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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

CRISTIAN LUIZ MOSQUETTA

UTILIZAÇÃO DE CONTÊINERES MARÍTIMOS PARA MORADIA


CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL

Palhoça/SC
2017
CRISTIAN LUIZ MOSQUETTA

UTILIZAÇÃO DE CONTÊINERES MARÍTIMOS PARA MORADIA


CONCEPÇÃO E DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito parcial
à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Valdi Henrique Spohr, Msc.

Palhoça/SC
2017
“Аоs meus pais, irmãos, minha família,
especialmente a minha esposa que, com muito
carinho е apoio, não mediu esforços para que
еu chegasse até esta etapa da minha vida. ”
AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.


À esta universidade, seu corpo docente, direção e administração que
oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela acendrada
confiança no mérito e ética aqui presentes.
A meu orientador, Valdi Henrique Spohr, pelo suporte no pouco tempo que lhe
coube, pelas suas correções e incentivos.
À minha banca, o Prof. Nelso Lucio Huber e o Eng. Civil Heriberto Arns que se
dispuseram a examinar meu trabalho de conclusão de curso.
Ao Sr. Ronaldo Luiz Pinho pela compreensão em todas as vezes que tive que me
ausentar da empresa, por conta das atividades relacionadas a minha formação.
À minha esposa e filhos, pelo amor, incentivo e apoio incondicional.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu
muito obrigado.
“Que todos os nossos esforços estejam sempre focados no desafio à
impossibilidade. Todas as grandes conquistas humanas vieram daquilo que parecia
impossível. ” (Charles Chaplin)
RESUMO

Neste trabalho estudaremos um sistema construtivo baseado na utilização de contêineres


marítimos remodelados. Este modelo construtivo se destaca pela sustentabilidade, pois
proporciona a reciclagem dos contêineres que seriam descartados após o término de sua vida
útil na função que normalmente desempenham que é o do transporte de mercadorias. A
aplicação de contêineres marítimos remodelados na construção civil é um assunto
com pouco estudo do ponto de vista científico, sendo muito raros os artigos técnicos que
abordem os aspectos estruturais deste sistema. Apresenta-se neste trabalho a constituição de
um dos tipos de contêineres marítimos e analisam-se todos os perfis metálicos que os
compõem assim como as respectivas propriedades geométricas e mecânicas das suas seções.
É também objeto de estudo deste trabalho a análise de um caso que consiste na utilização de
contêineres marítimos remodelados para a construção de uma moradia com dois pisos e com
uma estruturação não regular. É feita a avaliação da capacidade resistente para as ações
regulamentares. Para tal são utilizados modelos numéricos computacionais extraídos do
software bidimensional Ftool. A análise estrutural é realizada à luz da NBR 14762:2010.
Mostra-se que a aplicação desta norma para o sistema construtivo em estudo é limitada pelo
desconhecimento de parâmetros mecânicos relativos aos perfis metálicos não comerciais dos
contêineres marítimos. Ainda assim, comprova-se a viabilidade deste sistema construtivo no
domínio de pequenos edifícios de habitação.

Palavras-chave: Contêiner. Estrutura. Análise Estrutural. Edificação. Ftool.


ABSTRACT

In this work we will study a construction system based on the use of refurbished marine
contêineres. This constructive model stands out for sustainability, as it provides the recycling
of the contêineres that would be discarded after the end of their useful life in the function they
normally perform that is the transport of goods. The application of refurbished marine
contêineres in civil construction is a subject with little study from the scientific point of view,
and very few technical papers dealing with the structural aspects of this system are very rare.
This paper presents the constitution of one of the types of marine contêineres and analyzes all
the metallic profiles that compose them as well as the respective geometric and mechanical
properties of their sections. It is also object of study of this work the analysis of a case that
consists of the use of refurbished maritime contêineres for the construction of a dwelling with
two floors and with a non regular structure. The evaluation of the resistant capacity for
regulatory actions is made. For this, computational numerical models extracted from the two-
dimensional software Ftool are used. The structural analysis is performed in light of NBR
14762: 2010. It is shown that the application of this standard to the constructive system under
study is limited by the lack of kNowledge of mechanical parameters related to the non-
commercial metallic profiles of marine contêineres. Nevertheless, the feasibility of this
constructive system in the field of small residential buildings is proven.

Keywords: Contêiner. Structure. Structural analysis. Edification. Ftool


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Navio com contêineres empilhados. ........................................................................ 15


Figura 2 - Contêiner Standard – padrão - de 20’ ...................................................................... 17
Figura 3 - Contêiner High cube (40') ........................................................................................ 17
Figura 4 - Contêiner Open Top de 40' ...................................................................................... 18
Figura 5 - Contêiner Reffer - refrigerado. ................................................................................ 19
Figura 6 - Contêiner Flat Rack - Teto livre .............................................................................. 19
Figura 7 - Contêiner flat rack utilizado como plataforma. ....................................................... 20
Figura 8 - Contêiner bulk para cargas e big bag para contêiner. .............................................. 20
Figura 9 - Contêiner tank - Tanque. ......................................................................................... 21
Figura 10 – medidas contêiner ................................................................................................. 22
Figura 11 – Faces da porta........................................................................................................ 23
Figura 12 - Dispositivo de Canto.............................................................................................. 24
Figura 13 - twist lock - grampo de ponte.................................................................................. 24
Figura 14 - DS .......................................................................................................................... 25
Figura 15 - DCP........................................................................................................................ 25
Figura 16 - DH.......................................................................................................................... 26
Figura 17 - Face frontal ............................................................................................................ 26
Figura 18 - chapa frontal .......................................................................................................... 27
Figura 19 - FH .......................................................................................................................... 27
Figura 20 - FS ........................................................................................................................... 28
Figura 21 - Perfil FCP .............................................................................................................. 28
Figura 22 - Lateral contêiner .................................................................................................... 29
Figura 23 - TSR ........................................................................................................................ 29
Figura 24 - Chapa lateral .......................................................................................................... 30
Figura 25 - SW1 e SW3............................................................................................................ 30
Figura 26 - SW2 ....................................................................................................................... 31
Figura 27 - Cobertura ............................................................................................................... 31
Figura 28 - Roof ....................................................................................................................... 32
Figura 29 - Fundo contêiner ..................................................................................................... 32
Figura 30 - BSR ........................................................................................................................ 33
Figura 31 - BCM1 .................................................................................................................... 33
Figura 32 -BCM2 ..................................................................................................................... 34
Figura 33 - BCM3 .................................................................................................................... 34
Figura 34 - BCM4 .................................................................................................................... 35
Figura 35 - BCM5 .................................................................................................................... 35
Figura 36 - BCM6 .................................................................................................................... 36
Figura 37 - fp ............................................................................................................................ 36
Figura 38 - seção chapa lateral ................................................................................................. 40
Figura 39 - Seção chapa frontal ................................................................................................ 40
Figura 40 – Patente de Philip C. Clark 4,854,094 .................................................................... 41
Figura 41 - Kertwonen.............................................................................................................. 42
Figura 42 - Kertwonen.............................................................................................................. 43
Figura 43 - Puma City .............................................................................................................. 43
Figura 44 - Ecology Store......................................................................................................... 44
Figura 45 - Casa d'Água em Grillagh ....................................................................................... 44
Figura 46 - Construção ............................................................................................................. 45
Figura 47 - foram projetados 14 blocos de fundação em concreto armado .............................. 45
Figura 48- Reforços na estrutura do teto para receber o contêiner ........................................... 46
Figura 49 - Estrutura em contêiner ........................................................................................... 46
Figura 50 - Casa Danilo Corbas ............................................................................................... 47
Figura 51 - Casa em construção ............................................................................................... 47
Figura 52 - Construção ............................................................................................................. 48
Figura 53- cenário de carregamentos........................................................................................ 49
Figura 54 - Modificações na estrutura do modelo. ................................................................... 49
Figura 55 - Cenário 1 ................................................................................................................ 50
Figura 56 - Cenário 4 ................................................................................................................ 51
Figura 57 - Cenário 5 ................................................................................................................ 51
Figura 58 - plantas .................................................................................................................... 53
Figura 59 - Croqui de posicionamento contêiner ..................................................................... 53
Figura 60 – telhado verde modular ........................................................................................... 56
Figura 61 - Visualventos: dimensões........................................................................................ 59
Figura 62 - Visualventos: velocidade básica (v0) .................................................................... 60
Figura 63 - Visualventos: fator topográfico (s1) ...................................................................... 60
Figura 64 - Visualventos: fator de rugosidade (s2) .................................................................. 61
Figura 65 - Visualventos: Fator estátistico ............................................................................... 62
Figura 66 - Visualventos: Cpe (paredes) .................................................................................. 62
Figura 67 - Visualventos – combinações dos coeficientes de pressão ..................................... 63
Figura 68 - Visualventos – esforços ......................................................................................... 64
Figura 69 – posicionamento contêiner e faces. ........................................................................ 65
Figura 70 - Deformação sobre teto contêiner ........................................................................... 66
Figura 71 - Assoalho contêiner................................................................................................. 66
Figura 72 - Deformação do assoalho ........................................................................................ 66
Figura 73 – Carregamento telhado verde. ................................................................................ 67
Figura 74 - Maior deformação entre apoios. ............................................................................ 67
Figura 75 – Perfil U Laminado 6” ............................................................................................ 67
Figura 76 - Simulação após reforço......................................................................................... 68
Figura 77 - Carregamentos deck............................................................................................... 68
Figura 78 - Maior deformação entre apoios. ............................................................................ 68
Figura 79 - Perfil U Laminado 6”............................................................................................. 69
Figura 80 - Simulação após reforço......................................................................................... 69
Figura 81- Deformação face 04 - unidade 08. .......................................................................... 70
Figura 82 - Tabela Vallourec – Seção tubular retangular TR100x60....................................... 70
Figura 83 - Tabela Gerdal – perfil W 150 x 22,5. .................................................................... 71
Figura 84 - Carregamentos Face 04 - unidade 08..................................................................... 71
Figura 85 – Deformações após reforço..................................................................................... 71
Figura 86- Deformação face 01- unidade 08. ........................................................................... 72
Figura 87 - Carregamentos Face 01 - unidade 08..................................................................... 72
Figura 88 - Deformações após reforço. .................................................................................... 73
Figura 89- Deformação face 04 - unidade 07. .......................................................................... 73
Figura 90 - Carregamentos Face 04 - unidade 07..................................................................... 74
Figura 91 – Deformações após reforço..................................................................................... 74
Figura 92- Deformação face 01. ............................................................................................... 75
Figura 93 - Carregamentos Face 01- unidade 07...................................................................... 75
Figura 94 - Deformações após reforço. .................................................................................... 76
Figura 95- Deformação face 04. ............................................................................................... 77
Figura 96 – Perfil U Laminado 6”. ........................................................................................... 77
Figura 97 - Carregamentos Face 04 - unidade 06..................................................................... 78
Figura 98 – Deformações após reforço..................................................................................... 78
Figura 99- Deformação face 01. ............................................................................................... 79
Figura 100 - Carregamentos Face 01- unidade 06. ................................................................... 79
Figura 101 – Perfil W 250x67 .................................................................................................. 80
Figura 102 - Deformações após reforço ................................................................................... 80
Figura 103- Deformação face 04. ............................................................................................. 81
Figura 104 - Carregamentos Face 04 - unidade 05. .................................................................. 81
Figura 105 - Deformações após reforço. ................................................................................. 82
Figura 106- Deformação face 01. ............................................................................................. 82
Figura 107 - Carregamentos Face 01- unidade 05. ................................................................... 83
Figura 108 - Deformações após reforço. .................................................................................. 83
Figura 109- Deformação face 04. ............................................................................................. 84
Figura 110 - Carregamentos Face 04 - unidade 04. .................................................................. 84
Figura 111 – Deformações após reforço................................................................................... 85
Figura 112- Deformação face 01. ............................................................................................. 85
Figura 113 - Carregamentos Face 01 - unidade 04. .................................................................. 86
Figura 114 - Deformações após reforço. .................................................................................. 86
Figura 115- Deformação face 04. ............................................................................................. 87
Figura 116 - Carregamentos Face 04 - unidade 03. .................................................................. 87
Figura 117 – Deformações após reforço................................................................................... 88
Figura 118- Deformação face 01. ............................................................................................. 88
Figura 119 - Carregamentos Face 01- unidade 03. ................................................................... 89
Figura 120 - Deformações após reforço. .................................................................................. 89
Figura 121- Deformação face 04. ............................................................................................. 90
Figura 122 - Carregamentos Face 04 - unidade 02. .................................................................. 90
Figura 123 – Deformações após reforço................................................................................... 91
Figura 124- Deformação face 01. ............................................................................................. 91
Figura 125 - Carregamentos Face 01 - unidade 02. .................................................................. 92
Figura 126 - Deformações após reforço. .................................................................................. 92
Figura 127- Deformação face 04. ............................................................................................. 93
Figura 128 - Carregamentos Face 04 - unidade 06. .................................................................. 93
Figura 129 – Deformações após reforço................................................................................... 94
Figura 130- Deformação face 01. ............................................................................................. 94
Figura 131 - Carregamentos Face 01 - unidade 06. .................................................................. 95
Figura 132 - Deformações após reforço. .................................................................................. 95
Figura 133 – Situação com retirada total das portas do contêiner. ........................................... 96
Figura 134 – Situação com a manutenção da chapa. ................................................................ 97
Figura 135 – Situação com abertura de vão de janela em chapa. ............................................. 98
Figura 136 - Sapata com maior carga ....................................................................................... 99
Figura 137 - Detalhe dos reforços no contêiner ....................................................................... 99
Figura 138 - Detalhe dos reforços no contêiner ..................................................................... 100
Figura 139 - Detalhe dos reforços no contêiner ..................................................................... 100
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dimensão do Contêiner 40' DRY HC. .................................................................... 21


Tabela 2 - Peso Próprio e Capacidades do Contêiner 40' DRY HC. ........................................ 22
Tabela 3 – seções transversais. ................................................................................................. 38
Tabela 4 - Propriedades geométricas das chapas (sw e few). ................................................... 39
Tabela 5 – Limite de escoamento. ............................................................................................ 40
Tabela 6 - Peso do compensado naval de 28 mm ..................................................................... 54
Tabela 7 - Peso da placa cimentícia de 10 mm......................................................................... 57
Tabela 8 – Peso da chapa de OSB de 11,1 mm. ....................................................................... 57
Tabela 9 – Peso do montante de 8 mm. .................................................................................... 57
Tabela 10 – Peso da guia de 8 mm. .......................................................................................... 57
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 12
1.1 APRESENTAÇÃO .......................................................................................................... 12
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 13
1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................... 14
1.3.1 Geral ............................................................................................................................. 14
1.3.2 Específicos .................................................................................................................... 14
1.4 METODOLOGIA ............................................................................................................ 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 15
2.1 TIPOS DE CONTÊINER ................................................................................................ 16
2.1.1 Contêiner standard– padrão: ..................................................................................... 16
2.1.2 Contêiner open top– teto aberto: ............................................................................... 18
2.1.3 Contêiner reefer– refrigerado: ................................................................................... 18
2.1.4 Contêiner flat rack– teto livre:................................................................................... 19
2.1.5 Contêiner platform– plataforma: .............................................................................. 20
2.1.6 Contêiner bulk– para cargas secas: ........................................................................... 20
2.1.7 Contêiner tank– tanque: ............................................................................................. 21
2.2 CARACTERÍSTICA DO CONTÊINER MARÍTIMO 40’DRY HC (SECO) ................ 21
2.2.1 Descrição Geral ........................................................................................................... 22
2.2.2 Face da Porta ............................................................................................................... 23
2.2.2.1 Dispositivo de canto ................................................................................................... 23
2.2.2.2 Perfil Inferior – DS - Door Sill .................................................................................. 24
2.2.2.3 Perfis verticais de canto – DCP - Door Corner Post .................................................. 25
2.2.2.4 Perfil superior – DH - Door Header ........................................................................... 26
2.2.3 Face frontal .................................................................................................................. 26
2.2.3.1 Chapa frontal - FEW – Front End Wall...................................................................... 27
2.2.3.2 Perfil superior – FH - Front Header ........................................................................... 27
2.2.3.3 Perfil inferior – FS – Front Sill................................................................................... 28
2.2.3.4 Perfis verticais de canto – FCP– Corner Post ............................................................. 28
2.2.4 Faces laterais: .............................................................................................................. 29
2.2.4.1 Perfil lateral superior – TSR - Top Side Rails............................................................ 29
2.2.4.2 Chapa lateral – SW - Side Wall................................................................................. 30
2.2.5 Cobertura ..................................................................................................................... 31
2.2.5.1 Chapa de cobertura – Roof: ........................................................................................ 31
2.2.6 Base do Contêiner........................................................................................................ 32
2.2.6.1 Perfis laterais inferiores – BSR: ................................................................................. 33
2.2.6.2 Perfis transversais – BCM: ......................................................................................... 33
2.2.6.3 Perfis transversais – BCM2: ....................................................................................... 34
2.2.6.4 Perfis transversais – BCM3: ....................................................................................... 34
2.2.6.5 Perfis transversais – BCM4: ....................................................................................... 35
2.2.6.6 Perfil transversal – BCM5: ......................................................................................... 35
2.2.6.7 Perfil transversal – BCM6: ......................................................................................... 36
2.2.6.8 Gooseneck tunnel (FP) – Conjunto do túnel pescoço de ganso ................................. 36
2.2.7 Propriedades geométricas das seções transversais ................................................... 37
2.2.8 Materiais e respectivas propriedades ........................................................................ 40
2.3 UTILIZAÇÃO DE CONTENTORES MARÍTIMOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL....... 41
2.4 AVALIAÇÃO, MODELAGEM E ANÁLISE DE ESTRUTURAS DE CONSTRUÇÃO
COM CONTENTORES. (KEVIN GIRIUNAS, 2012) ............................................................ 48
3 ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL ................................................ 53
3.1 ARQUITETURA ............................................................................................................. 53
3.2 CARREGAMENTOS ...................................................................................................... 54
3.2.1 Ações permanentes ...................................................................................................... 54
3.2.1.1 Peso próprio dos perfis metálicos: .............................................................................. 54
3.2.1.2 Peso próprio do compensado naval ............................................................................ 54
3.2.1.3 Peso próprio do revestimento interno e paredes divisórias ........................................ 55
3.2.1.4 Revestimento cerâmico .............................................................................................. 55
3.2.1.5 Varanda....................................................................................................................... 55
3.2.1.6 Cobertura deck de madeira ......................................................................................... 56
3.2.1.7 Cobertura telhado verde ............................................................................................. 56
3.2.1.8 Caixa d’água ............................................................................................................... 57
3.2.2 Carga acidental (Sobrecarga) .................................................................................... 58
3.2.2.1 Ação de vento ............................................................................................................. 58
3.3 REMODELAÇÃO DOS CONTÊINERES...................................................................... 64
3.3.1 Unidade n° 12 e 11 ....................................................................................................... 65
3.3.2 Unidade n° 09 e 10 ....................................................................................................... 68
3.3.3 Unidade n° 08............................................................................................................... 69
3.3.3.1 Face 04 – unidade 08 .................................................................................................. 70
3.3.3.2 Face 01- unidade 08.................................................................................................... 72
3.3.4 Unidade n° 07............................................................................................................... 73
3.3.4.1 Face 04 - unidade 07................................................................................................... 73
3.3.4.2 Face 01- unidade 07.................................................................................................... 75
3.3.5 Unidade n° 06............................................................................................................... 76
3.3.5.1 Face 04- unidade 06.................................................................................................... 76
3.3.5.2 Face 01- unidade 06.................................................................................................... 78
3.3.6 Unidade n° 05............................................................................................................... 80
3.3.6.1 Face 04- unidade 05.................................................................................................... 81
3.3.6.2 Face 01- unidade 05.................................................................................................... 82
3.3.7 Unidade n° 04............................................................................................................... 84
3.3.7.1 Face 04- unidade 04.................................................................................................... 84
3.3.7.2 Face 01- unidade 04.................................................................................................... 85
3.3.8 Unidade n° 03............................................................................................................... 86
3.3.8.1 Face 04- unidade 03.................................................................................................... 87
3.3.8.2 Face 01- unidade 03.................................................................................................... 88
3.3.9 Unidade n° 02............................................................................................................... 90
3.3.9.1 Face 04- unidade 02.................................................................................................... 90
3.3.9.2 Face 01- unidade 02.................................................................................................... 91
3.3.10 Unidade n° 01............................................................................................................... 92
3.3.10.1 Face 04- unidade 01.................................................................................................... 93
3.3.10.2 Face 01- unidade 01.................................................................................................... 94
3.3.11 Frentes e portas dos contêineres ................................................................................ 96
3.4 FUNDAÇÃO ................................................................................................................... 98
3.5 CROQUI DA ESTRUTURA ........................................................................................... 99
4 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 101
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 102
ANEXOS ............................................................................................................................... 104
ANEXO A – PROFISSIONAIS HABILITADOS PARA ATIVIDADES
RELACIONADAS À CONTÊINER HABITÁVEIS. ....................................................... 105
12

1 INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTAÇÃO

A vida útil de um contêiner marítimo utilizado para o transporte de mercadorias


pode chegar a 20 anos dependendo da intensidade de uso e do seu estado de conservação.
Quando esta vida útil se esgota é o momento em que se pode adquirir a unidade com um
preço mais acessível e assim empregá-lo na construção civil.
Seu reaproveitamento tem um grande potencial como elemento arquitetônico e
como estrutura modular na construção civil, o que demanda novas práticas construtivas
sustentáveis e de baixo custo para residências, escritórios e comércio, pois sua estrutura é
dimensionada para aguentar cargas de até 30 toneladas.
O alvo deste estudo serão contêineres fabricados de acordo com a Organização
Internacional para a Normalização, I.S.O. (International Organization For Standardization). O
que garantem produtos como resistências mecânicas e características geométricas
semelhantes.
Existem contêineres marítimos com características especificas que dependem
exclusivamente do produto a ser transportado sendo que suas dimensões podem variar, no
comprimento entre 6, 9 e 12 metros e sua altura, 2.40, 2.55 e 2.70 metros, sendo a sua largura
padronizada em 2.40 metros. Neste trabalho serão utilizados contêineres marítimos do modelo
Dry 40’HC, 40 pés ou 12 metros. A estrutura de um contêiner é composta por um conjunto de
perfis metálicos, como, longarinas laterais superiores, longarinas laterais inferiores, perfis
transversais inferiores, poste de canto, dispositivos de canto (castanhas), batente superior,
soleira inferior, assoalho em compensado naval de 30 mm, duas portas metálicas em chapa
metálica, as paredes e teto em chapas metálicas no formato trapezoidal de 3 mm.
Nas situações de acidentes que os contêineres marítimos estão expostos,
demonstram sua grande capacidade de resistência, apesar de sofrerem grandes impactos.
Outro fato que demonstra seu grande potencial de resistência é a sua capacidade de suportar
mais outros 08 contêineres carregados cada um com até 25 toneladas por cima, sem que
comprometa a sua resistência mecânica.
Os contêineres marítimos nos dias de hoje podem ser adquiridos com muita
facilidade nas regiões de portos marítimos, onde se localizam empresas especializadas na
venda dos contêineres inutilizados que passam por uma reabilitação e remodelação exigida de
13

acordo com um projeto. O uso de contêineres marítimos reciclados na construção civil tem
um grande viés sustentável, e outros dois benefícios estão agregados: rapidez e baixo custo
econômico, o que potencializa a sua utilização em habitações populares.

1.2 JUSTIFICATIVA

Técnicas sustentáveis com a aplicação de contêineres marítimos na construção


civil são importantes neste cenário atual, além de dar um destino ecologicamente correto aos
contêineres cria-se um novo conceito de arquitetura, com aspecto industrial do metal aliado ao
concreto e alvenarias.
Construir utilizando contêineres marítimos é um desafio, mas se torna
compensador visto todas as possibilidades arquitetônicas que eles permitem. O baixo custo em
comparação a uma construção convencional é o outro grande motivador deste tipo de projeto.
A partir do interesse de um escritório de arquitetura da região de Florianópolis em
utilizar este modelo construtivo como solução para um de seus clientes, houve a necessidade
de fazer a verificação estrutural do contêiner, para garantir a segurança da obra.
Considerando o recipiente como uma estrutura metálica e utilizando as
normas que regem esse setor no Brasil: NBR 14762 (2001) – Dimensionamento de
estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio, NBR 6123 (2013) – Forças
devidas ao vento em edificações e NBR 6120 (1980) – Cargas para o cálculo de
estruturas de edificações.
Será verificado o comportamento estrutural de uma residência Unifamiliar. Para
esta verificação será utilizado um projeto arquitetônico. Com base nos resultados será possível
obter uma resposta se os cortes na estrutura do contêiner necessitariam de reforços estruturais.
14

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Geral

Objetivo principal deste trabalho é desenvolver a analise e dimensionamento


estrutural de uma residência Unifamiliar utilizando um sistema construtivo que usa como
recurso principal contêineres marítimos que são descartados e inutilizados pelo setor de
transporte marítimo.

1.3.2 Específicos

- Levantar os esforços em que a estrutura será submetida;


- Estudo das normas específicas de aço;
- Verificar os pontos necessários de reforço estrutural;
- Dimensionar os reforços estruturais utilizando perfis de aço e
- Dimensionar as fundações necessárias para este sistema construtivo.

1.4 METODOLOGIA

Para a elaboração do projeto serão realizadas algumas etapas:


- Realizar o levantamento das características estruturais dos contêineres
marítimos;
- Pesquisar em livros, internet, assuntos sobre o tema proposto;
- Enquadrar o material a ser utilizado de acordo com a norma de aço;
- Definir através dos cálculos, os perfis metálicos que suprem a necessidade
estrutural da edificação, em áreas onde os contêineres sofreram cortes na estrutura;
- Definir também através dos cálculos regiões onde há a necessidade de reforço
estrutural para que haja o empilhamento dos contêineres e
- Definir pontos de apoio da estrutura, para que receba a fundação da edificação.
15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Diz-se por convenção que o avião, as telecomunicações e a internet foram os


responsáveis pela globalização ao derrubar fronteiras e encurtar distâncias. Do ponto
de vista do comercio mundial, no entanto, nenhuma invenção teve mais impacto do
que o contêiner (LEVINSON, 2006)

Segundo Levison, os contêineres foram criados por volta de 1937 pelo norte-
americano Malcolm Purcell McLean (1913-2001), motorista e dono de uma pequena empresa
de caminhões, que ao observar o lento embarque de fardos de algodão no porto de Nova
Iorque, teve a ideia de armazená-los e transportá-los em grandes caixas de aço que pudessem,
elas próprias, serem embarcadas nos navios. Com o tempo, McLean aprimorou métodos de
trabalho e expansão de sua companhia, tornando-a uma das pioneiras do sistema intermodal,
abrangendo transporte marítimo, fluvial, ferroviário, além de terminais portuários.
Segundo Kronenburg (2008), a invenção do contêiner foi uma revolução do
carregamento, pois a carga de um caminhão, por exemplo, poderia ser passada para um navio
ou trem utilizando um guindaste, sem perda de tempo com mudanças de meio de transporte,
infraestrura, assaltos, etc. Atualmente, cerca de 90% das mercadorias em todo o mundo são
transportadas por meio de contêineres, devido à resistência do material, à mobilidade e
adaptação conforme a carga e à forma modular, padronizada mundialmente, que facilita o seu
manuseio mecânico e transporte.
Figura 1 - Navio com contêineres empilhados.

Fonte: locares, 2017.


16

Entre 1968 e 1970 foram publicadas normas ISO (ISO 6346) para contêineres,
condicionando melhorias nos processos de carregamento, transporte e descarga, bem como
gerando economia relacionada à redução de tempo e de recursos desprendido para tanto.
O sistema proposto pela ISO é modular, ou seja, os contêineres formam unidades
que se encaixam perfeitamente, ocupando os espaços de forma racional, tanto para transporte
como para armazenagem. As dimensões altura (8 pés) e largura (8 pés) são sempre invariáveis
(embora haja padronização para os contêineres extra altos, com altura de 8 ½ pés, chamados
de High Cube, HC), variando o comprimento, dependendo do módulo. (Azevedo e col., 2016)
Todo o esforço por padronizar as dimensões dos contêineres, remeteu à necessidade de
estrutura-lo, de modo que o empilhamento das unidades para transporte marítimo fosse
possível, assim como houve a necessidade de se definir pontos estruturais para sua
movimentação tanto vazio como carregado. Estima-se que seja possível empilhar até oito
unidades de contêineres carregados e até doze unidades de contêineres vazios.
Seu sistema de trava permite que as unidades sejam acopladas verticalmente umas
sobre as outras, formando um grande bloco modular, sem que as dimensões gerais das
unidades sejam alteradas pela adição de dispositivos de trava externos. Tantas características
peculiares traduzem a singularidade da modulação no transporte de cargas com contêineres,
entretanto seguem de encontro à vida útil destes equipamentos.
A vida útil de um contêiner para o mercado náutico é de aproximadamente 8 anos
e para fins de transporte marítimo esta vida útil é limitada a até 20 anos (BONAFÉ). Tendo
em vista que a vida útil real dos contêineres é de 100 anos, aproximadamente, os contêineres
tem uma vida ociosa que corresponde a 80% de sua durabilidade (RANGEL). Tempo
suficiente para se degradarem lentamente, estocados em portos espalhados por todo o mundo,
causando um problema crônico de armazenamento, pois existem milhões dessas unidades.

2.1 TIPOS DE CONTÊINER

2.1.1 Contêiner standard– padrão:

É o contêiner mais comum ou frequente. Encontrado em dois tamanhos, o maior


tem o dobro do comprimento do menor. Presta-se ao transporte dos mais variados tipos de
carga com volume maior que o peso e aos mais diversos usos – móveis, roupas, brinquedos
etc. Esse tipo de contêiner, com versões de 20 e 40 pés (20’ e 40’), também pode ser chamado
de dry - utilizado para qualquer tipo de carga seca não refrigerada (SDECTI,2015)
17

Figura 2 - Contêiner Standard – padrão - de 20’

Fonte: SDECTI (2015).

Além desses contêineres, há também o de 40’ HIGH CUBE com altura maior:
9,6’ (pois os demais têm 8,6’). É utilizado para cargas com cubagem maior, mas suporta a
mesma quantidade de peso que um contêiner de 40’ dry. (SDECTI,2015)

Figura 3 - Contêiner High cube (40')

Fonte: SDECTI (2015).


18

2.1.2 Contêiner open top– teto aberto:

Possui uma longarina (viga de metal) superior traseira (no alto da porta) que é
móvel, ou seja, ela pode ser levantada a fim de que a carga seja colocada através da porta do
contêiner, para depois ser travada novamente. É utilizado para transportar cargas de tamanhos
irregulares ou difíceis de ser introduzido através das portas, o que será então realizado pelo
topo do contêiner, na maioria das vezes com a ajuda de guindastes. Depois de completada a
carga, para protegê-la o contêiner é coberto por uma lona fixada em seu topo. O open top
também é encontrado em dois tamanhos: de 20’ e 40’. (SDECTI,2015)

Figura 4 - Contêiner Open Top de 40'

Fonte: SDECTI (2015).

2.1.3 Contêiner reefer– refrigerado:

O reefer é um contêiner equipado com isolamento térmico, isto é, um tipo de


revestimento que mantém a temperatura constante e regulável para transportar e conservar
cargas congeladas ou refrigeradas, como carnes, peixes, sucos, frutas, chocolates etc. Esse
contêiner é revestido com paredes de aço inoxidável e seu piso é de alumínio. (SDECTI,2015)
19

Figura 5 - Contêiner Reffer - refrigerado.

Fonte: SDECTI (2015).

2.1.4 Contêiner flat rack– teto livre:

O flat rack transportam cargas muito pesadas e de grandes dimensões, seja em


largura ou altura, como máquinas, veículos pesados, cabos, bobinas e chapas de aço, barcos,
tanques etc. Esses contêineres também são disponibilizados em dois tamanhos e diversos
tipos, como os sem cabeceiras, que são conhecidos como plataformas e carregam cargas que
talvez tenham excesso de altura, largura ou comprimento; os com cabeceiras fixas; e os com
cabeceiras dobráveis, adequando-se ao tipo de carga. (SDECTI,2015)

Figura 6 - Contêiner Flat Rack - Teto livre

Fonte: SDECTI (2015).


20

2.1.5 Contêiner platform– plataforma:

Também encontrado em dois tamanhos, é utilizado para transportar cargas cujas


características impedem que sejam deslocadas em qualquer outro tipo de contêiner. O
contêiner platform não é mais fabricado atualmente. Em seu lugar é usado um contêiner flat
rack dobrado, que funciona como uma plataforma. (SDECTI,2015)
Figura 7 - Contêiner flat rack utilizado como plataforma.

Fonte: SDECTI (2015).

2.1.6 Contêiner bulk– para cargas secas:

É indicado para transportar cargas de produtos agrícolas, como grãos. Caracteriza-


se por ser fechado, contendo aberturas no teto e nas laterais para facilitar a carga e a descarga.
Entretanto, esse tipo de contêiner é muito raro e pouco utilizado nos dias atuais, visto que os
grãos transportados são, hoje, ensacados ou colocados em big bags – “bolsa grande”, em
português. Além disso, eles possuem escotilhas no teto, para o carregamento dos grãos, e nas
portas, para a descarga. O contêiner tem que ser inclinado para a retirada da carga.
(SDECTI,2015)
Figura 8 - Contêiner bulk para cargas e big bag para contêiner.

Fonte: SDECTI (2015).


21

2.1.7 Contêiner tank– tanque:

É indicado para o transporte de mercadorias a granel líquido, ou seja, carregada


solta, sem um tipo especial de acondicionamento, principalmente cargas líquidas como
bebidas, sucos de frutas, óleos comestíveis etc. Por ter essas características, o contêiner recebe
um tipo de higienização especial, de forma a não deixar resíduos para as próximas cargas.
Também transporta cargas inflamáveis e substâncias tóxicas. O volume da carga pode variar
e, consequentemente, o tamanho da moldura que envolve e protege o tanque. (SDECTI,2015).
Figura 9 - Contêiner tank - Tanque.

Fonte: SDECTI (2015).

2.2 CARACTERÍSTICA DO CONTÊINER MARÍTIMO 40’DRY HC (SECO)

Os contêineres mais utilizados na construção civil são os high cube de 20’ e 40’
devido ao pé-direito mais alto adequado para as construções, com 2,68 metros.
A proposta do estudo é analisar contêineres fabricados de acordo com a norma
I.S.O. Sendo escolhido para esta analise o contêiner comercialmente designado de 40’ DRY
HC, suas características estão representadas na Tabela 01 e Tabela 02.

Tabela 1 - Dimensão do Contêiner 40' DRY HC.

Comprimento Largura Altura Altura da Porta


Designação [m] [m] [m] [m]
Interna Externa Interna Externa Interna Externa Largura Altura
40’HC 12,056 12,192 2,340 2,438 2,684 2,895 2,338 2,585
Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.
22

Tabela 2 - Peso Próprio e Capacidades do Contêiner 40' DRY HC.

Capacidade de
Peso Próprio Peso Máximo Capacidade em
carga
Designação Volume
Total Total Total
[kg] [kg] [kg] [m³]
40’HC 4150,00 26300,00 30480,00 75.72
Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.1 Descrição Geral

O contêiner marítimo apresenta 06 faces, constituída por peças metálicas com


características adequadas às funções que desempenharão. As faces são formadas por pórticos
de perfis metálicos, aos quais são soldados chapas em aço com seção trapezoidal. Nas laterais,
na cobertura e na face oposta à porta, o sentido do corrugado é vertical e na porta chapa é no
sentido horizontal. A estrutura do assoalho possui resistência capaz de suportar as cargas
transportadas.

Figura 10 – medidas contêiner

Fonte: fortrakcontêineres
23

2.2.2 Face da Porta

A Face da porta é formado por um pórtico que inclui um perfil inferior, soleira
(DS-DoorSill), dois perfis de canto vertical (DCP – Door Corner Post), outro superior (DH –
Door Header), a chapa em aço da porta é com seção trapezoidal no sentido horizontal, que por
estar neste sentido, não é considerado um elemento estrutural. Os quatro perfis metálicos
estão ligados nos vértices a peças de canto em forma de paralelepípedo (castanhas).
Figura 11 – Faces da porta

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.2.1 Dispositivo de canto

São elementos estruturais que permitem que um contêiner seja conectado a outros
recipientes tanto na horizontal quanto na verticalmente, utilizando dispositivos como o twist
lock ou grampos de ponte. Além disso, os moldes de canto permitem que os recipientes de
transporte sejam movimentados de lugar conforme a necessidade. São 04 peças, uma
posicionada exatamente nos cantos do contêiner e possuem 20,5 mm confeccionadas em aço
fundido.
24

Figura 12 - Dispositivo de Canto

Fonte: etwinternational, 2017.

Figura 13 - twist lock - grampo de ponte

Fonte: daptainer, 2017.

2.2.2.2 Perfil Inferior – DS - Door Sill

O perfil inferior de soleira é constituído por uma seção especial, com reforços
internos para dar rigidez a zonas onde são acopladas as travas de bloqueio da porta. A face
superior do perfil apresenta uma ligeira inclinação para permitir melhor drenagem, conforme
a figura a seguir:
25

Figura 14 - DS

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.2.3 Perfis verticais de canto – DCP - Door Corner Post

Os perfis verticais de canto são compostos por duas partes, uma interna em forma
de “U” em aço laminado e outra parte exterior de aço dobrado a frio. São soldadas uma à
outra, formando uma seção oca de modo a assegurar a abertura da porta e a resistência
adequada às forças de empilhamento.
Figura 15 - DCP

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


26

2.2.2.4 Perfil superior – DH - Door Header

O perfil superior do pórtico é constituído por uma parte interior em “U” em aço
dobrado a frio com reforços internos e uma parte exterior formada por uma chapa em
aço dobrado a frio, estas são soldadas formando uma seção oca.
Figura 16 - DH

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.3 Face frontal

A face frontal é composta por duas chapas metálicas trapezoidais, soldadas a um


pórtico constituído por quatro perfis metálicos, sendo estes: o perfil superior (FH - Front
Header), o perfil inferior (FS – Front Sill) e dois perfis verticais de canto (FCP - Front Corner
Post); estes estão ligados a quatro peças de canto, tal como no pórtico da face da porta.

Figura 17 - Face frontal

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


27

2.2.3.1 Chapa frontal - FEW – Front End Wall

A parede frontal é composta por duas chapas de aço com seção trapezoidal em
toda a sua altura, soldadas formando um painel. Estas chapas compõem a parede frontal.

Figura 18 - chapa frontal

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.3.2 Perfil superior – FH - Front Header

. O perfil superior do contentor 40’HC trata-se de uma chapa com 4 mm


de espessura dobrada como se ilustra na figura a seguir:
Figura 19 - FH

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


28

2.2.3.3 Perfil inferior – FS – Front Sill

O perfil inferior é um perfil tubular:


Figura 20 - FS

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.3.4 Perfis verticais de canto – FCP– Corner Post

Os perfis verticais de canto da face frontal apresenta-se a seção transversal deste


perfil metálico.
Figura 21 - Perfil FCP

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


29

2.2.4 Faces laterais:

As faces laterais são compostas por um perfil lateral superior (TSR - Top
SideRail), e por chapas laterais (SW – sidewall). Os perfis superiores (TSR) estão ligados às
peças de canto que ligam os outros perfis superiores (DH e FH).

Figura 22 - Lateral contêiner

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.4.1 Perfil lateral superior – TSR - Top Side Rails

O perfil TSR é um perfil tubular oco semelhante ao FS da face frontal do


contêiner, a seção transversal destes perfis está ilustrada abaixo:

Figura 23 - TSR

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


30

2.2.4.2 Chapa lateral – SW - Side Wall

A parede lateral do contentor 40’HC é composta por dez chapas com 1116 mm de
comprimento e uma na zona central com 556 mm, sendo que as chapas situadas nas
extremidades da parede lateral sãos mais espessas (2 mm) que as internas (1,6 mm). São
chapas de aço com seção trapezoidal em toda a sua altura, unidas por
meios de soldadura automática formando um painel único. Para diferenciar as chapas
devido à diferente espessura, designaram-se as chapas mais espessas (localizadas nas
extremidades) por SW1/SW3 e as menos espessas por SW2. Seque o desenho da seção
transversal da chapa metálica.

Figura 24 - Chapa lateral

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 25 - SW1 e SW3

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


31

Figura 26 - SW2

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.5 Cobertura

A cobertura é constituída por chapas de aço com seção trapezoidal prensadas nas
extremidades com certa curvatura ascendente, que soldadas juntas formam um painel (roof).
Estas chapas estão soldadas aos elementos superiores (TSR, DH e FH).
Figura 27 - Cobertura

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.5.1 Chapa de cobertura – Roof:

A cobertura do contêiner 40’HC tem 11 chapas sendo sua secção transversal


conforme figura abaixo.
32

Figura 28 - Roof

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.6 Base do Contêiner

A base é constituída por dois perfis laterais (BSR - BottomSideRail) ligados às


peças de canto inferiores, vários perfis transversais (BCM – Bottom Cross-Members), e
chapas que formam e reforçam as aberturas para os garfos de elevação (FP – ForkPocket),
estes perfis suportam um pavimento em compensado naval de 28 mm de espessura. Na Figura
abaixo a distribuição das peças.
Figura 29 - Fundo contêiner

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


33

2.2.6.1 Perfis laterais inferiores – BSR:

Os perfis laterais inferiores são compostos com seção virada para fora para
permitir uma fácil reparação e evitar a corrosão, nas extremidades possuem duas placas de
reforço soldadas. Cada lado do contêiner possui um perfil medindo11841 mm de
comprimento.

Figura 30 - BSR

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.6.2 Perfis transversais – BCM:

No contêiner existem 25 perfis transversais BCM1 com 2350 mm de


comprimento. A seção transversal destes elementos é conforme a figura a baixo:

Figura 31 - BCM1

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


34

2.2.6.3 Perfis transversais – BCM2:

São 03 perfis transversais deste modelo, com 2350 mm de comprimento cada, que
apresenta um banzo superior mais comprido, a fim de proporcionar a fixação do encontro das
chapas de compensado naval, segue detalhamento da seção transversal:

Figura 32 -BCM2

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.6.4 Perfis transversais – BCM3:

Ao todo são 12 elementos de 1029 mm de comprimento que reforçam a chapa do


pescoço de ganso que fica entre a zona aberta para os garfos de elevação, localiza-se na parte
inferior da chapa soldada transversalmente, sua seção transversal está representada a seguir:
Figura 33 - BCM3

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


35

2.2.6.5 Perfis transversais – BCM4:

Localizam-se nas zonas laterais à abertura para os garfos de elevação, por esse
motivo a altura do perfil é ligeiramente menor do que os demais perfis que forma o conjunto
na base do contêiner, são ao todo 14 peças com comprimento de 640 mm, sua seção é
representada a seguir.

Figura 34 - BCM4

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.6.6 Perfil transversal – BCM5:

Existem 02 perfis de 640 mm de comprimento, situado nas zonas laterais à


abertura para os garfos de elevação, também com sua altura menor, comparado aos demais,
com banzo superior mais comprido, para a fixação do encontro das duas extremidades das
chapas de compensado.
Figura 35 - BCM5

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


36

2.2.6.7 Perfil transversal – BCM6:

Perfil único na composição da base, este perfil tubular que faz a transição para a
zona da abertura dos garfos de elevação, ele tem 2350 mm de comprimento, sendo mais alto
que os demais, por não receber chapas do assoalho sobre sua face superior, ou seja, ele
termina no mesmo nível da face superior das chapas de compensado, possui ainda uma
cantoneira auxiliar soldada nas duas laterais, para a fixação da extremidade da chapa de
compensado.
Figura 36 - BCM6

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.6.8 Gooseneck tunnel (FP) – Conjunto do túnel pescoço de ganso

Composto por uma chapa, cuja seção transversal é representada a seguir, esta
chapa reforça a região entre a abertura dos garfos de elevação, localiza-se junto à face frontal,
um túnel longitudinal de 2350 mm de comprimento.
Figura 37 - fp

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


37

As nomenclaturas adotadas para os diferentes elementos estão relacionadas


conforme as especificações referentes a contêineres I.S.O., fornecido pela associação ISBU
(Intermodal Steel BuildingUnits&Contêiner Homes).
Resumo das seções transversais distintas:

• DS: Perfil inferior do quadro de abertura da porta;


• DCP: Perfis verticais de canto do pórtico de abertura da porta;
• DH40’HC: Perfil superior do quadro da abertura da porta;
• FH40´HC: Perfil superior do pórtico da face frontal;
• FS40’HC: Perfil inferior do pórtico da face frontal;
• TSR: Perfil lateral superior, secção transversal;
• FCP: Perfis verticais de canto do pórtico da face frontal;
• BSR40’HC: Perfil lateral inferior;
• BCM1: Perfil transversal da base;
• BCM2: Perfil transversal da base;
• BCM3: Perfil transversal da base;
• BCM4: Perfil transversal da base;
• BCM6: Perfil transversal da base;
• fp: Chapa de reforço na zona entre a entrada dos garfos de elevação;
• few: Chapa da face frontal, secção transversal;
• Sw1/3 Chapas de extremidade da face lateral e
• Sw2 Chapas internas das faces laterais.

2.2.7 Propriedades geométricas das seções transversais

Definidas as seções efetivas das seções torna-se necessário determinar as suas


propriedades geométricas.
38

Tabela 3 – seções transversais.

Fonte: Silva,2010

Para modelar as chapas laterais e a chapa da frente do contêiner no Ftool foram


utilizados elementos finitos planos com a espessura (e) da respectiva chapa. No entanto, como
as chapas são trapezoidais apresentam uma rigidez superior à que os elementos finitos planos
podem conferir ao modelo, pelo que, para efeitos de modelação, foi considerada a existência
de elementos enrijecedores capazes de simular a rigidez conferida pelas dobragens da chapa.
Estes elementos enrijecedores são modelados através de elementos finitos lineares espaçados
de 278 mm nas chapas laterais e 250 mm na frontal, com área e momento de inércia segundo
a direção do Eixo Y, suficientes para garantir a rigidez conferida pela chapa nessa direção,
segundo a qual os elementos finitos planos com a espessura da chapa não simulam, por si só,
a rigidez da chapa. Torna-se assim necessário conhecer o momento de inércia e a área de um
trecho de 278 mm e 250 mm das seções transversais de cada peça:
39

Onde:
• Esp. – Espaçamento entre elementos enrijecedores;
• L – Comprimento total da chapa [m];
• A – Área total de uma chapa com espessura “e” e comprimento L [m];
• A’ – Área de um troço de chapa, com comprimento “Esp.” [m2];
• IY – Momento de inércia da chapa com espessura “e” e comprimento L [m4] e
• I’Y – Momento de inércia de um troço da chapa, com comprimento “Esp.” [m4].

Tabela 4 - Propriedades geométricas das chapas (sw e few).

Fonte: Silva, 2010.

As dimensões dos elementos enrijecedores, admitindo que apresenta uma seção


transversal retangular, são obtidas considerando que o momento de inércia (I’YY) da chapa
resulta da soma do momento de inércia da superfície representada pelos elementos finitos
planos, com o momento de inércia conferido pelo elemento enrijecedor. Assim as dimensões
b e h dos elementos enrijecedores são solução do seguinte sistema de equações: (Silva, 2010)

Onde:
 b – Dimensão segundo Y dos elementos enrijecedores [m] e
 h – Dimensão segundo Z dos elementos enrijecedores [m].
40

Figura 38 - seção chapa lateral

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 39 - Seção chapa frontal

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

2.2.8 Materiais e respectivas propriedades

Todos os perfis que constituem a estrutura do contêiner são perfis dobrados a frio
à exceção da parte interior em “U” dos perfis DCP, que é um perfil laminado a quente.
Esse perfil em “U” é também o único que apresenta um aço diferente (SM50YA), uma vez
que todos os outros perfis são de aço corten (Corten A).
Tabela 5 – Limite de escoamento.
LIMITE DE ESCOAMENTO
MATERIAL
[kg/mm²] [MPa]
CORTEN A 35 343
SM50YA 37 363
Fonte: Silva, 2010.

Compensado naval utilizado no pavimento tem a espessura de 28 mm e uma


densidade de 0,7 g/cm3.
41

2.3 UTILIZAÇÃO DE CONTENTORES MARÍTIMOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Quando Malcolm McLean desenvolveu o contêiner, ele revolucionou o setor de


transporte. O que ele provavelmente não sabia, é que iria também revolucionar o setor da
construção civil. Quem primeiramente olhou para essas caixas de aço corrugado e pensou:
"Eles podem ser muito mais; podem ser casas, escolas, cidades inteiras!” Foi, Philip C. Clark,
que em 1987 pediu uma patente nos EUA para o seu "método para converter um ou mais
contentores de transporte de aço em um edifício habitável".

Figura 40 – Patente de Philip C. Clark 4,854,094

Fonte: patents/US4854094

Clark, e outros que viram o potencial nesses enormes recipientes, eram à frente de
seu Tempo! Desde abrigos de emergência para soldados até habitação para cidades
densamente povoadas, a arquitetura de contêiner ajudou a preencher uma necessidade urgente
de estruturas acessíveis e sustentáveis.
Nota-se o consenso entre os vários autores pesquisados sobre as vantagens da
reciclagem arquitetônica de contêineres em relação às tecnologias construtivas convencionais,
as quais podem ser listadas como: a modularidade e consequente variedade compositiva; a
leveza da estrutura; a resistência a intempéries; a ampla quantidade disponível; a rapidez na
obra quando comparada à alvenaria; o menor custo de fundação e o apelo sustentável. Além
destes pontos positivos, aponta-se a semelhança com sistemas pré-fabricados, devido ao
menor custo por m² e por sua fabricação em escala, o que acrescenta como vantagens o preço
de consumo e a economia no custo final da obra. Há ainda a conveniência de uso em áreas de
42

risco – por exemplo, de terremotos –, já que o contêiner apresenta um comportamento


estruturalmente elástico. (FOSSOUX et CHEVRIOT, 2013)
Outro aspecto em que há coincidência entre os pesquisadores trata-se da
flexibilidade do sistema, ou seja, a possibilidade de ampliação gradual das construções que
utilizam contêineres, conforme as necessidades dos usuários. Soma-se a tudo isto a estética
industrial e sua forma, os quais favorecem a criação de terraços e tetos-jardim, assim como a
implantação em terrenos estreitos, além de conseguirem simbolizar modernidade.
Hoje já existe uma diversidade de construções com aplicação de contêineres
marítimos, apesar da dificuldade de aceitação inerente a um sistema construtivo pouco
comum, susceptível de dúvidas quanto às condições de conforto proporcionado quando
utilizado para fins habitacionais, condições que poderão ser garantidas com recurso a
tecnologias de construção disponíveis presentemente, como sistemas de ventilação e de
isolamento térmico e acústico.
O maior empreendimento com utilização de contentores remodelados conhecido,
é o complexo de residências universitárias Keetwonen ([17] TempoHousing) em Amesterdão,
constituído por 12 blocos de residências englobando no total 1000 contentores remodelados
([17] TempoHousing), cada um com 25 m2 compartimentado em divisões como demonstrado
na Figura 2.6.
Figura 41 - Kertwonen

Fonte: contêineres, 2017.


43

Figura 42 - Kertwonen

Fonte: contêineres, 2017.

Os edifícios comerciais são outra grande aplicação de contentores marítimos


como elementos da sua construção, existem diversos casos deste tipo de edifícios, alguns com
capacidade móvel, ou seja, são transportados em módulos e edificados noutro local. Um dos
principais exemplos deste tipo de edifícios é o PUMA City construída com 24 contentores
montados para criar uma loja de 3 andares.

Figura 43 - Puma City

Fonte: archdaily, 2017.


44

No Brasil, a utilização de contêineres é recente, em 2010 foi construída a primeira


loja em contêiner para a empresa Contêiner Ecology Store.
Figura 44 - Ecology Store

Fonte: Estadão, 2017.


Uma residência que podemos destacar foi a do jovem arquiteto Patrick Bradley
Localizada nas margens do Rio Grillagh, situada dentro do campo rural na Irlanda do Norte.
A casa é a primeira construção moderna feita em contêiner de transporte desenhada e
construída na Irlanda do Norte, com uma estrutura primária composta de quatro contêineres
de 13,7 metros, que se fundem para formar dois volumes em balanço.
Figura 45 - Casa d'Água em Grillagh

Fonte: ecocontêinerhome, 2017.


O isolamento da habitação foi executado pelo interior através da projeção de poliuretano
diretamente sobre a chapa de metal sendo revestido no final em madeira para melhorar a resistência
45

térmica. Após a finalização dos acabamentos interiores, os contentores foram pintados e revestidos
com painéis de fachada de aço Corten, o mesmo material que o contentor.
Figura 46 - Construção

Fonte: ecocontêinerhome, 2017.

O projetado original da casa empregava métodos de construção convencionais,


mas como precisava reduzir o custo para atender seu orçamento, optou por usar os contêineres
marítimos como estrutura. A construção da propriedade foi documentada no ano passado no
programa de televisão britânico Grand Designs, ao qual retiramos algumas das imagens das
soluções utilizadas.
Figura 47 - foram projetados 14 blocos de fundação em concreto armado

Fonte: granddesigns, 2017.


46

Figura 48- Reforços na estrutura do teto para receber o contêiner

Fonte: granddesigns, 2017.

Figura 49 - Estrutura em contêiner

Fonte: granddesigns, 2017.


No projeto de Bradley pode-se verificar que a estrutura é composta por 2
contêineres na base, e sobre estes foram colocados mais 2 contêineres na transversal. Essa
configuração de dispor os elementos muda a forma como são transmitidos os esforços de
carregamentos em um contêiner, que originalmente é realizado sempre pelas colunas ligadas
as peças de canto (corner). Essas alterações na estrutura do contêiner exigiram a utilização de
reforços na parte inferior e superior dos contêineres.
47

Já a primeira residência construída no Brasil em contêiner s foi em 2011, São


Paulo, pelo arquiteto Danilo Corbas que propôs soluções eficientes, práticas, utilizando design
e arquitetura de elevado nível de complexidade de uso, diferentemente do que acontecia no
início do uso deste material como elemento construído. (PORTAL METÁLICA, 2015).
Figura 50 - Casa Danilo Corbas

Fonte: pensamentoverde, 2017.


Figura 51 - Casa em construção

Fonte: piniweb, 2017.


48

Figura 52 - Construção

Fonte: piniweb, 2017.

2.4 AVALIAÇÃO, MODELAGEM E ANÁLISE DE ESTRUTURAS DE CONSTRUÇÃO


COM CONTENTORES. (KEVIN GIRIUNAS, 2012)

Kevin Andrew Giriunas da Universidade Estadual de Ohio apresentou uma tese


onde desenvolve orientações estruturais para a utilização de contêineres em situações
diferentes da sua concepção original.
Para apresentar sua análise utilizou a modelagem de elementos finitos, verificando
a resistência estrutural do contêiner modificado e sem modificações. A partir de modelos
computacionais, realizou vários testes e verificações para observar o comportamento da
estrutura.
Dentre os exemplos testados foi selecionado o que se apresentava mais eficiente.
A partir deste exemplo foram realizados testes com vários cenários de carregamentos (Figura
15) e modificações nos elementos que compõem a estrutura básica (Figura 16).
49

Figura 53- cenário de carregamentos

Fonte: Giriunas, 2012.

Figura 54 - Modificações na estrutura do modelo.

Fonte: Giriunas, 2012.

• M1: Todos os elementos foram modelados como elementos sólidos (material


semelhante ao do corner). Nessa modelagem foi excluído o piso e as portas foram
substituídas pela mesma chapa de fechamento da abertura oposta a porta;
50

• M2: Possui as mesmas características do M1, porém os fechamentos laterais foram


removidos;
• M3: Semelhante ao M1 com a remoção das faces frontal e fundo;
• M4: Equivalente ao M1 sem o elemento de cobertura.
• M5: Igual ao M1 apenas com o elemento de cobertura e da base;
• M6: Estrutura do M1 sem um dos fechamentos laterais;
• M7: Composição do M1 com a remoção fundo (porta) e
• M8: Estrutura sem nenhum fechamento, somente base.

Citaremos somente 3 cenários relevantes ao desenvolvimento deste trabalho com


algumas das conclusões apresentadas:
Figura 55 - Cenário 1

Fonte: Giriunas, 2012.

No cenário 1 o objetivo foi determinar o peso máximo de empilhamento de


contêineres. Conforme os dados apresentados (Figura 17) a estrutura original M1 teve o
melhor resultado, junto M4 que foi removida a cobertura. Já a estrutura que obteve o pior
resultado foi a M8 qual teve suas paredes removidas. O caso M1 (modelo não modificado)
neste cenário chegou bem perto dos valores (942 kN) especificados pela ISO 1496-1 (1990)
(GIRIUNAS, 2012).
51

Figura 56 - Cenário 4

Fonte: Giriunas, 2012.


O cenário 4 teve como objetivo observar o comportamento dos diferentes tipos de
configurações dos contêineres, quando submetidos a cargas nas suas laterais (Figura 18).
Igual ao cenário 1 o M1 resistiu a maior carga com menor deslocamento, os piores resultados
ficaram para o M8 que obteve o maior deslocamento e para o M3 que resistiu a menor carga.
Da mesma forma que o cenário 1, somente o M1 atingiu os requisitos da norma ISO 1496-1
(1990) que equivalem a 150kN (GIRIUNAS, 2012).

Figura 57 - Cenário 5

Fonte: Giriunas, 2012.


52

O objetivo do cenário 5 era verificar o comportamento da carga lateral aplicada


nas faces menores dos contêineres estudados (Figura 19). O M1 junto com o M3 teve o menor
deslocamento e atingiram a carga elástica máxima de 75 kN, já o M4 suportou a maior carga
de 124,5 kN (GIRIUNAS, 2012). Os maiores deslocamentos ficaram para o M8, M5 e M2. O
aumento da resistência de carga do M4 pode ser devido ao sentido de aplicação das cargas
(GIRIUNAS, 2012).
Através dos resultados obtidos no trabalho de GIRIUNAS pode-se verificar que o
modelo completo M1 atingiu ou ultrapassou as cargas especificas na ISO 1469-1. Com
exceção do modelo M4 na situação do cenário 5, todos os demais modelos modificados ou
chegaram próximo ou não atingiram ao estabelecido pela norma. Com o estudo é possível ter
uma ideia dos comportamentos diferentes na estrutura do contêiner a partir de modificações.
E confirma a necessidade de analisar cada situação de projeto para que seja garantida a
estabilidade da estrutura.
53

3 ANÁLISE E DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL

3.1 ARQUITETURA

A residência analisada neste trabalho é um projeto a ser executado em


Florianópolis. A habitação, com uma área de implantação de 273,44 m², é constituída por dois
pavimentos, um térreo e um superior. Neste caso específico, serão utilizados 8 contêineres
modelo Dry de 40’HC, sendo 4 no pavimento térreo e 4 no pavimento superior.
Figura 58 - plantas

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 59 - Croqui de posicionamento contêiner

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


54

3.2 CARREGAMENTOS

3.2.1 Ações permanentes

As cargas permanentes são consideradas como sendo os pesos de todos os


elementos construtivos e das instalações que se mantêm fixos na estrutura.
Segundo a NBR 8800 (2008) são valores praticamente constantes durante a
vida útil da construção.
As ações permanentes definidas foram o peso próprio dos perfis metálicos que
compõem os contêineres marítimos, o pavimento de compensado naval, o peso próprio das
paredes divisórias, dos revestimentos de parede interno e externo, peso dos revestimentos da
cobertura, deck de madeira, telhado verde hidro modular, contrapisos e revestimentos
cerâmicos.

3.2.1.1 Peso próprio dos perfis metálicos:

O peso próprio dos perfis metálicos foi definido, considerando o volume de aço
igual a 7850 kN/m³, admitindo a área total de cada seção para determinar o respectivo peso
próprio por unidade de desenvolvimento linear dos mesmos.

3.2.1.2 Peso próprio do compensado naval

O material possui peso específico de 700 kg/m³ e dimensões de 1220 x 2440 x 28


mm. O peso próprio do compensado naval foi adotado a massa especifica de 0,70 g/cm3. Será
adotado o valor de 0.19 kN/m², a definição de peso próprio é exposto na tabela a seguir:

Tabela 6 - Peso do compensado naval de 28 mm


Densidade Peso específico Espessura Peso por m²
g/cm³ kN/m³ mm (kN)
0,70 6,86 28 0,19

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


55

3.2.1.3 Peso próprio do revestimento interno e paredes divisórias

O revestimento interno e as paredes divisórias serão de Drywall. Foi adorado o


peso especifico de 0,22 kN/m² (Trevo Drywall), para o revestimento das paredes do contêiner
onde não foi realizado o corte para as aberturas, este peso referente a esse revestimento será
considerado atuando sobre toda a face superior do perfil BSR.

3.2.1.4 Revestimento cerâmico

Para este projeto, foi adotado o revestimento de porcelanato em toda a área interna
da edificação, os valores adotados foram os seguintes:
• Porcelanato 9 mm = 0,30 kN/m².
• Argamassa de Assentamento:
Espessura = 0,01 m
Peso específico = 19 kN/m³
Somatória = 0,01 m x 19 kN/m³ = 0,19 kN/m².
• Contrapiso:
Espessura = 0,04m
Peso específico = 21 kN/m³
Somatória = 0,04m x 21 kN/m³ = 0,84 kN/m².
Carga total aplicada 1.33 kN/m²

3.2.1.5 Varanda

Na varanda do primeiro pavimento teremos um deck de madeira, carga aplicada


será de 0,50 kN/m² (Amaru Perfilado) desta estrutura instalada.
56

3.2.1.6 Cobertura deck de madeira

Na cobertura dos contêineres 5 e 6, teremos uma área com deck de madeira feito
com a estrutura completa do assoalho de dois contêineres.

3.2.1.7 Cobertura telhado verde

Teremos também uma área na cobertura superior dos contêineres 7 e 8, feitos


sobre a estrutura completa do assoalho de dois contêineres um telhado verde que utilizará o
Sistema Hidromodular, de que tem como objetivo proporcionar uma cobertura vegetada para
conforto térmico do ambiente interno. A carga aplicada deste sistema é de 0.75kN/m²,
incluindo já neste valor a retenção de água.
Figura 60 – telhado verde modular

Fonte:ecotelhado, 2017.
57

3.2.1.8 Caixa d’água

O modulo da caixa d’água terá 10m², será em light steel frame apoiado sobre um
dos assoalhos dos contêineres que estão localizados na cobertura, a cobertura em telha de
fibrocimento é escondida por uma platibanda de 1m, este modulo abrigará um reservatório
com capacidade 2000 lts.

Revestimento modulo caixa d’agua.

O light steel frame com tratamento de juntas será a opção de revestimento


empregado no estudo, um conjunto de montantes e guias em aço galvanizado, chapas de OSB,
e a placa cimentícia. Segue tabelas de carregamentos de cada item do sistema.

Tabela 7 - Peso da placa cimentícia de 10 mm.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


Tabela 8 – Peso da chapa de OSB de 11,1 mm.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Tabela 9 – Peso do montante de 8 mm.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Tabela 10 – Peso da guia de 8 mm.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


Carga total do conjunto aplicado sobre o assoalho do contêiner será de 0,38
kN/m².
58

Carga do reservatório

Capacidade = 2000 lts.


Carga aplicada = 2000 lts, ÷ 10m² = 200 lts/m² ou 20 kN/m².

- Manta asfáltica 4 mm:

Carga = 0.48 kN/m².

Carga linear de parede com platibanda

Altura da parede = 3,5m;


Peso = 0,60 kN/m²
Somatória = 13 m x 3.5 m x 0,60 kN/m² = 27.3 kN ÷ 10 m² = 2,73kN/m²

Cobertura da Caixa d’água

Telha de fibrocimento e madeira = 0,40 kN/m²


Todas as cargas serão aplicadas sobre o assoalho do contêiner da cobertura.

3.2.2 Carga acidental (Sobrecarga)

As cargas acidentais são carregamentos provenientes do uso a qual a


edificação está destinada. Na estrutura residencial estudada, conforme a NBR 6120 (2011) as
cargas verticais são aplicadas atuando no piso. A carga foi distribuída pelos perfis que
compõem a base do contêiner, como foi realizado na distribuição dos carregamentos do piso.
A norma diz que para dormitório, sala, copa, cozinha e banheiro a carga a ser considerada
deve ser de 1,5 kN/m² (NBR 6120, 2008). Essa mesma norma define para áreas de deck com
acesso ao público a carga a ser considerada de 3 kN/m².

3.2.2.1 Ação de vento

O vento é uma das principais cargas acidentais que pode atuar sobre a
estrutura das construções. Em se tratando de uma estrutura metálica (leve), o vento
tem um papel muito importância e deve ter sua devida atenção. Para definir os carregamentos
de vento que atuam na edificação estudada foi utilizado o software VISUALVENTOS versão
2.0.2. O programa utiliza como base em seus cálculos as recomendações da NBR 6123/1998.
59

A primeira entrada de dados do programa VISUALVENTOS é referente a


geometria da edificação. São solicitados a dimensão da estrutura, a altura ou ângulo do
telhado, a distância entre pórticos e as áreas das aberturas móveis e fixas.
No campo “distância entre pórticos” foi inserido um metro, isto faz com que a
saída dos resultados seja dada no final do processamento em kN/m².
As aberturas foram calculadas descontando as áreas das portas dos
contêineres que foram retiradas, e depois consideradas a proporção delas em cada
parcela das faixas (a1, a2 e a3) que atuam nas suas correspondestes face (A1, A2, A3).
As aberturas foram consideradas móveis por se tratarem de janelas e portas.
Figura 61 - Visualventos: dimensões.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Para a definição da velocidade básica do vento (V0) foi considerado que a


edificação está localizada na região de Florianópolis/SC. Sendo assim, com o auxílio gráfico
das isopletas (NBR 6123, 1988) será adotado vento de 45 m/s. (Figura 60)
Segundo a NBR 6123 (1988) o V0 corresponde a uma rajada de 3s, excedida
em média uma vez em 50 anos, a 10m sobre o nível do terreno em local aberto e plano.
60

Figura 62 - Visualventos: velocidade básica (v0)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Fator topográfico (S1):

Conforme a NBR 6123 (1988) este fator leva em consideração as variações


da superfície do terreno. Para o modelo estudado será adotado terreno plano ou
fracamente acidentado. (Figura 61)

Figura 63 - Visualventos: fator topográfico (s1)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Fator de rugosidade (S2):

O fator de rugosidade leva em consideração as construções que existem na


vizinhança em torno da edificação em estudo. A NBR 6123 (1988) diz que o fator S2
considera o efeito combinado do terreno, da variação da velocidade do vento com a
61

altura acima do terreno e das dimensões da edificação ou parte dela em


consideração. Para o estudo foi considerado categoria III do terreno. Essa escolha foi feita
adotando a localização da estrutura em uma região suburbana, afastado do centro.
Para a classe de edificação foi considerada a classe A, pois sua dimensão maior (12 m) é
menor ou igual a 20 m.
Figura 64 - Visualventos: fator de rugosidade (s2)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Fator estatístico (S3):

O fator estatístico considera o grau de vida útil e de segurança da edificação


com base na probabilidade da velocidade do vento básica (V0) ser igualada ou
excedida num período de 50 anos.
A NBR 6123 (1988) recomenda que caso não exista uma norma especifica ou
indicações correspondentes sobre segurança das edificações sejam utilizados os valores
mínimos do fator S3. Para o fator estatístico S3 foi adotado o Grupo 2, pois a edificação tem a
função residencial. (Figura 63).
62

Figura 65 - Visualventos: Fator estátistico

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Coeficientes de pressão externa (CPe):

A partir dos dados fornecidos o VISUALVENTOS apresenta os resultados


referentes aos coeficientes de pressão externo, e eles podem ser observados nas
Figuras 64 e figura 65.
Figura 66 - Visualventos: Cpe (paredes)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


63

Combinação dos coeficientes e pressão:


Após os coeficientes de pressão interna (CPi) e externa (CPe) serem
calculados, o programa realiza as combinações dos coeficientes (Figura 67).

Figura 67 - Visualventos – combinações dos coeficientes de pressão

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Esforços finais devidos à ação do vento:

Após todo o processo de cálculo o VISUALVENTOS apresenta os esforços


devido ao vento na estrutura (Figura 68).
64

Figura 68 - Visualventos – esforços

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

O maior esforço para a estrutura está na hipótese de ventos a 0°, esforços de


sucção, já que nesta área estão situadas as aberturas das portas dos contêineres, os ventos a
90° estão sendo atuantes nas laterais dos contêineres, (Figura 68). Os valores de vento
encontrado nas duas hipóteses foram aplicados nas faces correspondentes da edificação.

3.3 REMODELAÇÃO DOS CONTÊINERES

A remodelação dos contêineres segue juntamente com o levantamento de todos os


carregamentos que a estrutura será submetida. Para tentar garantir o melhor desempenho da
estrutura de aço do contêiner, foi priorizado não cortar as colunas originais nos quatro cantos
do contêiner. Como se trata de um projeto real, o corte nas chapas laterais, a retirada das
portas e o corte da chapa frontal ficaram condicionados ao arquitetônico e consequentemente
à exigência dos moradores, o que dificultou de certa forma a análise dos reforços necessários,
pela grande quantidade de aço retirada em certas regiões.
A seguir será feito um detalhamento dos cortes, das regiões com maiores
deformações e dos perfis utilizados para minimizar tais deformações, a análise será feita
individualmente para cada uma das 12 unidades utilizadas no projeto, como usaremos o
65

programa 2D Ftool para realizar esta análise, foi necessário separar o contêiner em 04 faces,
duas laterais que serão demonstradas a seguir, ficando a análise da frente e a região da porta
para o final do capítulo. O dimensionamento será feito a luz das normas, NBR 14762:2010 –
Dimensionamento de estruturas de aço, NBR 8800 – Projetos de estruturas de aço e de
estruturas mistas de aço e concreto de edifícios, NBR 6120 Cargas para cálculo de estrutura
de edificação.
Figura 69 – posicionamento contêiner e faces.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

3.3.1 Unidade n° 12 e 11

Estas duas unidades estão localizadas no terraço, onde será instalado um telhado
verde, sendo que a unidade 11 terá o incremento de carga dos reservatórios de água. Nas
combinações de ações, seguindo orientações da NBR 14762:2010, utilizou-se a carga
acidental de 2 KN, que se refere a terraços sem acesso ao público. Primeiramente foi
analisada a possibilidade de utilização do teto do próprio contêiner como estrutura de apoio
para o telhado verde, o que na análise das cargas atuantes na estrutura, mostrou grandes
deformações, que exigiriam uma grande intervenção estrutural nestas duas unidades,
descaracterizando o modelo arquitetônico.
66

Figura 70 - Deformação sobre teto contêiner

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A alternativa foi à utilização da estrutura do assoalho de um contêiner como


suporte do telhado verde, mantendo a ideia de uma estrutura modular.

Figura 71 - Assoalho contêiner

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A retirada da maior parte da estrutura do contêiner, deixando apenas o assoalho,


demostrou que o elemento é resistente quando se mantem integro. Exigindo assim uma
estrutura de apoio. (Figura 72).

Figura 72 - Deformação do assoalho

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


67

Figura 73 – Carregamento telhado verde.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 74 - Maior deformação entre apoios.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

As maiores deformações encontrada nas unidades 11 e 12 foram no vão de 5


metros, que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas
de cobertura têm seu limite de deformação em L/250 sendo o valor encontrado maior que esse
referencial, portanto foi necessário um reforço lateral junto ao perfil BSR conforme
detalhamento a seguir.

Figura 75 – Perfil U Laminado 6”

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Fonte: Tabela Gerdau adaptada, 2017.


68

Figura 76 - Simulação após reforço

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

3.3.2 Unidade n° 09 e 10

Estas duas unidades estão localizadas no terraço, onde será usado o assoalho
original do contêiner como deck de madeira. Nas combinações de ações, seguindo orientações
da NBR 14762:2010, utilizou-se a carga acidental de 3 KN, que se refere a terraços com
acesso ao público.

Figura 77 - Carregamentos deck

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 78 - Maior deformação entre apoios.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

As maiores deformações encontrada nas unidades 09 e 10 foram no vão de 5


metros, que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas
69

de piso têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado maior que esse
referencial, portanto foi necessário um reforço lateral junto ao perfil BSR conforme
detalhamento a seguir.
Figura 79 - Perfil U Laminado 6”.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Fonte: Tabela Gerdau adaptada, 2017.

Figura 80 - Simulação após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

3.3.3 Unidade n° 08

Esta unidade está localizada no pavimento superior, o primeiro contêiner a direita,


que contém uma porção dos quartos e banheiros. Nas combinações de ações, seguindo
orientações da NBR 14762:2010, verificou-se que nos carregamentos a ação do vento, por sua
maior ação na estrutura ser de sucção, não representava a pior situação, portanto foi
desprezada esta ação.
70

3.3.3.1 Face 04 – unidade 08

O gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do telhado verde somados, ocasionam deformações consideráveis, além do
limite da norma.

Figura 81- Deformação face 04 - unidade 08.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A solução encontrada foi reforçar a estrutura na região dos cortes (grifados em


vermelho - perfil TR100x60) e criar dois apoios (grifados em verde – perfil W150x22,5) que
suportariam as cargas do telhado verde e da própria estrutura desta face. Esses dois apoios
partem da fundação até o telhado.

Figura 82 - Tabela Vallourec – Seção tubular retangular TR100x60.

Fonte: Tabela Vallourec adaptada, 2017.


.
71

Figura 83 - Tabela Gerdal – perfil W 150 x 22,5.

Fonte: Tabela Gerdal adaptada, 2017.

Figura 84 - Carregamentos Face 04 - unidade 08.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 85 – Deformações após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 04 da unidade 08 foi no vão de 4 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.
72

3.3.3.2 Face 01- unidade 08.

O gráfico a seguir, os cortes realizados na face 01 da unidade 08 ocasionaram


deformações consideráveis, além do limite da norma.

Figura 86- Deformação face 01- unidade 08.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A solução encontrada também neste caso, e nos demais que seguirão sendo
analisados, foi reforçar a estrutura na região dos cortes (grifados em vermelho - perfil
TR100x60) e criar dois apoios (grifados em verde – perfil W150x22,5) que suportariam as
cargas do telhado verde e da própria estrutura desta face. Esses dois apoios partem da
fundação até o telhado.

Figura 87 - Carregamentos Face 01 - unidade 08.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


73

Figura 88 - Deformações após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 01 da unidade 08 foi no vão de 4 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.

3.3.4 Unidade n° 07

Esta unidade está localizada no pavimento superior, o segundo contêiner a direita,


que contém uma porção dos quartos e banheiros e caixa d’agua.

3.3.4.1 Face 04 - unidade 07.

O gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do telhado verde somados, ocasionam deformações consideráveis, além do
limite da norma.

Figura 89- Deformação face 04 - unidade 07.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


74

Adota-se aqui a mesma solução encontrada para os casos anteriores, grifados em


vermelho - perfil TR100x60 e grifados em verde – perfil W150x22,5.

Figura 90 - Carregamentos Face 04 - unidade 07.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 91 – Deformações após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 04 da unidade 07 foi no vão de 5 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.
75

3.3.4.2 Face 01- unidade 07.

No gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do telhado verde somados, ocasionam deformações consideráveis, além do
limite da norma.

Figura 92- Deformação face 01.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Adota-se aqui a mesma solução encontrada para os casos anteriores, grifados em


vermelho - perfil TR100x60 e grifados em verde – perfil W150x22,5.

Figura 93 - Carregamentos Face 01- unidade 07.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


76

Figura 94 - Deformações após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 01 da unidade 07 foi no vão de 5 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.

3.3.5 Unidade n° 06.

Esta unidade está localizada no pavimento superior, o terceiro contêiner da direita


para a esquerda, que contém uma porção dos quartos e banheiros.

3.3.5.1 Face 04- unidade 06.

No gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do deck somados, ocasionam deformações consideráveis, além do limite da
norma.
77

Figura 95- Deformação face 04.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Adota-se aqui a mesma solução encontrada para os casos anteriores, grifados em


vermelho - perfil TR100x60 e grifados em verde – perfil W150x22,5. Além de apoio
eliminando o balanço e um reforço na viga com um Perfil U Laminado 6” grifado em laranja,
conforme as especificações abaixo.
Figura 96 – Perfil U Laminado 6”.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Fonte: Tabela Gerdal adaptada, 2017.


78

Figura 97 - Carregamentos Face 04 - unidade 06.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 98 – Deformações após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 04 da unidade 06 foi no vão de 5 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.

3.3.5.2 Face 01- unidade 06.

No gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do deck de madeira, ocasionam deformações consideráveis, além do limite da
norma.
79

Figura 99- Deformação face 01.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Adota-se aqui a mesma solução encontrada para os casos anteriores, grifados em


vermelho - perfil TR100x60 e grifados em verde – perfil W150x22,5. Além da introdução de
apoio eliminando o balanço e um reforço, grifado em laranja, na viga BSR com um Perfil U
Laminado 6’. Para garantir o vão no ambiente interno foi colocado uma viga direcionando as
cargas para os reforços laterais, grifado em azul W250x67.

Figura 100 - Carregamentos Face 01- unidade 06.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


80

Figura 101 – Perfil W 250x67

Fonte: Tabela UERJ adaptada, 2017.

Figura 102 - Deformações após reforço

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 01 da unidade 06 foi no vão de 5 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.

3.3.6 Unidade n° 05

Esta unidade está localizada no pavimento superior, o terceiro contêiner da direita


para a esquerda, que contém uma porção dos quartos e banheiros.
81

3.3.6.1 Face 04- unidade 05.

No gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do deck somados, ocasionam deformações consideráveis, além do limite da
norma.
Figura 103- Deformação face 04.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Adota-se aqui a mesma solução encontrada para os casos anteriores, grifados em


vermelho - perfil TR100x60 e grifados em verde – perfil W150x22,5. Além da introdução de
apoio eliminando o balanço e um reforço, grifado em laranja, na viga BSR com um Perfil U
Laminado 6’. Para garantir o vão no ambiente interno foi colocado uma viga direcionando as
cargas para os reforços laterais, grifado em azul W250x67.

Figura 104 - Carregamentos Face 04 - unidade 05.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


82

Figura 105 - Deformações após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 04 da unidade 05 foi no vão de 5 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.

3.3.6.2 Face 01- unidade 05.

No gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do telhado verde somados, ocasionam deformações consideráveis, além do
limite da norma.

Figura 106- Deformação face 01.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


83

Adota-se aqui a mesma solução encontrada para os casos anteriores, grifados em


vermelho - perfil TR100x60 e grifados em verde – perfil W150x22,5. Além de apoio
eliminando o balanço e um reforço na viga com um Perfil U Laminado 6’ grifado em laranja.

Figura 107 - Carregamentos Face 01- unidade 05.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 108 - Deformações após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 01 da unidade 05 foi no vão de 5 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.
84

3.3.7 Unidade n° 04

Esta unidade está localizada no pavimento superior, o terceiro contêiner da direita


para a esquerda, que contém uma porção dos quartos e banheiros.

3.3.7.1 Face 04- unidade 04

No gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do deck somados, ocasionam deformações consideráveis, além do limite da
norma.

Figura 109- Deformação face 04.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Adota-se aqui a mesma solução encontrada para os casos anteriores, grifados em


vermelho - perfil TR100x60 e grifados em verde – perfil W150x22,5.

Figura 110 - Carregamentos Face 04 - unidade 04.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


85

Figura 111 – Deformações após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 04 da unidade 04 foi no vão de 5 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.

3.3.7.2 Face 01- unidade 04

No gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do telhado verde somados, ocasionam deformações consideráveis, além do
limite da norma.

Figura 112- Deformação face 01.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


86

Adota-se aqui a mesma solução encontrada para os casos anteriores, grifados em


vermelho - perfil TR100x60 e grifados em verde – perfil W150x22,5.

Figura 113 - Carregamentos Face 01 - unidade 04.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 114 - Deformações após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 01 da unidade 04 foi no vão de 5 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.

3.3.8 Unidade n° 03

Esta unidade está localizada no pavimento superior, o terceiro contêiner da direita


para a esquerda, que contém uma porção dos quartos e banheiros.
87

3.3.8.1 Face 04- unidade 03.

No gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do deck somados, ocasionam deformações consideráveis, além do limite da
norma.

Figura 115- Deformação face 04.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Adota-se aqui a mesma solução encontrada para os casos anteriores, grifados em


vermelho - perfil TR100x60 e grifados em verde – perfil W150x22,5.

Figura 116 - Carregamentos Face 04 - unidade 03.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


88

Figura 117 – Deformações após reforço

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 04 da unidade 03 foi no vão de 5 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.

3.3.8.2 Face 01- unidade 03

No gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do telhado verde somados, ocasionam deformações consideráveis, além do
limite da norma.

Figura 118- Deformação face 01.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


89

Adota-se aqui a mesma solução encontrada para os casos anteriores, grifados em


vermelho - perfil TR100x60 e grifados em verde – perfil W150x22,5.

Figura 119 - Carregamentos Face 01- unidade 03.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 120 - Deformações após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 01 da unidade 03 foi no vão de 5 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.
90

3.3.9 Unidade n° 02

Esta unidade está localizada no pavimento superior, o terceiro contêiner da direita


para a esquerda, que contém uma porção dos quartos e banheiros.

3.3.9.1 Face 04- unidade 02

No gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do deck somados, ocasionam deformações consideráveis, além do limite da
norma.

Figura 121- Deformação face 04.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Adota-se aqui a mesma solução encontrada para os casos anteriores, grifados em


vermelho - perfil TR100x60 e grifados em verde – perfil W150x22,5.

Figura 122 - Carregamentos Face 04 - unidade 02.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


91

Figura 123 – Deformações após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 04 da unidade 02 foi no vão de 5 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.

3.3.9.2 Face 01- unidade 02

No gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do telhado verde somados, ocasionam deformações consideráveis, além do
limite da norma.

Figura 124- Deformação face 01.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


92

Para garantir o vão no ambiente interno foi colocado uma viga direcionando as
cargas para os reforços laterais, grifado em azul W250x67. Além de sapatas para apoiar a viga
do piso.

Figura 125 - Carregamentos Face 01 - unidade 02.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 126 - Deformações após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 01 da unidade 06 foi no vão de 5 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.

3.3.10 Unidade n° 01

Esta unidade está localizada no pavimento superior, o terceiro contêiner da direita


para a esquerda, que contém uma porção dos quartos e banheiros.
93

3.3.10.1 Face 04- unidade 01.

No gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do deck somados, ocasionam deformações consideráveis, além do limite da
norma.

Figura 127- Deformação face 04.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Para garantir o vão no ambiente interno foi colocado uma viga direcionando as
cargas para os reforços laterais, grifado em azul W250x67. Além de sapatas para apoiar a viga
do piso.

Figura 128 - Carregamentos Face 04 - unidade 06.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


94

Figura 129 – Deformações após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 04 da unidade 01 foi no vão de 5 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.

3.3.10.2 Face 01- unidade 01

No gráfico a seguir, demonstra que os cortes realizados na face mais os


carregamentos do telhado verde somados, ocasionam deformações consideráveis, além do
limite da norma.

Figura 130- Deformação face 01.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


95

Adota-se aqui a mesma solução encontrada para os casos anteriores, grifados em


vermelho - perfil TR100x60 e grifados em verde – perfil W150x22,5.

Figura 131 - Carregamentos Face 01 - unidade 06.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 132 - Deformações após reforço.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A maior deformação encontrada na face 01 da unidade 06 foi no vão de 5 metros,


que segundo a tabela A1 - Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso
têm seu limite de deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da
tabela.
96

3.3.11 Frentes e portas dos contêineres

À frente e a região da porta do contêiner foram analisadas em separado por haver


situações que se repetem no projeto. Escolhemos analisar apenas os piores casos para ver se
haveria necessidade de algum reforço.

Figura 133 – Situação com retirada total das portas do contêiner.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A deformação encontrada na face 02 da unidade 01 segundo a tabela A1 -


Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso têm seu limite de
deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da tabela, não
precisando de nenhum reforço.
97

Figura 134 – Situação com a manutenção da chapa.

A deformação encontrada na face 03 da unidade 08 segundo a tabela A1 -


Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso têm seu limite de
deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da tabela, não
precisando de nenhum reforço.
98

Figura 135 – Situação com abertura de vão de janela em chapa.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

A deformação encontrada na face 03 da unidade 04 segundo a tabela A1 -


Deslocamentos máximos da NBR 14762:2010 – As vigas de piso têm seu limite de
deformação em L/350 sendo o valor encontrado menor que o referencial da tabela, não
precisando de nenhum reforço.

3.4 FUNDAÇÃO

Uma das características desse sistema construtivo são fundações diretas tipo
sapata isolada. As cargas são leves comparadas com concreto armado. No dimensionamento
das sapatas tivemos a maior carga aplicada de 135 kN e a menor de 25 kN o que demonstra
realmente que a estrutura pode ser considerada leve.
Para o trabalho apenas dimensionamos a sapata com a maior carga aplicada. Sapata
esta que receberá a contribuição de uma porção de seis contêineres simultaneamente.
99

Figura 136 - Sapata com maior carga

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

3.5 CROQUI DA ESTRUTURA

Para melhorar o entendimento dos reforços foi elaborada uma volumetria no software
Sketchup, segue imagens.
Figura 137 - Detalhe dos reforços no contêiner

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


100

Figura 138 - Detalhe dos reforços no contêiner

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.

Figura 139 - Detalhe dos reforços no contêiner

Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.


101

4 CONCLUSÃO

Um dos pontos entre vários que são importantes, está a grande rapidez na
construção. O custo da obra pode ficar em média 30% mais barato que uma construção
convencional e na maioria dos casos uma simples fundação resolve, o que mantém a
permeabilidade do solo. Há ainda a possibilidade de construir por módulos conforme a
possibilidade do cliente, e também transportar a casa toda para outro lugar sem precisar fazer
uma mudança. Além disso, o contêiner tem mais uma vantagem que é formidável e justifica
todo trabalho de inovar: a sustentabilidade.
Na construção civil estima-se que para confecção de 1 metro cúbico de concreto,
sejam utilizados entre 160 e 200 litros de água e, para a construção das paredes, em média 30
litros por metro quadrado. Não bastassem, construções em alvenaria utilizam muitos tijolos,
feitos com queima de argila e emissores de uma quantidade enorme de CO² na atmosfera
durante o processo de fabricação. Esse desperdício é praticamente inexistente em uma casa
contêiner.
Em visita a empresas que vendem esse modelo na região, verificou-se a falta de
uma análise mais criteriosa a respeito das intervenções realizadas na estrutura do contêiner.
Os reforços são feitos de forma empírica, sem um embasamento científico e sem seguir
alguma norma técnica. Portanto, existe pouca mão-de-obra realmente especializada na
construção utilizando contêineres, sendo um nicho de mercado a ser explorado pela
engenharia civil.
As grandes deformações encontradas quando se retira muita área de aço da
estrutura, exigiram reforços estruturais importantes, o que causa preocupação quando não se
usa os critérios de segurança na utilização deste modelo de construção. A falta desta
preocupação, por tratar o contêiner como um elemento super-resistente a esforços pode
ocasionar problemas futuros que podem prejudicar e desqualificar a técnica.
Os elementos estruturais que compõem um contêiner não são comerciais,
dificultando, de certa forma, a análise da estrutura. Isto exigiu uma grande pesquisa para obter
valores de referência para o estudo. A falta de uma norma técnica específica brasileira para
construção de casas contêineres, também se tornou um agente desfavorável do processo.
Para o futuro será necessário dimensionar os parafusos, soldas entre outros que
não abordamos neste trabalho devido ao curto tempo de desenvolvimento. Também será
necessário a introdução de um software de analise 3D para resultados mais precisos.
102

REFERÊNCIAS

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http://adaptainer.co.uk/shipping-contêiner-accessories/twistlocks-shipping-contêineres-
stacking/. Acesso em: 10 out. 2017.

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https://www.archdaily.com/10620/puma-city-shipping-contêiner-store-lot. Acesso em: 20 set.
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Disponível em http://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/contêiner-e-estrutura-sustentavele-
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http://www.contêineresa.com.br/2013/07/predio-para-estudantes-em-contêiner.html. Acesso
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telhado-verde/hidromodular/ Acesso em: 12 out. 2017.

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http://www.estadao.com.br/blogs/revista/sp-tera-primeira-loja-em-contêiner-do-mundo.
Acesso em: 27 set. 2017.

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2013.

GIRIUNAS. Kevin Andrew. Avaliação, Modelagem e Análise de Estruturas de


Construção com Contentores. 2012.

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KRONENBURG, R. Portable architecture: Design & technology. 4. ed. Basel


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https://www.locares.com.br/noticia/62/a-historia-do-contêiner-no-mundo. Acesso em: 10 out.
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SILVA, Rui Davide Fernandes da: Construção com Contentores Marítimos

Remodelados, Estudo de Caso de Aplicação. 2010

SLAWIK, H.; BERGMANN, J.; BUCHMEIER, M.; TINNEY, S. Contêiner Atlas: A


practical guide to contêiner architecture. 4. ed. Berlin: Gestalten, 2013.
104

ANEXOS
105

ANEXO A – Profissionais habilitados para atividades relacionadas à contêiner


Habitáveis.

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