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Anais Eletrônicos do IX Encontro Nacional dos Pesquisadores do Ensino de História


18, 19 e 20 de abril de 2011– Florianópolis/SC

A HISTÓRIA DA AMÉRICA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA REGIONAL

Analice Marinho/ UFS1


analicemarinho@gmail.com

A experiência americana na escolarização básica dos brasileiros tem sido marcada por
visões fatalistas e generalizantes. Seu ensino tem sofrido com as constantes inclusões e
exclusões nos currículos. (cf. Bittencourt, 2006).
No livro didático, apareceu autonomamente por meio da escrita de Rocha Pombo,
autor de uma História da América (1900) destinada à formação de normalistas que atuariam
no ensino primário no Rio de Janeiro.
Em 1931, dentro da Reforma Francisco Campos, História da América foi inserida
como conteúdo da disciplina História das Civilizações. Mas, a autonomia só chegaria em
1951, com a inclusão no segundo ano do curso secundário. Naquela época, os livros didáticos
contrapunham a América Latina e o Brasil com o objetivo de construir e fortalecer a
identidade nacional. O Brasil era apresentado como um país singular, no qual reinava a ordem
e a democracia, enquanto a América Latina representava a anarquia.
No regime militar, História da América foi substituída pelos Estudos Sociais, voltando
ao currículo em 1979. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), por fim, ganharam
destaque as relações entre a sociedade e a cultura dos povos pré-colombianos e entre os seus
atuais descendentes (cf. Bittencourt, 2006).
Como podemos caracterizar a situação da experiência americana no ensino de História
hoje? Neste trabalho, recortamos uma dimensão do ensino, os conteúdos dos livros didáticos
de história regional (LDR), visando contribuir com os estudos sobre a trajetória da disciplina
no Brasil. Mas, por que mapear os conteúdos de História da América nos LDR do Programa
Nacional do Livro Didático - PNLD 2007?
A relevância do tema se deve à necessidade de informar que a formação do Brasil e
dos brasileiros não deve ser apenas atribuída aos africanos e europeus. A experiência
americana não pode ser omitida desse processo. E o livro didático de história regional é um
importante instrumento de difusão de experiência formadoras de identidade. Por isso

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Mestranda em Educação pela Universidade Federal de Sergipe

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questionamos: quais as representações veiculadas sobre a História da América? Que


mudanças e permanências podem ser observadas em comparação com os livros didáticos dos
anos 1950? Há tratamento diferenciado entre os livros destinados aos estados situados nas
fronteiras orientais do Brasil?Neste texto, responderemos a essas questões fazendo da
identificação, seleção e comentários de conteúdos conceituais (proposições e atores) mais
recorrentes nos LDR.
Para o psicólogo César Coll, ao utilizar o termo “conteúdo” já estamos nos referindo
aos conhecimentos específicos das disciplinas ou matérias escolares. Aplicando essa definição
na concepção educativa integral, veremos que os conteúdos estão relacionados não apenas às
disciplinas ou matérias tradicionalmente conhecidas, mas também às capacidades cognitivas
(mecanismo utilizado para entender, assimilar e se conectar com o mundo), motoras
(referentes às capacidades inatas de uma pessoa, como um talento, um potencial), afetivas, de
relação interpessoal e de inserção social (cf. Coll, 1994). Assim, conteúdos podem ser
classificados em: conceituais, procedimentais e atitudinais.
Os conteúdos conceituais, que aqui nos interessam de perto, referem-se aos fatos,
conceitos, dados, nomes e códigos. São considerados mais abstratos e demandam uma maior
compreensão, reflexão, análise e comparação. Pode-se flagrar sua aplicação no ensino de
História regional quando o professor pede que o aluno detecte os problemas do seu bairro,
identifique a gravidade da situação e analise as suas conseqüências, tanto para a sua vida,
quanto para a vida em comunidade.
O segundo termo-chave deste trabalho, a proposição, deve ser entendido como o
conjunto de palavras ou símbolos que exprimem um pensamento de sentido completo, ou
seja, afirmam fatos ou exprimem juízos que se formam a respeito de determinados assuntos
(cf. Murcho, 2009). Neste trabalho, a proposição assume uma nova função: explicar, de forma
direta, toda a informação contida no capítulo.
Para identificar as proposições (dentro dessa nova função), empregamos uma das
técnicas da análise de conteúdo: a análise categorial, ou seja, o desmembramento do texto em
unidades ou categorias, segundo reagrupamentos analógicos. Esse tipo de categorização pode
ser temática (construindo categorias conforme os temas que emergem do texto) e é composta
de três etapas: 1. a pré-análise, onde se encontram a organização, as hipóteses, os objetivos e a
elaboração dos indicadores; 2. a exploração do material, onde os dados são codificados a
partir de unidades de registro; e 3. o tratamento e a interpretação dos resultados (cf. Mutt e
Caregnato, 2006). Na sequência desse procedimento, as informações contidas nas proposições

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foram desmembradas em unidades que proporcionaram a análise de dados específicos, como


os personagens, as referências temporais e os cenários onde se passam as ações.

Identificando e comentando proposições

Como afirmado anteriormente, as proposições foram extraídas de vinte e sete livros


didáticos de história regional (LDR). Suas informações foram reunidas em uma ficha de
leitura na qual constaram os dados sobre os personagens, datas e espaços. Para viabilizar a
análise, as proposições foram reunidas de acordo com as seguintes categorias identificadas e
listadas na tabela n. 1: descoberta da América, América Andina pré-hispânica ou América
Pré-colombiana, povoamento, colonização e Guerra do Paraguai.
Identificar proposições, entretanto, não é tarefa simples. Apesar de normalmente
estarem dispostas no início dos capítulos, resumindo as principais informações referentes ao
conteúdo abordado, muitas proposições são estruturadas sobre frases compostas, dificultando
a compreensão da mensagem, por exemplo: “Durante uma viagem oceânica, em 1492,
Cristóvão Colombo navegando em nome do rei espanhol , chegou à América, um novo
mundo, bem diferente do que ele imaginava”. (Camargo, Nascimento, e Sourient, 2002, p.15).
Composta em vários períodos, esta frase possui informações sobre a forma da viagem
(oceânica), data (1492), personagem (Cristóvão Colombo), patrocinador da viagem (o rei
espanhol), continente descoberto (América) e as primeiras impressões do personagem sobre o
que foi descoberto (um novo mundo bem diferente do que ele imaginava).
Após a intervenção do pesquisador, a frase acima se transformou na seguinte
proposição: “Cristóvão Colombo chegou à América em 1492”. Nessa operação, tomamos o
cuidado de não modificar o verbo, que representa a ação. Vejamos agora as proposições e os
comentários que enfocam mudanças e permanências relativas às categorias elencadas para
este trabalho.

Descoberta da América

Em relação à descoberta da América, como já anunciamos, todas as proposições


apresentam algo em comum: a presença de Cristóvão Colombo como personagem principal.
A data 1492, por outro lado, já não é considerada uma presença importante, pois muitos livros
textos substituem a data por expressões como “século XV” ou então por “no dia doze de
outubro”.

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O verbo das proposições merece um registro em separado. Ao falarmos em Descoberta


da América, a primeira informação que nos vêm à mente (legitimada pela vulgata histórica
brasileira) é a de que Cristóvão Colombo descobriu a América. Nesses livros, entretanto, não
mais se utiliza a expressão “descobrir”, que sempre remeteu, equivocadamente, a um lugar
desconhecido, completamente inabitado. Nos LDR, a informação dominante anuncia:
Colombo “chegou” a um continente novo. O uso do verbo chegar modifica todo sentido da
frase, pois “chegar” muitas vezes vem acompanhado do verbo “encontrar”. Assim, ao chegar
a América, Cristóvão Colombo encontra os ameríndios, um povo com hábitos e costumes
diferentes dos europeus. A expressão “descobrir” só foi encontrada em apenas um livro
didático.
O continente americano, que representa o espaço, é classificado como um local
desconhecido e descoberto ao acaso. Essa questão da casualidade na Descoberta da América é
utilizada como explicação para os conquistadores europeus terem chamado os nativos de
índios (pensavam ter chegado às Índias). A América também é classificada como algo novo e,
conseqüentemente, diferente, pois é comparada com a visão de mundo do europeu. Essa
diferença, expressa nas proposições, não se refere à natureza ou ao clima, mas aos indígenas:
“Cristóvão Colombo, italiano, a serviço da Espanha, ao chegar à América, encontrou um povo
muito diferente do povo europeu, ao qual passou a chamar de índios, por pensar que havia
chegado a uma terra chamada Índia” (Tuma, 2004, p.18). A tipificação dos ameríndios como
povos diferentes, no entanto, só aparece no conteúdo da Descoberta da América.

A descoberta da América foi categoria encontrada em 18 dos 27 LDR. O


acontecimento, datado de 12 de outubro de 1492, é definido pela ancoragem do navegador
genovês Cristóvão Colombo, à serviço do rei da Espanha, na Ilha de Guanahaní, batizada por
Colombo como San Salvador (Bahamas).
De todas as categorias analisadas, a Descoberta da América foi a que mais apresentou
equívocos, principalmente no que concerne à chegada de Colombo e sua embarcação ao
continente. Existe uma clara contradição sobre o local do descobrimento: uns afirmam que foi
na América do Sul e outros afirmam que a descoberta ocorreu em território brasileiro. Com
relação ao Brasil, muitas vezes o país é tratado como a “América”, o “Novo Mundo”, no qual
a “Terra de Santa Cruz” representa o continente americano.
Nos LDR, constatamos o que pesquisadores da área de História da América sempre
chamaram a atenção: a valorização da história nacional em detrimento da história da América,

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fato ocorrido, inclusive, fora do Brasil. No caso brasileiro, essa substituição (da experiência
americana pela experiência nacional) é efetuada pelos livros didáticos desde a década de
1950, quando era costume apresentar o Brasil como civilização e a América Latina como
selvageria.
Em estudo recente sobre a representação da América de colonização Espanhola no
município de Inhumas (GO), o historiador Luciano dos Santos (s.d) demonstrou as
conseqüências dessa discriminação da América Latina nos livros didáticos brasileiros. Ele
notou que, além de reservar pouco espaço ao conteúdo da América Latina, os capítulos dos
livros analisados destacam os períodos da colonização, independência e outro sobre a
América no século XX. Por serem os períodos mais conturbados da experiência do
continente, os livros apresentam uma América que não avançou na civilização. Além disso,
no município de Inhumas, a televisão influencia mais as opiniões dos alunos sobre a América
Latina do que os próprios livros didáticos.
Esse tipo de situação pode ser justificada pelas afirmações de Maria Lygia Prado
(2003): “o Brasil está de costas para a América Latina e de olhos postos na Europa”, mas o
que vemos atualmente é que o Brasil continua de costas para a América Latina, mas de olhos
postos nos Estados Unidos e essa identificação com os norte americanos é comprovada nos
depoimentos dados pelos alunos das escolas analisadas.
Quando perguntado sobre o que sabia da América Espanhola, um aluno afirmou: “é
um lugar estranho, exótico, atrasado, violento, sem ordem, cultura e avanços tecnológicos”
(Santos, s.d. p.1407). Em outros depoimentos, os alunos dizem não se reconhecerem como
latino-americanos (sinônimo de inferioridade), não desejando visitar nenhum país do
continente: são lugares de drogas, prostituição, guerras, seqüestros, mortes e bandidos. Os
países de maior rejeição entre os alunos eram a Venezuela, Colômbia e Cuba.
Nos depoimentos de alunos que tinham acesso a diferentes materiais didáticos e que o
professor percebia as lacunas no conteúdo da América Espanhola, a imagem era positiva. Os
alunos passaram a perceber a importância da América Espanhola através do seu legado
cultural.
Por fim, cabe registrar que a Descoberta da América é o assunto mais rico em termos
de referências bibliográficas destinadas ao professor e aos alunos. São, principalmente, relatos
dos colonizadores sobre as suas primeiras impressões no continente, como o livro Diários da
descoberta da América, de Cristóvão Colombo. Seus personagens são vistos como

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sonhadores em busca do “Eldorado”, um lugar onde o ouro e as especiarias são de fácil


acesso.
América pré colombiana

Ao apresentar o conteúdo da América pré-colombiana, as expressões utilizadas para


classificar os ameríndios são: beleza, técnica e admiração. São citadas as culturas, a variedade
de povos e a organização social dos indígenas. Sobre as sociedades, as proposições remetem
apenas aos incas, astecas e maias, omitindo outros sujeitos da mencionada variedade étnica do
continente. Não há referências temporais, mas a localização desses povos é anunciada através
de mapas.
Contrariamente ao que ocorre nos conteúdos conceituais relativos à Descoberta da
América, nos quais o termo “diferente” quando associado ao “europeu” muitas vezes remonta
a posição de inferioridade dos nativos, na América pré-colombiana as palavras utilizadas
demonstram superioridade. No geral, transmite-se a imagem de que os ameríndios
surpreendem os colonizadores devido a sua organização social e a sua cultura.
Traços sociais e culturais são vistos como características únicas dessas sociedades.
Não se promove uma comparação com a cultura européia. A diferença não é mais a palavra
chave para classificar os nativos e sim o espanto: “Quando os europeus chegaram à América
ficaram espantados com a variedade de povos e culturas indígenas” (Garcia e Menezes, 2006
pp. 38).

Da América ameríndia pré hispânica, os incas, astecas e maias são privilegiados. Na


maior parte dos casos, representam todos os povos que habitavam o continente antes da
chegada dos europeus. Além disso, tal categoria é empregada para criar uma nova visão de
América para os estudantes: uma América que se sobressai devido ao legado cultural deixado
pelos ameríndios.
O historiador Eduardo Natalino dos Santos em sua obra Deuses do México indígena
(2002) chama a atenção para a necessidade de uma revisão historiográfica e de uma releitura
das fontes produzidas no período pré-hispânico e colonial, principalmente os códices e as
obras dos cronistas do século XVI. Para o historiador, essa revisão é necessária porque,
atualmente, se tem a ideia de que a América não tem História: a História seria iniciada
somente após o contato com os europeus (cf. Santos, 2002).
Nos LDR, a América ameríndia pré-hispânica é abordada depois da Descoberta da
América e antes da colonização e a análise desse conteúdo representa uma exceção no ensino

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de História da América no Brasil. Examinando livros didáticos e paradidáticos usados nas


escolas públicas do oeste paranaense, o historiador Paulo José Koling concluiu que, ao se
tratar de História da América, principalmente de povos pré-colombianos, ainda persiste o
olhar ocidental e cristão para explicar essas sociedades. É nessa tradição ocidental que surge a
comparação com a sociedade grega, tão utilizada nos livros didáticos (Koling, s.d.).
Em nossa pesquisa constatamos o inverso: na medida em que os incas, astecas e maias
são valorizados, ocorre à desvalorização dos outros povos que habitavam o continente.
Enquanto as sociedades pré-colombianas são apreciadas pela sua organização social, aspectos
culturais e por seu legado histórico deixado para a humanidade, os outros povos que viviam
na América não são citados e, quando realizadas as comparações, os incas, astecas e maias
sempre aparecem como povos dotados de uma cultura superior aos outros (“selvagens”).

Povoamento e colonização

Sobre a povoação do continente, as proposições relacionadas mencionam um


continente habitado muito antes da chegada dos colonizadores e esse é um dos únicos temas
em que se verifica o uso de informação atualizada, como neste exemplo: “Os pesquisadores
afirmam que a América era um continente desabitado até a chegada dos asiáticos” (Diez,
2001, p. 23). Nas poucas proposições extraídas, não constam referências a datas. Os
personagens são os asiáticos – vistos como os povoadores da América – e os europeus,
relegados em segundo plano.
O último assunto em que os ameríndios são citados é o da colonização do continente.
As proposições definem este episódio como um momento histórico que se caracterizou por
sucessivas guerras e conquistas, nas quais os maiores prejudicados foram os nativos e o
próprio continente.
Para justificar as guerras, os autores de LDR apresem um novo personagem: o europeu
cruel, ganancioso. Essa ganância em encontrar metais preciosos tem uma explicação: “Entre
os séculos XVI e XVII, acreditava-se que a riqueza de um país era medida pela quantidade de
ouro e prata que ele possuía” (Gressler, Souza, e Vasconcelos, 2005, p. 32).
A mentalidade europeia vigente à época gerou o sonho pela busca do Eldorado (a
América). Esta mentalidade e a ganância justificam as atitudes dos europeus: “Os
conquistadores europeus tinham uma enorme avidez pela busca de materiais preciosos nas
novas terras descobertas” (Gressler, Souza e Vasconcelos, 2005, p. 32). Esse atributo (a

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avidez) é apresentado também como a razão do extermínio dos nativos, sendo o processo de
colonização considerado o primeiro passo neste sentido.
Os principais personagens coletados nessas proposições são os colonizadores –
homens ávidos e gananciosos movidos por um único desejo: o enriquecimento rápido e fácil.
Os marcos temporais anunciam os séculos XVI e XVIII, mas as proposições deixam claro que
as conseqüências da colonização perduram até os dias atuais.
O povoamento e a colonização da América constituem o terceiro conteúdo mais
abordado nos livros didáticos de História Regional. Os personagens mais citados são os
exploradores espanhóis Francisco de Orellana e Francisco Pizarro e o padre dominicano
Gaspar de Carvajal. Os relatos encontrados sobre esses personagens se dividem entre homens
aventureiros e ambiciosos, fator que determinou a destruição dos nativos. Os textos
complementares que auxiliam no conteúdo são os textos escritos e as imagens. Povoamento é
categoria das menos freqüentes: apenas dois livros tratam do tema, afirmando que a América
foi povoada bem antes da chegada dos europeus pelos asiáticos.

Guerra do Paraguai

Sobre a Guerra do Paraguai, os LDR deixam claros os motivos que geraram o


confronto: a política e a economia: “O Brasil invadiu o Uruguai em 1864 com o objetivo de
tirar do poder o presidente Atanásio Aguirre que prejudicava os interesses brasileiros,
sobretudo o dos estancieiros gaúchos” (Piletti, 2004, p. 75).
O presidente uruguaio Atanásio Aguirre ocupa assim uma posição central nas
proposições sobre a Guerra do Paraguai. Contrariamente ao que ocorre quando o confronto
sul americano é analisado em sua totalidade (veremos esse tema adiante).
Os desentendimentos do Brasil com o Uruguai são devidos, principalmente, a uma
questão de fronteiras entre os países. Eles existem desde a vinda da Família Real ao Brasil:
“Com a vinda de D. João ao Brasil ficou mais forte a vontade portuguesa de aumentar a sua
influência sobre a área do Prata” (Piletti, 2004, p. 73).
As proposições deixam clara a insatisfação brasileira com os presidentes uruguaios,
mas outros líderes da América do Sul também são citados, como o argentino Juan Manuel de
Rosas: “O acordo de paz assinado pelos farroupilhas e o governo Imperial em 1845 favoreceu
os revolucionários gaúchos. Isso ocorreu porque o governo Imperial estava preocupado com a
aliança entre o caudilho uruguaio Manuel Oribe e o caudilho argentino Juan Manuel de
Rosas, que prejudicavam os interesses brasileiros” (Piletti, 2004, p. 74).

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O conflito entre os dois países é explicado dessa forma: o Brasil temia perder a sua
influência e liderança no continente. Apresentado aos alunos como um país forte e coeso, o
Brasil estaria disposto a tudo para defender a sua economia e o seu território, até mesmo se
unir aos dois países que mais lhe incomodavam (Argentina e Uruguai) contra um inimigo em
comum, o Paraguai: “ A autonomia do Paraguai não agradava a Inglaterra, nem aos países
vizinhos, isto é, ao Brasil, ao Uruguai e a Argentina”. (Tuma, 2004, p. 96).
As ideias centrais sobre a Guerra do Paraguai se dividem entre dois temas: o confronto
deveu-se à questão territorial; e o motivo foi preocupação dos outros países com o
crescimento do Paraguai. Dentre esses motivos, a questão territorial é explicação mais
utilizada, pelos livros didáticos, para o início dos conflitos. Os livros deixam claro, portanto,
que a guerra não foi provocada pelo presidente paraguaio Solano López, mas sim por
desavenças territoriais entre os países.
Para caracterizar a Guerra do Paraguai, os LDR costumam veicular a expressão
“cruel”, qualificando um confronto que marcou para sempre os rumos dos países envolvidos.
O Brasil ocupa a posição principal: é o vilão da guerra, o iniciante do confronto e responsável
por uma das eventos mais cruéis do continente. “A Guerra do Paraguai , chamada até hoje de
La Gran Guerra (A Grande Guerra) pelos paraguaios, foi a maior intervenção militar
brasileira em solo estrangeiro. Aconteceu entre 1865 e 1870, tendo se configurado como o
mais longo conflito armado da América do Sul e uma das mais cruéis guerras do continente”
(Gressler, Souza e Vasconcelos, 2005, p.74).
A Guerra do Paraguai foi o mais longo conflito armado da América do Sul,
envolvendo países que atualmente fazem parte do Mercosul: Argentina, Brasil, Paraguai e
Uruguai. O início da Guerra é datado de 1864, quando as tropas paraguaias, comandadas por
Solano López (1827-1870) capturaram o navio brasileiro “Marquês de Olinda” no Rio
Paraguai em novembro do mesmo ano.
Entretanto, antes do aprisionamento do navio brasileiro, o Brasil invadiu o Uruguai
alegando antigas questões de violação de fronteiras entre os países. A invasão brasileira foi
considerada, por Solano López, como uma atitude expansionista e ameaçadora, cabendo ao
Paraguai fazer cumprir ao Tratado de 1850, que autorizava este país a intervir em favor do
Uruguai, diante de qualquer ameaça.
Iniciada a Guerra, o exército paraguaio invade a então Província de Mato Grosso em
24/12/1864, ficando a sua capital, a cidade de Cuiabá, incomunicável com a sede do império.
Seis meses após essa invasão, o exército brasileiro é organizado e, em maio de 1865, Brasil,

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Argentina e Uruguai assinam o acordo para a formação da Tríplice Aliança. Apesar da


superioridade do exército paraguaio, após cinco anos de guerra, os países aliados (Tríplice
Aliança) saíram vitoriosos. As conseqüências da Guerra, entretanto, foram marcantes para a
história de todos os países participantes (cf. Doratioto, 2002, pp. 97-130).
Segundo José Chiavenato, em sua obra Genocídio Americano: a Guerra do Paraguai
(1988), o confronto militar ocorrido entre as nações sul-americanas sustentou, durante anos,
no Brasil, um nacionalismo xenófobo e preconceituoso, provocando nos livros didáticos, uma
versão mistificadora, ficando impressão de que a história é feita para se cumprir um
calendário ou que ela é fruto da qualidade militar de uma nação, deixando de lado as
conseqüências da Guerra para os povos participantes (cf. Chiavenato, (1990). Essa crítica foi
realizada no final do século XX e nos estimula a interrogar: no século XXI, como a Guerra do
Paraguai é avaliada nos livros didáticos?
Apesar do conteúdo da Guerra do Paraguai ser o mais completo e o que mais aproxima
o aluno do tema, pois alguns estados brasileiros participaram do confronto, em alguns livros a
guerra é vista como acessório que incentivou a mudança de regime político no país ou como
um confronto no qual as forças aliadas saíram vitoriosas e fortalecidas de uma contenda
provocada por Solano López.
Quando comparamos conteúdos da Descoberta da América com os da Guerra do
Paraguai percebemos presença do conflito de versões no segundo e a permanência da vulgata
histórica no primeiro. Na descoberta há consenso. Em relação à Guerra do Paraguai, isso não
ocorre. Essa diferença de tratamento pode ser atribuída à participação de diferentes estados
brasileiros no conflito. O livro do Rio Grande do Sul afirma que a guerra foi desencadeada
devido ás disputas econômicas, pois Atanásio Aguirre (presidente uruguaio) prejudicava os
interesses brasileiros, principalmente o dos estancieiros gaúchos ligados à produção do
charque (cf. Piletti, 2004).
Já o Mato Grosso do Sul rememora as conseqüências do conflito para o Brasil, para o
Paraguai e até para o próprio estado. Do lado brasileiro, houve milhares de mortos e feridos,
abalos na economia, aumento da dívida com a Inglaterra e da insatisfação dos brasileiros com
o Império, estimulando a campanha republicana. No lado paraguaio, o país passa de república
próspera e progressista para uma espécie de colônia sem patrão, com a população e a
economia dizimada devido aos “sonhos de um ditador”. Finalmente, para o Mato Grosso do
Sul restaram fazendas arruinadas e áreas abandonadas, população dispersa, crise econômica e
algumas vilas incendiadas, saqueadas. (cf. Gressler, Souza e Vasconcelos, 2005).

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Outra diferença de interpretação sobre a guerra também pode ser notada entre os
estados que participaram do conflito e os que não participaram. Essa diferença é bem
explicita, principalmente no que concerne às referências bibliográficas. Aos estados afetados
diretamente pelo conflito cabem as análises mais completas, com referências atualizadas
sobre o tema. Já os títulos que tratam de outros estados brasileiros apresentam compêndios de
História do Brasil. Nestas obras, a Guerra do Paraguai aparece apenas como um acessório
para a História do Brasil, na qual o país saiu vitorioso, sem maiores conseqüências para a sua
população.

Aprender história da América

Já afirmamos que a maior parte dos LDR apresentaram a proposição: “Em 1492,
Cristóvão Colombo chegou a América”. Vimos também que Colombo é peça fundamental ao
se falar em Descoberta do continente. O que explicaria o fato de livros de editores diferentes,
narrando a experiência de estados diferentes, fazerem uso dessa mesma proposição? Por que
tal regularidade não ocorreu com as outras categorias analisadas? Qual o motivo dessa
ocorrência? Seria reflexo da forma de aprendizagem?
Além dessa repetição, os LDR não apresentam informações novas no que se refere à
categoria descoberta da América. Como vimos a Guerra do Paraguai já apresenta o Brasil
como o vilão da História e o povoamento da América é alimentado com conhecimento
historiográfico atualizado. Para sermos exatos, a única nova informação encontrada nos
conteúdos conceituais da Descoberta da América foi o emprego do verbo “chegar”. Ocorre
que muitas vezes uma criança não consegue perceber a diferença entre as frases: “Colombo
descobriu a América em 1492” e “Colombo chegou a América em 1492”.
Esse fato, a repetição da tese “Em 1492, Cristóvão Colombo chegou à América”, pode
ser entendida como a “vulgata histórica” sobre a América, ou seja, aquele conteúdo conceitual
substantivo que permanece na literatura didática, independentemente das mudanças nas
pesquisas históricas de ponta. Aquele tema ou informação que os pais, alunos mais velhos,
professores requisitam constantemente como afirmação fundamental para o entendimento do
período.
Partimos também da hipótese de que os autores mesclam velhas e novas estratégias,
velhas e novas informações na exposição do tema “Descoberta da América”. É provável que
eles considerem fundamental o aprendizado das datas e personagens para a construção de uma
estrutura mínima sobre o tema, ou seja, os alunos precisariam, inicialmente, aprenderem

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dados para em seguida, compreenderem proposições mais abstratas, tais como: os motivos
que levaram os colonizadores europeus a enfrentarem as temidas viagens marítimas e as
razões para as diferentes escolhas de rotas, fato observado entre espanhóis e portugueses, a
mentalidade europeia da época, e a insatisfação dos ameríndios. Assim, unidas a
aprendizagem de dados e de conceitos, o aluno entenderia e emitiria a sua opinião sobre o
conteúdo aprendido, alcançando uma aprendizagem significativa.

Conclusões

Este texto teve o objetivo de responder à três questões: quais as representações


veiculadas sobre a História da América nos LDR? Que mudanças e permanências podem ser
observadas em comparação com os livros didáticos dos anos 1950? Há tratamento
diferenciado entre os livros destinados aos estados situados nas fronteiras orientais do Brasil?
As conclusões a que chegamos não são animadoras. Infelizmente, a América
(sobretudo a Latina) ainda é analisada como algo distante do Brasil. O conteúdo de História
da América nos LDR tem papel secundário, até mesmo de acessório. Por que isso ainda
ocorre? A partir da análise dos LDR, podemos aventar as possíveis respostas. Em primeiro
lugar, a maioria dos vinte e sete títulos não indica bibliografias específicas. Esse fato nos leva
a supor que os textos são construídos a partir dos citados compêndios de História do Brasil ou
livros de História Geral. Sabemos da existência de estudos renovados, grupos de pesquisa e
congressos especializados, mas o acesso aos resultados da pesquisa é muito difícil.
Outro motivo para a desatualização dos LDR pode ser a ausência de tradução
portuguesa das obras em língua espanhola, idioma que veicula publicações renovadas sobre
história da América. É possível que esses dois condicionantes representem um entrave à
renovação dos LDR em termos de fontes.
Esse modo de tratar a experiência americana pode ainda resultar da ausência de um
sentimento de pertencimento do brasileiro em relação à América Latina. Vimos que, ao tratar
da Descoberta da América, os livros didáticos se preocupam com datas e personagens. Já com
o conteúdo da América Pré Colombiana ocorre um fato inusitado: comparando os incas,
astecas e mais com os povos tupis e guaranis os indígenas que habitam (ou habitavam) o
Brasil são desvalorizados, considerados como exemplares de um estágio de selvageria. O

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Brasil, em muitos casos, aparece como a própria “América”. A América Latina, quando
citada, é representada como um continente distante, formado por países de língua espanhola.
Este condição acessória modifica-se, entretanto, quando o assunto é a Guerra do
Paraguai. O fato de alguns estados brasileiros participarem ativamente do conflito torna esse
conteúdo o mais denso e complexo. Para compreender os motivos da Guerra do Paraguai,
alguns livros didáticos fazem correlações com a História de outros países da América Latina,
lembrando que o continente não está tão distante assim do Brasil.
A Guerra do Paraguai é o único conteúdo que apresenta bibliografia especializada
sobre o tema, apresentando três visões para o conflito: a paraguaia, a brasileira e a dos estados
brasileiros. São essas três visões que aproximam o Brasil dos países da América do Sul, pois
eles têm algo em comum: todos perderam com a Guerra do Paraguai e esse sentimento de
derrota é o resultado de conflitos econômicos e de fronteiras entre os países. Nos LDR, esses
desentendimentos prejudicaram as relações entre os países do continente. Tais resultados,
entretanto, somente foram constatados nos livros dos estados diretamente afetados com a
Guerra do Paraguai.
É também importante registrar, por fim, os desvios operados pela escrita dos LDR
entre a apresentação dos conceitos e proposições no texto principal e nas atividades para o
aluno. Exemplo claro é o tratamento concedido à Descoberta da América. No texto principal,
o único personagem é Cristóvão Colombo. Nas atividades são apresentados Américo
Vespúcio e Vasco da Gama.

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