INSTITUTO LUTERANO DE ENSINO SUPERIOR DE ITUMBIARA-GO

CURSO DE BACHARELADO DE DIREITO

RESENHA DE ARTIGO

Aluno: Renato Cleber Machado

Tema: Dever alimentar: Novo CPC abre espaço para a prisão de devedor de pensão
alimentícia em decorrência de ato ilícito.
Data: 25/09/2015

I- Identificação da Obra

SQUARISI, Bianca. Dever alimentar: Novo CPC abre espaço para a prisão de devedor
de pensão alimentícia em decorrência de ato ilícito. Disponível em:
<http://biancasquarisi.jusbrasil.com.br/artigos/209991741/dever-alimentar-novo-cpc-abre-
espaco-para-a-prisao-de-devedor-de-pensao-alimenticia-em-decorrencia-de-ato-ilicito>.
Aceso em 25 de setembro de 2015.

II-Resumo de Ideias do Autor

No presente artigo a autora faz menção sobre o dever de prestar alimentos que tanto
pode ser legal, previsto em lei (dever de solidariedade familiar); voluntário, onde não há dever
(decorre da vontade) e ainda indenizatório, decorrente de condenação judicial em razão da
prática de um ato ilícito. Entretanto, a forma de cobrança judicial em sede de execução de
alimentos é diversa, sendo mais severa a cobrança de alimentos decorrentes de dever legal –
entre familiares, procedimento no qual cabe, inclusive, o pedido de prisão do devedor de
alimentos. Esse é o panorama do nosso Código de Processo Civil de 1973 em vigor até março
de 2016.
No entanto como alguém que não tem vínculo familiar pode ser devedor de alimentos?
Estes alimentos são chamados alimentos indenizatórios decorrem sempre de uma decisão
judicial definitiva – sentença/acórdão, perfazendo-se em título executivo judicial. Em linhas
gerais, os alimentos indenizatórios são decretados por sentença quando, por culpa (sem
vontade de atingir o resultado alcançado, mas com negligência, imprudência ou imperícia) ou
dolo (vontade de alcançar o resultado) alguém gera um dano à outrem prejudicando lhe o
sustento fundamental à sua sobrevivência.
Ao assumir um risco com por exemplo uma pessoa que, sabendo que seu pneu estava
precisando ser trocado, negligencia o fato (necessidade de trocar seu pneu) e, em razão do
pneu gasto gera um acidente de trânsito vitimando um pai de família responsável por parte da
renda familiar e sustento daquela família. Nesse caso, mediante uma ação de indenização por
danos, baseada na responsabilidade civil extracontratual, poderá ser decretado o dever do
causador do acidente de prestar alimentos à família da vítima, a fim de restabelecer as
condições dignas de vida para a família do vitimado.
A prisão por dívidas no Brasil é vedada pelo artigo 5°, inciso LXVII da Constituição
Federal de 1988, hoje a prisão civil limita-se à hipótese de dívida alimentar, com fundamento
no princípio fundamental da República Brasileira de dignidade da pessoa humana. No
entanto, o Código de Processo vigente, a doutrina e a jurisprudência diferenciam as formas
coercitivas de cobrança destes alimentos, apesar da função destes ser idêntica. No Código de
Processo atual existe, inclusive, a disposição de ritos processuais diversos para a cobrança de
alimentos, prevendo a prisão do devedor de prestações alimentícias apenas para os alimentos
decorrentes de vínculos familiares. Na contramão do Código de Processo atual, o Novo CPC
traz uma abertura à cobrança de alimentos indenizatórios com a utilização dos mesmos meios
coercitivos e com um só procedimento previsto, gerando a possibilidade do pedido de prisão
civil nos casos de débito de alimentos indenizatórios.

III- Opinião sobre o texto lido

Diante do exposto da autora o instituto da pensão alimentícia não se gera apenas com o
vinculo familiar previsto em lei na solidariedade familiar, pode ser voluntário onde o devedor se
propõe a pagar e ainda os indenizatórios no qual é estipulado mediante decisão judicial de transitada
em julgado como consequência de um ato ilícito no qual a pessoa assumiu um risco e veio a causar
dano a outrem, o causador do dano ao assumir o dever de alguém que tinha a obrigação de prestar
alimentos por mais que possa vir a pensar que não deveria ter a obrigação mais deve se levar em
conta o princípio da dignidade da pessoa humana no qual qualquer pessoa deve ter o mínimo para a
sua subsistência.
Em relação de o novo CPC trazer apenas um procedimento para a execução de uma
prestação de alimentos mostra um ponto positivo pois não deve ser como era no antigo código no
qual só era permitida e prisão do devedor de alimentos no âmbito familiar, pois os alimentos
decorrente do ato ilícito denominado alimentos indenizatórios é uma garantia no qual uma família
pode garantir o seu sustento e quando esse recurso vem a faltar pode trazer alguns problemas e
muitas dificuldades, em suma, a mudança que permitir a execução do devedor de alimentos
indenizatórios é uma decisão bastante acertado dos legisladores que fizeram a alteração no CPC que
terá sua vigência a partir de 2016.