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PRÁTICA DE
DIREITO
CIVIL
2
Uma boa estratégia é focar naquilo que mais caiu ao longo do tempo (Ações
Indenizatórias; Apelação; Agravo de Instrumento; Cautelares e Ações Possessórias).
Atenção para a quantidade de vezes que as referidas peças caíram nos Exames da
Ordem:
Apelação……......................................................................................................…… 14
Possessórias……......................................................................................................... 13
AI….....................................................................................................……………… 12
Indenizatória…........................................................................................................…. 12
Cautelares......................................................................................................................12
Monitória……........................................................................................................…… 5
Execução………............................................................................................................. 3
Contestação…...........................................................................................................….. 3
Revisional de Aluguel......................................................................................................3
Embargos de Terceiro .................................................................................................... 2
Consignação em Pagamento............................................................................................2
Ação de Alimentos .........................................................................................................2
SUMÁRIO
1. Apelação……......................................................................................................…… 4
3. Agravo de Instrumento........................................................................……………… 15
4. Indenizatória…..........................................................................................................…. 21
5. Cautelares.........................................................................................................................27
6. Monitória…….........................................................................................................….... 30
7. Execução………..........................................................................................................…34
8. Contestação…............................................................................................................….. 38
9. Revisional de Aluguel.......................................................................................................45
1. Apelação
RECURSO DE APELAÇÃO
(local e data)
Advogado (nome)
OAB n.°
RECORRENTE: (...)
RECORRIDO: (...)
I - DOS FATOS
II - DAS PRELIMINARES
Primeiramente, como se deflui do Memorial de fls. .... "usque" ...., a autora ajuizou
processo sumário de indenização sem, contudo, valorar os alegados prejuízos sofridos com
base na sentença homologatória transitada em julgado proferida nos autos de AÇÃO DE
VISTORIA "AD PERPETUAM REI MEMORIAM".
Urge ressaltar que, na peça inaugural, a autora aduziu ser credora de uma legado
prejuízo apurado em laudo pericial, de responsabilidade da requerida e homologado pela r.
sentença que transitou em julgado nos autos de VISTORIA AD PERPETUAM "REI
MEMORIAM", em apenso, mas constatamos, com uma simples análise perfunctória, que a
mesma não menciona os fatos onde estriba sua causa de pedir.
Desta forma, verificamos a falta de enunciação do fato jurídico sobre o qual assenta
a pretensão da autora, eis que a mesma apenas diz ser credora da requerida sem sequer
mencionar qual a importância que alega ser devida nos autos de vistoria ad perpetuam rei
memoriam com arbitramento.
Ademais, não se pode argumentar, como fez a autora, que a sentença homologatória
de extinção do processo cautelar de vistoria reconheça ou constitua direitos e obrigações,
pois tem por escopo, unicamente, demonstrar uma verdade de um fato, e, uma vez feita tal
demonstração, a eficácia produzida é necessariamente perpétua.
b) DA INÉPCIA DA INICIAL
Diante do exposto, o processo mereceria sentença extinguindo o feito, nos termos do art.
267, inciso I e 295, parágrafo único, inciso III do CPC.
III - NO MÉRITO
IV - DA SENTENÇA RECORRIDA
A r. sentença, prolatada pelo MM. Juiz Singular, não reflete a realidade dos fatos,
eis que deixou de relatar alguns pontos fundamentais para o correto desfecho do feito.
Em seu laudo pericial, o Sr. Expert afirma que a madeira utilizada na construção da
casa era de má qualidade e, conforme a amostra utilizada pelo Sr. PERITO, fls. .... dos autos,
verifica-se que a mesma está deteriorada pelo LYCTUS, popularmente conhecido por
cupim.
Cumpre esclarecer que, a presente medida judicial somente foi ajuizada .... anos
após a entrega da casa construída pela ora apelante e, portanto, é patente que a autora
deveria ter demandado sobre a qualidade da obra imediatamente após o seu recebimento.
Desta forma, inexiste fundamento para que a apelada possa pleitear indenização
pela construção da casa de madeira, objeto do feito, uma vez que a mesma foi construída a
mais de .... anos, agravando-se, desta forma, o seu estado de conservação, devido a chuvas,
intempéries e desgastes decorrentes do seu uso.
Portanto, não pode ser considerado o Laudo apresentado pelo Sr. Expert, uma vez
que a casa foi construída há um grande lapso temporal, e assim o laudo pericial realizado
não condiz com o estado da obra quando da realização da sua entrega pela apelante, há ....
anos.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
com esteio nos artigo 1.210 e seguintes do Código Civil combinados com artigo 926 e
seguintes do Código de Processo Civil, em face dos FULANOS, brasileiros, residentes e
domiciliados na Rua ________, pelos razões de fato e de direito adiante expostas:
I - DOS FATOS
Em novembro de 2000, a autora veio a contrair matrimônio com José Luiz da Silva,
sob o Regime de Separação de Bens, conforme atesta a certidão de casamento em anexo.
Como forma de presentear a esposa, José Luiz da Silva decidiu reconstruir a casa que esta
possuía no terreno supramencionado. Assim, no decorrer do casamento, os cônjuges
empenharam-se na reforma da casa, passando a reconstruí-la com telhas e tijolos. Ressalta-
se que, durante esse período, o imóvel fora ocupado sem nenhum questionamento.
É de bom alvitre ressaltar que o esposo da requerente já possuía três filhos, a saber,
Maria do Amparo da Silva, Jose Augusto da Silva e Alexandre da Silva, requeridos na
presente ação.
Ocorre que o marido da autora foi acometido por uma grave doença pulmonar,
necessitando, portanto, ir ao médico regularmente, bem como se submeter a uma bateria
extensa de exames. Como o hospital onde este fazia o seu tratamento de saúde era muito
distante do imóvel em comento, o casal decidiu transferir-se, temporariamente, para a casa
dos filhos da promovente, frutos de outro relacionamento.
Sucede que, apesar de todos os esforços realizados para o tratamento da sua saúde,
o esposo da autora veio a falecer em 20 de maio de 2008, devido a problemas pulmonares,
conforme atesta a certidão de óbito em anexo. Aproveitando-se da situação, os filhos deste,
ora requeridos, invadiram o imóvel em questão, passando a nele residir, alegando serem
herdeiros do de cujus e impedindo a entrada da requerente, legítima possuidora, a qual
sequer foi dado o direito de, pelo menos, recolher os seus pertences.
Cumpre observar que o imóvel em litígio nunca foi registrado, mas consta, em
anexo, uma declaração emitida pela ASMID - Associação de Moradores da Vila Irma Dulce
que afirma ser a requerente a proprietária do terreno desde junho de 1998.
Inconformada com toda esta situação, não restou outra alternativa a autora senão a
busca da tutela jurisdicional para reaver a posse de seu imóvel, tendo em vista que as
tentativas de resolver o conflito amigavelmente restaram-se infrutíferas.
II - DO DIREITO
“Art.1196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno
ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”.
Para que alguém seja considerado possuidor de determinado bem, não é necessário
que exerça a posse direta sobre ele, sendo completamente aceitável que pratique somente
alguns dos poderes inerentes ao domínio. Portanto, no caso em tela, a autora é,
juridicamente, possuidora do aludido imóvel, posto que, apesar de passar algum tempo sem
o ocupar, podia dele dispor, tendo, por conseguinte, legitimidade para propor ação
possessória sempre que temer ou sofrer moléstia em sua posse.
requerente, em virtude da morte do seu marido, para invadir ocultamente o seu imóvel, que
se encontrava desocupado.
A autora vem a Juízo, por meio da presente ação de reintegração de posse, pleitear
o direito de ser restituída na posse do imóvel em questão, em virtude de tê-la perdido
injustamente pela prática de atos clandestinos por parte dos requeridos, haja vista que, como
bem enfatiza a supracitada doutrinadora Maria Helena Diniz: “ação de reintegração de posse
é a movida pelo esbulhado, a fim de recuperar a posse perdida em razão de violência,
clandestinidade ou precariedade”.
Ressalta-se que as alegações dos requeridos de que ocupam o imóvel por serem
herdeiros do marido falecido da autora são insubsistentes, uma vez que o imóvel configura-
se num bem de propriedade exclusiva da autora, tendo em vista que o terreno foi adquirido
antes desta contrair matrimonio e a reconstrução da casa foi um presente de casamento
dado por seu falecido marido. Registre-se, por oportuno, que a requerente e seu ex-marido
eram casados em regime de separação obrigatória de bens, visto que este, na data do
enlace matrimonial possuía mais de 65 anos, não sendo legitimo nenhum argumento baseado
em suposta meação.
Pelo exposto acima, afigura-se clarividente que a requerente está sofrendo esbulho
na posse do aludido imóvel configurado na conduta ilícita por parte dos requeridos.
Como foi exposto, a requerente apresenta todos os requisitos legais para propositura
da ação, ficando evidente a posse injusta e de má-fé dos réus.
Ademais, trata-se o caso em questão de ação de força nova, pois o esbulho foi
praticado depois da morte do marido da requerente, ocorrida em maio de 2008, datando,
portanto, de menos de ano e dia. Desta forma, é cabível e necessária a concessão da liminar.
IV - DO PEDIDO
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
3. Agravo de Instrumento
AGRAVO DE INSTRUMENTO
da decisão do Exmo. Sr. Dr. ...., DD. Juiz de Direito em exercício na ....ª Vara Cível da
Comarca de ...., que indeferiu prova pericial, nos autos ..... em que litiga com (...), brasileiro
(a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º .....,
residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., o que faz
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
COLENDA CORTE
EMÉRITOS JULGADORES
I- DOS FATOS
A Agravante, em meados do mês .......... de ....., ingressou com indenização por ato Ilícito
contra a empresa ..............................., em virtude do acidente ocorrido com ônibus de sua
propriedade com graves ferimentos e seqüelas na pessoa da Agravante.
Recebida a inicial, o MM. Juiz "a quo" designou audiência inicial conciliatória para
..../..../...., às .......... horas.
Citada a empresa denunciada, a mesma apresentou defesa escrita com prazo para defesa de
...... dias, eis que o "AR" foi juntado em ..../..../.... e a defesa protocolada em ..../..../......
Na segunda audiência designada, o Meritíssimo Juiz "a quo" proferiu a seguinte decisão que
ora agravamos:
"Embora tenha neste ato manifestado interesse na produção da prova pericial, tenho de
indeferi-la porque não cumprido o que determina o art. 276 do CPC. Defiro assim somente a
produção de provas orais bem como a expedição de ofício requerida pela ré no item e de fls.
..... Para audiência de instrução e julgamento designo o dia ..... de ............ de ......, às ......
horas. Da data designada saem intimados os presentes, feita as partes a advertência de que
devem comparecer para depor sob pena de confissão. Intime-se as testemunhas já arroladas.
Manifestando neste ato a autora que não têm interesse no depoimentos pessoais da ré e da
litisdenunciada, fica dispensada a presença de seus representantes na audiência designada".
Nada mais havendo para ser consignado, determinou o MM. Juiz que encerrasse o presente
termo que vai devidamente assinado. Eu ........................... funcionária juramentada, digitei e
subscrevi.
Observe, Ínclito julgador que o cerne da presente questão é saber se o feito foi recebido no
rito sumário ou ordinário, tendo em vista que a defesa foi apresentado no prazo de .... dias,
ou seja, no rito ordinário.
Por outro lado, o processo foi desmembrado em três audiências, sendo duas já realizadas e a
terceira designada para doze meses depois, o que contraria o dispositivo sumário.
É de observar ainda, que na primeira audiência houve denunciação da lide à uma terceira Ré,
que por si só caracteriza o rito ordinário, conforme entendimento da mesma ao apresentar
sua defesa escrita no prazo ordinário, ...... (...........) dias.
Ademais, o próprio Juiz "a quo" ao abrir prazo para as partes especificar as provas que
pretendem produzir após a realização da primeira audiência com a segunda já designada já
evidencia o principio de admissibilidade do rito ordinário.
II- DO DIREITO
Por outro lado é sabido e notório, inclusive em Simpósio sobre a aplicação prática do novo
Código de Processo Civil, noticia a grande perplexidade reinante no que toca à prática do
procedimento sumaríssimo, tanto que a muitos parecia que a prova pericial era com ele
incompatível diante da exiguidade do prazo e da celeridade do rito.
9099128 JCPC. 280 JCPC. 277 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO SUMÁRIA DE INDENIZAÇÃO
POR ACIDENTE DE TRANSITO - Reconhecimento, pelo Réu, da sua culpabilidade no sinistro, declarando
não ter condições financeiras de responder pelos danos causados, motivo pelo qual mantinha contrato de
seguro de responsabilidade civil. Indeferimento pelo juiz a quo, sob o fundamento de ser incabível a
denunciação no procedimento sumário, conforme dispõe o artigo 280, I, do Código de Processo Civil.
Requerimento de conversão do rito sumário para o ordinário. Preliminar de ilegitimidade do agravante para
recorrer. Rejeição. interesse processual do autor da lide na instauração da lide secundária. Autorização legal
para que o juiz, se for o caso, determine a conversão do procedimento sumário em ordinário (CPC, ART. 277,
§ 4º). Possibilidade de denunciação da lide à seguradora do agravado, tal como por ele Requerido com a
anuência do agravante, eis que dela não decorrerá qualquer prejuízo para as partes ou para a denunciada.
Recurso provido (maioria). "A concepção moderna do processo, como instrumento da realização da justiça,
repudia o excesso de formalismo, que culmina por inviabilizá-la (STJ. 4ª. Turma, Resp 15.713 - MG, rel. Min.
Sálvio de Figueiredo, j. 4.12.91, deram provimento, v.u., DJU 24.2.92, p. 1.876)", THEOTONIO NEGRÃO,
"Código de Processo Civil e Legislação Processual em Vigor", Saraiva, 31ª ed., §. 301. (TAPR - AI 0161657-3
- 1ª C.Cív. - Rel. Juiz Mario Rau - DJPR 02.02.2001).
9099605 JCPC.70 JCPC. 70.I JCPC.70.II JCCB.1116 JCPC.180 JCPC. 180.I JCPC.280 JCCB.1107 -
AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - DENUNCIAÇÃO DA LIDE -
VIABILIDADE - INTELIGÊNCIA DOS INCISOS I E II, DO ART. 70, DO CPC - DIREITO DE EVICÇÃO
(ART. 1116, DO CÓD. CIVIL) - PROCEDIMENTO ESPECIAL - INAPLICABILIDADE DA VEDAÇÃO
CONTIDA NO ART. 180, I, DO CPC - PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL NÃO ATINGIDO -
AGRAVO CONHECIDO E IMPROVIDO - A denunciação da lide é modalidade de intervenção de terceiros
que têm o escopo de permitir o julgamento simultâneo da ação movida pelos lesados contra o principal
responsável e, a este, o exercício imediato do direito de regresso contra o responsável direto. Não obstante o
valor atribuído à causa, determinada a citação do Requerido nos autos de Ação de Reintegração de Posse, estes
seguem o rito ordinário ao qual não se estende à vedação contida no art. 280, I, do CPC, quanto a denunciação
da lide. O agravado têm a seu favor a garantia contra evicção contratos onerosos, ensejando a denunciação da
lide do transmitente da posse. (TAPR - AICív. 0174021-8 - (12807) - 6ª C.Cív. - Relª Juíza Anny Mary Kuss -
DJPR 01.02.2002)
9099605 JCPC.70 JCPC.70.I JCPC.70.II JCCB.1116 JCPC.180 JCPC.180.I JCPC.280 JCCB.1107 - AGRAVO
DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - DENUNCIAÇÃO DA LIDE -
VIABILIDADE - INTELIGÊNCIA DOS INCISOS I E II, DO ART. 70, DO CPC - DIREITO DE EVICÇÃO
(ART. 1116, DO CÓD. CIVIL) - PROCEDIMENTO ESPECIAL - INAPLICABILIDADE DA VEDAÇÃO
CONTIDA NO ART. 180, I, DO CPC - PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL NÃO ATINGIDO -
AGRAVO CONHECIDO E IMPROVIDO - A denunciação da lide é modalidade de intervenção de terceiros
que têm o escopo de permitir o julgamento responsável e, a este, o exercício imediato do direito de regresso
contra o responsável direto. Não obstante o valor atribuído à causa, determinada a citação do Requerido nos
autos de Ação de Reintegração de Posse, estes seguem o rito ordinário ao qual não se estende à vedação
contida no art. 280, I, do CPC, quanto a denunciação da lide. O agravado têm a seu favor a garantia contra
evicção (art. 1107, do Código Civil) que abrange também a posse derivada de contratos onerosos, ensejando a
denunciação da lide de transmitente da posse. (TAPR - AICív. 0174021-8 - (12807) - 6ª C.Cív. - Relª Juíza
Anny Mary Kuss - DJPR 01.02.2002).
Por estas razões, Excelentíssimo Sr. Relator, é que pede o Agravante seja concedido
liminarmente o efeito suspensivo ao Agravo, diante do evidente equivoco do MM. Juiz "a
quo" ao indeferir a prova pericial que objetiva apurar a extensão dos danos físicos causado
na pessoa da Agravante. Concedido o efeito suspensivo postulado, requer-se, a final, a sua
confirmação, juntamente com o provimento do Agravo.
Destarte, confiando na Alta Sabedoria que detêm os Distintos Membros dessa E. Corte de
Justiça, espera a Agravante seja dado PROVIMENTO ao presente agravo de instrumento
interposto para o fim de ser deferida a prova pericial na pessoa da Agravante, ainda que não
causara nenhum atraso ao andamento do feito considerando que a audiência de instrução e
julgamento foi designada para .... de ..... de ......, e por conseqüência seja reformado a r.
Decisão atacada.
Seja concedido o efeito suspensivo postulado, com a expedição de ofício ao Juízo singular.
A final seja confirmada a liminar porventura concedida pelo Exmo. Relator, paralelamente
ao julgamento de provimento total ao Agravo interposto, nos moldes do supra explanado,
caso o magistrado "a quo" não se valha da reconsideração do despacho, bem com a
intimação do Agravado, através de seus procuradores constituídos para querendo responder
no prazo legal.
Outrossim, informa que, no prazo e modo do disposto no novo dispositivo legal, procederá
ao requerimento de juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de
instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que
instruíram o recurso para que fique retido nos autos.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
4. Indenizatória
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....
em face de
n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato por seu (sua)
sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador
(a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I- DOS FATOS
Considerando-se, que esta circunstância não foi relatada por V. Sa. ao subscrever a proposta
de capital segurado, a indenização a ser procedida por esta Seguradora levará em conta o
capital segurado antes vigente, de R$ ........... por mês.
Tendo em vista os valores já pagos por esta Seguradora, que superou (sic) em muito o valor
efetivamente devido, segundo o critério antes exposto, aguardaremos, a concessão da alta
médica definitiva em razão do evento reclamado quando, então, promoveremos o encontro
de contas para se apurar eventual crédito, ou débito, desta Seguradora."
II- DO DIREITO
Para efeitos deste seguro, considera-se incapacidade temporária a perda da capacidade física
do Segurado de exercer atividade profissional, por período "temporário".
"Para o caso de parto, estarão cobertos 30 (trinta) dias de afastamento, após cumprida a
carência de 10 meses, contados a partir da data da inclusão da segurada na Apólice ou da
solicitação de aumento de capital à Seguradora."
Para arrematar os fatos: houve o parto de trigêmeos, em .../.../..., com sucesso, graças à
absoluta obediência da Autora às prescrições médicas, mormente a de repouso absoluto, por
longo período (doc. ...).
Daí poder-se extrair - como meritum causae, a partir da correta interpretação dos contratos -
o seguinte:
1) em nenhum momento foi indagado da segurada, quando ainda proponente, se ela estava
grávida, e isto inclui tanto a proposta original, quanto a extensiva do limite da renda, ambas,
afinal, aprovadas, inexistindo qualquer exigência contratual nesse sentido;
2) se tivesse sido indagado, admite-se como argumento, ainda assim não haveria nenhuma
cláusula impeditiva para a aceitação da proposta, pelo simples fato de haver gravidez já
iniciada. Ou seja - é absolutamente indiferente, para o contrato, se havia ou não gravidez,
pois tal não configuraria vício intrínseco à coisa segura, de modo a exonerar o segurador do
dever de indenizar (Novo Código Civil, art. 784);
3) a gravidez em si não configura incapacidade, a tanto provando ter a Autora exercido suas
atividades profissionais em período no qual já estava grávida;
6) ainda uma vez mais como mera forma de argumentar, se se considerar a gravidez como
evento prévio à segunda contratação, ela nunca seria - repete-se para reafirmar - o EVENTO
necessário e suficiente para caracterizar a incapacidade temporária, derivado tão-somente da
constatação médica dos riscos na continuidade do exercício profissional pela autora, quando
já avançada a gravidez;
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
5. Cautelar
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....
em face de
....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na Rua .....,
n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato por seu (sua)
sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador
(a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I- DOS FATOS
Na propriedade do Reqte. denominada Sítio São Luiz, nesta Cidade (doc. 02), existe, sobre o
córrego Águas Fundas, uma ponte com piso coberto de cascalho sustentada por pilares de
madeira (doc. 03); por se tratar de construção rústica, a capacidade de suportar carga é
pequena, de tal sorte que o Reqte teve o cuidado de colocar, bem visível, uma tabuleta,
indicando que a carga máxima permitida é de 2 (duas) toneladas (doc. 04). Ocorre que no
dia 05 do corrente mês e ano, um caminhão de propriedade da Reqda., marca SC, ano 1970,
cor azul, chapa 95, carregado de cana cortada, pesando mais de 10 (dez) toneladas, dirigido
por preposto da Reqda, para encurtar caminho, passou pela referida ponte. Em razão desse
fato, os pilares sofreram danificação, apresentando-se rachados, tendo ocorrido desnível na
ponte, havendo fundado receio de desabamento em virtude de danos sofridos. Em
conseqüência, há necessidade urgente de reparos ou refazimento.
II- DO DIREITO
Vejamos a AÇÃO A SER PROPOSTA, cpc, 801, III. (da lide e seu fundamento).
Pretende o Reqte. deduzir pedido condenatório para a Reqda, ressarcir os prejuízos que
causou em razão do ato praticado pelo seu preposto.
O direito que possui o Reqte. de manter íntegra a ponte, podendo por ele trafegar, encontra-
se ameaçado, em face do perigo iminente de desabamento, tantos foram os danos causados:
a verificação desses danos, será apurada em ação principal que será proposta, e, ante o
perigo de desabamento, poderá tornar-se difícil, senão impossível, sendo, portanto,
justificada a antecipação que ora se requer.
Pede-se que V. Exª se digne designar perito (cpc, art. 421), fixado dia e hora para a
diligência e prazo para a entrega do laudo (cpc, art. 427), condenada a Reqda a pagar as
despesas e verba honorária
art. 172, § 2º); e, concluído o exame, a permanência dos autos em cartório (cpc, art. 851).
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
6. Monitória
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....
AÇÃO MONITÓRIA
em face de
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e
do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade .....,
Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I - PRELIMINARMENTE
DA COMPETÊNCIA DE FORO
"O foro competente para julgar ação monitória com fundamento em título de crédito
prescrito é o do lugar onde a obrigação deve ser satisfeita (art. 100, IV, "d"), não incidindo a
regra do domicílio do réu (art. 94). Nesse sentido, quanto ao cheque prescrito: RT
782/286"(Nota 12b ao art. 1.102a in "Cód. De Proc. Civil e legisl. Proc. Em vigor" de
Theotônio Negrão, 35ª ed.)
Ocorre que esgotado o prazo avençado para o pagamento da dívida, o compromisso não foi
saldado, sob os mais variados pretextos. Baldados, também, todos os reforços envidados
pelo credor para receber o que lhe era devido em face das desculpas protelatórias oferecidas
pelo recalcitrante devedor. E tantos foram os adiamentos até que, em .... de ...... de .....,
sobreveio de forma inesperada a morte do autor do empréstimo, sem que conseguisse ver
quitado o débito.
Evidente que os cheques constituem prova escrita idônea do débito contraído, embora
destituídos da sua executividade por estarem prescritos, mas aptos a ensejarem a ação ora
manejada, em que se explicitou o negócio subjacente. Neste caso, sendo a relação de
natureza pessoal, - vale lembrar - a prescrição se dá no prazo de vinte anos (Ap. Cível nº
736.205-2 Ac. Da 3ª Câmara do TAC/SP).
Não obstante, deve-se anotar que a orientação atual dos julgados pertinentes resume-se nas
seguintes ementas:
III- DO DIREITO
De efeito, dispõe o artigo 1.102a do Código de Processo Civil: "A ação monitória compete a
quem pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de
soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou determinado bem móvel (art. Acrescentado
pela Lei nº 9079, de 14.07.1995)".
Na eventual configuração de uma das hipóteses levantadas no art. 1102c, invoca-se também
a sua compatível aplicação.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
7. Execução
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA (...) ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ......
baseada em título executivo extrajudicial, em face de ......, empresa inscrita no CNPJ/MF sob
o n.º ......., estabelecida na Rua ......., n.º ......., ......., pelas razões abaixo elencadas:
I- DOS FATOS
2- A fim de facilitar o pagamento, o débito supra citado foi dividido em 6 (seis) parcelas,
emitindo-se as notas promissórias abaixo elencadas, na importância de R$ 1.498,65 (um mil,
quatrocentos e noventa e oito reais e sessenta e cinco centavos), sendo que o vencimento da
3- Ocorre que as parcelas supra, que dizem respeito a dívida contraída através do termo de
confissão, assinado pelas partes e por duas testemunhas, não foram pagas nas datas
convencionadas para os seus respectivos vencimentos, sendo, posteriormente, levados a
protesto as notas promissórias de n.º 01/06, n.º 02/06, n.º 03/06 e 04/06, conforme seus
respectivos
instrumentos anexos, com exceção do instrumento de protesto da nota promissória n.º 03/06,
permanecendo, a Executada, inadimplente até a presente data.
PRINCIPAL
JUROS (0,5% a. m.) Documento Nº de meses Porcentagem Valor do Título Valor dos Juros
Termo de Confissão 35 17,50% R$ 10.245,92 R$ 1.793,04 Subtotal 2 R$ 1.793,04
II- DO DIREITO
O pedido da Exeqüente é fundamentado no art. 566, inciso I, combinado com o art. 585,
inciso II, ambos do Código de Processo Civil, por tratar-se de documento particular assinado
pelos representantes legais da empresa devedora e por duas testemunhas.
III- DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a citação do Executado para pagar ou nomear bens à penhora
suficientes para saldar o principal, mais atualização monetária, juros legais e despesas com
protesto, a importância de R$12.262,70 (doze mil, duzentos e sessenta e dois reais e setenta
centavos), mais honorários advocatícios, no prazo de tres dias, ou, nos termos do §1º., do art.
652, do Código de Processo Civil, não efetuado o pagamento, que o Senhor Oficial de
Justiça, devidamente munido da segunda via do mandado, proceda de imediato à penhora de
bens tantos quantos forem necessários para satisfazer integralmente a dívida.
Requer-se, a indicação, por parte do devedor, caso não pague a dívida, no prazo máximo de
cinco dias quais são e onde estão os bens passíveis de penhora, sob pena de ser cominado
multa legal de até 20% sobre o valor execução.
Por fim, requer os benefícios do art. 172, § 2º, do CPC, para as diligências do Sr. Oficial de
Justiça.
Protesta por todos os meios em direito admitidos, em especial os previstos no art. 136 do CC
e 332 do CPC.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de inscrição da OAB]
8. Contestação
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....
FULANA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º
....., com sede na Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada
neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional
da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., por intermédio de seu
advogado (a) e bastante procurador (a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório
profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe
notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência
apresentar
CONTESTAÇÃO
à ação de cobrança intentada por ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I- PRELIMINARMENTE
Conforme se observa dos autos, o Autor deixou de providenciar a juntada de seus atos
constitutivos, no caso, a ata da respectiva Assembléia Geral devidamente publicada em
periódico, o que acarreta na ausência de capacidade para praticar os atos do processo.
Este lapso impossibilita, inclusive, constatar se o outorgante da procuração de fls. .... detém,
efetivamente, poderes para praticar tal ato.
Portanto, nos termos do artigo 284 do Código de Processo Civil, é de se assinalar prazo para
a apresentação dos atos constitutivos do Autor, sob pena de extinção do processo sem
julgamento do mérito (CPC - art. 267, IV).
"O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo de 30
(trinta) dias, contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra os
endossantes e respectivos avalistas."
A se observar a duplicata acostada aos autos, verificar-se que a mesma ostenta data de
vencimento para ..../..../.... Pautado no comando legal acima transcrito, deveria ter o Autor
providenciado o protesto do título, impreterivelmente, até o dia ..../..../.... Não o fazendo,
perdeu o direito de regresso contra a Requerida, endossante da cambial.
Acerca do tema, RUBENS REQUIÃO já advertia que "No caso de protesto obrigatório, para
assegurar o direito de regresso, do portador contra os endossantes e respectivos avalistas, o
protesto deverá ser tirado dentro do prazo de trinta dias, contados da data do vencimento da
duplicata, sem o que aqueles, coobrigados, estarão liberados. O portador perderá, se não o
fizer, o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas." (in, Curso de
direito comercial. São Paulo: Ed. Saraiva, 19ª ed., 1993, p. 453 - grifos nossos).
regressiva contra o emitente-endossante, pois assim o exige o art. 13, § 4º, da Lei
5.464/68...".
Se, como visto, há previsão legal vedando expressamente a cobrança ora intentada,
caraterizada está a impossibilidade jurídica do pedido. A propósito do tema, EGAS
DIRCEU MONIZ ARAGÃO assevera:
"A possibilidade jurídica do pedido, portanto, não deve ser conceituada, como se tem feito,
com vistas à existência de uma previsão no ordenamento jurídico, que torne o pedido viável
em tese, mas, isto sim, com vistas à inexistência, no ordenamento jurídico, de uma previsão
que o torne inviável. Se a lei contiver tal veto, será caso de impossibilidade jurídica do
pedido; faltará uma das condições da ação." (in, Comentários ao código de processo civil.
Rio de Janeiro: Forense, vol. II, 8ª ed., 1995, p. 394 - sem grifos no original)
Desta sorte, outro desfecho não merece a presente lide senão a extinção do processo sem
julgamento do mérito, nos termos do artigo 267, VI do Código de Processo Civil.
Se assim é, o endosso aposto no verso da duplicata (fls. ...., verso) operou verdadeira cessão
civil dos direitos e obrigações a ela inerentes.
Pautado na lição acima, não há coincidência entre a pessoa da Requerida e aquela contra a
qual pode ser oposta a pretensão deduzida na inicial, pois ocorrendo a cessão civil dos
direitos alusivos à duplica, como acima dito, todo o complexo orgânico da relação jurídica
restou transferido ao Autor. Este somente poderá exercer eventuais direitos creditícios em
face da empresa sacada na duplicata, vale dizer, a ......, posto que ambos são efetivamente os
únicos integrantes da relação jurídica de direito material em exame na lide.
JOSÉ FREDERICO MARQUES não destoa deste entendimento ao pontuar que relaciona-se
"a legitimação passiva, àquele em face do qual a pretensão levada a Juízo deverá produzir
seus efeitos, se acolhida." (in, Manual de direito processual civil. São Paulo: Ed. Saraiva,
vol. I, 13ª ed., 1990, p. 177). E, o terceiro Embargante, como já demonstrado, não está
sujeito à pretensão dos Embargados.
Em razão do exposto, requer seja acolhida a preliminar levantada para julgar extinto o
processo, sem julgamento do mérito (CPC - art. 267, VI).
II- DO MÉRITO
1. Ônus da prova
Na tentativa de calçar a pretensão de cobrança, o Banco acostou aos autos simples proposta
(fls. ....). Entretanto, referido documento, por si só, é insuficiente para autorizar qualquer
decreto condenatório, pois se encontra desacompanhado de:
a) contrato escrito que estipule o pagamento pela Requerida do valor pretendido,
b) prova do repasse deste numerário para a empresa, de modo a ensejar cobrança e
c) extrato de conta corrente da Requerida que aponte o crédito desta quantia em seu favor.
Data venia, sem a juntada destes documentos os quais, ao lado da proposta de fls. ...,
efetivamente proporcionariam o êxito desejado à cobrança em exame, melhor sorte não resta
ao Autor. Máxime se considerar que, nos termos do artigo 401 do Código de Processo Civil,
"A prova exclusivamente testemunhal só se admite nos contratos cujo valor não exceda o
décuplo do maior salário mínimo vigente no país, ao tempo em que foram celebrados.".
Considerando que o valor cobrado é substancialmente maior do que o limite legal, deveria
ter o Autor acostado contrato escrito que atestasse o débito alegado.
E, com efeito, compete ao mesmo o ônus de provar os fatos constitutivos de seu direito
(CPC - art. 333, I). Não se desincumbindo da tarefa cumpre seja decretada, s.m.j., a
improcedência do pleito. Esta a orientação jurisprudencial, verbis:
III - omissis" (Apel. Cív. n.º 118.133-1 - Ac. 9947 - Rel. Juiz conv. Abraham Lincoln
Calixto - 3ª CC - DJ 15.05.98 - grifos nossos).
Não fosse isso, como destacado no item , o endosso operou verdadeira cessão civil dos
direitos e obrigações inerentes à duplicata, tendo em vista que o Autor não providenciou o
protesto da cambial no prazo fixado em lei.
Assim sendo, todo o complexo orgânico alusivo à esta relação jurídica restou transferido da
Requerida para o Banco autor, o qual em face da perda do direito de regresso contra aquela,
somente poderá deduzir sua pretensão de cobrança contra a empresa sacada, como seja, a
.........
Por fim, ainda que se entenda que o Banco repassou o numerário constante do título para a
Requerida, o que não se admite, tal procedimento deve ser entendido como pagamento pela
aludida cessão, diante da mencionada perda do direito de regresso contra o endossante.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
9. Revisional de Aluguel
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....
em face de
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e
do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade .....,
Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I- DOS FATOS
O contrato de locação, de natureza residencial, é ordinário de .... de .... de ...., e por força do
artigo 21, parágrafo 4º, da Medida Provisória 542/94, deverá ser revisto, a fim de adequá-los
ao preço de mercado, tendo em vista o desequilíbrio econômico-financeiro em que se
encontra o valor do locatício.
O aluguel atualmente pago pelo Requerido, no valor de R$ .... (....) para o apartamento,
chegando tal valor a ser considerado ridículo, irrisório, vexatório e humilhante.
Finalmente esclarece o requerente que todos os recursos das vias suasórias já foram
esgotados, não lhe restando outra alternativa, senão a busca da tutela jurisdicinal.
II- DO DIREITO
O presente pedido encontra fulcro no artigo 21, parágrafo 4º, da Medida Provisória 542/94,
artigos 19 e 68 e incisos da Lei 8.241/91, e artigos 276 e 282 do Código de Processo Civil.
ISTO POSTO, com fulcro no art. 275, inciso I, do Código de Processo Civil, confia o
Requerente que Vossa Excelência, imprimindo à causa o procedimento humaníssimo
determinará:
Outrossim, para fins do artigo 276 do Código de Processo Civil, indica o Autor o rol de
testemunhas, as quais comparecerão independente de intimação.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....
EMBARGOS DE TERCEIRO
em face de
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e
do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade .....,
Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I- DOS FATOS
Consoante se infere da inclusa documentação comprobatória juntada aos autos sob nº ...., de
ação de despejo postulada pelos ora embargados, contra o marido da embargante ...., cujo
feito se encontra em fase de execução, inclusive foi interposto embargos de terceiro, com
sentença e recurso de apelação, da qual não foi preparado e do julgado deserto em data de
...., por isso transitado em julgado em .... Deste feito os embargados, novamente em seu
petitório de fls. dos autos de despejo, pediram novamente a notificação do réu na aludida
ação de despejo, deixando de citar novamente a embargante.
Ocorre que no prédio objeto da ação despejatória e objeto dos presentes embargos, a
embargante é estabelecida comercialmente com o ramo de roupas feitas e armarinhos,
situado na Rua .... nº...., nesta Capital, em sociedade com seu marido Sr. ...., conforme
alteração de contrato social em anexo.
Ainda conforme o referido contrato, a embargante e sócia quotista de 50% (cinqüenta por
cento) do capital social, e, assim, detém a meação do mencionado comércio denominado ....,
significando, destarte, que responde pela firma em igualdade de condições do marido.
Logo, a conclusão lógica a que se chega, é a de que, sendo esposa e sócia quotista igualitária
de seu marido, é também inquilina dos embargados, com o translúcido direito de ao menos,
defender a sua meação possessória como locatária, mantida desde ....
Sucede que a embargante não é parte na ação de despejo pelos embargados contra o seu
marido, até porque do referido feito não foi novamente citada e nem mesmo notificada para
a desocupação voluntária do imóvel, notificação essa que não foi requerida pelos autores da
ação de despejo, vez que sabiam dos embargos de terceiro que foi ajuizado perante esse
Douto Juízo sob o nº ..... Diante deste feito deveriam notificar a embargante, mas não o
fizeram.
Realmente, se cumprido o ato de constrição judicial, que nada mais é do que um ato de
apreensão do imóvel para a entrega aos locadores, aí sendo que a embargante não teria como
saldar seus compromissos debitórios referentes a dívidas de sua loja, eis que é curto o prazo
e não poderia vender suas mercadorias para pagar o que deve.
Presente, pois, o periculum in mora e o fumus boni juris, clamando mais uma vez pela
pronta e eficaz liminar judicial para o trancamento do efeito nocivo à parte que não integrou
a lide de despejo, e nem de qualquer forma foi chamada à ingressar, e nem ao menos foi
notificada para tal.
O perigo emerge do fulminante e voraz prejuízo incalculável que a embargante poderá sofrer
com o ato judicial despejatório, e a fumaça de bom direito aflora dos dispositivos jurídicos
atinentes à espécie, da dominante corrente doutrinária e da mananciosa jurisprudência de
nossos Tribunais.
A respeito dos cônjuges, pode ocorrer a comunhão de bens, de todos, de alguns ou de um só.
Para os embargos de terceiro, surgiu o problema de se saber se, havendo bem ou bens
comuns, a posição jurídica do cônjuge havia de ser sempre a de litisconsorte, ativo ou
passivo, razão para as medidas que levassem à mesma sorte. Todavia têm-se de atender haja
constrição em que o cônjuge não foi posto como réu ou como autor. Por exemplo: C, credor
de A, pede a penhora do bem , que é de A e B, casados sob o regime de comunhão de bens
universal, ou a regime em que a é dos dois (portanto, em meação). De modo nenhum se pode
ignorar que B, não é devedor, nem A, só é dono da metade do bem e terceiro, e pode
embargar no artigo 1.046, parágrafo 3º, considera-se também terceiro o cônjuge que defende
a posse (lato sensu) de bem proveniente "de sua meação."
Quanto aos bens próprios e aos reservados, a situação do cônjuge, a que couberam e cabem,
é a de terceiro, porque a constrição não pode atingir, salvo se há alguma cláusula que o
exponha, excepcionalmente, a alguma eficácia.
II- DO DIREITO
Com efeito, o parágrafo 3º do disposto no artigo 1.046 do invocado códice, assevera que:
No caso in especie, a embargante postula seu lídimo direito de defesa de sua meação de seu
percentual na sociedade comercial, posto que como tal não deixa de ser inquilina direta ou
indiretamente, eis que, assim comprovado documentalmente a posse da embargante deriva
de sua atividade comercial exercida no imóvel em questão.
"Não é de exigir-se prova cabal, completa, irretorquível dos requisitos alinhados no artigo.
Trata-se não é demais repetir - de cognição incompleta, destinada a um convencimento
superficial e a orientar uma decisão de caráter eminentemente provisório.
Não se poderia exigir, para uma procisão judicial destinada a duração não maior que a do
processo, o mesmo grau de convencimento necessário ao julgamento definitivo do mérito."
À vista do exposto e por tudo mais que poderá ser suprido pelo inegável, elevado e notório
saber jurídico de que é portador Vossa Excelência, requer se digne determinar à distribuição
dos presentes embargos de terceiro, por dependência dos autos nº ...., de ação de despejo em
que os ora embargados promovem contra ....
Outrossim, com esteio no disposto do artigo nº 1.051, do referido código, requer a concessão
de liminar inaudita altera parte, e a expedição de competente mandado de manutenção da
posse, em favor da embargante, bem como, com fulcro nas disposições do artigo 1.052 do
mesmo caderno processual, requer a suspensão do curso da ação principal, com a ordem de
imediato recolhimento do respectivo mandado.
Após o que, requer a citação dos embargados para que contestem, querendo, pena de revelia
quando a matéria de fato que provada está.
Por derradeiro, requer que os presentes embargos de terceiro, seja julgado procedente, a fim
de tornar em definitivo a liminar de manutenção de posse, e condenar os embargados ao
pagamento das custas processuais e honorários de advogado em 20% sobre o valor dos
embargos, devidamente corrigidos na forma da lei.
Para comprovação dos fatos aqui articulados, requer o depoimento pessoal dos embargados
sob pena de confissão, juntada de novos documentos e oitiva de testemunhas, cujo rol, será
depositado oportunamente em Cartório desse Meretíssimo Juízo.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
em face de
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e
do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade .....,
Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I- DOS FATOS
O requerente locou da requerida, em ..... (contrato anexo, doc. 02), o imóvel situado na Rua
....., nº. ....., nesta Cidade, pelo prazo de 30 meses, a contar de ..... para terminar em .....,
mediante o aluguel inicial de R$....., hoje da ordem de R$ ...., face aos reajustes semestrais já
ocorridos.
No mês passado, contudo, quando foi efetuar o pagamento do aluguel daquele mês, foi
surpreendido o requerente pela alegação da requerida de que o aluguel "sofreria um
aumento", razão pela qual ela "não iria aceitar o pagamento" no valor oferecido pelo
requerente.
Ora, totalmente fora de propósito este reajuste, e isto porque afastado da letra contratual. O
aluguel acaba de ser reajustado (há apenas 2 meses), sendo imerecida a intenção da
requerida.
Desde então, buscou o requerente uma solução amigável para o impasse, reiterando a
requerida sua disposição de não aceitar o valor atual do aluguel. Isso foi pela mesma dito e
repetido na presença da testemunha abaixo arrolada.
Sabe-se que a "mora accipiendi" afasta a mora do devedor. Logo, se somente agora a ação
está sendo proposta, tal se dá pela culpa exclusiva da locadora, que se recusa, sem causa
justa, a aceitar o aluguel, emitir o respectivo recibo e passar ao requerente a quitação devida.
II- DO DIREITO
Sendo assim, cabe ao requerente apenas ofertar, via da presente ação, o valor devido,
discriminado no documento anexo à presente sob o no. 03, compreendendo o aluguel, as
taxas e os tributos devidos, o que atinge hoje o valor de R$ .....
Requer a V. Exa., em consonância com o que narrou, que determine a citação da requerida
para que receba o valor vencido até a presente data, assim como os que venham a vencer no
curso da lide, ou para que ofereça a defesa e as provas que tiver, sendo afinal julgado
procedente o pedido para ser declarada extinta a obrigação do requerente, com as
cominações de estilo.
Requer, mais, seja determinada desde logo a expedição da guia que possibilite o depósito da
quantia devida, caso não a receba a requerente na época oportuna, o mesmo ocorrendo em
relação aos valores dos aluguéis que se vençam no curso da lide e de eventuais diferenças
apontadas e provadas pela requerida.
Protesta pela produção da prova necessária, em especial pela oitiva da testemunha abaixo
arrolada.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
em face de: ........., brasileiro, solteiro, auxiliar de despachante, residente e domiciliado à rua
....., nº ........, ..........
Endereço Comercial: ........, Rua ......., fone: ..............
I- DOS FATOS
estão em período escolar, vestuário, remédios e de uma boa alimentação, por estarem em
fase de crescimento (........ atualmente com ......... anos e ....... atualmente com ........ anos).
Desde a separação de seus genitores, os requerentes estão morando na casa dos avós
maternos com a sua genitora, pois dependem da ajuda destes para sobreviverem dignamente.
Atualmente o requerido vive com outra mulher, tendo com esta mais outros filhos, os quais
trata-os da melhor forma possível, não deixando que estes passem pelas dificuldades que os
requerentes vem tendo que se sujeitar desde que seu pai deixou de cumprir com suas
obrigações.
II- DO DIREITO
Por força do dispositivo constitucional ( CF, art. 226) os pais são responsáveis pelo
sustento, guarda e educação dos filhos menores, não só durante a constância da vida em
comum como também nos casos de dissolução desse convívio.Não há todavia que se falar
em pensão alimentícia enquanto perdurar a convivência familiar: o dever dos pais de prestar
alimentos aos filhos surge com a separação, (aqui entendida como fato de não mais
residirem sob o mesmo teto), seja esta de direito ou de fato e dura até que a prole não mais
necessite do benefício.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....
..........., associação civil sem fins lucrativos de comunicação cristã, de cultura, educação e
ação social, órgão oficial de comunicação da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), com sede
e foro na cidade de .........., à Rua ..............., nº ............, b. ............, CEP ........, inscrita no
CNPJ/MF sob n.0 .........., por meio de seus advogados infra-firmados, nos termos do
instrumento de procuração em anexo, vem perante Vossa Excelência propor
em face de
....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na Rua .....,
n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato por seu (sua)
sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador
(a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I- DOS FATOS
A..., ora Peticionária, tem como associada fundadora a Igreja ...........(doravante denominada
"IPB"), conforme se denota do estatuto social ora anexado, tendo sido criada em ........ pela
necessidade de veiculação e divulgação da "missão" e das concepções da "filosofia
presbiteriana", sendo que o objeto social da associação compreende a produção, transmissão,
prestação de serviço e distribuição de vídeos, programas educativos e religiosos,
documentários e mensagens para rádio, televisão, telefone, satélite, internet, ou quaisquer
outros meios de comunicação; produção, agenciamento e distribuição de revistas e jornais;
criação e manutenção de programas de treinamento e formação de profissionais ligados às
áreas de comunicação, dentre outras; apoio ao desenvolvimento de projetos de comunicação,
divulgação e marketing de entidades e autarquias da IPB.
Diante da dimensão da comunidade de fiéis da IPB, vale introduzir as raízes históricas desta
federação de igrejas fundada no Brasil por ....... em ........, enviado ao Rio de Janeiro pela
Junta de Missões Estrangeiras da Igreja.... dos...... A Igreja é a mais antiga denominação
reformada do país, herdeira da tradição calvinista. A missão da IBP é: anunciar o Reino de
Deus; educar para a vivência cristã, e; assistir o ser humano em suas necessidades.
Ademais, frise-se a relevância do trabalho por ela realizado na sociedade brasileira, visto o
enfoque em atividades de educação, saúde e cultura, realizada por meios de institutos de
ação social de propriedade da IPB, tais como, o CAS - Conselho de Ação Social, ............ -
Organização da Sociedade Civil de Caráter Público sem fins lucrativos, a Fundação Hospital
Evangélico de Rio Verde, SAMMAR - Sociedade de Amigos de Meninos e Meninas,
Adolescentes Aprendizes de Rubiataba.
Neste diapasão, merece destaque a menção ao contrato de cessão de horário nara veiculação
de imagens firmado recentemente, em ............. (documente em anexo), entre a Rede
Presbiteriana de Comunicação e a ..............., mediante o qual fora acordada a exibição de
"boletins informativos" produzidos pela Rede ".......................", com transmissão três vezes
por semana no horário matutino. Por meio deste instrumento, mostra-se clara intenção da
autora - e diretamente da IPB - na utilização das telecomunicações, mais precisamente, da
televisão de canal aberto, na divulgação dos programas sociais e religiosos, sendo certa a
utilização da marca "RPC" da qual é detentora, conforme será tratado a seguir, em ditos
programas.
Esta intenção vem sendo manifestada desde 1999, ocasião em que foi celebrado contrato
com a Embratel por 10 anos, cujo objeto contratual consistia no fornecimento de circuito
unidirecional via ..........t para uso permanente e exclusivo da Autora (o contrato fora
inicialmente celebrado com a "Luz para o caminho", tendo sido cedido à Autora mediante
aditivo contratual em anexo), destinados à transmissão digital de sinal de vídeo, áudio e
dados a serem recepcionados por estações habilitadas nela Rede Presbiteriana de
Comunicação.
Também com tal objeto contratual, foi celebrado o "Instrumento de prestação de serviço de
transmissão de conteúdo televisivo" (documento em anexo) entre o Instituto "..............",
pelo qual estava prevista a disponibilização de um canal de transmissão da programação
realizada pelo ".............." (leia-se: canal de televisão da RPC - Rede Presbiteriana de
Comunicação/IPB - Igreja Presbiteriana do Brasil), através do sistema DTH, sendo
exclusivo para assinantes da DirectlV.
transmissão de imagens via computador, transmissões via satélite, teledifusão por cabo.
Assim, não é difícil concluir que, quanto à insígnia "..........., goza o titular, in casu, a Rede
.......... de exclusividade com relação a sua utilização em todo o território nacional.
Neste prisma, constata-se que a difusão desta marca pela Peticionária vem sendo realizada
desde 1999 - época do depósito do pedido de registro da marca efetuado pela Autora perante
o INPI, sendo que o direito de exclusividade sobre a marca "RPC" se iniciou quando da
concessão deste direito de uso outorgado pelo referido órgão, em outubro de 2003. A
exemplo disso, no próprio portal da IPB (site www.ipb.org.br) há um espaço de "bate papo",
em cuja parte superior nota-se a alusão à marca "RPC" (documento em anexo).
Ocorre que a Ré, Sociedade Rádio Emissora .........., vem se utilizando indevidamente da
marca "RPC" há aproximadamente 4 anos, o que ocasionou o envio de Notificação
Extrajudicial por parte da Autora àquela, datada de ..................., isto é, posteriormente ao
depósito do pedido do direito de uso da marca requerido por esta por parte do
INPI. Tal notificação informava à Ré que o direito de uso exclusivo da marca "RPC", a qual
vinha sendo maciçamente utilizada pela mesma, quer em anúncios publicitários televisivos e
sites, quer em jornais de grande circulação em todo o Estado do Paraná, era de titularidade
da Autora, e naquela carta fora concedido o prazo de 15 (quinze) dias para que a ré se
abstivesse de utilizar a citada expressão, sob pena de caracterização de crime de contrafação.
1 1 Thomaz Thedim Lobo, Introdução à nova Lei de Propriedade Industrial, Editora Atlas,
1997, São Paulo.
É flagrante que a Rè, quando do recebimento da notiticação que lhe fora encaminhada,
estava ciente dos direitos e garantias outorgados pela legislação brasileira -inclusive, de
natureza constitucional - quanto à proteção dada ao titular da marca registrada "RPC", quem
seja, a Autora. Tanto é assim, que ao final da correspondência resta demonstrado o interesse
na aquisição do direito de uso da marca, diga-se ainda que por preço vil.
Naquela carta é patente a distorção realizada na questão da utilização exclusiva por parte do
titular. Isto porque, se ao titular do direito de uso da marca, entendida como sinal ou
expressão destinada a individualizar os produtos ou serviços de uma empresa, identificando-
os2, não fosse permitida sua utilização exclusiva no Território, qual seria a valia de sua
concessão e a necessidade/interesse de registro da mesma perante o INPI!?
Desta forma, razão não assiste à Ré na continuidade de utilização da marca "RPC", a qual
está devidamente registrada no INPI ~eIa Autora, que goza do direito decenal exclusivo de
uso desta na classe concedida. Se a Ré, por estratégia empresarial, decidiu pela utilização da
expressão "RPC", a partir de 2000, para facilitar a visualização do público com relação às
empresas que compõe o "grupo REDE PARANAENSE DE COMUNICAÇÃO", quais
Convém salientar que a Ré depositou junto ao INPI, somente a partir de junho de 2003,
pedidos de registro da expressão "PLUG RPC" e afins em diversas classes, dentre elas, a
classe 38, tendo sido oportunamente apresentadas as oposições pertinentes pela Rede
Presbiteriana de Comunicação - RPC.
Verifica-se claramente a maculada prática ilícita de utilização indevida da marca "RPC" pela
Ré pelos documentos anexados (envelope de correspondência, páginas de sites da internet),
e, não se faz necessária por ora a juntada de outras provas documentais comprobatórias, uma
vez que a Ré, em razão do meio em que está inserida, é bastante conhecida no Estado do
Paraná.
Diante do exposto, em que se verifica a utilização indevida da marca por terceiro não
autorizado, em absoluta afronta à legislação aplicável, e com possibilidade de confusão, por
parte das camadas populares, entre a REDE PRESBIIERIANA DE COMUNICAÇÃO e a
SOCIEDADE RADIO PARANAENSE S/A (em razão da utilização da mesma insígnia
"RPC"), pessoas jurídicas com objetos sociais e visões totalmente diversos, o único meio de
preservação moral e proteção de direito marcário é o ajuizamento da presente ação, com
fundamento nas razões de direito abaixo expostas.
II- DO DIREITO
Além da proteção garantida pela Carta Magna, a propriedade industrial, onde se insere a
marca, é regulada pela Lei nº 9279, de 14 de maio de 1996, revogadora da Lei 5772/71, que
determina, em seu art. 122, que é registrável como marca os sinais distintivos visualmente
perceptiveis, não compreendidos nas proibições legais, hipóteses estas previstas no artigo
124 do mesmo diploma legal.
Seção 2 - Marcas
Art. 15 - Objeto da Proteção
1 - Qualquer sinal, ou combinação de sinais, capaz de distinguir bens e serviços de um
empreendimento daqueles de outro empreendimento, poderá constituir uma marca. (...)
1 - O titular de marca registrada gozará do direito exclusivo de impedir que terceiros, sem
seu consentimento, se utilizem em operações comerciais sinais idênticos ou similares para
bens ou serviços que sejam idênticos ou similares àqueles para os quais a marca está
registrada, quando esse uso possa resultar em confusão. No caso de utilização de um sinal
idêntico para bens e serviços idênticos presumir-se-á uma possibilidade de confusão. (...)
Assim, verifica-se que a marca, sinal distintivo visualmente perceptível que identifica os
produtos ou serviços colocados à disposição do público consumidor, tem fundamental
importância para estes entes, servindo para diferenciar um produto ou serviço específico em
relação a concorrentes, mediante o desenvolvimento de estratégias de marketing que os
ligam a uma identidade visual que será propagandeada.
As marcas, porém, só gozam da proteção legal e direito de fruição exclusiva pelo seu titular
no Território, a partir da concessão do registro pelo Instituto Nacional da Propriedade
Industrial - INPI, órgão responsável pela concessão de direitos de exclusividade de uso de
marcas, patentes, desenho industrial, dentre outras funções, cujo prazo de validade é de 10
(dez) anos, prorrogáveis por iguais períodos. Assim estabelece o art. 129 da Lei de
Propriedade Industrial:
Art. 129 - A propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente expedido, conforme
as disposições desta lei, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo e todo o Território
Nacional (...)
TAVARES PAES4 ensina que: "As marcas tornam-se importantíssimas para a Economia
moderna. Mas a marca só confere a si um valor real desde que registrada do INPI, o que lhe
garante a exclusividade e, por conseguinte, proteção."
No caso em tela verifica-se que, a partir da concessão do registro da marca "RPC" - REDE
PRESBITERIANA DE COMUNICAÇÃO, com a ressalva de que a expressão REDE
PRESBIIERIANA DE COMUNICAÇÃO não era de uso exclusivo da Requerente, esta, a
Autora da presente demanda, passou efetivamente a gozar do direito de uso da marca "RPC"
de forma exclusiva, o que era inclusive seu intuito, haja vista o interesse na proteção desta
marca que vem sendo utilizado há algum tempo pela Autora como meio de divulgação de
programas e acontecimentos religiosos, sendo já conhecida pela comunidade cristã e
sociedade brasileira como um todo, visto identificar-se prima facie como meio de
comunicação da IPB.
E não se diga que a Ré teria qualquer direito de precedência ao registro da marca "RPC",
VALIDAMENTE expedido em favor da Autora em 2003 - depositado junto ao INPI em
1999, posto que fora somente em 2000 que passou a se utilizar da expressão "RPC" em
programas veiculados por empresas que compõe o "Grupo da Rede Paranaense de
Comunicação", como estratégia corporativa, a exemplo de outros grupos que se utilizam de
expressões tais como RIC, RAI, BAND, GPP, WBTV, HBO, dentre outras, quando da
veiculação de programas televisivos.
4p. cít.
Art. 129-(omissis)
§10 - Toda pessoa que, de boa-fé, na data da prioridade ou depósito, usava no país, há pelo
menos 6 (seis) meses, marca idêntica ou semelhante, para distinguir ou certificar produto ou
serviço idêntico, semelhante ou afim, terá direito de precedência ao registro.
Resta claro, pois, que a Ré não detinha qualquer direito de precedência para reivindicar o
uso da marca "RPC", por não de utilizar da mesma quando do depósito do pedido de registro
requerido pela Autora em 16 de iulho de 1999 (a utilização da marca "RPC" pela Ré iniciou-
se em 2000). E, caso se julgasse titular de qualquer direito sobre tal marca, cabia-lhe ter
aposto tempestivamente OPOSIÇÃO a tal pleito da Autora (art. 158 da Lei de Propriedade
Industrial).
Desta forma, resta evidente a preocupação da autora e da própria IPB proteger legalmente a
marca "RPC", no afã de se utilizar da mesma exclusivamente, com fins religiosos,
filantrópicos e educacionais, priorizando a identificação com os fiéis e buscando evitar a
confusão com outras empresas e até entidades com fins diversos que no presente momento
se utilizam do mesmo meio de comunicação.
Reza a legislação que o direito do titular na utilização exclusiva da marca se limita à classe
em que houve a concessão. Isto porque não é justificável a proibição de utilização de sinais
distintivos por empresas diferentes que se inserem em campos de atuação que não guardam
qualquer semelhança. Loureiro6 explora essa questão com muita destreza, como se verifica
do trecho infra transcrito:
O titular da marca, no entanto, não tem sobre esse sinal, em si considerado, uma propriedade
absoluta. Com efeito, ele só pode impedir o uso desse mesmo signo em produtos similares
aos quais ele depositou a marca. Não pode ele, em regra, impedir que o mesmo sinal seja
usado em produtos ou serviços pertencentes a outras classes, a não ser que se trate de marca
notória.
Portanto, entre uma marca registrada e uma marca não registrada, ainda que anterior,
prevalece a primeira e o titular da marca não registrada pode ser considerado como
contrafator, desde que não a utilize de boa-fé há mais de seis meses da data do registro ou da
prioridade.
O uso não autorizado da marca, ou seja, a reprodução sem autorização dos elementos
caracterizadores do sinal protegido a título de marca qualquer que seja a sua destinação,
desde que com conotação comercial, caracteriza a contrafação.
Todavia, in casu, a situação é diversa, pois a Ré está se utilizando da marca "RPC" no ramo
de telecomunicações (sendo que já teve ciência do registro validamente obtido junto ao
INPI), no qual a Autora detém a titularidade no direito de uso da marca desde outubro de
2003, e intenta ingressar no canal televisivo aberto em breve, temendo, porém, eventual
vinculação com os programas e o marketing explorados pela primeira, o que se justifica,
pela polaridade e diversificação de temas tratados pelas duas empresas. Assim, descabe a
alegação da Ré de que pode haver convivência "pacífica e harmoniosa" entre as empresas na
exploração da marca "RPC" de titularidade da Autora, que a explora há tempos com boa-fé e
tornou-se já uma forma de identificação por parte de membros da Igreja Presbiterana
Brasileira.
Op. cit.
Conforme exposto à Ré via notificação, tem-se que a reprodução de marca registrada sem a
devida autorização do titular, como ocorre no presente caso, configura crime de contrafação,
punível com pena de detenção e ainda, passível de pleito indenizatório pelo prejudicado
titular da marca, nos termos do art. 189 da Lei 9279/96, senão vejamos:
Para Chenevard,"Para decidir se duas marcas são confundíveis, preciso se torna julgá-las
pela impressão do conjunto que elas oferecem após uma inspeção ocular superficial". (Traité
de Ia concurrence Déloyale, voI. 1, n.0 307)."
Já entendeu o IRF que a natureza do produto e o tipo de consumidor a que ele se destina
devem ser usados na aplicação da proibição do registro inscrita no art. 65, item 17, do CPI.
(...) Ao contrário, se o produto épopular, adquirido por pessoas menos instruídas, essa
possibilidade de confusão é maior.
O nosso regime de Código é atributivo, segundo o qual o regime assume caráter constitutivo
do direito ao uso exclusivo da marca. Reza o art. 129 que a propriedade da marca adquire-se
pelo registro validamente expedido conforme as disposições da lei, sendo assegurado ao seu
titular o seu uso exclusivo em todo o território nacional.
Op. cit.
Neste prisma, conclui-se que a violação do direito de marca se faz presente quando um
terceiro passa a reproduzir marca registrada sem o consentimento do titular do direito de uso
e tão maior é a confusão quando se envolvem pessoas menos instruídas. O fato da RÁDIO
PARANAENSE veicular propagandas - principalmente em meio de comunicação como
televisão e rádio - com a expressão "RPC", de propriedade da Autora, indubitavelmente,
induzem a camada popular em erro ou confusão quanto ao interlocutor, podendo inclusive
vir a abalar a reputação e idoneidade da IPB, haja vista a gritante diversidade de conteúdo
dos programas veiculados pelas duas empresas.
A função do registro é garantir o uso da marca. O registro sem uso e mero privilégio
constituído em consideração a uma expectativa legitima de
José Carlos Tinoco Soares, Lei de Patentes, Marcas e Direitos Conexos, Editora Revista dos
Tribunas 1997, página 282.
Carlos Henrique Froes, Nome Comercial, verbete in Enciclopédia Saraiva do Direito, São
Paulo, Saraiva, 1977, v. 54, pg. 323
Uso futuro por parte do proprietário, o qual deverá, no prazo determinado pela lei, iniciá-lo,
dotando o registro de todos os seus pressupostos.
Iniciando o uso, a utilização da marca por terceiros fere não apenas o registro mas o próprio
direito de o titular da marca assinalar seus artigos ou serviços, ofertando-os ao mercado sem
ser turbados por atos que provoquem confusão com outros artigos ou serviços de terceios.
Já o proprietário da marca registrada, mesmo que pelos caracteristicos de sua industria não
atue nem tenha condições de atuar fora de seu Estado, tem o direito de proibir o uso de sua
marca nas mais remotas regiões do pais
Pode-se por bem configurar a atuação da Ré como crime de concorrência desleal tipificado
no art. 195 da Lei nº 9279/96, que dispõe, in verbis:
A obrigação de não fazer, isto é, de abster-se de utilizar a marca sem autorização do titular
da mesma e o direito à indenização em decorrência de tal indevida utilização está agasalhada
pelo Código Civil nos arts. 250 e 927 e seguintes, que estabelecem:
Sendo certo que ao titular da marca ou ao depositante é assegurado o direito de: ceder seu
registro ou pedido de registro; licenciar seu uso; zelar por sua integridade moral ou
reputação13, tem-se que a medida ora proposta pela Autora busca, além da proteção do
direito adquirido (garantido constitucionalmente), coibir a continuidade na utilização
indevida da marca "RPC" por parte da Ré, evitando que sua integridade moral venha a ser
abalada - motivo do requerimento de antecipação de tutela e, ainda, de indenização pelos
danos causados em razão da utilização da marca "RPC" sem a devida autorização.
"Art. 251 - Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir
dele que o desfaça, sob pena de se desfazer a sua custa, ressarcindo o culpado perdas e
danos(...)
Gabriel Di Blasi; Mano Garcia; Paulo Parente Mendes, A Propriedade Industrial, 1997,
Editora Forens ,
página 165
É pacífico que as ações cabíveis em caso de violação à propriedade industrial são, segundo
entende Thomaz Thedim Lobo dentre outros autores: indenização, cautelares e antecipação
de tutela, podendo-se determinar a indenização pelos benefícios que o prejudicado teria
auferido se a violação não tivesse ocorrido14.
morais relo uso de marca alheia são devidos em razão do Dró~rio fato, e devem ser
arbitrados de modo a desestimular o lesante na continuidade de sua atividade lesiva. 3.
Compete ao vencido ressarcir ao vencedor as despesas que teve para a prestação de
depoimento pessoal (CPC, art. 20, §10). (TJPR - AC 0101272-2 -(2001 8) - 3ª C.Cív - ReI.
Des. Jesus Sarrão - DJPR 06.08.2001) (grifo nosso)
João da Gama Cerqueira, Tratado da Propriedade Industrial, vai. 2, Editora Revista dos
Tribunais, 1982 página 1130:
Sendo os meios de comunicação cada vez mais variados, mais modernos e eficientes, o
poder evocativo da marca, que depende da forma e intensidade de uso desses meios, pode
chegar a níveis muito interessantes. Pode-se fazer uma relação entre a intensidade do uso da
publicidade e o valor econômico da marca, segundo a qual quanto maior e melhor a
utilização dos meios de publicidade, maior o poder evocativo e atrativo de uma marca, e, por
conseqüência, maior o poder econômico representado por essa marca.16 Ora note-se que em
eventual apuração de danos causados em razão da utilização indevida, pela Ré, da marca
"RPC", de titularidade da Autora, deve-se levar em conta, além do período da prática do
ilícito, do apelo evocativo da marca ligado à tradicional Igreja Presbiteriana do Brasil, bem
como ao potencial de dano passível de ser ou ter sido causado a esta pela Ré.
Maitê Cecilia Fabbri Moro, Direito das Marcas, Editora Revista dos Tribunais, 2003, p. 44
TINOCO SOARES in Processo Civil nos Crime Contra a Propriedade Industrial leciona17:
No que se refere às MARCAS o mencionado autor assinala: "As ações cíveís relativas aos
registros de marcas são as seguintes: a) ação negatória para proibir o infrator da prática do
ato incriminado; b) ação de perdas e danos. Como dissemos no n.0 209, não querendo lançar
mão da ação penal para defesa de seus direitos, o titular do registro poderá intentar a ação
'negatória' facultada pelo art. 189 do Decreto Lei nº 7903/95. O uso desta ação, cumulada
com o pedido de perdas e danos (...)
Assim, para que se possa atribuir a efetividade processual buscada quando da propositura da
ação e afirmada nos diplomas legais aplicáveis à espécie, deverá o Magistrado determinar
providências que possam restaurar o desequilíbrio apontado na demanda.
Neste aspecto, explica JAMES MARINS18, secundando o ilustre jurista Nelson Nery
Júnior:
"A aplicação dessas normas pelo magistrado poderá ter lugar quer em concessão de tutela
liminar satisfativa de direito19 [rectius, faticamente
José Carlos Tinoco Soares, Processo Civil nos crimes contra a Propriedade Industrial,
página 160
JAMES MARINS, Responsabilidade da empresa pelo fato do produto, RT, São Paulo, 1991,
p. 54-55.
"Art. 84. - Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer,
o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem
o resultado prático equivalente ao do adimplemento. § 1ª - A conversão da obrigação em
perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela
específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. § 2º - A indenização por
perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287 do Código de Processo Civil). § 3º -
Sendo relevante o fundamento da demanda e avendo justificado receio de ineficácia do
provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia,
citado o réu. § 4º - O juiz poderá, na hipótese do parágrafo terceiro ou na sentença, impor
multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatíve
com a obrigação, fixando prazo razoável para cumprimento do preceito. § 5º - Para a tutela
específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as
medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas,
desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força
policial."
Uma das maiores alterações ocorridas na reforma do Código de Processo Civil Brasileiro
certamente diz respeito à possibilidade da antecipação da tutela pretendida em juízo.
"O novo art. 273 do Código de Processo Civil , ao instituir de modo explícito e generalizado
a antecipação dos efeitos da tutela pretendida, veio com o objetivo de ser uma arma
poderosissima contra os males corrosivos do tempo no processo. [...] A técnica engendrada
pelo novo art. 273 consiste em oferecer rapidamente a quem veio ao processo pedir
determinada solução para a situação que descreve, precisamente aquela solução que ele veio
ao processo pedir. Não se trata de obter medida que impeça o perecimento do direito, ou que
assegure ao titular a possibilidade de exercê-lo no futuro. A medida antecípatóría conceder-
lhe-á o exercício do próprio direito afirmado pelo autor." (grifo nosso)
"Ad. 271. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos
da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da
verossimílhança da alegação e:1- haja fundado receio de dano irreparável ao de difícil
reparação; ou li - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito
protela tório do Réu."
Assim, por estas razões de fato e de direito, não resta outra altern iva a Autora senão buscar,
através do presente pedido de tutela antecipada, provimento judici que determine a proibição
de que a Ré se utilize da marca "RPC", de titularidade da Auto , em qualquer meio de
comunicação para divulgação de documentos, impressos, notícias, dentre outros
documentos, sob pena de multa diária não inferior a R$50.000,00 (cinqüenta mil reais),
COMO FORMA DE ANTECIPAÇÃO PARCIAL DA TUTELA PRETENDIDA,
AMENIZANDO, DESSA FORMA, OS PREJUÍZOS A QUE JÁ ESTÁ EXPOSTA A
AUTORA EM FUNÇÃO DA UTILIZAÇÃO INDEVIDA DA MARCA "RPC" DE SUA
TITULARIDADE, SEM AUTORIZAÇÃO, ISTO TUDO EM RAZAO DA TRADIÇÃO
DA IPB, DOS DIREITOS ENVOLVIDOS - DENTRE ELES, O DIREITO DE
DISSEMINAÇÃO DA RELIGIÃO E LIBERDADE DE CREDO - E A POSSIBILIDADE
DE DANO IRREPARAVEL JÁ CAUSADO À IGREJA PRESBITERIANA E SEUS FIEIS
a)que haja requerimento da parte - no caso em exame, não há dúvida de que o requerimento
é o presente pedido;
início deste ano, a Autora entrará no ar com um programa na TV Bandeirantes, cuja marca
"............" será amplamente divulgada - o que já é corrente - e notadamente é igual à marca
utilizada pelo Grupo ......... em programas veiculados no canal da................), sendo que a
Autora certamente amargará sérios prejuízos materiais e, principalmente, morais, com abalo
de sua imagem, já tão difundida e respeitada.
Assim, vislumbra-se como aspecto relevante a ser sopesado, o impacto social que
certamente ocorrerá se frustrada a presente medida.
Assim, inexiste qualquer risco de dano para a Ré com a concessão da medida pleiteada, ao
contrário, ela estará da mesma forma garantindo sua posição e público-alvo nos meios de
comunicação. o que é de seu interesse, haia vista os vultuosos investimentos que realiza
constantemente na área de telecomunicações. Ressaltando-se que o provimento antecipado,
uma vez concedido, virá somente a diminuir a indenização que fatalmente será imposta à Ré
pela inconteste utilízacão indevida da marca de títularídade da Autora.
Deixe-se claro eu nesta ação a Autora não objetiva simplesmente a satisfação financeira que
certamente advirá com o pedido de reparação de danos, mas sim, primordialmente pretende
a .......... resguardar seu direito patrimonial de utilização da marca "RPC" com exclusividade,
evitando, desta foma, a continuidade da prática do ato ilícito que lhe traz diariamente
prejuízos e difícil incerteza reparação.
Antecipação da tutela deferida. Recurso provido. (IJSP - AI 132.790-4 -8º CDPriv. - Rela
Desa Zélia Maria Antunes Alves - J. 26.04.2000) (grifo nosso)
Quanto à condenação final da Ré por perdas e danos, por óbvio nota-se que não busca a
Autora enriquecer ilicitamente às custas daquela, haja vista a reputação e idoneidade da IPB
e a antecedência com que vem se utilizando de programas televisivos para divulgação da
Rede Presbiteriana de Comunicação, órgão oficial de comunicação da IPB. Busca tão
somente ser ressarcida pelos danos que lhe foram causados pela utilização indevida da
marca da qual é detentora, sendo que em inúmeras comunicações a Ré teve ciência de tal ato
ilícito.
Desta forma, se não for concedida a medida cautelar nesta peça pleiteada (o que não se
espera), fatalmente e inevitavelmente a Autora terá abalada sua integrídade moral,
dilapidando-se, via de conseqüência, seu patrimônio maior, qual seja, a crença dos fiéis e a
tradição da Igreja Presbiteriana Brasileira que a perseguem.
ISTO POSTO,à luz destas considerações, a Autora reguer à Vossa Autora Excelência que:
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....
em face de
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e
do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade .....,
Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I- DOS FATOS
Ocorre, que ao ser chamado em uma conversa para realizar o conserto da cerca e também
para recompor os prejuízos, o REQUERIDO disse que nada devia ao REQUERENTE,
alegando ainda, que acidentes acontecem e que tudo não passava de uma fatalidade.
E foi movido por um instinto de justiça, que o REQUERENTE decidiu buscar a justa
indenização pelos danos causados à sua propriedade e também pelo lucro não obtido devido
à destruição de sua plantação, pois, não é demasiado anotar-se, o fato ocorreu justamente na
época de colheita, o que lhe ocasionou um prejuízo considerável.
II- DO DIREITO
1. Do ato ilícito
Diante dos fatos acima narrados, pode-se constatar que o requerido praticou um ato ilícito,
uma vez que em sendo o responsável pelo animal, deveria despender alguns cuidados
necessários à sua criação, para não causar nenhum dano a outrem.
Dessa forma, pode-se dizer que o REQUERIDO foi omisso no cuidado de seu gado, o que
acabou por gerar o dano ao REQUERENTE. Esta conduta nos remete ao seu enquadramento
em uma previsão legal, qual seja, artigo 186 do Código Civil de 2002:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
2. Da obrigação de indenizar
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
3. Da responsabilidade civil
A responsabilidade pelos atos praticados por animal recai indubitavelmente sobre seu dono,
respeitadas as devidas exceções que o próprio Código Civil fez questão de elencar. Neste
sentido, o artigo 936 do código supra-citado profere o seguinte:
“Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar
culpa da vítima ou força maior.”
4. Da culpa in vigilando
Ficou faticamente claro, que o REQUERIDO incorreu no mínimo em culpa, pois não
obstante a obrigação de manter o devido cuidado sobre o rebanho de sua propriedade.
verificou-se o inafastável descumprimento de seus deveres, pois, o touro que tinha o sinal de
sua Fazenda adentrou em propriedade alheia, sem o seu conhecimento.
Destarte, fica evidenciada a culpa in vigilando do REQUERIDO, pois ele deveria ter sob
seus cuidados o animal que lhe pertence. Assim, os doutrinadores têm entendido que a
responsabilidade é do dono do animal, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos que o
animal venha a causar.
5. Do dano patrimonial
Diante dos fatos anteriormente expostos, não existem dúvidas quanto ao prejuízo causado ao
REQUERENTE uma vez que teve uma parcela considerável de sua plantação destruída pelo
animal.
A partir do momento em que resta configurado o dano, pode-se buscar o seu devido reparo,
nos termos de nossa legislação que resguarda os direitos de quem se viu lesado e deseja
recompor seu patrimônio, consoante se vislumbra especificamente no artigo 402 do Código
Civil de 2002, que diz:
“Art. 402 Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de
lucrar.”
Destarte, cabe ressaltar que o REQUERENTE não mais terá condições de reerguer sua
plantação, pois o dano sofrido comprometeu sua fonte de renda, e parte do montante que
deixou de lucrar com a venda das hortaliças destruídas seria destinado à manutenção de toda
a produção.
6. Da indenização
Desta feita, cumpre salientar, que o REQUERENTE deve ser indenizado nos termos do
artigo supracitado, eis que a condição em que se encontra se enquadra perfeitamente na
intelecção do mesmo, cabendo ao REQUERIDO, conforme explanado anteriormente,
responder pelos danos causados por seu animal.
Por todo o exposto, evidente que o REQUERENTE sofreu diversos prejuízos de ordem
material, haja vista que se viu compelido a pagar o conserto da cerca divisória no valor de
R$ ......(valor expresso) para evitar que outros animais destruíssem o restante da produção.
Cabe ainda ressaltar, que o montante a ser investido na parte destruída da plantação para
reiniciar os trabalhos chega ao valor de R$ ...... (valor expresso), valor este atualizado de
acordo com os reajustes dos insumos necessários, e levando em consideração o prazo
mínimo de ...... meses para que as hortaliças estejam prontas para serem comercializadas.
Ademais, há de se considerar, ainda, o lucro que o REQUERENTE obteria com a venda da
produção, estimado em R$ ...... (valor expresso), consoante ganhos das colheitas anteriores,
documentos comprobatórios em anexo.
Destarte, não é demasiado anotar, que os danos materiais sofridos pelo REQUERENTE
perfazem o montante de R$ ...... (valor expresso).
7. Da Jurisprudência
(TJGO - 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Goiás. - Apelação Cível nº. 70.826-
4/188. – RELATOR: Desembargador João Ubaldo Ferreira.) EMENTA: “Apelação Cível.
Ação ordinária de ressarcimento por perdas e danos-reconvenção. Danos causados por
animais. Responsabilidade do proprietário que não provou uma das causas legais
excludentes. 1. O artigo 1.527, do antigo Código Civil, estabelece a presunção juris tantum
de responsabilidade do dono do animal, mas permitindo ao dono mesmo que se exonere da
responsabilidade, provando que o guardava com o cuidado preciso, ou alguma outra
excludente, daquelas referidas no supracitado artigo. 2. Se o réu não prova uma das causas
legais excludentes da obrigação de indenizar, responde pelos danos que animais seus
causarem ao vizinho. 3. Não restou comprovado nos autos que o requerente/apelado desse
causa a que os animais bovinos adentrassem à lavoura. 4. O apelante/reconvinte não fez
prova do fato constitutivo de seu direito de que teria sido contratado o pagamento do preço
de 10% (dez por cento) da produção da lavoura do arrendatário/apelado no 2º (segundo) ano
do arrendamento. Apelo conhecido e improvido”. (Informa Jurídico. Ed. 32. Vol. I. Prolink
Publicações).“TJRJ - Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro - Acórdão: AC 8208/96 -
Registro: 060398 - Código: 96.001.08208 - Câmara: 1ª C.Cív. - Relator: Des. Marlan
Marinho - Data de Julgamento: J. 11/11/1997
Ementa:
RESPONSABILIDADE CIVIL DE PROPRIETÁRIO DE ANIMAL - LESÕES -
CAUSADAS POR MORDIDA DE CÃO FEROZ - RESSARCIMENTO DOS DANOS -
ART. 1527 - CC - RESPONSABILIDADE CIVIL - FATO DE ANIMAIS - CULPA
PRESUMIDA - Na responsabilidade por fato de animais, o dono ou detentor deles, só se
eximirá de culpa se comprovar existir, no caso, quaisquer das circunstancias previstas no
Art. 1 - 527, do Código Civil. Recurso improvido. (TJRJ - AC 8208/96 - Reg. 060398 - Cód.
96.001.08208 - 1ª C.Cív. - Rel. Des. Marlan Marinho - J. 11.11.1997)” (Informa Jurídico.
Vol. I. Ed. 32. Prolink Publicações). “2TAC-SP - 2º Tribunal de Alçada Civil de São Paulo -
Recurso: Ap. s/ Rev. 616.987-00/6 - Câmara: 4ª Câm. - Relator: Juiz MOURA RIBEIRO -
Data: J. 9/10/2001 `in` JTA (LEX) 192/716
Ementa:
1735 - RCI 66
RESPONSABILIDADE CIVIL - INDENIZAÇÃO - DANOS EM PRÉDIO RÚSTICO -
INVASÃO DE ANIMAL EM PROPRIEDADE VIZINHA - CULPA PRESUMIDA DO
DONO DO GADO - PROVA CONTRÁRIA A ELE CARREADA - EXEGESE DO
ARTIGO 1527 DO CÓDIGO CIVIL Para os fins do artigo 1527, do Código Civil, cabe ao
dono do animal provar que o guardava e vigiava com o cuidado necessário.” E2(Informa
Jurídico. Vol. I. Ed. 32. Prolink Publicações).
Assim, de acordo com os fatos narrados e com as decisões acima explicitadas, percebe-se
que o ato ilícito foi provocado pela negligência do REQUERIDO no que pertine aos
cuidados com o animal, não sendo resultado de nenhuma das hipóteses que poderiam eximi-
lo de culpa, pois não restaram configuradas nem a culpa exclusiva do REQUERENTE e nem
a força maior.
II – Seja julgada procedente a presente Ação de Reparação por danos Materiais, em razão do
prejuízo causado pelo animal que invadiu a propriedade do REQUERENTE, condenando-se
o REQUERIDO ao pagamento de uma indenização pelos danos causados na esfera
patrimonial, no valor total de R$ ...... (valor expresso), referente à destruição da plantação,
estimada em R$ ...... (valor expresso), mais o montante de R$ ...... (valor expresso), relativo
ao que deixou de auferir, além do valor de R$ ...... (valor expresso), gasto com a
reconstrução da cerca.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]