIMO DE DURAÇÃO DE RENDA MENSAL, a seguinte obrigação:

"Para o caso de parto, estarão cobertos 30 (trinta) dias de afastamento, após cumprida a
carência de 10 meses, contados a partir da data da inclusão da segurada na Apólice ou da
solicitação de aumento de capital à Seguradora."

Ora, em caso de parto significa: O SEGURO NÃO EXCLUI GRAVIDEZ, PARA A


EFICÁCIA DE SUA COBERTURA; APENAS EXIGE UM PERÍODO DE CARÊNCIA,
NA HIPÓTESE. Em termos fáticos: a cobertura era devida, e somente se conforma ao valor
original para o pagamento dos dias seqüentes aos parto, no caso, por não ter decorrido a
carência de dez meses após o aumento do capital segurado.

Para arrematar os fatos: houve o parto de trigêmeos, em .../.../..., com sucesso, graças à
absoluta obediência da Autora às prescrições médicas, mormente a de repouso absoluto, por
longo período (doc. ...).

Daí poder-se extrair - como meritum causae, a partir da correta interpretação dos contratos -
o seguinte:

1) em nenhum momento foi indagado da segurada, quando ainda proponente, se ela estava
grávida, e isto inclui tanto a proposta original, quanto a extensiva do limite da renda, ambas,
afinal, aprovadas, inexistindo qualquer exigência contratual nesse sentido;

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2) se tivesse sido indagado, admite-se como argumento, ainda assim não haveria nenhuma
cláusula impeditiva para a aceitação da proposta, pelo simples fato de haver gravidez já
iniciada. Ou seja - é absolutamente indiferente, para o contrato, se havia ou não gravidez,
pois tal não configuraria vício intrínseco à coisa segura, de modo a exonerar o segurador do
dever de indenizar (Novo Código Civil, art. 784);

3) a gravidez em si não configura incapacidade, a tanto provando ter a Autora exercido suas
atividades profissionais em período no qual já estava grávida;

4) para argumentar como argumentou, só com a suposição de a segurador - é absurdo, mas


não há mais para onde ir - considerar gravidez como uma das "doenças preexistentes (sic) à
contratação do seguro, não declaradas na proposta do seguro", para alcançar a excludente
posta no item 2.4.1.c, do aditivo contratual (v. doc. ...);

5) mesmo se houvesse incapacidade, diz-se somente como forma de sequenciar raciocínio,


as cláusulas pertinentes, no contrato e no aditivo, consideram excludentes as incapacidades
decorrentes antes da data de inclusão da segurada na apólice do seguro, E A INCLUSÃO
OCORREU QUANDO DA CONTRATAÇÃO, EM 1995, E NÃO NA ALTERAÇÃO DE
LIMITE;

6) ainda uma vez mais como mera forma de argumentar, se se considerar a gravidez como
evento prévio à segunda contratação, ela nunca seria - repete-se para reafirmar - o EVENTO
necessário e suficiente para caracterizar a incapacidade temporária, derivado tão-somente da
constatação médica dos riscos na continuidade do exercício profissional pela autora, quando
já avançada a gravidez;

7) por fim, cairia por terra qualquer argumentação da Ré sobre a exclusão de


responsabilidade, quando, admitindo o evento gerado por parto, de forma explícita,
tacitamente reconhece não ser a gravidez incapacitatória, apenas estabelecendo-se prazo de
carência - in casu, a partir do aumento do capital segurado.

Inexistindo, pois, restrições expressas outras, na apólice, não se exime a seguradora de


cobrir os riscos decorrentes de todos os prejuízos segurador.

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26

III- DOS PEDIDOS

De todo o exposto, requer-se:

a) a concessão in limine litis et inaudita altera pars, de antecipação de tutela, determinando-


se o pagamento da quantia de ....... (....) referente às diárias de ... dias, não pagas pela
seguradora, sem jurídico motivo, respeitada a natureza alimentar da qual se reveste, e contra
caução, se assim for determinado, devendo ser depositado em juízo o quantum devido;
b) a citação da ré, por via postal, no endereço declinado retro, para, querendo, vir responder,
no prazo de lei e sob pena de revelia;
c) ao final, o deferimento do pedido, com o julgamento da procedência da ação, e
confirmação da tutela, condenando-se a ré no pagamento da quantia de R$......, acrescida de
correção monetária, juros, e honorários advocatícios, estes fixados no seu plus , além do
ressarcimento de custas e demais despesas do processo;
d) mesmo entendendo ser o caso daqueles cujos fatos e a prova documental prescindem de
ulterior instrução, admitindo julgamento antecipado, requer-se, para a hipótese de
continuidade de audiência após o ato conciliatório, a produção das provas processualmente
admissíveis, especificando depoimento pessoal do representante legal da ré, pena de
confesso, juntada posterior de documentos, audição de testemunhas, perícias, e o mais
necessário à comprovação do alegado.

Dá-se à causa o valor de R$ .....

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]

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27

5. Cautelar

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....

FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de .....,


portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante
procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO CAUTELAR DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS

em face de

....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na Rua .....,
n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato por seu (sua)
sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador
(a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

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I- DOS FATOS

Na propriedade do Reqte. denominada Sítio São Luiz, nesta Cidade (doc. 02), existe, sobre o
córrego Águas Fundas, uma ponte com piso coberto de cascalho sustentada por pilares de
madeira (doc. 03); por se tratar de construção rústica, a capacidade de suportar carga é
pequena, de tal sorte que o Reqte teve o cuidado de colocar, bem visível, uma tabuleta,
indicando que a carga máxima permitida é de 2 (duas) toneladas (doc. 04). Ocorre que no
dia 05 do corrente mês e ano, um caminhão de propriedade da Reqda., marca SC, ano 1970,
cor azul, chapa 95, carregado de cana cortada, pesando mais de 10 (dez) toneladas, dirigido
por preposto da Reqda, para encurtar caminho, passou pela referida ponte. Em razão desse
fato, os pilares sofreram danificação, apresentando-se rachados, tendo ocorrido desnível na
ponte, havendo fundado receio de desabamento em virtude de danos sofridos. Em
conseqüência, há necessidade urgente de reparos ou refazimento.

II- DO DIREITO

Vejamos a AÇÃO A SER PROPOSTA, cpc, 801, III. (da lide e seu fundamento).

Pretende o Reqte. deduzir pedido condenatório para a Reqda, ressarcir os prejuízos que
causou em razão do ato praticado pelo seu preposto.

O direito que possui o Reqte. de manter íntegra a ponte, podendo por ele trafegar, encontra-
se ameaçado, em face do perigo iminente de desabamento, tantos foram os danos causados:
a verificação desses danos, será apurada em ação principal que será proposta, e, ante o
perigo de desabamento, poderá tornar-se difícil, senão impossível, sendo, portanto,
justificada a antecipação que ora se requer.

A prova há de recair sobre o estado em que se encontra a referida ponte e a quantia


necessária para os reparos e refazimento.

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29

III- DOS PEDIDOS

Pede-se que V. Exª se digne designar perito (cpc, art. 421), fixado dia e hora para a
diligência e prazo para a entrega do laudo (cpc, art. 427), condenada a Reqda a pagar as
despesas e verba honorária

Protesta-se pela produção de prova documental, testemunhal, pericial, inspeção judicial e de


todos os meios probantes em direito admitidos, ainda que não especificados no cpc, desde
que moralmente legítimos (cpc, art. 332), e obtidos de forma lícita (C.R, art. 5º, LVI).
Indica-se como assistente técnico o Engº Lima, brasileiro, casado, residente e domiciliado
nesta Cidade, na rua Alfa nº 03, CREA nº 45, para responder aos quesitos que se seguem
(cpc, art. 421, § 1º, I e II) e por suplementares, se houver necessidade (cpc, art. 425)
inclusive por depoimento pessoal do representante da Reqda., pena de confissão, se não
comparecer ou, comparecendo, se negar a depor (cpc, art. 343, §§ 1º e 2º).

Requer-se a expedição do competente mandado de citação da Reqda., na pessoa de seu


representante legal ou quem tenha poderes de gerência ou de administração para
acompanhar esta, querendo, no prazo de 5 (cinco) dias, pena de serem tidos por verdadeiros
os fatos aqui alegados (cpc, art. 803); que a ordem seja expedida pelo correio, por carta
registrada, indicando no envelope o nome e endereço do representante legal ou de quem
exerça poderes de gerência ou administração, da Reqda, contendo a cópia que esta
acompanha e o r. despacho do M.M. Juiz de Direito, com os endereços do Juízo e do
cartório (Lei nº 8710/93), praticando-se os atos processuais durante as férias e nos dias
feriados. (cpc, art. 173, I). Requer-se, finalmente, a produção das provas supra mencionadas.
O advogado pode preferir que a citação seja feita pelo oficial de justiça. Neste caso, redija o
requerimento desta maneira (Lei 8710/93, art. 222, "f").

Requer-se a expedição do competente mandado de citação da Reqda., na pessoa de seu


representante legal ou quem tenha poderes de gerência ou administração (lei 8710/93, artigo
223, parágrafo único), para acompanhar esta, querendo, no prazo de 5 (cinco) dias, pena de
serem tidos por verdadeiros os fatos aqui alegados (cpc, art. 803); que a ordem seja expedida
em breve relatório, visto que se juntam cópias (cpc, art. 225, parágrafo único), praticando-se
os atos processuais durante as férias e nos dias feriados (cpc, art. 173, I) facultando-se ao
Oficial de Justiça encarregado da diligência proceder nos dias e horários de exceção (cpc,

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30

art. 172, § 2º); e, concluído o exame, a permanência dos autos em cartório (cpc, art. 851).

Requer-se, finalmente, a produção das provas supra mencionadas.

Dá-se à causa o valor de R$ .....

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
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31

6. Monitória

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....

FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de .....,


portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante
procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO MONITÓRIA

em face de

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e
do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade .....,
Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

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I - PRELIMINARMENTE

DA COMPETÊNCIA DE FORO

Segundo remanosa jurisprudência, é ponto pacífico que:

"O foro competente para julgar ação monitória com fundamento em título de crédito
prescrito é o do lugar onde a obrigação deve ser satisfeita (art. 100, IV, "d"), não incidindo a
regra do domicílio do réu (art. 94). Nesse sentido, quanto ao cheque prescrito: RT
782/286"(Nota 12b ao art. 1.102a in "Cód. De Proc. Civil e legisl. Proc. Em vigor" de
Theotônio Negrão, 35ª ed.)

II- DOS FATOS

O finado .........., no dia ...... de .............. de ........., fez um empréstimo ao Requerido da


quantia em dinheiro de R$ ......., cujo pagamento foi garantido pelo devedor mediante a
emissão de ........ cheques ( nº ...........) no valor de R$ ............ cada um, sacados contra a
agência do ............, com descontos previstos respectivamente para os dias ....... e ......... de
............ do mesmo ano.

Ocorre que esgotado o prazo avençado para o pagamento da dívida, o compromisso não foi
saldado, sob os mais variados pretextos. Baldados, também, todos os reforços envidados
pelo credor para receber o que lhe era devido em face das desculpas protelatórias oferecidas
pelo recalcitrante devedor. E tantos foram os adiamentos até que, em .... de ...... de .....,
sobreveio de forma inesperada a morte do autor do empréstimo, sem que conseguisse ver
quitado o débito.

Igualmente infrutíferas as cobranças posteriores feitas pela inventariante nomeada. Dai


porque, sem alternativa, intenta-se agora a presente ação monitória, visando o recebimento
da importância objeto do empréstimo.

Evidente que os cheques constituem prova escrita idônea do débito contraído, embora
destituídos da sua executividade por estarem prescritos, mas aptos a ensejarem a ação ora
manejada, em que se explicitou o negócio subjacente. Neste caso, sendo a relação de

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33

natureza pessoal, - vale lembrar - a prescrição se dá no prazo de vinte anos (Ap. Cível nº
736.205-2 Ac. Da 3ª Câmara do TAC/SP).

Não obstante, deve-se anotar que a orientação atual dos julgados pertinentes resume-se nas
seguintes ementas:

"Ação Monitória. Cheque prescrito.


Apresentado pelo autor o cheque, o ônus da prova da inexistência do débito cabe ao réu. A
prova inicial, municiada pelo cheque, é o bastante para a comprovação do direito do autor ao
crédito reclamado, cabendo ao lado adverso demonstrar, eficazmente, o contrário", (STJ - 4ª
Turma - Resp 285223 - MG - rel. Min. Aldir Passarinho - p. DJU 5.11.01 - pg. 116)

"Ação Monitória instruída com cheques dispensa a demonstração da causa da emissão, de


acordo com a jurisprudência mais recente." (STJ - 3ª Turma, Resp. 337.639- MG - Rel. Min.
Menezes Direito - p. DJU 19.09.02 - pg. 182).

III- DO DIREITO

De efeito, dispõe o artigo 1.102a do Código de Processo Civil: "A ação monitória compete a
quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de
soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou determinado bem móvel (art. Acrescentado
pela Lei nº 9079, de 14.07.1995)".

Na seqüência, estabelece o artigo 1.102b do mesmo Código:

"Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá de plano a expedição do


mandado de pagamento ou entrega de coisa no prazo de 15 dias".

Na eventual configuração de uma das hipóteses levantadas no art. 1102c, invoca-se também
a sua compatível aplicação.

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34

IV- DOS PEDIDOS

Em face do exposto, pede-se a expedição do mandado de pagamento do débito reclamado,


no prazo legal de 15 dias, sob pena de revelia, condenando-se o réu ao pagamento de custas
e honorários advocatícios na base usual de 20% sobre o valor da condenação, consoante o
disposto no artigo 20, § 3º do Código de Processo Civil.

Dá-se à causa o valor de R$ .....

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

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35

7. Execução

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA (...) ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ......

FULANA DE TAL, inscrita no CNPJ/MF n.º ........., estabelecida na av. ..............,


n.º .......,......, ..........., SP, por seus advogados, que esta subscrevem (doc. n.º 01), vem
perante V. Exa., apresentar

AÇÃO DE EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA

baseada em título executivo extrajudicial, em face de ......, empresa inscrita no CNPJ/MF sob
o n.º ......., estabelecida na Rua ......., n.º ......., ......., pelas razões abaixo elencadas:

I- DOS FATOS

1- A executada em 13 (treze) de maio de 1997, firmou com a exeqüente, na presença de duas


testemunhas, termo de confissão e novação de dívida (doc. anexo), uma vez que esta era
detentora de créditos não cumpridos, oriundos de negociação comercial, no importe de R$
8.991,90 (oito mil, novecentos e noventa e um reais e noventa centavos). Tal débito é
confesso, consoante
disposto na cláusula 2 (dois) do referido termo.

2- A fim de facilitar o pagamento, o débito supra citado foi dividido em 6 (seis) parcelas,
emitindo-se as notas promissórias abaixo elencadas, na importância de R$ 1.498,65 (um mil,
quatrocentos e noventa e oito reais e sessenta e cinco centavos), sendo que o vencimento da

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primeira parcela deu-se na data de 31 (trinta e um) de julho de 1997, e, a última, em 31


(trinta e um) de dezembro de 1997 ( docs. anexos):
• Nota promissória 01/06 (protestada), no valor de R$ 1.498,65 (um mil, quatrocentos e
noventa e oito reais e sessenta e cinco centavos), com vencimento em 31 (trinta e um) de
julho de 1997;
• Nota promissória 02/06 (protestada), no valor de R$ 1.498,65 (um mil, quatrocentos e
noventa e oito reais e sessenta e cinco centavos), com vencimento em 31 (trinta e um) de
agosto de 1997;
• Nota promissória 03/06 (protestada), no valor de R$ 1.498,65 (um mil, quatrocentos e
noventa e oito reais e sessenta e cinco centavos), com vencimento em 31 (trinta e um) de
setembro de 1997;
• Nota promissória 04/06 (protestada), no valor de R$ 1.498,65 (um mil, quatrocentos e
noventa e oito reais e sessenta e cinco centavos), com vencimento em 31 (trinta e um) de
outubro de 1997;
• Nota promissória 05/06, no valor de R$ 1.498,65 (um mil, quatrocentos e noventa e oito
reais e sessenta e cinco centavos), com vencimento em 31 (trinta e um) de novembro de
1997;
• Nota promissória 06/06, no valor de R$ 1.498,65 (um mil, quatrocentos e noventa e oito
reais e sessenta e cinco centavos), com vencimento em 31 (trinta e um) de dezembro de
1997.

3- Ocorre que as parcelas supra, que dizem respeito a dívida contraída através do termo de
confissão, assinado pelas partes e por duas testemunhas, não foram pagas nas datas
convencionadas para os seus respectivos vencimentos, sendo, posteriormente, levados a
protesto as notas promissórias de n.º 01/06, n.º 02/06, n.º 03/06 e 04/06, conforme seus
respectivos
instrumentos anexos, com exceção do instrumento de protesto da nota promissória n.º 03/06,
permanecendo, a Executada, inadimplente até a presente data.

4- O débito da Executada, atualizado monetariamente, com incidência dos juros e cômputo


das despesas com o protesto realizado, equivale hoje a R$ 12.262,70 (doze mil, duzentos e
sessenta e dois reais e setenta centavos), conforme demonstra planilha de cálculos abaixo
discriminada:
.............................................
(atualização de cálculos para abril/2000)

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PRINCIPAL

Documento Data do Valor Índice de Atualização Valor Atualizado Vencimento (Índice do


TJ)

Termo de Confissão 13.05.1997 R$ 8.991,90 21,124202 24,0702 R$ 10.245,92 Subtotal 1


R$ 10.245,92

JUROS (0,5% a. m.) Documento Nº de meses Porcentagem Valor do Título Valor dos Juros
Termo de Confissão 35 17,50% R$ 10.245,92 R$ 1.793,04 Subtotal 2 R$ 1.793,04

DESPESAS COM PROTESTO

Documento Data de Valor Índice de Atualização Valor Atualizado Emissão


(Índice TJ) 1ª parcela 03.12.1997 R$ 66,21 21,368227 24,0702 R$ 74,58
2ª parcela 03.12.1997 R$ 66,21 21,368227 24,0702 R$ 74,58
4ª parcela 03.12.1997 R$ 66,21 21,368227 24,0702 R$ 74,58
Subtotal 3 R$ 223,75 Total Devido Total Geral R$ 12.262,70

4- Esgotadas as tentativas de conciliação restou à Exeqüente, como única solução viável,


recorrer ao Poder Judiciário para pleitear a prestação jurisdicional adequada.

II- DO DIREITO

O pedido da Exeqüente é fundamentado no art. 566, inciso I, combinado com o art. 585,
inciso II, ambos do Código de Processo Civil, por tratar-se de documento particular assinado
pelos representantes legais da empresa devedora e por duas testemunhas.

III- DO PEDIDO

Diante do exposto, requer a citação do Executado para pagar ou nomear bens à penhora
suficientes para saldar o principal, mais atualização monetária, juros legais e despesas com
protesto, a importância de R$12.262,70 (doze mil, duzentos e sessenta e dois reais e setenta

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centavos), mais honorários advocatícios, no prazo de tres dias, ou, nos termos do §1º., do art.
652, do Código de Processo Civil, não efetuado o pagamento, que o Senhor Oficial de
Justiça, devidamente munido da segunda via do mandado, proceda de imediato à penhora de
bens tantos quantos forem necessários para satisfazer integralmente a dívida.

Requer-se, a indicação, por parte do devedor, caso não pague a dívida, no prazo máximo de
cinco dias quais são e onde estão os bens passíveis de penhora, sob pena de ser cominado
multa legal de até 20% sobre o valor execução.

Por fim, requer os benefícios do art. 172, § 2º, do CPC, para as diligências do Sr. Oficial de
Justiça.
Protesta por todos os meios em direito admitidos, em especial os previstos no art. 136 do CC
e 332 do CPC.

Dá à causa o valor de R$ .....

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de inscrição da OAB]

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8. Contestação

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....

Processo n.º: (...)

FULANA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º
....., com sede na Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada
neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional
da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., por intermédio de seu
advogado (a) e bastante procurador (a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório
profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe
notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência
apresentar

CONTESTAÇÃO

à ação de cobrança intentada por ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

I- PRELIMINARMENTE

1. Legitimação para o processo (CPC - art. 267, IV)

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Conforme se observa dos autos, o Autor deixou de providenciar a juntada de seus atos
constitutivos, no caso, a ata da respectiva Assembléia Geral devidamente publicada em
periódico, o que acarreta na ausência de capacidade para praticar os atos do processo.

Este lapso impossibilita, inclusive, constatar se o outorgante da procuração de fls. .... detém,
efetivamente, poderes para praticar tal ato.

Portanto, nos termos do artigo 284 do Código de Processo Civil, é de se assinalar prazo para
a apresentação dos atos constitutivos do Autor, sob pena de extinção do processo sem
julgamento do mérito (CPC - art. 267, IV).

2. Impossibilidade jurídica do pedido

Como sabido, o artigo 13, § 4º da Lei n.º 5.474/68 é taxativo ao prescrever:

"O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo de 30
(trinta) dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os
endossantes e respectivos avalistas."

A se observar a duplicata acostada aos autos, verificar-se que a mesma ostenta data de
vencimento para ..../..../.... Pautado no comando legal acima transcrito, deveria ter o Autor
providenciado o protesto do título, impreterivelmente, até o dia ..../..../.... Não o fazendo,
perdeu o direito de regresso contra a Requerida, endossante da cambial.

Acerca do tema, RUBENS REQUIÃO já advertia que "No caso de protesto obrigatório, para
assegurar o direito de regresso, do portador contra os endossantes e respectivos avalistas, o
protesto deverá ser tirado dentro do prazo de trinta dias, contados da data do vencimento da
duplicata, sem o que aqueles, coobrigados, estarão liberados. O portador perderá, se não o
fizer, o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas." (in, Curso de
direito comercial. São Paulo: Ed. Saraiva, 19ª ed., 1993, p. 453 - grifos nossos).

Diferente não é o entendimento de nossos Tribunais Superiores, pois o STJ em decisão


publicada na RT 701/178 já assentou: "...o estabelecimento bancário, endossatário de boa-fé
do título frio, é obrigado a protestá-lo por falta de aceite, a fim de poder exercer a pretensão

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regressiva contra o emitente-endossante, pois assim o exige o art. 13, § 4º, da Lei
5.464/68...".

Se, como visto, há previsão legal vedando expressamente a cobrança ora intentada,
caraterizada está a impossibilidade jurídica do pedido. A propósito do tema, EGAS
DIRCEU MONIZ ARAGÃO assevera:

"A possibilidade jurídica do pedido, portanto, não deve ser conceituada, como se tem feito,
com vistas à existência de uma previsão no ordenamento jurídico, que torne o pedido viável
em tese, mas, isto sim, com vistas à inexistência, no ordenamento jurídico, de uma previsão
que o torne inviável. Se a lei contiver tal veto, será caso de impossibilidade jurídica do
pedido; faltará uma das condições da ação." (in, Comentários ao código de processo civil.
Rio de Janeiro: Forense, vol. II, 8ª ed., 1995, p. 394 - sem grifos no original)

Desta sorte, outro desfecho não merece a presente lide senão a extinção do processo sem
julgamento do mérito, nos termos do artigo 267, VI do Código de Processo Civil.

3. Ilegitimidade passiva ad causam da Requerida

Como já asseverado, a falta de protesto gerou a perda do direito do Autor de demandar


contra a Requerida o pagamento da importância constante do título cambial.

Se assim é, o endosso aposto no verso da duplicata (fls. ...., verso) operou verdadeira cessão
civil dos direitos e obrigações a ela inerentes.

A propósito, para ATHOS GUSMÃO CARNEIRO "Consiste a legitimação para a causa na


coincidência entre a pessoa do autor e a pessoa a quem, em tese, a lei atribui a titularidade da
pretensão deduzida em juízo, e a coincidência entre a pessoa do réu e a pessoa contra quem,
em tese, pode ser oposta tal pretensão." (in, Intervenção de terceiros. São Paulo: Editora
Saraiva, 2ª ed., 1983, p. 25, grifos nossos).

Pautado na lição acima, não há coincidência entre a pessoa da Requerida e aquela contra a
qual pode ser oposta a pretensão deduzida na inicial, pois ocorrendo a cessão civil dos
direitos alusivos à duplica, como acima dito, todo o complexo orgânico da relação jurídica
restou transferido ao Autor. Este somente poderá exercer eventuais direitos creditícios em

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face da empresa sacada na duplicata, vale dizer, a ......, posto que ambos são efetivamente os
únicos integrantes da relação jurídica de direito material em exame na lide.

JOSÉ FREDERICO MARQUES não destoa deste entendimento ao pontuar que relaciona-se
"a legitimação passiva, àquele em face do qual a pretensão levada a Juízo deverá produzir
seus efeitos, se acolhida." (in, Manual de direito processual civil. São Paulo: Ed. Saraiva,
vol. I, 13ª ed., 1990, p. 177). E, o terceiro Embargante, como já demonstrado, não está
sujeito à pretensão dos Embargados.

Em razão do exposto, requer seja acolhida a preliminar levantada para julgar extinto o
processo, sem julgamento do mérito (CPC - art. 267, VI).

II- DO MÉRITO

Ultrapassadas as preliminares acima, o que se admite somente para argumentar, passa a


Requerida a deduzir suas razões de mérito, com vistas a demonstrar a improcedência da
ação.

1. Ônus da prova

Na tentativa de calçar a pretensão de cobrança, o Banco acostou aos autos simples proposta
(fls. ....). Entretanto, referido documento, por si só, é insuficiente para autorizar qualquer
decreto condenatório, pois se encontra desacompanhado de:
a) contrato escrito que estipule o pagamento pela Requerida do valor pretendido,
b) prova do repasse deste numerário para a empresa, de modo a ensejar cobrança e
c) extrato de conta corrente da Requerida que aponte o crédito desta quantia em seu favor.

Data venia, sem a juntada destes documentos os quais, ao lado da proposta de fls. ...,
efetivamente proporcionariam o êxito desejado à cobrança em exame, melhor sorte não resta
ao Autor. Máxime se considerar que, nos termos do artigo 401 do Código de Processo Civil,
"A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o
décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados.".

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43

Considerando que o valor cobrado é substancialmente maior do que o limite legal, deveria
ter o Autor acostado contrato escrito que atestasse o débito alegado.

E, com efeito, compete ao mesmo o ônus de provar os fatos constitutivos de seu direito
(CPC - art. 333, I). Não se desincumbindo da tarefa cumpre seja decretada, s.m.j., a
improcedência do pleito. Esta a orientação jurisprudencial, verbis:

"APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA - DUPLICATA MERCANTIL - [...] ÔNUS


PROBATÓRIO DO FATO CONSTITUTIVO DO PRETENSO DIREITO DE RESPONSABILIDADE
PROCESSUAL DO AUTOR - AUSÊNCIA DE ELEMENTOS DE CONVICÇÃO CAPAZES DE EMBASAR
PROVIMENTO JURISDICIONAL FAVORÁVEL À PRETENSÃO DEDUZIDA EM INICIAL - ARTIGO
331, INCISO I DO CPC - [...] APELO PARCIALMENTE PROVIDO.

I - Incumbe ao autor o ônus probatório, na ação de cobrança, do fato constitutivo de seu


pretenso direito (art. 333, I), visto que quem quer fazer valer um direito em juízo, deve
provar os fatos que constituem seu fundamento, por isso, é absolutamente indispensável que
o credor comprove a existência do crédito e de seu inadimplemento por parte do devedor,
para que o pedido possa ter sucesso, sem o que a pretensão não procede.

II - Meras alegações, destituídas de provas ou mínimas evidências, não podem embasar um


provimento jurisdicional favorável.

III - omissis" (Apel. Cív. n.º 118.133-1 - Ac. 9947 - Rel. Juiz conv. Abraham Lincoln
Calixto - 3ª CC - DJ 15.05.98 - grifos nossos).

Portanto, Excelência, cumpre repisar no fato de que o Autor não comprovou


satisfatoriamente o alegado crédito. Mera proposta de desconto, desacompanhada de
documentos que atestem a efetiva concretização do negócio e o recebimento do numerário
pela Requerida, através de extratos de conta corrente, ou outro meio, não tem o condão de
caracterizar o pretenso débito.

2. Cessão dos direitos relativos à duplicata

Não fosse isso, como destacado no item , o endosso operou verdadeira cessão civil dos
direitos e obrigações inerentes à duplicata, tendo em vista que o Autor não providenciou o
protesto da cambial no prazo fixado em lei.

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Para WASHINGTON DE BARROS MONTEIRO a cessão do contrato "compreende


indiscriminada transferência de todos os direitos e obrigações. Implica esta a transferência
de toda a relação jurídica, no seu complexo orgânico." (in, Curso de direito civil: direito das
obrigações. São Paulo: Ed. Saraiva, 1ª parte, 25ª ed., 1991, p. 343).

Assim sendo, todo o complexo orgânico alusivo à esta relação jurídica restou transferido da
Requerida para o Banco autor, o qual em face da perda do direito de regresso contra aquela,
somente poderá deduzir sua pretensão de cobrança contra a empresa sacada, como seja, a
.........

Por fim, ainda que se entenda que o Banco repassou o numerário constante do título para a
Requerida, o que não se admite, tal procedimento deve ser entendido como pagamento pela
aludida cessão, diante da mencionada perda do direito de regresso contra o endossante.

III- DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer-se:


a) seja assinalado prazo para o Autor providenciar a regularização de sua legitimação para o
processo, sob pena de extinção do feito sem julgamento do mérito;
b) sucessivamente, a extinção do mesmo desde logo, em decorrência da impossibilidade
jurídica do pedido e da ilegitimidade passiva ad causam da Requerida;
c) provar o alegado através de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o
depoimento pessoal do representante legal do Autor;
d) a juntada posterior de documentos, nos termos do artigo 397 do CPC;
e) no mérito, a improcedência da pretensão deduzida na inicial, com a condenação do Autor
no pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

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9. Revisional de Aluguel

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....

FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de .....,


portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante
procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL RESIDENCIAL

em face de

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e
do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade .....,
Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

I- DOS FATOS

Como se depreende da documentação em anexo, o Requerente mantém contrato de locação


com o Requerido, onde reside, tendo por objetivo um imóvel residencial, apartamento de
área aproximada com .... m² de área útil.

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O contrato de locação, de natureza residencial, é ordinário de .... de .... de ...., e por força do
artigo 21, parágrafo 4º, da Medida Provisória 542/94, deverá ser revisto, a fim de adequá-los
ao preço de mercado, tendo em vista o desequilíbrio econômico-financeiro em que se
encontra o valor do locatício.

O aluguel atualmente pago pelo Requerido, no valor de R$ .... (....) para o apartamento,
chegando tal valor a ser considerado ridículo, irrisório, vexatório e humilhante.

O apartamento compreende a metragem aproximada de .... m² - Garagem, individualizada e


coberta. Apartamento com .... (....) dormitórios, sala para .... ambientes, corredor, cozinha
completa, banheiro (....) com ...., área de serviço espessa, enjanelada, com piso em ...., com
tanque, tudo azulejado até o teto, com azulejos ...., apartamento de ...., com ótima
localização, em prédio moralmente e socialmente ótimo, à proximidade ...., conforme
demostrado em documento anexo, com ajardinamento exuberante, com farta condução e
próximo a todos os serviços essenciais como ....

É evidente que o aluguel se encontra complemente desatualizado, fora do valor de mercado,


já tendo sido feito acordo entre locador e outro inquilino de apartamento semelhante, em
valores aproximados ao do presente pedido (documento anexo), e ainda, há contratos de
apartamentos locados recentemente que demonstram o valor atualizado do aluguel,
conforme se comprova com documento incluso.

Finalmente esclarece o requerente que todos os recursos das vias suasórias já foram
esgotados, não lhe restando outra alternativa, senão a busca da tutela jurisdicinal.

II- DO DIREITO

O presente pedido encontra fulcro no artigo 21, parágrafo 4º, da Medida Provisória 542/94,
artigos 19 e 68 e incisos da Lei 8.241/91, e artigos 276 e 282 do Código de Processo Civil.

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III- DOS PEDIDOS

ISTO POSTO, com fulcro no art. 275, inciso I, do Código de Processo Civil, confia o
Requerente que Vossa Excelência, imprimindo à causa o procedimento humaníssimo
determinará:

A realização de audiência de conciliação, instrução e julgamento, para tanto sendo citado o


Sr. ...., no endereço já indicado, para nela oferecer, sob pena de revelia e a subsequente
presunção de veracidade dos fatos articulados;
b - A fixação do aluguel provisório, nos termos do artigo 68, inciso II, da Lei 8.245/91, no
valor de R$ .... (....), correspondente a ....% de R$ .... (....), valor líquido; do aluguel já foi
descontado a bonificação de ....% para pagamento pontual, onde poderão ser aferidos pelas
ofertas de imóveis conforme apenas e comprovadas no final locadas.
c - Contestada ou não a ação, que seja o pedido ao final julgado procedente, com a fixação
do aluguel definitivo para vigir a partir da data da citação, conforme artigo 69 da Lei
8.245/91, sendo ainda condenado o Requerido ao pagamento das diferenças, mês a mês,
tudo corrigido monetariamente e inseridos os juros moratórias, como também lhe seja
imposto o pagamento de honorários advocatícios, fixados em .... (.... por cento) sobre o valor
da causa, em respeito à cláusula 15ª (décima quinta) do contrato locatício e custas
processuais em respeito à sucumbência.

Outrossim, para fins do artigo 276 do Código de Processo Civil, indica o Autor o rol de
testemunhas, as quais comparecerão independente de intimação.

Requer provar o alegado, através de todo o gênio de provas em direito admitidas,


especialmente o depoimento pessoal do Requerido, sob pena de confesso, ouvida de
testemunhas, realização de perícia, se necessário, especialmente se existir impugnação ao
valor aqui apresentado para o locatício em vigência.

Dá-se à causa o valor de R$ .....

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

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[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

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10. Embargos de Terceiros

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....

Processo n.º: (...)

FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de .....,


portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante
procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor:

EMBARGOS DE TERCEIRO

em face de

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e
do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade .....,
Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

I- DOS FATOS

Consoante se infere da inclusa documentação comprobatória juntada aos autos sob nº ...., de
ação de despejo postulada pelos ora embargados, contra o marido da embargante ...., cujo

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50

feito se encontra em fase de execução, inclusive foi interposto embargos de terceiro, com
sentença e recurso de apelação, da qual não foi preparado e do julgado deserto em data de
...., por isso transitado em julgado em .... Deste feito os embargados, novamente em seu
petitório de fls. dos autos de despejo, pediram novamente a notificação do réu na aludida
ação de despejo, deixando de citar novamente a embargante.

Ocorre que no prédio objeto da ação despejatória e objeto dos presentes embargos, a
embargante é estabelecida comercialmente com o ramo de roupas feitas e armarinhos,
situado na Rua .... nº...., nesta Capital, em sociedade com seu marido Sr. ...., conforme
alteração de contrato social em anexo.

Ainda conforme o referido contrato, a embargante e sócia quotista de 50% (cinqüenta por
cento) do capital social, e, assim, detém a meação do mencionado comércio denominado ....,
significando, destarte, que responde pela firma em igualdade de condições do marido.

Logo, a conclusão lógica a que se chega, é a de que, sendo esposa e sócia quotista igualitária
de seu marido, é também inquilina dos embargados, com o translúcido direito de ao menos,
defender a sua meação possessória como locatária, mantida desde ....

Sucede que a embargante não é parte na ação de despejo pelos embargados contra o seu
marido, até porque do referido feito não foi novamente citada e nem mesmo notificada para
a desocupação voluntária do imóvel, notificação essa que não foi requerida pelos autores da
ação de despejo, vez que sabiam dos embargos de terceiro que foi ajuizado perante esse
Douto Juízo sob o nº ..... Diante deste feito deveriam notificar a embargante, mas não o
fizeram.

E, data venia, não se quede no esquecimento de que a embargante não é simples


sublocatária.

Não obstante todos estes fatos incontrovertidos a embargante se vê na eminência de um dano


monta de difícil e incerta reparação, o que lhe restaria indelével mácula.

Realmente, se cumprido o ato de constrição judicial, que nada mais é do que um ato de
apreensão do imóvel para a entrega aos locadores, aí sendo que a embargante não teria como

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saldar seus compromissos debitórios referentes a dívidas de sua loja, eis que é curto o prazo
e não poderia vender suas mercadorias para pagar o que deve.

Presente, pois, o periculum in mora e o fumus boni juris, clamando mais uma vez pela
pronta e eficaz liminar judicial para o trancamento do efeito nocivo à parte que não integrou
a lide de despejo, e nem de qualquer forma foi chamada à ingressar, e nem ao menos foi
notificada para tal.

O perigo emerge do fulminante e voraz prejuízo incalculável que a embargante poderá sofrer
com o ato judicial despejatório, e a fumaça de bom direito aflora dos dispositivos jurídicos
atinentes à espécie, da dominante corrente doutrinária e da mananciosa jurisprudência de
nossos Tribunais.

A respeito dos cônjuges, pode ocorrer a comunhão de bens, de todos, de alguns ou de um só.
Para os embargos de terceiro, surgiu o problema de se saber se, havendo bem ou bens
comuns, a posição jurídica do cônjuge havia de ser sempre a de litisconsorte, ativo ou
passivo, razão para as medidas que levassem à mesma sorte. Todavia têm-se de atender haja
constrição em que o cônjuge não foi posto como réu ou como autor. Por exemplo: C, credor
de A, pede a penhora do bem , que é de A e B, casados sob o regime de comunhão de bens
universal, ou a regime em que a é dos dois (portanto, em meação). De modo nenhum se pode
ignorar que B, não é devedor, nem A, só é dono da metade do bem e terceiro, e pode
embargar no artigo 1.046, parágrafo 3º, considera-se também terceiro o cônjuge que defende
a posse (lato sensu) de bem proveniente "de sua meação."

Quanto aos bens próprios e aos reservados, a situação do cônjuge, a que couberam e cabem,
é a de terceiro, porque a constrição não pode atingir, salvo se há alguma cláusula que o
exponha, excepcionalmente, a alguma eficácia.

II- DO DIREITO

Com efeito, o parágrafo 3º do disposto no artigo 1.046 do invocado códice, assevera que:

"Parágrafo 3º - Considera-se também terceiro o cônjuge quando defende a posse de bens


dotais próprios, reservados ou de sua meação." (Destaques e grifos do embargante).

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52

No caso in especie, a embargante postula seu lídimo direito de defesa de sua meação de seu
percentual na sociedade comercial, posto que como tal não deixa de ser inquilina direta ou
indiretamente, eis que, assim comprovado documentalmente a posse da embargante deriva
de sua atividade comercial exercida no imóvel em questão.

Cuida o presente feito de embargos de terceiro visando a proteção possessória da


embargante, cuja liminar de manutenção se afigura mais conveniente que a de reintegração,
e, revogada a qualquer tempo ou a final mantida em definitivo, não exigindo a lei que para a
concessão da liminar a prova seja a mais completa.
É como salienta o magnífico escólio de ADROALDO FURTADO FABRÍCIO (comentários
ao Código de Processo Civil), vol. VIII, tomo III, p. 547, nº 369, Ed. Forense, 1980):

"Não é de exigir-se prova cabal, completa, irretorquível dos requisitos alinhados no artigo.
Trata-se não é demais repetir - de cognição incompleta, destinada a um convencimento
superficial e a orientar uma decisão de caráter eminentemente provisório.
Não se poderia exigir, para uma procisão judicial destinada a duração não maior que a do
processo, o mesmo grau de convencimento necessário ao julgamento definitivo do mérito."

À vista do exposto e por tudo mais que poderá ser suprido pelo inegável, elevado e notório
saber jurídico de que é portador Vossa Excelência, requer se digne determinar à distribuição
dos presentes embargos de terceiro, por dependência dos autos nº ...., de ação de despejo em
que os ora embargados promovem contra ....

Outrossim, com esteio no disposto do artigo nº 1.051, do referido código, requer a concessão
de liminar inaudita altera parte, e a expedição de competente mandado de manutenção da
posse, em favor da embargante, bem como, com fulcro nas disposições do artigo 1.052 do
mesmo caderno processual, requer a suspensão do curso da ação principal, com a ordem de
imediato recolhimento do respectivo mandado.

III- DOS PEDIDOS

Após o que, requer a citação dos embargados para que contestem, querendo, pena de revelia
quando a matéria de fato que provada está.

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53

Por derradeiro, requer que os presentes embargos de terceiro, seja julgado procedente, a fim
de tornar em definitivo a liminar de manutenção de posse, e condenar os embargados ao
pagamento das custas processuais e honorários de advogado em 20% sobre o valor dos
embargos, devidamente corrigidos na forma da lei.

Para comprovação dos fatos aqui articulados, requer o depoimento pessoal dos embargados
sob pena de confissão, juntada de novos documentos e oitiva de testemunhas, cujo rol, será
depositado oportunamente em Cartório desse Meretíssimo Juízo.

Dá-se à causa o valor de R$ .....

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
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54

11. Consignação em Pagamento

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....

FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de .....,


portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante
procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor

CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

em face de

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e
do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade .....,
Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

I- DOS FATOS

O requerente locou da requerida, em ..... (contrato anexo, doc. 02), o imóvel situado na Rua
....., nº. ....., nesta Cidade, pelo prazo de 30 meses, a contar de ..... para terminar em .....,

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55

mediante o aluguel inicial de R$....., hoje da ordem de R$ ...., face aos reajustes semestrais já
ocorridos.

No mês passado, contudo, quando foi efetuar o pagamento do aluguel daquele mês, foi
surpreendido o requerente pela alegação da requerida de que o aluguel "sofreria um
aumento", razão pela qual ela "não iria aceitar o pagamento" no valor oferecido pelo
requerente.
Ora, totalmente fora de propósito este reajuste, e isto porque afastado da letra contratual. O
aluguel acaba de ser reajustado (há apenas 2 meses), sendo imerecida a intenção da
requerida.

Desde então, buscou o requerente uma solução amigável para o impasse, reiterando a
requerida sua disposição de não aceitar o valor atual do aluguel. Isso foi pela mesma dito e
repetido na presença da testemunha abaixo arrolada.

Sabe-se que a "mora accipiendi" afasta a mora do devedor. Logo, se somente agora a ação
está sendo proposta, tal se dá pela culpa exclusiva da locadora, que se recusa, sem causa
justa, a aceitar o aluguel, emitir o respectivo recibo e passar ao requerente a quitação devida.

II- DO DIREITO

Sendo assim, cabe ao requerente apenas ofertar, via da presente ação, o valor devido,
discriminado no documento anexo à presente sob o no. 03, compreendendo o aluguel, as
taxas e os tributos devidos, o que atinge hoje o valor de R$ .....

III- DOS PEDIDOS

Requer a V. Exa., em consonância com o que narrou, que determine a citação da requerida
para que receba o valor vencido até a presente data, assim como os que venham a vencer no
curso da lide, ou para que ofereça a defesa e as provas que tiver, sendo afinal julgado
procedente o pedido para ser declarada extinta a obrigação do requerente, com as
cominações de estilo.

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Requer, mais, seja determinada desde logo a expedição da guia que possibilite o depósito da
quantia devida, caso não a receba a requerente na época oportuna, o mesmo ocorrendo em
relação aos valores dos aluguéis que se vençam no curso da lide e de eventuais diferenças
apontadas e provadas pela requerida.

Protesta pela produção da prova necessária, em especial pela oitiva da testemunha abaixo
arrolada.

Dá-se à causa o valor de R$ .....

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

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12. Ação de Alimentos

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE


FAMÍLIA DA COMARCA DE ...........

FULANOS, menores impúberes, representados por sua genitora, ....., brasileira,


solteira, inspetora de alunos, portadora da cédula de identidade RG: ..... e CIC: ......,
residente e domiciliada à rua ......, nº ........, Bairro ......., ........, vêm respeitosamente perante
V. Exa., representada por seu advogado infra-assinado, propor:

AÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA

em face de: ........., brasileiro, solteiro, auxiliar de despachante, residente e domiciliado à rua
....., nº ........, ..........
Endereço Comercial: ........, Rua ......., fone: ..............

I- DOS FATOS

Os requerentes são filhos do requerido como comprova certidão de nascimento em anexo.


A representante dos requerentes e o requerido foram amasiados, vindo neste período, os
requerentes a serem concebidos, separaram-se quando os requerentes ainda eram muitos
pequenos, ficando a mãe desde então arcou com todas dos requerentes.
A partir do momento da separação, o requerido não ajudou de forma alguma os requerentes,
passando estes por muitas dificuldades, posto que necessitam de materiais escolares, pois

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estão em período escolar, vestuário, remédios e de uma boa alimentação, por estarem em
fase de crescimento (........ atualmente com ......... anos e ....... atualmente com ........ anos).
Desde a separação de seus genitores, os requerentes estão morando na casa dos avós
maternos com a sua genitora, pois dependem da ajuda destes para sobreviverem dignamente.
Atualmente o requerido vive com outra mulher, tendo com esta mais outros filhos, os quais
trata-os da melhor forma possível, não deixando que estes passem pelas dificuldades que os
requerentes vem tendo que se sujeitar desde que seu pai deixou de cumprir com suas
obrigações.

II- DO DIREITO

O fundamento jurídico está no art. 1694 do Novo Código Civil.

Por força do dispositivo constitucional ( CF, art. 226) os pais são responsáveis pelo
sustento, guarda e educação dos filhos menores, não só durante a constância da vida em
comum como também nos casos de dissolução desse convívio.Não há todavia que se falar
em pensão alimentícia enquanto perdurar a convivência familiar: o dever dos pais de prestar
alimentos aos filhos surge com a separação, (aqui entendida como fato de não mais
residirem sob o mesmo teto), seja esta de direito ou de fato e dura até que a prole não mais
necessite do benefício.

III- DOS PEDIDOS

Posto isto, requerem:

A fixação de alimentos provisórios no valor equivalente a um salário mínimo e meio, de


acordo com o disposto do art. 4º da Lei 5.478 de julho de 1968.
A citação do requerido no endereço supra mencionado para ação, sob pena de revelia (lei de
alimentos, art. 7º), além de confissão quanto a matéria de fato segundo procedimento da Lei
nº 5.478/68.
A condenação do requerido ao pagamento em definitivo de pensão alimentícia aos seus
filhos menores. A condenação do requerido também ao pagamento dos custos processuais,
bem como aos honorários advocatícios pelo princípio da sucumbência.

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A intervenção do o ilustre representante do Ministério Público, também requer em


concessão da Justiça Gratuita por não possuírem os requerentes condições de custear o
processo sem prejuízo de seu sustento, conforme declaração em anexo.
Protestam provar o alegado por todos os meios em Direito admitidos, especialmente
testemunhais, documentais e periciais, bem como o depoimento pessoal do requerido.

Dá-se à causa o valor de R$ .............

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

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13. Ação de Obrigação de não Fazer

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....

..........., associação civil sem fins lucrativos de comunicação cristã, de cultura, educação e
ação social, órgão oficial de comunicação da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), com sede
e foro na cidade de .........., à Rua ..............., nº ............, b. ............, CEP ........, inscrita no
CNPJ/MF sob n.0 .........., por meio de seus advogados infra-firmados, nos termos do
instrumento de procuração em anexo, vem perante Vossa Excelência propor

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER CUMULADA COM PERDAS E DANOS


POR USO INDEVIDO DA MARCA COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face de

....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na Rua .....,
n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato por seu (sua)
sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador
(a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

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I- DOS FATOS

A..., ora Peticionária, tem como associada fundadora a Igreja ...........(doravante denominada
"IPB"), conforme se denota do estatuto social ora anexado, tendo sido criada em ........ pela
necessidade de veiculação e divulgação da "missão" e das concepções da "filosofia
presbiteriana", sendo que o objeto social da associação compreende a produção, transmissão,
prestação de serviço e distribuição de vídeos, programas educativos e religiosos,
documentários e mensagens para rádio, televisão, telefone, satélite, internet, ou quaisquer
outros meios de comunicação; produção, agenciamento e distribuição de revistas e jornais;
criação e manutenção de programas de treinamento e formação de profissionais ligados às
áreas de comunicação, dentre outras; apoio ao desenvolvimento de projetos de comunicação,
divulgação e marketing de entidades e autarquias da IPB.

Nos termos do documento societário da Rede Presbiteriana de Comunicação anexado,


verifica-se que há disposição estatutária (artigo 27), prevendo a utilização da desígnia
"RPC" como denominação de fantasia da associação, na promoção e distribuição do material
documental relativo aos programas e eventos educativos e religiosos ligados à Igreja
mantenedora.

Cumpre mencionar que para os idealizadores da Autora Rede Presbiteriana de Comunicação,


esta entidade é mais do que um meio de comunicação da igreja .............., é um veículo de
informação, atualização e divulgação de eventos e ações sociais de âmbito religioso, sendo
que um dos objetivos prioritários ora em voga é a utilização da TV aberta, a fim de propiciar
um maior acesso a informações por parte da comunidade ............. que atualmente conta com
3.840 igrejas locais, 228 presbitérios, 55 sinodos, 2.660 pastores e possui aproximadamente
370.500 membros comungantes e 133.000 membros não-comungantes, estando presente em
todos os Estados da Federação.

Diante da dimensão da comunidade de fiéis da IPB, vale introduzir as raízes históricas desta
federação de igrejas fundada no Brasil por ....... em ........, enviado ao Rio de Janeiro pela
Junta de Missões Estrangeiras da Igreja.... dos...... A Igreja é a mais antiga denominação
reformada do país, herdeira da tradição calvinista. A missão da IBP é: anunciar o Reino de
Deus; educar para a vivência cristã, e; assistir o ser humano em suas necessidades.

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Ademais, frise-se a relevância do trabalho por ela realizado na sociedade brasileira, visto o
enfoque em atividades de educação, saúde e cultura, realizada por meios de institutos de
ação social de propriedade da IPB, tais como, o CAS - Conselho de Ação Social, ............ -
Organização da Sociedade Civil de Caráter Público sem fins lucrativos, a Fundação Hospital
Evangélico de Rio Verde, SAMMAR - Sociedade de Amigos de Meninos e Meninas,
Adolescentes Aprendizes de Rubiataba.

Ainda, não se pode olvidar o pioneirismo e tradição da Universidade Presbiteriana


Mackenzie - cuja entidade mantenedora é a IPB, fundada em 1870 por missionários
presbiterianos, e que hoje, ao completar 133 anos, é uma entidade educacional com
reconhecida idoneidade e reputação em todo o Território. Além desta universidade, a IPB
mantém também a JET - Junta de Educação Teológica, Fundação Educacional Presbiteriana,
Associação Nacional de Escolas Presbiterianas, dentre outras, se utilizando, para a
divulgação dos eventos e seminários, de informativos, jornais, revistas, sites na internet,
programas de rádio e televisão, este em difusão e com bastante enfoque no ano corrente, de
acordo com o Planejamento Estratégico adotado pelos dirigentes (documentos e fitas de
video em anexo).

Neste diapasão, merece destaque a menção ao contrato de cessão de horário nara veiculação
de imagens firmado recentemente, em ............. (documente em anexo), entre a Rede
Presbiteriana de Comunicação e a ..............., mediante o qual fora acordada a exibição de
"boletins informativos" produzidos pela Rede ".......................", com transmissão três vezes
por semana no horário matutino. Por meio deste instrumento, mostra-se clara intenção da
autora - e diretamente da IPB - na utilização das telecomunicações, mais precisamente, da
televisão de canal aberto, na divulgação dos programas sociais e religiosos, sendo certa a
utilização da marca "RPC" da qual é detentora, conforme será tratado a seguir, em ditos
programas.

Verificando-se o contrato supra mencionado, nota-se os vultuosos investimentos que têm


sido despendidos para a utilização da televisão aberta como meio de transmissão dos
programas veiculados pela Autora.

Esta intenção vem sendo manifestada desde 1999, ocasião em que foi celebrado contrato
com a Embratel por 10 anos, cujo objeto contratual consistia no fornecimento de circuito
unidirecional via ..........t para uso permanente e exclusivo da Autora (o contrato fora

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inicialmente celebrado com a "Luz para o caminho", tendo sido cedido à Autora mediante
aditivo contratual em anexo), destinados à transmissão digital de sinal de vídeo, áudio e
dados a serem recepcionados por estações habilitadas nela Rede Presbiteriana de
Comunicação.

Na seqüência, em 2000, foi assinada a carta de intenções com a Central Nacional de


Televisão - CNT, para utilização conjunta de recursos de transmissão via satélite e de
veiculação de programação em emissora comercial, ressaltando-se a real intenção da Autora
na veiculação da programação de interesse da "....." - como é mencionada nos ditos contratos
e do Instituto .........

Também com tal objeto contratual, foi celebrado o "Instrumento de prestação de serviço de
transmissão de conteúdo televisivo" (documento em anexo) entre o Instituto "..............",
pelo qual estava prevista a disponibilização de um canal de transmissão da programação
realizada pelo ".............." (leia-se: canal de televisão da RPC - Rede Presbiteriana de
Comunicação/IPB - Igreja Presbiteriana do Brasil), através do sistema DTH, sendo
exclusivo para assinantes da DirectlV.

Ressalte-se que nos materiais de divulgação já mencionado consta explicitamente o sinal


distintivo "RPC", conforme se comprova dos jornais, documentos eletrõnicos e panfletos em
anexo, por ser de uso corrente da Autora. Neste passo, no intuito de utilizão exclusiva da
marca "..........................", a Peticionária, em 16 de julho de 1999, depositou o pedido de
registro desta marca nominativa sob n.0 821495682
perante o Instituto Nacional da Propriedade Industrial-INPI, órgão responsável pela
concessão de direitos de exclusividade de uso de marcas, patentes, desenho industrial, dentre
outras funções, tendo sido deferido tal pedido em ............. (documento em anexo) e iniciada
a concessão em 21 de outubro de 2003, de acordo com a anexa publicação na Revista da
Propriedade Industrial nº ..........

2. DA CONCESSÃO DA MARCA "RPC" À REDE PRESBITERIANA DE


COMUNICAÇÃO E UTILIZAÇÃO INDEVIDA PELA RADIO PARANANENSE

Consta no despacho do INPI de concessão, à Autora, do pedido de registro da marca ".........


na classe ........., a qual engloba os serviços de rádio difusão e televisão - provedor de internet
(sites, home pages, jornais), redes de comunicação - serviços de telecomunicações,

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transmissão de imagens via computador, transmissões via satélite, teledifusão por cabo.
Assim, não é difícil concluir que, quanto à insígnia "..........., goza o titular, in casu, a Rede
.......... de exclusividade com relação a sua utilização em todo o território nacional.

Neste prisma, constata-se que a difusão desta marca pela Peticionária vem sendo realizada
desde 1999 - época do depósito do pedido de registro da marca efetuado pela Autora perante
o INPI, sendo que o direito de exclusividade sobre a marca "RPC" se iniciou quando da
concessão deste direito de uso outorgado pelo referido órgão, em outubro de 2003. A
exemplo disso, no próprio portal da IPB (site www.ipb.org.br) há um espaço de "bate papo",
em cuja parte superior nota-se a alusão à marca "RPC" (documento em anexo).

Ocorre que a Ré, Sociedade Rádio Emissora .........., vem se utilizando indevidamente da
marca "RPC" há aproximadamente 4 anos, o que ocasionou o envio de Notificação
Extrajudicial por parte da Autora àquela, datada de ..................., isto é, posteriormente ao
depósito do pedido do direito de uso da marca requerido por esta por parte do

INPI. Tal notificação informava à Ré que o direito de uso exclusivo da marca "RPC", a qual
vinha sendo maciçamente utilizada pela mesma, quer em anúncios publicitários televisivos e
sites, quer em jornais de grande circulação em todo o Estado do Paraná, era de titularidade
da Autora, e naquela carta fora concedido o prazo de 15 (quinze) dias para que a ré se
abstivesse de utilizar a citada expressão, sob pena de caracterização de crime de contrafação.

Em resposta à notificação encaminhada (documento em anexo), a Ré alegou que o simples


deferimento do pedido de registro da marca não implicaria em seu direito de uso, mas tão
somente uma expectativa deste, e inclusive ameaçou a Autora de ingressar com processo
administrativo de nulidade do registro a ser validamente concedido. Não é este o
entendimento à luz da legislação pertinente e doutrina, a exemplo do ilustre dotitrinador
Thomaz Thedim Lobo1 que entende que: "O direito de uso exclusivo da marca nasce com o
registro"i

Em outra correspondência posteriormente enviada pelo Diretor da Ré, datada de 08 de


dezembro de 2003 (documento em anexo), ele afirma que consultou o INPI para verificação
acerca da marca em questão, onde verificou que já havia sido concedido registro desta a
diferentes empresas, na mesma classe, e ainda, que a sua utilização concomitantemente,
ainda que no mesmo ramo de comunicação, em nada prejudicaria a Autora, em razão da

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distinção de públicos-alvos, não havendo a possibilidade de desvio de audiência. Aduziu -


erroneamente - que (textual): "entende o INPI não haver direito à utilização exclusiva (...)
Com base nesse entendimento, qual seja, o da possibilidade de convivência harmoniosa, e,
principalmente, com base nos próprios precendentes do Instituto Nacional da Propriedade
Industrial - lNPl, a Sociedade Rádio Emissora Paranaense S.A. iniciou a utilização da marca
"RPC - Rede Paranaense de Comunicação", ..." Não é diferente a argumentação contida na
carta encaminhada em 19 de agosto de 2003 pela REDE PARANAENSE DE
COMUNICAÇÃO, braço da Ré, na qual consta no canto superior esquerdo a expressão
"RPC", frise-se, de titularidade incontroversa da Autora" (vide documento em anexo).

Inverídica a alegação da RÁDIO PARANAENSE de que o INPI havia concedido registro da


marca "RPC" a várias empresas na classe referente à telecomunicações, como se verifica do
documento em anexo, no qual constam alguns pedidos arquivados e/ou onde fora aposta
oposição por parte da Autora.

1 1 Thomaz Thedim Lobo, Introdução à nova Lei de Propriedade Industrial, Editora Atlas,
1997, São Paulo.

É flagrante que a Rè, quando do recebimento da notiticação que lhe fora encaminhada,
estava ciente dos direitos e garantias outorgados pela legislação brasileira -inclusive, de
natureza constitucional - quanto à proteção dada ao titular da marca registrada "RPC", quem
seja, a Autora. Tanto é assim, que ao final da correspondência resta demonstrado o interesse
na aquisição do direito de uso da marca, diga-se ainda que por preço vil.

Naquela carta é patente a distorção realizada na questão da utilização exclusiva por parte do
titular. Isto porque, se ao titular do direito de uso da marca, entendida como sinal ou
expressão destinada a individualizar os produtos ou serviços de uma empresa, identificando-
os2, não fosse permitida sua utilização exclusiva no Território, qual seria a valia de sua
concessão e a necessidade/interesse de registro da mesma perante o INPI!?

Desta forma, razão não assiste à Ré na continuidade de utilização da marca "RPC", a qual
está devidamente registrada no INPI ~eIa Autora, que goza do direito decenal exclusivo de
uso desta na classe concedida. Se a Ré, por estratégia empresarial, decidiu pela utilização da
expressão "RPC", a partir de 2000, para facilitar a visualização do público com relação às
empresas que compõe o "grupo REDE PARANAENSE DE COMUNICAÇÃO", quais

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sejam, IV Paranaense (ora Ré), IV Cataratas, IV Coroados, IV Cultura, IV Esplanada, IV


Guairacá, IV Imagem, IV Oeste, Rádio 98, Gazeta do Povo, e Jornal de Londrina, deveria
ter planejado a requisição do pedido de registro da marca "RPC" perante o Instituto Nacional
da Propriedade Industrial - NPI, como fizera a Autora em 1999, e/ou cabia-lhe ter interposto
oposição ao referido pedido depositado pela Autora em 1999, sob pena de "preclusão"
administrativa, nos termos 158 da Lei n.0 9279/96.

Convém salientar que a Ré depositou junto ao INPI, somente a partir de junho de 2003,
pedidos de registro da expressão "PLUG RPC" e afins em diversas classes, dentre elas, a
classe 38, tendo sido oportunamente apresentadas as oposições pertinentes pela Rede
Presbiteriana de Comunicação - RPC.

Tal pedido de registro somente comprova a absoluta ausência de qualquer fundamento


jurídico a embasar a atividade da Ré de utilizar a marca "RPC" pertencente à Autora.

2P.R. Tavares Paes, Propriedade Industrial, 2ª edição, 2000, Rio de Janeiro.

Ora, se a ré tivesse certeza e tranquilidade em relação ao seu pedido pretenso direito de se


utilizar da marca em questão, não precisaria preocupar-se em registrar a mesma marca só
que com acréscimo da expressão "PLUG"!!

Verifica-se claramente a maculada prática ilícita de utilização indevida da marca "RPC" pela
Ré pelos documentos anexados (envelope de correspondência, páginas de sites da internet),
e, não se faz necessária por ora a juntada de outras provas documentais comprobatórias, uma
vez que a Ré, em razão do meio em que está inserida, é bastante conhecida no Estado do
Paraná.

Diante do exposto, em que se verifica a utilização indevida da marca por terceiro não
autorizado, em absoluta afronta à legislação aplicável, e com possibilidade de confusão, por
parte das camadas populares, entre a REDE PRESBIIERIANA DE COMUNICAÇÃO e a
SOCIEDADE RADIO PARANAENSE S/A (em razão da utilização da mesma insígnia
"RPC"), pessoas jurídicas com objetos sociais e visões totalmente diversos, o único meio de
preservação moral e proteção de direito marcário é o ajuizamento da presente ação, com
fundamento nas razões de direito abaixo expostas.

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II- DO DIREITO

A proteção à propriedade industrial surgiu em 1880 com a Conferência de Paris que


culminou na promulgação da Convenção da União de Paris para a Proteção da Propriedade
Industrial - CUP, de 20 de março de 1883, que entrou em vigor somente em 7 de julho de
1883, estruturada como o pilar central do atual sistema de propriedade industrial brasileiro.

No Brasil, o direito sobre as criações imateriais é típico direito de propriedade,


constitucionalmente garantido no artigo 5º, XXIX, da Constituição Federal, que preve que "a
lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utização,
bem como proteção às criações industriais, à propriedade de marcas, aos nomes de empresas
e outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento
tecnolóqlco e econômico do País."

Além da proteção garantida pela Carta Magna, a propriedade industrial, onde se insere a
marca, é regulada pela Lei nº 9279, de 14 de maio de 1996, revogadora da Lei 5772/71, que
determina, em seu art. 122, que é registrável como marca os sinais distintivos visualmente
perceptiveis, não compreendidos nas proibições legais, hipóteses estas previstas no artigo
124 do mesmo diploma legal.

Da mesma maneira, o Decreto n.0 1355, de 30 de dezembro de 1994, publicado no Diário


Oficial da União, em 31 de dezembro de 1994, que promulga a Ata Final que incorpora os
Resultados da Rodada do Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais do GATT,
dispõe que:

Seção 2 - Marcas
Art. 15 - Objeto da Proteção
1 - Qualquer sinal, ou combinação de sinais, capaz de distinguir bens e serviços de um
empreendimento daqueles de outro empreendimento, poderá constituir uma marca. (...)

Art. 16 - Direitos Conferidos

1 - O titular de marca registrada gozará do direito exclusivo de impedir que terceiros, sem
seu consentimento, se utilizem em operações comerciais sinais idênticos ou similares para
bens ou serviços que sejam idênticos ou similares àqueles para os quais a marca está

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68

registrada, quando esse uso possa resultar em confusão. No caso de utilização de um sinal
idêntico para bens e serviços idênticos presumir-se-á uma possibilidade de confusão. (...)

Assim, verifica-se que a marca, sinal distintivo visualmente perceptível que identifica os
produtos ou serviços colocados à disposição do público consumidor, tem fundamental
importância para estes entes, servindo para diferenciar um produto ou serviço específico em
relação a concorrentes, mediante o desenvolvimento de estratégias de marketing que os
ligam a uma identidade visual que será propagandeada.

A marca assume um importante papel no campo do direito da concorrência, sendo, nesse


caso, um patrimônio do comerciante, que permite que ele conquiste ou mantenha a clientela.
É uma garantia de proveniência do produto ou do serviço.

Luiz Guilherme de Loureiro, A Lei de Propriedade Industrial comentada, Editora Lejus,


1999, São Paulo, página 233.

As marcas, porém, só gozam da proteção legal e direito de fruição exclusiva pelo seu titular
no Território, a partir da concessão do registro pelo Instituto Nacional da Propriedade
Industrial - INPI, órgão responsável pela concessão de direitos de exclusividade de uso de
marcas, patentes, desenho industrial, dentre outras funções, cujo prazo de validade é de 10
(dez) anos, prorrogáveis por iguais períodos. Assim estabelece o art. 129 da Lei de
Propriedade Industrial:

Art. 129 - A propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente expedido, conforme
as disposições desta lei, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo e todo o Território
Nacional (...)

TAVARES PAES4 ensina que: "As marcas tornam-se importantíssimas para a Economia
moderna. Mas a marca só confere a si um valor real desde que registrada do INPI, o que lhe
garante a exclusividade e, por conseguinte, proteção."

No caso em tela verifica-se que, a partir da concessão do registro da marca "RPC" - REDE
PRESBITERIANA DE COMUNICAÇÃO, com a ressalva de que a expressão REDE
PRESBIIERIANA DE COMUNICAÇÃO não era de uso exclusivo da Requerente, esta, a
Autora da presente demanda, passou efetivamente a gozar do direito de uso da marca "RPC"

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69

de forma exclusiva, o que era inclusive seu intuito, haja vista o interesse na proteção desta
marca que vem sendo utilizado há algum tempo pela Autora como meio de divulgação de
programas e acontecimentos religiosos, sendo já conhecida pela comunidade cristã e
sociedade brasileira como um todo, visto identificar-se prima facie como meio de
comunicação da IPB.

E não se diga que a Ré teria qualquer direito de precedência ao registro da marca "RPC",
VALIDAMENTE expedido em favor da Autora em 2003 - depositado junto ao INPI em
1999, posto que fora somente em 2000 que passou a se utilizar da expressão "RPC" em
programas veiculados por empresas que compõe o "Grupo da Rede Paranaense de
Comunicação", como estratégia corporativa, a exemplo de outros grupos que se utilizam de
expressões tais como RIC, RAI, BAND, GPP, WBTV, HBO, dentre outras, quando da
veiculação de programas televisivos.

4p. cít.

Assim, plenamente afastada qualquer intenção de enquadramento da prática de utilização


indevida da marca "RPC", pela Ré, no disposto no parágrafo lº, do artigo 129, da Lei de
Propriedade Industrial, senão vejamos:

Art. 129-(omissis)
§10 - Toda pessoa que, de boa-fé, na data da prioridade ou depósito, usava no país, há pelo
menos 6 (seis) meses, marca idêntica ou semelhante, para distinguir ou certificar produto ou
serviço idêntico, semelhante ou afim, terá direito de precedência ao registro.

Eis a interpretação dada a este artigo por TINOCO SOARES:5

O §1º, já indiretamente referenciado nos comentários acima, dá ao usuário a possibilidade de


reivindicar para si a prioridade no uso, desde que devidamente comprovado e se verifique há
mais de seis meses da data do depósito feita por terceiros. E, como está bem claro, "usava no
país", aí evidentemente se englobam os nacionais e estrangeiros desde que comprovação
assim seja feita e não a de alhures (de outros locais).

Resta claro, pois, que a Ré não detinha qualquer direito de precedência para reivindicar o
uso da marca "RPC", por não de utilizar da mesma quando do depósito do pedido de registro

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70

requerido pela Autora em 16 de iulho de 1999 (a utilização da marca "RPC" pela Ré iniciou-
se em 2000). E, caso se julgasse titular de qualquer direito sobre tal marca, cabia-lhe ter
aposto tempestivamente OPOSIÇÃO a tal pleito da Autora (art. 158 da Lei de Propriedade
Industrial).

Conforme mencionado anteriormente, a Rede Presbiteriana de Comunicação recentemente


celebrou contrato de cessão de horário para veiculação de imagens com a IV Bandeirantes,
cujo objeto trata da inserção de programas religiosos no canal aberto de televisão, com vistas
à manutenção de um canal de acesso e comunicação com a comunidade cristã, vinculando à
IPB a marca "RPC". Também vale ressaltar que a intenção de exposição televisiva de
programas já é de longa data, desde que foi celebrada a carta de intenções com a Central
Nacional de Televisão e o contrato com a Embratel em 1999, já mencionados anteriormente.

Op.cit., página 215.

Desta forma, resta evidente a preocupação da autora e da própria IPB proteger legalmente a
marca "RPC", no afã de se utilizar da mesma exclusivamente, com fins religiosos,
filantrópicos e educacionais, priorizando a identificação com os fiéis e buscando evitar a
confusão com outras empresas e até entidades com fins diversos que no presente momento
se utilizam do mesmo meio de comunicação.

Reza a legislação que o direito do titular na utilização exclusiva da marca se limita à classe
em que houve a concessão. Isto porque não é justificável a proibição de utilização de sinais
distintivos por empresas diferentes que se inserem em campos de atuação que não guardam
qualquer semelhança. Loureiro6 explora essa questão com muita destreza, como se verifica
do trecho infra transcrito:

O titular da marca tem o direito de explorá-la monopolisticamente por um prazo


determinado, que é renovável indefinidamente.

O titular da marca, no entanto, não tem sobre esse sinal, em si considerado, uma propriedade
absoluta. Com efeito, ele só pode impedir o uso desse mesmo signo em produtos similares
aos quais ele depositou a marca. Não pode ele, em regra, impedir que o mesmo sinal seja
usado em produtos ou serviços pertencentes a outras classes, a não ser que se trate de marca
notória.

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71

Portanto, entre uma marca registrada e uma marca não registrada, ainda que anterior,
prevalece a primeira e o titular da marca não registrada pode ser considerado como
contrafator, desde que não a utilize de boa-fé há mais de seis meses da data do registro ou da
prioridade.

O uso não autorizado da marca, ou seja, a reprodução sem autorização dos elementos
caracterizadores do sinal protegido a título de marca qualquer que seja a sua destinação,
desde que com conotação comercial, caracteriza a contrafação.

Todavia, in casu, a situação é diversa, pois a Ré está se utilizando da marca "RPC" no ramo
de telecomunicações (sendo que já teve ciência do registro validamente obtido junto ao
INPI), no qual a Autora detém a titularidade no direito de uso da marca desde outubro de
2003, e intenta ingressar no canal televisivo aberto em breve, temendo, porém, eventual
vinculação com os programas e o marketing explorados pela primeira, o que se justifica,
pela polaridade e diversificação de temas tratados pelas duas empresas. Assim, descabe a
alegação da Ré de que pode haver convivência "pacífica e harmoniosa" entre as empresas na
exploração da marca "RPC" de titularidade da Autora, que a explora há tempos com boa-fé e
tornou-se já uma forma de identificação por parte de membros da Igreja Presbiterana
Brasileira.

Op. cit.

Conforme exposto à Ré via notificação, tem-se que a reprodução de marca registrada sem a
devida autorização do titular, como ocorre no presente caso, configura crime de contrafação,
punível com pena de detenção e ainda, passível de pleito indenizatório pelo prejudicado
titular da marca, nos termos do art. 189 da Lei 9279/96, senão vejamos:

"Art. 189 - Comete crime contra registro de marca quem:


- Reproduz sem autorização do titular, no todo ou em parte, marca registrada, ou imita-a, de
modo que possa induzir confusão ou erro.
Pena - Detenção de 03 (três) meses a 01 (um) ano, ou multa.

Nos ensinamentos de TAVARES PAES7 temos que:

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72

"(...) A reprodução é cópia, a apropriação de marca alheia, o que o Código inadmite. O


código menciona a marca que imite outra ou a reproduza, desde que haja identidade,
semelhança ou pelo menos afinidade ao ramo de atividade que induza um erro, dúvida ou
confusão ao consumidor. Claro, está, portanto, que não há confusão entre a marca que
assinala margarinas (classe 31) e a que assinala velas (classe 44).

Para Chenevard,"Para decidir se duas marcas são confundíveis, preciso se torna julgá-las
pela impressão do conjunto que elas oferecem após uma inspeção ocular superficial". (Traité
de Ia concurrence Déloyale, voI. 1, n.0 307)."

Já entendeu o IRF que a natureza do produto e o tipo de consumidor a que ele se destina
devem ser usados na aplicação da proibição do registro inscrita no art. 65, item 17, do CPI.
(...) Ao contrário, se o produto épopular, adquirido por pessoas menos instruídas, essa
possibilidade de confusão é maior.

A contrafação de marca no sentido genérico é violação do direito de marca ou patente. Para


Cândido Figueiredo, contra-fazer é imitar, disfarçar, reproduzir, imitando.
Ela independe do mérito ou importância da obra contrafeita, existindo mesmo em obra
licenciosa ou obscena.

O nosso regime de Código é atributivo, segundo o qual o regime assume caráter constitutivo
do direito ao uso exclusivo da marca. Reza o art. 129 que a propriedade da marca adquire-se
pelo registro validamente expedido conforme as disposições da lei, sendo assegurado ao seu
titular o seu uso exclusivo em todo o território nacional.

Op. cit.

Assim, inaependente O fato da marca contrafeita guardar ou não semelhança na forma da


escrita, tendo-se tipificado como crime de contrafação qualquer meio d reprodução total ou
parcial da marca registrada no INPI, sem autorização do titular. Vale dizer, portanto, que
neste caso a reprodução total será da marca em sua forma nominativa, não importando, pois,
a maneira de apresentação da marca violada e da contrafeita8. Ressalte-se que no caso em
tela, trata-se de imitação ou reprodução de marca nominativa "RPC", de titularidade da
Autora.

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73

Neste prisma, conclui-se que a violação do direito de marca se faz presente quando um
terceiro passa a reproduzir marca registrada sem o consentimento do titular do direito de uso
e tão maior é a confusão quando se envolvem pessoas menos instruídas. O fato da RÁDIO
PARANAENSE veicular propagandas - principalmente em meio de comunicação como
televisão e rádio - com a expressão "RPC", de propriedade da Autora, indubitavelmente,
induzem a camada popular em erro ou confusão quanto ao interlocutor, podendo inclusive
vir a abalar a reputação e idoneidade da IPB, haja vista a gritante diversidade de conteúdo
dos programas veiculados pelas duas empresas.

Quanto à exclusividade na utilização da marca pelo titular, discorre CARLOS HENRIQUE


FROES in Enciclopédia Saraiva de Direito9:

"Em suma, a exclusividade de uso da marca, conseqüente ao registro, importa proibição de


uso de marca idêntica, semelhante, afim, ou suscetível, de qualquer modo, de induzir em
erro ou confusão, seja como marca propriamente dita, título de estabelecimento, papel,
insígnia ou nome comercial, por parte de terceiro não autorizado'.

Ainda, nesse mesmo sentido afirma categoricamente NEWTON SILVEIRA10:

A função do registro é garantir o uso da marca. O registro sem uso e mero privilégio
constituído em consideração a uma expectativa legitima de

José Carlos Tinoco Soares, Lei de Patentes, Marcas e Direitos Conexos, Editora Revista dos
Tribunas 1997, página 282.

Carlos Henrique Froes, Nome Comercial, verbete in Enciclopédia Saraiva do Direito, São
Paulo, Saraiva, 1977, v. 54, pg. 323

Newton Silveira, A propriedade intelectual e a nova lei de propriedade Industrial - Lei n.


9296, de 14/5/1996, Editora Saraiva, p. 30, 1996.

Uso futuro por parte do proprietário, o qual deverá, no prazo determinado pela lei, iniciá-lo,
dotando o registro de todos os seus pressupostos.

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74

Iniciando o uso, a utilização da marca por terceiros fere não apenas o registro mas o próprio
direito de o titular da marca assinalar seus artigos ou serviços, ofertando-os ao mercado sem
ser turbados por atos que provoquem confusão com outros artigos ou serviços de terceios.

A exclusividade conferida pela marca registrada é absoluta em relação aos produtos ou


serviços indicados no registro ou atividades similares.
(...)

Já o proprietário da marca registrada, mesmo que pelos caracteristicos de sua industria não
atue nem tenha condições de atuar fora de seu Estado, tem o direito de proibir o uso de sua
marca nas mais remotas regiões do pais

Pode-se por bem configurar a atuação da Ré como crime de concorrência desleal tipificado
no art. 195 da Lei nº 9279/96, que dispõe, in verbis:

Art. 195- Comete crime de Concorrência desleal quem:


(...)
III- emprega meio fraudulento para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de
outrem;
IV - usa expressão ou sinal de propaganda alheios, ou os imita, de modo a criar confusão
entre os produtos ou estabelecimentos;
V - usa, indevidamente, nome comercial, título, estabelecimento ou insígnia alheios ou
vende, expõe ou oferece à venda ou tem em estoque produto com essa referência;
Pena - Detenção de 03 (três) a 01 (um) ano, ou multa (...)

Tem-se que os crimes de concorrência desleal podem originar a:

a) criação de confusão entre concorrentes: É um modo freqüente e desleal de desviar a


clientela de outrem. A confusão pode surgir em decorrência de contrafação de uma marca
registrada, que caracteriza delito contra o registro de marcas, ou então, de imitação de uma
sinal distintivo de outrem não registrado como marca, que pode caracterizar o crime de
concorrência desleal, já que pode criar na mente da clientela a falsa idéia de que aquele
produto se vincula uma outra empresa.¹¹

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75

A Convenção da União de Paris de 1883 prevê que os países da união obrigam-se a


assegurar aos nacionais dos países da União proteção efetiva contra o uso não autorizado de
marcas, ou que possam suscitar erro ou coniusao por parte do publico consumidor sendo tal
proteção um dos dispositivos previstos para combate à concorrência desleal12.

Luiz Guilherme de Loureiro, Op. cit,, página 339

A obrigação de não fazer, isto é, de abster-se de utilizar a marca sem autorização do titular
da mesma e o direito à indenização em decorrência de tal indevida utilização está agasalhada
pelo Código Civil nos arts. 250 e 927 e seguintes, que estabelecem:

Sendo certo que ao titular da marca ou ao depositante é assegurado o direito de: ceder seu
registro ou pedido de registro; licenciar seu uso; zelar por sua integridade moral ou
reputação13, tem-se que a medida ora proposta pela Autora busca, além da proteção do
direito adquirido (garantido constitucionalmente), coibir a continuidade na utilização
indevida da marca "RPC" por parte da Ré, evitando que sua integridade moral venha a ser
abalada - motivo do requerimento de antecipação de tutela e, ainda, de indenização pelos
danos causados em razão da utilização da marca "RPC" sem a devida autorização.

Quanto à obrigação de indenizar em caso de crime de contrafação, tem-se o seguinte


posicionamento jurisprudencial:

INDENIZAÇÃO POR PRÁTICA DE CONTRAFAÇÃO - DESNECESSIDADE DE


COMPROVAÇÃO DOS PREJUÍZOS - DANO EMERGENTE CONFIGURADO -
PEDIDO PROCEDENTE - Nos casos de contrafação não há que se exigir a comprovação
dos prejuízos, visto estarem eles, ínsitos na própria infração. A simDles utilização de
denominação cor e design semelhantes à de outrem de modo a confundir o consumidor
levando-o a rensar que ambos Drovêm do mesmo fabricante de marca conhecida, é
suficiente rara gerar Dreiuízos à qroDrietária da marca. Assim são devidos os danos
emergentes, não se podendo falar em danos morais, porque incabíveis à espécie e lucros
cessantes, porque impossível aferir se houve e qual a perda dos ganhos. (IAMG - Ap
0300905-6 - (30640) - 7ª C.Cív. - ReI. Juiz Antônio Carlos Cruvinel -DJMG 14.09.2000)
(grifo nosso)

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76

"Art. 251 - Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir
dele que o desfaça, sob pena de se desfazer a sua custa, ressarcindo o culpado perdas e
danos(...)
Gabriel Di Blasi; Mano Garcia; Paulo Parente Mendes, A Propriedade Industrial, 1997,
Editora Forens ,
página 165

Thomaz Thedim Lobo, Op. cit.


Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dadano, outrem, é obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único - Haverá a obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem."

É pacífico que as ações cabíveis em caso de violação à propriedade industrial são, segundo
entende Thomaz Thedim Lobo dentre outros autores: indenização, cautelares e antecipação
de tutela, podendo-se determinar a indenização pelos benefícios que o prejudicado teria
auferido se a violação não tivesse ocorrido14.

No entender de GAMA CERQUEIRA15, tem-se que: " A simples violação obriga à


satisfação do dano, na forma do art. 159 do CC, não sendo, pois, necessário, a nosso ver, que
o autor faça prova dos prejuízos no curso da ação. Verificada a infração, a ação deve ser
julgada procedente, condenando-se o Réu a indenizar os danos emergentes e os lucros
cessantes (...) para se fixar o 'quantum' dos prejuízos sofridos, a indenização deverá ser
fixada por meio de arbitramento."

Esse é o entendimento da Jurisprudência Pátria acerca do tema:

PROPRIEDADE INDUSTRIAL - MARCA REGISTRADA - IMITAÇÃO E USO EM


EMBALAGEM DE MERCADORIAS DE CLASSES AFINS, MAS NÃO EM PRODUTOS
SIMILARES - PREJU1ZO MATERIAL INEXISTENTE - DANOS MORAIS DEVIDOS -
DESPESAS A CARGO DO VENCIDO, INCLUIDAS AS DE LOCOMOÇÃO DA PARTE
PARA A PRESTAÇÃO DE DEPOIMENTO PESSOAL - 1. Não há prejuízo de ordem
material a ser indenizado pela utilização de imitação da marca de terceiro em embalagens de
mercadorias, se o proprietário da marca imitada não produz mercadoria similar. 2. Os danos

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77

morais relo uso de marca alheia são devidos em razão do Dró~rio fato, e devem ser
arbitrados de modo a desestimular o lesante na continuidade de sua atividade lesiva. 3.
Compete ao vencido ressarcir ao vencedor as despesas que teve para a prestação de
depoimento pessoal (CPC, art. 20, §10). (TJPR - AC 0101272-2 -(2001 8) - 3ª C.Cív - ReI.
Des. Jesus Sarrão - DJPR 06.08.2001) (grifo nosso)

Thomaz Thedim Lobo, Op. cit., página 99.

João da Gama Cerqueira, Tratado da Propriedade Industrial, vai. 2, Editora Revista dos
Tribunais, 1982 página 1130:

MARCA - UTILIZAÇAO - DANO - CODIGO CIVIL, ARTIGO 159 - Para se reconhecer o


direito a indenização, necessário indique a inicial em que consistiram os prejuízos e que do
processo de conhecimento resulte que efetivamente se verificaram. Isso pode evidenciar-se,
tendo em vista o que comumente acontece, daí se retirando as possíveis inferências Inviável
éprescindir-se do dano ou profenr-se sentença condicional que determine a reparação de
danos caso, em liquidação, se apure que ocorreram. (STJ -RESP 115088- RJ 381 - ReI. Mm.
Eduardo Ribeiro - DJU 07.08.2000 -p. 00104)

PROPRIEDADE INDUSTRIAL - BUSCA E APREENSÃO DE BOLSAS


CONTRAFEITAS, DE GRIFE FAMOSA - CUJA IMITAÇÃO FRAUDULENTA FOI
COMPROVADA EM LAUDO PERICIAL - Diligência não acompanhada por dois peritos,
que não a invalida, poRém, foi interposto Agravo de Instrumento contra a decisão que
concedeu a liminar, sob aquela alegação, o qual foi desprovido. Submete-se a matéria hoje
àLei n0 9.279/96 (Propriedade Industrial), ao passo que o § 3º do art. 842 do CPC concerne
à violação de direito Autoral. Laudo pericial conclusivo da contrafação, não excluindo a
responsabilidade do vendedor a alegação, não comprovada, de que teria adquirido as bolsas
de terceiro, que alegou deter autorização para utilizar a marca. Em tema de propriedade
industrial, a indenização (arts. 208 e 210 da Lei n0 9.279/96) busca recompor danos sofridos
yeIo titular do direito por sua indevida utilização por outrem, inspirando-se nos princípios
que vedam o enriquecimento sem causa, a prescindir de verificação de culpa. Recurso
desprovido. (TJRJ - AC 13.573/99-7ª C.Cív. - ReI. Des. Luiz Roldão - J. 19.06.1999) (grifo
nosso)

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78

Sendo os meios de comunicação cada vez mais variados, mais modernos e eficientes, o
poder evocativo da marca, que depende da forma e intensidade de uso desses meios, pode
chegar a níveis muito interessantes. Pode-se fazer uma relação entre a intensidade do uso da
publicidade e o valor econômico da marca, segundo a qual quanto maior e melhor a
utilização dos meios de publicidade, maior o poder evocativo e atrativo de uma marca, e, por
conseqüência, maior o poder econômico representado por essa marca.16 Ora note-se que em
eventual apuração de danos causados em razão da utilização indevida, pela Ré, da marca
"RPC", de titularidade da Autora, deve-se levar em conta, além do período da prática do
ilícito, do apelo evocativo da marca ligado à tradicional Igreja Presbiteriana do Brasil, bem
como ao potencial de dano passível de ser ou ter sido causado a esta pela Ré.

Maitê Cecilia Fabbri Moro, Direito das Marcas, Editora Revista dos Tribunais, 2003, p. 44

TINOCO SOARES in Processo Civil nos Crime Contra a Propriedade Industrial leciona17:

E assim, sendo, no que diz respeito, particularmente à propriedade industrial, (...)


HUMBERTO THEODORO JUNIOR bem salienta, "a continuidade da contrafação e a
possibilidade da venda dos produtos irregularmente produzidos e marcados representam,
sem dúvida, situação de perigo sério de danos ao titular da propriedade industrial, que, como
tais, podem ser coibidos ou prevenidos por meio da atividade cautelar do juiz da causa.

No que se refere às MARCAS o mencionado autor assinala: "As ações cíveís relativas aos
registros de marcas são as seguintes: a) ação negatória para proibir o infrator da prática do
ato incriminado; b) ação de perdas e danos. Como dissemos no n.0 209, não querendo lançar
mão da ação penal para defesa de seus direitos, o titular do registro poderá intentar a ação
'negatória' facultada pelo art. 189 do Decreto Lei nº 7903/95. O uso desta ação, cumulada
com o pedido de perdas e danos (...)

Assim, para que se possa atribuir a efetividade processual buscada quando da propositura da
ação e afirmada nos diplomas legais aplicáveis à espécie, deverá o Magistrado determinar
providências que possam restaurar o desequilíbrio apontado na demanda.

Neste aspecto, explica JAMES MARINS18, secundando o ilustre jurista Nelson Nery
Júnior:

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79

"A aplicação dessas normas pelo magistrado poderá ter lugar quer em concessão de tutela
liminar satisfativa de direito19 [rectius, faticamente

José Carlos Tinoco Soares, Processo Civil nos crimes contra a Propriedade Industrial,
página 160

JAMES MARINS, Responsabilidade da empresa pelo fato do produto, RT, São Paulo, 1991,
p. 54-55.

Fazendo-se um paralelo com as disposições contidas no Código de Defesa do Consumidor,


nota-se o que prescreve a norma legal:

"Art. 84. - Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer,
o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem
o resultado prático equivalente ao do adimplemento. § 1ª - A conversão da obrigação em
perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela
específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. § 2º - A indenização por
perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287 do Código de Processo Civil). § 3º -
Sendo relevante o fundamento da demanda e avendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia,
citado o réu. § 4º - O juiz poderá, na hipótese do parágrafo terceiro ou na sentença, impor
multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatíve
com a obrigação, fixando prazo razoável para cumprimento do preceito. § 5º - Para a tutela
específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as
medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas,
desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força
policial."

Satisfativa], quer em sentença final, cabendo-lhe, determinar através de decisão


determinativa, de conteúdo constitutivo-integrattvo e mandamental as modificações
contratuais que julgar necessárias para o estabelecimento, ou a reconstituição, da igualdade
da contratação, primitivamente inexistente ou de ocorrência ulterior, colimando a obtenção
de avença isônoma.

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80

Uma das maiores alterações ocorridas na reforma do Código de Processo Civil Brasileiro
certamente diz respeito à possibilidade da antecipação da tutela pretendida em juízo.

CÂNDIDO RANGEL DINAMARCO 20, ao comentear este assunto assevera que:

"O novo art. 273 do Código de Processo Civil , ao instituir de modo explícito e generalizado
a antecipação dos efeitos da tutela pretendida, veio com o objetivo de ser uma arma
poderosissima contra os males corrosivos do tempo no processo. [...] A técnica engendrada
pelo novo art. 273 consiste em oferecer rapidamente a quem veio ao processo pedir
determinada solução para a situação que descreve, precisamente aquela solução que ele veio
ao processo pedir. Não se trata de obter medida que impeça o perecimento do direito, ou que
assegure ao titular a possibilidade de exercê-lo no futuro. A medida antecípatóría conceder-
lhe-á o exercício do próprio direito afirmado pelo autor." (grifo nosso)

Estabelece o artigo 271 do Código de Processo Civil:

"Ad. 271. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos
da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da
verossimílhança da alegação e:1- haja fundado receio de dano irreparável ao de difícil
reparação; ou li - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito
protela tório do Réu."

Assim, por estas razões de fato e de direito, não resta outra altern iva a Autora senão buscar,
através do presente pedido de tutela antecipada, provimento judici que determine a proibição
de que a Ré se utilize da marca "RPC", de titularidade da Auto , em qualquer meio de
comunicação para divulgação de documentos, impressos, notícias, dentre outros
documentos, sob pena de multa diária não inferior a R$50.000,00 (cinqüenta mil reais),
COMO FORMA DE ANTECIPAÇÃO PARCIAL DA TUTELA PRETENDIDA,
AMENIZANDO, DESSA FORMA, OS PREJUÍZOS A QUE JÁ ESTÁ EXPOSTA A
AUTORA EM FUNÇÃO DA UTILIZAÇÃO INDEVIDA DA MARCA "RPC" DE SUA
TITULARIDADE, SEM AUTORIZAÇÃO, ISTO TUDO EM RAZAO DA TRADIÇÃO
DA IPB, DOS DIREITOS ENVOLVIDOS - DENTRE ELES, O DIREITO DE
DISSEMINAÇÃO DA RELIGIÃO E LIBERDADE DE CREDO - E A POSSIBILIDADE
DE DANO IRREPARAVEL JÁ CAUSADO À IGREJA PRESBITERIANA E SEUS FIEIS

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QUE PODE VIR A SER MAJORADO COM A INDEVIDA UTILIZAÇÃO DA MARCA


QUE A IDENTIFICA.

Assim sendo, impõe-se a imediata concessão de ANTECIPAÇÃO PARCIAL DE TUTELA,


pelos motivos já elencados, estando presentes os requisitos para o seu deferimento:

a)que haja requerimento da parte - no caso em exame, não há dúvida de que o requerimento
é o presente pedido;

b)existência de prova inequívoca - como prova apresenta-se o documento de concessão da


marca "........." à Autora pelo Instituto da Propriedade Industrial, cuja vigência iniciou-se em
...............

c)verossimílhança da alegação - que diz respeito ao grau de probabilidade dos motivos


elencados pela Autora e também não pode restar dúvidas quanto a existência de
verossimilhança da alegação, haja vista o expendido na presente peça, principalmente em
relação às questões de direito invocadas, documentos probatórios anexados e ainda a troca
de correspondências realizada entre as partes, o que demonstra mais do que a
probabilidade dos motivos invocados pela Autora, a certeza do direito ferido de morte.

d)fundado receio de dano frreparável ou de difícil reparação - também demonstrado de


forma satisfatória com os documentos em anexo, principalmente no que refere à
possibilidade de confusão que pode causar à comunidade presbiteriana e sociedade brasileira
como um todo, a veiculação de programas e documentos televisivos (ressalte-se que a partir
do

A reforma do código de processo civil 2ª ed. 1995, pp.138/139.

início deste ano, a Autora entrará no ar com um programa na TV Bandeirantes, cuja marca
"............" será amplamente divulgada - o que já é corrente - e notadamente é igual à marca
utilizada pelo Grupo ......... em programas veiculados no canal da................), sendo que a
Autora certamente amargará sérios prejuízos materiais e, principalmente, morais, com abalo
de sua imagem, já tão difundida e respeitada.

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Assim, vislumbra-se como aspecto relevante a ser sopesado, o impacto social que
certamente ocorrerá se frustrada a presente medida.

e)possibilidade de reversão do provimento antecipado - a reversibilidade do provimento de


antecipação é perfeitamente constatada, uma vez que a tutela pleiteada nada mais representa
do que a segurança de efetiva execução da futura sentença. Ou seja, a indenização que
fatalmente será imposta à Ré por meio da presente ação será menos grave se as
conseqüências das ilegalidades perpetradas pela mesma forem afastadas já de plano com a
proibição de utilização indevida da marca pela Ré. Em caso de reversão do provimento
antecipado, verifica-se que o material publicitário que vem sendo utilizado pela Ré com a
insígnia "............", do que busca-se abstenção nesta prática, pode voltar a ser veiculado,
importando na possibilidade de retorno ao status quo ante em qualquer fase processual.

Assim, inexiste qualquer risco de dano para a Ré com a concessão da medida pleiteada, ao
contrário, ela estará da mesma forma garantindo sua posição e público-alvo nos meios de
comunicação. o que é de seu interesse, haia vista os vultuosos investimentos que realiza
constantemente na área de telecomunicações. Ressaltando-se que o provimento antecipado,
uma vez concedido, virá somente a diminuir a indenização que fatalmente será imposta à Ré
pela inconteste utilízacão indevida da marca de títularídade da Autora.

Deixe-se claro eu nesta ação a Autora não objetiva simplesmente a satisfação financeira que
certamente advirá com o pedido de reparação de danos, mas sim, primordialmente pretende
a .......... resguardar seu direito patrimonial de utilização da marca "RPC" com exclusividade,
evitando, desta foma, a continuidade da prática do ato ilícito que lhe traz diariamente
prejuízos e difícil incerteza reparação.

Com relação à necessidade de concessão da antecipação de tutela, note-se o julgado ora


colacionado:

"AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO INDENIZATORIA COM PRECEITO


COMINATORIO - MARCA REGISTRADA HÁ MUITOS ANOS - PAGINAS
AMARELAS - Nome muito conhecido dos consumidores. Insistência pelas empresas-
agravadas de utilização de nome parecido. Manifesta possibilidade de confundir o
consumidor. Comprovação, de pronto, da verossimilhança do alegado e da possibilidade da
dano de difícil reparação. lnteligênicia do artigo 273, 1, do Código de Processo Civil.

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Antecipação da tutela deferida. Recurso provido. (IJSP - AI 132.790-4 -8º CDPriv. - Rela
Desa Zélia Maria Antunes Alves - J. 26.04.2000) (grifo nosso)

A urgência no pleito antecipatório visa resguardar os interesses da Autora e se funda no


receio de dano, que é patente, caso não seja obrigada desde já a Ré a se abster de utilizar a
marca "RPC", de titularidade da Autora, haia vista a iminência da maciça veiculação do
programa de televisão divulgado ~eIa Autora (e pela lgreia Presbiteriana Brasileira), na
BAND, canal bastante popular, o aue pode acarretar a confusão, por parte da comunidade
presbiteriana, acerca dos reais dirigentes de tais programas e/ou conteúdo divulgado.

Quanto à condenação final da Ré por perdas e danos, por óbvio nota-se que não busca a
Autora enriquecer ilicitamente às custas daquela, haja vista a reputação e idoneidade da IPB
e a antecedência com que vem se utilizando de programas televisivos para divulgação da
Rede Presbiteriana de Comunicação, órgão oficial de comunicação da IPB. Busca tão
somente ser ressarcida pelos danos que lhe foram causados pela utilização indevida da
marca da qual é detentora, sendo que em inúmeras comunicações a Ré teve ciência de tal ato
ilícito.

Desta forma, se não for concedida a medida cautelar nesta peça pleiteada (o que não se
espera), fatalmente e inevitavelmente a Autora terá abalada sua integrídade moral,
dilapidando-se, via de conseqüência, seu patrimônio maior, qual seja, a crença dos fiéis e a
tradição da Igreja Presbiteriana Brasileira que a perseguem.

III- DOS PEDIDOS

ISTO POSTO,à luz destas considerações, a Autora reguer à Vossa Autora Excelência que:

a)receba a presente com os documentos que a acompanham, sendo concedida liminarmente


a ANTECIPAÇÃO PARCIAL DE TUTELA pretendida, nos termos da presente peça, isto é,
que seja determinado que a Ré se abstenha de utilizar a marca "RPC", de titularidade
inconteste da Autora, conforme anexo certificado expedido em ......... pelo INPI, em
qualquer programa, informe publicitário e/ou a veicular qualquer material ou documento que
contenha a marca "RPC", enquanto perdurar a presente ação;

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b) a fim de se assegurar o resultado prático da medida ora pleiteada, seja, em caso de


descumpnmento da ordem desse D. Juízo, a aplicação de multa diária em valor não inferior a
R$........, para que a Ré sinta-se desistimulada a permanecer se utilizando indevidamente da
marca "RPC", de titularidade da Autora, considerando-se ainda sua favorável situação
econômico-financeira;
c) seja citada a Ré pelo correio, com aviso de recebimento, nos termos do art. 221, 1, do
Código de Processo Civil para, querendo, apresentar defesa aos termos da presente
demanda, sob pena de revelia;
d) quanto ao mérito, seja definitivamente proibida a utilização da marca "......" pela Ré, por
qualquer meio, de qualquer forma, com a conseqüente recolhimento de materiais que
contenham tal expressão e já estejam em circulação, e seja apurado o quantum indenizatório
devido à Autora em razão da utilização indevida da marca de sua titulandade, a partir de
outubro de 2003, tendo-se por base o nível de divulgação da marca realizada pela Ré, o porte
da mesma e a natureza e finalidade da Autora com relação à divulgação da marca em
questão;
e)a produção de todo tipo de prova em direito admitida, além da prova documental que
apresenta-se em anexo;
f) ao final seja julgada procedente a presente demanda e seja a Ré coagida a se abster de
utilizar indevidamente a marca ".......", e obrigada ao pagamento de indenização à Autora,
em valor a ser arbitrado pelo Juízo, em razão da utilização indevida da marca sem
autorização desta;
g) seja guldado procedente o presente pedido em sua totalidade, devendo ser condenada a
Ré ao pagamento dos ônus de sucumbência, em especial, custas e honorários advocatícios.

Dá-se à causa o valor de R$ .....

Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

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14. Ação de Indenização por Danos Morais

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....

FULANO DE TAL, brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de .....,


portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante
procurador(a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº
....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS

em face de

....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e
do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade .....,
Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

I- DOS FATOS

Em ......, o REQUERENTE, proprietário da Fazenda ......, executava uma vistoria rotineira


em sua plantação de hortaliças que estava em época de colheita, e também em suas
demarcações territoriais que garantem a divisão entre a sua propriedade e a do
REQUERIDO.

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Durante a referida vistoria, o REQUERENTE constatou que um touro, devidamente


distinguido com a marca da propriedade do REQUERIDO, derrubou a cerca divisória que
fora construída pelo REQUERENTE e invadiu sua propriedade, destruindo assim parte da
plantação.

Ocorre, que ao ser chamado em uma conversa para realizar o conserto da cerca e também
para recompor os prejuízos, o REQUERIDO disse que nada devia ao REQUERENTE,
alegando ainda, que acidentes acontecem e que tudo não passava de uma fatalidade.

E foi movido por um instinto de justiça, que o REQUERENTE decidiu buscar a justa
indenização pelos danos causados à sua propriedade e também pelo lucro não obtido devido
à destruição de sua plantação, pois, não é demasiado anotar-se, o fato ocorreu justamente na
época de colheita, o que lhe ocasionou um prejuízo considerável.

II- DO DIREITO

1. Do ato ilícito

Diante dos fatos acima narrados, pode-se constatar que o requerido praticou um ato ilícito,
uma vez que em sendo o responsável pelo animal, deveria despender alguns cuidados
necessários à sua criação, para não causar nenhum dano a outrem.

Dessa forma, pode-se dizer que o REQUERIDO foi omisso no cuidado de seu gado, o que
acabou por gerar o dano ao REQUERENTE. Esta conduta nos remete ao seu enquadramento
em uma previsão legal, qual seja, artigo 186 do Código Civil de 2002:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

2. Da obrigação de indenizar

Desta feita, restando plenamente configurado o ato ilícito e sendo inconteste a


responsabilidade do REQUERIDO, revela-se de suma importância anotar-se as disposições
do Código Civil, no que respeita à obrigação de indenizar:

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“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”

3. Da responsabilidade civil

A responsabilidade pelos atos praticados por animal recai indubitavelmente sobre seu dono,
respeitadas as devidas exceções que o próprio Código Civil fez questão de elencar. Neste
sentido, o artigo 936 do código supra-citado profere o seguinte:

“Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar
culpa da vítima ou força maior.”

A doutrina pátria concorda que independente de culpa, o dono ou possuidor de um animal


que cause danos a um terceiro está obrigado a indenizá-lo pelos prejuízos patrimoniais e
morais sofridos. Esta é a regra geral aplicável, que contudo, depende da verificação de um
requisito fundamental: para que haja a obrigação de reparar ou indenizar é necessário que os
danos causados pelo animal tenham sido conseqüência da conduta de seu dono, como
ocorrido no presente caso narrado.

4. Da culpa in vigilando

Ficou faticamente claro, que o REQUERIDO incorreu no mínimo em culpa, pois não
obstante a obrigação de manter o devido cuidado sobre o rebanho de sua propriedade.
verificou-se o inafastável descumprimento de seus deveres, pois, o touro que tinha o sinal de
sua Fazenda adentrou em propriedade alheia, sem o seu conhecimento.

Destarte, fica evidenciada a culpa in vigilando do REQUERIDO, pois ele deveria ter sob
seus cuidados o animal que lhe pertence. Assim, os doutrinadores têm entendido que a
responsabilidade é do dono do animal, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos que o
animal venha a causar.

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5. Do dano patrimonial

Diante dos fatos anteriormente expostos, não existem dúvidas quanto ao prejuízo causado ao
REQUERENTE uma vez que teve uma parcela considerável de sua plantação destruída pelo
animal.

É importante assinalar, que toda a plantação do REQUERENTE destinava-se ao comércio,


para garantir o sustento familiar, e que devido à destruição da metade de sua produção, o
REQUERENTE não obteve os lucros que seriam provenientes da venda das hortaliças.

A partir do momento em que resta configurado o dano, pode-se buscar o seu devido reparo,
nos termos de nossa legislação que resguarda os direitos de quem se viu lesado e deseja
recompor seu patrimônio, consoante se vislumbra especificamente no artigo 402 do Código
Civil de 2002, que diz:

“Art. 402 Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de
lucrar.”

Destarte, cabe ressaltar que o REQUERENTE não mais terá condições de reerguer sua
plantação, pois o dano sofrido comprometeu sua fonte de renda, e parte do montante que
deixou de lucrar com a venda das hortaliças destruídas seria destinado à manutenção de toda
a produção.

6. Da indenização

Neste ínterim, há de se anotar ainda as disposições concernentes à mensuração da


indenização:

“Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.


Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano,
poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.”

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Assim, diante da impossibilidade do REQUERENTE continuar a manutenção da produção,


devido ao estrago causado pelo animal pertencente ao REQUERIDO, nada mais justo do que
a devida indenização para que possa se reestruturar.

Desta feita, cumpre salientar, que o REQUERENTE deve ser indenizado nos termos do
artigo supracitado, eis que a condição em que se encontra se enquadra perfeitamente na
intelecção do mesmo, cabendo ao REQUERIDO, conforme explanado anteriormente,
responder pelos danos causados por seu animal.

Por todo o exposto, evidente que o REQUERENTE sofreu diversos prejuízos de ordem
material, haja vista que se viu compelido a pagar o conserto da cerca divisória no valor de
R$ ......(valor expresso) para evitar que outros animais destruíssem o restante da produção.
Cabe ainda ressaltar, que o montante a ser investido na parte destruída da plantação para
reiniciar os trabalhos chega ao valor de R$ ...... (valor expresso), valor este atualizado de
acordo com os reajustes dos insumos necessários, e levando em consideração o prazo
mínimo de ...... meses para que as hortaliças estejam prontas para serem comercializadas.
Ademais, há de se considerar, ainda, o lucro que o REQUERENTE obteria com a venda da
produção, estimado em R$ ...... (valor expresso), consoante ganhos das colheitas anteriores,
documentos comprobatórios em anexo.

Destarte, não é demasiado anotar, que os danos materiais sofridos pelo REQUERENTE
perfazem o montante de R$ ...... (valor expresso).

7. Da Jurisprudência

Pode-se constatar, que o entendimento dos tribunais acerca da responsabilização do dono do


animal pelos danos que este venha a causar tem sido no sentido de que, se o dono do animal
não provar a incidência de alguma das causas excludentes da responsabilidade, previstas no
artigo 936 do Código Civil, responderá pelo dano causado, como se pode verificar no caso
concreto e nas decisões a seguir transcritas:

(TJGO - 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás. - Apelação Cível nº. 70.826-
4/188. – RELATOR: Desembargador João Ubaldo Ferreira.) EMENTA: “Apelação Cível.
Ação ordinária de ressarcimento por perdas e danos-reconvenção. Danos causados por
animais. Responsabilidade do proprietário que não provou uma das causas legais

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excludentes. 1. O artigo 1.527, do antigo Código Civil, estabelece a presunção juris tantum
de responsabilidade do dono do animal, mas permitindo ao dono mesmo que se exonere da
responsabilidade, provando que o guardava com o cuidado preciso, ou alguma outra
excludente, daquelas referidas no supracitado artigo. 2. Se o réu não prova uma das causas
legais excludentes da obrigação de indenizar, responde pelos danos que animais seus
causarem ao vizinho. 3. Não restou comprovado nos autos que o requerente/apelado desse
causa a que os animais bovinos adentrassem à lavoura. 4. O apelante/reconvinte não fez
prova do fato constitutivo de seu direito de que teria sido contratado o pagamento do preço
de 10% (dez por cento) da produção da lavoura do arrendatário/apelado no 2º (segundo) ano
do arrendamento. Apelo conhecido e improvido”. (Informa Jurídico. Ed. 32. Vol. I. Prolink
Publicações).“TJRJ - Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro - Acórdão: AC 8208/96 -
Registro: 060398 - Código: 96.001.08208 - Câmara: 1ª C.Cív. - Relator: Des. Marlan
Marinho - Data de Julgamento: J. 11/11/1997

Ementa:
RESPONSABILIDADE CIVIL DE PROPRIETÁRIO DE ANIMAL - LESÕES -
CAUSADAS POR MORDIDA DE CÃO FEROZ - RESSARCIMENTO DOS DANOS -
ART. 1527 - CC - RESPONSABILIDADE CIVIL - FATO DE ANIMAIS - CULPA
PRESUMIDA - Na responsabilidade por fato de animais, o dono ou detentor deles, só se
eximirá de culpa se comprovar existir, no caso, quaisquer das circunstancias previstas no
Art. 1 - 527, do Código Civil. Recurso improvido. (TJRJ - AC 8208/96 - Reg. 060398 - Cód.
96.001.08208 - 1ª C.Cív. - Rel. Des. Marlan Marinho - J. 11.11.1997)” (Informa Jurídico.
Vol. I. Ed. 32. Prolink Publicações). “2TAC-SP - 2º Tribunal de Alçada Civil de São Paulo -
Recurso: Ap. s/ Rev. 616.987-00/6 - Câmara: 4ª Câm. - Relator: Juiz MOURA RIBEIRO -
Data: J. 9/10/2001 `in` JTA (LEX) 192/716

Ementa:
1735 - RCI 66
RESPONSABILIDADE CIVIL - INDENIZAÇÃO - DANOS EM PRÉDIO RÚSTICO -
INVASÃO DE ANIMAL EM PROPRIEDADE VIZINHA - CULPA PRESUMIDA DO
DONO DO GADO - PROVA CONTRÁRIA A ELE CARREADA - EXEGESE DO
ARTIGO 1527 DO CÓDIGO CIVIL Para os fins do artigo 1527, do Código Civil, cabe ao
dono do animal provar que o guardava e vigiava com o cuidado necessário.” E2(Informa
Jurídico. Vol. I. Ed. 32. Prolink Publicações).

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Assim, de acordo com os fatos narrados e com as decisões acima explicitadas, percebe-se
que o ato ilícito foi provocado pela negligência do REQUERIDO no que pertine aos
cuidados com o animal, não sendo resultado de nenhuma das hipóteses que poderiam eximi-
lo de culpa, pois não restaram configuradas nem a culpa exclusiva do REQUERENTE e nem
a força maior.

III- DOS PEDIDOS

Diante de todos os fatos e fundamentos anteriormente dispostos, REQUER:

I - A citação do REQUERIDO para, querendo, apresentar defesa sob pena de serem


reputados como verdadeiros os fatos ora alegados, nos termos do art. 285 e 319 do Código
de Processo Civil;

II – Seja julgada procedente a presente Ação de Reparação por danos Materiais, em razão do
prejuízo causado pelo animal que invadiu a propriedade do REQUERENTE, condenando-se
o REQUERIDO ao pagamento de uma indenização pelos danos causados na esfera
patrimonial, no valor total de R$ ...... (valor expresso), referente à destruição da plantação,
estimada em R$ ...... (valor expresso), mais o montante de R$ ...... (valor expresso), relativo
ao que deixou de auferir, além do valor de R$ ...... (valor expresso), gasto com a
reconstrução da cerca.

III – Seja o REQUERIDO condenado a pagar as despesas, custas e honorários advocatícios


no montante de 20% do valor da causa.
Pretende provar o alegado mediante prova documental, testemunhal e demais meios de
prova em Direito admitidos, nos termos do art. 332 do Código de Processo Civil.

Dá-se à causa o valor de ......


Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]

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