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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE

COORDENAÇÃO DO CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA Dezembro - 2020

ANÁLISE COMPARATIVO ENTRE O MÉTODO ANALÍTICO E SIMULADO NO


DIMENSIONAMENTO DE UM PÓRTICO FIXO

André Luiz Pereira1


Renato Cristofolini2

Resumo: O objetivo deste artigo é realizar uma análise comparativo entre o método de cálculo analítico e a
simulação computacional no SolidWorks e Ansys, em um dimensionamento de um pórtico fixo que será
utilizado como base dos estudos. A análise comparativa efetuada foi de tensão de flexão e deflexão na viga
e tensão de compressão e fator de flambagem nas colunas do pórtico, tendo a base do dimensionamento
estrutural as normas NBR 8400:1984 e NBR 8800:2008. Comparado com o cálculo analítico o Ansys teve
pequenas diferenças, sendo a maior na tensão de compressão com 9,5783%. No SolidWorks obteve-se
maiores variações, sendo a maior diferença na deflexão com 21,1201% em comparação com o cálculo
analítico. A diferença do cálculo analítico com o simulado é principalmente em seu método de análise, onde
a simulação analisa a estrutura como um todo através do método dos elementos finitos.

Palavras-chave: Ansys; Cálculo analítico; SolidWorks; Pórtico.

Abstract: The objective of this article is to carry out an analytical comparative between the analytical
calculation method and a computer simulation in SolidWorks and Ansys, in a design of a fixed gantry as the
basis for the studies. A comparative analysis carried out for bending and deflection stress in the beam and
compression stress and buckling factor in the columns of the gantry, having a structural design base according
to NBR 8400:1984 and NBR 8800:2008. Compared with the analytical calculation Ansys had small differences,
the highest being in the compression tension with 9.5783%. In SolidWorks, there were greater variations, with
the largest difference in deflection with 21.1201% compared to the analytical calculation. The difference
between analytical and simulated calculations is mainly in its method of analysis, where a simulation analyzes
the structure as an only component through the finite element method.

Keywords: Ansys. Analytical calculation. SolidWorks. Gantry.

1. Introdução
A utilização das ferramentas CAD (Computer Aided Design) integrado do CAE (Computer
Aided Engineering) vem se tornando cada vez mais comum nos mais variados departamentos de
pesquisa e desenvolvimento nas grandes empresas de engenharia, segundo Siqueira e Fontes
(2018). Complementando Tavares (1998), informa que atualmente as estruturas estão tendo um
aumento de complexidade e a evolução das capacidades dos computadores favorece o surgimento
de novos métodos de análise.
Explicado por Alves Filho (2013), no desenvolvimento de cálculo estrutural, os engenheiros
devem garantir que os objetivo analisado atenda aos requisitos de projeto, não estando sujeito a
falhas mesmo estando sob as mais variadas situações de operação.
Levando-se em consideração a problemática do artigo é o dimensionamento de um pórtico
fixo e simulação, estudando os detalhes dos cálculos analíticos e simulação computacional com o
paralelo na utilização de dois softwares.

1
Acadêmico do curso de Engenharia Mecânica da Univille.
2
Orientador, professor do Curso de Engenharia Mecânica da Univille.

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Tendo em vista o objetivo de pesquisa é estudar a eficácia e a importância de utilizar


métodos complementares a agregar a análise e dimensionamento em pórticos e equipamentos,
buscando métodos mais rápidos e eficientes.
Portanto, ao finalizar o mesmo, os resultados esperados e dimensionar a estrutura do pórtico
e observar as variações que se tem entre as plataformas de cálculo computacional e o analítico.

2. Referencial teórico
A seguir serão abordados os referenciais teóricos no qual auxiliaram e serviram para o e
embasamento e desenvolvimento metodológico e conclusões da pesquisa no dimensionamento do
pórtico e paralelo entre os softwares CAD/CAE.
2.1 Flexão
Segundo Hibbeler (2004), vigas são elementos estruturais de grande importância na
engenharia, tendo princípio geral de projeto resistir aos esforços de flexão. As vigas podem ser
definidas como elementos estreitos que devem suportar cargas aplicadas perpendicularmente ao
próprio eixo, sendo geralmente barras compridas, retas e com área transversal constante.
Para realizar o projeto adequado da viga é necessário entender quais forças estão aplicadas
a viga. Conforme Hibbeler (2004), graças as cargas aplicadas na viga, a mesma desenvolve força
cortante (cisalhamento) interna e momento fletor, onde, estas no geral variam a cada ponto ao longo
da viga, então, para realização do projeto da viga é necessário primeiramente determinar o
cisalhamento e o momento máximo na viga.
Na utilização do aço estrutural, as vigas I e os perfis de abas largas (H), são os formatos
mais preferíveis para o uso em trabalho de flexão, de acordo com Beer e Johnston Jr. (1995), devido
aos mesmos possuir uma grande parte de sua seção transversal localizada o mais longe possível
da linha neutra, proporcionando uma certa altura e área, e maiores valores de momento de inércia
(I) e momento resistente (W). Entretanto, Beer e Johnston Jr. (1995), alerta em relação a utilização
de peças altas, assim o uso de uma relação de altura e base muito alta pode gerar instabilidade
lateral das vigas. Existindo tabelas que fornecem os valores para perfis metálicos, com valores das
propriedades geométricas referente a seção transversal, padronizados comercialmente.
Norton (2014), afirma que o cálculo de tensão normal de flexão é realizado pela equação
𝑀×𝑐
(𝜎𝑚á𝑥 = ), onde, utiliza o momento fletor máximo (M), a distância até a linha neutra (c) e o
𝐼

momento de inercia (I).


2.2 Flambagem
Ao projetar algum elemento, o mesmo precisa satisfazer os requisitos de tensão, deflexão e
estabilidade específicos. Hibbeler (2004), explica que alguns elementos por serem compridos e
esbeltos, quando aplicado cargas axiais, tal carga se for grande o suficiente poderá provocar uma
deflexão lateral, estes elementos são chamados de colunas e a deflexão lateral sofrida é chamada

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de flambagem. As colunas devem ser projetadas com grande atenção, pois, muitas vezes a
flambagem de uma coluna pode levar a uma falha súbita e drástica da estrutura ou mecanismo.
Segundo Beer e Johnston Jr. (1995), ao aplicar uma carga P axialmente a uma coluna, o
equilíbrio será perturbado, entretanto o sistema retornará a sua posição inicial de equilíbrio, desde
que P não exceda o valor de carga crítica Pcr, sendo assim o sistema é chamado de estável, caso
P>Pcr então o sistema será deslocado de sua posição inicial para uma nova posição de equilíbrio,
sendo assim, este estado de sistema é dito ser instável, como demonstrado no Apêndice A.
Como observado assim podemos definir que existe o equilíbrio estável e o equilíbrio instável,
entretanto Hibbeler (2004), demonstra que caso P=Pcr, este é dito de equilíbrio neutro, sendo que
este ponto que qualquer leve alteração sofrida no elemento não fará com que saia de equilibro ou
seja restaurado para sua posição inicial, assim sendo a barra permanecera em sua posição
defletida. Este ponto também é chamado de ponto de bifurcação. Hibbeler (2004), demonstra a
𝜋 2×𝐸×𝐼
equação de flambagem para uma coluna esbelta e comprida como (𝑃𝑐𝑟 = ), sendo a carga
𝐿2

crítrica (Pcr), o módulo de elasticidade do material (E), o momento de inércia do perfil (I) e o
comprimento da coluna (L).
Ao dimensionar, Pcr, representa a carga no qual o elemento está em seu limite de
flambagem. Assim Hibbeler (2004), alerta que o valor de Pcr não pode ser superior que P que o
mecanismo pode suportar, apesar de a carga crítica ser considerada a maior carga que e possível
a coluna suportar, na verdade a coluna pode suportar uma carga maior que Pcr, entretanto, essa
carga pode acarretar em uma grande deflexão, muitas vezes inadmissível as estruturas.
2.3 Método dos Elementos Finitos
O método de elementos finitos (MEF), foi desenvolvido nos anos 1950 na indústria
aeroespacial e trata-se de um método para resolução de problemas de engenharia, na qual
equações são resolvidas de modo aproximado, sendo mundialmente utilizado por vários
engenheiros e cientistas, afim, de prever comportamentos estruturais, mecânicos, térmicos, entre
outros, através de simulações computacionais, conforme explicado por Fish e Belytschko (2009).
No processo para realizar a análise estrutural por elementos finitos, segundo Alves Filho
(2013), a geometria da peça é subdividida pelo software em partes com quantidades finitas que são
chamados elementos, os nós mantem estes elementos ligados entre si, com estes conjuntos é
formando o que é denominado malha, sendo assim, sem elementos e nós não é possível fazer a
análise por elementos finitos, como ilustrado no Apêndice B.
Estes softwares são denominados CAE (Computer Aided Engineering) e Alves Filho (2013),
afirma, entre suas principais vantagens é em relação a redução de custo e tempo necessário ao
realizar desenvolvimento de projetos, sendo possível ter otimização do produto antes da fabricação,
reduzindo custo gerais em manufatura, e o aumento de assertividade para componentes, sendo
possível perceber uma eventual falha antes de sua execução, reduzindo a probabilidade de falhas.

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Azevedo (2015), explica que as etapas utilizadas para o desenvolvimento do MEF, é dívida
em três etapas, pré-processamento, onde são impostas todas as definições antes de realizar
simulação, inclui geometria da peça, materiais, condições de contorno e a malha, o processamento,
onde é definido o tipo da análise para obtenção dos deslocamentos nodais durante a execução,
sendo parte interna procedimento do software, e o pós-processamento, então estão as saídas dos
resultados como tensões, deformações, fluxo de calor, fatores de segurança, entre outros.
Apesar do MEF, ter como princípio auxiliar, tem certos pontos que devem ser observados,
conforme levantado por Budynas e Nisbett (2016), entre estes pontos estão os erros
computacionais, que são erros provenientes dos cálculos realizados pelo computador, entretanto,
a maioria dos softwares que realiza o MEF se concentra na redução destes erros, outro ponto é o
erro de discretização, este sendo relacionado a geometria e distribuição de deslocamentos que
varia de modo continuo em uma estrutura real, pois, como o MEF emprega um número finito de
elementos para analise isto pode introduzir erros relacionados a sua geometria.
2.4 Ansys
Lançado no ano de 1970, descrito por Fish e Belytschko (2009), o software tinha a
capacidade de resolver problemas lineares e não-lineares, sendo assim amplamente adotado pela
indústria. Sendo um dos vários softwares de análise pelo MEF, o Ansys Workbench se encontra na
categoria dos softwares CAE, tendo sua finalidade no auxílio dos engenheiros para tomada de
decisões, desenvolvimento, dimensionamento e validação de projetos, segundo Azevedo (2015).
O Ansys assim como outros softwares permite a criação dos desenhos no próprio software,
conforme comentado por Azevedo (2015), além do software ter a disponibilidade de variados tipos
de análises estruturais comuns como, análise estática, modal, dinâmica transientes, etc. A análise
estrutural estática pode ser utilizada para determinar deslocamentos, tensões, deformações e
forças nos componentes e estruturas que são causadas por cargas.
2.5 SolidWorks
Sua primeira versão foi lançada em 1995, então em 1997 foi adquirida pela Dassault
Systèmes S.A. Sendo explicado por Fish e Belytschko (2009), a companhia HKS, fundada em 1978,
desenvolveu o ABAQUS, o objetivo era em aplicações não-lineares e foi ganhando capacidades em
aplicações lineares, então em 2005, a companhia foi vendida para a Dassault Systèmes S.A.
Conforme afirmado por Fialho (2013), são poucos softwares apresentam uma interface mais
compreensível e que tenha uma acessibilidade para aprendizado mais ágil, assim sendo, a
SolidWorks, buscou oferecer aos usuários de CAD 3D uma grande variedade de aplicações que
não fosse apenas voltada para modelagem de sólidos ou criação de fotorrealismo, incorporando
ferramentas CAE, na sua licença SolidWorks Premium. Conforme explicado por Fialho (2013), está
ferramenta permite análises mais avançadas, com maior aplicação em sólidos, cascas, barras e
estruturas mistas, possuindo variedades de aplicações de cargas, geração de malhas, entre outros.

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2.6 Materiais
Segundo Callister Jr. e Rethwisch (2020), os metais são amplamente utilizados em
estruturas, sendo os metais composto por um ou mais elementos metálicos (ferro, alumínio...) e
muitas vezes com quantidades pequenas de elementos não metálicos (carbono, oxigênio...). Sua
aplicação em estruturas, se deve pôr suas características mecânicas, sendo relativamente rígidos
e resistentes, além de dúcteis, podendo sofrer grande deformação sem sofrer fratura.
2.7 Pórticos
Os equipamentos de elevação tratam-se dos equipamentos de carga, cada um destes tem
características é podemos dividi-los por categorias. Conforme explicado por Costa e Sena (2015),
existem equipamentos que exigem especificações do comprador e tem seus custos mais elevados,
e se encaixam na categoria de pontes rolantes (mono viga, dupla viga, rolante suspensa) e pórticos
rolantes (mono viga, dupla viga e dupla viga com duplo balanço), ilustrado no Apêndice C.
Os pórticos rolantes são similares as pontes rolantes, mas, estas apresentam sua própria
estrutura que sustenta a viga principal, são utilizados dentro de galpões ou em áreas abertas, são
optados geralmente para manuseio de cargas em locais que a aplicação de pontes rolantes ou
guindastes não seja viável tecnicamente ou economicamente, segundo Costa e Sena (2015).
O processo de fabricação de pórticos é regido pela norma NBR 8400:1984, como objetivo
de definir diretrizes de projeto para o sequenciamento de cálculos estruturais e dos componentes
dos equipamentos, e do grau de complexidade ou o tipo de serviço do equipamento projetado.

3. Metodologia
Neste tópico será exposto o procedimento aplicado no estudo, observado de modo macro
na Figura 1, o foco em um estudo analítico e simulado em um dimensionamento estrutural.

Figura 1 – Estrutura de metodologia.

Fonte: O autor, 2020.


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3.1 Requisitos de projeto


As premissas e requisitos de projeto foram definidos exclusivamente para realizar o estudo
referente a este artigo. Definido-se a carga de elevação nominal de 2,9 toneladas, altura de
elevação (H) do chão de 6 metros e o vão com comprimento (L) de 8 metros. O mesmo apresentara
tempo de trabalho (t) aproximado de 9 horas diárias em com trabalho intensivo (Te), e 15 ciclos por
hora (Ti), considerando que tenha 275 (t) dias de trabalho e vida útil igual ou superior a 10 anos
(Tvid). Para realizar este estudo será considerado a sua aplicação em local fechado, e considerando
velocidade de deslocamento de carga como constante, portanto, aceleração igual a zero. Também
não será aplicado nenhuma análise em elementos fixadoras, soldas e sua resistência a fadiga.
O material para o estudo foi o ASTM A36, segundo Gerdau (2020), os aços da linha ASTM
(Amercian Society for Testing and Materials) tem sua prioridade de uso em estruturas metálicas, o
mesmo apresenta limite de escoamento (σesc) de 250 MPa, o perfil selecionado foi do tipo I, sendo
ideais em aplicações de sustentação onde é exigido maior resistência e robustez.
3.2 Critérios de projeto
Para realizar o dimensionamento de estruturas, inicialmente deve-se levar em consideração
critérios de pré-dimensionamento, a fim de realizar um projeto bem estruturado.
Com o intuito de assegurar o dimensionamento utiliza-se coeficiente de majoração (Mx),
abrangendo certas variabilidades de projeto, como possível maior carregamento atuante, variações
em propriedades dos materiais, entre outros fatores. Conforme explicado pela NBR 8400:1984, o
coeficiente de majoração pode ser obtido após definir classe de utilização e o estado de carga.
3.2.1 Classe de utilização
Obtém-se a classe de utilização segundo a NBR 8400:1984, baseando-se nos ciclos de
levantamento (Nx) que será desempenhado pelo equipamento durante sua vida, esses valores são
obtidos pelos requisitos de projeto, entre eles: tempo de vida (Tvid) (10 anos), dias de trabalho (t)
(275 dias), horas trabalhadas (Ts) por dia (9 horas) de trabalho e os ciclos por hora (Te) (15 ciclos).
Através da equação Nx=Tvid.t.Ts.Te, chega-se aos números de ciclos de 3,7125x10 5 durante sua
vida útil, podendo assim ser classificada no Grupo C, conforme tabela 1.

Tabela 1 – Classes de utilização.

Classe de utilização Frequência de utilização do movimento de Número convencional de


levantamento ciclos de levantamento

C Utilização regular em serviço intensivo 6,3 x 105


Fonte: Adaptado NBR 8400, 1984.

3.2.2 Estado de carga


O estado de carga tem o objetivo de caracterizar a severidade do serviço, sabendo qual a
proporção que o equipamento realiza o levantamento da carga máxima ou sua porção ao longo de
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sua vida útil. Sendo a fração de carga máxima (P), definida por (F/F máx), neste caso a carga nominal
(F) é de 2,9 toneladas e a capacidade (Fmáx) é de 3,2 toneladas, assim a fração de carga (P) é 0,906
conforme Tabela 2 foi adotado P=1 é definido o estado de carga como classe 3 (pesado).

Tabela 2 – Estados de carga.

Fração mínima da carga


Estado de carga Definição
máxima

3 (pesado) Equipamentos regularmente carregados com a P=1


carga nominal
Fonte: NBR 8400, 1984.

Após as definições do estado de carga 3 (pesado) e classe de utilização C, é possível


classificar a estrutura do equipamento no grupo 6, obtendo-se o coeficiente de majoração (Mx) de
1,20 conforme apresentando no Tabela 3.

Tabela 3 – Classificação da estrutura e coeficiente de majoração.


Classe de utilização e número convencional de ciclos de levantamento
Estado de carga
A (6,3X104) B (2,0X105) C (6,3X105) D (2,0X106)
3 = Pesado (P=1) 4 (Mx = 1,06) 5 (Mx = 1,12) 6 (Mx = 1,20) 6 (Mx = 1,20)
Fonte: Adaptado NBR 8400, 1984.

3.2.3 Fator de segurança


O critério de projeto foi definido que o equipamento vai trabalhar em ambiente fechado,
assim o classificando em caso I, para o coeficiente de segurança de 1,5, conforme Tabela 4. A
tensão admissível (σa) para o material ASTM A36 ficou definido em 165 Mpa, sendo este mesmo
valor de segurança para o Padm.

Tabela 4 – Tensões admissíveis a tração (ou compressão) simples.

Casos de Caso III (solicitações


Caso I (sem vento) Caso II (com vento)
solicitação excepcionais)
𝜎𝑒 𝜎𝑒 𝜎𝑒
𝜎𝑎
1,5 1,33 1,1
Fonte: Adaptado NBR 8400, 1984.

3.3 Sistema de elevação


O artigo é voltado para o dimensionamento e análise estrutural, portanto o sistema de
elevação talha com conjunto trole, foi definido por catálogos existentes no mercado, foi o escolhido
a fabricante Kito, seguindo as informações técnicas disponibilizadas, pelo modelo de capacidade
3,2 toneladas e altura de elevação de 6 metros, tendo seu conjunto a massa total de 169 kg.

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3.4 Dimensionamento
O dimensionamento do pórtico terá duas etapas, o dimensionamento da viga principal e o
dimensionamento das colunas de apoio do pórtico.
3.4.1 Dimensionamento da viga
Para realizar o dimensionamento da viga principal e atender o máximo da tensão normal de
flexão e do critério de deflexão, sempre considerando a pior situação de aplicação.
Como observado na Figura 2a, apresenta o DCL (Diagrama de Corpo Livre) das distancias
referente aos apoios do trole, considerando a carga máxima junto com a carga do trole e talha,
obtemos W T=33039 N, ficando assim R1=16519,5 N e R2=16519,5 N, conforme Equação 1.
Assim na Figura 2b, é encontrado os valores de reação de apoio, sendo os mesmos iguais
a A1=R1=16519,5 N e B1=R2=16519,5 N, o vão útil foi definido de 8 metros, então para ser possível
realizar os apoios da coluna foi selecionado a viga (L) de 9 metros, utilizando a Equação 2, para o
momento máximo (Mmáx), sendo o mesmo multiplicado pelo coeficiente de majoração (M x), obtendo-
se assim o valor de momento máximo de 87897 Nm.
𝑊𝑇 𝐿
𝑅1 = 𝑅2 = (1) 𝑀𝑚á𝑥 = 𝑀𝑥 × 𝑅1 × ( − 𝑑1 ) (2)
2 2

Sequenciando o módulo estático ou módulo de resistência (Wx) é calculado através da


Equação 3, através do momento máximo (Mmáx) e a tensão admissível (σa) de 165 MPa conforme
seção 3.2.3. Sendo assim módulo estático (Wx) mínimo que a seção pode ter é de 532,71 cm3.
Por fim o cálculo do momento de inércia (Ix) é efetuado a partir da Equação 4, através da
reação (R1), coeficiente de majoração (Mx) da seção 3.2.2, do comprimento total (L), é conforme
catálogo da Gerdau, módulo de elasticidade (E) de 200 GPa e deflexão máxima (δm) de 20 mm,
sendo assim o momento de inércia (Ix) da viga deve ser superior a 12544,5 cm4.
𝑀𝑚á𝑥 2×𝑅1 ×𝑀𝑥 ×𝐿3
𝑊𝑥 = 𝜎 ×106
(3) 𝐼𝑥 = 48×𝐸×𝛿𝑚
(4)
𝑎

Figura 2 – a) DCL de forças talha e trole; b) DCL das forças na viga principal.

Fonte: O autor, 2020.

Obtido os valores do módulo de elasticidade (Wx) e momento de inercia (Ix), através do


catálogo de perfis comerciais da Gerdau, foi selecionado o perfil W360x51, onde, na Tabela 5 é
possível observar suas principais dimensões e na Figura 3 apresenta-se a legenda de leitura.
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Tabela 5 – Dimensões do perfil da viga principal.

Propriedade Massa Linear d bf tw tf h Área Ix Wx


(kg/m) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (cm2) (cm4) (cm3)
Medidas 51 355 171 7,2 11,6 332 64,8 14222 801,2
Fonte: Adaptado catálogo Gerdau, 2020.

Figura 3 – Legenda perfil viga I.

Fonte: Gerdau, 2020.

3.4.2 Dimensionamento das colunas


O dimensionamento das colunas foi realizado considerando a condição de maior solicitação
estrutural para o conjunto com a carga localizada na extremidade da viga e levando em
consideração a massa da própria viga (Wv), como observado na Figura 4a, sendo valores de
A1=4086,13 N e B1=33454,13 N.
Na Figura 4b apresenta o esquema para realizar os cálculos de reações de apoio nas pernas
da coluna, utilizando o valor crítico de B1, cada coluna apresentou força máxima de compressão
(Fc) igual a 17317,13 N.

Figura 4 – a) DCL de forças na extremidade da viga talha e trole; b) DCL das forças nas colunas.

Fonte: O autor, 2020.

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A escolha dos materiais foi definida na seção 3.1, sendo a tensão admissível (σ a) 165 MPa,
𝐹
e força máxima de compressão (Fc) de 17317,13 N, com a equação (𝜎 = 𝐴) é obtido a área mínima

(A) da seção que irá atender os requisitos de tensão admissível de compressão sendo 1,05 cm2.
Em sequência o próximo critério para dimensionar as colunas é calcular os momentos de
inercia para os eixos x (Ix) e y (Iy), através das Equações 5 e 6. Para o Pc deve-se levar em
consideração o fator de segurança de 1,5 conforme a seção 3.2.3, sendo assim Padm é 25975,7 N.
Conforme a norma NBR 8800:2008, para o coeficiente de flambagem (K) nesta situação é adotado
os valores recomendados para x o K é 0,65, já para y o K é 1,2. É para o módulo elástico (E) sendo
200 GPa, é obtido os momentos de inércia em x (Ix) de 21,51 cm4 é para y (Iy) de 73,31 cm4.
𝜋 2×𝐸×𝐼
𝐿𝑒 = 𝐾 × 𝐿 (5) 𝑃𝑎𝑑𝑚 = (6)
𝐿𝑒 2

Definido os valores do momento de inércia (Ix, Iy) e área da seção (A), através do catálogo
da Gerdau, define-se o perfil W200x15, sendo suas dimensões apresentadas na Tabela 6.

Tabela 6 – Dimensões do perfil das colunas.

Propriedade Massa Linear d bf tw tf h Área Ix Iy


(kg/m) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (cm2) (cm4) (cm4)
Medidas 15 200 100 4,3 5,2 190 19,4 1305 87
Fonte: Adaptado catálogo Gerdau, 2020.

3.5 Verificação de esforços


Após o cálculo e dimensionamento da estrutura é necessário verificar as variáveis críticas
que podem constar, como o material utilizado e as dimensões definidas para os perfis.
3.5.1 Verificação da viga
Na viga é necessário analisar a pior situação com o conjunto no centro da viga, conforme a
Figura 9, considerando a massa da viga, sendo assim valores para A1=B1=18770,13 N.
Conforme apresentado na seção 2.1, a tensão máxima de flexão é encontrado através da
𝑀×𝑐
equação (𝜎𝑚á𝑥 = 𝐼
), sendo o momento máximo (M), o momento de inércia (Ix) e a distância da

linha neutra (c) sendo (d/2) conforme dados apresentado na Tabela 5.


Para se calcular a deflexão (δ), foi utilizado a equação de deflexão com carga centralizada,
analisando-se a viga como um componente longo que possui uma carga centralizada, sendo a carga
(P) considerando-se a carga de elevação, do trolley e da viga, o comprimento (L) referente a viga,
o módulo elástico (E) do material é o momento de inercia (Ix) da viga conforme tabela 5.
3.5.2 Verificação nas colunas
A verificação de esforços na coluna é necessário analisar na pior situação com o conjunto
na extremidade da viga, conforme Figura 11a, e juntamente com a força B1 sobre as colunas

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apresentado na Figura 11b. A tensão máxima de compressão é encontrado através da equação


𝐹
(𝜎 = ), a força (F) sendo a força de compressão (Fc) e a área (A) do perfil conforme Tabela 6.
𝐴

É necessário analisar o fator de flambagem crítico (Pcr), conforme a Equação 5 e 6, sendo


os momentos de inércia (I) conforme o perfil selecionado das Tabelas 5 e 6, o módulo de
elasticidade (E) do material, o comprimento da perna (L) e os coeficientes de flambagem (K), sendo
utilizado os valores teóricos de 0,5 para x e 1 para y, conforme a norma NBR 8800:2008.
3.6 Simulação computacional do pórtico
Com o dimensionamento do pórtico e definição dos perfis, a simulação computacional
através do método dos elementos finitos, foi realizado através dos softwares SolidWorks Premium
2018 e do Ansys 2020 R1.
3.6.1 SolidWorks Premium 2018
No SolidWorks inicialmente foi criado um arquivo “Part” e inserido o material conforme seção
3.2.3, e assim foi criado os “Esboços” seguindo as dimensões de projeto. Os perfis foram definidos
na aba de “Soldagens” e em “Componente estrutural”, considerando as premissas do projeto.
A simulação foi realizada na aba “Suplementos do SOLIDWORKS” em “SOLIDWORKS
Simulation”, assim, na aba “Simulação” foi criado um “Novo estudo”. Foi realizado estudo referente
a carga no centro da viga e na extremidade da mesma. Em sequência foi inserido os pontos de
fixação e de forças atuantes na viga considerando os esforços das cargas atuantes, em sequência
foi inserido o “Controle de malha” e definido seu tamanho com 25 mm, então foi gerada malha com
um total de 2705 nós, após foi executado a simulação.
3.6.2 Ansys 2020 R1
No Ansys inicialmente foi inserido um estudo de “Static Structural”, logo em seguida foi
realizado as definições do material em “Engineering Data” conforme seção 3.2.3, em “Geometry”
através do “SpaceClaim” realizou-se o projeto da estrutura e na aba “Prepare” em “Profiles” foi
inserido os perfis para a viga e as colunas conforme as premissas de projeto.
Em sequência foi duplicado o “Engineering Data” e o “Geometry”, pois, será realizado dois
estudos com a força no centro da viga e outro com a força na extremidade da coluna. Na seção
“Model” foi inserido os pontos de fixação na base das colunas e as cargas atuantes na viga referente
a cada estudo, após foi configurado a malha utilizando o “Sizing” nas definições do “Element Size”
definido com 25 mm e gerado a malha com 2713 nós, e executado o processamento de simulação.

4. Resultados e Discussão
Conforme a metodologia anteriormente demonstrada, a seguir os resultados encontrados
serão apresentados.

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4.1 Resultados analíticos de esforços na viga e colunas


O cálculo de tensão máxima de flexão (σ) considera-se os valores de momento máximo (M)
de 78311,4 Nm que está localizado no centro da viga (L/2), com a linha neutra (c) 177,5 mm é o
momento de inercia (Ix) 14222 cm3, resultando em uma tensão de flexão máxima de 97,74 MPa.
Conforme a Equação 7, foi realizado o cálculo de deflexão máxima (δ), a carga (P) de
37540,26 N, o comprimento (L) de 9 m, o módulo de elasticidade (E) de 200 GPa e o momento de
inercia (Ix) da viga de 14222 cm4, resultando em uma deflexão de 20,0444 mm.
𝑃×𝐿3
𝛿 = 48×𝐸×𝐼 (7)

O cálculo de tensão máxima de compressão é realizado conforme a seção 3.5.2, onde a


força (F) é igual a 17317,13 N e a área (A) é 19,4 cm 2, resultando assim em uma tensão máxima
de compressão de 8,9264 MPa.
O fator de flambagem também é calculado conforme a seção 3.5.2, assim é encontrado o
valor da força crítica (Pcr) em x de 178030,18 N e em y de 44507,55 N, então o valor mais crítico é
referente ao menor valor referente a y, desta forma dividindo a força crítica (Pcr) pela força máxima
de compressão (Pc), obtém-se o fator de flambagem crítico de 2,5702.
4.2 Simulação dos elementos no SolidWorks
Utilizando o software SolidWorks com o complemento Simulation, foi realizado a simulação
para encontrar os resultados de deflexão máxima e tensão máxima da viga, na pior situação
conforme seção 3.5.1. O valor da deformação máxima sofrida pela viga, resultando em um valor de
15,811 mm apresentado na Figura 5a, o próximo valor retirado da simulação é a tensão máxima de
flexão sofrida pela viga, sendo o valor de 85,685 MPa, correspondente a Figura 5b.

Figura 5 – Simulação viga SolidWorks: a) Deformação máxima; b) Tensão máxima.

Fonte: O autor, 2020.

O próximo resultado obtido na simulação é a tensão máxima de compressão nas colunas,


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considerando a carga na extremidade da viga, desta forma o valor obtido da simulação é de 9,403
MPa, apresentado na Figura 6a. O último valor extraído da simulação foi o fator de flambagem,
nessa situação o software leva as colunas ao extremo e gera um valor critico referente ao fator de
flambagem, neste caso encontrado o valor de 2,5176 conforme a Figura 6b.

Figura 6 – Simulação coluna SolidWorks: a) Tensão máxima de compressão; b) Fator de flambagem.

Fonte: O autor, 2020.

4.3 Simulação dos elementos no Ansys


Utilizando o software de simulação Ansys Workbench, foi realizado a simulação e encontrar
os valores de tensão máxima de flexão e deflexão da viga, levando-se em consideração a situação
mais crítica, conforme seção 3.5.1 com a carga centralizada. A Figura 7a apresenta o valor da
deformação máxima sofrida pela viga, resultando em um valor de deformação de 19,73 mm no
centro da coluna, onde a carga se encontra. A Figura 7b corresponde a mesma situação, entretanto
para o valor da tensão máxima de flexão sofrida pela viga, sendo o valor de 99,791 MPa.

Figura 7 – Simulação viga Ansys: a) Deformação máxima; b) Tensão máxima.

Fonte: O autor, 2020.


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A tensão máxima de compressão nas colunas, considerando a pior situação para as colunas
com a carga na extremidade da viga, conforme apresentado na Figura 8a, o valor resultante através
da simulação é de 9,7814 MPa considerando o valor em módulo. Por fim o valor encontrado foi o
fator de flambagem nessa situação o software mostra vários fatores que se multiplicado pela carga
máxima vai levar a as colunas a flambar, demonstrando o menor fator que é o mais crítico, sendo o
valor de 2,5882 referente a imagem 8b.

Figura 8 – Simulação coluna Ansys: a) Tensão máxima de compressão; b) Fator de flambagem.

Fonte: O autor, 2020.

4.4 Comparativo de resultados


Os resultados encontrados nos calculos analiticos e a simulação computacional estão
presentes na Tabela 7.
Comparando os calculo analitico com a simulação em SolidWorks as maiores diferenças
estão na deflexão total da viga com a carga central. Entretanto comparando a simulação em Ansys
com o calculo análitico a maior diferença está na tensão de compressão da coluna, pois, o conjunto
estrutural foi simulado como um componente em um todo e nos calculos analiticos é referente a
componentes isolados.
O calculo analitico e a simulação em Ansys são metodos extremamente eficientes,
entretanto comparado ao SolidWorks deve-se atentar-se, mesmo analisando o conjunto estrutural
do pórtico o mesmo apresentou maior discrepancias nos resultados, porém, é importante salientar
que os metodos são complementares, onde o softwares de simulação computacionais ajudam na
analise do conjunto é reduzem as margens de erros.

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Tabela 7 – Comparativo cálculo analítico e simulação computacional.

Propriedade Cálculo Simulação


%Δ analítico x simulação
analítico computacional
Software - SolidWorks Ansys SolidWorks Ansys

Flexão (MPa) 97,7378 85,685 99,791 12,3318% 2,1007%

Deflexão (mm) 20,0444 15,811 19,73 21,1201% 1,5685%

Compressão (MPa) 8,9264 9,403 9,7814 5,3392% 9,5783%

Fator de Flambagem 2,5702 2,5176 2,5882 2,0465% 0,7003%

Fonte: O autor, 2020.

5. Conclusão
Pela observação dos aspectos analisados o objetivo de dimensionamento do pórtico fixo,
modelagem e simulação em SolidWorks e Ansys com o intuído de comparação dos cálculos
analíticos e os resultados da simulação pelo método dos elementos finitos, sendo estes objetivos
atingidos. Os resultados comparativos apresentam diferenças, pois, os cálculos analíticos
geralmente são simplificados matematicamente e são analisados os elementos de forma separada,
neste caso entre viga e as colunas. Já os resultados simulados analisam a estrutura do conjunto
em sua totalidade, podendo ser observados influências da viga nas colunas de modo geral, porém,
a simulação por método dos elementos finitos trata-se de uma aproximação de resultados.
O software Ansys obteve uma maior aproximação com os cálculos analíticos tendo sua maior
diferença na tensão de compressão das colunas, principalmente por analisar a estrutura total do
pórtico na simulação. O software SolidWorks teve maior diferenças de valores comparado seus
resultados com os analíticos, sendo sua maior diferença na deflexão da viga.
Por todos estes aspectos a utilização dos métodos de cálculos analíticos e das normas
técnicas para dimensionamentos estruturais são extremamente importantes, sendo indispensável
sua utilização, porém, a utilização dos softwares CAD traz consigo grandes vantagens, pois, com
os mesmos é possível obter resultados e análises em tempos menores em geometrias mais
complexas, tendo em seu geral boa precisão, além de permitir uma visão de geral e mais ampla do
funcionamento do objeto a ser estudado.
A sugestão para trabalhos futuros são: Realizar simulações no Ansys ou SolidWorks
considerando condições de adversas de utilização; Realizar simulações do Ansys analisando e
comparando os resultados obtidos através da variação da malha.

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Referências
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8400: Cálculos de equipamento para


levantamento e movimentação de cargas. 1984.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de


estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. 2008.

AZEVEDO, D. F. O. Análise estrutural com Ansys Workbench: Static Structural. Mogi das Cruzes, 2015.

BERR, F. P., JOHNSTON JR., E. R. Resistência dos materiais. 3 ed., São Paulo, Pearson Makron Books,
1995.

BUDYNAS, R. G., NIBETT, J. K. Elementos de máquinas de Shigley. 10 ed., Porto Alegre, AMGH, 2016.

CALISTER JR., W. D., RETHWISCH, D. G. Fundamentos da ciência e engenharia de materiais: Uma


Abordagem Integrada. 5 ed., Rio de Janeiro, LTC, 2020.

COSTA, T. S., SENA, L. M. Pórtico Dupla Viga com Duplo Balanço. Trabalho (Conclusão de Curso em
Engenharia Mecânica), UFF, Niterói, 2015.

DIRECT INDUSTRY. Guindaste de pórtico com rodízios. [Acesso em: 13 set. 2020]. Disponível em:
https://www.directindustry.com/pt/prod/konecranes/product-16156-2064077.html.

FIALHO, A. B. SolidWorks Premium 2013: plataforma CAD/CAE/CAM para projeto, desenvolvimento e


validação de produtos industriais. 1 ed., São Paulo, Érica, 2013.

FISH, J., BELYTSCHKO, T. Um primeiro curso em elementos finitos. LTC, 2009.

GERDAU. Barras e Perfis. Brasil. 2020.

GERDAU. Perfis estruturais Gerdau: Segmento Industrial. Brasil. 2020.

GERDAU. Perfil I e U Gerdau. Brasil. 2020.

HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 5 ed., São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2004.

NORTON, R. L. Projeto de máquinas: uma abordagem integrada. 4 ed., Porto Alegre, Bookman, 2013.

SIQUEIRA, C. L. R. S., FONTES, C. E. Utilização de simulação numérica para aucílio do ensino de


engenharia e apoio a projetos de TCC. Salvador, COBENGE, 2018.

TAVARES, J. M. R. S. Introdução ao Método dos Elementos Finitos. Porto: FEUP/DEEC, 1998.

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Apêndices

Apêndice A – Estabilidade em colunas

Fonte: Hibbeler, 2004.

Apêndice B – Método dos elementos finitos malha

Fonte: Alves Filho, 2013.

Apêndice C – Pórtico para trilho.

Fonte: Direct Industry, 2020.

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