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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Identificar e discutir as principais características da nova legislação e documentos oficiais da EJA nos anos
2. analisar as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos - Parecer CEB/CNE 11
/2000.
Alguns dados do censo escolar de 2001 possibilitam dimensionar a inserção da EJA na escolarização oficial nessa
década. Segundo o INEP, no censo escolar de 2001, existia um total aproximado de 3,7 milhões de alunos
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São inclusos nessa modalidade alunos com mais de 15 anos que apresentam distorção idade e
série para o ensino fundamental e com mais de 18 anos que apresentam distorção idade e
série para o ensino médio.
Analisando o impacto dessas matrículas, Sônia Rummert aponta a possibilidade ainda de se somar a esse
quantitativo as matrículas de jovens e adultos que, incluídos no ensino fundamental e médio regular, apresentam
faixa etária de EJA: 8,4 milhões de matrículas no fundamental e 4,3 milhões de matrículas no ensino médio. São
inclusos nessa modalidade alunos com mais de 15 anos que apresentam distorção idade e série para o ensino
fundamental e com mais de 18 anos que apresentam distorção idade e série para o ensino médio.
Nessa perspectiva, temos no início dessa década um contingente de matrículas de 15,6 milhões de alunos em EJA
nas redes públicas brasileiras, concentradas principalmente na esfera municipal, que abarcam nesse período
A ampliação de matrículas na modalidade de EJA nas últimas décadas foi acompanhada pela construção de novos
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Os professores que atuam na EJA, em sua grande maioria, não tiveram uma formação inicial que levasse em
consideração os novos marcos conceituais e normativos da EJA, principalmente o Parecer CEB/CNE 11/2000
Esse documento é considerado um marco na mudança de concepção e função da educação de adultos, passa-se
de um paradigma de educação compensatória (que tinha o papel de suprir a escolarização não realizada na
infância e na adolescência) para uma concepção de educação continuada ao longo da vida. Nessa nova
perspectiva, são reconhecidos e validados os conhecimentos que se cristalizam nos ambientes não escolares,
O parecer elaborado pelo professor Jamil Cury apresenta três funções para a Educação de Jovens e Adultos:
• Reparadora
restaura o direito à educação que foi negado à grande parcela da população brasileira. Educação que
• Equalizadora
proporciona e garante a entrada e reentrada no sistema educacional dos que tiveram uma interrupção;
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• Qualificadora
conhecimento. É o próprio sentido da EJA numa perspectiva de uma educação permanente que pode ser
Tais funções, fundamentais na construção do novo paradigma para a EJA, ainda não foram incorporadas como
diretrizes pedagógicas nos espaços de formação de professores, pois poucos são os cursos de pedagogia e
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licenciatura que oferecem habilitação ou disciplinas de EJA. Segundo Di Pierro, dos 1306 cursos de Pedagogia
existentes em 2003, apenas 16 ofereciam habilitação em EJA. Dessa forma, o professor ainda encara a educação
de adultos e jovens numa perspectiva compensatória, tendo como referencial pedagógico o modelo de
escolarização de crianças e adolescentes apresentados nas disciplinas pedagógicas dos cursos de licenciatura e
pedagogia. Nesse sentido, torna-se urgente a incorporação pelas universidades e instituições de ensino de
disciplinas e habilitações para o ensino de adultos e jovens dentro de suas especificidades e na perspectiva nos
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Segundo Di Pierro, dos 1306 cursos de Pedagogia existentes em 2003, apenas 16 ofereciam
habilitação em EJA.
A realidade que se impõe é que a implementação de políticas públicas eficazes para o enfrentamento dessa
problemática caminha a passos lentos. Muitos são os obstáculos e desafios na árdua caminhada em direção ao
trabalhador.
No Brasil, existem programas isolados, políticas setorizadas em ações locais, no âmbito do Estado, que ainda não
Desse modo, acentua-se na década o atendimento na EJA de forma descontínua e diversificada; as demandas por
educação da população jovem e adulta de baixa escolaridade passaram a ser realizadas principalmente por meio
da criação de uma rede de cursos de qualificação profissional, cabendo sua gestão e financiamento ao Ministério
do Trabalho. A tarefa de execução ficou a cargo de diversas instituições - como empresas, ONGs, entidades
sindicais representativas dos trabalhadores, o Sistema S entre outras, os cursos sendo desenvolvidos, em sua
Apesar do discurso em relação à autonomia, foram criados mecanismos regulatórios e elaborados como sugestão
para os sistemas de ensino, as Propostas Curriculares Nacionais, como a Proposta Curricular para a Educação de
Jovens e Adultos, para o Primeiro Segmento (em 1996) e para o Segundo Segmento (em 2001) do ensino
fundamental.
No que tange à certificação, foi criado em 2002, sob a forma de adesão opcional pelos sistemas de ensino, o
Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos ENCCEJA, tendo por objetivo a avaliação
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e a certificação de competências e habilidades de jovens e adultos, no nível de conclusão do ensino fundamental
e do ensino médio.
Não devemos deixar de considerar o fato de que, em virtude dos diferentes graus e dificuldades enfrentadas
pelos sistemas de ensino no que se refere ao financiamento, material didático, formação de professores e,
particularmente, à própria visão supletiva sobre a EJA, qualquer documento elaborado e distribuído pelo MEC
Por fim, cabe ainda destacar, quanto à questão do financiamento, a criação do Fundo de Manutenção e
redistribuição dos recursos financeiros destinados ao ensino fundamental para os estados e municípios e, em
seguida, a exclusão da EJA dessa forma de financiamento, o que desestimulou a ampliação de vagas.
Assim, o veto do presidente Fernando Henrique Cardoso a inclusão da EJA do cômputo das matrículas do ensino
fundamental significou uma estagnação e mesmo refluxo no número de vagas na educação de jovens e adultos
nos estados e municípios, que, de maneira geral, já não vinham apresentando atuação expressiva em relação à
No que se refere à questão do financiamento para essa modalidade de ensino, cabe sublinhar que a consequência
da exclusão da EJA dos recursos do FUNDEF foi o desestímulo à ampliarão de vagas, contribuindo para que o
MEC mantivesse a EJA na posição marginal que ela já ocupava nas políticas públicas de âmbito nacional.
Com isso, ocorreu um desestímulo do setor público municipal a expandir o ensino fundamental de jovens e
adultos, acentuando um processo de esvaziamento e desresponsabilização da EJA no MEC ao longo dos anos de
1990.
Com sua exclusão do FUNDEF, como anteriormente referido, a modalidade permaneceu praticamente sem
recursos da União até 2001, quando foi criado o Programa Recomeço, destinando um apoio financeiro a alguns
Em 2003, passou a chamar-se Programa Fazendo Escola, estendendo o apoio, por meio de transferência direta
de recursos, às redes de ensino que participaram do Programa Brasil Alfabetizado. Convém destacar que o
Programa Fazendo Escola foi considerado pelo MEC como transitório, devendo ser encerrado a partir da
aprovação do novo Fundo da Educação Básica, o FUNDEB, que atualmente está vigor.
Enfim, mais uma vez, observa-se que, por mais que tenham ocorridos avanços na lei no que tange o direito ao
acesso, à escolarização e à autonomia pedagógica dos sistemas de ensino, isso não tem correspondido a
alterações significativas na inclusão da EJA como política pública de direito que fundamentalmente passa por
assegurar aporte contínuo de recursos financeiros necessários para garantir qualidade social às classes de EJA
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O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você estudará sobre os assuntos seguintes:
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Identificou as principais características da nova legislação e documentos oficiais da EJA no ano 2000,
bem como suas repercussões práticas;
• analisou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos - Parecer CEB/CNE 11
/2000.
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