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A SOFREGUIDÃO DO DESEJO: REPRESENTAÇÃO DOS FEMININOS

IMPUDICOS NAS NARRATIVAS SARAMAGUIANAS

Mesa - I CIES

Maria
Wanessa
Rejane

O cotidiano é o pano de fundo para a escrita saramaguiana. São as vivências do simples que
ganham forma na pena do autor português. Ambientes, sons, sabores, cores, emoções
integram o tecido laboral de suas obras, sobretudo no que tange aos contornos do feminino.
Nesse ínterim, observamos, em “Claraboia”, a personagem Lídia, uma mulher “livre”, que
faz do seu corpo o ofício para sua subsistência e é a partir da análise dela que iremos
compreender os dois viés dessa prática - a prostituição: a liberdade financeira e a
objetificação do corpo feminino. Outrossim, encontramos no conto A ilha desconhecida, com
a mulher da limpeza, esta carrega cifras da transgressão, por romper os paradigmas da
sociedade monarca, adentrando no desejo de realizar as vontades de encontrar uma ilha
desconhecida, para nela vivenciar suas avidezes de maneira libertária e autônoma. Por fim,
deparamos-nos com a constituição do sujeito à construção da sua identidade, enaltecendo a
importância da mulher nas personagens Maria (a mãe) e Madalena (a prostituta ), no romance
O Evangelho segundo Jesus Cristo, deparamo-nos com o moralismo, submissão, repressão e
passividade de Maria, considerada a angelicalidade da mulher cristianizada, contraditório ao
comportamento de Madalena, pecadora arrependida, assim observamos duas representações
de feminino, a primeira carrega uma incapacidade de expressão refletida num grito
emudecido, e a segunda é aquela que quebra protótipos de subalternidade com sua liberdade
de manifestação da sexualidade.

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