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Sociolinguística

A EXPRESSÃO DE DESPEDIDA NO FALAR PARAENSE

Beatriz Baia, Doriele Rodrigues, Jaquelene Gonçalves, Meire Rosa Freitas, Rosivane
Barata.

Resumo: O presente trabalho é um teste de atitude linguística afetiva dos falantes, sobre
o fenômeno da expressão de despedida no falar paraense, com intuito de buscar
conhecimento das variedades linguísticas falada nessa região, apoiando-se nos estudos
sociolinguísticos de William Labov, e mais precisamente em sua teoria da variação, as
quais iremos utilizar nos procedimento desta análise para que se possa compreender o
comportamento linguístico dos informantes e identificar possíveis fatores extras
linguísticos que possa influenciar na forma de como se percebe e conceitua as variações
linguística de sua comunidade de fala, , e buscando demonstrar melhorias para o ensino
em sala de aula. Comentado [RR1]: Não seguiu a formatação dada.

Palavras chaves: (Língua, ensino, respeito)

1.Introdução:
O Pará é um estado vasto em território e de cultura muito forte e por sua área
extensa é consideravelmente normal haver diferenças no falar dos paraenses, afinal, todas
as línguas possuem variedades no falar, que são as variações linguísticas, e essas
variações são fruto de vários aspetos como o social, econômico e é produto de um
processo histórico particular e que pode remeter a mudanças sucessivas que atende as
necessidades linguística da sociedade. Nesse sentido, esse trabalho se propõe a fazer uma
análise sobre os comportamentos dos falantes e como esses conceituam algumas variantes
presentes nessa região, com objetivo principal de identificar os fatores que condicionam
a escolha entre uma ou outra variante, e se a nossa hipótese levantada sobre o nível de
escolaridade influência na conceituação positiva das mesmas. Desse modo buscando Comentado [RR2]: Acentuação

compreender quais fatores extra linguísticos, condicionais ou estratificadores sociais que


possam influenciar a atitude do falante mediante as variantes propostas Comentado [RR3]: Melhora redação desse período. Falta
pontuar.

2.Fundamentação teórica:
A sociolinguística é uma ciência que estuda a língua no contexto social, levando
em consideração a identidade social do falante e do ouvinte, o contexto social que

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influencia a produção da fala, ou seja, buscar compreender as questões que influenciam


a forma com que cada um se utiliza da linguagem. Um dos seus grandes estudiosos foi
William Labov que publicou vários trabalhos e também desenvolveu a teoria
variacionista, a qual mostra como os aspectos sociais como, idade, sexo, ocupação, entre
outros, como isso influencia a o sujeito na fala, a importância do seu trabalho foi Comentado [RR4]: Melhorar redação.

evidenciar aspectos importantes da linguagem que até então era deixado de lado, era
desconsiderado na descrição da linguagem. Portanto a sociolinguística se consolidou
como uma ciência que tem como objeto de estudo a variação linguística, os padrões de
comportamento linguístico observado dentro de uma comunidade de fala. Se debruça em Comentado [RR5]: Falta elemento de coesão para ligar as
ideias.
analisar e descrever esses comportamentos. Partindo desse entendimento é que
direcionamos os percursos na produção desse trabalho sobre a análise de algumas variável Comentado [RR6]: Retirar ou estabelecer concordância
nominal.
e variantes presentes em nossa região, mas pra tanto recorremos ao conceito de variável
Comentado [RR7]: Essa forma ainda não foi aceita na
e variante que na sociolinguística, variável refere-se aos fenômenos em variação modalidade escrita.

constituído por 2 ou mais variantes linguísticas, enquanto que variantes são formas
linguística alternativas que vinculam o mesmo sentido. Conforme dessa conceituação é Comentado [RR8]: Melhorar a pontuação do período.

que direcionamos esse trabalho de pesquisa o qual se detém em analisar e descrever a


variação linguística proposta no mesmo, que é a variável padrão “vou embora" e as
variantes não padrão “vou pegar beco" “vou meter o pé” “vou vazar" "vou me mandar"
que por finalidade buscar compreender os aspectos condicionais que levam os faltantes a
considerar essas variáveis com maior ou menor grau de aceitação ou prestígio social em
relação a sua variável padrão. Nesse sentido Coelho Et al (2015. P.16). faz uma referência Comentado [RR9]: Precisa pontuar melhor esse trecho,
bem como empregar as vírgulas no lugar certo.
a variação linguística que segundo ele.
Comentado [RR10]: Minúsculo
Comentado [RR11]: Coelho é ela. E quando houver et al,
“A variação linguística é o processo pelo qual duas formas podem ocorrer no significa que são três ou mais autores. Logo, seria: “segundos
mesmo contexto com o mesmo valor referencial/representacional, isto é, com eles”.
o mesmo significado [...] a variação linguística é inerente a língua, e não
compromete o bom funcionamento do sistema linguístico nem a possibilidade
de comunicação entre os falantes – o que podemos perceber, quando
observamos que as pessoas a nossa volta falam de maneira referente, mas
sempre se entendendo perfeitamente”.

Segundo o que diz o autor citado, a variação linguística não compromete o bom Comentado [RR12]: Os autores.

funcionamento da língua, ao contrário, dispõe de várias possibilidades de dizer algo com


o mesmo significado como, Tchau, vou embora, até logo. Essas expressões de despedidas
possuem a mesma intencionalidade e significado, no entanto são diferentes em seus
léxicos, que é o caso das variáveis apresentadas nesse trabalho de pesquisa.

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3.Procedimentos metodológicos

Esse trabalho faz análise do resultado de uma pesquisa no qual nós partimos de uma
amostra que contem 20 informantes, as informações foram colidas de formas virtual Comentado [RR13]: Coletadas seria um termo mais
adequado. Só para lembrar: o verbo é “colher”.
através de um formulário eletrônico que enviamos aos informantes via WhatsApp.
Utilizamos como estratificadores sociais, o gênero, a faixa etária e os níveis de
escolaridade. O formulário era composto por alguns enunciados que continham a variável
padrão “vou embora” e as variantes não padrão /vou meter o pé/vou pegar beco/vou vazar Comentado [RR14]: Eu expliquei que variável é o
fenômeno, ou seja, expressões de despedida. Variantes são
/vou me mandar/ e em cada enunciado havia 3 opções de resposta para positiva e 3 opções as formas as quais o falante recorre para se despedir. Eu
chamei a atenção da equipe na apresentação do seminário,
para negativa. A pesquisa foi feita durante o período de 8 h do dia 21 de fevereiro de mas vejo que a mesma falha ainda permanece aqui.
2021. Através dos mecanismos do formulário eletrônico disponível no Google. Comentado [RR15]: Melhorar pontuação. Deveria ser
vírgula e não ponto em seguida nesse trecho em destaque.
Quadro com informações dos elementos utilizados na aplicação da pesquisa. Comentado [RR16]: Títulos de quadro, gráfico e tabela
dever ser escritos em uma fonte menor que 12, além de
serem negritados.
Variáveis independentes Variáveis dependentes Total de
informantes
●Gênero: masculino (10) e feminino Expressão de despedida
(10) Vou embora/ vou vazar 20 informantes
● Faixa etária: de 10 à 20> (6) e de Vou me mandar/Vou
21 à 30 >(14) pegar beco Comentado [RR17]: Os informantes deveria estar na
●Grau de escolaridade: Ensino mesma proporção.

médio> (16) e ensino superior >(4) Até logo/vou meter o pé

4.Resultados

Conforme os dados coletados na pesquisa, obtemos alguns respectivos resultados, Comentado [RR18]: Vírgula.

sendo que, a forma como foram usadas era, se elas seriam aceitáveis ou não para nossos Comentado [RR19]: Retirar

informantes, e o objetivo era saber se diante da nossa hipótese levanta, se o nível de Comentado [RR20]: Ortografia, pois penso que seria
“levantada”
escolaridade influência na conceituação positiva das variantes e saber se confirmava ou
Comentado [RR21]: Acentuação. Cuidado, pois aqui é
não perante a análise. As expressões usadas na pesquisa foram de forma padrão e não verbo e não substantivo.

padrão. É bom ressaltar que além dos níveis de escolaridade, a faixa etária dos informante Comentado [RR22]: Vírgula.

se faz presente nas respostas também.

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Gráfico 1.

O gráfico 1, mostra os resultado do gênero masculino e escolaridade, através dos


conceitos positivos e negativos dos informantes , percebe-se que há uma divergência
entre as formas das expressões não padrão no nível médio, e que no nível superior há um
equilíbrio de opinião, em contra partida a forma não padrão que à uma maior Comentado [RR23]: Ortografia.

aceitabilidade, em relação ao termo padrão a uma maior aceitabilidade pelos níveis médio Comentado [RR24]: Quando a intenção for apresentar
ideia de existir, deve-se empregar verbo haver, logo seria
e uma parcela negativa, e para os níveis superior a uma maior aceitabilidade, pois percebe com “h”.

se também que os informantes são de faixa etária entre 21 e 30 anos, ou seja eles não têm Comentado [RR25]: Concordância.

apesar da sua maior idade, um nível tão elevado de escolaridade, são poucos 3 ou 4 .
Dessa forma, são influenciados em suas escolhas entre as expressões não padrão e padrão.

Gráfico 2.

O gráfico 2 , faz uma amostra do resultado do gênero e escolaridade sobre a


conceituação positiva ou negativa das variáveis, também traz uma divergência na
expressão não padrão e já na expressão padrão a um equilíbrio, dessa forma pode se ver
que o nível médio novamente tem um desequilíbrio de aceitabilidade das variantes entre
Comentado [RR26]: Ortografia
os informantes, em contra partida ao nível superior que à um equilíbrio nas suas respostas
Comentado [RR27]: Mesma situação mencionada
anteriormente acerca do verbo haver.

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como vimos no gráfico 1, no 2 novamente os informantes são de faixa etária entre 21 e


30 anos que apesar da sua idade não têm um nível de escolar tão elevado, são poucos. Comentado [RR28]: Não seria de escolaridade?

Portanto, podemos confirma que os níveis tanto médios quanto superior e a faixa Comentado [RR29]: Ortografia (confirmar)

etária dos informantes podem influencia na hora das suas respostas, mediante as variantes Comentado [RR30]: Precisam ter cuidado com os vernos
no infinitivo, pois eles recebem o grafema “r” no final.
e do termo padrão. Contudo, é notório que os que têm menor escolaridade julgam as
variantes tanto positivas quanto negativas e as que já tem um maior nível de escolaridade
julgam como positivas medianas, as expressões, na verdade, o nível médio é um Ensino
Básico e isso faz com sejam maiores as chances de aceitabilidade sobre as variantes e o
nível superior já tem conhecimento maior diante de alguns assuntos específicos.

A exposição do resultado dessa amostra trouxe nos conhecimentos de ao menos


dois aspectos condicionais, que de certa forma, influenciaram o comportamento dos
informantes sobre a conceituação das variáveis apresentadas, foram eles, faixa etária e
nível de escolaridade , o resultado observado mostra que os informantes que possuíam
faixa etária de 21 a 30 anos conceituaram de forma positiva, enquanto que, os informante
de faixa etária inferior conceituaram de formas negativas, ou seja, o resultado sugere que
a faixa etária pode ser um fator de influência nessa conceituação. Do mesmo modo, os
informantes que possuíam nível de escolaridade superior, em quase sua totalidade
também conceituaram de forma positiva dentro da escala de pouco a totalmente aceitável,
enquanto que os informantes que possuíam níveis mais baixos de escolaridade tenderam
a conceituar de forma positiva e negativa seguindo a escala de aceitável a pouco
inaceitável. Dessa forma, conclui-se que esses dois condicionais influenciam Comentado [RR31]: Condicionadores

positivamente no comportamento linguístico dos informantes mediantes a conceituação


das variantes que lhes foram apresentados. No entanto, não se pode dizer que apenas a
faixa etária pode influenciar positivamente no comportamento linguístico, mas que a
junção da faixa etária e nível maior de escolaridade podem de fato ter maior influência
sobre o comportamento linguístico fazendo com que se tenha mais cautela e respeito pelas
diversidades do falar do outro podemos mudar esse julgamento. Portanto se confirma a Comentado [RR32]: Melhorar a redação.

hipótese levantada nessa pesquisa, o nível de escolaridade, mais precisamente o nível


médio, pode realmente influenciar positivamente o nosso entendimento e o respeito sobre
as variações linguísticas.

A discussão, acerca da forma com que o próprio falante conceitua o falar de sua
região é de suma importância, pois nos trás informações relevante que possibilita traçar Comentado [RR33]: Ortografia.

caminho pra melhoria do ensino de língua portuguesa, principalmente sobre a abordagem


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das variações linguísticas na escola, criando diversas formas de conscientização para


que haja o respeito pelo falar de cada um, tais formas que podem ser desde aulas com
recursos expositivos de tirinhas com falas de personagem , vídeos de pessoas de diversos
lugares do país falando, como também exposição de peças teatrais em que o aluno se
utilize de seus próprios vocábulos, levando sua identidade cultural consigo, e no processo
de construção do conhecimento.

5. Considerações finais:

A elaboração desse trabalho nos agregou conhecimento de grandes relevância em


nosso processo de formação de professores de português, visto que o mesmo tratou de
uma amostra da qual se fez uma análise sobre os possíveis fatores sociais que influenciam
a forma com que o falante julga a utilização de algumas variantes de expressões de
despedidas, presente em nossa comunidade de fala, ou seja, o resultado obtido nessa
amostra revela fatores importantes de aspectos linguístico da região a qual estamos Comentado [RR34]: Concordância nominal

inseridos, e assim possibilitou um conhecimento mais aprofundado sobre variações


linguística e contexto social juntando fundamentos e teoria da sociolinguística com o Comentado [RR35]: Concordância

conhecimento na aplicação de pesquisa e no resultado obtidos que ressalta que a língua


é heterogênea e é um órgão vivo na sociedade e que representa a identidade sociocultural
do falante, mas que precisa ser abordada de forma mais didática e até com certa
sensibilidade do professor dentro da sala de aula, e nessa perspectiva ressaltamos a
importância de um maior engajamento da escola sobre metodologia do ensino-
aprendizagem com conscientização e valorização da linguagem do discente seja no
ensino da língua portuguesa ou nas demais disciplinas, visto que o mesmo se utiliza de
seu falar nesse processo.

Referências:
COELHO, I. L.; GORSKI, E. M.; MAY, G. H.; SOUZA, C.M.N. de (Orgs.)
Sociolinguística. Florianópolis: LLV/CCE/UFSC, 2010.

Coelho, I. L.et Al. Para conhecer sociolinguística. São Paulo: contexto, 2015

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Obs: O trabalho precisava passar por uma revisão, pois apresenta muitos desvios
gramaticais, a considera o ensaio um gênero acadêmico que toma como base a norma
culta. Senti falta da atividade de ensino.

NOTA: 2,0

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