Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Relatório:
Um contrato de prestações de serviços deve ser formulado tendo como base o princípio
a boa-fé, lealdade, transparência e equidade.
Fundamentação:
Quando uma pessoa contrata uma seguradora de saúde, o faz para que esta cubra todo e
qualquer procedimento médico, desde ao primeiro atendimento, incluindo, internação, exames,
medicação. Não pode a segura de saúde se esquivar de sua responsabilidade.
Fato é, que estamos vivenciando uma pandemia mundial, que tem afetado a saúde de
milhões de pessoas, e o Estado, por si só, não tem como suportar toda a demanda que este
momento tem causado. Ainda, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já se posicionou e
firmou entendimento de que Plano de Saúde não pode se recusara cobrir tratamento do Covid-
19 (https://www.conjur.com.br/2020-mai-05/opiniaoplano-saude-nao-recusar-cobrir-tratamento ).
E quando se fala em tratamento, está incluído todo e qualquer procedimento necessário para
preservar a vida do segurado.
Ocorre que a negativa, além de ir contra a resolução expedida pela ANS, fere o direito
à saúde, sendo tal direito de grande relevância na medida em que previsto no artigo 6º da
Constituição Federal de 1988, configurando-se como direito social prestacional.
Vale resslatar, ainda, que a relação existente entre o plano de saúde e o contratante é
uma típica relação consumerista, que se desenvolve no âmbito da Lei nº 8.078/90, conhecida
como Código de Defesa do Consumidor. E ainda, o STJ editou recentemente a Súmula 608,
dispondo que: "Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de
saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão".
Assim sendo, a Política Nacional das Relações de Consumo que permeia o CDC tem
por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, à
sua saúde e à sua segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua
qualidade de vida, bem como a transparência e a harmonia a elas inerente (CDC, artigo 4º,
caput).
Logo, no exercício da sua livre iniciativa fundada em valores sociais (CF, artigos 1º, IV
c.c. 170, caput, e V, c.c. 173, § 4º, c.c. 174, caput), as operadoras de planos de saúde devem
ser transparentes e agir de boa-fé (objetiva), assegurando o equilíbrio nas relações de consumo
com o atendimento das necessidades dos seus contratantes, em especial diante da pandemia.
Com efeito, a proteção à saúde é direito básico dos consumidores (CDC, artigo 6º, I),
corolário das determinantes constitucionais positivas da cidadania (CF, artigo 1º, II) e da
dignidade da pessoa humana (CF, artigo 1º, III).
Conclusão:
É esse o parecer.