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Desde o início deste ano, quase que semanalmente estamos vivenciando situações de
enchentes e alagamentos em Porto Velho. Esta situação pode ser tratada como um problema
comum em um município em franco e desordenado crescimento. E, adicionado a este fato e
com gravidade e magnitude semelhantes, a região enfrenta problemas no sistema
habitacional, de transportes, de saúde, de educação e de segurança pública. E selando toda
essa problemática, temos como pano de fundo, a grave desordem do uso e ocupação do solo.
Para amenizar estes problemas em benefício da população, seria necessário que os diversos
atores e setores responsáveis pela gestão pública Estadual e Municipal planejassem suas ações
e investimentos aplicando-os de forma articulada e priorizando a ordenação e o
gerenciamento do processo de desenvolvimento da região.
Pode-se, inclusive, citar que, com o advento dos investimentos atuais, combinados com os
futuros royalties dos grandes empreendimentos da região, é de se esperar a melhoria de
qualidade de vida da população. Contudo, como até o presente momento não se observa o
gasto planejado destes investimentos, paira um grande risco de não resultar em melhorias
para a população. Vide exemplos de diversas experiências no Brasil que embora exista
correlação entre, por exemplo, royaltes e investimentos em educação e saúde (devido
principalmente vinculação de receita), não traduzem crescimento sobre o Índice de
Desenvolvimento Humano – IDH - dos municípios (a exemplo de Macaé, Campos, Paulínia). O
qual foi recentemente confirmado pelo economista carioca Daniel Bregman, em sua
dissertação de mestrado, tendo como objeto, os efeitos dos royalties sobre os IDHs dos
municípios.
As ações pontuais devem ser integradas, mesmo que não sejam executadas no mesmo período
de tempo. A integração da política urbana se dá no território, no local onde estas políticas
setoriais se concretizam. Isso requer que os municípios assumam a responsabilidade pelo
planejamento e coordenação das intervenções no seu território, bem como assumam a
iniciativa de planejar “a cidade que queremos”.
Trata-se de tarefa árdua, mas necessária e urgente, pois ao contrário de um grande número de
cidades das regiões sul e sudestes, tem-se em mãos a oportunidade de aprender com os erros
cometidos e, de fato, implantar um novo modelo de desenvolvimento, sustentável e de justiça
social.
A cidade é apenas o reflexo de quem nela vive. Mudando a maneira como nos comportamos e
agimos, conseguiremos um lugar mais justo e confortável para vivermos.