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UENF - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Análise do fator risco em ambiente ocupacional no setor de extração e beneficiamento


de rochas.

Ana Paula Evangelista Gonçalves

Linha de Pesquisa: Gestão de Organizações

Provável orientador: André Luís Policani Freitas - LEPROD / CCT / UENF


Dezembro / 2008

Sumário

1 Contextualização e problemática...................................................... 3
2 Justificativa........................................................................................ 5
3 Objetivos............................................................................................ 6
4 Metodologia....................................................................................... 6
5 Cronograma....................................................................................... 7
6 Referências Bibliográficas................................................................. 8

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA

Num mundo cada vez mais globalizado a competitividade se torna não apenas
uma característica empresarial, mas uma exigência do mercado consumidor. Deste
modo, alguns termos passaram a compor os conceitos que orientam o mundo do
trabalho, como qualidade total, “Just in time”, produtividade, flexibilização, normas
ambientais, direito do consumidor, responsabilidade social e segurança do trabalho.
Assim as organizações têm buscado eficiência em todos os sentidos, visando
maiores benefícios. Por isto há uma crescente preocupação com a saúde e o bem estar
dos funcionários direcionando uma movimentação das organizações no sentido de
investir em treinamento, equipamentos, campanhas de prevenção, técnicas mais
avançadas e conscientização da importância de adotar as recomendações da CIPA
(Comissão Interna da Prevenção de Acidentes). A precaução de acidentes de
trabalho não só reduz os custos, mas também agrega valor a imagem da
empresa. Uma vez que evita os prejuízos econômicos e prejuízos sociais e
humanos.
Porém é fato que ao longo de sua história a humanidade tem se deparado com
centenas de mortes, doenças e mutilações de operários em ambiente de trabalho. Pois
grande parte das atividades, às quais o homem tem se dedicado, apresenta uma série
de riscos em potencial, confirmados pelas lesões que afetam a segurança e a saúde
dos trabalhadores. Atualmente as organizações e o Estado têm um gasto significativo
com pagamentos de indenizações e pensões relacionadas com acidentes de trabalho e
as doenças profissionais.
O Ministério da Previdência e Assistência Social define acidente do trabalho
como aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo
exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou

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perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o
trabalho permanente ou temporária (BRASIL, 1999).
Segundo Mendes (1990) estima que a ocorrência de acidentes do trabalho no
Brasil na década de 80 era cerca de 3 milhões por ano. Em decorrência da situação nas
últimas décadas ocorreu maior regulamentação deste setor através de leis, normas e
decretos que controlam o ambiente de trabalho.

Porém muito ainda precisa ser feito, pois o Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE), que aponta que em 2006 foram registrados 537.457 acidentes de trabalho no
Brasil. Os riscos variam conforme a atividade econômica, a função de tecnologias
utilizadas, as condições de trabalho, as características da mão-de-obra e as medidas
de segurança adotadas.
O Ministério da Previdência Social em uma classificação de 1 a 3 onde 3
representa o maior potencial de risco para o trabalhador da industria de extração e
transformação de rochas apresenta o nível mais alto de risco.
Conforme SANTOS (1988) a mineração é uma atividade de fundamental
importância para o desenvolvimento econômico e social de qualquer país, pois nesta
atividade são obtidas as matérias-prima básicas para as indústrias e os agregados para
a construção civil.
Segundo dados do SEBRAE o Brasil integra o grupo dos maiores produtores do
mundo, possuindo uma das maiores reservas mundiais de mármore e granitos, com
sua produção tendo atingido 3,1 milhões de toneladas em 2001, o que representa 4,8%
da produção destas rochas. Adicionando-se a produção de ardósia e outras rochas a
produção nacional atinge 5,6 milhões de toneladas.
Conforme CUNHA e AMARANTE setor movimenta cerca de 2,2 bilhões/ano e
abrange mais de10 mil empresas, gerando em torno de 105 mil empregos diretos.
Porém, este campo implica não só em benefícios, mas também oferece um ambiente
desfavorável para os trabalhadores. Pois os processos utilizados em marmorarias
envolvem transporte de chapas, corte, polimento e acabamento, atividades que
oferecem riscos aos trabalhadores devido à geração de poeira, ruído, vibração, além de
riscos de acidentes e problemas ergonômicos.

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A indústria de extração e beneficamente de rochas é um setor de extrema
importância para o país, contudo, a compatibilidade entre a produção econômica deste
setor e a segurança e o bem estar dos trabalhadores é essencial.

2 JUSTIFICATIVA

As rochas são empregadas na construção civil como acabamentos de colunas,


pilares, pisos e paredes ou utilizadas como peças avulsas, como pés de mesa,
bancadas, balcões, lápides e edificações. No entanto, apesar da perfeição das peças e
da contribuição do setor à economia brasileira, o processo desta atividade é
considerado perigoso insalubre por oferecer um risco potencial aos trabalhadores.
Alguns estudos sobre trabalho e saúde realizados nesse setor expõem que os
casos de acidentes e de doenças derivadas de ambiente de trabalho estão diretamente
arrolados às más condições que os operários são expostos sendo submetidos a tarefas
árduas e insalubres. Deste modo torna-se necessária à explanação das conseqüências
relacionada aos custos oriundos dos acidentes de trabalho, pois as organizações
perdem social e financeiramente com os acidentes. Entre os vários custos envolvidos
pode-se citar o tempo perdido, as despesas com os primeiros socorros, a destruição de
equipamentos e materiais, a interrupção da produção, o retreinamento de mão-de-obra,
a substituição de trabalhadores, a recuperação dos empregados, os salários pagos aos
trabalhadores afastados, o adicional pago a trabalhadores em condições perigosas, o
pagamento de altos prêmios de seguros, a imagem da empresa, as ações por danos
morais e a perda de certificados de qualidade. Assim ao afetar o custo de produção, os
acidentes de trabalhos originam aumento de preços, compromete a receita e reduz a
competitividade da organização. Tais custos atingem não só a empresa, mas o
trabalhador e também a sociedade (RISICATO e TORRES, 2005).
A avaliação do risco para os trabalhadores deste setor é, portanto essencial, pois
conhecidos os riscos, as empresas podem minimizá-los, por meio da adoção de

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medidas preventivas. Reunindo um conjunto de informações confiáveis que permita
calcular os indicadores pode ser considerado um fator primordial no sentido de prevenir
os acidentes (CASTRO et al, 2002).

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Analisar os fatores de risco inerentes à extração e beneficiamento de rochas.


Para alcançar esta meta foram desdobrados os objetivos específicos a seguir

3.2 Objetivos Específicos

• Apresentar breve histórico sobre o potencial do setor de extração e


beneficiamento de rochas.
• Identificar os principais riscos aos quais os operários deste setor estão
expostos e por meio dos resultados apontar medidas que diminuam estes fatores.
• Elencar algumas variáveis importantes relacionadas aos custos decorrentes
dos acidentes de trabalho sob o enfoque empresarial.
• Averiguar se as normas estabelecidas para regulamentar este setor cumprem
os objetivos propostos.

4 METODOLOGIA

Com a finalidade de cooperar para o alcance da solução do problema, o estudo


apóia-se na utilização de uma metodologia que auxilie na avaliação dos riscos a que os
trabalhadores deste setor estão expostos, com base nas definições das normas e

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códigos que regulam as questões de preservação da saúde e da integridade física dos
trabalhadores.
Nesta seção descreve-se a abordagem indicada para a avaliação do setor
quanto aos riscos presentes no ambiente de trabalho. Por tratar-se de problema
específico no qual a subjetividade está fortemente presente, a proposta apresentada
esta embasada em conceitos de Auxílio Multicritério À Decisão (AMD), que permite ao
decisor tratar problemas com esta característica.
Propõe-se avaliar as organizações (a luz de fatores e critérios relevantes) e
atribuir o desempenho das mesmas a uma das categorias de classificação de risco pré-
definidas. Para tanto será utilizado o método ELECTRE TRI da família ELECTRE. (YU,
1992 e MOUSSEAU et al, 1999). Na etapa de avaliação é imprescindível que os
avaliadores possuam conhecimentos sobre o dia-a-dia da organização e as normas,
leis e códigos que regulamentam o setor. Em estudo SCHMIDT (1995) afirma que a
avaliação tem como base o princípio de que a experiência e o conhecimento das
pessoas são pelo menos tão valiosos quanto as informações utilizadas para a tomada
de decisão.
Esta metodologia visa auxiliar aos administradores como instrumento de auto-
avaliação organizacional, o que contribui para o gerenciamento dos riscos intrínseco à
atividade, isto é, assessorando na identificação dos métodos que devem ser adotados
para o alcance da melhoria ou manutenção do quadro geral de segurança do trabalho
na empresa.

5 CRONOGRAMA

I – Obtenção de créditos.
II – Pesquisa e formação do referencial teórico.

III – Criação e elaboração de um questionário utilizado no estudo.

VI – Definição da amostra e seleção das empresas a serem pesquisadas.

V – Pesquisa de campo.

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VI – Consolidação de resultados.

VII – Check-up da amostra pesquisada.

VIII – Demonstrar os resultados obtidos com o estudo e propor algumas sugestões.

200
ATIVIDADES 2010
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J F M A M J J A S O N D
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. (1999) Ministério da Previdência e Assistência Social. Brasília: Lei 8.213/91 e


no Decreto 3.048/99. Disponível no Site http://www81.dataprev.gov.br/
sislex/paginas/23/1999/3048_1.htm. Acesso em 6 de outubro de 2008.
BRASIL. (2002) Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho.
Brasília: Norma Regulamentadora nº12. Máquinas e Equipamentos. Redação dada
pela Portaria nº 12/83.
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BRASIL. (2002) Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Inspeção do Trabalho.
Brasília: Portaria nº 02, de 6 de dezembro de 1996. Altera a NR nº 12, sobre
Proteção de Máquinas e Equipamentos (cilindros de massa).
CASTRO, M. C., ÁVILA, J. B. C., MAYRINK, A. L. V. Metodologia para cálculo de
indicadores de acidentes do trabalho e critérios para avaliação, controle e
reenquadramento dos ramos de atividade econômica segundo o grau de risco.
Brasília: MPAS. 2002.
CBO – Código Brasileiro de Ocupações. (2002) Ministério do Trabalho e Emprego.
Secretaria de Inspeção do Trabalho. Brasília: MTE, SIT, 2002. Disponível no Site:
http://www.mtecbo.gov.br/. Acesso em 06 de outubro de 2008.
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22/12/77 e regulamentada pela NR-5 do Ministério do Trabalho. Disponível em:
http://www.puc-rio.br/parcerias/cipa/clt/sec13.html. Acesso em 10 de outubro de
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COSTA, H. G (2002). Introdução ao Método de Análise Hierárquica (AHP). UFF, Niterói,
< http://www.professores.uff.br/helder Acesso em 20/09/2008> .
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FREITAS, A.L.P. (1997) Emprego de uma abordagem multicritério na avaliação e
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FUNDACENTRO. (1996) Convenção Coletiva sobre Proteções em Máquinas Cilindros
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SUETT, W.B. (2006). Uma Metodologia Multicritério para Avaliação e Classificação de
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W. Yu, “Electre Tri: Aspects m´ethodologiques et manuel d´utilisation”, Document du
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